Hoje Macau China / ÁsiaCarrie Lam quer reforma educativa contra manifestações [dropcap]A[/dropcap] chefe do executivo de Hong Kong prometeu hoje rever o sistema educativo, considerando que o ensino da cultura geral tinha contribuído para alimentar o movimento pró-democracia que abalou a ex-colónia britânica no ano passado. “Em relação ao modo, no futuro, de abordar os cursos de estudos liberais (de cultura geral para desenvolver o espírito crítico), vamos certamente esclarecer as coisas antes do final do ano”, declarou Carrie Lam numa entrevista publicada hoje no jornal Ta Kung Pão, favorável a Pequim. Numa altura em que as tensões políticas têm aumentado, estas declarações poderão suscitar a cólera dos militantes pró-democracia, que temem que Pequim reduza as liberdades desfrutadas no território. Com o apoio de Pequim, o governo de Lam tenta aprovar um projeto de lei para sancionar qualquer ofensa ao hino nacional chinês, enquanto personalidades próximas do poder desejam a adoção de uma lei anti-sedição. Esta nova legislação visa travar o crescente movimento, em particular junto dos jovens, a favor da democracia e de uma maior autonomia em relação à China. Para a oposição, estas leis vão reduzir a liberdade de expressão. As escolas e universidades de Hong Kong encontram-se entre as melhores da Ásia e o ensino beneficia de uma liberdade desconhecida na China continental. Os cursos de cultura geral foram introduzidos em 2009 e as escolas são livres para escolher o modo de ensino. Suscitam a aversão dos media estatais chineses e da classe política pró-Pequim que exigem uma educação mais patriótica. Na entrevista, Lam considera que aqueles cursos permitem aos docentes promover os seus preconceitos políticos e que devem ser vigiados. Em dezembro de 2019 registaram-se enormes manifestações em Hong Kong, acompanhadas de confrontos entre radicais e polícia, para denunciar a influência de Pequim. Mais de 8.000 pessoas foram detidas, cerca de 17% eram alunos do ensino secundário. As detenções em massa e o início da pandemia do novo coronavírus trouxeram a calma, mas, como o território parece ter conseguido controlar a covid-19, movimentos limitados de protesto reapareceram nas últimas duas semanas. No domingo, a polícia perseguiu manifestantes pró-democracia em várias zonas comerciais da cidade e deteve 230 pessoas, entre os 12 e os 65 anos. “A polícia condena os manifestantes que ignoraram as medidas governamentais para evitar a propagação do coronavírus e participaram ou organizaram concentrações proibidas”, declarou hoje a instituição num comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de 200 pessoas detidas em protestos pela polícia de Hong Kong [dropcap]M[/dropcap]ais de 200 pessoas foram detidas em Hong Kong durante protestos contra o Governo na noite de domingo, noticiou hoje a imprensa local. A polícia não divulgou nenhum registo, mas disse por volta da meia-noite que estava a realizar operações de dispersão e de detenção após repetidos avisos. As forças de segurança indicaram que os manifestantes entoaram ‘slogans’ e construíram barreiras para bloquear estradas no distrito de Mongkok, e incendiaram alguns materiais nas ruas. O movimento pró-democracia que paralisou Hong Kong durante meses no ano passado mostrou sinais de revitalização nas últimas semanas, à medida que a ameaça de coronavírus diminui. O Governo decidiu recentemente permitir reuniões públicas de oito pessoas, acima das quatro anteriormente. O jornal Apple Daily disse que mais de 200 pessoas foram detidas, enquanto o South China Morning Post classificou o total em mais de 250. Ambos citaram fontes não identificadas. A polícia esperava divulgar os números ainda hoje. A acção noturna nas ruas seguiu-se a vários protestos em centros comerciais no início do dia. Os manifestantes estão a exigir reformas democráticas na região administrativa especial chinesa e uma investigação sobre a suposta brutalidade policial para reprimir as manifestações que começaram a 09 de junho de 2019. Os protestos foram desencadeados por emendas a um projeto lei de extradição agora abandonado e que permitiria que suspeitos de crimes fossem enviados para a China continental para serem julgados. Antes da pandemia da covid-19 ‘arrefecer’ os protestos, restavam quatro reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não fossem identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno dos Estados Unidos aperta regras para vistos de jornalistas chineses [dropcap]O[/dropcap] Governo dos Estados Unidos vai apertar as regras para vistos de jornalistas chineses, em resposta ao tratamento de jornalistas norte-americanos na China, anunciou o Departamento de Segurança Interna. Em meados de março, as autoridades chinesas ordenaram jornalistas de vários jornais norte-americanos presentes no país a devolverem as suas credenciais de imprensa, o que equivale à sua expulsão, no prazo de duas semanas. As instruções do Governo chinês abrangem os jornalistas que estão a trabalhar em Pequim como correspondentes para os jornais The New York Times, Washington Post e Wall Street Journal. Agora, foi a vez de o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos emitir novos regulamentos, que entram em vigor na segunda-feira, que limitam os vistos de repórteres chineses a um limite de permanência por 90 dias. Até esta altura, os vistos não precisavam de ser prorrogados, a menos que o jornalista mudasse de empresa. O regulamento não se aplica a jornalistas de Hong Kong ou de Macau, de acordo com o regulamento publicado na sexta-feira. O Governo norte-americano alega que a China “suprimiu o jornalismo independente”, acusando os jornalistas chineses de “falta de transparência”, mas parece evidente a intenção retaliatória contra as medidas restritivas do Governo chinês aos jornalistas norte-americanos, anunciada em março. Mas já nessa altura, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês tinha dito que a decisão era uma resposta ao gesto “escandaloso” de Washington, que decretou a diminuição do número de chineses que estão autorizados a trabalhar nos Estados Unidos para cinco meios de comunicação de Pequim. Este episódio surge numa altura em que cresce o clima de tensão entre os Estados Unidos e a China, à volta da pandemia de covid-19, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado Pequim de não ter feito o suficiente para travar a propagação do novo coronavírus.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia de Hong Kong dispersou manifestantes pró-democracia [dropcap]A[/dropcap] polícia de choque de Hong Kong perseguiu hoje manifestantes pró-democracia em vários centros comerciais, no dia em que a população celebra o Dia da Mãe, disseram as autoridades. Grupos de activistas mascarados espalharam-se por pelo menos oito centros comerciais, desafiando a polícia, antes de serem obrigados a dispersar. Os ativistas exigem a independência do território semiautónomo e a renúncia da líder do governo local, Carrie Lam, uma fiel aliada de Pequim. A polícia fez pelo menos três detenções e multou vários outros, por não cumprirem as medidas de contenção no âmbito da pandemia de covid-19 que proíbem reuniões públicas de mais de oito pessoas. Hong Kong comemora hoje o Dia das Mãe e os activistas aproveitaram o facto de Carrie Lam ter-se comparado a uma mãe desesperada perante filhos desordeiros, durante as manifestações do passado ano, para contestarem de novo a líder do governo. “É apenas um aquecimento. O nosso movimento vai retomar as manifestações”, disse um estudante. Hong Kong passou por sete meses consecutivos de protestos, muitas vezes violentos, que mobilizaram milhões de pessoas no ano passado. A calma voltou devido a detenções em massa e ao início da pandemia de covid-19. Mas, em fase de desconfinamento, novos movimentos de protesto têm reaparecido nas últimas semanas. Na sexta-feira, Hong Kong começou a retirar as restrições que foram decididas há várias semanas para combater a propagação do novo coronavírus, incluindo a possibilidade de reabertura de bares, academias, salões de beleza e cinemas.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Novo caso em Wuhan, na China, após mais de um mês sem registo de contágios [dropcap]A[/dropcap] China elevou hoje o nível de risco epidemiológico num distrito de Wuhan (centro), após a descoberta de um novo caso de covid-19, o primeiro em mais de um mês nesta cidade, que foi o berço da actual pandemia. A Comissão Nacional de Saúde anunciou que foi detectado um novo caso nesta cidade localizada no centro da China, tratando-se de um homem de 89 anos residente no distrito de Dongxihu, na zona noroeste de Wuhan. A cidade de Wuhan, onde foi detectado pela primeira vez o novo coronavírus em dezembro passado, não registava nenhum caso da doença covid-19 desde 03 de abril. Perante este novo caso, as autoridades locais decidiram elevar o nível de risco epidemiológico neste distrito de “baixo” para “médio”. Wuhan, uma cidade com cerca de 11 milhões de habitantes, é considerada actualmente uma zona de “baixo risco” desde que foi levantado, em 08 de abril, um período de quarentena de mais de dois meses e a rotina diária das pessoas começou gradualmente a ser retomada. Por exemplo, os alunos do ensino secundário regressaram às aulas na passada quarta-feira – com uso de máscaras de protecção individual e sob medidas sanitárias rigorosas – após quatro meses de férias forçadas devido ao vírus. A par deste caso em Wuhan, a China informou hoje ter registado, nas últimas 24 horas, outros 13 novos casos de infecção no país, sendo que a maioria foi diagnosticado no nordeste do país, onde a cidade de Shulan foi colocada em quarentena. Trata-se da primeira vez desde 01 de maio que o país anuncia um número diário de contágios de dois dígitos. Em termos totais, e desde o início da crise, a China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) contabilizou oficialmente 82.901 casos, incluindo 4.633 vítimas mortais e 78.120 pessoas recuperadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Admitidas “lacunas” na saúde e na prevenção de epidemias A China admitiu, através do vice-ministro da Saúde, que o surto da covid-19 veio colocar a nu várias deficiências na governação do país, nomeadamente ao nível do sistema de saúde e no controlo e prevenção de grandes epidemias [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês admitiu sábado que o novo coronavírus, detectado pela primeira vez no país em Dezembro passado, revelou “lacunas” no sistema de saúde chinês e nos respectivos mecanismos de prevenção de doenças infecciosas. “A luta contra a epidemia da covid-19 foi um grande teste para o sistema e para as capacidades de governação do país”, afirmou o vice-ministro chinês da Saúde, Li Bin, numa conferência de imprensa em Pequim. O governante admitiu que o surto “também revelou que a China ainda possui lacunas nos seus sistemas e mecanismos de prevenção e controlo de grandes epidemias e no seu sistema público de saúde”. As declarações do vice-ministro chinês da Saúde surgem num momento em que os Estados Unidos têm intensificado as acusações e as críticas a Pequim, com a administração norte-americana a afirmar que as autoridades chinesas ocultaram informações sobre o vírus e geriram mal a crise. “Poderia ter sido travada na China”, declarou, na semana passada, o Presidente norte-americano, Donald Trump, a propósito da pandemia da doença covid-19. Pequim tem afirmado que partilhou de forma rápida com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com outros países todos os dados que dispunha sobre o novo coronavírus. Para melhorar Na sexta-feira, a China anunciou que apoia a criação de uma comissão, sob a égide da OMS, para avaliar de maneira “aberta, transparente e inclusiva” a “resposta global” à covid-19, mas só “após o fim da epidemia”. Na mesma conferência de imprensa em Pequim, o vice-ministro da Saúde referiu algumas possíveis medidas que poderão vir a melhorar o sistema de saúde chinês, incluindo a criação de um “comando centralizado, unificado e eficiente”. O representante também mencionou uma melhor utilização da tecnologia de inteligência artificial e de dados em larga escala (‘big data’) para antecipar as epidemias. Li Bin falou igualmente de um melhoramento das leis para a área da saúde e “num fortalecimento da cooperação internacional”. A China foi o primeiro país atingido pela pandemia da covid-19 em Dezembro de 2019, quando o novo coronavírus foi detectado na cidade de Wuhan (região centro). Vários médicos de Wuhan que deram o primeiro alerta sobre o aparecimento de um novo vírus chegaram a ser interrogados pela polícia e acusados de espalhar “rumores”.
Hoje Macau China / ÁsiaMorreu antigo diplomata de líderes chineses Mao Zedong e Deng Xiaoping [dropcap]O[/dropcap] diplomata chinês Ji Chaozhu, que serviu como tradutor dos líderes Mao Zedong e Deng Xiaoping e foi vice-secretário-geral das Nações Unidas, morreu hoje aos 90 anos, informou o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. Ji também serviu como embaixador em Inglaterra, ao longo de uma longa carreira que começou depois de se ter formado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e retornado à China, durante a Guerra da Coreia (1950-1953), quando tropas norte-americanas e chinesas se envolveram em combates violentos. Depois de estudar na Universidade de Tsinghua, no norte de Pequim, Ji foi designado, devido à sua fluência na língua inglesa, para apoiar as negociações de paz entre os países envolvidos no conflito. Ji trabalhou depois como intérprete do então primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, Zhou Enlai, para além de Mao, o fundador da República Popular. Após a morte de Mao, Ji assumiu um papel semelhante com o sucessor, Deng Xiaoping, que mais tarde o enviou para estabelecer um escritório de ligação informal nos Estados Unidos, em 1973. Em 1979, Ji acompanhou Deng numa visita aos EUA, após o estabelecimento de relações diplomáticas formais entre os dois países, antagonistas de longa data, e trabalhou mais tarde na embaixada chinesa em Washington. O diplomata serviu mais tarde como embaixador nas Ilhas Fiji e no Reino Unido e cinco anos como vice-secretário-geral das Nações Unidas para serviços de apoio e gestão ao desenvolvimento, tendo-se retirado em 1996. O seu último cargo foi como vice-presidente da Federação da China para os Chineses Ultramarinos Retornados, o qual deixou em 2005. Ji nasceu numa família rica na província de Shanxi, no norte da China. Em 1929, quando tinha 9 anos, mudou-se com a família para os EUA. Ele e o irmão frequentaram escolas particulares exclusivas em Nova Iorque, onde aprendeu inglês fluente e adquiriu profundo conhecimento da cultura norte-americana. Como muitos outros altos quadros do Governo chinês, Ji foi perseguido durante a Revolução Cultural, que mergulhou o país numa década de caos e isolamento, sobretudo devido à sua educação estrangeira e ao facto de o seu irmão ter permanecido nos EUA. Ji revelou as suas experiências na autobiografia “O homem à direita de Mao”.
Hoje Macau China / ÁsiaApreensão recorde de 26 toneladas de barbatanas de tubarão em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Hong Kong apreenderam um carregamento recorde de 26 toneladas de barbatanas de tubarão, proveniente do Equador e avaliado em 8,6 milhões de dólares de Hong Kong, noticiou o jornal South China Morning Post. Embora as imagens de raios-X não mostrassem mercadorias suspeitas, os agentes da alfândega desconfiaram de documentos e rotulagens em espanhol, o que levou à abertura das embalagens, que supostamente continham peixe seco. “Não é comum que mercadorias de importação sejam descritas em outro idioma que não o inglês”, disse na quarta-feira um dos responsáveis da alfândega, Danny Cheung, que falou sobre a remessa, avaliada em 8,6 milhões de dólares de Hong Kong. As barbatanas, segundo os especialistas de Hong Kong citados pelo jornal, provêm de 38.500 tubarões de duas espécies diferentes ameaçadas e encheram dois contentores de 13 toneladas cada. Os contentores chegaram ao porto de Hong Kong em janeiro, vindos do Equador, com dez dias de intervalo, mas as autoridades aduaneiras só os abriram em 28 de abril. A tarefa de inspeção durou até 04 de maio. As duas remessas tinham o mesmo remetente e destinatário. Até ao momento, apenas foi detido um homem de 57 anos, proprietário da empresa de logística, embora tenha sido libertado sob fiança enquanto a investigação continua. Segundo Cheung, parte do ‘stock’ iria para lojas e restaurantes de Hong Kong, enquanto outra parte seria destinada aos mercados do Sudeste Asiático, onde se atribui propriedades afrodisíacas e medicinais à barbatana de tubarão. Ao longo de 2019, 12 toneladas de barbatana de tubarão apreendidas em Hong Kong resultaram em 13 detenções. Um ano antes, a mesma alfândega apreendeu 641 quilos dessa mercadoria e deteve cinco pessoas. A Lei de Proteção de Espécies Ameaçadas de Animais e Plantas de Hong Kong prevê que a importação, exportação ou repressão de espécies ameaçadas sem licença pode resultar numa pena máxima de dez anos de prisão e numa multa até dez milhões de dólares de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Recusada investigação internacional sobre origem do vírus [dropcap]A[/dropcap] China recusou ontem uma investigação internacional sobre a origem do novo coronavírus, apontando como prioridade travar a pandemia, numa altura em que os Estados Unidos acusam o regime chinês de negligência. “A primeira prioridade é concentrarmo-nos no combate à pandemia até à vitória final”, defendeu o embaixador chinês nas Nações Unidas, Chen Xu, numa videoconferência de imprensa. Questionado sobre um possível convite pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para enviar especialistas a Wuhan, o berço da pandemia, Chen disse que o contexto diplomático não o permite, denunciando as declarações dos líderes norte-americanos, que garantem que o vírus saiu de um laboratório situado na cidade. “Não podemos tolerar que este tipo de vírus político se alastre livremente (…) quando todos os esforços devem ser feitos para combater o vírus real”, afirmou. “Em princípio, não somos alérgicos a nenhuma forma de investigação ou avaliação”, que permitam “preparar futuras emergências de saúde”, mas “não temos tempo a perder para salvar vidas”, sublinhou o diplomata. “Para saber se e como um convite [à OMS] pode funcionar, temos, por um momento, de definir as prioridades certas e, por outro, precisamos de um bom ambiente”, acrescentou. Dedos apontados O diplomata acusou o presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário de Estado Mike Pompeo, que afirmam ter provas de que o novo coronavírus teve origem num laboratório de virologia em Wuhan, de “dificultarem a luta contra a pandemia” por “tentarem desviar a atenção sobre a sua própria responsabilidade” pela propagação do vírus nos Estados Unidos. Pressionado a negar as alegações norte-americanas, Chen argumentou que não está na posição para isso. “Se o Presidente Trump ou Pompeo tiverem provas, eles que revelem ao mundo, em vez de apontarem o dedo. Só os cientistas podem responder a estas perguntas”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim diz que não vai “ficar sentada” a ver protestos em Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] gabinete do Governo chinês encarregue dos assuntos de Hong Kong classificou ontem os manifestantes antigovernamentais da cidade como “vírus político” e alertou que Pequim não vai ficar “sentada a olhar” se os protestos violentos forem retomados. O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau da China disse que os manifestantes violentos e a sua mentalidade “se ardermos, vocês ardem connosco” constituem um vírus político e um inimigo do princípio ‘um país, dois sistemas’, que garante alto grau de autonomia às duas regiões semiautónomas da China. O Gabinete referiu os protestos do 1.º de Maio e a descoberta de uma bomba suspeita pela polícia no fim de semana, numa altura em que os manifestantes voltam ao activo, depois da pandemia do novo coronavírus. O porta-voz avisou que, se a “violência” não parar, Hong Kong não terá paz, e que o Governo central não vai ficar “sentado a olhar” ao ser confrontado com “forças destrutivas”. A antiga colónia britânica atravessou, no ano passado, a sua pior crise política desde a transferência da soberania para as autoridades chinesas, em 1997, com protestos diários, marcados por cenas de vandalismo e confrontos entre a polícia e os manifestantes. A abrir As regras que proíbem reuniões públicas de mais de quatro pessoas vão ser relaxadas e as empresas fechadas para impedir a propagação do vírus poderão reabrir no final desta semana. Hong Kong não regista novas infecções locais desde meados de Abril. A economia de Hong Kong contraiu 8,9 por cento, no primeiro trimestre, devido às medidas de distanciamento social adoptadas pelos moradores e à queda no turismo, que atingiu o consumo.
Hoje Macau China / ÁsiaHRW | ONG apela ao fim da discriminação da China para com africanos [dropcap]A[/dropcap] organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) pediu ontem a Pequim que acabe com a discriminação aos africanos na China no âmbito da pandemia da covid-19. “O Governo chinês deve parar com o tratamento discriminatório aos africanos relacionado com a pandemia de Covid-19”, afirmou a ONG em comunicado. “As autoridades também devem proteger africanos e pessoas de ascendência africana em toda a China contra discriminação no emprego, moradia e em outros domínios”, defendeu a HRW. Um dos membros da organização na China, Yaqiu Wang, citado na mesma nota, argumentou que “as autoridades chinesas reivindicam ‘tolerância zero’ à discriminação, mas o que estão a fazer com os africanos em Cantão é apenas um exemplo”. “Pequim deve investigar imediatamente e responsabilizar todos os funcionários e outros responsáveis pelo tratamento discriminatório”, acrescentou. A ONG recordou que a 12 de Abril as autoridades da província de Guangdong, onde se situa Cantão, anunciaram que todos os estrangeiros deviam aceitar as medidas de prevenção e contenção da pandemia da covid-19. Mas, na prática, as autoridades tinham como alvo os africanos para testes e quarentena forçado, alegou a HRW: “Visitaram casas de residentes africanos, testando-os no local ou instruindo-os a fazer um teste em um hospital. Alguns receberam ordens para se confinarem em casa com câmaras de vigilância ou alarmes instalados fora dos seus apartamentos”. O que não se justificava, para a ONG, já que “não havia base científica evidente para esta política”. Afinal, “a maioria dos casos importados da covid-19 para a província eram cidadãos chineses que regressavam ao país” e “muitos africanos já haviam testado negativo para o coronavírus, não tinham histórico recente de viagens ou não tinham contacto com pacientes”, acrescentou a HRW. Bem-vindos Em meados de Abril, o Governo chinês garantiu ter “tolerância zero” para com tratamento discriminatório, depois de países africanos terem protestado formalmente contra a alegada discriminação sofrida pelos seus cidadãos em Cantão, devido à pandemia do novo coronavírus. “Os nossos amigos africanos podem contar com uma recepção justa, cordial e amigável na China”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian. O porta-voz respondeu assim a uma carta enviada pelos embaixadores africanos ao ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Outros relatos Os embaixadores africanos denunciaram ainda alegadas quarentenas forçadas para africanos, apesar de testarem negativo, ameaças de anulação do visto de residência e deportação pelas autoridades chinesas, apesar de terem os documentos em dia. Portugueses a residirem na China, precisamente em Cantão, queixaram-se também à Lusa em meados de Abril de discriminação por parte de chineses por medo da covid-19, uma realidade que já então a HRW disse que afectava a comunidade estrangeira e que estava a ser ignorada por Pequim. “O Governo central tem o dever de proteger toda a gente (…) Este racismo tem de ser parado”, afirmou também em meados de Abril à agência Lusa o vice-diretor da HRW para a Ásia, acrescentando que a ONG tem recebido várias denúncias de estrangeiros barrados em vários serviços e que estão a sofrer ataques xenófobos nas ruas e nas redes sociais do país. A mesma organização denunciou casos em que proprietários expulsaram residentes africanos, forçando muitos a dormir na rua, e de hotéis, lojas e restaurantes que recusaram clientes africanos.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Kim Jong Un aparece em público [dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, apareceu sexta-feira em público pela primeira vez em mais de um mês, acabando assim com rumores acerca do seu estado de saúde, indicou a agência de notícias oficial KCNA. Segundo aquela agência, Kim Jong Un participou na inauguração de uma fábrica. O líder norte-coreano “assistiu à cerimónia” e “todos os participantes gritaram ‘urra’” quando ele apareceu, indicou a KCNA. Kim Jong Un não aparecia em público desde que presidiu a uma reunião em 11 de Abril. Nos últimos dias, vários órgãos de comunicação apontaram que Kim se encontra em estado crítico, depois de ter sido, alegadamente, sujeito a uma cirurgia cardíaca, algo que as autoridades sul-coreanas designaram de “notícias falsas”.
Hoje Macau China / ÁsiaAI | Pedido a Governos asiáticos para que recebam barcos com rohingya [dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional enviou uma carta aberta a diversos governos asiáticos e ao australiano para que ajudem barcos com rohingyas, à deriva no golfo de Bengala, recusados por diversos países por medo de que sejam portadores de covid-19. A Organização Não-governamental (ONG) enviou a carta depois de um navio, que havia sido rejeitado pelas autoridades da Malásia, ter chegado à costa de Bangladesh com 396 rohingya desnutridos, após dois meses no mar, tendo morrido pelo menos 28 pessoas. Uma semana depois, as autoridades do Bangladesh indicaram que, devido à covid-19, não aceitarão a entrada de mais navios com rohingya, uma minoria muçulmana perseguida na Birmânia (Myanmar). “Vários barcos de pesca com centenas de homens, mulheres e crianças – que se acredita serem rohingya – estão actualmente à deriva no mar, depois de serem rejeitados pelos Governos que mencionam a pandemia da covid-19”, afirma-se na carta, assinada na sexta-feira por Clare Algar, directora de Investigação, Advocacia e Política da Amnistia Internacional. Algar afirmou que há actualmente cerca de 800 refugiados e emigrantes em alto mar e instou as autoridades da região a protegerem estas vidas por razões humanitárias e também a cumprirem as suas responsabilidades perante as leis e acordos internacionais. A carta é dirigida aos Governos da Austrália, Bangladesh, Brunei, Camboja, Índia, Indonésia, Laos, Malásia, Birmânia, Paquistão, Filipinas, Singapura, Timor-Leste, Tailândia, Sri Lanka e Vietname. Minorias em sofrimento Mais de 700.000 refugiados rohingya vivem no Bangladesh desde a limpeza étnica que sofreram entre 2016 e 2017 às mãos do exército birmanês, que está a ser julgado por alegado genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (Haia). A situação da covid-19 também provocou reclamações de várias ONG em países como a Malásia, onde cerca de 700 imigrantes e refugiados foram esta semana presos e amontoados em centros de detenção temporária pelas autoridades. Na Tailândia, a ONG Fortify Rights pediu ao Governo que libertasse os refugiados e os migrantes que se encontram em centros de detenção, depois de 42 deles terem dado positivo para o novo coronavírus na província de Songkhla, no sul.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno de Hong Kong prevê pior crise financeira em mais de 20 anos [dropcap]A[/dropcap] economia de Hong Kong pode encolher entre 4% e 7% neste ano fiscal devido ao impacto prolongado da pandemia da covid-19, alertou hoje o Governo da região. O secretário para as Finanças, Paul Chan Mo-po, reviu as previsões de Fevereiro, altura em que tinha afirmado que o Produto Interno Bruto (PIB) podia cair, este ano, 1,5% ou crescer 0,5% no máximo, de acordo com o diário de Hong Kong South China Morning Post. “A magnitude da recessão económica de Hong Kong no primeiro trimestre pode ser pior do que no tsunami económico global de 2008, ou no impacto da crise financeira asiática [1997-1998]”, declarou o responsável no debate do orçamento para este ano, no Conselho Legislativo. Chan salientou que o impacto da pandemia na economia da cidade foi “mais grave e prolongado” do que o previsto. “O desempenho económico de Hong Kong vai inevitavelmente ser pior do que o esperado”, disse o secretário. Perante um eventual regresso dos protestos antigovernamentais, na sequência de uma diminuição dos casos da covid-19 identificados no território, Chan avisou que a estabilidade social é crucial para a recuperação económica da cidade. “Se os confrontos violentos… da segunda metade do ano passado ressurgirem, levarão seguramente ao encerramento de mais lojas e ao fim do investimento de capital estrangeiro em negócios em Hong Kong”, advertiu. Com 1.037 casos da covid-19, Hong Kong está sem novas infecções pelo quarto dia consecutivo. A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 215 mil mortos e infectou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial. Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Assembleia Nacional Popular reúne a 22 de Maio [dropcap]A[/dropcap] sessão plenária do parlamento chinês vai realizar-se em 22 de Maio, após ter sido adiada por dois meses e meio devido ao surto do novo coronavírus, informou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua. O mais importante evento anual da agenda política chinesa, que deveria ter ocorrido no início de Março, foi adiado no final de Fevereiro, no auge da crise epidémica na China. A sessão plenária da Assembleia Nacional Popular deve permitir ao Presidente chinês, Xi Jinping, proclamar a vitória do país sobre a epidemia do novo coronavírus, que começou na cidade chinesa de Wuhan, em Dezembro passado, mas que, entretanto, espalhou-se por todo o mundo. Durante a sessão anual, que dura 10 dias, os quase três mil deputados órgão máximo legislativo da China, oriundos de todo o país, e eleitos por cinco anos, a partir das assembleias das diferentes províncias, regiões autónomas, municípios, regiões administrativas especiais e das forças armadas do país, estão encarregues de aprovar projectos de lei, o relatório do Governo ou o orçamento de Estado. Face à ameaça de casos importados e dos casos assintomáticos, a capital chinesa permanece vigilante, e qualquer pessoa que chegue a Pequim ter que realizar uma quarentena de pelo menos 14 dias. A Xinhua não detalhou se todos os deputados estariam fisicamente presentes em Pequim ou se alguns poderiam participar na sessão plenária via ‘online’. Constitucionalmente, a ANP é o “supremo órgão do poder de Estado na China”, mas cerca de 70% dos deputados são membros do Partido Comunista Chinês (PCC).
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista 22 casos de infecção nas últimas 24 horas [dropcap]A[/dropcap] China registou 22 casos de infecção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, 21 deles oriundos do exterior, informou hoje a Comissão de Saúde do país. Trata-se de um aumento significativo face ao dia anterior, quando o país registou seis casos. O único caso de contágio local foi detectado na província de Guangdong. Não há registo de mais vítimas mortais até às 23:59 de terça-feira na China, segundo as autoridades chinesas. O número de infectados activos no país fixou-se em 647, depois de 23 pessoas terem tido alta, nas últimas 24 horas. Desde o início da epidemia, a China registou, no total, 82.858 infectados e 4.633 mortos devido a Covid-19. Até ao momento, 77.578 pessoas tiveram alta. As autoridades chinesas referiram que 731.910 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre as quais 8.283 permanecem sob observação. A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 215 mil mortos e infectou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios. A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Negada cedência a pressão chinesa sobre desinformação [dropcap]A[/dropcap] União Europeia rejeitou ontem liminarmente ter cedido a pressões de Pequim para ‘suavizar’ as referências à China no seu mais recente relatório sobre desinformação no quadro da pandemia da covid-19, garantindo que expõe sem interferências os factos sobre ‘fake news’. Segundo várias publicações que tiveram acesso a um ‘rascunho’ do relatório do Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE), o documento original era muito mais crítico relativamente à actuação das autoridades chinesas do que a versão final que acabou por ser publicada, com atraso, na última sexta-feira, 24 de Abril. De acordo com o jornal New York Times, o relatório do SEAE, o corpo diplomático da UE, foi alterado depois de pressões da China para que a linguagem fosse “suavizada”, apontando a publicação norte-americana que foram retiradas referências como a que aludia a uma “campanha de desinformação global” empreendida pelas autoridades chinesas, com o intuíto de “desviar as culpas do surto da pandemia e melhorar a sua imagem internacional”. O jornal indica também ter tido acesso a um correio electrónico enviado por um diplomata europeu a colegas na véspera da publicação do relatório, no qual este escreve que “os chineses já estão a ameaçar com reacções se o relatório for publicado”. Ontem, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, no qual o assunto esteve em destaque, o porta-voz principal para os Negócios Estrangeiros rejeitou vigorosamente as notícias sobre a cedência a pressões de Pequim, apontando que “não houve alterações e não houve várias versões do documento que foi tornado público”. Segundo Peter Stano, tal como acontece em muitas instituições e organizações, incluindo órgãos de comunicação social, há documentos que são para “consumo interno” – o que era o caso daquele a que tiveram acesso algumas publicações – e outros elaborados de forma autónoma para publicação externa, que são sujeitos a procedimentos editoriais, caso do relatório publicado na sexta-feira. “O SEAE lidera as actividades com o objectivo de expor a desinformação. Fazemo-lo regularmente através de um site dedicado a tal, com o endereço www.euvsdisinfo.eu , e eu espero francamente que quem quer que tenha dúvidas sobre a transparência e a qualidade do nosso trabalho relativamente à desinformação consulte este sítio de Internet”, declarou. “Por isso, refuto e contesto em absoluto quaisquer acusações de que estamos a ceder a qualquer tipo de pressão externa”, insurgiu-se. Insistindo que estes relatórios sobre desinformação, que têm sido actualizados regularmente à luz das últimas tendências observadas a nível global, não hesitam em “nomear os actores” que promovem as ‘fake news’, o porta-voz lembrou também que estes relatórios são feitos com base em fontes abertas, pelo que nem faria sentido tentar ‘maquilhar’ os factos. “Atendendo a que trabalhamos com fontes abertas e basicamente com informação que está aí fora ao dispor de toda a gente que queira verificar, pensar que omitir ou não dizer algo vai fazer com que isso desapareça ou agradar a alguém é não só ingénuo, mas até absurdo, peço desculpa”, declarou o porta-voz. Outras narrativas De acordo com o relatório actualizado publicado na passada sexta-feira sobre desinformação no quadro da pandemia da covid-19 – que se segue a outros documentos já publicados em 19 de Março e 1 de Abril -, “apesar do seu impacto potencialmente grave na saúde pública, fontes oficiais e estatais de vários governos, incluindo a Rússia e – em menor grau – a China, continuaram a visar amplamente as narrativas de conspiração e a desinformação, tanto junto das audiências públicas da UE como da vizinhança mais ampla”. Focado sobretudo nas campanhas de desinformação fomentadas pelo Kremlin, o relatório aponta que “há também provas de um esforço coordenado por parte de fontes oficiais chinesas no sentido de desviar qualquer responsabilidade pelo surto da pandemia, de divulgar anúncios e entregas de assistência bilateral, com sondagens em certos países a mostrar que a China é vista como mais útil no combate à pandemia do que a UE”.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul assegura que Kim Jong-un está “vivo e de boa saúde” [dropcap]A[/dropcap]s autoridades sul-coreanas consideram que o líder da Coreia do Norte está “vivo e de boa saúde”, minimizando a seriedade dos rumores sobre os alegados de problemas de saúde de Kim Jong-un. “A posição do nosso Governo é firme”, disse Moon Chung-in, conselheiro especial do Presidente sul-coreano em segurança nacional, à emissora de televisão norte-americana CNN, no domingo. O conselheiro acrescentou ainda que o líder norte-coreano está hospedado desde 13 de abril em Wonsan, um resort à beira-mar no leste do país. “Nenhuma acção suspeita foi detectada até agora”, reforçou. A imprensa internacional noticiou este domingo que o suposto comboio de Kim Jong-un foi avistado em imagens de satélite entre os dias 21 e 23 de Abril parado numa estação reservada à sua família, na cidade de Wonsan. As fotografias foram publicadas pelo portal especializado em assuntos norte-coreanos, 38 North, e, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, a locomotiva está estacionada, naquele local, pelo menos desde terça-feira. De acordo com o portal norte-americano 38 North, a presença do comboio “não prova nada sobre o paradeiro do líder norte-coreano nem indica sobre o seu estado de saúde”, adiantando, por outro lado, que “dá credibilidade de que Kim está numa zona balnear na costa leste”. Na semana passada, a cadeia de televisão norte-americana CNN tinha noticiado, citando um responsável norte-americano, que os EUA tinham acesso a informações de que Kim Jong-un estaria “em estado grave”, devido a complicações pós-operatórias. As dúvidas sobre os possíveis problemas de saúde do líder norte-coreano surgiram após a sua ausência na tradicional visita ao mausoléu de Pyongyang onde permanece o corpo do seu avô Kim Il-sung, de acordo com as imagens divulgadas pelos média do país. Por tradição, no dia 15 de Abril, aniversário do nascimento do seu avô e a principal festividade nacional, Kim Jong-un visita o Palácio do Sol de Kumsusan e presta tributo ao fundador da Coreia do Norte, com ampla cobertura dos media controlados pelo regime. O Daily NK, um meio de comunicação administrado por norte-coreanos desertados, informou que o líder norte-coreano havia sido operado em Abril devido a problemas cardiovasculares, e estava a recuperar numa vila da província de Pyongan Norte. Com 36 anos, o líder norte-coreano tem problemas de obesidade e é um fumador compulsivo. O estado de saúde de Kim Jong-un permanece em grande mistério, de acordo com a agência EFE.
Hoje Macau China / ÁsiaAlunos do ensino médio e secundário voltaram hoje à escola na China [dropcap]O[/dropcap]s alunos do último ano no ensino médio e básico voltaram hoje a ter aulas presenciais na China, ao fim de dois meses de encerramento das escolas, devido às medidas de prevenção contra a propagação do novo coronavírus. O ministério da Educação chinês informou que a maioria das escolas de ensino médio e secundário retomaram as aulas, mas apenas para alunos do último ano, visando a preparação para os exames de acesso ao ensino secundário e superior, respetivamente, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. A mesma fonte não especificou quantas escolas autorizaram o regresso às aulas ou quantos alunos foram abrangidos pela medida. Segundo a televisão estatal CGTN, só em Pequim, 49.000 alunos do ensino secundário voltaram hoje a ter aulas presenciais, visando a preparação para o ‘gaokao’, o exame de acesso ao ensino superior na China, que foi adiado por um mês, para os dias 07 e 08 de julho. No entanto, no distrito de Chaoyang, que inclui o centro da capital chinesa, o retorno dos estudantes não foi integral, já que esta área foi designada de alto risco, devido a um surto nos últimos dias originado por um estudante chinês que regressou dos Estados Unidos. A Xinhua informou ainda que as escolas vão sujeitar os alunos a “medidas usuais de controlo e prevenção da epidemia”, que incluem medições de temperatura e a obrigação do uso de máscara cirúrgica ou de proteção respiratória. O jornal oficial em língua inglesa China Daily indicou ainda, através da sua conta oficial no Twitter, que “trinta províncias e municípios da China, incluindo Pequim e Xangai, reabriram as suas escolas”. O retorno às aulas dos diferentes níveis educacionais está a ser realizado de forma diferente e gradual nas diferentes províncias chinesas, dependendo da situação epidémica. Durante as semanas em que as escolas estiveram encerradas, muitos estudantes chineses continuaram a ter aulas via ‘online’. A China registou três casos de infecção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, dois deles oriundos do exterior, e uma vítima mortal, informou a Comissão de Saúde do país. Trata-se de uma queda face a sexta-feira e sábado, quando o país registou doze e onze casos, respectivamente. Desde o início da epidemia, a China registou, no total, 82.830 infetados e 4.633 mortos. Até ao momento, 77.474 pessoas tiveram alta.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Últimos doze pacientes em Wuhan receberam alta no domingo [dropcap]A[/dropcap] cidade chinesa de Wuhan, de onde o surto do novo coronavírus é originário, não tem mais pacientes hospitalizados, depois de os últimos 12 terem tido alta no domingo, informou a Comissão de Saúde da província de Hubei. A cidade, que esteve isolada entre 23 de Janeiro e 8 de Abril, foi o epicentro do surto antes de este se tornar global, somando, no conjunto 3.869 mortos – mais de 80% das vítimas mortais em toda a China -, segundo os dados oficiais. O acontecimento foi reportado pela imprensa local como um “dia histórico”, Nas restantes cidades da província de Hubei, da qual Wuhan é capital, também não há mais casos nos hospitais, embora 1.728 pessoas que tiveram contacto próximo com uma pessoa infetada permaneçam sob observação médica, informou a Comissão de Saúde. Pacientes permanecem hospitalizados em outras partes da China, incluindo 67 em Xangai e três em Pequim. Muitas cidades viram um influxo de casos oriundos exterior, levando o Governo a reduzir os voos internacionais e a banir a entrada de cidadãos estrangeiros. A China registou três casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, dois deles oriundos do exterior, e uma vítima mortal, informou hoje a Comissão de Saúde do país. Trata-se de uma queda face a sexta-feira e sábado, quando o país registou doze e onze casos, respectivamente O novo caso de contágio local foi detectado na província de Heilongjiang, no nordeste da China, onde se registou recentemente um aumento de infecções causado por cidadãos chineses oriundos da Rússia. A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 204 mil mortos e infectou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim | Proibidos comportamentos ‘não civilizados’ a partir de Junho [dropcap]P[/dropcap]equim vai proibir a partir de 1 de Junho um conjunto de comportamentos considerados “incivilizados” para melhorar a higiene em locais públicos como medida de combate à pandemia de covid-19, indicaram ontem autoridades municipais. Espirrar ou tossir sem cobrir o nariz ou a boca e andar sem máscara em locais públicos, em caso de doença, são comportamentos que passam a fazer parte de uma nova lista de infracções na capital chinesa, segundo avançou ontem a AFP. Os cidadãos passam também a necessitar de se “vestir adequadamente” quando estão em público, sendo proibido estar em tronco nu – sendo esta uma medida aparentemente relacionada com a prática conhecida por ‘biquíni de Pequim’ quando, no Verão, muitos homens passeiam com a camisola levantada. Os novos regulamentos delineados pelas autoridades de Pequim também exigem a instalação de marcações para o distanciamento social em locais públicos. Maus créditos Com mais de 20 milhões de habitantes, Pequim tem vindo a desencorajar uma série de comportamentos considerados ‘não civilizados’ nomeadamente cuspir em público, deixar o lixo em qualquer lugar, passear os cães sem coleira ou fumar em locais onde é proibido. A realidade mostra, contudo, que os regulamentos nem sempre são respeitados e que certos hábitos ainda não desapareceram. O novo conjunto de regras, adoptado na sexta-feira, também incentivam a Polícia a tomar nota de infracções graves que possam afectar o ‘crédito social’ de uma pessoa. Nos últimos anos a China começou a aplicar vários sistemas de ‘crédito social’ que apontam os cidadãos ‘bons’ e que podem fazer com que outros fiquem impedidos de viajar de avião ou de comboio ou fazer uma reserva num hotel.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Adoptado novo tom para defender resposta de Pequim ao surto Analistas de política internacional consideram que os diplomatas chineses têm adoptado uma postura combativa para defender a resposta de Pequim ao surto do novo coronavírus, ilustrando a nova postura do país, que se quer assumir como grande potência. [dropcap]O[/dropcap] novo perfil diplomático é atribuído à governação do Presidente chinês, Xi Jinping, que assumiu o desejo de aproximar o país do centro da governação dos assuntos globais, abdicando do “perfil discreto” na política externa chinesa que vigorou durante décadas. “Se alguém tentar atacar a China, a China reagirá resolutamente”, explica Shi Yinhong, professor de Estudos Internacionais na Universidade Renmin, norte de Pequim. “Os líderes chineses pensam que se a China não reagir, isso prejudicará ainda mais o país”, disse. O editorial desta semana do Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês transmite isso mesmo, ao referir que “os dias em que a China podia ser colocada numa posição submissa são parte do passado”. “O povo chinês já não está satisfeito com um tom diplomático fraco”, apontou. Na Suécia, o embaixador chinês, Gui Congyou, menosprezou os jornalistas locais ao compará-los com pugilistas peso-leve a tentar fazer frente a um peso-pesado quando escrevem notícias negativas sobre a China. Especialistas dizem que o Partido Comunista vê as críticas como um ataque à sua liderança e direito de governar. A diplomacia chinesa tem recorrido cada vez mais a redes sociais bloqueadas no país, como Twitter e o Facebook, seguindo os passos de Zhao Lijian, um dos primeiros diplomatas chineses a ter conta no Twitter, e cujos comentários, quando era embaixador no Paquistão, levaram a ex-embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice, a considerá-lo um “racista” que devia ser demitido. Em vez disso, a China promoveu-o a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. Carl Minzner, especialista em política chinesa na Fordham Law School, em Nova Iorque, aponta uma preferência “clara” de Xi Jinping por diplomatas “lobos guerreiros”, referindo-se a “Wolf Warrior II”, o filme mais visto de sempre na China. O filme conta a história de um soldado chinês numa zona de guerra em África, onde salva centenas de pessoas de uma chacina conduzida por mercenários ocidentais, que tentam apoderar-se do país. Estes diplomatas “usam uma linguagem agressiva no exterior como forma de atrair a atenção do público nacionalista em casa – tanto entre a elite do Partido como entre a sociedade em geral – independentemente do impacto que possa ter na imagem da China no exterior”, disse Minzner. Desgosto ocidental Além-fronteiras, o tom é menos apreciado: o ministro francês dos Negócios Estrangeiros convocou, na semana passada, o embaixador chinês, depois de a embaixada em Paris ter publicado uma crónica que acusa os trabalhadores franceses em lares de desertarem e “deixarem os seus residentes morrerem de fome e doenças”. As autoridades chinesas irritam-se com o que consideram hipocrisia ocidental, acusando o Presidente norte-americano, Donald Trump, e outros líderes, de ignorarem a pandemia do novo coronavírus e usarem depois a China como bode expiatório. Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, o Presidente francês, Emmanuel Macron, questionou a resposta da China ao vírus, afirmando que “há claramente coisas que aconteceram que não sabemos”. A diplomacia britânica disse já que a relação com a China vai ter de ser repensada. A voz dos duros Sob a governação de Xi, Pequim lançou ainda esforços coordenados para moldar a narrativa sobre a China no exterior, nomeadamente ao mobilizar internautas para comentar nas redes sociais e investir nos órgãos estatais que transmitem em línguas estrangeiras. “No passado, a diplomacia chinesa estava longe do povo”, disse Chu Yin, professor da Universidade de Relações Internacionais da China. Agora, os diplomatas chineses sentem que “ser duro não é errado”. Os diplomatas de Pequim vêem o vírus como uma oportunidade de afirmarem a liderança do regime entre países críticos do Ocidente. Muitos líderes elogiaram a China por enviar equipamento e médicos, com o Presidente da Sérvia inclusive a beijar a bandeira chinesa. Na década de 1990, alguns chineses referiam-se à diplomacia chinesa como “Ministério dos Traidores”, irritados com a deferência mostrada para com as potências ocidentais. “Chegamos ao centro da governação mundial como nunca estivemos antes, mas ainda não temos o alcance total do microfone nas nossas mãos”, explicou a porta-voz da diplomacia chinesa Hua Chunying. “Temos de exigir o nosso direito de falar”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Médicos alertam sobre colapso dos serviços de urgência no Japão [dropcap]O[/dropcap]s serviços de urgência médica do Japão estão a “começar a colapsar” por falta testes de despistagem de covid-19 e escassez de equipamento de protecção sanitária pondo os profissionais em risco de contágio, alertaram hoje organizações médicas japonesas. Takeshi Shimazu, presidente da Associação Japonesa de Cuidados Primários, e Tetsuya Sakamoto, que dirige a Sociedade Japonesa de Emergência Médica, alertaram hoje, através de um depoimento gravado em vídeo, que a falta de centros de urgência está a provocar um aumento de pessoas internadas nos hospitais fazendo colapsar o serviço e as intervenções dos profissionais de saúde. “Não podemos operar normalmente e, nesse sentido, eu afirmo que os serviços de urgência estão a começar a colapsar”, disse Shimazu demonstrando preocupação em relação à falta de tratamentos aos doentes em situação considerada crítica. Inicialmente, o Japão mostrava sinais de controlo sobre a pandemia de covid-19 através da utilização de espaços específicos mas, segundo organizações médicas, a situação está a agravar-se com o aumento do número de pessoas contagiadas e a alegada falta de recursos. Especialistas indicam que os números sobre contágios são superiores ao balanço que é divulgado pelo Governo de Tóquio. Segundo o Ministério da Saúde do Japão morreram no país até agora 300 pessoas devido à covid-19, doenças provocada pelo novo coronavírus, e 12.400 estão infectadas. A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 190 mil mortos e infectou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Laboratório chinês anuncia primeira vacina com larga protecção em macacos [dropcap]U[/dropcap]ma vacina experimental em macacos “protegeu-os largamente”, pela primeira vez, contra o coronavírus, anunciou um laboratório chinês que está na origem da investigação. A vacina, que utiliza agentes patogénicos inertes do vírus na origem da doença covid-19, foi administrada a oito macacos, que foram contaminados artificialmente três semanas mais tarde, segundo a investigação publicada pelo gigante farmacêutico Sinovac Biotech. “Os quatro macacos que receberam a vacina em dose elevada não apresentaram qualquer traço detectável do vírus nos pulmões, sete dias após a contaminação”, assegurou o laboratório, que publicou os resultados a 19 de Abril no ‘site’ bioRxiv. Outros quatro símios, aos quais a vacina foi administrada em dose menos forte, apresentaram uma elevada carga viral no organismo, mas conseguiram resistir à doença. Estes resultados devem agora ser objecto de uma nova avaliação pelos especialistas, antes de serem validados pela comunidade científica. A Sinovac, uma empresa cotada no Nasdaq, iniciou os ensaios clínicos da mesma vacina no homem a 16 de Abril. Questionado pela agência de notícias francesa AFP, o laboratório escusou-se a comentar este assunto. “Estes são os primeiros dados pré-clínicos sérios que já vi sobre uma vacina experimental”, comentou no Twitter o virologista Florian Krammer, da Escola Icahn, de medicina, em Nova Iorque. “A questão é saber se esta protecção é de longa duração”, observou a imunologista Lucy Walker, da Universidade College, em Londres. Além do projecto da Sinovac, Pequim aprovou duas outras vacinas experimentais lançadas, por um lado, pela Escola Militar de Ciências Médicas e pelo grupo de biotecnologia CanSino, cotado em Hong Kong, e, por outro lado, pelo Instituto de Produtos Biológicos e pelo Instituto de Virologia de Wuhan, a cidade onde o coronavírus surgiu, no final do ano passado. O laboratório americano Moderna anunciou simultaneamente em meados de Março que estava a proceder igualmente a ensaios clínicos para uma vacina experimental nos Estados Unidos. Grupos farmacêuticos e laboratórios de investigação em todo o mundo lançaram-se numa corrida contra o tempo para desenvolver tratamentos e vacinas contra a covid-19, que matou mais de 190.000 pessoas, em cerca de 2,7 milhões de cidadãos contaminados. Os peritos estão a usar várias novas tecnologias. O prazo estimado para uma vacina é de entre 12 a 18 meses, no mínimo.