Coreia do Sul | DeepSeek regressa após rever processamento de dados

A aplicação chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek voltou ontem a estar disponível na Coreia do Sul, depois de lançar uma versão parcialmente revista em coreano da sua política de processamento de dados.

O descarregamento da aplicação estava suspenso na Coreia do Sul desde 15 de Fevereiro, depois de o Governo sul-coreano ter acusado os seus operadores de enviarem dados dos utilizadores a outras empresas sem obterem consentimento.

O serviço revelou ontem uma política revista de tratamento de informações para os utilizadores sul-coreanos, depois de a Comissão de Protecção de Informações Pessoais da Coreia do Sul ter revelado, na semana passada, que o DeepSeek transferiu dados pessoais dos utilizadores para três empresas na China e uma nos Estados Unidos, sem que essa divulgação estivesse abrangida pelas suas políticas.

As autoridades sul-coreanas acusaram anteriormente o serviço de enviar informações para uma empresa afiliada à ByteDance, proprietária da rede social chinesa TikTok, e pediram aos proprietários da empresa que estabelecessem rigorosamente a base legal para as suas transferências de dados para o estrangeiro e destruíssem imediatamente as informações comprometidas, bem como uma versão em coreano das suas políticas.

Nos seus termos e condições revistos, a DeepSeek estabeleceu um regulamento suplementar separado para a Coreia do Sul, que estipula que processará as informações pessoais de acordo com as leis nacionais de protecção de dados.

A DeepSeek “comunicará os resultados das recomendações de correcção e melhoria no prazo de 60 dias”, disse um funcionário da comissão sul-coreana, citado pela agência noticiosa local Yonhap.

29 Abr 2025

Comércio | Tarifas podem criar maior mercado negro do mundo

As tarifas recorde impostas por Washington sobre produtos chineses podem criar o “maior mercado negro do mundo”, à medida que as empresas recorrem ao transbordo por países terceiros e à subfacturação, apontou um ‘think tank’.

Apesar de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter fixado taxas alfandegárias de 145% sobre a maioria dos bens oriundos da China, as exportações chinesas vão continuar a chegar ao mercado norte-americano através de canais alternativos, frisou num relatório a Gavekal Dragonomics, grupo de reflexão norte-americano focado na economia chinesa.

O documento destacou que a diferença tarifária entre a China e os restantes parceiros comerciais dos EUA está a criar “incentivos poderosos para a evasão”, sobretudo através do ‘comércio triangular’ e da subfacturação.

Uma das vias mais utilizadas consiste em enviar produtos da China para países como México ou Canadá, onde são depois reetiquetados ou levemente modificados, para posteriormente entrarem nos EUA ao abrigo de tarifas reduzidas ou isenções.

O chamado regime de ‘minimis’, que isenta de impostos as remessas até 800 dólares, também tem sido amplamente explorado. Esta excepção será, no entanto, revogada para a China continental, Hong Kong e Macau a partir de 2 de Maio. As novas regras determinam que qualquer pacote de baixo valor proveniente desses territórios pagará uma tarifa fixa de 120 por cento do valor declarado.

De acordo com os autores do relatório, mesmo os exportadores que não recorrem ao ‘comércio triangular’ têm agora fortes incentivos para subfacturar as encomendas.

Esta prática já era significativa: em 2021, um estudo da Reserva Federal dos EUA concluiu que a subfacturação explicava mais de 55 mil milhões de dólares de discrepância entre os dados das importações dos EUA e os de exportações da China.

29 Abr 2025

Tarifas | Pequim considera estar do “lado certo da História”

Um alto funcionário do Governo chinês disse ontem que Pequim está “do lado certo da História” na guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

 

Desde que regressou à Casa Branca em Janeiro passado, Trump impôs tarifas de pelo menos 10 por cento sobre a maioria dos parceiros comerciais dos EUA e uma sobretaxa separada de 145 por cento sobre os produtos chineses. Pequim retaliou com a sua própria sobretaxa de 125 por cento sobre os produtos norte-americanos.

“A China está do lado da esmagadora maioria dos países do mundo, do lado certo da História e do progresso humano”, afirmou Zhao Chenxin, vice-director da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico da China, numa conferência de imprensa, em Pequim.

Zhao Chenxin e vários altos funcionários de diferentes ministérios chineses prometeram que Pequim vai tomar mais medidas para impulsionar a economia e o consumo interno, visando mitigar os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos. “Estamos convencidos de que a oposição ao mundo e à verdade só conduz ao isolamento. Só avançando de mãos dadas com a comunidade mundial e defendendo a moralidade e a justiça poderemos construir o futuro”, sublinhou Zhao. Os Estados Unidos “praticam a intimidação e a hegemonia, renegando constantemente os seus compromissos”, denunciou.

No domingo, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, defendeu a política tarifária de Donald Trump, que está a perturbar a economia mundial, considerando-a como uma forma de criar “incerteza estratégica” para dar vantagem a Washington.

Instado ontem a responder a estes comentários, Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, afirmou que os Estados Unidos devem “conduzir o diálogo com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”. “Se os Estados Unidos querem realmente resolver o problema através do diálogo e da negociação, devem deixar de ameaçar e chantagear”, disse Guo, em conferência de imprensa.

Alta tensão

Pequim prometeu travar a guerra comercial “até ao fim” se Washington continuar com as suas medidas proteccionistas. No entanto, a China reconheceu ontem que a tempestade comercial desencadeada por Donald Trump está a ter um impacto na sua economia, que continua fortemente dependente das exportações.

“Embora a economia [nacional] continue a recuperar, as bases para uma melhoria sustentável exigem um maior reforço face às crescentes pressões externas”, disse Yu Jiadong, vice-ministro dos recursos humanos, em conferência de imprensa. “A imposição sucessiva de taxas exorbitantes por parte dos Estados Unidos criou dificuldades de produção e de funcionamento a algumas empresas exportadoras e afectou o emprego de alguns trabalhadores”, sublinhou.

29 Abr 2025

Tarifas | China desmente Trump sobre negociações comerciais com Estados Unidos

A China voltou seabado a negar estar em negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas, desmentindo os comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira.

“Não houve consultas ou negociações entre a China e os Estados Unidos sobre questões tarifárias, muito menos um acordo”, disse a embaixada chinesa em Washington, num comunicado publicado na plataforma de mensagens WeChat. As afirmações norte-americanas de que está em curso um diálogo sobre as tarifas “são enganadoras”, acrescentou a representação diplomática chinesa.

“Se os Estados Unidos querem realmente resolver o problema através do diálogo, devem primeiro corrigir os seus erros, deixar de ameaçar e pressionar os outros e abolir completamente todas as medidas tarifárias unilaterais tomadas contra a China”, lê-se no comunicado.

Numa entrevista publicada na sexta-feira pela revista Time, o Presidente norte-americano disse que estavam em curso discussões entre os dois países para tentar chegar a um acordo e sugeriu que o processo poderia estar concluído nas próximas semanas.

Referiu, além disso, ter falado ao telefone com o homólogo chinês, Xi Jinping, sem, no entanto, especificar quando ou qual o conteúdo da conversa. “Ele telefonou. E não acho que isso seja um sinal de fraqueza”, disse o dirigente norte-americano.

O Ministério do Comércio chinês já tinha negado na quinta-feira que estivesse a levar a cabo negociações económicas ou comerciais com Washington.

O Presidente norte-americano decidiu impor sobretaxas de 145 por cento a certos produtos importados da China. Em resposta, Pequim impôs sobretaxas de 125 por cento sobre os produtos provenientes dos Estados Unidos.

28 Abr 2025

Baidu | Lançados dois novos modelos de IA rivais da DeepSeek e ChatGPT

A chinesa Baidu anunciou sexta-feira o lançamento de dois novos modelos de inteligência artificial (IA), Ernie 4.5 Turno e Ernie X1 Turbo, numa conjuntura de intensa concorrência desta tecnologia depois do impulso dado pela DeepSeek ao sector.

Num evento para programadores da empresa chinesa, o presidente executivo (CEO), Robin Li, detalhou as melhorias introduzidas no Ernie 4.5 Turnbo, considerado o modelo base da tecnológica, e a série X1 Turbo, plataforma apresentada em março, informou o jornal oficial Diário do Povo.

Segundo Li, foi ampliada a capacidade de memória ao modelo e otimizado o seu motor de inferência para reforçar as capacidades de ‘raciocínio’ e reduzir a frequência de ‘alucinações’ ou respostas fora do contexto, um dos problemas do sector.

Além disso, a Baidu salientou a capacidade de ambos os sistemas de criar e gerir agentes digitais, programas autónomos que podem ser utilizados em aplicações como o atendimento ao cliente, a análise de dados ou processos automatizados de revisão de informação.

Esta iniciativa responde ao plano da tecnológica chinesa em acelerar o desenvolvimento das suas tecnologias de IA, num contexto de crescente concorrência local de empresas como a DeepSeek, Alibaba, Tencent e ByteDance.

Recentes modelos de linguagem como a DeepSeek e outros apresentados pelas chinesas Tencent, Alibaba ou ByteDance provocaram uma aceleração da tecnologia nos últimos meses por serem capazes de concorrer nas suas capacidades com as soluções tecnológicas norte-americanas de IA a um preço mais baixo.

28 Abr 2025

Comércio | UE pede a Pequim que evite inundar mercado com produtos que não podem ir para EUA

O comissário europeu da Economia disse sexta-feira que pediu à China para que “não inunde” outros mercados com os produtos que não pode colocar nos Estados Unidos, na sequência da guerra das tarifas iniciada por Donald Trump.

O comissário Valdis Dombrovskis falava numa conferência de imprensa em Washington, onde está numa visita oficial por ocasião das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), um encontro que está a aproveitar para se reunir com autoridades dos Estados Unidos e da China para abordar a guerra comercial.

“A minha mensagem aos homólogos chineses é que é importante que a China mostre uma certa moderação e não comece a inundar outros mercados com estes produtos, o que poderá criar possíveis contramedidas e desencadear um efeito dominó”, disse.

Para a UE, acrescentou, “é importante preservar as regras assentes no sistema de comércio multilateral porque, no final do dia, é o que funciona melhor para todos”. “Do lado da China, mostraram-nos compreensão sobre a nossa preocupação”, salientou.

Quanto às negociações com os Estados Unidos, o político letão disse que o objectivo da UE é chegar a um acordo antes que vença o prazo de 90 dias imposto por Trump para evitar a imposição das tarifas para o mercado comunitário.

28 Abr 2025

1 de Maio | Optimismo do turismo para os feriados do Dia do Trabalhador

O mercado turístico está animado com os feriados do Dia do Trabalhador que se aproximam, esperando-se que o turismo doméstico supere o dos dois anos anteriores

 

Agências de viagens e especialistas em turismo disseram estar optimistas quanto ao desempenho do mercado turístico durante o próximo feriado do Dia do Trabalho, com a previsão de que tanto o turismo doméstico quanto o internacional aumentarão durante o período, indica o Diário do Povo.

A confiança é apoiada pelos fortes números de consumo turístico registados no primeiro trimestre. O Ministério da Cultura e Turismo da China afirmou que o número de visitas de turistas nacionais atingiu cerca de 1,8 mil milhões nos primeiros três meses, um aumento anual de 26,4 por cento em relação, levando a um consumo relacionado ao turismo de cerca de 1,8 biliões de yuans (, um aumento de 18,6 por cento numa base anual.

Com duração de cinco dias e início na próxima quinta-feira, o feriado de Primeiro de Maio é o último feriado prolongado na China no primeiro semestre do ano. Com base nas reservas de turismo até o momento para o feriado, muitas agências de viagens esperam que o desempenho do mercado de turismo doméstico supere o dos dois anos anteriores.

O portal de viagens Tuniu informou que, até meados de Abril, as reservas turísticas na plataforma vinculadas a destinos nacionais aumentaram 100 por cento em comparação ao mesmo período do ano passado.

Qi Chunguang, vice-presidente da Tuniu, disse que as viagens nacionais de longa distância e as viagens internacionais de curta distância apresentaram forte crescimento. Passeios autónomos e autoguiados continuarão a ver aumentos notáveis à medida que o feriado se aproxima, acrescenta a publicação.

Destinos variados

O provedor de serviços de viagens Qunar explicou que o turismo para cidades, condados e vilas menores está a apresentar uma tendência de alta, especialmente entre viajantes jovens que procuram experiências únicas, com os principais destinos menos conhecidos, mas modernos, incluindo o condado de Pingtan, província de Fujian; Yangshuo, Região Autónoma da Etnia Zhuang de Guangxi; e condado de Anji, província de Zhejiang.

“Quero ir para um lugar sem multidões durante o feriado. É um bom momento para escapar do trabalho e permitir-me mergulhar totalmente na natureza”, disse Li Miao, 31, de Shanghai, que passará quatro dias e três noites em Anji — famosa por suas belas paisagens rurais e acomodações bem planeadas — durante o feriado.

Agências de viagens e especialistas em turismo também depositaram grandes esperanças no desempenho da actividade turística de entrada e saída durante o feriado.

O Trip.com indicou que o volume de reservas para seus serviços de aluguel de carros em destinos internacionais deve apresentar um aumento anual de 25 por cento durante o feriado. Destinos internacionais populares continuam a ser aqueles com tempos de viagem mais curtos, como a Região Administrativa Especial de Hong Kong, Japão, Coreia do Sul, Tailândia e Singapura. Além disso, mais destinos — como Catar, Áustria e Cazaquistão — estão a surgir como opções de tendência graças às políticas de visto optimizadas, ao aumento de voos e a mais rotas aéreas, disse o grupo.

“O meu marido e eu pediremos dois dias extras de licença e teremos sete dias de folga para nossa viagem à Noruega”, disse Song Haiyan, 34, de Pequim, que partirá para o país na quinta-feira.

28 Abr 2025

Nuclear | MNE apoia diálogo entre Irão e EUA e rejeita sanções

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou o apoio da China ao Irão nas negociações nucleares com os Estados Unidos e rejeitou o recurso à força e a sanções para resolver a questão nuclear iraniana.

Wang Yi reuniu-se na quarta-feira, em Pequim, com o homólogo iraniano, Abbas Araqchi, que está de visita à China, nas vésperas de se realizarem novas conversações em busca de um acordo nuclear entre Teerão e Washington, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O chefe da diplomacia chinesa valorizou o “compromisso do Irão de não desenvolver armas nucleares”, defendendo simultaneamente o direito de Teerão à utilização pacífica da energia atómica. Wang sublinhou que Pequim “se opõe ao uso da força e às sanções unilaterais ilegais”, numa aparente referência às sanções que Washington impôs contra Teerão.

Araqchi entregou a Wang uma mensagem do Presidente iraniano, Masud Pezeshkian, ao homólogo chinês, Xi Jinping, e agradeceu a Pequim “a abordagem construtiva e eficaz nas discussões relacionadas com a questão nuclear iraniana”, lê-se no comunicado da diplomacia chinesa.

O Irão e os Estados Unidos realizaram, desde meados de Abril, duas rondas de conversações com vista a um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano, que ambas as partes descreveram como construtivas. Representantes dos dois países vão reunir-se pela terceira vez no sábado.

A China é o maior parceiro comercial do Irão e um dos principais compradores do seu petróleo sob sanções. Em 2021, a China assinou um vasto acordo estratégico de 25 anos com o Irão. Esta importante parceria abrange áreas tão variadas como a energia, a segurança, as infraestruturas e as telecomunicações.

25 Abr 2025

Óbito/Papa | HK autoriza cardeal Joseph Zen a assistir ao funeral

O Cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong, foi autorizado a deixar a cidade semiautónoma da China para assistir ao funeral do Papa Francisco na Cidade do Vaticano, informou ontem a agência Associated Press.

Zen, de 93 anos, deixou Hong Kong na quarta-feira à noite, depois de ter apresentado um pedido num tribunal para recuperar o passaporte, revelou a sua secretária à AP. As autoridades confiscaram o passaporte a Zen após ter sido temporariamente detido ao abrigo de uma lei de segurança nacional imposta por Pequim na região administrativa especial em 2022.

Zen está entre os críticos que, nos últimos anos, afirmaram que o acordo do Vaticano com as autoridades chinesas sobre a nomeação de bispos traiu os católicos chineses que se mantiveram fiéis ao Vaticano. Também criticou o secretário de Estado Pietro Parolin, o responsável pelas negociações com Pequim, como um “homem de pouca fé”.

Parolin é considerado um dos principais candidatos a ser o próximo Papa, dada a sua proeminência na hierarquia católica. Na terça-feira, Zen emitiu uma crítica ao Vaticano, questionando a razão pela qual as reuniões pré-conclave começaram já nesse dia.

A sua secretária disse que Zen regressaria a Hong Kong após o funeral do Papa, que está marcado para sábado. Mas disse não ter a certeza da data exacta do regresso.

25 Abr 2025

Índia | Ordenada saída do país de paquistaneses até 29 de Abril

A Índia ordenou ontem a todos os cidadãos paquistaneses, excepto os diplomatas, que abandonem o país até 29 de Abril, em retaliação pelo ataque na Caxemira indiana, que matou 26 civis e pelo qual Nova Deli atribui responsabilidades a Islamabad.

“Em conformidade com as decisões tomadas pelo Comité de Segurança do Gabinete após o ataque terrorista em Pahalgam, Caxemira, o Governo da Índia decidiu suspender a emissão de vistos para cidadãos paquistaneses com efeito imediato”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, em comunicado.

“Todos os cidadãos paquistaneses actualmente na Índia devem deixar a Índia antes da expiração dos seus vistos”, o que acontecerá no domingo, 27 de Abril, no caso dos vistos comuns, e na terça-feira, 29 de Abril, no caso dos vistos médicos, adiantou.

O anúncio foi feito na mesma altura em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu perseguir “até aos confins da Terra” os autores do ataque terrorista que, há dois dias, matou 26 civis na parte indiana de Caxemira. “Digo isto ao mundo: a Índia vai identificar, perseguir e punir os terroristas e aqueles que os apoiam. Vamos persegui-los até aos confins da Terra”, garantiu Modi na sua primeira resposta pública ao ataque.

Ataque mortífero

Na tarde de terça-feira, pelo menos três homens armados abriram fogo contra turistas na cidade de Pahalgam, no sopé dos Himalaias, matando 25 indianos e um nepalês, segundo a polícia indiana. O ataque, que a Índia atribui a islamitas apoiados pelo Paquistão, é o mais mortífero contra civis desde 2000 naquele território indiano de maioria muçulmana.

Na quarta-feira, o Governo hindu ultranacionalista de Nova Deli anunciou uma série de medidas diplomáticas de retaliação. Entre as decisões, que são sobretudo simbólicas, estão a suspensão de um tratado de partilha de águas, o encerramento da principal fronteira terrestre entre os dois países e a retirada de diplomatas.

O Paquistão, que negou responsabilidade pelo ataque, convocou o seu Comité de Segurança Nacional para esta tarde para decidir sobre uma possível resposta.

25 Abr 2025

Tiangong | Enviados três astronautas para substituir tripulação de estação espacial

A China enviou ontem três astronautas para substituir a tripulação da estação espacial chinesa Tiangong, prosseguindo assim o objectivo de enviar astronautas à Lua e ali construir uma base nos próximos anos.

Cercada por chamas e fumo, a nave espacial Shenzhou 20 descolou, como planeado, no foguetão Longa Marcha 2F, do centro de lançamento em Jiuquan, na orla do deserto de Gobi, no noroeste da China, às 17:17 horas para chegar à estação espacial cerca de 6,5 horas mais tarde.

A missão pretende contribuir para o ambicioso objectivo da China de colocar astronautas na Lua até 2030, seguido da construção de uma base lunar. Os astronautas da missão Shenzhou 20 são Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie e vão substituir três astronautas que se encontram actualmente na estação espacial chinesa.

Chen Dong, que já participou nas missões Shenzhou 11 e Shenzhou 14, é o líder do grupo, enquanto os seus dois companheiros de tripulação farão as primeiras viagens ao espaço. Chen Zhongrui era piloto da força aérea e Wang Jie trabalha como engenheiro da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China. Chen Dong liderou a construção da estação espacial durante a missão Shenzhou 14.

Durante a permanência no espaço, os astronautas efectuarão experiências no domínio da medicina e da tecnologia espacial, realizarão missões na parte exterior e introduzirão melhorias na estação espacial. A China construiu a própria estação espacial depois de ter sido excluída da Estação Espacial Internacional devido a preocupações de segurança nacional dos Estados Unidos.

O programa espacial da China tem crescido rapidamente nos últimos anos. A agência espacial chinesa já fez pousar um robô explorador em Marte e um veículo espacial no lado oposto da Lua. A aterragem dos astronautas que regressam da estação espacial está prevista para 29 de Abril.

25 Abr 2025

Pequim reúne com empresas estrangeiras para perceber impacto das tarifas

O Ministério do Comércio chinês informou ontem que se reuniu com mais de oitenta empresas estrangeiras e representantes de câmaras de comércio no país para abordar os efeitos das tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

A reunião, presidida pelo vice-ministro do Comércio, Ling Ji, serviu para “trocar opiniões” sobre o impacto que as tarifas impostas pelos EUA podem ter nas operações e investimentos das empresas estrangeiras na China, indicou a pasta em comunicado.

Durante o encontro, Lin instou os empresários estrangeiros a “fazer ouvir uma voz racional, manter a confiança, ultrapassar as dificuldades e transformar as crises em oportunidades” face às imposições dos EUA que, segundo ele, prejudicam “gravemente” o sistema de comércio internacional.

O responsável chinês insistiu ainda que Pequim continuará a expandir a sua “abertura de alto nível”, a proteger os “direitos legítimos” das empresas estrangeiras, a resolver “activamente” as suas dificuldades operacionais e a assegurar o “funcionamento das cadeias de produção e de abastecimento”.

De acordo com a declaração, os empresários afirmaram que o Governo chinês “continua a atribuir grande importância à resolução dos problemas enfrentados pelas empresas estrangeiras”. E manifestaram a sua vontade de continuar a investir no país, uma vez que a política chinesa é “coerente, estável e previsível”, referiu o ministério.

Sem acordo

Este encontro com representantes estrangeiros, cuja identidade não foi revelada, surge depois de Trump ter manifestado esta semana optimismo quanto à possibilidade de os Estados Unidos e a China chegarem a um acordo comercial.

Mas Pequim garantiu hoje que “não foram iniciadas quaisquer negociações ou consultas” com os EUA sobre a questão das tarifas, e sublinhou que “qualquer diálogo ou negociação deve basear-se na igualdade, no respeito mútuo e na reciprocidade”.

O conflito comercial entre as duas potências, que se intensificou no início de Abril, suscitou preocupações em organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC), que alertou esta semana para o facto de a criação de blocos comerciais antagónicos entre os EUA e a China poder provocar perdas até 7 por cento do PIB mundial.

25 Abr 2025

Visita | Xi promete amizade a África apesar das mudanças internacionais

O Presidente queniano de visita à China, William Ruto, recebeu de Xi Jinping garantias de que independentemente dos desenvolvimentos internacionais desencadeados pela política errática de Donald Trump, a boa-fé chinesa face ao continente africano não se vai alterar

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ontem ao seu homólogo queniano, William Ruto, que “independentemente das mudanças internacionais, a política de sinceridade, amizade e boa-fé da China em relação a África não se vai alterar”.

Numa altura de incerteza global devido à guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Xi disse a Ruto que “a intenção original da China e de África de partilharem a sua riqueza” não vai mudar, de acordo com um comunicado difundido pela imprensa estatal chinesa. O Presidente queniano está a realizar uma visita oficial à China.

Pequim “está disposta a trabalhar com outros países para defender as regras do comércio internacional e proteger a equidade e a justiça internacionais”, disse Xi Jinping, advertindo que “ninguém ganha numa guerra comercial”.

“A China não causa problemas, mas também não tem medo deles”, afirmou o líder chinês, acrescentando que “o enorme mercado da China está sempre aberto aos produtos de alta qualidade do Quénia”. Xi encorajou mais empresas quenianas a investir e a fazer negócios no país asiático.

O Presidente queniano afirmou que “a guerra comercial mina as regras e a ordem internacionais existentes” e garantiu que o seu país “valoriza o papel da China como estabilizador na actual situação turbulenta e como protector dos direitos e interesses legítimos dos países do ‘Sul Global’”, termo que se refere às nações em desenvolvimento.

Ruto afirmou ainda que a China e o Quénia “têm uma visão comum de cooperação, aderem a uma abordagem centrada nas pessoas e são parceiros estratégicos em todos os momentos”, segundo a Xinhua.

Acordos assinados

Após a reunião, os dois líderes presidiram à assinatura de 20 documentos de cooperação em domínios como a alta tecnologia, os intercâmbios culturais, a economia e a imprensa. O Presidente queniano é o primeiro líder africano a visitar a China desde que Trump impôs “tarifas recíprocas” sobre o resto do mundo, abalando o panorama do comércio internacional.

Espera-se que Ruto, cujo país tem sido até agora um aliado próximo dos EUA em África, procure obter apoio económico de Pequim durante a sua visita à China.

“O facto de Pequim receber Ruto num período de escalada de tensões geopolíticas e comerciais com os Estados Unidos é uma vitória para a China em termos de imagem”, afirmou Adhere Cavince, investigador de relações internacionais baseado em Nairobi, citado pelo South China Morning Post, de Hong Kong.

À medida que os EUA “impõem tarifas e retiram a ajuda” aos seus parceiros, “Ruto está à procura de novos mercados, financiamento para projectos e investidores”, disse Cavince, acrescentando que “enquanto a China procura escapar à crescente animosidade comercial com Washington, Nairobi não é apenas uma opção, mas também uma sólida porta de entrada para o resto de África”, um continente onde a China estabeleceu a sua presença nas últimas duas décadas.

25 Abr 2025

Xangai | Toyota vai abrir fábrica de carros eléctricos com capital estrangeiro

A fabricante japonesa de automóveis Toyota assinou, na terça-feira, um acordo de cooperação com o governo municipal de Xangai, leste da China, para a construção de uma nova fábrica de veículos eléctricos, totalmente detida por capital estrangeiro.

O projecto de 14,2 mil milhões de yuan incluirá investigação e desenvolvimento, fabrico e vendas de veículos eléctricos e híbridos, e produzirá modelos da marca topo de gama Lexus, informou na terça-feira à noite o jornal local Yicai.

Trata-se da segunda fábrica de automóveis totalmente detida por capital estrangeiro a ser estabelecida na China, após a abertura, anteriormente, da “gigafábrica” da norte-americana Tesla, também em Xangai. A nova fábrica vai estar localizada na zona de Jinshan, no sul de Xangai, onde os trabalhos preparatórios já começaram. A China é o maior mercado automóvel do mundo para veículos movidos a novas energias.

Quase 11 milhões de modelos híbridos ou eléctricos foram vendidos no mercado chinês em 2024, de acordo com as estatísticas da Federação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.

24 Abr 2025

Comércio | MNE pede ao Reino Unido que proteja sistema multilateral

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou que Pequim e Londres “têm a responsabilidade de proteger o sistema comercial multilateral” face ao “bullying” de Washington, durante uma conversa com o homólogo britânico, David Lammy.

“Os Estados Unidos utilizam as tarifas como uma arma para lançar ataques indiscriminados contra vários países, violam flagrantemente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e prejudicam os direitos e interesses legítimos de todos os países”, afirmou na terça-feira Wang, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O responsável explicou que “esta prática de empurrar as relações entre países para a lei da selva é um retrocesso histórico, impopular e insustentável, a que cada vez mais países estão a resistir e a opor-se”. Enquanto “país responsável”, a China tomou medidas para “proteger os próprios direitos e interesses legítimos e para defender as regras internacionais e o sistema comercial multilateral”, apontou.

“A China está disposta a trabalhar com o Reino Unido para seguir a orientação estratégica dos líderes dos dois países, eliminar todos os tipos de interferência e ruído, e manter as relações bilaterais na direção certa para um progresso constante”, afirmou.

Lammy disse que o Reino Unido “sempre foi um país aberto, que apoia firmemente o comércio livre e defende o sistema comercial multilateral com a OMC no seu núcleo”, de acordo com a declaração.

“Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o Reino Unido e a China têm responsabilidades importantes para com o desenvolvimento sustentável da economia mundial e do comércio internacional, e estão prontos para manter a comunicação com a China a este respeito”, acrescentou.

24 Abr 2025

BMW | IA DeepSeek nos próximos modelos na China

A fabricante automóvel BMW anunciou ontem que vai integrar nos serviços de inteligência artificial (IA) a chinesa DeepSeek nos seus próximos modelos destinados ao mercado da ‘gigante’ asiática. O presidente executivo (CEO) da BMW, Oliver Zipse, citado pela imprensa local, explicou no Salão Automóvel de Xangai que estão a “ser produzidos avanços cruciais em IA” na China.

“Estamos a fortalecer as nossas alianças para integrar a IA nos nossos veículos na China”, avançou o gestor. Os novos automóveis da BMW na China contarão com a inteligência artificial da DeepSeek a partir do final deste ano, adiantou.

Nos últimos anos, muitas marcas estrangeiras de automóveis na China têm registado uma queda nas vendas, à medida que as marcas locais com veículos eléctricos mais acessíveis ganham terreno tanto no mercado nacional como internacional.

O surgimento do DeepSeek, cujo modelo de linguagem se tornou o ‘download’ número um nos Estados Unidos em Janeiro passado, desencadeou uma onda de lançamentos de aplicações semelhantes por parte de grandes empresas tecnológicas chinesas, como a Baidu, Alibaba, Tencent e Bytedance, ameaçando a supremacia de líderes como a OpenAI e forçando uma reestruturação do sector.

Alguns destes serviços demonstraram capacidades semelhantes ao ChatGPT da OpenAI, de acordo com os portais especializados, mas com um preço mais baixo, o que intensificou a concorrência no sector.

As autoridades chinesas elogiaram também a abordagem de código aberto de vários destes serviços, incluindo o modelo de linguagem do DeepSeek, que não restringe a capacidade de terceiros de modificar a sua estrutura subjacente e adaptá-la a necessidades específicas.

24 Abr 2025

Visita | MNE iraniano em Pequim para consultas sobre questão nuclear

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, iniciou ontem uma visita à China para consultas sobre a questão nuclear, antes da terceira ronda de conversações com os Estados Unidos, prevista para sábado.

O Irão e os Estados Unidos deverão voltar a encontrar-se no sábado, em Omã, para uma nova sessão de conversações sobre a questão nuclear iraniana entre Araghchi e o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff.

Ao mesmo tempo, peritos iranianos e norte-americanos deverão iniciar discussões técnicas sobre a questão nuclear na capital de Omã. “É necessário manter os nossos amigos na China informados sobre a evolução das negociações e consultá-los”, disse Araghchi à televisão estatal iraniana.

A China é um dos signatários do acordo nuclear internacional celebrado com o Irão em 2015, mas que caducou na sequência da decisão dos EUA de se retirarem do mesmo três anos depois, durante a primeira presidência de Donald Trump.

“A China desempenhou um papel importante e construtivo na questão nuclear no passado, e o mesmo papel é certamente necessário no futuro”, acrescentou o ministro iraniano. O acordo de 2015 previa o levantamento das sanções internacionais contra o Irão em troca da supervisão do seu programa nuclear pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).

De acordo com a AIEA, o Irão estava a honrar os seus compromissos até à retirada dos EUA, que foi acompanhada pelo restabelecimento das sanções norte-americanas.

24 Abr 2025

Economia | Xi defende que guerra comercial prejudica interesses de todos os países

Enquanto Trump continua com a sua política errática de tarifas comerciais, o Presidente chinês, Xi Jinping, alerta para os danos causados à economia global e reafirma a posição da China de defesa da “equidade e a justiça internacionais”

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que as guerras comerciais minam os “interesses legítimos” de todos os países e “têm impacto na ordem económica mundial”, numa altura em que Washington se mostra optimista em relação a um acordo.

“As guerras tarifárias e comerciais minam os direitos e interesses legítimos de todos os países, prejudicam o sistema de comércio multilateral e têm impacto na ordem económica mundial”, disse Xi durante uma reunião com o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, em Pequim, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.

Segundo Xi, a China continuará a esforçar-se para “salvaguardar o sistema internacional” e “defender a equidade e a justiça internacionais”, tendo as Nações Unidas como “pilar”. Estas são as primeiras declarações de Xi depois de Trump ter manifestado na terça-feira optimismo quanto à possibilidade de os Estados Unidos e a China chegarem a um acordo comercial.

Para além de Trump, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, responsável pelas negociações comerciais, também manifestou esperança num desanuviamento da guerra comercial com a China. Analistas chineses afirmaram ontem, porém, que as declarações de Trump não representam qualquer “progresso substancial” ou mudanças nas negociações.

“Quanto mais ele fala, mais ansiosos os EUA parecem ficar. Trump e a sua equipa estão sob pressão, mas a China não está a mostrar sinais de impaciência”, disse Chen Zhiwu, especialista da Universidade de Hong Kong, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

A administração Trump espera fechar acordos comerciais no próximo mês com a maioria dos países aos quais impôs taxas, mas a guerra comercial desencadeada pela sua política tarifária agressiva está centrada numa disputa com a China.

Na semana passada, Trump afirmou estar a falar com representantes chineses para chegar a um acordo com Pequim, mas, do outro lado, o seu homólogo Xi mantém tarifas de 125 por cento sobre os EUA e tomou outras medidas, como vetar a entrega de aviões Boeing.

Sem medo

A China insistiu que não quer uma guerra comercial, mas “não tem medo de a enfrentar se necessário”. Pequim também instou Washington a cancelar completamente todas as tarifas impostas e a iniciar um diálogo “com base no respeito mútuo”, reiterando que o proteccionismo é um beco sem saída.

Pequim advertiu ainda que não aceitará acordos internacionais que sejam alcançados “à custa dos seus interesses”, depois de a imprensa internacional ter noticiado que Trump planeia pressionar outros países durante as suas negociações comerciais para limitar o seu comércio com a China.

Algum respeito

O Governo chinês pediu ontem aos Estados Unidos para “deixar de exercer pressão” e mostrar respeito se quiserem realmente resolver os seus diferendos comerciais com a China através de negociações e do diálogo. “Se os Estados Unidos continuarem a querer esta guerra tarifária, a China continuará a responder até ao fim. Se quiserem negociar, a porta está aberta. Mas se eles realmente querem negociar, devem parar de exercer a máxima pressão e ir para o diálogo com base na igualdade, respeito e benefício mútuo”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun, em conferência de imprensa.

24 Abr 2025

Índia | JD Vance reuniu-se com Narendra Modi

O vice-Presidente dos Estados Unidos reuniu-se segunda-feira à porta fechada com o primeiro-ministro da Índia, no início de uma visita de quatro dias, em que o comércio bilateral a dominar o encontro.

Durante a reunião, JD Vance e Narendra Modi celebraram o progresso em direção a um Acordo Comercial Bilateral e anunciaram formalmente a finalização dos Termos de Referência para as negociações, de acordo com um comunicado oficial da Casa Branca.

O acordo tem por objectivo uma estrutura moderna e equilibrada que fortaleça as cadeias de abastecimento e gere benefícios económicos entre os dois países.

A visita serviu também para rever o progresso bilateral e foi descrita como uma reunião agradável e produtiva pelo vice-Presidente norte-americano. Esta é a primeira visita de um vice-Presidente dos EUA à Índia em 12 anos, depois da visita de Joe Biden quando era vice de Barack Obama.

Vance – que se tinha encontrado com Modi em Fevereiro passado, durante a Cimeira de Ação de Inteligência Artificial, em Paris – viajou para Jaipur, capital do estado ocidental do Rajastão. A Índia está a procurar activamente aumentar o investimento dos EUA em sectores-chave, como a tecnologia, a indústria transformadora, o automóvel e a energia.

O Governo indiano também implementou políticas para facilitar o investimento direto estrangeiro e olha para os Estados Unidos como um parceiro estratégico fundamental no seu desenvolvimento económico.

O empresário Elon Musk – que colabora com o Governo dos EUA – já anunciou planos para visitar a Índia ainda este ano, após uma conversa telefónica com Modi, sugerindo uma possível entrada no mercado indiano para as empresas Tesla e Starlink.

23 Abr 2025

Gaza | Hamas acusa aviação israelita pela morte de 25 palestinianos

A Defesa Civil palestiniana em Gaza acusou Israel de ter matado ontem pelo menos 25 pessoas em vários pontos do enclave, em vários ataques.

Mohammed Al-Moughair, responsável pela Defesa Civil em Gaza, organismo controlado pelo Hamas, disse à Agência France Presse que nove pessoas foram mortas e seis outras estão desaparecidas após um bombardeamento israelita que atingiu uma casa no centro de Khan Yuhnis, no sul do território palestiniano.

Os ataques aéreos também mataram cinco pessoas no campo de refugiados de Al-Chati, a oeste da cidade de Gaza. Segundo a mesma fonte, cinco pessoas morreram também na sequência de bombardeamentos que atingiram tendas que abrigavam deslocados a nordeste de Jabalia, norte de Gaza.

Um ataque aéreo também matou quatro pessoas a oeste do campo de Jabalia, enquanto duas outras pessoas foram mortas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Rompendo uma trégua de quase dois meses, Israel retomou a 18 de Março a ofensiva aérea e terrestre contra o Hamas em Gaza.

De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 1.864 palestinianos foram mortos desde 18 de Março, elevando para 51.240 o número de mortos em Gaza desde o início da retaliação militar israelita no final de 2023. No sábado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou estar determinado a continuar com a guerra.

23 Abr 2025

Empresas mais interessadas no yuan face a incerteza no mercado obrigacionista dos EUA

As empresas estão cada vez mais interessadas em utilizar a moeda chinesa, o yuan, na liquidação de pagamentos internacionais, segundo os resultados de um inquérito publicados ontem pelo Instituto Monetário Internacional da Universidade Renmin.

O enfraquecimento do domínio do dólar norte-americano, exacerbado por uma série de políticas da nova administração dos Estados Unidos, criou uma “janela de oportunidade” para a internacionalização do yuan, argumentaram os autores.

As conclusões da Universidade Renmin, que fica no norte de Pequim, sobre a internacionalização do yuan nos últimos trimestres são coerentes: a percentagem de empresas que planeiam aumentar as transações em yuan subiu de cerca de 21,5 por cento, no segundo trimestre de 2024, para quase 24 por cento, no primeiro trimestre deste ano.

Cerca de 68 por cento das empresas inquiridas afirmaram que estão a utilizar o yuan para liquidações comerciais transfronteiriças, enquanto 53 por cento estavam a utilizar a moeda para transações cambiais.

“A volatilidade crescente no mercado do Tesouro dos EUA marca um ponto de viragem”, afirmou Yang Changjiang, professor de Finanças, salientando que, ao contrário de anteriores situações de turbulência, desta vez o capital global deixou de fluir para os EUA.

Nas últimas duas semanas, registou-se uma venda de obrigações do Tesouro norte-americano, que chegou a fazer subir os juros para títulos com prazo de maturidade a 30 anos em meio ponto percentual, após o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar “tarifas retaliatórias” contra o resto do mundo.

A guerra comercial com a China – que viu as tarifas dos EUA sobre produtos chineses aumentarem 145 por cento este ano, contra 125 por cento impostos pela China – intensificou as preocupações sobre o impacto da dissociação EUA-China na economia global.

Num documento conhecido como “Acordo de Mar-a-Lago”, Stephen Miran, presidente do Conselho de Conselheiros Económicos da Administração Trump, defendeu um enfraquecimento do dólar norte-americano e a troca de títulos do Tesouro norte-americano de curto prazo por obrigações a 100 anos.

“Costumávamos considerar a liquidação do comércio como o principal motor da internacionalização do yuan, mas agora o foco mudou para a possibilidade de o yuan servir como um activo de refúgio”, disse Yang. “Esta é uma oportunidade que temos de aproveitar”, apontou.

Mudanças em curso

Apesar da crescente inclinação para utilizar a moeda chinesa além-fronteiras, o alcance dessa utilização continua a ser muito inferior ao do dólar norte-americano. O yuan continua a ser a quarta moeda de pagamento mais utilizada, com uma quota de 4,13 por cento em Março, segundo dados do Swift, o sistema que permite transações interbancárias internacionais.

Em comparação, a quota do dólar norte-americano está em 49,08 por cento, de longe a mais alta. Tu Yonghong, vice-director do Instituto da Universidade Renmin, afirmou que o sistema monetário mundial irá provavelmente tornar-se mais diversificado, dado o atual panorama mundial, o que beneficiará a utilização da moeda chinesa no estrangeiro.

23 Abr 2025

Shenzhou-20 | Nova tripulação vai ser lançada para o espaço

A meta de ter astronautas na lua a médio prazo mantém-se viva na mente das autoridades chinesas

A China vai lançar esta semana uma nova missão espacial tripulada, perseguindo o objectivo de enviar astronautas à Lua nos próximos cinco anos.

A missão Shenzhou-20 vai descolar do centro de lançamento de Jiuquan, no noroeste do país, transportando três astronautas. O destino da equipa é a estação espacial Tiangong, onde permanecerá durante cerca de seis meses. A missão pretende contribuir para o ambicioso objectivo da China de colocar astronautas na Lua até 2030, seguido da construção de uma base lunar.

A nave espacial Shenzhou e o foguetão lançador Longa Marcha-2F já foram transferidos para o local de lançamento e serão lançados “em devido tempo, num futuro próximo”, afirmou a Agência Espacial Chinesa na semana passada.

Fotografias publicadas pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua mostram o longo foguetão branco assente num pedestal azul decorado com bandeiras chinesas, rodeado de faixas vermelhas e douradas que saúdam o programa espacial nacional.

“Actualmente, as instalações e o equipamento do local de lançamento estão em boas condições. As inspecções funcionais e os testes conjuntos serão realizados como previsto”, declarou a Agência de Voos Espaciais Tripulados da China (CMSA).

As autoridades ainda não revelaram a identidade dos astronautas da missão Shenzhou-20, nem as tarefas exactas que irão desempenhar. A tripulação está “em boas condições, precisa nas suas manobras e bem coordenada”, disse apenas Zhou Wenxing, membro do centro de formação de astronautas do país, citado pela televisão estatal CCTV.

A anterior missão tripulada da China, a Shenzhou-19, foi lançada em Outubro passado e deverá estar concluída a 29 de Abril. É liderada por Cai Xuzhe, um antigo piloto de caça de 48 anos, que já voou a bordo da estação espacial Tiangong durante a missão Shenzhou-14, em 2022.

A tripulação também inclui Wang Haoze, de 35 anos, a única engenheira de voo espacial do país e a terceira mulher chinesa a participar numa missão espacial tripulada. Song Lingdong, um homem de 34 anos, completa o trio.

Deixem-me sonhar

A equipa da Shenzhou-19 terá realizado experiências para observar como as radiações extremas, a gravidade, a temperatura e outras condições afectam os “tijolos” feitos de materiais que imitam o solo lunar, de acordo com os comunicados de imprensa emitidos aquando do lançamento.

Sob a direcção do Presidente chinês, Xi Jinping, a China acelerou a realização do seu “sonho espacial”. O seu programa é o terceiro no mundo a colocar seres humanos em órbita. A China também já colocou sondas em Marte e na Lua.

Pequim afirma estar no bom caminho para enviar uma missão tripulada à Lua até 2030. Nas últimas décadas, Pequim investiu milhares de milhões de dólares na construção de um programa espacial de ponta que rivaliza com os dos Estados Unidos e da Europa.

Em 2019, conseguiu pousar a sonda Chang’e-4 no lado mais distante da Lua – uma estreia mundial – bem como um pequeno robô em Marte em 2021. A estação Tiangong, cujo módulo central Tianhe foi lançado em 2021, deverá ser utilizada durante cerca de dez anos.

23 Abr 2025

Tarifas | Cosco alerta para efeito negativo de taxas

A empresa de transporte marítimo estatal chinesa Cosco manifestou ontem firme oposição à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas sobre navios construídos e operados pela China, alertando para o impacto nas cadeias de abastecimento.

A empresa disse, em comunicado, que esta medida “não favorece a concorrência leal nem a operação normal dos negócios na indústria global de transporte marítimo”, além de ser baseada em “falsidades”.

As novas tarifas portuárias “terão impacto no desenvolvimento estável e saudável do sector de transporte marítimo a nível mundial e comprometerão a estabilidade e a segurança da cadeia industrial e da cadeia de abastecimento”, afirmou a Cosco.

“Como empresa internacional responsável pelos sectores de transporte marítimo e logística, aderimos sempre aos conceitos de integridade, transparência e conformidade para participar na concorrência mundial do transporte marítimo”, afirmou a empresa, acrescentando que vai “proteger os interesses” dos seus clientes.

A Cosco possui mais de 40 terminais de contentores em todo o mundo e é uma das maiores companhias de transporte marítimo de contentores do mundo, com mais de 300 navios. Na sexta-feira passada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês condenou as novas taxas e instou Washington a “pôr termo imediatamente” às suas “práticas erradas”.

“Medidas como a imposição de taxas portuárias e tarifas sobre o equipamento de movimentação de carga da China são prejudiciais para todo o mundo. Aumentam os custos globais de transporte, perturbam a estabilidade da cadeia de abastecimento global e aumentam a pressão inflacionista sobre os Estados Unidos”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian, numa conferência de imprensa.

Trump impôs estas tarifas portuárias na última quinta-feira, embora a medida tenha origem na administração de Joe Biden (2021-2025), ao abrigo da Secção 301 do Código Comercial dos EUA, para taxar navios chineses que chegam aos portos norte-americanos.

21 Abr 2025

Irão | MNE de viagem para a China

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, viaja para a China hoje, anunciou ontem o Governo do Irão, antes das novas negociações sobre um acordo nuclear entre Teerão e Washington que acontecem nos próximos dias.

“O Ministro dos Negócios Estrangeiros viajará para a China amanhã [terça-feira]”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaïl Baghaï, numa conferência de imprensa semanal, sem fornecer mais detalhes de imediato. Araghchi já tinha visitado a China em Dezembro.

A China é um dos países signatários do acordo nuclear internacional concluído em 2015 com o Irão, mas que foi abandonado após a decisão dos Estados Unidos de se retirarem daquele pacto três anos depois, sob a primeira presidência de Donald Trump.

Três outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — França, Reino Unido e Rússia — além da Alemanha e da União Europeia (UE) são também signatários do acordo. O acordo previa o levantamento das sanções internacionais contra o Irão em troca da supervisão do seu programa nuclear pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

Desde que regressou à Casa Branca, em Janeiro, Trump instou o Irão a negociar um novo texto, mas ameaçou Teerão com uma acção militar se a diplomacia falhasse. Abbas Araghchi deverá participar numa nova ronda de negociações no sábado, sob mediação de Omã, com o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, de acordo com a diplomacia iraniana.

Em 2021, a China assinou um acordo estratégico abrangente de 25 anos com o Irão. Esta importante parceria abrange áreas tão diversas como a energia, a segurança, as infraestruturas e as comunicações.

21 Abr 2025