Fentanil | China pede aos EUA que parem de culpar Pequim pela epidemia

A China pediu ontem aos Estados Unidos da América que parem de culpar os chineses pela epidemia de fentanil no país e criticou as sobretaxas alfandegárias “irracionais” impostas por Washington.

“Se os Estados Unidos querem sinceramente cooperar com a China, devem parar de difamar e culpar a China e envolver-se num diálogo baseado na igualdade, respeito e benefício mútuo”, disse o porta-voz do Ministério ddos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, em conferência de imprensa.

Os EUA têm responsabilizado a China por ser o país de fabrico da maior parte dos produtos químicos precursores de fentanil que entram nos Estados Unidos. O fentanil é um poderoso opioide sintético que se tornou um problema de saúde pública nos Estados Unidos nos últimos anos, sendo responsável por dezenas de milhares de mortes anualmente.

Na segunda-feira, o alto representante dos Estados Unidos para o Comércio, Jamieson Greer, revelou que a crise do fentanil tinha sido abordada pela primeira vez nas conversações comerciais entre os Estados Unidos e a China.

Os contactos entre os dois países decorreram desde o fim de semana, em Genebra. A questão do fentanil tem sido um dos principais pontos do confronto tarifário entre as duas potências, com Washington a pedir a Pequim para reprimir a produção e exportação ilegal dos produtos químicos que permitem o fabrico da substância.

Questionado ontem sobre as sobre as perspectivas de diálogo sobre o assunto, Lin Jian disse que a China foi proactiva, mas não foi responsável pela crise. “Os Estados Unidos ignoraram a boa vontade da China e impuseram tarifas irracionais sobre o fentanil. Isso prejudica seriamente o diálogo e a cooperação entre China e EUA no combate às drogas e prejudica gravemente os interesses da China”, afirmou.

13 Mai 2025

Pequim põe fim à proibição das companhias chinesas receberem aviões da Boeing

A China levantou uma proibição que impedia há um mês as companhias aéreas chinesas de receberem aviões da Boeing, após as negociações comerciais com os Estados Unidos, que reduziram temporariamente os direitos aduaneiros de cada uma das partes.

As autoridades de Pequim começaram a informar as transportadoras domésticas e as agências governamentais esta semana que as entregas de aviões fabricados nos Estados Unidos podem ser retomadas, segundo fontes chinesas em declarações à agência Bloomberg sob condição de anonimato, porque a informação é confidencial.

Foi dada liberdade às companhias aéreas para organizarem as entregas nos seus próprios prazos e condições, acrescentou uma das fontes. A retoma das entregas à China constitui-se como um impulso imediato para a Boeing.

O descongelamento ocorre no momento em que as duas maiores economias do mundo acordaram numa trégua tarifária, com os Estados Unidos a reduzirem para 30 por cento, durante 90 dias, as suas taxas combinadas de 145 por cento sobre a maioria das importações chinesas.

A China concordou em reduzir os seus direitos aduaneiros de 125 por cento sobre os produtos americanos para 10 por cento e em eliminar outras contramedidas tomadas contra os Estados Unidos desde 02 de Abril.

Até quando?

Ainda assim, o restabelecimento das entregas de aviões poderá ser de curta duração, caso a guerra tarifária não venha a ser resolvida durante os três meses de suspensão.

Nesse cenário, o gigante aeronáutico norte-americano sediado em Arlington, Virgínia, poderá ver o preço das suas aeronaves aumentar em comparação com os seus dois principais concorrentes, a europeia Airbus e a Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), que procura ganhar terreno no mercado doméstico com o apoio estatal.

A Boeing foi poupada às tarifas durante o último episódio da guerra comercial, durante a primeira presidência de Trump (2017-2021), mas as suas vendas ao ‘gigante’ asiático têm vindo a cair desde 2019. Em 2022, a expectativa era que 25 por cento das entregas internacionais da Boeing fossem para a China, mas em 2023 o número desceu para 9 por cento.

Por outro lado, os especialistas acreditam que, se a guerra comercial não for estancada, a disputa fará com que as empresas norte-americanas de todos os sectores vejam preços mais elevados por peças e matérias-primas que compram à China, o que significa que enfrentarão o duplo desafio de ter de realocar parte da respectiva produção e perder competitividade no mercado chinês.

13 Mai 2025

CELAC | Xi promete 8,3 mil milhões à América Latina e Caraíbas

O líder chinês, Xi Jinping, prometeu ontem conceder empréstimos no valor de 66 mil milhões de yuan (8,3 mil milhões de euros) à América Latina e às Caraíbas, numa cimeira com líderes dessas regiões.

“Para apoiar o desenvolvimento dos países da América Latina e das Caraíbas, a China fornecerá um crédito de 66 mil milhões de yuan”, disse Xi, na abertura do fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e das Caraíbas).

Em Pequim, o dirigente elogiou as relações de longa data do país com os países-membros da CELAC, num momento de “confronto entre blocos”. “Embora a China, a América Latina e as Caraíbas estejam distantes, os dois lados têm uma longa história de trocas amigáveis”, disse Xi.

“Só através da unidade e da cooperação é que os países podem salvaguardar a paz e a estabilidade mundiais e promover o desenvolvimento e a prosperidade em todo o mundo”, disse o líder chinês, denunciando “a intimidação e a hegemonia”, numa referência aos Estados Unidos.

Xi prometeu apoio aos países da América Latina e das Caraíbas para que “rejeitem a interferência externa” e “sigam um caminho de desenvolvimento alinhado com as suas condições nacionais”. “A China apoia as nações regionais na defesa da sua soberania e independência nacional”, acrescentou.

Na segunda-feira, a China e dos Estados Unidos anunciaram um acordo, com a validade de 90 dias, com efeitos a partir de 14 de Maio, ao abrigo do qual reduzirão os direitos aduaneiros mútuos em 115 por cento.

Sem vitórias

Nas primeiras declarações públicas após este acordo, Xi Jinping declarou que “as práticas intimidatórias e autoritárias só levam ao isolamento” e que “não há vencedores numa guerra comercial”. Após a abertura do fórum, Xi Jinping deverá reunir-se com o homólogo brasileiro Lula da Silva, com quem também assinará acordos para ampliar a cooperação bilateral.

Além de serem membros do G20, Brasil e China, juntamente com Rússia, Índia e África do Sul, são fundadores do bloco BRICS. O Brasil ocupará a presidência anual do BRICS em 2025 e será o anfitrião da sua próxima cimeira, pelo que se espera que Xi Jinping visite o Brasil nos próximos meses.

13 Mai 2025

Nissan | Cortes de mais 10 mil empregos em todo o mundo

A construtura automóvel Nissan vai suprimir mais de 10 mil postos de trabalho em todo o mundo, além dos nove mil já anunciados em Novembro, noticiaram ontem vários órgãos de comunicação social japoneses. De acordo com a televisão NHK, os cerca de 19 mil trabalhadores que serão dispensados equivalem a cerca de 15 por cento da força de trabalho da empresa japonesa.

O grupo automóvel escusou-se a confirmar esta informação, que foi divulgada também pelo diário económico Nikkei. A Nissan, na qual o grupo francês Renault detém uma participação de 35 por cento, deverá publicar na terça-feira os resultados relativos ao ano fiscal de 2024-2025 terminado em Março.

A Nissan deverá anunciar um prejuízo anual recorde, num contexto de reestruturação da empresa e após a aplicação de mais tarifas pelos Estados Unidos. No final de Abril, o grupo automóvel já tinha previsto perdas líquidas entre 700 a 750 mil milhões de ienes (entre 4,32 a 4,62 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2024-2025, cerca de nove vezes mais do que previa em Fevereiro.

O prejuízo explica-se, nomeadamente, “pelos custos associados ao plano de relançamento em curso”, indicou o construtor automóvel, no final de Abril.

Perante a persistência do abrandamento das vendas nos seus principais mercados – o americano e o chinês – a Nissan anunciou no início de Novembro que pretendia suprimir 9.000 postos de trabalho em todo o mundo e reduzir em 20 por cento a sua capacidade de produção.

13 Mai 2025

Tarifas | Ouro cai mais de 3 % após acordo entre Washington e Pequim

O ouro, activo de refúgio seguro em tempos de incerteza, caiu fortemente ontem, mais de 3 por cento, colocando em risco o nível de 3.200 dólares, depois de os Estados Unidos e a China terem anunciado um acordo comercial.

Às 11:00 em Lisboa, o preço do ouro descia 3,23 por cento para 3.217,58 dólares, embora após o anúncio do referido acordo, poucos minutos depois das 8:00, tenha caído ainda mais acentuadamente, para 3.216,29 dólares. E isto depois de os EUA e a China terem anunciado uma redução das tarifas. Concretamente, as tarifas chinesas passarão de 125 por cento para 10 por cento sobre os produtos norte-americanos nos próximos 90 dias.

Os EUA farão o mesmo, passando de 145 por cento para 30 por cento sobre os produtos chineses, como parte dos termos acordados durante o fim de semana para travar a nova guerra comercial que estalou este ano. As reduções tarifárias acordadas pela China e pelos EUA entrarão em vigor em 14 de Maio.

O acordo acima mencionado entre as duas principais potências comerciais impulsiona o dólar, afectando os preços dos metais em geral. O ouro também desce com a diminuição das tensões geopolíticas, na sequência do cessar-fogo acordado entre a Índia e o Paquistão, enquanto a Rússia e a Ucrânia podem reunir-se esta quinta-feira em Istambul para iniciar uma via diplomática para a resolução do conflito.

Com a queda de ontem, o ouro está a afastar-se do actual máximo histórico, de 3.414,65 dólares, verificado em 21 de Abril.

13 Mai 2025

Ucrânia | China espera acordo de paz duradouro e vinculativo

A China disse ontem que espera um acordo de paz duradouro e vinculativo para pôr fim à guerra na Ucrânia, após a proposta do Presidente russo, Vladimir Putin, de abrir negociações diretas entre Kiev e Moscovo.

“Esperamos que as partes envolvidas continuem a usar o diálogo e as negociações para chegar a um acordo de paz justo, duradouro e vinculativo que seja aceitável para todas as partes envolvidas”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Vladimir Putin propôs, no sábado à noite, que a Ucrânia iniciasse negociações diretas entre as partes na quinta-feira, em Istambul, cidade que acolheu, em Março de 2022, as primeiras e únicas negociações entre as partes em mais de três anos de guerra.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu à proposta considerando-a “um primeiro passo” do Kremlin para pôr fim à guerra, mas insistiu que primeiro deve haver um cessar-fogo antes que a Ucrânia se sente para negociar.

A proposta da Rússia foi apresentada algumas horas depois de a Ucrânia e os aliados europeus terem exigido a Moscovo que concorde com um cessar-fogo total e incondicional durante pelo menos 30 dias, sob pena de enfrentar novas sanções económicas.

Esta exigência surgiu após uma reunião realizada no sábado em Kiev entre os chefes de Estado e de Governo da Ucrânia, França, Alemanha, Reino Unido e Polónia, a chamada “coligação dos dispostos”. A proposta russa também foi olhada com desconfiança pelos aliados europeus da Ucrânia que exigiram que quaisquer conversações sejam precedidas por um cessar-fogo duradouro.

13 Mai 2025

Tibete | Avaliação de danos após sismo de 5,5 na escala de Richter

Um terramoto de 5,5 graus na escala de Richter sacudiu ontem a região chinesa do Tibete, onde as autoridades ainda estão a recolher informações sobre possíveis danos e deslizamentos de terras, informaram os meios de comunicação locais.

O tremor foi registado às 5:11 locais no condado de Lazi da cidade de Xigaze, com o epicentro a uma profundidade de dez quilómetros, segundo o Centro de Redes Sismológicas da China.

Equipas de bombeiros e de salvamento do condado afectado já se deslocaram para a zona do epicentro, onde o tremor foi fortemente sentido, segundo agências locais, citadas pela agência noticiosa oficial Xinhua. As mesmas fontes acrescentaram que estão a recolher informações sobre possíveis deslizamentos de terras e feridos.

O Tibete e outras zonas do oeste da China são frequentemente palco de sismos, devido à proximidade do ponto de fricção da placa tectónica asiático-indiana, porém, em razão da baixa densidade populacional da região, os sismos ocorrem frequentemente em zonas pouco povoadas.

Ainda assim, no passado dia 07 de Janeiro, um terramoto de magnitude 6,8 na região tibetana, com epicentro no condado de Tingri, perto do campo base norte do Evereste, matou 126 pessoas, feriu mais de 200 e provocou o desmoronamento de centenas de casas e infraestruturas.

13 Mai 2025

Visita | Pequim recebe Lula e outros líderes latino-americanos

Pequim recebeu ontem vários líderes latino-americanos, a começar pelo Presidente do Brasil, na véspera de um fórum diplomático que visa reforçar as relações com a região, face às tensões comerciais com Washington.

Alguns líderes latino-americanos já estão na China, como Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou à capital no sábado para uma visita de Estado de cinco dias. Desde que regressou ao poder, no início de 2023, o líder de 79 anos tem trabalhado para melhorar as relações do país tanto com Pequim como com Washington.

Símbolo das fortes relações bilaterais, as exportações brasileiras para a China ultrapassaram 94 mil milhões de dólares em 2024, segundo dados das Nações Unidas. Como potência agrícola na América do Sul, o Brasil exporta principalmente soja e outras matérias-primas para a China. No sentido contrário, o gigante asiático vende semicondutores, telefones, veículos e medicamentos.

Ainda ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, conversou em Pequim com o homólogo cubano, Bruno Rodriguez Parrilla.

O gigante asiático intensificou a cooperação económica e política com os países da América Latina nos últimos anos e espera que estes unam forças face à imposição de tarifas às importações pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Uma aproximação que será celebrada hoje com a abertura em Pequim da cimeira entre a China e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC), uma organização intergovernamental regional. O encontro constitui-se como uma oportunidade para avaliar as relações entre os dois blocos, no contexto da guerra comercial lançada por Trump e da pressão de Washington para conter a influência de Pequim na América Latina.

Dois terços dos países latino-americanos já aderiram à Uma Faixa, Uma Rota, o principal programa de construção de infraestruturas comerciais da China (pontes, aeroportos, portos, estradas), realizado sobretudo nos países em desenvolvimento. Num sinal do crescente peso do gigante asiático, a China suplantou os Estados Unidos como principal parceiro comercial de países como o Brasil, Peru e Chile.

Presidentes presentes

Outros participantes esperados no fórum China-CELAC incluem o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o Presidente do Chile, Gabriel Boric. Na semana passada, Gustavo Petro anunciou que iria assinar, durante a viagem à China, uma carta de intenções para que o país se juntasse à Uma Faixa, Uma Rota.

O líder chinês, Xi Jinping, também deverá discursar hoje na abertura do fórum China-CELAC. O ministro assistente dos Negócios Estrangeiros chinês, Miao Deyu, disse no domingo que Pequim “sempre abordou o desenvolvimento das relações China-América Latina numa perspetiva estratégica e de longo prazo”.

“Os povos da América Latina e das Caraíbas pretendem construir o seu próprio destino, não servir de quintal a nenhum país”, disse Miao, numa referência aos Estados Unidos.

13 Mai 2025

Coreia do Sul | Kim Moon-soo confirmado candidato presidencial do partido no poder

O Partido do Poder Popular (PPP) da Coreia do Sul formalizou ontem o registo de Kim Moon-soo como candidato às presidenciais do país, após este vencer uma disputa com outro potencial concorrente da formação política.

O registo do PPP – partido no poder – foi feito junto da Comissão Nacional de Eleições, depois de a assembleia geral da formação política ter rejeitado, no sábado, uma moção apresentada pela direcção, que queria que o candidato às eleições de 03 de Junho fosse o ex-primeiro-ministro Han Duck-woo.

Han e Kim tentaram, sem sucesso, durante a última semana, chegar a um consenso e unir as candidaturas, para evitar uma fragmentação dos votos do partido conservador, que deverá sofrer nas urnas as consequências da profunda crise política desencadeada pela declaração de lei marcial, em dezembro, pelo presidente deposto Yoon Suk-yeol.

Han Duck-woo foi presidente interino do país em duas ocasiões distintas, após a destituição de Yoon, e tem procurado dissociar-se do polémico líder e da breve declaração de lei marcial. Kim, por seu lado, foi ministro do Trabalho, tendo sido nomeado candidato presidencial nas primárias do PPP. No entanto, a candidatura do ex-ministro foi posta em causa com o aparecimento de Han, que contava com o apoio da direcção do PPP.

“Esta eleição presidencial é crucial, uma vez que irá definir um líder capaz de ultrapassar a crise que a nossa nação enfrenta e trabalhar para a felicidade do povo”, disse Kim aos jornalistas, depois de registar a candidatura nos escritórios do órgão eleitoral em Gwacheon, sul de Seul.

Antes das eleições presidenciais de 03 de Junho, o candidato do partido no poder anunciou que vai centrar a estratégia na construção de uma grande coligação, tanto dentro como fora do partido, com o objetivo de alcançar a unidade nacional e ouvir a voz do povo.

12 Mai 2025

Filipinas | Eleições intercalares esta segunda-feira

As eleições intercalares de segunda-feira nas Filipinas são vistas como um referendo à gestão do Presidente Ferdinand Marcos Jr., com as sondagens a mostrar que a coligação do ex-chefe de Estado Rodrigo Duterte está bem posicionada.

Em jogo, estão metade dos 24 lugares do influente Senado, cujos resultados dominam grande parte das atenções, bem como toda a câmara baixa do Congresso, além de 18.000 lugares nas principais autarquias do país. Marcos Jr., ou Bongbong como é conhecido, tem estado na linha da frente da campanha, com uma lista de 11 candidatos ao Senado.

Entre eles, contam-se nomes consagrados da política filipina, como Erwin Tulfo, membro da Câmara dos Deputados e o candidato mais apoiado para um lugar de senador, de acordo com um inquérito da Social Weather Stations (SWS), e o ícone do boxe mundial e ex-candidato à presidência do país Manny Pacquiao.

Os candidatos apoiados pela Aliança para as Novas Filipinas (Alyansa para sa Bagong Pilipinas) de Marcos Jr. “continuam a liderar as sondagens apenas uma semana antes das eleições”, com oito deles bem colocados para conquistar um lugar de senador.

“Desde que tomámos posse em Julho de 2022, a economia filipina é reconhecida mundialmente como uma das que mais crescem. É por isso que as Filipinas são conhecidas hoje”, afirmou Marcos Jr. num ‘comício de antevisão’ em Manila, como são conhecidos no país asiático os grandes eventos eleitorais em que os partidos encerram as campanhas.

Equilíbrio nas sondagens

No entanto, as sondagens mostram também a força de outros candidatos apoiados pela coligação do ex-presidente Rodrigo Duterte, acusado de crimes contra a humanidade pela sangrenta guerra contra a droga e detido desde Março em Haia à espera de julgamento.

O senador Bong Go, que procura a reeleição, é o segundo candidato nas sondagens, enquanto a nível local uma sondagem realizada pela Universidade de Mindanau apontou que Duterte poderá ganhar a presidência da câmara de Davao, o seu reduto no sul do país, apesar de não estar no arquipélago de mais de sete mil ilhas. A campanha começou marcada pela disputa entre Marcos Jr. e a vice-Presidente filipinas, Sara Duterte, uma aliança formada para conquistar o poder em 2022, mas que pouco depois da vitória começou a desmoronar-se.

A detenção de Duterte veio alimentar o confronto entre os dois campos, ultrapassando as linhas políticas. A senadora filipina Imee Marcos, irmã mais velha do Presidente e apoiante de Duterte, assumiu a ruptura com a lista eleitoral de Bongbong.

Cerca de 68 milhões de filipinos são chamados a escolher 12 senadores, 254 representantes distritais, 63 representantes partidários e 17.942 governadores, membros de assembleias provinciais, autarcas e conselheiros. O escrutínio vai também abranger os assentos legislativos da região autónoma muçulmana de Bangasamoro, na ilha de Mindanao, a segunda maior do arquipélago, no sul.

Olhos portugueses

A eurodeputada portuguesa Marta Temido (PS) vai liderar a missão de observação eleitoral da UE a estas legislativas filipinas. Trata-se da primeira missão da UE a umas eleições filipinas que “marca um passo no sentido do reforço das relações entre a UE e as Filipinas”, segundo um comunicado do Serviço de Acção Externa europeu.

Marta Temido, que liderou a lista do PS ao Parlamento Europeu nas eleições de Junho do ano passado, foi designada pela alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas. A missão no 13.º país mais populoso do mundo será “um enorme desafio”, acrescentou a eurodeputada.

12 Mai 2025

Tarifas | Trump anuncia “grandes progressos” nas negociações entre China e EUA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, congratulou-se no sábado com os “grandes progressos” das negociações com a China, em Genebra, sobre as tarifas.

“Muito boa reunião hoje [sábado] com a China na Suíça. Muitas coisas foram discutidas, muitas coisas foram aprovadas. Foi negociado um ‘reset’ total, de uma forma amigável mas construtiva. Para o bem da China e dos Estados Unidos, queremos que a China se abra às empresas norte-americanas. Foram feitos grandes progressos”, escreveu na rede social Truth Social, da qual é proprietário.

As conversações entre as delegações dos Estados Unidos e da China sobre as tarifas que ameaçam abalar a economia global foram ontem retomadas em Genebra, após a reunião entre representantes dos EUA e da China, disse um responsável à agência Associated Press.

Como sinal da importância do que está em jogo, os dois países enviaram a Genebra, este fim de semana, representantes de alto nível para as conversações: o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante para o Comércio, Jamieson Greer, dos Estados Unidos, e o vice-primeiro-ministro, He Lifeng, da parte chinesa.

“O contacto estabelecido na Suíça é um passo importante para promover a resolução do diferendo”, escreveu a agência de notícias Xinhua antes da reunião.

No mês passado, Donald Trump, aumentou os direitos aduaneiros dos Estados Unidos sobre a China para um total de 145 por cento, e a China retaliou, com uma taxa de 125 por cento sobre as importações norte-americanas.

Tarifas tão elevadas equivalem essencialmente ao boicote dos produtos um do outro, perturbando trocas que, no ano passado, ultrapassaram os 660 mil milhões de dólares.

Na sexta-feira, ainda antes do início das negociações, Trump sugeriu que Washington poderia reduzir as tarifas impostas a Pequim, afirmando, numa publicação na rede social Truth Social: “Tarifas de 80 por cento parecem-me bem! É com o Scott [Bessent]”.

12 Mai 2025

Lula da Silva vai à China em busca de investimentos no meio da guerra comercial

O Presidente brasileiro visita Pequim hoje e amanhã para atrair investimentos, no meio da guerra comercial iniciada com as tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujo principal alvo é a China.

Nesta visita, que se segue à que fez a Moscovo, onde assistiu, sexta-feira, às celebrações do Dia da Vitória sobre o nazismo e se reuniu com Vladimir Putin, Lula da Silva reunir-se-á com o Presidente chinês, Xi Jinping, e participará na quarta reunião do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e o Governo enviou com antecedência uma comitiva composta por ministros para preparar a visita de Lula da Silva, cujo objectivo anunciado é atrair investimentos do gigante asiático em projectos de infraestrutura, além de criar alternativas no comércio global.

Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), salientou que a visita acontece num momento delicado e que a China é um parceiro fundamental para o Brasil, mas lembrou que empresários e o Governo brasileiro também trabalham para não perder proximidade com os norte-americanos.

“O Brasil nunca teve uma concentração em um único país em toda a história económica brasileira. A China hoje é dona de 35 por cento das exportações brasileiras e 80 por cento do nosso principal produto, que é a soja, e praticamente 70 por cento de derivados de petróleo (…). A China ocupa um espaço no cenário económico brasileiro muito relevante”, lembrou.

“Porém, mesmo com este espaço, por várias razões, até mesmo por uma identidade cultural com a realidade americana, hoje há também um pedido formal de lideranças brasileiras empresariais de aproximação com as estruturas produtivas, com as cadeias produtivas norte-americanas”, acrescentou Trevisan.

Questionado se a China seria hoje um parceiro no cenário global mais confiável para o Brasil do que os Estados Unidos, avaliação feita pelo assessor internacional especial do Governo brasileiro, Celso Amorim, o especialista reforçou que na relação com os chineses prevalece a ideia “amigos, amigos, negócios à parte”.

“A amizade com a China é uma situação, é uma realidade, mas negócios à parte. A China é hoje o grande comprador das exportações brasileiras”, disse.

“Mas, levando em conta o que nós temos, o nosso histórico, toda a nossa vivência, tudo o que nós temos com a cultura americana, talvez seja um pouco difícil de a gente dizer que nós vamos repentinamente fazer um giro nesse sentido”, completou.

Mapa de vendas

Trevisan pontuou que o Brasil não aderiu à Nova Rota da Seda, um projecto internacional de infraestruturas lançado por Pequim há mais de uma década, e observou que, embora sejam menores, as exportações brasileiras para os Estados Unidos têm maior valor agregado.

“Enquanto nós vendemos ‘commodities’ à China, para os Estados Unidos nós vendemos produtos que têm valor agregado, produtos que geram emprego aqui, produtos que consomem tecnologia, produtos que de alguma forma tornam o Brasil mais actualizado em cadeias globais de produção”, explicou.

Num movimento recente, a China aumentou as compras de soja brasileira devido às tarifas impostas contra os Estados Unidos, outro grande exportador de soja. A substituição da soja norte-americana pela brasileira tem sido citado por associações de produtores dos Estados Unidos, que temem perder o mercado chinês de forma irreversível.

Questionado se isto atrapalha a posição brasileira nas negociações sobre as tarifas de 25 por cento ao aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, Trevisan avaliou que não. “Os Estados Unidos compreendem que nós estamos vendendo soja, mas a nossa indústria deixou muito claro que pretende continuar assim, mesmo que seja com cotas, bastante próxima da indústria americana”, repetiu.

“Os Estados Unidos provavelmente compreenderão que são negócios momentâneos e que a China se ofereceu para comprar. Outra coisa são laços económicos bem construídos ao longo de décadas com cadeias produtivas”, concluiu.

12 Mai 2025

Índia / Paquistão | China reitera oferta para mediar crise regional

Pequim continua a desenvolver esforços para que o cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão se cumpra e seja possível promover um clima de paz duradoura

 

A China reiterou estar disponível para mediar o conflito entre a Índia e o Paquistão e defendeu negociações que levem a um cessar-fogo “integral e duradouro”, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

De acordo com comunicados publicados na manhã de ontem no ‘site’ daquele ministério, Wang Yi falou ao telefone com o homólogo paquistanês, Ishaq Dar, e o conselheiro de Segurança Nacional da Índia, Ajit Doval. Wang declarou, na conversa com Ishaq Dar, o apoio de Pequim ao “Paquistão, para proteger a sua soberania nacional e dignidade”.

O responsável chinês disse esperar que Islamabade “lide com a situação com calma e tome uma decisão que corresponda aos seus interesses fundamentais a longo prazo”. “Sempre que é declarado um cessar-fogo, ambas as partes devem respeitá-lo para evitar que volte a surgir um conflito”, notou.

A China “está disposta a continuar a desempenhar um papel activo a este respeito”, afirmou, acrescentando que um cessar-fogo não só beneficiaria as duas potências nucleares, mas também “ajudaria a paz e a estabilidade regionais”. “E é o que a comunidade internacional espera”, indicou.

Na conversa telefónica com Doval, Wang congratulou-se com a declaração da Índia, que assumiu que “a guerra não é uma escolha sua”, e disse esperar que os dois lados “mantenham a calma e a contenção, gerindo correctamente as diferenças através de negociações e evitando uma escalada do conflito”.

Dar manifestou a disponibilidade do Paquistão para assinar um cessar-fogo, mas avisou que “não vai diminuir a vigilância” e que “vai responder a qualquer violação da soberania territorial” do país. Já Doval afirmou que era necessário levar a cabo acções antiterroristas, após o ataque de Pahalgam, que matou 26 turistas – na maioria indianos -, e que foi o que levou à crise actual.

Saudações globais

Outros líderes mundiais, como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudaram o acordo de cessar-fogo alcançado entre os dois países, tendo este último afirmado que tal se deveu à mediação norte-americana.

No entanto, apenas três horas após o pacto, a Índia acusou o Paquistão de violação da trégua, ao disparar na fronteira, e anunciou uma “resposta proporcional” das tropas indianas. Islamabade assegurou que foi a Índia a violar os termos assinados e reafirmou o compromisso com o cessar-fogo.

12 Mai 2025

Índia ameaça “resposta muito forte” contra qualquer novo ataque do Paquistão

O ministro dos Negócios Estrangeiros indiano avisou ontem que um novo ataque do Paquistão provocará uma “resposta muito forte” da Índia, um dia depois do confronto militar mais violento das últimas duas décadas entre os dois países.

“Não é nossa intenção provocar uma nova escalada” do conflito, disse Subrahmanyam Jaishankar, na abertura de um encontro com o homólogo iraniano, Abbas Araghchi. “Mas se formos atacados, não há dúvida de que responderemos com muita firmeza”, assegurou.

A ameaça é feita um dia depois de o Paquistão ter garantido que vai vingar os mortos causados pelos ataques aéreos indianos que, segundo Nova Deli, foram uma resposta a um ataque em Caxemira. “Estamos empenhados em vingar cada gota de sangue destes mártires”, frisou o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, num discurso à nação na quarta-feira à noite.

Em crescendo

Nas últimas duas semanas, a tensão entre a Índia e o Paquistão tem crescido, na sequência de um atentado, a 22 de Abril, em Pahalgam, uma cidade turística na parte indiana da região disputada de Caxemira, no qual morreram 26 pessoas.

A Índia acusou o Paquistão de apoiar o grupo extremista que responsabilizou pelo ataque, uma acusação que Islamabade negou veementemente.

Depois de várias medidas diplomáticas e uma série de incidentes ao longo da fronteira que separa os dois países em Caxemira, Nova Deli lançou, na terça-feira à noite, ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam “locais terroristas”, na província de Punjab.

Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, na quarta-feira de manhã, uma sequência de bombardeamentos realizados por Islamabade e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos.

Ontem, a Índia anunciou que 13 civis morreram e 59 ficaram feridos na Caxemira em retaliação pelo ataque paquistanês lançado na quarta-feira sobre o seu território e o Paquistão afirmou que abateu um drone indiano em Lahore.

O Irão ofereceu-se para mediar o conflito entre as duas potências nucleares, tendo o ministro responsável pela diplomacia de Teerão reunido com responsáveis do Governo paquistanês na segunda-feira. À chegada à Índia, Abbas Araghchi admitiu que espera que “as partes tenham moderação para evitar uma escalada de tensões na região”. O Irão mantém boas relações com a Índia e com o Paquistão, com o qual faz fronteira.

9 Mai 2025

Xangai | Legoland vai abrir em Julho maior parque temático do mundo

A marca dinamarquesa LEGO, especializada em blocos de construção, vai inaugurar no próximo dia 05 de Julho o seu maior parque temático do mundo em Xangai, no leste da China, avançou ontem a imprensa local.

O complexo, situado a cerca de 52 quilómetros a sudoeste do centro da cidade, contará com mais de 75 atracções e espectáculos distribuídos por oito zonas distintas, que incluem milhares de figuras construídas com cerca de 85 milhões de peças LEGO.

Os visitantes poderão ainda ver filmes da LEGO numa sala de cinema 4D, bem como alojar-se num hotel temático com 250 quartos, decorados segundo cinco ambientes diferentes inspirados neste universo de brinquedos reconhecido à escala global.

Actualmente, o parque encontra-se na fase final de construção: a entrada principal está concluída e as principais 24 atracções estão praticamente prontas. Cerca de mil colaboradores integrarão a equipa desde a abertura.

O grande destaque do parque será a zona “Miniland”, uma recriação, construída integralmente com blocos LEGO – com um peso total superior a 45 toneladas – de algumas das áreas mais emblemáticas de Xangai, assim como de outros ícones culturais e turísticos da China.

Entre os espetáculos previstos, destaca-se o primeiro espetáculo do mundo dedicado à série “Monkie Kid”, da LEGO, inspirada no Rei Macaco, da obra clássica chinesa Jornada ao Oeste. A Legoland Xangai já iniciou a venda de passes de temporada e bilhetes para visitas exclusivas, que incluem estadias no hotel temático.

“Conhecemos bem este mercado e estamos entusiasmados com o seu potencial. Este complexo será uma referência e ponto de encontro para todos os fãs da LEGO na China”, afirmou Fiona Eastwood, diretora executiva da Merlin Entertainments, o grupo britânico responsável pela gestão dos parques Legoland. De acordo com a empresa, mais de 55 milhões de pessoas vivem a duas horas – ou menos – de carro da localização do novo parque.

9 Mai 2025

Ucrânia | China controla “rigorosamente” exportação de bens de dupla utilização

A China afirmou ontem que “controla rigorosamente” a exportação de bens de dupla utilização, face a suspeitas de que a Rússia está a utilizar dispositivos tecnológicos de uso civil para fins militares na Ucrânia.

“A China aplica controlos rigorosos sobre a exportação de bens de dupla utilização”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, ao ser questionado sobre relatos de que comandos de jogos de vídeo exportados para a Rússia estão a ser utilizados para operar drones.

Lin Jian também denunciou que qualquer “cooperação tecnológica normal” da China “torna-se um problema” quando há tentativas de “difamar o país com acusações infundadas e manipulações políticas de má-fé”. O porta-voz não esclareceu se a China está a considerar restrições adicionais às exportações de tecnologia, remetendo para as autoridades competentes.

As declarações surgiram depois de a Ucrânia ter manifestado preocupação com o envolvimento de empresas e cidadãos chineses na produção militar russa, uma queixa formal que apresentou ao embaixador chinês em Kiev em Abril, alegando ter provas.

Esta semana, a Comissão Europeia afirmou que a China “continua a ser um facilitador fundamental” do esforço de guerra da Rússia e que sem este apoio “Moscovo não podia continuar a guerra com a mesma força”. Pequim defendeu que a sua posição sobre o conflito tem sido “consistente e clara” e está empenhada em “promover o cessar-fogo, o desanuviamento e as negociações”, e garantiu nunca ter fornecido armas letais “a nenhuma das partes” envolvidas na guerra.

9 Mai 2025

Moscovo | Xi saúda aprofundamento da confiança entre China e Rússia

Xi encontra-se em Moscovo para participar nas celebrações do aniversário do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi na II Guerra Mundial

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, saudou ontem o aprofundamento da confiança entre a China e a Rússia, no início do encontro no Kremlin com o homólogo russo, Vladimir Putin, em Moscovo.

“A confiança política mútua entre a China e a Rússia está a aprofundar-se e os laços de cooperação pragmática estão a tornar-se mais fortes”, disse o Presidente chinês, que se encontra em Moscovo para as comemorações do 80.º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.

Xi salientou que “perante a tendência internacional de unilateralismo e de comportamento de intimidação hegemónica, a China vai trabalhar com a Rússia para assumir as responsabilidades especiais das principais potências mundiais”. “Estou muito feliz com esta nova reunião”, disse Vladimir Putin no início do encontro com Xi, transmitido em directo pela televisão russa.

O líder russo expressou gratidão por Xi ter decidido comparecer, em Moscovo, às comemorações dos 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazi, tal como tinha acontecido no 70.º aniversário.

O chefe de Estado russo lembrou que a antiga União Soviética (URSS) perdeu cerca de 27 milhões de pessoas na guerra, enquanto na China o número de mortos foi de 37 milhões, incluindo soldados e civis.

Laços benéficos

Putin disse que uma guarda de honra chinesa vai marchar na Praça Vermelha na sexta-feira, integrada no desfile militar, e prometeu comparecer às comemorações da vitória da China sobre o Japão, a 03 de Setembro.

Para Putin, os laços entre a Rússia e a China são “mutuamente benéficos” e não se opõem a nenhum país terceiro.

O chefe de Estado russo disse ainda que os dois países pretendem defender em conjunto a “verdade histórica” sobre a Segunda Guerra Mundial, com Putin a acusar o Ocidente de a tentar distorcer.

“Juntamente com os nossos amigos chineses, defendemos firmemente a verdade histórica, protegemos a memória dos acontecimentos dos anos de guerra e lutamos contra as manifestações modernas de neonazismo e militarismo”, referiu Putin.

De acordo com a Presidência russa, os líderes vão realizar reuniões em formatos pequeno e grande e adoptar duas declarações conjuntas.

Novos acordos

O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou ontem a assinatura de um novo acordo de promoção e protecção de investimentos, no âmbito das negociações com o homólogo chinês, Xi Jinping. Na abertura de uma reunião no Kremlin, Putin estimou em mais de 200 mil milhões de dólares o montante dos projectos de investimento tratados pela comissão intergovernamental.

Manifestou também a convicção de que este acordo vai contribuir positivamente para a criação de uma atmosfera “mais favorável” e constituir “um importante impulso” para o desenvolvimento da cooperação económica, indicou o líder russo. Putin sublinhou que o actual intercâmbio comercial, que ascendeu a quase 245 mil milhões de dólares no ano passado, “está longe” do limite máximo para os dois países.

9 Mai 2025

Japão | Nintendo com novo recorde de capitalização bolsista

A Nintendo, fabricante e distribuidora japonesa de jogos de vídeo, registou um novo recorde de capitalização bolsista de aproximadamente 15,36 mil milhões de ienes (94.831 milhões de euros), ultrapassando pela primeira vez a Fast Retailing.

No início de Maio, apenas a empresa automóvel Toyota, a multinacional tecnológica Sony, o banco Mitsubishi UFJ e a empresa de electrónica Hitachi tinham uma capitalização bolsista superior à da Nintendo, de acordo com os dados do operador da bolsa japonesa, Japan Exchange.

A empresa com sede em Kioto já vendeu mais de 150 milhões de unidades da consola Switch em todo o mundo e cerca de 1,36 mil milhões de cópias de jogos para a plataforma.

As ações da Nintendo subiram 1,77 por cento nas negociações de sexta-feira para um preço de fecho recorde 12.360 ienes (de 76,09 euros), em antecipação do lançamento, em 05 de Junho, da sucessora da consola, Switch 2, que já esgotou no Japão.

O mercado da bolsa japonês esteve encerrado na segunda e terça-feira, dias feriados, e teve uma abertura volátil na quarta-feira, com os investidores a assimilar as novas ameaças tarifárias do Presidente dos EUA, Donald Trump, às indústrias cinematográfica e farmacêutica.

Após os 20 primeiros minutos de negociação, a Nintendo continuava a registar níveis recorde, com uma subida de quase 0,3 por cento A empresa fechou a negociação com uma ligeira descida de 0,08 por cento, após a volatilidade que caracterizou as negociações.

8 Mai 2025

Especialista timorense considera urgente domínio do português para coesão nacional

O linguista timorense Benjamim Corte Real considerou ontem que a língua portuguesa é um factor de coesão em Timor-Leste e que é uma “urgência nacional” que os todos os cidadãos a passem a dominar.

Benjamim Corte Real falava no seminário sobre “Políticas Linguísticas e Desenvolvimento da Língua Portuguesa em Timor-Leste: Desafios e Perspectivas”, organizado pela Universidade Nacional de Timor-Leste, no âmbito do seu 25.º aniversário e das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinalou em 05 de Maio.

Na sua intervenção, o professor lembrou que antes da chegada dos portugueses, os timorenses estavam dispersos por grupos tribais, que falavam a sua própria língua, e que as comunidades viviam isoladas umas das outras, também por causa do relevo montanhoso da região.

“A chegada dos portugueses vem trazer uma novidade que é a introdução de um elemento que vai precisamente diluir essa nossa situação anterior de isolamento de comunidades. Desde que a língua portuguesa entrou em Timor, entrou a servir esse propósito de unir os timorenses comunicativamente”, salientou Benjamim Corte Real.

E, segundo o linguista, apesar de não ter sido introduzida da mesma forma que a língua indonésia, cuja aprendizagem era uma questão de sobrevivência, os timorenses, principalmente os líderes, perceberam que para unificar o país e consolidar uma independência nacional a “língua portuguesa era imprescindível”.

Urgência nacional

Outra razão apontada por Benjamim Corte Real para a importância do português para a “coesão nacional” é o facto de as línguas maternas ou locais não terem “desenvoltura suficiente para absorver a prática administrativa, para a produção legislativa para o ordenamento do território”.

Hoje, salientou, apesar da coesão nacional não ter sido alcançada em termos de domínio generalizado da língua portuguesa, já se começou a perceber que o Estado deve caminhar nesse sentido e fazer um esforço “mais propositado” para que o português seja dominado por todos.

“Isto é uma urgência nacional. Portanto, nós estamos aqui a apelar para todas as instâncias operadoras da educação em todo o território que assumam a sua responsabilidade e cumpram as leis e façam cumprir as leis em torno da implementação do ensino da língua portuguesa e do ensino através da língua portuguesa”, disse Benjamim Corte Real.

“Não podemos falar de uma sociedade harmonizada, unificada, sem investirmos na língua que é comum a todos nós. Devemos fazer isso por obrigação, vocação nacional, e, sobretudo, também por mandato constitucional”, insistiu.

8 Mai 2025

Índia / Paquistão | Comunidade internacional pede contenção

O ataque da Índia de terça-feira à noite contra três zonas do Paquistão fez escalar perigosamente o conflito entre as duas potências nucleares

 

A comunidade internacional pediu ontem à Índia e ao Paquistão para terem contenção militar após a escalada do confronto entre as duas potências nucleares, que já causou dezenas de mortos civis em ambos os países.

China, Rússia, França e Alemanha pediram contenção e mostraram preocupados com a escalada das tensões, destacando a necessidade de evitar situações de confronto e de proteger os civis. Também a Turquia manifestou preocupação e alertou para o “risco de uma guerra total” entre a Índia e o Paquistão.

“O ataque da Índia na noite passada representa o risco de uma guerra total. Condenamos esta atitude provocadora e os ataques contra civis e infraestruturas civis”, disse, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco. Da mesma forma, o Irão manifestou “profunda preocupação” com o confronto entre a Índia e o Paquistão, país com quem faz fronteira.

Antes, os Estados Unidos lamentaram a situação, tendo o Presidente, Donald Trump, considerado que o reinício dos confrontos “foi uma pena” e adiantado esperar que “pare muito rapidamente”. O líder da diplomacia norte-americana, Marc Rubio, exortou ainda os líderes dos dois Estados a abrirem um canal de diálogo para evitar uma maior escalada do conflito.

“O mundo não se pode dar ao luxo de um confronto militar” entre a Índia e o Paquistão, afirmou, por seu lado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, referindo-se aos ataques das últimas horas, os mais graves das últimas duas décadas entre estes Estados.

Numa reacção mais assertiva, o Reino Unido também pediu calma aos dois países, mas assumiu estar pronto para intervir caso seja necessário. A Índia e o Paquistão têm “interesse na estabilidade regional”, disse o secretário do Comércio britânico, Jonathan Reynolds, acrescentando que o Governo britânico fará “tudo o que puder em termos de diálogo para reduzir a tensão”.

Mortos e feridos

Os dois exércitos trocaram tiros de artilharia ao longo da fronteira disputada em Caxemira após ataques indianos em solo paquistanês em retaliação por um atentado, a 22 de Abril, na Caxemira controlada pela Índia, que matou 26 pessoas.

A tensão entre a Índia e o Paquistão reacendeu-se a 22 de Abril, quando homens armados atacaram a região turística de Pahalgam, na Caxemira indiana, matando 26 civis. O ataque foi atribuído à organização Lashkar-e-Taiba e as relações deterioram-se ainda mais entre estes países vizinhos, rivais desde que se tornaram independentes do Reino Unido, em 1947.

Os dois governos ordenaram a saída dos seus territórios de cidadãos do Estado vizinho e, ao longo dos dias, foram-se registando incidentes nas fronteiras, com tiros disparados na chamada Linha de Controlo em Caxemira. Na terça-feira à noite, Nova Deli lançou ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam “locais terroristas”, na província de Punjab.

Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, ontem de manhã, uma sequência de bombardeamentos levados a cabo por Islamabade e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos.

8 Mai 2025

Dia da Vitória | Pequim justifica participação na parada de Moscovo como acto de respeito pela História

Pequim defendeu ontem a presença de tropas chinesas na parada militar de 09 de Maio em Moscovo como uma demonstração de “respeito pela História” e não como um gesto de apoio à Rússia na guerra na Ucrânia.

“A participação da China nas celebrações do 80.º aniversário da vitória soviética na Grande Guerra Patriótica reflete o respeito pela História e a firme determinação em defender as conquistas da Segunda Guerra Mundial”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian, em conferência de imprensa.

O porta-voz lembrou que a vitória na guerra foi “o resultado da luta conjunta de todos os países e povos amantes da paz e da justiça” e tanto o povo chinês como os povos da antiga União Soviética “fizeram enormes sacrifícios nacionais e contribuições históricas indeléveis”.

Os comentários surgiram um dia depois de a Ucrânia ter criticado a presença de tropas estrangeiras no desfile da Praça Vermelha como uma “manifestação de apoio ao Estado agressor”. Pequim evitou responder directamente à repreensão de Kiev, mas insistiu que a posição sobre a guerra “tem sido clara e consistente”.

“Evitar uma nova escalada das tensões é agora a prioridade urgente. Todas as partes envolvidas devem chegar a um consenso e criar condições para atingir esse objectivo”, acrescentou. Sobre a cooperação bilateral entre a China e a Rússia, o porta-voz reiterou que “sempre se baseou nos princípios do respeito mútuo, do benefício partilhado e do sucesso comum”.

O desfile em Moscovo vai contar também com unidades militares de mais 12 países. O Presidente chinês, Xi Jinping, vai estar presente, na primeira visita à Rússia desde Março de 2023. Está também prevista uma reunião bilateral com o Presidente russo, Vladimir Putin, a 08 de Maio.

8 Mai 2025

Economia | Bolsas chinesas sobem com medidas de estímulo de Pequim

As principais bolsas da China abriram ontem com ganhos, na sequência do anúncio de um novo pacote de medidas por parte de Pequim para impulsionar a recuperação económica, pressionada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Durante a sessão da manhã de ontem, o índice de Xangai avançou 0,59 por cento e o de Shenzhen subiu 0,22 por cento. Em Hong Kong, o índice de referência Hang Seng subiu 0,79 por cento. Também a Bolsa de Pequim, inaugurada em 2021 e com menor expressão por estar centrada em pequenas e médias empresas, operava em terreno positivo, com uma valorização de 0,48 por cento.

Meia hora antes da abertura dos mercados, o governador do banco central chinês, Pan Gongsheng, anunciou novos cortes nas taxas de juro, na taxa de reservas obrigatórias e nas taxas das operações de recompra a sete dias, uma das principais ferramentas de injecção de liquidez do banco central.

O Banco Popular da China anunciou ainda reduções nas taxas de juro hipotecárias, medidas de estímulo ao crédito para compra de serviços e cuidados a idosos, apoios temporários ao financiamento para a aquisição de automóveis e aumento do crédito à inovação tecnológica.

8 Mai 2025

China pede sinceridade aos EUA para o encontro deste fim de semana

A China apelou ontem aos Estados Unidos para demonstrarem “sinceridade nas conversações” comerciais previstas para o fim de semana, sublinhando que aceitou o encontro com base nos seus interesses e nas expectativas da comunidade internacional.

“Os Estados Unidos devem demonstrar sinceridade nas conversações, corrigir as suas práticas erradas, encontrar um ponto de equilíbrio com a China e resolver as preocupações mútuas com base na igualdade e no respeito”, afirmou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado.

O ministério reforçou que “todo o diálogo e negociação deve assentar no princípio do respeito mútuo”, em referência às reuniões que o vice-primeiro-ministro He Lifeng — principal negociador comercial da China — terá com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, no sábado e domingo, na Suíça.

“Nos últimos tempos, responsáveis norte-americanos têm feito circular informações sobre possíveis ajustamentos às suas tarifas e transmitido essa intenção à China por diferentes canais, manifestando abertura para o diálogo”, lê-se no comunicado.

“Tendo em conta as expectativas globais, os interesses da China e as exigências da indústria e dos consumidores dos EUA, a China decidiu aceitar conversar”, acrescentou.

Ser racional

O ministério acusou os Estados Unidos de terem adoptado, desde o regresso ao poder de Donald Trump, “medidas tarifárias unilaterais, ilegais e irrazoáveis”, que terão “afectado gravemente as relações económicas e comerciais bilaterais, perturbado a ordem internacional e criado sérios obstáculos à recuperação económica global”.

“Para defender os seus direitos e interesses legítimos, a China tomou contramedidas firmes. A nossa posição é coerente: quer no confronto, quer no diálogo, a determinação da China em salvaguardar os seus interesses de desenvolvimento não mudará, tal como não mudará o seu compromisso com a equidade, a justiça e o multilateralismo”, vincou.

O Governo chinês reiterou que mantém a porta aberta ao diálogo, mas advertiu que os Estados Unidos devem reconhecer “o impacto negativo das suas tarifas unilaterais”, respeitar as normas económicas internacionais e ouvir “as vozes racionais de todos os sectores”.

Mas se os EUA “disserem uma coisa e fizerem outra” ou recorrerem à “coacção e chantagem sob o disfarce de negociações”, isso é algo que a China “não aceitará jamais”, frisou Pequim. “A China nunca sacrificará os seus princípios nem a justiça internacional em troca de um acordo”, realçou.

Na mesma nota, o Ministério do Comércio garantiu que a China continuará a trabalhar com outros países para “reforçar a coordenação, resistir em conjunto ao protecionismo unilateral e à intimidação hegemónica, defender o comércio livre e o multilateralismo e promover uma globalização económica inclusiva e benéfica”.

Encontro na Suíça

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou ontem que He Lifeng — figura de confiança do Presidente chinês, Xi Jinping — visitará a Suíça entre 09 e 12 de Maio para encontros com Bessent, no âmbito dos esforços para aliviar a tensão entre as duas potências.

Bessent já tinha anunciado na terça-feira que se reunirá com a delegação chinesa este fim de semana, após ter mantido uma videoconferência com He em 25 de Fevereiro, durante a qual discutiram as tarifas e o combate ao tráfico de fentanil, um poderoso opiáceo.

Também na terça-feira, Donald Trump afirmou que haveria negociações “no momento apropriado”. Nos últimos dias, Washington indicou que já existiram contactos prévios e Trump alegou ter falado com Xi Jinping — algo que Pequim negou e que a Casa Branca não clarificou.

8 Mai 2025

Guerra comercial | China e Brasil puxam por integração regional face política dos EUA

Lula da Silva vai estar em Pequim na próxima semana para participar na Cimeira China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Face à política económica agressiva de Donald Trump, Pequim e Brasília acertam agulhas para continuar a promover acordos bilaterais que beneficiem as duas nações

 

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, desloca-se na próxima semana à China, num momento em que os dois países procuram aprofundar a integração regional da América Latina, num contexto marcado pela guerra comercial desencadeada por Washington.

Lula participará, em Pequim, na Cimeira China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), agendada para os dias 12 e 13 de Maio, tendo também previsto um encontro bilateral com o homólogo chinês, Xi Jinping. A deslocação coincide com as negociações entre Pequim e Brasília sobre a eventual construção de uma ligação ferroviária até ao porto de Chancay, construído pela China no Peru e inaugurado em 2024.

No ano passado, Xi e Lula estabeleceram a integração do Brasil ao Pacífico como um dos quatro pilares estratégicos das relações sino-brasileiras, durante uma visita de Estado do líder chinês ao país sul-americano.

De acordo com a imprensa chinesa, uma delegação chinesa, composta por 11 funcionários da empresa estatal China State Railway Group e do Ministério dos Transportes da China, visitou no mês passado o Brasil para “análises técnicas”.

O Brasil já desempenha um papel importante na segurança alimentar da China, representando mais de 20 por cento das importações agrícolas e pecuárias do país asiático. A guerra comercial desencadeada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, deverá reforçar ainda mais essa procura.

Washington aumentou as tarifas sobre produtos chineses até 145 por cento nas últimas semanas. Pequim retaliou com taxas adicionais de 125 por cento sobre produtos norte-americanos e suspendeu as compras de produtos agrícolas.

O ministro da Agricultura e Pecuária brasileiro, Carlos Fávaro, assegurou que o Brasil vai aproveitar todas as oportunidades geradas pela guerra comercial entre Pequim e Washington.

“Das crises nascem oportunidades. E o Brasil está atento às oportunidades e vai ampliar as trocas comerciais”, declarou, citado pela imprensa brasileira.

Benefícios colaterais

O Brasil tem beneficiado das disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo desde a primeira guerra comercial, iniciada durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump (2017-2021). Desde então, a China aumentou as compras de soja ao país para reduzir a dependência dos EUA.

Em 2024, a China importou um total de 105 milhões de toneladas de soja, das quais 22,14 milhões provinham dos EUA, representando 21,1 por cento do total – uma queda de 13,3 por cento face a 2018.

Durante o mesmo período, as importações chinesas de soja do Brasil atingiram 74,65 milhões de toneladas, representando agora 71,1 por cento do total, de acordo com dados das alfândegas chinesas.

O acesso ao Oceano Pacífico permitiria ao Brasil e aos países vizinhos contornarem as rotas marítimas tradicionais do Atlântico, reduzindo significativamente os tempos de trânsito e os custos logísticos das exportações agrícolas, como a soja, a carne bovina e os cereais.

O porto de Chancay também pode ajudar Pequim a diversificar as opções de transporte marítimo e reduzir a dependência do Canal do Panamá, uma rota que acentuou as tensões diplomáticas e geopolíticas com os Estados Unidos.

Os objectivos estratégicos de Pequim e Brasília inserem-se na política de Lula para a CELAC. Lula promoveu o retorno do Brasil à organização intergovernamental, após o país se ter retirado do bloco em 2019. O movimento sinalizou a retomada da integração regional como prioridade da política externa brasileira, através do projecto Rotas de Integração da América do Sul.

8 Mai 2025