Turismo | Deputado pede maior supervisão face a escalada de preços

Com o fim da política de zero casos de covid-19 no Interior e a celebração do Ano Novo Lunar, os preços dos hotéis dispararam. No entanto, o deputado Leong Sun Iok está preocupado e avisa que preços irrazoáveis podem afastar os turistas de Macau

 

O deputado Leong Sun Iok está preocupado com a escalada “violenta” dos preços dos quartos de hotel, principalmente durante o período do Ano Novo Lunar. A questão foi mesmo alvo de uma interpelação escrita, em que o legislador pede ao Governo que tome medidas para proteger os consumidores.

De acordo com o documento escrito, com os preços por quarto a dispararem para valores que ultrapassaram a cifra das 10 mil patacas, o deputado defendeu a necessidade de serem tomadas medidas e contactou a Direcção de Serviços de Turismo (DST).

Segundo as inspecções feitas pela DST, e mencionadas por Leong, o Governo concluiu que os grandes aumentos se ficaram a dever, principalmente, aos portais online que permitem fazer as reservas de quartos.

Porém, o legislador quer saber o que se pode fazer, para evitar estas situações. “Para prevenir que os preços sejam extremamente caros, como é que as autoridades vão intensificar as inspecções, sobretudo para incentivarem os hotéis a prestarem mais atenção aos preços de quartos apresentados nas plataformas online para reservar hotel […] com o objectivo de evitar a prática de preços abusivos?”, questiona.

Outras dúvidas

Leong Sun Iok salientou igualmente que a situação pode prejudicar a imagem de Macau, fazendo com que os turistas não queiram vir para o território, o que é visto como muito prejudicial, principalmente quando se “está numa fase de recuperação económica”.

As conclusões apresentadas pela DST, que atirou responsabilidades pelo aumento dos preços para as plataformas de reservas online, também não convenceram o deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

Outro dos assuntos abordados tem que ver com os portais da DST, do sector do turismo e com a apresentação de preços de referências para os turistas. Sobre este aspecto, Leong apontou que os preços apresentados não são muito diferentes daqueles que constam nas plataformas online, pelo que alertou que esta pode ser uma referência enganadora.

Neste sentido, Leong Sun Iok quer saber que medidas vão ser tomadas pelo Governo, para garantir que as informações são mais aproximadas da realidade.

30 Jan 2023

Venda de pivetes no Ano Novo desilude

O dono de uma banca de venda de pivetes e outros artigos alusivos ao Ano Novo Chinês afirmou que, apesar da maior vinda de turistas, o negócio está muito difícil. As declarações foram prestadas pelo comerciante de apelido Ho, que detém uma banca junto ao Templo de A-Má, ao jornal Ou Mun.

De acordo com o dono da banca, a maior entrada de turistas não se traduziu no aumento do comércio de alguns artigos como pivetes para queimar nos templos ou ventoinhas de papel que atraem fortuna. Segundo Ho, o cenário foi mesmo tão mau, que teve de começar a vender o material encomendado a preço de saldos, para pelo menos garantir que não perde dinheiro durante esta época festiva.

Quando questionado sobre os motivos para as fracas vendas, Ho explicou que este tipo de comércio depende muito dos residentes locais. Como as fronteiras voltaram a abrir, muitos optaram por deixar o território, o que teve um impacto directo no nível das vendas.

Ainda assim, o comerciante admitiu que vai chegar ao final da época sem registar perdas, porque o volume de vendas, na ordem de poucos milhares de patacas por dia, permite cobrir as despesas.

Críticas ao IAM

Ho criticou ainda o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), devido às novas exigências relacionadas com as vendas nas bancas. Apesar de elogiar o crescimento do espaço, o comerciante considerou que o facto de todos os produtos terem de estar expostos no interior das bancas é prejudicial para o negócio.

Segundo o comerciante, as bancas metálicas são locais com pouca iluminação e espaço, que acabam por afastar os clientes, que se sentem pouco confortáveis para entrar e comprar, ou que muitas vezes nem conseguem ver todos os produtos.

Por outro lado, o Ho queixou-se da desigualdade nos produtos à venda. O empresário recordou que no concurso público foi definido que os amuletos da sorte e ornamentos pendurados não podiam ser vendidos. Contudo, muitas bancas continuaram a vendê-los. Apesar de ter feito queixa ao IAM, recebeu como resposta que “os produtos da queixa estão relacionados com as festividades, pelo que podem ser vendidos”.

27 Jan 2023

Inscrições para estudar em universidade chinesas batem recorde

A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) indicou que o número de inscrições de alunos de Macau em instituições de ensino superior chinesas bateu todos os registos de anos anteriores. A informação foi divulgada pela DSEDJ depois de uma reunião no sábado antes da realização dos exames de admissão conjunta.

Em comunicado, a DSEDJ revelou que um total de 109 instituições do ensino superior do Interior da China abriram vagas para candidatos de Macau, o que também um representou um recorde, com o aumento de sete universidades especializados em cursos científicos, tecnológicos, engenharia e matemáticas, assim como em duas escolas do ensino superior que funcionam em cooperação entre a China e Macau, Hong Kong, Taiwan e países estrangeiros.

No total, as instituições de ensino superior do Interior ofereceram 1339 vagas de admissão conjunta para candidatos de Macau, às quais concorreram 1.416 alunos de escolas secundárias da RAEM. Importa referir que realizando os exames de admissão conjunta, os alunos de Macau ficam isentos de fazer os exames nacionais para concorrer a universidades chinesas, que têm um grau de exigência mais elevado.

Segunda fase

A DSEDJ salientou ainda que para garantir que os estudantes locais não faltavam aos exames por motivos de saúde, nomeadamente devido a infecções de covid-19, elaborou um mecanismo de comunicação entre os institutos do ensino superior do Interior da China, os alunos e as escolas secundárias locais.

Através deste mecanismo, foi possibilitado aos alunos infectados fazerem em casa o exame de admissão online, enquanto outros realizaram o exame na Escola Kao Yip num local determinado pela DSEDJ que permitia cumprir distância social de outros alunos e pessoal docente ou auxiliar. O número de alunos infectados com covid-19 que fizeram o exame foi inferior a uma dezena.

Ontem de manhã, foram divulgados os resultados dos exames no webiste da DSEDJ. Um total de 1037 alunos foram admitidos. Quem reprovou no exame, teve outra oportunidade ontem à noite para repetir. Os resultados finais de admissão serão publicados amanhã no portal da DSEDJ.

9 Jan 2023

Consumo | Recuperada confiança no último trimestre

O mais recente Índice de Confiança dos Consumidores relativo ao último trimestre, divulgado pela Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, revela que os consumidores estão mais confiantes nas áreas do emprego, inflação ou imobiliário, entre outros, mas o aumento de visitantes e a política “1+4” pode contribuir para uma maior confiança no consumo

 

Os consumidores em Macau parecem estar mais confiantes. É o que mostra o mais recente Índice de Confiança dos Consumidores, divulgado pela Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa), relativo ao quarto trimestre de 2022. O Índice foi de 77,56 pontos, numa escala de 0 a 200, tendo sido registado um aumento de cerca de oito pontos face ao terceiro trimestre do ano passado, quando o Índice foi de 68,87 pontos.

Além disso, as seis categorias do Índice, relacionadas com o emprego, economia local, investimento em acções, inflação, qualidade de vida e imobiliário, registaram também subidas.

O maior crescimento registou-se na confiança quanto ao emprego, de 18,69 por cento, enquanto a confiança na economia local teve um aumento de 17,89 por cento. No que toca ao investimento em acções, houve uma subida de 12,97 por cento no Índice, enquanto em matéria de confiança na inflação e nível de preços o aumento foi de 9,68 por cento. Relativamente à qualidade de vida registou-se um aumento de 8,13 por cento, enquanto na área da confiança no sector do imobiliário o aumento foi de 9,4 por cento.

Mais melhoras

O estudo foi produzido pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável da MUST entre 2 e 13 de Dezembro último, tendo sido inquiridos 809 residentes. Uma vez que 0 pontos significam total ausência de confiança, 100 pontos significam uma confiança média e 200 uma confiança plena por parte dos consumidores, o facto de o Índice ter permanecido abaixo dos 100 pontos mostra que os residentes de Macau continuam sem confiança em várias áreas de consumo, ainda que tenha havido um aumento nos pontos do Índice.

Os autores do estudo defendem que, apesar desta falta de confiança, a economia de Macau já saiu do ponto mais baixo, tendo havido alguma recuperação da esperança dos consumidores.

Continua a existir uma menor procura tendo em conta o abrandamento da economia global, o aumento da taxa de inflação e a turbulência dos mercados externos, além de que a economia na China precisa ainda de recuperar mais. Os autores do estudo dizem que todos esses factores causam stress aos consumidores, com visíveis impactos no mercado.

É ainda concluído que a estratégia de “1+4” para a economia local, apresentada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, nas últimas Linhas de Acção Governativa, poderá ajudar numa maior recuperação da confiança dos consumidores, uma vez que se propõe uma diversificação económica com recurso a novas indústrias. Além disso, o aumento gradual do número de visitantes também poderá ajudar no aumento da confiança, apontam os académicos.

9 Jan 2023

Alto de Coloane | Testemunha volta a implicar Chui Sai On

Uma funcionária da empresa de Sio Tak Hong corroborou a tese de que Chui Sai On terá dado luz verde para a construção do projecto do Alto de Coloane. Irmã da esposa de Jaime Carion confessa ter contraído empréstimos no valor de 2 milhões de patacas a Sio Tak Hong, referindo não saber se a dívida seria mesmo para saldar

 

O ex-Chefe do Executivo Chui Sai On voltou a ser mencionado no julgamento em que são julgados os ex-directores dos Serviços de Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) Jaime Carion e Li Canfeng, e dos empresários Sio Tak Hong, William Kuan e Ng Lap Seng.

Desta vez, Iek Wai Chan (funcionária da empresa de construção liderada pelo arguido Sio Tak Hong) afirmou perante o colectivo de magistrados que ouviu Chui Sai On vincar que o projecto do Alto de Coloane não teria de respeitar limites de altura porque estava numa “zona branca”. A testemunha acrescentou que nessa reunião, que ocorreu em 2012, também estiveram presentes o então secretário para os Transportes e Obras Públicas Lau Si Io e o director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes Jaime Carion.

Segundo o jornal Ou Mun, Iek Wai Chan garantiu, face à insistência do Ministério Público (MP), não estar equivocada em relação às declarações de Chui Sai On porque foram palavras marcantes e devido à importância política do ex-governante. Depois de o procurador do MP ter indicado que o conceito de “zona branca” não existe legalmente, e que era estranho Chui Sai On partilhar opiniões técnicas sobre construção, área em que não é especializado, a testemunha sublinhou que “foi o que o ex-Chefe do Executivo realmente disse”.

A testemunha afirmou ainda que o antigo governante afirmou que a construção das torres de habitação pública de Seac Pai Van, que implicou que parte da montanha fosse terraplanada, seria um exemplo da possibilidade de construir no Alto de Coloane. Recorde-se que Ho Iat Seng não autorizou que o seu antecessor fosse arrolado como testemunha neste processo.

Patacas e bolos

Outra testemunha ouvida ontem no Tribunal Judicial de Base, foi a irmã da esposa de Jaime Carion, que confessou perante os magistrados que terá sido informada que podia solicitar empréstimos financeiros ao empresário Sio Tak Hong.

Quanto questionada sobre a quantia que pediu emprestada, a cunhada do ex-director da DSSOPT não respondeu e justificou ter má memória devido à idade avançada. O procurador do MP reavivou a testemunha mencionando que durante a investigação a testemunha indicou ter pedido dois milhões de patacas e apenas reembolsado 500 mil patacas.

Além disso, a irmã da esposa de Jaime Carion disse não saber se seria necessário pagar o empréstimo a Sio Tak Hong e que terá recorrido ao empresário porque a pastelaria que geria, Miyazaki, estava na altura à beira da falência. Factor que a impediu de pagar o empréstimo.

A testemunha indicou ainda que a relação entre Jaime Carion e a esposa era complicada, e que a sua irmã tinha um namorado, apesar de casada com o ex-secretário, e que raramente pernoitava em casa de Jaime Carion.

5 Jan 2023

Lam Lon Wai pede maior generalização das vacinas contra a covid-19

A covid-19 já assolou todo o mundo e, mesmo após uma onda de infecções generalizadas em Macau, ainda persistem dúvidas relativamente à vacinação. A ideia é deixada pelo deputado Lam Lon Wai, que, numa interpelação oral submetida ao Governo, onde pede uma maior generalização das vacinas e mais explicações da parte das autoridades de saúde sobre este assunto. Lam Lon Wai defende que os residentes têm ainda muitas dúvidas sobre as vacinas, nomeadamente quanto aos seus efeitos e resposta face a sintomas graves de covid.

O deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) lembrou que a maioria dos residentes já esteve infectada, mas existe ainda um grande desconhecimento face aos efeitos das vacinas. Neste sentido, Lam Lon Wai exige que o Governo tenha uma política completa relativa à vacinação e que dê explicações claras à população.

Importar é preciso

Na mesma interpelação oral, Lam Lon Wai questiona se o Executivo vai ou não importar outros tipos de vacinas contra a covid-19 para que a população tenha mais opções de escolha. Isto porque, actualmente, existem apenas dois tipos de vacinas em Macau.

Ainda sobre esta matéria, Lam Lon Wai falou do caso específico dos idosos, cuja taxa de vacinação se mantém baixa, existindo uma grande maioria de pessoas com mais de 80 anos que nunca foi vacinada. Quanto aos menores de 18 anos, o deputado ligado à FAOM diz que há muitos pais com receio de vacinar os filhos por terem medo dos possíveis efeitos colaterais. Assim sendo, Lam Lon Wai entende que seria importante realizar um estudo em conjunto com instituições médicas para que se conheça a protecção que as diversas vacinas podem oferecer e apresente os dados à população.

O legislador questiona também se os residentes poderão tomar a dose de reforço ao final de seis meses após a última toma ou se será permitida a administração de vacinas mistas. Recordando que mais de 90 por cento dos residentes já foram vacinados com duas doses, sendo que já passou mais de meio ano, ou mesmo um ano, desde que tomaram a última dose da vacina. A todas estas perguntas o Governo terá de dar resposta no hemiciclo, numa sessão plenária que não tem ainda data marcada.

5 Jan 2023

Pandemia | Kiang Wu sem camas para doentes covid

As centenas de doentes covid-19 registados em Macau diariamente faz com que o hospital Kiang Wu já não tenha camas disponíveis. Por sua vez, o Centro Hospitalar Conde de São Januário está a receber cerca de 200 ambulâncias por dia no serviço de urgência, mais do dobro face ao número registado no ano passado

 

Os serviços médicos em Macau, tanto públicos como privados, começam a ter cada vez mais dificuldade em dar resposta ao crescente número de casos covid-19. Segundo a TDM, o hospital Kiang Wu já não tem camas para este tipo de doentes, tendo Li Peng Bin, médico e gestor do hospital privado, explicado que houve uma redução do número de doentes no serviço de urgência, mas há mais casos com sintomas graves, sobretudo junto dos mais idosos, que necessitam de internamento.

“O serviço de urgência no hospital está a tratar cerca de 600 pacientes por dia, o que é duas vezes mais face ao número de casos que tínhamos há umas semanas. No entanto, o serviço da linha de atendimento [para doentes covid-19] aliviou a pressão registada pelo pessoal médico do hospital e reduziu o número de pacientes nas urgências”, adiantou Ieng Kam Tou, também ouvido pela TDM, em declarações reproduzidas pelo portal Macau News.

Ao problema da falta de camas acresce-se o facto de muitos profissionais de saúde do Kiang Wu não terem ainda recuperado da doença, mas serem obrigados a prestar apoio no serviço, conforme explicou o médico Lei Man Chon. “Muitos estiveram doentes durante dois ou três dias, mas foram chamados ao serviço quando a febre baixou e quando começaram a sentir-se melhor.”

Relativamente à marcação de cirurgias, o serviço não tem sido afectado, adiantou o cirurgião Kam Kun Chong, uma vez que médicos, enfermeiros e auxiliares tomaram precauções em relação à covid-19, tomando medicamentos.

Tendo em conta que os idosos são, nesta fase, o maior grupo de risco, os dirigentes do hospital Kiang Wu prometem adoptar medidas especiais para travar o crescente número de casos e aliviar a pressão no serviço de urgência. Uma das medidas passa por recomendar que os doentes tomem os medicamentos fornecidos pelo Governo antes de se dirigirem de imediato às urgências.

São Januário lotado

A situação não é melhor no Centro Hospitalar Conde de São Januário. À imprensa chinesa, Chang Tam Fei, director substituto do serviço de urgência do hospital público, disse que houve um aumento, em termos anuais, de 200 a 300 doentes, pois cerca de 800 a 1000 doentes registaram-se nas urgências durante este surto.

As urgências do São Januário recebem, em média, 200 ambulâncias por dia com doentes covid, enquanto no mesmo período de 2021 o hospital recebia entre 70 a 80 ambulâncias diariamente, o que representa um crescimento de mais de 100 por cento.

“Os pacientes vão ao médico assim que se sentem doentes, e neste momento os doentes com sintomas ligeiros são imensos. Assim sendo, decidimos criar um posto de testes de ácido nucleico perto do serviço de urgência para podermos acolher estes doentes com sintomas leves. Desta forma podemos desviá-los do serviço de urgência, evitando a acumulação de pessoas”, adiantou Chang Tam Fei.

4 Jan 2023

Hotelaria | Prevista ocupação entre 80 e 90% no Ano Novo Chinês

Depois dos bons sinais dados no último dia de 2022, representantes do sector do turismo encaram com optimismo o Ano Novo Chinês. Apesar dos surtos em Macau e no Interior da China, Andy Wu espera que na altura dos feriados os picos de infecção sejam coisa do passado

 

Depois de três anos de crise sem precedentes, a abertura de Macau parece, finalmente, trazer algum optimismo palpável ao sector do turismo. Em declarações ao HM, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, mostrou-se confiante de que durante os feriados do Ano Novo Chinês a taxa de ocupação dos hotéis de Macau possa chegar a níveis entre 80 e 90 por cento, com o número diário de visitantes a atingir uma média a rondar os 40 mil.

Apesar de os surtos de covid-19 serem uma realidade generalizada no Interior da China, Andy Wu não considera que Macau seja afectado ao nível do turismo. “Para já, as principais fontes de turistas que vão chegar a Macau são Hong Kong e Interior da China. Tendo em conta que tanto no Interior como em Macau os picos de infecção se terem dado antes do Natal, a covid-19 não será um problema para a indústria”, afirmou ao HM.

O representante do sector estima que na altura do Ano Novo Chinês, as taxas de infecção local e nacional se fixem entre 70 e 80 por cento. Em relação aos mercados exteriores, Andy Wu não tem para já uma perspectiva tão optimista, porque a frequência de voos do estrangeiro não permite a retoma deste segmento.

Em uníssono

As previsões de Andy Wu acompanham as proferidas pelo deputado e presidente da Associação das Agências de Turismo de Macau, Cheung Kin Chung, que também havia estimado taxas de ocupação hoteleira entre 80 e 90 por cento durante a próxima época de feriados.

Em declarações ao HM, Andy Wu fez eco das declarações do Chefe do Executivo, reforçando a ideia partilhada por vários sectores sociais de que a pior fase da pandemia foi ultrapassada. “Acho que sim, o pior período já passou, e coincidiu com o Natal, quando muitos negócios ficaram paralisados devido à elevada taxa de infecção entre os funcionários. Logo de seguida, no Ano Novo, já se sentiu alguma recuperação. À medida que mais pessoas são infectadas e recuperam, o impacto nos negócios será cada vez menor”, afirmou o responsável.

Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o deputado Cheung Kin Chung referiu que durante o Ano Novo a taxa de ocupação dos hotéis ficou entre 60 e 80 por cento, com a média dos preços dos quartos a rondar 50 a 60 por cento das tarifas verificadas antes da pandemia.

4 Jan 2023

Turismo | Agência recebeu dezenas de consultas sobre viagens ao Japão

A gerente de operações do ramo da agência de viagens EGL Tours em Macau, Chao Lai Fong, apontou que nos últimos dias recebeu dezenas chamadas a pedir informações sobre viagens para o Japão, principalmente para a altura do Ano Novo Chinês. A responsável indicou ao canal chinês da Rádio Macau que os potenciais clientes mencionaram o final de Janeiro por considerarem por que essa altura a pandemia já estaria estável em Macau.

Chao Lai Fong revelou que a primeira excursão organizada pela empresa para o Ano Novo Chinês, que tinha como destino o Japão, acabou por ser adiada porque tanto a agência de viagens como as companhias aéreas enfrentaram escassez de mão-de-obra.

Em relação à medida que obriga, a partir de hoje, voos que partem da China, Hong Kong e Macau a usar apenas quatro aeroportos, Chao Lai Fong afirmou que tal não terá grande impacto no mercado local, uma vez que a maioria dos residentes de Macau viaja precisamente para Tóquio e Osaka, afectando apenas as rotas para Hokkaido, que tiveram de ser canceladas.

Um dos efeitos das medidas implementadas pelas autoridades nipónicas é o aumento dos preços de quartos e bilhetes de avião.

30 Dez 2022

Surto | Agnes Lam responsabiliza Governo por deixar caos instalar-se

A ex-deputada considera que se a informação sobre o número de casos tivesse sido transparente, em vez de ter sido alterada durante o surto mais grave a afectar o território, as pessoas teriam tido comportamentos de maior protecção

 

A antiga deputada e académica Agnes Lam alertou para o facto de que apesar da primeira vaga de infecções comunitárias ter passado a “luta contra a covid-19” ainda só está no início e há muito para fazer. O alerta foi deixado por Agnes Lam em declarações jornal ao Exmoo, em que definiu as últimas duas semanas como “caóticas”.

Segundo a antiga legisladora, nesta fase, os infectados da primeira vaga de covid-19 começaram a recuperar e a voltar ao trabalho, como aconteceu nas regiões vizinhas. Contudo, esta é apenas a primeira de várias vagas que se devem seguir nos próximos meses, pelo que a académica apela ao Governo para lidar melhor com os vários problemas que irão surgir.

“Espero que o Governo possa rever as insuficiências detectadas nesta primeira vaga, para garantir que a população está preparada de forma adequada para os surtos seguintes”, pode ler-se no artigo.

Sobre o caos dos últimos dias, a ex-deputada argumentou que foi gerado pela falta de medicamentos e pela alteração repentina dos critérios de contabilização dos casos, que fizeram com que as pessoas não se tivessem apercebido da verdadeira dimensão do contágio até ser demasiado tarde.

“A população perdeu a confiança no governo, com as alterações dos critérios de contabilização de casos, e ao mesmo tempo, face à falta de informação real, a população não esteve em condições de analisar bem o ambiente e de se aperceber da verdadeira subida do número de casos, porque as informações não foram transparentes. Isto fez com que não houvesse consciência da necessidade de cooperar com a prevenção da pandemia”, considerou.

Erros e mais erros

Agnes Lam considerou ainda que o Governo errou na forma como disponibilizou os recursos para os surto mais recentes. Segundo a deputada, com reservas financeiras de 560 mil milhões de patacas e um ambiente estável, a reabertura ao mundo podia ter sido mais bem preparada, e com a promoção de uma maior cooperação da população, se o Governo tivesse agido de outra forma. Para justificar esta afirmação, a ex-legisladora recorreu ao surto de 18 de Julho, em que considerou que a população se mostrou sempre disponível para colaborar com as autoridades, mesmo quando foi exigido que ficasse em casa.

Para o futuro, Agnes Lam sugere assim que o Executivo divulgue o número total de infectados, mesmo que seja através de estimativas. “Para que as pessoas se possam preparar bem para a chegada dos próximos surtos, e o Governo possa canalizar os recursos para os médicos que exigem mais cuidados”, justificou.

30 Dez 2022

Ano Novo Chinês | Visitantes do Interior querem “inundar” Macau

Horas depois de serem levantadas as restrições de viagem no Interior, os turistas inundaram o portal de pesquisa Ctrip.com e Macau foi o destino mais procurado. No entanto, a enchente de turistas pode não se verificar, devido à falta de capacidade no Interior para lidar com a emissão de vistos

 

Macau é o destino mais procurado pelos turistas do Interior que querem passar o ano Novo Chinês fora de casa. A informação foi divulgada pela plataforma de viagens Ctrip.com, a partir das pesquisas feitas no portal da empresa chinesa.

A grande procura por Macau surgiu depois de a Comissão Nacional de Saúde do Interior anunciar, a 26 de Dezembro, o cancelamento das medidas de quarentena para quem viesse do estrangeiro.

Segundo a informação da Ctrip.com, logo após o anúncio do fim das restrições, o volume de pesquisas sobre os destinos mais populares cresceu dez vezes face ao período homólogo. No caso da procura de voos e hotéis, os números atingiram, numa questão de horas, o pico dos últimos três anos.

No ranking das pesquisas, e de acordo com os dados citados pelo jornal China Daily, Macau foi o destino mais pesquisado, seguido por Hong Kong, Japão, Tailândia, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Malásia, Austrália e Reino Unido.

Além das pesquisas por destinos, a procura de excursões no exterior para o Ano Novo Chinês também aumentou seis vezes no motor de buscas da plataforma de viagens.

Peso da realidade

Apesar dos sinais positivos, a recuperação do turismo em Macau deve demorar mais tempo do que o previsto, devido à emissão de vistos pelas autoridades do Interior, que tem várias limitações.

Mesmo com a pesquisa de excursões de Ano Novo Chinês a aumentar seis vezes face ao ano passado, os governantes do Interior definiram como prioridade a atribuição de vistos de saída para comerciantes, estudantes e pessoas que se querem deslocar para visitar familiares.

Segundo um responsável da Ctrip, citado pelo jornal China Daily, nesta fase, os serviços da China simplesmente não têm capacidade para lidarem com tantos vistos, devido à onda de covid-19, que está a paralisar a sociedade.

O responsável, que não foi identificado, afirmou que de acordo com os dados da empresa, desde 7 de Dezembro, os pedidos de vistos para visitas ao estrangeiro aumentaram doze vezes em termos anuais. Singapura, Japão, Coreia, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália são os países mais procurados.

Os dados da Ctrip.com mostram ainda que apesar de o número de viagens ao estrangeiro ter vindo a descer, os visitantes gastam cada vez mais.

28 Dez 2022

Doente gástrico morre nas urgências após um dia sem tratamento

Na segunda-feira, uma ouvinte do Fórum Macau, do canal chinês da TDM, revelou um caso chocante que terá resultado na morte do seu marido. “O meu marido morreu, o seu corpo está no Centro Hospitalar Conde de São Januário”, começou desta forma o relato da residente.

A mulher afirmou que devido a intensas dores de barriga, ao final da manhã de quinta-feira, dia 22 de Dezembro, ligou para a linha de emergências médicas 999. Do outro lado da linha foi informada de que devido à escassez de ambulâncias disponíveis, o tempo de espera poderia ascender às duas ou três horas e que o melhor seria ligar directamente aos bombeiros. De novo foi-lhe indicado o mesmo tempo de espera.

Como o estado clínico do marido parecia agravar-se, a residente recorreu à Rádio Taxi e 15 minutos depois chegava ao Hospital São Januário, cerca do meio-dia. Passadas cinco horas de espera, foi indicado que o paciente precisava fazer análises ao sangue. Por volta das 18h, cansada após seis horas de espera, a mulher deixou o seu contacto telefónico e foi para casa, enquanto o marido aguardava os resultados das análises e subsequente tratamento.

A mulher, que indicou sofrer de hipertensão arterial, ficou à espera de uma chamada que nunca chegou. No dia seguinte, ao meio-dia, ou seja, 24 horas depois da chegada do marido ao hospital público, deslocou-se ao hospital.

“Entre o meio-dia de quinta-feira e as 15h do dia seguinte, o meu marido não recebeu qualquer tratamento médico, queixava-se de dores fortes e dizia que estava a morrer”, avançou a ouvinte do Fórum Macau.

Depois de perguntar porque o seu marido foi deixado ao abandono durante um dia inteiro, apenas com uma colheita de sangue para análises e sem receber os resultados, uma enfermeira revelou à residente que o marido sofria de uma inflamação na zona abdominal.

Dor e espera

O passo seguinte foi a administração de soro ao homem, cuja idade não foi revelada. Levantando a possibilidade de desidratação, a mulher afirmou que o pessoal de enfermagem teve dificuldades em encontrar uma veia para induzir o soro ao marido. “Pouco tempo depois de estar a receber soro, fui informada de que o meu marido precisava de ser submetido a cirurgia devido a uma perfuração gastrointestinal”, indicou a ouvinte.

Depois de seguir o conselho do pessoal médico para regressar a casa, por volta das 20h de sexta-feira recebeu uma chamada urgente do hospital a informar que o seu marido estava em estado crítico e a receber reanimação.

Apesar da forma como o seu marido acabaria por falecer, a mulher elogiou o esforça, dedicação e simpatia do pessoal médico.

27 Dez 2022

Covid-19 | Suspensas aulas em 13 turmas devido a infecções

O Governo interrompeu as aulas presenciais em 13 turmas depois de 28 estudantes e docentes terem testado positivo. Directores de escolas alertam para incongruências nas orientações preventivas, enquanto pais queixam-se que as medidas no Interior da China são mais flexíveis que em Macau

 

Apesar de Macau entrar hoje na segunda fase do período de transição no alívio de restrições pandémicas, na segunda-feira foram suspensas as aulas de 13 turmas de escolas do território depois de 25 alunos e três docentes de 17 escolas terem testado positivo à covid-19 no domingo.

O Governo indicou que a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e os Serviços de Saúde (SSM) apresentaram às direcções das escolas orientações preventivas para aplicar durante o período de transição. Foi também estabelecido um mecanismo de notificação entre as escolas e as autoridades de saúde e uma linha telefónica especial para responder a dúvidas do pessoal das escolas.

No mesmo comunicado da DSEDJ, divulgado apenas em chinês na noite de segunda-feira, é feito mais um apelo aos encarregados de educação para vacinarem os alunos ou para a administração da dose de reforço da vacina contra a covid-19.

Sem orientação

Um dos estabelecimentos de ensino onde foram suspensas aulas numa turma foi a Escola Choi Nong Chi Tai, na Areia Preta, devido à descoberta de um caso positivo numa turma. O director da escola, Vong Kuoc Ieng, revelou ao jornal Ou Mun que as orientações do Governo causaram alguma confusão e considera que as medidas a adoptar durante este período devem ser clarificadas.

O responsável mostrou-se perplexo face à situação de a turma do aluno infectado ter ficado com aulas suspensas por cinco dias, enquanto as turmas frequentadas pelos irmãos do aluno (com quem coabitam) continuarem com aulas presenciais.

Na segunda-feira, começou a ser implementado um sistema de testagem na Escola Choi Nong Chi Tai, que implica pelo menos um teste rápido antigénio por semana, com cerca de 20 por cento de alunos e professores a ser testados por dia. O responsável realçou que o facto de a testagem de alunos não ser obrigatória e não resultar no impedimento de entrada no recinto das escolas, pode dar azo a conflitos entre pais e professores.

Também o deputado e director da Escola Secundário Pui Ching, Kou Kam Fai, pediu maior clareza em relação às orientações do Governo e indicou que no estabelecimento de ensino que dirige não serão dadas aulas à distância. As turmas com aulas suspensas terão apenas trabalhos de casa. A longo prazo, o deputado entende que seria mais prático apenas os alunos que testaram positivo ficarem em casa, enquanto que o resto da turma prossegue com as aulas presenciais, a menos que a proporção de casos positivos seja considerável.

13 Dez 2022

Covid-19 | Deputados pedem para Macau seguir alívio aplicado no Interior

Um dia antes do anúncio de atenuação das medidas de combate à pandemia em Macau, os deputados Ella Lei e Leong Sun Iok emitiram um comunicado a pedir ao Executivo de Ho Iat Seng para que copie as medidas aplicadas no Interior da China. O alívio das restrições transfronteiriças e dos incómodos para a população devem ser as prioridades

 

Os deputados Ella Lei e Leong Sun Iok querem que o Executivo de Ho Iat Seng siga as medidas recentemente implementadas pelo Governo Central no alívio das restrições, segundo um comunicado emitido cerca de 24 horas antes da conferência de imprensa de ontem das autoridades de saúde, onde foi anunciada a alteração de abordagem no combate à pandemia no território.

Os deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) pediram ao Governo que adopte medidas de controlo semelhantes às divulgadas pelo Conselho de Estado, mantendo políticas consistentes com o país, mas também alivie o incómodo provocado à população.

Um dos pedidos principais dos legisladores é o relaxamento das restrições transfronteiriças. Neste aspecto, como para entrar em Zhuhai continua a ser obrigatório apresentar resultado negativo do teste do ácido nucleico em 24 horas, os deputados gostariam que o preço dos testes diminuísse, de forma a aliviar os encargos das empresas, dos funcionários e da população em geral.

Os deputados destacaram que o Governo deve reduzir gradualmente o impacto causado pelas medidas da prevenção da pandemia à população, sobretudo na frequência da realização de testes de ácido nucleico, e em relação aos critérios para definir zonas de código amarelo e vermelho.

Os legisladores mostraram-se particularmente preocupados com a situação de trabalhadores impedidos de trabalhar porque ficaram com código de saúde amarelo e dizem ter recebido queixas de residentes e de funcionários de diversos sectores cuja vida foi condicionada porque a sua morada foi decretada como zona vermelha, ficando impedidos de trabalhar, apanhar transportes públicos e entrar em serviços para tratar de assuntos necessários.

Mudar o teste

Um dos pedidos dos deputados da FAOM que foi atendido prende-se com a obrigatoriedade de grupos-alvos, de determinados sectores profissionais, fazerem testes de ácido nucleico regularmente. Ella Lei e Leong Sun Iok pediram que nesta medida seja dada primazia ao teste rápido de antigénio, algo que na realidade foi dada a escolha do tipo de teste a realizar aos empregadores.

Outra questão que os deputados gostariam de ver resolvida, é o foco das medidas de prevenção nos grupos-alvo e pessoas de alto risco, nomeadamente quando são verificados casos positivos num apartamento, sugerindo que os vizinhos que moram no mesmo edifício não fiquem com o código amarelo.
Finalmente, face à possível abertura em termos de controlo pandémico, Ella Lei e Leong Sun Iok apelaram à vacinação contra a covid-19.

8 Dez 2022

Autoridades executam decisão judicial e ordenam despejo do Convento da Ilha Verde

Ontem de manhã, agentes judiciais, pessoal do Instituto para os Assuntos Municipais, da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana e a Polícia de Segurança Pública deram ordem de despejo aos ocupantes do Convento da Ilha Verde. Cumprindo a ordem judicial que saiu do acórdão do tribunal que dirimiu o caso da Colina da Ilha Verde, o proprietário deu três dias para que os ocupantes abandonem o convento.

A operação interdepartamental foi acompanhada pelo representante da empresa proprietário do terreno Jack Fu, da Companhia de Desenvolvimento Wui San.

Em declaração aos jornalistas, Jack Fu apontou que os todos os processos judiciais sobre as disputas relacionadas com os terrenos terminaram e que a empresa que representa venceu todos. O responsável elogiou o Governo liderado por Ho Iat Seng, que indicou ter ajudado a resolver o problema e garantiu que o desenvolvimento projectado para o terreno irá corresponder ao planeamento urbanístico.

A decisão judicial teve como efeito imediato a instalação de uma barreira na entrada da Colina da Ilha Verde e os seguranças da empresa passaram a fazer o registo de quem entra e sai da propriedade.

Quem te avisa

Ao lado da entrada, foi afixado um aviso que cita o acórdão do tribunal e alerta para a proibição de entrar no terreno sem autorização dos proprietários. “Desde o dia 6 de Dezembro, é necessária autorização da Companhia de Desenvolvimento Wui San para entrar neste terreno. Quem não o fizer pode incorrer no crime de usurpação de coisa imóvel, cuja pena máxima de prisão vai até dois anos,” pode ler-se no aviso.

Este caso arrasta-se há anos. Em 2007, a Companhia de Desenvolvimento Wui San adquiriu a propriedade da Colina da Ilha Verde. Desde então, tem sido alvo de disputas e ocupações, em particular por parte de Wu Tak Nang, que terá ocupado o convento e arrendado quartos a trabalhadores não-residentes.

O antigo convento jesuíta já foi intervencionado devido ao estado de degradação e abandono a que foi votado.
Jack Fu adiantou ontem que, actualmente, cerca de 20 pessoas ainda vivem no convento e que existem ligações ilegais de cabos eléctricos, situação que o representante da empresa proprietária teme poder resultar num incêndio.

7 Dez 2022

PME | Esperança no fim da política de zero casos de covid-19

O presidente da associação Comercial Federal Geral de PME encara com esperança o alívio de medidas de combate à pandemia no Interior da China, e considera que podem ser um sinal para a retoma da economia local, em especial no sector da restauração. Fong Kin Fu entende que os jovens de Macau devem considerar trabalhar na restauração como uma alternativa às primeiras escolas

 

A recente inversão na abordagem ao combate à pandemia pelas autoridades de saúde nacionais, com o alívio de algumas restrições, deixou o presidente da Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau com um sentido de renovado optimismo, depois de tempos complicados para o tecido empresarial do território.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Fong Kin Fu destacou o papel da cidade de Guangzhou na vanguarda da mudança de abordagem e demonstrou esperanças de que o fim da política de zero casos de covid-19 leve à retoma da economia.

Outro aspecto positivo, elencado pelo dirigente, foi a possibilidade de a alteração de paradigma levar ao aumento da confiança dos consumidores e ao ressurgimento do mercado de trabalho, com melhores salários, empurrados pelo crescimento económico.

Focado no sector da restauração, Fong Kin Fu interpretou as quebras reportadas na procura de mão-de-obra e salários como fenómenos naturais que espelham o mau momento do sector. Como tal, os candidatos a postos de trabalho não têm poder de escolha e aceitam cargos com salários mais baixos.

Na semana passada, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos indicou que no terceiro trimestre de 2022 os “restaurantes e similares” empregavam 22.658 trabalhadores a tempo completo, total que representou uma quebra anual de 3,7 por cento. Os salários médios também caíram 1,1 por cento para 9.700 patacas por mês. Face a este cenário, as vagas por preencher no sector tornaram-se uma realidade incontornável.

Cair na real

O presidente da associação fez um balanço de 2022 no sector da restauração afirmando estar a ser um ano sem grandes alterações face ao ano anterior, com os empresários numa posição expectante, reservada, uma vez que nunca se sabe quando os seus estabelecimentos podem ficar envolvidos num surto.

Outra mudança óbvia, é o foco na clientela local, tendo em conta a crise no turismo. Neste aspecto, Fong Kin Fu não deixou de apontar que a última metade do ano está a ser muito fraca para os negócios, tendência que só foi minorada pelo alívio trazido por mais uma ronda de cartão de consumo, que trouxe alguma estabilidade ao sector.

Em relação à mão-de-obra, o dirigente sugeriu aos jovens de Macau que apostem na restauração caso não encontrem os empregos de sonho que projectaram para o futuro na área da sua formação. Neste domínio, mencionou as oportunidades como chef de cozinha, uma área onde são sempre precisos quadros qualificados.

6 Dez 2022

Táxis | Condutores querem carros próprios para códigos vermelhos

Uma associação de taxistas quer que o Governo providencie serviços de táxi especiais para pessoas com código de saúde vermelho, como acontece em Hong Kong, na sequência do surto originado pela infecção de um taxista. Face ao risco de exposição à covid-19, os motoristas sentem que foram abandonados pelo Executivo

 

No passado mês de Julho, as autoridades estipularam que as pessoas com código de saúde vermelho podem apanhar táxis, apesar de ser permitido ao motorista negar prestar esse serviço, ao contrário do que se passa, por exemplo, com os autocarros públicos. Este foi um dos factores que levou à situação actual, de um surto de covid-19 que parece ter tido como fonte de contágio um taxista de 74 anos.

Face a esta situação, o presidente da Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau, Leng Sai Vai, defende que o Governo deveria criar condições para haver táxis específicos para transportar pessoas com código vermelho, à semelhança do que acontece em Hong Kong.

O representante do sector, em declarações ao jornal Exmoo, argumenta que a medida é essencial para contornar os riscos de contágio de covid-19 a que os taxistas estão expostos.

No passado dia 11 de Novembro, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego estipulou que os taxistas podem recusar o transporte de passageiros com código vermelho sem incorrerem em qualquer infracção. Porém, o dirigente associativo confessou que nos dias que correm os motoristas não se podem dar ao luxo de pensar em riscos de saúde, mas apenas em sustentar a família.

Questionado se entende que entre a classe a vontade de transportar visitantes do Interior da China diminuiu, Leng Sai Vai sublinhou que os taxistas não estão em condições para recusar serviços face à crise que afecta o sector desde que começou a pandemia.

Esquecidos pelo sistema

Leng Sai Vai considera que o Governo não compreende os riscos que os profissionais do sector enfrentam no seu dia-a-dia e que as medidas de combate à pandemia dirigidas aos taxistas não passam de slogans, sem acções concretas. O representante deu como exemplo do abandono das autoridades o facto de nunca terem sido facultados aos motoristas desinfectantes básicos, apesar das exigências de desinfecção dos veículos a cada viagem.

Aliás, a única atenção que os profissionais tiveram aconteceu com este último surto que afecta actualmente Macau, com a distribuição de 10 testes rápidos antigénio por cada motorista. Leng Sai Vai destaca que mesmo esta medida se destina apenas a saber se os profissionais estão infectados e não a prevenir a infecção.

2 Dez 2022

APN | Um total de 16 candidatos lutam pelo acesso a 12 lugares

Na candidatura à Assembleia Popular Nacional, destaque para a saída da advogada Paula Ling, que não apresentou candidatura. No leque de representantes da RAEM no órgão chinês há apenas três caras novas, com grande parte dos actuais delegados a concorrerem novamente

 

Começam dia 12 de Dezembro as eleições para escolher os novos representantes de províncias chinesas e regiões administrativas especiais na Assembleia Popular Nacional (APN), o mais alto órgão legislativo do país. Segundo o jornal Ou Mun, Macau leva à eleição 16 candidatos que concorrem a 12 assentos, sendo que grande parte dos actuais delegados se recandidatou. Apenas três delegados optaram por não se recandidatar, nomeadamente a advogada Paula Ling, Lo Bo e Lai Sai Kei. O último dia para a apresentação de candidaturas foi na segunda-feira.

Um dos representantes que se recandidatou foi Lao Ngai Leong, que entregou 468 cartas de apoio à sua nomeação. Este disse que, caso seja reeleito, irá continuar a ouvir a população de Macau, além de prosseguir no objectivo da integração regional, de forma mais aprofundada, no plano de desenvolvimento nacional. O responsável quer também incentivar a diversificação económica e prestar mais atenção à construção do projecto da Grande Baía e da Zona de Cooperação Aprofundada Hengqin-Macau.

Também Ho Sut Heng, presidente da Federação das Associações dos Operários, se recandidata, tal como o empresário Kevin Ho, Ng Sio Lai, presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau e Sio Chi Wai. Estes também apontam como objetivos a construção gradual da Grande Baía e do projecto da Zona de Cooperação Aprofundada, bem como a recuperação da economia de Macau e a importância de formar mais quadros qualificados.

Fazer a dobradinha

No caso de José Chui Sai Peng, deputado à Assembleia Legislativa (AL) e engenheiro civil, entregou 470 cartas de nomeação. Na qualidade de delegado à APN quer contribuir para a sociedade e demonstrar o amor à pátria e a Macau. O legislador acrescentou que, no último mandato, enviou 63 sugestões após ouvir opiniões de residentes e empresas.

Com 429 cartas de nomeação, a presidente do conselho fiscal da Associação Geral das Mulheres, Iong Weng Ian, também é novamente candidata. Na sua lista de objectivos políticos constam os assuntos relacionados com mulheres e crianças, prometendo lutar por mais direitos destes grupos.

Si Ka Lon, deputado à AL e candidato, demonstra interesse nas áreas do desenvolvimento regional e no processo de unificação do país, sem esquecer o desenvolvimento das novas indústrias de Macau e os objectivos definidos pelo Governo Central para a Zona de Cooperação Aprofundada.

Kou Hoi In, presidente da AL e novamente candidato à APN, promete lutar pela integração de Macau no país e pela continuação da implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas” em prol do desenvolvimento estável do território.

Há também um naipe de representantes de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) candidatos à APN. Entre eles, o estreante Ma Chi Seng, que se junta a Chan Hong, Vong Hin Fai e Wang Hang Hon.
Ma Chi Seng encara a candidatura como um “assunto sério” e relevou que a decisão foi tomada “depois de ter pensado de forma prudente”. O responsável quer conhecer as direcções políticas do país através da APN e apresentar mais opiniões da sociedade junto do Governo Central.

Como advogado e deputado, Vong Hin Fai adiantou que dá atenção às matérias de integração regional com a Grande Baía e Zona de Cooperação Aprofundada, sobretudo no que diz respeito à legislação e regulamentos a adoptar por Macau e Hengqin.

Nas candidaturas à APN surge outra cara nova, Lao Ka U, uma candidata ligada à Associação dos Conterrâneos de Jiangmen. Esta candidatura constitui, para si, um incentivo a participar de forma activa nas políticas e a estar mais atenta a Macau e ao país. Lao Ka U quer lutar mais pelos direitos das mulheres, jovens e dos trabalhadores do sector da construção. Dois residentes apresentaram também candidaturas, um deles não atingiu o requisito mínimo de 15 cartas de nomeação.

30 Nov 2022

PJ | No combate à destruição social promovida por forças externas

O combate à possibilidade de infiltrações de forças externas em Macau e à contaminação social por actores anti-China foram prioridades elencadas ontem pelo subdirector da Polícia Judiciária (PJ), Lai Man Vai, no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau. A emissão de ontem teve como tema os trabalhos previstos pelas Linhas de Acção Governativa da área de segurança para o próximo ano.

“Os nossos trabalhos vão estar focados em várias áreas, incluindo a defesa de segurança nacional. Participamos activamente nas alterações da lei, e vamos reforçar a prevenção contra a infiltração, intervenção e destruição da sociedade de Macau por forças externas”, afirmou o responsável da PJ, mais uma vez sem concretizar que perigos ameaçam o território.

“Também analisamos os factores que provocam instabilidade e que podem afectar a segurança nacional e Macau, através de uma avaliação permanente de possíveis riscos e reforçando o controlo durante eventos de grande envergadura”, acrescentou Lai Man Vai.

O subdirector da PJ indicou ainda que as autoridades se vão focar também no combate aos crimes informáticos, burlas online e ilícitos relacionados com casinos. Uma das apostas vai continuar a ser a sensibilização de jovens, em particular de estudantes universitários.

O responsável adiantou que o Governo está a estudar a possibilidade de estabelecer no território um departamento policial dedicado anti-fraude.

Trabalho na mira

Um dos crimes mais estigmatizados hoje em dia é o contrabando, muito por culpa das medidas restritivas de combate à pandemia, que estará na mira das autoridades no próximo. O representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Leong Heng Hong, revelou ainda que o Governo irá instalar equipamentos nos postos fronteiriços que dispensam a fiscalização por agentes da alfândega, através da leitura de um código QR gerado na Conta Única.

O CPSP terá ainda como missão combater o trabalho ilegal e identificar os trabalhadores não-residentes que desempenhem funções diferentes das estabelecidas nas autorizações de permanência no território.

29 Nov 2022

AL | Che Sai Wang quer respostas rápidas a interpelações

O deputado Che Sai Wang considera que as respostas às interpelações escritas dos deputados estão muito atrasadas, denunciando que, por vezes, demoram mais de um mês. A insatisfação do legislador ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) foi expressa, ironicamente, através de uma interpelação escrita.

Segundo Che, uma das suas interpelações escrita a 8 Julho só foi entregue ao gabinete do Chefe do Executivo quase um mês depois de ser remetida. Por isso o deputado quer saber o que foi feito no meio deste processo, para que a confirmação da recepção só chegasse a 10 de Agosto e a resposta fosse entregue a 22 de Agosto. No período em causa, embora não seja mencionado na interpelação, a RAEM atravessou um surto de covid-19, que resultou no confinamento parcial da população.

Che Sai Wang também ficou incomodado, uma vez que na resposta pela qual teve de esperar mais de um mês só constava que a pergunta tinha sido respondida durante a reunião plenária de 18 de Agosto, na Assembleia Legislativa. Face à réplica pouco satisfatória, o legislador defende que os serviços deviam encaminhar para o Governo as interpelações mais rapidamente e que devia haver uma atitude mais activa para responder às perguntas dos deputados.

Além disso, Che Sai Wang considera que as respostas dadas no plenário em causa não estavam relacionadas com as questões, pelo que o Governo fugiu às responsabilidades perante os deputados.

29 Nov 2022

Jogo | FAOM pede garantia para empregos de residentes

Os deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) querem garantias do Governo de que as empresas vencedoras das licenças de jogo vão dar prioridade a residentes locais no recrutamento de recursos humanos.

Ella Lei, Leong Sun Iok, Lei Chan U e Lam Lon Wai assinaram um comunicado onde se destaca que, apesar de as concessionárias originais terem luz verde para continuar a explorar a actividade de jogo em Macau, existem funcionários do sector que estão preocupados com a possibilidade de serem despedidos devido à recessão económica. Os legisladores da FAOM pediram também que seja dada atenção especial aos trabalhadores dos casinos-satélite

Citando dados divulgados pelo Governo, o terceiro trimestre do ano encerrou com menos 14.000 vagas de emprego no sector do jogo, em relação a igual período de 2021. Os deputados esperam também que as concessionárias apoiem o desenvolvimento das pequenas e médias empresas e que sejam instrumentais na ajuda à contratação de pessoas com deficiência ou incapacidade.

Os membros da FAOM esperam ainda que as empresas de jogo consigam atrair turistas estrangeiros, mas abstiveram-se de referir que sem o alívio das restrições de combate à pandemia essa capacidade fica bastante diminuída.

28 Nov 2022

DST | Grande Prémio não aumentou número de turistas

O Grande Prémio de Macau não mexeu na média de entradas no território, que durante o evento desportivo não ultrapassaram as 20.000 por dia. À margem da apresentação do Festival de Cerveja Macau-Qingdao, o subdirector da DST confessou que a quarentena de 5+3 não ajudou a atrair turistas

 

O Grande Prémio de Macau não teve qualquer impacto no número de entradas no território, confirmou ontem o sudirector dos Serviços de Turismo (DST), Hoi Io Meng, à margem da cerimónia de apresentação do 2.º Festival de Cerveja e Cultura de Macau e Qingdao.

Segundo o responsável, o número médio de visitantes durante os quatro dias de prova ficou abaixo dos 20 mil diários, à semelhança do que se verificou antes do evento.

“Durante os dias do Grande Prémio a média de visitantes foi pouco superior a 16 mil pessoas, com o pico a ocorrer na sexta-feira passada, quando entraram em Macau 21 mil visitantes. Um volume semelhante ao verificado em dias normais”, afirmou ontem Hoi Io Meng.

O responsável da DST pediu compreensão à população e aos sectores da sociedade que dependem do turismo pela fraca e não surpreendente afluência de visitantes, tendo em conta os múltiplos surtos na província vizinha, que têm levado a confinamentos de milhões de pessoas.

Além disso, Hoi Io Meng apontou que a taxa de ocupação hoteleira subiu 15 por cento durante o evento. “Observamos um bom sinal durante o Grande Prémio, que foi o aumento do tempo que os visitantes pernoitaram em Macau. Isso significa que durante o dia, os turistas vêem as corridas e depois vão aproveitar o que a cidade tem para oferecer, fomentando o crescimento das pequenas e médios empresas”, disse o responsável da DST.

Urso no bosque

Em relação à tese de que a quarentena “5+3” iria impulsionar o turismo, defendida por Liz Lam da DST e por outros membros do Governo, Hoi Io Meng confessou que “para já, não conseguiu atrair turistas estrangeiros”, mas que a DST está a preparar uma campanha de promoção de Macau nos mercados externos. Importa recordar que Macau é um dos poucos sítios do mundo que obriga estrangeiros a cumprir oito dias de quarentena à chegada.

De portas fechadas ao mundo, a única aposta continua a ser o Interior da China. Nesse aspecto, o subdirector revelou que se tem registado um aumento de turistas vindo de províncias não abrangidas pelo programa de excursões de “4 províncias e uma cidade” (Guangdong, Zhejiang, Jiangsu, Fujian e Xangai). “A Air Macau informou-nos da recuperação de voos e passageiros, com subidas na casa dos dois dígitos”, afirmou Hoi Io Meng.

Em relação às excursões, o responsável indicou que a DST está à espera da aprovação dos primeiros grupos pelas autoridades do Interior da China. Além disso, está em preparação uma operação de intercâmbio e promoção de Macau enquanto destino turístico, envolvendo empresas locais e empresas dos locais abrangidos pelo programa “4 províncias e uma cidade”.

25 Nov 2022

IAS | Governo diz que existem 53 toxicodependentes em Macau

O Instituto de Acção Social considera que o número de consumidores de drogas em Macau diminuiu 42,4 por cento na primeira metade de 2022, para um total de 53 consumidores. A estatística não reflecte a realidade porque contabiliza quem cumpre pena por consumo ou quem está em reabilitação

 

O Instituto de Acção Social (IAS) revelou na terça-feira que durante os primeiros seis meses de 2022 o número de toxicodependentes em Macau desceu 42,4 por cento. A estatística divulgada apenas em chinês, revela ainda que o consumo de estupefacientes entre os mais jovens diminuiu 66,7 por cento.

Os números apresentados pela Comissão de Luta Contra à Droga são baseados no Sistema do Registo Central dos Toxicodependentes de Macau, onde são registadas as pessoas que entram no sistema correccional e cumprem penas de prisão por consumo de drogas e quem está em processo de reabilitação.

Além deste universo de pessoas, as autoridades esperam que os consumidores de drogas se registem no sistema, uma perspectiva optimista face à criminalização do consumo na RAEM. Recorde-se o caso do residente de Macau na casa dos 20 anos que foi detido no ano passado pela prática do crime de consumo ilegal de estupefacientes, após se ter dirigido aos serviços de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, alegando que não se estava a sentir bem.

Para fazer o registo, os residentes precisam de carregar “apenas o apelido, o sexo e a data de nascimento, de modo a que se possa, por um lado, proteger a privacidade dos indivíduos e, por outro, identificar com exactidão os toxicodependentes para evitar a duplicação do registo de casos”, é referido no website do sistema.

É também referida a recolha de dados referente ao “local de nascimento, estado civil, com ou sem filhos, zona onde habita, habilitações literárias, situação de emprego, registo criminal, etc., a fim de se inteirar do seu background social”. Dados que podem resultar na identificação da pessoa.

Coisa pouca

Face a esta situação, nos primeiros seis meses do ano, apenas 53 indivíduos entraram no sistema, três deles eram jovens. Por substância, as três drogas mais consumidas pela pouco mais de meia centena de consumidores registados foram o ice (28,8 por cento), benzodiazepinas (23,1 por cento) e canábis (19,2 por cento).

Em relação ao local do consumo, mais de 80 por cento dos indivíduos registados no sistema afirmaram consumir droga em casa, casa de amigos ou hotel.

O IAS adianta ainda que a “Comissão de Luta Contra à Droga discutiu um plano para no próximo ano usar mega-dados para endereçar o problema do consumo clandestino e construir estratégias de intervenção”, para prevenir e controlar a toxicodependência. O comunicado do IAS não especifica de que forma será usada a tecnologia para “responder” ao consumo clandestino.

Os membros da comissão aproveitaram a reunião para elogiar os esforços do Governo na promoção de campanhas anti-droga, e na legislação que incide sobre o consumo de cigarros electrónicos e de bebidas alcoólicas por menores de idade.

24 Nov 2022

Lam U Tou critica elaboração de regulamento técnico contra incêndios

O regime jurídico de segurança contra incêndios voltou a ser alvo das questões colocadas pelo deputado Ron Lam U Tou ao Governo. Na sua mais recente interpelação escrita, o deputado entende que as autoridades falharam na comunicação com a sociedade na hora de elaborar o regulamento técnico de segurança contra incêndios em edifícios e recintos, questionando se o Corpo de Bombeiros (CB) vai organizar sessões de esclarecimento com a população sobre esta legislação complementar.

O também presidente da Associação de Sinergia de Macau deu como exemplo o facto de o Executivo poder elaborar mais orientações para que possam ser acedidas pela população. “Relativamente ao artigo 3º, sobre as instruções técnicas do regulamento, pode o CB elaborar mais e publicá-las no website?”, questionou.

Ron Lam recorda que o regulamento técnico só foi publicado em Boletim Oficial (BO) dois dias antes de entrar em vigor o novo regime jurídico de segurança contra incêndios em edifícios e recintos. Além disso, o Governo não apresentou o referido regulamento aos sectores da construção civil e engenharia, não tendo também proferido outras explicações publicamente sobre conteúdos e critérios da legislação.

Fora da lei

Cerca de 75 por cento dos edifícios antigos não possuem um sistema para apagar fogos porque a primeira lei contra incêndios data de 1995. Neste sentido, Ron Lam U Tou pede que o Governo isente os edifícios antigos da obrigatoriedade de instalarem sistemas contra incêndios, uma vez que o CB possui esse poder com base no novo regulamento técnico.

“Para instalar este sistema será necessário despender muito tempo e dinheiro só para instalar contadores e canalizações para este fim, o que implica que estes edifícios não podem ter licenças para a abertura de estabelecimentos. Tal vai constituir um golpe fatal para as comunidades e para as pequenas e médias empresas, que já estão numa fraca situação”, adiantou o deputado.

Neste sentido, Ron Lam U Tou exige que a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) actualize o regulamento do pedido de licenças, para que esteja em consonância com o novo regulamento técnico. Há muitos anos que estão em vigor as orientações para o licenciamento, incluindo orientações técnicas de funcionamento, para salões de SPA, ginásios, salas de karaoke, restaurantes, farmácias, centros de explicações e instituições de cariz social.

21 Nov 2022