Confirmada primeira morte em Pequim por causa do coronavírus

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Pequim confirmaram ontem a primeira morte na capital chinesa de uma pessoa infectada pelo novo coronavírus (2019-nCoV), estirpe detetada na China e que já causou várias dezenas de vítimas mortais naquele país.

A vítima mortal é um homem de 50 anos que esteve na cidade de Wuhan, centro do surto do novo coronavírus, no passado dia 08 de janeiro, segundo o comité de saúde pública de Pequim, que precisou que o paciente morreu hoje devido a uma insuficiência respiratória.

A mesma fonte explicou que o homem começou a apresentar sintomas, nomeadamente febre, após de ter regressado a Pequim, sete dias depois.

A China tinha elevado hoje para 80 mortos – antes de ser anunciado este caso em Pequim – e mais de 2.700 infectados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Entre os casos de infeção referenciados até à data pelas autoridades, 80 foram registados em Pequim, cidade com 20 milhões de habitantes.

Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Camboja, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.

As autoridades chinesas, que já admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou, decretaram restrições drásticas de viagens em todo o país para tentar conter a propagação do surto.

Wuhan, cidade com 11 milhões de habitantes, está em quarentena e isolada do mundo desde a passada quinta-feira.

A maioria das lojas de comércio em Wuhan está encerrada e está proibida a circulação de veículos não essenciais.

Pequim, por sua vez, interrompeu a circulação de autocarros de longa duração de ou para a capital chinesa.

28 Jan 2020

China envia quase 6.000 médicos para Hubei para reforçar luta contra surto

[dropcap]A[/dropcap] China enviou quase 6.000 médicos de todo o país para a província de Hubei para reforçarem a luta contra o novo surto de coronavírus, disse hoje uma autoridade de saúde.

Um total de 4.130 médicos, integrados em 30 equipas, já chegaram e começaram a trabalhar, disse Jiao Yahui, um responsável da Comissão Nacional de Saúde, durante uma conferência de imprensa realizada em Pequim, acrescentando que mais 1.800 chegarão até o final do dia de hoje. As primeiras equipas foram enviadas da cidade de Xangai e da província de Guangdong na sexta-feira.

A China elevou hoje para 106 o número de mortos causados pelo coronavírus detetado em Wuhan, tendo sido detetados quase 1.300 novos casos, o que aumenta o balanço para mais de 4.000 infectados.

As autoridades de saúde da província central de Hubei, onde a epidemia começou, disseram que o vírus matou mais 24 pessoas e infectou 1.291, aumentando o número de pacientes confirmados para mais de 4.000 na China.

As autoridades de Pequim já tinham confirmado a primeira morte na capital chinesa de uma pessoa infectada pelo novo coronavírus (2019-nCoV), um homem de 50 anos que esteve na cidade de Wuhan, em 08 de janeiro.

Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.

Alguns países, como Estados Unidos, França, Alemanha e Portugal estão a preparar com as autoridades chinesas a retirada dos seus cidadãos de Wuhan, onde também se encontram duas dezenas de portugueses. O Japão anunciou que vai enviar ainda hoje um avião para retirar cerca de 200 nacionais daquela cidade chinesa.

As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.

As pessoas infectadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

O Governo decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.

28 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Primeiro caso detectado no Canadá

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades médicas do Canadá anunciaram no sábado que foi detectado em Toronto o primeiro caso do novo coronavírus responsável pelo surto infeccioso na cidade chinesa de Whuan, que já provocou a morte de dezenas de pessoas na China.

O doente, um homem com cerca de 50 anos, esteve na cidade chinesa de Wuhan, onde esta nova infeção surgiu em Dezembro. Regressou ao Canadá em 22 de janeiro e foi hospitalizado no hospital Sunnybrook de Toronto no dia seguinte.

Em conferência de imprensa em Ontário, os responsáveis locais referiram que os exames realizados no doente revelaram a presença do coronavírus designado 2019-nCoV pela Organização Mundial de Saúde.

Em comunicado, a unidade hospitalar referiu que o doente foi imediatamente isolado e adoptadas todas as precauções para o pessoal e outros doentes. Foi ainda referido que foi confirmado o diagnóstico do novo coronavírus.

As autoridades assinalaram, no entanto, que aguardam novos exames realizados no Laboratório Nacional de Microbiologia do Canadá para confirmar em definitivo o diagnóstico.

No sábado, o Governo chinês anunciou que o número de mortos devido ao novo coronavírus detetado na China aumentou para 54, para além do surgimento de mais de 300 novos casos.

Na província de Hubei foram registados 13 novos óbitos devido à epidemia viral, elevando o balanço para 54 mortos, e 323 novos casos de infeções por coronavírus foram confirmados, anunciaram no domingo as autoridades.

Os últimos dados de Hubei, epicentro do contágio, elevam para 1.610 o número total de casos de infeções confirmadas no conjunto do país, de acordo com as informações do Governo central.

O novo coronavírus foi detetado na cidade chinesa de Wuhan (centro) no final de 2019.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) tinha informado hoje que foram reportados 1.350 casos laboratorialmente confirmados de infeção desde 31 de dezembro, maioritariamente na China, incluindo 15 profissionais de saúde.

Além da China, Macau e Hong Kong, estão confirmados casos de infeção em Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França e Austrália.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) reportou o primeiro caso suspeito de infeção de um homem que regressou de Wuhan no sábado, e que foi internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.

Todos os casos reportados fora da China referem história recente de viagem a Wuhan, segundo a ECDC.

O organismo europeu considera baixa a possibilidade de transmissão secundária no espaço da União Europeia, “desde que sejam cumpridas as práticas de prevenção e controlo de infeção relacionadas com um eventual caso importado”.

As autoridades chinesas alertaram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus, cancelaram as celebrações do Ano Lunar do Rato e colocaram em quarentena 13 cidades.

Os sintomas associados à infeção causada pelo novo coronavírus (denominado provisoriamente 2019-nCoV) são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.

26 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Primeiro caso detectado no Canadá

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades médicas do Canadá anunciaram no sábado que foi detectado em Toronto o primeiro caso do novo coronavírus responsável pelo surto infeccioso na cidade chinesa de Whuan, que já provocou a morte de dezenas de pessoas na China.
O doente, um homem com cerca de 50 anos, esteve na cidade chinesa de Wuhan, onde esta nova infeção surgiu em Dezembro. Regressou ao Canadá em 22 de janeiro e foi hospitalizado no hospital Sunnybrook de Toronto no dia seguinte.
Em conferência de imprensa em Ontário, os responsáveis locais referiram que os exames realizados no doente revelaram a presença do coronavírus designado 2019-nCoV pela Organização Mundial de Saúde.
Em comunicado, a unidade hospitalar referiu que o doente foi imediatamente isolado e adoptadas todas as precauções para o pessoal e outros doentes. Foi ainda referido que foi confirmado o diagnóstico do novo coronavírus.
As autoridades assinalaram, no entanto, que aguardam novos exames realizados no Laboratório Nacional de Microbiologia do Canadá para confirmar em definitivo o diagnóstico.
No sábado, o Governo chinês anunciou que o número de mortos devido ao novo coronavírus detetado na China aumentou para 54, para além do surgimento de mais de 300 novos casos.
Na província de Hubei foram registados 13 novos óbitos devido à epidemia viral, elevando o balanço para 54 mortos, e 323 novos casos de infeções por coronavírus foram confirmados, anunciaram no domingo as autoridades.
Os últimos dados de Hubei, epicentro do contágio, elevam para 1.610 o número total de casos de infeções confirmadas no conjunto do país, de acordo com as informações do Governo central.
O novo coronavírus foi detetado na cidade chinesa de Wuhan (centro) no final de 2019.
O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) tinha informado hoje que foram reportados 1.350 casos laboratorialmente confirmados de infeção desde 31 de dezembro, maioritariamente na China, incluindo 15 profissionais de saúde.
Além da China, Macau e Hong Kong, estão confirmados casos de infeção em Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França e Austrália.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) reportou o primeiro caso suspeito de infeção de um homem que regressou de Wuhan no sábado, e que foi internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
Todos os casos reportados fora da China referem história recente de viagem a Wuhan, segundo a ECDC.
O organismo europeu considera baixa a possibilidade de transmissão secundária no espaço da União Europeia, “desde que sejam cumpridas as práticas de prevenção e controlo de infeção relacionadas com um eventual caso importado”.
As autoridades chinesas alertaram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus, cancelaram as celebrações do Ano Lunar do Rato e colocaram em quarentena 13 cidades.
Os sintomas associados à infeção causada pelo novo coronavírus (denominado provisoriamente 2019-nCoV) são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.

26 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Caso sob observação em Lisboa com resultado negativo

[dropcap]A[/dropcap] Direção-Geral da Saúde (DGS) informou hoje que o caso suspeito de infeção por novo coronavírus, em observação em Lisboa, foi negativo, após realização de análises.

“A Direção-Geral da Saúde (DGS) informa que o primeiro caso suspeito de infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) em Portugal foi negativo após realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas negativas”, pode ler-se no comunicado hoje divulgado pela DGS.

Um homem regressado da China no sábado estava sob observação no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, por suspeita de infeção pelo novo vírus detetado naquele país.

“A DGS mantém-se atenta e a acompanhar a situação, em articulação permanente com instituições/organizações nacionais e internacionais para adoção de medidas a nível nacional e em consonância com as recomendações que forem sendo emitidas” pela Organização Mundial de Saúde e pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), segundo o comunicado hoje divulgado.

A entidade dirigida por Graça Freitas afirma ainda que “já foi publicada no ‘site’ da DGS uma orientação sobre o novo Coronavírus (2019-nCoV), com os procedimentos a adotar pelos profissionais em caso de suspeita ou confirmação de caso de infeção”.

56 mortos na China

O número de mortos na China causado pelo novo coronovírus detetado em Wuhan, cidade de 11 milhões de habitantes e capital da província de Hubei, no centro do país, aumentou para 56, anunciou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa. O balanço de infetados na China passou para 1.975 pessoas, das quais 324 estão em estado grave.

Além da China continental, há quase meia centena de infeções confirmadas em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) admitiu que a possibilidade de transmissão secundária no espaço da União Europeia é baixa, “desde que sejam cumpridas as práticas de prevenção e controlo de infeção relacionadas com um eventual caso importado”.

As autoridades chinesas alertaram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus, cancelaram as celebrações do Ano Lunar do Rato e colocaram em quarentena 13 cidades.

Os sintomas associados à infeção causada pelo coronavírus com o nome provisório de 2019-nCoV são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.

A DGS recomenda a quem viaje para a China medidas como “seguir as recomendações das autoridades de saúde do país”, “evitar contacto próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infeções respiratórias graves”, “lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto com pessoas doentes”, “evitar contacto com animais” ou “adotar medidas de etiqueta respiratória”.

Apoios a portugueses em Wuhan

Uma fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, disse no sábado à Lusa que as autoridades portuguesas estão a cooperar com outros países europeus para reforçar o apoio aos cidadãos nacionais que se encontram em Wuhan e admitiu a possibilidade de serem retirados daquela cidade.

Um dos cenários, adiantou a mesma fonte, é o de retirar os portugueses daquela cidade, “se isso for viável à luz das regras de saúde pública”.

Duas dezenas de portugueses tinham sido referenciados na sexta-feira, pelo Governo, como residentes ou em visita a Wuhan, sendo que “14 pessoas estavam já registadas como residentes em Wuhan junto da embaixada de Portugal em Pequim”.

A embaixada tem remetido “para as recomendações formuladas no Portal das Comunidades Portuguesas”, cujo alerta recomenda aos viajantes que “reconsiderem a realização de deslocações não essenciais à China”.

26 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Caso sob observação em Lisboa com resultado negativo

[dropcap]A[/dropcap] Direção-Geral da Saúde (DGS) informou hoje que o caso suspeito de infeção por novo coronavírus, em observação em Lisboa, foi negativo, após realização de análises.
“A Direção-Geral da Saúde (DGS) informa que o primeiro caso suspeito de infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) em Portugal foi negativo após realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas negativas”, pode ler-se no comunicado hoje divulgado pela DGS.
Um homem regressado da China no sábado estava sob observação no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, por suspeita de infeção pelo novo vírus detetado naquele país.
“A DGS mantém-se atenta e a acompanhar a situação, em articulação permanente com instituições/organizações nacionais e internacionais para adoção de medidas a nível nacional e em consonância com as recomendações que forem sendo emitidas” pela Organização Mundial de Saúde e pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), segundo o comunicado hoje divulgado.
A entidade dirigida por Graça Freitas afirma ainda que “já foi publicada no ‘site’ da DGS uma orientação sobre o novo Coronavírus (2019-nCoV), com os procedimentos a adotar pelos profissionais em caso de suspeita ou confirmação de caso de infeção”.

56 mortos na China

O número de mortos na China causado pelo novo coronovírus detetado em Wuhan, cidade de 11 milhões de habitantes e capital da província de Hubei, no centro do país, aumentou para 56, anunciou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa. O balanço de infetados na China passou para 1.975 pessoas, das quais 324 estão em estado grave.
Além da China continental, há quase meia centena de infeções confirmadas em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.
O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) admitiu que a possibilidade de transmissão secundária no espaço da União Europeia é baixa, “desde que sejam cumpridas as práticas de prevenção e controlo de infeção relacionadas com um eventual caso importado”.
As autoridades chinesas alertaram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus, cancelaram as celebrações do Ano Lunar do Rato e colocaram em quarentena 13 cidades.
Os sintomas associados à infeção causada pelo coronavírus com o nome provisório de 2019-nCoV são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.
A DGS recomenda a quem viaje para a China medidas como “seguir as recomendações das autoridades de saúde do país”, “evitar contacto próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infeções respiratórias graves”, “lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto com pessoas doentes”, “evitar contacto com animais” ou “adotar medidas de etiqueta respiratória”.

Apoios a portugueses em Wuhan

Uma fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, disse no sábado à Lusa que as autoridades portuguesas estão a cooperar com outros países europeus para reforçar o apoio aos cidadãos nacionais que se encontram em Wuhan e admitiu a possibilidade de serem retirados daquela cidade.
Um dos cenários, adiantou a mesma fonte, é o de retirar os portugueses daquela cidade, “se isso for viável à luz das regras de saúde pública”.
Duas dezenas de portugueses tinham sido referenciados na sexta-feira, pelo Governo, como residentes ou em visita a Wuhan, sendo que “14 pessoas estavam já registadas como residentes em Wuhan junto da embaixada de Portugal em Pequim”.
A embaixada tem remetido “para as recomendações formuladas no Portal das Comunidades Portuguesas”, cujo alerta recomenda aos viajantes que “reconsiderem a realização de deslocações não essenciais à China”.

26 Jan 2020

China começa a desenvolver vacina contra o novo coronavírus

[dropcap]A[/dropcap] China começou a desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus, que já provocou a morte a 56 pessoas e infectou 1.975 pessoas no país, informou hoje o jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC).

De acordo com o jornal Diário do Povo, o cientista Xu Wenbo, do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, disse que este centro já se encontra desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus “depois de isolar com sucesso a primeira estripe do vírus”.

A notícia chega numa altura em que a China está a expandir as de prevenção para a disseminação do vírus, como o encerramento do acesso à cidade de Shantou, no sudeste, ou a suspensão dos serviços de autocarro interprovinciais em Pequim, Tianjin, Xian e na província de shandong.

Além disso, Xangai, no leste do país e que ontem registou a sua primeira morte devido ao novo coronavírus, anunciou a suspensão da linha de comboio que liga o centro da cidade ao bairro de Anting, na fronteira com a província de Jiangsu.

A Comissão Nacional de Saúde da China tinha anunciado esta manhã (madrugada em Lisboa) que o número de mortos causado pelo coronavírus aumentou para 56, tendo sido registados 1.975 casos da doença no país. A comissão acrescentou que 324 pacientes estão em estado considerado grave.

As autoridades chinesas alertaram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus. Pelo menos 13 cidades chinesas foram colocadas em quarentena.

Os sintomas associados à infeção causada pelo novo coronavírus (denominado provisoriamente 2019-nCoV) são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.

Além da China continental, foram confirmados três dezenas de casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde reportou o primeiro caso suspeito de infeção de um homem que regressou de Wuhan no sábado, e que foi internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, em situação estável.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) considerou baixa a possibilidade de transmissão secundária no espaço da União Europeia, “desde que sejam cumpridas as práticas de prevenção e controlo de infeção relacionadas com um eventual caso importado”.

26 Jan 2020

Epidemia | Proibição de sair afecta comunidade portuguesa a residir em Wuhan

[dropcap]M[/dropcap]iguel Matos, um dos raros portugueses a residir em Wuhan, estava de malas feitas para as Filipinas quando foi impedido de partir, parte de um bloqueio que visa travar a propagação da nova epidemia que assola o gigante asiático.

“É preciso muito azar”, conta à Lusa o treinador de guarda-redes do Hubei Chufeng Heli, clube que compete na terceira divisão chinesa de futebol. “Vim na quarta-feira do estágio de pré-época em Kunming (sudoeste da China), só para pegar nas malas, e hoje de manhã fui notificado que não podia sair da cidade”, revela.
“Autoestradas, ligações ferroviárias e aéreas, está tudo fechado”, descreve. “Não podemos sair daqui”, acrescenta.

As autoridades proibiram as entradas e saídas de Wuhan e de mais duas cidades vizinhas, por período indeterminado, numa quarentena de facto que apanhou milhões de pessoas desprevenidas, na véspera do início das férias do Ano Novo Lunar.

A principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais, é também a maior migração interna do planeta: segundo o ministério chinês dos Transportes dever-se-ão registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

António Rosa, professor de Design e Arte numa escola internacional de Wuhan, também foi apanhado de surpresa: “Já estava de férias há vários dias, mas fiquei a aguardar pelas férias da minha namorada, que começam na sexta-feira, para viajarmos juntos para o Vietname”. “Se soubesse o que sei hoje já não estava aqui”, diz à Lusa.

O vírus foi inicialmente detetado no mês passado num mercado de mariscos nos subúrbios de Wuhan, a capital da província de Hubei, que é também um importante centro de transporte doméstico e internacional, mas alastrou-se, entretanto, a várias províncias chinesas.

A doença foi identificada como um novo tipo de coronavírus, semelhante à pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Inicialmente as autoridades chinesas reportaram apenas 41 pacientes, todos em Wuhan, e descartaram que a doença fosse transmissível entre seres humanos, mas o número de infectados aumentou rapidamente esta semana e atingiu ontem os 571, distribuídos por 25 províncias chinesas, e matou 17 pessoas.

Cidade fantasma

Miguel Matos conta que em Wuhan, a sétima maior cidade da China, com 11 milhões de habitantes, o silêncio é “total”, com os “estabelecimentos encerrados e as ruas vazias”.

Após a notificação das autoridades, legumes e outros bens esgotaram rapidamente nos supermercados da cidade, à medida que as famílias vão acumulando mantimentos. Nas bombas de gasolina, formaram-se também longas filas ao longo do dia.

“Fomos às compras, porque não tínhamos nada aqui em casa, mas já só conseguimos comprar alguma carne”, relata o treinador.

António Rosa revela que as máscaras, cujo uso é recomendado pelas autoridades para prevenir o contágio, esgotaram rapidamente nas lojas de Wuhan, e há quem esteja a aproveitar para as vender agora por quatro vezes o preço original.

O professor diz que, por enquanto, a situação de quarentena se aguenta, mas que caso se prolongue durante semanas será “incomportável”.

Miguel Matos afirma não saber quanto tempo vigorará a quarentena, mas revela que funcionários de um hospital local o informaram que se pode estender até finais de Março. “O que me disseram é que não está a haver excesso de zelo, mas que a situação é mesmo grave”, conta.

Imagens difundidas nas redes sociais chinesas mostram os hospitais da cidade a abarrotar de pessoas que acorreram a fazer análises clínicas. Longas filas formaram-se também no aeroporto e estação de comboios, à medida que os residentes tentaram abandonar Wuhan.

Segundo estimativas da agência Lusa, vivem em Wuhan seis portugueses. A cidade acolhe ainda anualmente dezenas de estudantes angolanos e de outros países lusófonos na Universidade de Wuhan, uma das maiores do país na área de engenharias.

24 Jan 2020

Epidemia | Proibição de sair afecta comunidade portuguesa a residir em Wuhan

[dropcap]M[/dropcap]iguel Matos, um dos raros portugueses a residir em Wuhan, estava de malas feitas para as Filipinas quando foi impedido de partir, parte de um bloqueio que visa travar a propagação da nova epidemia que assola o gigante asiático.
“É preciso muito azar”, conta à Lusa o treinador de guarda-redes do Hubei Chufeng Heli, clube que compete na terceira divisão chinesa de futebol. “Vim na quarta-feira do estágio de pré-época em Kunming (sudoeste da China), só para pegar nas malas, e hoje de manhã fui notificado que não podia sair da cidade”, revela.
“Autoestradas, ligações ferroviárias e aéreas, está tudo fechado”, descreve. “Não podemos sair daqui”, acrescenta.
As autoridades proibiram as entradas e saídas de Wuhan e de mais duas cidades vizinhas, por período indeterminado, numa quarentena de facto que apanhou milhões de pessoas desprevenidas, na véspera do início das férias do Ano Novo Lunar.
A principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais, é também a maior migração interna do planeta: segundo o ministério chinês dos Transportes dever-se-ão registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.
António Rosa, professor de Design e Arte numa escola internacional de Wuhan, também foi apanhado de surpresa: “Já estava de férias há vários dias, mas fiquei a aguardar pelas férias da minha namorada, que começam na sexta-feira, para viajarmos juntos para o Vietname”. “Se soubesse o que sei hoje já não estava aqui”, diz à Lusa.
O vírus foi inicialmente detetado no mês passado num mercado de mariscos nos subúrbios de Wuhan, a capital da província de Hubei, que é também um importante centro de transporte doméstico e internacional, mas alastrou-se, entretanto, a várias províncias chinesas.
A doença foi identificada como um novo tipo de coronavírus, semelhante à pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Inicialmente as autoridades chinesas reportaram apenas 41 pacientes, todos em Wuhan, e descartaram que a doença fosse transmissível entre seres humanos, mas o número de infectados aumentou rapidamente esta semana e atingiu ontem os 571, distribuídos por 25 províncias chinesas, e matou 17 pessoas.

Cidade fantasma

Miguel Matos conta que em Wuhan, a sétima maior cidade da China, com 11 milhões de habitantes, o silêncio é “total”, com os “estabelecimentos encerrados e as ruas vazias”.
Após a notificação das autoridades, legumes e outros bens esgotaram rapidamente nos supermercados da cidade, à medida que as famílias vão acumulando mantimentos. Nas bombas de gasolina, formaram-se também longas filas ao longo do dia.
“Fomos às compras, porque não tínhamos nada aqui em casa, mas já só conseguimos comprar alguma carne”, relata o treinador.
António Rosa revela que as máscaras, cujo uso é recomendado pelas autoridades para prevenir o contágio, esgotaram rapidamente nas lojas de Wuhan, e há quem esteja a aproveitar para as vender agora por quatro vezes o preço original.
O professor diz que, por enquanto, a situação de quarentena se aguenta, mas que caso se prolongue durante semanas será “incomportável”.
Miguel Matos afirma não saber quanto tempo vigorará a quarentena, mas revela que funcionários de um hospital local o informaram que se pode estender até finais de Março. “O que me disseram é que não está a haver excesso de zelo, mas que a situação é mesmo grave”, conta.
Imagens difundidas nas redes sociais chinesas mostram os hospitais da cidade a abarrotar de pessoas que acorreram a fazer análises clínicas. Longas filas formaram-se também no aeroporto e estação de comboios, à medida que os residentes tentaram abandonar Wuhan.
Segundo estimativas da agência Lusa, vivem em Wuhan seis portugueses. A cidade acolhe ainda anualmente dezenas de estudantes angolanos e de outros países lusófonos na Universidade de Wuhan, uma das maiores do país na área de engenharias.

24 Jan 2020

Wuhan | Portugal activa os dispositivos de saúde pública de prevenção

[dropcap]P[/dropcap]ortugal já fez accionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse ontem a directora-geral de Saúde (DGS).

Em conferência de imprensa, na sede da DGS, em Lisboa, Graça Freitas apresentou os números mais recentes desta pneumonia vírica e face ao crescimento do número de infectados na China há “uma grande necessidade” de confirmar todos os casos reportados, porque para além do coronavírus há ainda vírus da gripe, que é menos grave, e por isso existe alguma discrepância nos números.

Em Portugal foram activados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.

Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infecções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.

A directora-geral de Saúde falou dos números mais recentes, que “estão constantemente em alteração”.
Inicialmente a informação transmitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ia no sentido de que o vírus não se transmitia entre humanos, mas foi, entretanto, corrigida, e por isso Graça Freitas afirmou é preciso acompanhar de perto a situação. A mesma responsável explicou que existem protocolos internacionais para prevenir que o vírus seja exportado a partir da China, sendo os rastreios feitos na origem antes de viagens de comboio, avião ou barco.

No seu esquema de prevenção, Portugal também tem um protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações para fornecer serviços de tradução caso seja necessário.

24 Jan 2020

Wuhan | Portugal activa os dispositivos de saúde pública de prevenção

[dropcap]P[/dropcap]ortugal já fez accionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse ontem a directora-geral de Saúde (DGS).
Em conferência de imprensa, na sede da DGS, em Lisboa, Graça Freitas apresentou os números mais recentes desta pneumonia vírica e face ao crescimento do número de infectados na China há “uma grande necessidade” de confirmar todos os casos reportados, porque para além do coronavírus há ainda vírus da gripe, que é menos grave, e por isso existe alguma discrepância nos números.
Em Portugal foram activados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.
Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infecções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.
A directora-geral de Saúde falou dos números mais recentes, que “estão constantemente em alteração”.
Inicialmente a informação transmitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ia no sentido de que o vírus não se transmitia entre humanos, mas foi, entretanto, corrigida, e por isso Graça Freitas afirmou é preciso acompanhar de perto a situação. A mesma responsável explicou que existem protocolos internacionais para prevenir que o vírus seja exportado a partir da China, sendo os rastreios feitos na origem antes de viagens de comboio, avião ou barco.
No seu esquema de prevenção, Portugal também tem um protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações para fornecer serviços de tradução caso seja necessário.

24 Jan 2020

Wuhan | Epidemia obrigam autoridades a isolar temporariamente a cidade

Wuhan está isolada, sem transportes públicos, ligações aéreas, ferries e outros meios de transportes. Autoridades esperam conter a propagação da pneumonia que nasceu na metrópole, um esforço que é aplaudido pela Organização Mundial de Saúde

 
[dropcap]I[/dropcap]magine o que seria fechar Londres ao exterior durante o Natal. A analogia assenta perfeitamente na dimensão do esforço que as autoridades chinesas estão a fazer ao tentar “encerrar” temporariamente Wuhan, uma cidade com mais de 11 milhões de pessoas e do tamanho de Londres, em plena época de Ano Novo Chinês.
Desde ontem, todos os voos e serviços ferroviários para e de Wuhan foram interrompidos. O mesmo aconteceu com os transportes públicos da cidade, autocarros, metropolitano e ferries encerraram às 10h de ontem.
A falta de meias de circulação transformou a capital de Hubei numa cidade fantasma, com tendas e hospitais de campanha armados num cenário apocalíptico.
O centro de comando especial que está a gerir a resposta à epidemia em Wuhan afirmou em comunicado que as medidas de fechar a cidade temporariamente têm como objectivo “conter com resolução a dinâmica de propagação da epidemia”.
Os residentes de Wuhan foram aconselhados a evitar multidões e encontros em locais públicos.
De acordo com a agência oficial Xinhua, as atracções turísticas e os hotéis da cidade foram instruídas no sentido de suspender todas as actividades de larga-escala, enquanto foi exigido a bibliotecas, museus e teatros o cancelamento de exposições e espectáculos. Como tal, a cerimónia de bênção do Ano Novo Lunar no Templo de Guiyuan, que no ano passado atraiu 700 mil pessoas, foi cancelado este ano.
A realidade no terreno levou a outro tipo de actividade viral: a partilha em massa do hashtag “Wuhan isolada” no Weibo. Um dos internautas, citado pela BBC, referiu estar preocupado quanto ao acesso a comida e desinfectante, algo que o fez sentir “como se estivesse a testemunhar o fim do mundo”. Outro internauta citado pela BBC confessou ter ficado “à beira das lágrimas” quando as autoridades chinesas anunciaram o encerramento da cidade.
As autoridades chinesas referiram ontem que estavam no “momento mais crítico” em termos de prevenção e controlo. “Basicamente, não vão para Wuhan. Quanto aos que estão em Wuhan, por favor, não saiam da cidade”, avisou Li Bin, vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde.

Exotismo perigoso

Uma equipa de cientistas descobriu um emparelhamento quase perfeito entre o código genético e o padrão genético encontrado em duas espécies de cobras, ambas comuns no sul da China. Pode ter sido esse o salto entre espécies que levou ao surto do coronavírus.
Um estudo publicado no Journal of Medical Virology, na passada quarta-feira, de autoria de uma equipa de investigadores de Pequim, Nanning, Ningbo e Wuhan reconstruiu a estrutura física do vírus. A partir dessa informação, uma coincidência faltou à vista: um misterioso pico de uma proteína que é habitualmente usada por vírus para reconhecer e agarrar a superfície de uma célula anfitriã, mas o seu padrão no coronavírus nunca havia sido visto antes.
Entretanto, um professor chinês radicado na Alemanha estimou que o pico das mortes deverá acontecer em Março, tendo como base o ritmo de propagação da SARS.
 

Três cidades bloqueadas

As autoridades chinesas proibiram ontem entradas e saídas de uma segunda cidade chinesa, visando conter a epidemia de um novo tipo de coronavírus. As ligações ferroviárias a Huanggang, cidade com 7,5 milhões de pessoas, e situada a 70 quilómetros a leste de Wuhan, ficam interrompidas por período indeterminado, informaram as autoridades locais. O Governo chinês tinha já ontem anunciado a suspensão de todos os voos e viagens de comboio de e para Wuhan, onde o vírus foi inicialmente reportado, no mês passado. Entretanto, foram também proibidas as entradas e saídas da cidade de Ezhou, perto de Wuhan. As ligações ferroviárias a Ezhou, cidade com cerca de um milhão de pessoas, ficam interrompidas durante período indeterminado.

24 Jan 2020

Wuhan | Epidemia obrigam autoridades a isolar temporariamente a cidade

Wuhan está isolada, sem transportes públicos, ligações aéreas, ferries e outros meios de transportes. Autoridades esperam conter a propagação da pneumonia que nasceu na metrópole, um esforço que é aplaudido pela Organização Mundial de Saúde

 

[dropcap]I[/dropcap]magine o que seria fechar Londres ao exterior durante o Natal. A analogia assenta perfeitamente na dimensão do esforço que as autoridades chinesas estão a fazer ao tentar “encerrar” temporariamente Wuhan, uma cidade com mais de 11 milhões de pessoas e do tamanho de Londres, em plena época de Ano Novo Chinês.

Desde ontem, todos os voos e serviços ferroviários para e de Wuhan foram interrompidos. O mesmo aconteceu com os transportes públicos da cidade, autocarros, metropolitano e ferries encerraram às 10h de ontem.

A falta de meias de circulação transformou a capital de Hubei numa cidade fantasma, com tendas e hospitais de campanha armados num cenário apocalíptico.

O centro de comando especial que está a gerir a resposta à epidemia em Wuhan afirmou em comunicado que as medidas de fechar a cidade temporariamente têm como objectivo “conter com resolução a dinâmica de propagação da epidemia”.

Os residentes de Wuhan foram aconselhados a evitar multidões e encontros em locais públicos.
De acordo com a agência oficial Xinhua, as atracções turísticas e os hotéis da cidade foram instruídas no sentido de suspender todas as actividades de larga-escala, enquanto foi exigido a bibliotecas, museus e teatros o cancelamento de exposições e espectáculos. Como tal, a cerimónia de bênção do Ano Novo Lunar no Templo de Guiyuan, que no ano passado atraiu 700 mil pessoas, foi cancelado este ano.

A realidade no terreno levou a outro tipo de actividade viral: a partilha em massa do hashtag “Wuhan isolada” no Weibo. Um dos internautas, citado pela BBC, referiu estar preocupado quanto ao acesso a comida e desinfectante, algo que o fez sentir “como se estivesse a testemunhar o fim do mundo”. Outro internauta citado pela BBC confessou ter ficado “à beira das lágrimas” quando as autoridades chinesas anunciaram o encerramento da cidade.

As autoridades chinesas referiram ontem que estavam no “momento mais crítico” em termos de prevenção e controlo. “Basicamente, não vão para Wuhan. Quanto aos que estão em Wuhan, por favor, não saiam da cidade”, avisou Li Bin, vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde.

Exotismo perigoso

Uma equipa de cientistas descobriu um emparelhamento quase perfeito entre o código genético e o padrão genético encontrado em duas espécies de cobras, ambas comuns no sul da China. Pode ter sido esse o salto entre espécies que levou ao surto do coronavírus.

Um estudo publicado no Journal of Medical Virology, na passada quarta-feira, de autoria de uma equipa de investigadores de Pequim, Nanning, Ningbo e Wuhan reconstruiu a estrutura física do vírus. A partir dessa informação, uma coincidência faltou à vista: um misterioso pico de uma proteína que é habitualmente usada por vírus para reconhecer e agarrar a superfície de uma célula anfitriã, mas o seu padrão no coronavírus nunca havia sido visto antes.

Entretanto, um professor chinês radicado na Alemanha estimou que o pico das mortes deverá acontecer em Março, tendo como base o ritmo de propagação da SARS.

 

Três cidades bloqueadas

As autoridades chinesas proibiram ontem entradas e saídas de uma segunda cidade chinesa, visando conter a epidemia de um novo tipo de coronavírus. As ligações ferroviárias a Huanggang, cidade com 7,5 milhões de pessoas, e situada a 70 quilómetros a leste de Wuhan, ficam interrompidas por período indeterminado, informaram as autoridades locais. O Governo chinês tinha já ontem anunciado a suspensão de todos os voos e viagens de comboio de e para Wuhan, onde o vírus foi inicialmente reportado, no mês passado. Entretanto, foram também proibidas as entradas e saídas da cidade de Ezhou, perto de Wuhan. As ligações ferroviárias a Ezhou, cidade com cerca de um milhão de pessoas, ficam interrompidas durante período indeterminado.

24 Jan 2020

Wuhan | OMS decide adiar decisão de declarar epidemia mundial

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde decidiu adiar a decisão de declarar a epidemia oriunda de Wuhan como sendo de emergência de saúde pública internacional. UE equaciona medidas de prevenção

Com Lusa 

 

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu adiar a decisão de declarar o surto de um novo coronavírus oriundo de Wuhan como emergência de saúde pública internacional. De acordo com o South China Morning Post, o adiamento deve-se ao facto da Organização das Nações Unidas (ONU) estar ainda a aguardar mais informações por parte das autoridades chinesas sobre uma epidemia que já matou 17 pessoas na China e se propagou a outros países asiáticos, incluindo Macau.

“A decisão de declarar ou não emergência de saúde pública internacional é algo que faço de forma extremamente séria e só estou preparado para fazer essa consideração com o acesso a todas as provas”, adiantou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, depois da reunião do Comité de Emergência em Genebra.

“A nossa equipa está no terreno, na China, a trabalhar e a comunicar com especialistas e autoridades locais para investigar o caso e para termos acesso a mais informações”, adiantou.

UE equaciona medidas

A Comissão Europeia disse ontem estar a acompanhar, “de forma bastante próxima”, a evolução do coronavírus chinês, garantindo estar pronta para adoptar medidas preventivas para evitar o contágio na União Europeia (UE).

“A Comissão está a acompanhar a situação de forma bastante próxima e continuamos a coordenar as medidas que podem ser necessárias a nível da UE”, declarou o porta-voz do executivo comunitário Stefan de Keersmaecker em Bruxelas.

De acordo com o responsável, “a Comissão está pronta para tomar as precauções que se verificarem necessárias para cumprir as recomendações da OMS adoptadas na reunião [de ontem]” daquela entidade.

Stefan de Keersmaecker precisou que, ontem de manhã, a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, conversou com o director-geral da OMS e com os com os ministros da Saúde de França e de Itália sobre este vírus. Acresce que, segundo este porta-voz, estão a ser realizadas reuniões internas sobre o assunto na Comissão Europeia.

“Ontem [quarta-feira], a Comissão promoveu uma segunda reunião do comité de saúde pública, que discutiu o nível de risco e as potenciais consequências para a UE”, exemplificou Stefan de Keersmaecker.

O vírus está ainda a ser monitorizado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, organismo europeu que identifica ameaças para a saúde e que já “aumentou o risco de este vírus entrar na UE de baixo para moderado”, adiantou o porta-voz, explicando que isso se deveu ao risco de contágio de pessoa para pessoa.

23 Jan 2020

Wuhan | OMS decide adiar decisão de declarar epidemia mundial

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde decidiu adiar a decisão de declarar a epidemia oriunda de Wuhan como sendo de emergência de saúde pública internacional. UE equaciona medidas de prevenção

Com Lusa 
 
[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu adiar a decisão de declarar o surto de um novo coronavírus oriundo de Wuhan como emergência de saúde pública internacional. De acordo com o South China Morning Post, o adiamento deve-se ao facto da Organização das Nações Unidas (ONU) estar ainda a aguardar mais informações por parte das autoridades chinesas sobre uma epidemia que já matou 17 pessoas na China e se propagou a outros países asiáticos, incluindo Macau.
“A decisão de declarar ou não emergência de saúde pública internacional é algo que faço de forma extremamente séria e só estou preparado para fazer essa consideração com o acesso a todas as provas”, adiantou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, depois da reunião do Comité de Emergência em Genebra.
“A nossa equipa está no terreno, na China, a trabalhar e a comunicar com especialistas e autoridades locais para investigar o caso e para termos acesso a mais informações”, adiantou.

UE equaciona medidas

A Comissão Europeia disse ontem estar a acompanhar, “de forma bastante próxima”, a evolução do coronavírus chinês, garantindo estar pronta para adoptar medidas preventivas para evitar o contágio na União Europeia (UE).
“A Comissão está a acompanhar a situação de forma bastante próxima e continuamos a coordenar as medidas que podem ser necessárias a nível da UE”, declarou o porta-voz do executivo comunitário Stefan de Keersmaecker em Bruxelas.
De acordo com o responsável, “a Comissão está pronta para tomar as precauções que se verificarem necessárias para cumprir as recomendações da OMS adoptadas na reunião [de ontem]” daquela entidade.
Stefan de Keersmaecker precisou que, ontem de manhã, a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, conversou com o director-geral da OMS e com os com os ministros da Saúde de França e de Itália sobre este vírus. Acresce que, segundo este porta-voz, estão a ser realizadas reuniões internas sobre o assunto na Comissão Europeia.
“Ontem [quarta-feira], a Comissão promoveu uma segunda reunião do comité de saúde pública, que discutiu o nível de risco e as potenciais consequências para a UE”, exemplificou Stefan de Keersmaecker.
O vírus está ainda a ser monitorizado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, organismo europeu que identifica ameaças para a saúde e que já “aumentou o risco de este vírus entrar na UE de baixo para moderado”, adiantou o porta-voz, explicando que isso se deveu ao risco de contágio de pessoa para pessoa.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | China bloqueia entradas e saídas numa segunda cidade para conter propagação

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas proibiram hoje entradas e saídas de uma segunda cidade chinesa, visando conter a epidemia de um novo tipo de coronavírus originário na cidade vizinha de Wuhan, no centro do país. As ligações ferroviárias a Huanggang, cidade com 7,5 milhões de pessoas, e situada a 70 quilómetros a leste de Wuhan, ficam interrompidas por período indeterminado, informaram as autoridades locais.

O Governo chinês tinha já hoje anunciado a suspensão de todos os voos e viagens de comboio de e para Wuhan, onde o vírus foi inicialmente reportado, no mês passado.

As autoridades consideram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus. Há 571 pessoas infectadas só no território continental chinês e foram já detetados casos no Japão, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Estados Unidos e Macau. Ficou ainda comprovado que o vírus se transmite sobretudo através das vias respiratórias.

“Já há casos de transmissão e infeção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”, disse Li Bin, vice-director da Comissão Nacional de Saúde da China, em conferência de imprensa.

“As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, detalhou.

Há pelo menos 15 médicos em Wuhan infectados depois de terem estado em contacto com pacientes. Os serviços de saúde chineses estão a acompanhar 5.897 pessoas que mantiveram contacto próximo com os pacientes infectados.

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) esteve reunida em Genebra, na Suíça, para analisar a hipótese de se declarar emergência de saúde pública internacional e determinar que recomendações serão feitas para controlar o coronavírus. Mas decidiu não fazer essa declaração e esperar para observar a evolução do vírus.

Os casos alimentam receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

As autoridades disseram que ainda é cedo para comparar o novo vírus com o SARS ou o MERS, ou síndrome respiratória do Médio Oriente, em termos da sua capacidade letal.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | China bloqueia entradas e saídas numa segunda cidade para conter propagação

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas proibiram hoje entradas e saídas de uma segunda cidade chinesa, visando conter a epidemia de um novo tipo de coronavírus originário na cidade vizinha de Wuhan, no centro do país. As ligações ferroviárias a Huanggang, cidade com 7,5 milhões de pessoas, e situada a 70 quilómetros a leste de Wuhan, ficam interrompidas por período indeterminado, informaram as autoridades locais.
O Governo chinês tinha já hoje anunciado a suspensão de todos os voos e viagens de comboio de e para Wuhan, onde o vírus foi inicialmente reportado, no mês passado.
As autoridades consideram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus. Há 571 pessoas infectadas só no território continental chinês e foram já detetados casos no Japão, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Estados Unidos e Macau. Ficou ainda comprovado que o vírus se transmite sobretudo através das vias respiratórias.
“Já há casos de transmissão e infeção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”, disse Li Bin, vice-director da Comissão Nacional de Saúde da China, em conferência de imprensa.
“As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, detalhou.
Há pelo menos 15 médicos em Wuhan infectados depois de terem estado em contacto com pacientes. Os serviços de saúde chineses estão a acompanhar 5.897 pessoas que mantiveram contacto próximo com os pacientes infectados.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) esteve reunida em Genebra, na Suíça, para analisar a hipótese de se declarar emergência de saúde pública internacional e determinar que recomendações serão feitas para controlar o coronavírus. Mas decidiu não fazer essa declaração e esperar para observar a evolução do vírus.
Os casos alimentam receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
As autoridades disseram que ainda é cedo para comparar o novo vírus com o SARS ou o MERS, ou síndrome respiratória do Médio Oriente, em termos da sua capacidade letal.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Comité de Emergência da OMS volta a reunir hoje

[dropcap]O[/dropcap] Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.

Formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, o Comité de Emergência da OMS reuniu-se na quarta-feira sem chegar a um consenso sobre a matéria, pelo que decidiu voltar a reunir-se hoje.

A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.

O novo coronavírus (família de vírus), que causa pneumonias virais, foi detetado na China em dezembro e já infetou mais de 400 pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.

Portugal já fez accionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse na quarta-feira a directora-geral de Saúde (DGS).

Em Portugal foram activados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.

Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.

Além da China, com o maior número de infeções, vários outros países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia, e os Estados Unidos já reportaram casos.

O vírus em causa é transmitido entre animais e passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.

Os primeiros casos do coronavírus “2019 – nCoV” apareceram na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral (infeção nos pulmões provocada por um vírus).

Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade.

Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais contaminados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Comité de Emergência da OMS volta a reunir hoje

[dropcap]O[/dropcap] Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.
Formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, o Comité de Emergência da OMS reuniu-se na quarta-feira sem chegar a um consenso sobre a matéria, pelo que decidiu voltar a reunir-se hoje.
A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.
O novo coronavírus (família de vírus), que causa pneumonias virais, foi detetado na China em dezembro e já infetou mais de 400 pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.
Portugal já fez accionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse na quarta-feira a directora-geral de Saúde (DGS).
Em Portugal foram activados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.
Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.
Além da China, com o maior número de infeções, vários outros países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia, e os Estados Unidos já reportaram casos.
O vírus em causa é transmitido entre animais e passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.
Os primeiros casos do coronavírus “2019 – nCoV” apareceram na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral (infeção nos pulmões provocada por um vírus).
Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade.
Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais contaminados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.

23 Jan 2020

S. João da Madeira | Ano do rato celebrado com alunos de mandarim

[dropcap]A[/dropcap] Câmara de São João da Madeira e o Instituto Confúcio celebram no sábado a entrada no novo ano chinês com uma festa que reunirá nesse concelho alguns dos mais de 820 alunos que aí estudam mandarim.

A iniciativa envolve a Universidade de Aveiro, que, através do seu departamento de Línguas e Culturas, assume desde 2012 a coordenação científica e pedagógica de um projecto então pioneiro de ensino de mandarim na rede escolar pública de São João da Madeira.

O objectivo do evento de sábado é envolver comunidade educativa e público em geral na celebração do primeiro dia do Ano do Rato, assinalado a 25 de Janeiro de acordo com o calendário tradicional adoptado desde a Dinastia Xia por vários países orientais que, ao contrário das comunidades do Ocidente, consideram para o efeito não apenas a posição do sol, mas também a da lua.

“No fundo, o Ano Novo chinês corresponde ao Natal dos povos ocidentais: é a festa da família, em que todos os chineses regressam a casa e se reúnem para uma celebração à volta da mesa, com muita comida e tendo sempre como prato central o peixe, por ser símbolo de fortuna”, explicou à Lusa o director do Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro, Carlos Morais.

A festa vai decorrer na Sala dos Fornos da Oliva Creative Factory e o programa inclui a “Dança do Dragão”, artes marciais, danças e cantos populares, jogos tradicionais chineses e ‘workshops’ de caligrafia e pintura, assim como uma exposição de trabalhos dos estudantes locais que vêm aprendendo mandarim.

Este universo de alunos é constituído na sua maioria por 577 crianças que frequentam o 3.º e 4.º anos de escolaridade em São João da Madeira, cujo programa educativo inclui obrigatoriamente a aprendizagem desse idioma.

Entre o 5.º e o 9.º ano, as aulas locais de mandarim já passam a ser de frequência facultativa, sendo que, nesses graus de ensino, os dados mais recentes da autarquia indicam que a língua oriental estará a ser estudada por 209 jovens.

No ensino secundário, já fora do âmbito do projecto do município, existe ainda a oferta de mandarim na Escola Oliveira Júnior, como opção de segunda língua estrangeira no 10.º, 11.º e 12.º anos, o que, segundo o Instituto Confúcio, deverá envolver cerca de 40 alunos.

Impacto social

Carlos Morais admitiu que, dadas as dificuldades de implementação de uma língua cujo alfabeto distinto impõe o recurso a professores nativos, os alunos do Ensino Básico só têm uma hora de mandarim por semana, “o que é pouco”, mas defendeu que, mais importante do que o próprio idioma, é o conhecimento que esses jovens adquirem sobre a sociedade oriental.

“Todos estes alunos têm aulas de Cultura Chinesa e isso tem um impacto muito grande em termos sociais. Ajuda a reforçar o que já se nota em Portugal neste momento, que é o facto de as pessoas estarem mais sensibilizadas para a cultura chinesa e demonstrarem uma maior compreensão das diferenças – o que é fundamental para estabelecer pontes e evitar problemas e conflitos”, argumentou o director do Instituto Confúcio de Aveiro.

O projecto educativo iniciado por São João da Madeira é assim encarado como “uma boa experiência para ter continuidade” – sendo que, entretanto, o programa local já foi replicado no ensino básico dos concelhos de Águeda, Espinho e Estarreja, sob a alçada da Universidade de Aveiro, e implementado noutros municípios do país ao nível do secundário, sob tutela do Ministério da Educação.

23 Jan 2020

S. João da Madeira | Ano do rato celebrado com alunos de mandarim

[dropcap]A[/dropcap] Câmara de São João da Madeira e o Instituto Confúcio celebram no sábado a entrada no novo ano chinês com uma festa que reunirá nesse concelho alguns dos mais de 820 alunos que aí estudam mandarim.
A iniciativa envolve a Universidade de Aveiro, que, através do seu departamento de Línguas e Culturas, assume desde 2012 a coordenação científica e pedagógica de um projecto então pioneiro de ensino de mandarim na rede escolar pública de São João da Madeira.
O objectivo do evento de sábado é envolver comunidade educativa e público em geral na celebração do primeiro dia do Ano do Rato, assinalado a 25 de Janeiro de acordo com o calendário tradicional adoptado desde a Dinastia Xia por vários países orientais que, ao contrário das comunidades do Ocidente, consideram para o efeito não apenas a posição do sol, mas também a da lua.
“No fundo, o Ano Novo chinês corresponde ao Natal dos povos ocidentais: é a festa da família, em que todos os chineses regressam a casa e se reúnem para uma celebração à volta da mesa, com muita comida e tendo sempre como prato central o peixe, por ser símbolo de fortuna”, explicou à Lusa o director do Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro, Carlos Morais.
A festa vai decorrer na Sala dos Fornos da Oliva Creative Factory e o programa inclui a “Dança do Dragão”, artes marciais, danças e cantos populares, jogos tradicionais chineses e ‘workshops’ de caligrafia e pintura, assim como uma exposição de trabalhos dos estudantes locais que vêm aprendendo mandarim.
Este universo de alunos é constituído na sua maioria por 577 crianças que frequentam o 3.º e 4.º anos de escolaridade em São João da Madeira, cujo programa educativo inclui obrigatoriamente a aprendizagem desse idioma.
Entre o 5.º e o 9.º ano, as aulas locais de mandarim já passam a ser de frequência facultativa, sendo que, nesses graus de ensino, os dados mais recentes da autarquia indicam que a língua oriental estará a ser estudada por 209 jovens.
No ensino secundário, já fora do âmbito do projecto do município, existe ainda a oferta de mandarim na Escola Oliveira Júnior, como opção de segunda língua estrangeira no 10.º, 11.º e 12.º anos, o que, segundo o Instituto Confúcio, deverá envolver cerca de 40 alunos.

Impacto social

Carlos Morais admitiu que, dadas as dificuldades de implementação de uma língua cujo alfabeto distinto impõe o recurso a professores nativos, os alunos do Ensino Básico só têm uma hora de mandarim por semana, “o que é pouco”, mas defendeu que, mais importante do que o próprio idioma, é o conhecimento que esses jovens adquirem sobre a sociedade oriental.
“Todos estes alunos têm aulas de Cultura Chinesa e isso tem um impacto muito grande em termos sociais. Ajuda a reforçar o que já se nota em Portugal neste momento, que é o facto de as pessoas estarem mais sensibilizadas para a cultura chinesa e demonstrarem uma maior compreensão das diferenças – o que é fundamental para estabelecer pontes e evitar problemas e conflitos”, argumentou o director do Instituto Confúcio de Aveiro.
O projecto educativo iniciado por São João da Madeira é assim encarado como “uma boa experiência para ter continuidade” – sendo que, entretanto, o programa local já foi replicado no ensino básico dos concelhos de Águeda, Espinho e Estarreja, sob a alçada da Universidade de Aveiro, e implementado noutros municípios do país ao nível do secundário, sob tutela do Ministério da Educação.

23 Jan 2020

Epidemia | Número de mortes na China sobe para 17, e de infectados para 541

O número de mortes causadas pelo novo tipo de pneumonia na China subiu ontem para 17, enquanto o número total de infectados é já superior a 550. A Comissão Nacional de Saúde apelou à população para evitar multidões e encontros em espaços públicos, em plena época do Ano Novo Chinês

 

[dropcap]O[/dropcap] número de casos aumentou rapidamente desde que a nova pneumonia foi detectada no mês passado em Wuhan, no centro da China. Ao fim da manhã de ontem, o total de casos confirmados era de 471, em 13 jurisdições do país, anunciados pelo vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin.

Nove pessoas tinham falecido, todas na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. No total, com o registo de infectados fora da China continental, o número ascendia a 481. No entanto, à hora do fecho da edição, os números já tinham disparado para 17 mortos e 541 infectados no Interior da China, num total de 552 infectados.

“Já há casos de transmissão e infecção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”, disse Li, em conferência de imprensa. “As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, detalhou.

As autoridades disseram que ainda é cedo para comparar o novo vírus com o SARS ou o MERS, ou síndrome respiratória do Médio Oriente, em termos da sua capacidade letal. “Ainda estamos no processo de aprender mais sobre esta doença”, disse Gao Fu, um académico da Academia Chinesa de Ciências e chefe do Centro Chinês de Controle de Doenças, na mesma conferência de imprensa. Os casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Gao disse que as autoridades estão a trabalhar no pressuposto de que o surto resultou da exposição humana a animais selvagens que eram comercializados ilegalmente no mercado de alimentos em Wuhan. Importa referir que Wuhan é uma megametrópole, com mais de 11 milhões de habitantes, e um importante centro de transporte doméstico e internacional.

Não se sabe o quão contagioso é o vírus, mas a transmissão de pessoa para pessoa pode permitir que se espalhe rapidamente.

A Comissão Nacional de Saúde da China alertou que o novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infecções respiratórias em seres humanos e animais, “pode espalhar-se mais facilmente”.

Foram ainda anunciadas medidas para conter a doença, incluindo desinfecção dos sistemas de ventilação de aeroportos, estações e centros comerciais. “Se for necessário, serão também realizados controlos de temperatura em áreas-chave e locais movimentados”, esclareceu a Comissão, em comunicado.

Dentro e fora

As autoridades de Hong Kong confirmaram ontem o primeiro infectado na região. O doente é um turista chinês residente em Wuhan, que entrou em Hong Kong através do comboio de alta velocidade na noite de terça-feira. À chegada ao terminal ferroviário de West Kowloon o turista acusou febre. De seguida, foi transferido para o Hospital Queen Elizabeth onde o teste ao vírus deu positivo.

De acordo com o South China Morning Post, a MTR confirmou que o mesmo comboio já tinha partido de regresso à China com passageiros, antes de ser notificada pelas autoridades de saúde de Hong Kong.

Segundo a empresa de transportes, as autoridades relevantes na China foram notificadas para limpar e desinfectar o lugar e a carruagem onde o paciente seguiu, assim como espaços adjacentes.

Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan e Estados Unidos todos também oriundos de Wuhan. Vários países com ligações aéreas directas ou indirectas a Wuhan estão a efectuar verificações sistemáticas de passageiros de voos oriundos de áreas consideradas de risco.

A um doente no Estado de Washington foi diagnosticado o primeiro caso confirmado nos Estados Unidos da doença. A pessoa afectada foi hospitalizada na semana passada e permanece “muito doente” numa unidade de Seattle, a capital deste Estado do nordeste dos EUA, após ter viajado recentemente à cidade chinesa de Wuhan onde teve origem o surto epidémico, referiram os ‘media’ locais.

À procura de espaço

O Centro Europeu de Controlo de Doenças afirmou ontem que está confirmada a transmissão pessoa a pessoa da pneumonia de Wuhan. O organismo europeu (ECDC, na sigla inglesa) acrescenta que ainda é necessária informação adicional para avaliar de modo completo as formas de transmissão deste novo coronavírus, numa publicação no seu ‘site’.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que “a fonte primária mais provável” de transmissão é animal, tendo os primeiros casos surgido em pessoas que contactaram com um mercado de pescado na cidade chinesa de Wuhan. Contudo, o vírus assume “transmissão limitada entre seres humanos através de contacto próximo”.

Quinze funcionários hospitalares também apresentaram teste positivo para o vírus, anunciou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. A comissão tinha dito, na semana passada, que nenhum dos funcionários que teve contacto próximo com os pacientes tinha sido infectado.

As autoridades chinesas apelaram ontem à população para que evite multidões e encontros em espaços públicos, alertando que uma nova doença viral se pode alastrar ainda mais. O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Política viral

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, pediu às autoridades chinesas que divulguem toda a informação sobre o surto de uma nova pneumonia viral e que trabalhem com Taipé para conter a propagação.

“Quero especialmente pedir à China, como país membro da comunidade internacional, que cumpra as suas responsabilidades e seja transparente sobre os desenvolvimentos do surto, e que compartilhe informações precisas com Taiwan”, afirmou Tsai, em conferência de imprensa.

No entanto, por insistência de Pequim, Taiwan não é membro da Organização Mundial da Saúde e não pode participar de nenhuma das reuniões daquela organização. O Centro de Controlo de Doenças de Taiwan revelou anteriormente que foi notificado, no dia 15 de Janeiro, pela sua contraparte chinesa, sobre o surto. O órgão também enviou dois especialistas a Wuhan para visitar unidades de saúde, visando compreender melhor a doença.

A ilha confirmou já um caso de infecção com o vírus. Trata-se de uma empresária, que reside em Taiwan, mas que voltou recentemente de uma viagem a Wuhan.

“Partilhar informação também é importante para a saúde da população chinesa e Pequim não deve colocar questões políticas acima da protecção do seu próprio povo”, apontou Tsai.

“Quero reiterar que Taiwan é membro da sociedade internacional. Os seus 23 milhões de habitantes, como as pessoas de todos os cantos do mundo, estão a enfrentar uma ameaça à sua saúde”, afirmou.

Em Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang disse que os especialistas de Taiwan visitaram Wuhan a pedido de Taipé, entre os dias 13 e 14 de Janeiro, e mantiveram trocas com os colegas locais. “Ninguém se preocupa mais com o bem-estar dos compatriotas de Taiwan do que o Governo central chinês”, defendeu Geng.

Cisne negro

Há um ano, Xi Jinping deixou o alerta para a necessidade de Pequim se preparar para “rinocerontes cinzentos”, referindo-se a riscos económicos, e “cisnes negros”, que serão situações inesperadas. Ao longo do ano passado, a guerra comercial com os Estados Unidos e a turbulência em Hong Kong foram rotuladas por académicos como os “cisnes negros” de 2019.

“Um cisne negro surge sempre sem ser convidado”, escreveu no Weibo Guan Qingyou, um economista citado pelo South China Morning Post, com os seus seguidores a discutiram o nível de impacto que a pneumonia de Wuhan pode representar para a economia chinesa. Houve mesmo quem sugerisse que a epidemia poderia ter um efeito maior do que a guerra comercial.

Por exemplo, as reservas de viagens para Wuhan são grátis em plataformas como a Trip.com, Fliggy, Meituan Dianping e Qunar.com. Além disso, vão ser disponibilizados reembolsos a pessoas que foram sujeitas a quarentena ou a quem tenha sido diagnosticado o vírus.

Também o gasto dos consumidores em entretenimento e turismo durante o Ano Novo Lunar, que começa amanhã, deve sofrer uma quebra à medida que as preocupações do público aumentarem.

Os principais focos de abrandamento de consumo devem sentir-se com maior intensidade nas principais cidades onde já foram confirmados casos de infecção, como Pequim, Xangai e Shenzhen. Com Lusa 

23 Jan 2020

Epidemia | Número de mortes na China sobe para 17, e de infectados para 541

O número de mortes causadas pelo novo tipo de pneumonia na China subiu ontem para 17, enquanto o número total de infectados é já superior a 550. A Comissão Nacional de Saúde apelou à população para evitar multidões e encontros em espaços públicos, em plena época do Ano Novo Chinês

 
[dropcap]O[/dropcap] número de casos aumentou rapidamente desde que a nova pneumonia foi detectada no mês passado em Wuhan, no centro da China. Ao fim da manhã de ontem, o total de casos confirmados era de 471, em 13 jurisdições do país, anunciados pelo vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin.
Nove pessoas tinham falecido, todas na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. No total, com o registo de infectados fora da China continental, o número ascendia a 481. No entanto, à hora do fecho da edição, os números já tinham disparado para 17 mortos e 541 infectados no Interior da China, num total de 552 infectados.
“Já há casos de transmissão e infecção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”, disse Li, em conferência de imprensa. “As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, detalhou.
As autoridades disseram que ainda é cedo para comparar o novo vírus com o SARS ou o MERS, ou síndrome respiratória do Médio Oriente, em termos da sua capacidade letal. “Ainda estamos no processo de aprender mais sobre esta doença”, disse Gao Fu, um académico da Academia Chinesa de Ciências e chefe do Centro Chinês de Controle de Doenças, na mesma conferência de imprensa. Os casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Gao disse que as autoridades estão a trabalhar no pressuposto de que o surto resultou da exposição humana a animais selvagens que eram comercializados ilegalmente no mercado de alimentos em Wuhan. Importa referir que Wuhan é uma megametrópole, com mais de 11 milhões de habitantes, e um importante centro de transporte doméstico e internacional.
Não se sabe o quão contagioso é o vírus, mas a transmissão de pessoa para pessoa pode permitir que se espalhe rapidamente.
A Comissão Nacional de Saúde da China alertou que o novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infecções respiratórias em seres humanos e animais, “pode espalhar-se mais facilmente”.
Foram ainda anunciadas medidas para conter a doença, incluindo desinfecção dos sistemas de ventilação de aeroportos, estações e centros comerciais. “Se for necessário, serão também realizados controlos de temperatura em áreas-chave e locais movimentados”, esclareceu a Comissão, em comunicado.

Dentro e fora

As autoridades de Hong Kong confirmaram ontem o primeiro infectado na região. O doente é um turista chinês residente em Wuhan, que entrou em Hong Kong através do comboio de alta velocidade na noite de terça-feira. À chegada ao terminal ferroviário de West Kowloon o turista acusou febre. De seguida, foi transferido para o Hospital Queen Elizabeth onde o teste ao vírus deu positivo.
De acordo com o South China Morning Post, a MTR confirmou que o mesmo comboio já tinha partido de regresso à China com passageiros, antes de ser notificada pelas autoridades de saúde de Hong Kong.
Segundo a empresa de transportes, as autoridades relevantes na China foram notificadas para limpar e desinfectar o lugar e a carruagem onde o paciente seguiu, assim como espaços adjacentes.
Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan e Estados Unidos todos também oriundos de Wuhan. Vários países com ligações aéreas directas ou indirectas a Wuhan estão a efectuar verificações sistemáticas de passageiros de voos oriundos de áreas consideradas de risco.
A um doente no Estado de Washington foi diagnosticado o primeiro caso confirmado nos Estados Unidos da doença. A pessoa afectada foi hospitalizada na semana passada e permanece “muito doente” numa unidade de Seattle, a capital deste Estado do nordeste dos EUA, após ter viajado recentemente à cidade chinesa de Wuhan onde teve origem o surto epidémico, referiram os ‘media’ locais.

À procura de espaço

O Centro Europeu de Controlo de Doenças afirmou ontem que está confirmada a transmissão pessoa a pessoa da pneumonia de Wuhan. O organismo europeu (ECDC, na sigla inglesa) acrescenta que ainda é necessária informação adicional para avaliar de modo completo as formas de transmissão deste novo coronavírus, numa publicação no seu ‘site’.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que “a fonte primária mais provável” de transmissão é animal, tendo os primeiros casos surgido em pessoas que contactaram com um mercado de pescado na cidade chinesa de Wuhan. Contudo, o vírus assume “transmissão limitada entre seres humanos através de contacto próximo”.
Quinze funcionários hospitalares também apresentaram teste positivo para o vírus, anunciou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. A comissão tinha dito, na semana passada, que nenhum dos funcionários que teve contacto próximo com os pacientes tinha sido infectado.
As autoridades chinesas apelaram ontem à população para que evite multidões e encontros em espaços públicos, alertando que uma nova doença viral se pode alastrar ainda mais. O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Política viral

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, pediu às autoridades chinesas que divulguem toda a informação sobre o surto de uma nova pneumonia viral e que trabalhem com Taipé para conter a propagação.
“Quero especialmente pedir à China, como país membro da comunidade internacional, que cumpra as suas responsabilidades e seja transparente sobre os desenvolvimentos do surto, e que compartilhe informações precisas com Taiwan”, afirmou Tsai, em conferência de imprensa.
No entanto, por insistência de Pequim, Taiwan não é membro da Organização Mundial da Saúde e não pode participar de nenhuma das reuniões daquela organização. O Centro de Controlo de Doenças de Taiwan revelou anteriormente que foi notificado, no dia 15 de Janeiro, pela sua contraparte chinesa, sobre o surto. O órgão também enviou dois especialistas a Wuhan para visitar unidades de saúde, visando compreender melhor a doença.
A ilha confirmou já um caso de infecção com o vírus. Trata-se de uma empresária, que reside em Taiwan, mas que voltou recentemente de uma viagem a Wuhan.
“Partilhar informação também é importante para a saúde da população chinesa e Pequim não deve colocar questões políticas acima da protecção do seu próprio povo”, apontou Tsai.
“Quero reiterar que Taiwan é membro da sociedade internacional. Os seus 23 milhões de habitantes, como as pessoas de todos os cantos do mundo, estão a enfrentar uma ameaça à sua saúde”, afirmou.
Em Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang disse que os especialistas de Taiwan visitaram Wuhan a pedido de Taipé, entre os dias 13 e 14 de Janeiro, e mantiveram trocas com os colegas locais. “Ninguém se preocupa mais com o bem-estar dos compatriotas de Taiwan do que o Governo central chinês”, defendeu Geng.

Cisne negro

Há um ano, Xi Jinping deixou o alerta para a necessidade de Pequim se preparar para “rinocerontes cinzentos”, referindo-se a riscos económicos, e “cisnes negros”, que serão situações inesperadas. Ao longo do ano passado, a guerra comercial com os Estados Unidos e a turbulência em Hong Kong foram rotuladas por académicos como os “cisnes negros” de 2019.
“Um cisne negro surge sempre sem ser convidado”, escreveu no Weibo Guan Qingyou, um economista citado pelo South China Morning Post, com os seus seguidores a discutiram o nível de impacto que a pneumonia de Wuhan pode representar para a economia chinesa. Houve mesmo quem sugerisse que a epidemia poderia ter um efeito maior do que a guerra comercial.
Por exemplo, as reservas de viagens para Wuhan são grátis em plataformas como a Trip.com, Fliggy, Meituan Dianping e Qunar.com. Além disso, vão ser disponibilizados reembolsos a pessoas que foram sujeitas a quarentena ou a quem tenha sido diagnosticado o vírus.
Também o gasto dos consumidores em entretenimento e turismo durante o Ano Novo Lunar, que começa amanhã, deve sofrer uma quebra à medida que as preocupações do público aumentarem.
Os principais focos de abrandamento de consumo devem sentir-se com maior intensidade nas principais cidades onde já foram confirmados casos de infecção, como Pequim, Xangai e Shenzhen. Com Lusa 

23 Jan 2020

Tóquio2020 | Vírus na China ‘obriga’ à mudança da qualificação no futebol feminino

[dropcap]O[/dropcap]s jogos de qualificação da zona asiática para o torneio feminino de futebol dos Jogos Olímpicos de 2020, previstos para Fevereiro em Wuhan, onde teve origem o coronavírus, novo vírus detetado na China, vão mudar de local. De acordo com a Confederação Asiática de futebol (AFC), os jogos da terceira fase de qualificação, entre 3 e 9 de Fevereiro, vão ser transferidos para Nanjing, na zona oriental e capital da província de Jiangsu.

Os jogos do grupo B de qualificação, agendados para a China, incluem a Austrália, China, Tailândia e Taiwan, enquanto que o grupo A, que decorre na Coreia do Sul, conta com os sul-coreanos, Vietname e Myanmar.

Antes desta decisão, a Federação de futebol de Taiwan chegou a ameaçar retirar-se da qualificação, caso os jogos se mantivessem em Wuhan, afirmado que a prioridade era a segurança das suas jogadoras.

Entretanto, um torneio de boxe, igualmente de qualificação para os Jogos de Tóquio2020 e também agendado para fevereiro em Wuhan, deverá mudar de local, segundo indicou a agência japonesa Kyodo.

A agência cita os organizadores, mas o novo local ainda não foi confirmado, com a Federação japonesa de boxe a aguardar por novas diretrizes do Comité Olímpico Internacional (COI).

Hoje, as autoridades chinesas apelaram à população para evitar multidões e encontros em espaços públicos, alertando que a nova doença, que se transmite pelas vias respiratórias e que infectou centenas e matou nove pessoas, se pode alastrar ainda mais.

O número de casos aumentou rapidamente desde que a nova pneumonia foi detectada no mês passado em Wuhan, no centro da China. No total, há 440 casos confirmados, em 13 jurisdições do país, anunciou o vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin. Nove pessoas morreram, todas na província de Hubei, cuja capital é Wuhan.

22 Jan 2020