Economia | Sulu Sou quer apoio imediato para PME e independentes

Deputado pede ao Governo que faça uso da reserva financeira para criar um fundo de combate à epidemia que preste assistência “directa, rápida e direccionada” às pequenas e médias empresas e a trabalhadores por conta própria

 

[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou quer que o Governo faça uso das reservas financeiras disponíveis para criar um fundo de combate à epidemia, que vá além do pacote de medidas de apoio económico apresentadas para fazer face à crise provocada pelo novo coronavírus, Covid- 19. Segundo afirmou Sulu Sou, numa interpelação escrita enviada ao Executivo, em causa estão as “necessidades imediatas e urgentes” sentidas, não só pelas pequenas e médias empresas (PME), mas também por muitos trabalhadores independentes, obrigados a interromper a sua actividade devido ao surto.

“Muitos empresários estão sob enorme pressão para pagar as rendas e os funcionários estão a ser confrontados com cortes de salários, licenças sem vencimento e até mesmo demissões. Além disso muitos trabalhadores independentes como motoristas, funcionários do sector dos transportes, formadores e artistas foram forçados a parar de trabalhar”, sustentou o deputado.

Apontando que as PME “representam mais de 90 por cento das empresas em Macau e que são responsáveis por proporcionar 40 por cento das oportunidades de emprego”, Sulu Sou referiu que, particularmente, o comércio a retalho, a restauração, centros de explicações, salões de beleza, bares e karaokes têm sido os estabelecimentos mais afectados pelas medidas de prevenção decretadas pelo Governo.

O deputado afirma ainda, que as PME enfrentam “necessidades imediatas e urgentes” e pede ao Governo que vá mais longe em relação ao pacote de medidas de apoio económico anunciado e que inclui, entre outras, a isenção ou diminuição de impostos e a abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados para as PME.

“As medidas de alívio económico anunciadas pelo Governo são de longo prazo e indirectas. Será que o Governo pode fazer uso das reservas financeiras que dispõe, na criação de um fundo de combate à epidemia para prestar assistência directa e rápida às pequenas e médias empresas, de forma a que estas possam cumprir com as suas obrigações operacionais mais imediatas?”, questiona Sulu Sou, referindo também que este apoio deveria incluir o fornecimento de equipamento de combate à epidemia.

Aliviar pressão

Na interpelação escrita enviada, Sulu Sou pede ainda ao Governo que conceda subsídios com vista à redução dos encargos das PME relativos às rendas, dando igualmente incentivos aos senhorios de forma reduzir o valor do arrendamento a curto prazo.

De forma a assegurar os postos de trabalho dos funcionários das PME, que acordaram recentemente uma redução de salário ou licenças sem vencimento, o deputado sugere ainda que o Governo possa vir partilhar com as empresas alguns encargos salariais.

Motivado pela crise, Sulu Sou questiona também o Governo se “pode conceder subsídios para apoiar os trabalhadores independentes afectados” e ainda um subsídio especial de solidariedade “para trabalhadores da linha da frente que desempenham funções nas áreas da segurança e da limpeza”.

24 Fev 2020

Economia | Sulu Sou quer apoio imediato para PME e independentes

Deputado pede ao Governo que faça uso da reserva financeira para criar um fundo de combate à epidemia que preste assistência “directa, rápida e direccionada” às pequenas e médias empresas e a trabalhadores por conta própria

 
[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou quer que o Governo faça uso das reservas financeiras disponíveis para criar um fundo de combate à epidemia, que vá além do pacote de medidas de apoio económico apresentadas para fazer face à crise provocada pelo novo coronavírus, Covid- 19. Segundo afirmou Sulu Sou, numa interpelação escrita enviada ao Executivo, em causa estão as “necessidades imediatas e urgentes” sentidas, não só pelas pequenas e médias empresas (PME), mas também por muitos trabalhadores independentes, obrigados a interromper a sua actividade devido ao surto.
“Muitos empresários estão sob enorme pressão para pagar as rendas e os funcionários estão a ser confrontados com cortes de salários, licenças sem vencimento e até mesmo demissões. Além disso muitos trabalhadores independentes como motoristas, funcionários do sector dos transportes, formadores e artistas foram forçados a parar de trabalhar”, sustentou o deputado.
Apontando que as PME “representam mais de 90 por cento das empresas em Macau e que são responsáveis por proporcionar 40 por cento das oportunidades de emprego”, Sulu Sou referiu que, particularmente, o comércio a retalho, a restauração, centros de explicações, salões de beleza, bares e karaokes têm sido os estabelecimentos mais afectados pelas medidas de prevenção decretadas pelo Governo.
O deputado afirma ainda, que as PME enfrentam “necessidades imediatas e urgentes” e pede ao Governo que vá mais longe em relação ao pacote de medidas de apoio económico anunciado e que inclui, entre outras, a isenção ou diminuição de impostos e a abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados para as PME.
“As medidas de alívio económico anunciadas pelo Governo são de longo prazo e indirectas. Será que o Governo pode fazer uso das reservas financeiras que dispõe, na criação de um fundo de combate à epidemia para prestar assistência directa e rápida às pequenas e médias empresas, de forma a que estas possam cumprir com as suas obrigações operacionais mais imediatas?”, questiona Sulu Sou, referindo também que este apoio deveria incluir o fornecimento de equipamento de combate à epidemia.

Aliviar pressão

Na interpelação escrita enviada, Sulu Sou pede ainda ao Governo que conceda subsídios com vista à redução dos encargos das PME relativos às rendas, dando igualmente incentivos aos senhorios de forma reduzir o valor do arrendamento a curto prazo.
De forma a assegurar os postos de trabalho dos funcionários das PME, que acordaram recentemente uma redução de salário ou licenças sem vencimento, o deputado sugere ainda que o Governo possa vir partilhar com as empresas alguns encargos salariais.
Motivado pela crise, Sulu Sou questiona também o Governo se “pode conceder subsídios para apoiar os trabalhadores independentes afectados” e ainda um subsídio especial de solidariedade “para trabalhadores da linha da frente que desempenham funções nas áreas da segurança e da limpeza”.

24 Fev 2020

Coreia do Sul | Macau classifica região como zona de alta incidência do Covid-19

A partir de hoje, todos visitantes ou residentes que tenham estado na Coreia do Sul nos últimos 14 dias serão submetidos a uma observação médica. Os voos de e para a região vão também ser cancelados. Hong Kong e Japão ficam para já fora do radar das regiões de alto risco

 

[dropcap]D[/dropcap]esde as 00:00 de hoje, que a Coreia do Sul é considerada pelo Governo de Macau, uma zona de alta incidência epidémica. A informação foi avançada ontem por ocasião da conferência de imprensa diária sobre a situação do novo coronavírus, o Covid- 19, tendo a decisão sido justificada com a escalada do número de casos confirmados dos últimos dias.

“A partir das zero horas de amanhã [segunda-feira] vamos considerar a Coreia do Sul como zona de alta incidência. Por isso, aqueles que tenham ido à Coreia nos 14 dias anteriores, ao chegarem às fronteiras de Macau, terão de se sujeitar ao exame nos postos clínicos do campo dos operários ou no posto clínico do Pac On. Depois de fazerem o respectivo exame é que poderão entrar em Macau”, revelou ontem Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença.

Referindo mesmo que em “poucos dias o número de casos confirmados aumentou em flecha” na Coreia do Sul, Leong Iek Hou anunciou ainda o cancelamento de voos de e para o país e apelou aos residentes de Macau para não viajarem para a Coreia do Sul. Recorde-se que, em apenas 24 horas, a Coreia do Sul anunciou mais duas mortes causadas pelo Covid-19, elevando para quatro o número de vítimas mortais no país, enquanto o total de pessoas infectadas subiu para 556, após o anúncio de mais 123 novos casos.

Já quando questionada sobre o critério utilizado para considerar a Coreia do Sul como zona de alta incidência e descartar regiões como Hong Kong e o Japão, que nos últimos dias também registaram um aumento significativo do número de casos, a responsável não exclui essa hipótese, mas considera que o cenário ainda é diferente.

“Claro que estamos a verificar a situação de cada país e (…) esta avaliação poderá vir a ser aplicada a outros territórios”, admitiu Leong Iek Hou, apontando de seguida que no caso de Hong Kong “não é ainda um surto alarmante” e que no caso do Japão “os casos confirmados do Diamond Princess são considerados à parte.

Já em Macau, apesar de o território estar sem registo de novos casos ao fim de 19 dias e numa altura em que se vê mais pessoas a circular nas ruas após a abertura de mais espaços públicos, o Governo voltou a apelar para os cuidados de prevenção num momento que é “crucial”, esperando que a população consiga “aguentar mais um bocado”.

Alvo de queixas

O Governo anunciou ainda que, desde a passada quarta-feira, data de reabertura dos casinos, receberam uma queixa dos trabalhadores destes espaços, denunciando falta de máscaras. No entanto, apesar de ter exposto o caso, Vong Chi Fu, responsável da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) não revelou a operadora em causa.

“Uma operadora não distribuiu máscaras para os seus trabalhadores. Já contactamos a operadora de jogo e ela respondeu, dizendo que espera que os seus trabalhadores possam utilizar razoavelmente as máscaras. Sabemos que todas distribuem máscaras (…) mas se calhar só distribuem para um turno e não há segunda máscara”, explicou Vong Chi Fu.

Sobre uma queixa relativa à elevada concentração de jogadores junto às mesas, o responsável, reiterou as medidas já anunciadas e explicou o sucedido. “Quando uma mesa está a dar mais sorte (…) os jogadores costumam concentrar-se para ver o que se está a passar (…) ou tentar ganhar. No entanto, nós já emitimos as nossas recomendações para poderem separar os jogadores por diferentes mesas”, explicou.

Serviços públicos no activo

Funcionamento Normal:

Tribunais da RAEM

Comissão de Perícia do Erro Médico

 

Funcionamento Condicionado:

Serviços de Saúde

Direcção de Serviços de Finanças

Direcção dos Serviços de Correios Telecomunicações

Direcção de Serviços de Economia

Fundo de Segurança Social

Conselho de Consumidores

Instituto para os Assuntos Municipais

Direcção dos Serviços de Identificação

Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça

Ministério Público

Direcção dos Serviços Correccionais

Assembleia Legislativa

Comissariado Contra a Corrupção

Direcção dos Serviços do Ensino Superior

24 Fev 2020

Coreia do Sul | Macau classifica região como zona de alta incidência do Covid-19

A partir de hoje, todos visitantes ou residentes que tenham estado na Coreia do Sul nos últimos 14 dias serão submetidos a uma observação médica. Os voos de e para a região vão também ser cancelados. Hong Kong e Japão ficam para já fora do radar das regiões de alto risco

 
[dropcap]D[/dropcap]esde as 00:00 de hoje, que a Coreia do Sul é considerada pelo Governo de Macau, uma zona de alta incidência epidémica. A informação foi avançada ontem por ocasião da conferência de imprensa diária sobre a situação do novo coronavírus, o Covid- 19, tendo a decisão sido justificada com a escalada do número de casos confirmados dos últimos dias.
“A partir das zero horas de amanhã [segunda-feira] vamos considerar a Coreia do Sul como zona de alta incidência. Por isso, aqueles que tenham ido à Coreia nos 14 dias anteriores, ao chegarem às fronteiras de Macau, terão de se sujeitar ao exame nos postos clínicos do campo dos operários ou no posto clínico do Pac On. Depois de fazerem o respectivo exame é que poderão entrar em Macau”, revelou ontem Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença.
Referindo mesmo que em “poucos dias o número de casos confirmados aumentou em flecha” na Coreia do Sul, Leong Iek Hou anunciou ainda o cancelamento de voos de e para o país e apelou aos residentes de Macau para não viajarem para a Coreia do Sul. Recorde-se que, em apenas 24 horas, a Coreia do Sul anunciou mais duas mortes causadas pelo Covid-19, elevando para quatro o número de vítimas mortais no país, enquanto o total de pessoas infectadas subiu para 556, após o anúncio de mais 123 novos casos.
Já quando questionada sobre o critério utilizado para considerar a Coreia do Sul como zona de alta incidência e descartar regiões como Hong Kong e o Japão, que nos últimos dias também registaram um aumento significativo do número de casos, a responsável não exclui essa hipótese, mas considera que o cenário ainda é diferente.
“Claro que estamos a verificar a situação de cada país e (…) esta avaliação poderá vir a ser aplicada a outros territórios”, admitiu Leong Iek Hou, apontando de seguida que no caso de Hong Kong “não é ainda um surto alarmante” e que no caso do Japão “os casos confirmados do Diamond Princess são considerados à parte.
Já em Macau, apesar de o território estar sem registo de novos casos ao fim de 19 dias e numa altura em que se vê mais pessoas a circular nas ruas após a abertura de mais espaços públicos, o Governo voltou a apelar para os cuidados de prevenção num momento que é “crucial”, esperando que a população consiga “aguentar mais um bocado”.

Alvo de queixas

O Governo anunciou ainda que, desde a passada quarta-feira, data de reabertura dos casinos, receberam uma queixa dos trabalhadores destes espaços, denunciando falta de máscaras. No entanto, apesar de ter exposto o caso, Vong Chi Fu, responsável da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) não revelou a operadora em causa.
“Uma operadora não distribuiu máscaras para os seus trabalhadores. Já contactamos a operadora de jogo e ela respondeu, dizendo que espera que os seus trabalhadores possam utilizar razoavelmente as máscaras. Sabemos que todas distribuem máscaras (…) mas se calhar só distribuem para um turno e não há segunda máscara”, explicou Vong Chi Fu.
Sobre uma queixa relativa à elevada concentração de jogadores junto às mesas, o responsável, reiterou as medidas já anunciadas e explicou o sucedido. “Quando uma mesa está a dar mais sorte (…) os jogadores costumam concentrar-se para ver o que se está a passar (…) ou tentar ganhar. No entanto, nós já emitimos as nossas recomendações para poderem separar os jogadores por diferentes mesas”, explicou.

Serviços públicos no activo

Funcionamento Normal:
Tribunais da RAEM
Comissão de Perícia do Erro Médico
 

Funcionamento Condicionado:

Serviços de Saúde
Direcção de Serviços de Finanças
Direcção dos Serviços de Correios Telecomunicações
Direcção de Serviços de Economia
Fundo de Segurança Social
Conselho de Consumidores
Instituto para os Assuntos Municipais
Direcção dos Serviços de Identificação
Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça
Ministério Público
Direcção dos Serviços Correccionais
Assembleia Legislativa
Comissariado Contra a Corrupção
Direcção dos Serviços do Ensino Superior

24 Fev 2020

Chave na ignição

[dropcap]O[/dropcap]s sinais são positivos. Ausência de novos casos há mais de uma quinzena. Jardins parcialmente abertos. Mais movimento. Casinos de volta à vida. Admito que, ao contrário do que esperava, ver novamente as luzes dos casinos acesas dá algum alento, apesar de não ter vontade (nunca tive) de fazer apostas. No entanto o sentimento é agridoce.

Na rua, os altifalantes continuam a pregar apelos para evitar concentrações e ficar em casa sempre que possível. As grades de muitos estabelecimentos continuam em baixo e atrás delas não é difícil imaginar algumas histórias trágicas, derivadas da ausência de negócio. Não tenho dúvida que daqui a alguns anos vamos voltar a falar dos dias que estamos a viver e da forma como se deu a volta à situação e o que mudou numa cidade, que talvez nunca mais vai voltar a ser mesma e que, como disse até o empresário Jorge Neto Valente, sofreu danos irrecuperáveis a nível económico.

Vejamos agora como é que Macau e as suas pessoas irão acolher as inúmeras ondas de choque desta crise, que só agora estão a chegar e deverão fazer vir ao de cima todo o tipo dificuldades, mesmo a nível pessoal, económico ou familiar. Não há receitas certas e mesmo as boas ideias para solucionar problemas podem dar errado mas, pelo menos, há boa vontade e parece começar a haver algum alento, pelo menos, para recomeçar em algumas frentes. Acredito que o motor ainda não começou a andar mas pelo menos a chave já está na ignição. Veremos agora se chega a hora de a rodar ou voltar a tirar para esperar mais um pouco.

21 Fev 2020

Casinos | Reabertura com apostas mínimas ajustadas e para jogadores de Macau

Os casinos voltaram a acender as luzes, mas foram poucos a apostar as suas fichas no dia da reabertura. O HM testemunhou que os jogadores são sobretudo residentes de Macau e que, nalguns casos, o valor da aposta mínima nas mesas de bacará desceu para metade

 

[dropcap]É[/dropcap] um jogo quase sem apostas, aquele que recomeçou ontem. Mas com mais trancas à porta. À entrada a identificação é obrigatória. “Trouxe consigo a declaração de saúde?”, pergunta um segurança do Grand Lisboa, posicionado antes do detector de metais. Pistola de temperatura apontada à cabeça e a entrada está garantida.

O cenário é atípico mas a música e o som de fundo do metal digitalizado a cair é inconfundível. As mesas fechadas podem facilmente ser identificadas pelas barreiras de protecção que foram colocadas à sua volta e aquelas que estão abertas não têm mais do que três cadeiras, onde, noutros tempos, seria normal haver cinco. Tudo pensado para manter a distância mínima entre jogadores, como confirmou um trabalhador do bar do Grand Lisboa.

“Há muito menos pessoas do que estava à espera, mas sem dúvida que as novas medidas que estão a ser aplicadas são boas em termos de prevenção. Além disso é bom voltar depois de estar duas semanas sem trabalhar. E é muito bom para a empresa também”, contou ao HM.

Andando por entre mesas, várias funcionárias de baldes nas mãos, estão encarregues de ir limpando todos os equipamentos de jogo, inclusivamente as cadeiras onde os jogadores estiveram sentados mal acabam de jogar.

“Agora temos uma equipa de limpeza a trabalhar durante todo o dia, a limpar as mesas e os assentos dos jogadores”, explicou ao HM um supervisor do casino do Grand Lisboa de apelido Lao. “No mínimo, temos de assegurar que as mesas são limpas a cada 15 ou 30 minutos e de cada vez que os lugares são utilizados”, assegurou o responsável.

Recorde-se que desde a meia-noite de quinta-feira, momento a partir do qual os casinos foram autorizados a reiniciar actividade, passaram a ser implementadas medidas extraordinárias de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, o Covid- 19, para os espaços de jogo, anunciadas pelo Governo através da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Entre elas, para além de ser obrigatória a utilização de máscara por funcionários e jogadores, é mandatório para entrar, que os clientes passem pelo processo de medição da temperatura corporal e apresentem uma declaração de saúde. Nos espaços de jogo propriamente ditos, tiveram de ser redobradas as operações de limpeza e de desinfecção, aplicada uma maior distância entre mesas e não são permitidas apostas em pé, nem aglomerações, pelo que é determinada uma distância mínima entre jogadores. Além disso, o acesso aos casinos passou também a estar vedado a todas a pessoas que tenham estado na província de Hubei, local onde começou a epidemia.

Ajustar expectativas

Mais croupiers do que jogadores compunham a paisagem. O segundo piso estava totalmente encerrado ao público, à excepção das salas de jogo VIP. Os Jogadores, poucos, que na tarde de ontem apostavam nas mesas do casino do Grand Lisboa contavam-se pelos dedos das mãos, sendo raras as vezes em que estavam sentados mais do que três, por mesa. A razão, contou ao HM o supervisor do espaço, deve-se a inexistência de jogadores provenientes do Interior da China

“Há muito pouca gente e não temos jogadores da China”, explicou Lao. “Hoje praticamente só estamos a receber jogadores de Macau”, acrescentou. O responsável mostrou-se satisfeito por voltar ao trabalho e referiu ainda que os clientes não tinham contestado, para já, as novas medidas de prevenção que começaram ontem a ser aplicadas.

Com o número total de mesas limitado no dia da reabertura, a menos de 30 por cento (menos de 1800 mesas), segundo informaram as autoridades, foi ainda assim, visível que as que estavam abertas dificilmente seriam preenchidas. Além disso, o valor pedido para a aposta mínima do bacará foi reduzido para metade nas mesas do Grand Lisboa, como uma supervisora de mesa confirmou ao HM.

“O valor das apostas mínimas foi ajustado neste dia de reabertura. No Bacará, por exemplo, passaram de 1000 patacas para 500 patacas”, disse uma supervisora de mesa de bacará de apelido Cheng.

Apostar a espaços

No casino do Wynn, um dos 29 que reabriram ontem portas, o cenário era o mesmo. Os apostadores escasseiam e funcionárias aguardam de pé, com bandejas, à espera que alguém peça uma bebida para levar à mesa. À entrada o mesmo ritual, mas menor azáfama com a higienização do espaço. Aqui o valor da aposta mínima nas mesas de bacará mantém-se inalterado, nas 1000 patacas, confirmou uma recepcionista do casino. A mesma recepcionista não soube dizer se afluência no dia da reabertura é mais alta do que antes do encerramento, mas espera que a situação possa melhorar em breve.

“Não tenho a certeza se há mais pessoas no casino do que antes, mas é bom voltar ao trabalho e assim, pelo menos, garantimos o nosso trabalho. Espero que as coisas possam melhorar em breve, talvez daqui a um mês”, profetizou.

A área destinada às máquinas de jogo também tem novas regras e nem todas podem ser utilizadas, devido ao cumprimento das novas medidas de prevenção, como explicou ao HM a supervisora responsável por aquela área de jogo.

“Em relação às máquinas também há novas regras e nem todas as máquinas estão a funcionar porque temos de deixar um espaço mínimo de intervalo entre jogadores. Por exemplo numa fileira de três máquinas, a máquina do meio não está ligada ao servidor”, explicou Pansy.

Por entre cadeiras à espera de ser ocupadas, porém, uma apostadora vestida a rigor para a ocasião com um casaco amarelo e brilhantes a adornar o cabelo vai saltando de mesa em mesa, em busca da sorte, talvez. De luvas postas, a mulher não se inibe de apresentar notas, circulando sem restrições de espaço. Afinal, nunca se sabe quando é que a sorte pode bater à porta, mesmo em tempos de azar.

21 Fev 2020

Casinos | Reabertura com apostas mínimas ajustadas e para jogadores de Macau

Os casinos voltaram a acender as luzes, mas foram poucos a apostar as suas fichas no dia da reabertura. O HM testemunhou que os jogadores são sobretudo residentes de Macau e que, nalguns casos, o valor da aposta mínima nas mesas de bacará desceu para metade

 
[dropcap]É[/dropcap] um jogo quase sem apostas, aquele que recomeçou ontem. Mas com mais trancas à porta. À entrada a identificação é obrigatória. “Trouxe consigo a declaração de saúde?”, pergunta um segurança do Grand Lisboa, posicionado antes do detector de metais. Pistola de temperatura apontada à cabeça e a entrada está garantida.
O cenário é atípico mas a música e o som de fundo do metal digitalizado a cair é inconfundível. As mesas fechadas podem facilmente ser identificadas pelas barreiras de protecção que foram colocadas à sua volta e aquelas que estão abertas não têm mais do que três cadeiras, onde, noutros tempos, seria normal haver cinco. Tudo pensado para manter a distância mínima entre jogadores, como confirmou um trabalhador do bar do Grand Lisboa.
“Há muito menos pessoas do que estava à espera, mas sem dúvida que as novas medidas que estão a ser aplicadas são boas em termos de prevenção. Além disso é bom voltar depois de estar duas semanas sem trabalhar. E é muito bom para a empresa também”, contou ao HM.
Andando por entre mesas, várias funcionárias de baldes nas mãos, estão encarregues de ir limpando todos os equipamentos de jogo, inclusivamente as cadeiras onde os jogadores estiveram sentados mal acabam de jogar.
“Agora temos uma equipa de limpeza a trabalhar durante todo o dia, a limpar as mesas e os assentos dos jogadores”, explicou ao HM um supervisor do casino do Grand Lisboa de apelido Lao. “No mínimo, temos de assegurar que as mesas são limpas a cada 15 ou 30 minutos e de cada vez que os lugares são utilizados”, assegurou o responsável.
Recorde-se que desde a meia-noite de quinta-feira, momento a partir do qual os casinos foram autorizados a reiniciar actividade, passaram a ser implementadas medidas extraordinárias de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, o Covid- 19, para os espaços de jogo, anunciadas pelo Governo através da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Entre elas, para além de ser obrigatória a utilização de máscara por funcionários e jogadores, é mandatório para entrar, que os clientes passem pelo processo de medição da temperatura corporal e apresentem uma declaração de saúde. Nos espaços de jogo propriamente ditos, tiveram de ser redobradas as operações de limpeza e de desinfecção, aplicada uma maior distância entre mesas e não são permitidas apostas em pé, nem aglomerações, pelo que é determinada uma distância mínima entre jogadores. Além disso, o acesso aos casinos passou também a estar vedado a todas a pessoas que tenham estado na província de Hubei, local onde começou a epidemia.

Ajustar expectativas

Mais croupiers do que jogadores compunham a paisagem. O segundo piso estava totalmente encerrado ao público, à excepção das salas de jogo VIP. Os Jogadores, poucos, que na tarde de ontem apostavam nas mesas do casino do Grand Lisboa contavam-se pelos dedos das mãos, sendo raras as vezes em que estavam sentados mais do que três, por mesa. A razão, contou ao HM o supervisor do espaço, deve-se a inexistência de jogadores provenientes do Interior da China
“Há muito pouca gente e não temos jogadores da China”, explicou Lao. “Hoje praticamente só estamos a receber jogadores de Macau”, acrescentou. O responsável mostrou-se satisfeito por voltar ao trabalho e referiu ainda que os clientes não tinham contestado, para já, as novas medidas de prevenção que começaram ontem a ser aplicadas.
Com o número total de mesas limitado no dia da reabertura, a menos de 30 por cento (menos de 1800 mesas), segundo informaram as autoridades, foi ainda assim, visível que as que estavam abertas dificilmente seriam preenchidas. Além disso, o valor pedido para a aposta mínima do bacará foi reduzido para metade nas mesas do Grand Lisboa, como uma supervisora de mesa confirmou ao HM.
“O valor das apostas mínimas foi ajustado neste dia de reabertura. No Bacará, por exemplo, passaram de 1000 patacas para 500 patacas”, disse uma supervisora de mesa de bacará de apelido Cheng.

Apostar a espaços

No casino do Wynn, um dos 29 que reabriram ontem portas, o cenário era o mesmo. Os apostadores escasseiam e funcionárias aguardam de pé, com bandejas, à espera que alguém peça uma bebida para levar à mesa. À entrada o mesmo ritual, mas menor azáfama com a higienização do espaço. Aqui o valor da aposta mínima nas mesas de bacará mantém-se inalterado, nas 1000 patacas, confirmou uma recepcionista do casino. A mesma recepcionista não soube dizer se afluência no dia da reabertura é mais alta do que antes do encerramento, mas espera que a situação possa melhorar em breve.
“Não tenho a certeza se há mais pessoas no casino do que antes, mas é bom voltar ao trabalho e assim, pelo menos, garantimos o nosso trabalho. Espero que as coisas possam melhorar em breve, talvez daqui a um mês”, profetizou.
A área destinada às máquinas de jogo também tem novas regras e nem todas podem ser utilizadas, devido ao cumprimento das novas medidas de prevenção, como explicou ao HM a supervisora responsável por aquela área de jogo.
“Em relação às máquinas também há novas regras e nem todas as máquinas estão a funcionar porque temos de deixar um espaço mínimo de intervalo entre jogadores. Por exemplo numa fileira de três máquinas, a máquina do meio não está ligada ao servidor”, explicou Pansy.
Por entre cadeiras à espera de ser ocupadas, porém, uma apostadora vestida a rigor para a ocasião com um casaco amarelo e brilhantes a adornar o cabelo vai saltando de mesa em mesa, em busca da sorte, talvez. De luvas postas, a mulher não se inibe de apresentar notas, circulando sem restrições de espaço. Afinal, nunca se sabe quando é que a sorte pode bater à porta, mesmo em tempos de azar.

21 Fev 2020

Epidemia | Empresário fala em desastre económico

O empresário Jorge Neto Valente diz que o impacto económico resultante do surto do novo tipo de coronavírus “está entre o mau e o péssimo” e alerta para as dificuldades que o sector logístico pode vir a sentir com a implementação das novas medidas à entrada das fronteiras

 

[dropcap]”O[/dropcap] impacto que esta crise está a ter no tecido empresarial de Macau está entre o mau e o péssimo. São coisas da vida e estamos todos bem de saúde, mas em termos económicos é um desastre. Agora temos de sobreviver”, disse ao HM o empresário Jorge Neto Valente, filho do presidente da Associação dos Advogados de Macau com quem partilha o mesmo nome.

O empresário de Macau, envolvido na gestão de vários negócios, mostra-se preocupado com a actual situação derivada da crise e das medidas de prevenção tomadas pelo Governo e considera mesmo que, ao contrário do que aconteceu na altura do SARS, os impactos do coronavírus ainda serão sentidos em Macau durante algum tempo e que aquilo que se perdeu é irrecuperável.

“Desta vez acho que vai ser mais a sério. Isto não nos vai só afectar agora, porque não se sabe quando é que o surto acaba e porque creio que não haverá uma recuperação como aconteceu depois do SARS, onde ao fim de seis meses, a economia já tinha recuperado por completo. O que se perdeu a nível económico, ou seja, o consumo que se perdeu, não vai ser recuperado. Quando a economia começar a regenerar será do mau a menos mau”, apontou Jorge Neto Valente.

Questão de sobrevivência

Quanto ao pacote de medidas de apoio económico anunciado na semana passada pelo Governo e que inclui, entre outras, a isenção ou diminuição de impostos e abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados para as PME, o empresário é da opinião que são fundamentais para “ajudar a revitalizar e construir o futuro das empresas quando o vírus passar” e que já terão impedido, no imediato, muitas outras de fechar portas.

“Vi muitas PME que já estavam a pensar fechar o negócio ou abrir falência e com as medidas estão, pelo menos, a tentar sobreviver. Ou seja, é entre o acabar já ou ter mais uma oportunidade para que daqui a um ou dois anos já tenham recuperado”, explicou.

No entanto, o empresário acredita que o Governo “devia reforçar que estes apoios envolvem sempre um risco”, pois o dinheiro tem sempre de ser devolvido e nesta fase “quem pede empréstimos só para tapar buracos e pagar as rendas, à partida não terá o dinheiro necessário para fazer os investimentos para construir o seu futuro”, defende.

Confrontado com a opinião avançada há dias pela advogada Manuela António à TDM Rádio Macau, onde defendeu que o Governo deve contribuir directamente para que as PME consigam pagar salários, o empresário defende que “seriam mais os problemas que iriam ser criados que aqueles que iam ser resolvidos”, pelo facto de abrir a porta a irregularidades e pelo nível de complexidade envolvido já que “seria muito difícil de fazer a auditoria para saber onde deve ir esse dinheiro”.

O empresário acredita, no entanto, que o Governo deve ajudar privados e arrendatários a alcançar um acordo para atenuar o pagamento de rendas, tal como já vai acontecer no sector público.
“Uma medida que devemos todos pensar é chegar a um acordo com os senhorios e arrendatários, segundo directivas do Governo, para diminuir temporariamente as rendas dos privados”, avançou.

Preocupações logísticas

Com o anúncio de que a partir de hoje os trabalhadores não residentes que tenham estado no Interior da China nos últimos 14 dias serão submetidos a uma quarentena obrigatória, Jorge Neto Valente não teme que as empresas venham a sofrer um impacto directo ou fechem portas. Mas receia, no entanto, eventuais problemas que possam surgir no sector logístico.

“O único sector que receio bastante que venha a ter muitos problemas é o da logística. Macau vive de muita coisa importada (…) e não sei se a lei vai ser muito bem implementada, no sentido de permitir que tudo o que é preciso vai conseguir entrar em Macau. Se começarmos a ver que há falhas de material ou as coisas a ficarem muito caras, aí vai começar a vida a complicar-se muito”, disse o empresário ao HM. “Disso eu tenho mais medo, porque afecta a população, acrescentou.

20 Fev 2020

Epidemia | Empresário fala em desastre económico

O empresário Jorge Neto Valente diz que o impacto económico resultante do surto do novo tipo de coronavírus “está entre o mau e o péssimo” e alerta para as dificuldades que o sector logístico pode vir a sentir com a implementação das novas medidas à entrada das fronteiras

 
[dropcap]”O[/dropcap] impacto que esta crise está a ter no tecido empresarial de Macau está entre o mau e o péssimo. São coisas da vida e estamos todos bem de saúde, mas em termos económicos é um desastre. Agora temos de sobreviver”, disse ao HM o empresário Jorge Neto Valente, filho do presidente da Associação dos Advogados de Macau com quem partilha o mesmo nome.
O empresário de Macau, envolvido na gestão de vários negócios, mostra-se preocupado com a actual situação derivada da crise e das medidas de prevenção tomadas pelo Governo e considera mesmo que, ao contrário do que aconteceu na altura do SARS, os impactos do coronavírus ainda serão sentidos em Macau durante algum tempo e que aquilo que se perdeu é irrecuperável.
“Desta vez acho que vai ser mais a sério. Isto não nos vai só afectar agora, porque não se sabe quando é que o surto acaba e porque creio que não haverá uma recuperação como aconteceu depois do SARS, onde ao fim de seis meses, a economia já tinha recuperado por completo. O que se perdeu a nível económico, ou seja, o consumo que se perdeu, não vai ser recuperado. Quando a economia começar a regenerar será do mau a menos mau”, apontou Jorge Neto Valente.

Questão de sobrevivência

Quanto ao pacote de medidas de apoio económico anunciado na semana passada pelo Governo e que inclui, entre outras, a isenção ou diminuição de impostos e abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados para as PME, o empresário é da opinião que são fundamentais para “ajudar a revitalizar e construir o futuro das empresas quando o vírus passar” e que já terão impedido, no imediato, muitas outras de fechar portas.
“Vi muitas PME que já estavam a pensar fechar o negócio ou abrir falência e com as medidas estão, pelo menos, a tentar sobreviver. Ou seja, é entre o acabar já ou ter mais uma oportunidade para que daqui a um ou dois anos já tenham recuperado”, explicou.
No entanto, o empresário acredita que o Governo “devia reforçar que estes apoios envolvem sempre um risco”, pois o dinheiro tem sempre de ser devolvido e nesta fase “quem pede empréstimos só para tapar buracos e pagar as rendas, à partida não terá o dinheiro necessário para fazer os investimentos para construir o seu futuro”, defende.
Confrontado com a opinião avançada há dias pela advogada Manuela António à TDM Rádio Macau, onde defendeu que o Governo deve contribuir directamente para que as PME consigam pagar salários, o empresário defende que “seriam mais os problemas que iriam ser criados que aqueles que iam ser resolvidos”, pelo facto de abrir a porta a irregularidades e pelo nível de complexidade envolvido já que “seria muito difícil de fazer a auditoria para saber onde deve ir esse dinheiro”.
O empresário acredita, no entanto, que o Governo deve ajudar privados e arrendatários a alcançar um acordo para atenuar o pagamento de rendas, tal como já vai acontecer no sector público.
“Uma medida que devemos todos pensar é chegar a um acordo com os senhorios e arrendatários, segundo directivas do Governo, para diminuir temporariamente as rendas dos privados”, avançou.

Preocupações logísticas

Com o anúncio de que a partir de hoje os trabalhadores não residentes que tenham estado no Interior da China nos últimos 14 dias serão submetidos a uma quarentena obrigatória, Jorge Neto Valente não teme que as empresas venham a sofrer um impacto directo ou fechem portas. Mas receia, no entanto, eventuais problemas que possam surgir no sector logístico.
“O único sector que receio bastante que venha a ter muitos problemas é o da logística. Macau vive de muita coisa importada (…) e não sei se a lei vai ser muito bem implementada, no sentido de permitir que tudo o que é preciso vai conseguir entrar em Macau. Se começarmos a ver que há falhas de material ou as coisas a ficarem muito caras, aí vai começar a vida a complicar-se muito”, disse o empresário ao HM. “Disso eu tenho mais medo, porque afecta a população, acrescentou.

20 Fev 2020

Casinos | Portas abertas com menos de 30% de mesas

Dos 41 casinos de Macau, 29 voltaram a abrir portas desde a meia-noite e 12 continuam fechados. Em dia de novas medidas nas fronteiras, o Governo anunciou ainda a criação de postos de inspecção provisórios para controlar visitantes provenientes de zonas de risco e os residentes que cruzam a fronteira com frequência

[dropcap]A[/dropcap]pesar de a maioria dos casinos estar de portas abertas, é um regresso tímido aquele que assinala o regresso à actividade do sector do jogo. Reabriram hoje, em Macau, 29 casinos, após terminado o prazo de suspensão de 15 dias decretado pelo Governo como forma de prevenção do novo tipo de coronavírus, o Covid- 19, no território. Os restantes 12 casinos solicitaram um prorrogamento do prazo, tendo agora de voltar a abrir portas, no máximo, dentro de 30 dias.

Os detalhes da reabertura foram dados ontem por Paulo Martins Chan, director do organismo responsável pela Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que fez questão de assinalar que a reabertura está a acontecer debaixo de fortes medidas de prevenção e que, à data de hoje, o número de mesas abertas será inferior a 1800, menos de 30 por cento da capacidade total existente no território.

“Considerámos vários factores, esperando que tanto as pessoas, como trabalhadores e turistas, possam manter uma certa distância e, por este motivo, mesmo que existam 29 casinos abertos, o número total das mesas de jogo representa apenas menos de 30 por cento, totalizando menos de 1800 mesas de jogo.

Fizemos vários arranjos relativos à prevenção e controlo da epidemia e nos últimos dias a nossa direcção de serviços reuniu com os Serviços de Saúde (SS) e as seis concessionárias, e [a partir daí] os SS emitiram orientações e instruções”, frisou o responsável da DICJ.

Da lista de 12 casinos que pediram ao Governo para adiar a sua abertura constam o Macau Palace, Greek Mythology, Oceanus, Casino Taipa, Casino Macau Jockey Club, Sands Cotai Central, Waldo, Rio, President, Altira, Golden Dragon e o Eastern. Todos os outros casinos do território voltaram assim a abrir portas e, contas feitas, são apenas duas as operadoras que iniciaram as operações em todos os seus casinos: Wynn e MGM.

Detalhando as medidas de prevenção e aquilo que mudou no interior dos casinos, a DICJ reforçou ontem que os espaços vão ser frequentemente desinfectados e todos os funcionários e visitantes são obrigados a usar máscara, apresentar uma declaração de saúde e sujeitar-se à medição de temperatura. A própria forma de jogar está condicionada, sendo que as mesas de jogo vão estar mais afastadas umas das outras e não será permitido fazer apostas de pé.

Fronteiras: reforço duplo

Vai ser ainda criado em Macau um posto de inspecção provisório para efectuar rastreios a pessoas que entram no território, provenientes de zonas consideradas de alto risco. A medida, entra em vigor no mesmo dia em que os trabalhadores não residentes (TNR) que tenham estado no Interior da China nos últimos 14 dias passam a estar submetidos a uma quarentena obrigatória e foi anunciada ontem por Ao Leong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura.

A medida, explicou a secretária, foi tomada com o objectivo de “dar continuidade de forma séria ao controlo epidémico” e abrange também os residentes de Macau que cruzem a fronteira pelo menos três vezes por dia.

“As pessoas que vêm de zonas onde a epidemia é mais grave (…) serão sujeitas a um rastreio para podermos assegurar a saúde e a segurança da população. Vamos proceder a um rastreio aos residentes de Macau que vão e vêm de Zhuhai várias vezes durante o dia”, referiu Ao Leong U, por ocasião da conferência diária sobre a situação do novo tipo de coronavírus.

Sobre aquilo que pode ser considerada uma “zona de alto risco”, Lei Chin Ion director dos Serviços de Sáude, explicou ontem que a classificação será actualizada numa base diária e de acordo com o número de casos registados nas regiões em questão. Para já, Hong Kong não é considerado um local de alto risco.

“As zonas de alto risco epidémico variam diariamente e dependem da situação epidemiológica do local. Por exemplo, em Cantão existem mais de mil casos e continuam a existir novos casos confirmados e por isso é classificado como um ponto onde o surto epidémico é elevado. Já no interior da Mongólia, foram registados apenas 75 casos (…) e, por isso, não temos a mesma exigência”, explicou o responsável dos SS.

Segundo Lei Chin Ion a realização dos testes nos postos de inspecção provisórios pode levar agumas horas e, caso a pessoa se recuse a colaborar pode ser imposto um isolamento obrigatório ou a aplicação de sanções.

“O teste pode levar algumas horas, mas o tempo concreto é decidido pelo médico ou equipa de enfermeiros. Após a observação médica, se a pessoa não apresentou qualquer sintoma, será libertada. Caso recusem a observação médica, os visitantes (…) poderão ser sancionados ou sujeitos a isolamento obrigatório”, esclareceu Lei Chin Ion. Com Lusa

20 Fev 2020

Casinos | Portas abertas com menos de 30% de mesas

Dos 41 casinos de Macau, 29 voltaram a abrir portas desde a meia-noite e 12 continuam fechados. Em dia de novas medidas nas fronteiras, o Governo anunciou ainda a criação de postos de inspecção provisórios para controlar visitantes provenientes de zonas de risco e os residentes que cruzam a fronteira com frequência

[dropcap]A[/dropcap]pesar de a maioria dos casinos estar de portas abertas, é um regresso tímido aquele que assinala o regresso à actividade do sector do jogo. Reabriram hoje, em Macau, 29 casinos, após terminado o prazo de suspensão de 15 dias decretado pelo Governo como forma de prevenção do novo tipo de coronavírus, o Covid- 19, no território. Os restantes 12 casinos solicitaram um prorrogamento do prazo, tendo agora de voltar a abrir portas, no máximo, dentro de 30 dias.
Os detalhes da reabertura foram dados ontem por Paulo Martins Chan, director do organismo responsável pela Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que fez questão de assinalar que a reabertura está a acontecer debaixo de fortes medidas de prevenção e que, à data de hoje, o número de mesas abertas será inferior a 1800, menos de 30 por cento da capacidade total existente no território.
“Considerámos vários factores, esperando que tanto as pessoas, como trabalhadores e turistas, possam manter uma certa distância e, por este motivo, mesmo que existam 29 casinos abertos, o número total das mesas de jogo representa apenas menos de 30 por cento, totalizando menos de 1800 mesas de jogo.
Fizemos vários arranjos relativos à prevenção e controlo da epidemia e nos últimos dias a nossa direcção de serviços reuniu com os Serviços de Saúde (SS) e as seis concessionárias, e [a partir daí] os SS emitiram orientações e instruções”, frisou o responsável da DICJ.
Da lista de 12 casinos que pediram ao Governo para adiar a sua abertura constam o Macau Palace, Greek Mythology, Oceanus, Casino Taipa, Casino Macau Jockey Club, Sands Cotai Central, Waldo, Rio, President, Altira, Golden Dragon e o Eastern. Todos os outros casinos do território voltaram assim a abrir portas e, contas feitas, são apenas duas as operadoras que iniciaram as operações em todos os seus casinos: Wynn e MGM.
Detalhando as medidas de prevenção e aquilo que mudou no interior dos casinos, a DICJ reforçou ontem que os espaços vão ser frequentemente desinfectados e todos os funcionários e visitantes são obrigados a usar máscara, apresentar uma declaração de saúde e sujeitar-se à medição de temperatura. A própria forma de jogar está condicionada, sendo que as mesas de jogo vão estar mais afastadas umas das outras e não será permitido fazer apostas de pé.

Fronteiras: reforço duplo

Vai ser ainda criado em Macau um posto de inspecção provisório para efectuar rastreios a pessoas que entram no território, provenientes de zonas consideradas de alto risco. A medida, entra em vigor no mesmo dia em que os trabalhadores não residentes (TNR) que tenham estado no Interior da China nos últimos 14 dias passam a estar submetidos a uma quarentena obrigatória e foi anunciada ontem por Ao Leong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura.
A medida, explicou a secretária, foi tomada com o objectivo de “dar continuidade de forma séria ao controlo epidémico” e abrange também os residentes de Macau que cruzem a fronteira pelo menos três vezes por dia.
“As pessoas que vêm de zonas onde a epidemia é mais grave (…) serão sujeitas a um rastreio para podermos assegurar a saúde e a segurança da população. Vamos proceder a um rastreio aos residentes de Macau que vão e vêm de Zhuhai várias vezes durante o dia”, referiu Ao Leong U, por ocasião da conferência diária sobre a situação do novo tipo de coronavírus.
Sobre aquilo que pode ser considerada uma “zona de alto risco”, Lei Chin Ion director dos Serviços de Sáude, explicou ontem que a classificação será actualizada numa base diária e de acordo com o número de casos registados nas regiões em questão. Para já, Hong Kong não é considerado um local de alto risco.
“As zonas de alto risco epidémico variam diariamente e dependem da situação epidemiológica do local. Por exemplo, em Cantão existem mais de mil casos e continuam a existir novos casos confirmados e por isso é classificado como um ponto onde o surto epidémico é elevado. Já no interior da Mongólia, foram registados apenas 75 casos (…) e, por isso, não temos a mesma exigência”, explicou o responsável dos SS.
Segundo Lei Chin Ion a realização dos testes nos postos de inspecção provisórios pode levar agumas horas e, caso a pessoa se recuse a colaborar pode ser imposto um isolamento obrigatório ou a aplicação de sanções.
“O teste pode levar algumas horas, mas o tempo concreto é decidido pelo médico ou equipa de enfermeiros. Após a observação médica, se a pessoa não apresentou qualquer sintoma, será libertada. Caso recusem a observação médica, os visitantes (…) poderão ser sancionados ou sujeitos a isolamento obrigatório”, esclareceu Lei Chin Ion. Com Lusa

20 Fev 2020

Malabarismos calculados

[dropcap]A[/dropcap] dupla tomada de posição do Governo no que diz respeito à reabertura dos casinos e a obrigatoriedade de quarentena para trabalhadores não residentes provenientes do Interior da China é tão surpreendente quanto, à partida, incoerente.

Lei Wai Nong justificou a aparente incoerência de reabrir casinos numa altura em que se continua a pedir que a população fique em casa e que atravessar fronteiras passa a ser mais difícil, com a procura de um “ponto de equilíbrio” que tenta colocar nos pratos da balança, a segurança da população, saúde económica e o bem-estar social possível, permitindo que milhares de trabalhadores voltem a trabalhar e a receber salário.

Depois de superada a primeira batalha ao nível da prevenção, acredito que o Governo da RAEM está claramente a tomar os seus riscos para tentar sair ainda mais por cima, da crise provocada pelo novo coronavírus.

No entanto, um risco é sempre um risco e apesar de este até ser, à partida, calculado (quem serão os clientes dos casinos depois do reforço das medidas nas fronteiras?), o próprio Governo já admitiu voltar atrás “caso haja algum incidente”.

Espero sinceramente que, nesta fase de aparente estabilização da situação clínica relativa ao coronavírus em Macau, este não seja um passo maior que a perna. Sobretudo, quando a medida de quarentena obrigatória de entrada no território não abrange (para já) nem residentes nem turistas, cidadãos esses imunes a qualquer vírus.

19 Fev 2020

UM | Mais de 90% dos cursos da UM estão a ser ministrados online

Apesar do Covid- 19, o ensino não parou. O HM acompanhou um aluno da Universidade de Macau (UM) durante uma aula leccionada à distância, incluída no programa de Estudos Portugueses. A UM afirma que os professores tiveram formação específica para o efeito e admite, caso necessário, promover aulas de compensação quando o surto terminar

 

[dropcap]A[/dropcap] aula é em português. Hoje é dia de gramática e a matéria é o Pretérito Perfeito do Conjuntivo. Carson, tenta encontrar o melhor ângulo na mesa da sala para posicionar o computador e enquadrar-se na imagem. Faltam cinco minutos para as 13 horas. Como ele, toda uma turma do curso de Estudos Portugueses prepara-se para mais uma aula da cadeira de compreensão escrita. Cada um em sua casa.

Desde que as aulas foram suspensas como medida de prevenção ao combate do novo tipo de coronavírus, têm sido várias as instituições de ensino superior e não superior que optaram por recorrer a plataformas de ensino à distância para dar continuidade aos seus planos de estudo. Ainda sem data prevista para o retorno à normalidade, a Universidade de Macau (UM) é um dos estabelecimentos de ensino que tem seguido as orientações do Governo para fazer face ao combate epidémico e ministrar aulas online. Ao HM, a UM esclareceu mesmo que mais 90 por cento das licenciaturas e pós-graduações estão actualmente a ser ministradas online e que todos os alunos dos cursos têm assistido às aulas a partir de casa.

Carson é residente de Macau, e está no segundo ano da licenciatura. No computador, um documento com apontamentos sobre a matéria fornecido pelo professor ocupa lugar de destaque no ecrã. O professor, numa janela do lado direito do ecrã, mais pequena, vai dando a aula em directo, também ele em sua casa. Os alunos, podem a qualquer momento colocar questões e interagir durante a lição. “Ao todo são 23 alunos na mesma ‘sala de aula’”, partilhou Carson com o HM. “Tenho aulas duas vezes por dia, uma sobre compreensão escrita e outra sobre compreensão oral”, acrescenta.

Acerca do sistema que está a ser implementado face ao novo tipo de coronavírus, o estudante da UM mostra-se satisfeito e diz mesmo existirem algumas vantagens. “Sinto que consigo aprender e que o sistema está a funcionar porque fazemos execícios todos os dias e acho que são os mesmos que faríamos se fossemos à Universidade. Até agora tenho gostado muito do sistema até porque poupo tempo e posso fazer mais coisas em casa”.

Professores preparados

Para tornar o ensino à distância possível, a UM está a usar várias estratégias pedagógicas, sendo a principal, a utilização da plataforma de formação à distância “Moodle”, em conjunto com o software de videoconferência “Zoom”. Do tipo de aulas que os alunos podem aceder fazem parte as aulas em directo, em que professores e alunos estão ao mesmo tempo conectados (aulas síncronas) e aulas desfazadas temporalmente (ou assíncronas), em que o professor prepara materiais que os alunos podem aceder mais tarde.

“Solicitamos aos professores que proporcionem aulas síncronas e assíncronas através da ferramenta Zoom ou que carreguem materiais de aprendizagem como PowerPoints narrados ou gravações de áudio das lições (…) na ferramenta Moodle, uma popular plataforma de ensino e aprendizagem subscrita pela nossa e por muitas outras universidades”, explicou a Universidade de Macau ao HM.

O estudante da UM comprova isso mesmo, referindo que, apesar de a maior parte das aulas serem em directo, existem também muitos vídeos disponíveis online e que as aulas podem ser revisitadas mais tarde.

“Todas as aulas são gravadas e depois são disponibilizadas na internet. Por isso podemos vê-las todas as vezes que quisermos, se tivermos perdido ou não tenhamos percebido alguma coisa”, explicou.

A UM assegurou que devido à situação do ensino à distância, os professores receberam formação específica, ministrada pelo CTLE (Centre for Teaching and Learning Enhancement), para além de terem sido fornecidas “orientações e demonstrações em vídeo” para ensinar os docentes a utilizar as plataformas e a adicionar narrações às apresentações.

A repetir

Sobre o eventual impacto que as aulas à distância, ou melhor dizendo, a não frequência de aulas presenciais, podem vir a ter na aprendizagem e na aquisição de conhecimentos por parte dos alunos, Carson admite que não é o ideal mas, dada a situação, acredita que não irá afectar a sua aprendizagem.

“Estudo menos do que antes e isso não é propriamente bom. No entanto acho que a escola está a fazer um bom trabalho e acho que os conteúdos que estamos a aprender são exactamente os mesmos que estaríamos a receber em sala de aula. Por isso acredito que não irá afectar o processo de aprendizagem durante este ano lectivo”, partilhou o aluno de Estudos Portugueses da UM.

Por seu turno, a UM afirmou a este jornal que após a terminada a suspensão irá “reunir o feedback de estudantes e alunos” e, caso venha a ser necessário, irá “oferecer aulas de compensação para assegurar que os padrões de qualidade do ensino estão de acordo com o habitual”.

Olhando para o futuro, a Universidade de Macau está optimista que a utilização de ferramentas de ensino à distância “irá crescer após terminada a crise” como suporte ao ensino regular, pois a situação está a possibilitar que, sobretudo, muitos professores “estejam a ter um primeiro contacto com várias ferramentas de formação online”.

19 Fev 2020

UM | Mais de 90% dos cursos da UM estão a ser ministrados online

Apesar do Covid- 19, o ensino não parou. O HM acompanhou um aluno da Universidade de Macau (UM) durante uma aula leccionada à distância, incluída no programa de Estudos Portugueses. A UM afirma que os professores tiveram formação específica para o efeito e admite, caso necessário, promover aulas de compensação quando o surto terminar

 
[dropcap]A[/dropcap] aula é em português. Hoje é dia de gramática e a matéria é o Pretérito Perfeito do Conjuntivo. Carson, tenta encontrar o melhor ângulo na mesa da sala para posicionar o computador e enquadrar-se na imagem. Faltam cinco minutos para as 13 horas. Como ele, toda uma turma do curso de Estudos Portugueses prepara-se para mais uma aula da cadeira de compreensão escrita. Cada um em sua casa.
Desde que as aulas foram suspensas como medida de prevenção ao combate do novo tipo de coronavírus, têm sido várias as instituições de ensino superior e não superior que optaram por recorrer a plataformas de ensino à distância para dar continuidade aos seus planos de estudo. Ainda sem data prevista para o retorno à normalidade, a Universidade de Macau (UM) é um dos estabelecimentos de ensino que tem seguido as orientações do Governo para fazer face ao combate epidémico e ministrar aulas online. Ao HM, a UM esclareceu mesmo que mais 90 por cento das licenciaturas e pós-graduações estão actualmente a ser ministradas online e que todos os alunos dos cursos têm assistido às aulas a partir de casa.
Carson é residente de Macau, e está no segundo ano da licenciatura. No computador, um documento com apontamentos sobre a matéria fornecido pelo professor ocupa lugar de destaque no ecrã. O professor, numa janela do lado direito do ecrã, mais pequena, vai dando a aula em directo, também ele em sua casa. Os alunos, podem a qualquer momento colocar questões e interagir durante a lição. “Ao todo são 23 alunos na mesma ‘sala de aula’”, partilhou Carson com o HM. “Tenho aulas duas vezes por dia, uma sobre compreensão escrita e outra sobre compreensão oral”, acrescenta.
Acerca do sistema que está a ser implementado face ao novo tipo de coronavírus, o estudante da UM mostra-se satisfeito e diz mesmo existirem algumas vantagens. “Sinto que consigo aprender e que o sistema está a funcionar porque fazemos execícios todos os dias e acho que são os mesmos que faríamos se fossemos à Universidade. Até agora tenho gostado muito do sistema até porque poupo tempo e posso fazer mais coisas em casa”.

Professores preparados

Para tornar o ensino à distância possível, a UM está a usar várias estratégias pedagógicas, sendo a principal, a utilização da plataforma de formação à distância “Moodle”, em conjunto com o software de videoconferência “Zoom”. Do tipo de aulas que os alunos podem aceder fazem parte as aulas em directo, em que professores e alunos estão ao mesmo tempo conectados (aulas síncronas) e aulas desfazadas temporalmente (ou assíncronas), em que o professor prepara materiais que os alunos podem aceder mais tarde.
“Solicitamos aos professores que proporcionem aulas síncronas e assíncronas através da ferramenta Zoom ou que carreguem materiais de aprendizagem como PowerPoints narrados ou gravações de áudio das lições (…) na ferramenta Moodle, uma popular plataforma de ensino e aprendizagem subscrita pela nossa e por muitas outras universidades”, explicou a Universidade de Macau ao HM.
O estudante da UM comprova isso mesmo, referindo que, apesar de a maior parte das aulas serem em directo, existem também muitos vídeos disponíveis online e que as aulas podem ser revisitadas mais tarde.
“Todas as aulas são gravadas e depois são disponibilizadas na internet. Por isso podemos vê-las todas as vezes que quisermos, se tivermos perdido ou não tenhamos percebido alguma coisa”, explicou.
A UM assegurou que devido à situação do ensino à distância, os professores receberam formação específica, ministrada pelo CTLE (Centre for Teaching and Learning Enhancement), para além de terem sido fornecidas “orientações e demonstrações em vídeo” para ensinar os docentes a utilizar as plataformas e a adicionar narrações às apresentações.

A repetir

Sobre o eventual impacto que as aulas à distância, ou melhor dizendo, a não frequência de aulas presenciais, podem vir a ter na aprendizagem e na aquisição de conhecimentos por parte dos alunos, Carson admite que não é o ideal mas, dada a situação, acredita que não irá afectar a sua aprendizagem.
“Estudo menos do que antes e isso não é propriamente bom. No entanto acho que a escola está a fazer um bom trabalho e acho que os conteúdos que estamos a aprender são exactamente os mesmos que estaríamos a receber em sala de aula. Por isso acredito que não irá afectar o processo de aprendizagem durante este ano lectivo”, partilhou o aluno de Estudos Portugueses da UM.
Por seu turno, a UM afirmou a este jornal que após a terminada a suspensão irá “reunir o feedback de estudantes e alunos” e, caso venha a ser necessário, irá “oferecer aulas de compensação para assegurar que os padrões de qualidade do ensino estão de acordo com o habitual”.
Olhando para o futuro, a Universidade de Macau está optimista que a utilização de ferramentas de ensino à distância “irá crescer após terminada a crise” como suporte ao ensino regular, pois a situação está a possibilitar que, sobretudo, muitos professores “estejam a ter um primeiro contacto com várias ferramentas de formação online”.

19 Fev 2020

Economia | Song Pek Kei pede explicações sobre medidas de apoio

Deputada considera que o Governo deve ir mais longe nas medidas de apoio apresentadas para fazer face ao coronavírus, dado que muitas empresas estão a lutar pela sobrevivência. Sobre os vales de consumo, Song Pek Kei pede esclarecimentos acerca dos locais onde podem ser gastas as três mil patacas anunciadas

 
[dropcap]A[/dropcap] deputada à Assembleia Legislativa Song Pek Kei pretende que o Governo aprofunde e esclareça algumas das medidas incluídas no pacote de apoio económico anunciado na semana passada pelo secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong. De acordo com Song Pek Kei, perante a crise provocada pelo Covid- 19 e pelas consequentes medidas de prevenção aplicadas, muitos negócios relacionados com a restauração, comércio a retalho e outros serviços estão a lutar pela sobrevivência já que se encontram dependentes dos “dois pilares da economia de Macau”, que são o turismo e o jogo, ambos inexistentes nas últimas semanas.
“A fim de responder ao apelo do Governo (…) tanto concessionárias e grandes empresas, como pequenas e médias empresas [PME], cessaram actividade para se proteger da epidemia, contribuindo eficazmente para reduzir o movimento de pessoas e controlar o surto em Macau. Mas, ao mesmo tempo (…) os residentes de Macau estão muito preocupados com a reactivação da sociedade e com a forma como as micro e pequenas empresas e médias empresas podem sobreviver a esta situação”, contextualizou a deputada numa interpelação oral dirigida ao Governo.
Song Pek Kei espera ainda que o Governo “continue a aprofundar os estudos de impacto económico da epidemia” e que tenha em conta “a capacidade dos diferentes sectores e empresas para assumir riscos”, de forma a optimizar as políticas a implementar.

Vir à tona

Sobre os vales de consumo de três mil patacas anunciados no pacote de medidas de apoio económico, Song Pek Kei aponta que o Governo não especificou todos os sectores onde será possível gastar esse valor, afirmando que há sectores como o da cosmética ou dos táxis que necessitam de apoio e temem não estar abrangidos pela medida de recuperação do Governo que prevê um investimento de 2,2 mil milhões de patacas no mercado. Recorde-se que, na altura, o Governo referiu apenas que os vales “podem ser utilizados nos restaurantes, no retalho, entre outras despesas”.
“Sectores como a cosmética, a formação e dos táxis também foram afectadas e necessitam de apoio das autoridades, mas temem não ser abrangidos”, aponta Song Pek Kei. “Será que o Governo pode especificar quais são as indústrias que vão beneficiar com esta medida?”, questiona ainda a deputada.
Sobre as PME, Song Pek Kei pede ao Governo que ajude a “aliviar a pressão”, já que, apesar de estas empresas poderem vir a beneficiar de créditos com condições especiais previstos no pacote de medidas, muitas “já se encontram endividadas”, podendo um novo empréstimo contribuir para agravar as dificuldades no pagamento de rendas e salários.
“Muitas PME foram obrigadas a contrair empréstimos durante o Tufão Hato e agora para além dos custos operacionais estão sob pressão para pagar as suas dívidas. Será que autoridades irão coordenar-se com o sector bancário para suspender temporariamente o pagamento de créditos, por forma a que as PME consigam, neste período, difícil continuar a pagar as suas dívidas?”, pode ler-se na interpelação.
Face às dificuldades sentidas pelas micro, pequenas e médias empresas, a deputada questiona ainda se o Governo está considerar “mais medidas de apoio, para além da concessão de empréstimos sem juros”.

19 Fev 2020

Economia | Song Pek Kei pede explicações sobre medidas de apoio

Deputada considera que o Governo deve ir mais longe nas medidas de apoio apresentadas para fazer face ao coronavírus, dado que muitas empresas estão a lutar pela sobrevivência. Sobre os vales de consumo, Song Pek Kei pede esclarecimentos acerca dos locais onde podem ser gastas as três mil patacas anunciadas

 

[dropcap]A[/dropcap] deputada à Assembleia Legislativa Song Pek Kei pretende que o Governo aprofunde e esclareça algumas das medidas incluídas no pacote de apoio económico anunciado na semana passada pelo secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong. De acordo com Song Pek Kei, perante a crise provocada pelo Covid- 19 e pelas consequentes medidas de prevenção aplicadas, muitos negócios relacionados com a restauração, comércio a retalho e outros serviços estão a lutar pela sobrevivência já que se encontram dependentes dos “dois pilares da economia de Macau”, que são o turismo e o jogo, ambos inexistentes nas últimas semanas.

“A fim de responder ao apelo do Governo (…) tanto concessionárias e grandes empresas, como pequenas e médias empresas [PME], cessaram actividade para se proteger da epidemia, contribuindo eficazmente para reduzir o movimento de pessoas e controlar o surto em Macau. Mas, ao mesmo tempo (…) os residentes de Macau estão muito preocupados com a reactivação da sociedade e com a forma como as micro e pequenas empresas e médias empresas podem sobreviver a esta situação”, contextualizou a deputada numa interpelação oral dirigida ao Governo.

Song Pek Kei espera ainda que o Governo “continue a aprofundar os estudos de impacto económico da epidemia” e que tenha em conta “a capacidade dos diferentes sectores e empresas para assumir riscos”, de forma a optimizar as políticas a implementar.

Vir à tona

Sobre os vales de consumo de três mil patacas anunciados no pacote de medidas de apoio económico, Song Pek Kei aponta que o Governo não especificou todos os sectores onde será possível gastar esse valor, afirmando que há sectores como o da cosmética ou dos táxis que necessitam de apoio e temem não estar abrangidos pela medida de recuperação do Governo que prevê um investimento de 2,2 mil milhões de patacas no mercado. Recorde-se que, na altura, o Governo referiu apenas que os vales “podem ser utilizados nos restaurantes, no retalho, entre outras despesas”.

“Sectores como a cosmética, a formação e dos táxis também foram afectadas e necessitam de apoio das autoridades, mas temem não ser abrangidos”, aponta Song Pek Kei. “Será que o Governo pode especificar quais são as indústrias que vão beneficiar com esta medida?”, questiona ainda a deputada.

Sobre as PME, Song Pek Kei pede ao Governo que ajude a “aliviar a pressão”, já que, apesar de estas empresas poderem vir a beneficiar de créditos com condições especiais previstos no pacote de medidas, muitas “já se encontram endividadas”, podendo um novo empréstimo contribuir para agravar as dificuldades no pagamento de rendas e salários.

“Muitas PME foram obrigadas a contrair empréstimos durante o Tufão Hato e agora para além dos custos operacionais estão sob pressão para pagar as suas dívidas. Será que autoridades irão coordenar-se com o sector bancário para suspender temporariamente o pagamento de créditos, por forma a que as PME consigam, neste período, difícil continuar a pagar as suas dívidas?”, pode ler-se na interpelação.

Face às dificuldades sentidas pelas micro, pequenas e médias empresas, a deputada questiona ainda se o Governo está considerar “mais medidas de apoio, para além da concessão de empréstimos sem juros”.

19 Fev 2020

Covid-19 | Casinos reabrem em dia de reforço de medidas nas fronteiras

[dropcap]A[/dropcap] partir da meia-noite de quarta-feira todos os trabalhadores não residentes provenientes da China terão de cumprir uma quarentena obrigatória de 14 dias. Residentes e turistas estão para já isentos. Também nos primeiros instantes do dia 20, os casinos podem voltar a abrir portas

“Temos de garantir a tigela de arroz”, foi desta forma que Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, justificou a reabertura dos casinos anunciada ontem, quando questionado sobre a coerência da medida, divulgada a par com a obrigatoriedade de quarentena para todos os trabalhadores não residentes (TNR) provenientes do Interior da China, que queiram entrar em Macau.

“Nós implementamos políticas, tendo em consideração um ponto de equilíbrio. Temos de contrabalançar políticas, o risco, a segurança e ainda a situação de Macau. Temos 84 mil trabalhadores não residentes ou de Macau que precisam de emprego, de voltar a trabalhar. E, por isso, temos de garantir a tigela de arroz deles.

Temos, ao mesmo tempo, de salvaguardar a sua saúde, permitindo que trabalhem em locais com condições de higiénicas”, argumentou o secretário, por ocasião da conferência de imprensa diária sobra a situação do novo tipo de coronavírus.

Assim, a partir das 00:00 de quinta-feira os casinos vão poder reactivar o seu normal funcionamento, interrompido desde o passado dia 6 de Fevereiro, quando o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, anunciou uma medida excepcional decretada para evitar a propagação do surto do novo tipo de coronavírus. O Chefe do Executivo de Macau determinou agora, por despacho, que “é levantada a medida excepcional a partir das 00:00 de dia 20”, disse o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong.

O responsável explicou ainda que os casinos terão um período de 30 dias a contar a partir de quinta-feira para poderem começar a abrir portas, sendo que, passado o período de transição, todos os casinos terão de estar abertos.

Sobre as condições de reabertura dos casinos, Lei Wai Nong referiu que foram vários os factores ponderados e várias as medidas que terão de ser verificadas, tendo sido sempre colocado em primeiro lugar, a saúde da população e dos milhares de trabalhadores dos estabelecimentos.

“A reabertura dos casinos teve por base uma apreciação muito cautelosa em relação ao risco de transmissibilidade da infecção. Temos critérios para as mesas do jogo, que têm de manter uma distância mínima umas das outras e ainda temos orientações sobre a desinfecção do ambiente, a manutenção da higiene e salubridade do espaço, a obrigatoriedade de utilização de máscaras. Devemos sempre prestar atenção à saúde da população, pois não podemos abrir os casinos sacrificando a sua saúde”, vincou o secretário para a Economia e Finanças.

Sobre os restantes estabelecimentos fechados aquando do decreto especial, o Governo esclareceu que, para já, cinemas, teatros, estabelecimentos de saunas e massagens, bares discotecas e ginásios, entre outros espaços, vão continuar encerrados até ordem em contrário, para prevenir o risco de contágio.
Lei Wai Nong , afirma que vai estar atento à reabertura dos casinos e não descarta a possibilidade de voltar atrás com a medida caso haja algum incidente. “Prometo que vamos monitorizar de perto o grau de risco dos casinos. Se houver algum incidente, poderemos retomar as medidas”, assegurou.

Quarentena para TNR

O Governo anunciou ontem também que todos os TNR que estiveram no Interior da China nas últimas duas semanas, terão de fazer uma quarentena obrigatória de 14 dias antes de poderem entrar no território.

A medida entra também em vigor, a partir das 00:00 de quinta-feira e a imposição de 14 dias de quarentena é tomada porque, apesar das várias medidas já impostas pelo Governo para reduzir o fluxo nas fronteiras, o movimento continua a ser considerável, sendo que, só no domingo, as fronteiras registaram mais de “46 mil entradas e saídas do território”, explicou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. “Neste momento, a situação epidémica está numa situação muito severa”, acrescentou.

No despacho do Chefe do Executivo, divulgado ontem pode ler-se que “todos os titulares do título de identificação de trabalhador não residente que pretendam entrar na RAEM e que nos 14 dias anteriores à sua entrada tenham visitado o Interior da China, necessitam de se sujeitar à observação médica por 14 dias em locais na cidade de Zhuhai indicados pela autoridade sanitária e obter o certificado médico de não infecção”. De referir ainda que “por motivo de interesse público, nomeadamente a prevenção, controlo e tratamento da doença, socorro e emergência”, as autoridades podem dispensar “o cumprimento das medidas”.

O decreto exclui assim, tanto residentes como os turistas que entrem em Macau vindos do Interior da China, da obrigatoriedade de fazer quarentena admitindo, contudo, que tal pode vir a acontecer no futuro, caso a situação epidémica assim o justifique.

“Perante um elevado número de entradas e saídas da população de Macau, temos de acompanhar a situação adoptando as medidas para os residentes de Macau que voltam da China, sendo implementada uma quarentena em casa de 14 dias. Mas só será implementada de acordo com a evolução da epidemia”, explicou Ao Ieong U.

Já se o número de turistas voltar a subir, a secretária admite também que o Governo pode vir a ajustar as medidas de entrada no território. “Não afastamos a possibilidade de apertar as medidas de entrada para os turistas. Por exemplo, as declarações ou as despistagens sobre a possibilidade ou não de ter contraído alguma infecção relacionada com o coronavírus”.

Para já, o que é certo é que os TNR que vêm de Zhuhai terão de cumprir a quarentena na própria cidade chinesa, ficando a reentrada em Macau dependente da apresentação de um certificado médico que comprove a sua não infecção pelo novo tipo de coronavírus. Terminada a quarentena em Zhuhai e obtido o certificado, os trabalhadores são depois transferidos para Macau num veículo dedicado ao seu transporte.

Quanto aos TNR que tenham estado no Interior da China nos últimos 14 dias e cheguem a Macau vindos de outros sítios, como por exemplo o aeroporto de Hong Kong, terão também de “ficar em observação médica, em locais indicados pelas autoridades de Macau” e assumir as respectivas despesas, explicou o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong.

Devido às medidas impostas relativamente aos TNR, o secretário Lei Wai Nong, voltou a apelar aos operadores dos casinos para arranjarem alojamento em Macau para os seus funcionários detentores de “blue card”.

Escolas | Reinício incerto

As escolas de Macau continuam sem data de regresso à actividade. “Só quando a situação for mais estável nas regiões vizinhas, vamos considerar a reabertura das escolas”, afirmou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. Temos de ter em conta a situação epidémica das outras regiões, porque temos cerca de 3000 estudantes que actualmente moram em Zhuhai e que precisam de passar pelas fronteiras diariamente”, acrescentou. Além disso, a secretária considerou não estarem ainda reunidas as condições de reabertura das escolas pelo facto de “numa sala de aula haver sempre uma alta concentração de estudantes” e por actualmente considerar que alguns estudantes que estão noutras cidades da China estão mais seguros em suas casas.

Zhuhai | Mais dois mortos

Subiu para quatro o número de mortos provocados pelo novo tipo de coronavírus na cidade de Zhuhai da província de Guangdong, que faz fronteira com Macau. As duas mortes anteriores ocorreram nos dias 6 e 12 de Fevereiro, respectivamente. No total, Guangdong regista 1.322 casos, o segundo número mais alto entre as 27 províncias e regiões semiautónomas da China continental, mas muito longe da cifra reportada pela província de Hubei, centro do novo coronavírus, designado Covid-19. Em Macau, as autoridades de saúde confirmaram ontem que há 13 dias que não se registam novos casos de infecção. Dos 10 casos da doença no território, cinco pacientes já tiveram alta, estando os restantes cinco em observação e com “sintomas ligeiros”, transmitiu Chang Tam Fei , Coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde S. Januário. Em Macau existem ainda 1363 casos excluídos e nas últimas 24 horas foram analisadas 168 amostras.

Com Lusa

18 Fev 2020

Covid-19 | Casinos reabrem em dia de reforço de medidas nas fronteiras

[dropcap]A[/dropcap] partir da meia-noite de quarta-feira todos os trabalhadores não residentes provenientes da China terão de cumprir uma quarentena obrigatória de 14 dias. Residentes e turistas estão para já isentos. Também nos primeiros instantes do dia 20, os casinos podem voltar a abrir portas
“Temos de garantir a tigela de arroz”, foi desta forma que Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, justificou a reabertura dos casinos anunciada ontem, quando questionado sobre a coerência da medida, divulgada a par com a obrigatoriedade de quarentena para todos os trabalhadores não residentes (TNR) provenientes do Interior da China, que queiram entrar em Macau.
“Nós implementamos políticas, tendo em consideração um ponto de equilíbrio. Temos de contrabalançar políticas, o risco, a segurança e ainda a situação de Macau. Temos 84 mil trabalhadores não residentes ou de Macau que precisam de emprego, de voltar a trabalhar. E, por isso, temos de garantir a tigela de arroz deles.
Temos, ao mesmo tempo, de salvaguardar a sua saúde, permitindo que trabalhem em locais com condições de higiénicas”, argumentou o secretário, por ocasião da conferência de imprensa diária sobra a situação do novo tipo de coronavírus.
Assim, a partir das 00:00 de quinta-feira os casinos vão poder reactivar o seu normal funcionamento, interrompido desde o passado dia 6 de Fevereiro, quando o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, anunciou uma medida excepcional decretada para evitar a propagação do surto do novo tipo de coronavírus. O Chefe do Executivo de Macau determinou agora, por despacho, que “é levantada a medida excepcional a partir das 00:00 de dia 20”, disse o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong.
O responsável explicou ainda que os casinos terão um período de 30 dias a contar a partir de quinta-feira para poderem começar a abrir portas, sendo que, passado o período de transição, todos os casinos terão de estar abertos.
Sobre as condições de reabertura dos casinos, Lei Wai Nong referiu que foram vários os factores ponderados e várias as medidas que terão de ser verificadas, tendo sido sempre colocado em primeiro lugar, a saúde da população e dos milhares de trabalhadores dos estabelecimentos.
“A reabertura dos casinos teve por base uma apreciação muito cautelosa em relação ao risco de transmissibilidade da infecção. Temos critérios para as mesas do jogo, que têm de manter uma distância mínima umas das outras e ainda temos orientações sobre a desinfecção do ambiente, a manutenção da higiene e salubridade do espaço, a obrigatoriedade de utilização de máscaras. Devemos sempre prestar atenção à saúde da população, pois não podemos abrir os casinos sacrificando a sua saúde”, vincou o secretário para a Economia e Finanças.
Sobre os restantes estabelecimentos fechados aquando do decreto especial, o Governo esclareceu que, para já, cinemas, teatros, estabelecimentos de saunas e massagens, bares discotecas e ginásios, entre outros espaços, vão continuar encerrados até ordem em contrário, para prevenir o risco de contágio.
Lei Wai Nong , afirma que vai estar atento à reabertura dos casinos e não descarta a possibilidade de voltar atrás com a medida caso haja algum incidente. “Prometo que vamos monitorizar de perto o grau de risco dos casinos. Se houver algum incidente, poderemos retomar as medidas”, assegurou.

Quarentena para TNR

O Governo anunciou ontem também que todos os TNR que estiveram no Interior da China nas últimas duas semanas, terão de fazer uma quarentena obrigatória de 14 dias antes de poderem entrar no território.
A medida entra também em vigor, a partir das 00:00 de quinta-feira e a imposição de 14 dias de quarentena é tomada porque, apesar das várias medidas já impostas pelo Governo para reduzir o fluxo nas fronteiras, o movimento continua a ser considerável, sendo que, só no domingo, as fronteiras registaram mais de “46 mil entradas e saídas do território”, explicou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. “Neste momento, a situação epidémica está numa situação muito severa”, acrescentou.
No despacho do Chefe do Executivo, divulgado ontem pode ler-se que “todos os titulares do título de identificação de trabalhador não residente que pretendam entrar na RAEM e que nos 14 dias anteriores à sua entrada tenham visitado o Interior da China, necessitam de se sujeitar à observação médica por 14 dias em locais na cidade de Zhuhai indicados pela autoridade sanitária e obter o certificado médico de não infecção”. De referir ainda que “por motivo de interesse público, nomeadamente a prevenção, controlo e tratamento da doença, socorro e emergência”, as autoridades podem dispensar “o cumprimento das medidas”.
O decreto exclui assim, tanto residentes como os turistas que entrem em Macau vindos do Interior da China, da obrigatoriedade de fazer quarentena admitindo, contudo, que tal pode vir a acontecer no futuro, caso a situação epidémica assim o justifique.
“Perante um elevado número de entradas e saídas da população de Macau, temos de acompanhar a situação adoptando as medidas para os residentes de Macau que voltam da China, sendo implementada uma quarentena em casa de 14 dias. Mas só será implementada de acordo com a evolução da epidemia”, explicou Ao Ieong U.
Já se o número de turistas voltar a subir, a secretária admite também que o Governo pode vir a ajustar as medidas de entrada no território. “Não afastamos a possibilidade de apertar as medidas de entrada para os turistas. Por exemplo, as declarações ou as despistagens sobre a possibilidade ou não de ter contraído alguma infecção relacionada com o coronavírus”.
Para já, o que é certo é que os TNR que vêm de Zhuhai terão de cumprir a quarentena na própria cidade chinesa, ficando a reentrada em Macau dependente da apresentação de um certificado médico que comprove a sua não infecção pelo novo tipo de coronavírus. Terminada a quarentena em Zhuhai e obtido o certificado, os trabalhadores são depois transferidos para Macau num veículo dedicado ao seu transporte.
Quanto aos TNR que tenham estado no Interior da China nos últimos 14 dias e cheguem a Macau vindos de outros sítios, como por exemplo o aeroporto de Hong Kong, terão também de “ficar em observação médica, em locais indicados pelas autoridades de Macau” e assumir as respectivas despesas, explicou o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong.
Devido às medidas impostas relativamente aos TNR, o secretário Lei Wai Nong, voltou a apelar aos operadores dos casinos para arranjarem alojamento em Macau para os seus funcionários detentores de “blue card”.

Escolas | Reinício incerto

As escolas de Macau continuam sem data de regresso à actividade. “Só quando a situação for mais estável nas regiões vizinhas, vamos considerar a reabertura das escolas”, afirmou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. Temos de ter em conta a situação epidémica das outras regiões, porque temos cerca de 3000 estudantes que actualmente moram em Zhuhai e que precisam de passar pelas fronteiras diariamente”, acrescentou. Além disso, a secretária considerou não estarem ainda reunidas as condições de reabertura das escolas pelo facto de “numa sala de aula haver sempre uma alta concentração de estudantes” e por actualmente considerar que alguns estudantes que estão noutras cidades da China estão mais seguros em suas casas.

Zhuhai | Mais dois mortos

Subiu para quatro o número de mortos provocados pelo novo tipo de coronavírus na cidade de Zhuhai da província de Guangdong, que faz fronteira com Macau. As duas mortes anteriores ocorreram nos dias 6 e 12 de Fevereiro, respectivamente. No total, Guangdong regista 1.322 casos, o segundo número mais alto entre as 27 províncias e regiões semiautónomas da China continental, mas muito longe da cifra reportada pela província de Hubei, centro do novo coronavírus, designado Covid-19. Em Macau, as autoridades de saúde confirmaram ontem que há 13 dias que não se registam novos casos de infecção. Dos 10 casos da doença no território, cinco pacientes já tiveram alta, estando os restantes cinco em observação e com “sintomas ligeiros”, transmitiu Chang Tam Fei , Coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde S. Januário. Em Macau existem ainda 1363 casos excluídos e nas últimas 24 horas foram analisadas 168 amostras.
Com Lusa

18 Fev 2020

Deputado Sulu Sou pede mais medidas para evitar “esforços em vão”

[dropcap]S[/dropcap]ulu Sou voltou a insistir no reforço das medidas de controlo fronteiriço antes que a situação epidémica se venha a agravar. Com o anúncio do Governo de retomar gradualmente os seviços públicos e, consequentemente, com o aproximar de uma eventual reabertura da actividade dos casinos, o deputado pediu ao Executivo que seja mais pró-activo no reforço das medidas de controlo fronteiriço e nos esforços para alojar no território trabalhadores estrangeiros.

Numa interpelação escrita dirigida ao Governo, Sulu Sou diz mesmo que se não forem tomadas as medidas adequadas antes que a situação piore, “todo o trabalho de prevenção feito até aqui pode ter sido em vão”.

“Se, tal como o secretário para a Economia e Finanças [Lei Wai Nong] disse, e apenas quando a situação epidémica se deteriorar, serão tomadas medidas mais rigorosas em relação aos controlos fronteiriços, esta espera pode tornar-se num arrependimento e, todo o trabalho de sucesso na prevenção epidémica feito até aqui, pode ter sido em vão”, referiu o deputado.

Sulu Sou faz ainda referência ao facto de o perigo de contágio poder vir a aumentar nas próximas semanas com a reabertura dos serviços públicos e o possível regresso à actividade dos casinos a partir do dia 19 de Fevereiro. Lembrando que “basta uma pessoa infectada” entrar para elevar o perigo de contágio e que a população acedeu ao apelo feito pelo Governo de “evitar deslocações desnecessárias”, mesmo sem a aplicação de medidas mais rigorosas nas fronteiras, o deputado afirma ainda que os residentes querem saber se “o alerta para ficar em casa vai ficar activo indefinidamente”.

Apontando que o número de casos confirmados na província de Guangdong é de mais de 1200 e que só na cidade vizinha de Zhuhai já foram confirmados cerca de 100, Sulu Sou dirige-se a Ho Iat Seng, pedindo que o Chefe do Executivo “previna, assim que possível, um surto epidémico em Macau (…) através da aplicação de medidas especiais para impedir temporariamente a entrada de não-residentes (excluindo trabalhadores estrangeiros), provenientes do Interior da China”.

Quarentena obrigatória

Dado que alguns residentes e trabalhadores estrangeiros continuam a ter necessidade de cruzar a fronteira, Sulu Sou questiona o Governo sobre a possibilidade de adoptar medidas de quarentena obrigatória para os que vêm do Interior da China. O deputado espera ainda que o Governo possa “fornecer unidades de habitação e alojar temporariamente funcionários de hotéis e empresas privadas” para reduzir a necessidade de cruzar a fronteira durante a epidemia.

17 Fev 2020

Função Pública | Serviços reabrem gradualmente a partir de hoje

Pode muito bem ser o primeiro sinal de regresso à normalidade em Macau. A partir de hoje, os serviços públicos voltam a abrir portas em regime de serviços mínimos e com medidas de controlo reforçadas. Quem quiser entrar terá de usar máscara e apresentar uma declaração de saúde

 

Com Lusa 

[dropcap]É[/dropcap] o primeiro passo para um regresso tímido a alguma normalidade. Os serviços públicos de Macau reabrem hoje com o objectivo de responder a algumas necessidades da população, depois de terem estado encerrados durante duas semanas, devido ao surto do novo tipo de coronavírus, baptizado de Covid- 19.

Contudo, no anúncio feito na passada sexta-feira pelos Serviços da Administração e Função Pública (SAFP), o Governo assegurou que apenas serão prestados serviços mínimos e básicos, sendo que o regresso ao trabalho da função pública vai ser alvo de muitas restrições para reduzir o risco de contágio do novo tipo de coronavírus.

Além do uso de máscara e de serem sujeitos a monitorização da temperatura corporal, vai ser exigido a quem recorrer aos serviços públicos, uma declaração de saúde electrónica que comprove que a pessoa não tem febre ou tosse. Caso contrário, as pessoas serão barradas à entrada.

A declaração não é um atestado médico, mas o mesmo documento que tem sido utilizado nos postos fronteiriços para entrar em Macau, sendo voluntário e passível de ser preenchido online através de um portal denominado “Sistema electrónico para Declaração de Saúde”. A declaração pode ser preenchida e apresentada no telemóvel, tendo apenas de ser feita no próprio dia pelo visitante.

Através de um comunicado oficial, o Governo alerta ainda que, apesar do regresso ao trabalho, “os serviços públicos irão reduzir (…) o número de balcões de atendimento e de pessoal”, apelando ao máximo para que os interessados contactem previamente os serviços, efectuem marcações prévias ou que evitem para já estes locais, se tal for possível. “As deslocações, durante este período, aos serviços públicos para tratamento de formalidades não urgentes ou desnecessárias devem ser evitadas”, pode ler-se na nota oficial.

Sobre o número de trabalhadores da Administração Pública que reiniciam hoje funções, o director dos SAFP, Kou Peng Kuan, não adiantou, segundo informações da TDM Rádio Macau, qualquer estimativa, tendo partilhado apenas que a decisão deve ser tomada de acordo com as necessidades de cada departamento.

Quando questionado se os funcionários públicos que vivem em Zhuhai também regressariam hoje ao trabalho, o responsável não negou essa eventualidade, afirmando, no entanto, que “não é aconselhável estarem na linha da frente”. “Vamos tentar evitar a prestação dos serviços desses trabalhadores que vivem em Zhuhai, para poder reduzir o risco de contacto com o público e outros trabalhadores”, disse o responsável de acordo com a mesma fonte.

Casinos na mira

A medida que obriga o público a preencher uma declaração de saúde deverá ser estendida ao sector privado, pelo menos foi isso que defendeu na passada sexta-feira, Leong Iek Hou, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. De acordo com a mesma fonte, o responsável afirmou que os Serviços de Saúde (SS) já se encontram a desenvolver uma aplicação “que também pode vir a ser utilizada por empresas”.

Leong Iek Hou sugeriu mesmo que a medida seja aplicada a bancos, espaços nocturnos e casinos, quando estes reabrirem. Recorde-se que a abertura gradual dos serviços públicos acontece na mesma semana em que terminam os 15 dias decretados pelo Chefe do Executivo para o encerramento dos casinos. “Para os casinos sugerimos uma redução do número de trabalhadores em 50 por cento para evitar a concentração de pessoas”, afirmou Leong Iek Hou, de acordo com informações da TDM Rádio Macau.

Sobre a possível reabertura dos casinos terminado o prazo de encerramento decretado pelo Governo, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong referiu na passada quinta-feira que a decisão ainda não está tomada. “A suspensão terminará no dia 19 de Fevereiro, mas será prolongada ou não dependendo da decisão administrativa e também da avaliação do risco. Só se avaliarmos a situação como segura é que vamos abrir os estabelecimentos. Temos estado em comunicação estreita com as concessionárias e respectivas entidades.”

 

Sete serviços públicos abrem portas

Ao todo são sete os serviços públicos que irão prestar serviços essenciais a partir de hoje. Assim, no seguimento do anúncio feito pelo Governo é aconselhável que aqueles que tiverem de tratar de assuntos essenciais ou urgentes optem por efectuar marcações prévias através do telefone ou online:

Instituto para os Assuntos Municipais (IAM)

Direcção dos Serviços de Identificação (DSI)

Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ)

Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP)

Fundo de Pensões (FP)

Imprensa Oficial (IO)

Centro de Formação Jurídica e Judiciária

 

Sete mil já assinaram

Cerca de 7 mil residentes já assinaram entre as 09h00 e as 15h00 de ontem a declaração de saúde que permite a entradas nos serviços públicos, que voltam a reabrir esta manhã. Sem assinarem este documento de forma electrónica, as pessoas podem ser barradas à entrada. “A reacção das pessoas à medida é muita positiva. É uma declaração para todos os cidadãos e que até pode ser implementada para os hotéis e outros espaços”, afirmou ontem Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. Em relação ao facto de os funcionários dos serviços públicos terem de assinar a declaração, Leong afastou esse cenário e atirou a decisão para os directores e superiores de cada serviço.

17 Fev 2020

Função Pública | Serviços reabrem gradualmente a partir de hoje

Pode muito bem ser o primeiro sinal de regresso à normalidade em Macau. A partir de hoje, os serviços públicos voltam a abrir portas em regime de serviços mínimos e com medidas de controlo reforçadas. Quem quiser entrar terá de usar máscara e apresentar uma declaração de saúde

 
Com Lusa 
[dropcap]É[/dropcap] o primeiro passo para um regresso tímido a alguma normalidade. Os serviços públicos de Macau reabrem hoje com o objectivo de responder a algumas necessidades da população, depois de terem estado encerrados durante duas semanas, devido ao surto do novo tipo de coronavírus, baptizado de Covid- 19.
Contudo, no anúncio feito na passada sexta-feira pelos Serviços da Administração e Função Pública (SAFP), o Governo assegurou que apenas serão prestados serviços mínimos e básicos, sendo que o regresso ao trabalho da função pública vai ser alvo de muitas restrições para reduzir o risco de contágio do novo tipo de coronavírus.
Além do uso de máscara e de serem sujeitos a monitorização da temperatura corporal, vai ser exigido a quem recorrer aos serviços públicos, uma declaração de saúde electrónica que comprove que a pessoa não tem febre ou tosse. Caso contrário, as pessoas serão barradas à entrada.
A declaração não é um atestado médico, mas o mesmo documento que tem sido utilizado nos postos fronteiriços para entrar em Macau, sendo voluntário e passível de ser preenchido online através de um portal denominado “Sistema electrónico para Declaração de Saúde”. A declaração pode ser preenchida e apresentada no telemóvel, tendo apenas de ser feita no próprio dia pelo visitante.
Através de um comunicado oficial, o Governo alerta ainda que, apesar do regresso ao trabalho, “os serviços públicos irão reduzir (…) o número de balcões de atendimento e de pessoal”, apelando ao máximo para que os interessados contactem previamente os serviços, efectuem marcações prévias ou que evitem para já estes locais, se tal for possível. “As deslocações, durante este período, aos serviços públicos para tratamento de formalidades não urgentes ou desnecessárias devem ser evitadas”, pode ler-se na nota oficial.
Sobre o número de trabalhadores da Administração Pública que reiniciam hoje funções, o director dos SAFP, Kou Peng Kuan, não adiantou, segundo informações da TDM Rádio Macau, qualquer estimativa, tendo partilhado apenas que a decisão deve ser tomada de acordo com as necessidades de cada departamento.
Quando questionado se os funcionários públicos que vivem em Zhuhai também regressariam hoje ao trabalho, o responsável não negou essa eventualidade, afirmando, no entanto, que “não é aconselhável estarem na linha da frente”. “Vamos tentar evitar a prestação dos serviços desses trabalhadores que vivem em Zhuhai, para poder reduzir o risco de contacto com o público e outros trabalhadores”, disse o responsável de acordo com a mesma fonte.

Casinos na mira

A medida que obriga o público a preencher uma declaração de saúde deverá ser estendida ao sector privado, pelo menos foi isso que defendeu na passada sexta-feira, Leong Iek Hou, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. De acordo com a mesma fonte, o responsável afirmou que os Serviços de Saúde (SS) já se encontram a desenvolver uma aplicação “que também pode vir a ser utilizada por empresas”.
Leong Iek Hou sugeriu mesmo que a medida seja aplicada a bancos, espaços nocturnos e casinos, quando estes reabrirem. Recorde-se que a abertura gradual dos serviços públicos acontece na mesma semana em que terminam os 15 dias decretados pelo Chefe do Executivo para o encerramento dos casinos. “Para os casinos sugerimos uma redução do número de trabalhadores em 50 por cento para evitar a concentração de pessoas”, afirmou Leong Iek Hou, de acordo com informações da TDM Rádio Macau.
Sobre a possível reabertura dos casinos terminado o prazo de encerramento decretado pelo Governo, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong referiu na passada quinta-feira que a decisão ainda não está tomada. “A suspensão terminará no dia 19 de Fevereiro, mas será prolongada ou não dependendo da decisão administrativa e também da avaliação do risco. Só se avaliarmos a situação como segura é que vamos abrir os estabelecimentos. Temos estado em comunicação estreita com as concessionárias e respectivas entidades.”
 

Sete serviços públicos abrem portas

Ao todo são sete os serviços públicos que irão prestar serviços essenciais a partir de hoje. Assim, no seguimento do anúncio feito pelo Governo é aconselhável que aqueles que tiverem de tratar de assuntos essenciais ou urgentes optem por efectuar marcações prévias através do telefone ou online:
Instituto para os Assuntos Municipais (IAM)
Direcção dos Serviços de Identificação (DSI)
Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ)
Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP)
Fundo de Pensões (FP)
Imprensa Oficial (IO)
Centro de Formação Jurídica e Judiciária
 

Sete mil já assinaram

Cerca de 7 mil residentes já assinaram entre as 09h00 e as 15h00 de ontem a declaração de saúde que permite a entradas nos serviços públicos, que voltam a reabrir esta manhã. Sem assinarem este documento de forma electrónica, as pessoas podem ser barradas à entrada. “A reacção das pessoas à medida é muita positiva. É uma declaração para todos os cidadãos e que até pode ser implementada para os hotéis e outros espaços”, afirmou ontem Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. Em relação ao facto de os funcionários dos serviços públicos terem de assinar a declaração, Leong afastou esse cenário e atirou a decisão para os directores e superiores de cada serviço.

17 Fev 2020

Epidemia | Loja de artigos coreanos passou a vender máscaras

Uma loja de artigos coreanos tirou o que tinha nas prateleiras e passou exclusivamente a vender máscaras “Made in Korea” equivalentes às do tipo N95 ou superior. Segundo os responsáveis e as próprias autoridades coreanas, as máscaras cirúrgicas não oferecem a protecção necessária contra a transmissão do novo tipo de coronavírus

[dropcap]T[/dropcap]irámos tudo o que estava aqui e começámos a vender máscaras fabricadas na Coreia. Normalmente temos muitos artigos nas prateleiras como ambientadores, velas e malas, mas achámos que, neste momento, importante era ajudar a população de Macau”. As palavras são de Nancy Lee, funcionária da David´s Selection, uma pequena loja de artigos sul-coreanos situada na Calçada de Santo Agostinho.

Na vitrine, avisos afixados em folhas amarelas e vermelhas para chamar a atenção de quem passa. Entre recomendações impossíveis de compreender e máscaras cirúrgicas rasuradas com cruzes vermelhas, surge a mensagem “Don´t waste your money! This is for dust and common flu, not coronavirus”. No interior alguns clientes curiosos pegam em embalagens que descansam agora, onde há semanas atrás estava exposta uma distinta panóplia de fragrâncias e outros artigos para o lar. “A maior parte das pessoas que entra está só curiosa e acaba por não comprar porque desconhece e considera o preço caro”, partilhou com o HM a funcionária da loja. “Sinto-me preocupada e triste, porque os residentes de Macau não estão conscientes das vantagens da utilização de máscaras do tipo KF94. As únicas máscaras que conhecem são as máscaras cirúrgicas, acreditando que são capazes de os proteger completamente em todas as situações”, rematou.

Detalhando um pouco, “KF” é a abreviatura para “Korean Filter” (filtro coreano), sendo o número que é indicado de seguida (KF94, KF99, por exemplo) diz respeito à percentagem de pequenas partículas que determinado modelo é capaz de bloquear. Os modelos KF94 são o equivalente coreano das máscaras comumente vendidas de protecção reforçada do tipo N95, que geram normalmente maior desconforto na respiração do utilizador pelo facto de praticamente não terem aberturas para o exterior, gerando maior calor.

Na Coreia do Sul, e segundo informações do The Korea Herald, jornal em língua inglesa daquele país, as autoridades de saúde emitiram inclusivamente um comunicado onde aconselham a população a “usar sempre máscaras com uma capacidade de filtragem KF94 ou superior”.

De papel?

Sobre as máscaras cirúrgicas, as mesmas que estão a ser vendidas através do plano de fornecimento do Governo de Macau, Nancy Lee disse ao HM que são uma protecção adequada apenas para partículas de tamanho considerável e que, por permitirem ter muitos espaços abertos junto ao nariz e boca, oferecem uma protecção reduzida contra o contágio de infecções como o novo tipo de coronavírus. Os receios da funcionária são corroborados por um especialista citado no sábado passado pelo Business Insider, apontando que as máscaras cirúrgicas são aconselháveis apenas para impedir quem já está doente de passar a infecção para outras pessoas.

“Pequenas partículas infecciosas não conseguem ser filtradas pelas máscaras cirúrgicas”, defendeu Hyo-Jick Choi, professor assistente de Engenharia Química e dos Materiais da Universidade de Alberta, nos Estados Unidos. “Simultâneamente (…) as máscaras cirúrgicas não possuem a função de eliminar o vírus, por isso, se as partículas concentradas na sua superfície estiverem infectadas, conseguem lá sobreviver algumas horas ou até mesmo uma semana”, explicou o especialista àquela publicação.

Entretanto, enquanto mais um residente de Macau sai pelas portas do estabelecimento de mãos a abanar, Nancy Lee partilha que o problema do fornecimento de máscaras é tão grande que na Coreia do Sul o tipo de máscaras que está a vender em Macau já está esgotado. A sul-coreana que vive em Macau há mais de 10 anos acredita que a pequena empresa que tem mais dois estabelecimentos, “está a dar o seu melhor para ajudar a população”, até porque, ao contrário daquilo que está a acontecer no seu país natal, os preços não estão a ser inflaccionados.

“Na Coreia é impossível encontrar estas máscaras porque estão esgotadas em todo o lado e, mesmo que estejam à venda, iriam custar qualquer coisa como 40 patacas cada. Aqui estamos a vendê-las por 30 patacas. Ofercemos por isso um preço mais baixo, com pouca margem para ajudarmos as pessoas de Macau”, apontou Nancy Lee. “O Governo da Coreia já proibiu a exportação deste tipo de máscaras por isso deverão acabar em breve”, acrescentou.

Em Macau já foram vendidas 10 milhões de máscaras cirúrgicas ao fim das duas rondas de fornecimento, ou seja, metade da encomenda total feita pelo Governo de 20 milhões de unidades, confirmaram esta semana os Serviços de Saúde de Macau.

14 Fev 2020

Epidemia | Loja de artigos coreanos passou a vender máscaras

Uma loja de artigos coreanos tirou o que tinha nas prateleiras e passou exclusivamente a vender máscaras “Made in Korea” equivalentes às do tipo N95 ou superior. Segundo os responsáveis e as próprias autoridades coreanas, as máscaras cirúrgicas não oferecem a protecção necessária contra a transmissão do novo tipo de coronavírus

[dropcap]T[/dropcap]irámos tudo o que estava aqui e começámos a vender máscaras fabricadas na Coreia. Normalmente temos muitos artigos nas prateleiras como ambientadores, velas e malas, mas achámos que, neste momento, importante era ajudar a população de Macau”. As palavras são de Nancy Lee, funcionária da David´s Selection, uma pequena loja de artigos sul-coreanos situada na Calçada de Santo Agostinho.
Na vitrine, avisos afixados em folhas amarelas e vermelhas para chamar a atenção de quem passa. Entre recomendações impossíveis de compreender e máscaras cirúrgicas rasuradas com cruzes vermelhas, surge a mensagem “Don´t waste your money! This is for dust and common flu, not coronavirus”. No interior alguns clientes curiosos pegam em embalagens que descansam agora, onde há semanas atrás estava exposta uma distinta panóplia de fragrâncias e outros artigos para o lar. “A maior parte das pessoas que entra está só curiosa e acaba por não comprar porque desconhece e considera o preço caro”, partilhou com o HM a funcionária da loja. “Sinto-me preocupada e triste, porque os residentes de Macau não estão conscientes das vantagens da utilização de máscaras do tipo KF94. As únicas máscaras que conhecem são as máscaras cirúrgicas, acreditando que são capazes de os proteger completamente em todas as situações”, rematou.
Detalhando um pouco, “KF” é a abreviatura para “Korean Filter” (filtro coreano), sendo o número que é indicado de seguida (KF94, KF99, por exemplo) diz respeito à percentagem de pequenas partículas que determinado modelo é capaz de bloquear. Os modelos KF94 são o equivalente coreano das máscaras comumente vendidas de protecção reforçada do tipo N95, que geram normalmente maior desconforto na respiração do utilizador pelo facto de praticamente não terem aberturas para o exterior, gerando maior calor.
Na Coreia do Sul, e segundo informações do The Korea Herald, jornal em língua inglesa daquele país, as autoridades de saúde emitiram inclusivamente um comunicado onde aconselham a população a “usar sempre máscaras com uma capacidade de filtragem KF94 ou superior”.

De papel?

Sobre as máscaras cirúrgicas, as mesmas que estão a ser vendidas através do plano de fornecimento do Governo de Macau, Nancy Lee disse ao HM que são uma protecção adequada apenas para partículas de tamanho considerável e que, por permitirem ter muitos espaços abertos junto ao nariz e boca, oferecem uma protecção reduzida contra o contágio de infecções como o novo tipo de coronavírus. Os receios da funcionária são corroborados por um especialista citado no sábado passado pelo Business Insider, apontando que as máscaras cirúrgicas são aconselháveis apenas para impedir quem já está doente de passar a infecção para outras pessoas.
“Pequenas partículas infecciosas não conseguem ser filtradas pelas máscaras cirúrgicas”, defendeu Hyo-Jick Choi, professor assistente de Engenharia Química e dos Materiais da Universidade de Alberta, nos Estados Unidos. “Simultâneamente (…) as máscaras cirúrgicas não possuem a função de eliminar o vírus, por isso, se as partículas concentradas na sua superfície estiverem infectadas, conseguem lá sobreviver algumas horas ou até mesmo uma semana”, explicou o especialista àquela publicação.
Entretanto, enquanto mais um residente de Macau sai pelas portas do estabelecimento de mãos a abanar, Nancy Lee partilha que o problema do fornecimento de máscaras é tão grande que na Coreia do Sul o tipo de máscaras que está a vender em Macau já está esgotado. A sul-coreana que vive em Macau há mais de 10 anos acredita que a pequena empresa que tem mais dois estabelecimentos, “está a dar o seu melhor para ajudar a população”, até porque, ao contrário daquilo que está a acontecer no seu país natal, os preços não estão a ser inflaccionados.
“Na Coreia é impossível encontrar estas máscaras porque estão esgotadas em todo o lado e, mesmo que estejam à venda, iriam custar qualquer coisa como 40 patacas cada. Aqui estamos a vendê-las por 30 patacas. Ofercemos por isso um preço mais baixo, com pouca margem para ajudarmos as pessoas de Macau”, apontou Nancy Lee. “O Governo da Coreia já proibiu a exportação deste tipo de máscaras por isso deverão acabar em breve”, acrescentou.
Em Macau já foram vendidas 10 milhões de máscaras cirúrgicas ao fim das duas rondas de fornecimento, ou seja, metade da encomenda total feita pelo Governo de 20 milhões de unidades, confirmaram esta semana os Serviços de Saúde de Macau.

14 Fev 2020

Natural de Wuhan saiu do hospital e pagou 52 mil patacas a pronto

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde anunciaram ontem a alta de mais uma paciente que tinha sido identificada, anteriormente, como o terceiro caso de infecção em Macau. Trata-se de uma mulher com 57 anos, natural de Wuhan, que chegou à RAEM, a 23 de Janeiro, através do Terminal Marítimo.

“A mulher pagou a taxa de tratamento médico que foram 52 mil patacas. Entre os 10 casos confirmados registamos temos três curados, o que significa que ainda temos sete casos ligeiros”, afirmou ontem Lei Wai Seng, responsável pela urgência do Centro Hospitalar Conde São Januário. “A paciente teve alta por volta das 16h00 de hoje [ontem]”, complementou.

A mulher tinha chegado a Macau na manhã de 23 de Janeiro, uma hora antes de Wuhan ter sido “fechada” devido à transmissão do coronavírus. Assim que entrou na RAEM apanhou imediatamente um táxi para o Hospital Kiang Wu, por sentir “tonturas”. Devido aos sintomas apresentados e à sua origem foi depois levada para o CHCSJ.

Ontem, Lei Wai Seng recordou que o primeiro exame a esta mulher teve um resultado negativo. Porém, 48 horas depois, o resultado acabou mesmo por ser positivo. “A paciente recebeu um tratamento com a duração de 17 dias, sendo necessário utilizar esteróides e ainda recorrer à máquina de auxílio à respiração”, afirmou o médico sobre o tratamento. “A situação foi registada com melhorias e de acordo com o segundo Raio-X realizado não detectámos sintomas da doença nem indícios, pelo que foi decidido que podia ter alta”, foi acrescentado.

Após ser anunciada esta alta, o director do Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, admitiu que os resultados “estão a ser muito bons”, o que pode gerar desconfiança. Porém, recusou a ideia de haver informação escondida.

Três curas

Até ao momento todas as pessoas que tiveram alta são naturais de Wuhan. No entanto, a mulher que teve alta foi a única até ao momento que efectuou ao pagamento das despesas no Centro Hospitalar Conde São Januário.

Nos outros casos, uma empresária de 52 anos teve alta, mas terá recusado assinar um documento a reconhecer que ficava a dever 34 mil patacas ao hospital público. Esta foi a primeira alta e aconteceu no dia 6 de Fevereiro.

A situação causou polémica, uma vez que a mulher foi fotografada pelos Serviços de Saúde com uma mala com um valor superior a 20 mil patacas. A mulher fez um pedido para ficar isenta da conta hospitalar.

No segundo caso tratado, uma jovem de 21 anos teve alta na quarta-feira depois de 16 dias de tratamento, que corresponderam a uma factura de 25 mil patacas. A mulher pediu isenção, mas comprometeu-se a pagar no prazo de um mês, caso este seja recusado.

14 Fev 2020