Fundação Rui Cunha | Esculturas de Todi contam história de crescimento

São 14 peças que contam os “momentos” da vida de uma rapariga. A exposição é de Custódia Kong de Sousa que há oito anos deixou para segundo plano a engenharia civil para se dedicar à escultura. A segunda exposição individual da artista vai ser inaugurada no próximo dia 18 na Fundação Rui Cunha

 

[dropcap style≠’circle’]“M[/dropcap]omentos” é a exposição de esculturas de Custódia Kong de Sousa, mais conhecida por Todi que tem inauguração marcada para 18 de Janeiro, na Fundação Rui Cunha, pelas 18h30.

A segunda exposição individual da moçambicana que reside em Macau desde 1986 marca também uma experiência da artista na área das peças figurativas. “Usei a escultura para contar uma história, e por isso e chama momentos, porque descreve vários momentos da vida de uma pessoa”, começa por contar Todi ao HM. Por outro lado, Todi quis experimentar outras abordagens, “Nesta série optei mais pelo figurativo porque gosto de desafios e geralmente tento fazer qualquer coisa que seja novo, pelo menos para mim. Como também estava  a trabalhar à volta de uma história e de uma pessoa pareceu-me a melhor opção”, sublinha.

Crescimento natural

“Momentos” conta a história de uma rapariga, desde que nasce até que se torna mãe. Das 14 peças que integram a mostra quase todas foram feitas para esta história.

A exposição tem início com uma menina pequena, no colo da mãe, diz a artista. “A menina vai crescendo, uma etapa que é retratada por “Inocência””. Aos seis anos, sonha ser bailarina e na adolescência, descobre que gosta de dançar flamengo. “Nasce a peça à volta desta mudança e deste gosto. É um tema que me inspirou também e penso que é uma dança que representa muito a paixão, sentimento que também quis transmitir com esta peça”, continua Todi.

A vida continua a o amor aparece. “Alma gémea” é a peça que retrata esta fase, à que se segue, a “Noiva”. A exposição termina com a protagonista a ser mãe. “A última é a maternidade, quando ela própria se vai tornar mãe. Digamos que aqui quase que o ciclo recomeça”, refere a escultora.

Mas há ainda elementos que retratam, mais do que as fases da vida, estados emocionais. “Uma das peças é referente é a gratidão em relação à vida por tudo o que lhe trouxe e outra que se chama “dançando com o universo” retrata a harmonia que sente em relação ao que a rodeia, a tudo”.

Peças em movimento

Os materiais eleitos por Todi são a massa epoxie e o tecido endurecido. De acordo com a arista, a escolha é uma questão de preferência essencialmente pessoal. “Porque gosto de experimentar materiais novos e estes são pouco usuais na escultura. A massa epoxie é um material muito resistente e endurece ao ar num período de tempo curto, obrigando a uma forma diferente de abordagem do processo de execução. O tecido endurecido é um material que permite dar mais expressividade e movimento à peça”, refere. “Com ele tenho as linhas que quero e a dinâmica que procuro”, remata.

4 Jan 2018

Estudos do Governo | Ella Lei quer mecanismo de divulgação de pesquisas

A criação de um mecanismo capaz de acompanhar e divulgar os estudos feitos pelo Executivo ou pedidos a entidades por parte deste é o pedido de Ella lei ao Governo. A deputada considera que os estudos feitos para o território são muitos e na sua maioria demoram demasiado tempo a ser concluídos e os resultados nem sempre chegam a ser conhecidos

 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m Macau há estudos para tudo mas os seus resultados aparecem muitas vezes com anos de atraso e são desconhecidos. A ideia é deixada pela deputada Ella Lei em interpelação escrita em que apela ao Governo a criação de um mecanismo centralizado responsável por acompanhar as muitas pesquisas feitas ou pedidas pelo Executivo.

Para Ella Lei, se há pesquisas, é necessário saber os seus desenvolvimentos, calendários e conclusões. De acordo com a deputada com ligações à FAOM, o Governo tem de criar um mecanismo de comunicação capaz de fazer chegar à população todas as informações que são do seu interesse.

“Se este ano o Executivo aprovou divulgação dos relatórios de viagens dos funcionários públicos para uma melhor transparência também deve dar acesso a outras informações”, lê-se no documento assinado pela deputada.

No entanto, ainda há pesquisas realizadas por departamentos públicos ou encomendadas a entidades privadas cuja evolução e resultados permanecem desconhecidos, lamenta.

A deputada dá exemplos: há um estudo encomendado a instituições académicas acerca do reconhecimento mútuo de cartas de condução, desde 2014, em que sós se conheceram as conclusões a 1 de Dezembro do ano passado”, diz. Os resultados acabaram por provocar reacções polémicas pelo que o Governo acabou por dizer que não eram suficientes nem adaptados à actual situação do território, muito diferente da de 2014.

Em 2012 foi também encomendado um estudo relativos ao design do posto fronteiriço e da sua envolvência, relativo às Portas do Cerco, que diz “ainda não foi tornado público”. O que se soube daquela zona foi em consequência da passagem do tufão Hato, afirma Ella Lei, e tendo já em conta as inundações que afectaram o terminal de autocarros daquela área e a sua reconstrução.

Pesquisas fora de prazo

Mas Ella Lei não se fica por aqui. A deputada nem precisa de especificar de tantos que são os estudos encomendados e feitos acerca de matérias os novos tipos de habitação social e a necessidade de motoristas. “São assuntos que foram alvos de estudos em grande quantidade nos últimos anos”, sublinha.

“Todos os anos, o Governo conduz uma variedade de relatórios de pesquisa por conta própria ou através de outras entidades”, reitera Ella Lei, sem esquecer os gastos avultados e o tempo despendido que acompanham cada investigação.

Mas, não há um mecanismo capaz de se responsabilizar pela comunicação pública destas tarefas, considera a deputada. “Uns acabam por ser interrompidos, e outros demoram tanto tempo que quando saem os resultados já estão desactualizados”, aponta, sendo que há ainda outros que por não se adaptarem à realidade actual, são refeitos.

Para Ella Lei trata-se de mais uma perda de tempo, de dinheiro e de um atraso no desenvolvimento local. “É ainda um desperdício de fundos públicos”, acrescenta.

Para solucionar a situação, a deputada pede ao Governo que trate de criar um mecanismo eficiente capaz de acompanhar as investigações e se responsabilize pela divulgação dos resultados atempadamente.

4 Jan 2018

Fotografia | Exposição de Teresa Senna Fernandes mostra realidades de África

“Um Coração Dividido” é o nome da exposição de fotografia que vai ser inaugurada amanhã na Fundação Rui Cunha. A autora é Teresa Senna Fernandes que com apenas 17 anos já participou em duas acções de voluntariado em África. De São Tomé e Príncipe e da Guiné Bissau trouxe experiências e imagens que, espera, sejam capazes de sensibilizar quem as vê

 

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ão cerca de 20 imagens a preto e branco que integram a exposição de Teresa Senna Fernandes com inauguração marcada para amanhã pelas 18h30 na Fundação Rui Cunha.

Com apenas 17 anos, a jovem que vive em Macau embarcou pela primeira vez para São Tomé em 2016. Ía fazer voluntariado junto de crianças que precisavam de ajuda. A experiência foi marcante e este ano repetida, desta feita rumo à Guiné, uma realidade “mais dura”. Das viagens trouxe a mudança e, para que as realidades por onde passou não sejam esquecidas, trouxe imagens que falam por si.

“As fotografias conseguem transmitir e simbolizar muito e são a única coisa que trouxe que pode mostrar um pouco do que vivi ”, começa por dizer ao HM.

À falta de palavras são as imagens que têm o poder de ajudar a partilhar outras realidades. “As palavras muitas vezes não são suficientes e a fotografia é capaz de dar uma noção mais aproximada daquelas vidas”, explica ao mesmo tempo que espera conseguir “sensibilizar as pessoas e incentivar cada um a ajudar, nem que seja com pouco”.

Mas, e acima de tudo, Teresa Senna Fernandes quer fazer perceber que o mundo não é só esta “bolha chamada Macau”. “O meu objectivo é mesmo alertar as pessoas para o facto de existir mundo além daquilo que conhecem. Aqui em Macau é tudo muito fácil. Aqui, tudo o que se deseja é realizável. Parece que as coisas nos caem aos pés. Espero que com esta mostra as pessoas possam perceber que há muitas situações que precisam de ser vistas e ouvidas para que mudem”, refere.

Foi esta necessidade de mostrar, não o que fez, mas outras realidades, que motivaram Teresa Senna Fernandes a fotografar.

Um mundo sem cor

As fotografias são a preto e branco, e nem podia ser de outra forma.

Mais do que um gosto pessoal, a opção de pela imagem monocromática teve que ver com o contraste que o formato permite. “O preto e branco realça muito mais as situações”, diz, sendo que “apesar de serem cores neutras, são cores que conseguem transmitir melhor o contraste: o contraste na própria imagem e entre mundos, aquele em que vivemos e aquele que ali está representado”, apontou a autora.

Por outro lado, considera, são tons que tornam a fotografia mais real, mais pesada o que vai de encontro ao peso que também ela sentiu quando confrontada com realidades marcadas pela ausência, dor ou sofrimento.

Mas, Teresa Senna Fernandes pretende com as imagens falar sobretudo de esperança e da capacidade que cada um tem ao seu alcance de poder fazer qualquer coisa, por muito pouco que seja, para ajudar quem mais precisa. “Se cada um fizer um bocadinho, as coisas podem ir indo ao sítio e pequenas coisas fazem a diferença”, diz.

A jovem fotógrafa tem em conta a sua própria experiência enquanto voluntária, “uma actividade que está ao acesso de quem quiser e uma experiência que, sem mudar o mundo, é capaz de mudar pelo menos um momento no mundo de alguém”. “Embora tenha feito pouco, sei que de alguma forma, fiz alguma diferença, nem que tenha sido somente naquele momento em que estava a tentar ajudar alguém, naquelas espaço, naquelas vidas”, recorda.

Coração grande

É esta ideia de dar do coração que está na base do nome da exposição. “Um Coração Dividido” é a capacidade de ajudar distribuída por muitos, por todos aqueles que precisam. “Quando se está perante uma realidade daquelas e em contacto com várias crianças naquele contexto, uma pessoa acaba por se sentir dividida. A intenção é fazer com que o nosso coração chegue a todos”, refere, emocionada.

Trata-se, para Teresa Senna Fernandes de “um gesto de generosidade”.

De acordo com a jovem fotógrafa foi também um tempo para aprender. “Fiz as mais bonitas aprendizagens: aprendi que podemos ser heróis sem capas, títulos ou talentos. Que temos o poder de, com simples toques de amor, que assim se torna mágico, tocar o coração do outro, ao fazer chegar-lhe o nosso. Sim, vi crianças a pedir os restos da nossa comida. E percebi que não há água potável. Vi crianças com os pés lastimáveis, porque descalças. Guardei o toque da minha mão fortemente agarrada pelas mãos delas. Senti o meu coração a partir de cada vez que uma criança me pedia algo que eu não podia dar.”, descreve na apresentação oficial do evento.

Além da pobreza há ainda outros momentos. Depois de São Tomé, foi para a Guiné onde conviveu com aquilo que chama de “tradições completamente censuráveis”. A fotógrafa dá exemplos: “o caso dos casamentos forçados, da prática da mutilação genital feminina e tráfico humano”, tudo situações com as quais esteve em contacto de perto e que fizeram com que toda a experiencia se tornasse “muito mais forte e pesada”. Foi com esse peso que veio, mas acima de tudo com uma “grande lição: a sorte que tenho em ser valorizada”.

Para Teresa Senna Fernandes cada uma destas viagens contribui para que a postura que tem perante a vida mude. “Nunca voltamos os mesmos depois do contacto que temos neste tipo de experiência”, afirma. “São crianças e jovens que têm, muitos deles, a mesma idade que eu e que sofrem em circunstâncias muito complicadas”.

3 Jan 2018

Tabaco | Quase três mil inspecções no primeiro dia da nova lei

Entrou em vigor no passado dia 1 e logo na estreia mobilizou ficais para inspecionar quase três mil estabelecimentos. Trata-se da alteração ao Regime de Prevenção e Controlo de Tabagismo que no primeiro dia encontrou 15 infractores. Os Serviços de Saúde consideram que foi uma estreia positiva

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Regime de Prevenção e Controlo de Tabagismo foi alterado e entrou em vigor no primeiro dia de 2018. As acções por parte da fiscalização entraram em acção no mesmo dia e até às 17h foram fiscalizados um total de 2931 estabelecimentos, dos quais, 192 eram abrigos afectos a veículos de transporte colectivo de passageiros. Da iniciativa foram acusadas 15 pessoas por fumar em locais proibidos, em que sete eram turistas e oito, residentes locais. Entre os fumadores acusados, 8 foram detectados a fumar em paragens de autocarros e todos colaboraram com as autoridades, refere um comunicado oficial dos Serviços de Saúde.

No que respeita a queixas telefónicas relativas a infractores, a linha verde criada para o efeito recebeu 15 chamadas em que quatro apenas queriam informação, uma dizia respeito a um residente que queria dar a sua opinião, sendo que as restantes dez eram, efectivamente, relativas a queixas.

Deputados preocupados

Apesar da boa cooperação por parte dos acusados registada no primeiro dia de implementação do Regime de Prevenção e Controlo de Tabagismo, o deputado Lam Lon Wa está preocupado os conflitos que possam resultar entre infractores e fiscais.

Dado o aumento das multas, o tribuno considera que “as situações de conflito são inevitáveis”, lê-se em interpelação escrita, pelo que apela ao Governo que crie um sistema de assistência para quem está no terreno.

Por outro lado, Lam Lon Wa apela a mais informação junto dos residentes. Em causa está o facto de que nem todas as paragens de autocarros estão sinalizadas com a nova proibição de fumar a menos de dez metros.

Excepções mal encaradas

Já o deputado Leong Sun Iok está insatisfeito com a actual alteração. Para o deputado o novo regime ainda é insuficiente visto que os casinos continuam a poder ter salas de fumo e têm ainda um ano para colocar as estruturas de fumadores em consonância com as novas directrizes.

De acordo com Leong Sun Iok, esta medida permite que os trabalhadores dos casinos continuem a ser prejudicados com a má qualidade do ar. Ainda assim, para o deputado os casinos são ainda os locais onde há mais infractores e propõe ao Governo que tenha “fiscais residentes”. A ideia é garantir uma monitorização permanente destes espaços de modo a que não lhes seja permitida qualquer infracção.

Após a entrada em vigor da lei, é proibida a exposição dos produtos do tabaco nos locais de venda fixos e ambulantes. É ainda proibida a venda de produtos do tabaco nos casinos e a multa por infracção foi actualizada de 600 para 1.500 patacas. Passa ainda a ser proibido fumar nas áreas adjacentes às paragens de autocarros num raio de 10 metros, Apesar das críticas os casinos e o aeroporto continuam a poder ter área de fumadores, sendo que os primeiros terão que ter as condições melhoradas. Para o efeito têm um ano para o fazer.

3 Jan 2018

Lei | Agências de emprego poderão cobrar até 50 por cento do salário do trabalhador

Os empregados contratados via agência de emprego já têm o montante relativo aos honorários estipulado. O pagamento pode ir até aos 50 por cento do ordenado do primeiro mês. Quanto às entidades empregadoras, cada agência fixa o montante que entender. As medidas estão previstas na proposta de lei da actividade de agências de emprego divulgada ontem pelo Conselho Executivo

 

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]e até agora as agências de emprego não tinham referências para regulamentar os honorários, a partir do momento que a proposta de lei referente à sua regulamentação for aprovada na Assembleia Legislativa, as agências passam a poder cobrar até 50 por cento do primeiro ordenado ao empregado a que prestam serviços. O pagamento pode ser feito até dois meses depois do início de funções.

A medida faz parte do aperfeiçoamento do regime de cobranças das agências de emprego. “A proposta de lei define claramente que as agências de emprego não gratuitas podem cobrar honorários a empregadores e trabalhadores pela prestação de serviços e que o montante de honorários a cobrar aos trabalhadores não pode exceder os 50 por cento da remuneração de base do primeiro mês de trabalho”, lê-se no documento apresentado ontem pelo porta voz do Conselho Executivo (CE), Leong Heng Teng.

Já as cobranças feitas às entidades empregadoras ficam sem valor ou proporção definida. De acordo com o responsável da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Wong Chi Hong, “cada agência de emprego pode definir o que vai cobrar aos empregadores e a partir daí fazer uma tabela que estará afixada à porta”.

No caso de denúncia unilateral do contrato de trabalho durante o período experimental, e caso não seja concedida a autorização de permanência no território ao trabalhador, a agência tem de proceder à devolução dos honorários pelo menos em metade da totalidade que auferiu.

O regime pretende ser um orientação de funcionamento destas empresas e estabelece algumas directrizes obrigatórias. Depois de aprovado, todas as agências têm de ter pelo menos um orientador no serviço de emprego. As habilitação mínimas exigidas para o cargo são o ensino secundário completo, mas nos casos dos trabalhadores que estão em exercício de funções há cinco ou mais anos, o diploma prevê a isenção do cumprimento dos requisitos sobre habilitações académicas.

Responsabilidades partilhadas

O Governo deixou ainda um pedido aos patrões. “Se precisarem de contratar pessoas de fora, não o façam a título particular e recorram sempre às agências de emprego licenciadas, disse Wong Chi Hong. A sugestão tem como objectivo evitar a contratação de não residentes que estejam em situação de desemprego e, por isso, ilegais.

Também as agências de emprego podem sofrer graves sanções com a contratação de trabalhadores nestas circunstâncias.

Foi deixado outro alerta para a tentativa de cobranças acima das legisladas. A situação é “proibida de forma clara”, disse o porta voz do CE.

O director da DSAL esclareceu ainda que as denuncias recebidas pelos serviços, um total de 40, não tiveram nada que ver com honorários excessivos, mas sim com situações de emprego a pessoas que estavam ilegais no território.

De acordo com Wong Chi Hong, até Outubro deste ano estavam em funcionamento 148 agências de emprego em que quatro tinham serviços gratuitos.

29 Dez 2017

Conselho Executivo | Novo estatuto da Função Pública altera férias e faltas

O mapa de faltas e a transferência de dias de férias para anos seguintes preenche a primeira parte da alteração ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau apresentada ontem pelo Conselho Executivo. Os trabalhadores passam a ter novas formas de dedução em caso de faltas por doença ou acompanhamento familiar e, nas férias, dependendo de quem pede a transferência, podem ser alterados 33 ou 11 dias

 

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]altas justificadas e por motivos de saúde não vão ter descontos salariais quando inferiores ou iguais a 15 dias. A premissa é prevista na alteração ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau (ETAPM) apresentada ontem pelo porta voz do Conselho Executivo (CE), Leong Heng Teng.

No caso das faltas serem entre 16 e 30 dias será deduzido, o equivalente a 50 por cento do ordenado, e caso sejam superiores a um mês, a suspensão salarial é total.

Mas, para “que seja optimizado o regime de faltas por doença, a dedução do vencimento (…) é efectuada uma vez por ano, devendo ser apenas processada no ano seguinte após verificada a menção obtida na avaliação de desempenho e se tenha dado ou não falta injustificada”, referiu Leong Heng Teng.

Para o acompanhamento de familiares doentes, o Governo propõe que, depois de ultrapassados os 15 dias permitidos, o funcionário passa a pode pedir, se necessário, uma licença sem vencimento, disse o porta voz.

“A medida é nova e tem por objectivo permitir uma maior flexibilidade aos funcionários em caso de doença”, sublinhou.

As faltas por frequência de cursos de formação académica profissional ou linguística vão também ser alvo de alteração, sendo que passa a ser exigido aos formandos que apresentem aprovação em pelo menos 80 por cento das disciplinas inscritas.

Férias transferidas

Em caso de transferência de dias de férias de um ano para outros, os 11 dias previstos na lei podem ir até 33 dias, caso o pedido de mudança tenha sido feito pelos serviços. No entanto, se o pedido de transferência dos dias de férias partir do funcionário que alega razões pessoas, o limite de dias que pode transitar de ano mantem-se nos 11.

Por outro lado, a alteração dos estatutos passa a permitir férias antecipadas. “Após o trabalhador ter exercido funções durante seis meses no primeiro ano de serviço, passa a gozar antecipadamente as férias nos seis meses subsequentes”, referiu Leong Heng Teng.

Regimes e regimes

O Governo anuncia ainda, nesta alteração, a criação de mais dois regimes associados aos horários de trabalho.

A proposta de alteração que vai seguir para aprovação na generalidade na Assembleia Legislativa propõe um regime de disponibilidade e um regime de horário especifico de trabalho. A ideia é poder garantir as necessidades da função pública.

O regime de disponibilidade, diz o Executivo, “é o meio pelo qual os serviços públicos, por necessidade, exigem ao trabalhador, no período além do horário de trabalho e após ter saído do posto de trabalho, a disponibilidade de regressar”. Este regime pode ser aplicado em qualquer carreira.

No que diz respeito ao regime de horário especifico de trabalho não há ainda uma definição clara.

Já o trabalho por turnos também vai sofrer modificações. A alteração ao ETAPM salvaguarda pelo menos dez horas de descanso entre cada turno, sendo que pelo menos uma vez por mês devem ser rotativos. Por outro lado, em cada quatro semanas deve existir um dia de folga que coincida com um sábado ou domingo.

Vai ainda ser regulado uniformemente o regime de trabalho flexível e optimizar as condições de prestação de trabalho temporário em que este será calculado em função do dia e pode vir a ser acumulado a cada período que atinja os 30 minutos. Mas, mantem-se o limite mensal de 52 horas de trabalho extraordinário.

29 Dez 2017

Creches | Governo tem plano pioneiro para os próximos cinco anos

O Instituto de Acção Social apresentou ontem o primeiro plano do Executivo para o desenvolvimento de creches no território. Com uma aplicação em cinco anos, o Governo pretende garantir o aumento do número de vagas, da qualidade das creches locais e uma formação especializada com mais docentes e funcionários qualificados

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro plano de desenvolvimento de creches foi ontem dado a conhecer pelo Instituto de Acção Social (IAS). A iniciativa prevê duas etapas a serem executadas entre 2018 e 2022 de modo a garantir o desenvolvimento dos serviços e aumentar de forma sustentável o número de vagas nas creches subsidiadas de Macau.

Numa primeira fase, chamada de preliminar, para ser implementada nos primeiros dois anos, o IAS pretende criar cinco creches apoiadas pelo Governo. O objectivo, afirma o documento oficial, é “aumentar para 52 por cento a proporção das vagas dos serviços de apoio às crianças com idade inferior a três anos”.

Já na segunda fase, que compreende os três anos que vão de 2019 a 2022, o IAS pretende continuar a alargar o número de creches de modo a chegar aos 55 por cento da proporção das vagas.

Vagas para a maioria

As crianças com idade inferior aos dois anos são o principal foco do plano apresentado ontem, sendo que está previsto um número total de 7000 vagas nos primeiros dois anos de implementação da iniciativa.

Para o ano vai ser ainda criado um sistema que dá prioridade de entrada nos estabelecimentos subsidiados pelo Executivo às crianças consideradas em situação vulnerável. Para o efeito vão ser “efectuadas uma revisão e uma alteração das directrizes sobre os procedimentos de admissão”.

Na segunda fase, este sistema será alvo de análise e dos devidos ajustes considerados necessários.

Os funcionários destes estabelecimentos também são considerados no documento e, de acordo com o IAS, vão ser formados, na fase preliminar, 40 docentes qualificados. Paralelamente vão ser criados cursos de formação para os funcionários, assistentes e cuidadores. O objectivo é aumentar para 35 por cento a proporção de pessoal com formação.

Na segunda fase, o Governo quer aumentar esta proporção para os 70 por cento e elaborar manuais de funcionamento uniformizados.

28 Dez 2017

Habitação Pública | Governo vai gastar mais de 12 milhões em reparações

O Governo vai investir mais de 12 milhões de patacas em obras nos complexos de habitação pública da Ilha Verde e do Fai Chi Kei. Apesar dos edifícios de habitação pública terem apenas três anos, serão alvo de reparações e melhorias a serem realizadas nos próximos meses

 

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram adjudicadas pelo Chefe do Executivo empreitadas para melhorias e reparações nos lotes 1 e 2 de habitação pública no bairro da Ilha Verde e nos lotes E e F, situados na zona do Fai Chi Kei. De acordo com um despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO), o consórcio composto pela Companhia de Engenharia e de Construção da China (Macau), Limitada e pela Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa, Limitada vai receber mais de 2.7 milhões de patacas para o projecto na Ilha Verde.

No que diz respeito à obra no Fai Chi Kei, a Companhia de Fomento Predial Sam Yau vai receber quase nove milhões de patacas do Governo para fazer os trabalhos de reparação.

As obras têm lugar pouco mais de dois anos depois de terem sido terminados os edifícios de habitação pública daquelas duas zonas. Em 2009 o Governo anunciava a conclusão da segunda fase da Habitação Social do Fai Chi Kei para Setembro desse ano, com um total de 884 fracções, e composto por duas torres,

No entanto, só em Julho de 2015 é que o Gabinete para o Desenvolvimento das Infra-estruturas (GDI) anunciava a conclusão das mesmas. “Relativamente à construção da habitação pública no Fai Chi Kei e no Lote 3 do Bairro da Ilha Verde, estará concluída este ano e será entregue aos serviços de habitação”, garantiam ao HM.

No caso da Ilha Verde, o início das obras era prometido pelo Executivo para 2012, nomeadamente para os Lotes 1 e 2 para que viessem a albergar 3126 famílias, sem no entanto se saber o seu fim.

Ainda em 2012 era anunciada a conclusão de dois dos quatro projectos de habitação publica em atraso para esse mesmo ano e que tinham por objectivo as 19 mil fracções prometidas há anos pelo Governo.

Má qualidade generalizada

Os deputados à Assembleia Legislativa têm levantado vozes acerca da qualidade da construção de habitação pública no território, e os vários projectos do sector têm sido alvo de questões colocadas ao Governo.

Ho Ion Sang é um dos tribunos que mais tem insistido na necessidade de uma fiscalização apertada neste tipo de projectos. Em Fevereiro deste ano, o deputado, perante as queixas dos moradores relativamente ao mau estado de alguns edifícios de habitação pública, lembrava as palavras do Governo que dizia seguir as normas do Regulamento Geral da Construção Urbana.

No entanto, de acordo com Ho Ion Sang, o diploma está desactualizado e em vigor há mais de 30 anos, sendo que “não consegue dar resposta às necessidades actuais”, referia.

A desactualização do documento era admitida pelo Executivo já em 2009, e a sua actualização estava prevista nas Linhas de Acção Governativa deste ano.

Sem regras adaptadas à actualidade, Ho Ion Sang alerta para os riscos de segurança e qualidade das obras feitas até à data e que tiveram como base o regulamento em causa.

Em Maio, Ho Ion Sang voltava à carga com os problemas registados nas obras de habitação pública. O deputado dava como exemplo o projecto de Seac Pai Van em que os habitantes se queixavam de varandas enferrujadas. Perante as queixas, o Instituto da Habitação recordou que já tinham sido passados dois anos do final da construção pelo que as despesas com reparações teriam de ser sustentadas pelos inquilinos. No entanto, para o tribuno, três anos é um período de tempo muito curto para os edifícios começarem a degradar-se.

Já o Edifício do Lago, na Taipa, foi alvo de interpelação na passada terça feira por parte do deputado Leung Sun Iok que alertava para a necessidade de fiscalização dos projectos de habitação pública. Desta feita, está em causa o mau estado daquelas instalações “com azulejos partidos e tijolos deslocados que representam perigo para os residentes”.

28 Dez 2017

Reciclagem do lixo | Proposta vai ser legislada no primeiro semestre de 2018

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] regime de gestão de resíduos de materiais de construção vai ser legislado no primeiro semestre do próximo ano.

De acordo com Direcção de Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), a proposta já foi melhorada após consulta pública e, desta feita, vai substituir a fracturação em papel relativa ao tratamento e transporte de resíduos por uma modalidade de cobrança electrónica.

De modo a proceder a esta medida a DSPA reuniu já com os sectores envolvidos e pretende com a iniciativa diminuir na fonte resíduos de materiais de construção com a colaboração da sociedade e dos sectores envolvidos”, lê-se em comunicado oficial.

Visão de futuro

Na reunião com os sectores que irão participar na iniciativa, foram ainda definidos os planos de tratamento de resíduos a curto médio e longo prazo.

O início das obras de melhoramento das características geológicas dos aterros é a prioridade. De acordo com a DSPA, o objectivo é “consolidar as lamas da camada inferior da zona de aterro, com métodos de execução das obras de construção civil, para as estabilizar e criar mais espaço”, refere o mesmo comunicado.

Está também projectado o destino dos materiais inertes resultantes de demolições e construções. “Depois de serem selecionados e servirem de material de enchimento podem ser aplicados no aterro da zona E1 dos Novos Aterros Urbanos”, explica o Governo. A intenção, afirma a DSPA, é atenuar a pressão no aterro actualmente existente.

Já a médio prazo, “planeia-se que se apliquem os materiais inertes de demolição, construção e lamas que satisfaçam a respectiva qualidade, servindo como alguns dos materiais de enchimento do aterro na zona D dos Novos Aterros Urbanos”.

O tratamento dos materiais inertes resultantes de demolição e construção mediante cooperação inter-regional é o plano traçado para ser concretizado a longo prazo.

27 Dez 2017

Leong Sun Iok insiste na qualidade da construção de habitação pública

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo tem de fiscalizar a qualidade da construção das habitações públicas e deve fazê-lo desde o início dos projectos. A directriz é dada pelo deputado Leong Sun Iok que alerta para os problemas repetidos nos prédios destinados à habitação pública.

“Afectados pelo frio recente, os azulejos da parede do Edifício do Lago estão de novo partidos e a dificultar o acesso dos moradores além de representarem perigo para a sua circulação”, começa por dizer Leong Sun Iok. O problema não é novo e tem vindo a repetir-se naquelas construção já há muito tempo, alerta.

Por outro lado, os residentes daquelas instalações “já não levam a sério as reparações levadas a cabo pelo Governo, dizendo que não passam de reparos menores. No entanto, também admitem, diz o deputado, que “resolver o problema é difícil agora porque tem que ver com a própria construção”.

Para Leong Sun Iok a situação tem essencialmente que ver com a ausência de fiscalização por parte do Governo quando se trata de construções públicas.

Mas os problemas não se ficam pelo Edifício do Lago. De acordo com Leong Sun Iok, problemas relacionados com a queda de tijolos, infiltrações e ferrugem nos canos têm sido uma constante nas queixas dos residentes em edifícios de habitação pública.

Na iminência de mais projectos deste género estarem neste momento a ser pensados, o deputado pretende saber de Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, têm algum plano de monitorização dos projectos e das obras “para não repetir os mesmos erros”.

27 Dez 2017

Mak Soi Kun | Governo deve monitorizar aves migratórias

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Mak Soi Kun está preocupado com o possível transporte do vírus da gripe das aves para Macau através das aves migratórias. Em interpelação escrita Mak Soi Kun dá o exemplo de um colhereiro-cara-preta que foi recentemente detectado com o vírus H5N6 em Taiwan.

Em alerta, o deputado recorda que aves da mesma família vivem em Macau, nomeadamente na zona de protecção ecológica do Cotai, e que muitas delas podem representar perigo de contaminação de gripe das aves em Macau. A causa, aponta, está o facto de serem aves migratórias que se deslocam sazonalmente à Austrália e podem, por isso, regressar contaminadas e representar perigo público.

Para o deputado, cabe ao Governo tomar medidas para evitar um surto da doença em Macau. Neste sentido, Mak Soi Kun apela ao Executivo para a criação de um mecanismo de monitorização destes pássaros migratórios e de um outro responsável pela resposta face à possibilidade de uma epidemia local.

27 Dez 2017

Enfermeiros | Deputada quer mais especialistas

As infra-estruturas de saúde tendem a aumentar, o número de médicos também, mas enfermeiros especializados continuam praticamente os mesmos desde 2012. O alerta é deixado por Ella Lei

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] necessária a formação e contratação de mais enfermeiros para fazer face às necessidades actuais dos Serviços de Saúde de Macau (SSM). A ideia é vincada pela deputada Ella Lei que se dirige ao Executivo para pedir mais profissionais da área de enfermagem com formação específica.

De acordo com a deputada da FAOM, o aumento de infraestruturas na área da saúde, nomeadamente com o projecto do Hospital das Ilhas, vai sublinhar ainda mais a carência de enfermeiros no território.

De acordo com os dados estatísticos apresentados por Ella Lei em interpelação escrita, o número total de funcionários dos SSM em 2012 era de 3183. Em 2016 os números aumentaram para os 4151 funcionários onde se incluem médicos especialistas, médicos de clínica geral e enfermeiros não especializados. No entanto, no que diz respeito a enfermeiros especializados o número de profissionais não aumentou no mesmo período de tempo, tendo-se mantido em cerca de 90. “Apesar do ligeiro aumento registado em 2015, em que os enfermeiros especializados no território somavam os 104, no ano passado o número voltou a cair para os 92”, refere Ella Lei.

Formação insuficiente

Para a deputada, o número de pessoal especializado não acompanha as necessidades crescentes dos serviços de saúde locais tendo em conta a sua expansão.

Ella Lei recorda que, em 2006, o Governo lançou o primeiro programa de formação de enfermeiros especialistas e em 2014 reforçou o mesmo com o curso do Instituto Politécnico de Macau para que, em conjunto com a instituição homónima de Hong Kong, se formassem mais de 100 profissionais. Dentro das especialidades estavam inseridos os cuidados de maternidade, urgência, reabilitação psiquiátrica e infecciologia. Ainda assim, a deputada considera que o número de especialistas formados no território continua a ser insuficiente.

A necessidade de uma avaliação cautelosa das necessidades destes profissionais é imperativa, diz Ella Lei, tendo em conta previsões para os próximos dez anos de modo a que sejam alargadas e intensificadas as formações necessárias.

Necessidade mental

Ella Lei quer saber se o Executivo tem planos neste sentido, e salienta a área psiquiátrica como sendo aquela que precisa de mais atenção neste momento.

Tendo em conta o crescente número de utentes nos serviços psiquiátricos e as promessas deixadas pelo Governo quanto ao aumento de médicos da especialidade e de psicólogos, Ella Lei questiona o Executivo se está também a pensar em enfermeiros. “Nos últimos anos, o desenvolvimento levou ao aumento de necessidades na área da saúde mental e em resposta a esta tendência, o Executivo tenciona, além de aumentar os médicos e os serviços psicológicos, aumentar também os enfermeiros especialistas neste sector?”, remata na missiva dirigida ao Governo.

27 Dez 2017

Chefe do Executivo desvaloriza queda de popularidade

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] popularidade de Chui Sai On é a mais baixa desde 2009, indicam os resultados de um inquérito realizado pela Universidade de Hong Kong, mas o Chefe do Executivo não considera que se tratem de conclusões relevantes.

Em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia de comemoração do 18ª aniversário da RAEM, o Chefe do Executivo defendeu que independente de uma alta ou baixa popularidade, há sempre espaço para melhorar. “Há sempre altos e baixos. Desde o estabelecimento da RAEM tenho constatado bastantes inquéritos, em diferentes fases, sobre o trabalho do Governo e quer a popularidade seja baixa ou alta é sempre preciso trabalhar para melhorar”, referiu.

Por outro lado, para o Chefe do Executivo, o facto de o inquérito ter sido efectuado depois da passagem do tufão Hato, pode justificar a descida. “O inquérito foi realizado depois do tufão Hato, um tufão como nós nunca tivemos em 50 anos. Agora vamos tentar melhorar e prepararmo-nos a médio e longo prazo. O mais importante é trabalhar na prevenção e resposta a estas calamidades”, apontou.

O inquérito teve lugar no final do mês de Setembro e os resultados mostram que, em 2017, os índices de popularidade de Chui Sai On caíram 11,2 por cento , para 49,5 se comparados com o valor de 2016, em que tinha 60,7.

Também em queda está a popularidade do Governo local que desceu 19 pontos, para 25 por cento, refere o mesmo estudo. A confianças da população no Governo regista também os níveis mais baixos desde 1999.

Os valores relativos à confiança no Governo Central, por seu lado, não apresentam grandes alterações. Os níveis de confiança permanecem nos 50 pontos, valor idêntico ao do ano passado.

26 Dez 2017

Chui Sai On | “Um país, dois sistemas”, uma política privilegiada para Macau

As vantagens da política “um país, dois sistemas” para o território, marcaram o discurso do Chefe do Executivo, na cerimónia de comemoração do 18º aniversário da transferência de administração de Macau. Integração regional, amor à pátria e concretização do território como um centro e uma plataforma foram também destacados por Chui Sai On

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s discurso comemorativo dos 18 anos da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), proferido pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, foi marcado pelas vantagens da posição do território enquanto segundo sistema de um “grande país”.

Depois de ter sublinhado os 18 anos vividos sob a política orientadora “um país, dois sistemas”, Chui Sai On salientou a importância desta directriz para o presente e futuro do território. “A experiência destes últimos dezoito anos desde o retorno de Macau à Pátria diz-nos claramente que, para assegurar a prosperidade e a estabilidade a longo prazo de Macau, é fundamental que estejamos firmemente confiantes no princípio ‘Um País, Dois Sistemas'”, referiu o Chefe do Executivo na cerimónia comemorativa dos 18 anos e transferência de administração do território.

Por outro lado, o Chui Sai On considera que esta política é fundamental para “assegurar a prosperidade e a estabilidade a longo prazo” da RAEM.

De modo a reforçar a importância do primeiro sistema o Chefe do Executivo fez questão de recordar o empenho do próprio presidente da China, Xi Jinping, em incluir no sistema de governação nacional o princípio de “um país, dois sistemas” em que são consideradas as regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong. “No relatório apresentado ao 19.o Congresso Nacional do Partido Comunista da China, o Secretário-geral Xi Jinping determinou a nova missão e a nova estratégia da entrada do socialismo com características chinesas numa nova época, tendo Hong Kong, Macau e o princípio “um país, dois sistemas” sido incluídos no sistema de governação nacional”, disse Chui Sai On, sem esquecer que “foi, ainda, evidenciado o apoio à integração de Macau no desenvolvimento geral do País, indicador claro da direcção do desenvolvimento futuro de Macau”.

Tendo em mente a integração regional e os projectos que decorrem actualmente, o Chefe do Executivo não deixou de mencionar a importância das políticas “Uma faixa, uma rota”, e a Grande Baía de Guandong, Macau Hong Kong, como um momento de oportunidade para o desenvolvimento do território. “O Governo irá empenhar todos os esforços na implementação articulada do Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM com o planeamento geral do País e aproveitar devida e plenamente as políticas benéficas concedidas a Macau pelo País. Irá, ainda, articular estreitamente o posicionamento de Macau e as suas vantagens singulares” referiu o governante relativamente às vantagens do território na construção destes dois grandes projectos nacionais.

Localmente, o desenvolvimento económico, a diversificação e a promoção de medidas que desenvolvam o turismo e o jogo foram também pontos de destaque do discurso do Chefe do Executivo no 18º aniversário da RAEM.

Um Centro para tudo

No que respeita ao desenvolvimento de Macau enquanto “um centro, uma plataforma”, Chui Sai On deixou uma promessa: “acelerar a construção de “um centro, uma plataforma” e continuar a promover o progresso concreto do desenvolvimento adequado e diversificado da economia”, começou para dizer. Para o efeito, “impulsionar-se-á o desenvolvimento dos sectores do turismo e do jogo”, tendo em conta uma maior aposta em actividades de não jogo.

De acordo com Chui Sai On, só desta forma é que Macau poderá concretizar-se como Centro Mundial e Turismo e Lazer, objectivo que será atingido “enriquecendo os produtos turísticos e expandindo o mercado turístico”, disse o Chefe do Executivo.

A ligação com os países de língua portuguesa foi ainda destacada, não esquecendo o interesse de Pequim. “Iremos aprofundar a implementação das medidas de apoio à construção de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, concedidas pelo Governo Central”, disse. Chui Sai On referiu ainda que serão inovados “os métodos para o desenvolvimento das diversas indústrias emergentes, designadamente a indústria de convenções e exposições, as indústrias culturais e criativas, o sector da medicina chinesa tradicional e as actividades financeiras com características próprias, permitindo assim uma articulação estreita e um desenvolvimento interactivo entre a construção de «Um Centro» e a diversificação adequada da economia”.

Amor e talento

Nos aspectos sociais, os jovens parecem ser a prioridade em vários sentidos. Por um lado Chui Sai On salientou a importância da promoção da formação identitária nacional dos mais novos sublinhando a importância da educação o para o amor à Pátria. De acordo com o governante, Macau vai continuar a “promover a intensificação dos trabalhos de apoio à juventude, que privilegiam, prioritariamente, o reforço da educação sobre o amor pela Pátria e por Macau, com vista a elevar a consciência nacional e a reforçar a identidade nacional dos jovens”.

Por outro lado, as políticas dirigidas ao jovens têm como finalidade a formação de talentos e a criação e oportunidades. Desta forma, Chui Sai On destacou o lançamento de “projectos prioritários de serviços vocacionados para a juventude, o apoio aos jovens na inovação, na criação de negócios e no emprego, e incentivá-los a tirar partido das oportunidades que forem surgindo no processo da nossa participação no desenvolvimento do País e da Região, em prol do crescimento, do desenvolvimento e do sucesso das novas gerações.

O discurso do Chefe do Executivo terminou com a promessa de que o território vai continuar empenhado “em reunir sabedoria e esforços para a construção conjunta de Macau, contribuindo para a promoção e a implementação contínua do grandioso princípio “um país, dois sistemas” e para a materialização do sonho chinês do grande renascimento da Nação Chinesa”.

Convidados ilustres

O evento de ontem contou com a presença do vice-presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, Edmund Ho, do director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Zheng Xiaosong, do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros na RAEM, Ye Dabo, do comissário político da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês, coronel Zhou Wgang, do presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, do presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai, além de membros do Conselho Executivo, deputados da Assembleia Legislativa, responsáveis dos serviços públicos, representantes de Macau na Assembleia Popular Nacional e na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e outras personalidades dos diversos quadrantes da sociedade, num total de 700 convidados.

A cerimónia do içar de bandeiras, teve lugar na Praça de Flor de Lótus, e contou com a presença de cerca de 350 dirigentes entre Governo e convidados.

26 Dez 2017

José Drummond apresenta amor e a morte na Casa Garden

“There´s a light that never goes out” é a principal peça de José Drummond exposta na Casa Garden e traz ao público uma oportunidade de integrar a própria instalação. Tudo tendo por base a canção dos “The Smiths”  que dá nome à obra e reflecte o lado negro e romântico da existência

 

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m dos mais famosos temas da banda britânica “The Smiths” dá nome à principal peça que José Drummond apresenta na exposição patente desde quarta-feira, na Casa Garden. “There´s a light that never goes out” é uma das três peças do artista local e, para fazer jus ao nome, trata-se de uma instalação com “uma componente de som em que há uma espécie de adaptação à música dos smiths”, conta ao HM.

José Drummond é acima de tudo artista plástico mas não menospreza o poder e importância da música e dos sons. “A música tem esta grande vantagem, está em todo o lado, e não precisa exactamente de significado porque nos atinge de uma forma muito directa”, explica.

Para Drummond é difícil o desligar do som, mais até do que da imagem. “Os olhos são autónomas e podemos fechá-los, sem ajuda de nada, já os ouvidos são diferentes, não os podemos fechar sem pelo menos recorrer a ajuda das mãos”, diz. É por isso que Drummond considera que “o som nos atinge de maneira diferente, de uma forma mais intensa do que a visão”

Poderá tratar-se ainda de pureza. “A visão, se calhar, é muito mais intelectual e perde muitas vezes a questão do significado mas gosto de coisas que nos possam criar emoções sem que tenhamos forçosamente de dizer mais ou explicar mais, e a  música tem realmente este dom”, aponta ao HM.

Por outro lado, a escolha do tema em causa foi muito ponderada. Apreciador de poesia, “There´s a light thet never goes out” é, afirma, “um dos poemas mais belos daquela banda”. Mesmo dentro daquilo a que chama clichés, é mais um tema “com uma forte componente negra que remete sempre para a esperança”. “Há aqui uma sensação de esperança mas depois a letra em si é fala de morte e amor. Não há coisa mais bonita do que isso e é esta ambiguidade que me atrai muito”, conta.

 

Um híbrido maior

Tratando-se de uma instalação, José Drummond fala ainda da sua forte componente híbrida aplicável tanto à obra como ao artista. “O meu trabalho vive muito de híbridos, a começar pela minha própria condição: sou um português ocidental em Macau, que bebe influencias do sitio onde vive, ou seja, tudo o que sai de mim já é um produto híbrido que vive na fractura das duas culturas e que não é uma coisa oriental mas também quase que já não é ocidental, muitas vezes”, explica.

O mesmo se pode dizer da forma como José Drumund sente que trabalha a imagem, “em que a fotografia parece pintura mas não é”.

Nesta instalação há ainda uma espécie de diálogo que, para José Drummond “se expressa de uma forma muito teatral porque há uma coreografia, com a luz”.

Mas a contracena passa ainda pelo público em que “o visitante é corpo integral da peça e com a sua participação, a peça ganha outro sentido, ou seja, os protagonistas neste momento são as pessoas quando estiverem dentro da peça”, conta. O objectivo não é ter a concordância do público ou mesmo o agrado, até porque uma das tarefas dos artistas plásticos passa não só por tentarem inscrever as suas ideias naquilo que fazem como tentarem ter um debate com o público e mesmo acabarem por recusarem a sua obra”.

 

Fora da parede

É também esta mistura entre público, obra e artista que marca os tempos contemporâneos das mostras. Chegou a hora de sair da parede a arranjar novos suportes. “Uma das coisa mais importantes, especialmente nos dias de hoje, é que nós enquanto artistas consigamos ter propostas de exposições diferentes e que vão além dos quadros na parede. É necessário que consigamos criar outros espaços, outros mundos que não fiquem reduzidos à banalidade do quadro na parede”, refere.

“There Is a Light That Never Goes Out” integra a participação de Drummond na exposição “A luz na alma – Exposição de Luz de Macau” que conta ainda com as participações dos trabalhos de João Ó e James Chu. José Drummond participa com mais duas peças em néon vermelho: “Each man kills the things he loves”, de Oscar Wilde e “Find what you love and let it kill you” do poeta norte-americano Charles Bukowski.

As peças integram a exposição “A luz na alma – Exposição de Luz de Macau” integra o festival da luz que se comemora no território e traz ao publico peças de João Ó, James Chu e José Drummond.

20 Dez 2017

Song Pek Kei quer saber que medidas vão ser aplicadas à habitação

O Chefe do Executivo anunciou a Pequim mas em Macau ainda nada se sabe sobre as medidas para controlar a especulação do mercado imobiliário no território. A deputada Song Pek Kei quer saber o que tenciona fazer o Governo

 

[dropcap style≠‘circle’]Q[/dropcap]ue medidas é que o Governo tenciona realmente aplicar para combater a especulação imobiliária no território? A questão é da deputada Song Pek Kei, que tem ouvido falar de acções para melhorar a situação da habitação em Macau, mas, refere, não tem visto aplicações na prática.

Em interpelação escrita, a deputada salienta o aumento do preço do metro quadrado no território e a impossibilidade que isso representa para quem quer comprar casa. De acordo com as estatísticas “o preço do metro quadrado da habitação privada aumentou de 19,071 yuan, no primeiro trimestre de 2007, para 90,858 yuan no primeiro trimestre de 2017, sendo um aumento incrível”, refere.

O próprio Chefe do Executivo, afirma Song Pek Kei, admitiu que as casas em Macau não estão ao alcance das pessoas comuns.

Song Pek Kei pega ainda no exemplo da região vizinha em que o imposto na aquisição de uma segunda habitação aumentou para os 15 por cento com “o objectivo de combater a especulação imobiliária” e tem dado passos para permitir à classe média o acesso a habitação.

 

Até agora, nada

Em Macau, fala-se em muitas medidas, nomeadamente acabar com o tempo de espera à habitação pública, aumentar o imposto para a compra de segunda casa e promoção de medidas para ajudar os jovens locais com os problemas de habitação, mas, até agora, ainda nada foi realmente feito ou conhecido, afirma.

E por isso que Song Pek Kei questiona directamente o Governo: ”Qual é o próximo passo para combater a especulação imobiliária no território? Quais são as medidas do Governo e o que tenciona, em concreto, por em prática?”.

No que respeita à classe média, muitas vezes chamada de sanduiche porque não tem dinheiro suficiente para comprar casa, nem necessidades que permitam uma candidatura à habitação publica, a deputada pretende saber que tipo de estratégia o Governo tem para resolver o problema.

Song Pek Kei aponta ainda a experiência de outros países quando se fala de definição do que é uma habitação vazia. Para Song Pek Kei este conceito tem mesmo de ser clarificado o mais cedo possível para que se possa passar a outra intenção manifestada pelo Governo: a de taxar as casas que não estão a ser utilizadas.

20 Dez 2017

Offshores | Governo deve ter medidas para evitar sanções, aponta Au Kam San

Evitar que Macau venha a sofrer sanções por estar na lista negra da União Europeia é o objectivo de Au Kam San que pede ao Governo medidas para evitar a evasão fiscal no território

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado pró-democrata Au Kam San quer explicações concretas por parte do Governo que justifiquem a classificação de Macau pela União Europeia como paraíso fiscal e o que pretende o Executivo fazer para que esta denominação não venha a ser causa de sanções para o território.

Apesar do Governo ter respondido de imediato, após saber da classificação dada pela Europa, Au Kam San considera que o que foi dito não é suficiente e que dado o contexto actual do território, caso não se tomem medidas concretas, a situação só pode vir a piorar.

Para o deputado, Macau por ser uma zona franca e como tal permitir a entrada e saída de capitais e de mercadorias e “é muito provável que alguns indivíduos consigam encontrar eventuais lacunas nas leis e se aproveitem de Macau como a sua base para a evasão fiscal”, explica Au Kam San.

O crescente número de empresas offshore no território, que poderá ter contribuído para a nota negativa europeia, é também uma situação que só tende a aumentar. “[As empresas offshore] vão ser cada vez mais devido à iniciativa “uma faixa, uma rota” e como a fiscalização destas empresas é muito difícil as mesmas constituem o melhor instrumento para a evasão fiscal”, aponta o deputado em interpelação. Au Kam San questiona ainda se este factor não é a causa “da má designação do território enquanto paraíso fiscal”.

Para o deputado, é fundamental que o Governo esclareça esta situação e torne públicos vários dados, tais como o número de empresas offshore em Macau, as fiscalizações que lhes são feitas , em que actividades trabalham e qual é a sua dimensão.

Por outro lado Au Kam San quer ainda claras as medidas que o Governo tenciona por em prática para deixar de constra na lista negra de paraísos fiscais da União Europeia.

Macau foi um dos nomes da lista negra da União Europeia dos territórios considerados paraísos fiscais conhecida no início do mês. Com Macau foram ainda mais 18 territórios classificados na mesma lista e que podem vir a ser alvo de sanções. Segundo a agência noticiosa Bloomberg, as jurisdições enfrentam “a possibilidade de lhes serem aplicadas sanções” pelo facto das práticas fiscais não estarem ao nível das adoptadas no bloco europeu.

Além de Macau, estão na lista Cabo Verde, Coreia do Sul, Panamá, Tunísia, Bahrain e Emirados Árabes Unidos. Também Barbados, Samoa, Granada, Ilhas Marshall constam entre as 19 jurisdições.

A lista não é definitiva e pode sofrer alterações, dependendo de decisões políticas dos ministros da União Europeia, destacava ainda a Bloomberg.

Negar até ao fim

Em resposta a esta situação, o Governo emitiu um comunicado em que nega ser “um alegado ponto de fuga e evasão fiscal ou um paraíso fiscal”. “Macau não é de forma alguma um alegado ponto de fuga e evasão fiscal ou um paraíso fiscal, e tem vindo a cooperar de forma activa com a sociedade internacional, incluindo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a UE, no sentido de combater, em conjunto, a fuga e evasão fiscal transfronteiriça e de promover a justiça tributária”, defendeu-se o Executivo, numa nota do secretário para a Economia e Finanças.

“Actualmente, o Governo da RAEM está, também, a fazer trabalhos de acompanhamento da extensão da Convenção Multilateral sobre Assistência Mútua Administrativa em Matéria Fiscal para ser aplicada na RAEM. Por outro lado, o Governo da RAEM está a estudar o aperfeiçoamento do regime jurídico aplicável à actividade offshore”, acrescentou.

19 Dez 2017

Assistentes Sociais | Comissão vai reunir com associações do sector

A 2ª comissão permanente vai solicitar reuniões com pelo menos cinco associações locais com trabalho na área para ter mais informações acerca das necessidades dos assistentes sociais. Nasceu inda um novo conceito no território, uma profissão dois sistemas, que representa um problema a resolver quando se fala da desigualdade nas carreiras dos assistentes sociais entre o público e o privado

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 2ª comissão permanente vai reunir com as principais associações do território. O obejctivo, disse ontem o presidente da sede de comissão onde o a proposta de lei sobre o regime de credenciação e inscrição para o exercício de funções de assistente social está a ser analisada na especialidade, Chan Chak Mo, é conseguir perceber, do lado de quem trabalha no sector, quais as maiores necessidades.

De acordo com Chan Chak Mo, vão ser convidadas para um encontro a associação de assistentes sociais de Macau “que congrega mais de 200 membros, a Cáritas, pelo trabalho que tem realizado na área e representatividade que tem, a união de moradores, a associação das mulheres e os operários”.

“Apesar destas associações já se terem pronunciado por escrito no período de recolha de opiniões uma reunião com elas neste momento permite com que a comissão possa a ficar a saber mais acerca do sector”, justificou Chan Chak Mo.

Do que foi deixado na recolha pública de opiniões, as associações revelaram qeu as suas maiores preocupações têm que ver com “o regime de inscrição profissional, o código ético e deontológico que vai regular a profissão e a própria calendarização para todo o processo de revisão da lei”, referiu o presidente da sede de comissão.

Uma profissão, dois regimes

O conceito de um país dois sistemas está a ser aplicado às várias áreas do território e foi ontem discutido na reunião de análise na especialidade da revisão do regime dos assistentes sociais, agora sob o conceito de uma profissão, dois regimes. De acordo com Chan Chak Mo, outra das preocupações expressas pelas associações que se manifestaram na recolha de opiniões tem que ver com a clarificação daquilo a que chama de uma profissão, dois sistemas, ou seja se o regime vai ser aplicado tanto aos funcionários do privado como aos da função pública visto que até agora é uma profissão que não tem carreira definida e em que o profissionais auferem de diferentes regalias consoante o sector, publico ou privado, em que trabalham.

Os anónimos

Há ainda três grupo de pessoas desconhecidas que pediram para ser ouvidas pela 2ª Comissão. Para Chan Chak Mo a ideia é para ser ponderada mas antes, há que ter mais informações acerca destes grupo de pessoas. “Não sabemos quem são, o que fazem, nem o que querem, e como tal, antes de nos encontrarmos com eles, queremos ter mais informações para perceber a sua relevância para o assunto”, disse.

As reunião irão ter lugar, em princípio, no mês de Janeiro, referiu o responsável aos jornalistas após a última reunião de análise na especialidade desta matéria.

Por definir ainda está a constituição do Conselho Profissional dos Assistentes Sociais (CPAS), responsável pela acreditação profissional dos assistentes sociais do território. O conselho será constituído por 11 membros que no primeiro mandato serão, na totalidade, nomeados pelo Governo, inclusivamente o presidente. Passados dois anos, e no segundo mandato, o regime prevê que seis membros se mantenham nomeados pelo Executivo, sendo que os assistentes sociais pedem que os restantes cinco sejam eleitos.

19 Dez 2017

Confúcio | Instituto em Macau permite o reconhecimento internacional

O primeiro Centro Confúcio no território pode entrar em funcionamento no próximo ano e tem como sede a Universidade de Macau. Se para os responsáveis da instituição de ensino se trata de uma concretização do território como centro bilingue e plataforma, para quem ensina mandarim em escolas particulares é uma forma da aprendizagem da língua ter mais facilmente acesso à certificação internacional

 

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai contar com o primeiro Instituto Confúcio na Universidade de Macau (UM) que deverá estar em funcionamento no início do próximo ano.

A importância da presença de um centro do Instituto no território é fundamental para a sua concretização enquanto centro bilingue capaz de funcionar em dois sentidos, tanto no ensino do português como do mandarim, referiu director do departamento de português da UM, Yao Jinming, ao HM. “Macau pretende tornar-se um centro bilingue e dentro desta perspectiva tem de ser feito em dois sentidos: na formação em português e em chinês para que se dominem ambas as línguas como se fossem línguas maternas”, disse.

Para o académico apesar de já existirem cursos em cultura e língua chinesa, o Instituto Confúcio “vai ajudar os portugueses e outros estrangeiros, além dos residentes que apenas falam cantonês que, desta forma, têm mais oportunidades de aprender a língua chinesa”, referiu.

Por outro lado, rematou o responsável, “quanto mais ensino do mandarim houver em Macau, mais as pessoas têm oportunidade de se formar nessa língua”.

Certificação internacional

Já para João Varela, proprietário de uma escola de línguas em que também é leccionado o mandarim, a importância de um Instituto Confúcio no território é clara. “É importante a presença de um Instituto Confúcio em Macau na medida em que é uma entidade com a particularidade de oferecer certificação internacional no domínio do mandarim”, apontou ao HM.

As certificações internacionais são prática comum em Macau no ensino do português, inglês ou mesmo francês, pelo que, reiterou, “faz todo o sentido que também exista uma certificação internacional para o mandarim”.

Por outro lado, tratando-se de uma cidade internacional onde vivem pessoas de várias origens que querem investir na formação linguística, esta é uma oportunidade de se certificarem oficialmente no que respeita a esta língua que não é a falada pela maioria dos que vivem em Macau. “Um documento dado pelo Instituto Confúcio é reconhecido mundialmente”, explica.

Para João Varela, o Governo tem as suas responsabilidades nas escolas e nas universidades para o ensino do mandarim “mas a certificação internacional através deste instituto faz já parte da autonomia pedagógica e de certificação do próprio instituto e que já é reconhecida em todo o lado”, mais do que um diploma universitário.

Todos pela rota

Em comunicado, a UM indicou ter recebido a aprovação do Conselho Internacional para a Língua Chinesa para estabelecer um Instituto Confúcio, “em resposta aos esforços do Governo da Região Administrativa Especial para participar na iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’” e para “tornar Macau numa plataforma internacional para o ensino da língua chinesa para países estrangeiros, especialmente os de língua portuguesa”.

O Instituto Confúcio vai funcionar sob a alçada da Faculdade de Artes e Humanidades, cujo diretora, Hong Gang Jin, foi escolhida para o liderar, indicou ainda a UM em comunicado.

“O Instituto vai tirar proveito do estatuto único de Macau como Região Administrativa Especial, da sua vantajosa localização geográfica, bem como da sua diversidade cultural e linguística para desenvolver uma plataforma internacional para o ensino da língua chinesa”, e para “a formação e intercâmbio de estudantes dos países de língua portuguesa e de outros com relações com Macau”.

Com sede oficial em Pequim, o Instituto Confúcio abriu, desde que foi fundado em 2004, um total de 525 delegações em 146 países e territórios, incluindo Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Angola.

18 Dez 2017

Poluição | Ho Ion Sang quer medidas detalhadas para regular oficinas

As oficinas de reparação de automóveis continuam sem um regulamento que defina o seu funcionamento em conformidade com as normas ambientais. A acusação é feita por Ho Ion Sang que quer saber o que é feito do diploma que estava a ser elaborado em 1998 para o efeito. O deputado que ainda mais acção no que respeita a reciclagem de veículos abandonados

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, em 1998, iniciou a elaboração do projecto de Regulamento sobre o funcionamento e licenciamento das oficinas de manutenção e reparação de veículos automóveis. No entanto, e volvidos quase 20 anos, o diploma ainda não é conhecido. Mais, perante a questão levantada pelo deputado Ho Ion Sang no debate das Linhas de Acção Governativa (LAG) na área da administração e justiça, o Governo terá afirmado que, agora, é necessário criar um regime próprio para estes estabelecimentos, não tendo dado seguimento a qualquer resposta referente ao atraso do documento em causa. Em causa, para o deputado Ho Ion Sang, está a necessidade de uma acção efectiva capaz de regulamentar o sector em causa, de forma a proteger o ambiente.

Em interpelação escrita, Ho Ion Sang alerta para os estragos causados pela sobrelotação de serviços das oficinas de reparação de automóveis e motociclos e, por outro lado, para a falta de detalhes no documento de consulta pública referente regime de condicionamento administrativo que diz respeito às oficinas. “O respectivo documento demonstra a vontade de resolver a poluição e a ocupação de espaços públicos pelas oficinas de automóveis através de medidas como proibir actividades de reparação fora das oficinas bem como prever que as oficinas necessitam de cumprir a lei de prevenção e controlo de ruído ambiental e as orientações e indicações emitidas pelo Corpo de Bombeiros em relação à conservação dos materiais inflamáveis, e que devem apetrechar-se com sistemas de ventilação para manter a circulação do ar”, lê-se na missiva. No entanto, de acordo com o deputado, estas medidas são correctas mas não apresentam detalhes suficientes.

Carros esquecidos

A acrescentar à situação das reparações está a incapacidade do território em tratar dos carros inutilizados.

“Em 2016 foram canceladas as matriculas de 13 000 veículos (…) mais 30 por cento do que em 2015”, aponta Ho Ion Sang. Nos primeiros três trimestres de 2017 os veículos com matrículas canceladas eram mais de 20 000 e “as sucatas do território estão cheias, e muitas delas já acomodam os veículos na via pública”, lamenta.

A carta dirigida ao Governo pede assim um regulamento detalhado e justificações para o atraso do diploma que começou a ser elaborado em 1998, bem como medidas efectivas que garantam a reciclagem dos veículos abandonados de modo a que não contribuam para o aumento da poluição no território.

18 Dez 2017

Prémios | Primeiro filme de realizadora italiana vence festival de cinema

Dos 11 filmes em competição, apenas seis saíram da segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau premiados. A cerimónia decorreu ontem e o galardão para o melhor filme foi entregue à jovem realizadora Natalia Garagiola, com o filme “Hunting Seoson”. Os dramas familiares levaram a melhor no que respeita à angariação de estátuas, mas o juro fez questão de sublinhar a qualidade de todos os trabalhos cinematográficos seleccionados para competição

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] galardão para o melhor filme da segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau foi para o drama familiar filmado na Patagónia, “Hunting Season”. A primeira longa metragem da jovem realizadora italiana, Natalia Garagiola conquistou o júri.

Para Natalia Garagiola, o facto de ter sido reconhecida em Macau pode vir a ter um papel de peso na sua carreira. Está neste momento a trabalhar no seu segundo filme, ainda sem nome mas que trata “da vida de uma médica que se debate entre o medo e a ciência e que pode vir a ter, com o reconhecimento, mais facilidade em ser financiado”, referiu aos jornalistas após a cerimónia de ontem de entrega de prémios”. A película vencedora conta a história de Nahuel que regressa a casa do pai, Ernesto, um respeitado caçador da Patagónia argentina. Nahuel é acolhido numa nova família que o despreza e está agora com um pai que o abandonou e não traz boas memórias do passado onde o filho se insere. É, no entanto, numa caçada que os dois, sozinhos na imensa Patagónia, têm oportunidade de se reencontrar. As filmagens, todas feitas em ambiente natural tiveram, as suas complicações, na sua maioria associadas às dificuldades em trabalhar com o frio que se fazia sentir, referiu a realizadora.

O filme em competição da China também foi destacado. “Wrath of silence” do realizador natural da Mongólia Interior, Yukun Xin arrecadou os prémios do júri e de melhor actor atribuído a Song Yang. Song Yang faz o papel de um pai mineiro que procura o filho desaparecido e acaba por se confrontar com o submundo ligado à corrupção da exploração mineira.

Sofia Margarida Mota

Prémios repetidos

Já o francês Xavier Legrand levou o prémio para o melhor realizador com “Custody”. A premiação não é uma novidade para Legrand que apesar de ser conhecido pelo seu trabalho de actor de teatro, com “Custody”, a sua primeira longa metragem, foi já galardoado com o prémio de melhor realizador no Festival de Veneza no passado mês de Setembro. O filme que trata dos dramas de uma criança filha de pais separados e que se vê como alvo de luta pela custódia. O papel interpretado por Thomas Goria, valeu ao jovem actor o prémio para o melhor actor jovem revelação da segunda edição do evento internacional.

“Beast” do britânico Michael Pearce, depois de ter créditos ganhos nos BAFTA ed estreado na secção “Plataforma” Toronto International Film Festival deste ano, leva também duas estatuetas para Inglaterra.

O filme que trata da história de Moll Huntford, uma jovem de 27 anos que vive na ilha de Jersey, ao largo da costa da Inglaterra e se apaixona por um suspeito de ser assassino em série, ganhou o prémio de melhor contribuição técnica e de melhor actriz. No que respeita à contribuição técnica, o sector premiado foi a fotografia de Benjamim Keacun, enquanto a actriz premiada foi Jessia Buckley.

O argumentista e realizador israelita Samuel Maoz ganhou o prémio de melhor argumento com o filme “Foxtrot”. Samuel Maoz aos 13 aos já filmava em 8mm e aos 18 anos contava com vários filmes feitos quando foi obrigado a integrar o exército e destacado para  a guerra no Líbano. O seu primeiro filme, “Lebannon” ganhou, em 2009 o Leão de Ouro em Veneza e “Foxtrot” arrecadou, este ano, também o prémio do júri no mesmo evento.

Já o público de Macau escolheu como vencedor do festival a história dos tenistas Björn Borg e Joe McEnroe. A produção sueca do realizador galardoado pela crítica em Cannes com o filme “Armadillo” em 2010, Janus Metz trouxe ao grande ecrã os bastidores do campeonato de Wimbledon de 1980.

É tudo bom

Uma selecção de filmes com muita qualidade, foi a afirmação do júri para descrever as 11 películas que estiveram em competição nesta segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau.

O cineasta francês que presidiu ao júri, Laurent Cantet, miostrou-se impressionado. “São filmes de realizadores muito novos e que já apresentam uma qualidade invulgar”, afirmou em conferência de imprensa após a entrega de prémios.

Já o escritor Lawrence Osborne manifestou um sentimento comum por parte do júri relativamente à escolha do filme vencedor. “Todos sentimos que “Hunting Season” trazia alguma coisa de particular, que estava muito bem construído e contava com interpretações incríveis por parte destes jovens actores”, referiu. Para o também membro do júri tratava-se de uma película que aborda de uma forma cuidadosa e original a relação entre um pai e um filho.

Apesar de mais de metade dos filmes em competição não arrecadar nenhum tipo de prémio, Cantet fez ainda questão de notar que “não foi por falta de qualidade”.

 

Udo Kier regressa como júri para o ano

O prémio de carreira foi dado ao actor que já conta com participação em mais de 200 filmes ao longo dos seus 50 anos de carreira. Udo Kier, não se mostrou surpreendido com o prémio mas sim, com a qualidade dos filmes a que assistiu no festival. Para o actor de “Blade”, “Armagedon” ou “Drácula”, “é bom estar num festival que salienta o talento de jovens realizadores e que aposta no cinema independente”, disse. Udo Kier adiantou ainda que para o ano vai regressar ao território e com funções definidas: vai integrar o júri da terceira edição do Festivalk Internacional de Cinema de Macau.

Festival vai ter novas secções

A próxima edição do Festival Internacional de Cinema vai ter novidades. Entre elas está a criação de uma secção dedicada ao cinema asiático e de países de língua portuguesa, A informação foi deixada pela directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, à margem da cerimónia de entrega de prémios da segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau. “Já tive uma reunião com o director artístico Mike Goodridge, e com o nosso embaixador deste ano, o realizador Shekar Kapur, e já estamos a preparar as edições futuras. Há a possibilidade de criar uma secção para a Ásia e uma para os países de língua portuguesa”, referiu a responsável. Por outro lado, estão na agenda melhorias. “Vamos ainda tentar perceber os pontos fracos em que ainda temos de fazer melhorias mas ouvi muitos elogios a esta edição”, apontou Helena de Senna Fernandes. Este ano o festival teve algumas alterações relativamente à edição anterior e a aposta em filmes de jovens realizadores vai se manter. “Fizemos uma grande mudança em termos de regulamento para os filmes em competição e a partir deste ano só podem entrar na corrida filmes que sejam o primeiro ou segundo trabalho do realizador”, começou por dizer, sendo que considera que a resposta a esta mudança foi muito positiva. “Esta acção teve um bom feed back por parte da indústria porque somos um evento novo é bom ter esta associação com os jovens realizadores”, apontou Helena de Senna Fernandes.

 

Vencedores

Melhor Filme – “Hunting Season” de Natalia Garagiola

Melhor realizador – Xavier Legrand com “Custody”

Melhor Actriz – Jessia Buckley em “Beat”

Melhor Actor – Song Yang em “Wrath of silence”

Melhor Jovem Actor/Actriz – Thomas Goria em “Custody”

Melhor Argumento – Samuel Maoz com “Foxtrot”

Melhor contribuição Técnica – Benjamim Keacun com “Beast”

Prémio do Júri – “Wrath of silence” de Yukun Xin

Prémio do Público – Borg McEnroe de anus Metz

17 Dez 2017

Michelle Yeoh foi a actriz em foco no Festival Internacional de Cinema de Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] actriz em foco da segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau foi Michelle Yeoh, uma escolha estratégica da primeira Bond girl oriental que fez carreira com sucesso a ocidente e a oriente. Mestre de kung fu, Michelle Yeoh não se fica pela espetacularidade dos golpes personalizados que a tornaram famosa no cinema da região vizinha. A actriz orgulha-se da componente de representação que lhe tem sido reconhecida em filmes com “Memórias e uma gueixa”, “Crouching Tiger”, “Hidden Dragon” e “The Lady”, e mais recentemente, na série Startrek”.

Aos jornalistas Michelle Yeoh recordou a opção pelo cinema com uma forte componente física. “Quando comecei a fazer filmes, os que envolviam artes marciais e as comédias eram os mais populares nas salas de cinema. Pensei que não conseguia fazer comédia porque na altura o meu cantonês era muito mau e não lia chinê que, polo não conseguia ler guiões. Por isso pensei que o mais fácil para mim seria mesmo optar pelos filmes de artes marciais”.

Tratava-se de entrar num mundo essencialmente dominado por homens, mas Michelle Yeoh não se inibiu e optou por criar um estilo próprio. “Porque é que escolhi desenvolver os meus golpes? Porque podia. Não o fazemos só porque queremos, fazemos porque podemos. Comecei a treinar muito e como tinha um passado dedicado à dança o meu corpo era muito flexível”, começou por contar.

Por outro lado, a actriz considera que nos momentos de acção há que defender uma causa. “Tenho de ter uma razão pela qual lutar: Não é a mesma coisa uma mulher lutar para proteger um, filho, ou um amor, ou um inimigo do país, referiu. O estilo de luta vem também com a personagem”, referiu.

Em 1997 deu o pulo para Hollywood ao participar no filme do James Bond “Tomorrow nerver dies”. Este filme, assim como o “The Lady” marcam uma mudança no rumo de carreira em no reconhecimento enquanto actriz, pois deixou de ser apenas a “mestre de kung fu de Hong Kong”.

Uma actriz de causas

Na tela, Michelle Yeoh defende causas que têm essencialmente que ver com a igualdade de género. “Todos os papéis que fiz, são de alguma forma, inspirados em mulheres que conheço. Apesar de representar muitas mulheres diferentes, é como se fosse uma homenagem a todas elas, a todas as mulheres que lutam”, apontou.

“Não sou feminista, mas acredito em igualdade de oportunidades e que todos podemos contribuir para um planeta melhor”, referiu tendo em conta a participação activa que tem tido em diferentes organizações, nomeadamente ligadas à luta contra a pobreza. Mas, sublinhou, “cada um de nós pode fazer a sua parte no que respeita às mudanças climáticas, à pobreza e à violência”, rematou Michelle Yeoh.

17 Dez 2017

Laurent Cantet, cineasta e presidente do júri do IFFAM: “Adapto a minha forma de fazer cinema a cada história que quero contar”

Foi vencedor da Palma de Ouro, em Cannes em 2008, e nomeado para o melhor filme estrangeiro para os Óscares com “Entre Les Murs”. Laurent Cantet presidiu ao júri da segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau. Aos jornalistas, o realizador falou do que mais importa quando vê um filme e da paixão que tem pelo cinema japonês e coreano

 

Está no festival enquanto presidente do júri. Que critérios tem quando está a avaliar um filme?

Penso que não temos elementos precisos. Somos cinco e entre os cinco elementos do júri se calhar não pensamos todos da mesma forma, mas penso que o primeiro elemento que temos em conta é a forma como o filme nos toca. Depois disso podemos discutir a qualidade da representação ou dos guiões. Mas o que é importante para mim, quando estou num júri deste género é o facto de não sabermos nada do que vamos ver aqui. Os filmes em competição são os primeiros ou segundos filmes de cada um dos realizadores. Entramos aqui completamente virgens no que respeita aos filmes que vemos. Entramos na sala e é uma descoberta, o que também é um momento muito bom.

O que nos pode dizer dos filmes em competição?

Estou impressionado com a diversidade dos filmes que tenho visto, de diferentes partes do mundo e de diferentes géneros. É uma selecção muito boa. Penso que todos os membros do júri estão muito felizes com o que vimos. Tem sido uma boa surpresa.

Lembra-se quando é que descobriu que queria ser um contador de histórias através do cinema?

Comecei pela fotografia e com ela descobri que queria fazer cada vez mais séries fotográficas. O objectivo era poder contar pequenas histórias. Paralelemente também gostava de escrever e escrevia contos que muitas vezes acompanhavam os conjuntos de imagens. Penso que isso me levou, mais tarde, a optar por fazer filmes. Mas o momento mais importante para mim foi ter sido aceite numa escola de cinema. Quando lá entrei não sabia nada do que era fazer um filme. Três anos depois tinha feito cinco filmes e trabalhado em muitos mais. Foi ali que, realmente tudo ficou decidido.

Como é que é o seu processo de fazer um filme? O que quer dizer?

Quando faço um filme tento descrever o mundo onde vivo. Tento descrever e situar a história num contexto e todos os filmes têm uma forma própria de serem feitos. Não penso que tenha um estilo. Adapto a minha forma de fazer cinema a cada história que quero contar. Talvez a particularidade dos meus filmes, e que se poderá encontrar em todos eles, tenha que ver com o facto de serem feitos com actores profissionais e não profissionais. Para mim é importante ouvir o que as pessoas têm a dizer acerca da sua própria vida, da vida real e tento dar um espaço onde as pessoas que normalmente não têm voz, possam expressar-se, falar de si, das suas histórias e realidades.

É a primeira vez em Macau. O que acha a cidade?

Acho incrível a forma como os dois universos, ocidental e oriental, coexistem no mesmo espaço. Podemos ir ao centro histórico e sentir isso através, por exemplo, da arquitectura. Mas ainda conheço muito pouco.

O que pensa do cinema que está a ser feito actualmente na Ásia?

Alguns dos meus realizadores preferidos são japoneses e coreanos. Infelizmente não conheço tanto do cinema chinês, mas no que respeita a cinema coreano e japonês temos muito acesso a ele em França, especialmente nos últimos dez anos. Actualmente, faz mesmo parte da cultura cinematográfica francesa e já não nos podemos alhear do cinema asiático.

O que mais gosta nos filmes do Japão e da Coreia?

Talvez a sua ligação com o contexto em que são feitos. Também mostram, de uma forma muito particular, as relações entre as pessoas. São relações muito muito diferentes da nossa forma de nos ligar-mos uns aos outros. Penso que no cinema tanto japonês como coreano, há um exotismo humano e das relações entre as pessoas que é muito especial.

Como vê a situação do cinema francês?

Penso que, como em todos os lados, temos dificuldades em fazer filmes. Há muitos realizadores e, mesmo que se consiga fazer um filme, temos dificuldade em lança-lo e distribui-lo. A coisa mais importante é, se calhar, manter a diversidade do cinema francês viva. Também é difícil vender os nossos filmes a outros países. Mas, ainda assim, a França produz cerca mais de 200 filmes por ano o que é muito bom.

17 Dez 2017

Festival de cinema: Helena de Senna Fernandes responde a Agnes Lam

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, respondeu ontem às acusações proferidas pela deputada Agnes Lam na Assembleia Legislativa, onde referiu que a organização Festival Internacional de Cinema tem vindo a distribuir demasiados bilhetes gratuitos.

“Há diferentes formas que estamos a tentar explorar junto das escolas. Temos de fazer com que as novas gerações criem este hábito de irem ao cinema. É por esta razão que estamos a trabalhar com as escolas. Desta vez, em termos de entradas no cinema, estamos melhor do que no ano passado, mas há sempre coisas para melhorar. Vamos ouvir as diferentes opiniões e fazer um balanço”, referiu a directora dos Serviços de Turismo.

No hemiciclo, Agnes Lam lembrou que o festival, com um orçamento de 20 milhões de patacas, precisa de conseguir atrair os residentes. “De acordo com informações oficiais, 10 mil dos 15 mil bilhetes [distribuídos para a cerimónia de Entrega de Prémios do Festival] eram cupões que foram distribuídos principalmente às escolas, associações e a profissionais do sector cultural e artístico de Macau e do exterior, e da comunicação social”, apontou.

“Esta iniciativa custou 20 milhões de patacas do erário público e deveria servir para atrair turistas e criar marcas culturais locais. Se até foi difícil convencer as pessoas a comprar bilhetes, como é que se pode dizer que a iniciativa alcançou os objectivos?”, questionou ainda Agnes Lam.

15 Dez 2017