Hoje Macau China / ÁsiaHavai | Pequim “condena firmemente” escala de líder taiwanês A China declarou ontem que “condena firmemente” a autorização concedida pelos EUA ao líder taiwanês, Lai Ching-te, para fazer escala no Havai, antes de uma digressão por ilhas do Pacífico. Esta foi a primeira paragem da viagem que vai levar o líder taiwanês a países insulares do Pacífico que mantêm relações diplomáticas com Taipé e que William Lai apresentou como sendo a entrada numa “nova era democrática”, mas que suscitou a ira chinesa. Pequim considera Taiwan, governada autonomamente desde 1949, uma província chinesa. “A China condena firmemente a organização pelos Estados Unidos do ‘trânsito’ de Lai Ching-te e apresentou um protesto solene junto dos Estados Unidos”, declarou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado. “A China vai acompanhar de perto a evolução da situação e adoptar medidas resolutas e eficazes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial”, sublinhou. No Havai, Lai Ching-te foi recebido pelo governador estadual, Josh Green, e por Ingrid Larson, directora em Washington da representação norte-americana em Taipé. O líder taiwanês deverá visitar as Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau, as únicas nações da região entre os 12 aliados que reconhecem Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim disposta a cooperar na investigação a cargueiro suspeito de romper cabos A China afirmou ontem estar disposta a cooperar na investigação sobre o potencial papel de um cargueiro chinês na ruptura de cabos submarinos no Mar Báltico, na sequência do pedido de cooperação feito pela Suécia. A ruptura de dois cabos submarinos no Mar Báltico, a 17 e 18 de Novembro, é considerada como um possível acto de sabotagem. O navio chinês Yi Peng 3 está retido em águas internacionais perto da costa dinamarquesa, por suspeita de ser responsável pelo acto de sabotagem, que está a ser investigado pela Suécia. Estocolmo quer que o graneleiro regresse às suas águas territoriais para ajudar na investigação. “A China está disposta a cooperar com os países envolvidos para apurar os factos e garantir que a verdade é revelada”, afirmou Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China e a Suécia estão em estreita comunicação sobre esta questão”, sublinhou a porta-voz, durante uma conferência de imprensa regular. Suspeito principal Na quinta-feira, a Suécia enviou à China um pedido oficial de cooperação para “esclarecer” o papel do cargueiro chinês ancorado ao largo da sua costa. “Ainda não se trata de uma acusação, mas há um desejo muito claro da parte da Suécia” de compreender exactamente o que aconteceu, disse o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, numa conferência de imprensa, na quinta-feira. O Yi Peng 3, um navio graneleiro construído em 2001, navegava na zona dos cabos na altura em que estes foram cortados, de acordo com os portais de localização de navios, sem que nada o incriminasse até ao momento. A marinha dinamarquesa e a guarda costeira sueca têm estado a vigiar o cargueiro, que está preso desde 19 de Novembro no estreito de Kattegat, entre a Suécia e a Dinamarca. Ao mesmo tempo, a Finlândia abriu um inquérito por “danos criminais agravados” e “interferência agravada nas telecomunicações” relativamente aos danos causados ao cabo germano -finlandês. A Lituânia anunciou na quarta-feira a criação de uma equipa de investigação conjunta com a Suécia e a Finlândia, coordenada pela Eurojust, a agência de cooperação judiciária da União Europeia.
Hoje Macau China / ÁsiaActividade industrial aumenta pelo segundo mês consecutivo na China Os resultados do sector da indústria transformadora são os melhores desde Abril e transmitem bons indicadores sobre o ambiente empresarial A actividade da indústria transformadora da China aumentou em Novembro pelo segundo mês consecutivo, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgado no sábado. O PMI situou-se em 50,3 pontos em Novembro, contra 50,1 no mês anterior, e de acordo com as expectativas dos analistas, indicou o Gabinete Nacional de Estatística (NBS) chinês, referindo que é também o melhor valor desde Abril deste ano, quando atingiu 50,4. Entre Maio e Setembro, o indicador não ultrapassou os 50 pontos: um valor acima desse montante representa um crescimento da actividade no sector, em comparação com o mês anterior, enquanto um valor abaixo desse limiar representa uma contracção. Dos cinco subíndices que compõem o PMI da indústria transformadora, em Novembro, registaram-se aumentos na produção (52,4), nas encomendas (50,4) – esta é a principal medida da procura – e nos prazos de entrega (50,2). As reservas de matérias-primas e o emprego situaram-se abaixo de 50 pontos. O funcionário estatístico da NBS, Zhao Qinghe, atribuiu a recuperação do PMI da indústria transformadora à “recuperação tanto da oferta como da procura” e à “melhoria do ambiente empresarial nas pequenas e médias empresas”. “As expectativas do mercado são positivas. A maioria das empresas da indústria transformadora aumentou a confiança no mercado a longo prazo e está optimista quanto ao desenvolvimento da indústria”, afirmou. Pequeno tropeção O gabinete também divulgou no sábado o PMI do sector não transformador, que mede a actividade nos sectores dos serviços e da construção, e que se situou em 50 pontos, contra 50,2 em Outubro. A construção caiu de 50,4 para 49,7, enquanto o sector dos serviços manteve o mesmo valor do mês anterior (50,1). O PMI composto, que inclui as indústrias transformadoras e não transformadoras, situou-se em 50,8 pontos, o mesmo valor de Outubro.
Hoje Macau China / ÁsiaMarte | Pequim planeia trazer amostras até 2031 A China planeia recolher amostras do solo de Marte até 2031, através da missão Tianwen-3, que combinará a aterragem, recolha e entrega numa operação integrada, informou ontem a agência de notícias oficial Xinhua. O plano prevê dois lançamentos por volta de 2028, com o objectivo de pousar e recolher amostras no mesmo ponto do planeta vermelho, dando prioridade a regiões geologicamente diversas como Chryse Planitia e Utopia Planitia, de um total de 86 destinos possíveis. Estas áreas, que incluem litorais, deltas e lagos antigos, são consideradas candidatas à procura de possíveis formas de vida preservadas nos seus sedimentos. A missão, descrita em pormenor pelo Laboratório de Exploração do Espaço Profundo da China na revista National Science Review, terá instrumentos especificamente concebidos para detectar traços de vida, optimizando a preservação de amostras recolhidas à superfície e por perfuração. O laboratório referiu ainda que a missão Tianwen-3 faz parte de um programa de exploração mais alargado, que inclui a futura missão Tianwen-4 para estudar o sistema de Júpiter e a sua evolução. A estratégia, de acordo com o cientista chefe da missão, Hou Zengqian, e o seu projectista chefe, Liu Jizhong, inclui considerações como “onde recolher amostras”, “o que escolher”, “como recolher” e “como utilizar” os materiais recolhidos. A China investiu fortemente no programa espacial nos últimos anos, alcançando marcos importantes como a alunagem da sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua, a chegada a Marte e a construção da Tiangong, que funcionará durante cerca de dez anos. A plataforma chinesa poderá tornar-se a única estação espacial do mundo a partir de 2031, se a Estação Espacial Internacional, dirigida pelos Estados Unidos e interdita à China, devido aos laços militares do seu programa espacial, se retirar como previsto.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Militar de alta patente sob investigação na China A China suspendeu ontem um alto oficial do Exército, que está a ser investigado por suspeitas de corrupção, de acordo com o ministério da Defesa chinês. O oficial Miao Hua é director do Departamento de Trabalho Político, na poderosa Comissão Militar Central, que supervisiona o Exército de Libertação Popular. Miao está a ser investigado por “graves violações da disciplina”, disse o porta-voz do ministério da Defesa, Wu Qian. Este oficial é um dos cinco membros do órgão que supervisiona o maior exército permanente do mundo, para além do líder chinês, Xi Jinping, que dirige a comissão. Este é o terceiro grande abalo recente no sector da Defesa da China. Em Junho, o país anunciou que o antigo ministro da Defesa, Li Shangfu, e o seu antecessor, Wei Fenghe, foram acusados de corrupção e expulsos do Partido Comunista, por suspeitas de corrupção e suborno. Também foram afastados, nos últimos meses, entre outros, os dois chefes da Força de Foguetões, de que depende o programa nuclear chinês. Após ascender ao poder, há pouco mais de 10 anos, Xi lançou uma vasta campanha contra a corrupção, que se estendeu ao Exército.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim saúda acordo alcançado com EUA para troca de prisioneiros A China saudou ontem o acordo alcançado com os Estados Unidos para a troca de prisioneiros, embora não tenha especificado quem são os cidadãos chineses que cumpriam penas em solo norte-americano e que foram libertados. Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca anunciou na quarta-feira a libertação de Mark Swidan, Kai Li e John Leung, que se encontravam detidos na China. Entretanto, Washington libertou três cidadãos chineses que cumpriam penas nos Estados Unidos, confirmou ontem a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa. “Após os esforços incansáveis do Governo chinês, três cidadãos chineses que tinham sido injustamente detidos pelos Estados Unidos regressaram a casa em segurança. Isto prova mais uma vez que a China nunca abandona os seus compatriotas em momento algum”, afirmou Mao. Sublinhou que Pequim “sempre se opôs à perseguição de cidadãos chineses para fins políticos” e que “como sempre, tomará as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos dos seus cidadãos”. “Nesta ocasião, foi repatriado um fugitivo que se encontrava em fuga nos Estados Unidos há muitos anos. Este facto demonstra igualmente que nenhum lugar pode servir como refúgio seguro para os criminosos para sempre. O Governo chinês continuará a perseguir os fugitivos e a recuperar os bens roubados. Persegui-los-emos até ao fim”, declarou Mao, que não entrou em pormenores sobre os cidadãos chineses libertados. Mao referiu ainda que os Estados Unidos baixaram o alerta de viagem para a China do nível 3 para o 2, retirando a etiqueta de “risco de detenção injusta”, o que, afirma, “reforçará os intercâmbios entre os dois países”. “Sempre nos opusemos à criação artificial de um ‘efeito desencorajador’ nas viagens e esperamos que a parte norte-americana continue a criar mais conveniência para promover os intercâmbios culturais entre os dois países”, disse Mao. Últimos cartuchos De acordo com as autoridades norte-americanas, o Presidente Joe Biden abordou a questão dos detidos com o Presidente chinês, Xi Jinping, este mês, na sua terceira reunião bilateral em Lima, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico. Durante o mandato de Biden, que termina em Janeiro, Washington colocou a questão dos detidos norte-americanos no topo da agenda bilateral com Pequim e, em Agosto, o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, trabalhou com os seus homólogos chineses sobre a questão durante uma visita à China. Swidan, um texano de 48 anos, estava no corredor da morte na China desde 2012, acusado de tráfico de droga, que os Estados Unidos alegam ser falso. Leung, 78 anos, estava a cumprir uma pena de prisão perpétua por alegada espionagem, enquanto Li estava preso na China desde 2016.
Hoje Macau China / ÁsiaDemografia | Xi admite melhoria da qualidade de vida face a declínio populacional Xi Jinping defendeu a política demográfica levada a cabo pelo país e define metas para aumentar a qualidade de vida da população no futuro O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu num artigo que o declínio populacional pode beneficiar o futuro desenvolvimento da China, enaltecendo a redução da pressão sobre os recursos e um modelo de desenvolvimento centrado na qualidade. No artigo, difundido na revista Qiushi, a principal publicação do Partido Comunista Chinês sobre teoria política, Xi afirmou que a decisão de implementar a política de filho único foi correcta, uma vez que permitiu conter eficazmente o crescimento excessivo da população e impulsionar o desenvolvimento da China. “O nosso país completou em décadas o processo de industrialização que levou centenas de anos aos países desenvolvidos, resultando numa rápida transição populacional e numa redução precoce da população”, escreveu. Reconhecendo que a redução da população pode ter “efeitos adversos”, incluindo diminuição da mão-de-obra disponível e queda no consumo e investimento, o líder chinês destacou os “efeitos positivos”, como a redução da pressão sobre os recursos e a transição para um modelo económico focado na qualidade. “É de notar que o dividendo demográfico está relacionado não só com a quantidade e a estrutura da população, mas também com a qualidade da população, as políticas económicas e as medidas de apoio”, sublinhou. “O nível de educação da população continua a aumentar e o dividendo demográfico abrangente ainda tem vantagens significativas”, indicou. A população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas em 2023, a segunda queda anual consecutiva, face à descida dos nascimentos e aumento das mortes. Em 2022, quando se deu o primeiro declínio desde 1961, a China perdeu 850 mil habitantes. Desde que abandonou a política do filho único, em 2016, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso. O maior custo de vida e com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos. Mais qualidade Em 2050, a ONU previu que 31 por cento dos chineses terão 65 anos ou mais. Em 2100, essa percentagem será de 46 por cento. A ONU estimou que a população da China desça dos actuais 1,4 mil milhões para 639 milhões, até ao final deste século, uma queda bem mais acentuada do que os 766,7 milhões previstos há apenas dois anos. Xi Jinping pediu aos quadros do Partido Comunista um “desenvolvimento económico e social de alta qualidade através de um desenvolvimento demográfico de alta qualidade”. “Ao promover um desenvolvimento populacional de alta qualidade, vamos construir uma base de recursos humanos de alto calibre, acelerar a formação de um novo padrão de desenvolvimento e concentrarmo-nos na promoção de um desenvolvimento de alta qualidade”, frisou. O líder chinês destacou a educação, saúde e “qualidade moral” como pilares para uma população de “alta qualidade”. “Temos de melhorar de forma abrangente a qualidade científica e cultural da população. Aumentar o nível de educação e a média de anos de escolaridade da população activa. Optimizar os níveis e os tipos de ensino superior, as disciplinas académicas, as estruturas profissionais e as estruturas de cultivo de talentos, e acelerar a construção de um sistema moderno de ensino profissional”, frisou. O líder chinês enfatizou ainda a importância de “promover o crescimento saudável das crianças” e “reforçar a gestão da saúde no que se refere às principais doenças crónicas e aumentar a esperança de vida saudável”. “Devemos elevar de forma abrangente a qualidade ideológica e moral da população. Utilizar os valores fundamentais socialistas para moldar as almas e educar as pessoas, reforçar a construção da integridade, promover o espírito de trabalho e de luta e melhorar os padrões morais e a civilidade de toda a população”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Volkswagen anuncia venda das suas operações O construtor automóvel alemão Volkswagen anunciou ontem a venda das suas operações na região chinesa de Xinjiang, onde Pequim é acusada de violações dos Direitos Humanos. A empresa vai vender a sua fábrica na capital de Xinjiang, Urumqi, bem como uma pista de testes em Turpan, a uma empresa chinesa, informou um porta-voz do grupo, em comunicado. A empresa invocou “razões económicas” e um “realinhamento estratégico” para justificar a sua decisão. Desde há vários anos, governos ocidentais e organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam Pequim de exercer uma campanha repressiva contra os uigures e outras minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang. A região do noroeste da China alberga uma série de fornecedores de empresas multinacionais, incluindo grandes marcas europeias e norte-americanas. Há muito que a Volkswagen está no centro das atenções por causa da sua fábrica de Urumqi, inaugurada em 2013, na qual a empresa tem uma participação através do seu parceiro local SAIC. No início deste ano, o diário financeiro alemão Handelsblatt afirmou que a construção da pista de testes da VW em Turpan, em 2019, poderia ter envolvido trabalho forçado. A Volkswagen respondeu que não tinha encontrado provas de violações dos Direitos Humanos relacionadas com o projecto. No seu comunicado de imprensa, o fabricante alemão declarou que todas as suas operações na região seriam transferidas para a empresa chinesa Shanghai Motor Vehicle Inspection Center.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong defende integridade financeira e adverte Estados Unidos O governo de Hong Kong advertiu que as acções políticas norte-americanas podem ameaçar as relações bilaterais, em resposta a uma carta da Câmara de Representantes dos EUA que questiona o estatuto da cidade como centro económico internacional. O executivo da região semiautónoma chinesa repudiou esta carta enviada à secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmando ser infundada e prejudicial à reputação da região, de acordo com um comunicado divulgado pelas autoridades na terça-feira. Além disso, o governo de Hong Kong garantiu que tem vindo a aplicar as sanções impostas pelas Nações Unidas e que mantém um mecanismo eficaz para aplicar as resoluções, incluindo o controlo de navios e empresas suspeitas, para evitar a evasão às sanções. Um porta-voz das autoridades da antiga colónia britânica classificou o documento como uma “tentativa grosseira e repreensível” de espalhar desinformação para fins políticos. Sublinhou que as leis de segurança nacional da cidade “garantem um ambiente estável e previsível que permite o crescimento da economia e das empresas”, referindo que a comunidade empresarial internacional continua a ter confiança em Hong Kong. O porta-voz salientou a integridade dos sistemas financeiros locais, destacando que os bancos e instituições do território cumprem as normas internacionais, nomeadamente em matéria de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo. As autoridades locais reafirmaram ainda o empenho no Estado de Direito no âmbito do quadro ‘um país, dois sistemas’, salientando que os direitos e liberdades fundamentais são protegidos pela Lei Básica. O conceito ‘um país, dois sistemas’, originalmente proposto pelo líder chinês Deng Xiaoping e aplicado pela primeira vez em 1997 e 1999, com a transferência de soberania de Hong Kong e de Macau, respectivamente, prevê ao longo de 50 anos um determinado grau de autonomia para as duas regiões, com foco no respeito pelas liberdades e garantias dos cidadãos. Dedo apontado Na segunda-feira, legisladores norte-americanos instaram as autoridades dos EUA a reavaliar o tratamento dado aos bancos de Hong Kong e acusaram a cidade de se ter tornado “um centro de lavagem de dinheiro e de ajuda aos países autoritários para contornar as sanções”. “Desde a imposição da Lei de Segurança Nacional por Pequim, Hong Kong deixou de ser um centro financeiro global de confiança para se tornar um actor fundamental no crescente eixo autoritário que inclui a China, o Irão, a Rússia e a Coreia do Norte”, argumentaram. Os congressistas acrescentam que Hong Kong “se tornou líder mundial em práticas como a importação e reexportação para a Rússia de tecnologia ocidental proibida, a criação de empresas de fachada para a compra de petróleo iraniano proibido, a facilitação do comércio de ouro de origem russa e a gestão de navios fantasma envolvidos no comércio ilegal com a Coreia do Norte”. Pequim impôs em Hong Kong uma lei de segurança nacional em Junho de 2020 que proíbe actos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras, em resposta aos protestos que abalaram em 2019 a cidade. Depois disso, em Março deste ano, a antiga colónia britânica promulgou a própria lei de segurança nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Pequim diz que notícia sobre ministro da Defesa é “especulação” O Governo chinês descreveu ontem como “especulação” a informação avançada pelo jornal Financial Times de que o ministro da Defesa chinês, Dong Jun, está a ser investigado por corrupção. “Estão a perseguir sombras”, reagiu Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. No entanto, Mao não desmentiu a informação. Citando actuais e antigos funcionários norte-americanos familiarizados com o caso, o jornal referiu que o caso faz parte de uma investigação mais ampla sobre a corrupção nas Forças Armadas chinesas. A confirmar-se, Dong seria o terceiro ministro da Defesa consecutivo a ser acusado por este tipo de delito na China. Antigo comandante da Marinha, Dong Jun foi nomeado ministro da Defesa em Dezembro de 2023, na sequência da súbita destituição do antecessor Li Shangfu, apenas sete meses após a sua entrada em funções. Li Shangfu foi posteriormente expulso do Partido Comunista Chinês por “suspeita de corrupção” e acusado de ter “recebido grandes somas de dinheiro”, segundo a televisão estatal. O antecessor, Wei Fenghe, que também era suspeito de corrupção, foi igualmente expulso do Partido. Também foram afastados, nos últimos meses, entre outros, os dois chefes da Força de Foguetões, de que depende o programa nuclear chinês. Após ascender ao poder, há pouco mais de dez anos, Xi lançou uma vasta campanha contra a corrupção, que se estendeu ao Exército.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria | Lucros das empresas chinesas caem 4,3% entre Janeiro e Outubro Os lucros das principais empresas industriais da China caíram 4,3 por cento, em termos homólogos, entre Janeiro e Outubro deste ano, segundo dados oficiais divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) do país. Os lucros das empresas analisadas foram de 5,87 biliões de yuan nos primeiros dez meses de 2024.A instituição notou que os lucros destas empresas caíram 10 por cento em Outubro, em termos homólogos, uma queda que é, no entanto, inferior à queda de 27,1 por cento registada no mês anterior. O estatístico do GNE, Yu Weining, atribuiu esta redução do valor mensal ao efeito das medidas de apoio anunciadas por Pequim nas últimas semanas, apontando especificamente os sectores da indústria transformadora, como a maquinaria e a alta tecnologia, como impulsionadores. Os lucros acumulados até agora este ano mostram um valor pior em Outubro, uma vez que entre Janeiro e Setembro tinham caído 3,5 por cento, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2023, os lucros das principais empresas industriais chinesas registaram uma queda de 2,3 por cento, em comparação com o ano anterior. Para elaborar esta estatística, o GNE apenas tem em conta as empresas industriais com um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuan.
Hoje Macau China / ÁsiaBlinken insta Pequim a usar influência para travar aliança entre Rússia e Coreia do Norte O secretário de Estado norte-americano instou terça-feira a China a utilizar a sua influência para travar a aliança entre a Rússia e a Coreia do Norte, alertando que esta associação obrigará a Europa e a Ásia a reforçar a defesa. “A China tem um papel importante a desempenhar no uso da sua influência sobre a Coreia do Norte e a Rússia. Caso contrário, os países da região e da Península Coreana, incluindo os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão, irão dar novos passos para reforçar as suas capacidades de defesa”, frisou Antony Blinken, numa conferência de imprensa no final da cimeira do G7 em Itália. Blinken, que se despede deste fórum antes do regresso à Casa Branca do republicano Donald Trump, explicou a “profunda preocupação” que esta colaboração entre regimes suscita. “Não só por causa do que a Coreia do Norte está a fazer pela Rússia na sua agressão contra a Ucrânia, mas por causa do que a Rússia faz e pode fazer pela Coreia do Norte em termos das suas capacidades de mísseis ou nucleares”, detalhou o chefe da diplomacia norte-americana. Esta aliança fará com que os países vizinhos reforcem as suas forças de defesa, o que poderá enervar Pequim. “Sem dúvida, estas medidas não são dirigidas à China, mas a China não irá gostar delas. Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, penso que todos esperamos que a China use a sua influência e tente pôr fim a isto”, insistiu. Amizade condenada Os ministros do G7, o grupo das democracias mais industrializadas do planeta, reuniram-se nas cidades italianas de Fiuggi e Anagni, sob a liderança rotativa italiana. Na declaração final da cimeira, o G7 denunciou o “crescente apoio” da China à indústria de defesa da Rússia, o que, na sua opinião, lhe permite continuar a invasão da Ucrânia e ameaça ter impactos de “grande escala” na segurança. “Ao procurar relações construtivas e estáveis com a China, reconhecemos a importância do envolvimento directo e sincero para expressar preocupações e gerir as diferenças”, frisou o grupo. Esta cimeira de dois dias concentrou muita atenção nas relações com a China e a região Indo-Pacífico, e no apoio de Pequim ao regime de Vladimir Putin. “Pedimos à China que cesse a transferência de veículos de ataque aéreo não tripulados e de materiais de dupla utilização, incluindo armas e componentes materiais”, exigiram ainda os países, na declarações finais. Instaram também Pequim a “intensificar os esforços” para promover a paz e a segurança internacionais e a “solicitar à Rússia que cesse os seus ataques militares e retire imediata, completa e incondicionalmente as suas próprias tropas da Ucrânia”. Condenou ainda “com a maior firmeza” a “crescente cooperação militar” entre a Rússia e a Coreia do Norte, especialmente o envio de tropas de Pyongyang na guerra contra a Ucrânia. O G7 garantiu que está a trabalhar “em conjunto com parceiros internacionais para dar uma resposta coordenada” à aliança entre Moscovo e Pyongyang.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim garante próxima colheita de soja brasileira face a crescentes tensões Antes que a previsível guerra comercial anunciada por Trump se torne uma realidade, o governo chinês tenta assegurar trocas comerciais a preços razoáveis Os compradores chineses estão a garantir a soja brasileira da próxima colheita, visando salvaguardar a oferta e garantir bons preços, numa altura em que se prevê um agravamento das tensões comerciais entre Pequim e Washington. As compras de feijão brasileiro por empresas chinesas significam que pelo menos metade da procura chinesa para o período Fevereiro-Abril já foi coberta, bem como cerca de 20 por cento para Maio-Junho, segundo a agência Bloomberg. Espera-se que a próxima colheita seja a maior de sempre da nação sul-americana, ajudando os comerciantes chineses a obterem boas margens. Os compradores normalmente reservam as cargas com cerca de dois meses de antecedência. Os preços das cargas brasileiras estão cerca de 2 dólares por tonelada abaixo dos preços da Costa do Golfo dos EUA, para Fevereiro, e 22 dólares mais baratos para Março, segundo dados da Commodity3. Os trituradores chineses também estão a tomar a medida invulgar de garantir algumas cargas brasileiras para entrega em Dezembro e Janeiro, durante a época baixa no Brasil, que é mais cara, antes da próxima colheita, disseram os operadores, citados pela Bloomberg. Este período é tipicamente quando os EUA dominam o mercado global, após a sua própria colheita. Embora o Brasil já seja o maior exportador do mundo, as últimas compras destacam a crescente dependência da China em relação à soja do país. As preocupações com um potencial choque de abastecimento se Pequim aumentar as taxas alfandegárias sobre as importações de produtos agrícolas dos EUA estão a aumentar o incentivo para armazenar noutros locais. Ameaças conhecidas O presidente eleito norte-americano, Donald Trump, disse na segunda-feira que planeia impor taxas alfandegárias adicionais de 10 por cento sobre os produtos oriundos da China, logo após assumir funções. Anteriormente, comprometeu-se a aumentar as taxas para 60 por cento para todos os produtos da nação asiática, suscitando o risco de os produtos agrícolas norte-americanos serem apanhados em medidas de retaliação. Os EUA têm cerca de quatro milhões de toneladas de vendas de soja pendentes para a China na temporada 2024-25, segundo dados do Governo. Ainda assim, esse é o menor valor para esta época desde 2018 – durante o primeiro mandato de Trump. Os compradores estão cautelosos com as preocupações sobre taxas mais altas, disse a consultora chinesa Mysteel Global, num relatório emitido na semana passada. A previsão é que a China importe cerca de 109 milhões de toneladas de soja na actual temporada. A sua procura global de culturas, incluindo cereais, tem vacilado à medida que o país se debate com um abrandamento económico. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares, em 2004, para 157,5 mil milhões, em 2023. O Brasil desempenha, em particular, um papel importante na segurança alimentar da China, compondo mais de 20 por cento das importações agrícolas e pecuárias do país asiático. A segunda maior economia mundial alimenta quase 19 por cento da humanidade com apenas 8,5 por cento das terras aráveis do planeta. Em comparação, o país latino-americano tem quase 7 por cento das terras aráveis para 2,7 por cento da população mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Sara Duterte nega querer morte do Presidente A vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, convocada pela justiça filipina após declarações que a levaram a ser acusada de conspiração contra o Presidente Ferdinand Marcos, negou ontem qualquer intenção de assassinar o antigo aliado. Duterte descreveu as acusações de conspiração como uma farsa e disse num comunicado que os seus comentários reflectiam apenas a consternação pelo “fracasso [do governo de Marcos] em servir os filipinos enquanto persegue magistralmente os inimigos políticos”. Sara Duterte, 46 anos, filha do ex-presidente Rodrigo Duterte (2016-2022), candidatou-se à vice-presidência ao lado de Marcos nas eleições presidenciais de 2022, e ambos obtiveram vitórias esmagadoras com base numa campanha de unidade nacional. Devido a divergências, romperam relações este ano e a vice-presidente demitiu-se em Junho do cargo de secretária da Educação, abandonando o Governo. No entanto, continua a ser vice-presidente porque este cargo é eleito separadamente do chefe de Estado nas Filipinas, pelo que, constitucionalmente, continua a ser a sucessora de Marcos, caso o Presidente não consiga completar o mandato. A vice-presidente foi acusada de conspiração e convocada pela justiça depois de uma conferência de imprensa no fim de semana, durante a qual insultou Marcos e disse que tinha ordenado a sua morte caso ela própria fosse assassinada. “O bom senso deve permitir-nos compreender e aceitar que um alegado acto condicional de vingança não constitui uma ameaça activa”, defendeu Duterte, citada pela agência francesa AFP. Há alguns meses, o pai de Sara Duterte acusou Marcos de ser um toxicodependente. Um dia depois, o Presidente alegou que a saúde de Rodrigo Duterte estava a piorar devido ao uso prolongado de fentanil, um opioide. Os dois não forneceram provas para as alegações.
Hoje Macau China / ÁsiaUBS | Fabricantes de carros estrangeiros podem perder 20.000 ME anualmente na China Os fabricantes de automóveis estrangeiros correm o risco de perder até 19 mil milhões de anuais em lucros do mercado chinês, face à concorrência cada vez mais intensa das marcas locais e à rápida transição para veículos elcétricos, alertou ontem o banco UBS. Citado pelo jornal South China Morning Post, o chefe de análise do banco suíço para o sector automóvel do país asiático, Paul Gong, disse num seminário realizado em Hong Kong que a redução da procura por empresas estrangeiras poderá traduzir-se num excesso de capacidade de cerca de 10 milhões de veículos. “Acreditamos que os fabricantes de automóveis estrangeiros precisam de reavaliar e ajustar as suas estratégias [na China]”, disse o analista, que prevê que as marcas chinesas continuarão a acumular cada vez mais quota de mercado e lucros durante esta fase de consolidação do mercado. Algumas empresas chinesas poderão mesmo duplicar os seus lucros até 2030, à medida que os seus concorrentes estrangeiros reduzem a produção – marcas como a Honda, a Nissan e a Volkswagen fizeram-no este ano, chegando mesmo a encerrar fábricas – e o Governo chinês corta o financiamento aos fabricantes de automóveis estatais que geram perdas, de acordo com Gong. Os números do UBS sugerem que as marcas estrangeiras têm vindo a perder quota na China desde 2017, embora o ritmo tenha aumentado este ano. “Todas enfrentam o mesmo contexto: a ascensão das marcas chinesas fez com que os fabricantes de automóveis globais perdessem quota de mercado consistentemente na China”, descreveu o analista. Segundo a associação patronal China Passenger Car Association (CPCA), foram vendidos 2,73 milhões de veículos em Outubro, a marca mais elevada dos últimos 10 anos e um acréscimo de 12 por cento face ao mesmo período do ano passado. Mais de metade dos automóveis de passageiros vendidos em outubro na China eram eléctricos, segundo a associação.
Hoje Macau China / ÁsiaSuécia | Pedido retorno de cargueiro chinês suspeito de romper cabos A Suécia pediu ontem que o cargueiro chinês ancorado ao largo da sua costa regresse às suas águas territoriais, com o objectivo de contribuir para a investigação sobre a ruptura de cabos submarinos na região. “Temos estado em contacto com o navio e também com a China. Fizemos saber que queremos que o navio se dirija para águas territoriais suecas”, disse o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, em conferência de imprensa, sublinhando que o objectivo não era fazer uma “acusação”. A empresa finlandesa Cinia Oy, proprietária do cabo submarino C-Lion1, que sofreu uma misteriosa ruptura, indicou que os trabalhos de reparação começaram e que espera terminá-los “antes do final deste mês”. As autoridades finlandesas, suecas e lituanas estão a investigar a causa dos danos quase simultâneos neste e noutro cabo submarino de telecomunicações, no mar Báltico, não tendo excluído a hipótese de sabotagem. A Finlândia e a Suécia iniciaram uma investigação preliminar conjunta sobre um presumível acto de sabotagem, enquanto a Procuradoria-Geral da Lituânia abriu um processo sobre um possível acto de terrorismo. De momento, as principais suspeitas recaem sobre o cargueiro chinês Yi Peng 3, cujos dados de tráfego marítimo o colocam na proximidade dos dois cabos no momento em que foram detectadas as ruturas, entre a noite de 17 e a madrugada de 18 de Novembro. O navio, que tinha deixado o porto russo de Ust-Luga alguns dias antes e se dirigia ao Egipto, está actualmente ancorado no estreito de Kattegat, entre a Dinamarca e a Suécia, escoltado por um navio de patrulha da Marinha dinamarquesa. Portas fechadas A hipótese mais provável é que essas rupturas tenham sido provocadas pela âncora do navio mercante chinês Newnew Polar Bear, embora não se saiba se isso aconteceu acidentalmente – como afirma Pequim – ou deliberadamente, até porque o navio continuou a navegar sem que as autoridades finlandesas o mandassem parar para interrogar a tripulação. O ministro da Defesa finlandês, Antti Häkkänen, apelou às autoridades suecas, responsáveis pela investigação da recente rutura dos dois cabos submarinos, por ter ocorrido nas suas águas, para que não permitam que o Yi Peng 3 deixe o Báltico sem esclarecer o seu possível envolvimento. “É óbvio que, se as infra-estruturas críticas de alguns países foram destruídas ou gravemente danificadas e é preciso descobrir quem o fez, não se pode permitir que eles abandonem o local agitando a sua bandeira”, disse Häkkänen à imprensa local.
Hoje Macau China / ÁsiaAbastecimento | Li Qiang promete esforços em prol da estabilidade global O primeiro-ministro chinês garantiu ontem que Pequim vai esforçar-se para garantir a estabilidade e eficiência das cadeias industriais e de abastecimento globais, durante um simpósio que antecedeu a China International Supply Chain Expo (CISCE). Citado pela agência de notícias oficial Xinhua, Li Qiang referiu que a globalização económica permitiu, nas últimas décadas, a expansão das cadeias de abastecimento, impulsionando o crescimento económico mundial e “beneficiando todas as partes”. No entanto, advertiu que “o proteccionismo e o uso excessivo do conceito de segurança [nacional]” estão “a aumentar os custos das empresas, a reduzir a eficiência económica e a atrasar o desenvolvimento comum”. “Temos de proteger os interesses comuns de todas as partes e garantir que estas cadeias permanecem estáveis e fluidas”, afirmou. A CISCE contou com a presença de representantes de empresas como Apple, Rio Tinto e Contemporary Amperex Technology, que expressaram confiança na economia chinesa e sublinharam a vontade de reforçar a cooperação com o país asiático, segundo a Xinhua. Li sublinhou o empenho da China na abertura económica e na modernização industrial. Pequim planeia acelerar a “construção de um sistema industrial moderno” e “integrar ainda mais a inovação tecnológica com a cooperação internacional”, disse o primeiro-ministro. Li reiterou também o convite às empresas estrangeiras para expandirem os investimentos na China e colaborarem em projectos industriais.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong alarga direitos à habitação e herança a cônjuges do mesmo sexo O Supremo Tribunal de Hong Kong confirmou ontem a extensão dos direitos à habitação e à herança a casais do mesmo sexo, rejeitando um recurso das autoridades da região. “O tribunal rejeita por unanimidade os recursos do governo de Hong Kong”, escreveu o presidente do Tribunal de Última Instância local, Andrew Cheung, em dois acórdãos. A decisão poderá ter um forte impacto na vida dos casais do mesmo sexo, que tradicionalmente têm menos direitos do que os heterossexuais em Hong Kong. Hong Kong não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que leva residentes a casarem noutros locais. Actualmente, a cidade só reconhece o matrimónio entre homossexuais para determinados efeitos, como impostos, benefícios da função pública e vistos para dependentes. Muitas das concessões do governo foram obtidas através de acções judiciais e a cidade tem assistido a uma crescente aceitação social do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em Setembro de 2023, o Supremo Tribunal decidiu que o governo deveria estabelecer um quadro legal para o reconhecimento das uniões de facto entre homossexuais. Longa batalha As decisões de ontem do tribunal concluíram um longo percurso jurídico de Henry Li e do companheiro, Edgar Ng. Depois de se casarem na Grã-Bretanha, em 2017, Ng comprou um apartamento subsidiado para servir de domicílio conjugal. No entanto, a autoridade para a Habitação disse que Li não podia ser adicionado como ocupante autorizado do apartamento na qualidade de membro da família porque os parceiros casados do mesmo sexo não se enquadram na definição de cônjuge. Ng também estava preocupado que, se morresse sem testamento, as propriedades não seriam passadas para Li, foi referido em tribunal. Ng morreu em 2020. Em sentenças separadas, proferidas em 2020 e 2021, um tribunal decidiu que as políticas de habitação envolvidas neste caso violavam o direito constitucional à igualdade e que a exclusão dos cônjuges do mesmo sexo dos benefícios da lei das heranças constituía uma discriminação ilegal. O governo contestou as decisões no tribunal de recurso, mas perdeu em Outubro de 2023. Após a decisão do tribunal de recurso, no ano passado, Li escreveu nas redes sociais que esperava que o governo respeitasse a decisão. “O facto de o governo ter argumentado repetidamente em tribunal que eu não sou o marido de Edgar e que devia ser tratado como um estranho para ele, enquanto eu ainda estava de luto, acrescentou o insulto à injúria”, declarou. Mas as autoridades decidiram levar os casos ao Supremo Tribunal, que ontem deu razão ao casal.
Hoje Macau China / ÁsiaHuawei | Lançado telemóvel com sistema operativo próprio A Huawei apresentou ontem o seu primeiro telemóvel equipado com um sistema operativo desenvolvido inteiramente pela empresa tecnológica chinesa, num passo crucial na sua tentativa de contrabalançar o domínio dos líderes estrangeiros. O iOS da Apple e o Android da Google são actualmente utilizados na maioria dos dispositivos móveis. A Huawei, alvo de sanções dos Estados Unidos, procura inverter a tendência com uma nova série de telemóveis inteligentes equipados com o seu sistema operativo, o HarmonyOS Next. “Hoje, o muito aguardado Mate 70, o mais potente de sempre, está aqui”, anunciou Richard Yu, presidente da divisão de consumo da empresa, numa conferência do grupo, a partir da sede em Shenzhen, no sul da China. Este lançamento é um marco importante para a Huawei, que esteve algum tempo ‘paralisada’ pelas sanções norte-americanas, mas cujas vendas recuperaram nos últimos dois anos. “A procura na China por um sistema operativo móvel que seja viável, escalável e que esteja largamente fora do controlo das empresas ocidentais foi longa”, disse Paul Triolo, responsável pela China na consultora Albright Stonebridge Group, citado pela agência France Presse. Mais de três milhões de aparelhos já foram pré-encomendados, de acordo com a plataforma de vendas ‘online’ do grupo chinês. “O HarmonyOS é o primeiro sistema operativo desenvolvido internamente” e representa “um marco histórico nos esforços da China para reduzir a sua dependência do ‘software’ ocidental’, disse Gary Ng, economista da Natixis, citado pela AFP. Caminho árduo Ao contrário das versões anteriores, concebidas com suporte Android, o HarmonyOS Next exige a adaptação das aplicações ao novo sistema operativo. “As empresas chinesas estão prontas a investir para contribuir para este novo ecossistema da Huawei, mas a capacidade do HarmonyOS para fornecer o mesmo número de aplicações e funções aos consumidores de todo o mundo continua a ser um desafio”, defendeu Gary Ng. A Huawei está no centro da guerra tecnológica entre a China e os Estados Unidos, que afirmam que o equipamento chinês pode ser utilizado para fins de espionagem. Estas acusações são negadas por Pequim. Desde 2019, as sanções, que proíbem o grupo de utilizar tecnologias e componentes norte-americanos, atingiram fortemente a produção de telemóveis da Huawei. Este braço de ferro deverá intensificar-se com o regresso de Donald Trump à Casa Branca. O republicano prometeu aumentar drasticamente as taxas alfandegárias sobre produtos oriundos da China, em resposta ao que considera serem práticas comerciais desleais. “Esta tendência para a autossuficiência no sector tecnológico chinês tornou possível o progresso da Huawei”, disse Toby Zhu, analista da empresa de estudos de mercado Canalys. Para Zhu, o sucesso deste novo produto será o principal indicador de que os esforços do grupo valeram a pena. “Esta nova geração de produtos não pode falhar o alvo, pois as expectativas são consideráveis”, acrescentou. A Huawei era o maior fabricante de telemóveis da China até à eclosão do conflito tecnológico entre Pequim e Washington. No terceiro trimestre de 2024, a Huawei representava apenas 16 por cento das vendas no mercado chinês, com menos de 11 milhões de unidades vendidas, de acordo com a Canalys. Mas não é certo que os criadores de aplicações aceitem investir na criação de novas versões compatíveis com o sistema da Huawei, disse Rich Bishop, diretor da AppInChina, que adapta ‘software’ estrangeiro para o mercado chinês. Para os convencer, “a Huawei vai ter de melhorar constantemente o seu software, fornecer um apoio de melhor qualidade aos programadores e convencer a comunidade de programadores de que está determinada a assumir um compromisso a longo prazo no desenvolvimento do ecossistema HarmonyOS”, afirmou Paul Triolo.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Sara Duterte acusada de ser mentora” de plano para assassinar Presidente O Ministério de Justiça das Filipinas acusou ontem a vice-presidente do país, Sara Duterte, é a “mentora” de uma conspiração para assassinar o Presidente filipino, dando-lhe cinco dias para responder a uma intimação. Sara Duterte foi intimada a explicar-se após uma conferência de imprensa neste fim de semana, na qual disse ter ordenado que o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, fosse morto se ela própria fosse assassinada. “O Governo está a tomar medidas para proteger o nosso Presidente legalmente eleito”, assegurou ontem o Secretário-Adjunto da Justiça, Jesse Andres, durante uma conferência de imprensa. “A conspiração premeditada para assassinar o Presidente, tal como foi anunciada pela autora intelectual, como a própria admitiu, terá agora consequências jurídicas”, disse Andres. Em declarações à imprensa uma hora depois, Duterte disse que pretendia responder à intimação. “Terei todo o prazer em responder às perguntas que quiserem fazer, mas também devem responder às minhas perguntas”, disse Sara Duterte. No seu primeiro comentário público sobre o caso, o Presidente Marcos prometeu “defender-se” contra uma ameaça que classificou de “perturbadora”. Sara Duterte, que poderá ser alvo de um processo de destituição, declarou no sábado, durante uma conferência de imprensa repleta de insultos, que foi alvo de ameaças de assassínio e que ordenou a um membro da sua equipa de segurança que matasse o Presidente se este plano tivesse sucesso. Além do Presidente Marcos, pediu que, no caso “de morrer”, a primeira-dama Liza Araneta-Marcos e o primo do Presidente, Martin Romualdez, presidente da Câmara dos Deputados, também fossem assassinados. “A vice-presidente não está imune a processos. Pode ser alvo de qualquer investigação criminal ou administrativa”, disse Jesse Andres, acrescentando que a intimação estava a ser emitida. O responsável declarou que estava em curso uma caça ao homem para encontrar o alegado assassino contratado por Sara Duterte.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | 130 mil crianças sem alimentos e medicamentos Cerca de 130 mil crianças palestinianas com menos de dez anos têm falta de comida e de medicamentos devido à nova ofensiva militar israelita no norte de Gaza, declarou ontem a organização não-governamental Save the Children. A ONG sublinhou que as crianças estão retidas há 50 dias em zonas no norte do enclave que são praticamente inacessíveis ao pessoal humanitário. As crianças não estão a receber alimentos ou medicamentos apesar dos avisos de várias instituições sobre a fome no enclave palestiniano, quando Israel é reiteradamente acusado de criar restrições à entrega de ajuda humanitária em Gaza. A ONG afirmou que as crianças palestinianas que vivem nestas áreas estão quase totalmente privadas de alimentos, água e medicamentos desde 6 de Outubro, quando Israel declarou a área encerrada diante de uma nova ofensiva terrestre, o que levou Comité de Revisão da Fome a afirmar que a fome é iminente ou já está a ocorrer. A organização Save the Children especificou que não consegue entrar no norte de Gaza há mais de sete semanas para entregar pacotes de alimentos a 5.000 famílias, juntamente com 725 ‘kits’ de higiene e outros suprimentos de ajuda humanitária. Anteriormente, tinha conseguido intervir através de parceiros locais para distribuir ajuda a cerca de 15.000 crianças. A estas crianças, soma-se cerca de outras 10.000 que vivem em Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanun, que não receberam a segunda dose da vacina contra a poliomielite durante a recente campanha de vacinação. “A ajuda humanitária atingiu o fundo do poço e a terrível situação no norte de Gaza é a ponta de um terrível icebergue”, explicou Stoner. Stoner apelou ao “acesso humanitário seguro e imediato” para que “os alimentos, a água, os suprimentos de Inverno e a assistência médica cheguem às pessoas presas na área”.
Hoje Macau China / ÁsiaIntercâmbios interpessoais China-EUA devem promover laços bilaterais Figuras de vários sectores da China e dos Estados Unidos reuniram-se em Pequim pedindo mais intercâmbios entre os dois povos face às a complexidades e incertezas dos laços bilaterais. Os convidados do Diálogo Popular EUA-China acreditam que os intercâmbios entre pessoas em setores como o académico, comércio, cultura e desporto, entre outros, podem servir como uma ponte entre chineses e americanos e como uma base para o desenvolvimento saudável de futuras relações bilaterais, relata a Xinhua. O evento, que ocorreu entre a última quarta-feira e sábado, foi co-organizado pelo Centro de Segurança e Estratégia Internacional (CISS, em inglês) da Universidade Tsinghua e pelo Comité Nacional de Relações EUA-China (NCUSCR). Da Wei, director do CISS, disse que os dois povos, compartilhando certas crenças e interesses comuns, ao mesmo tempo em que têm diferenças significativas, podem aumentar a compreensão mútua e construir confiança e amizade através de intercâmbios. “Às vezes temos ideias, políticas e interesses diferentes, mas precisamos nos entender”, disse Da, citado pela Xinhua. “Esse é o cerne dos intercâmbios entre pessoas.” Do outro lado Stephen Orlins, presidente do NCUSCR, elogiou o relacionamento entre as pessoas como a base das relações EUA-China. Lembrando o papel do comité na Diplomacia do Ping-Pong há mais de meio século e como isso “alterou fundamentalmente” as percepções chinesas e americanas um do outro, Orlins pediu esforços para fortalecer as relações interpessoais que foram construídas ao longo das décadas. No fortalecimento das relações, os intervenientes concentraram-se nos intercâmbios entre os jovens, na esperança de nutrir uma nova geração de futuros líderes com conhecimento correcto do outro país. Reconhecendo a iniciativa chinesa de convidar 50.000 jovens americanos para visitar e estudar na China, os representantes das universidades pediram mais esforços administrativos para facilitar o intercâmbio de estudantes, como procedimentos simplificados de visto.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | China considera UE “parceiro, não rival” Aproveitando a visita do vice-primeiro-ministro luxemburguês a Pequim, Wang Yi reforçou a ideia de que a China e a União Europeia são sobretudo parceiros e não adversários e devem lutar juntos contra o proteccionismo e o unilateralismo O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou ontem em Pequim que a China e a União Europeia (UE) “são parceiros e não adversários” e apelou a Bruxelas para que mantenha a sua “independência estratégica”. “A China e a UE são parceiros, não adversários. Perante o crescente unilateralismo e proteccionismo, esperamos que a UE se mantenha fiel à sua aspiração original e assegure a sua independência estratégica”, afirmou ontem Wang, durante uma reunião com o vice-primeiro-ministro luxemburguês Xavier Bettel, que está de visita ao país asiático até 29 de Novembro. Wang afirmou que a China está “disposta a envidar esforços conjuntos” com o Luxemburgo para promover “o desenvolvimento sustentado e sólido das relações China-UE”, informou a diplomacia chinesa, em comunicado. O diplomata salientou ainda que “na atual situação de mudanças e caos entrelaçados”, a cooperação com aquele país tem sido “uma história de sucesso”, que demonstra “a importância do diálogo para evitar o confronto”. “Demonstra também a importância da abertura e da conectividade, que é a forma correta de promover o desenvolvimento comum e de responder aos desafios globais”, afirmou. Bettel afirmou, de acordo com o comunicado, que o Luxemburgo é “uma porta de entrada para a cooperação entre a China e a Europa”, embora tenha dito esperar que o país asiático “desempenhe um papel mais importante na paz e estabilidade globais”. Curto-circuitos As relações entre a China e a UE foram abaladas pela decisão de Bruxelas de impor taxas alfandegárias punitivas até 35,3 por cento sobre as importações de veículos eléctricos provenientes da China. Após nove meses de investigação, Bruxelas aumentou as taxas devido ao apoio do Estado chinês às empresas que fabricam automóveis eléctricos. Em resposta, a China lançou investigações ‘antidumping’ sobre produtos como os laticínios e a carne de porco provenientes da UE, no que é visto como uma resposta aos atritos comerciais com o bloco comunitário. Além disso, impôs taxas ‘antidumping’ provisórios sobre o brandy da UE e processou Bruxelas no mecanismo de resolução de litígios da Organização Mundial do Comércio (OMC) devido às taxas impostas sobre veículos eléctricos oriundos da China. O ‘dumping’ é a prática de venda de bens a preço abaixo do custo de produção.
Hoje Macau China / ÁsiaAmeaça de morte contra Presidente das Filipinas é questão de segurança nacional As autoridades filipinas descreveram ontem uma alegada ameaça de morte feita pela vice-presidente Sara Duterte contra o Presidente Ferdinand Marcos Jr. como uma questão de segurança nacional. O conselheiro para a segurança nacional, Eduardo Año, afirmou num comunicado que o seu departamento está a trabalhar com as forças de segurança e as agências de informação para investigar a ameaça e os responsáveis. “Envidaremos todos os esforços para defender as nossas instituições e processos democráticos que o Presidente representa”, afirmou Año, citado pela agência espanhola EFE. Segundo o canal filipino ABS-CBN, Duterte anunciou na sexta-feira à noite que tinha contratado um assassino para matar Marcos Jr., a mulher Liza Araneta, e o presidente da Câmara dos Representantes, Martin Romualdez, se ela própria fosse morta. “Disse-lhe que, se me matassem, ele devia matar o BBM [Marcos], a Liza Araneta e o Martin Romualdez. Não é uma brincadeira”, afirmou Duterte, durante uma conferência de imprensa pela Internet. BBM são as iniciais de Bongbong Marcos, o nome por que muitos filipinos identificam o Presidente, filho do ditador Ferdinand Marcos, que governou o arquipélago do sudeste asiático entre 1965 e 1986. Na sequência das declarações, a equipa de segurança do Presidente afirmou no sábado que tinha reforçado os protocolos de segurança para proteger o Chefe de Estado e a sua comitiva. “Qualquer ameaça contra a vida do Presidente e da sua família, independentemente da origem e especialmente se for feita de forma tão flagrante em público, é tratada com a maior seriedade”, afirmou o Comando de Segurança Presidencial num comunicado. Tal pai, tal filha Marcos Jr. concorreu com Duterte como candidata para a vice-presidência nas eleições de Maio de 2022, e ambos obtiveram vitórias esmagadoras com base numa campanha de unidade nacional. Devido a divergências, romperam relações este ano e a vice-presidente demitiu-se em Junho do cargo de secretária da Educação, abandonando o Governo. No entanto, continua a ser vice-presidente porque este cargo é eleito separadamente do de Presidente nas Filipinas. Em Outubro, Duterte acusou Marcos Jr. de incompetência e disse que tinha imaginado cortar-lhe a cabeça depois de ter descoberto que a sua relação era tóxica. Sara Duterte é filha do antigo presidente Rodrigo Duterte, que também teve inicialmente uma boa relação política com Marcos, mas que se desentendeu no final do mandato. Tal como o pai, a vice-presidente tornou-se uma crítica acérrima de Marcos, da mulher e de Martin Romualdez, aliado e primo em segundo grau do Presidente. A vice-presidente acusa-os de corrupção, incompetência e perseguição política da família Duterte e dos apoiantes mais próximos.