Coreia do Sul | Líder da oposição convicto que destituição do Presidente é uma questão de tempo

O líder da oposição sul-coreana, Lee Jae-myung, afirmou hoje estar convicto que Yoon Suk-yeol sairá da presidência do país no âmbito do processo de destituição iniciado no parlamento, restando, porém, a dúvida se acontecerá “amanhã ou no próximo mês”.

A liderar o processo de destituição, o líder do Partido Democrático da Coreia admitiu que será difícil obter o apoio necessário para conseguir a saída de Yoon Suk-yeol já esta semana, mas destacou que se trata de “uma simples questão de tempo”, segundo as citações publicadas pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap.

Depois de recuar na imposição da lei marcial, que declarou na terça-feira, Yoon Suk-yeol enfrenta agora o pedido de seis partidos para a sua destituição, cuja aprovação necessita do apoio de dois terços dos deputados, ou seja, 200 dos 300 parlamentares que compõem a assembleia sul-coreana.

Para que a votação seja válida é necessária ainda a presença de mais da metade dos parlamentares. Atualmente, o partido conservador Poder Popular, a força política de Yoon Suk-yeol, tem 108 assentos em comparação com os 192 da oposição.

“O problema é que alguns deputados do partido de Yoon estão dispostos a votar a favor (da saída), mas isso significaria quebrar a disciplina partidária e colocá-los-ia numa situação difícil”, reconheceu Lee Jae-myung.

No entanto, o líder partidário está convicto que o Presidente “será destituído, seja em um dia, dois, uma semana, um mês ou três meses”. Na terça-feira, numa comunicação de surpresa ao país, o Presidente Yoon Suk-yeol justificou a imposição da lei marcial para “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional”.

Na mesma intervenção, Yoon acusou a oposição de atividades contra o Estado e de conspirar “para uma rebelião”. Horas depois, o Presidente da Coreia do Sul anunciou que ia suspender a lei marcial, que tinha sido entretanto revogada pelo parlamento.

6 Dez 2024

Ciência | Esponja biodegradável purifica 99,8% dos microplásticos da água

Um grupo de cientistas chineses desenvolveu uma esponja biodegradável capaz de remover até 99,8 por cento dos microplásticos presentes na água.

O avanço, conseguido por uma equipa de investigação da Universidade de Wuhan, combina materiais de baixo custo e de fácil acesso, como ossos de lula e algodão, o que poderá facilitar a sua utilização em larga escala em ecossistemas aquáticos afectados pela poluição plástica.

O professor Deng Hongbing, que liderou a equipa de especialistas, salientou que a esponja é feita com quitosano extraído de osso de lula e celulose de algodão e tem um design que permite absorver microplásticos de embalagens alimentares, têxteis e até de produtos industriais, noticiou o Global Times.

Os especialistas publicaram as descobertas na revista científica Science Advances. Num primeiro ciclo de absorção, a esponja conseguiu eliminar quase todos os microplásticos, e manteve uma eficiência superior a 95 por cento após cinco ciclos consecutivos.

Segundo a equipa, este nível de desempenho demonstra a sua durabilidade e viabilidade como ferramenta reutilizável. A produção da esponja é viável em maior escala, pois requer materiais simples e equipamentos comuns como liofilizadores e agitadores mecânicos.

6 Dez 2024

Gaza | Amnistia Internacional garante provas de genocídio

A Amnistia Internacional (AI) denunciou ontem ter encontrado provas suficientes para concluir que Israel cometeu e continua a cometer genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza e condenou os ataques do Hamas, em Outubro de 2023.

Numa investigação que levou ao relatório “Sente-se Como Se Fosse Sub-Humano: O Genocídio de Israel contra os Palestinianos em Gaza”, a AI documenta como, durante a ofensiva militar após os ataques do movimento islamita palestiniano em território israelita, “Israel desencadeou o inferno e a destruição contra os palestinianos de forma descarada, contínua e com total impunidade”.

“O relatório da Amnistia Internacional demonstra que Israel levou a cabo actos proibidos pela Convenção sobre o Genocídio, com a intenção específica de destruir os palestinianos em Gaza. Estes actos incluem assassínios, actos com a intenção de causar lesões corporais ou mentais graves e infligir deliberadamente aos palestinianos em Gaza condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física”, afirma a Amnistia, que apresentou as conclusões da investigação numa conferência de imprensa na sede do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.

Segundo Agnès Callamard, secretária-geral da organização de defesa e promoção dos direitos humanos, com sede em Londres, mês após mês, “Israel tem tratado os palestinianos em Gaza como um grupo sub-humano indigno dos direitos humanos e de dignidade, demonstrando a sua intenção de os destruir fisicamente”.

“As nossas conclusões condenatórias devem servir de alerta para a comunidade internacional. Isto é genocídio. Tem de acabar já. Os Estados que continuam a transferir armas para Israel devem saber que estão a violar a sua obrigação de prevenir o genocídio e correm o risco de se tornarem cúmplices do genocídio”, defendeu a AI, que anunciou para breve um relatório sobre os crimes perpetrados pelo Hamas e por outros grupos armados durante o ataque a Israel.

“Todos os Estados com influência sobre Israel, como os principais fornecedores de armas – Estados Unidos e a Alemanha, mas também mais Estados-Membros da União Europeia, o Reino Unido e outros – devem agir para pôr termo às atrocidades cometidas por Israel contra os palestinianos em Gaza”, prosseguiu Callamard, citada no relatório.

“A nossa investigação revela que, durante meses, Israel persistiu em cometer actos genocidas, plenamente consciente dos danos irreparáveis que estava a infligir aos palestinianos. Continuou a fazê-lo, desafiando os inúmeros avisos sobre a situação humanitária catastrófica e as decisões juridicamente vinculativas do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) que ordenavam a Israel que tomasse medidas para permitir a prestação de assistência humanitária aos civis em Gaza”, frisou Callamard.

Por outro lado, indicou a secretária-geral da AI, “Israel tem argumentado repetidamente que as suas acções em Gaza são legais e podem ser justificadas pelo seu objectivo militar de erradicar o Hamas”.
Mas, salientou, “a intenção genocida pode coexistir com objectivos militares e não tem de ser a única intenção de Israel”.

Sem precedentes

No relatório é referido que os crimes e atrocidades cometidos a 07 de Outubro de 2023 pelo Hamas e outros grupos armados contra israelitas e vítimas de outras nacionalidades, incluindo assassínios em massa deliberados e tomada de reféns, “nunca podem justificar o genocídio de Israel contra os palestinianos em Gaza”.

A Amnistia refere que as acções de Israel na retaliação aos ataques do Hamas tiveram uma escala e magnitude “sem precedentes”, numa “ofensiva brutal” que, segundo a organização, matou cerca de 42.000 palestinianos, incluindo mais de 13.300 crianças, e feriu mais de 97.000, até 07 de Outubro de 2024.

6 Dez 2024

Parlamento sul-coreano vota moção de destituição do Presidente do país no sábado

O parlamento da Coreia do Sul vai votar uma moção de destituição do Presidente Yoon Suk-yeol no sábado, noticiou ontem a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap. “O voto da moção de destituição do Presidente Yoon vai decorrer cerca das 19 horas de sábado”, declarou um deputado da oposição Jo Seoung-lae, citado pela Yonhap.

Entretanto, a polícia sul-coreana anunciou a abertura de um inquérito por “rebelião” contra Yoon, na sequência da imposição da lei marcial no país, suspensa horas mais tarde.

“O caso está em curso”, declarou o chefe de investigações da polícia, Woo Kong-suu, aos deputados. A última intervenção pública de Yoon ocorreu ao início da manhã de quarta-feira, quando suspendeu a lei marcial.

Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para “erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional” das actividades “anti-estatais”, tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).

Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de a Assembleia Nacional ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.

Poder menor

Na quarta-feira, seis partidos da oposição na Coreia do Sul apresentaram uma moção para a destituição de Yoon. O PD e cinco outros partidos iniciaram assim o processo parlamentar que poderá levar ao afastamento do Presidente sul-coreano, cujo Partido do Poder Popular (PPD) governa em minoria.

O chefe da bancada parlamentar do PPD garantiu já que todos os 108 deputados do partido vão rejeitar a moção apresentada pela oposição para destituir o chefe de Estado. Ainda assim, o líder do PPP exigiu que Yoon Suk-yeol abandone a formação política.

Sete em 10 cidadãos apoiam moção

Sete em cada dez sul-coreanos apoiam a moção parlamentar de destituição do Presidente Yoon Suk-yeol, apresentada pela oposição, depois de o dirigente ter decretado lei marcial, indica ontem uma sondagem do Realmeter.

De acordo com a sondagem, 73,6 por cento da população sul-coreana apoia o processo parlamentar que poderá levar à suspensão do exercício do poder de Yoon, que, na terça-feira declarou a lei marcial para proteger a “ordem constitucional” contra actividades “anti-estatais” e “forças a favor da Coreia do Norte”.

A lei marcial foi revogada no parlamento cerca de seis horas depois de ser anunciada. Em contrapartida, 24 por cento dos cidadãos rejeitam a moção, apresentada na quarta-feira por seis grupos parlamentares – incluindo o principal partido da oposição, o liberal Partido Democrático (PD) de Lee Jae-myung – que anularam o estado de emergência de Yoon e agora contra-atacaram, dando início ao processo de destituição do Presidente.

Questionados sobre se as acções do Yoon podiam “constituir traição”, 70 por cento dos inquiridos responderam afirmativamente, contra 25 por cento que têm uma opinião contrária. A sondagem, com uma margem de erro de aproximadamente 4,4 por cento e um nível de confiança de 95 por cento, inquiriu 504 pessoas com mais de 18 anos.

Os promotores da moção argumentaram que Yoon violou a Constituição e outras leis com a declaração de lei marcial.

6 Dez 2024

Acidente | Treze desaparecidos em derrocada em construção de ferrovia

Pelo menos 13 trabalhadores foram dados como desaparecidos, depois de o solo ter abatido num estaleiro de uma obra ferroviária em Shenzhen, no sul da China, anunciaram ontem as autoridades locais. O solo “cedeu subitamente” sob um troço da linha Shenzhen-Jiangmen na quarta-feira à noite, indicou, em comunicado, o Gabinete de Gestão de Emergências do Distrito de Bao’an.

Até ao momento não foram encontradas vítimas, mas as buscas continuam. As autoridades também retiraram os residentes das zonas circundantes, acrescentou, na mesma nota. Foi iniciada uma investigação para determinar a causa da derrocada.

Fotografias e vídeos partilhados nas redes sociais mostram uma grande cavidade no solo, rodeada de materiais de construção derrubados. As principais autoestradas perto do local foram fechadas ontem de manhã para facilitar as operações de resgate, disseram as autoridades locais.

A construção do troço que liga Shenzhen a Jiangmen, na província de Guangdong, arrancou em 2022. O desmoronamento do solo nos estaleiros de construção ocorre quando o terreno já não consegue suportar o peso das estruturas e acontece frequentemente em zonas densamente povoadas, em terrenos frágeis ou durante projetos de grande escala.

A instabilidade geológica, as técnicas de escavação inadequadas ou o incumprimento das normas de segurança são as principais causas.

6 Dez 2024

Pequim anuncia sanções contra 13 empresas norte-americanas por venderem armas a Taiwan

A China anunciou ontem um novo conjunto de sanções contra 13 empresas norte-americanas, por venderem armas a Taiwan, advertindo que a “independência” da ilha é “incompatível” com a paz entre os dois lados do Estreito.

Numa conferência de imprensa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, declarou que as repetidas vendas de armas a Taiwan pelos Estados Unidos constituem “uma grave violação do princípio de ‘Uma só China’” e uma “séria interferência nos assuntos internos” do país asiático.

Lin Jian instou Washington a “honrar os seus compromissos de não apoiar a independência de Taiwan” e “deixar imediatamente de armar” a ilha.

De acordo com um comunicado publicado pela diplomacia chinesa, as 13 empresas afectadas incluem entidades envolvidas no fabrico de veículos aéreos não tripulados, inteligência artificial ou comunicação militar.

As empresas são a Teledyne Brown Engineering, BRINC Drones, Rapid Flight, Red Six Solutions, Shield AI, SYNEXXUS, Firestorm Labs, Kratos Unmanned Aerial Systems, HavocAI, Neros Technologies, Cyberlux Corporation, Domo Tactical Communications e Group W.

Os activos destas empresas na China vão ser congelados e os indivíduos e organizações chinesas vão ser proibidos de cooperar com elas. As medidas afectam também os quadros superiores destas instituições, que ficaram igualmente sujeitos ao congelamento de bens na China e à recusa de vistos de entrada desde ontem.

Déjà vu

Em Outubro passado, a China já tinha sancionado três empresas de defesa norte-americanas, também por fornecerem armas a Taiwan. Esta nova vaga de sanções foi anunciada no mesmo dia em que o líder de Taiwan, William Lai, fez uma escala no território norte-americano de Guam, no âmbito da sua digressão pelo Pacífico Sul.

A questão de Taiwan é um dos principais pontos de fricção entre Pequim e Washington, uma vez que os Estados Unidos são o principal fornecedor de armas a Taipé.

6 Dez 2024

Comércio | Retirada de estatuto de Pequim abalaria alicerces

O embaixador da China nos Estados Unidos afirmou ontem que a eventual revogação do estatuto de nação favorecida, a nível comercial, do país por Washington “abalaria as bases” do comércio mundial.

Num discurso proferido na Câmara Geral de Comércio da China, em Chicago, Xie Feng afirmou que “qualquer tentativa de pôr termo” à designação da China como nação com “relações comerciais normais permanentes (PNTR) espezinharia as regras económicas e comerciais internacionais e abalaria os próprios alicerces do sistema comercial global”.

As observações de Xie referem-se a um projecto de lei apresentado em Novembro pelo congressista republicano John Moolenaar para retirar aquele estatuto, de que China beneficia desde 2000, para “deixar de permitir que o Partido Comunista Chinês se aproveite dos Estados Unidos”, afirmando que as relações comerciais “corroeram” a indústria transformadora norte-americana e transferiram postos de trabalho para o “principal adversário”.

O embaixador chinês afirmou que o estatuto PNTR “não é um favor unilateral dos Estados Unidos, mas uma obrigação de todos os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC)”.

A “dissociação” das cadeias de abastecimento da China equivaleria a “dar um tiro no pé” para os EUA, apontou o diplomata, acrescentando que a guerra comercial “tornou-se numa ‘espada de Dâmocles’ que paira sobre as empresas norte-americanas”. “Transformar as taxas alfandegárias numa arma não é uma panaceia e pode facilmente provocar um círculo vicioso de retaliação”, alertou o emissário chinês.

Xie apelou para “uma nova visão” nas relações entre Pequim e Washington: “O que devemos escolher: ser amigos de 1,4 mil milhões de pessoas ou estar um contra o outro? A resposta é óbvia. Nesta encruzilhada, não podemos voltar atrás ou dar um passo em frente e dois passos atrás”.

Laços em jogo

O regresso à Casa Branca do republicano Donald Trump, que lançou a guerra comercial contra a China, em 2018, no primeiro mandato, ameaça agravar as fricções entre os dois países. A China beneficia do estatuto de economia em desenvolvimento, o que garante tratamento preferencial.

Em causa estão benefícios em tratados internacionais em vigor, que visam apoiar os países mais pobres. As nações em desenvolvimento estão, por exemplo, sujeitas a menos restrições na luta contra as alterações climáticas e as exportações para os países ricos beneficiam de taxas aduaneiras baixas.

Ao abrigo do estatuto de país em desenvolvimento, a China continua, também, a obter empréstimos com taxas preferenciais de organizações internacionais, como o Banco Mundial.

6 Dez 2024

Oposição apresenta moção de destituição do Presidente da Coreia do Sul

Seis partidos da oposição na Coreia do Sul apresentaram ontem uma moção para a destituição do Presidente Yoon Suk-yeol, depois de este ter visto revogada a lei marcial que decretou na véspera. O Partido Democrático (PD) e cinco outros partidos iniciaram assim o processo parlamentar que poderá levar à suspensão do poder do Presidente sul-coreano, cujo partido governa em minoria.

Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para “erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional” das actividades “anti-estatais”, tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).

Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de o parlamento da Coreia do Sul, a Assembleia Nacional, ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.

A apresentação da moção de destituição foi anunciada à comunicação social na Assembleia Nacional pelos 192 deputados dos seis partidos. Os promotores indicaram que tencionam votar a proposta na sexta-feira ou no sábado, dentro do prazo legal de 72 horas para a tramitação deste tipo de iniciativas, uma vez apresentadas.

Para que a proposta seja aprovada, será necessário o apoio de pelo menos 200 dos 300 lugares que compõem o parlamento da Coreia do Sul. O PD e outras forças tinham obtido 190 votos na véspera para revogar a lei marcial, o que significa que só precisariam de mais dez votos para afastar Yoon.

Cerco de críticas

O Partido do Poder Popular, do próprio Yoon, criticou a decisão de aplicar a lei marcial, com o líder do partido, Han Dong-hoon, a prometer trabalhar para “acabar com ela juntamente com o povo”, tendo alguns dos seus deputados votado a favor da revogação.

Se a moção for aprovada, Yoon Suk-yeol será destituído das funções até que o Tribunal Constitucional delibere, durante um período máximo de 180 dias, sobre uma eventual violação da Constituição.

Ministro demite-se

O ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, pediu ontem desculpa ao país e apresentou a demissão após a tentativa falhada do Presidente Yoon Suk-yeol de impor a lei marcial. “Peço desculpa por ter causado confusão e preocupação ao público relativamente à lei marcial”, afirmou Kim num comunicado, segundo a agência sul-coreana Yonhap.

“Assumo a responsabilidade por todos os assuntos relacionados com a lei marcial e apresentei a minha demissão ao Presidente”, anunciou, também citado pela agência francesa AFP. Kim ilibou os soldados que desempenharam funções relacionadas com a lei marcial, referindo que estavam a cumprir as suas ordens como ministro da Defesa.

Milhares na rua

Milhares de manifestantes a manifestaram-se ontem no centro de Seul exigindo a destituição do Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, cuja tentativa de impor a lei marcial na noite de terça-feira mergulhou o país no caos político. Segurando cartazes com frases como “Yoon Suk-yeol deve-se demitir”, os manifestantes marcharam pela avenida principal da capital coreana em direcção ao parlamento para se encontrarem com outro protesto organizado pelos partidos da oposição, disseram os jornalistas da agência de notícias AFP.

Os sul-coreanos saíram às ruas para demonstrar a sua insatisfação com o Yoon Suk-yeol, cuja tentativa de impor a lei marcial no país, na terça-feira, chocou os cidadãos desta jovem democracia. Ao longo do dia, as ruas da capital Seul foram atravessadas por pequenos grupos de manifestantes e polícias, enquanto os sindicatos convocavam uma greve geral e a oposição exigia a demissão do presidente, acusando-o de rebelião.

5 Dez 2024

Mar do Sul | Novo confronto com embarcações filipinas

As Filipinas afirmaram ontem que a guarda costeira chinesa utilizou canhões de água e embateu contra um navio no mar do Sul da China, enquanto Pequim disse que se limitou a “exercer controlo”.

Pequim disse que os navios chineses apenas “exerceram controlo (…) em conformidade com a lei”. “No dia 4 de Dezembro, vários navios filipinos, incluindo navios da Guarda Costeira, tentaram entrar nas águas territoriais chinesas em torno da ilha de Huangyan”, declarou Liu Dejun, porta-voz da Guarda Costeira chinesa, utilizando o nome chinês do recife de Scarborough.

Os navios filipinos “aproximaram-se perigosamente das patrulhas regulares da Guarda Costeira chinesa”, acrescentou. Na quinta-feira passada, o Exército chinês anunciou que ia enviar uma patrulha para perto do recife de Scarborough para “defender firmemente” a soberania, num contexto de tensões bilaterais recorrentes.

Um vídeo publicado pelo Grupo de Trabalho Nacional de Manila para o Mar do Sul da China mostra uma embarcação da Guarda Costeira chinesa a embater contra um barco do Gabinete de Pescas e Recursos Aquáticos, uma agência governamental filipina.

A embarcação chinesa “disparou um canhão de água contra o BRP Datu Pagbuaya [nome do navio], apontando directamente para as antenas de navegação”, afirmou, em comunicado, o porta-voz da Guarda Costeira das Filipinas para o mar do Sul da China, comodoro Jay Tarriela.

A guarda costeira “embateu intencionalmente” contra o navio filipino, antes de disparar uma segunda salva de canhões de água, acrescentou Tarriela. Situado numa zona rica em recursos piscatórios, o recife é reivindicado pela China, que assumiu o controlo em 2012, e pelas Filipinas.

5 Dez 2024

Justiça | Pequim quer juízes focados na resolução de conflitos

Os últimos ataques sangrentos no país levaram um responsável político a apelar à maior consciencialização da justiça na resolução dos conflitos para evitar a escalada de casos e manter a estabilidade social

 

A justiça chinesa deve prestar mais atenção à resolução de conflitos, em vez de se limitar a encerrar casos, afirmou ontem um responsável judicial do país, após uma série de ataques indiscriminados que fizeram dezenas de mortos.

Wang Chengguo, secretário da Comissão de Assuntos Políticos e Jurídicos da província de Zhejiang, escreveu no Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, que o sistema judicial chinês deve concentrar-se na manutenção da estabilidade social como a “principal tarefa”.

A China enfrenta “um número crescente de factores incertos e imprevisíveis”, e a aplicação da lei e o trabalho judicial servem para “alcançar a justiça em casos individuais, reparar relações sociais e fazer avançar a governação social”, afirmou.

Se os funcionários se concentrarem nos procedimentos judiciais e tiverem como único objectivo encerrar rapidamente os casos, ignorando a justiça individual, ou se aplicarem as leis de forma mecânica, para simplificar os casos sem resolver problemas reais, poderão “intensificar os conflitos entre as partes envolvidas”, escreveu Wang.

Apelou para a resolução dos problemas e ao reforço da governação “na raiz” para evitar “a escalada de vários riscos sociais”. O comentário surgiu depois de uma série de assassínios em massa.

Série de desastres

A 11 de Novembro, um homem conduziu deliberadamente contra uma multidão de pessoas que faziam exercício em Zhuhai, na província de Guangdong, vizinha de Macau, causando 35 mortos e 43 feridos. A 16 de Novembro, numa escola profissional em Wuxi, na província de Jiangsu, um antigo estudante matou oito pessoas e feriu 17 num ataque com faca.

Três dias depois, um homem atropelou um grupo de pais e filhos à porta de uma escola primária em Changde, na província central de Hunan. A polícia local informou que várias crianças ficaram feridas e necessitaram de tratamento hospitalar, mas não se registaram mortes.

A polícia local indicou que o suspeito do ataque em Zhuhai, um homem de 62 anos, estava descontente com as decisões do tribunal relativas à divisão dos bens no âmbito do divórcio.

Wang afirmou que, para promover a harmonia social no trabalho judicial, devem existir leis e regulamentos, bem como um mecanismo de resolução de conflitos para incentivar a comunicação entre as partes e procurar um compromisso que satisfaça todos os envolvidos.

O responsável pediu aos voluntários das comunidades residenciais para participarem na resolução de conflitos e apelou para a utilização de grandes volumes de dados e de outras medidas técnicas para promover a eficiência.

Os funcionários devem melhorar as capacidades e “actuar como uma ponte de comunicação” para equilibrar os interesses de todas as partes e resolver os problemas de forma criativa, escreveu.

No mês passado, o Ministério da Justiça da China organizou uma reunião para discutir medidas específicas para a resolução de conflitos e pediu aos funcionários locais para que analisassem “questões matrimoniais, relações de vizinhança, heranças, disputas de propriedade e de terras e salários em atraso”, numa tentativa de “eliminar os problemas pela raiz”.

5 Dez 2024

Assembleia Nacional sul-coreana aprova levantamento de lei marcial

A Assembleia Nacional sul-coreana votou na madrugada de quarta-feira (hora local) a favor do levantamento da lei marcial de emergência decretada pelo Presidente Yoon Suk Yeol visando proteger a “ordem democrática constitucional”,

De acordo com a Constituição do país, a lei marcial deve ser levantada quando uma maioria parlamentar o exigir. De um total de 300 deputados, 190 estavam presentes e todos votaram a favor da moção, pelo que, segundo o gabinete do presidente do parlamento, a declaração da lei marcial fica sem efeito.

Milhares de pessoas concentraram-se em frente à Assembleia Nacional para protestar contra a declaração da lei marcial, enquanto as tropas sul-coreanas tentavam tomar a sede do poder legislativo ao abrigo desta medida de emergência. De acordo com a agência EFE, não se registaram incidentes graves até o momento.

A declaração da lei marcial foi feita depois de o Partido Democrático, na oposição, ter apresentado um projeto de lei orçamental reduzido na comissão parlamentar do orçamento e de ter apresentado moções de impugnação contra um auditor estatal e o procurador-geral.

A imprensa local refere que um comando militar, lançado com a declaração da lei marcial, anunciou um decreto para probir todas as atividades políticas, incluindo protestos e ações partidárias. O decreto foi emitido pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General Park An-su, e entrou em vigor às 23:00 locais.

“Todas as atividades políticas, incluindo as relacionadas com a Assembleia Nacional, as assembleias regionais, os partidos políticos, a formação de organizações políticas, as manifestações e os protestos são proibidos”, declarou Park, informando que o decreto foi proclamado a nível nacional para “defender a democracia livre e a segurança do povo contra as forças anti-estatais que ameaçam derrubar o país”.

O decreto também coloca sob controlo todos os meios de comunicação social, além de ordenar aos médicos estagiários em greve que regressem imediatamente ao trabalho no prazo de 48 horas.

De acordo com o decreto, as pessoas que violarem a lei marcial podem ser detidas ou alvo de rusgas sem mandado.

O acesso à Assembleia Nacional sul-coreana foi bloqueado por guardas parlamentares e pela polícia, depois da declaração da lei marcial. Segundo uma televisão local, helicópteros sobrevoavam o parlamento.

Yoon Suk Yeol declarou hoje “lei marcial de emergência” para proteger a “ordem democrática constitucional”, acusando a oposição de controlar o parlamento e simpatizar com a Coreia do Norte. Durante uma comunicação transmitida pela televisão, Yoon prometeu “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional”.

O Ministério da Defesa convocou uma reunião dos “principais comandantes e apelou a uma vigilância reforçada”, segundo a agência noticiosa local Yonhap. Enfrentando uma diminuição na sua aprovação, Yoon tem-se esforçado por aplicar a sua agenda desde que assumiu o cargo em 2022, contra um parlamento controlado pela oposição.

O partido conservador Poder Popular de Yoon regista um impasse com o Partido Democrático, da oposição liberal, sobre o projeto de lei orçamental para 2025. Yoon tem também rejeitado os apelos a investigações independentes sobre os escândalos que envolvem a sua mulher e altos funcionários, o que tem levado a fortes críticas dos seus rivais políticos.

Partido Democrático já considerou a declaração de lei marcial de Yoon como “inconstitucional e contra o povo”, segundo a agência sul-coreana.

4 Dez 2024

Taiwan | Nova linha telefónica sobre riscos de viajar para China, Macau e Hong Kong

Taiwan anunciou ontem a criação de linhas telefónicas directas para informar os seus cidadãos de riscos para a sua “segurança pessoal” quando viajam para a China continental, Macau e Hong Kong.

O Conselho dos Assuntos Continentais (MAC), o principal órgão político de Taiwan responsável pelas relações com a China continental e as suas duas regiões administrativas especiais, anunciou ainda a elevação do seu aviso aos viajantes para a China para o segundo nível de alerta mais elevado.

Estas linhas directas ajudarão a “responder a questões sobre o funcionamento do sistema ou sobre os riscos de segurança pessoal associados às viagens” para a China, Hong Kong ou Macau, declarou o MAC, em comunicado.

Embora os taiwaneses não sejam obrigados a registar as suas viagens para a China, o número dos que o fizeram este ano disparou, de acordo com os dados divulgados pelo MAC.

Entre Janeiro e Outubro, o número de pessoas que se registaram antes de viajar para a China continental aumentou cerca de 14 vezes, em relação ao ano passado, segundo o MAC. Os registos para Hong Kong e Macau “ultrapassaram cinco vezes o total do mesmo período do ano passado”.

4 Dez 2024

Nepal | PM inicia em Pequim a sua primeira deslocação ao exterior

O primeiro-ministro do Nepal, Khadga Prasad Sharma Oli, chegou a Pequim para uma visita oficial que quebra a tradição diplomática nepalesa segundo a qual o novo líder realiza na Índia a sua primeira deslocação ao exterior.

Khadga Prasad Sharma Oli, que regressou ao poder em Julho após dois mandatos como primeiro-ministro, aterrou em Pequim na segunda-feira à noite, de acordo com imagens transmitidas pela televisão estatal CCTV.

Durante a sua estadia de quatro dias, Oli deve encontrar-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Qiang, proferir um discurso na prestigiada Universidade de Pequim e participar num fórum económico bilateral.

O objectivo destes intercâmbios é “reforçar a amizade de longa data” entre os dois países, nomeadamente no que diz respeito à Iniciativa Faixa e Rota, segundo uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Lançada por Pequim em 2013, a Faixa e Rota tem como objectivo criar novas vias comerciais entre a China e o resto do mundo, através da construção de infra-estruturas, incluindo portos, autoestradas ou linhas ferroviárias.

As discussões entre os dois líderes centrar-se-ão em acordos de investimento anteriores, em particular o aeroporto recentemente concluído na cidade turística central de Pokhara, segundo as autoridades nepalesas.

A escolha da China para a sua primeira viagem ao estrangeiro deveu-se à ausência de um convite oficial de Nova Deli, apontou a imprensa nepalesa. O Nepal, situado entre a China e a Índia, procura manter um equilíbrio entre estas duas potências vizinhas.

Khadga Prasad Sharma Oli, um dos principais dirigentes do Partido Comunista do Nepal – Marxista-Leninista Unificado, tem procurado frequentemente Pequim para reduzir a dependência histórica de Katmandu em relação a Nova Deli.

4 Dez 2024

Camberra anuncia que Pequim levantou as últimas sanções contra os seus produtos

O Governo australiano anunciou ontem que a China concordou em levantar as medidas punitivas sobre a sua carne de bovino, a última de uma série de proibições e taxas impostas por Pequim aos produtos do país desde 2020.

O levantamento afecta as exportações de dois matadouros australianos, depois de a China ter retomado a compra de produtos de carne de outros oito matadouros do país, em Maio passado, marcando “um regresso à normalidade para as exportações de carne de bovino”, referiu um comunicado do Executivo de Camberra.

As exportações de carne bovina para a China – o segundo maior mercado de carne bovina da Austrália depois dos Estados Unidos – ultrapassaram o equivalente a 1.357 milhões de euros, entre 1 de Julho de 2023 e 30 de Junho de 2024, com vendas recorde esperadas no próximo ano, acrescentou o comunicado.

O anúncio de ontem significa que a China concordou em levantar todas as medidas restritivas impostas aos produtos australianos desde 2020 e que começou a relaxar progressivamente desde que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, do Partido Trabalhista, chegou ao poder em Maio de 2022.

No entanto, isso não significa que o comércio bilateral tenha voltado ao normal porque a retoma das exportações australianas de lagosta, anunciada em Outubro passado, ainda não é efectiva na prática.

“Estamos perto do ponto de remover todos os impedimentos comerciais da China que afectam 20 mil milhões de dólares de exportações australianas”, sublinhou o ministro australiano do Comércio, Don Farrell, na declaração de ontem.

Tempos difíceis

A China impôs em 2020 restrições comerciais sobre uma série de produtos da Austrália – país com o qual assinou um acordo de comércio livre em 2015 -, incluindo carvão, cevada, vinho, carne de vaca, lagosta, entre outros, depois de o anterior Governo do conservador Scott Morrison ter insistido numa investigação independente sobre a origem da covid-19.

A medida deteriorou ainda mais as relações entre Pequim e Camberra, que começaram a piorar depois de a Austrália ter aprovado, em 2017, várias leis para fazer face à alegada interferência chinesa na sua política interna e ter proibido, em 2018, a implantação de serviços 5G das empresas chinesas Huawei e ZTE, por razões de segurança.

4 Dez 2024

China / EUA | Pequim anuncia restrições às exportações de metais essenciais

A troca de medidas restritivas entre as duas potências conheceu ontem novos desenvolvimentos que deverão afectar a cadeia de produção tecnológica ao nível civil e militar

 

A China anunciou ontem que vai restringir as exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio, antimónio e grafite, metais essenciais para o fabrico de semicondutores ou baterias, tanto para uso civil como militar.

A medida, que entrou em vigor ontem, surge depois de Washington ter anunciado novas restrições tecnológicas contra a China para limitar a sua capacidade de desenvolver semicondutores avançados, o que Pequim denunciou como “um acto de coerção económica”.

O ministério do Comércio declarou em comunicado que vai proibir a exportação de gálio, germânio ou antimónio com “dupla utilização civil e militar”, ao mesmo tempo que será “mais rigoroso” na exportação de grafite.

A pasta argumentou que tomou esta medida “a fim de proteger a segurança e os interesses da China” e “cumprir as obrigações internacionais como a não-proliferação”.

“Qualquer organização ou indivíduo de qualquer país ou região que viole as disposições acima referidas e transfira ou forneça artigos de dupla utilização originários da República Popular da China a organizações ou indivíduos nos Estados Unidos será responsabilizado nos termos da lei”, advertiu a nota.

Um porta-voz do ministério disse que, nos últimos anos, os EUA “politizaram a utilização de conceitos como o de segurança nacional para restringir a exportação de bens para a China”, e “colocaram empresas chinesas na lista de sanções para as reprimir”.

“Os EUA prejudicaram seriamente os direitos e interesses legítimos destas empresas, bem como a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais”, afirmou.

Segurança primeiro

Em Julho passado, a China anunciou restrições gerais à exportação de gálio e germânio, dois metais essenciais para o fabrico de semicondutores, um produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre Pequim e Washington.

A China é o maior produtor mundial destes dois elementos, sendo responsável pela produção de mais de 95 por cento do gálio e 67 por cento do germânio.

Em Agosto, Pequim anunciou a imposição de restrições à exportação de antimónio, um metal utilizado em vários sectores industriais, como o fabrico de baterias e de retardadores de chama, e de outros elementos estratégicos. Em Outubro, adoptou ajustamentos nas suas políticas de controlo das exportações relacionadas com produtos de grafite, em nome da “segurança nacional”.

O país asiático, principal produtor mundial de grafite, controla uma parte significativa do mercado mundial. Estas novas restrições vêm juntar-se a uma série de medidas semelhantes aplicadas por Pequim nos últimos meses, como a proibição das exportações de tecnologia de fabrico de ímanes de terras raras.

4 Dez 2024

Mar do Sul da China | Submarino russo detectado perto das Filipinas

Um submarino de ataque russo foi detectado ao largo da costa filipina no mar da China Meridional, anunciou ontem o exército filipino.

“Qualquer intrusão no nosso mar das Filipinas Ocidental, na nossa Zona Económica Exclusiva e nas nossas linhas de base é muito preocupante”, disse o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, aos jornalistas, utilizando o termo filipino e não ‘mar do Sul da China’ para se referir às águas imediatamente a oeste do país.

O submarino, um UFA 490, foi detectado na quinta-feira a 148 quilómetros a oeste do cabo Calavite, na ilha de Mindoro, indicou o exército. As Filipinas enviaram um avião e um navio para inspeccionar o submarino, cuja tripulação disse estar à espera de boas condições meteorológicas antes de regressar a Vladivostok, na Rússia.

O porta-voz da Marinha das Filipinas para o mar do Sul da China, Roy Vincent Trinidad, descreveu a situação como “não alarmante”. “Mas estamos surpreendidos porque se trata de um submarino muito especial”, acrescentou.

O submarino UFA, que foi visto pela última vez em águas filipinas no domingo, tem 74 metros de comprimento e é capaz de disparar mísseis Kalibr-PL com um alcance de até 12.000 quilómetros, de acordo com a agência de notícias estatal russa TASS.

3 Dez 2024

Japão | DMM Bitcoin anuncia fecho após roubo milionário

A empresa de comércio de criptomoedas DMM Bitcoin japonesa anunciou ontem que vai fechar após ter sofrido um roubo informático de 48,2 mil milhões de ienes (cerca de 300 milhões de euros) em Maio.

A empresa afirmou que, tendo em conta a situação, e para “proteger os clientes”, decidiu suspender a actividade após a conclusão da devolução de activos aos clientes prevista para Março de 2025, indicou em comunicado.

Este anúncio surgiu depois de a DMM Bitcoin, com sede em Tóquio, ter interrompido as transacções há mais de meio ano, na sequência do ataque de Maio, tornando os clientes incapazes de comprar novas criptomoedas ou de transferir as próprias para outras empresas.

“Continuamos a investigação sobre a fuga de ‘criptoassets’ [activos digitais] que ocorreu em 31 de Maio de 2024”, acrescentou.

A empresa japonesa indicou igualmente que vai transferir os activos para a SBIVC Trade, uma empresa do SBI, um dos principais grupos financeiros do Japão. Nos termos deste acordo, todas as contas e activos detidos serão transferidos para o grupo em Março de 2025.

De acordo com o último relatório financeiro, a DMM Bitcoin tem 450 mil contas de clientes e activos no valor de 96 mil milhões de ienes (600 milhões de euros).

3 Dez 2024

Japão | Autoridades apanham e matam urso que atacou empregado de supermercado

Um urso negro asiático foi ontem capturado e morto em Akita, no nordeste do Japão, depois de no sábado ter entrado num supermercado onde atacou e feriu um funcionário, disse a polícia local. O animal foi apanhado ontem de manhã (hora local) numa das armadilhas com mel, maçãs e pão que as autoridades montaram numa área de armazenamento da loja.

Cerca de 20 empregados do supermercado foram surpreendidos no sábado pela entrada do urso, com cerca de um metro de altura, quando se preparavam para o início do dia, antes da abertura ao público. O animal atacou um dos trabalhadores, de 47 anos, que sofreu ferimentos na testa e nas orelhas, embora sem perigo de vida, indicou a polícia e os meios de comunicação locais.

As autoridades japonesas pediram ao público para se manter vigilante neste Outono, antes de os ursos entrarem em hibernação, tanto nas zonas rurais como nas urbanas, devido ao número recorde de avistamentos de ursos em zonas povoadas este ano.

Perante o aumento do número de avistamentos e ataques de ursos negros asiáticos nos últimos anos, vários municípios japoneses implementaram sistemas de vigilância digital para localizar os ursos que vagueiam em zonas habitadas por humanos.

O sistema de monitorização da cidade de Akita registou quatro avistamentos na sexta-feira, numa cidade com cerca de 300 mil residentes.

Especialistas disseram acreditar que o número crescente de encontros com ursos no Japão se deve aos efeitos das alterações climáticas, que estão a tornar escassos alimentos, empurrando os animais a procurar frutos e insectos em zonas povoadas.

3 Dez 2024

Poluição | Acordo global sobre plásticos falhou

Mais de 170 países procuraram, durante cerca de uma semana, na Coreia do Sul, chegar a um acordo para a redução do plástico no planeta. As negociações acabaram por fracassar completamente e desconhece-se, para já, se haverá lugar a uma nova tentativa em 2025

 

As negociações para um tratado global contra a poluição de plásticos fracassaram domingo ao fim de uma semana de discussão em Busan, na Coreia do Sul, perante a oposição de um grupo de países produtores de petróleo.

“Várias questões críticas ainda nos impedem de chegar a um acordo geral. Estas questões não resolvidas continuam espinhosas e será necessário mais tempo para resolvê-las de forma eficaz”, declarou o embaixador equatoriano Luis Vayas Valdivieso, que preside os debates.

Durante uma semana, representantes de mais de 170 países tentaram encontrar uma solução para reduzir a poluição de plásticos que invade os oceanos, os solos e se infiltra no corpo humano.

Se nada for feito, a poluição por plástico poderá triplicar em todo o mundo até 2060, depois de a produção global ter triplicado para 1,2 mil milhões de toneladas, em comparação com as 460 milhões de toneladas em 2019, segundo um cálculo da OCDE.

Ao abrir a última sessão plenária das negociações, o diplomata apontou três pontos de bloqueio e de divergência: um princípio de redução da produção global de plástico, o estabelecimento de uma lista de produtos ou moléculas consideradas perigosas para a saúde e o financiamento da ajuda aos países em desenvolvimento.

Após dois anos de conversações, os delegados representados na quinta e supostamente última reunião do Comité Intergovernamental de Negociação para um Tratado Contra a Poluição Plástica (INC-5) tinham até domingo para chegar a um acordo.

Mas, desde que os debates começaram em 25 de Novembro, as discussões transformaram-se num diálogo inconsequente entre uma maioria de países que querem um acordo ambicioso e um grupo de Estados produtores de petróleo liderados pela Rússia, Arábia Saudita e Irão.

Um diplomata europeu que participou nas negociações descreveu à agência AFP intermináveis reuniões dentro dos vários grupos de contacto, que se prolongaram até às primeiras horas da manhã sem o mínimo progresso.

“Vimos até 60 intervenções de cinco minutos cada para alterar uma simples frase”, lamentou o diplomata, para quem é preferível “sair sem acordo do que com um mau acordo”.

Sem solução

A frustração cresceu, ao longo da semana, no seio da “Coligação de Altas Ambições”, que reúne países a favor de um tratado forte que aborde todo o “ciclo de vida” do plástico, desde a produção de polímeros à base de produtos petrolíferos até à recolha, triagem e reciclagem.

Esta coligação opôs-se aos países produtores de petróleo, que defendem que o futuro acordo deve apenas dizer respeito à gestão de resíduos e à reciclagem de resíduos plásticos. “O problema é a poluição, não o plástico em si”, justificou o delegado saudita, Abdulrahmane Al Gwaiz, durante a última conferência plenária.

Este atraso está a ter “consequências desastrosas para as pessoas e para o planeta, sacrificando implacavelmente aqueles que estão na linha da frente desta crise”, alertou o delegado da organização ambientalista Greenpeace, Graham Forbes. A data e o local da próxima ronda de negociações, em 2025, ainda não foram anunciados.

3 Dez 2024

Lituânia | China ameaça retaliar expulsão de funcionários da sua embaixada

A China anunciou ontem que se reserva o direito de tomar “contramedidas” depois de a Lituânia ter expulso três funcionários da embaixada chinesa em Vílnius.

“A China condena veementemente e rejeita com firmeza esta acção gratuita e provocatória”, declarou um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado. Na semana passada, Vílnius anunciou que três funcionários da embaixada chinesa eram “indesejáveis no país”.

A Lituânia não deu razões precisas para esta decisão, mas referiu-se a “actividades que violam a Convenção de Viena e a lei da República da Lituânia”. As relações entre Pequim e Vílnius deterioraram-se desde 2021, devido à abertura de um “Gabinete de Representação de Taiwan” na Lituânia.

Na mesma declaração, a China acusou a Lituânia de “minar a soberania e a integridade territorial da China” e de “minar” as relações entre os dois países durante “três anos”.

As relações entre as duas capitais deterioraram-se ainda mais em meados de Novembro, depois de terem sido cortados cabos submarinos no Mar Báltico, incluindo um que ligava a ilha sueca de Gotland à Lituânia.

As suspeitas recaem sobre um navio chinês, o Yi Peng 3, que passou por cima dos cabos quando estes se romperam, segundo os portais de controlo do tráfego marítimo.

A Suécia abriu uma investigação sobre a sabotagem e a Lituânia anunciou a criação de uma equipa conjunta de investigadores com a Suécia e a Finlândia, com a assistência da Eurojust, a agência da União Europeia responsável pela cooperação judicial.

3 Dez 2024

Síria | China apoia os esforços de Damasco para manter estabilidade

A China assegurou ontem que “apoia os esforços da Síria para manter a sua segurança nacional e estabilidade”, após a ofensiva lançada por grupos insurrectos, que ocuparam grande parte da cidade de Alepo.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian disse em conferência de imprensa que a China está “profundamente preocupada com a situação no noroeste da Síria”. Lin afirmou que a China, “como país amigo da Síria”, está “disposta a fazer esforços positivos para evitar uma maior deterioração da situação” no país árabe.

Uma coligação de insurgentes, liderada pela aliança islamista Organização de Libertação do Levante – que se separou em 2016 do ramo sírio da Al-Qaeda – juntamente com outras facções apoiadas pela Turquia, lançou uma ofensiva contra o governo sírio na quarta-feira e assumiu o controlo total da província de Idlib, no noroeste do país, de grande parte da cidade de Alepo e de partes do norte de Hama, no centro da Síria.

O exército sírio é apoiado por aviões russos e efectuou dezenas de bombardeamentos contra posições rebeldes. Os ataques de Damasco e Moscovo intensificaram-se para repelir o avanço dos rebeldes islamitas, que lançaram na quarta-feira uma ofensiva contra o governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

O líder sírio visitou a China no ano passado, onde se encontrou com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e anunciou o estabelecimento de uma “parceria estratégica” entre Damasco e Pequim.

3 Dez 2024

Inaugurado novo gasoduto entre Moscovo e Pequim

Um novo gasoduto que liga a Rússia à China através de uma conduta de 5.111 quilómetros, capaz de transportar até 38 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano, começou ontem a funcionar, avançou a imprensa chinesa.

O gasoduto, a partir da província chinesa de Heilongjiang, foi concebido para fornecer até 38 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano, uma capacidade que deve satisfazer a procura de várias regiões importantes da China, incluindo as três províncias do nordeste, a região Pequim-Tianjin-Hebei e o delta do rio Yangtsé.

De acordo com a televisão estatal CCTV, o fornecimento vai satisfazer as necessidades anuais de gás de aproximadamente 13 milhões de agregados familiares urbanos nestas áreas.

O lançamento do projecto visa a cooperação energética entre os dois países, numa altura em que a Rússia tem aumentado as exportações para a Ásia, visando compensar as perdas causadas pelas sanções ocidentais, e os danos causados às infra-estruturas de abastecimento à Europa.

Em Outubro, o gigante russo do gás Gazprom e a empresa petrolífera chinesa China National Petroleum Corporation chegaram a novos acordos para aumentar o volume de fornecimentos. Este ano, a empresa russa fornecerá à China mais mil milhões de metros cúbicos de gás, afirmou Vitali Markelov, vice-presidente do consórcio russo, durante o Fórum Internacional do Gás, em São Petersburgo.

As duas empresas concordaram também em maximizar os fornecimentos diários através do gasoduto Siberian Force, que começou a funcionar em 2019 e transporta actualmente até 38 mil milhões de metros cúbicos por ano.

Boa vizinhança

Após a eclosão da guerra na Ucrânia, a sabotagem dos gasodutos Nord Stream, que fornecem gás à Alemanha através do leito do Mar Báltico, e a imposição de sanções ocidentais, a Rússia procurou diversificar as exportações de gás e de petróleo bruto, virando-se para a Ásia e, em particular, para a China e a Índia.

A parceria estratégica entre China e Rússia aprofundou-se ainda mais desde o início da invasão russa da Ucrânia, que a China nunca condenou.

Pequim apresenta-se como parte neutra no conflito e diz não estar a fornecer armas a nenhum dos lados. Mas os Estados Unidos e a Europa acusam regularmente a China de oferecer à Rússia um apoio económico crucial para o seu esforço de guerra.

O comércio entre China e Rússia registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3 por cento, para 240 mil milhões de dólares.

3 Dez 2024

Ucrânia | MNE chinês diz que Pequim está empenhada em promover conversações de paz

A responsável pela diplomacia alemã esteve de visita a Pequim para participar na sétima ronda do Diálogo Estratégico China – Alemanha sobre Diplomacia e Segurança. Pequim e Berlim manifestaram a intenção de procurar soluções que ajudem a pôr fim ao conflito na Ucrânia e às disputas comerciais

 

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, garantiu ontem à sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, que a China está empenhada em “promover as conversações de paz na Ucrânia”, apelando à cooperação entre Pequim e Berlim.

Na sétima ronda do Diálogo Estratégico China – Alemanha sobre Diplomacia e Segurança, Wang disse a Baerbock que “as divergências e diferenças entre a China e a Alemanha não devem ser um obstáculo” à cooperação entre os dois países.

“A China está a responder a todas as incertezas externas com base nas suas próprias convicções”, apontou o ministro, em Pequim.

“O mundo está a enfrentar múltiplos desafios e os factores de incerteza, instabilidade e imprevisibilidade aumentaram significativamente. Quanto mais turbulento é o mundo, mais as grandes potências devem manter a sua compostura. A relação entre as grandes potências deve permanecer estável”, disse.

O diplomata acrescentou que a China e a Alemanha devem “aderir a um tom de diálogo e cooperação”, pondo de lado as “mentalidades de confronto da Guerra Fria”.

“Temos de responder conjuntamente aos desafios globais, esforçarmo-nos por promover a cooperação prática e defender o desenvolvimento multilateral. A China e a Alemanha devem mostrar a sua responsabilidade enquanto países importantes”, acrescentou.

Transparência total

De acordo com o comunicado das autoridades chinesas, Baerbock manifestou esperança de que a China, enquanto parceiro da Europa, possa “desempenhar um papel mais activo” para pôr fim à guerra na Ucrânia, embora tenha assegurado, numa conferência de imprensa posterior, que “o apoio crescente da China” à agressão militar da Rússia contra a Ucrânia “teve impacto” nas relações entre Berlim e Pequim.

“O apoio crescente da China à guerra da Rússia contra a Ucrânia tem um impacto nas nossas relações, uma vez que os interesses fundamentais de segurança da Alemanha e da Europa foram afectados”, afirmou Baerbock.

O Presidente russo, Vladimir Putin, “não só está a destruir a ordem de paz europeia com a sua guerra, como também está a deslocar-se para a Ásia através da Coreia do Norte”, afirmou.

A diplomata acrescentou que discutiu com o seu homólogo chinês Wang Yi a forma de “iniciar um processo de paz justo”, sublinhando que os membros do Conselho de Segurança da ONU têm “a responsabilidade pela paz no mundo”.

“Estamos aqui para deixar claro, com total transparência, por que razão estamos tão preocupados com a segurança da nossa própria paz na Europa”, afirmou.

Questão comercial

A chefe da diplomacia alemã apelou ainda a Pequim para que trabalhe “de forma construtiva” para “encontrar uma solução” para os atritos comerciais com a União Europeia, que impôs taxas punitivas sobre os automóveis eléctricos chineses.

“A China é o nosso segundo parceiro comercial mais importante. 5.000 empresas alemãs mantêm mais de um milhão de postos de trabalho na China. E o inverso também é verdade: a União Europeia continua a ser o mercado mais importante para a China. Temos interesses complementares”, afirmou Baerbock.

No entanto, a ministra afirmou que “existem regras comuns” que devem ser respeitadas, “especialmente numa altura em que algumas pessoas querem derrubar pontes no comércio internacional”.

“O que nos une é que nem a China nem nós, na Europa, somos a favor de uma guerra comercial”, afirmou. Wang reiterou a posição da China de que as taxas alfandegárias da UE “violam os princípios da concorrência leal e do comércio livre”.

3 Dez 2024

EUA | Pedida libertação imediata e incondicional de jornalista veterano condenado

Os Estados Unidos pediram no sábado a libertação imediata e incondicional do jornalista Dong Yuyu, condenado na China a sete anos de prisão por acusações de espionagem. “Apoiamos Dong e a sua família e pedimos a sua libertação imediata e incondicional”, destacou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado.

Um tribunal de Pequim condenou no sábado o veterano jornalista de 62 anos a sete anos de prisão sob a acusação de espionagem, segundo um comunicado da sua família citado pela agência Efe. Dong, antigo editor do jornal Guangming Daily, afiliado do Partido Comunista da China (PCC), foi detido em Fevereiro de 2022 após um encontro com um diplomata japonês na capital chinesa.

Miller elogiou o trabalho de Dong como jornalista e editor com vasta experiência, bem como as suas contribuições para os laços EUA-China. Segundo a família de Dong, não estiveram presentes durante a leitura da decisão, nem os seus advogados. Também não receberam nenhuma cópia da sentença.

Através de um comunicado, a presidente do Clube Nacional de Imprensa dos Estados Unidos, Emily Wilkins, afirmou que o tipo de actividades de que Dong Yuyu é acusado inclui falar com diplomatas da Embaixada do Japão em Pequim e almoçar com eles em locais públicos.

“Estas são actividades normais para os jornalistas e Dong interagiu com diplomatas ocidentais durante muitos anos sem se queixar”, frisou. Por esta razão, Wilkins instou o Governo do Japão a refutar imediatamente estas “acusações infundadas contra os seus diplomatas e a Embaixada onde trabalham”.

“Este caso parece ter todas as características de uma detenção arbitrária. Estamos a explorar a possibilidade de abrir um processo junto do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária em nome de Dong Yuyu”, acrescentou.

2 Dez 2024