Novo Bairro | Primeiro dia de inscrições leva residentes a Hengqin

No primeiro dia de inscrições para comprar um apartamento no Novo Bairro de Macau formaram-se filas de interessados no escritório em Hengqin onde os imóveis são vendidos. Além de pessoas que demonstraram apoio às políticas do Governo, houve quem louvasse a abundância de espaço no bairro. Até às 15h foram recebidas mais de 500 candidaturas

 

Arrancaram ontem as inscrições para quem quer comprar um dos cerca de 4.000 apartamentos à venda no Novo Bairro de Macau, na Ilha da Montanha. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, antes do início do horário de expediente do escritório em Hengqin, 09h, já se formavam filas de interessados.

O senhor Chan foi o primeiro a ser atendido no escritório, declarando à emissora pública ter marcado o lugar desde as 21h de segunda-feira. “Porque vim para a fila tão cedo? Porque queria mostrar o meu apoio às políticas do Governo de Macau e também porque temi que a procura fosse de tal ordem que poderia esgotar o tipo de apartamento que quero”, afirmou.

Outro residente, de apelido Lam, que se juntou à fila às 07h30, trouxe consigo uma cadeira desdobrável para esperar confortavelmente a abertura do escritório. A razão pela qual chegou cedo a Hengqin foi semelhante ao fundador da fila de interessados. “Quero escolher aquele que penso ser o apartamento ideal para mim, um T2 no piso mais elevado, acho que o preço é razoável”, afirmou ao canal chinês da Rádio Macau.

No entanto, a vontade do residente não foi concretizada. “Na primeira fase, queremos vender 800 fracções que ficam nos andares mais baixos, mas se a procura exceder as nossas expectativas, podemos colocar à venda entre 900 e 1000 fracções”, afirmou ontem Peter Lam, que preside ao Conselho de Administração da Macau Renovação Urbana, responsável pelo projecto. Sem revelar quantos apartamentos foram vendidos, Peter Lam limitou-se a dizer que o número de “vendas foi ideal”.

Porém, em comunicado, a empresa afirmou que entre as 09h e as 15h de ontem foram recebidas mais de 500 candidaturas à compra de apartamentos. Este procedimento é inicial, para ver se o comprador cumpre os requisitos obrigatórios para poder comprar casa no Novo Bairro de Macau. Só após esse passo, preenchido mais um formulário e entregue 100 mil yuans de depósito inicial, é possível escolher a fracção desejada.

Em todo lado

Para já, os 800 apartamentos colocados à venda do Novo Bairro de Macau podem ser comprados através de cinco agências imobiliárias, mas os residentes podem comprar directamente o imóvel através da Macau Renovação Urbana. Porém, esta alternativa impõe mais tempo de espera.

Ontem de manhã, o escritório do Novo Bairro de Macau na RAEM também recebeu residentes interessados, alguns que foram ao engano a pensar que poderiam submeter o depósito para compra, apesar do escritório apenas aceitar candidaturas e ajudar nos procedimentos iniciais.

Um residente, de apelido Ho, revelou estar interessado no Novo Bairro de Macau devido à baixa densidade populacional em comparação com Macau. “Há cerca de dois anos que arrendo uma casa em Hengqin, porque gosto do ambiente espaçoso”, afirmou.

O preço dos apartamentos com duas assoalhadas, e área de 88 metros quadrados, custa entre 2,41 milhões e 2,63 milhões de yuan. Já os apartamentos com três quartos e cerca de 118 metros quadrados de área têm preços entre 3,53 milhões e 3,71 milhões de yuans.

29 Nov 2023

RAEM, 25anos | Reforço da vigilância para aniversário e eleições

As autoridades policiais de Macau prometem montar um grande aparato de vigilância e combate ao terrorismo no próximo ano, devido às celebrações do 75.º aniversário do país, 25º aniversário da RAEM e eleições para o Chefe do Executivo. O objectivo é garantir a segurança contra o terrorismo e conspirações estrangeiras

 

Macau vai estar em alerta máximo em 2024, indicaram ontem chefias das autoridades de segurança, para garantir tranquilidade durante as celebrações do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China e do 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM, assim como durante as eleições para o Chefe de Executivo.

A antevisão foi feita ontem por uma delegação que incluiu dirigentes da Polícia Judiciária (PJ), Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Serviços de Polícia Unitários e Serviços de Alfândega, durante o programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau.

O subdirector da PJ, Sou Sio Keong, indicou que será essencial reforçar os trabalhos de vigilância e recolha de informações para poder responder a riscos para a segurança nacional e tentativas de actos terroristas.

“A PJ vai adoptar estratégias para assegurar a segurança nacional e a estabilidade social de Macau. Vamos reforçar a vigilância e a recolha de informações, manter uma avaliação contínua dos riscos e ampliar os trabalhos de combate ao terrorismo”, indicou o responsável.

O subdirector da PJ revelou ainda que será intensificado o trabalho para prevenir interferências externas. “Vamos também reforçar os trabalhos para prevenir que conspirações de forças estrangeiras influenciem a governação e as eleições para Chefe do Executivo, difamem a prática do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e manchem as celebrações do retorno de Macau à pátria”, acrescentou.

Cerrar fileiras

O segundo-comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Leong Heng Hong, também indicou que a força de segurança que dirige irá aplicar todos os esforços para que os grandes eventos do próximo ano, também no aperto da vigilância, análise de informação e reforço da cooperação interdepartamental.

“Prevemos que será necessário colocar um grande número de agentes policiais para manter a segurança durante estes grandes eventos. Por isso, o CPSP vamos continuar a apostar na formação, para melhorar as capacidades e conhecimentos profissionais dos agentes,” apresentou.

Também os crimes mais frequentes nas estatísticas das autoridades vão estar sob escrutínio. “A PJ vai reforçar a cooperação com as autoridades policiais das zonas vizinhas, para prevenir os crimes transfronteiriços e a criminalidade organizada, bem como os crimes relacionados com jogo, sobretudo do câmbio ilegal,” indicou Sou Sio Keong.

28 Nov 2023

Economia | Deputados preocupados com desemprego jovem

O desemprego jovem aumentou mais de 40 por cento desde o início da pandemia, situação que preocupa os deputados mais novos. Ron Lam acha que as políticas de emprego não são eficazes para jovens com boas habilitações académicas, enquanto Nick Lei e Song Pek Kei pedem a substituição de TNR mais novos com elevadas qualificações

 

A taxa de desemprego de jovens entre os 16 e os 34 anos aumentou cerca de 41 por cento desde o início da pandemia. Segundo os dados revelados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (ver texto secundário), o número de desempregados entre Agosto de Outubro foi de 9.100, com o maior grupo etário desta categoria a ter idades entre 25 e 34 anos, com quase um terço do total.

Importa frisar que este número total de desempregados representa um aumento de cerca de 2.400 pessoas face ao mesmo período de 2019.

Outro factor estatístico que importa destacar, é que quase metade dos desempregados em Macau tem habilitações académicas ao nível do ensino superior. Face às estatísticas apresentadas pelas autoridades, os deputados mais novos da Assembleia Legislativa pediram a implementação de políticas de apoio ao emprego que favoreçam os mais novos.

Ron Lam foi um dos legisladores que criticou a falta de eficácia das políticas de apoio ao emprego em relação a jovens com habilitações académicas do ensino superior.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado começou por referir que o número de desempregados com habilitações universitárias cresceu cerca de 25 por cento em relação ao fim de 2019 e triplicou desde 2013. O legislador entende que os números reflectem uma mudança do mercado de trabalho e do ambiente socioeconómico de Macau, com os empregadores a recrutarem cada vez menos jovens licenciados. Outra conclusão que Ron Lam retirou das estatísticas, prende-se com a reduzida eficácia da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais em ajudar jovens com educação superior.

Lugares comuns

Por seu turno, o deputado Nick Lei destacou também a necessidade de rever as políticas de apoio ao emprego de jovens com cursos do ensino superior. Nesse sentido, o legislador ligado à comunidade de Fujian sugeriu que o Governo faça um levantamento das vagas de emprego ocupadas por trabalhadores não-residentes (TNR), com idades entre 25 e 34 anos e elevadas habilitações académicas. O objectivo é substituir estes profissionais TNR por jovens residentes.

Nick Lei realçou ainda, em declarações ao Ou Mun, que no passado a larga maioria dos desempregados eram indivíduos de meia-idade.

A deputada e colega de bancada Song Pek Kei concorda com a substituição de jovens TNR qualificados e destacou ainda que as estatísticas do desemprego jovem são ainda mais graves por considerar que muitos já baixaram as exigências para encontrar trabalho, sem sucesso. “O que vão pensar os pais destes jovens, que trabalharam arduamente para que os seus filhos tivessem qualificações superiores, e que agora não conseguem encontrar trabalho? Toda a família será afectada por esta questão”, apontou Song Pek Kei.

27 Nov 2023

Justiça | Kong Chi quis ver processos que não lhe pertenciam

Na sessão do julgamento de ontem que coloca Kong Chi, procurador-adjunto do Ministério Público, no banco dos réus, três testemunhas confirmaram que este lhes pediu para consultar processos que não estavam sob a sua alçada. No período da manhã a sessão ficou parada meia hora para se verificar a veracidade dos documentos

 

Três delegados do Ministério Público (MP) confirmaram ontem em tribunal que o arguido Kong Chi, procurador-adjunto do MP, lhes pediu para consultar processos que não estavam sob sua responsabilidade. Segundo a TDM Rádio Macau, uma das magistradas recusou o pedido de Kong Chi, mas como este foi insistente, acabou por ter acesso ao processo em causa. Estas foram as primeiras testemunhas a corroborar a acusação de Kong Chi.

Uma das testemunhas ouvidas foi o procurador do MP Wu Hio que, segundo o canal chinês da Rádio Macau, foi questionado sobre um caso em que Kong Chi lhe pediu informações relevantes em quatro ocasiões diferentes.

A testemunha disse que Kong Chi era seu superior hierárquico e que já se conheciam há muitos anos, sendo que, quando foi questionado, não teve em conta as razões que levaram Kong Chi a pedir o processo emprestado.

Wu Hio explicou que, nos termos da legislação em vigor, o MP deve dar instruções sobre a apresentação dos processos, sendo que o MP, não fazendo mediação jurídica, só notifica os suspeitos se a vítima do caso manifestar o desejo de o resolver mais rapidamente. Wu Hio respondeu ainda a perguntas sobre o mecanismo de controlo interno do MP.

Kong Chi está formalmente acusado da prática dos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, violação de segredo de justiça e prevaricação.

Numa anterior sessão do julgamento, que decorre no Tribunal de Segunda Instância (TSI), Kong Chi disse pensar que poderia consultar os processos, sendo suspeito de eliminar provas ou objectos mais susceptíveis associados aos casos que poderiam incriminar os suspeitos da prática do crime a troco de dinheiro.

Documentos em análise

No período da manhã a sessão de julgamento ficou marcada por uma breve paragem de meia hora, por ter sido questionada a veracidade da documentação relacionada com o processo pelo próprio presidente do TSI, Tong Hio Fong. Foi ordenada a saída de todos os presentes da sala para verificar a autenticidade dos documentos, tendo o juiz anunciado posteriormente que a Polícia Judiciária (PJ) vai efectuar perícias para confirmar a veracidade dos mesmos e das respectivas assinaturas.

Na mesma sessão, Tong Hio Fong perguntou a Kong Chi e aos restantes três arguidos quais os seus rendimentos mensais, habilitações académicas e situação familiar.

Kong Chi adiantou que ganha 170 mil patacas por mês, e afirmou que o seu irmão mais velho estava viciado em jogo e faliu, necessitando de ser protegido e mantido por si.

O quarto arguido, Kuan Hoi Lon, foi ainda confrontado com perguntas sobre a sociedade de advogados que manteve com a segunda arguida, Chio Sao Ieng. Kuan Hoi Lon respondeu que a arguida era uma espécie de solicitadora, tendo como responsabilidade contactar clientes e procurar casos. Por vezes, adiantou o arguido, Chio Sao Ieng, comunicava com o colega no sentido de perceber se ele poderia defender os casos.

Kuan Hoi Lon adiantou também que os casos sob alçada de Chio Sao Ieng representavam apenas 20 a 30 por cento de todo o trabalho jurídico desenvolvido pelo escritório, focado, na maioria, em processos das áreas civil e criminal. O arguido acabou por revelar que dissolveu a sociedade com Chio Sao Ieng devido à distribuição “injusta” da remuneração pelos processos jurídicos.

31 Out 2023

Creches | Secretária admite falta de formação após morte de bebé

Elsie Ao Ieong U admite que é preciso melhorar a formação do pessoal que trabalha nas creches do território na sequência da trágica morte de uma bebé de quatro meses. O Instituto de Acção Social está a cooperar com a polícia na investigação do caso. Os pais da bebé pedem justiça

 

“Ficámos chocados e muito tristes com o acidente na creche. Queria aproveitar esta oportunidade para enviar as minhas condolências aos pais da bebé”, afirmou ontem a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, em reacção à morte de uma bebé de quatro meses numa creche na Taipa.

A secretária indicou que o Instituto de Acção Social (IAS) está a cooperar com a polícia na investigação ao caso que ocorreu a 19 de Outubro, na creche de Fong Chong da Taipa, subordinada à Associação de Moradores.

Não focando o caso concreto, porque a investigação ainda está em curso, Elsie Ao Ieong U admitiu que o Governo tem de melhorar aspectos ligados à formação especializada dos trabalhadores das creches. “A formação é uma área que precisa ser melhorada. Depois da investigação policial a este caso concreto, vamos avaliar quais as áreas de formação profissional em que existem lacunas”, indicou a secretária, citada pelo canal chinês da Rádio Macau.

A responsável referiu ainda que a morte da bebé serviu de alerta às autoridades para a necessidade de manter a fiscalização e comunicação estreita com as creches e verificar o cumprimento efectivo das instruções do IAS. Aliás, um dos aspectos a investigar é se a creche gerida pelos Moradores cumpriu as instruções do Governo.

Agonia total

Sem se alongar muito sobre o assunto, Elsie Ao Ieong U sublinhou que o IAS está pronto para dar assistência aos pais enlutados.

Na sexta-feira, Betsy Lai, a mãe da criança, publicou no Facebook uma mensagem emocionada dirigida à bebé. Depois de descrever a agonia porque passou desde que recebeu a chamada a informar que a filha não tinha pulso e estava em paragem respiratória, a mãe pediu justiça. “Espero que sejam apuradas provas suficientes para demonstrar que houve negligência na creche, e que sejam aplicadas as merecidas penalizações de acordo com a lei. Por favor, não deixem este caso cair em esquecimento, sem que nada aconteça, sem que se faça justiça”, desabafou, apelando à partilha da publicação.

Segundo a Polícia Judiciária, por volta das 14h30 de 19 de Outubro, os funcionários da creche encontraram a bebé, após a sesta, com a cara arroxeada e sem sinais vitais. Enquanto foram administrados os primeiros socorros, foi chamada uma ambulância que transportou a criança ao Hospital Conde de São Januário onde já chegou sem vida.

A investigação preliminar das autoridades policiais não encontrou indícios de crime ou agressões físicas, mas foram realizados exames para apurar as causas da morte.

31 Out 2023

Hengqin | Autoridades desconhecem alargamento da política de circulação

Os Serviços Administrativos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin afirmou não ter informações sobre a abertura da fronteira de Hengqin ao programa Circulação de Veículos de Macau na Província de Guangdong. A hipótese foi avançada por um responsável do Governo Municipal de Zhuhai

 

A Direcção dos Serviços Administrativos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin desconhece a possibilidade de veículos locais utilizarem a fronteira de Hengqin no âmbito do programa Circulação de Veículos de Macau na Província de Guangdong.

O esclarecimento foi prestado numa resposta ao canal chinês da TDM, depois de na semana passada ter sido afirmado que as autoridades de Zhuhai estavam a estudar a possibilidade de o posto fronteiriço da Ilha da Montanha ser utilizado por veículos com matrícula de Macau para circular na província de Guangdong.

“Actualmente, os veículos de Macau viajam para Zhuhai através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. No entanto, estamos a explorar a possibilidade do ponto fronteiriço de Hengqin também abrir as portas a estes veículos, o que aumentaria a conveniência das viagens entre Macau e Zhuhai”, afirmou Peng Su, vice-secretário-geral do Governo Municipal de Zhuhai, de acordo com o portal Macau News Agency, durante um seminário sobre o desenvolvimento industrial da cidade vizinham integrado na Feira Internacional de Macau.

A Direcção dos Serviços Administrativos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin veio esclarecer que não existe qualquer informação disponível sobre o assunto.

A passagem dos veículos de Macau para Guangdong é actualmente feita pela Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, no processo que exige marcação prévia e que está limitado a 2 mil utilizações por dia. Além disso, o programa não abrange os veículos que podem entrar em Hengqin, ou seja, um veículo autorizado a circular na Ilha da Montanha não pode entrar em Zhuhai ou no resto da província.

Pontos a melhorar

Os esclarecimentos do organismo da Zona de Cooperação Aprofundada surgiram no dia em que os deputados Ma Io Fong e Wong Kit Cheng, ambos ligados à Associação das Mulheres, emitiram um comunicado a defender a “agilização” do programa Circulação de Veículos de Macau na Província de Guangdong.

Desde Outubro foram introduzidos limites no número de marcações para atravessar a fronteira. Porém, os deputados apontam que mesmo assim “muitos condutores se queixam que com o limite actual ainda é muito difícil conseguir uma vaga nos dias mais concorridos”.

No comunicado conjunto, Ma Io Fong e Wong Kit Cheng apelaram ao Governo para coordenar com as “autoridades relevantes do Interior” e implementar “a segunda fase de optimização do programa”.

Nesta segunda fase, os deputados apelam ao aumento das quotas diárias e dão o exemplo do feriado de quinta-feira, em que se assinala o Dia dos Finados. Segundo os legisladores, para a maior parte dos residentes, apesar de haver vontade de atravessar a fronteira, as esperanças são quase nulas devido à grande procura.

Por último, Wong e Ma afirmam que o trânsito piorou no acesso ao posto fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, porque as autoridades não querem abrir mais canais de circulação, apesar de estarem disponíveis.

31 Out 2023

Jovens alertam para fraca aposta do Governo na formação de quadros

Um inquérito realizado pela Associação da Nova Juventude Chinesa de Macau conclui que a maioria dos jovens entende que o Governo deve dar mais apoios financeiros para que os quadros qualificados frequentem acções de formação, entendendo que são necessários mais recursos para este fim.

Os inquiridos que consideram que há ainda espaço de melhoria dos recursos do Governo canalizados para a formação de quadros representam 4,88 pontos de 0 a 11 pontos, ligeiramente abaixo da média de cinco pontos. Aqueles que concordam com as medidas lançadas pelo Executivo para a formação de quadros qualificados representam 4,78 pontos, sendo que apenas 5,7 por cento dos entrevistados considera as medidas muito eficientes. Apenas 14,4 por cento dos jovens inquiridos disseram entender bem as medidas destinadas à formação de quadros qualificados, enquanto 30 por cento confessou não conhecer bem o que tem vindo a ser feito a este nível.

“Falta de literacia digital”

O inquérito revela ainda que 39,9 por cento dos entrevistados considera que as pessoas de Macau têm falta de capacidades no contexto de uma maior abertura ou internacionalização do território, enquanto 35,8 por cento aponta para a falta de criatividade e 32,8 falam da falta de experiências e domínio de técnicas profissionais.

Cerca de 46 por cento dos entrevistados diz que os jovens têm falta de literacia digital quando comparados com os cidadãos de outros países ou regiões, enquanto mais de 60 por cento diz querer participar em mais acções de formação como forma de auto-crescimento.

A equipa que realizou o estudo defende que o Governo pode incentivar as empresas privadas a desenvolverem mais acções de formação durante o horário de trabalho, além de criar mais incentivos, melhorar o programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo e ainda subsidiar os jovens locais sempre que estes frequentem cursos que correspondam aos objectivos da diversificação da economia.

Chan Chi Weng, vice-presidente da associação, exemplificou que o Governo pode subsidiar metade dos custos dos exames profissionais que estejam de fora do programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo. O inquérito foi realizado em Maio, tendo sido recebidas 662 respostas válidas de pessoas dos 18 aos 44 anos entrevistadas na rua, e 39 entrevistas em Agosto.

30 Out 2023

Táxis | Líder associativo alerta para a falta de motoristas

O presidente da Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxi revelou ao HM que não existem motoristas suficientes em Macau para os 500 táxis que o Governo pretende colocar em circulação. Outro dirigente associativo considera a base de licitação elevada e uma barreira à participação de investidores particulares

Depois do anúncio do concurso público para emitir 10 licenças para transporte de passageiros em táxis, que podem resultar na atribuição de alvará a 500 novos táxis, o sector reagiu em bloco.

Em declarações ao HM, o presidente da Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxi, Tony Kuok, apontou que o volume de veículos que vão entrar ao serviço irá levar a uma “correria louca para contratar taxistas”.

“Em termos práticos, julgo que serão necessários 1.000 condutores para estes 500 táxis e Macau não tem esse volume adicional de profissionais. Isso irá resultar numa competição feroz entre empresas para atrair taxistas, por exemplo, oferecendo rendas de táxi mais baratas e melhores benefícios”, indicou.

Tony Kuok entende que, neste momento, existem em Macau motoristas suficientes para a frota de táxis em operação, depois da saída de circulação de centenas de veículos durante a pandemia.

Além do aumento da frota, o representante argumentou que quando os novos táxis estiverem prontos para operar muitos motoristas vão estar em idade de reforma. Além disso, afirmou que os profissionais mais jovens têm tendência para trabalhar pouco tempo no sector e procurar outras saídas com melhores rendimentos, como serviços de entrega take-away.

Classe de elite

O vice-presidente da Associação das Taxistas de Macau, Tai Kam Leong, também está preocupado com a escassez de mão-de-obra, mas apontou as “culpas” à atribuição de demasiadas licenças de uma só vez, considerando que a emissão progressiva seria mais eficaz para o sector.

A acérrima competitividade para contratar motoristas, assim como os elevados preços que se perspectivam para comprar uma licença e operação dificultam o processo.

O preço base de concurso para cada licença é de 2,5 milhões patacas, sem contar com o pagamento dos impostos do selo de licença e de alvarás. Além disso, as sociedades concorrentes têm de prestar ainda uma caução de 3,5 milhões de patacas para entrarem no concurso público.

Fontes citadas pelo jornal Ou Mun lamentaram os elevados custos e critérios corporativos para entrar no concurso (nomeadamente a exigência de 5 milhões de patacas como capital social), factores apontados como barreiras à participação de motoristas individuais e de micro-investidores.

As mesmas fontes traçaram um futuro em que o sector ficará cada vez mais concentrado em menos empresas, afectando a competição no mercado e a qualidade do serviço.

26 Out 2023

LAG | Poder do Povo pede aumento até 20% do cheque pecuniário

A Associação Poder do Povo entregou ontem uma carta na sede do Governo a pedir uma revisão da política de apoios à população. O aumento do valor do cheque pecuniário, entre 10 e 20 por cento, a reposição dos subsídios do Fundo de Previdência Central e a diminuição dos preços da habitação económica

 

A Associação Poder do Povo foi ontem à sede do Governo entregar uma carta a Ho Iat Seng a pedir o reforço dos apoios sociais. Partindo do pressuposto de que a recuperação económica deixou de parte uma larga parte da população, que sofreu um decréscimo de qualidade de vida e poder económico durante a pandemia, a associação solicitou ao Executivo o aumento do cheque pecuniário.

“Espero que o Governo aumente o montante do cheque pecuniário no próximo ano. A medida não só iria ajudar os residentes que vivem uma situação difícil, agravada pela inflação, mas também injectar dinâmica na economia de Macau”, afirmou o presidente da associação, Lam Weng Ioi.

“A última vez que o Governo aumentou o montante do cheque, para 10 mil patacas, foi em 2019. Desde então, o apoio não foi actualizado. Acredito que esta é a altura certa para ser ponderada uma subida, entre 10 e 20 por cento”, acrescentou o dirigente associativo.

Lam Weng Ioi considera que o Executivo deveria ter em consideração que, nos últimos anos, os salários dos residentes de Macau não acompanharam a inflação devido às convulsões mundiais, agravado com a situação nos mercados financeiros e a dificuldade de acesso ao crédito.

Alargar apoios

A Associação do Povo defende também que o Governo deveria voltar a injectar montantes nas contas do Fundo de Previdência Central, algo que não acontece desde 2020. Lam Weng Ioi sublinhou que esta medida é fundamental enquanto mecanismo de protecção dos idosos e lembrou as palavras do Chefe do Executivo proferidas em Agosto.

“O apoio do Fundo de Previdência Central devia ser uma medida permanente e não estar dependente do excedente orçamental para assegurar o bem-estar e a protecção de idosos,” indicou Lam.

Recorda-se que no passado mês de Agosto, Ho Iat Seng previu um orçamento deficitário no próximo ano e frisou que enquanto se verificasse défice continuaria a suspensão do apoio da Previdência Central.

Quanto à habitação económica, o dirigente considera que os preços não são razoáveis e estão demasiado perto dos preços da habitação privada. Além disso, a Poder do Povo sublinha que apesar de já terem sido atribuídas fracções, os residentes continuam sem saber concretamente quando são entregues as fracções.

26 Out 2023

Habitação económica | Au Kam San compara preços a Sin Fong Garden

O antigo deputado Au Kam San considera que os preços da habitação pública não resultam de cálculos rigorosos, e o custo da reconstrução do edifício de habitação privada Sin Fong Garden, que custou 200 milhões de patacas, é um exemplo disso. Num texto partilhado no Facebook, Au Kam San, que continua a ser uma voz activa, refere que o preço das habitações económicas é incompreensível tendo em conta os critérios estabelecidos na lei que determinam que os custos de construção são o segundo factor que influencia o preço.

O ex-deputado afirmou que os custos da construção da habitação económica são superiores aos da intervenção no edifício Sin Fong Garden e que o Governo tem de avaliar as razões que conduzem a elevadas despesas nas obras públicas.

Au Kam San exemplificou ainda os seus argumentos com o Edifício do Bairro da Ilha Verde, que pouco tempo depois de ter sido inaugurado foi alvo de uma remodelação, com a substituição de 200 portas corta-fogo, orçamentada em 400 milhões de patacas. O custo da operação levantou à altura uma grande polémica e a remodelação acabou por ficar reduzida à substituição de 100 portas corta-fogo com o orçamento a baixar para 120 milhões de patacas. O antigo legislador salienta que se o caso não tivesse originado tantas críticas, seria provável que a remodelação avançasse pelo preço mais caro.

24 Out 2023

Turismo | Guias com pouco trabalho devido a quebra de excursões

Agnes Lam entende que o modelo de viagens em Macau e no Interior da China alterou-se nos últimos tempos, o que explica a falta de trabalho para muitos dos guias turísticos credenciados no território. A ex-deputada afirma que, cada vez mais, os turistas preferem viagens individuais

 

O turismo recuperou rapidamente desde Janeiro e os números da Semana Dourada deste mês foram bastante simpáticos para o sector, mas a verdade é que os guias turísticos se queixam de falta de trabalho.

Agnes Lam, ex-deputada e professora na Universidade de Macau, defendeu ao jornal Exmoo, num artigo de opinião, que a falta de trabalho dos guias se deve à alteração do modelo de viagem em Macau e no Interior da China, com maior preferência dos turistas pelas viagens individuais.

Agnes Lam indicou que hoje existem menos 100 guias turísticos credenciados face aos que existiam há uns anos, e que ultimamente as pessoas procuram cada vez mais fazer turismo de forma individual em fez de participar em excursões, procurando ainda guias de viagem online. Tais factores fazem com que se reduzam as oportunidades de trabalho para os guias turísticos, frisou.

Recorde-se que na última semana dourada, que significou férias de oito dias para muitas pessoas, Macau atraiu mais de 930 mil pessoas oriundas do Interior da China, ultrapassando as previsões do Governo, atingindo 84 por cento dos turistas chegados a Macau em 2019 no mesmo período.

No entanto, a associação que representa os guias turísticos de Macau disse que muitos se encontram numa situação de subemprego, trabalhando a tempo parcial.

Na China é igual

A académica não deixou de apontar que na China se verificam os mesmos hábitos turísticos. Citando vários relatórios de estudo de agências de viagens do país, Agnes Lam aponta que também se registou uma quebra do número de guias turísticos a nível nacional. Em 2019 havia 121.710 guias registados, com contrato de trabalho, em 2022 esse número baixou para 82.047, uma quebra de quase 40 mil profissionais.

Agnes Lam destacou ainda o papel das redes sociais que oferecem uma alternativa com a publicação de vídeos de locais turísticos que atingem milhões de visualizações, o que faz com que não seja necessário um guia.

Uma vez que estas mudanças estão a alterar o sector, a ex-deputada sugere que o Governo faça um melhor planeamento para o desenvolvimento do turismo, dando mais atenção à situação dos guias turísticos. A académica sugere associar a nova tendência das redes sociais, de publicação de vídeos curtos, ou realização de vídeos em directo, ao trabalho dos guias turísticos, a fim de reforçar a concorrência existente no sector.

20 Out 2023

Contratação falsa | CPSP detém dono e funcionária de empresa

O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve duas pessoas por suspeitas de falsa contratação. O caso foi detectado quando o Departamento para os Assuntos de Residência e Permanência do CPSP analisava os dados de uma empresa, tendo descoberto que dois empregados oriundos do Interior da China, de apelidos Fu e Song, não permaneciam em Macau a maior parte do tempo.

No domingo, o CPSP deteve Fu junto à fronteira e pediu a Leong, o patrão, para colaborar na investigação. Fu admitiu mais tarde que, após receber o blue card, nunca trabalhou na empresa nem recebeu salário. A falsa contratação tinha por objectivo facilitar as viagens entre Macau e a China e aconteceu como contrapartida por uma dívida que Leong tinha contraído junto de um amigo.

O credor do patrão afirma que se contratasse estas pessoas a dívida ficaria saldada. O caso foi encaminhado ao Ministério Público, podendo estar em causa a prática dos crimes de simulação e invocação de determinados actos jurídicos para a obtenção das autorizações de trabalho. O CPSP está ainda à procura de Song, o outro funcionário envolvido no esquema de falsa contratação.

13 Out 2023

Associação das Mulheres pede medidas para ajudar pais

A Associação das Mulheres apela ao Governo que interceda junto das empresas do território para que sejam adoptadas medidas de apoio às famílias. Foi desta forma que a associação reagiu à situação de uma criança de cinco anos que ficou sozinha em casa e abriu a porta as duas funcionárias públicas, que roubaram parte do recheio da habitação.

Num comunicado emitido pela associação, a vice-presidente Loi I Weng apontou que as famílias atravessam uma situação difícil para cuidar dos filhos, porque é frequente que ambos os pais trabalhem e não tenham com quem deixar as crianças.

Face ao cenário traçado, a também vice-presidente da Escola da Associação Geral das Mulheres pediu ao Governo para dialogar com o sector empresarial no sentido de serem encontradas soluções para os pais que têm dificuldades em cuidar dos filhos. Contudo, a dirigente associativa não avançou com nenhum medida concreta a ser adoptada, nem fez sugestões.

Por outro lado, a associação tradicional considerou ainda ser necessário que mais creches locais disponibilizem um serviço para ficar com as crianças, durante o período laboral dos pais e, principalmente, quando têm de trabalhar horas extra.
Loi pede assim ao Executivo que reforce a cooperação com as associações não governamentais, para que sejam disponibilizados mais serviços de creches às famílias com pais empregados.

Punir e punir

Por um lado, Loi justificou a situação actual com o facto de nem todas as famílias terem a possibilidade de contratar empregadas domésticas para tomar conta das crianças, o que faz com que para muitos não haja outra solução que não passe por deixar as crianças sozinhas.

Por outro, a dirigente alertou os pais que deixam as crianças em casa sozinhas que podem estar a violar a lei.
Finalmente, Loi I Weng recordou um inquérito de 2009, que concluiu que 85 por cento dos pais no território deixavam os filhos sozinhos em casa. E entre todas as crianças que ficavam em casa, cerca de 27 por cento, ou seja, uma em cada quatro, sofriam ou causavam acidentes.

Neste aspecto, a dirigente associativa reconheceu que é cada vez mais frequente as crianças passarem longas horas nas suas residências sem acompanhamento de adultos, estimando que a proporção actual de crianças sozinhas em casa deve ultrapassar os 85 por cento do estudo de 2009.

13 Out 2023

Rua da Felicidade | Perfuração de fachadas das casas alvo de críticas

Lam Iek Chit, membro do Conselho do Património Cultural, critica a colocação de suportes aparafusados nas fachadas das casas da Rua da Felicidade para a iluminação decorativa da zona pedonal. O responsável considera que existiam alternativas para não prejudicar o traço original das casas históricas e preservar o património

Fotografia do jornal Cheng Pou

 

O plano pedonal da Rua da Felicidade levou à colocação de suportes aparafusados às fachadas das casas para a instalar o sistema de iluminação decorativa, acção que mereceu críticas do urbanista Lam Iek Chit, membro do Conselho do Património Cultural. Segundo o jornal Cheng Pou, o responsável entende que não havia necessidade de colocar aparafusar as fachadas dos edifícios históricos.
Considerando que a situação não é grave no que diz respeito à preservação daquele local histórico, Lam Iek Chit entende que a prática “não é a ideal” e que haveria alternativas.

O responsável cita mesmo a “Carta de Burra”, documento do ICOMOS Austrália [Conselho Internacional de Monumentos e Sítios da UNESCO, em português] com o nome da cidade australiana, que contém orientações para a conservação e gestão de locais com significado cultural.

As orientações determinam o respeito pelo tecido urbano existente e que em caso de necessidade de intervenção esta seja sempre feita de forma prudente, com o mínimo impacto possível nos monumentos e locais históricos.

Para Lam Iek Chit, as intervenções e instalação dos suportes com parafusos na Rua da Felicidade vai contra estes princípios. “Não era necessário colocar parafusos nas fachadas. Como é que esta acção pode estar de acordo com as sugestões de prudência e intervenções mínimas nos monumentos?”, questionou.

O urbanista critica a aprovação do Instituto Cultural (IC), acusando o organismo de não ser prudente, pois poderiam ter sido usadas colunas para a instalação de iluminação pública, ou ainda a colocação de outro tipo de estruturas para iluminar a rua, como é prática, por exemplo, no Largo do Senado. “Não se abrem buracos no edifício do Instituto para os Assuntos Municipais ou no edifício da sede dos CTT, pois não?” questionou.

Tijolos com história

A Rua da Felicidade, outrora lugar de prostituição, jogo e consumo de ópio, contém casas construídas no período da dinastia Qing, com cerca de 150 anos. Neste sentido, o urbanista tem dúvidas sobre o estado de conservação e estabilidade dos edifícios mais antigos da cidade construídos com tijolos cinzentos. “Podem não estar em bom estado, tal como acontece noutros monumentos [construídos com tijolos cinzentos]”, rematou o membro do Conselho do Património Cultural.

A Rua da Felicidade esteve fechada ao trânsito no período da semana dourada, numa iniciativa que faz parte de um plano de revitalização de zonas históricas que o Governo está a levar a cabo com operadoras de jogo, como acontece também, por exemplo, na Barra ou Porto Interior.

12 Out 2023

Furto | Residente e cidadão chinês roubaram 4,5 milhões

As autoridades policiais da China e de Macau detiveram oito pessoas, incluindo um residente de Macau e dois cidadãos chineses, alegadamente envolvidos no furto de uma mala com 4,5 milhões de renminbis ocorrido em Agosto no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. Os detidos no Interior da China foram depois reencaminhados para Macau.

Segundo o jornal Ou Mun, o dinheiro foi roubado quando a vítima se encontrava no terminal dos ferries do Porto Exterior e tentava sair do território. Quando foi à casa de banho, o suspeito local e um dos suspeitos do Interior da China roubaram a mochila e a mala, e de seguida fugiram para a província de Guangdong.

A Polícia Judiciária (PJ) de Macau explicou que o residente local, que será o alegado cabecilha do grupo, entregou o dinheiro ao irmão e à mãe, tentando transferir o montante através do câmbio ilegal. A PJ conseguiu recuperar 1,3 milhões e deteve cinco suspeitos, após a apreensão dos três primeiros suspeitos, incluindo a mãe e o irmão do alegado cabecilha.

O caso foi encaminhado para o Ministério Público para mais investigação e detidos são suspeitos dos crimes de furto qualificado e associação criminosa. A PJ procura mais suspeitos ligados ao caso.

11 Out 2023

Restauração | Salários abaixo da mediana mensal são comuns

Um inquérito realizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) conclui que mais de metade dos trabalhadores do sector da restauração recebe um salário abaixo da mediana salarial mensal em vigor.

Conclui-se também que o salário de 70 por cento dos entrevistados não mudou desde o ano passado, e que mais de 90 por cento não tiveram aumentos nos últimos quatro anos. O estudo, apresentado na sexta-feira, mostra ainda que mais de metade dos inquiridos trabalha entre oito e dez horas por dia, pelo que se pede um reforço das inspecções laborais e uma melhoria do ambiente de trabalho.

É também pedida uma revisão constante do salário mínimo e reforço da supervisão para que os patrões paguem este rendimento. Ella Lei, deputada ligada à FAOM, adiantou que cerca de 78 por cento dos trabalhadores disseram querer frequentar cursos de formação profissional no ano passado, mas os patrões não lhes disponibilizaram condições para tal.

Assim, a FAOM pede que o sector empresarial crie formações regularmente, apelando à cooperação entre Governo e sector da restauração, para criar estágios e empregos. O estudo da FAOM foi conduzido entre Abril e Setembro e contou com 1.543 respostas válidas.

10 Out 2023

IAM | Negado “monopólio familiar” por adjudicações a irmão de vice-presidente

Uma publicação no Facebook acusou o Instituto para os Assuntos Municipais de “monopólio familiar” na adjudicação de obras públicas ao irmão do vice-presidente do instituto, Lo Chi Kin, para construir a estação elevatória e box-culvert na Bacia Norte do Patane e a zona de lazer da baía norte do Fai Chi Kei. O IAM garante que a lei foi respeitada

 

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foi alvo de acusações na rede social Facebook, da autoria de um internauta que se intitulou “Layer Macao”, que fala da existência de um “monopólio familiar” no processo de adjudicação de obras públicas do IAM, pelo facto de a “Empresa de Engenharia e Consultoria Greatway”, alegadamente administrada pelo irmão de Lo Chi Kin, vice-presidente do IAM, ter ganho uma série de obras sem concurso público.

A publicação acusa o Governo de ignorar o que considera ser incompatibilidades entre o exercício de funções públicas e negócios privados.
A publicação, que data de 11 de Setembro, refere que “os irmãos Lo são uma família de quatro pessoas, e irmão do vice-presidente do IAM é proprietário da empresa de construção e consultoria, um negócio…”. “Porque o secretário para a Administração e Justiça faz vista grossa [à situação], ou será que trabalham todos em conluio para saquear os recursos económicos públicos?”, questionou o internauta, que acrescenta ainda na publicação as expressões “conluio entre o sector empresarial e o Governo”.

Um punhado de obras

A publicação inclui também uma imagem do registo comercial da empresa que mostra que Lo Chi Cheong é administrador, seguindo-se a lista das obras públicas adjudicadas a esta empresa, onde se incluem os serviços de fiscalização e coordenação da construção da nova estação elevatória de águas pluviais e residuais (EP9 e EER) da Bacia Norte do Patane.

Além disso, a “Greatway” é ainda responsável pela construção da estrutura box-culvert das vias circundantes à Bacia Norte do Patane e a obra de optimização da zona de lazer da baía norte do Fai Chi Kei, na Rua do Comandante João Belo. Coube também à empresa do vice-presidente do IAM coordenar e fiscalizar as obras de reparação dos passeios e passagens superiores para peões de Macau, no valor de 3,13 milhões de patacas e 1,42 milhões de patacas, respectivamente.

O jornal All About Macau questionou o IAM sobre o parentesco entre Lo Chi Cheong, administrador, e Lo Chi Kin, vice-presidente. O IAM respondeu apenas que “o vice-presidente tem cumprido o regime de impedimento [casos de impedimento, conforme o Código do Procedimento Administrativo], não tendo participado nos concursos públicos e nas avaliações das obras mencionadas”.

O organismo liderado por José Tavares diz ainda realizar as actividades administrativas de forma legal, imparcial e justa, aplicando-se o regime citado a todos os funcionários e vogais do conselho de administração do IAM.

Muitas das obras adjudicadas pelo organismo público resultam da consulta de preços praticados pelas empresas, indica o IAM. O All About Macau questionou quais os critérios para este processo e se há impedimento de participação de outras empresas, ao que o IAM respondeu que tudo depende dos valores envolvidos.

“Quando o valor estimado da obra for igual ou superior a 15 milhões de patacas, ou quando o valor para a prestação de serviços for igual ou superior a 4,5 milhões de patacas, é necessária a realização de um concurso público. Se a obra ou a prestação de serviços ficarem abaixo desses valores, pode-se realizar uma mera consulta de preços”, refere a resposta ao jornal.

4 Out 2023

Associação de imobiliário pede apoios para promover mais vendas de casas

O presidente da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau, Paulo Tse, defende que o Governo deve implementar medidas para apoiar o sector imobiliário. A posição foi tomada ontem e citada pelo jornal Ou Mun, depois do concurso público de concessão de dois terrenos na Taipa apenas ter tido um único participante.

Nas declarações citadas pelo jornal Ou Mun, Paulo Tse apelou ao Governo para ignorar as actividades de especulação no mercado imobiliário, que diz serem praticamente inexistentes, e concentrar-se no relaxamento das medidas que limitam as transacções imobiliárias.

Segundo o dirigente, as políticas que tinham sido lançadas para evitar a especulação actualmente só servem para “aumentar os custos de compra e venda de imóveis pelos residentes”, não permitindo à população comprar habitação com melhor qualidade. No ano passado, o mercado imobiliário registou o menor número de transacções desde 1984, com 2.950 compras e vendas de imóveis para habitação. Contudo, após o levantamento das restrições o mercado apresenta uma recuperação.

Pregar como São Tomás

Sobre a falta de interesse no concurso público para a concessão de dois terrenos na Taipa, em que apenas foi apresentada uma proposta, Paulo Tse considerou que tal se deveu ao facto de não ser “a altura mais oportuna”. Segundo o presidente da associação, face à redução do poder de compra das famílias locais, actualmente a confiança da população está longe de outros tempos, o que faz com que haja uma maior prudência face a investimentos.

No entanto, Paulo Tse fez questão de sublinhar aos jornalistas que tem muita confiança no futuro de Macau e no desenvolvimento da economia. Embora não tenha explicado porque razão a empresa que controla, a Keck Seng Investimentos, tenha optado por não licitar pelos terrenos, o empresário desejou que no futuro haja um novo concurso público para a concessão de terrenos.

Os terrenos disponibilizados no concurso público tinham preços de licitação de 777 milhões de patacas e 1,136 mil milhões de patacas. O consórcio constituído pela Top Builders Group e Iok Seng Investimento Limitada fez a única proposta, no valor de 893,6 milhões. O outro terreno não teve propostas.

28 Set 2023

Terrenos | Lai Weng Leong surpreendido com falta de propostas

O director dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) admitiu que cenário de não haver propostas para um dos terrenos colocados em concurso público não foi equacionado pela Administração. A única proposta apresentada foi de 893,6 milhões de patacas

 

O director dos Serviços de Solos e Construção Urbana, Lai Weng Leong, admitiu ter ficado surpreendido com a falta de interesse pelo concurso público para a concessão de dois terrenos na Taipa. As declarações foram prestadas ontem, no dia em que decorreu a abertura da única proposta recebida.

No procedimento mais recente, o Governo previa concessionar dois terrenos na Taipa, identificados como lotes BT8 e BT9a, por um preço que não fosse inferior a 1.91 mil milhões de patacas. Porém, apenas este último terreno, com um preço de 777 milhões de patacas, despertou o interesse de um consórcio candidato, com o director da DSSCU a reconhecer que o cenário nunca tinha sido colocado pelo Governo. Ontem foi divulgado o preço oferecido pelo único concorrente, que foi de cerca de 893,6 milhões de patacas.

“Nunca tínhamos previsto que ninguém se candidataria. Lemos as notícias que saíram nos últimos dias e sabíamos que havia empresas interessadas e potenciais candidatos aos concursos”, afirmou Lai Weng Leong. “Por fim, não recebemos qualquer proposta por um dos terrenos, mas temos de encarar isto como uma decisão do funcionamento do mercado”, acrescentou.

No entanto, e apesar de confessar estar surpreendido, o director não quis definir a falta de interesse no concurso como uma desilusão, evitando mesmo, de acordo com o Jornal Ou Mun, recorrer a essa palavra.

Lai Weng Leong abordou a possibilidade de haver um novo leilão para o terreno BT8, dada a falta de interessados. Contudo, afastou a possibilidade do preço ser reduzido. “O valor de base é regulado pela lei de terras, ou seja, não pode ser mais baixo do que o prémio pago pelos terrenos. Este prémio é calculado através da área bruta de construção dos edifícios que podem ser construídos naquela área”, respondeu. “Mas, vamos analisar [se voltamos a fazer um novo leilão]”, sublinhou.

Proposta de consórcio

Em relação ao Terreno BT9a, a única proposta apresentada foi do consórcio constituído pelas empresas Top Builders Group e Iok Seng Investimento Limitada. A oferta foi entregue na terça-feira por uma representante do grupo empresarial. A mulher explicou que o Grupo Top Builders se dedica à construção e que acredita poder construir habitação de excelente qualidade, com base num desenho eficiente do edifício e medidas de controlo de custos.

A parcela de terra fica situada entre a Rua de Chaves, Rua de San Tau e Rua de Kwai Lam e tem uma área de 3.225 metros quadrados.
Por sua vez, o terreno BT8 foi recuperado pelo Governo num processo finalizado em 2018, depois de uma longa batalha judicial. O terreno fica na Avenida de Kwong Tung, que tem uma área de 3.509 metros quadrados e o preço mínimo de licitação era de 1,136 mil milhões de patacas.

27 Set 2023

DSAL | Formação subsidiada termina no quarto trimestre

A melhoria da economia e a redução das inscrições nos cursos de formação subsidiada ditaram o fim do programa, marcado para o quarto trimestre deste ano. Lei Lai Keng, da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, frisou que o fim do programa não representa desinvestimento na formação profissional

 

O programa de formação subsidiada, implementado nos anos difíceis da pandemia para ajudar desempregados, recém-licenciados ou profissionais liberais, termina no quarto trimestre. A garantia foi dada por Lei Lai Keng, chefe do departamento de emprego da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau.

As principais razões para o fim do programa prendem-se com a recuperação gradual da economia, desde o fim das restrições covid, e a redução do número de inscritos.

“A economia, em termos gerais, e o ambiente de emprego têm melhorado. Este ano o número de inscrições para a formação subsidiada foi de cerca de três mil, [uma redução] comparando com o ano passado, em que 6620 pessoas terminaram a formação e inscreveram-se para uma vaga de emprego”, disse.

Lei Lai Keng disse ainda que, até Agosto, foram lançados 1117 cursos de formação subsidiada, com mais de 26 mil pessoas a participarem e com 24 mil pessoas a terminar as formações. Além disso, cerca de 70 por cento dos participantes só frequentaram os cursos uma vez, sendo que menos de dez por cento o fez três vezes.

“Analisámos as razões pelas quais as pessoas voltaram a frequentar os cursos e quais as principais dificuldades sentidas na busca de emprego. Tratava-se essencialmente de antigos funcionários dos sectores da construção civil e promotores de jogo que procuravam os escassos empregos dessas áreas que existiam no mercado, porque queriam voltar às antigas funções. Outra das razões prende-se com o facto de o salário não corresponder às suas expectativas”, adiantou Lei Lai Keng.

Electricistas e afins

Lei Man Teng, chefe substituta do departamento de formação profissional da DSAL, explicou no mesmo programa de rádio que as funções de electricista, segurança e assistentes na área das convenções e exposições eram as mais procuradas nos cursos de formação subsidiada.

Lançado em Setembro de 2020, o programa inclui dois planos distintos, um destinado a desempregados e recém-licenciados, e outro focado nas pessoas que estão empregadas e nos profissionais liberais. No final do curso os formandos podem receber um subsídio de 6.656 patacas. A inscrição para a última ronda dos cursos de formação subsidiada decorre entre 11 e 15 de Dezembro.

Lei Lai Keng garantiu que a DSAL vai continuar a disponibilizar mais acções de formação tendo em conta as necessidades do mercado, em cooperação com associações locais e entidades das regiões vizinhas para oferecer cursos de formação e certificação profissionais. A ideia é também cooperar com as operadoras de jogo para que os sectores hoteleiro e da restauração possam ter funcionários com formações regulares, para que tenham mais qualificações e oportunidade de subir na carreira.

27 Set 2023

Zhuhai | Acidente de viação causa morte de menino de dez anos

Um acidente de viação no túnel de Gongbei, em Zhuhai, causou a morte de um menino de dez anos e ferimentos graves no pai, que se encontra em estado crítico. As autoridades de Guangdong prometeram apresentar um relatório sobre o acidente

Um menino de dez anos, residente de Macau, morreu num acidente de viação ocorrido na noite de segunda-feira no túnel de Gongbei, em Zhuhai, sendo que o seu pai, de 59 anos de idade, está em estado crítico num hospital de Zhuhai. O menino faleceu após ter sido transportado para o hospital. O vídeo do acidente, entretanto divulgado nas redes sociais, mostra um camião a colidir com a viatura em que seguiram os residentes.

A informação do falecimento do menor e do estado grave do pai foi confirmada pelo gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, após terem sido contactadas as autoridades da cidade vizinha. Os dados do acidente foram divulgados ontem à tarde após uma notícia do jornal Ou Mun, publicada poucas horas depois do acidente, ter referido erradamente que do acidente não resultaram feridos nem mortes.

No programa matinal “Ou Mun Tin Toi” transmitido ontem do canal chinês da Rádio Macau, um ouvinte, que afirmou ser amigo do pai da criança, queixou-se da “imprudência” do jornal Ou Mun, que acabou por divulgar informações que não corresponderam à verdade.

“O meu amigo ligou-me a dizer que tinha uma avaria no carro e pediu-me o número de telefone do reboque. Quando lhe liguei de volta para dar o número de telefone, ouvi o som de uma explosão e ninguém me respondeu. Fiquei preocupado e pouco tempo depois começaram a ser divulgados vídeos nas redes sociais e a notícia do Ou Mun acabou por me acalmar.”

Tragédia à meia-noite

O estado de calma do indivíduo que ligou para a transmissora pública alterou-se horas mais tarde quando a esposa do sinistrado o informou da morte da criança e do estado crítico do em que se encontrava o seu marido. Nesta altura, o residente estaria num hospital da cidade vizinha a aguardar cirurgia.”A minha disposição mudou do dia para a noite. Se [o jornal] não sabia [concretamente] a situação dos feridos no acidente, não deveria ter publicado a frase ‘felizmente ninguém ficou ferido ou morreu no acidente'”, adiantou no programa de rádio. Ainda segundo o gabinete de Wong Sio Chak, as autoridades de Guangdong prometem apresentar um relatório sobre o ocorrido.

27 Set 2023

Terrenos | Leilões para concessão com uma única proposta

O consórcio constituído pelas empresas Top Builders Group e Iok Seng apresentou uma proposta pelo Lote BT9a, que tem um preço mínimo de licitação de 777 milhões de patacas. A represente da Top Builders promete casas com qualidade e preços controlados

 

Os dois concursos públicos para a atribuição de concessões relativas a terrenos na Taipa resultaram numa única proposta. A informação foi revelada ontem, em primeira mão, pelo Jornal Ou Mun e confirmada horas mais tarde pela Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU).

Segundo o Jornal Ou Mun, faz parte da tradição que os interessados apresentem as propostas no último dia, perto da hora de encerramento do concurso, que estava agendado para ontem. No entanto, a publicação esteve no local e apenas viu ser entregue uma proposta, do consórcio constituído pelas empresas Top Builders Group e Iok Seng Investimento Limitada.

A oferta destinada ao Lote BT9a foi entregue por uma representante que se apresentou com o apelido Lei. A mulher explicou que o Grupo Top Builders se dedica à construção e que acredita poder construir habitação de excelente qualidade, com base num desenho eficiente do edifício e com medidas de controlo de custos.

A representante do Grupo Top Builders destacou também que a empresa está confiante no mercado de habitação de Macau, apesar de reconhecer que actualmente existe um clima de desconfiança. O concurso público para a atribuição das concessões foi iniciado a 9 de Agosto e o Governo tinha a expectativa de receber pelo menos 1,91 mil milhões de patacas pela concessão dos dois terrenos.

Mínimo de 777 milhões

Em relação ao terreno pelo qual o Grupo Top Builders apresentou uma proposta, identificado como Lote BT9a, o preço mínimo de licitação era de 777 milhões de patacas. A parcela de terra fica situada entre as Rua de Chaves, Rua de San Tau e Rua de Kwai Lam e tem uma área de 3.225 metros quadrados.

O valor da proposta da concorrente só deverá ser conhecido hoje, quando for aberta a proposta. Inicialmente, o Lote BT9a fazia parte de uma parcela maior identificada como o Lote BT9. Em 2022, um despacho do Chefe do Executivo levou à separação dos dois terrenos.

O terreno BT9 foi inicialmente concessionado à Fábrica de Artigos de Vestuário Estilo Limitada, de Stanley Ho, nos anos 60. Porém, em 1999, foi transmitido para a Sociedade Fomento Predial Predific, até à declaração de caducidade da concessão.

O terreno que ficou sem propostas é o LoteBT8, situado na Avenida de Kwong Tung, que tem uma área de 3.509 metros quadrados e o preço mínimo de licitação era de 1,136 mil milhões de patacas.

O terreno BT8 foi recuperado pelo Governo, à luz da polémica Lei de Terras, num processo que ficou finalizado em 2018, depois de um longo processo judicial. Concessionado pela primeira vez em Outubro de 1964, por um prazo de 50 anos, à Fábrica de Artigos de Vestuário Estilo Limitada, em Dezembro de 1999, a concessão foi transmitida para a Sociedade Fomento Predial Socipré. Como o novo prazo de aproveitamento de 42 meses que também não foi cumprido. Em Maio de 2015, o então Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, declarou a caducidade da concessão.

27 Set 2023

Rua da Felicidade | Associações entusiasmadas com zona pedonal

A partir de sexta-feira arranca a zona pedonal na Rua da Felicidade, a tempo da Semana Dourada. As associações esperam que face à média esperada de 100 mil visitantes por dia, os comerciantes comecem a sentir os efeitos nos negócios

 

A partir de sexta-feira a Rua da Felicidade passa a estar encerrada ao trânsito, entre as 11h da manhã e a 1 da manhã do dia seguinte. E de acordo com a associação dos Moradores, os residentes e comerciantes estão preparados para a mudança e à espera do aumento do volume de negócios.

Citada pelo jornal Ou Mun, a responsável da Associação de Mútuo Auxílio do Bairro da Rua da Felicidade, Tou Mio Leng, apontou que a alteração é benéfica e que existe a expectativa entre os comerciantes da zona que o encerramento da circulação de veículos consiga atrair mais visitantes. Tou Mio Leng espera que a revitalização aumente o volume de negócios de toda aquela zona e que os efeitos não se limitem à Rua da Felicidade.

Por seu turno, o presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, Lei Cheok Kuan, apontou que o estabelecimento da zona pedonal a tempo da Semana Dourada é muito importante, que se vai assistir à criação de uma nova atracção turística no território. Segundo a previsão da Direcção de Serviços de Turismo, durante a Semana Dourada espera-se a entrada no território de uma média diária de 100 mil visitantes.

Lei explicou igualmente que este tipo de planos tem impacto na economia dos bairros da zona Centro e Sul da cidade, e que a aposta no turismo merece ser elogiada. Segundo as intenções apresentadas pelo Governo e pela concessionária Wynn Macau, sem qualquer tipo de pormenores, o objectivo passava pela realização frequente de actividades culturais e comerciais, como espectáculos, instalações artísticas e mais restaurantes para atrair visitantes.

Além da Rua da Felicidade, o encerramento estende-se também a outros locais, como a Travessa do Mastro, da Travessa do Aterro Novo, da Rua do Matapau e da Travessa de Hó Lo Quai.

Eficácia questionada

O plano de criação de uma zona pedonal na Rua da Felicidade faz parte das iniciativas promovidas pelo Governo e as concessionárias do jogo para revitalizar várias zonas antigas do território, como Barra, Porto Interior, entre outras. No entanto, a eficácia dos planos também tem suscitado algumas dúvidas, como acontece com o deputado Ron Lan. Num artigo de opinião publicado no jornal Son Pou, o deputado questionou a eficácia dos planos à luz de alguns exemplos na Rua da Felicidade, onde a Associação Chap Seng Tong controla grande parte dos imóveis.

Segundo o deputado, os descendentes colectivos da associação não têm tomado conta dos imóveis, que se apresentam desgastados, nem conseguem chegar a um acordo para que se façam obras de manutenção e aproveitamento dos espaços para áreas comerciais.

Neste cenário, o deputado teme que a questão da conservação de património e da emissão de licenças fique impossibilitada e que os planos se limitem apenas ao embelezamento do exterior dos edifícios.

26 Set 2023

DSOP | Queda de tinta em obras na Ponte Sai Van origina multa

Após queixas de condutores que ficaram uma pintura “extra” nas viaturas, a DSOP aplicou uma multa à empresa responsável pela primeira fase de renovação da Ponte Sai Van. O valor da penalização não foi anunciado

 

A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) anunciou a aplicação de multa à Companhia de Construção e Engenharia EHY, embora o valor tenha ficado por revelar. Em causa está a renovação da Ponte Sai Van e o facto de condutores se queixarem que quando circulam na ponte as viaturas ficam com tinta deixada pelas obras.

“Desde meados da semana passada, que a DSOP continua a receber queixas sobre carros que ficam sujos com tinta quando circulam na ponte [Sai Van]. Foi pedido imediatamente à empreiteira que evite o derrame de tinta na via de circulação”, revelou a direcção de serviços, num comunicado emitido em chinês, na quarta-feira.

Foi também indicado que a DSOP enviou uma equipa ao local para inspeccionar as obras, “com a empresa de fiscalização” [Bahh Consultoria Engenharia] e que foi pedido à empreiteira para “contactar os condutores afectados e tratar da limpeza das viaturas”.

“Actualmente, a empreiteira resolveu quatro casos e vai continuar a acompanhar a situação até todos os casos estarem resolvidos”, foi prometido pela DSOP.

O valor da multa aplicada não foi revelado. Porém, a DSOP frisou “que está a prestar muita atenção ao caso” e que “é inaceitável a empreiteira ser responsável por estes casos, devido ao facto de não ter tomado as medidas de protecção adequadas” durante a execução dos trabalhos.

A DSOP também pediu à empreiteira que “encarregue um agente específico de inspeccionar se as protecções foram deslocadas devido aos fortes ventos que se sentem na ponte”. Quando tal se verificar, as instruções são para que os trabalhos sejam suspensos.

O valor da multa aplicada à empresa responsável pela obra não foi revelada, com a DSOP limitar-se a afirmar que o caso vai ser tratado de acordo com “as cláusulas do contrato e as leis relacionadas”.

Obra de milhões

A Companhia de Construção e Engenharia EHY foi escolhida para fazer a obra de renovação da ponte, num procedimento de consulta junto de potenciais interessadas. Com uma preço de 35,58 milhões de patacas e prazo de execução de 180 dias, a vencedora apresentou o preço mais barato e o menor tempo para realização dos trabalhos, entre as sete companhias que apresentaram propostas.

De acordo com a informação oficial, a empresa Bahh Consultoria Engenharia vai receber 1,72 milhões de patacas pelos trabalhos de fiscalização, uma escolha que também teve por base o procedimento de consulta, junto de seis empresas. A Bahh apresentou o preço mais reduzido.

Por sua vez, a China Railway Major Bridge Reconnaissance & Design Institute Co., Ltd. (Macao Branch) foi escolhida para a elaboração do projecto, a troco de 1,50 milhões de patacas. Neste caso, uma vez que não há indicação da existência de mais propostas, a selecção da empresa estatal chinesa terá sido feita por adjudicação directa. As três adjudicações para a primeira fase de renovação da ponte atingiram o valor declarado de 38,8 milhões de patacas.

22 Set 2023