Hoje Macau China / ÁsiaEUA e Coreia do Sul disparam oito mísseis balísticos em resposta a Pyongyang As forças armadas dos EUA e da Coreia do Sul lançaram hoje oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental da península coreana, um dia após o Norte ter também disparado oito mísseis balísticos. O lançamento envolveu um míssil americano e sete sul-coreanos, disparados 10 minutos após terem sido enviadas notificações para os reguladores de segurança aérea e marítima, de acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul e das Forças dos EUA na Coreia. O lançamento teve como objetivo demonstrar a capacidade de responder com rapidez e precisão a eventuais ataques norte-coreanos, disseram os militares do Sul. O Presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol disse hoje num discurso que o seu governo irá procurar obter “capacidades de segurança fundamentais e práticas” para combater a crescente ameaça de mísseis e armas nucleares por parte de Pyongyang. “Os programas de armas nucleares e mísseis da Coreia do Norte cresceram a um ponto em que não são apenas uma ameaça à península coreana, mas ao nordeste da Ásia e à paz mundial”, disse Yoon. A Coreia do Sul “responderia severamente a qualquer tipo de provocação norte-coreana”, garantiu o Presidente. A Coreia do Norte disparou no domingo oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental, três dias depois de exercícios militares conjuntos das forças armadas norte-americanas e sul-coreanas. Estas foram as primeiras manobras conjuntas dos dois países depois do novo Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que prometeu uma política mais firme em relação a Pyongyang, ter sido empossado no cargo, no início de maio. Desde novembro de 2017 que um porta-aviões não participava nestes exercícios. Há muito que a Coreia do Norte protesta contra a realização deste tipo de manobras, que vê como um ensaio geral para uma invasão do país. “O exercício reforçou a determinação dos dois países em responder energicamente a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo que demonstrou o empenho dos Estados Unidos em proporcionar uma dissuasão alargada”, de acordo com uma nota divulgada pelas forças armadas sul-coreanas. Há semanas que Seul e Washington advertiram para a possibilidade de Pyongyang realizar um sétimo teste nuclear e o primeiro desde 2017. A Coreia do Norte, que regista um surto de covid-19, retomou entretanto a construção de um reator nuclear, de acordo com novas imagens de satélite. O líder norte-coreano Kim Jong-un tinha suspendido os testes nucleares e de mísseis de longo alcance durante as conversações com o então Presidente norte-americano Donald Trump, mas as conversações fracassaram em 2019. A Coreia do Norte quebrou esta moratória autoimposta ao disparar um míssil intercontinental (ICBM) no final de março.
Hoje Macau China / ÁsiaSector dos serviços na China contraiu em Maio pelo terceiro mês consecutivo A actividade no sector dos serviços da China contraiu pelo terceiro mês consecutivo, em Maio, segundo um indicador elaborado pelo sector privado, reflectindo o impacto das medidas de prevenção epidémica no país. O Índice de Gestores de Compras (PMI), elaborado em conjunto pela publicação económica Caixin e o grupo Markit, subiu para 41,4 pontos, acima da marca de Abril, de 36,2 pontos, face ao levantar de algumas das restrições impostas em Xangai e outras cidades. No entanto, neste indicador, uma marca acima dos 50 pontos implica expansão e, abaixo, uma contração. Analistas consideram que a debilidade no setor dos serviços, que responde por cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) da China e metade dos empregos urbanos, provavelmente vai persistir, enquanto o país mantiver a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. A pesquisa da Caixin revelou que novos negócios, incluindo novos pedidos de exportação, caíram pelo quarto mês consecutivo em Maio, uma vez que as restrições à mobilidade restringiram o consumo e interromperam as operações. Isto refletiu-se no mercado de trabalho: dados oficiais revelaram que a taxa de desemprego na China subiu para 6,1%, em abril, a maior desde Fevereiro de 2020, e bem acima da meta do governo para 2022, de menos de 5,5%. “A leitura [para o sector dos serviços] em Maio foi a segunda mais baixa desde Fevereiro de 2020, já que a pandemia da covid-19 na China ainda pesa fortemente na actividade”, disse Wang Zhe, economista do Caixin Insight Group. “O emprego permaneceu em território de contração desde o início deste ano. O impacto da pandemia atingiu o mercado de trabalho. As empresas não estão muito motivadas a aumentar as contratações. Como resultado, o número de negócios pendentes no setor de serviços cresceu ainda mais”, apontou Wang. Para estabilizar a situação num ano politicamente sensível, o Governo chinês anunciou recentemente um pacote de 33 medidas, que abrangem políticas fiscais, financeiras, de investimento e industriais, embora analistas digam que a meta oficial de crescimento económico, de “cerca de 5,5%”, vai ser difícil de alcançar se o país não prescindir da política de ‘zero casos’ de covid-19. “É necessário que os formuladores de políticas prestem mais atenção ao emprego e aos serviços logísticos. Remover obstáculos nas cadeias de fornecimento e na industria e promover a retoma do trabalho e da produção vai ajudar a estabilizar e proteger o mercado de trabalho”, apontou Wang. O economista disse que subsídios deviam ser distribuídos para pessoas cujos rendimentos foram afetados pelas medidas de prevenção epidémica. O PMI composto de Maio, que inclui manufactura e serviços, subiu para 42,2 pontos, de 37,2 no mês anterior. A actividade fabril encolheu menos acentuadamente em maio, mas ainda assim registou a segunda maior queda desde fevereiro de 2020, sugerindo que a recuperação continua a ser frágil. O Caixin PMI é compilado pela S&P Global a partir de respostas a questionários enviados a gestores de compras na China.
Hoje Macau China / ÁsiaBanguecoque volta a ser palco de uma marcha de Orgulho LGBTQ+ uma década e meia depois A capital da Tailândia voltou a ser ontem palco de uma marcha do Orgulho LGBTQ+, a primeira em quase 16 anos, com os participantes a sublinharem a circunstância de que a verdadeira igualdade está ainda muito longe. A marcha Naruemit Pride 2022 – Naruemit significa “criação” em tailandês – foi organizada por uma coligação de organizações não-governamentais (ONG), apoiadas pelo novo governador da cidade, Chadchart Sittiput. Manifestantes de todos os géneros, defensores da liberdade sexual, feministas, prostitutas, travestis, etc., reuniram-se numa das principais autoestradas da metrópole tailandesa para a primeira marcha de Orgulho LGBTQ+ oficial desde 2006. O país do sudeste asiático, uma monarquia conservadora de crença maioritária budista, tem uma comunidade LGBTQ+ altamente visível, mas muitos dos seus membros enfrentam graves dificuldades e discriminação. “Não queremos mais direitos do que outros géneros, queremos apenas os direitos básicos”, afirmou à AFP Maysa Petkam, uma concorrente num concurso de beleza transgénero. “Espero que a lei do Casamento para Todos passe, para que haja leis que protejam e lutem contra a desigualdade de género”, acrescentou, sublinhando que a sua comunidade ainda é segregada diariamente. O casamento entre pessoas do mesmo sexo continua a ser ilegal na Tailândia. O Governo rejeitou uma proposta de lei em março último.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Erupção de vulcão provoca coluna de cinzas de um quilómetro Um vulcão no sudeste das Filipinas entrou ontem em erupção, provocando uma coluna de cinzas com um quilómetro de altura, segundo o Instituto Filipino e Vulcanologia (Phivolcs), que emitiu um alerta às populações. Foram registadas explosões no vulcão Bulusan, que está a cerca de 500 quilómetros a sudeste de Manila, durante 17 minutos este domingo, segundo as autoridades filipinas, que já tinham registado actividade sísmica anormal na região nos últimos dias. O Phivolcs revelou que foram registados 77 terramotos com origem vulcânica nas 24 horas anteriores à erupção. A nuvem provocada pela erupção cobriu de cinzas as povoações de Juban e Casiguran, na província de Sorsogon, e foi emitido um alerta às populações de nível 1, numa escala em que 5 é o de maior perigo. Não há registo de feridos ou mortos e as autoridades filipinas disseram não ser expectável, neste momento, uma erupção de maiores dimensões. O arquipélago das Filipinas está situado sobre o Anel de Fogo do Pacífico, uma região com intensa actividade sísmica, e tem 23 vulcões activos. O Bulusan é um dos vulcões mais activos do país. A maior erupção registada até hoje nas Filipinas foi a do vulcão Pinatubo em Junho de 1991, em que morreram 850 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Seul denuncia disparo de oito mísseis balísticos A Coreia do Norte disparou ontem oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental, na sequência de três dias de exercícios militares conjuntos das forças armadas norte-americanas e sul-coreanas. “As nossas forças armadas detectaram o lançamento de oito mísseis balísticos de curto alcance, a partir do sector de Sunan, em Pyongyang, e em direcção ao mar de Leste”, disse o Estado-maior sul-coreano, numa referência ao mar do Japão. Estes disparos prolongaram-se por 30 minutos, precisou, em comunicado. “Os nossos militares reforçaram a vigilância em antecipação de novos lançamentos. A Coreia do Sul e os Estados Unidos cooperam estreitamente e estão totalmente preparados”, acrescentou. Este novo disparo ocorre três dias depois dos exercícios de grande escala dos exércitos norte-americanos e sul-coreanos, com a participação do porta-aviões USS Ronald Reagan, de 100 mil toneladas e propulsão nuclear. Estas foram as primeiras manobras conjuntas dos dois países depois do novo Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que prometeu uma política mais firme em relação a Pyongyang, ter sido empossado no cargo, no início de Maio. Desde novembro de 2017 que um porta-aviões não participava nestes exercícios. Há muito que a Coreia do Norte protesta contra a realização deste tipo de manobras, que vê como um ensaio geral para uma invasão do país. “O exercício reforçou a determinação dos dois países em responder energicamente a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo que demonstrou o empenho dos Estados Unidos em proporcionar uma dissuasão alargada”, de acordo com a mesma nota das forças armadas sul-coreanas. Um investigador do Instituto Asan de Estudos Políticos Go Myong-hyun considerou que o número invulgarmente elevado de mísseis lançados de uma só vez pela Coreia do Norte parecia ser uma retaliação aos exercícios. “Parece que lançaram oito mísseis porque, aos olhos da Coreia do Norte, a escala das manobras conjuntas aumentou”, disse. Retoma nuclear No mês passado, numa cimeira em Seul com Yoon, o Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que Washington podia, se necessário, utilizar “meios estratégicos” para dissuadir Pyongyang. Horas depois da partida de Biden da região, o regime de Kim Jong-un disparou três mísseis, incluindo um Hwasong-17, considerado o míssil balístico intercontinental mais potente do arsenal norte-coreano. Há semanas que Seul e Washington advertiram para a possibilidade de Pyongyang realizar um sétimo teste nuclear e o primeiro desde 2017. A Coreia do Norte, que regista um surto de covid-19, retomou, entretanto, a construção de um reactor nuclear, de acordo com novas imagens de satélite. Kim Jong-un tinha suspendido os testes nucleares e de mísseis de longo alcance durante as conversações com o então Presidente norte-americano Donald Trump, mas as conversações fracassaram em 2019. A Coreia do Norte quebrou esta moratória auto-imposta ao disparar um míssil intercontinental (ICBM) no final de Março.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Diplomacia chinesa defende reforço da cooperação O chefe da diplomacia chinesa esteve em Timor-Leste na sequência do périplo pelos pequenos países do Pacífico Sul. Durante a visita, Wang Yi destacou a contribuição chinesa para o desenvolvimento do país e o aumento substancial das exportações de Timor-Leste para a China O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês comprometeu-se sábado a reforçar e a expandir a cooperação da China com Timor-Leste e saudou o relacionamento de duas décadas entre os dois países. “Já estabelecemos esta parceria e gostaríamos de elevar a parceira entre a China e Timor-Leste a um novo patamar, criando um bom exemplo de respeito mútuo, benefícios mútuos e para o desenvolvimento comum entre países”, disse Wang Yi, aos jornalistas em Díli. “Já realizámos projectos exemplares na área da rede eléctrica, estradas e porto e isso ajuda muito o desenvolvimento das infraestruturas do país. As exportações de Timor-Leste para a China aumentaram 90 por cento e o café de Timor-Leste é cada vez mais procurado na China”, disse. Wang Yi falava aos jornalistas numa curta conferência de imprensa, com apenas três perguntas no total, no final de um encontro com o Presidente timorense, José Ramos-Horta. “A China é a segunda maior economia do mundo e membro do conselho permanente da ONU e é um país em desenvolvimento e está sempre ao lado dos outros países em desenvolvimento. Visitei Timor-Leste para ouvir as necessidades de Timor-Leste e promover colaboração bilateral e ajudar Timor-Leste a acelerar o desenvolvimento e elevar a vida do povo”, afirmou. O encontro com os jornalistas não estava previsto na agenda da visita e realizou-se depois de várias críticas, incluindo do Conselho de Imprensa timorense, pela recusa do governante chinês de prestar declarações aos meios de comunicação social. Questionado sobre as preocupações em alguns países, incluindo Austrália e Estados Unidos, sobre os interesses da China na região, Wang Yi disse tratarem-se de relações normais que Pequim tem vindo a promover. “A China quer desenvolver relações amigáveis com todos os países, não apenas no Pacífico. Fomos a África, à América Latina e ao Médio Oriente também”, afirmou. “Se a nossa viagem à região ajuda a motivar outros países a darem mais atenção a estas regiões e encorajar outros países a ajudar o desenvolvimento destas regiões, então porque não? Isto é normal e creio que é positivo para todo o mundo. Se não, é injusto deixar estas regiões abandonadas e esquecidas pelo mundo”, sublinhou. Relações saudáveis Durante a visita foi possível chegar a “vários consensos”, incluindo a “defesa do multilateralismo e do papel central da ONU para enfrentar os desafios” do planeta, disse Wang Yi, salientando que a China “continua a apoiar a adesão de Timor-Leste à ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático]”. Em concreto, no caso de Timor-Leste, o ministro destacou a colaboração no sector da saúde, comprometendo-se a enviar mais material de apoio e vacinas para combater a pandemia da covid-19 e equipas médicas. “Nos últimos 20 anos, as nossas equipas médicas já trataram 300 mil doentes em Timor-Leste. Vamos enviar mais equipas médicas de acordo com as necessidades de Timor-Leste”, disse. Sobre as duas décadas de relações bilaterais, Wang Yi lembrou que foi o próprio Ramos-Horta, então ministro dos Negócios Estrangeiros, que “assinou o comunicado conjunto”. Por seu lado, José Ramos-Horta afirmou que o encontro serviu para analisar as relações bilaterais, tendo agradecido à China pelos “20 anos de relações bilaterais, de apoio que tem dado em infraestruturas, educação e saúde”, com centenas de jovens a estudar na China. O chefe de Estado disse ter pedido a Wang Yi para que, no quadro da reunião do G-20, se discuta o perdão ou a reestruturação da dívida dos países em desenvolvimento. “Pedi a atenção do MNE [ministro dos Negócios Estrangeiros] e da China, no quadro da reunião do G20, e como consequência da pandemia e da guerra na Ucrânia que agravou a situação económica mundial, para seriamente a comunidade internacional ver a questão do perdão ou reestruturação de dívidas dos países do terceiro mundo, a única possibilidade para esses países poderem recuperar economicamente”, disse. Questionado sobre os receios, no ocidente, relativamente à acção da China no Pacífico, Ramos-Horta disse que “não há razões para alarme” e lembrou que Pequim sempre teve interesses na zona, por exemplo, na pesca. “Estes países do Pacífico tem feito muito lóbi com a China para ter mais apoios e a China está a responder a isso. Esses acordos pontuais com um ou outro país, não afectam os interesses de longa data de países como a Austrália e os Estados Unidos”, afirmou. “A China está a levar isto com muita naturalidade e sem qualquer emoção. Estão a querer apoiar o Pacífico, como apoiam países em África ou na América Latina, algo que têm feito ao longo de décadas”, disse. “Eu gostaria de ver uma relação expandida com a China, mas advogo apenas os programas e pedidos do nosso Governo que é quem define as áreas prioritárias em que precisa de apoio da China e isso será sujeito a acordos”, acrescentou. Ramos-Horta disse que durante a reunião não se falou “sobre segurança marítima ou segurança no Pacífico” e afirmou que a delegação chinesa até considerou “divertido as reacções de outros países à visita do ministro ao Pacífico”.
Hoje Macau China / ÁsiaPacífico Sul | China vai nomear representante para nações insulares Na sequência do périplo do ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, pelos pequenos países do sul do Pacífico, com o intuito de firmar um acordo abrangente, Pequim anunciou a nomeação de um delegado especial para a região O Governo chinês anunciou ontem que vai nomear um enviado especial para as nações insulares do Pacífico Sul, reflectindo as crescentes ambições de Pequim para a região estratégica. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, está a realizar um périplo pelas nações insulares da região, tendo chegado ontem a Tonga, que continua a recuperar de uma enorme erupção vulcânica e um tsunami, que matou três pessoas em Janeiro e destruiu centenas de casas. No Tonga, Wang Yi reuniu com o rei, Tupou VI, e o primeiro-ministro, Siaosi Sovaleni. O ministro chinês assinou vários acordos com Sovaleni que abrangem quase todas as vertentes, desde a gestão de desastres até um projecto de melhoria do túmulo real. O embaixador chinês neste reino polinésio, Cao Xiaolin, disse em comunicado que os dois países já têm laços estreitos em várias áreas, incluindo comércio, infraestruturas e energias renováveis. O mesmo representante disse que a China disponibilizou vários programas de formação, que vão abranger cerca de 1.200 funcionários do governo tonganês. “A relação entre a China e o Tonga é uma pérola brilhante”, reforçou o embaixador. O governo do Tonga informou, por sua vez, que os dois lados tiveram “conversas frutíferas” e agradeceu à China por enviar dois aviões militares e dois navios da Marinha para entregar ajuda após o tsunami. Por partes Na segunda-feira, o governante chinês esteve nas Fiji sem conseguir assinar um amplo acordo multilateral de cooperação e segurança com 10 países do Pacífico, embora países como Samoa, Tonga, Kiribati, Papua Nova Guiné, Vanuatu, Ilhas Salomão, Niue e Vanuatu tenham concordado em cinco áreas de cooperação, que incluem recuperação económica após a pandemia de Covid-19 e novos centros para agricultura e desastres. Após a reunião nas Fiji, Pequim apresentou um documento oficial sobre a sua estratégia para a região, que inclui a nomeação de um enviado especial e uma colaboração mais próxima na luta contra a crise do clima, na segurança, covid-19, desastres naturais, infraestrutura, pesca e educação, entre outras questões. “A China e os países insulares do Pacífico, como países em desenvolvimento, compartilham uma ampla gama de interesses, incluindo a manutenção da paz e da estabilidade na região da Ásia -Pacífico, preservação da igualdade e justiça e promoção do desenvolvimento sustentável”, pode ler-se no documento oficial, emitido pela embaixada da China nas Fiji. No documento, as autoridades chinesas também propuseram a realização regular de um encontro entre Pequim e 10 nações do Pacífico Sul, incluindo Ilhas Salomão, Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu, Papua Nova Guiné, Ilhas Cook, Niuê e os Estados Federados de Micronésia. Em estudo Durante o encontro realizado entre Wang e os homólogos daqueles países, as nações insulares pediram mais tempo para estudar o acordo multilateral, designado de Visão de Desenvolvimento Conjunto China – Países Insulares do Pacífico, o que seria um importante pacto geopolítico. Wang assinou vários acordos bilaterais nesta viagem de 10 dias, que inclui uma paragem em Timor-Leste. A viagem do ministro chinês ilustra a tentativa de Pequim de ampliar a sua influência no Pacífico Sul.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Pequim pede a novo líder que resolva problemas sociais O primeiro-ministro chinês pediu ontem ao novo Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, para resolver os “problemas sociais” da cidade e desenvolver a economia, numa cerimónia, em Pequim. Li Keqiang salientou que o novo governo de Hong Kong deve “melhorar a subsistência das pessoas” e “unir os vários sectores da cidade para resolver os problemas sociais”, de acordo com a imprensa local. Na cerimónia, Li apresentou a carta que formaliza a nomeação de Lee, que vai tomar posse em 1 de Julho. O primeiro-ministro chinês garantiu que o governo central ia defender o princípio “um país, dois sistemas” – que tem governado Hong Kong desde o regresso à soberania chinesa em 1997 e permite um grau de autonomia e liberdades que não existem no continente – de uma “forma abrangente e precisa”, noticiou o jornal da região semiautónoma chinesa South China Morning Post (SCMP). “Também exerceremos plena e precisamente a jurisdição abrangente do governo central sobre Hong Kong, bem como o princípio de que Hong Kong é administrada por patriotas”, acrescentou. Segundo Li, Pequim vai “apoiar plenamente” o novo Chefe do Executivo de Hong Kong e o governo, “de acordo com a lei”, e salientou que a cidade devia “estudar os pontos fortes e as áreas em que se pode destacar”, e “compreender também o que o país precisa da cidade”, uma vez que “se integra” no desenvolvimento da nação. “O novo governo da cidade precisa de melhorar a sua eficiência e reforçar o estatuto de Hong Kong como centro internacional de finanças, comércio e transportes”, acrescentou o primeiro-ministro chinês. Com todo o gosto Em resposta, Lee, de 64 anos, disse aceitar a responsabilidade “com lealdade”, depois de ter sido eleito, em 8 de Maio, por 1.416 dos 1.461 membros da comissão eleitoral. Antigo inspector da polícia, Lee ocupava a pasta da Segurança quando Hong Kong foi palco de manifestações anti-governamentais, em 2019. Foi também fundamental na implementação da lei de segurança nacional, imposta em Junho de 2020 por Pequim para pôr fim aos protestos, cada vez mais violentos. Em Junho do ano passado, foi nomeado “número dois” no Executivo. A eleição do Chefe do Executivo foi adiada por seis semanas devido à pandemia da covid-19, e foi a primeira a realizar-se desde que Pequim impôs alterações ao sistema eleitoral da cidade, em 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Relações China-EUA não são um jogo de soma zero O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, que se encontra num périplo pelos países do sul do Pacífico, respondeu a Antony Blinken, que descreveu a China como “o desafio de longo prazo mais sério à ordem internacional”. Wang Yi sublinhou que o mundo não é como os EUA o vêem e apelou a um diálogo mais justo e construtivo por parte dos norte-americanos O conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse este sábado que as relações entre China e EUA não são um jogo de soma zero e que os norte-americanos devem abordar os laços bilaterais com base nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício recíproco. Em resposta a um recente discurso político do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que descreveu a China como “o desafio de longo prazo mais sério à ordem internacional”, Wang disse que há grandes equívocos nas visões dos EUA sobre o mundo, a China e as relações entre ambos, informa a agência estatal Xinhua. O mundo não é o que os Estados Unidos descrevem e a tarefa mais urgente da comunidade internacional é proteger conjuntamente a vida e a saúde humana, promover a recuperação económica mundial e salvaguardar a paz e a tranquilidade mundiais, o que exige o estabelecimento de uma comunidade com um futuro comum e a implementação de propósitos e princípios consagrados na Carta da ONU, assinalou Wang. O responsável destacou que a Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota,” a “Iniciativa de Desenvolvimento Global” e a “Iniciativa de Segurança Global”, propostas pela China, ganharam amplo reconhecimento e apoio da comunidade internacional. A obsessão dos EUA com o “centrismo ocidental”, “excepcionalismo” e a mentalidade da Guerra Fria, assim como sua pressão pela lógica da hegemonia e da política do bloco, vão contra a tendência da história e só levarão ao confronto e à divisão da comunidade mundial. Na realidade, os Estados Unidos tornaram-se uma fonte de turbulência que prejudica a actual ordem mundial e um obstáculo que impede a democratização das relações internacionais, observou Wang. Enfatizando que a China não é o que os EUA imaginam, Wang salientou que há uma lógica histórica clara para o desenvolvimento e revitalização do país que tem um forte poder endógeno. A busca comum da modernização por 1,4 mil milhões de chineses representa um grande progresso para a humanidade, em vez de uma ameaça ou desafio para o mundo, ressaltou Wang, acrescentando que tal conquista é feita sob a forte liderança do Partido Comunista da China e é fruto da solidariedade, diligência e trabalho árduo do povo chinês que encontra o caminho do socialismo com características chinesas. Competição justa “O nosso objectivo é aberto, justo e honesto. É tornar a vida melhor para nosso povo e dar uma contribuição maior ao mundo, não substituir ou desafiar outros”, declarou Wang. “Estamos a levar a reforma, a abertura e a cooperação de benefício mútuo a um nível mais alto. Vamo-nos tornar uma versão melhor de nós mesmos e tornar o mundo um lugar melhor”, disse, citado pela Xinhua. “O que queremos dizer aos EUA é que as relações sino-americanos não são um jogo de soma zero projectado pelo lado norte-americano”, assinalou Wang. Os líderes chineses apontaram que se a China e os Estados Unidos puderem lidar adequadamente com seu relacionamento, isso seria importante para o futuro do mundo, uma questão do século que precisa ser bem respondida pelos dois países, acrescentou. Antes de responder à pergunta, o lado norte-americano deve primeiro estar ciente de que uma hegemonia unipolar não encontrará apoio, o confronto grupal não tem futuro, construir pequenos quintais com cercas altas significa auto-isolamento e atraso e dissociar e cortar suprimentos só prejudica os outros e a si mesmo, continuou. Os países podem encenar uma competição justa entre si e é natural que a China e os Estados Unidos tenham algumas disputas, mas não devem ser destrutivas, observou Wang. O povo chinês tem confiança e está pronto para realizar uma competição justa para ver quem pode governar melhor seu próprio país e quem pode fazer mais contribuições para o mundo. “Nunca cederemos à chantagem ou coerção e defenderemos firmemente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”, disse o chanceler, sublinhando que o povo chinês tem a espinha dorsal e a determinação para fazê-lo e qualquer supressão e contenção só os tornará mais unidos. O lado norte-americano deve concentrar os seus esforços na aplicação dos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício mútuo, de modo a encontrar o caminho para que os dois principais países, China e Estados Unidos, lidem adequadamente um com o outro na nova era, disse Wang. Wang esteve de visita às Fiji, a quarta paragem da sua viagem aos países insulares do Pacífico.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Escola reabrem em Junho para receber alguns alunos As escolas do ensino básico e secundário de Xangai reabrirão em Junho para receber alguns alunos, disseram ontem as autoridades locais, num sinal de relaxamento do confinamento imposto à capital económica da China para conter a covid-19. Perante o ressurgimento da covid-19, que atinge a China há alguns meses, grande parte dos 25 milhões de habitantes da cidade foi obrigada a ficar em casa desde o início de Abril. Com a diminuição acentuada do número de casos positivos nas últimas semanas, várias restrições já foram levantadas. Entretanto, as pessoas geralmente só podem sair por algumas horas por dia. Os alunos do segundo e terceiro ano do ensino secundário, que devem fazer o exigente exame para a entrada na universidade, poderão regressar às escolas em 6 de Junho, disse Yang Zhenfeng, director-adjunto do Departamento de Educação de Xangai Os alunos do 9.º ano do ensino básico poderão voltar à escola a partir de 13 de Junho. Quanto aos demais alunos, terão que continuar a acompanhar as aulas por meios digitais em casa. “Uma organização especializada oferecerá testes PCR para professores e alunos (…) no final das aulas, para que possam obter os seus resultados antes que as aulas recomecem no dia seguinte”, disse Yang. Toca a vacinar O Ministério da Saúde chinês anunciou ontem 338 novos casos positivos em Xangai nas últimas 24 horas – contra os mais de 25.000 no final do mês passado. O longo confinamento e as restrições de viagem estão a afectar muito os habitantes e a economia local. No entanto, a autarquia já autorizou a reabertura de algumas fábricas e linhas de transporte público. A China, ao contrário da maioria dos países do mundo, ainda aplica uma estratégia de tolerância zero em relação à covid-19, com o objectivo de limitar ao máximo o número de mortes, utilizando os confinamentos massivos quando aparecerem alguns casos. As autoridades dizem ter poucas alternativas perante a variante Ómicron do novo coronavírus, muito contagiosa, e da taxa relativamente baixa de vacinação entre os idosos. Cerca de 80 por cento das pessoas com 60 anos ou mais receberam pelo menos duas doses da vacina contra a covid-19. As cidades estão a multiplicar os incentivos para aumentar a vacinação entre a população. Em Pequim, um distrito perto do Templo do Céu está a oferecer 1.000 yuans em vales para qualquer pessoa com 80 anos ou mais que decida receber a primeira dose.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE chinês inicia périplo no Pacífico que inclui Timor-Leste e visa alargar influência O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês chegou hoje às Ilhas Salomão, no início de um périplo por oito países do Pacífico Sul, que inclui Timor-Leste, um iniciativa que originou preocupações sobre as ambições de Pequim. Segundo a agência Associated Press, Wang Yi vai tentar obter o apoio de dez pequenas nações do Pacífico para um acordo abrangente, que cobre aspetos desde política de segurança a direitos de pesca, no que pode constituir uma mudança no jogo de influências na região. Um esboço daquele acordo, obtido pela agência AP, revela que a China quer expandir a cooperação na área da justiça e no âmbito da segurança “tradicional e não tradicional”. A China também quer desenvolver um plano conjunto para a pesca – que incluiria a lucrativa captura de atum do Pacífico –, aumentar a cooperação na administração do ciberespaço da região e criar delegações do Instituto Confúcio, organismo estatal que promove o ensino da língua chinesa. A China também refere a possibilidade de estabelecer uma área de livre comércio com as nações do Pacífico. A Austrália respondeu através do envio da nova ministra dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong, para as Fiji. “Temos que responder à tentativa da China de alargar a sua influência numa região do mundo onde a Austrália tem sido o parceiro de segurança preferido desde a Segunda Guerra Mundial”, disse o novo primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, citado pela imprensa australiana. A Associação de Imprensa das Ilhas Salomão apelou aos seus membros para que boicotem uma conferência de imprensa na capital do país, Honiara, com Wang Yi e o homólogo das Salomão, Jeremiah Manele. Isto porque apenas imprensa selecionada foi convidada e porque só a televisão estatal chinesa CCTV terá direito a questionar Wang. A China assinou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão, no mês passado, que suscitou receios de que Pequim possa enviar tropas para a nação insular ou até estabelecer ali uma base militar, a cerca de 2.000 quilómetros da Austrália. As Ilhas Salomão e a China dizem que não há planos para uma base. Durante o périplo de 10 dias, Wang também planeia visitar Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu e Papua Nova Guiné.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Li Keqiang alerta para situação económica mais grave desde início da pandemia O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, reconheceu que as medidas de prevenção epidémica estão a afetar a economia chinesa de forma inédita desde o início da pandemia, apelando a que se tenha em conta o emprego. Durante uma videoconferência organizada pelo Conselho de Estado, na noite de quarta-feira, Li admitiu que “as dificuldades em março e abril foram, em alguns aspetos, mais severas do que em 2020”, quando a pandemia de covid-19 começou, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua. O primeiro-ministro citou como exemplo as quedas em indicadores como o emprego, produção industrial, consumo de energia e transporte de mercadorias. Li pediu a dezenas de milhares de funcionários do governo “esforços para manter a economia a operar a um nível adequado”. Os comentários de Li Keqiang ressaltam as dificuldades que a China vai ter para atingir a sua meta de crescimento anual, de 5,5%, uma das mais baixas das últimas décadas, enquanto combate surtos provocados pela Ómicron, uma variante altamente contagiosa do novo coronavírus. A última vez que a economia chinesa registou uma contração foi no primeiro trimestre de 2020, quando caiu 6,9%, em termos homólogos, pondo fim a uma era de mais de 30 anos de crescimento ininterrupto. O comércio externo da China registou uma subida homologa de 0,1%, em abril passado, uma desaceleração significativa em relação ao crescimento de 5,8%, registado em março. No primeiro trimestre do ano a economia chinesa cresceu 4,8%, mas as vendas a retalho contraíram 3,5%, em termos homólogos, e a taxa oficial de desemprego nas áreas urbanas atingiu a pior marca dos últimos 22 meses: 5,8%. O desemprego entre trabalhadores na faixa etária entre os 16 e 24 anos atingiu a taxa recorde de 18,2%. “Vamos tentar garantir que a economia cresça no segundo trimestre”, disse Li, de acordo com uma transcrição do discurso a que o jornal Financial Times teve acesso. “Esta não é uma meta alta e está muito longe de meta de 5,5%. Mas temos que o conseguir”, apontou. O prolongado confinamento de Xangai, a “capital” financeira da China, nos últimos dois meses, poderá agravar os dados económicos do país. Li enfatizou a necessidade de implementar políticas, o mais rápido possível, para estabilizar a economia e apoiar o mercado e o emprego e garantir o sustento da população. “O desenvolvimento é a chave para resolver todos os problemas na China”, lembrou. O primeiro-ministro ordenou às entidades governamentais que apliquem as 33 medidas recentemente aprovadas pelo Conselho de Estado para estabilizar a economia até ao final de maio. O Conselho de Estado vai enviar grupos de trabalho a 12 províncias, a partir de hoje, para acompanhar o trabalho das autoridades locais na aplicação das medidas. “Os governos locais devem tratar as empresas de forma igual, continuar a melhorar os serviços logísticos e as cadeias industriais, para permitir a retoma da produção e garantir a rápida distribuição de benefícios sociais às pessoas necessitadas”, destacou Li.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos Humanos | China deve escolher o seu próprio percurso Num encontro com a Alta-comissária da ONU, Michelle Bachelet, que está de visita ao país, Xi Jinping reafirmou a posição chinesa de um caminho particular na defesa de valores como a ordem e a justiça, recusando a ideia de copiar modelos de outros países, o que, segundo o líder da nação, teria consequências catastróficas O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem o histórico da China na defesa dos Direitos Humanos, num encontro com a Alta-comissária da ONU Michelle Bachelet, argumentando que cada nação deve escolher o seu próprio percurso. “Através do trabalho árduo e persistente de longo prazo, a China embarcou com sucesso num caminho de desenvolvimento dos Direitos Humanos, que está de acordo com a tendência dos tempos e adapta-se às suas próprias condições nacionais”, disse o governante chinês à Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, que está a realizar uma visita ao país, segundo a televisão estatal chinesa CCTV. “Desviar-nos da realidade e copiar modelos de outros países não é apenas inaceitável, como tem consequências catastróficas e, em última análise, traz sofrimento à população”, argumentou. “Continuaremos a promover a protecção dos Direitos Humanos e do Estado de direito, e a manter a ordem e a justiça social. O povo chinês desfruta hoje de direitos cada vez mais democráticos e de garantias sem precedentes”, defendeu o Presidente chinês. Bachelet está a realizar uma visita de seis dias à China, que inclui uma deslocação à província de Xinjiang. De acordo com organizações de defesa dos Direitos Humanos, pelo menos um milhão de uigures e membros de outras minorias de origem muçulmana, estão ou foram encarcerados em campos de doutrinação naquela região, no extremo noroeste da China, e colocados sob vigilância apertada pelas autoridades. Pequim classificou tais acusações como a “mentira do século”. Abertura e respeito Xi Jinping disse que a China está “disposta a manter o diálogo e a cooperação” no âmbito da defesa dos Direitos Humanos, mas desde que se baseiem no “respeito e igualdade mútuos” e tenham como objectivo “expandir o consenso, reduzir as diferenças e aprender e progredir mutuamente”. “O que não é necessário de todo são ‘professores’, arrogantes como outros países, e muito menos politizar estas questões”, argumentou o chefe de Estado chinês, numa referência velada aos Estados Unidos e à União Europeia (UE), que sancionaram autoridades e entidades chinesas, no ano passado, devido às denúncias de abusos contra a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, na região de Xinjiang. “Devemos evitar padrões duplos e parar de interferir nos assuntos internos dos outros países sob o pretexto dos Direitos Humanos”, apontou o líder chinês, frisando ainda: “Temos que promover a defesa dos Direitos Humanos de uma forma inclusiva, justa e razoável”. Xi Jinping assegurou que a China vai continuar a “apoiar” os “esforços activos” das Nações Unidas nesta questão. Bachelet é a primeira Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos a visitar a China, desde 2005, após anos de negociações com Pequim sobre os termos da visita a Xinjiang. A visita de seis dias vai focar-se nas alegações de abusos contra as minorias de origem muçulmana. Pequim contesta as acusações sobre uma campanha repressiva, dizendo que os campos são centros de treino vocacional, destinados a afastar os uigures de movimentos terroristas e separatistas, numa região que foi, no passado, palco de confrontos entre os uigures e os han, o principal grupo étnico da China.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia restringe exportação de açúcar para proteger reservas e baixar inflação A Índia vai impor restrições à exportação de açúcar para proteger as próprias reservas e reduzir a inflação depois de terem sido interditadas as exportações de cereais, no quadro da crise global de produtos agrícolas. A Índia é o primeiro produtor mundial de açúcar e o segundo exportador, depois do Brasil. Devido à crise agrícola mundial, agravada pela invasão russa da Ucrânia, a Índia decidiu restringir as exportações de açúcar a 10 milhões de toneladas a partir de junho, refere um comunicado do Ministério da Alimentação do governo de Nova Deli. A decisão começa a vigorar a partir do dia 01 de junho e foi adotada “para que se mantenha a disponibilidade interna e a estabilidade dos preços” durante o período de cultivo anual da cana de açúcar. Em meados de maio, invocando a inflação e a segurança alimentar, a Índia interditou as exportações de trigo. Paralelamente, a Indonésia interrompeu de forma temporária as exportações de óleo de palma e a Malásia restringiu a venda de carne de frango.
Hoje Macau China / ÁsiaImprensa | Biden quer esvaziar compromisso com princípio ‘Uma China’ Analistas citados pela imprensa oficial chinesa defenderam ontem que os comentários de Joe Biden, sobre o compromisso de os Estados Unidos intervirem militarmente caso a China invadisse Taiwan, são representativos da estratégia norte-americana de “esvaziar” o princípio “Uma China”. Para os analistas citados pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista da China, as “observações de Biden constituem sinais perigosos” de que ele pretende abandonar o compromisso de Washington com aquele princípio. A estratégia de Biden torna a relação entre China e EUA no “Titanic a embater contra um iceberg”, o que “vai resultar numa crise, ou pior”, argumentou Da Wei, director do Centro de Segurança e Estratégia Internacional da Universidade de Tsinghua, citado pelo jornal. Da considerou as observações de Biden inconsistentes com a posição dos EUA sobre Taiwan e a China. “Enviar tropas é interferência militar, oferecer armas e inteligência militar também pode ser interpretado como ‘intervenção militar’”, argumentou. “A Administração de Biden está a jogar com a ilha não apenas para atender aos políticos pró – Taiwan nos EUA, mas também para servir a sua estratégia em relação à China”, disse. No mesmo tom Citado pelo Global Times, Sun Chenghao, investigador da Universidade de Tsinghua, apontou que Biden está a tentar usar a guerra na Ucrânia como uma desculpa para enfraquecer a reivindicação da China sobre Taiwan. “No entanto, a Ucrânia e a ilha de Taiwan são casos completamente diferentes. Ao misturar deliberadamente as duas, os EUA estão a tentar enganar os países da Ásia-Pacífico e fazê-los pensar que a região corre o risco de um conflito semelhante”, disse Sun. “Tais declarações servem para dar legitimidade à estratégia para a Ásia–Pacífico dos EUA”, argumentou. Biden disse na segunda-feira, em Tóquio, que os EUA vão continuar a honrar o princípio de “Uma China”, que reconhece a posição de Pequim de que Taiwan faz parte da China, mas também acrescentou que os EUA responderiam militarmente se a China atacasse o território, que funciona como uma entidade política soberana. “Simplesmente não seria apropriado (…) afectaria toda a região e seria outra acção semelhante ao que aconteceu na Ucrânia”, disse Joe Biden. “A América está comprometida com o princípio de ‘Uma China’, mas isso não significa que a China tenha jurisdição para usar a força contra Taiwan”, frisou. O Governo chinês expressou também “forte insatisfação e oposição resoluta” às declarações de Biden. “A China não está disponível para compromissos ou concessões em questões que envolvem os seus interesses centrais, como a soberania e integridade territorial”, disse Wang Wenbin, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Sob o princípio “Uma só China”, os Estados Unidos reconhecem Pequim como o governo legítimo da China e cortaram relações diplomáticas com Taiwan. No entanto, Washington mantém contactos não oficiais com o território, incluindo uma embaixada de facto em Taipé.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | China avisa Biden para não subestimar determinação de Pequim A resposta de Joe Biden à pergunta de um jornalista sobre a posição dos Estados Unidos face a uma possível intervenção de Pequim na antiga Formosa não agradou às autoridades chinesas. O MNE chinês replicou de imediato e aconselhou os norte-americanos a não enviarem sinais errados aos independentistas de Taiwan A China avisou ontem o Presidente dos Estados Unidos para não “subestimar” a “firme determinação” de Pequim em “proteger a sua soberania”, depois de Joe Biden ter prometido defender Taiwan em caso de uma invasão chinesa. “Ninguém deve subestimar a firme determinação, a forte vontade e a poderosa capacidade do povo chinês de defender a soberania nacional e a integridade territorial”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. “Pedimos aos Estados Unidos (…) que evitem enviar sinais errados às forças independentistas” de Taiwan, acrescentou. Biden, que se encontra no Japão após uma passagem pela Coreia do Sul, naquela que é a sua primeira viagem à Ásia desde que tomou posse, admitiu ontem que os Estados Unidos poderiam intervir militarmente caso a China invadisse Taiwan. Foram as declarações mais fortes e abertas de apoio a Taipé por um líder da Casa Branca em décadas. O Presidente norte-americano disse que a obrigação de proteger a ilha tornou-se “ainda mais forte” após a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Esse é um compromisso que assumimos”, disse o chefe de Estado norte-americano, numa conferência de imprensa, em Tóquio. Um único país Sob o princípio “Uma só China”, os Estados Unidos reconhecem Pequim como o governo legítimo da China e cortaram relações diplomáticas com Taiwan. No entanto, Washington mantém contactos não oficiais com o território, incluindo uma embaixada de facto em Taipé. Os Estados Unidos também fornecem equipamento militar para a defesa da ilha. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, depois da derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina avisa Biden para não subestimar determinação de Pequim em relação a Taiwan A China avisou hoje o Presidente dos Estados Unidos para não “subestimar” a “firme determinação” de Pequim em “proteger a sua soberania”, depois de Joe Biden ter prometido defender Taiwan em caso de uma invasão chinesa. “Ninguém deve subestimar a firme determinação, a forte vontade e a poderosa capacidade do povo chinês de defender a soberania nacional e a integridade territorial”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. “Pedimos aos Estados Unidos (…) que evitem enviar sinais errados às forças independentistas” de Taiwan, acrescentou. Biden, que se encontra no Japão após uma passagem pela Coreia do Sul, naquela que é a sua primeira viagem à Ásia desde que tomou posse, admitiu hoje que os Estados Unidos poderiam intervir militarmente caso a China invadisse Taiwan. Foram as declarações mais fortes e abertas de apoio a Taipé por um líder da Casa Branca em décadas. O Presidente norte-americano disse que a obrigação de proteger a ilha tornou-se “ainda mais forte” após a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Esse é um compromisso que assumimos”, disse o chefe de Estado norte-americano, numa conferência de imprensa, em Tóquio. Sob o princípio “Uma só China”, os Estados Unidos reconhecem Pequim como o governo legítimo da China e cortaram relações diplomáticas com Taiwan. No entanto, Washington mantém contactos não oficiais com o território, incluindo uma embaixada de facto em Taipé. Os Estados Unidos também fornecem equipamento militar para a defesa da ilha. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, depois da derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território, apesar de a ilha operar como uma entidade política soberana, e ameaça utilizar a força, caso o território declare formalmente independência. Nos últimos anos, centenas de caças chineses entraram na Zona de Identificação da Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, numa demonstração de força por parte de Pequim
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Pequim prolonga regime de teletrabalho face ao aumento de casos Pequim prolongou hoje o regime de teletrabalho e o ensino à distância, e ordenou nova ronda de testes em massa, após o número de casos de covid-19 ter voltado a aumentar na capital chinesa. Vários bairros da cidade restringiram as entradas e saídas, embora as condições permaneçam muito menos severas do que em Xangai, onde milhões de cidadãos estão sob diferentes níveis de confinamento há dois meses. Pequim relatou 99 casos, nas últimas 24 horas – um aumento em relação à média diária anterior de cerca de 50. No conjunto, a China registou 802 novos casos, marcando um declínio face às semanas anteriores. Apesar disto, o Governo mantém medidas de quarentena, confinamento e testes, face à estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. Xangai informou que 480.000 pessoas ainda estão confinadas, enquanto 1,59 milhões foram autorizadas a movimentar-se dentro dos seus bairros e 21,2 milhões enfrentam restrições mais leves. A reabertura dos transportes a partir de Xangai criou um êxodo de trabalhadores migrantes e estrangeiros, desesperados para escapar da cidade, após dois meses de bloqueio, marcados pela escassez de alimentos, medicamentos e outros bens básicos. Entre os que permanecem na cidade, muitos podem apenas sair uma hora para fazer compras, e ficam encarregados de adquirir mantimentos e outros bens de primeira necessidade para todo o prédio.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio diz que EUA apoiam adesão do Japão ao Conselho de Segurança da ONU O primeiro-ministro do Japão disse hoje que o Presidente dos Estados Unidos apoia a vontade do Japão de se tornar membro permanente de “um novo” Conselho de Segurança da ONU. Fumio Kishida falava na conferência de imprensa conjunta, em Tóquio, no final do encontro bilateral entre os dois líderes. O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 países, incluindo os membros permanentes, com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Em 27 de abril, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que visa reduzir o uso do veto no Conselho de Segurança, enquanto Brasil e Índia exigiram uma reforma do órgão. O governante japonês acrescentou que Joe Biden apoiou também a organização da cimeira do G7, no próximo ano, em Hiroshima, no sudoeste do país. Kishida disse ainda que o Japão e os EUA “vão vigiar as atividades recentes da marinha chinesa, bem como os movimentos relacionados com os exercícios conjuntos da China e da Rússia”. “Opomo-nos firmemente às tentativas de mudar o ‘status quo’ pela força no mar da China Oriental e no mar da China Meridional”, disse. Por outro, os dois líderes concordaram “em lidar conjuntamente com várias questões relacionadas com a China, incluindo direitos humanos”, acrescentou o primeiro-ministro japonês.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Joe Biden reúne-se com líderes do grupo Quad O Presidente dos Estados Unidos chegou ontem ao Japão para uma visita centrada no reforço da cooperação económica e de segurança com os parceiros do grupo Quad face à ascensão da China e à guerra na Ucrânia, noticia a EFE. A agência de notícias espanhola realça que na visita de Joe Biden aquele país asiático, a primeira desde que tomou posse, o líder norte-americano vai fazer o lançamento formal do Quadro Económico Indo-Pacífico (IPEF), um novo projecto de cooperação regional destinado a promover o comércio e o investimento entre os EUA e os países da região, bem como a reforçar a resiliência das cadeias de abastecimento. Segundo a EFE, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, disse aos jornalistas, ainda a bordo do avião presidencial norte-americano, que o IPEF é um acordo “muito amplo”, no qual vários países da região demonstraram interesse. Sullivan adiantou ainda que na reunião do grupo Quad, que junta EUA, Japão, Índia e a Austrália, que terá lugar amanhã em Tóquio, os líderes dos quatro países pretendem “enviar uma mensagem clara de dissuasão” contra “agressão militar ou alterações unilaterais ao status quo” no Indo-Pacífico. O aumento das tensões no Estreito de Taiwan pode igualmente ser “uma das questões de segurança” abordadas nas discussões quadripartidas, embora não esteja inicialmente na agenda da cimeira. Além da reunião entre os quatro países, Joe Biden irá ter encontros bilaterais com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o Presidente eleito da Austrália, Anthony Albanese, que deverá viajar para o Japão esta terça-feira, logo a seguir à sua tomada de posse, estando também agendada uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | China tenta pôr termo a “crescimento fictício” por via da construção Segundo o economista da Universidade de Pequim, Michael Pettis, a covid-19 veio acelerar o processo de desinvestimento do país em activos não produtivos. Pequim tenta afastar-se do modelo de crescimento assente no sector imobiliário O abrandamento económico suscitado pela covid-19 vai obrigar a China a alocar capital de forma mais eficiente, pondo termo a décadas de “crescimento fictício”, alimentado pelo sector da construção, explica à Lusa o economista Michael Pettis. O professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim, vê no colapso de algumas das maiores construtoras do país um sinal de que a China se está a afastar do modelo de crescimento assente no investimento em activos não produtivos. “Há muito crescimento fictício na China”, nota Pettis. “O excesso de investimento em todo o tipo de projectos de construção inflacciona o crescimento há vários anos”, descreve. O termo “crescimento fictício” foi usado pela primeira vez pelo Presidente chinês, Xi Jinping, num ensaio publicado em 2021, que frisou a importância de o país alcançar um crescimento “genuíno”. Em entrevista à agência Lusa, Michael Pettis, que vive no país asiático há duas décadas, considera que a campanha para desalavancar o sector imobiliário faz parte dos esforços de Pequim para pôr termo a esse modelo. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. Este mês, a Sunac tornou-se a mais recente construtora chinesa a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cuja dívida, que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, vai ser reestruturada. “A maioria das estimativas coloca a contribuição do sector imobiliário para o PIB [Produtos Interno Bruto] da China entre 25 por cento e 30 por cento. Isto é duas a três vezes superior ao de outros países. O investimento em imobiliário por si só representa cerca entre 13 por cento e 14 por cento do PIB”, observa Pettis. O rácio entre o preço dos imóveis e o valor das rendas no país asiático está entre os mais altos do mundo, sugerindo um retorno negativo sobre o capital investido. Em Pequim ou Xangai, o valor médio dos imóveis ascende a cerca de 23 vezes o vencimento médio anual dos residentes. Para o economista, a alocação de capital para investimentos não produtivos na China ascende a uma “escala sem precedentes” na História. “Normalmente, quando os economistas querem falar sobre um caso proeminente de grande quantidade de investimento não produtivo, eles apontam para o Japão na década de 1980”, indica. “O meu palpite é que em 10 ou 20 anos vão estar a falar da China”, acrescenta. Exemplo espanhol Diferentes analistas estimam existir na China propriedades vazias suficientes para abrigar mais de 90 milhões de pessoas – cerca de nove vezes a população portuguesa. Em muitos casos, as casas são mantidas vazias pelos proprietários, por serem assim mais fáceis de vender a um próximo especulador. A estrutura assemelha-se a um esquema pirâmide, onde o activo não gera por si fluxo de capital, mas depende antes de um próximo investidor estar disposto a pagar mais pelo bem imóvel. A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas. Michael Pettis aponta para o exemplo de Espanha antes da crise financeira internacional de 2008. “O período de rápido crescimento da economia espanhola foi impulsionado pelos fundamentos errados: a construção de imóveis nos quais ainda hoje ninguém mora, e uma enorme quantidade de infraestrutura, que foi além daquilo que o país necessitava”, descreve. “Enquanto isto dura é óptimo”, nota. Mas, quando o aumento da dívida é incapaz de gerar retorno, o modelo torna-se insustentável, suscitando uma “desaceleração económica e potencial aumento do desemprego”. Pettis prevê agora o fim de décadas de trepidante crescimento económico do país asiático. “A China poderia ter continuado com o modelo actual por mais três ou quatro anos”, observa. “Mas, com o impacto económico da covid-19, estão a ficar sem tempo”.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste/20 anos: Ana Gomes em Díli defende que país tem importância estratégica para Portugal A diplomata Ana Gomes chegou hoje a Díli para as celebrações dos 20 anos da restauração da independência de Timor-Leste, país que defende ter uma importância estratégica para Portugal maior do que muitos portugueses percepcionam. “Vou ficar até domingo, vim convidada pelo Presidente, Ramos-Horta, e é sempre para mim uma emoção vir a Timor e claro que no 20.º aniversário da independência ainda mais”, declarou Ana Gomes à agência Lusa, num hotel em Díli. Questionada pela Lusa, a antiga embaixadora em Jacarta contou que já iniciou a escrita do seu livro sobre o processo de independência de Timor-Leste: “Estava a escrevê-lo quando começou a guerra na Ucrânia, e perturbou-me tanto que o adiei por uns meses. Mas ainda retomarei este ano a escrita, porque acho que tenho obrigação de escrever esse livro”. Ana Gomes era para ter chegado há dois dias, mas houve uma ligação aérea que falhou: “Só cheguei esta manhã, mas cá estou para o dia da independência”. Hoje, em Díli, assistiu à cerimónia do içar da bandeira nacional em comemoração da independência, no Palácio da Presidência, onde também esteve o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, que representa o Estado português e a União Europeia nestas cerimónias oficiais, na sua primeira visita oficial a Timor-Leste. “Não troquei impressões, mas já cumprimentei o senhor Presidente. A sensação que eu tenho é muito importante, claro, que o nosso Presidente aqui esteja, porque este é um tempo também especial para todos os portugueses que vibraram com Timor”, disse. Ana Gomes acrescentou que “Timor é muito mais muito importante do que a maior das pessoas hoje em Portugal percepciona”, assinalando que “vai em breve ser membro da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático]” e que “é a parte do território asiático que fala português”. “Ao contrário de Macau, aqui fala-se português. Mais e melhor se podia falar se também houvesse mais investimento da nossa parte – e não estou a falar do trabalho extraordinário feito pelos professores de português, mas ao nível, por exemplo, dos órgãos de comunicação social”, considerou. Segundo a ex-eurodeputada, “a televisão e outros media eletrónicos podiam ser aqui muito úteis no aprofundamento da qualidade do português que se fala aqui”. “Eu sou das pessoas que acham que a decisão de escolher o português é estratégica para Timor, para o reforço da identidade timorense. Mas também devia ser entendida como estratégica por Portugal, porque esta é obviamente a nossa grande porta de interesses na Ásia para o tipo de relações que eu penso que são profícuas para Portugal”, sustentou. Na Ásia, Portugal deve procurar relações que não sejam “de dependência de uma grande potência como é o caso da China”, mas antes “de valorização da capacidade do nosso relacionamento económico, comercial, mas também político com todos os povos da região”, advogou. Ana Gomes, militante socialista, foi candidata às presidenciais de 2021 sem apoio do PS, nas quais Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República. Como diplomata, serviu nas missões junto da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra e Nova Iorque e nas embaixadas em Tóquio e Londres. Entre 1999 e 2003 foi chefe de missão e embaixadora em Jacarta, tendo acompanhado o processo de independência de Timor-Leste, conseguida após uma luta de libertação contra a ocupação indonésia, e de restabelecimento das relações diplomáticas luso-indonésias.
Hoje Macau China / ÁsiaRamos-Horta: Há “desafios exigentes” que continuam por sanar em Timor-Leste Foto de António Dasiparu Timor-Leste já percorreu um longo caminho de consolidação democrática, mas continua a enfrentar “desafios exigentes”, alguns dos quais continuam por sanar, particularmente no que toca a desigualdades sociais, afirmou hoje o Presidente timorense. “Timor-Leste percorreu já um longo caminho para a consolidação de uma democracia jovem, vibrante e assente nos princípios de um estado de direito. Não podemos pensar que tudo está feito, o nosso país tem pela frente desafios exigentes próprios do nosso contexto histórico e cultural”, afirmou José Ramos-Horta num discurso no parlamento, numa sessão que evoca os 20 anos da restauração da independência e de vida da constituição. “Desafios estes que já nos acompanham há algum tempo, isto apesar da constituição estabelecer os fundamentos e a base jurídica necessária para o Estado poder atuar no sentido de atenuar as desigualdades identificadas”, afirmou. Ramos-Horta, que tomou posse ao final da noite de quinta-feira como Presidente da República, hora local, falava numa sessão solene do Parlamento Nacional de comemoração do 20.º aniversário da constituição timorense, na qual participaram, entre outros, o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa. Num discurso em que destacou o que já foi conseguido e o que falta conseguir para uma verdadeira implementação dos princípios orientadores da constituição, que cumpre 20 anos de vida, Ramos-Horta disse que o país se deve orgulhar de ser uma democracia “livre e plural, multiétnica e multirreligiosa”. Falta, porém, consolidar os princípios de proteção social próprios de um estado de direito, afirmou, sublinhando que o Estado “deve desenvolver e implementa políticas capazes de responder de forma eficaz às necessidades” atuais. “Só assim terá a capacidade de servir plenamente os seus cidadãos, e assegurar os seus direitos fundamentais”, afirmou, considerando essencial uma alteração de pensamento “privilegiando” as regras e normas, mas, “acima de tudo, as pessoas”. Num longo discurso, Ramos-Horta analisou os vários componentes da lei base, aprovada pelos 88 deputados da Assembleia Constituinte, que a 20 de maio de 2002 se transformou em Parlamento Nacional. Um texto que enfatiza o respeito pelos direitos humanos e fundamentais, separação de poderes e respeito pela democracia pluralista, sendo essencial “na construção de um Estado de Direito Democrático, assente na dignidade da pessoa humana e na soberania do povo”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina reduz custos com hipotecas para reanimar setor imobiliário em crise O banco central da China anunciou hoje um corte na taxa de juros para empréstimos a longo prazo, reduzindo assim os custos com hipotecas, num sinal de apoio ao setor imobiliário, que atravessa uma crise de liquidez. De acordo com um comunicado do Banco Popular da China, a taxa de base para empréstimos de cinco anos, a referência para o crédito à habitação, foi reduzida de 4,6% para 4,45%, um corte de 15 pontos base – o maior desde que foi criada, em 2019. Isto superou em três vezes a previsão dos analistas, que esperavam uma queda de cinco pontos base. “Acreditamos que a decisão visa impulsionar a procura no setor imobiliário, que foi de mal a pior”, explicou Julian Evans-Pritchard, analista da consultora britânica Capital Economics, num relatório. Evans-Pritchard apontou que a queda nos juros sobre novas hipotecas pode ser ainda maior, já que os reguladores no fim de semana reduziram os níveis mínimos de taxas para novos compradores em 20 pontos base, em relação à taxa de base. O banco central da China baixou ainda os custos de financiamento dos bancos, para que as entidades possam oferecer condições mais atrativas. Evans-Pritchard frisou, no entanto, que as medidas de bloqueio impostas pela estratégia de ‘zero casos’ de covid-19 constituem o principal obstáculo, neste momento, para o setor imobiliário. A taxa preferencial de empréstimos a um ano – a taxa de juros de facto – foi mantida inalterada, em 3,7%. A Capital Economics apontou que a “moderação” do banco central em relação à taxa a um ano pode ser devido a preocupações com o efeito para a taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan, em relação ao dólar. O aumento das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos motivou uma fuga de capitais da China, após os títulos do tesouro norte-americano terem mesmo ultrapassado a rentabilidade garantida pela dívida emitida pelo Governo chinês, pela primeira vez desde 2010. O banco central chinês “ainda parece relutante” em permitir um grande aumento do crédito, apontou a Capital Economics. A consultora disse não acreditar que as medidas de flexibilização monetária sejam suficientes para “impulsionar uma forte recuperação”, e descartou estímulos em “grande escala”. A taxa de base é calculada a partir das contribuições de preços de uma série de bancos – incluindo pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais altos e maior exposição a crédito malparado – e visa reduzir os custos de empréstimos e apoiar a “economia real”. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. Este mês, a Sunac tornou-se a mais recente construtora chinesa a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cuja dívida, que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, vai ser reestruturada.