Hoje Macau China / ÁsiaQuatro mortos, incluindo o agressor, após ataque com arma branca no sul da China Quatro pessoas morreram, incluindo o agressor, e uma ficou ferida num ataque com arma branca ocorrido na terça-feira à tarde num complexo residencial da cidade de Liuzhou, na região autónoma de Guangxi, sul da China. Segundo um comunicado da Polícia local, o incidente ocorreu por volta das 18h, num bairro do distrito de Chengzhong, onde um homem de 69 anos, identificado apenas pelo apelido Ye, esfaqueou quatro vizinhos após uma disputa. O suspeito caiu do alto de um edifício pouco depois do ataque, indicaram as autoridades na nota, sem avançar detalhes sobre as circunstâncias da queda. As vítimas foram imediatamente transportadas para um hospital próximo, mas três acabaram por não resistir aos ferimentos. As autoridades abriram uma investigação para apurar os motivos do ataque e esclarecer os contornos do incidente, acrescenta o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong regista primeira morte devido a febre chikungunya As autoridades da região semiautónoma chinesa de Hong Kong anunciaram esta quinta-feira a primeira morte causada pelo vírus chikungunya, depois de um surto na vizinha província de Guangdong. O Centro para a Proteção da Saúde (CHP, na sigla em inglês) de Hong Kong anunciou a morte de um homem de 77 anos que sofria de uma doença crónica, de acordo com um comunicado. A vítima visitou Cantão, capital da província de Guangdong, entre 30 de setembro e 13 de outubro, tendo começado a sentir febre e dores nas articulações depois de regressar a Hong Kong, referiu o CHP. Com o estado de saúde a agravar-se, o homem foi internado nos cuidados intensivos do Hospital Ruttonjee, onde morreu devido ao vírus, agravado pela falência múltipla de órgãos. Este ano, Hong Kong registou 42 casos de doença causada pelo vírus chikungunya, mas as autoridades sublinharam que todos foram classificados como infeções vindas de fora do território. Transmitido por mosquitos, o vírus chikungunya provoca febre e dores articulares, com sintomas semelhantes aos da dengue, afetando com maior gravidade crianças, idosos e pessoas com doenças preexistentes. O CHP sublinhou que esta infeção raramente está associada a sintomas graves, com uma taxa de mortalidade inferior a 0,1%, mas alertou que os indivíduos de alto risco devem procurar imediatamente um médico se apresentarem sintomas. As autoridades de saúde de Hong Kong reforçaram as medidas de prevenção nos distritos afetados e espalharam pesticidas para tentar eliminar os mosquitos nas zonas de risco. As escolas aplicaram medidas de controlo de águas estagnadas, onde os mosquitos se reproduzem, e a região chinesa reforçou a vigilância nas fronteiras. A nível mundial, entre janeiro e setembro, foram reportados quase 445.300 casos suspeitos ou confirmados de chikungunya e 155 mortes em 40 países, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Na China continental, quase 16.500 casos de chikungunya foram registados até ao final de setembro, num surto concentrado nas cidades de Foshan e Jiangmen, próximas de Hong Kong e Macau, que registou 29 casos importados e oito casos locais. As autoridades de Foshan impuseram medidas preventivas rigorosas, incluindo uso de redes mosquiteiras, drones e desinfetante, com ameaças de multas e cortes de eletricidade para quem não eliminar águas paradas. No final de agosto, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças sublinhou que foram registados este ano 27 surtos de chikungunya, um novo recorde no continente europeu.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | UE apoia digitalização da administração pública A União Europeia e o Governo de Timor-Leste apresentaram ontem o projeto “Dalan Ba Digital” para apoiar a digitalização da administração pública timorense e promover o desenvolvimento inclusivo através de ferramentas digitais. “O Dalan Ba Digital vai promover a boa governação, reforçar o desenvolvimento do capital humano e, de forma indirecta, fomentar o desenvolvimento económico, aumentando a eficiência, a transparência e a acessibilidade”, afirmou o embaixador da União Europeia em Timor-Leste, Thorsten Bargfrede. Segundo o diplomata, um país que “abraça os desafios e oportunidades da digitalização tem maiores probabilidades de prosperar”, porque impulsiona a “inovação e a competitividade”. “As tecnologias digitais servirão como uma ponte para maiores oportunidades, inclusão e desenvolvimento”, acrescentou. O projecto vai também ajudar Timor-Leste a alinhar-se com os padrões internacionais e da Associação das Nações do Sudeste Asiático, organização a que o país vai aderir no domingo. O ministro da Justiça de Timor-Leste, Sérgio Hornai, destacou que no mundo de hoje a digitalização é essencial para “garantir eficiência, eficácia, rapidez e transparência na administração pública”. “A digitalização dos serviços públicos é especialmente importante, e o Ministério da Justiça e o Ministério da Administração Estatal estão a trabalhar em conjunto, através do Balcão Único, para disponibilizar serviços fundamentais como passaportes, certidões de nascimento, cartões de cidadania e outros documentos legais essenciais”, salientou o ministro. O projecto vai ser implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e terá a duração de três anos, devendo terminar em Julho de 2028.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Quase 700 pessoas fogem de centro de fraude ‘online’ Quase 700 pessoas fugiram ontem de um dos maiores centros de fraude ‘online’ de Myanmar (antiga Birmânia) e atravessaram a fronteira com a Tailândia, disse um responsável provincial tailandês, após uma operação militar no complexo. Um total de “677 pessoas fugiram do centro de fraudes” de KK Park, atravessando o rio Moei para chegar à Tailândia, esta manhã, indicou à agência de notícias France-Presse (AFP) Sawanit Suriyakul Na Ayutthaya, vice-governador da província de Tak, perto da fronteira com Myanmar. “A polícia de imigração e uma força operacional militar colaboraram para prestar assistência no âmbito de procedimentos humanitários (…) e essas pessoas serão submetidas a um controlo”, acrescentou. O gabinete da administração provincial de Tak anunciou, em comunicado, que o grupo era composto por “cidadãos estrangeiros”, homens e mulheres, e que as autoridades esperam que outras pessoas atravessem a fronteira tailandesa. Em Myanmar, complexos onde burlões ‘online’ visam estrangeiros com esquemas sentimentais e comerciais prosperaram ao longo da fronteira pouco vigiada com a Tailândia durante a guerra civil, desencadeada por um golpe de Estado, em Fevereiro de 2021. A maioria dos locais está sob o controlo de grupos criminosos chineses, em conluio com milícias birmanesas, escreve a AFP. De acordo com especialistas, a junta militar fecha os olhos às redes de burlas, nas mãos de aliados milicianos, que, em troca, controlam as regiões fronteiriças. Mas o poder birmanês também sofre pressões da China, o maior aliado militar da junta, para pôr fim a estes esquemas, já que Pequim está descontente com o número de cidadãos chineses que participam e são alvo destas burlas. Operação conjunta A China, a Tailândia e Myanmar empreenderam um esforço conjunto, muito divulgado pela comunicação social, para erradicar o flagelo. Em Fevereiro, cerca de sete mil trabalhadores foram retirados do sistema. Mas estas “fábricas de ciberfraudes” prosperam mais do que nunca no país do sudeste asiático, de acordo com uma investigação da AFP publicada em meados de Outubro. Por exemplo, antenas parabólicas Starlink multiplicaram-se com rapidez nos telhados para compensar o corte de Internet pelas autoridades tailandesas. Nas imagens da AFP, quase 80 antenas são visíveis num único telhado do complexo KK Park. A SpaceX anunciou na quarta-feira que desativou mais de 2.500 receptores de Internet Starlink usados nesses centros de fraude cibernética.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Pequim condena sanções contra empresas alegadamente ligadas à Rússia A China condenou ontem as sanções impostas pela União Europeia (UE) contra empresas chinesas no âmbito do novo pacote de medidas contra a Rússia, em resposta à guerra na Ucrânia. Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun afirmou que Pequim apresentou “um protesto formal” junto da parte europeia, após a inclusão de doze empresas chinesas na lista de entidades visadas pelas sanções europeias. Guo reiterou que a China “não é parte envolvida nem responsável” pelo conflito e sublinhou que o país “não forneceu armas letais a nenhuma das partes” e “mantém um controlo rigoroso sobre exportações de bens de dupla utilização”. “A China tem trabalhado activamente para promover o diálogo e a negociação”, afirmou o porta-voz, acrescentando que “muitos países, incluindo os europeus e os Estados Unidos, mantêm intercâmbios comerciais com a Rússia”. “A UE não tem o direito de fazer comentários sobre a cooperação normal entre empresas chinesas e russas”, declarou Guo, instando Bruxelas a “deixar de usar a China como pretexto” e a “pôr fim a acções que prejudicam os legítimos interesses chineses”. Pequim avisou ainda que adoptará “todas as medidas necessárias” para defender os seus direitos. O protesto surge na sequência da decisão da UE, tomada na quarta-feira, de incluir doze empresas chinesas, três indianas e duas tailandesas entre as 45 novas entidades sancionadas por alegado envolvimento no apoio à evasão de sanções ocidentais por parte da Rússia, nomeadamente através da transferência tecnológica e produção militar.
Hoje Macau China / ÁsiaPlano quinquenal | “Auto-suficiência tecnológica” como eixo central O quarto plenário do PCC elegeu como uma das matérias centrais a ser implementada até 2030 a questão do desenvolvimento tecnológico O Partido Comunista Chinês definiu ontem a “autossuficiência científica e tecnológica” como um eixo central do próximo plano quinquenal, num contexto internacional marcado pela guerra comercial com os Estados Unidos e pressões sobre a segunda maior economia mundial. O comunicado divulgado após a conclusão do quarto plenário do XX Comité Central do Partido Comunista Chinês, que decorreu à porta fechada em Pequim desde segunda-feira, estabelece as prioridades para o período 2026-2030, sublinhando também a necessidade de “impulsionar novas forças produtivas” e reforçar a “base da economia real”. O documento apela à construção acelerada de “um sistema industrial moderno”, com aposta na manufactura avançada, digitalização e integração tecnológica, e defende uma “melhoria qualitativa efectiva e crescimento quantitativo razoável” como metas estruturantes para alcançar a modernização socialista até 2049 – ano do centenário da fundação da República Popular da China. A inovação científica ocupa um lugar central, com propostas para “reforçar a investigação em tecnologias críticas”, “coordenar o desenvolvimento de um país forte em educação, ciência e tecnologia” e “melhorar a eficácia global do sistema nacional de inovação”. Mais moderno O plano também realça a importância de “modernizar a agricultura e revitalizar plenamente as zonas rurais”, bem como “optimizar a distribuição regional” e “promover o desenvolvimento coordenado entre as regiões costeiras e o interior do país”, num contexto de crescentes desigualdades territoriais. O texto reitera o compromisso com a “abertura de alto nível” e a criação de “novas oportunidades de cooperação e benefício mútuo”, apesar das restrições tecnológicas impostas por Washington em sectores como os semicondutores. Embora o documento não mencione directamente o conflito comercial com os EUA, refere um “panorama internacional complexo” e sublinha a necessidade de “aperfeiçoar o sistema de gestão macroeconómica” para garantir “um desenvolvimento estável e de alta qualidade”. Novos desafios Ao contrário de anteriores ciclos de planeamento, o novo plano deverá dar maior destaque à mobilização de recursos internos, à eficiência energética e à sustentabilidade, reflectindo os compromissos de descarbonização assumidos pelo líder chinês, Xi Jinping, que estabeleceu como meta a neutralidade carbónica até 2060. O novo plano também surge num contexto político marcado pelo reforço do poder pessoal de Xi, que consolidou um terceiro mandato sem precedentes, e pela crescente centralização das decisões económicas no seio do Partido, em detrimento das autoridades locais. Desde 1953, os planos quinquenais têm servido como guia para a política económica da China. Inicialmente focados em metas de produção e crescimento, transformaram-se nas últimas décadas em documentos estratégicos que expressam as prioridades ideológicas e políticas da liderança. A versão final do plano será aprovada pela Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo chinês, em Março de 2026, e orientará a política económica e social da China durante a segunda metade do ano. Corrupção sem lugar O Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC) confirmou ontem a expulsão de vários altos quadros militares e civis motivada por escândalos de corrupção. Entre os expulsos estão o general He Weidong, até agora vice-presidente da Comissão Militar Central (CMC) – o mais alto órgão dirigente das Forças Armadas chinesas –, o almirante Miao Hua, antigo responsável pelo trabalho político no Exército de Libertação Popular, e o ex-ministro da Agricultura Tang Renjian, condenado por aceitar subornos milionários. O plenário terminou ontem com a divulgação de um comunicado que confirma a expulsão de 14 membros do Comité Central por “graves violações da disciplina e da lei”. A reunião serviu também para nomear Zhang Shengmin como novo vice-presidente da Comissão Militar Central, segundo o texto oficial, divulgado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Além dos altos comandos militares, a lista inclui vários dirigentes civis implicados em investigações de corrupção. No comunicado, o PCC insiste que “para governar bem o país, é necessário governar bem o Partido”, e que “só um Partido forte pode tornar o país forte”.
Hoje Macau China / ÁsiaEfeméride | Celebração dos 80 anos do fim do domínio japonês em Taiwan A China vai organizar este fim de semana uma cerimónia para assinalar os 80 anos da “retrocessão” de Taiwan, nome dado por Pequim à devolução da ilha após a rendição japonesa em 1945, anunciaram ontem fontes oficiais. Segundo a porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Zhu Fenglian, o evento visa “recordar a história da guerra de resistência contra o Japão, prestar homenagem aos mártires e preservar os resultados” dessa transferência. A cerimónia contará com a presença de representantes de vários sectores, incluindo convidados oriundos de Taiwan, e será acompanhada de actividades de intercâmbio antes e depois do evento, indicou Zhu. A porta-voz afirmou que a devolução de Taiwan à China foi “uma vitória alcançada com o sacrifício de todos os chineses, incluindo os compatriotas taiwaneses”, acrescentando que o objectivo do evento é “reforçar o sentimento de uma nação comum e o objetcivo da ‘reunificação’ sob a liderança de Pequim”. A 25 de Outubro de 1945, após a rendição do Japão – que colonizava Taiwan desde 1895 –, a República da China assumiu a administração da ilha ao abrigo dos termos de capitulação japoneses. Na mesma conferência de imprensa, Zhu afirmou que Pequim continuará a promover contactos com todos os partidos políticos da ilha, incluindo o partido de oposição Kuomintang (KMT), com base no chamado “Consenso de 1992”, segundo o qual ambas as partes reconhecem a existência de “uma só China”. Zhu recordou ainda que o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou a 19 de Outubro uma mensagem de felicitações a Cheng Li-wun, pela sua eleição como nova líder do KMT, gesto que, segundo Pequim, “traça o caminho a seguir” nas relações entre os dois partidos.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | China acusa a Austrália de provocação e nega manobras perigosas Pequim acusou ontem a Austrália de “intrusão ilegal” no seu espaço aéreo sobre as ilhas Paracel e de “distorcer os factos”, depois de Camberra denunciar manobras “inseguras” de caças chineses contra um avião militar australiano. “As alegações da Austrália confundem o certo com o errado e procuram encobrir uma grave violação da soberania chinesa”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa Jiang Bin, num comunicado. Jiang indicou que o Comando do Teatro do Sul do Exército de Libertação Popular “organizou forças para interceptar e expulsar, de forma legítima, legal, profissional e contida” a aeronave australiana. O Ministério apelou ainda à Austrália para “cessar imediatamente todas as provocações e o sensacionalismo”, “restringir as operações aéreas e navais” e “evitar danos nas relações bilaterais e nos laços entre as Forças Armadas de ambos os países”. Na segunda-feira, o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, revelou que um avião de patrulha marítima P-8 da Força Aérea australiana foi interceptado no domingo por dois caças chineses Su-35, que lançaram sinalizadores luminosos “muito perto” do aparelho, descrevendo o incidente como “inseguro e pouco profissional”. Segundo Marles, o avião realizava uma missão de vigilância de rotina sobre o mar do Sul da China quando foi interceptado. Pequim sustenta que o aparelho australiano entrou sem autorização no espaço aéreo das Xisha – nome chinês das ilhas Paracel –, arquipélago cuja soberania a China reclama quase na totalidade e onde mantém instalações militares. O mar do Sul da China é um dos focos de tensão mais persistentes da Ásia.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Médicos Sem Fronteiras retoma parcialmente actividade A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou ontem que retomou parcialmente a actividade na cidade de Gaza, ao abrigo do acordo de cessar-fogo entre o movimento islamita palestiniano Hamas e o Governo de Israel. A MSF, que suspendeu as suas actividades na cidade de Gaza a 24 de Setembro, devido aos constantes bombardeamentos e ao avanço dos tanques israelitas, antes da assinatura da trégua, precisou ontem que a prioridade é atender as centenas de pessoas que regressaram ao norte do enclave palestiniano. As equipas da organização não-governamental (ONG) trataram mais de 500 doentes, a maioria dos quais com traumatismos, desde que, a 15 de Outubro, reabriram a sua clínica na capital da Faixa de Gaza. Da mesma forma, retomaram o transporte de água em camiões-cisterna e conseguiram fornecer entre 90 e 120 metros cúbicos de água por dia a até 14 pontos de distribuição. A ONG, que continua a prestar apoio à distância à maternidade Al-Helu e ao hospital Al-Shifa, informou também que está a avaliar “o possível aumento das actividades das suas equipas em função da situação de segurança” na cidade de Gaza. A MSF estimou ontem mesmo em 15.600 os doentes que aguardam na Faixa de Gaza para serem quanto antes transportados para o exterior, para receberem tratamento médico, e advertiu de que o cessar-fogo “não põe fim ao sofrimento extremo dos palestinianos” no enclave. Números do horror Israel e o Hamas anunciaram na noite de 08 de Outubro um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, a primeira fase de um plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, após negociações indirctas mediadas pelo Egipto, Qatar, Estados Unidos e Turquia. Esta fase da trégua envolveu a retirada parcial do Exército israelita para a denominada “linha amarela” demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e a Faixa de Gaza, a libertação de 20 reféns vivos em posse do Hamas e de 1.968 prisioneiros palestinianos. O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque de 07 de Outubro de 2023 do Hamas a Israel, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 sequestradas. A retaliação de Israel fez pelo menos 68.229 mortos – entre os quais mais de 20.000 crianças – e de 170.369 feridos, na maioria civis – não só vítimas de fogo israelita, mas também de fome -, segundo números ontem actualizados (já com vítimas registadas após a entrada em vigor do cessar-fogo) pelas autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Ex-PM demite-se de liderança do partido fundado pelo pai A ex-primeira-ministra tailandesa Paetongtarn Shinawatra, destituída em Agosto pelo Tribunal Constitucional, renunciou ontem ao cargo de presidente do Pheu Thai, partido fundado pelo seu pai, Thaksin Shinawatra, também ele ex-chefe do Governo. “A minha demissão permitirá que o partido se modernize para que possamos finalmente vencer as eleições”, afirmou Paetongtarn num comunicado divulgado pelo Pheu Thai. A política de 39 anos acrescentou que se manterá, no entanto, como membro do partido e “continuará a trabalhar arduamente” pela Tailândia. Filha do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, Paetongtarn foi suspensa de funções em Julho, depois de ser acusada de não ter defendido a Tailândia durante um contacto telefónico em Junho com o ex-poderoso líder cambojano Hun Sen, que foi divulgado online. Num veredicto proferido no final de Agosto, nove juízes do Tribunal Constitucional do país consideraram que a ex-primeira-ministra não respeitou as normas éticas exigidas a um chefe do Governo durante essa chamada. Paetongtarn Shinawatra tornou-se assim o terceiro membro da família a abandonar a chefia do governo, depois do pai e da tia Yingluck, ambos derrubados por golpes militares. “Não importa quem presida o Pheu Thai, sempre será dirigido pela família nos bastidores”, disse em declarações à AFP Yuttaporn Issarachai, cientista político da Universidade Aberta Sukhothai Thammathirat. Segundo o analista, esta demissão visa principalmente proteger o partido contra processos judiciais. Durante décadas, a dinastia Shinawatra partilhou o poder com a elite conservadora da Tailândia, mas reveses jurídicos recentes fizeram com que a sua influência diminuísse.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | Seul volta a enviar negociadores a Washington Dois altos funcionários sul-coreanos viajaram ontem para Washington, poucos dias após regressarem dos Estados Unidos com sinais de avanços importantes nas negociações conducentes a um acordo que reduza as tarifas dos EUA sobre a Coreia do Sul. “[Seul e Washington] reduziram as diferenças em várias questões-chave, mas ainda há uma ou duas áreas em que as nossas posições continuam divididas”, disse o chefe de gabinete para Assuntos Políticos, Kim Yong-beom, antes de embarcar no Aeroporto Internacional de Incheon, a oeste de Seul, citado pela agência de notícias local Yonhap. Kim Yong-beom, que acabara de chegar de Washington no domingo, volta a viajar acompanhado pelo ministro da Indústria e Comércio, Kim Jung-kwan, que tinha regressado a Seul na segunda-feira. O alto representante sul-coreano prevê reunir-se novamente com o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, depois de ter anunciado um “grande avanço” no encontro anterior com o mesmo responsável da Administração do Presidente Donald Trump. As negociações visam concretizar os termos de um pacote de investimento de 350 mil milhões de dólares acordado em Julho, destinado a reduzir as tarifas de 25 por cento para 15 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Governo declara 5 Junho como Dia Nacional do Mar O Governo timorense aprovou ontem uma resolução, em reunião do Conselho de Ministros, que determina o dia 5 de Junho como o Dia Nacional do Mar de Timor-Leste. Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, a criação do Dia Nacional do Mar, cuja resolução foi apresentada pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, destina-se a celebrar e preservar o mar e a biodiversidade marinha de Timor-Leste e a promover o envolvimento da sociedade na sua proteção. A “consagração” deste dia “reflecte o reconhecimento da importância do mar para o equilíbrio ambiental, o sustento das comunidades e o desenvolvimento sustentável do país, bem como o compromisso do Governo com a conservação dos recursos marinhos e com a implementação Política e Plano de Acção para a Promoção de uma Economia do Mar Resiliente e Sustentável 2025-2035”, sublinha o comunicado. O primeiro-ministro timorense iniciou na terça-feira, em Díli, a apresentação da “Política e Plano de Acção para a Promoção de uma Economia Marítima Resiliente e Sustentável de Timor-Leste” às autoridades municipais, líderes comunitários e outros parceiros estratégicos. Xanana Gusmão tem previsto viajar pelo país no próximo ano para realizar ações de sensibilização semelhantes. Proteger o futuro A protecção dos oceanos e da biodiversidade marinha é uma das principais prioridades do Governo. A política para a Economia Azul reflecte, segundo o Governo, uma abordagem moderna, ambientalmente responsável e centrada nas pessoas, com vista ao desenvolvimento sustentável do país. Em Timor-Leste, a Economia Azul é definida como um conjunto de políticas e ações integradas que promovem o desenvolvimento económico e social através da utilização sustentável dos recursos marinhos e costeiros, com base em práticas ambientais sólidas. A resolução do Governo estabelece ainda que as comemorações do Dia Nacional do Mar sejam realizadas anualmente, de forma alternada, “em cada município e região do país” para reforçar o “valor cultural e espiritual do mar para o povo timorense e o compromisso nacional com a preservação dos oceanos”, acrescenta o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | Pequim reafirma cooperação com Airbus O ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, reuniu-se em Pequim com o presidente executivo da Airbus, Guillaume Faury, para reforçar a cooperação com a empresa e garantir a estabilidade das cadeias industriais, informou ontem o seu ministério. Durante o encontro, realizado na terça-feira, Wang apelou à Airbus para tirar partido da entrada em funcionamento da segunda linha de montagem do modelo A320 em Tianjin, no norte da China, de modo a aprofundar a cooperação com o país asiático e expandir a oferta de produtos e serviços no país. O governante garantiu que o ministério “continuará a promover a resolução dos problemas e preocupações” que a empresa possa enfrentar nas operações locais, e trabalhará para “manter a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais”. Faury expressou “total confiança” na economia chinesa e no desenvolvimento da aviação civil no país, sublinhando que a nova unidade em Tianjin “proporciona condições favoráveis para aprofundar a colaboração industrial”. O encontro insere-se num contexto de reaproximação entre Pequim e as principais economias europeias, após vários anos de tensões comerciais. A Airbus mantém presença consolidada na China desde 2008, quando inaugurou em Tianjin a primeira linha de montagem de aviões de corredor único. Após abordar questões operacionais e de investimento, Wang enquadrou a reunião na estratégia de abertura económica da China, frisando que o mercado chinês “mantém uma expansão constante” e é actualmente o segundo maior do mundo em consumo e importações. Acrescentou que o país continuará a promover um ambiente favorável para as empresas estrangeiras e a defender a estabilidade das cadeias globais de abastecimento perante o aumento do proteccionismo. A Airbus é actualmente o principal fornecedor de aeronaves à China, que, em paralelo, procura reduzir a sua dependência externa com o desenvolvimento do avião comercial C919, produzido pela estatal COMAC.
Hoje Macau China / ÁsiaPeste suína | Taiwan suspende exportações de carne de porco O Governo de Taiwan suspendeu ontem temporariamente as exportações de carne de porco, após a detecção de um possível surto de peste suína africana no centro da ilha, informou a agência noticiosa CNA. Em conferência de imprensa, a vice-ministra da Agricultura, Tu Wen-jane, afirmou que, no cumprimento da “responsabilidade como país exportador”, Taiwan só retomará as exportações de carne suína “quando a situação epidemiológica estiver esclarecida”. O director do Departamento de Pecuária, Lee Yi-chien, indicou que os inventários actuais de carne de porco correspondem a cerca de um mês de consumo, o que “deverá ser suficiente para satisfazer a procura no curto prazo”. As medidas foram anunciadas após a detecção de um possível surto de peste suína africana na cidade de Taichung, concretamente no distrito costeiro de Wuqi, onde morreram 117 suínos infectados entre 10 e 20 de Outubro, segundo o Ministério da Agricultura. Como parte das medidas de prevenção, o ministério anunciou a proibição, desde ontem, do transporte e abate de suínos em todo o território durante cinco dias, além da proibição do uso de restos alimentares na alimentação dos animais. A peste suína africana não afecta os seres humanos, mas é altamente letal para os suínos, com taxas de mortalidade que podem atingir os 100 por cento nas formas mais agudas.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | China espera que UE “apoie o livre comércio” e se “oponha ao proteccionismo” Os representantes do Comércio chinês e europeu mantiveram uma conversa telefónica com vista a encontrar pontos de equilíbrio na relação entre os dois blocos A China disse ontem esperar que a União Europeia “apoie o comércio livre” e “se oponha ao proteccionismo”, depois de o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, e o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, conversarem por telefone. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun declarou, em conferência de imprensa, que “a essência das relações económicas e comerciais entre a China e a UE reside na complementaridade e no benefício mútuo”. Guo transmitiu o seu desejo de que “a UE cumpra o seu compromisso de apoiar o comércio livre e de se opor ao protecionismo comercial, e proporcione um ambiente empresarial justo, transparente e não discriminatório para as empresas de todos os países”. Segundo o porta-voz, a China espera que os 27 “adoptem medidas concretas para defender a economia de mercado e as normas da Organização Mundial do Comércio [OMC]” e “persistam na resolução adequada das diferenças comerciais através do diálogo”. Durante a chamada, Sefcovic convidou as autoridades chinesas a visitar Bruxelas para procurar “soluções urgentes” para os controlos à exportação de terras raras impostos por Pequim, medidas que a UE considera “injustas”. O comissário europeu do Comércio explicou que o ministro chinês aceitou o convite do executivo comunitário para abordar a questão nos “próximos dias” na capital belga, uma visita ainda não confirmada pelas autoridades chinesas. “Após a conversa desta manhã, não temos interesse numa escalada, mas a situação ensombra a nossa relação, pelo que é fundamental uma resolução rápida”, afirmou o comissário europeu. Sefcovic, que classificou a discussão como “construtiva”, lembrou que Bruxelas considera que o aumento dos controlos chineses às exportações desde Abril é “injustificado e prejudicial” e danifica a relação bilateral entre ambas as partes, ao mesmo tempo que vai contra as tentativas de alcançar um comércio mais estável e fiável. O comissário europeu abordou com Wang a proibição à empresa Nexperia de exportar semicondutores produzidos na sua fábrica na China, na sequência da decisão dos Países Baixos de intervir na empresa para impedir a transferência de conhecimento para a China por parte da empresa, que foi fundada nos Países Baixos, mas em 2019 foi adquirida por um grupo chinês. Nesse sentido, disse que ambas as partes lhe comunicaram a intenção de “resolver a situação e trabalhar para um acordo prático que restaure as cadeias de abastecimento, proporcione uma certeza muito necessária e evite paralisações na produção mundial”. Nos últimos meses, Bruxelas expressou preocupação com as restrições ao acesso ao mercado chinês e o uso de terras raras como instrumento de pressão. Além disso, persistem atritos entre Pequim e os 27 por causa das tarifas europeias sobre veículos eléctricos chineses e as investigações chinesas sobre conhaque, carne de porco e laticínios europeus.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Serguei Lavrov rejeita pôr fim à guerra O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, rejeitou ontem a possibilidade de a Rússia pôr fim aos combates na Ucrânia, argumentando que isso significaria desistir das razões pelas quais o conflito foi iniciado. “Se simplesmente pararmos, isso significará esquecer as causas originais do conflito”, disse Lavrov numa conferência de imprensa realizada antes da cimeira de Budapeste, entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, que poderá acontecer na próxima semana. “Agora ouvimos de Washington que devemos parar imediatamente [a guerra] e que não devemos discutir mais nada. Parem e deixem a História julgar”, acrescentou Lavrov. Na sua opinião, a cessação das hostilidades constituiria “uma contradição” relativamente ao que foi acordado na cimeira de Agosto no Alasca entre os dois líderes, e acusou os europeus de tentarem convencer a Casa Branca a mudar de posição e a não procurar um “acordo duradouro”. “Sabemos quem está a fazer isto. São os europeus, os patrocinadores e os mestres de [o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky”, apontou. O ministro russo lembrou que Putin e Trump concordaram no Alasca em “concentrar-se nas causas profundas e na necessidade de a Ucrânia abandonar a tentativa de aderir à NATO e, se possível, garantir plenamente os direitos legítimos da população russa e russófona”. Lavrov acrescentou que “um cessar-fogo agora significaria apenas uma coisa: grande parte da Ucrânia permaneceria sob o regime nazi de Kiev”. “Essa parte da Ucrânia”, continuou, “seria o único lugar na Terra onde uma língua inteira seria proibida por lei, sem mencionar o facto de ser uma língua oficial da ONU e falada pela maioria da população”. Vladimir Putin e Donald Trump deverão reunir-se na Hungria para encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia. Passo a passo Já Dimitri Peskov, disse esperar que a cimeira sirva para “fazer avançar um acordo pacífico” sobre a Ucrânia, mas não se pronuncia sobre a possibilidade de o homólogo ucraniano participar no encontro. Peskov adiantou que Moscovo pretende que “se avance, antes de mais, num acordo pacífico sobre a Ucrânia” no encontro de Budapeste, onde Zelensky se mostrou interessado em estar se for convidado. O diplomata russo manifestou ainda surpresa com as notícias dos Estados Unidos — avançadas pela televisão CNN — sobre um possível adiamento do seu encontro com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, com quem falou ontem ao telefone. No entanto, reconheceu que, na sua conversa telefónica, nunca discutiram o encontro, mas apenas a possibilidade de voltarem a falar. A notícia da CNN também foi referida na conferência de imprensa diária do porta-voz da presidência russa. “Não se pode adiar algo que não estava programado”, observou Dmitri Peskov.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Sanae Takaichi eleita primeira mulher a liderar o Governo A nova líder do Japão é conhecida pelas suas posições conservadoras. Chega ao poder graças a uma aliança com o partido reformista de direita, Ishin, mas não detém maioria absoluta no parlamento nipónico A nacionalista Sanae Takaichi foi ontem nomeada primeira-ministra do Japão, tornando-se a primeira mulher a ocupar este cargo, graças a uma coligação parlamentar formada na véspera, após negociações de última hora. A Câmara Baixa do Parlamento japonês nomeou Takaichi, de 64 anos, logo na primeira votação e a sua nomeação será oficializada quando se encontrar com o imperador Naruhito. A quinta líder do arquipélago no mesmo número de anos enfrenta uma situação política delicada no país, mas também uma agenda internacional densa, que tem como primeiro ponto mais alto a visita ao Japão do Presidente norte-americano, Donald Trump, já na próxima semana. Sanae Takaichi conquistou, em 04 de Outubro, a presidência do Partido Liberal Democrático (PLD), a formação conservadora de direita no poder, quase ininterruptamente desde 1955, mas que nos últimos meses perdeu a maioria nas duas câmaras do Parlamento nipónico devido, nomeadamente, a escândalos financeiros. O aliado tradicional do PLD, o partido centrista Komeito, abandonou a coligação em vigor desde 1999, incomodado com os escândalos e as opiniões conservadoras de Sanae Takaichi. Para garantir a eleição para a chefia do Governo e suceder ao primeiro-ministro cessante, Shigeru Ishiba, Takaichi formou na segunda-feira uma aliança com o Partido Japonês para a Inovação (Ishin), uma formação reformista de centro-direita. “À escandinava” A nova líder do Governo do Japão, admiradora da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, apelidada de “Dama de Ferro”, prometeu um Executivo com um número de mulheres “à escandinava”, em contraste com apenas duas na equipa do antecessor. Uma delas deverá ser Satsuki Katayama, ex-ministra da Revitalização Regional, que ocupará o cargo de ministra das Finanças, de acordo com a imprensa japonesa. O Japão está classificado em 118.º lugar entre 148 no relatório de 2025 do Fórum Económico Mundial sobre a disparidade entre os sexos e a câmara baixa do Parlamento nipónico é exemplo disso mesmo, contando com apenas 15 por cento de mulheres. Takaichi quer trazer para agenda das políticas publicas uma nova sensibilidade para as dificuldades relacionadas com a saúde das mulheres e não hesita em falar abertamente sobre os seus sintomas relacionados com a menopausa. No entanto, as suas posições políticas sobre a igualdade de género colocam-na à direita de um PLD já conservador. Por exemplo, a nova chefe do Executivo opõe-se à revisão de uma lei que obriga os casais a usarem o mesmo apelido e apoia uma sucessão imperial reservada aos homens. Takaichi também enfrentará a luta contra o declínio demográfico do Japão e a recuperação da quarta maior economia mundial. Além disso, a coligação com o Ishin representa 231 assentos no Parlamento, abaixo dos 233 necessários para a maioria absoluta, pelo que terá que negociar com outros partidos para governar. Sanae Takaichi já se manifestou a favor do aumento da despesa pública para reanimar a economia, seguindo o exemplo de seu mentor, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, e sua vitória impulsionou a Bolsa de Tóquio a atingir níveis recordes, sobretudo devido à reputação “pomba fiscal”, com a empresas a apostarem num novo ciclo de redução dos impostos. No plano externo, Takaichi também moderou o discurso sobre a China e, na semana passada, absteve-se prudentemente de visitar o santuário Yasukuni, símbolo do passado militarista japonês, agressivo contra os vizinhos do Japão. A nível interno, finalmente, a primeira mulher líder do PLD e por inerência primeira chefe de Governo nipónico tem como principal desafio recuperar a popularidade do seu partido depois de uma série de reveses eleitorais que viram a ascensão do Sanseito, um pequeno partido populista que qualifica a imigração como uma “invasão silenciosa”.
Hoje Macau China / ÁsiaDeepSeek lança modelo de IA que combina texto e imagem para reduzir custos computacionais A empresa chinesa de inteligência artificial DeepSeek apresentou um novo modelo multimodal que combina texto e informação visual para processar documentos extensos com menos recursos computacionais, anunciou ontem o jornal South China Morning Post. O sistema, denominado DeepSeek-OCR, utiliza a percepção visual como meio de compressão para reduzir significativamente o número de tokens – as unidades mínimas de texto processadas por modelos linguísticos. Segundo a empresa, o método permite reduzir o volume de texto entre sete e vinte vezes, tornando possível o processamento de grandes quantidades de informação sem aumento significativo dos custos computacionais. Disponível em código aberto nas plataformas Hugging Face e GitHub, o modelo é composto por um codificador visual (DeepEncoder) e um descodificador com arquitetura Mixture-of-Experts (MoE), com 570 milhões de parâmetros. Para além de reconhecer texto, o sistema consegue interpretar elementos visuais como tabelas, fórmulas e diagramas, o que o torna aplicável em áreas como finanças, investigação científica e análise documental. Muito à frente Nos testes publicados pela empresa, o DeepSeek-OCR superou outros modelos de reconhecimento óptico de carateres (OCR), como o GOT-OCR 2.0 e o MinerU 2.0, ao manter uma precisão de 97 por cento com compressão inferior a dez vezes. A DeepSeek garante que o sistema pode gerar mais de 200.000 páginas de dados de treino por dia utilizando apenas uma placa gráfica Nvidia A100-40G. O lançamento integra a estratégia da empresa sediada em Hangzhou de desenvolver modelos mais eficientes e de menor custo, a par dos anteriores modelos V3 e R1, focados em raciocínio e aprendizagem por reforço. A DeepSeek integra a nova geração de desenvolvedores chineses de inteligência artificial de código aberto, a par de empresas como Baidu, Tencent ou Alibaba. No entanto, especialistas alertam que as rigorosas regras de controlo de conteúdo na China podem limitar a expansão internacional destes sistemas.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Sany vai estrear-se na bolsa por 1.375 MME O fabricante chinês de maquinaria de construção Sany vai entrar na bolsa de Hong Kong em 28 de Outubro, com uma operação de 1.600 milhões de dólares, reforçando o dinamismo do mercado local. A Sany, que já está cotada em Xangai, planeia vender mais de 580 milhões de acções por um valor total de 12.360 milhões de dólares de Hong Kong, noticiou ontem a imprensa local. A empresa fabrica escavadoras, maquinaria para betão, plataformas elevatórias, equipamentos de perfuração e compactação, e pavimentadoras, ocupando actualmente o terceiro lugar no sector a nível mundial. Com 62 por cento do volume de negócios proveniente do estrangeiro, a Sany continua a considerar a China o seu principal mercado, mas alertou para os riscos decorrentes da prolongada crise no sector imobiliário chinês. De acordo com o jornal South China Morning Post, a empresa vai canalizar 45 por cento dos fundos angariados para expandir as suas vendas internacionais e a rede de assistência técnica. A mesma fonte sublinha que a próxima semana será marcada por outras três grandes ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) em Hong Kong: a CIG Shanghai, fabricante de dispositivos de conectividade, com uma operação avaliada em 595 milhões de dólares; a empresa de soluções de inteligência artificial Deepexi, com 91 milhões de dólares; e a marca de chá Bama Tea, com 58 milhões. Estes lançamentos, combinados com cerca de 290 pedidos activos para IPO registados em Setembro, colocam a bolsa de Hong Kong como uma forte candidata ao título de principal mercado mundial de estreias bolsistas em 2025. Entre as próximas estreias mais esperadas contam-se as dos dois principais operadores chineses de veículos autónomos (‘robotáxis’), Pony.ai e WeRide, que poderão captar até 2.300 e 1.100 milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump anunciou que visitará a China “no início do próximo ano” O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou segunda-feira que viajará para a China “no início do próximo ano” para se encontrar com o homólogo chinês Xi Jinping. “Fui convidado para ir à China e provavelmente irei no início do próximo ano. Está praticamente tudo organizado”, disse Trump aos jornalistas, ao lado do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, que recebeu na Casa Branca. Trump deverá encontrar-se presencialmente com Xi no final deste mês, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul, naquele que será o primeiro encontro bilateral desde 2019. O encontro esteve em risco devido às tensões entre os dois países devido aos controlos anunciados por Pequim sobre a exportação de terras raras, bem como de máquinas e tecnologias que permitem o seu refinamento e transformação. Em resposta, Trump ameaçou aumentar as tarifas a Pequim depois daquela que qualificou como uma decisão “extremamente agressiva” por parte da China. Trump também expressou segunda-feira, na mesma ocasião e na presença de jornalistas, dúvidas sobre uma possível invasão chinesa a Taiwan. “Acho que tudo vai correr bem com a China. A China não quer fazer isso”, adiantou. Paz e defesa Também segunda-feira, o líder taiwanês, William Lai, afirmou que a paz entre China e Taiwan não se alcança “com um simples acordo”, em declarações na sequência da eleição da nova líder do partido de oposição Kuomintang, favorável ao diálogo com Pequim. Num discurso dirigido a representantes da diáspora taiwanesa, Lai defendeu que tanto ele como a sua antecessora, Tsai Ing-wen (2016-2024), apostaram em “reforçar a defesa nacional”, uma vez que “a paz deve ser um ideal, mas não uma ilusão”. “A paz não pode ser obtida através de um simples acordo. Tampouco se pode alcançar a paz aceitando as propostas da China, como o chamado ‘Consenso de 1992’ ou o princípio de ‘uma só China'”, declarou, referindo-se ao entendimento tácito entre o KMT e o Partido Comunista Chinês (PCC), segundo o qual ambos reconhecem a existência de “uma só China”, embora com interpretações distintas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Acolhida entidade multilateral dedicada à mediação internacional O organismo de mediação deverá, segundo o Chefe do Executivo, John Lee, ter um estatuto semelhante ao do Tribunal Internacional de Justiça A Organização Internacional para a Mediação (IOMed) iniciou ontem formalmente actividades em Hong Kong, com representantes de mais de 30 países, afirmando-se como o primeiro organismo multilateral dedicado à mediação internacional. O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, já havia afirmado em Maio que a nova entidade teria um estatuto “análogo ao do Tribunal Internacional de Justiça”, em Haia, pelo papel como centro de resolução de disputas, o que, segundo disse, “reforçará o prestígio externo da cidade, gerará vantagens económicas e consolidará o Estado de Direito”. Durante a cerimónia de inauguração, a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da China Hua Chunying destacou que a Convenção da IOMed foi assinada, entrou em vigor e permitiu a criação formal da organização em apenas cinco meses, o que considerou um “recorde histórico” e prova do apoio internacional à iniciativa, segundo o jornal oficial Diário do Povo. Ligada à Iniciativa para a Governação Global promovida por Pequim, a nova organização “promove a conciliação, a equidade e a cooperação, dando um impulso construtivo para uma comunidade internacional mais integrada”, afirmou Hua. O Governo local salientou que, num contexto internacional de incerteza e tensões, a mediação ganha relevância como mecanismo para preservar relações e fomentar o diálogo. “Hong Kong, com profissionais altamente qualificados, vai liderar esta tarefa”, declarou John Lee. Trata-se do primeiro organismo intergovernamental dedicado exclusivamente à mediação de litígios transnacionais, oferecendo mecanismos próprios de resolução de disputas, promovendo métodos actualizados e acolhendo encontros internacionais, com atenção especial aos países em desenvolvimento. Marco jurídico A IOMed procurará ainda cooperar com outras entidades multilaterais, conforme estipulado na Convenção assinada em Maio. A jurista de Hong Kong Teresa Cheng, antiga secretária da Justiça (2018–2022) e especialista em arbitragem internacional, foi nomeada secretária-geral da organização. Louis Chen, da Fundação de Intercâmbio Jurídico de Hong Kong, classificou a inauguração como “um marco para a cultura jurídica”, sublinhando que a nova entidade “combina diferentes sistemas normativos, oferece soluções acessíveis e reforça a arquitectura legal global”. A região administrativa especial chinesa, que opera segundo o princípio “Um país, dois sistemas”, procura afirmar-se como ponte entre a Ásia e o resto do mundo. Segundo o professor Willy Fu, da Associação Chinesa de Estudos sobre Hong Kong e Macau, a independência judicial e o elevado número de profissionais bilingues tornam a cidade “um ambiente ideal para tratar disputas multiculturais”. A IOMed apresenta-se assim como a primeira entidade multilateral vocacionada exclusivamente para a mediação em litígios internacionais, alinhada com os princípios da Carta das Nações Unidas, num contexto global marcado por tensões crescentes e pelo questionamento dos canais tradicionais de resolução de conflitos. A criação da organização coincide com críticas ao custo e à morosidade de mecanismos como o sistema de resolução de litígios da Organização Mundial do Comércio (OMC) ou os processos de arbitragem no investimento internacional.
Hoje Macau China / ÁsiaKhamenei diz a Trump que está a “sonhar” se acha que destruiu as instalações nucleares do Irão O líder supremo do Irão, ‘ayatollah’ Ali Khamenei, afirmou ontem que o Presidente norte-americano, Donald Trump, está “a sonhar” se acredita que os Estados Unidos destruíram as instalações nucleares iranianas. Em Junho passado, no âmbito de um conflito entre Israel e o Irão que durou 12 dias, os Estados Unidos juntaram-se ao aliado israelita nas operações de bombardeamento a alegadas infraestruturas nucleares do regime iraniano. “Isso é óptimo, continuem a sonhar!”, afirmou o líder iraniano, referindo-se às repetidas alegações de Trump de que o programa nuclear de Teerão foi “totalmente destruído”. “Quem julga que é para dizer que um país deve ou não ter [o direito] à energia nuclear?”, perguntou Khamenei durante um encontro com atletas na capital iraniana. No sábado, o Irão anunciou que já não estava vinculado às restrições do seu programa nuclear definidas num acordo internacional concluído há 10 anos, que expirou nesse mesmo dia, reiterando, no entanto, o seu compromisso com a diplomacia. Este acordo, assinado em 2015 pelo Irão, França, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Rússia e China, visava regular as actividades nucleares da República Islâmica em troca do levantamento das sanções da ONU, que pesavam fortemente sobre a economia iraniana. A data do fim do prazo do documento tinha sido fixada para 18 de Outubro de 2025, exactamente 10 anos após o texto ter sido aprovado pela ONU através da resolução 2231. O acordo limitava o enriquecimento de urânio do Irão a 3,67 por cento e previa a supervisão rigorosa das atividades nucleares pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o organismo de supervisão nuclear da ONU. Apesar de o negar, o Irão é frequentemente acusado pelo Ocidente e por Israel, um inimigo declarado de Teerão, de desenvolver secretamente armas nucleares. A partir de agora, “todas as disposições [do acordo], incluindo as restrições ao programa nuclear do Irão e mecanismos relacionados, são consideradas encerradas”, escreveu no sábado o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano. Com história O acordo já tinha sido alvo de vários reveses. Em 2018, durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump, os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do acordo e restabeleceram sanções contra o Irão. Em retaliação, Teerão retirou-se gradualmente de certos compromissos estabelecidos no acordo. Segundo a AIEA, o Irão é o único país sem armas nucleares a enriquecer urânio a um nível elevado (60 por cento), próximo do limite técnico dos 90 por cento, necessário para o fabrico de uma bomba atómica. Teerão suspendeu também toda a cooperação com a AIEA em Julho, após a guerra de 12 dias desencadeada por Israel. Os Estados Unidos também realizaram ataques contra algumas instalações nucleares iranianas durante esse conflito e, em retaliação, Teerão lançou mísseis e drones contra Israel. O conflito pôs fim a uma série de negociações indirectas entre os Estados Unidos e o Irão sobre o programa nuclear iraniano, que estavam em curso desde Abril. Posteriormente, e por iniciativa da França, do Reino Unido e da Alemanha, a ONU restabeleceu as sanções contra o Irão no final de Setembro, suspensas há 10 anos. O fim do acordo nuclear torna as sanções “nulas e sem efeito”, afirmou o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, numa carta enviada no sábado à ONU. Ainda assim, acrescentou, “o Irão expressa firmemente o seu compromisso com a diplomacia”.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | PLD preparado para assinar acordo de coligação O Partido Liberal Democrático (PLD, direita), no poder no Japão, estava ontem em vias de assinar um acordo de coligação, abrindo caminho para que Sanae Takaichi se torne a primeira mulher a governar o país. “Hoje (ontem), vamos assinar um acordo para lançar uma coligação governamental. Às 18:00 (hora de Tóquio, 09:00 TMG) vamos formalizá-lo”, indicou Hirofumi Yoshimura, co-líder do Partido da Inovação do Japão (JIP), formação reformista da oposição de centro-direita. Este partido da oposição associa-se ao poderoso Partido Liberal Democrático (PLD, direita conservadora), no poder, em turbulência desde a implosão da tradicional coligação com o pequeno aliado centrista, Komeito. Sanae Takaichi, 64 anos e com posições ultraconservadoras, parecia estar no bom caminho para substituir o primeiro-ministro cessante Shigeru Ishiba, quando assumiu a liderança do PLD a 04 de Outubro, após uma votação interna. Mas a retirada do Komeito da coligação governamental, após 26 anos de apoio, mergulhou o Japão numa crise política, e o PLD intensificou as discussões com vista a formar uma aliança alternativa. Os principais meios de comunicação japoneses davam ontem como certo o acordo de coligação entre o PLD e o JIP para permitir que Takaichi, a primeira mulher à frente do partido governante, conquiste a vitória na votação parlamentar desta terça-feira, que a deverá eleger como sucessora de Shigeru Ishiba à frente do Executivo. O acordo agendado para ontem à tarde põe fim a mais de uma semana de profunda incerteza política no Japão, após a saída do partido budista Komeito da coligação que mantinha com o PLD há mais de 26 anos. A votação parlamentar para a nomeação da nova liderança do Governo nipónico será realizada alguns dias antes da visita prevista do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao país no final do mês.
Hoje Macau China / ÁsiaASEAN | Entrada de Timor-Leste é reconhecimento de que já não é um país frágil O presidente do Futuros Alternativos – Instituto de Políticas e Assuntos Internacionais, Fidélis Magalhães, afirmou ontem que a adesão de Timor-Leste à Associação das Nações do Sudeste Asiático serve como reconhecimento de que o país já não é frágil. Timor-Leste vai tornar-se no próximo dia 26 deste mês, durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se vai realizar em Kuala Lumpur, na Malásia, o 11.º estado-membro da organização, 14 anos depois de ter apresentado o pedido de admissão. Questionado sobre os objectivos de Timor-Leste com a adesão à organização, Fidélis Magalhães considerou que o principal é ter um “reconhecimento dos países-membros de que Timor-Leste é um país soberano e independente”. “Também pode servir como uma garantia da sua integridade, da soberania timorense no futuro. Para ter uma segurança e um compromisso dos países-membros de não ingerência, de não intervenção. Finalmente, Timor-Leste é reconhecido como um país soberano e independente na sua própria região”, salientou o analista. A antiga colónia portuguesa restaurou a sua independência em 20 de Maio de 2002, após ter sido ocupada pela Indonésia, país fundador da ASEAN, em 07 de Dezembro de 1975, nove dias depois de ter declarado unilateralmente a independência de Portugal, em 28 de Novembro de 1975.