Japão lança alerta seus cidadãos sobre possível ataque terrorista no sudeste asiático

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão pediu ontem aos seus cidadãos que estão em seis países do sudeste asiático para se manterem longe de locais religiosos ou de multidões, alertando para um possível ataque terrorista.

O Ministério disse ter obtido informações de que “há um risco crescente, nomeadamente de atentados suicidas”. O aviso aplica-se a cidadãos japoneses na Indonésia, Filipinas, Singapura, Malásia, Tailândia e Myanmar. O conselho foi recebido com perplexidade em várias dessas nações, que disseram não ter conhecimento de tal ameaça ou detalhes do Japão quanto à fonte sua fonte de informação.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, Tanee Sangrat, disse que o Japão não revelou a origem do aviso e que a embaixada japonesa não forneceu mais detalhes além de dizer que tais conselhos “não eram somente para a Tailândia”.

As agências de segurança tailandesas não têm informações sobre uma possível ameaça, disse o porta-voz adjunto da polícia, Kissana Pathanacharoen.

Da mesma forma, o departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas disse não ter conhecimento de qualquer informação sobre um nível elevado de ameaça.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Teuku Faizasyah, negou que qualquer alerta tenha sido enviado aos cidadãos japoneses no país.

No breve comunicado, o Japão exortou aos seus cidadãos a prestarem muita atenção às notícias e informações locais e serem cautelosos “neste momento”, mas não forneceu outros detalhes.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão recusou-se a fornecer a fonte da informação ou dizer se esta foi compartilhada com outros países. O comunicado foi enviado às embaixadas nos países em questão para distribuição aos cidadãos japoneses.

14 Set 2021

China planeia desmantelar ‘app’ Alipay, detida pelo grupo Alibaba

A China planeia desmantelar o Alipay, popular carteira digital afiliada ao grupo Alibaba, e criar um serviço separado para concessão de crédito, numa altura em que combate práticas monopolistas no setor digital, avançou ontem o Financial Times.

As autoridades querem dividir o Alipay em duas entidades separadas: uma para pagamentos eletrónicos e outra específica para o lucrativo negócio de concessão de crédito ‘online’, indicou o jornal.

O Ant Group também terá de ceder os dados dos utilizadores relativos a pedidos de crédito a uma agência de classificação de crédito, em parte detida pelo Estado, avançou a mesma fonte.

As autoridades chinesas lançaram, nos últimos meses, uma campanha, visando conter o que consideram um desenvolvimento “desordenado” da economia, que levou a que as ações das empresas chinesas do setor da Internet afundassem.

O Ant Group, a subsidiária do grupo Alibaba que detém o Alipay, foi o primeiro alvo dos reguladores, que desde então estenderam a campanha a outros setores, incluindo ensino, entretenimento, jogos de computador ou imobiliário. No final de 2020, Pequim suspendeu a entrada em bolsa do Ant Group.

O Alibaba, grupo fundado pelo bilionário Jack Ma, foi posteriormente multado em 2,3 mil milhões de euros, por abuso da sua posição dominante.

O Alipay é uma aplicação essencial na China, onde o dinheiro físico praticamente desapareceu e a grande maioria dos pagamentos são feitos através de carteiras digitais instaladas no telemóvel.

O Alipay domina o mercado em conjunto com o seu concorrente WeChat Pay, do grupo Tencent. As autoridades têm sido particularmente intransigentes, nos últimos meses, contra práticas até então amplamente toleradas e generalizadas em vários setores dinâmicos da economia chinesa.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China alertou também hoje os gigantes digitais contra o bloqueio de ligações entre serviços concorrentes e impedimentos à interoperabilidade. Na China, por exemplo, certos sistemas de pagamento são excluídos das ‘apps’ de comércio eletrónico de grupos rivais.

As plataformas de vídeo bloqueiam também a partilha de conteúdo em redes sociais concorrentes. O regulador de mercado chinês anunciou, no mês passado, que está a considerar fortalecer a legislação nestas questões.

14 Set 2021

Sampaio: Xi Jinping envia condolências pela morte de “amigo da China”

O Presidente da China, Xi Jinping, expressou ontem condolências à família de Jorge Sampaio, numa nota enviada à agência Lusa, recordado o antigo chefe de Estado português como um “amigo da China”. Xi recordou as “contribuições positivas” de Sampaio para o desenvolvimento das relações entre a China e Portugal.

“A China expressa profundas condolências pela infeliz morte de [Jorge] Sampaio”, lê-se na mesma nota, enviada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Jorge Sampaio presidiu à transferência do exercício da soberania de Macau para a República Popular da China, em 20 de dezembro de 1999, ao lado do então Presidente chinês Jiang Zemin.

Na altura, o antigo chefe de Estado português destacou a importância da Declaração Conjunta Luso-Chinesa, assinada em 1987 entre os dois países, com “o compromisso firme de que os habitantes do território continuarão a gozar dos direitos, liberdades e garantias que são património da sua maneira de viver e fizeram a singularidade e a prosperidade” de Macau.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu na sexta-feira aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias.

O velório e o funeral, com honras de Estado, realizaram-se no domingo, antecedidos por uma homenagem nacional no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.

Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.

14 Set 2021

Coreia do Norte efectua teste com “novo míssil de cruzeiro de longo alcance”

A Coreia do Norte efectuou com sucesso um teste com um novo “míssil de cruzeiro de longo alcance” durante este fim de semana, anunciou ontem a agência oficial KCNA.

Os disparos do teste, efetuado no sábado e no domingo, decorreram na presença de altos responsáveis norte-coreanos, indicou a agência, que também confirmou o sucesso dos ensaios. Os mísseis percorreram uma trajetória de 1.500 quilómetros, antes de atingirem o seu alvo, não especificado pela KCNA.

Diversas resoluções do Conselho de Segurança da ONU proíbem a Coreia do Norte de prosseguir os seis programas de armamento nuclear e de mísseis balísticos.

Apesar de atingido por múltiplas sanções internacionais, o país reforçou nos últimos anos as suas capacidades militares sob a direção de Kim Jong Un.

A Coreia do Norte procedeu a diversos ensaios nucleares e testou com sucesso mísseis balísticos com capacidade de atingirem os Estados Unidos.

13 Set 2021

Timor-Leste decreta luto nacional durante três dias pela morte de Jorge Sampaio

O Governo timorense decretou hoje luto nacional durante três dias pela morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, considerando-o uma “personalidade de excecional relevância na defesa do povo e dos valores constitucionais timorenses”.

A decisão foi anunciada pelo Conselho de Ministros de Timor-Leste, que deliberou decretar o luto nacional pela morte de Jorge Sampaio “em todo o território nacional, pelo período de três dias, até às 07:59 [horas locais] do dia 16 de setembro”, após uma reunião extraordinária.

Durante esse período, a bandeira nacional do país estará a meia haste “nos lugares de uso obrigatório, incluindo nas missões diplomáticas”, segundo o comunicado do Conselho de Ministros.

Na nota, o Governo timorense considerou que Jorge Sampaio, falecido na sexta-feira e sepultado no domingo, com honras de Estado, em Lisboa, “foi uma personalidade de excecional relevância na defesa do povo e dos valores constitucionais timorenses”.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, afirmou que Jorge Sampaio “entrou para a história” como o Presidente que “muito contribuiu” para a independência de Timor-Leste, “da qual foi testemunha como convidado de honra na cerimónia que se realizou no dia 20 de maio de 2002”.

O chefe do Governo timorense recordou que foi durante os dois mandatos do antigo Presidente português (1996-2006) que “o mundo acordou para a repressão Indonésia”, e salientou que Jorge Sampaio “sempre aproveitou todos os palcos internacionais para exercer fervoroso apoio e ativismo em favor da causa timorense na sua luta pelo direito à autodeterminação e independência”.

Taur Matan Ruak acrescentou que Sampaio “será lembrado no mundo como uma figura maior de causas e de liberdade e reconhecido como um Grande Amigo de Timor-Leste e dos Timorenses”.

No sábado, o Presidente timorense, Francisco Guterres Lú Olo, considerou que o antigo chefe de Estado português foi um “lutador incansável pela liberdade e democracia” e um homem “íntegro e humano em todas as causas em que se empenhou”, exprimindo ainda “a gratidão e reconhecimento” por “tudo quanto Jorge Sampaio fez por Timor-Leste”.

Em 2016, e após ter reconhecido a “solidariedade e o apoio ativo” de Jorge Sampaio na luta pela independência, o Estado timorense condecorou-o “com o maior galardão do Estado, o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste”.

A condecoração foi entregue pelo atual primeiro-ministro, então chefe do Estado timorense, em Lisboa.

Na altura, Taur Matan Ruak manifestou “o profundo reconhecimento pelo humanismo, as inúmeras expressões de solidariedade e o apoio ativo com que, ao longo dos anos, alimentaram a luta pela liberdade, autodeterminação e independência de Timor-Leste”.

Na última visita oficial a Timor-Leste, em 2006, o Parlamento Nacional atribuiu a Sampaio o título de Cidadão Honorário da República Democrática de Timor-Leste.

Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu na sexta-feira, aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias. O funeral, com honras de Estado, realizou-se no domingo, antecedido por uma homenagem nacional no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

13 Set 2021

EUA | Xi Jinping adverte que mundo sofrerá em caso de confronto

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ao homólogo norte-americano, Joe Biden, numa conversa telefónica, que os dois países e o mundo “sofrerão” em caso de confronto entre a China e os Estados Unidos

 

“Quando a China e os Estados Unidos trabalham juntos, os países e o mundo beneficiam, mas ambos os países e o mundo sofrerão se os dois países se confrontarem”, sublinhou Xi, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. “A política dos EUA em relação à China tem causado sérias dificuldades ao relacionamento” entre as duas potências, acrescentou o secretário-geral do Partido Comunista Chinês.

Foi a segunda conversa por telefone entre os líderes das duas maiores economias do mundo, desde que Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos, no início do ano.

Em comunicado, a Casa Branca disse que os “dois líderes tiveram uma discussão ampla e estratégica, na qual abordaram áreas em que os interesses convergem e áreas em que os interesses, valores e perspectivas divergem”.

Os Estados Unidos manifestaram vontade que os dois lados possam trabalhar juntos em questões de interesse mútuo, incluindo as alterações climáticas e a prevenção de uma crise nuclear na península coreana, apesar das crescentes diferenças.

Antes da conversa por telefone, um responsável do executivo norte-americano, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), disse que a Casa Branca não estava satisfeita com os contactos iniciais com Pequim.

O responsável, que pediu o anonimato, disse que a Casa Branca esperava que uma conversa entre os dois líderes fosse benéfica.

Acertar agulhas

O comunicado emitido pela diplomacia chinesa destacou que “ambos os líderes mantiveram uma comunicação estratégica sincera, ampla e profunda, e abordaram as relações bilaterais e questões pendentes de interesse comum”.

“A comunidade internacional enfrenta muitos problemas comuns. A China e os EUA devem assumir maiores responsabilidades e continuar a olhar em frente e demonstrar valor estratégico e político”, acrescentou Xi Jinping, de acordo com a mesma nota. Xi citou em particular as iniciativas chinesas para combater as alterações climáticas, dias após a visita à China do enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry.

Xi e Biden “concordaram em manter uma comunicação regular por meio de vários canais”, no âmbito das questões do clima, enquanto orientam responsáveis dos respectivos governos, em diferentes níveis e áreas, para fazerem o mesmo, destacou o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, alertou John Kerry que a deterioração das relações entre os dois países pode prejudicar a cooperação na questão do clima. Wang disse a Kerry que a cooperação não pode ser separada do relacionamento mais amplo e pediu aos EUA que tomem medidas para melhorarem os laços.

13 Set 2021

Filipinas elevam para 17 número de mortos causados pela passagem do tufão Conson

As autoridades filipinas elevaram hoje para 17 o número de mortos causados pela passagem do tufão Conson, que atualmente se encontra sob a região central do Vietname, depois de ter passado a tempestade tropical.

O conselho de gestão e redução do risco de desastres das Filipinas indicou, na última utilização que sete pessoas continuam desaparecidas e que pelo menos 24 ficaram feridas. O balanço das autoridades, na sexta-feira, dava conta de 14 mortos, 20 feridos e sete desaparecidos.

Quase nove mil edifícios e 168 estradas ficaram danificados com a ação do Conson, nas províncias centrais do arquipélago filipino, entre terça e quinta-feira, e perdas avaliadas em 630 milhões de pesos, disse.

As autoridades filipinas acrescentaram que mais de 29.800 pessoas continuam refugiadas nos centros de acolhimento ou em casas de familiares e próximos.

Por seu lado, o Vietname emitiu alertas devido ao possível risco de ventos fortes e chuvas torrenciais desencadeados pelo Conson.

No sábado, um outro tufão, o Chanthu, passou pelo extremo sul do arquipélago filipino sem causar grandes danos ou vítimas mortais, indicou o conselho.

O Chanthu encontra-se hoje perto da costa leste de Taiwan, onde o vento e a chuva forte estão a causar perturbações nos transportes e no fornecimento de eletricidade.

As Filipinas são atingidas, em média, por 20 tufões todos os anos. O mais destrutivo foi o supertufão Haiyan que, em novembro de 2013, atingiu as ilhas Samar e Leyte, deixando sete mil mortos e 200 mil famílias desalojadas.

O arquipélago, muito vulnerável às alterações climáticas, assenta no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, zona onde se regista 90% da atividade sísmica e vulcânica do planeta.

12 Set 2021

ONU diz que fecho de escolas no sul da Ásia privou de educação 434 milhões de crianças

O encerramento de escolas há mais de um ano, devido à pandemia do novo coronavírus, privou de educação 434 milhões de crianças no sul da Ásia, acentuando “desigualdades alarmantes”, alerta a UNICEF num relatório publicado ontem.

Antes da pandemia, quase 60% das crianças do sul da Ásia “com idades próximas dos 10 anos” não conseguiam ler ou entender um texto básico, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

O encerramento prolongado das escolas nesta região desde o início da pandemia do SARS-CoV-2 “piorou uma situação que já era precária”.

“Raparigas, crianças de famílias mais desfavorecidas e crianças com deficiências têm enfrentado as maiores dificuldades em termos de ensino à distância”, declarou a agência da ONU.

Na Índia, 80% dos jovens de 14 a 18 anos entrevistados disseram que aprenderam menos do que quando frequentavam as aulas presenciais, de acordo com o relatório.

Cerca de 42% das crianças de 6 a 13 anos entrevistadas afirmaram não ter tido acesso ao ensino à distância.

Deepu Singh, um proprietário de quinta no Estado de Jharkhand, no leste da Índia, espera que as escolas reabram em breve, sobretudo por causa dos seus filhos, que não vão às aulas desde que a escola encerrou no ano passado e não têm acesso à internet.

“O futuro deles está em jogo. Quero que frequentem a escola”, disse Singh à agência de notícias AFP.

“Eu não posso fazer nada. Tenho que colocar comida na mesa. Não posso pagar um telemóvel”, disse o agricultor.

No Paquistão, 23% das crianças pequenas não têm acesso a nenhum dispositivo eletrónico para usufruir do ensino a distância, segundo o relatório, especificando que quando esse equipamento está ao alcance, apenas 24% consegue utilizar a tecnologia.

No Sri Lanka, 69% dos pais de alunos do ensino fundamental entrevistados observaram que os seus filhos aprenderam “menos” ou “muito menos”.

“Mesmo quando uma família tem acesso à tecnologia, as crianças nem sempre são capazes de a utilizar”, disse George Laryea-Adjei, diretor regional do UNICEF, num comunicado, acrescentando que, “portanto, as crianças estão a sofrer grandes atrasos em sua jornada de aprendizagem”.

A agência da ONU apelou aos professores para avaliarem o nível de aprendizagem dos seus alunos e garantir que estes se atualizem instituindo um período de “recuperação do aprendizado”.

O UNICEF também pede aos governos que dêem prioridade à vacinação dos professores e um treino específico para que possam entrar em contacto com crianças que não têm acesso à tecnologia.

Rajani KC, professor no Nepal, acredita que métodos alternativos ainda não são eficazes para garantir uma aprendizagem eficaz. “Estamos em uma situação perigosa. Se a pandemia continuar e o setor universitário perder mais anos, que tipo de recursos humanos o país se beneficiará?”, perguntou Rajani KC.

10 Set 2021

Japão | Agência internacional vai controlar libertação de água da central de Fukushima

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) vai controlar a segurança da libertação no mar de água processada da central nuclear japonesa de Fukushima Daiichi, prevista para 2023, anunciou aquela agência da ONU.

A AIEA reunirá conselhos de peritos, incluindo da China e da Coreia do Sul, dois países vizinhos do Japão que criticaram a decisão de Tóquio, disse a diretora-geral adjunta da agência, Lydie Evrard, numa conferência de imprensa ‘online’.

Esta revisão “abrangente e objetiva” incluirá “várias missões e visitas técnicas nos próximos meses e anos”, acrescentou Evrard, citada pelas agências France-Presse e EFE.

Mais de um milhão de toneladas de água da chuva, de leitos subterrâneos ou injetada para arrefecer os núcleos dos reatores que derreteram após o tsunami de 2011 estão armazenadas em mil tanques no local da central, cuja capacidade está prestes a esgotar-se.

Esta água já foi tratada para retirar a maior parte das suas substâncias radioativas (radionuclídeos), mas não o trítio, que não pode ser removido com a tecnologia atual.

De acordo com o Governo japonês, a água que será lançada no mar é tão segura que até cumpriria as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS) relativas à água potável.

A decisão do Governo japonês gerou uma forte oposição da comunidade pesqueira de Fukushima (Nordeste do Japão), que teme novos danos à sua atividade, bem como protestos de países vizinhos como a Coreia do Sul e a China.

O plano do Governo do Japão foi anunciado em abril deste ano, e mereceu a aprovação da AIEA, com sede em Viena.

A AIEA “emitirá um relatório com os resultados da sua avaliação” antes do derrame e baseará a sua análise “nos mais elevados padrões de segurança”, disse Evrard numa reunião virtual com os jornalistas durante a visita preliminar, que termina na sexta-feira.

Evrard evitou comentar as queixas de Pequim e Seul e das comunidades locais em Fukushima, mas observou que a equipa de peritos internacionais que participam nos estudos incluirá especialistas chineses e sul-coreanos.

“Escutaremos diferentes preocupações e tê-las-emos em conta”, disse, enfatizando que o principal objetivo das missões da AIEA é “criar uma avaliação tão completa quanto possível da segurança” da medida.

A diretora-geral adjunta da AIEA recordou que as descargas de água no mar a partir de centrais nucleares são uma “prática frequente” de outros países.

Admitiu, no entanto, que a presença de trítio na descarga planeada e a utilização da água para arrefecer os reatores é uma particularidade no caso japonês.

O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão disse que a AIEA irá examinar a “caracterização radiológica” da água, os processos previstos para a sua descarga no mar e o impacto sobre o ambiente e a saúde.

A China e a Coreia do Sul consideram que a água da central representará um risco para a saúde humana e o ambiente, e protestaram oficialmente junto do Governo do Japão sobre os seus planos.

O Japão vê esta libertação controlada como um passo indispensável no processo de desativação da central de Fukushima, uma região que ainda sofre as consequências devastadoras do acidente nuclear de 2011, incluindo dezenas de milhares de pessoas ainda deslocadas e o colapso da pesca e da agricultura locais.

10 Set 2021

Japão estende estado de emergência até final de Setembro

O Japão anunciou ontem o prolongamento até final de Setembro do estado de emergência devido ao coronavírus em Tóquio e 18 outras áreas, porque o sistema de saúde continua sob forte pressão, embora os contágios tenham diminuído ligeiramente.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Yoshihide Suga, que adiantou que o número de casos graves de covid-19 continua alto, sobrecarregando os hospitais.

A medida visa ainda reduzir a movimentação de pessoas face a feriados no final do mês, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

O actual estado de emergência, que deveria terminar no domingo, foi decretado inicialmente em Okinawa em Maio e foi sendo alargado e prolongado. No entanto, as medidas, sobretudo voluntárias, são cada vez mais ignoradas por uma população exausta.

No Japão o estado de emergência não implica o confinamento, pedindo-se às pessoas que reduzam as saídas, recorram se possível ao teletrabalho e evitem as concentrações.

As restrições afectam sobretudo bares e restaurantes, que não devem servir bebidas alcoólicas e fecham mais cedo.
Além de Tóquio e arredores, continuam sob o estado de emergência Hokkaido, Osaka, Aichi e Fukuoka, mas as autoridades já estudam o alívio das restrições que esperam aplicar em Novembro, quando se prevê que esteja vacinada a maioria da população.

De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, mais de 62,5 milhões de pessoas (49,4 por cento da população japonesa) já receberam as duas doses da vacina.

10 Set 2021

Activistas de Hong Kong declaram-se culpados de participarem em vigília sobre Tiananmen

Doze activistas pró-democracia de Hong Kong declararam-se hoje culpados de participarem numa vigília não autorizada para assinalar o chamado “massacre de Tiananmen”.

Os 12 foram acusados de participarem na vigília não autorizada em 04 de junho do ano passado, quando milhares de habitantes de Hong Kong acenderam velas e entoaram cânticos, apesar dos avisos da polícia de que poderiam estar a infringir a lei. Sete deles foram também acusados de incitarem outros a integrarem a iniciativa.

Devido à pandemia de covid-19, as autoridades de Hong Kong alegaram riscos para a saúde pública para proibir nos dois últimos anos as habituais vigílias que assinalavam o aniversário da repressão chinesa contra manifestantes na Praça Tiananmen em Pequim, em 1989, que resultou num número indeterminado de mortos.

Activistas e oposição ao Governo de Hong Kong criticaram a proibição, argumentando que esta faz parte de uma repressão contínua contra a dissidência no território semiautónomo chinês, após meses de protestos antigovernamentais em 2019.

Macau e Hong Kong eram os dois únicos locais na China em que se assinalava, publicamente, a data. Mas, tal como em Hong Kong, as autoridades também proibiram o evento.

Entre os activistas que se declararam culpados contam-se o advogado Albert Ho, os antigos legisladores Eddie Chu e Figo Chan, e um antigo líder da Frente Cívica de Direitos Humanos, movimento conhecido por ter promovido as maiores manifestações pró-democracia em Hong Kong.

Os 12 réus enfrentam agora uma pena que pode ir até aos cinco anos de prisão. Os activistas fazem parte de um grupo maior de detidos em 04 junho. Alguns deles, incluindo o fundador do Apple Daily, Jimmy Lai, declararam-se inocentes.

Já o activista Joshua Wong, assim como três outros, também acusados de reunião ilegal na vigília de 04 de junho do ano passado, já se tinham declarado culpados em abril deste ano, tendo sido condenados a penas de prisão entre quatro e dez meses.

9 Set 2021

Coreia do Norte assinala fundação com desfile militar de madrugada

Os meios de comunicação estatais da Coreia do Norte anunciaram hoje a realização de um desfile militar em Pyongyang, ao início da madrugada, para celebrar o 73.º aniversário da fundação do país.

O desfile, aparentemente em menor escala do que noutras ocasiões, contou com a presença do líder norte-coreano, Kim Jong-un, embora aparentemente não tenha proferido um discurso durante a celebração, de acordo com a agência noticiosa estatal KCNA e pelo jornal Rodong.

Como de costume, Kim presidiu ao evento a partir de uma varanda no extremo ocidental da praça Kim Il-sung, ladeado pelos outros quatro membros da presidência do politburo do partido único, incluindo o militar Pak Jong-chon, que foi recentemente nomeado para o poderoso órgão. Nem a KCNA, nem o Rodong publicaram fotografias de mísseis ou fizeram qualquer menção a tais armas.

A Coreia do Norte, que celebra a Fundação da República, escolheu no passado desfiles militares na capital norte-coreana para exibir novo armamento, incluindo mísseis balísticos.

Contudo, alguns analistas consideraram improvável que o regime apresentasse armamento pesado nesta ocasião, dada a curta duração do desfile, apenas uma hora, e depois de imagens de satélite não mostrarem a presença de grandes veículos militares nos ensaios da celebração.

Horas antes de os meios de comunicação social norte-coreanos terem noticiado o desfile, os serviços secretos militares da Coreia do Sul detetaram atividade, indicando que o desfile militar tinha começado em Pyongyang após a meia-noite.

“Os detalhes específicos [do desfile] estão a ser analisados em estreita cooperação entre os serviços secretos sul-coreanos e norte-americanos”, disse um porta-voz dos Chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

O desfile realizou-se quando Pyongyang parece ter reativado as instalações que utiliza para produzir combustível nuclear, enquanto as conversações de desnuclearização com os Estados Unidos, que recentemente propuseram um regresso incondicional à mesa de negociações, estão suspensas desde 2019.

9 Set 2021

China doa 26 milhões de euros ao Afeganistão e alerta para infiltração de terroristas

A China anunciou que vai doar a Cabul o equivalente a 26 milhões de euros, em cereais e vacinas contra a covid-19, e alertou para o perigo de grupos terroristas que possam escapar do Afeganistão para países vizinhos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reuniu na quarta-feira com os seus homólogos de todos os países vizinhos do Afeganistão, num encontro presidido pelo chefe da diplomacia do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, informou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua.

Também participaram da reunião os ministros dos Negócios Estrangeiros do Irão, Tajiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão, todos países que, junto com a China e o Paquistão, fazem fronteira com o Afeganistão.

Wang afirmou que “algumas forças terroristas internacionais com base no Afeganistão planeiam infiltrar-se em países vizinhos”.

“Pedimos aos Talibã que rompam completamente as suas relações com todas as forças extremistas. Todas as partes devem aumentar os esforços para compartilhar inteligência e controlar as fronteiras e prender imediatamente grupos terroristas que chegam do Afeganistão, de forma a garantir a estabilidade regional”, disse.

O ministro chinês também mencionou os desafios que o país da Ásia Central enfrenta e garantiu que os “países vizinhos, mais do que ninguém, querem ajudar o Afeganistão a sair do caos” e devem encorajar os Talibã a “cooperar com todos os grupos étnicos e construir uma estrutura política inclusiva”.

“Respeitando a integridade territorial e a soberania do Afeganistão”, os países vizinhos devem “exercer uma influência positiva” sobre o país, defendeu Wang Yi.

O chefe da diplomacia chinesa observou que os “Estados Unidos e os seus aliados são quem mais deve fornecer assistência humanitária ao Afeganistão”.

“Os EUA e os seus aliados têm a responsabilidade principal pelo problema dos refugiados afegãos. Eles devem fornecer a compensação necessária às nações que desejam receber refugiados”, disse.

Wang expressou a sua satisfação com as recentes declarações dos Talibã, que prometeram formar um governo, lutar contra o terrorismo e manter relações amigáveis com todos os vizinhos, mas alertou que a “chave é transformar essas palavras em ações concretas”.

A representação chinesa no encontro propôs aos vizinhos do Afeganistão várias áreas nas quais eles poderiam cooperar: combate à pandemia, gestão de refugiados, assistência humanitária e cooperação antiterrorismo e anti tráfico de droga.

Wang disse que a China trabalhará com os países da região para ajudar o Afeganistão a reconstruir a sua economia e sociedade, além de combater grupos terroristas e o comércio ilegal de drogas.

Os ministros concordaram em institucionalizar as suas futuras reuniões para continuar a cooperação nestes assuntos, de acordo com o ministro chinês.

No final de julho passado, Wang Yi recebeu uma delegação dos Talibã na cidade de Tianjin, no nordeste da China.

Segundo o comunicado divulgado então pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang disse que os Talibã são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão e expressou esperança de que terão um “papel significativo no processo de paz”.

9 Set 2021

Pequim enaltece formação de governo no Afeganistão

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês congratulou-se com a formação do governo dos talibãs que, segundo Pequim, vem pôr fim à anarquia vivida no país nas últimas três semanas

 

A China destacou ontem a importância da formação de um governo provisório pelos talibãs, no Afeganistão, afirmando que põe fim a “mais de três semanas de anarquia” no país da Ásia Central.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin indicou que a formação de um governo é “um passo necessário para restaurar a ordem no Afeganistão e a reconstrução após a guerra”.

Wang confiou que o “Afeganistão criará um governo aberto e inclusivo, lutará com firmeza contra o terrorismo e manterá boas relações com os seus vizinhos”.

Pequim “respeita a independência e apoia a escolha do povo afegão de acordo com a sua situação nacional”, disse.
No final de Julho passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, recebeu uma delegação de líderes dos talibãs, na cidade de Tianjin, no nordeste da China.

De acordo com o texto sobre o encontro publicado então pelo Ministério, Wang disse que os talibãs são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão e expressou a sua esperança de que o grupo desempenhe um “papel importante no processo de paz”.

Aos seus lugares

O gabinete provisório, anunciado na terça-feira pelos talibãs, é chefiado por Mohammad Hassan Akhund, anunciou o principal porta-voz dos talibãs, mais de três semanas depois da tomada do poder pelo movimento extremista islâmico.

O co-fundador dos talibãs Abdul Ghani Baradar será o número dois do novo executivo, precisou Zabihullah Mujahid numa conferência de imprensa em Cabul.

Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, o ‘mullah’ Hassan Akhund chefiou o Governo dos talibãs durante os últimos anos do seu anterior regime (1996-2001) e o ‘mullah’ Baradar, que liderou as negociações com os Estados Unidos e assinou o acordo para a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, é um dos seus dois adjuntos.

9 Set 2021

Reaberto arranha-céus na China que oscilou por três vezes

O SEG Plaza, arranha-céus da cidade de Shenzhen, no sudeste da China, que tremeu repetidamente em maio, vai poder voltar a “funcionar normalmente”, a partir de hoje, informou o Governo local.

O SEG Plaza tremeu por, pelo menos, três vezes, entre 18 e 20 de maio, levando à evacuação do local, sem que tenham ocorrido movimentos sísmicos. As autoridades decidiram então encerrar o prédio para investigar a causa dos abalos.

A torre disposta no topo do prédio foi, entretanto, removida, após especialistas terem apontando a estrutura como causa dos tremores. Esta torre terá causado uma ressonância induzida pelo vento que se espalhou pelo edifício.

A retirada do mastro “eliminou a fonte de ressonância e melhorou a dinâmica” do edifício, explicaram os especialistas locais, que garantiram que “vibrações como as de maio não voltarão a ocorrer”.

Os especialistas destacaram ainda a dificuldade em demolir a torre, que tem 51 metros de altura e pesa 236 toneladas, e cuja remoção foi feita num período de fortes ventos e chuvas.

O SEG Plaza, edifício de escritórios concluído em 2000, tem 71 andares e está localizado numa zona pedonal com vários centros comerciais.

A densa malha de arranha-céus de Shenzhen, uma das mais prósperas cidades da Ásia, é símbolo do “milagre económico” que transformou a China nos últimos 40 anos.

A cidade serviu como laboratório à abertura da China à economia de mercado, em 1979, e soma hoje um Produto Interno Bruto (PIB) superior a Hong Kong ou Singapura, dois importantes centros financeiros asiáticos.

8 Set 2021

Comércio externo na China voltou a aumentar em Agosto

O comércio externo da China voltou a crescer em Agosto, em termos homólogos, apesar de interrupções causadas por surtos de covid-19 em várias regiões do país, segundo dados oficiais ontem divulgados.

As exportações aumentaram 25,6 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 294,3 mil milhões de dólares, acima do crescimento de 18,9 por cento, registado em Julho, revelam os dados das alfândegas da China.

As importações aumentaram 33,1 por cento, para 236 mil milhões de dólares, acima do crescimento de 28,7 por cento registado no mês anterior.

Isto ocorreu apesar das interrupções persistentes nas cadeias de produção industrial, devido à paralisação económica global do ano passado, e a um novo aumento nas infecções, nos Estados Unidos e em alguns outros mercados, que diminuíram a confiança dos consumidores.

A China desafiou as previsões de que a procura pelas exportações estabilizaria à medida que as medidas de prevenção contra a covid-19 fossem aliviadas e as indústrias de entretenimento e outros serviços fossem reabertos, permitindo aos rivais estrangeiros retornar aos mercados globais.

“As exportações e importações foram muito mais fortes do que o previsto no mês passado, mesmo com os dados apontando para alguma escassez de oferta”, disse Sheana Yue, da consultora Capital Economics, num relatório.

Os números do comércio deste ano estão distorcidos em comparação com os dados de 2020. A procura global afundou no primeiro semestre, depois de os governos fecharem fábricas e lojas para combaterem a pandemia.

Os exportadores da China retomaram a actividade depois de o Partido Comunista declarar o vírus sob controle, em Março de 2020, enquanto os seus concorrentes estrangeiros foram prejudicados por medidas de controlo durante mais tempo.

As exportações chinesas para os 27 países da União Europeia caíram 9,9 por cento, em relação ao ano anterior, para 46,2 mil milhões de dólares. As importações de produtos europeus caíram 22 por cento, para 25,3 mil milhões de dólares. O superavit comercial da China com a Europa aumentou 10,9 por cento por cento, para 20,9 mil milhões de dólares.

Registo americano

As exportações da China para os Estados Unidos aumentaram 15,5 por cento, em Agosto, em relação ao ano anterior, para 51,7 mil milhões de dólares, acelerando em relação ao crescimento de 13,4 por cento registado em Julho, e apesar da longa guerra comercial travada entre Pequim e Washington.

As importações de produtos norte-americanos aumentaram 33,3 por cento, para 14 mil milhões de dólares, acima dos ganhos de 25,5 por cento, registados no mês anterior.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que assumiu o cargo em Janeiro, não se comprometeu a reduzir as taxas impostas sobre bens oriundos da China pelo seu antecessor, Donald Trump.

O superavit comercial global da China diminuiu 1 por cento, em Agosto, em relação ao ano anterior, para 58,3 mil milhões de dólares. O superavit politicamente sensível com os Estados Unidos aumentou 10 por cento, para 37,7 mil milhões de dólares.

8 Set 2021

China exige que viajantes oriundos de Portugal façam quarentena antes de partirem

A China passou a exigir que os viajantes oriundos de Portugal cumpram uma quarentena de 21 dias antes de partirem para o país asiático, informou esta segunda-feira a embaixada chinesa em Lisboa, numa medida inédita de prevenção da covid-19.

As embaixadas da China na Bélgica, Rússia, Egito e Peru emitiram comunicados semelhantes, impondo uma quarentena no país de origem, a que se soma outra quarentena na chegada à China, de pelo menos 14 dias.

A China, à semelhança de outros países, já exigia que qualquer pessoa que viajasse do exterior cumprisse um período de quarentena à chegada, mas uma quarentena obrigatória antes de embarcar é um requisito inédito.

“Todo o pessoal de empresas com capital chinês deve ser colocado em quarentena, com 21 dias de antecedência, e fornecer certificados de quarentena carimbados pelas respetivas empresas”, lê-se no comunicado difundido no portal oficial da embaixada da China em Lisboa.

“Tripulantes que tenham desembarcado em Portugal e pretendam embarcar com destino à China devem ser colocados em quarentena, em Portugal, por pelo menos 14 dias, devendo os certificados de quarentena ser emitidos pelas companhias aéreas”, acrescenta a mesma nota.

No caso de Portugal, o único voo direto para a China, operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, tem como destino a cidade chinesa de Xi’an, que exige 21 dias de quarentena a quem chega do exterior, num hotel designado pelas autoridades, e mais sete dias posteriores na respetiva residência na China.

Os passageiros devem ainda apresentar o certificado de vacinação ou o certificado de teste de antigénio negativo. Para além de um daqueles dois certificados, o passageiro deve apresentar os resultados negativos dos testes de ácido nucleico PCR e de anticorpos IgM.

A ligação entre Lisboa e Xi’an tem a frequência de um voo por semana. A Beijing Capital Airlines suspendeu também, temporariamente, o transporte de passageiros em trânsito para a China, via Lisboa, oriundos da África do Sul, Brasil, Índia, Nepal, Reino Unido, Angola, Moçambique, Itália e Espanha.

7 Set 2021

Myanmar | Autodenominado Governo de Unidade Nacional declara “guerra defensiva” contra a junta militar

O autodenominado Governo de Unidade Nacional de Myanmar (antiga Birmânia), composto por políticos e ativistas pró-democracia, declarou uma “guerra defensiva” contra a junta militar e apelou à rebelião popular.

“Hoje iniciamos uma guerra defensiva do povo contra a junta militar”, declarou o presidente interino do Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês) Duwa Lashi La, num vídeo enviado aos meios de comunicação social.

“Durante esta revolução popular, todos os cidadãos da Birmânia devem revoltar-se em todo o país contra a junta militar, liderada por Min Aung Hlaing”, general que lidera os militares no poder, sublinhou.

Em 01 de fevereiro deste ano, o exército birmanês tomou o poder e afastou o governo democrático, liderado ‘de facto’ pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

O país tem estado numa crise profunda desde o golpe militar, rejeitado por uma grande parte da sociedade birmanesa.

A comunidade internacional, como a UE, os Estados Unidos e o Reino Unido, anunciou sanções nos últimos meses contra a junta militar, cuja brutal repressão custou a vida a mais de mil pessoas.

A China e a Rússia tornaram-se os únicos pontos de apoio da junta militar e bloquearam as tentativas do Conselho de Segurança da ONU de impor um embargo de armas.

Embora a resistência à junta militar fosse inicialmente pacífica, a contestação civil é agora também armada, apesar da falta de conhecimento militar por parte da oposição.

O exército birmanês justificou o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, que o partido da líder deposta, Aung San Suu Kyi, venceu, como já acontecera em 2015, num escrutínio considerado legítimo pelos observadores internacionais.

A Nobel da Paz (1991) está sob custódia das autoridades birmanesas desde as primeiras horas do golpe militar, tendo sido acusada de vários crimes.

No processo que está a decorrer no tribunal da capital birmanesa, a política de 76 anos é acusada de incitação ao ódio, de uma alegada importação ilegal de aparelhos eletrónicos e de violação das normas contra a propagação da pandemia de covid-19.

Suu Kyi, que permanece detida num local desconhecido após ter passado várias semanas em prisão domiciliária, também enfrenta uma acusação por violação de informações secretas, processo que está a decorrer em outro tribunal em Rangum. Neste caso concreto, Aung San Suu Kyi pode incorrer numa pena de prisão até 14 anos.

7 Set 2021

Novo embaixador alemão na China morre aos 54 anos

O novo embaixador da Alemanha na China, que serviu anteriormente como conselheiro da chanceler alemã, Angela Merkel, morreu aos 54 anos, anunciou ontem o Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão.

O ministério anunciou a “morte súbita” de Jan Hecker, num breve comunicado, emitido na madrugada de ontem. A mesma fonte não especificou a causa da morte e descartou qualquer relação com o cargo. A porta-voz adjunta do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Andrea Sasse, disse, quando questionada numa conferência de imprensa sobre a causa da morte, que “nada tem a ver com o papel que Hecker desempenhava” na embaixada.
Hecker, que se tornou embaixador, em Agosto passado, era casado e tinha três filhos, segundo a sua biografia, publicado no portal oficial do Ministério.

O embaixador chegou à China no início de Agosto e apresentou as suas credenciais no dia 24 do mesmo mês, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.

Ex-funcionário do Ministério do Interior e juiz do Tribunal Administrativo Federal da Alemanha, começou a trabalhar na chancelaria alemã, em 2015, como chefe de uma unidade que coordena a política para os refugiados.
Hecker tornou-se conselheiro para a política externa de Merkel – um cargo influente, embora com um perfil público baixo – em 2017.

Merkel revelou, em comunicado, estar “profundamente chocada” com a morte de Jan Hecker. “Estou de luto por um estimado conselheiro de longa data, com profunda humanidade e notável experiência”, afirmou.

7 Set 2021

Clima | China e EUA conversam sobre mudanças climáticas

Xie Zhenhua e John Kerry acertaram agulhas com vista a reduzir urgentemente as emissões de dióxido de carbono e impulsionar a implementação do Acordo de Paris

 

O Enviado Especial da China para Mudanças Climáticas, Xie Zhenhua, conversou, a convite com o Enviado Presidencial Especial para o Clima dos EUA, John Kerry, em Tianjin, durante a semana, disse o Ministério da Ecologia e do Meio Ambiente na sexta-feira.

Os dois lados conduziram diálogos francos, profundos e pragmáticos e tiveram uma troca completa de opiniões sobre assuntos-chave, incluindo a seriedade e a urgência da mudança climática global, planos para conversações e cooperação bilaterais sobre mudança climática e a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática em Glasgow, no Reino Unido.

As duas partes compartilharam as políticas e acções sobre mudanças climáticas adoptadas pelos respectivos países. A China criou um grupo sobre o pico de carbono e neutralidade de carbono e está a trabalhar num sistema de políticas para atingir o pico das emissões de dióxido de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060, de acordo com o lado chinês.

O lado norte-americano apresentou as políticas do governo Biden para facilitar as metas do país de redução de emissões, de acordo com a pasta.

Olhar em frente

Reconhecendo a importância dos diálogos climáticos entre a China e os EUA sobre os esforços multilaterais para enfrentar a mudança climática, os dois lados discutiram os próximos passos para colocar as negociações bilaterais numa base mais institucional, concreta e pragmática, e para estabelecer certos planos e projectos de cooperação no sector ecológico e de baixo carbono estabelecendo mecanismos relevantes.

Sob o processo multilateral da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Acordo de Paris, as duas partes trabalharão em conjunto com outras partes para promover o sucesso da conferência de Glasgow.

As duas partes concordaram em continuar com diálogos e consultas, e agir para tratar dos assuntos climáticas, fortalecer a cooperação pragmática, impulsionar em conjunto o processo multilateral e impulsionar a implementação plena, efectiva e sustentável do Acordo de Paris.

7 Set 2021

China prevê investir 136 biliões de yuan para atingir a neutralidade carbónica em 2060

A China deverá investir 136 biliões de yuan para alcançar a neutralidade carbónica em 2060, anunciou ontem um alto responsável do Governo.

Este valor foi avançado pelo vice-presidente do Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional, Zhang Shaogang, durante a Feira Internacional do Comércio e Serviços da China, segundo a televisão estatal CCTV.

Segundo Zhang, 90% das emissões nacionais de carbono são provenientes de setores-chave como a indústria, energia, construção e transportes, motivo pelo qual a China necessitará de fazer “a maior diminuição de emissões da história mundial”.

No entanto, o responsável destacou que se trata de um objetivo difícil, uma vez que “60% das tecnologias que apoiam a neutralidade carbónica ainda se encontram numa fase conceptual”, o que requer um grande investimento e apoio à investigação.

Zhang está mais otimista com as metas ambientais fixadas por Pequim, a de atingir o seu pico nas emissões de carbono antes de 2030.

Essas metas, anunciadas em setembro de 2020 pelo Presidente chinês Xi Jinping, foram recebidas com relativo entusiasmo pela comunidade internacional, já que a China é o país responsável pela maior quantidade de emissões de dióxido de carbono no mundo (27% do total global em 2017, de acordo com o Global Carbon Atlas).

Organizações ambientais como a Greenpeace pediram ao Governo chinês uma maior fiscalização dos projetos de energia a carvão – cerca de 60% da eletricidade nacional vem dessa fonte – aprovados por algumas autoridades provinciais do país.

6 Set 2021

China vai criar terceira bolsa de valores para servir empresas privadas em Pequim

A China vai estabelecer a sua terceira bolsa de valores no continente​​​​​​​, em Pequim, para servir empresas privadas, revelou ontem o Presidente Xi Jinping, manifestando apoio oficial aos empresários numa economia dominada pelo Estado.

O anúncio surge num momento em que as empresas chinesas atravessam dificuldades cada vez maiores para conseguir financiamento em Wall Street e noutros mercados ocidentais, onde algumas das suas maiores empresas estão cotadas.

“A China vai estabelecer a bolsa de valores de Pequim e criar uma posição principal virada para a inovação para pequenas e médias empresas”, realçou Xi Jinping, durante uma feira de comércio, citado pela agência AP. O chefe de Estado chinês não adiantou detalhes sobre o futuro mercado financeiro em Pequim ou quando este irá abrir.

A primeira bolsa de valores criada na China continente ​​​​​​​após a revolução comunista de 1949 foi a de Xangai, em 1990, com forte presença de empresas estatais. Uma segunda bolsa foi criada em 1991​​​​​​​ na cidade de Shenzhen.

Gradualmente foram sendo integradas algumas empresas privadas, mas o domínio continua a ser de empresas estatais. Para se financiarem, privados como o gigante do comércio eletrónico Alibaba Group recorreram às bolsas ocidentais e a Hong Kong.

Os líderes da China têm prometido, repetidamente, melhorar o acesso ao financiamento para empresários que gerem novos empregos e riqueza.

O Governo lançou medidas de segurança de dados, entre outras, contra as empresas chinesas tecnológicas desde o final do ano passado, alertando que será mais difícil obter permissão para ingressar em bolsas de valores estrangeiras.

A situação alimentou desconforto dos investidores, e que já causou quebras de centenas de milhares de milhões de dólares no valor das cotadas chinesas.

3 Set 2021

Governo chinês reforça medidas anti-monopólio e concorrência desleal

A China encetou decisivamente uma luta contra práticas monopolistas e concorrência desleal, no sentido de regular o mercado e evitar a proliferação de práticas consideradas nocivas e injustas.

Esta semana, o presidente chinês Xi Jinping presidiu à 21ª reunião do Comité Central “para o aprofundamento da reforma global”, que analisou e aprovou uma série de orientações, incluindo as relativas à regulamentação anti-monopólio e à promoção da concorrência leal. Li Keqiang, Wang Huning e Han Zheng, todos os membros do Comité Permanente do Comité Central do CPC e os chefes adjuntos do Comité Central para o aprofundamento da reforma global, participaram na reunião.

“A implementação de regulamentos e políticas anti-monopólio que promovam a concorrência leal é um requisito intrínseco para melhorar o sistema económico de mercado socialista”, disse Xi, sublinhando os esforços para “promover a igualdade de condições, criar um amplo espaço de desenvolvimento para todos os tipos de entidades de mercado e proteger melhor os direitos e interesses dos consumidores de acordo com a visão estratégica de promover um novo paradigma de desenvolvimento, e promover um desenvolvimento de alta qualidade e prosperidade comum”.

“Desde o 18º Congresso Nacional do CPC em 2012, foi tomada uma série de decisões importantes em matéria de anti-monopólio e de concorrência desleal para melhorar o sistema de concorrência leal e promover um sistema unificado e de mercado aberto com uma concorrência ordenada”, concluiu um comunicado emitido após a reunião.

Medidas e orientações:

• Supervisão anti-monopólio, investigação e punição de empresas com comportamentos de monopólio e concorrência desleal de acordo com a lei, tendo sido registados progressos iniciais na prevenção da expansão desordenada do capital e a melhoria constante da concorrência leal no mercado.

• Equilibrar desenvolvimento e segurança, eficiência e igualdade, vitalidade e ordem, bem como mercados domésticos e internacionais.

• Avançar mais rapidamente para melhorar o sistema de acesso ao mercado, o mecanismo de revisão da concorrência leal, o sistema de regulação da concorrência leal na economia digital, e o sistema para prevenir e restringir o abuso do poder administrativo para excluir e restringir a concorrência.

• Promover a interacção sólida e o desenvolvimento coordenado de grandes, médias e pequenas empresas.

• Protecção dos direitos de propriedade e dos direitos de propriedade intelectual, e o reforço da transparência e da previsibilidade das políticas.

• Reforço da consciência das empresas sobre a concorrência leal e a orientação de toda a sociedade para formar um ambiente de mercado que defenda, proteja e promova a concorrência leal.

• Melhorar o mecanismo de ajustamento do mercado para reservas estratégicas, reforçar a capacidade de reservar e ajustar mercadorias a granel e fazer com que as reservas estratégicas desempenhem um papel melhor na estabilização do mercado.

• Sob a liderança do Partido Comunista, tomar medidas para orientar as empresas a servir os interesses gerais do desenvolvimento económico e social.

3 Set 2021

Governo chinês proíbe homens com aspecto considerado afeminado em programas de televisão

O Governo chinês proibiu ontem homens com aspecto considerado afeminado na televisão e disse às emissoras do país para promoverem a “cultura revolucionária”, ampliando uma campanha para aumentar o controlo sobre os negócios e a sociedade.

Usando gíria ofensiva para designar homens com aspeto considerado afeminado – “niang pao”, em chinês, a Administração da Rádio e Televisão da China indicou que as emissoras devem “excluir resolutamente ‘maricas’ e outros tipos de estética anormais”.

Isto reflete a preocupação oficial de que as celebridades chinesas, influenciadas pela aparência elegante e feminina de alguns cantores e atores sul-coreanos e japoneses, não estejam a incentivar os jovens chineses a serem masculinos o suficiente.

As emissoras devem evitar a promoção de “celebridades vulgares da internet” e a admiração pela riqueza e celebridade, apontou o regulador.

Os programas devem antes “promover vigorosamente a excelente cultura tradicional chinesa, a cultura revolucionária e a cultura socialista avançada”.

O Governo de Xi Jinping, o mais forte líder chinês desde o fundador da República Popular, Mao Zedong, também está a aumentar o controlo sobre a indústria da internet, com regulamentos antimonopólio ou de proteção da segurança dos dados dos utilizadores.

Novas regras estipulam que os menores só podem jogar ‘online’ entre as 20h00 e as 21h00 às sextas-feiras, sábados e domingos.

As empresas que desenvolvem os jogos já eram obrigadas a enviar os novos produtos para aprovação oficial. Em mais um exemplo de como o Partido Comunista (PCC) voltou a reforçar o controlo sobre as várias esferas da vida na China, as autoridades pedem agora que sejam acrescentados temas “nacionalistas”.

O PCC também está a aumentar o controlo sobre as celebridades.

As emissoras devem evitar artistas que “violam a ordem pública” ou “perderam a moralidade”, disse o regulador. Programas sobre filhos de celebridades também são proibidos.

No sábado, a rede social Weibo, o Twitter chinês, suspendeu milhares de contas de clubes de fãs e notícias de entretenimento.

Uma atriz popular, Zhao Wei, desapareceu das plataformas de transmissão de vídeo sem explicação. O seu nome foi retirado dos créditos de filmes e programas de televisão.

A ordem de quinta-feira refere que as emissoras devem limitar os pagamentos aos artistas e evitar termos de contrato que possam ajudá-los a fugir aos impostos.

Outra atriz, Zheng Shuang, foi multada em 299 milhões de yuans, na semana passada, por evasão fiscal, num aviso às celebridades para servirem como modelos positivos.

3 Set 2021