Media | Relatório da FIJ fala de mais insegurança e impunidade no sudeste asiático 

É cada vez mais difícil fazer jornalismo em países como o Cambodja, Tailândia, Filipinas ou Myanmar, entre outros. O mais recente relatório da Federação Internacional de Jornalistas relata um aumento das ameaças sentidas pelos jornalistas e insegurança no trabalho. Os profissionais de media sentem uma enorme impunidade e a culpa é do Governo, das leis e do sistema judicial

 

[dropcap]M[/dropcap]anter vivo e de boa saúde o chamado quarto poder na zona do sudeste asiático parece uma tarefa cada vez mais difícil. O relatório da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), recentemente divulgado, dá conta de uma situação muito negativa em países como o Cambodja, Indonésia, Tailândia, Myanmar, Timor-Leste, Filipinas e Malásia no que diz respeito à segurança na profissão de jornalista e à sua protecção pela via das leis e das instituições.

“As maiores ameaças no sudeste asiático são a prisão ou detenção por parte das autoridades e, em segundo lugar, ataques tendo como alvo os jornalistas”, lê-se no relatório. De frisar que a maior parte dos inquiridos, 41 por cento, disse ter entre 26 e 35 anos, sendo que 57 por cento são jornalistas.

O relatório dá conta que, no Cambodja, as maiores ameaças são a prisão ou detenção por parte das autoridades, enquanto que na Indonésia e no Myanmar são os alvos ao trabalho jornalístico. Na Malásia o sector dos media sofre com baixos salários e más condições de trabalho, tal como em Timor-Leste, enquanto que nas Filipinas ocorrem casos de assédio online, ataques no local de trabalho, reprimendas ou despedimentos e alvos ao trabalho jornalístico. Na Tailândia são comuns os ataques cibernéticos através de plataformas móveis.

O inquérito realizado pela FIJ permitiu concluir que 61 por cento dos jornalistas disse que o seu trabalho lhes trouxe preocupações ao nível da segurança nos últimos 12 meses, enquanto que 25 por cento dos repórteres assumiu ter tido experiências negativas relacionadas com o seu trabalho. Por sua vez, 24 por cento dos jornalistas disse ter sido ameaçado pessoalmente.

Por entre factores económicos e políticos, as empresas e os seus profissionais sofrem por diversos motivos. De todos os entrevistados pela FIJ, 37 por cento afirmou que a situação dos media no seu país não melhorou ou manteve-se inalterada no último ano em termos de impunidade. As razões citadas pela falta de desenvolvimentos nesta área prendem-se com a propriedade dos media, as políticas governamentais e as leis. A título de exemplo, no Cambodja metade dos jornalistas disse que a situação dos profissionais está em franco declínio, com figuras políticas ou políticas governamentais a serem os principais responsáveis pela situação. No geral, mais de 30 por cento dos inquiridos afirmaram que, no sudeste asiático, a situação dos media não melhorou.

Contudo, nem todos os resultados são maus. No caso de Timor-Leste, 37 por cento dos jornalistas disse sentir que a situação dos media melhorou devido às políticas governamentais, à ética jornalística e ao profissionalismo.

A culpa é do Governo

A FIJ traça também o cenário do grau de impunidade que existe nestes países no que diz respeito a casos de ataques ou insegurança. Resultados mostram que nos países do sudeste asiático a impunidade está numa média de 7,2 pontos, de zero a dez, sendo que dez representa o nível extremamente mau. “Um terço dos inquiridos, 33 por cento, disse que os esforços do Governo para providenciar protecção suficiente para os seus jornalistas piorou”, lê-se no documento, enquanto que “os inquiridos no Myanmar e Timor-Leste afirmaram que os esforços feitos pelos seus Governos são aceitáveis”.

O relatório da FIJ dá também conta que “as quatro influências negativas mais predominantes para o clima de impunidade no sudeste asiático estão relacionadas com a liderança política, Governo, sistema judicial e ética jornalística”. Enquanto isso, “os jornalistas de países como o Cambodja, Indonésia, Malásia e Tailândia identificaram os seus Governos como os principais responsáveis pela impunidade”.

O caso do Myanmar

O Myanmar tem as suas especificidades no que à situação dos media diz respeito. Mais de 20 por cento dos jornalistas ouvidos pela FIJ dizem fazer a cobertura de assuntos relacionados com os direitos humanos. A Presidente do país, Aung San Suu Kyi, ganhou um Nobel da Paz, mas nem isso fez mudar o panorama de falta de liberdade em que vive o país.

“Com eleições marcadas para 2020, a líder Aung San Suu Kyi não mostrou que a política vai prestar atenção à difícil situação dos media no Myanmar. Apesar da libertação, em Maio, dos dois jornalistas da Reuters, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, depois de uma intensa pressão internacional, os media apenas encontraram restrições e obstáculos no último ano”, refere o relatório.

A FIJ defende que o Myanmar, antiga Birmânia, “falhou na criação de um ambiente propício a que os media consigam prosperar, enquanto que o sistema judicial é usado de forma agressiva como arma para prevenir a fiscalização do Governo”.

“A confiança do público nos media está no nível mais baixo numa altura crítica em que as redes sociais estão a emergir na esfera pública, criando um ambiente de divisões e conflitos. Enquanto isso, os media locais enfrentam dificuldades para sobreviver devido à falta de modelos de negócio viáveis”, acrescenta o relatório.

Para a FIJ, a detenção dos dois repórteres da Reuters, que investigavam a situação da minoria rohingya, “representa o teste decisivo para a situação da liberdade de imprensa no Myanmar”. A sua prisão mostra que “o clima de medo e os sinais de alerta dos dois jornalistas da Reuters sem dúvida que contribuem para um ambiente de auto-censura”, acrescenta a FIJ.

“Inimigos de Estado”

No caso das Filipinas, país presidido por Rodrigo Duterte, a situação está longe de ser a ideal. “Não existem dúvidas de que as Filipinas continuam a ser um dos países mais perigosos do mundo para a prática da profissão de jornalista”, diz a FIJ.

A situação de extrema violência contra repórteres foi tema de uma reportagem do canal televisivo Al Jazeera, a 10 de Outubro deste ano, intitulada “A Nova Guerra de Duterte”, e que versava sobre mortes extra-judiciais na ilha de Negros, zona central do país, desde 2018. O relatório da FIJ dá conta que o Governo tem vindo a usar as suas forças de segurança para associar os jornalistas ao movimento comunista.

Exemplo disso foi o facto de, na reportagem da Al Jazeera, ter sido ouvido o Major General Antonio Parlade Jr., chefe das relações civis-militares, que negou envolvimentos com as mortes, apesar de “muitos familiares das vítimas suspeitarem de que as mortes foram levadas a cabo pelas forças de Estado”. Antonio Parlade Jr. afirmou que os relatórios referidos na reportagem não são credíveis porque “os media, especialmente os mais convencionais, estão dominados pelos quadros do Partido Comunista das Filipinas, na imprensa escrita e mesmo na televisão”.

A FIJ frisa que não foram apresentadas provas destas alegações, pelo que “foi feita uma acusação sem fundamento contra os jornalistas filipinos”. “Mas muito antes das declarações de Parlade, já existiam sinais de que as organizações de jornalistas ou repórteres mais críticas estavam na mira das forças de segurança estatais”, acrescenta o relatório.

Outro caso referido diz respeito à detenção da jornalista Maria Ressa, CEO do website informativo Rappler, devido à sua cobertura sobre a guerra travada por Duterte contra traficantes e consumidores de droga. A jornalista, que foi distinguida pela revista Time, foi libertada após pagar caução. O caso levou a uma reacção por parte dos EUA, que apelaram ao Governo filipino para que libertasse a jornalista, que também tem a nacionalidade norte-americana, e deixasse o seu sítio na internet “trabalhar livremente”.

Por fazer

Num capítulo com o título “Novo País, Velhos Desafios”, a FIJ retrata Timor-Leste como um país que está numa situação ligeiramente mais favorável face aos seus parceiros na zona do sudeste asiático mas que, ainda assim, há muito para fazer.

“Durante o bloqueio para a restauração da independência, a liderança de então comprometeu-se com a garantia de liberdade de expressão e media livres. Em 2019, o país marcou 20 anos desde que houve o referendo pela independência em relação à Indonésia, depois de 24 anos de ocupação, que traçou um novo caminho para a indústria dos media”, recorda o documento.

Actualmente existem, de acordo com dados de 2017, 50 organizações de media em Timor-Leste, incluindo cinco jornais diários. Apesar do dinamismo do sector, “muitos desafios necessitam de ser superados e muito mais precisa de ser feito para garantir uma genuína liberdade de imprensa em Timor-Leste”. Dois inquéritos realizados no país mostram que 63 por cento dos jornalistas disseram que a situação dos media “melhorou significativamente” nos últimos 12 meses, mas “os baixos salários e as más condições de trabalho são considerados como grandes ameaças à liberdade de imprensa”. Isto de acordo com 41 por cento dos inquiridos, sendo que 20 por cento disse que existem ataques ao jornalismo. Os esforços do Governo “são aceitáveis”, mas é “necessária uma melhoria”.

“Um dos principais problemas que os jornalistas de Timor-Leste continuam a enfrentar é a falta de acesso a informações cruciais ou documentos”, uma vez que o Governo “detém um monopólio de informação e regularmente recusa providenciar documentos aos media”. Grande parte dessa informação está relacionada com empresas que participaram em concursos públicos para projectos promovidos pelo Governo e que fogem ao escrutínio dos media.

27 Nov 2019

Media | Relatório da FIJ fala de mais insegurança e impunidade no sudeste asiático 

É cada vez mais difícil fazer jornalismo em países como o Cambodja, Tailândia, Filipinas ou Myanmar, entre outros. O mais recente relatório da Federação Internacional de Jornalistas relata um aumento das ameaças sentidas pelos jornalistas e insegurança no trabalho. Os profissionais de media sentem uma enorme impunidade e a culpa é do Governo, das leis e do sistema judicial

 
[dropcap]M[/dropcap]anter vivo e de boa saúde o chamado quarto poder na zona do sudeste asiático parece uma tarefa cada vez mais difícil. O relatório da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), recentemente divulgado, dá conta de uma situação muito negativa em países como o Cambodja, Indonésia, Tailândia, Myanmar, Timor-Leste, Filipinas e Malásia no que diz respeito à segurança na profissão de jornalista e à sua protecção pela via das leis e das instituições.
“As maiores ameaças no sudeste asiático são a prisão ou detenção por parte das autoridades e, em segundo lugar, ataques tendo como alvo os jornalistas”, lê-se no relatório. De frisar que a maior parte dos inquiridos, 41 por cento, disse ter entre 26 e 35 anos, sendo que 57 por cento são jornalistas.
O relatório dá conta que, no Cambodja, as maiores ameaças são a prisão ou detenção por parte das autoridades, enquanto que na Indonésia e no Myanmar são os alvos ao trabalho jornalístico. Na Malásia o sector dos media sofre com baixos salários e más condições de trabalho, tal como em Timor-Leste, enquanto que nas Filipinas ocorrem casos de assédio online, ataques no local de trabalho, reprimendas ou despedimentos e alvos ao trabalho jornalístico. Na Tailândia são comuns os ataques cibernéticos através de plataformas móveis.
O inquérito realizado pela FIJ permitiu concluir que 61 por cento dos jornalistas disse que o seu trabalho lhes trouxe preocupações ao nível da segurança nos últimos 12 meses, enquanto que 25 por cento dos repórteres assumiu ter tido experiências negativas relacionadas com o seu trabalho. Por sua vez, 24 por cento dos jornalistas disse ter sido ameaçado pessoalmente.
Por entre factores económicos e políticos, as empresas e os seus profissionais sofrem por diversos motivos. De todos os entrevistados pela FIJ, 37 por cento afirmou que a situação dos media no seu país não melhorou ou manteve-se inalterada no último ano em termos de impunidade. As razões citadas pela falta de desenvolvimentos nesta área prendem-se com a propriedade dos media, as políticas governamentais e as leis. A título de exemplo, no Cambodja metade dos jornalistas disse que a situação dos profissionais está em franco declínio, com figuras políticas ou políticas governamentais a serem os principais responsáveis pela situação. No geral, mais de 30 por cento dos inquiridos afirmaram que, no sudeste asiático, a situação dos media não melhorou.
Contudo, nem todos os resultados são maus. No caso de Timor-Leste, 37 por cento dos jornalistas disse sentir que a situação dos media melhorou devido às políticas governamentais, à ética jornalística e ao profissionalismo.

A culpa é do Governo

A FIJ traça também o cenário do grau de impunidade que existe nestes países no que diz respeito a casos de ataques ou insegurança. Resultados mostram que nos países do sudeste asiático a impunidade está numa média de 7,2 pontos, de zero a dez, sendo que dez representa o nível extremamente mau. “Um terço dos inquiridos, 33 por cento, disse que os esforços do Governo para providenciar protecção suficiente para os seus jornalistas piorou”, lê-se no documento, enquanto que “os inquiridos no Myanmar e Timor-Leste afirmaram que os esforços feitos pelos seus Governos são aceitáveis”.
O relatório da FIJ dá também conta que “as quatro influências negativas mais predominantes para o clima de impunidade no sudeste asiático estão relacionadas com a liderança política, Governo, sistema judicial e ética jornalística”. Enquanto isso, “os jornalistas de países como o Cambodja, Indonésia, Malásia e Tailândia identificaram os seus Governos como os principais responsáveis pela impunidade”.

O caso do Myanmar

O Myanmar tem as suas especificidades no que à situação dos media diz respeito. Mais de 20 por cento dos jornalistas ouvidos pela FIJ dizem fazer a cobertura de assuntos relacionados com os direitos humanos. A Presidente do país, Aung San Suu Kyi, ganhou um Nobel da Paz, mas nem isso fez mudar o panorama de falta de liberdade em que vive o país.
“Com eleições marcadas para 2020, a líder Aung San Suu Kyi não mostrou que a política vai prestar atenção à difícil situação dos media no Myanmar. Apesar da libertação, em Maio, dos dois jornalistas da Reuters, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, depois de uma intensa pressão internacional, os media apenas encontraram restrições e obstáculos no último ano”, refere o relatório.
A FIJ defende que o Myanmar, antiga Birmânia, “falhou na criação de um ambiente propício a que os media consigam prosperar, enquanto que o sistema judicial é usado de forma agressiva como arma para prevenir a fiscalização do Governo”.
“A confiança do público nos media está no nível mais baixo numa altura crítica em que as redes sociais estão a emergir na esfera pública, criando um ambiente de divisões e conflitos. Enquanto isso, os media locais enfrentam dificuldades para sobreviver devido à falta de modelos de negócio viáveis”, acrescenta o relatório.
Para a FIJ, a detenção dos dois repórteres da Reuters, que investigavam a situação da minoria rohingya, “representa o teste decisivo para a situação da liberdade de imprensa no Myanmar”. A sua prisão mostra que “o clima de medo e os sinais de alerta dos dois jornalistas da Reuters sem dúvida que contribuem para um ambiente de auto-censura”, acrescenta a FIJ.

“Inimigos de Estado”

No caso das Filipinas, país presidido por Rodrigo Duterte, a situação está longe de ser a ideal. “Não existem dúvidas de que as Filipinas continuam a ser um dos países mais perigosos do mundo para a prática da profissão de jornalista”, diz a FIJ.
A situação de extrema violência contra repórteres foi tema de uma reportagem do canal televisivo Al Jazeera, a 10 de Outubro deste ano, intitulada “A Nova Guerra de Duterte”, e que versava sobre mortes extra-judiciais na ilha de Negros, zona central do país, desde 2018. O relatório da FIJ dá conta que o Governo tem vindo a usar as suas forças de segurança para associar os jornalistas ao movimento comunista.
Exemplo disso foi o facto de, na reportagem da Al Jazeera, ter sido ouvido o Major General Antonio Parlade Jr., chefe das relações civis-militares, que negou envolvimentos com as mortes, apesar de “muitos familiares das vítimas suspeitarem de que as mortes foram levadas a cabo pelas forças de Estado”. Antonio Parlade Jr. afirmou que os relatórios referidos na reportagem não são credíveis porque “os media, especialmente os mais convencionais, estão dominados pelos quadros do Partido Comunista das Filipinas, na imprensa escrita e mesmo na televisão”.
A FIJ frisa que não foram apresentadas provas destas alegações, pelo que “foi feita uma acusação sem fundamento contra os jornalistas filipinos”. “Mas muito antes das declarações de Parlade, já existiam sinais de que as organizações de jornalistas ou repórteres mais críticas estavam na mira das forças de segurança estatais”, acrescenta o relatório.
Outro caso referido diz respeito à detenção da jornalista Maria Ressa, CEO do website informativo Rappler, devido à sua cobertura sobre a guerra travada por Duterte contra traficantes e consumidores de droga. A jornalista, que foi distinguida pela revista Time, foi libertada após pagar caução. O caso levou a uma reacção por parte dos EUA, que apelaram ao Governo filipino para que libertasse a jornalista, que também tem a nacionalidade norte-americana, e deixasse o seu sítio na internet “trabalhar livremente”.

Por fazer

Num capítulo com o título “Novo País, Velhos Desafios”, a FIJ retrata Timor-Leste como um país que está numa situação ligeiramente mais favorável face aos seus parceiros na zona do sudeste asiático mas que, ainda assim, há muito para fazer.
“Durante o bloqueio para a restauração da independência, a liderança de então comprometeu-se com a garantia de liberdade de expressão e media livres. Em 2019, o país marcou 20 anos desde que houve o referendo pela independência em relação à Indonésia, depois de 24 anos de ocupação, que traçou um novo caminho para a indústria dos media”, recorda o documento.
Actualmente existem, de acordo com dados de 2017, 50 organizações de media em Timor-Leste, incluindo cinco jornais diários. Apesar do dinamismo do sector, “muitos desafios necessitam de ser superados e muito mais precisa de ser feito para garantir uma genuína liberdade de imprensa em Timor-Leste”. Dois inquéritos realizados no país mostram que 63 por cento dos jornalistas disseram que a situação dos media “melhorou significativamente” nos últimos 12 meses, mas “os baixos salários e as más condições de trabalho são considerados como grandes ameaças à liberdade de imprensa”. Isto de acordo com 41 por cento dos inquiridos, sendo que 20 por cento disse que existem ataques ao jornalismo. Os esforços do Governo “são aceitáveis”, mas é “necessária uma melhoria”.
“Um dos principais problemas que os jornalistas de Timor-Leste continuam a enfrentar é a falta de acesso a informações cruciais ou documentos”, uma vez que o Governo “detém um monopólio de informação e regularmente recusa providenciar documentos aos media”. Grande parte dessa informação está relacionada com empresas que participaram em concursos públicos para projectos promovidos pelo Governo e que fogem ao escrutínio dos media.

27 Nov 2019

Hong Kong | Apenas uma pessoa encontrada em revista à Universidade Politécnica

[dropcap]O[/dropcap]s responsáveis da Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU) declararam hoje que revistaram todo o campus e encontraram apenas uma pessoa ainda entrincheirada, um possível sinal para o fim de dez dias seguidos de cerco ao local.

“Procurámos sistematicamente todo o campus e encontrámos apenas um manifestante no prédio da associação de estudantes”, afirmou à imprensa o vice-presidente da universidade, Wai Ping-kong.

A universidade, localizada na Península de Kowloon, foi palco em 16 e 17 de novembro do mais longo confronto entre polícias e manifestantes radicais desde o início da mobilização pró-democracia em junho.

Centenas de manifestantes deixaram depois a PolyU. Uma grande maioria rendeu-se antes de ser detida pela polícia, enquanto outros conseguiram escapar por meio de cordas ou pelos esgotos. Dezenas de outras pessoas escolheram esconder-se no campus, que foi cercado pela polícia.

De acordo com o vice-presidente da universidade, a única pessoa que ainda está no campus hoje é uma jovem, com mais de 18 anos, que não é estudante da PolyU. Recusando-se a dar mais detalhes, Wai Ping-kong disse que tentou convencê-la a sair.

Sem saber quantos manifestantes ainda estavam entrincheirados, a universidade enviou hoje de manhã equipas para procurá-los. Uma vez revistadas, as portas dos quartos foram seladas.

Questionado sobre uma possível intervenção policial para evacuar o campus, Wai disse que não recebeu nenhuma informação sobre o assunto. Por seu lado, a polícia não quis comentar o assunto.

A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, já havia apelado hoje, durante a sua conferência de imprensa semanal, aos manifestantes radicais entrincheirados na PolyU que se rendessem pacificamente à polícia.

Na semana passada, Carrie Lam prometeu que os manifestantes menores de idade que fossem detidos pela polícia não seriam processados, mas seriam iniciadas investigações contra os adultos.

A mobilização começou em junho contra um projeto de lei autorizando a extradição de cidadãos de Hong Kong para a China continental.

O texto foi retirado em setembro, mas desde então as exigências aumentaram e os confrontos entre a polícia e os manifestantes tornaram-se cada vez mais violentos.

26 Nov 2019

Hong Kong | Governo recusa exigências de manifestantes apesar de vitória eleitoral pró-democrata

[dropcap]A[/dropcap] líder de Hong Kong garantiu hoje que “vai reflectir seriamente” sobre os resultados que deram a vitória inequívoca aos candidatos pró-democracia nas eleições distritais, mas descartou a possibilidade de aceitar as exigências dos manifestantes.

Carrie Lam falava aos jornalistas antes da reunião semanal do Conselho Executivo, um dia depois de se saber os resultados das eleições distritais que se realizaram no domingo e nas quais os pró-democratas obtiveram um resultado esmagador face ao campo pró-Pequim, conquistando quase 90% dos assentos (388 dos 452 assentos em jogo) do Conselho Distrital.

Questionada sobre se tenciona ceder às exigências dos manifestantes e iniciar uma investigação sobre as acusações de brutalidade policial durante os protestos, Lam apenas se referiu a um plano para “estabelecer um comité de revisão” que analise as causas das manifestações e “identifique os problemas sociais, económicos e políticos subjacentes, para recomendar medidas ao Governo”.

Sobre o resultado da eleição, Lam foi ainda menos incisiva do que na sua declaração na segunda-feira e disse que “as eleições refletiram claramente que muitos eleitores queriam expressar as suas opiniões ao Governo”.

“As opiniões expressas são muito diversas. Há pessoas que querem expressar que não podem mais tolerar a violência nas ruas e, é claro, há pessoas que sentem que o Governo não administrou com competência o exercício legislativo”, admitiu.

A chefe do Executivo voltou a pedir o fim da violência e pediu que a paz e a tranquilidade que se tem visto nos últimos dias na cidade continue, a mesma paz que permitiu a realização das eleições num “ambiente pacífico e justo”.

“As vozes do povo de Hong Kong foram ouvidas. Os moradores de Hong Kong não querem que a sociedade continue nesta situação caótica”, acrescentou.

A Comissão dos Assuntos Eleitorais informou que 71,2% dos 4,1 milhões de eleitores recenseados na região administrativa especial votaram, superando em muito a participação de 47% verificada nas mesmas eleições há quatro anos.

A participação normalmente baixa nas eleições distritais, tradicionalmente dominadas por partidos pró-Pequim, ganhou uma nova importância no contexto dos protestos.

Mesmo antes do escrutínio, vários analistas defendiam que um resultado forte da oposição seria lido como um apoio público aos manifestantes, ainda que o recurso à violência tivesse aumentado.

Os pró-democratas venceram em 17 dos 18 distritos, todos anteriormente sob controlo das forças pró-governamentais.

Nas últimas eleições, em 2015, o campo pró-Pequim tinha obtido quase dois terços dos lugares. Agora, os pró-Pequim perderam mais de 240 assentos.

Pequim já veio a público reiterar o seu apoio à chefe do Executivo de Hong Kong, apesar da dura derrota, e o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, afirmou que Hong Kong “é parte da China”, independentemente do resultado das eleições locais de domingo.

Estas são as únicas eleições livres em Hong Kong. Os membros do Conselho Legislativo, o parlamento local, são escolhidos em parte pelo voto popular e em parte por grupos de interesses que representam diferentes setores da sociedade, enquanto o chefe do executivo da região administrativa especial é escolhido por um colégio eleitoral de 1.200 membros, dominado por Pequim.

26 Nov 2019

Hong Kong | Governo recusa exigências de manifestantes apesar de vitória eleitoral pró-democrata

[dropcap]A[/dropcap] líder de Hong Kong garantiu hoje que “vai reflectir seriamente” sobre os resultados que deram a vitória inequívoca aos candidatos pró-democracia nas eleições distritais, mas descartou a possibilidade de aceitar as exigências dos manifestantes.
Carrie Lam falava aos jornalistas antes da reunião semanal do Conselho Executivo, um dia depois de se saber os resultados das eleições distritais que se realizaram no domingo e nas quais os pró-democratas obtiveram um resultado esmagador face ao campo pró-Pequim, conquistando quase 90% dos assentos (388 dos 452 assentos em jogo) do Conselho Distrital.
Questionada sobre se tenciona ceder às exigências dos manifestantes e iniciar uma investigação sobre as acusações de brutalidade policial durante os protestos, Lam apenas se referiu a um plano para “estabelecer um comité de revisão” que analise as causas das manifestações e “identifique os problemas sociais, económicos e políticos subjacentes, para recomendar medidas ao Governo”.
Sobre o resultado da eleição, Lam foi ainda menos incisiva do que na sua declaração na segunda-feira e disse que “as eleições refletiram claramente que muitos eleitores queriam expressar as suas opiniões ao Governo”.
“As opiniões expressas são muito diversas. Há pessoas que querem expressar que não podem mais tolerar a violência nas ruas e, é claro, há pessoas que sentem que o Governo não administrou com competência o exercício legislativo”, admitiu.
A chefe do Executivo voltou a pedir o fim da violência e pediu que a paz e a tranquilidade que se tem visto nos últimos dias na cidade continue, a mesma paz que permitiu a realização das eleições num “ambiente pacífico e justo”.
“As vozes do povo de Hong Kong foram ouvidas. Os moradores de Hong Kong não querem que a sociedade continue nesta situação caótica”, acrescentou.
A Comissão dos Assuntos Eleitorais informou que 71,2% dos 4,1 milhões de eleitores recenseados na região administrativa especial votaram, superando em muito a participação de 47% verificada nas mesmas eleições há quatro anos.
A participação normalmente baixa nas eleições distritais, tradicionalmente dominadas por partidos pró-Pequim, ganhou uma nova importância no contexto dos protestos.
Mesmo antes do escrutínio, vários analistas defendiam que um resultado forte da oposição seria lido como um apoio público aos manifestantes, ainda que o recurso à violência tivesse aumentado.
Os pró-democratas venceram em 17 dos 18 distritos, todos anteriormente sob controlo das forças pró-governamentais.
Nas últimas eleições, em 2015, o campo pró-Pequim tinha obtido quase dois terços dos lugares. Agora, os pró-Pequim perderam mais de 240 assentos.
Pequim já veio a público reiterar o seu apoio à chefe do Executivo de Hong Kong, apesar da dura derrota, e o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, afirmou que Hong Kong “é parte da China”, independentemente do resultado das eleições locais de domingo.
Estas são as únicas eleições livres em Hong Kong. Os membros do Conselho Legislativo, o parlamento local, são escolhidos em parte pelo voto popular e em parte por grupos de interesses que representam diferentes setores da sociedade, enquanto o chefe do executivo da região administrativa especial é escolhido por um colégio eleitoral de 1.200 membros, dominado por Pequim.

26 Nov 2019

Papa confessa ao imperador Nahurito que os pais choraram por Hiroshima

[dropcap]O[/dropcap] Papa Francisco contou ontem ao novo imperador do Japão Nahurito durante um encontro no palácio imperial que os seus pais choraram quando caiu a bomba nuclear em Hiroshima em 1945, segundo fontes oficiais.

De acordo com fontes da Casa Real, o Papa contou que tinha 9 anos na altura e lembra-se de ter visto os pais a chorar quando ouviram notícias sobre as bombas atómicas.

As mesmas fontes informaram que o imperador, que não esteve acompanhado pela imperatriz Masako, agradeceu ao Papa pela reunião que teve de manhã com as vítimas do sismo de Fukoshima, que causou um enorme tsunami.

O Papa e o imperador discutiram também o meio ambiente e a importância da água, tendo Francisco explicado que a crise ambiental é muito difícil de resolver porque está ligada à economia e acrescentou que é por isso que se diz que a água causará o próximo conflito.

O Papa deu a Naruhito um mosaico feito pela fábrica do Vaticano que reproduz uma vista do Arco de Tito, em Roma, pelo pintor Filippo Anivitti. O Papa e Naruhito tiveram uma reunião no Vaticano em 2016, quando este ainda não era imperador.

Mensagem central

Neste terceiro dia de sua visita ao Japão, Francisco também vai encontrar-se também com o primeiro-ministro Sinzho Abe.

O Papa iniciou no sábado uma visita ao Japão, segunda etapa da sua deslocação à Ásia, para divulgar uma mensagem sobre o desarmamento nuclear.

Francisco é o chefe da igreja católica que mais condenou o uso de armas nucleares e falou sobre o tema no domingo em Nagasaki e Hiroshima, cidades destruídas pelas bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos em 1945.

As bombas atómicas lançadas em Hiroshima (6 de Agosto) e em Nagasaki (9 de Agosto) mataram mais de 220 mil pessoas, e provocaram a capitulação do Japão e o fim da segunda Guerra Mundial, em 15 de agosto de 1945.

26 Nov 2019

Austrália | Investigada alegada trama para infiltrar espião chinês no parlamento

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades australianas estão a investigar uma alegada conspiração chinesa para infiltrar um agente no parlamento australiano, num caso que o primeiro-ministro do país, Scott Morrison, citado ontem pelos media locais, considerou “profundamente perturbador e preocupante”.

O canal de televisão australiano Nine Network divulgou neste domingo o caso em que agentes chineses ofereceram a um vendedor de carros de luxo de Melbourne, chamado Bo Zhao, um milhão de dólares australianos (616.000 euros) para concorrer como candidato a um assento no parlamento em Melbourne.

O homem, de 32 anos, foi encontrado morto num quarto de hotel daquela cidade, em Março, depois de ter contactado a ASIO, a agência de contraespionagem da Austrália. A polícia não conseguiu determinar a causa da sua morte.

“O Governo nunca esteve tão determinado em manter os australianos livres e a salvo de interferência estrangeira”, disse Morrison, citado pela imprensa australiana. “Eu alerto para que não se tire conclusões precipitadas sobre este assunto”, sublinhou.

O director-geral de segurança da ASIO, Mike Burgess, considerou as acusações graves. “A actividade hostil, desenvolvida por serviços de inteligência estrangeira, continua a representar uma ameaça real à nossa nação e à nossa segurança”, apontou. “A ASIO vai continuar a enfrentar e a combater a interferência e a espionagem estrangeira na Austrália”, apontou.

O chefe do comité parlamentar para os serviços de inteligência, o deputado Andrew Hastie, pediu uma investigação sobre a morte de Zhao.

“Isso não é apenas dinheiro em troca de favores. Trata-se de uma tentativa, patrocinada pelo Estado, de infiltração no nosso Parlamento, recorrendo a um cidadão australiano, para basicamente geri-lo como um agente de influência estrangeira no nosso sistema democrático”, afirmou, em entrevista ao Nine Network.

No início do mês, Hastie disse que ele e o senador James Paterson, membro do Partido Liberal, foram impedidos de entrar na China para uma viagem de estudo, devido a críticas feitas ao Governo chinês anteriormente.

Enredos e bizarrias

Em Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, disse ontem que alguns políticos, instituições e meios de comunicação australianos “atingiram um estado de histeria e extremo nervosismo”.

“Não importa o quão bizarro é o enredo e como os truques são renovados, a mentira é sempre mentira”, acusou Geng, em conferência de imprensa. “Nunca estivemos e não estamos interessados em interferir nos assuntos dos outros”.

O porta-voz pediu às autoridades e jornalistas australianos que adoptem uma atitude saudável em relação à China, no interesse das relações bilaterais, bem como da sua própria “saúde física e mental”.

As últimas revelações acontecem dias depois de um alegado espião chinês ter pedido asilo à Austrália em troca de providenciar à ASIO informações secretas sobre como Pequim conduz as suas operações de interferência no exterior e revelar as identidades de altos oficiais da inteligência militar da China a operar em Hong Kong.

Wang Liqiang revelou acusações detalhadas de como a China se infiltrou e perturbou os sistemas democráticos na Austrália, Hong Kong ou Taiwan, e como agiu como funcionário de uma empresa listada em Hong Kong, a China Innovation Investment Ltd.

Num comunicado divulgado na segunda-feira, a empresa revelou que os funcionários da empresa, identificados como Xiang Xin e Kung Xing, foram parados no aeroporto de Taoyuan, em Taiwan, para interrogatório, e que estão a cooperar com os investigadores.

A China tentou desacreditar Wang, dizendo no domingo que ele foi condenado por fraude e é procurado pela polícia de Xangai.

“Ele está na Austrália. E temos um Estado de direito na Austrália”, disse Morrison sobre Wang, que mora em Sidney com a esposa e filho, mas tem neste momento um visto de turista.

O Governo australiano tem tentado neutralizar a influência da China, proibindo doações por entidades estrangeiras a partidos políticos australianos e toda a interferência estrangeira secreta na política doméstica. A China absorve cerca de um terço das exportações da Austrália, país rico em recursos naturais.

26 Nov 2019

Austrália | Investigada alegada trama para infiltrar espião chinês no parlamento

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades australianas estão a investigar uma alegada conspiração chinesa para infiltrar um agente no parlamento australiano, num caso que o primeiro-ministro do país, Scott Morrison, citado ontem pelos media locais, considerou “profundamente perturbador e preocupante”.
O canal de televisão australiano Nine Network divulgou neste domingo o caso em que agentes chineses ofereceram a um vendedor de carros de luxo de Melbourne, chamado Bo Zhao, um milhão de dólares australianos (616.000 euros) para concorrer como candidato a um assento no parlamento em Melbourne.
O homem, de 32 anos, foi encontrado morto num quarto de hotel daquela cidade, em Março, depois de ter contactado a ASIO, a agência de contraespionagem da Austrália. A polícia não conseguiu determinar a causa da sua morte.
“O Governo nunca esteve tão determinado em manter os australianos livres e a salvo de interferência estrangeira”, disse Morrison, citado pela imprensa australiana. “Eu alerto para que não se tire conclusões precipitadas sobre este assunto”, sublinhou.
O director-geral de segurança da ASIO, Mike Burgess, considerou as acusações graves. “A actividade hostil, desenvolvida por serviços de inteligência estrangeira, continua a representar uma ameaça real à nossa nação e à nossa segurança”, apontou. “A ASIO vai continuar a enfrentar e a combater a interferência e a espionagem estrangeira na Austrália”, apontou.
O chefe do comité parlamentar para os serviços de inteligência, o deputado Andrew Hastie, pediu uma investigação sobre a morte de Zhao.
“Isso não é apenas dinheiro em troca de favores. Trata-se de uma tentativa, patrocinada pelo Estado, de infiltração no nosso Parlamento, recorrendo a um cidadão australiano, para basicamente geri-lo como um agente de influência estrangeira no nosso sistema democrático”, afirmou, em entrevista ao Nine Network.
No início do mês, Hastie disse que ele e o senador James Paterson, membro do Partido Liberal, foram impedidos de entrar na China para uma viagem de estudo, devido a críticas feitas ao Governo chinês anteriormente.

Enredos e bizarrias

Em Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, disse ontem que alguns políticos, instituições e meios de comunicação australianos “atingiram um estado de histeria e extremo nervosismo”.
“Não importa o quão bizarro é o enredo e como os truques são renovados, a mentira é sempre mentira”, acusou Geng, em conferência de imprensa. “Nunca estivemos e não estamos interessados em interferir nos assuntos dos outros”.
O porta-voz pediu às autoridades e jornalistas australianos que adoptem uma atitude saudável em relação à China, no interesse das relações bilaterais, bem como da sua própria “saúde física e mental”.
As últimas revelações acontecem dias depois de um alegado espião chinês ter pedido asilo à Austrália em troca de providenciar à ASIO informações secretas sobre como Pequim conduz as suas operações de interferência no exterior e revelar as identidades de altos oficiais da inteligência militar da China a operar em Hong Kong.
Wang Liqiang revelou acusações detalhadas de como a China se infiltrou e perturbou os sistemas democráticos na Austrália, Hong Kong ou Taiwan, e como agiu como funcionário de uma empresa listada em Hong Kong, a China Innovation Investment Ltd.
Num comunicado divulgado na segunda-feira, a empresa revelou que os funcionários da empresa, identificados como Xiang Xin e Kung Xing, foram parados no aeroporto de Taoyuan, em Taiwan, para interrogatório, e que estão a cooperar com os investigadores.
A China tentou desacreditar Wang, dizendo no domingo que ele foi condenado por fraude e é procurado pela polícia de Xangai.
“Ele está na Austrália. E temos um Estado de direito na Austrália”, disse Morrison sobre Wang, que mora em Sidney com a esposa e filho, mas tem neste momento um visto de turista.
O Governo australiano tem tentado neutralizar a influência da China, proibindo doações por entidades estrangeiras a partidos políticos australianos e toda a interferência estrangeira secreta na política doméstica. A China absorve cerca de um terço das exportações da Austrália, país rico em recursos naturais.

26 Nov 2019

Eleições distritais em Hong Kong | Pró-democratas garantem vitória esmagadora

Os candidatos pró-democracia nas eleições de domingo para os concelhos distritais obtiveram um resultado esmagador face ao campo pró-Pequim, conquistando quase 90% dos assentos do Concelho Distrital, segundo a emissora RTHK

 

 

[dropcap]O[/dropcap]s candidatos pró-democratas alcançaram 388 assentos dos 452 em jogo, numa eleição com uma participação recorde de 71,2% que demonstrou o forte apoio para as organizações que mobilizaram os protestos que levaram à rua milhões de pessoas em Hong Kong desde Junho.

Nas últimas eleições, em 2015, o campo pró-Pequim tinha obtido quase dois terços dos assentos nos conselhos distritais. Agora, os pró-Pequim perderam 236 assentos, em comparação com 2015.
Os pró-democratas venceram 17 dos 18 conselhos distritais, todos anteriormente sob controlo das forças pró-governamentais.

O coordenador da Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), Jimmy Sham, que tem liderado o movimento pró-democracia em Hong Kong responsável pelas maiores manifestações, venceu o distrito de Lek Yuen, em Sha Tin. Após a sua vitória, Jimmy Sham afirmou aos jornalistas que as eleições locais foram um referendo que refletiu a vontade da opinião pública de que sejam realizadas reformas democráticas no território.

Em Agosto passado, dois homens com o rosto coberto atacaram-no com um taco de beisebol e uma faca. Em outubro, foi brutalmente espancado por quatro pessoas que utilizaram martelos, tendo sido hospitalizado com ferimentos na cabeça e no braço.

Pelo menos nove candidatos pró-democratas que foram vítimas de agressões durante os quase seis meses de protestos ganharam as eleições.

No bloco pró-Pequim – que sofreu uma pesada derrota, com apenas 59 assentos, segundo a agência Efe – destaque para o candidato mais visado pelos manifestantes, Junius Ho, que não conseguiu a reeleição.

Segundo o campo pró-democracia, Junius Ho, um advogado alinhado com Pequim, tem vínculos com máfias locais que atacaram indiscriminadamente pessoas nas estações de metro para semear o caos durante protestos. Junius Ho acabou por ser esfaqueado durante uma ação de campanha para as eleições locais.

No lado pró-democrático, outra vitória simbólica foi a de Kelvin Lam, que substituiu Joshua Wong, figura proeminente do movimento pró-democracia em Hong Kong e que foi impedido de concorrer. O activista foi o único candidato excluído das eleições para o conselho distrital.

“O facto de eu ser o único candidato desqualificado por Pequim prova que as eleições de Hong Kong são manipuladas pelo Partido Comunista Chinês. Mas mesmo que eles me censurem nas urnas ou me prendam, isso incentiva-me a continuar a lutar com mais determinação “, disse Wong no domingo, antes da votação.

Foi a primeira vez que todos os assentos nas eleições do conselho distrital tiveram candidatos de pelo menos dois partidos opostos. Durante o último ciclo eleitoral, em 2015, 68 candidatos concorreram sem oposição.

Um significado diferente

A Comissão dos Assuntos Eleitorais informou que 71,2% dos 4,1 milhões de eleitores recenseados na região administrativa especial votaram, superando em muito a participação de 47% verificada nas mesmas eleições há quatro anos.

A participação normalmente baixa nas eleições para os conselhos distritais, tradicionalmente controlados por partidos pró-Pequim, ganhou uma nova importância no contexto dos protestos. Mesmo antes do escrutínio, vários analistas defendiam que um resultado forte da oposição seria lido como um apoio público aos manifestantes, ainda que o recurso à violência tivesse aumentado.

Estas eleições são as únicas totalmente democráticas em Hong Kong. Os membros do Conselho Legislativo, o parlamento local, são escolhidos em parte pelo voto popular e em parte por grupos de interesses que representam diferentes setores da sociedade, e o chefe do executivo da região administrativa especial é escolhido por um colégio eleitoral de 1.200 membros, dominado por Pequim.

Após ter recuperado a soberania do território das mãos britânicas em 1997, sob a fórmula “um país, dois sistemas”, o Governo chinês comprometeu-se a manter a autonomia de Hong Kong e a respeitar até 2047 uma série de liberdades de que os cidadãos da China continental não gozam.

China reitera apoio a Carrie Lam

As autoridades chinesas reiteraram entretanto o seu apoio à chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam. “A nossa posição é inequívoca: o Governo central apoia firmemente a chefe do Executivo, Carrie Lam, para liderar o governo e governar de acordo com a lei, acabar com a violência e restaurar a ordem”, apontou Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa.

Embora tenha enfatizado o apoio de Pequim a Lam, o porta-voz evitou avaliar directamente os resultados de umas eleições tidas como um indicador do amplo apoio aos protestos antigovernamentais que há seis meses atingem Hong Kong, apesar dos contornos cada vez mais violentos, com frequentes atos de vandalismo e confrontos com a polícia.

“Acabar com a violência e restaurar a ordem são as principais tarefas de Hong Kong neste momento”, insistiu o porta-voz chinês, que enfatizou que “Hong Kong é parte da China e os assuntos de Hong Kong são puramente assuntos internos da China”.

“O Governo chinês está determinado a proteger a nossa soberania e interesses de desenvolvimento nacional e defender os princípios da fórmula ‘um país, dois sistemas’. Da mesma forma, estamos determinados a opor-nos à interferência estrangeira nestes assuntos “, afirmou.
Geng também enfatizou o apoio do regime à justiça de Hong Kong para que “castigue radicais e criminosos violentos”.

 

Democratas usarão concelhos como plataforma política

Líderes do bloco pró-democracia de Hong Kong alertaram na segunda-feira que usariam a vitória esmagadora nas eleições locais para pressionar o governo a aderir às exigências do movimento de protesto que assola a cidade há quase seis meses. Mas também prometeram olhar para o futuro e trabalhar em questões de meios de subsistência, para evitar uma repetição das perdas sofridas em 2007, quando perderam todos os concelhos depois de os terem ganho nas eleições de 2003.

O Partido Democrata mais do que dobrou o seu número de cadeiras de 43 para 91, substituindo a Aliança Democrática para a Melhoria e o Progresso de Hong Kong (DAB) como o maior partido da cidade a nível local.

O bloco democrata instou a líder da cidade Carrie Lam a renunciar e a respeitar as cinco exigências dos manifestantes antigovernamentais. Estas incluem um inquérito independente sobre alegações de brutalidade policial e amnistia para manifestantes presos. “Os resultados vão além do esforço pessoal dos candidatos, fazendo parte do movimento de todos os manifestantes; todas as pessoas feridas e presas. Temos que ter em mente que essa é a base do apoio “, disse o presidente do partido, Wu Chi-wai. “Temos que usar todos os nossos esforços para que as cinco exigências sejam atendidas no futuro próximo.”

Wu acrescentou que “qualquer governo responsável deve responder às chamadas do público, incluindo uma remodelação na administração, e Carrie Lam deve renunciar”. Wu disse ainda que o governo, ignorando as cinco exigências, pode levar os cidadãos a perder a fé em meios pacíficos de expressão política, levando a mais confrontos.

O bloco agora domina 17 dos 18 distritos, tendo dado destituindo vereadores e legisladores veteranos.
Outro partido pró-democracia, o Partido Cívico, agora o segundo grupo mais representado nos concelhos distritais, tendo conquistado 32 cadeiras, também alertou que os resultados abriram caminho para a última oportunidade para os governos local e central resolverem o impasse. “A voz das urnas é alta e clara: queremos que Carrie Lam retire a polícia da PolyU … queremos que o actual governo considere a renúncia, de cima para baixo para todos os secretários politicamente responsáveis e membros do Conselho Executivo”. disse o presidente do partido e ex-legislador Alan Leong Ka-kit.

Questionado sobre se o partido entraria em negociações com Pequim sobre a reforma eleitoral, Leong disse que “entraria em diálogo com alguém para manter Hong Kong… para sustentar nossos valores fundamentais, como direitos humanos, liberdade, estado de direito e o nosso modo de vida”.

Logo após a vitória, os pan-democratas já estão de olhos no futuro. Wu e outro político veterano Lee Wing-tat disseram que precisavam evitar um revés semelhante ao das eleições para os concelho distritais de 2007, que reverteram os ganhos de quatro anos antes.

O sucesso de 2003 foi, como o deste ano, impulsionado em parte por protestos devido a uma mudança legal do governo. Nesse caso, era a legislação de segurança nacional, enquanto a atual crise de protesto foi desencadeada por um projeto de lei, agora suspenso, que permitiria transferências de fugitivos para a China continental.

Wu, um vereador de 20 anos, disse que seu grupo estava atento para não dar os eleitores como garantidos, e usaria os conselhos distritais como plataformas para melhorar as condições de subsistência.

Mas o bloco também usará os órgãos para fins políticos e pressionará o governo, da mesma forma que o seu bloco rival fazia anteriormente, disse ele. “Se todos os 18 conselhos distritais no futuro aprovarem uma resolução para pedir o inquérito [sobre alegada brutalidade policial], o governo atribuirá a mesma gravidade a isso? Nesse caso, os concelhos distritais poderiam realmente actuar como uma ponte entre as pessoas e o estabelecimento ”, disse Wu.

A mulher que derrotou Long Hair

Starry Lee Wai-king, a única vencedora do campo conservador, derrotando o famoso Leung Kwok-hung, conhecido por Long Hair, é a presidente do maior partido pró-establishment de Hong Kong, a Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong (DAB). Nascida em 1974 em Hong Kong numa família da classe trabalhadora, Lee obteve seu Bacharelado em Administração de Empresas pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong e o Mestrado em Administração de Empresas pela Universidade de Manchester . Tornou contabilista profissional, trabalhando para a KPMG em Hong Kong e actualmente é directora da CCIF CPA Ltd.

Lee participou pela primeira vez nas eleições do Concelho Distrital em 1999 para o Concelho Distrital da Cidade de Kowloon, o bairro onde morava. Foi eleita com 26 anos, a vereadora mais jovem da época. Ingressou no DAB quando foi abordada pelo ex-presidente do partido Tsang Yok-sing por volta de 2004.

Em Abril de 2015, foi eleita como a primeira mulher a presidir o DAB, sucedendo a Tam Yiu-chung. Em 2018, foi convidada para participar do 13º Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC).

Durante a campanha, Lee e alguns candidatos chutaram bolas de futebol pretas num banimento simbólico dos manifestantes vestidos de preto. “As forças negras dizem que querem lutar pela liberdade, mas agora as pessoas não conseguem nem expressar suas opiniões livremente. Até nos despojaram do nosso direito de ir à escola e trabalhar ”, disse Starry Lee. Ontem, pôs o seu lugar à disposição mas os líderes do DAB não aceitaram, pelo que continua no seu cargo.

 

Bolsa pula e avança

O índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, reagiu ontem de forma optimista à esmagadora vitória pró-democrata nas eleições de domingo para os conselhos distritais. Às 11:20 (03:20) a bolsa tinha subido 1,75%. Desde que os confrontos começaram em meados de junho, a bolsa tem sofrido quedas significativas nos últimos meses devido aos contínuos protestos em Hong Kong e a outros factores como a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China ou a desaceleração da economia chinesa. Segundo analistas citados pela imprensa local, o resultado eleitoral e a paz vivida neste final de semana são os principais factores que impulsionaram a subida da bolsa de Hong Kong, onde os investidores esperam que a tensão seja reduzida na cidade, pelo menos a curto prazo.

Resultados

Total do bloco pró-democracia
1,673,991 votos
57.34%
388 vereadores (+262)

Total do bloco conservador
1,220,999 votos
41.82%
62 vereadores (-236)

Independentes
24,632 votos
0.44%
2 (-5)

Votantes registados 4,132,977
Total de votos (71.23%) 2,943,842
Total de votos válidos 2,919,622
Votos inválidos 24,220

26 Nov 2019

Hong Kong | Carrie Lam diz que vai analisar com “humildade” resultados das eleições distritais

[dropcap]A[/dropcap] líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse hoje que vai ouvir com “humildade e seriedade” a sociedade depois da esmagadora vitória dos candidatos pró-democracia nas eleições de domingo sobre o campo pró-Pequim.

“O Governo de Hong Kong vai ouvir as opiniões dos membros do público com humildade e seriedade”, apontou Carrie Lam em comunicado divulgado no ‘site’ do Governo, acrescentado que “respeita os resultados das eleições”.

A líder de Hong Kong afirmou que podem existir “várias análises e interpretações na comunidade em relação aos resultados” e que muitas delas são da opinião que “os resultados refletem a insatisfação das pessoas com a situação atual e com os problemas profundos da sociedade”.

Na mesma nota, a líder do executivo de Hong Kong enfatizou ainda o facto de a eleição ter sido realizada de “maneira pacífica segura e ordenada”. “Após a agitação social nos últimos cinco meses, acredito firmemente que a grande maioria do público compartilharia o meu desejo de que a situação pacífica, segura e ordenada continue”, frisou.

Os candidatos pró-democracia nas eleições de domingo para os conselhos distritais obtiveram um resultado esmagador face ao campo pró-Pequim, conquistando quase 90% dos assentos do Conselho Distrital.

Os candidatos pró-democratas, até às 09:00 alcançaram 388 assentos dos 452 em jogo, numa eleição com uma participação recorde de 71,2% que demonstrou o forte apoio para as organizações que mobilizaram os protestos que levaram à rua milhões de pessoas em Hong Kong desde junho.

A massiva deslocação às urnas, “um total de cerca de 2,94 milhões de eleitores registados (…) mostra que os eleitores esperavam expressar os seus pontos de vista através desta eleição”, destacou Carrie Lam.

Nas últimas eleições, em 2015, o campo pró-Pequim tinha obtido quase dois terços dos assentos nos conselhos distritais. Agora, os pró-Pequim perderam mais de 240 assentos, em comparação com 2015.

Os pró-democratas passam a controlar os 18 conselhos distritais, todos anteriormente sob controlo das forças pró-governamentais.

Foi a primeira vez que todos os assentos nas eleições do conselho distrital tiveram candidatos de pelo menos dois partidos opostos. Durante o último ciclo eleitoral, em 2015, 68 candidatos concorreram sem oposição.

A Comissão dos Assuntos Eleitorais informou que 71,2% dos 4,1 milhões de eleitores recenseados na região administrativa especial votaram, superando em muito a participação de 47% verificada nas mesmas eleições há quatro anos.

A participação normalmente baixa nas eleições para os conselhos distritais, tradicionalmente controlados por partidos pró-Pequim, ganhou uma nova importância no contexto dos protestos.

Mesmo antes do escrutínio, vários analistas defendiam que um resultado forte da oposição seria lido como um apoio público aos manifestantes, ainda que o recurso à violência tivesse aumentado.

Estas eleições são as únicas totalmente democráticas em Hong Kong. Os membros do Conselho Legislativo, o parlamento local, são escolhidos em parte pelo voto popular e em parte por grupos de interesses que representam diferentes setores da sociedade, e o chefe do executivo da região administrativa especial é escolhido por um colégio eleitoral de 1.200 membros, dominado por Pequim.

25 Nov 2019

EUA contra interferência da China nas próximas eleições de Taiwan

[dropcap]O[/dropcap] principal representante dos Estados Unidos em Taiwan disse ontem que Washington está a trabalhar com Taipé para combater os esforços de Pequim para influenciar as próximas eleições na ilha.

O actual director do Instituto Norte-Americano de Taiwan, que estabelece as relações diplomáticas entre os EUA e aquele território, Brent Christensen, disse que os EUA estão “conscientes de que a China está a tentar influenciar, através de vários meios, o processo democrático de Taiwan”.

Christensen acredita que “actores mal intencionados estão a usar campanhas de desinformação para minar a confiança das pessoas nas instituições democráticas” da ilha, mas que Washington e Taipé “têm trabalhado juntos para combater esses esforços”, partilhando informações e experiências e mobilizando a sociedade civil.

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, eleita em 2016, é a primeira mulher a ocupar o cargo e procura um segundo mandato nas eleições de 11 de Janeiro para eleger o chefe de Estado e deputados. Alegadamente, a China favorece fortemente o principal oponente de Tsai, Han Kuo-yu, do Partido Nacionalista.

Taiwan separou-se da China em 1949 mas a República Popular da China (RPC) reivindica a ilha como seu território, e ameaça anexar pela força militar, opondo-se ao contacto diplomático entre Taiwan e os EUA.

Tentativas anteriores da RPC para influenciar a democracia de Taiwan proporcionaram resultados desiguais e podiam tornar-se um risco para Han Kuo-yu, que em março reuniu com as autoridades chinesas numa visita à China, Macau e Hong Kong, e teve dificuldades em desmentir acusações de conspiração com Pequim.

Inicialmente, o principal oponente de Tsai liderava as sondagens de opinião pública, mas desde junho tem estado atrás da atual Presidente, frequentemente por vários pontos percentuais.

Vários candidatos a deputados do Partido Nacionalista têm também fortes ligações com a China e falaram a favor da unificação com esse país.

A interferência eleitoral seria uma continuação da campanha implacável de Pequim para minar o Governo do Partido Democrático Progressista de Tsai, que é a favor da independência de Taiwan, através do aumento da pressão diplomática, militar e económica.

Apenas 15 países mantêm laços formais com Taiwan, após sete países trocarem o reconhecimento a favor da RPC nos últimos anos.

25 Nov 2019

Filipinas | Familiares das vítimas denunciam impunidade em massacre

[dropcap]F[/dropcap]amiliares das vítimas do massacre que fez 58 mortos, incluindo 32 jornalistas, na ilha filipina de Midanau, denunciaram ontem a impunidade e a lentidão da justiça, numa cerimónia para assinalar a passagem de 10 anos sobre a data.

Familiares e amigos das vítimas acenderam velas e largaram balões ontem próximo da localidade de Ampatuan, na ilha de Mindanau, no Sul, onde decorreu o massacre em 23 de Novembro de 2009.

As 58 vítimas viajavam numa caravana na região quando foram alvo de uma emboscada, tendo sido mortas e enterradas no local. Jornalistas, na sua maioria, os passageiros da caravana acompanhavam o candidato a Governador e opositor do então titular do cargo e líder de um poderoso clã local.

Governador de Maguindau durante quase 10 anos, o chefe Andal Ampatuan queria que o seu filho, Andal Ampatuan Júnior, considerado o principal suspeito do crime, lhe sucedesse. “Há muito que sabemos quem são os culpados. Agora deve ser tomada a decisão certa”, disse Jergin Malabananan, de 15 anos, filho de uma das jornalistas assassinadas.

Um helicóptero deixou cair uma ‘chuva’ de flores quando mil familiares e amigos, jornalistas e políticos se reuniram em torno de um monumento com os nomes das 58 vítimas.

Cerca de 100 pessoas, incluindo muitos membros do clã Ampatuan, foram acusados do crime, mas o processo arrastou-se nos tribunais durante anos, com os advogados de defesa a apresentarem sucessivos recursos.

O julgamento terminou em Julho e o Supremo Tribunal deu à juíza responsável pelo processo até 20 de Dezembro para examinar todas as provas e proferir a sentença. “Esperemos que meu irmão e as outras vítimas finalmente tenham justiça”, disse Freddie Ridao, um político local.

25 Nov 2019

Ex-agente da CIA condenado a 19 anos de prisão por espionagem

[dropcap]U[/dropcap]m antigo agente da CIA foi condenado na sexta-feira a 19 anos de prisão por espionagem a favor da China.

Jerry Chun Shing Lee, um antigo militar naturalizado norte-americano, entrou em 1994 na Agência Central de Informações (CIA, na sigla em Inglês), de onde saiu em 2007, para se instalar em Hong Kong.

Segundo um comunicado do Departamento de Justiça, agentes dos serviços de informações chineses abordaram-no três anos depois, quando propuseram dar-lhe uma importante soma de dinheiro e “cuidar dele para o resto da vida em troca da sua colaboração”.

Os agentes da polícia federal (FBI, na sigla em inglês) descobriram, em 2012, na bagagem de Lee cadernos com nomes, contactos e outras informações sobre agentes e informadores da CIA, bem como moradas de casas de apoio clandestinas.

Mas Lee só foi preso seis anos depois, em Janeiro de 2018, sem que as autoridades tenham explicado por que tinha sido preciso tanto tempo antes que o agente fosse acusado.

“O senhor Lee traiu o seu país por cupidez e colocou os seus antigos colegas em perigo. A sua pena de hoje está à altura da gravidade da traição e do seu crime”, declarou na sexta-feira Timothy Slater, um dirigente do FBI.

Este caso pode estar associado à destruição repentina da rede da CIA na China entre 2010 e 2012.
O New York Times tinha informado em 2017 que os chineses tinham matado neste período “pelo menos uma dezena” de informadores da CIA na China e detido pelo menos outros seis.

A pagar

Lee é o terceiro norte-americano condenado este ano por espionagem em benefício de Pequim.
Um outro antigo membro da CIA, Kevin Mallory, e um antigo membro da espionagem militar norte-americana, Ron Rockwell Hansen, tinham apanhado respectivamente, em Maio e Setembro, sentenças de 20 e 10 anos de prisão.

Estes julgamentos, comentou o secretário adjunto da Justiça, que acompanha os casos de segurança nacional, John Demers, “devem enviar uma mensagem forte” aos agentes dos serviços de informações norte-americanos, actuais ou passados: “Estejam conscientes de que estão a ser visados pelo Governo chinês e se vocês nos traírem, a justiça vai fazer-vos pagar o preço”.

25 Nov 2019

Sidney | Pequim refuta informações de alegado espião

[dropcap]A[/dropcap] China afirmou ontem que o alegado espião chinês que pediu asilo na Austrália após ter revelado supostos detalhes de operações de espionagem já foi condenado por fraude e é actualmente procurado pela polícia de Xangai.

No sábado, a imprensa australiana noticiou que um desertor chinês, identificado como Wang “William” Liqiang, forneceu às autoridades de Camberra detalhes sobre como Pequim financia e conduz actividades de interferência política.

Wang, que está em Sydney com a mulher e o filho e já solicitou asilo na Austrália, disse ter participado em acções como o sequestro do livreiro Lee Bo, um dos cinco editores sequestrados em Hong Kong que foi levado para a China sem qualquer ordem de extradição.

Wang também disse que se infiltrou na universidade e nos meios de comunicação de Hong Kong para combater o movimento pró-democracia, participou numa operação para interferir nas eleições em Taiwan, incluindo as eleições presidenciais do próximo ano, e denunciou que a sua organização tem acordos com vários doadores políticos na Austrália.

A embaixada chinesa refutou ontem as informações e publicou uma declaração da polícia de Xangai que refere que Wang foi condenado por fraude, em Outubro de 2016, na província de Fujian, a uma pena suspensa de um ano e meio de prisão.

A mesma nota policial refere que Wang é agora procurado pela polícia na sequência de uma fraude cometida no início deste ano.

De acordo com as autoridades de Xangai, Wang é suspeito de ter enganado uma pessoa em 4,6 milhões de renminbis, com um falso projecto de investimento que envolvia a importação de carros.

A embaixada disse que Wang partiu para Hong Kong em 10 de Abril com um passaporte chinês falso e um falso bilhete de identidade e residência de Hong Kong. Wang alertou a imprensa australiana que arrisca ser detido e executado se regressar à China.

25 Nov 2019

Hong Kong | Eleições distritais duplicam participação dos eleitores face a 2015

[dropcap]Q[/dropcap]uase 37% dos eleitores já tinham votado nas eleições para o conselho distrital de Hong Kong às 13:30 de ontem, mais do dobro da votação registada à mesma hora nas eleições de 2015, situada em cerca de 18 por cento.
Os dados divulgados pelo conselho eleitoral de Hong Kong indicavam que, a essa hora, 1,52 milhões dos 4,13 milhões de eleitores chamados às urnas já tinham exercido o seu direito de voto nas eleições para eleger 452 representantes nos 18 conselhos distritais da cidade, num escrutínio transformado em barómetro do apoio público aos protestos antigovernamentais que se arrastam há quase seis meses.
Em 2015, tinham votado a esta hora 551.000 pessoas num universo de 3,12 milhões de eleitores.
Nas últimas eleições, em 2015, o campo pró-Pequim obteve quase dois terços dos assentos.
As semanas que antecederam as eleições deste domingo foram marcadas por episódios violentos, que levantaram dúvidas sobre se o escrutínio iria ou não avançar, sobretudo após o cerco policial à Universidade Politécnica.
Já com um prometido reforço policial, estas eleições serão as primeiras desde que os protestos em massa irromperam na antiga colónia britânica, que vive agora a maior crise social e política desde a transferência de soberania para a China.
Os conselhos distritais são organismos fundamentalmente consultivos, com pouco poder, mas a eleição adquiriu um forte simbolismo e as filas estendiam-se por muitos metros à entrada das estações de voto no território semi-autonómo chinês.
Um resultado forte da oposição será lido como a manutenção do apoio público ao movimento pró-democracia, ainda que os protestos se tenham tornado cada vez mais violentos.
O poder em Hong Kong e no Governo chinês em Pequim têm esperanças de que o arrastamento dos protestos e as perturbações do dia-a-dia na cidade tenham voltado os eleitores contra o movimento pró-democracia e que isso mesmo fique expresso nas urnas.

Votos garantidos

Os últimos dias ficaram marcados por uma interrupção da violência, explicada pela vontade dos manifestantes garantirem que as eleições não seriam adiadas.
“Precisamos de mostrar ao mundo que a nossa causa é legítima. Não acredito que Pequim não responda à voz do povo de Hong Kong”, disse este sábado à agência Associated Press Alex Wong, um estudante mascarado e vestido de preto durante uma marcha pacífica.
Matthew Cheung, líder do governo de Hong Kong, afirmou que que o voto é “um exercício democrático real”, e que uma forte presença policial junto às estações de voto garantirá que a eleição decorrerá sem problemas.
Nas redes sociais, mensagens de grupos apoiantes dos protestos aconselharam as pessoas a não se vestirem de preto ou usarem máscaras na cara para não serem identificados pela polícia.
Cerca de quatro milhões de eleitores, mais de metade da população, são chamados a votar nos 452 membros dos conselhos distritais, num escrutínio que geralmente passa despercebido, mas que este ano ganhou renovada importância no contexto do movimento pró-democracia.
Este ano, apesar do proeminente activista Joshua Wong ter sido impedido de concorrer, uma decisão que o próprio descreveu como “censura política”, não faltam candidatos do campo pró-democracia.
Citado pelo jornal South China Morning Post, Ma Ngok, professor de política da Universidade Chinesa de Hong Kong, afirmou que os protestos politizaram o sentimento dos eleitores. Hong Kong está dividida entre aqueles que apoiam os manifestantes pró-democracia e os apoiantes da polícia que tendem a apoiar os políticos pró-Pequim.
As manifestações tiveram início em Junho, na sequência de uma controversa proposta de alterações à lei de extradição – já retirada pelo Governo local – mas transformaram-se num movimento que exige a melhoria dos mecanismos democráticos e que se opõe à crescente interferência de Pequim.

25 Nov 2019

Hong Kong | Eleições distritais duplicam participação dos eleitores face a 2015

[dropcap]Q[/dropcap]uase 37% dos eleitores já tinham votado nas eleições para o conselho distrital de Hong Kong às 13:30 de ontem, mais do dobro da votação registada à mesma hora nas eleições de 2015, situada em cerca de 18 por cento.

Os dados divulgados pelo conselho eleitoral de Hong Kong indicavam que, a essa hora, 1,52 milhões dos 4,13 milhões de eleitores chamados às urnas já tinham exercido o seu direito de voto nas eleições para eleger 452 representantes nos 18 conselhos distritais da cidade, num escrutínio transformado em barómetro do apoio público aos protestos antigovernamentais que se arrastam há quase seis meses.

Em 2015, tinham votado a esta hora 551.000 pessoas num universo de 3,12 milhões de eleitores.
Nas últimas eleições, em 2015, o campo pró-Pequim obteve quase dois terços dos assentos.
As semanas que antecederam as eleições deste domingo foram marcadas por episódios violentos, que levantaram dúvidas sobre se o escrutínio iria ou não avançar, sobretudo após o cerco policial à Universidade Politécnica.

Já com um prometido reforço policial, estas eleições serão as primeiras desde que os protestos em massa irromperam na antiga colónia britânica, que vive agora a maior crise social e política desde a transferência de soberania para a China.

Os conselhos distritais são organismos fundamentalmente consultivos, com pouco poder, mas a eleição adquiriu um forte simbolismo e as filas estendiam-se por muitos metros à entrada das estações de voto no território semi-autonómo chinês.

Um resultado forte da oposição será lido como a manutenção do apoio público ao movimento pró-democracia, ainda que os protestos se tenham tornado cada vez mais violentos.

O poder em Hong Kong e no Governo chinês em Pequim têm esperanças de que o arrastamento dos protestos e as perturbações do dia-a-dia na cidade tenham voltado os eleitores contra o movimento pró-democracia e que isso mesmo fique expresso nas urnas.

Votos garantidos

Os últimos dias ficaram marcados por uma interrupção da violência, explicada pela vontade dos manifestantes garantirem que as eleições não seriam adiadas.

“Precisamos de mostrar ao mundo que a nossa causa é legítima. Não acredito que Pequim não responda à voz do povo de Hong Kong”, disse este sábado à agência Associated Press Alex Wong, um estudante mascarado e vestido de preto durante uma marcha pacífica.

Matthew Cheung, líder do governo de Hong Kong, afirmou que que o voto é “um exercício democrático real”, e que uma forte presença policial junto às estações de voto garantirá que a eleição decorrerá sem problemas.
Nas redes sociais, mensagens de grupos apoiantes dos protestos aconselharam as pessoas a não se vestirem de preto ou usarem máscaras na cara para não serem identificados pela polícia.

Cerca de quatro milhões de eleitores, mais de metade da população, são chamados a votar nos 452 membros dos conselhos distritais, num escrutínio que geralmente passa despercebido, mas que este ano ganhou renovada importância no contexto do movimento pró-democracia.

Este ano, apesar do proeminente activista Joshua Wong ter sido impedido de concorrer, uma decisão que o próprio descreveu como “censura política”, não faltam candidatos do campo pró-democracia.

Citado pelo jornal South China Morning Post, Ma Ngok, professor de política da Universidade Chinesa de Hong Kong, afirmou que os protestos politizaram o sentimento dos eleitores. Hong Kong está dividida entre aqueles que apoiam os manifestantes pró-democracia e os apoiantes da polícia que tendem a apoiar os políticos pró-Pequim.

As manifestações tiveram início em Junho, na sequência de uma controversa proposta de alterações à lei de extradição – já retirada pelo Governo local – mas transformaram-se num movimento que exige a melhoria dos mecanismos democráticos e que se opõe à crescente interferência de Pequim.

25 Nov 2019

Bolsa de Nova Iorque mista com Pequim a propor nova reunião com Washington

[dropcap]A[/dropcap] bolsa de Nova Iorque esteve ontem a negociar mista, depois de a China ter dito que quer voltar a encontrar-se com os negociadores norte-americanos, em 28 de novembro, dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Pelas 14:50 em Lisboa, o índice Dow Jones Industrial recuava 0,17% para 27.776,22 pontos, enquanto o Standard & Poor’s subia 0,05% para 3.110,10 pontos. O índice tecnológico Nasdaq, por sua vez, caía 0,14% para 8.518,59 pontos.

A China convidou os negociadores dos Estados Unidos para se reunirem em Pequim, visando ultrapassar o impasse nas negociações entre os dois gigantes económicos, segundo disseram à agência informação financeira Bloomberg fontes próximas do processo.

As mesmas fontes referiram que o vice primeiro ministro da China, Liu He, e o responsável pelas negociações comerciais, alargou o convite ao representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, bem como ao secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, para que estejam nesta nova ronda de negociações.

Os negociadores norte-americanos manifestaram disponibilidade para viajarem até Pequim, disseram as mesmas fontes, mas condicionaram a sua ida a uma declaração clara por parte da China que fará compromissos, nomeadamente, no domínio da proteção dos direitos de propriedade.

Se Donald Trump assinar a legislação que passou no Congresso norte-americano, em que os Estados Unidos manifestam apoio aos protestos em Hong Kong, este ato poderá por em causa as negociações do acordo comercial entre os dois gigantes económicos mundiais.

A influenciar a bolsa de Nova Iorque está hoje ainda, segundo os analistas, está também o facto de a OCDE ter descido ligeiramente a previsão de crescimento da economia mundial para 2,9% em 2020, mantendo, no entanto, a anterior previsão para o ritmo da expansão este ano, e ter alertado que a crise económica está a “entrincheirar-se”.

No relatório com as previsões económicas mundiais divulgado hoje (‘Economic Outlook’), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipa que a economia mundial cresça 2,9% este ano, a mesma previsão constante nas Perspectivas Económicas Intercalares, divulgadas em setembro, e depois do crescimento de 3,5% registado em 2018.

Para 2020, a entidade desceu em uma décima, para 2,9%, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global.

22 Nov 2019

Seul| Kim Jong Un recusa convite para visitar Coreia do Sul

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte recusou ontem um convite de Seul para visitar a Coreia do Sul na próxima semana, noticia a agência de notícias norte-coreana.

O convite a Kim Jong Un, feito pelo chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tinha como objectivo garantir a presença do líder norte-coreano na cimeira dos países do sudeste asiático, que se realiza na cidade portuária de Busan, Coreia do Sul.

De acordo com fontes oficiais citadas pela KCNA, o líder da Coreia do Norte recebeu a carta pessoal do chefe de Estado sul-coreano no dia 5 de Novembro, mas acabou por rejeitar o convite.

Na notícia sobre a rejeição do convite, a agência oficial da Coreia do Norte comenta as posições considerando que Seul não está a cumprir os acordos estabelecidos entre os dois Estados e que está a ceder às pressões norte-americanas.

O Presidente da Coreia do Sul, que continua a tentar promover mais um encontro ao mais alto nível, já se reuniu três vezes com Kim Jong Un desde 2018, tendo conseguido abrir os canais que permitiram os contactos directos entre o líder norte coreano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nos últimos meses, Pyongyang tem criticado Seul devido à realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

22 Nov 2019

Seul| Kim Jong Un recusa convite para visitar Coreia do Sul

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte recusou ontem um convite de Seul para visitar a Coreia do Sul na próxima semana, noticia a agência de notícias norte-coreana.
O convite a Kim Jong Un, feito pelo chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tinha como objectivo garantir a presença do líder norte-coreano na cimeira dos países do sudeste asiático, que se realiza na cidade portuária de Busan, Coreia do Sul.
De acordo com fontes oficiais citadas pela KCNA, o líder da Coreia do Norte recebeu a carta pessoal do chefe de Estado sul-coreano no dia 5 de Novembro, mas acabou por rejeitar o convite.
Na notícia sobre a rejeição do convite, a agência oficial da Coreia do Norte comenta as posições considerando que Seul não está a cumprir os acordos estabelecidos entre os dois Estados e que está a ceder às pressões norte-americanas.
O Presidente da Coreia do Sul, que continua a tentar promover mais um encontro ao mais alto nível, já se reuniu três vezes com Kim Jong Un desde 2018, tendo conseguido abrir os canais que permitiram os contactos directos entre o líder norte coreano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nos últimos meses, Pyongyang tem criticado Seul devido à realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

22 Nov 2019

Tailândia | Papa apela à protecção de mulheres e crianças

[dropcap]O[/dropcap] Papa apelou ontem para que as mulheres e crianças sejam protegidas da exploração, abuso e escravatura, no início de dois dias de reuniões na Tailândia, onde o tráfico humano e a prostituição forçada alimentam a indústria de turismo sexual.

Francisco pediu acção contra um dos maiores flagelos da região, no início de uma visita de uma semana à Ásia. O Papa elogiou os esforços do governo tailandês para combater o tráfico humano, num discurso proferido no gabinete do primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, mas apelou para um comprometimento maior da comunidade internacional para proteger as mulheres e crianças que são “violadas e expostas a todas as formas de exploração, escravatura, violência e abuso”.

Apelou para formas de “desenraizar este mal e promover formas de restaurar a dignidade”.
“O futuro dos nossos povos está ligado, em larga medida, à forma como garantimos um futuro digno às nossas crianças”, afirmou.

As Nações Unidas consideram a Tailândia um ponto chave no destino do tráfico e também uma fonte de trabalho forçado e de escravos sexuais, traficados dentro e fora do país.

A agência da ONU para a droga e o crime revelou no Verão que o tráfico para exploração sexual representou 79 por cento dos casos de tráfico na Tailândia entre 2014 e 2017. Entre 1.248 vítimas detetadas, 70 por cento eram raparigas menores, de acordo com o documento, que cita dados das autoridades tailandesas.

22 Nov 2019

Tailândia | Papa apela à protecção de mulheres e crianças

[dropcap]O[/dropcap] Papa apelou ontem para que as mulheres e crianças sejam protegidas da exploração, abuso e escravatura, no início de dois dias de reuniões na Tailândia, onde o tráfico humano e a prostituição forçada alimentam a indústria de turismo sexual.
Francisco pediu acção contra um dos maiores flagelos da região, no início de uma visita de uma semana à Ásia. O Papa elogiou os esforços do governo tailandês para combater o tráfico humano, num discurso proferido no gabinete do primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, mas apelou para um comprometimento maior da comunidade internacional para proteger as mulheres e crianças que são “violadas e expostas a todas as formas de exploração, escravatura, violência e abuso”.
Apelou para formas de “desenraizar este mal e promover formas de restaurar a dignidade”.
“O futuro dos nossos povos está ligado, em larga medida, à forma como garantimos um futuro digno às nossas crianças”, afirmou.
As Nações Unidas consideram a Tailândia um ponto chave no destino do tráfico e também uma fonte de trabalho forçado e de escravos sexuais, traficados dentro e fora do país.
A agência da ONU para a droga e o crime revelou no Verão que o tráfico para exploração sexual representou 79 por cento dos casos de tráfico na Tailândia entre 2014 e 2017. Entre 1.248 vítimas detetadas, 70 por cento eram raparigas menores, de acordo com o documento, que cita dados das autoridades tailandesas.

22 Nov 2019

Hong Kong | Tribunal adia a decisão de manter ou suspender lei anti-máscara

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong decidirá mais tarde se suspenderá a sua decisão de declarar inconstitucional a lei anti-máscara do governo após a solicitação da Secretaria de Justiça que argumentou a necessidade de conter a agitação na quinta-feira.

Os juízes do Tribunal de Primeira Instância, Anderson Chow Ka-ming e Godfrey Lam Wan-ho, disseram que tomariam sua decisão – vista como altamente carregada politicamente após a decisão anterior ter fomentado a ira de Pequim – posteriormente, isto depois do Governo tentar manter lei em vigor por enquanto, justificando que está a dar resultados.

A Secretaria de Justiça revelou que o departamento resolveu interpor um recurso mal o tribunal tomou sua decisão sobre a suspensão da lei. Por vezes os tribunais de Hong Kong revêem as suas decisões imediatamente após ouvir os argumentos das partes, mas os dois juízes decidiram levar um tempo para deliberar antes de proferirem a tão esperada decisão.

O acordo para que dois juízes presidam ao caso – em oposição a apenas um, como é habitual – também destaca a importância do assunto em questão.

Os dois juízes disseram que informariam o governo, os 25 parlamentares pró-democracia e o activista “Long Hair” Leung Kwok-hung, que apresentou o caso, quando tiverem decidido.

Na segunda-feira, os dois juízes decidiram que a lei anti-máscara do governo, implementada em outubro pela líder de Hong Kong, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor, havia ido além do necessário para alcançar o objectivo das autoridades de impedir que as pessoas participassem da crescente violentos protestos contra o governo.

Os juízes também determinaram que o uso, por parte de Lam, de uma Portaria de Regulamentação de Emergência da era colonial, invocada por motivos de perigo público, para promulgar a proibição de máscara, inconstitucional.

22 Nov 2019

Hong Kong | Tribunal adia a decisão de manter ou suspender lei anti-máscara

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong decidirá mais tarde se suspenderá a sua decisão de declarar inconstitucional a lei anti-máscara do governo após a solicitação da Secretaria de Justiça que argumentou a necessidade de conter a agitação na quinta-feira.
Os juízes do Tribunal de Primeira Instância, Anderson Chow Ka-ming e Godfrey Lam Wan-ho, disseram que tomariam sua decisão – vista como altamente carregada politicamente após a decisão anterior ter fomentado a ira de Pequim – posteriormente, isto depois do Governo tentar manter lei em vigor por enquanto, justificando que está a dar resultados.
A Secretaria de Justiça revelou que o departamento resolveu interpor um recurso mal o tribunal tomou sua decisão sobre a suspensão da lei. Por vezes os tribunais de Hong Kong revêem as suas decisões imediatamente após ouvir os argumentos das partes, mas os dois juízes decidiram levar um tempo para deliberar antes de proferirem a tão esperada decisão.
O acordo para que dois juízes presidam ao caso – em oposição a apenas um, como é habitual – também destaca a importância do assunto em questão.
Os dois juízes disseram que informariam o governo, os 25 parlamentares pró-democracia e o activista “Long Hair” Leung Kwok-hung, que apresentou o caso, quando tiverem decidido.
Na segunda-feira, os dois juízes decidiram que a lei anti-máscara do governo, implementada em outubro pela líder de Hong Kong, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor, havia ido além do necessário para alcançar o objectivo das autoridades de impedir que as pessoas participassem da crescente violentos protestos contra o governo.
Os juízes também determinaram que o uso, por parte de Lam, de uma Portaria de Regulamentação de Emergência da era colonial, invocada por motivos de perigo público, para promulgar a proibição de máscara, inconstitucional.

22 Nov 2019

MNE | Apoio dos EUA aos protestos é “incentivo a criminosos”

O MNE chinês Wang Yi considerou que objectivo da legislação aprovada pelos EUA é “causar estragos ou até destruir Hong Kong”. “O Congresso dos Estados Unidos promulgou várias leis para interferir nos assuntos internos da China, violando as normas básicas das relações internacionais. Esta é mais uma”, concluiu Wang

 

[dropcap]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, considerou ontem a aprovação pelo Congresso norte-americano de uma lei de apoio à democracia e aos direitos humanos em Hong Kong como um “incentivo a criminosos violentos”. O objectivo deste texto é “causar estragos ou até destruir Hong Kong”, acusou Wang Yi, num comunicado divulgado pelo seu ministério.

O ministro do Exterior da China, Wang Yi, descreveu a aprovação pelo Congresso da legislação dos EUA visando a China como “loucura” que prejudicará o relacionamento entre os dois países.

Em reunião com o ex-secretário de defesa dos EUA William Cohen em Pequim na quinta-feira, Wang disse que essa legislação abalou a confiança mútua entre as duas nações. “No momento, o relacionamento China-EUA atingiu uma encruzilhada crítica”, disse Wang. “Mas lamentamos ver que alguns políticos nos Estados Unidos estão agora a manchar, atacar e difamar a China a um nível próximo da loucura”.
Wang mencionou que a aprovação da legislação enviou um “sinal errado aos criminosos violentos de Hong Kong” e que vai causar danos à cidade.

Além desta legislação, existem dezenas de projectos de lei norte-americanos pendentes que visam combater a China em várias frentes.

“O Congresso dos Estados Unidos promulgou várias leis para interferir nos assuntos internos da China, violando as normas básicas das relações internacionais”, continuou Wang. “Essas práticas envenenaram seriamente a atmosfera das relações sino-americanas e destruíram a confiança mútua que construímos ao longo dos anos”, concluiu.

Trump pode vetar

Também o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou ontem que a China está pronta a “reagir com determinação” e exigiu ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que vete a legislação.

“Nós condenamos e opomo-nos veementemente” a esta iniciativa, que “mina os interesses da China e dos EUA”, na região semiautónoma chinesa, disse Geng Shuang. “Se os EUA continuarem a tomar medidas erradas, a China de certeza tomará fortes contramedidas”, avisou Geng.

Questionado sobre o risco de aquela votação prejudicar as negociações, o porta-voz chinês disse esperar que Washington “trabalhe com o lado chinês para encontrar soluções”.

“Ninguém deve subestimar a determinação da China em salvaguardar a sua soberania nacional, segurança e interesses de desenvolvimento”, apontou Geng.

O Congresso aprovou a resolução com 417 votos a favor e um contra, após a adoção unânime pelo Senado, na terça-feira passada. A votação levou a China a ameaçar com retaliação.

As duas câmaras do Congresso também aprovaram uma medida que prevê a proibição da venda de granadas de gás lacrimogéneo, balas de borracha e outros equipamentos antimotim utilizados pela polícia de Hong Kong para reprimir manifestações.

22 Nov 2019