Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Hong Kong alivia medidas de distanciamento social após redução de casos [dropcap]H[/dropcap]ong Kong anunciou hoje que irá aliviar algumas medidas de distanciamento social no final desta semana, permitindo que os cabeleireiros e cinemas reabram, na sequência da diminuição das infeções diárias por covid-19 na cidade. Os restaurantes, até agora proibidos de fornecer serviços de jantar após as 18:00, terão permissão para atender clientes até as 21:00, já a partir de sexta-feira. Negócios como cinemas, cabeleireiros e alguns locais de desporto ao ar livre poderão reabrir, e os residentes não serão obrigados a usar máscaras ao se exercitarem ao ar livre ou em parques rurais. “Sob o novo normal, não é possível esperarmos até que não haja mais casos locais para relaxar as medidas de distanciamento social”, disse Sophia Chan, ministra da saúde de Hong Kong, citada pela agência de notícias Associated Press. Hong Kong registou um aumento nas infecções por covid-19 em Julho, levando o governo a implementar medidas de distanciamento social mais rigorosas, que incluíam, por exemplo, limitar as reuniões públicas a duas pessoas. Desde então, as infecções diminuíram gradualmente, com a cidade, localizada no sul da China, a registar apenas nove infecções na segunda-feira, a primeira vez em mais de um mês que os casos caíram para um dígito. Hong Kong, que já registou 4.692 infecções, com 77 mortes, implementará testes comunitários voluntários e universais durante duas semanas a partir do início de setembro para detetar pacientes assintomáticos. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 809 mil mortos e infectou mais de 23,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Sul retoma ensino à distância para conter novos casos [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul ordenou hoje que todas as escolas em Seul e na sua região retomem o ensino à distância para conter a nova onda de casos de covid-19, segundo o Ministério da Educação. O Governo sul-coreano obteve bons resultados na luta contra a covid-19 devido a uma ampla estratégia de triagem e rastreamento de contactos de pessoas infectadas, mas nas últimas semanas o país tem vindo a registar novos casos após o aparecimento de surtos, a maioria deles ligados a igrejas protestantes. A Coreia do Sul registou hoje 280 novos casos de covid-19, elevando o número desde o início da epidemia para 17.945 pessoas infectadas. Este é o 12.º dia consecutivo com um número de contaminações superior a 100, após várias semanas durante as quais os números oscilaram entre 30 e 40. A maioria dos novos casos estão localizados na área da grande Seul, onde vive metade da população do país. As autoridades anunciaram hoje que as aulas nas escolas em Seul e Incheon, bem como na província de Gyeonggi, perto da capital, serão dadas novamente online a partir de quarta-feira e até 11 de Setembro. De acordo com o ministro da Educação, Yoo Eun-hae, foram registados casos de infecção em alunos e funcionários: “Quase 200 pessoas nas últimas duas semanas”, disse o ministro da Educação. Os únicos alunos autorizados a continuar a ter aulas presenciais são os do ensino secundário, que deverão fazer exames no início de Dezembro. O Exército também intensificou as suas medidas, tornando obrigatório o uso de máscaras pelos soldados em público, dentro e fora de casa. Na semana passada, medidas restritivas foram reforçadas em Seul e na sua região. Discotecas, museus, bares de karaoke estão fechados e estão proibidas grandes reuniões e cerimónias religiosas. Os jogos desportivos voltam a ser disputados à porta fechada. As autoridades já ameaçaram que as regras podem vir a ser reforçadas, incluindo o encerramento de empresas, se o número de novos casos continuar a aumentar rapidamente. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 809 mil mortos e infectou mais de 23,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaChina regista 14 casos nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior [dropcap]A[/dropcap] China diagnosticou nas últimas 24 horas 14 casos da covid-19, todos oriundos do exterior, informaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China detalhou que os casos importados foram diagnosticados na cidade de Xangai e Tianjin e nas províncias de Sichuan, Guangdong, Shaanxi, Hebei e Liaoning. As autoridades de saúde informaram ainda que, nas últimas 24 horas, 36 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infectadas activas no país asiático se fixou em 386, incluindo dez em estado considerado grave. Desde o início da pandemia, a China registou 84.981 infetados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. As autoridades chinesas referiram que 812.268 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre as quais 12.370 permanecem sob observação. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 809 mil mortos e infectou mais de 23,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Hoje Macau China / ÁsiaSobe para 15 o número de mortos e 75 feridos em duplo atentado nas Filipinas [dropcap]P[/dropcap]elo menos 15 pessoas morreram e outras 75 ficaram feridas esta segunda-feira num atentado duplo na Ilha Jolo, reduto da organização ‘jihadista’ Abu Sayyaf, no sul das Filipinas. Sete soldados, um polícia e seis civis, além da presumível bombista suicida – ainda por identificar – perderam a vida em duas explosões na mesma rua da cidade de Jolo, declarou o tenente-general Corleto Vinluan, à agência francesa France-Presse. Quarenta e oito civis, 21 soldados e seis polícias também ficaram feridos. A primeira explosão ocorreu perto de um supermercado quando uma bomba caseira presa a uma moto foi detonada, segundo a mesma fonte. Um soldado viu uma pessoa a estacionar o veículo junto a essa mercearia “onde havia muita gente”, particularmente militares, sublinhou por sua vez o tenente-coronel Ronaldo Mateo. O dispositivo explodiu quase imediatamente. Enquanto a polícia tentava evacuar a zona, uma mulher fez-se explodir na mesma rua da primeira explosão. Uma terceira bomba, que não chegou a explodir, foi encontrada num mercado da cidade de Jolo, que foi imediatamente isolada pelos militares e pela polícia. Os atentados ainda não foram reivindicados, mas o exército responsabilizou um comandante do Abu Sayyaf, Mundi Sawadjaan. Estes ataques ocorreram poucas semanas depois da prisão de um dos líderes da organização, Abduljihad Susukan, na ilha de Mindanao. Desde então, as forças de segurança temiam ataques do Abu Sayyaf em retaliação. Susakan é acusado de 23 homicídios, cinco sequestros e seis tentativas de assassínio. O porta-voz do Presidente filipino Rodrigo Duterte, Harry Roque, condenou os atos que classificou de “ataques vis”. “Pedimos aos moradores de Jolo que fiquem atentos e avisem as forças de segurança caso avistem pessoas com comportamento suspeito ou objetos abandonados na área”, disse. Os muçulmanos pegaram em armas na década de 1970 para exigir a autonomia ou independência do sul do arquipélago predominantemente muçulmano e a insurreição já provocou a morte de 150.000 pessoas. O principal grupo rebelde, a Frente de Libertação Moro Islâmica, assinou um acordo de paz em 2014 com o Governo para conceder autonomia à minoria muçulmana em partes do Mindanao e nas ilhas do extremo sudoeste. O processo de paz, que começou na década de 1990, não inclui todas as organizações islâmicas – incluindo as que juraram fidelidade ao grupo extremista Estado Islâmico. A ilha de Jolo, de maioria muçulmana, é o bastião do grupo islamita Abu Sayyaf, considerado uma organização terrorista por Washington. O grupo dividiu-se em diversas facções, algumas das quais juraram lealdade ao Estado Islâmico.
Hoje Macau China / ÁsiaCidadão de Hong Kong regressado de Espanha é primeiro caso oficial de re-infecção mundial [dropcap]U[/dropcap]m homem de 33 anos natural de Hong Kong será o primeiro caso oficial de re-infecção pelo novo coronavírus no mundo, segundo investigadores da Universidade de Hong Kong, citados ontem pelos ‘media’ desta região administrativa especial chinesa. O doente em questão teve alta após ter sido declarado curado da doença covid-19 em Abril passado, mas no início deste mês o homem voltou a testar novamente positivo depois de ter regressado de uma viagem a Espanha, relatou a televisão pública local RTHK. Inicialmente foi equacionado que este homem poderia ser um “portador persistente” do SARS-CoV-2, o novo coronavírus responsável pela doença covid-19, e como tal mantinha o agente infeccioso no seu organismo desde a altura em que foi infetado, segundo indicaram as autoridades sanitárias de Hong Kong. No entanto, os investigadores da Universidade de Hong Kong afirmam agora que as sequências genéticas das estirpes do vírus contraídas pelo homem em abril e em agosto são “claramente diferentes”. Esta descoberta poderá representar um revés para quem defende uma estratégia contra a atual pandemia sustentada na aquisição de uma presumível imunidade após a doença ser superada. “Muitos acreditam que os doentes de covid-19 recuperados têm imunidade contra as re-infecções porque a maioria desenvolveu uma resposta sustentada em anticorpos neutralizantes em soro”, observou o estudo da Universidade de Hong Kong. Os investigadores recordaram, no entanto, que “existem evidências de que alguns doentes apresentam níveis decrescentes de anticorpos passados poucos meses”. Este estudo foi aceite pela revista médica “Clinical Infectious Diseases”, publicada pela universidade britânica de Oxford. De acordo com os investigadores da Universidade de Hong Kong, “o SARS-CoV-2 poderá persistir entre a população mundial, como é o caso de outros coronavírus humanos comuns associados a gripes e constipações, apesar de os doentes terem conseguido adquirir imunidade através de uma infecção natural”. Como tal, os peritos recomendam que os doentes recuperados continuem a usar máscaras de protecção individual e a respeitarem as regras de distanciamento físico. Da mesma forma, os especialistas frisam, e perante a potencial ausência de uma imunidade natural de longa duração, que os doentes recuperados também devem ser abrangidos por uma futura e eficaz vacina contra a covid-19. “Como a imunidade pode durar pouco (…), também deve ser considerada a vacinação para aqueles que tiveram um episódio de infeção”, indicaram os especialistas. Em meados de Julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou esperança de que os doentes de covid-19 recuperados pudessem manter um certo grau de imunidade durante vários meses. A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 809 mil mortos e infectou mais de 23,4 milhões de pessoas em todo o mundo, desde Dezembro, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
João Luz China / ÁsiaChina | Campanha contra desperdício alimentar chega às redes sociais Vídeos de pessoas a ingerir enormes quantidades de comida são o alvo mais recente da campanha chinesa de luta contra o desperdício alimentar. A política lançada por Xi Jinping deu azo a especulação quanto à capacidade para alimentar os 1,4 biliões de cidadãos, numa altura em que o país enfrenta desafios em múltiplas frentes como inundações, pandemia, pragas e tensões comerciais [dropcap]O[/dropcap] que tem de apelativo ver alguém comer grandes quantidades de comida? A resposta pode cobrir um amplo leque de motivações psicológicas, mas não chega para explicar a popularidade imensa de alguns vloggers que ganham a vida a enfardar descomunais pratadas de comida. Nascida há 35 anos em Fukuoka, Yuka Kinoshita é uma das youtubers mais populares do género, com quase 5,5 milhões de subscritores e mais de 2 biliões de visualizações. Apesar da figura elegante, os vídeos da japonesa documentam refeições que dão para alimentar uma família numerosa com muita fome, por vezes chegando às 23 mil calorias ingeridas. Por exemplo, no início do ano, mais de 1,5 milhões de pessoas viram Yuka mandar abaixo 200 peças de sushi, e quase 2 milhões assistiram à hercúlea tarefa de comer quatro quilos de salmão e um quilo de sopa miso. Este fenómeno, que ganhou imensa popularidade nos últimos 10 anos, em particular na Ásia, dá pelo nome de mukbang, expressão nascida do coreano da conjugação das duas palavras “comer” e “transmitir”. Além das críticas que apontam estes programas como a derradeira glorificação da bulimia, o mukbang ganhou recentemente um poderoso inimigo: o Governo chinês. Tudo começou quando o Presidente chinês, Xi Jinping, declarou guerra ao desperdício alimentar. Estava dado o mote para o lançamento da campanha “prato limpo”, com o Presidente a detalhar que a pandemia de covid-19 “fez soar o alarme” para o desperdício de alimentos, acrescentando que a China deve manter atenta em relação a uma potencial crise de segurança alimentar. Dieta na net Das palavras à acção, vários meios de comunicação oficiais materializaram a condenação social dos autores deste tipo de conteúdo audiovisual. A CCTV transmitiu várias reportagens críticas sobre o mukbang e os seus protagonistas, e as próprias redes sociais chinesas entraram no jogo adicionando avisos para os internautas que procuram termos como “programa de comida” ou “comer em directo”. A adaptação não se fez esperar, com vloggers e produtores de conteúdos a emitir avisos no Douyin, a versão chinesa do TikTok, para “aproveitar a comida”, “comer de forma apropriada” ou “estima a comida, recusa o desperdício, come com responsabilidade e leva uma vida saudável”. As mensagens parecem anunciar o fim do festim deste tipo de canais na China, ou pelo menos nas redes sociais chinesas, uma vez que não surgem em aplicações fora do Continente, como a TikTok. Em declarações à BBC, a analista de media chineses Kerry Allen explica que “há algum tempo que as redes sociais chinesas mostram nervosismo face à possibilidade de terem conteúdos que possam ser considerados como maus ou imorais pelo Estado”. Porém, a analista refere que os receios não são unilaterais, e que também o Governo encara com algum cuidado as novas liberdades que advêm da hipótese de transmitir vídeo em directo, algo que as novas aplicações tornaram extremamente popular. Assim sendo, foi com naturalidade que surgiram regras rígidas de transmissão e publicação de vídeos, em particular vídeos na via pública, ou que aparentem ter conteúdo “sedutor”. Aliás, foi a partir da fixação de parâmetros rígidos quanto ao conteúdo que começaram a surgir vídeos de pessoas a cantar ou a comer. Resposta popular Seguindo a máxima de quanto mais alto maior a queda, após a condenação pública os próprios espectadores começaram a reagir negativamente aos conteúdos, em particular às estrelas chinesas conhecidas como “reis do estômago grande”, que levam o conceito de refeição para o campo da proeza circense. Estes vídeos começaram a ser censurados com edições que impossibilitam o espectador de ver o que se passa. A BBC relata que muitos destes vídeos foram a retirados pelos próprios autores, depois do ataque de internautas que aproveitaram a oportunidade para divulgar a identidade dos vloggers e envergonhá-los como desperdiçadores. Porém, a condenação dos excessos não se fica pela internet. O The New York Times (NYT) relata outros exemplos de medidas que procuram combater o desperdício alimentar, como uma escola que fez depender a inscrição dos alunos com base no nível de comida desperdiçada na cantina, ou um restaurante colocou uma balança à entrada para tentar impedir algo contraproducente ao negócio: que o cliente não peça demasiada comida. A disciplina gastronómica faz parte da imagem que o Partido Comunista da China tem cultivado do seu líder, Xi Jinping, um homem que luta oficialmente contra o excesso e a gula. “Cultivem hábitos de consumo frugais e promovam um ambiente social em que o desperdício é uma prática vergonhosa e a frugalidade é aplaudida”, referiu o Presidente chinês num artigo publicado no Diário do Povo. Política e ecos O artigo salienta que, “além da ser uma necessidade básica da população, a cultura gastronómica sempre foi muito importante para os chineses”. “Porém, à luz do forte desenvolvimento da indústria alimentar de hoje, o desperdício alimentar tornou-se proeminente”. O jornal oficial descreve ainda que durante 2018, em média por cada refeição 93 gramas de alimento foram parar ao caixote do lixo, o que representou uma taxa de desperdício de 11,7 por cento. De acordo com um estudo da Academia Chinesa de Ciências e do Fundo Mundial da Vida Selvagem, citado pelo Diário do Povo, entre 2013 e 2015, os consumidores chineses desperdiçaram cerca de 18 milhões de toneladas de comida, o suficiente para alimentar, durante um ano, entre 30 a 50 milhões de pessoas. É aqui que a política de Xi Jinping enfrenta um obstáculo cultural que ocupa o centro da mesa de qualquer jantar na China. A própria tradição dita que se peça comida em excesso e que o desperdício seja interpretado como demonstração de generosidade em relação a familiares, clientes, parceiros de negócios e convidados especiais. A mensagem de combate ao desperdício tem sido transmitida de forma mais alargada, apontando no sentido da procura da autossuficiência alimentar principalmente face às disrupções comerciais resultantes do caos geopolítico e das tensões diplomáticas com os Estados Unidos, além das dificuldades trazidas pelas cheias e a pandemia, que podem mexer nas reservas de alimentos. Tempos complicados No mês de Julho, o preço dos alimentos na China subiu 13 por cento, em comparação com o período homólogo do ano passado, de acordo com as estatísticas oficiais. O preço da carne de porco, produto essencial, aumentou cerca de 85 por cento no mesmo período em análise, em parte devido ao efeito devastador que as cheias estão a ter nas rotas de abastecimento. Segundo um relatório divulgado no Diário da Juventude Chinesa (China Youth Daily em inglês), agricultores da província central de Henan, região estratégica no que diz respeito à produção de cereais, admitiram armazenarem grande parte das colheitas deste ano na esperança que os preços aumentem. É neste contexto que o curioso fenómeno de internet mukbang tem recuado, quase em vergonha, na China. A imagem de uma jovem a sorver quatro quilos de noodles é completamente oposta a esta citação sobre a campanha “prato limpo”, publicada no Diário do Povo: “No prato do jantar, todos os grãos são o resultado do trabalho árduo de alguém”. Daí que se tenha tornado normal nos últimos dias expressões de arrependimentos dos “reis do estômago grande” chineses. O NYT cita uma autora chinesa que mudou o seu nome de “Big Stomach Mini”, ou mini estômago grande, para o mais austero cognome “Dimple Mini”, ou covinhas mini, numa retração. A popular vlogger, que chegou a publicar um vídeo em que comeu um carneiro assado inteiro, postou um vídeo a apelar aos fãs que saboreassem todas as dentadas e que levassem para casa as sobras. O vídeo atraiu mensagens positivas de mais de 11 milhões de fãs. A vlogger acrescentou que “não há problema nenhum em apreciar delícias culinárias” e apelou aos fãs para não desperdiçarem ou incorrerem em comportamentos extravagantes.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China autorizou uso de potencial vacina desde Julho em funcionários hospitalares [dropcap]A[/dropcap] China autorizou o uso de potenciais vacinas para a covid-19 em funcionários hospitalares, para “casos de emergência”, desde 22 de Julho passado, revelou hoje um alto responsável da Comissão de Saúde do país. Em entrevista à televisão estatal CCTV, o diretor do Departamento de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Comissão de Saúde, Zheng Zhongwei, revelou que pessoal médico e funcionários das alfândegas foram vacinados. “Estes grupos foram escolhidos porque têm maior exposição ao novo coronavírus. A maioria dos casos que a China agora regista são importados, então as autoridades fronteiriças são um grupo de alto risco também”, justiçou. Zheng não detalhou quantas pessoas receberam injecções ou qual a vacina que foi administrada, entre aquelas que o país está a desenvolver. O mesmo responsável acrescentou que o programa de vacinação vai expandir-se para pessoas que trabalham nas indústrias dos transporte e serviços ou nos mercados de rua, para “criar uma barreira de imunidade”. Zheng indicou que “as vacinas chinesas serão acessíveis ao público”, assim que estiverem prontas e que o preço poderá ser “ainda mais baixo” do que o anunciado, na semana passada, por Liu Jingzhen, o presidente da estatal China National Biotec Group, que faz parte do grupo Sinopharm- Pharmaceutical. Liu disse que a vacina do grupo vai estar pronta “provavelmente em Dezembro”, a um preço inferior a 1.000 yuan, e que via começar a ser comercializada assim que for concluída a terceira fase de testes, nos Emirados Árabes Unidos. Outra das vacinas em desenvolvimento pelo país, a do Instituto Científico Militar e da biofarmacêutica chinesa CanSino Biologics, também está na terceira fase de testes, no Paquistão. Segundo o jornal oficial China Daily, a China tem cinco vacinas candidatas que já passaram, pelo menos, na segunda fase de testes. O período para uma vacina estar disponível para uso em massa é, por norma, de entre 12 a 18 meses, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Pequim acelerou o processo devido à emergência de saúde pública e tem permitido que algumas das fases de teste sejam realizadas em simultâneo. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 805 mil mortos e infectou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista 16 casos nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior [dropcap]A[/dropcap] China diagnosticou, nas últimas 24 horas, 16 casos da covid-19, todos oriundos do exterior, informaram hoje as autoridades. A Comissão de Saúde da China detalhou que os casos “importados” foram diagnosticados na cidade de Xangai e nas províncias de Fujian, Sichuan, Yunnan, Shanxi e Shandong. As autoridades de saúde informaram ainda que, nas últimas 24 horas, 30 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infectadas activas no país asiático se fixou em 215, incluindo dois em estado considerado grave. Desde o início da pandemia, a China registou 84.967 infectados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. As autoridades chinesas referiram que 811.824 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre as quais 13.220 permanecem sob observação. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 805 mil mortos e infectou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Hoje Macau China / ÁsiaPelo menos cinco mortos e 17 feridos em ataque à bomba nas Filipinas [dropcap]P[/dropcap]elo menos cinco soldados morreram hoje e 17 outros militares e civis ficaram feridos num ataque à bomba numa cidade no sul das Filipinas, apesar da segurança reforçada motivada pelas ameaças do movimento extremista islâmico Abu Sayyaf. O porta-voz militar regional, capitão Rex Payot, e a polícia disseram que as explosões danificaram lojas e dois camiões do exército em Jolo, na província de Sulu. Uma informação inicial indicava que a primeira bomba foi colocada numa motocicleta estacionada. Uma segunda explosão foi ouvida na zona pouco depois, mas não ficou claro se causou mais vítimas ou danos no centro da cidade, que foi isolado por soldados e polícias. Dois oficiais militares disseram que cinco soldados do exército morreram na explosão inicial, mas não forneceram outros detalhes. O ataque não foi reivindicado até ao momento, mas os militantes de Abu Sayyaf foram responsabilizados pela maioria dos atentados mortais em Sulu e nas províncias remotas, onde estão presentes. Os militares estão a empreender uma ofensiva há meses contra o Abu Sayyaf, um grupo pequeno, mas violento, alinhado com o Estado Islâmico e colocado na lista negra dos Estados Unidos e das Filipinas por atentados, sequestros de resgate e decapitações.
Hoje Macau China / ÁsiaMalásia | Cientistas pretendem clonar rinoceronte de Sumatra O último rinoceronte de Sumatra que vivia na Malásia morreu no ano passado, mas cientistas malaios procuram financiamento para recuperar a população da espécie usando uma técnica de clonagem de células-tronco num projecto pioneiro [dropcap]”T[/dropcap]emos confiança na tecnologia para conseguir isso, mas precisamos de cinco milhões de ringgit (um milhão de euros). Estamos a procurar patrocinadores”, disse à agência de notícias EFE Muhammad Lokman, investigador da Universidade Islâmica Internacional da Malásia. Após o seu desaparecimento na Malásia, apenas cerca de 80 rinocerontes de Sumatra (“Dicerorhinus sumatrensis”) permanecem na Indonésia e estão “perigo crítico” de extinção. Lokman afirmou que já receberam cerca de um milhão de ringgit (cerca de 200 mil euros) do Governo da Malásia e preservaram tecidos vivos de diferentes órgãos como rins, fígado, pele ou coração dos últimos três espécimes de rinoceronte que morreram no país. Uma equipa liderada por Lokman está a trabalhar para obter óvulos de um rinoceronte africano no zoológico de Kuala Lumpur com a intenção de fertilizá-los com células somáticas dos espécimes extintos. “Extraímos o núcleo dos óvulos e inserimos as células somáticas (dos rinocerontes extintos) para que no óvulo se desenvolva num embrião que possamos transferir para o útero de um animal substituto, que pode ser outra espécie de rinoceronte ou outro mamífero como um cavalo”, explicou Lokman. O objectivo é clonar pelo menos cinco ou seis exemplares para garantir a reabilitação da espécie na Malásia. Dias contados Esta técnica foi usada para clonar a ovelha Dolly, em 1997, mas é a primeira vez que foi aplicada para reviver espécimes extintos num determinado local. O projecto de clonagem começou depois de Imam, o último rinoceronte de Sumatra na Malásia, ter morrido de cancro aos 25 anos em Novembro do ano passado. A morte de Imam, uma fêmea, na província malaia de Sabah, na ilha de Bornéu, chocou muitos malaios e a comunidade de cientistas e conservacionistas, depois de o último macho da espécie ter falecido seis meses antes. Os últimos 80 exemplares desta espécie, a menor entre os rinocerontes, medindo até 1,3 metros de altura na cernelha, eram encontrados principalmente na ilha de Sumatra e, em menor extensão, na parte indonésia de Bornéu. A Indonésia também abriga o rinoceronte de Java (“Rhinoceros sonicus”), a espécie de rinoceronte e provavelmente o mamífero mais ameaçado do mundo, com apenas 70 espécimes restantes na ilha de Java. De acordo com a organização não-governamental Save the Rhino International, também existem cerca de 3.500 rinocerontes indianos na Ásia, enquanto que em África existem entre 5.300 e 5.600 rinocerontes pretos e entre 17.000 e 18.000 rinocerontes brancos. As maiores ameaças aos rinocerontes são a caça furtiva – principalmente para recolher os seus chifres, muito procurados pelos consumidores da medicina tradicional -, bem como a perda de ‘habitat’ natural.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Utilizadores do WeChat nos EUA e TikTok processam Trump Utilizadores do WeChat nos Estados Unidos estão a processar Donald Trump, numa tentativa de bloquear a ordem executiva que, segundo defendem, impediria o acesso à aplicação chinesa de mensagens extremamente popular nos EUA. Entretanto, a TikTok vai também avançar com uma queixa contra o Governo norte-americano [dropcap]A[/dropcap] queixa, registada na sexta-feira em São Francisco, foi apresentada pela organização sem fins lucrativos “US WeChat Users Aliance” e várias outras pessoas que dizem confiar na aplicação para trabalhar ou manter contacto com familiares na China, garantindo que não são associados ao WeChat, nem à Tencent, multinacional chinesa que detém a aplicação. Os utilizadores recorreram a um tribunal federal e pretendem impedir a ordem executiva de Trump, alegando que a mesma viola a liberdade de expressão dos utilizadores dos Estados Unidos, o livre exercício da religião e outros direitos constitucionais. Em 6 de Agosto, Donald Trump assinou uma ordem executiva a proibir transações com os proprietários chineses do WeChat e de outro aplicativo de consumo popular, o TikTok, defendendo que ambos são uma ameaça à segurança nacional, política externa e economia norte-americanas. O chefe de Estado falou de uma “emergência nacional” e acusou a rede social TikTok de espionagem de utilizadores norte-americanos em nome de Pequim, num contexto de crescentes tensões comerciais e políticas com a China. As ordens executivas devem entrar em vigor em 20 de Setembro, ou 45 dias a partir da data de emissão. O tico e o teco A aplicação chinesa de partilha de vídeos TikTok, acusada de espionagem pelo presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que vai avançar na próxima semana com uma queixa contra o Governo dos Estados Unidos. “Para garantir que a lei é cumprida e que os nossos negócios e utilizadores são tratados de forma justa, não temos escolha a não ser contestar a ordem executiva (assinada pelo senhor Trump) através do sistema judicial”, afirmou o grupo, numa declaração enviada à agência de notícias francesa AFP. Na quarta-feira, o Presidente dos Estados Unidos disse apoiar uma oferta da Oracle para a compra do TikTok, apesar de estarem já em curso negociações com a Microsoft, segundo a Bloomberg. Segundo a agência de notícias económicas, a empresa informática Oracle, cujo presidente, Larry Ellison, ofereceu milhões de dólares em fundos para a campanha presidencial de Trump, estará na corrida para a aquisição das actividades do TikTok nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. A administração Trump deu 90 dias ao grupo chinês proprietário do TikTok, ByteDance, para vender rapidamente as operações da rede nos Estados Unidos, sob pena de as bloquear no país.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Editores de livros escolares apagam conteúdos dos manuais É já no próximo ano lectivo que os alunos terão acesso a manuais escolares em Hong Kong alvos de alterações, que passam pela eliminação de conteúdos relacionados com matérias de desobediência civil ou sufrágio universal. Tudo devido à implementação da nova lei de segurança nacional no território [dropcap]A[/dropcap]s escolas secundárias de Hong Kong vão começar o próximo ano lectivo com manuais escolares revistos em que foram alterados ou eliminados temas como a desobediência civil ou o sufrágio universal, em aplicação da nova lei de segurança. Os seis editores responsáveis pela maioria dos manuais utilizados na disciplina “Estudos Liberais” aceitaram submeter-se a um programa de revisão voluntário, efectuado pelas autoridades educativas locais, que resultou na supressão de conceitos democráticos como separação de poderes, noticiou ontem o diário em língua inglesa South China Morning Post. A disciplina cobre seis tópicos, incluindo Hong Kong, China contemporânea e globalização, participação política, o sistema jurídico da cidade e a identidade dos seus residentes. O agora eliminado princípio democrático de que os poderes executivo, legislativo e judicial devem funcionar de forma independente tinha sido objecto de críticas por parte de sectores pró-Pequim, incluindo do antigo líder do território Tung Chee-hwa, que no ano passado acusou o sistema educativo de Hong Kong de encorajar os jovens a participar nos protestos anti-governamentais. Sobre a questão da desobediência civil, os novos textos enfatizam as consequências legais em que os participantes incorrem, enquanto o material gráfico que mostra manifestantes a segurar bandeiras ou a criticar Pequim desapareceu de alguns livros. O conceito de “identidade” também foi alterado: enquanto nos livros anteriores os textos eram acompanhados de fotografias de cartazes com as palavras “Sou um ‘Hong-Konger'” e “Libertem a comunidade”, nas versões actuais as imagens foram substituídas. As escolas podem escolher entre as ofertas dos editores ou utilizar o seu próprio material para ensinar a disciplina, que desde 2009 é obrigatória para os alunos do ensino secundário, visando “reforçar o seu pensamento crítico, alargar os seus conhecimentos gerais e aumentar a sua consciência dos problemas contemporâneos”. Aplausos oficiais O jornal estatal chinês Global Times aplaudiu ontem as mudanças, destacando que sublinham que “os manifestantes serão responsabilizados se abusarem da lei” e defendendo que “reforçam a identidade dos estudantes” como sendo “de Hong Kong e chineses”. O jornal aponta o caso da editora Aristo Educational Press, que acusa de anteriormente fornecer “informação venenosa” e “pró-secessionista”, e que concordou com a revisão. Em 6 de Julho, uma semana após a aprovação da polémica lei da segurança nacional imposta pela China ao território, o Governo de Hong Kong pediu às escolas que “examinassem o material didáctico, incluindo livros”, e “os retirassem” caso tivessem “conteúdos desactualizados ou provavelmente semelhantes aos quatro tipos de delitos” definidos pelo diploma. A directiva enviada às escolas foi anunciada dois dias depois de as bibliotecas terem também sido avisadas para retirar das prateleiras obras susceptíveis de violar a lei da segurança nacional, incluindo de figuras do movimento pró-democracia, como o activista Joshua Wong ou a política Tanya Chan.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA vão endurecer sanções contra gigante chinesa das telecomunicações Huawei [dropcap]O[/dropcap]s Estados Unidos vão endurecer as sanções contra a gigante chinesa das telecomunicações Huawei e 38 subsidiárias para impedir o seu acesso a tecnologias norte-americanas, anunciou ontem o Departamento de Comércio dos EUA, em comunicado. A administração dos Estados Unidos acusou a Huawei de usar as suas subsidiárias internacionais para contornar as sanções, referindo que o grupo representa um risco de segurança para o país devido aos seus laços com o Governo chinês, o que a Huawei nega. A Huawei e as suas subsidiárias “intensificaram esforços para obter semicondutores de ponta desenvolvidos ou produzidos a partir de ‘software’ e tecnologias norte-americanas com vista a atingir objetivos políticos do Partido Comunista da China”, afirma o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, citado no comunicado. Numa outra nota divulgada ontem, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, acrescentou que a administração Trump vê a Huawei como “um braço armado da vigilância do Partido Comunista Chinês” e alega que as novas sanções visam “proteger a segurança nacional dos Estados Unidos, a privacidade dos cidadãos e a integridade das infraestruturas 5G face à influência nefasta de Pequim”. Washington tem tentado impedir que a Huawei e outros fornecedores chineses dominem o mercado de telecomunicações e a rede 5G, tendo proibido, há um ano e meio, a venda de tecnologia ‘made in USA’ ao gigante chinês. O conflito entre a China e os Estados Unidos tem aumentado desde que os dois países assinaram um acordo comercial histórico, em janeiro, para acalmar as relações. “A China fez-nos coisas terríveis. Eles [responsáveis chineses] poderiam ter parado. Travaram essa doença, que eu chamo vírus chinês. Impediram que se propagasse na China, mas não nos Estados Unidos e no resto do mundo”, afirmou hoje o Presidente norte-americano, Donald Trump, referindo-se, numa entrevista dada à Fox News, à Huawei como “espiões”. A administração Trump tem também pressionado os seus aliados para banirem os equipamentos da Huawei, acusando o grupo de partilhar dados com os serviços secretos do regime chinês e de colocar a sua tecnologia ao serviço da vigilância dos dissidentes e da repressão de um milhão de uigures. O Reino Unido já proibiu a compra de novos equipamentos Huawei a partir de 31 de dezembro. A Huawei foi a empresa que mais telemóveis vendeu, no segundo trimestre de 2020, em todo o mundo, segundo dados divulgados 3m 30 de julho pela analista de mercados Canalys, que considerou difícil o grupo chinês de telecomunicações manter aquela posição. A Huawei registou uma queda homóloga de 5% nas vendas, para 55,8 milhões de dispositivos, mas o desempenho da rival direta, a Samsung, foi ainda pior: o conglomerado sul-coreano vendeu 53,7 milhões de dispositivos, ou seja, 30% a menos do que no mesmo período de 2019, mostra um relatório divulgado pela empresa de análise do mercado. O grupo chinês de tecnologia tornou-se assim a primeira empresa a quebrar o duopólio entre Apple e Samsung no topo da lista de fornecedores globais de ‘smartphones’, segundo estimativas da Canalys. As sanções dos Estados Unidos contra a empresa e a campanha internacional lançada por Washington, tentando convencer os seus aliados a excluírem a Huawei das redes de quinta geração (5G), pesaram nas suas vendas no exterior, que caíram 27%, entre abril e junho. No entanto, durante o mesmo período, a Huawei vendeu 8% a mais na China, onde já controla mais de 70% do mercado de ‘smartphones’.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Finalizado negócio para aquisição de aviões caça F-16 aos EUA [dropcap]T[/dropcap]aiwan finalizou o contrato para uma grande encomenda de aviões caças F-16 à fabricante de aviões norte-americana Lockheed Martin, com um valor que pode atingir 52,4 mil milhões de euros em 10 anos, foi sábado anunciado. O Pentágono revelou sábado o contrato, sem especificar o comprador dos aviões, mas uma fonte próxima do negócio confirmou à agência AFP que se trata de Taiwan. Taiwan recebeu no ano passado luz verde de Washington para efectuar esta compra que lhe permitirá modernizar a sua defesa, anúncio que provocou descontentamento a Pequim. A ilha já possui uma frota de caças F-16, adquirida em 1992, e o novo contrato cobre aeronaves mais recentes, equipadas com tecnologia e armamento moderno. Taiwan pretende que o acordo atinja os 90 aparelhos, destacou o comunicado de imprensa do Pentágono. A China considera Taiwan como parte do seu território. A ilha é governada por um regime rival que se refugiu naquele local após os comunistas terem tomado conta do território continental em 1949, no fim da guerra civil chinesa. Já Washington, que em 1979 rompeu as relações diplomáticas com Taipé, reconhecendo Pequim como único representante da China, continua a ser agora o aliado mais poderoso da ilha e o seu principal fornecedor de armas. Matéria ‘quente’ O contrato foi finalizado numa altura em que a autoridade da China sobre Hong Kong causa preocupação em Taiwan, que tem 23 milhões de habitantes. O negócio acontece também dois dias após a visita inédita a Taiwan de um alto governante norte-americano, que provocou irritação em Pequim. O secretário de Saúde e Serviços Humanos norte-americano, Alex Azar, iniciou a visita de mais alto nível a Taiwan por um funcionário norte-americano, desde 1979, quando Washington e Pequim estabeleceram relações diplomáticas. Azar reuniu-se com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, a quem transmitiu uma “mensagem de firme apoio”, enviada pelo chefe de Estado norte-americano, Donald Trump. Este é mais um assunto ‘quente’ entre norte-americanos e chineses, tal como muitos outros temas, como a pandemia, Hong Kong, direitos humanos, rivalidades comerciais ou tecnológicas. A questão de Taiwan é vista por Pequim como a “mais sensível e importante” no seu relacionamento com os Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping ordena fim de banquetes tradicionais [dropcap]B[/dropcap]anquetes sumptuosos, com inúmeros pratos, vão deixar de se realizar na China por ordem do Presidente, Xi Jinping, que considerou esta semana o desperdício de comida no país “chocante e preocupante”. Conhecidos pela gastronomia e pelo bom apetite, os chineses terão de adoptar a austeridade, invertendo a tradição, que exige que sejam servidos à mesa tantos pratos quantos forem os convidados e mais um. A nova regra estipula que seja servido um prato por convidado, menos um. Várias associações profissionais do sector da restauração nas cidades de Pequim, Wuhan ou Xi’an estão a tentar impor este modelo. Os seus membros também são convidados a oferecer nos menus a possibilidade de encomendar pequenas porções, ou mesmo meias porções. A iniciativa segue uma “instrução” emitida na terça-feira por Xi Jinping, que considerou “chocante e preocupante” o desperdício de alimentos pelos seus compatriotas. “Apesar das boas colheitas que o nosso país consegue todos os anos, é necessário manter o sentido da crise em matéria de segurança alimentar”, alertou o chefe de Estado e secretário-geral do Partido Comunista Chinês. Num relatório de 2018, a Academia Chinesa de Ciências estimou a quantidade média de comida desperdiçada por pessoa em cada refeição em quase 100 gramas. No final da refeição, a tradição chinesa exige que se deixe comida no prato, simbolizando assim que se comeu o suficiente. Devido ao trepidante ritmo de desenvolvimento económico, a China passou de períodos de fome para um de consumo excessivo em poucas décadas. Em 2015, a Academia de Ciências da Agricultura estimou em 35 milhões de toneladas a quantidade de alimentos desperdiçada todos os anos no país. A China é o país mais populoso do mundo, com cerca de 1,4 mil milhões de pessoas. As redes sociais assumiram a luta contra o desperdício. As plataformas populares Douyin (ou TikTok, no exterior) e Kuaishou anunciaram que vão encerrar as contas dos utilizadores que se filmam a empanturrarem-se até ao extremo, um hábito conhecido pelo termo coreano ‘mukbang’. Alguns internautas parecem duvidar dos resultados da nova política de austeridade. “Devemos começar por mudar o nosso hábito nacional de exibicionismo”, observou um utilizador na rede social Weibo, o Twitter chinês. “Pensamos sempre ser desprestigiante pedir um único prato para duas pessoas”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Associação de jornalistas estrangeiros denuncia problemas com vistos Os jornalistas estrangeiros em Hong Kong estão a encontrar maiores dificuldades na renovação dos seus vistos. A denúncia de atrasos na concessão e renovação das autorizações é feita pelo Clube de Correspondentes Estrangeiros que questiona as autoridades locais sobre a hipótese de os processos estarem agora a ser supervisionados por uma unidade de segurança nacional [dropcap]O[/dropcap] Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong (FCC) denunciou atrasos na renovação ou concessão de vistos de imprensa estrangeira pelas autoridades locais após a aprovação da nova lei de segurança nacional, informaram os ‘media’ de Hong Kong. Numa carta aberta ao director da Imigração de Hong Kong, Au Ka-wang, o FCC (na sigla em inglês), observou que “um novo procedimento poderia ter sido estabelecido” para o processamento de vistos para os ‘media’ internacionais na região semiautónoma. A associação referiu que “houve numerosos relatos de atrasos na concessão ou renovação de vistos” e indicou que isso criou “sérias preocupações” entre os meios de comunicação e jornalistas “que têm o direito de operar livremente em Hong Kong”. O documento questionou o chefe da Imigração se houve alguma mudança no tratamento dos pedidos e se agora estão a ser processados por uma “unidade de segurança nacional” do seu departamento, como afirmaram alguns meios de comunicação locais. Além de pedir esclarecimentos sobre esta prática, o FCC exige garantias de que “o novo procedimento não restringirá a capacidade dos jornalistas de noticiarem livremente sobre Hong Kong e a China continental”. A carta é assinada por Jodi Schneider, presidente do FCC, que explicou ontem à agência de notícias EFE que ainda não recebeu qualquer resposta das autoridades de imigração e que estão a exigir esclarecimentos porque “parece que estão realmente a modificar o processo” de concessão de vistos da imprensa estrangeira. Troca de “mimos” O artigo 9.º da nova lei de segurança nacional de Hong Kong, aprovada pela Assembleia Popular Nacional (ANP, Legislativo chinês) em 30 de Junho, apela especificamente para o fortalecimento da “supervisão e regulamentação” dos ‘media’ em questões relacionadas à segurança. Au Ka-wang, além de chefe da Imigração, é membro do Comité para a Protecção da Segurança Nacional, criado em Julho sob a polémica nova lei. O Comité, que responde perante o Governo central e está sob a sua supervisão, está encarregado de formular políticas para a segurança nacional e promover o desenvolvimento do sistema jurídico da cidade. Em Fevereiro, Washington declarou que cinco veículos de comunicação estatais chineses nos Estados Unidos eram “agências controladas por Pequim”, tendo reduzido o número de jornalistas permitidos no país e a duração dos seus vistos. Em seguida, Pequim expulsou três repórteres do Wall Street Journal após o jornal publicar um artigo de opinião intitulado “A China é o verdadeiro doente da Ásia”. Passadas duas semanas, a China revogou ainda as credenciais de vários jornalistas norte-americanos do Times, Wall Street Journal e The Washington Post. Em Julho, o jornal norte-americano The New York Times anunciou que iria transferir um terço de seus funcionários sediados em Hong Kong para Seul, depois de Hong Kong ter recusado renovar o visto do seu antigo correspondente Chris Buckley.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Jimmy Lai insta jornalistas a continuarem a lutar O milionário, dono do jornal Apple Dail, foi esta terça-feira libertado, após ter sido detido na segunda-feira, numa acção levada a cabo pela polícia que resultou na detenção de dez pessoas ligadas a grupos de activistas pró-democracia [dropcap]O[/dropcap] magnata dos ‘media’ de Hong Kong Jimmy Lai, proprietário do jornal Apple Daily, alvo de buscas na segunda-feira, instou ontem os jornalistas a continuarem a lutar, um dia depois de ser libertado sob caução. Lai, que tinha sido detido na segunda-feira por suspeita de conluio com forças estrangeiras, ao abrigo da lei de segurança nacional, foi recebido com aplausos e ovações na redação do jornal, após 40 horas sob custódia policial. “Continuemos a lutar!”, disse Lai aos jornalistas. “Temos o apoio dos habitantes de Hong Kong, não podemos abandoná-los”, instou Jimmy Lai, numa curta declaração transmitida em directo pelo jornal através das redes sociais. Alvo de buscas por 200 agentes da polícia, na segunda-feira, o Apple Daily recebeu um forte apoio da população de Hong Kong, com filas a formarem-se de madrugada para comprar a publicação. Jimmy Lai percorreu a redação do Apple Daily, debaixo dos aplausos dos funcionários. No vídeo, transmitido em directo, o magnata, muito crítico de Pequim, pediu aos jornalistas que mantenham o tom que despertou a ira da China, mas reconheceu que está a tornar-se “cada vez mais difícil” gerir um grupo de imprensa em Hong Kong. “Mas temos de continuar o nosso trabalho”, acrescentou. “Felizmente, não fui enviado para o continente [China continental]”, brincou, fazendo rir os jornalistas. Jimmy Lai, de 72 anos, é o proprietário de duas publicações pró-democracia frequentemente críticas de Pequim, o diário Apple Daily e o Next Magazine. Visto por numerosos habitantes de Hong Kong como um herói e único magnata do território crítico de Pequim, Jimmy Lai é descrito nos meios de comunicação oficiais chineses como “um traidor”, que inspirou as manifestações pró-democracia realizadas na região chinesa, e o líder de um grupo de personalidades acusadas de conspirar com nações estrangeiras para prejudicar a China. As detenções e as buscas foram condenadas pela comunidade internacional, que receia o fim da liberdade de imprensa em Hong Kong, uma cidade que tem sido sede regional de órgãos de comunicação internacionais há décadas. Outras detenções Lai foi uma das dez pessoas detidas pela polícia na segunda-feira, numa grande acção de repressão contra o movimento pró-democracia, a maioria ligadas ao grupo mediático. No mesmo dia, foi também detida a militante pró-democracia Agnes Chow, de 23 anos, que ajudou a fundar o partido Demosisto, ao lado de Joshua Wong, Nathan Law e de outros jovens activistas. A jovem é uma das primeiras activistas do partido, entretanto extinto, a ser alvo da nova lei de segurança nacional. Chow foi libertada sob caução esta madrugada, tendo ficado com o passaporte apreendido. Ao sair da esquadra de polícia de Tai Po, Chow disse que a detenção faz parte de uma campanha de perseguição política. “É muito claro que o governo está a utilizar a nova lei de segurança para reprimir os dissidentes políticos. Ainda não compreendo porque é que fui presa”, disse Chow, citada pelo site de notícias local Hong Kong Free Press.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia deteve Agnes Chow, figura de proa do campo pró-democracia de Hong Kong [dropcap]U[/dropcap]ma das principais figuras do movimento pró-democracia em Hong Kong, Agnes Chow, foi ontem presa, juntamente com outras nove pessoas, no âmbito da nova lei da segurança, imposta em Junho por Pequim no território, anunciou fonte policial. “Agora está confirmado que Agnes Chow foi presa sob a acusação de ‘incitar a secessão’ sob a Lei de Segurança Nacional”, lê-se, por seu lado, na conta da activista na rede social Facebook. A detenção de Agnes Chow ocorreu no mesmo dia que a polícia deteve o magnata Jimmy Lai, empresário e proprietário do Next Media, grupo de comunicação social de Hong Kong. A detenção de Lai foi saudada por Pequim, que o acusa de ser um “agitador” a soldo das potências estrangeiras que procuram desestabilizar a segurança nacional. “Esses agitadores antichineses em conluio com as forças estrangeiras puseram gravemente em causa a segurança nacional e a prosperidade de Hong Kong”, disse, em comunicado, o gabinete chinês encarregado de seguir a situação em Hong Kong e Macau. “Jimmy Lai é um dos seus representantes”, lê-se na nota. Resposta e Bruxelas A União Europeia considerou que as buscas na redação do Apple Daily e a detenção do seu proprietário alimentam ainda mais os receios de uma crescente asfixia da liberdade de imprensa. “As recentes detenções de Jimmy Lai, membros da sua família e outros indivíduos, e as buscas aos escritórios do jornal Apple Daily, sob alegações de conluio com forças estrangeiras, alimentaram ainda mais os receios de que a Lei de Segurança Nacional esteja a ser usada para sufocar a liberdade de expressão e dos meios de comunicação social em Hong Kong”, declarou ontem o porta-voz do chefe da diplomacia da UE. “Além disso, a liberdade e o pluralismo dos meios de comunicação social são pilares da democracia, pois são componentes essenciais de uma sociedade aberta e livre”, prossegue o porta-voz, concluindo que “é essencial que os direitos e liberdades existentes dos residentes de Hong Kong sejam plenamente protegidos, incluindo a liberdade de expressão, de imprensa e de publicação, bem como a liberdade de associação e de reunião”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Tsai Ing-wen recebe mais importante representante dos EUA desde 1979 A Presidente de Taiwan recebeu ontem o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, na mais importante deslocação de membros do Governo norte-americano desde a ruptura formal das relações diplomáticas entre Washington e Taipé, em 1979 [dropcap]”A[/dropcap]vossa visita representa um grande passo em frente na cooperação antipandémica entre os nossos países”, disse Tsai Ing-wen, no momento em que recebeu a delegação norte-americana liderada por Azar. Por seu lado, Azar afirmou que “é uma honra trazer uma mensagem de forte apoio a Taiwan” do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e elogiou “o êxito” na prevenção da covid-19 na ilha, que considerou “uma das mais bem sucedidas do mundo”. “Os nossos valores democráticos partilhados trouxeram sucesso à saúde”, disse. A delegação dos EUA foi submetida a um teste de coronavírus ao aterrar, no domingo, e viajará em veículos especiais durante a estada na ilha, para evitar o contágio. O secretário de Saúde norte-americano visitará também o Centro de Controlo de Doenças da ilha, onde vai assistir, com o ministro da Saúde e Bem-Estar de Taiwan, Chen Shih-chung, à assinatura de um memorando de entendimento entre o Instituto Americano de Taiwan e o Gabinete de Representação Económica e Cultural dos EUA em Taipé. O último evento na agenda de Azar é um discurso na Universidade de Taipé, previsto para amanhã, de acordo com a agência de notícias espanhola Efe. Ambiente pesado Azar é o primeiro membro do Governo dos Estados Unidos a visitar Taiwan em seis anos. Em 2014, a visita da então responsável da Agência de Protecção do Meio Ambiente norte-americana, Gina McCarthy, provocou o protesto da China, que acusou os EUA de trair o compromisso de manter apenas relações não oficiais com Taipé. A visita do secretário de Saúde dos EUA é considerada como uma provocação por Pequim, que considera Taiwan, formalmente República da China, como parte do território chinês e se opõe a qualquer relação entre as autoridades da ilha e governos estrangeiros. Na quinta-feira, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, tinha prometido uma “retaliação firme e vigorosa” à visita do secretário da Saúde dos EUA a Taiwan, numa altura de escalada de tensões entre Washington e Pequim. Neste momento, menos de duas dezenas de países mantêm relações diplomáticas com Taiwan.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Dono do Apple Daily detido por conluio com forças estrangeiras O empresário Jimmy Lai foi ontem detido ao abrigo da nova lei de segurança nacional. Pelo menos, sete outras pessoas foram detidas, incluindo dois filhos do magnata, e a redação do Apple Daily foi sujeita a buscas, enquanto os jornalistas transmitiam a operação nas redes sociais [dropcap]”F[/dropcap]oi detido em casa, cerca das 7h. Os nossos advogados estão a caminho da esquadra”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Mark Simon, um dos colaboradores de Lai. Simon acrescentou que outros membros do grupo de comunicação social dirigido por Jimmy Lai também tinham sido detidos. Momentos antes, na rede social Twitter, Mark Simon tinha anunciado: “Jimmy Lai está agora a ser detido por conluio com potências estrangeiras”. Um responsável da polícia disse, a coberto do anonimato, à AFP que Lai foi detido por conluio com forças estrangeiras, um dos crimes previstos na nova lei de segurança nacional, e por fraude. Através do Twitter, Mark Simon indicou ainda que a polícia estava a fazer buscas na casa de Lai e na do filho. O South China Morning Post adianta que o próprio Mark Simon, que não se encontra em Hong Kong, é procurado pela polícia. Mais de duas centenas de polícias estiveram envolvidos na operação que tomou o edifício da Next Digital, a empresa que detém o Apple Daily, em Tseung Kwan O. Em declarações ao South China Morning Post, fontes policiais afirmaram que a operação não teve como alvos departamentos editoriais ou repórteres. No entanto, dezenas de agentes das forças de segurança entraram na sede do grupo ao final da manhã, com os jornalistas do jornal Apple Daily a difundir em directo as imagens das buscas policiais, na rede social Facebook. Nas imagens, vê-se o chefe de redação do diário, Law Wai-kwong, a pedir à Polícia que não toque em nada antes de os advogados do grupo verificaram o mandado judicial, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). Os agentes ordenaram aos jornalistas que se levantassem e alinhassem para proceder à verificação da identidade, enquanto outros faziam buscas na redação. Escrito nas estrelas Jimmy Lai, de 72 anos, é o proprietário de duas publicações pró-democracia e frequentemente críticas de Pequim, o diário Apple Daily e o Next Magazine. Visto por numerosos habitantes de Hong Kong como um herói e único magnata do território crítico de Pequim, Jimmy Lai é descrito nos meios de comunicação oficiais chineses como “um traidor”, que inspirou as manifestações pró-democracia realizadas na região chinesa, e o líder de um grupo de personalidades acusadas de conspirar com nações estrangeiras para prejudicar a China. Em meados de Junho, duas semanas antes de ser aprovada a nova lei de segurança nacional, Jimmy Lai disse à AFP esperar a detenção. “Estou pronto para ir para a prisão. Se isso acontecer, terei oportunidade de ler livros que ainda não li. A única coisa que posso fazer é ser positivo”, afirmou. Para o empresário, a nova lei “vai substituir” o regime legal de Hong Kong e “destruir o estatuto financeiro internacional” da cidade. A lei da segurança nacional criminaliza actos secessionistas, subversivos e terroristas, bem como o conluio com forças estrangeiras para intervir nos assuntos da cidade.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Fabricantes de máscaras chineses lutam pela sobrevivência [dropcap]R[/dropcap]egulamentos mais rígidos e preços em queda estão a causar uma luta pela sobrevivência entre os fabricantes de máscaras da China, à medida que a pandemia da covid-19 tornou o mercado mais competitivo. “Desde Abril, as encomendas caíram entre cinco e seis vezes”, lamentou Yang Hao, director comercial da CCST, empresa da cidade de Shenzhen especializada em purificadores do ar, mas que se converteu num fabricante de máscaras de protecção respiratória no auge da epidemia. Primeiro país afectado pelo novo coronavírus, a China rapidamente se consolidou como o principal fabricante de máscaras a nível mundial. Pequim não hesitou em utilizar essa capacidade no plano diplomático, com doações ao exterior divulgadas pelos órgãos oficiais de Pequim. Entre Março e Maio, o país asiático exportou mais de 50 mil milhões de máscaras, de acordo com os dados das alfândegas chinesas. Isto representa 10 vezes a produção total deste tipo de equipamento face ao mesmo período do ano anterior. Centenas de empresas embarcaram na corrida pelo fabrico de máscaras, à medida que a necessidade de equipamento de protecção contra o coronavírus aumentou em todo o mundo e os preços dispararam. A construtora de automóveis chinesa BYD, por exemplo, converteu-se em poucas semanas no maior fabricante do mundo de máscaras, com capacidade para 5 milhões de unidades por dia. Segundo a consultora Tianyancha Business Database, quase 74.000 empresas registaram-se como fabricantes de máscaras na primeira metade do ano, face a menos de 6.000, no ano anterior. O mês de Abril representou metade daquele número. No entanto, o mercado ficou saturado, apesar de o uso de máscara continuar a ser usual ou mesmo obrigatório em vários países, face ao ressurgimento da epidemia nas últimas semanas. “Há muitos pequenos produtores não qualificados e isso levou à queda dos preços”, explicou o analista Wilfred Yuen, do banco de investimento BOCI, de Hong Kong, citado pela agência France-Presse. Como resultado, várias fábricas encerraram e trabalhadores ficaram com salários por receber, levando a protestos, segundo o China Labour Bulletin, uma revista que reporta sobre a sociedade civil do país. O gestor de vendas de uma empresa de produtos médicos com sede em Hebei, perto de Pequim, disse vender agora as suas máscaras com prejuízo, com um preço de venda “de cerca de 0,4 yuans, contra 1,7 yuans, no auge da epidemia”. A matéria-prima comprada no auge da epidemia custou então “30 vezes mais” do que agora. Em risco A consultora Daxue Consulting observou que a corrida ao fabrico de máscaras “levou a uma queda geral da qualidade e a um aumento nas fraudes”. Depois de várias reclamações sobre a suposta qualidade da produção chinesa, Pequim apertou drasticamente os critérios de exportação, em Abril. Os fabricantes são agora obrigados a apresentar uma certificação do país de destino. A situação acabou por afectar vários importadores, incluindo empresas portuguesas, que após terem pago à cabeça encomendas de máscaras ficaram com o equipamento retido nas alfândegas chinesas e não conseguiram, até à data, reaver o dinheiro, segundo empresários contactados pela agência Lusa. Os países europeus, entretanto, começaram também a produzir as suas próprias máscaras, usando máquinas compradas na China, segundo Yang Hao. A América Latina, região do mundo com maior número de casos, é hoje o principal cliente da empresa, a par dos Estados Unidos. No entanto, as exportações para os EUA são feitas “por meio de um terceiro país”, devido às tensões comerciais com Washington, explicou Yang. O jornal em língua inglesa Global Times estimou recentemente que 95 por cento dos fabricantes chineses podem fechar até ao final do ano.
Hoje Macau China / Ásia25 activistas de Hong Kong acusados de participarem em vigília proibida em memória de Tiananmen [dropcap]V[/dropcap]inte e cinco activistas pró-democracia foram hoje indiciados por participarem, em Junho, na vigília anual em Hong Kong contra a repressão em Tiananmen em 1989, que tinha sido oficialmente proibida devido aos riscos associados com a pandemia de covid-19. Entre eles estão várias figuras do movimento, como Joshua Wong, o magnata da imprensa Jimmy Lai e líderes da Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos da China, que organiza a vigília desde 1990. A acusação é a de “participarem conscientemente num comício não autorizado”. Lee Cheuk-yan, presidente da Aliança, foi indiciado por ter organizado a vigília a 4 de Junho, em Victoria Park. Essa vigília atrai geralmente multidões e é a única celebração que visa denunciar a repressão em Tiananmen na China. Porém, as autoridades da ex-colónia britânica proibiram-na em junho, pela primeira vez em 30 anos, acreditando que esse encontro realizado durante uma pandemia constituía “uma grande ameaça à vida e à saúde do público”. “É óbvio que o regime está a planear uma nova vaga de repressão contra ativistas. Como as nossas vozes podem não ser ouvidas tão cedo, esperamos que o mundo possa continuar a defender a liberdade e os direitos humanos” em Hong Kong, apelou Joshua Wong, numa mensagem na rede social Facebook. Os 25 activistas foram convocados para comparecer perante a justiça a 15 de Setembro.
Hoje Macau China / ÁsiaBeirute/Explosões | China envia equipa de médicos para o Líbano [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês vai enviar uma equipa de médicos e equipamento para o Líbano, após a explosão do porto que fez mais de 5.000 feridos e pelo menos 137 mortos, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros. O porta-voz do ministério, Wang Wenbin, disse que o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma mensagem de condolências ao presidente do Líbano, Michel Aoun, após a explosão.”Como um país amigo do Líbano, a China está disposta a continuar a prestar assistência, dentro das suas capacidades, para o Líbano superar as dificuldades”, disse Wang, em conferência de imprensa. A China é um grande cliente do petróleo e gás do Médio Oriente e, nos últimos anos, tentou aumentar a sua influência na região, como alternativa aos EUA e à Europa. O país asiático contribui também com soldados para operações de manutenção da paz das Nações Unidas no sul do Líbano. Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando, pelo menos 137 mortos e mais de 5.000 feridos, segundo o último balanço feito pelas autoridades libanesas. Até 300.000 pessoas terão ficado sem casa devido às explosões, segundo o governador da capital do Líbano, Marwan Abboud. As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesa. O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, revelou que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no depósito do porto de Beirute que explodiu.
Hoje Macau China / ÁsiaHiroshima assinala 75.º aniversário do bombardeamento com apelos à assinatura de tratado nuclear [dropcap]H[/dropcap]iroshima assinalou hoje o 75.º aniversário do bombardeamento atómico da cidade japonesa, com o autarca da cidade a criticar o Governo Japonês por se recusar a assinar o tratado de proibição de armas nucleares. O apelo foi feito pelo presidente da Câmara de Hiroshima, Kazumi Matsui, a cerca de 800 pessoas reunidas no Parque da Paz da cidade, entre as quais primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e sobreviventes do ataque nuclear contra a cidade a 06 de Agosto de 1945. Há precisamente 75 anos, em Hiroshima, às 08:15, hora local, era lançada a primeira bomba atómica em cenário de Guerra, pelo bombardeiro norte-americano Enola Gay. A bomba tinha o nome de código “Little Boy”, três metros de comprimento, 71 cm de largura e uma potência equivalente a 13 quilotoneladas de TNT, provocando a morte a 140.000 pessoas. Três dias depois, os Estados Unidos lançaram, a 9 de Agosto de 1945, uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, à capitulação do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial. “Apelo ao Governo japonês para que atenda ao apelo do Hibakusha [pessoas afectadas pela explosão] para assinar, ratificar e tornar-se parte do Tratado de Proibição de Armas Nucleares”, disse o presidente da câmara. O tratado foi aprovado na ONU a 7 de Julho de 2017 por 122 estados membros, mas para que entre em vigor precisa de ser ratificado por pelo menos 50 nações, e até agora apenas 40 o fizeram. O Japão, tal como as potências nucleares, ficou de fora desta iniciativa, que adere ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que restringe a posse de armas atómicas e que entrou em vigor há meio século após ter sido assinado pela grande maioria das nações do mundo, incluindo o Japão. Estes dois tratados, sublinhou o autarca, são “instrumentos críticos para eliminar as armas nucleares”. “Agora, mais do que nunca, os líderes mundiais devem reforçar a sua determinação para que este quadro legal funcione eficazmente”, insistiu, perante as cerca de 800 pessoas, um décimo dos participantes que assistiram no ano passado à cerimonia, que desta vez teve de ser reduzida devido ao risco de propagação da covid-19. O presidente da câmara de Hiroshima falou após a apresentação de oferendas de flores num memorial relativa à tragédia a que se seguiu um momento de silêncio enquanto um sino tocava, na mesma hora em que a bomba caiu sobre Hiroshima. Numa mensagem posterior, o primeiro-ministro japonês evitou qualquer conversa sobre o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, mas disse que o seu país lutará “com tenacidade” para alcançar um mundo livre de armas nucleares. Do domingo será a vez de se assinalar o 75.º aniversário Nagasaki.