Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | Japão, EUA e Filipinas acordam em segurança marítima Num encontro realizado online na segunda-feira, Japão, Estados Unidos e Filipinas concordaram em dar continuidade à cooperação em segurança marítima e em outras áreas. O primeiro-ministro do Japão, Ishiba Shigeru, realizou uma videoconferência de 30 minutos com o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o Presidente filipino Ferdinand Marcos Junior. Os três líderes concordaram que os seus países continuarão a trabalhar juntos na segurança marítima e económica e na construção de infraestruturas, mesmo após Biden deixar o cargo na próxima semana, em parte tendo em mente a crescente actividade marítima da China. Ishiba também tratou de uma ordem emitida por Biden para bloquear a compra da US Steel pela japonesa Nippon Steel. O responsável afirmou que os líderes empresariais no Japão e nos EUA têm expressado fortes preocupações com a medida e instou o lado americano a arrefecê-las. Após a conversa, Ishiba disse aos jornalistas que a situação internacional está a ficar cada vez mais complicada, no entanto, fará mais esforços para concretizar um Indo-Pacífico livre e aberto com base no Estado de Direito. Questionado sobre quando se encontrará com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, Ishiba disse que a coordenação final está em andamento para que os dois conversem pessoalmente em breve.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Lucros das empresas chinesas caem pelo terceiro ano consecutivo Os lucros das empresas chinesas caíram pelo terceiro ano consecutivo em 2024, segundo dados ontem divulgados, prevendo-se que a tendência se mantenha este ano, face às pressões deflacionistas na segunda maior economia do mundo. Os lucros das empresas com mais de 20 milhões de yuan em facturação diminuíram em média 4,7 por cento, em termos homólogos, entre Janeiro e Novembro, de acordo com os dados do Gabinete Nacional de Estatística. Este valor é superior ao declínio de 4 por cento registado durante todo o ano de 2022, quando a pandemia da covid-19 paralisou a actividade económica. As receitas cresceram apenas 1,8 por cento em termos homólogos entre Janeiro e Novembro do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2023. Este valor compara com um crescimento de 5,9 por cento em 2022 em relação ao ano anterior. Os economistas apontam a deflação como o principal motivo para estes dados, numa altura em que o excesso de produção dos fabricantes e o fraco consumo interno levaram a uma intensa concorrência, minando os preços dos produtos e serviços, o que corroeu os lucros.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Shimao cai 7% na bolsa após novo pedido de liquidação As acções do promotor imobiliário chinês Shimao, outrora uma das maiores empresas do sector na China, caíram ontem quase 7 por cento, depois de um credor ter apresentado novo pedido de liquidação contra a empresa em Hong Kong. A Shimao informou, em comunicado, que a CPYM Link Investment Limited apresentou um pedido de liquidação relativamente a cerca de 258 milhões de yuan de garantias para um empréstimo emitido ‘offshore’. A audiência em tribunal foi marcada para 19 de Março, disse o promotor, que vai tomar “medidas legais para se opor vigorosamente ao pedido de liquidação”. No início de Dezembro, a Shimao obteve uma importante prorrogação do prazo para negociar um plano de reestruturação da sua dívida além-fronteiras de 11,5 mil milhões de dólares, depois de o tribunal de Hong Kong ter rejeitado um pedido de liquidação apresentado em Abril pela filial de Hong Kong do banco estatal chinês China Construction Bank, relativamente a obrigações no valor de cerca de 202 milhões de dólares. Na altura, o promotor afirmou que obteve o apoio de mais de 79 por cento dos credores. Uma assembleia geral extraordinária e uma audiência em tribunal para aprovar o plano estão agendadas para o final desta semana. Nos últimos meses, vários promotores chineses, como o Evergrande e o Country Garden, foram objecto de pedidos de liquidação em Hong Kong; na semana passada, outro grande promotor, a Sunac, juntou-se à lista. Bola de neve Há um ano, a justiça de Hong Kong ordenou a liquidação da Evergrande, uma decisão que deu início a um processo longo e incerto, devido a dúvidas quanto ao seu reconhecimento na China continental, onde o grupo detém a maior parte dos seus activos. A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em Agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares. Em resposta, o Governo anunciou uma série de medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem também linhas de crédito multimilionárias a vários promotores. Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise no sector imobiliário, cujo peso no PIB nacional – somando factores indirectos – foi estimado em cerca de 30 por cento, segundo alguns analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaYuan | Autorizado mais financiamento estrangeiro O Banco Popular da China (banco central) anunciou ontem o aumento do limiar de financiamento transfronteiriço sobre os activos das empresas e instituições financeiras, visando proteger a taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan. Em comunicado, a instituição indicou que vai aumentar o chamado parâmetro de avaliação macroprudencial (MPA) para o financiamento transfronteiriço, de 1,5 por cento para 1,75 por cento, o que permitirá às empresas do país asiático obter mais crédito fora do território chinês. O banco central e outros reguladores garantiram que “é necessário manter inabalavelmente a estabilidade básica da taxa de câmbio do yuan num nível razoável e equilibrado”, avisando que vão “lidar firmemente com comportamentos que perturbem a ordem do mercado”. De acordo com um documento divulgado pelo regulador cambial, Pequim pretende “reforçar a gestão” do sistema e “evitar resolutamente os riscos de ultrapassagem das taxas de câmbio” da moeda nacional. O banco central fixou ontem a sua taxa de câmbio oficial em 7,1885 yuan por cada dólar norte-americano, acima das expectativas do mercado, como parte dos sinais de que vai proteger o valor da sua moeda, depois de a taxa ‘offshore’ – transacionada nos mercados internacionais -, ter flutuado no seu pior nível em 16 meses e perto dos mínimos desde 2007, nos últimos dias. “Para já, a estabilidade do yuan continua a ser uma prioridade. A médio prazo, o sucesso desta estratégia dependerá dos fundamentos económicos”, afirmou Tommy Xie, analista do OCBC Bank, com sede em Singapura. Entre as medidas tomadas nos últimos dias pelo banco central está também o lançamento da sua maior emissão de obrigações através de Hong Kong, equivalente a quase 8,2 mil milhões de dólares, para absorver a quantidade de yuan disponível no mercado e assim gerar procura pela moeda. A oscilar Desde meados de 2024 até ao final de Setembro, o valor do yuan registou uma tendência ascendente, devido às expectativas de cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos e de um prolongamento significativo das medidas de apoio à economia chinesa, face a uma recuperação aquém do esperado no período pós-pandemia. No entanto, a curva inverteu-se perante a desilusão dos investidores com as medidas de estímulo económico anunciadas por Pequim e a vitória eleitoral nos EUA do republicano Donald Trump, que iniciou em 2018 uma guerra comercial contra a China, durante o seu primeiro mandato, e prometeu novas taxas alfandegárias sobre as importações do país asiático. Nos últimos meses, o banco central chinês fixou repetidamente taxas de câmbio oficiais mais fortes do que o previsto – em relação às quais a taxa ‘onshore’, a que é transacionada nos mercados chineses, só pode flutuar num máximo de 2 por cento por dia – para defender a moeda, tornando também público o compromisso de manter a estabilidade cambial. Na semana passada, o yuan esteve muito perto de cair para o valor mais baixo desde finais de 2007.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Dirigente de instituto de sondagens investigado por colaborar com fugitivo A Polícia de Segurança Nacional de Hong Kong iniciou ontem uma investigação contra Robert Chung, presidente do Instituto de Pesquisa de Opinião Pública (HKPORI) do território, por alegada colaboração com um fugitivo procurado por criticar o Governo. Um grupo de polícias deslocou-se ao HKPORI – uma organização independente – na manhã de ontem, ao mesmo tempo que Chung foi conduzido de sua casa às instalações do instituto de sondagens para assistir presencialmente à operação busca, de acordo com a agência EFE. O incidente configura um novo desenvolvimento na investigação das autoridades de Hong Kong, que colocaram em Dezembro último Chung Kim-wah, um antigo director-geral adjunto do HKPORI, a viver no Reino Unido desde 2022, numa lista de procurados pelo departamento de Segurança Nacional. Chung Kim-wah, de 64 anos, foi acusado de defender repetidamente a independência de Hong Kong nas redes sociais entre Maio e Junho de 2023, bem como de apelar a sanções contra Pequim e a cidade semiautónoma no período de 2020 a 2023. Três dias depois de ter sido colocado na lista de procurados por alegadas violações da lei de segurança nacional, Chung Kim-wah garantiu aos meios de comunicação social que não mantinha qualquer vínculo com o HKPORI. Por outro lado, Robert Chung afirmou em Dezembro passado que não existem ligações entre o antigo director e o HKPORI desde o fim do contrato de Chung Kim-wah em 2022, acrescentando que os dois já não estão em contacto. Hong Kong procura, pelo menos, 20 antigos advogados e activistas actualmente residentes em países como Canadá, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Registado valor recorde de exportações em 2024 A China registou um valor recorde de exportações em 2024, segundo dados oficiais ontem divulgados, numa altura em que a chegada ao poder do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, suscita receios de renovadas tensões comerciais com Washington. “O montante das exportações ultrapassou, pela primeira vez, os 25 mil milhões de yuan, um aumento de 7,1 por cento, em relação ao ano anterior”, anunciou a cadeia televisiva CCTV, após uma conferência de imprensa do Conselho de Estado chinês. As importações ascenderam a 18,39 mil milhões de yuan, mais 2,3 por cento do que no ano anterior, segundo a CCTV. No total, o comércio externo da China aumentou 5 por cento em 2024, em comparação com o ano anterior, atingindo 43,85 mil milhões de yuan, um nível recorde. Donald Trump prometeu aumentar até 60 por cento as taxas alfandegárias sobre as importações chinesas, assim que tome posse, no próximo dia 20 de Janeiro, medidas que poderão limitar o comércio externo da China. As alfândegas do país asiático também apresentaram ontem dados do comércio externo denominados em dólares, utilizados como referência pelos analistas internacionais e que normalmente divergem dos registados na moeda chinesa, devido às flutuações cambiais. Em Dezembro, as exportações da China cresceram a um ritmo mais rápido do que o esperado, uma vez que as fábricas se apressaram a concluir as encomendas para os Estados Unidos, face à incerteza sobre o aumento das taxas nos próximos meses. As exportações em Dezembro cresceram 10,7 por cento, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Infecções pelo hMPV estão a diminuir O número de infecções pelo metapneumovírus humano (hMPV) no norte da China está a diminuir, após o aumento de casos registados nas últimas semanas, anunciou domingo a autoridade de saúde do país. “Actualmente, a taxa de casos positivos detectados do metapneumovírus humano está a oscilar, a taxa de casos positivos nas províncias do norte está a diminuir e a taxa de casos positivos entre os doentes com 14 ou menos anos começou também a diminuir”, adiantou Wang Liping, investigador do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, durante uma conferência de imprensa da Comissão Nacional de Saúde da China. O hMPV pertence à mesma família do vírus sincicial respiratório e provoca sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre, tosse e congestão nasal, podendo causar doença respiratória mais grave especialmente em crianças, idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido. “O metapneumovírus humano não é um vírus novo e está presente nos humanos há pelo menos várias décadas”, recordou Wang Liping, ao salientar que o aumento de casos verificado nos últimos anos se deve a melhores métodos de deteção dessas infecções. Nas últimas semanas, surgiram preocupações sobre um aumento das infecções por hMPV no norte da China, depois de terem circulado vídeos nas redes sociais de hospitais lotados e com doentes de máscara, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse não ver motivos de preocupação nos relatos do surto, apontando que se trata de um acontecimento sazonal normal. Wang adiantou ainda que as doenças respiratórias que afectam actualmente a China são causadas por agentes patogénicos já conhecidos e não surgiram novas doenças infecciosas do foro respiratório. Visita de Inverno O número de doentes atendidos nos serviços de urgência de todo o país tem vindo a aumentar, mas ainda é menor em comparação com o mesmo período do ano passado, assegurou também Gao Xinqiang, vice-director do Departamento de Resposta a Emergências Médicas chinês. Na última semana, as autoridades de saúde portuguesas esclareceram que o metapneumovírus é habitual no Inverno e que os casos em Portugal são “bastante raros”. De acordo com o último relatório de Vigilância Epidemiológica da Gripe do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), foi apenas detectado um caso no país desde Outubro.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Não haverá modernização do mundo sem a modernização de África O périplo do ministro dos Negócios Estrangeiros visou reforçar os laços entre a China e o continente africano e fortalecer as parcerias entre a China e países como a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria A China afirmou ontem que a recente visita a quatro países africanos do Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, foi “um sucesso” e declarou que “não haverá modernização do mundo sem a modernização de África”. A situação mundial altera-se, mas “China e África tratam-se como iguais e apoiam-se mutuamente”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo disse que a viagem de Wang, durante a qual visitou a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria, na semana passada, “promoveu a cooperação China-África em vários domínios, forjando um amplo consenso e alcançando resultados tangíveis no reforço dos intercâmbios entre civilizações, promoção do desenvolvimento ecológico e aprofundamento da cooperação agrícola”. “China e África sonham com a modernização e não pode haver modernização do mundo sem a modernização de África”, acrescentou o porta-voz, afirmando que a visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês “promoveu conjuntamente a reparação das injustiças históricas sofridas por África, a unidade e revitalização do ’Sul Global’ e a construção de um sistema de governação global justo e razoável”. A visita de Wang “demonstrou a firme determinação da China e de África em trabalhar em conjunto para enfrentar mudanças que não se viam há um século”, segundo Guo. Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa o ano com uma viagem ao continente africano. Entre os objectivos de Wang esteve “promover a implementação” dos resultados do último Fórum de Cooperação China-África, realizado em Setembro na capital chinesa. Investimento plantado O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu 360 mil milhões de yuan para financiar o desenvolvimento de África, ao longo dos próximos três anos. Xi anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan. A China foi o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares, em 2023. O défice comercial de África com a China aumentou em 2023 para 64 mil milhões de dólares, embora a diferença tenha diminuído na primeira metade de 2024 graças ao crescimento das importações chinesas do continente africano.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | 28 vítimas de tráfico humano As autoridades de Hong Kong disseram ontem que pelo menos 28 residentes foram vítimas de tráfico humano para centros, no Sudeste Asiático, dedicados à burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet. Desde o segundo trimestre de 2024, as forças de segurança de Hong Kong receberam 28 pedidos de assistência de residentes “alegando estarem detidos em países do Sudeste Asiático e impedidos de partir”. O Gabinete para a Segurança disse que 16 já conseguiram regressar a Hong Kong, enquanto os restantes 12 “relataram restrições de movimento, mas estavam ainda em segurança e conseguiram contactar as suas famílias” ou as autoridades. Num comunicado, o gabinete admitiu que “têm surgido sinais de um ressurgimento” de residentes da região semiautónoma chinesa “atraídos para países do Sudeste Asiático e detidos para se envolverem em trabalho ilegal”. Uma equipa especial, formada em Agosto de 2022 por elementos da Polícia de Hong Kong e do Departamento de Imigração, viajou ontem para a Tailândia. O objectivo é “trocar informações e solicitar às autoridades competentes que ajudem tanto quanto possível no resgate dos requerentes de assistência”, referiu o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio | Estudante detida por ferir oito pessoas com um martelo Uma estudante de 22 anos foi detida depois de ter atacado com um martelo oito estudantes num campus universitário nos arredores de Tóquio, disseram sábado as autoridades locais. A jovem, uma cidadã sul-coreana identificada como Yoo Ju-hyeon, foi detida depois de ter atacado colegas durante uma aula no Campus Tama da Universidade Hosei, em Machida, a oeste de Tóquio, na sexta–feira. A polícia foi chamada após receber uma chamada dos funcionários, que conseguiram conter a agressora após o incidente, quando esta ameaçava agredir outros alunos nas instalações da universidade. A estudante disse à polícia que o motivo do ataque foi o facto de estar frustrada por se sentir ignorada e assediada pelos colegas de turma, avançaram os meios de comunicação japoneses. Os oito alunos atacados sofreram ferimentos ligeiros e nenhum dos feridos perdeu a consciência, disse a televisão pública japonesa NHK. Imagens ao vivo transmitidas pela NHK mostraram uma longa fila de veículos de emergência e ambulâncias a seguir para o campus universitário no distrito de Machida.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Caixas negras não registaram minutos antes de acidente aéreo As duas caixas negras do avião que se despenhou a 29 de Dezembro pararam de gravar quatro minutos antes do acidente que matou 179 pessoas, informou sábado o Ministério dos Transportes sul-coreano. “A análise revelou que o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo não estavam a gravar durante os quatro minutos que antecederam a colisão da aeronave” com o muro que se encontrava no final da pista do aeroporto de Muan, no sul do país, e fez com que o Boeing da Jeju Air explodisse em chamas, disse o ministério, em comunicado. As autoridades planeiam “investigar a causa da perda de dados”, refere o comunicado, enquanto investigações conjuntas entre especialistas sul-coreanos e norte-americanos, incluindo da fabricante aeronáutica Boeing, foram iniciadas após a tragédia. Na terça-feira, as autoridades sul-coreanas lançaram um plano de revisão do perímetro dos aeroportos após o pior acidente aéreo da sua história. O acidente levou as autoridades a rever as estruturas de cimento que foram concebidas para alojar os localizadores que servem para orientar os pilotos e facilitar o alinhamento com a pista. O ministro dos Transportes, Park Sang-woo, indicou que estas paredes serão modificadas independentemente de cumprirem ou não a regulamentação em vigor. “Vamos melhorá-las de uma forma que aumente a segurança”, referiu o governante, sem dar mais detalhes, segundo a imprensa local. O anúncio ocorre depois de o Governo sul-coreano ter apelado à melhoria da segurança aérea. Desde que a polícia começou a avaliar o aeroporto de Muan para recolher dados e provas, vários especialistas questionaram o desenho da infraestrutura, especialmente no que diz respeito ao muro. Cortes à vista A companhia aérea sul-coreana Jeju Air anunciou na terça-feira que vai reduzir as operações. Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15 por cento, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves. Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de Março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas. A empresa cancelou também outros 110 entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de Fevereiro a 29 de Março. Também na terça-feira, os dois principais partidos sul-coreanos anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas. “O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP. Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePortugal | Vinho, azeite ou cortiça cruzam Nova Rota da Seda O transporte ferroviário assume-se cada vez mais como uma alternativa eficaz ao comércio por via marítima entre Portugal e a China Reportagem de João Pimenta, agência Lusa No centro do vasto território chinês, a mais de mil quilómetros do litoral, centenas de produtos portugueses chegam semanalmente em comboios de carga, reflectindo a crescente importância do transporte ferroviário no comércio China – Europa. Carregados com vinho, azeite, flor de sal, produtos de cortiça ou os tradicionais sabonetes Ach Brito, os contentores partem de Tilburg, nos Países Baixos, e percorrem quase 11.000 quilómetros, atravessando a Alemanha, Polónia, Bielorrússia, Rússia e Cazaquistão, até chegar a Chengdu, a capital da província de Sichuan. “É muito vantajoso: permitiu que a posição de Chengdu no interior da China se convertesse de periférica para central e reduziu o tempo de transporte, que foi afectado pela instabilidade no Mar Vermelho”, explicou à agência Lusa Ni Xiaozhen, co-fundadora do Pavilhão de Portugal, um espaço destinado à exposição e venda a grosso de produtos portugueses, situado no Porto Ferroviário Internacional de Chengdu. A crise no Mar Vermelho, suscitada pelos ataques dos rebeldes Houthis, forçou as empresas de transportes a desviar navios de mercadorias para o Cabo da Boa Esperança, o que triplicou os preços dos fretes e aumentou o tempo de viagem em 15 dias. “O transporte naval demora, pelo menos, quatro meses. A ligação ferroviária permite reduzir o tempo para apenas 13 dias”, explicou Ni, que emigrou para Portugal em 1998. O custo é também apenas um quinto do frete aéreo. Ainda antes da crise no Mar Vermelho, o transporte ferroviário de mercadorias pela Eurásia foi impulsionado pela pandemia da covid-19, beneficiando das interrupções nas vias aérea e marítima. Pequim construiu na última década alguns dos maiores portos secos do mundo nos países da Ásia Central, capazes de descarregar um comboio de contentores em menos de 50 minutos. A primeira ligação ferroviária foi inaugurada em 2013, com destino final em Almati, a maior cidade do Cazaquistão. Nos últimos anos, novas vias passaram a incluir o resto da Ásia Central, Médio Oriente e a região do Cáucaso, com paragem final na Alemanha, Países Baixos, Polónia, Bélgica ou Espanha. Bem público No ano passado, o valor das mercadorias transportadas por comboios representou mais de 7 por cento do comércio total entre a China e a Europa, segundo dados das alfândegas chinesas. O transporte ferroviário insere-se na Iniciativa Faixa e Rota, ou Nova Rota da Seda, um gigantesco projecto internacional de infraestruturas lançado por Pequim e inspirado nas milenares rotas comerciais que outrora ligaram a China Antiga ao mediterrâneo. “O serviço de comboios de mercadorias China – Europa é um importante vector de cooperação aberta e de benefício mútuo entre os países envolvidos na Iniciativa Faixa e Rota e uma nova rota de transporte, para todas as condições meteorológicas, de elevada capacidade e com baixas emissões de carbono, que se tornou num bem público internacional”, descreveu à Lusa um funcionário da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico da China. A iniciativa aproximou Pequim da Ásia Central, região historicamente sob a órbita de Moscovo, composta por cinco repúblicas ex-soviéticas (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão). Na semana passada, o Presidente do Quirguizistão, Sadyr Japarov, deu início à construção da linha ferroviária China – Quirguizistão – Uzbequistão, que terá uma extensão total de 522,94 quilómetros. Presença regular Com uma área de 500 metros quadrados, o Pavilhão de Portugal foi inaugurado em 2021, resultado de uma parceria entre empresários portugueses e chineses. O espaço reúne dezenas de marcas portuguesas, incluindo vinhos, azeite, cortiça ou têxtil. Além do espaço de exposição e venda em Chengdu, o Pavilhão de Portugal tem uma presença regular em feiras especializadas de produtos internacionais na China. Situados em pontos opostos na vasta massa terrestre da Eurásia, Portugal e China distinguem-se também pela dimensão. Com cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, o país asiático é a segunda maior economia do mundo e o principal mercado para diversos produtos, desde matérias-primas ou produtos alimentares a bens acabados. Esta escala, no entanto, nem sempre é compatível com a reduzida capacidade de produção das empresas portuguesas, alertou Ni Xiaozhen. “Existe mercado na China para os produtos portugueses, mas falta volume a Portugal para responder à dimensão das encomendas”, explicou. “Mas julgo que, desde que haja trabalho sério, será possível definir estratégias que fomentem o comércio”, vincou.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim lança maior emissão de obrigações de sempre em Hong Kong para apoiar moeda A China vai lançar uma emissão de obrigações no valor de 60 mil milhões de yuan, a maior realizada através de Hong Kong, para apoiar o câmbio do renmimbi. Num comunicado publicado ontem, a Autoridade Monetária de Hong Kong, o regulador financeiro da região semiautónoma chinesa, anunciou que estas obrigações terão uma maturidade de seis meses. A agência de notícias financeiras Bloomberg notou que este é um número recorde em leilões deste tipo realizados pelo banco central da China através da antiga colónia britânica, desde que começaram em 2018, e salientou que a instituição vai absorver a quantidade de yuan actualmente disponível no mercado, gerando assim procura pela moeda. “A absorção de liquidez provavelmente limitará o financiamento ‘offshore’ de yuan no curto prazo, mas a força do dólar [norte-americano] e as incertezas tarifárias contínuas provavelmente continuarão a pressionar o yuan para baixo”, disse Wee Khoon Chong, analista do banco de investimento BNY, citado pela Bloomberg. O banco central da China não recorre a emissões de obrigações para apoiar a moeda desde 2023, e as previsões de liquidez apertada em Hong Kong fizeram com que os custos de financiamento do renmimbi atingissem o valor mais elevado desde meados de 2021. Nos últimos meses, o banco central chinês fixou repetidamente taxas de câmbio oficiais mais fortes do que o previsto – em relação às quais a taxa ‘onshore’, a que é transacionada nos mercados chineses, só pode flutuar num máximo de 2 por cento por dia – para defender a moeda, tornando também público o compromisso de manter a estabilidade cambial. Esta semana, o yuan esteve muito perto de cair para o valor mais baixo desde finais de 2007. Final infeliz Desde meados de 2024 até ao final de Setembro, o valor da moeda chinesa registou tendência ascendente, devido às expectativas de cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos e de um prolongamento significativo das medidas de apoio à economia chinesa, face a uma recuperação aquém do esperado após a pandemia da covid-19. No entanto, a curva inverteu-se perante a desilusão dos investidores com as medidas de estímulo anunciadas por Pequim e a vitória eleitoral nos EUA do republicano Donald Trump, que iniciou em 2018 uma guerra comercial contra a China, durante o seu primeiro mandato, e prometeu impor novas taxas alfandegárias sobre as importações do país asiático. A Oxford Economics estimou que a China permitirá uma depreciação entre 20 por cento e 25 por cento no caso de Trump cumprir a sua promessa de aumentar as taxas para 60 por cento, embora veja um cenário mais realista de as taxas subirem da média actual de 17 por cento para 30 por cento, o que se traduziria numa perda de valor entre 6 por cento e 8 por cento para a moeda chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaEléctricos | Vendas em Pequim aumentaram 40,7% em 2024 As vendas de automóveis eléctricos e híbridos na China aumentaram 40,7 por cento em 2024, em termos homólogos, segundo dados publicados ontem por uma associação do sector, confirmando a liderança do país asiático numa indústria com forte apoio estatal. Quase 11 milhões de modelos híbridos ou eléctricos foram vendidos no mercado chinês em 2024, de acordo com as estatísticas da Federação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CPCA). Estes modelos representam 47 por cento dos quase 23 milhões de veículos vendidos na China em 2024. O mercado chinês de veículos eléctricos e híbridos tem crescido a passos largos nos últimos anos. O fabricante chinês de veículos eléctricos líder, a BYD, domina quase 40 por cento do mercado, com 4.272.145 de veículos vendidos em 2024, segundo dados publicados na semana passada pela empresa. Mas a situação é menos positiva no mercado internacional, onde as medidas proteccionistas aumentaram nos últimos meses, incluindo na Europa, que aumentou as taxas alfandegárias sobre as importações de veículos chineses. O gigante BYD realizou apenas 12 por cento das suas vendas no mercado externo em Dezembro, de acordo com dados da empresa. Esta situação poderá agravar-se com a entrada em funções, no final de Janeiro, do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu aumentar as taxas sobre as importações chinesas.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim confirma primeiro surto de nova variante do vírus Mpox A China confirmou ontem o primeiro caso da nova variante clade Ib do mpox (varíola dos macacos), que remonta a um cidadão estrangeiro com historial de viagens e residência na República Democrática do Congo. De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) do país asiático, as cidades de Pequim e Tianjin e as províncias de Guangdong e Zhejiang activaram um mecanismo conjunto de prevenção e controlo para o rastreio epidemiológico, encontrando mais quatro casos em pessoas infectadas, após contacto próximo com o estrangeiro. “Apresentam sintomas como erupções cutâneas e herpes zoster, que são relativamente ligeiros. As pessoas infectadas estão a receber tratamento médico e a ser observadas. A epidemia está a ser eficazmente controlada”, declarou o centro num breve comunicado. No dia 14, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou uma emergência sanitária internacional devido à propagação da varíola dos macacos, especialmente em África, onde foram registados milhares de infecções e centenas de mortes. Apenas dois dias depois, as autoridades chinesas anunciaram um reforço de seis meses das medidas de vigilância nas suas fronteiras para evitar a entrada do vírus, obrigando todos os aviões e navios provenientes de zonas afectadas pela doença a cumprir medidas sanitárias. A China está também a desenvolver uma vacina contra a doença, que já se encontra na fase de investigação clínica. Contagiosa e mortífera A Suécia confirmou o primeiro caso da variante clade 1b fora de África a 15 de Agosto. A Tailândia confirmou o primeiro caso na Ásia a 22 de Agosto. O alarme da OMS no Verão passado centrou-se na rápida propagação e na elevada mortalidade em África desta nova variante (clade Ib), da qual foram identificados vários casos fora do continente em pessoas que viajaram para partes de África. Esta variante difere da clade II, que causou um violento surto em África em 2022, bem como centenas de casos na Europa, na América do Norte e em países de outras regiões, e que já levou à declaração de uma emergência sanitária internacional entre 2022 e 2023. O mpox é uma doença infecciosa que pode causar uma erupção cutânea dolorosa, gânglios linfáticos inchados, febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas e falta de energia.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Inflação abranda em Dezembro na China Os valores de Dezembro fixaram o aumento anual acumulado da inflação em 0,2 por cento. Um resultado semelhante ao registado em 2023 O índice de preços no consumidor (IPC) na China continuou a abrandar em Dezembro para 0,1 por cento, fixando a subida acumulada no ano de 2024 em 0,2 por cento, e acentuando as pressões deflacionistas na segunda maior economia do mundo. O valor de Dezembro é inferior em uma décima ao do mês anterior, mas cumpre as previsões da maioria dos analistas, enquanto o acumulado de 2024 está exactamente ao mesmo nível do ano anterior, de acordo com os dados revelados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS) do país asiático. Enquanto a variação homóloga de 0,1 por cento é a mais baixa desde Março, na comparação mensal os preços mantiveram-se ao mesmo nível de Novembro, mês em que caíram 0,6 por cento em relação a Outubro. A economia chinesa permanece à beira da deflação há mais de um ano, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de zero casos de covid-19, no início de 2023. A pressão deflacionista está a empurrar os rendimentos das obrigações para mínimos históricos. O rendimento das obrigações do Tesouro da China a 10 anos tem oscilado em torno de mínimos históricos desde o início do ano, o que, segundo os analistas, reflecte as expectativas dos investidores quanto a uma perspectiva de baixo crescimento e deflação para a economia. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida. O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Dieta de Ano Novo O funcionário do gabinete de estatística do NBS, Dong Lijuan, atribuiu a evolução dos preços ao equilíbrio entre a subida do preço dos bilhetes de avião e dos serviços de viagem, devido à proximidade do Ano Novo Lunar, e a descida do preço dos legumes e frutas devido ao bom tempo, que facilitou a produção, o armazenamento e o transporte. O responsável destacou ainda que a carne de porco, principal fonte de proteína animal na dieta chinesa, reduziu a sua queda de preço devido à recusa dos produtores em vender enquanto continuam a engordar os seus porcos em preparação para a época alta que marca o Ano Novo Lunar, a principal época festiva no país asiático. Dong quis sublinhar que a inflação de base – uma medida que elimina o efeito dos preços dos alimentos e da energia devido à sua volatilidade – subiu 0,4 por cento, em termos homólogos, mais 0,1 por cento do que no mês anterior. Os dados do NBS indicaram também que o índice de preços no produtor, que mede os preços industriais, reduziu a sua queda de 2,5 por cento para 2,3 por cento em Dezembro, fixando a contracção no conjunto do ano em 2,2 por cento. Este indicador está em território deflacionário há 28 meses, contabilizando Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaMoeda | Yuan atinge menor valor em 16 meses A moeda chinesa atingiu esta semana um mínimo de 16 meses, apesar dos esforços do banco central da China para acalmar os investidores sobre a possível imposição de taxas alfandegárias punitivas pelos Estados Unidos, sob presidência de Donald Trump. O yuan tem atingido consecutivamente novos mínimos desde que Trump venceu as eleições, com a promessa de taxar até 60 por cento todas as importações oriundas da China. O índice de ações CSI 300, que reúne as maiores empresas do país asiático, também se desvalorizou 4,5 por cento, ao longo do último mês. O índice registou as maiores perdas semanais em mais de dois anos na semana passada, quando caiu 5 por cento. Em resposta, as praças financeiras chinesas pediram a vários grandes fundos de investimento, na semana passada, que restringissem as suas vendas de acções para evitar fortes correções nos mercados, segundo a imprensa internacional. As bolsas de valores de Xangai e Shenzhen também se reuniram recentemente com instituições estrangeiras, informaram ambas as praças financeiras no domingo, para assegurar os investidores que vão continuar a abrir os mercados de capitais da China.
Hoje Macau China / ÁsiaAdvogados desmentem fuga de presidente sul-coreano deposto Os advogados do presidente deposto da Coreia do Sul negaram ontem que Yoon Suk-yeol esteja em fuga, como alega a oposição. As declarações da equipa jurídica surgem numa altura em que as autoridades preparam uma segunda operação para tentar deter Yoon, depois da execução de um primeiro mandado de detenção ter falhado, na sexta-feira, devido a um bloqueio da segurança na residência presidencial. Os advogados encontraram-se com Yoon na residência na terça-feira à noite, disse, em conferência de imprensa, a equipa jurídica do presidente deposto, que está a ser investigado por ter declarado lei marcial a 3 de Dezembro. Um dos advogados, Yun Gap-keun, insistiu que a defesa de Yoon continua a recusar-se a acatar uma investigação baseada naquilo a que voltou a chamar de mandado de detenção inválido e ilegal contra o dirigente, destituído pela Assembleia Nacional a 14 de Dezembro. “O que é claro é que se o Gabinete de Investigação da Corrupção [CIO] solicitar o mandado [de detenção] a um tribunal do Distrito Ocidental de Seul, que está fora da jurisdição, não o podemos aceitar”, disse Yun, sublinhando que o poder para julgar a alegada insurreição de Yoon cabe aos tribunais do Distrito Central de Seul, os principais tribunais do país. Yun fez estas declarações depois de, na terça-feira, ter sido concedida ao CIO uma prorrogação do prazo de execução de uma ordem de detenção emitida por um tribunal da área ocidental da capital sul-coreana. Os advogados do presidente deposto também insistiram que a investigação do alegado crime de insurreição não é da responsabilidade do CIO, mas sim do Ministério Público. As divergências entre o gabinete anticorrupção e o Ministério Público remontam ao tempo de Yoon Suk-yeol como procurador-geral. Sem sucesso O CIO foi criado pelo anterior governo liberal, em 2021, para limitar os poderes do Ministério Público na investigação de titulares de altos cargos da administração pública, depois de uma investigação de Yoon ter levado à demissão do então ministro da Justiça. A sucessora no cargo criou então o CIO, que, por sua vez, forçou a demissão do actual presidente deposto. Três meses depois, Yoon candidatou-se pelos conservadores às eleições de 2022, conduzindo ao cenário actual, marcado por um profundo ressentimento entre as agências e os dois principais partidos políticos, o PPP e o Partido Democrático.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil | Pequim protege direitos laborais após alegações contra a BYD A diplomacia chinesa afirmou ontem que o país “atribui grande importância à protecção dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores”, após a fabricante de automóveis BYD ser acusada no Brasil de manter 163 trabalhadores em condições análogas à escravatura. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, disse em conferência de imprensa que Pequim “sempre exigiu que as empresas financiadas pela China operem de acordo com as leis e regulamentos”. “A China está disposta a continuar a trabalhar com a parte brasileira para reforçar os intercâmbios e a cooperação”, afirmou Guo Jiakun. A cooperação deve ser efectuada “com base no princípio da igualdade e do benefício mútuo e de uma cooperação vantajosa para ambos os lados”, acrescentou o porta-voz. O grupo chinês BYD declarou recentemente em comunicado que “não tolera o desrespeito pela lei brasileira e pela dignidade humana” e assegurou que vai garantir os direitos dos trabalhadores, que estavam a trabalhar na construção de uma nova fábrica de automóveis no município de Camaçari, no estado da Bahia. A empresa chinesa, que está estabelecida no Brasil há 10 anos, reiterou o seu compromisso com a protecção dos direitos dos trabalhadores e garantiu que está a cooperar com os órgãos competentes. Os 163 trabalhadores resgatados, todos de nacionalidade chinesa, viviam e trabalhavam em condições que as autoridades brasileiras qualificaram de “trabalho forçado”. A fábrica da BYD em Camaçari está na fase final de construção e deverá começar a produzir veículos no Brasil a partir do próximo mês de Março. A instalação será a maior e mais avançada da BYD fora da China e deverá produzir 150.000 veículos eléctricos até ao final de 2025.
Hoje Macau China / ÁsiaAno Novo Lunar | Pequim prevê nove mil milhões de deslocações durante férias A China espera atingir um recorde de nove mil milhões de deslocações internas, durante o período de férias do Ano Novo Lunar de 2025, conhecido como ‘chunyun’, a maior migração anual do mundo. Aquele período decorre este ano entre os dias 14 de Janeiro e 22 de Fevereiro, disseram ontem funcionários do Conselho de Estado, o executivo chinês, em conferência de imprensa. Trata-se da principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, e começa este ano a 28 de Janeiro, sob o signo da serpente, um dos 12 animais do milenar zodíaco chinês. Durante uma semana, o país mais populoso do mundo ficará paralisado, enquanto centenas de milhões de pessoas deslocar-se-ão aos seus locais de origem para dar as boas-vindas ao novo ano, de acordo com tradições ancestrais, uma mistura de superstição e costume, para afastar o infortúnio e atrair prosperidade e abundância. Espera-se que o volume de passageiros por via ferroviária e aérea ultrapasse os 510 milhões e os 90 milhões, respectivamente, embora as viagens rodoviárias representem a maior parte do fluxo. O Governo central apelou ainda a todas as regiões da China para que envidem esforços no sentido de proporcionar à população umas férias “felizes, seguras e pacíficas”. O país asiático ultrapassou as 8,4 mil milhões de deslocações durante o ‘chunyun’ de 2024, embora as previsões de Pequim nesse ano contemplassem ultrapassar os nove mil milhões, valor que não foi alcançado devido ao mau tempo, que provocou atrasos e cancelamentos no serviço de transportes e problemas nas infra-estruturas em várias regiões.
Hoje Macau China / ÁsiaTibete | Operações de resgate prosseguem após terramoto As equipas de salvamento continuaram ontem à procura de sobreviventes na região gelada e de grande altitude do Tibete abalada por um forte terramoto na terça-feira, que matou pelo menos 126 pessoas e arrasou milhares de casas. Tendas, colchas e outros artigos de socorro foram entregues às pessoas cujas casas passaram a estar inabitáveis ou em risco de ruir. As temperaturas caíram muito abaixo de zero durante a noite, numa área com uma altitude média de cerca de 4.200 metros. O terramoto, que deixou 126 mortos e 188 feridos, segundo as autoridades chinesas, atingiu a cidade de Xigaze, sede tradicional do Panchen Lama, a segunda figura mais importante do budismo tibetano. Não se sabe se Panchen Lama se encontrava no seu mosteiro de Tashi Lhunpo na altura do terramoto ou quais os danos sofridos pela cidade. A distância do epicentro do terramoto a Xigaze, que se estende por uma planície de grande altitude, foi de cerca de 25 quilómetros. Mais de 500 réplicas foram registadas após o terramoto, que, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, teve uma magnitude de 7,1. O centro sísmico da China registou uma magnitude de 6,8. O terramoto ocorreu a cerca de 75 quilómetros do Monte Evereste e da fronteira com o Nepal, onde o abalo fez com que as pessoas saíssem a correr das suas casas na capital. Mais de 3.600 casas ruíram, de acordo com um levantamento preliminar, e 30.000 residentes foram realojados, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Peixes-zebra sobrevivem 43 dias em estação espacial Os peixes-zebra que acompanharam os astronautas na missão Shenzhou-18 na estação espacial da China, no ano passado, estabeleceram um recorde depois de sobreviverem 43 dias no espaço. Sun Yonghua, investigador do Instituto de Hidrobiologia da Academia Chinesa de Ciências, na cidade de Wuhan, no centro do país, afirmou que a longevidade dos peixes no espaço “representa um avanço significativo no cultivo de vertebrados e plantas aquáticas no espaço”, avançou ontem o jornal oficial China Daily. Em Abril, dois peixes-zebra machos e duas fêmeas, juntamente com plantas aquáticas do instituto, foram enviados na missão espacial tripulada Shenzhou-18 para a estação espacial chinesa Tiangong. Na estação, os astronautas recolheram amostras de água e alimentaram os peixes-zebra, observando “comportamentos anómalos”, como nadar de cabeça para baixo ou rodar e girar no ambiente de microgravidade, disse Sun. Os cientistas e investigadores do instituto têm estado a utilizar amostras de água recuperadas e outras amostras de ecossistemas aquáticos fechados para analisar o impacto do ambiente espacial no crescimento, desenvolvimento e comportamento dos vertebrados. A semelhança do genoma entre o peixe-zebra e o ser humano é de 80 por cento, o que o torna uma espécie importante para a investigação de doenças humanas. Segundo Sun, mais de 500 laboratórios em todo o país estão a realizar investigações e estudos sobre os peixes-zebra e outras espécies relacionadas. O especialista Wang Gaohong, também investigador do instituto, salientou que, tal como os seres humanos, os peixes também enfrentam problemas de adaptabilidade quando sobrevivem num ambiente espacial. “Os investigadores trabalharam para criar um ecossistema em que as plantas aquáticas produzem oxigénio através da fotossíntese para fornecer respiração aos peixes, e os excrementos dos peixes fornecem nutrientes às plantas aquáticas”, acrescentou. Sun explicou que a comida dos peixes no espaço “é como pasta de dentes. Espreme-se um pouco na água para os peixes-zebra comerem, tentando não lhes dar demasiado, pois pode piorar a qualidade da água”. Foco espacial O peixe-zebra, também conhecido por ‘zebra danio’, é um tipo de peixe de água doce alongado, aparentado com a carpa e o barbo. Até à data, foram implementados 181 projectos científicos e tecnológicos na Tiangong, que vão desde experiências biológicas ao desenvolvimento de novas tecnologias, informaram recentemente as autoridades do programa espacial chinês. A Tiangong, que funcionará durante cerca de dez anos, poderá em breve tornar-se a única estação espacial do mundo se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, for retirada em breve, como planeado. A China investiu fortemente no seu programa espacial e conseguiu aterrar com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado mais distante da lua – feito inédito – e outra sonda em Marte, tornando-se o terceiro país – depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética – a fazê-lo.
Hoje Macau China / ÁsiaRepública do Congo | MNE chinês promete energia limpa e protecção das florestas Em mais uma paragem do seu périplo africano, Wang Yi reforçou a intenção da China continuar a promover a transição energética através do uso de energias limpas O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse ontem que o seu país vai ajudar a República do Congo a preservar as suas florestas e impulsionar o uso de energia limpa, na segunda paragem de um périplo por África. “Vamos apoiar os esforços congoleses para preservar as suas florestas e recursos hídricos e trabalhar em conjunto com os países africanos para implementar projectos de energia limpa”, disse Wang, num vídeo partilhado na rede social X pela presidência congolesa. O ministro chinês disse que Pequim também quer promover a construção de “uma ‘Cintura Solar Africana’ para que África possa ter um verdadeiro caminho de desenvolvimento verde”, referindo-se ao projecto homónimo do gigante chinês para ajudar na transição energética de África. “Concordámos em consolidar ainda mais a amizade inquebrável entre a China e a República do Congo. Isto exige que nos mantenhamos firmemente unidos em questões que afectam os nossos interesses (…), tais como a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento”, sublinhou o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, durante um encontro com o Presidente Denis Sassou-Nguesso. Wang encontrou-se também com o seu homólogo congolês, Jean-Claude Gakosso, que o recebeu no Aeroporto Internacional Maya-Maya, na capital, Brazzaville. Durante o encontro, o ministro congolês sublinhou a “parceria estratégica” entre a China e a República do Congo e garantiu que os dois países “partilham a mesma visão do multilateralismo”. Visita esperada Antes de chegar a Brazzaville, Wang aterrou no domingo na Namíbia para iniciar uma viagem que o levará também ao Chade e à Nigéria até ao dia 11. Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa sempre o ano com uma viagem ao continente africano. Ao confirmar a viagem de Wang, numa conferência de imprensa na sexta-feira, a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, classificou a deslocação a África como uma “excelente tradição”, que procura “aprofundar a cooperação prática em vários domínios e promover o desenvolvimento sustentado e profundo das relações China-África”. Mao afirmou que a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria são “parceiros de cooperação amigáveis da China” e que Wang tem como objectivo “promover a implementação” dos resultados do último Fórum de Cooperação China-África, realizado em Setembro, em Pequim. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu então 360 mil milhões de yuan para financiar o desenvolvimento de África, ao longo dos próximos três anos. Xi anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan. A China foi o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares, em 2023. O défice comercial de África com a China aumentou em 2023 para 64 mil milhões de dólares, embora a diferença tenha diminuído na primeira metade de 2024 graças ao crescimento das importações chinesas do continente africano.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Emitido novo mandato de captura contra presidente deposto Um tribunal sul-coreano emitiu ontem um novo mandado de captura contra o chefe de Estado deposto, Yoon Suk Yeol, anunciaram as autoridades de Seul. “O mandado de captura contra o suspeito Yoon foi emitido hoje”, disseram ontem em comunicado. Os investigadores aguardavam que um tribunal emitisse um novo mandado de captura, numa segunda tentativa de prender o presidente deposto, que se mantém na sua residência em Seul sob a protecção de guarda-costas. O primeiro mandado de captura, emitido a 31 de Dezembro, expirou na segunda-feira, sem que o Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO) conseguisse deter Yoon para interrogatório. Na sexta-feira passada, os investigadores do CIO, apoiados por agentes da polícia, entraram na residência, mas no local encontravam-se cerca de 200 soldados e agentes do Serviço de Segurança Presidencial. As autoridades retiraram-se após seis horas em que se registaram confrontos. Na segunda-feira ocorreu um conflito entre serviços, com o CIO a querer confiar apenas à polícia a tarefa de prender Yoon e a polícia a responder que só o CIO tinha competência para o fazer. A crise política no país começou após Yoon Sul Yeol tentar impor a lei marcial no país, no final do ano passado.