Nunu Wu Manchete SociedadePJ | Ourivesarias eram fachada para trocas de dinheiro A Polícia Judiciária desmantelou na terça-feira dois grupos criminosos de troca de dinheiro ilegal. Do maior grupo, que usava oito ourivesarias como fachada foram detidas 33 pessoas, apreendidos 18 milhões de dólares de Hong Kong. A PJ estima que o grupo, que operava desde 2019, terá trocado verbas equivalentes a 590 milhões de patacas A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou na terça-feira dois grupos criminosos que se dedicavam à troca de renminbis para dólares de Hong Kong. O caso de maior dimensão, que foi ontem o foco de uma conferência de imprensa da PJ, diz respeito a um grupo que operava desde 2019. As autoridades detiveram 33 pessoas, 22 residentes locais e 11 do Interior da China, e apreenderam cerca de 18 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em numerário, algumas fichas de jogo, 48 dispositivos electrónicos e 12 livros de contabilidade e recibos de transacções falsas que colocaram a nu as operações do grupo. Desde o início do esquema, que começou em 2019 com capital avançado pelo cabecilha do grupo, terá rendido mais de 20 milhões de patacas em lucros ilegais na sequência da troca de dinheiro num valor aproximado de 590 milhões de patacas. Segundo detalhes da investigação da PJ, citados pelo canal chinês da Rádio Macau, o grupo usava oito joalharias localizadas nas imediações de casinos no Cotai como fachada para trocar dinheiro para jogar nas mesas de jogo dos casinos. O esquema passava por encontrar apostadores, conduzi-los até às lojas onde simulavam a compra de produtos, com as transacções registadas na contabilidade falsa das joalharias para esconder o câmbio ilegal de dinheiro. Nos dois sentidos A PJ acrescentou que o grupo além de oferecer dólares de Hong Kong depois de receber a transferência bancária dos jogadores, se estes tivessem sorte nas mesas de jogo poderiam voltar a recorrer às falsas joalharias para trocar de volta as dividas para renminbis através de transferências bancárias. A operação de terça-feira mobilizou cerca de 80 investigadores criminais, que se separaram entre as várias joalharias envolvidas, assim como casas de penhor, um gabinete num centro comercial e várias residências. Foi acrescentado ontem que o grupo mantinha uma ligação estreita com um banco clandestino na zona norte da península de Macau, que colaborava nas operações na transferência e circulação de dinheiro, com vista a escapar à supervisão das autoridades. Os lucros do grupo eram apurados com base na variação das taxas de câmbio. As autoridades indicaram que vão continuar a investigar a fonte e fluxo dos capitais e procurar suspeitos que não foram agora detidos. A PJ anunciou ontem ter ainda desmantelado outro grupo de criminosos que se dedicava ao mesmo tipo de delito, que terá trocado cerca de 200 milhões HKD e apurado 1 milhão HKD em lucros indevidos.
Nunu Wu Manchete SociedadeIAS | Cortado financiamento a creche Smart As razões do corte do financiamento não foram clarificadas pelo Governo, que se limitou a indicar que não conseguiu chegar a acordo com a associação Zonta Club de Macau, responsável pela exploração do espaço, sobre “princípio básicos” e “importantes aspectos de organização” O Instituto de Acção Social (IAS) vai cortar o financiamento e recuperar as instalações e equipamentos financiados da creche Smart, operada pela associação Zonta Club de Macau. A informação foi revelada recentemente, mas está a gerar uma onda de preocupação por parte dos pais, que temem pelo futuro da educação das crianças. Os motivos que levaram ao fim dos apoios do Governo da RAEM à creche não foram tornados públicos. Em explicações ao canal chinês da Rádio Macau, o IAS vincou que o fim do financiamento não está relacionado com qualquer problema com a operação da creche. Contudo, o IAS indicou que não foi possível chegar a um acordo com a associação Zonta Club de Macau sobre os moldes em que iria continuar a funcionar a parceria de financiamento, que está em vigor até Agosto deste ano. A emissora aponta também que o IAS indicou que a falta de acordo visou “princípio básicos” e “importantes aspectos de organização”, sem adiantar mais detalhes, o que foi justificado com o facto de a associação ainda poder levar o caso para os tribunais da RAEM. Transferências asseguradas Ao mesmo tempo que confirmou o fim do financiamento público para a creche, o IAS assegurou igualmente aos encarregados de educação estar disponível para ajudar com as transferências das crianças para outras creches, quando a creche Smart encerrar. Os encarregados de educação foram igualmente informados sobre o desfecho em causa e as opções disponíveis. O IAS vincou que existem vagas suficientes para todas as crianças que vão ter de ser transferidas, inclusive na Taipa, onde está localizada a creche Smart. Actualmente, informou o IAS, frequentam a creche mais de 80 crianças e cerca de metade vão entrar em jardins-de-infância no novo ano lectivo. Apesar das garantias, durante o programa Fórum Macau, vários pais mostraram-se preocupados com a necessidade de terem de transferir as crianças no final de Agosto, quando se espera que aconteça o encerramento. Ligações aos EUA A Smart é explorada pela associação Zonta Club de Macau, que de acordo com o portal oficial da creche, é uma associação ligada à organização Zona Internacional, desde 2014. Esta é uma organização sem fins lucrativos fundada, em 1919, nos Estados Unidos, e que tem como missão a afirmação do papel profissional da mulher, através de iniciativas filantrópicas, sociais e culturais. Conta com mais de 30 mil membros a nível mundial, entre 1.200 associações em 67 países e regiões. A nível de Macau, tem actualmente como presidente Christiana Ieong e conta com o apoio da empresária Pansy Ho, como sócia honorária.
Nunu Wu Manchete PolíticaIlha da Montanha | Queixas de obstáculos à integração Longas filas para atravessar a fronteira, serviços de saúde insuficientes, moradas que não são reconhecidas e cartas que nunca chegam ao destino. São alguns dos problemas dos residentes de Macau em Hengqin, que o deputado Nick Lei espera que o Governo consiga resolver O deputado Nick Lei afirma que existem muitos obstáculos para garantir a integração dos residentes de Macau em Hengqin, e pede às autoridades que tomem novas medidas para melhorar a situação. Ouvido pelo jornal do Cidadão, o deputado ligado à comunidade de Fujian indicou como um dos principais obstáculos a falta de condições para atravessar a fronteira, o que faz com que quem vive em Hengqin, mas trabalha ou estuda em Macau tenha de enfrentar frequentemente filas longas, principalmente durante os feriados ou nas horas de ponta. Como solução para esta questão, o deputado propõe que as autoridades de Macau se coordenem com a Alfândega de Hengqin para instalarem balções ou canais de inspecção automáticos nas fronteiras apenas para residentes de Macau, com vista a aumentar a rapidez da passagem fronteiriça. Em relação aos problemas identificados, Nick Lei aponta também que o centro de saúde do Novo Bairro de Macau, em Hengqin, que começou a funcionar em Novembro do ano passado, não tem serviço regular de colheita de sangue. Outra das falhas identificadas, é o facto de alguns medicamentos disponíveis em Macau não se encontrarem em Hengqin. Os serviços de saúde no bairro para residentes de Macau são assim tidos como insuficientes. Lei revela mesmo que houve residentes que tiveram de vir a Macau receber os tratamentos de saúde necessários, uma vez que não estavam disponíveis em Hengqin. Problemas burocráticos No rol de queixas que consta das declarações prestadas ao Jornal do Cidadão, Nick Lei afirma que vários residentes encontram dificuldades quando têm de declarar a morada na Ilha da Montanha junto dos serviços públicos ou instituições financeiras de Macau. De acordo com o deputado, é frequente que as moradas em Hengqin não sejam aceites nas instituições locais como uma morada reconhecida em Macau. Outra situação frequente, acontece quando a morada na Ilha da Montanha é reconhecida, mas a correspondência nunca chega ao destino. Lei pede assim às autoridades que peçam aos correios do outro lado da fronteira para encontrarem uma forma de ultrapassar este obstáculo. Por outro lado, Lei lamentou que a medida das autoridades do Interior para que os carros com matrícula de Macau autorizados a circular em Hengqin pudessem circular em toda a província de Cantão ainda não tenha saído do papel, apesar de anunciada. Nick Lei compreende que a integração é um processo que leva o seu tempo, mas defende que estes aspectos devem ser melhorados rapidamente, para atrair mais residentes de Macau para Hengqin.
Nunu Wu Manchete SociedadeRenovação Urbana | Habitação para troca na Areia Preta concluída A Macau Renovação Urbana revelou ontem a conclusão do complexo habitacional para troca erigido no terreno que esteve destinado ao Pearl Horizon. O complexo é composto por seis blocos que oferecem mais de 2.000 apartamentos, dos quais quase 1.900 já estão escolhidos Ontem foi dado mais um passo para compensar os compradores lesados do projecto de construção Pearl Horizon, na Areia Preta, com o anúncio da empresa de capitais públicos Macau Renovação Urbana que indicou a conclusão do projecto do complexo habitacional para troca, no lote P. Segundo a apresentação no comunicado da Macau Renovação Urbana, o “Pearl Metropolitan é composto por seis blocos de apartamentos, fornecendo 2.064 fracções autónomas. Cada bloco está equipado com quatro elevadores. O parque de estacionamento tem 1.873 lugares para automóveis e 490 lugares para motociclos. Além disso, o “Pearl Metropolitan” tem clubhouse, piscina, ginásio e parque ao ar livre. Para já, os seis prédios estão a ser submetidos a uma inspecção para garantir a qualidade, e a Macau Renovação Urbana garante que vai permitir gradualmente visitas a requerentes da habitação para troca que já escolheram as fracções que desejam. Segundo os dados da empresa, até o fim de 2023, havia um total de 1.923 requerentes qualificados e 1.880 fracções já tinham sido escolhidas. No entanto, 47 requerentes acabaram por não escolher apartamentos, e foram suspensos cinco processos. Terra partilhada O lote P onde esteve prevista a construção do Pearl Horizon tinha uma área total de cerca de 68 mil metros quadrados. Parte deste lote foi aproveitada para a construção da Residência para Idosos, enquanto cerca de 40 mil metros quadrados do terreno servem para a construção da habitação para troca e a construção da habitação para alojamento temporário. A construção do Pearl Metropolitan começou em 2021, e o complexo habitacional foi apresentado como uma resposta às necessidades dos compradores lesados depois de um processo litigioso em que o Governo levou a melhor nos tribunais ao promotor Polytec. A concessão do terreno foi declarada inválida em Janeiro de 2016, por ter sido ultrapassado o prazo para concluir a construção, pelo Chefe do Executivo Chui Sai On. No fim da batalha judicial, o Tribunal de Última Instância, na altura presidido por Sam Hou Fai, deu razão ao Governo.
Nunu Wu Manchete SociedadeMacau Pass | Milhares de idosos carregaram cartão para descontos Logo pelas primeiras horas da manhã, idosos formaram filas à porta dos serviços para trocar ou carregar os cartões Macau Pass e aceder aos descontos do Grande Prémio do Consumo. Até às 13h, mais de 22.200 idosos já tinham aproveitado os benefícios do programa de incentivo ao consumo Ainda antes de abrir as portas, uma fila com cerca de meia centenas de pessoas formava-se à entrada do centro de serviços da Macau Pass na Areia Preta, anunciando o início de mais uma ronda do Grande Prémio do Consumo, que começou ontem. Antes de arrancar a iniciativa destinada a distribuir cupões de consumo aos residentes, para impulsionar os negócios do comércio local nos bairros afastados dos circuitos turísticos, mais de 10 mil residentes pediram para trocar o Macau Pass para idosos, 6 mil dos quais já tinham o cartão pronto para usar. Os restantes, além dos residentes que quiseram carregar o cartão para aceder ao desconto automático de 300 patacas e começar a beneficiar do desconto de 50 por cento em compras, acorreram às lojas da Macau Pass, assim como aos vários postos de serviços para carregar os cartões. O director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), Yau Yun Wah, revelou que até às 13h de ontem, mais de 22.200 idosos já tinham aproveitado descontos ao abrigo da iniciativa, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. O responsável adiantou que o processo estava a decorrer sem problemas. Porém, alguns idosos que esperavam na fila do centro da Macau Pass na Areia Preta indicavam que a abertura mais cedo da loja teria facilitado a vida aos residentes. Uma idosa adiantou à emissora pública que se descolou à loja para receber o cartão novo, mas que o local estava repleto de residentes que queriam carregar o cartão, ver o seu saldo, pedir segundas-vias de cartões, o que resultou numa situação algo caótica. Nas imediações do centro de serviços da Macau Pass na Areia Preta, a fila de residentes obstruiu portas de prédios, lojas e parques de estacionamento. Atenção às fraudes O director da DSEDT afirmou também que o Governo estará atento a actividades fraudulentas durante a campanha de incentivo ao consumo e que foi criado um mecanismo de supervisão em conjunto com as instituições financeiras com aplicações de pagamento para evitar que consumidores comprem algo online para aceder ao sorteio e de seguida cancelem a transacção. Caso sejam detectadas actividades deste género, os residentes serão impedidos de participar no sorteio de cupões para a transacção fraudulenta. O presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma Chi Ngai, mostrou-se optimista em relação ao impacto do Grande Prémio do Consumo nos negócios das pequenas e médias empresas. O dirigente da associação que organiza a iniciativa com o Governo adiantou ao canal chinês da Rádio Macau que cerca de uma centena de comerciantes planeia acrescentar uma campanha de descontos ao programa de incentivo ao consumo, e que é esperado que mais comerciantes sigam o exemplo.
Nunu Wu Manchete SociedadeMaternidade | Pedida atribuição de abonos de família Face à queda da natalidade, as associações pedem ao Governo de Sam Hou Fai que aumente o número de apoios às famílias. Além do subsídio de nascimento, actualmente de 5.418 patacas, pede-se a criação de um abono de família e a extensão das licenças de maternidade e paternidade A Associação Geral das Mulheres de Macau e a Associação dos Jovens do Povo defenderam a atribuição de abonos de famílias para ajudar as famílias locais a fazerem face aos cada vez maiores encargos financeiros. Através de um comunicado, Loi I Weng, vice-presidente da Associação das Mulheres, indicou que existem actualmente cerca de 23 províncias do Interior a distribuir subsídios. Por exemplo, a cidade Hefei, na província de Anhui, distribui um único abono aos casais com dois ou três filhos, com um valor que vai dos 2 mil renminbis aos 5 mil renminbis. Por sua vez, as autoridades da cidade Jinan, na província de Shandong, distribuem um apoio mensal para as famílias que têm duas ou três crianças de 600 renminbis por criança, até estas perfazerem três anos. Em Macau, Loi I Weng reconheceu que há um subsídio de nascimento, actualmente no valor de 5.418 patacas. Contudo, Loi defende que o valor deve ser aumentado e deve ser ponderada a distribuição de um abono de família, tendo como referência o valor do subsídio para cuidadores ou do subsídio de família dos funcionários públicos, que têm o valor de 2.175 patacas e 940 patacas, respectivamente. Por seu turno, o vice-presidente da Associação dos Jovens do Povo Tam Sio Pang também defendeu a ideia do subsídio para assistência na infância. Ouvido pelo jornal Ou Mun, o responsável da associação subordinada Aliança de Povo de Instituição de Macau sugeriu que o Governo deve seguir a prática da cidade Hohhot, capital da Região Autónoma da Mongólia Interior, que oferece um subsídio único no valor de 10 mil renminbis para os casais que têm um filho. Quando os casais têm dois filhos recebem cerca de 50 mil renminbis ao longo de 5 anos, e se tiverem três filhos recebem 100 mil renminbis ao longo de 10 anos. Outros pedidos Além do subsídio, os responsáveis das associações defenderam que também é importante o Governo lançar outras medidas para criar um “ambiente mais favorável” ao aumento da taxa de natalidade. Loi I Weng sugeriu ao Governo que subsidie as empresas, para estas implementarem medidas laborais de apoio às famílias dos trabalhadores. Além disso, a responsável considera ser necessário o Governo estender a licença de maternidade e paternidade, para que os residentes tenham menos preocupações sobre a natalidade. Tam Sio Pang também quer a extensão da licença de maternidade e paternidade e defende que a licença de maternidade deve ser aumentada para 90 dias, face aos 70 dias actuais. Tam Sio Pang sugeriu ainda que o Governo aumente as vagas nas creches subsidiadas, bem como uma integração gradual dos serviços de cuidados à criança no sistema de escolaridade gratuita.
Nunu Wu Manchete SociedadeEscolas | Novas orientações para o uso de telemóveis Os serviços sociais da Sheng Kung Hui Macau receberam pedidos de ajuda relacionados com vício de internet referentes a crianças entre os seis e oito anos de idade. A DSEDJ vai lançar orientações para o próximo ano lectivo sobre as alturas e circunstâncias em que os alunos podem usar o telemóvel O Governo vai lançar um conjunto de orientações sobre o uso de telemóveis para alunos de escolas do ensino não superior do território, que passará a vigorar a partir do próximo ano lectivo. A medida foi revelada ontem pelo chefe da divisão de ensino secundário da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DESDJ), Leong I On, durante o programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. O responsável indicou que as orientações vão servir de guia de gestão, e um ponto de partida para escolas e pais chegarem a consensos, indicando as circunstâncias em que os estudantes podem utilizar o telemóvel, mas limitando o seu uso durante as aulas e mesmo nos intervalos Para ajudar as escolas a transitar para a nova realidade, a DSEDJ compromete-se em apoiar as escolas a comprar armários para guardar os aparelhos. No mesmo programa, o chefe de divisão de desenvolvimento curricular e avaliação da DESDJ, Cheang Sek Kit, lembrou que o Governo difundiu entre as escolas do território instruções que devem ser incluídas no sistema de ensino sobre o bom uso da internet. Estas instruções indicam que um uso adequado e saudável da internet por um jovem não deve ultrapassar uma média diária de uma hora, com intervalos de 20 em 20 minutos. A chupeta do ecrã Por outro lado, um representante dos serviços sociais da Associação de Beneficência Sheng Kung Hui (Macau) relevou aos microfones da emissora pública que o vício na internet afecta jovens cada vez mais novos. Ho Ka Hong, assistente social da organização de serviços sociais ligada à Igreja Anglicana, vincou a necessidade de reforçar a literacia cibernética nas escolas e promover o bom uso da tecnologia entre os mais novos. “A nossa organização acompanha na sua maioria jovens com idades entre 10 e 24 anos viciados na internet. No entanto, já recebemos pedidos de ajuda de pais devido ao uso excessivo de internet por filhos com idades entre seis e oito anos”, referiu o assistente social. Ho Ka Hong recordou que em 2022, a Sheng Kung Hui realizou um inquérito sobre literacia na internet que mostrou, sem surpresa, que o estado mental dos jovens se deteriora consoante o tempo que passam online, com particular incidência para o uso de redes sociais. “Os jovens estão sempre atentos às notificações das suas redes sociais, o que pode influenciar as suas emoções e causar ansiedade”, acrescentou o assistente social.
Nunu Wu Manchete PolíticaCAEAL | Reunião com escolas devida a recolha de assinaturas Alegações de que teria sido pedido a professores de escolas geridas por associações a recolha de assinaturas para as próximas eleições vai levar a comissão eleitoral a reunir com representantes dos estabelecimentos de ensino. A comissão recebeu também a queixa de um membro de uma associação que alega ter-lhe sido exigido um número mínimo de assinaturas para uma lista Foram partilhadas nas redes sociais queixas de alegados docentes de escolas geridas por associações de que teriam sido solicitados para recolher assinaturas para listas candidatas às próximas eleições legislativas, marcadas para 14 de Setembro. Após a reunião de ontem da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), o presidente da entidade, o juiz Seng Ioi Man, adiantou que irá marcar reuniões com representantes das escolas no início de Abril para partilhar os valores da justiça, integridade e igualdade. De forma geral, o responsável indicou ainda que o uso de coerção ou métodos enganosos para angariar assinaturas é um crime. Numa conferência de imprensa realizada ontem, o magistrado referiu que se a investigação confirmar as alegações dos professores, os formulários para constituir candidaturas serão considerados inválidos, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. A interferência no processo eleitoral de escolas geridas por associações com representação na Assembleia Legislativa, e financiadas pelo Governo, tem sido uma constante em sufrágios anteriores, nomeadamente com o pedido para docentes e funcionários assinarem proposituras de candidaturas e até de encarregados de educação. Por exemplo, em 2021, um professor da escola Choi Nong Chi Tai, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), terá apelado a encarregados de educação para assinarem documentos das comissões de candidatura para as eleições legislativas. No sufrágio de 2017, também houve queixas semelhantes, sem que tenha havido repercussões para as listas envolvidas. No capítulo das repercussões, o presidente da CAEAL foi ontem questionado sobre a possibilidade de os candidatos desqualificados poderem ou não submeter candidaturas nestas eleições, que são as primeiras após a exclusão de cinco listas e 21 candidatos, a maioria do campo pró-democracia, em 2021. Sem responder directamente à questão, Seng Ioi Man lembrou que, de acordo com a lei eleitoral, quem não apoiar a Lei Básica e não for leal à RAEM fica afastado das eleições durante cinco anos. Seguir as pistas Em relação às suspeitas de que uma idosa terá sido convidada a assinar um boletim de propositura de candidatura às eleições legislativas quando trocava o cartão Macau Pass para idosos, o presidente da CAEAL revelou que o caso foi investigado, mas que não foi possível recolher informações concretas. Além disso, a CAEAL terá recebido a queixa de um membro de uma associação que foi incumbido de recolher um determinado número de assinaturas para uma lista. Seng Ioi Man garantiu que vai acompanhar este caso. O responsável salientou que quem ajude a angariar apoio para formar uma lista para as eleições deve assinar o formulário de nomeação e prestar assistência de forma voluntária e clara. Além disso, o presidente da CAEAL reiterou que os dirigentes de listas ou organizadores de campanha não podem recorrer a coação, fraude, pressão profissional ou promessas de benefícios para influenciar eleitores no apoio a determinada lista, seja através do voto ou da assinatura para constituir uma lista candidata. Para já, foram pedidos à CAEAL nove formulários para constituições de listas para as eleições legislativas, mas ainda nenhum foi entregue. O prazo para apresentar as comissões de candidatura termina a 6 de Junho.
Nunu Wu Manchete SociedadeGP Consumo | Ngan Iek Hang pede ajustes no programa O deputado dos Moradores pede uma maior flexibilização do programa que visa reter os consumidores em Macau e tentar salvar o comércio dos bairros comunitários face à concorrência do Interior Com o arranque de uma nova fase do Grande Prémio do Consumo marcado para 24 de Março, o deputado Ngan Iek Hang apelou ao Governo para resolver os problemas das duas edições anteriores, e facilitar a atribuição dos descontos. O Grande Prémio do Consumo é um evento de distribuição de cupões de descontos, para os residentes que consomem no comércio local, e que procura responder à fuga dos consumidores para o Interior. “Queremos que o Governo ajuste de forma dinâmica o Grande Prémio do Consumo. Por exemplo, recebemos opiniões de alguns residentes que é melhor haver mais flexibilidade a nível dos sorteios dos cupões de desconto e dos períodos em que podem ser utilizados”, afirmou Ngan Iek Hang, que participou numa palestra do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, subordinado à Associação dos Moradores. Nos moldes anteriores, os residentes precisavam de consumir de segunda-feira a sexta-feira para se habilitarem a receber os cupões de desconto, que tinham de ser gastos no fim-de-semana seguinte. Caso esse não fosse o caso, os descontos passavam da validade. Este formato é considerado problemático: “Os residentes explicaram-nos que precisam de trabalhar entre segunda-feira a sexta-feira, ou que têm de trabalhar por turnos [o que impede o consumo nos dias indicados]”, apontou o deputado. “O período de habilitação para participar nos sorteios dos cupões de desconto tem de ser mais amplo e flexível”, frisou. Elogios da praxe Apesar de apontar a necessidade de melhorar o programa de apoio ao comércio local, Ngan Iek Hang destacou que a iniciativa merece ser elogiada, uma vez que também permite apoiar os mais idosos e os grupos mais desfavorecidos. Além disso, Ngan Iek Hang citou comerciantes das pequenas e médias empresas (PME) dos bairros comunitários que confessaram ter falta de liquidez e dificuldades para sobreviver no actual contexto económico, quando têm de fazer frente aos empréstimos contraídos durante a pandemia. Face a este assunto, Ngan pede o prolongamento temporal das ajudas em vigor: “Esperamos que o Governo prorrogue as medidas que ajudam as PME, tal como o apoio financeiro sem juros e o plano de garantia de créditos”, defendeu. O deputado dos Moradores sugeriu também ao Governo que faça um estudo sobre o consumo nos diferentes bairros comunitários de Macau, com base nos dados recolhidos através dos meios de pagamentos electrónicos, e que com base nesses dados ajuste as políticas de apoios às empresas. Por outro lado, Ngan Iek Hang considerou que as PME têm que rever as suas estratégias operacionais e diversificar os produtos segundo a tendência dos residentes e turistas. O deputado recordou ainda que nos últimos anos, o Governo lançou medidas positivas para a digitalização das PME.
Nunu Wu Manchete PolíticaMacau Pass | Idosa convidada a assinar candidatura quando trocava cartão Uma residente alegou que a sua avó foi convidada a assinar um boletim de propositura de candidatura às eleições legislativas quando tentava trocar o cartão Macau Pass para idosos para o Grande Prémio do Consumo. O prazo para apresentar as comissões de candidatura termina a 6 de Junho “A minha avó queria trocar o cartão Macau Pass para idoso e foi a algumas associações. Quando tratava do processo para trocar o cartão, o funcionário da associação perguntou à minha avó se podia assinar um boletim de propositura para as eleições.” A alegação de aproveitamento eleitoral dos processos de substituição do “Cartão da Macau Pass para Idosos” foi ontem relatada por uma ouvinte do programa “Fórum Macau” do canal chinês da Rádio Macau. A ouvinte, de apelido Wong, descreveu em poucas palavras o estado de confusão em que ficou a sua avó depois de lhe terem pedido para assinar o boletim durante o processo de troca. “A minha avó ficou confusa e incomodada com a situação. Ela só queria substituir o Macau Pass, sem se envolver em assuntos eleitorais e ficou a pensar que a troca do cartão poderia ter relação com a assinatura do boletim”, contou. A residente mostrou-se também incrédula perante a forma como o processo de substituição de cartões se processa. “Quando vi a apresentação do programa, reparei que a substituição dos cartões é coorganizada pelo Instituto de Acção Social. Não percebo porque o Instituto de Acção Social não trata directamente da substituição dos cartões, da mesma forma que recebe pedidos e documentos para a atribuição de subsídios”, comentou a ouvinte. Processo em curso Estão abertos, até ao próximo dia 20 de Março, 60 postos para a substituição gratuita do “Cartão da Macau Pass para Idosos” espalhados um pouco por todo o território, entre instituições de serviços sociais e associações cívicas. A troca dos cartões é necessária para os residentes com mais de 65 anos que tenham versões antigas do Macau Pass para idosos, uma vez que estes cartões têm um chip que não suporta o carregamento para obter desconto imediato do Grande Prémio do Consumo. Recorde-se que a medida arranca no dia 24 de Março e, pela primeira vez, oferece a modalidade de uso do Macau Pass para não excluir do programa idosos que não saibam utilizar as plataformas de pagamento online. Por outro lado, a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa começou na semana passada a disponibilizar os formulários para constituição de candidaturas. O prazo para as candidaturas, com as assinaturas requeridas por lei, termina a 6 de Junho. As eleições estão marcadas para 14 de Setembro. O HM enviou questões à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa e às entidades públicas que organizam a troca de cartões e o Grande Prémio do Consumo (Instituto de Acção Social e Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico) a perguntar se haveria algum caso em investigação relacionado com acções eleitorais durante a troca dos Macau Pass. Até ao fecho desta edição não foram obtidas respostas.
Nunu Wu Manchete SociedadeSeac Pai Van | Incêndio resulta na hospitalização de duas idosas As chamas voltaram a deflagrar no Edifício Lok Kuan, naquele que foi o quarto incêndio em edifícios de habitação em cerca de três semanas. Duas idosas foram transportadas ao hospital, devido à inalação de fumo e problemas de coração Um incêndio na noite de domingo causou duas feridas, e obrigou mais 24 pessoas a saírem de casa. As chamas deflagraram em Seac Pai Van, no Edifício Lok Kuan, no quarto incêndio em edifícios habitacionais em cerca de três semanas. Segundo as informações citadas ontem pelo canal chinês da Rádio Macau, o Corpo de Bombeiros (CB), após as investigações preliminares, identificou como possível causa das chamas um curto-circuito nos fios eléctricos de uma máquina de lavar roupa. As chamas deflagraram por volta das 22h, numa das varadas, onde estava a máquina. Os bombeiros terão demorado pouco tempo a receber o alerta e a extinguir o fogo, embora se tivessem deparado com bastante fumo vindo da varada. Apesar da rapidez da operação para extinguir as chamas, 24 pessoas tiveram de abandonar as suas habitações, principalmente devido à propagação do fumo. Como consequência das chamas, parte das instalações eléctricas da máquina de lavar ficou derretida, assim como o cano para escoar a água da varada. Também grande parte da parede onde estava a máquina de lavar ficou negra. De acordo com o jornal Ou Mun, os bombeiros tiveram de transportar uma mulher local de 70 anos para o hospital devido à inalação de fumos, assim como uma outra residente, com 90 anos de idade, por sentir sintomas cardíacos. Na manhã de ontem a condição das duas mulheres era considerada “estável”. Casos que se sucedem Nas últimas três semanas foram registados quatro incêndios, a contar com este, um deles de maior dimensão, que obrigou a que duas crianças com queimaduras em pelo menos 20 por cento do corpo e uma mulher tivessem de ser hospitalizadas. Esta também não é a primeira vez nestas semanas que o edifício Lok Kuan é afectado, dado que no dia 26 de Fevereiro um homem morreu vítima de um incêndio, que, de acordo com as autoridades, terá sido iniciado pelo próprio. O homem, que sofria de problemas psíquicos, foi encontrado em casa sentado numa cadeira com os pés atados. Como consequência da vaga recente de fogos em edifícios habitacionais, alguns deputados, como Lo Choi In e Si Ka Lon, pediram às autoridades que adoptem novas medidas de segurança. Lo Choi In, deputada ligada à comunidade de Jiangmen, mostrou-se preocupada com o facto de no incêndio no Edifício do Lago o alarme de incêndio não ter funcionado. Por sua vez, Si Ka Lon apelou ao Governo para ponderar a hipótese de financiar a utilização de gás natural, ao apoiar a instalação nos edifícios locais dos canos de distribuição. Também nos últimos dias, o Corpo de Bombeiros anunciou a intensificação de actividades de promoção das medidas de segurança e de inspecção dos edifícios, inclusive com a realização de um simulacro em Seac Pai Van.
Nunu Wu Manchete PolíticaTrabalho | Leong Sun Iok quer residentes nas chefias de empresas Nas concessionárias de jogo, a proporção de profissionais locais em posições de gestão intermédia ou elevada era no ano passado de cerca de 90 por cento. O deputado Leong Sun Iok quer que o Governo incentive empresas de outros sectores a seguir o exemplo das concessionárias Leong Sun Iok quer que as grandes empresas que não pertencem ao sector do jogo sigam o exemplo das concessionárias de casino em termos de políticas de recrutamento e gestão de recursos-humanos. A intervenção tem em conta a meta estabelecida pelo Governo que determina que as concessionárias tenham, pelo menos, 85 por cento dos quadros que ocupam posições de gestão intermédias ou elevadas entregues a residentes de Macau. O deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) defende que o Governo deve incentivar o tecido empresarial a adoptar uma política semelhante, que dê prioridade aos locais em trabalhos mais apetecíveis a nível salarial. Recorde-se que, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, os rendimentos de profissionais de gestão do sector do jogo aumentaram 22,2 por cento em termos anuais em 2024, para uma média de 68.900 patacas. Tendo em conta estes dados, Leong Sun Iok defendeu, em declarações ao jornal Exmoo, que o Executivo promova a mobilidade ascendente das carreiras dos residentes e o acesso a posições com melhores condições salariais, e argumenta que não só as empresas de jogo devem assumir responsabilidades sociais. O deputado refere que apesar da taxa de desemprego de Macau ser baixa, actualmente é muito difícil aceder a empregos com boas remunerações. Tapar buracos Porém, o deputado da FAOM também apontou baterias às concessionárias de jogo, começando pelo volume total da mão-de-obra contratada pelo sector. No final de 2024, o número dos funcionários das empresas de jogo totalizava 52.971 pessoas. Apesar do aumento anual de 1.200 trabalhadores, Leong Sun Iok destaca a grande diferença para 2019, quando a mão-de-obra totalizava 58.225 pessoas. A discrepância é ainda mais incompreensível perante a falta de recursos humanos, segundo o deputado, uma vez que é comum os trabalhadores fazerem horas extra. Aliás, Leong Sun Iok explica o aumento salarial de 2,5 por cento do ano passado precisamente com as horas extra feitas pelos funcionários das concessionárias. Outra área onde o Governo precisa intervir, é na entrada de jovens recém-licenciados no mercado de trabalho. Neste capítulo, o deputado da FAOM realça mais uma vez a responsabilidade social que não deve apenas recair nas concessionárias de jogo, em particular quando são negadas oportunidades a jovens sem experiência laboral.
Nunu Wu Manchete SociedadeToi San | Explosão deixa duas crianças com queimaduras de terceiro grau O acidente teve origem numa fuga de gás do abastecimento central e causou cinco feridos. Mais de 300 pessoas de 100 apartamentos foram retiradas das suas casas, e uma máquina de lavar roupa foi projectada para a rua Duas crianças com queimaduras em mais de 20 por cento do corpo, uma empregada doméstica com queimaduras em 35 por cento do corpo, e outras duas feridas. Foi este o resultado de uma explosão, seguida de incêndio, no 19.º andar do Edifício Jardim Cidade Nova (também denominado San Seng Si Fa Un), na Avenida Tamagnini Barbosa, no bairro do Toi San, na noite de segunda-feira. O acidente aconteceu por volta das 21h, e terá sido causado por uma fuga de gás no abastecimento centralizado, que resultou numa explosão de grande dimensão, seguida de um incêndio. Em relação aos ocupantes do apartamento onde aconteceu a explosão, um menino de dois anos teve de ser transportado para o hospital com queimaduras de terceiro grau em 20 por cento do corpo. Outra criança, uma menina de oito anos, sofreu queimaduras de terceiro grau em 25 por cento do corpo. No apartamento onde aconteceu a explosão estava ainda uma empregada doméstica, com 55 anos e nacionalidade vietnamita, que sofreu queimaduras de segundo grau em 35 por cento do corpo. Todos foram levados para o hospital. As autoridades contabilizam mais duas pessoas feridas na sequência do incidente, uma vizinha que estava no apartamento ao lado e inalou os fumos do incêndio, e uma transeunte que passava na rua e foi atingida por objectos projectados do 19.º andar, embora sem gravidade. Máquina de lavar voadora De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, a explosão terá causado vários danos, não só no interior do apartamento afectado, mas também nos elevadores do edifício, que passaram a funcionar de forma deficiente, impossibilitando a utilização. Depois de extinto o incêndio, Lam Chon Sang, segundo-comandante do Corpo de Bombeiros, explicou que os bombeiros tiveram de subir os andares pelas escadas, o que dificultou o combate às chamas, principalmente a nível do abastecimento de água. No entanto, depois de ser feita a ligação com a fonte de água, os bombeiros terão demorado cerca de dois minutos a extinguir o incêndio. Aos órgãos de comunicação social, Lam Chon Sang revelou que as chamas afectaram um dos dois quartos da casa, a sala de estar, além da cozinha. Como consequência, o sistema de gás central teve de ser desligado. O acidente levou a que cerca de 300 moradores de 100 apartamentos fossem retirados do edifício. Ao contrário de outros incêndios mais recentes, Lam destacou que todos os equipamentos de protecção contra incêndio estavam a funcionar e que os moradores ouviram o alarme de emergência. As chamas foram combatidas por 56 bombeiros, auxiliados por 19 veículos de resposta a emergências. A explosão fez com que vários objectos fossem projectados para a rua do 19.º andar. Além de peças de vestuário, também uma máquina de lavar roupa foi atirada para fora do aparamento, caindo na rua. Três em duas semanas Horas após a ocorrência, o Instituto de Acção Social (IAS) emitiu um comunicado a afirmar estar “muito atento ao incêndio” e que foram enviados para o local “assistentes sociais para prestar o apoio necessário às famílias afectadas pelo incêndio”. Segundo os dados do IAS, cerca de 30 residentes afectados precisaram de pernoitar nos centros de acolhimento disponibilizados. Com a ocorrência no Edifício Jardim Cidade Nova, Macau soma três incêndios em prédios de habitação no espaço de duas semanas. O primeiro, registado a 24 de Fevereiro, aconteceu no Edifício do Lago, causou dois feridos, e obrigou a que 18 pessoas fossem retiradas das suas casas. O incêndio assumiu contornos polémicos, uma vez que os moradores se queixaram que os alarmes de incêndio não tocaram. Posteriormente, em Seac Pai Van, na quinta-feira passada, outro incêndio num apartamento causou uma vítima mortal. Contudo, neste caso, as autoridades responsabilizaram a vítima pelas chamas, devido a um historial de problemas psicológicos. Associações polémicas Após a divulgação do incidente, algumas associações tradicionais deslocaram-se ao local e tiraram fotografias alegadamente a ajudar alguns dos residentes afectados. As fotografias foram partilhadas nas redes sociais pelas associações, como a Associação das Mulheres, mas as imagens causaram polémica, com internautas a acusarem as associações de aproveitamento eleitoral. As eleições para a Assembleia Legislativa foram agendadas para 14 de Setembro, e actualmente a Associação das Mulheres tem dois deputados.
Nunu Wu Manchete PolíticaJogo | Ron Lam denuncia despedimentos sem justa causa Ron Lam revelou ter recebido queixas de funcionários de cinco das seis concessionárias de jogo por terem sido demitidos sem justa causa ou qualquer explicação. O deputado revela que desde Janeiro circulava no sector um rumor de que o Governo teria dado “luz verde” para os despedimentos Uma vaga de despedimentos afectou um número ainda indeterminado de funcionários de departamentos administrativos de cinco das seis concessionárias de jogo, revelou na segunda-feira Ron Lam numa publicação no Facebook. O deputado afirma ter recebido queixas de vários trabalhadores que terão sido de notificados na passada sexta-feira do despedimento sem justa causa, sem que lhes tenha sido dada qualquer explicação para as demissões ou alternativas de transferência para outros departamentos. Sem mencionar o número de trabalhadores ou as empresas onde trabalhavam, Ron Lam afirmou que, até agora, apenas uma das seis concessionárias não avançou para demissões. Além disso, o deputado revela que a situação não foi propriamente uma surpresa para os trabalhadores. “Os funcionários despedidos afirmaram que desde o início do ano corria um ‘rumor’ de que o Governo teria dado ‘luz verde’ às empresas, permitindo que despedissem trabalhadores”, denunciou o deputado. Ron Lam considera que a vaga de despedimentos pode ter grande impacto económico, criando um precedente que pode prejudicar o desenvolvimento do território e a vida das pessoas. “A economia de Macau ainda não recuperou totalmente, mas as empresas concessionárias de jogo regressaram os lucros e empregavam em Junho de 2024 mais de 27 mil trabalhadores não-residentes. Face a este cenário, se as concessionárias despedirem sem justa causa residentes locais, não só isso será inaceitável para a comunidade, como poderá abrir um precedente perigoso”, apontou o deputado. Fazer algo A situação, que segundo Ron Lam denota o agravar do pessimismo no mercado laboral, devia ser revolvida pelo Governo através de “passos pro-activos” e de uma “investigação exaustivo que ponha um fim à prática” que contraria o princípio do acesso prioritário ao emprego dos residentes locais. O deputado recordou que nos novos contratos de concessão para exploração de jogo, assinados em 2022, foi previsto o reforço da responsabilidade social das concessionárias e que durante a pandemia, apesar de a indústria ter ficado paralisada, as concessionárias não despediram funcionários. Face a este cenário, Ron Lam defende que o Executivo deve esclarecer porque as concessionárias foram autorizadas a despedir funcionários locais sem oferecer postos alternativos. No programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, uma ouvinte revelou que os casos denunciados por Ron Lam podem ser só a ponta do icebergue. “O que Ron Lam divulgou é real. Não tenho a certeza se o Governo deu ‘luz verde’, mas também espero explicações. Porém, os despedimentos não começaram na semana passada, mas há cerca de dois meses. Um familiar meu foi despedido recentemente, mas em Novembro foram despedidos trabalhadores não-residentes”.
Nunu Wu Manchete PolíticaAL | Eleições legislativas marcadas para 14 de Setembro O Chefe do Executivo marcou ontem o dia das eleições legislativas para o dia 14 de Setembro. O limite das despesas de cada candidatura foi fixado em mais de 3,5 milhões de patacas. A campanha eleitoral arranca no fim de Agosto, segundo as instruções da comissão eleitoral divulgadas ontem Sam Hou Fai marcou ontem as eleições que vão determinar o elenco de deputados da oitava legislatura da Assembleia Legislativa. 14 de Setembro foi a data escolhida, de acordo com a ordem executiva assinada pelo Chefe do Executivo, publicada ontem no Boletim Oficial. Num despacho separado, Sam Hou Fai fixou em quase 3,55 milhões de patacas o limite máximo das despesas que cada candidatura pode gastar nas eleições. O dia de ontem foi também marcado pela reunião da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), e subsequente publicação das instruções para o sufrágio que estabelecem as regras a seguir durante a campanha eleitoral, que começa à meia-noite do dia 30 de Agosto e termina a 12 de Setembro. As instruções publicadas pela CAEAL na sua página oficial estabelecem também os métodos de votação, o dever de neutralidade e imparcialidade de entidades públicas e entidades equiparadas. Este dever de neutralidade e imparcialidade vigora desde ontem e tem de ser respeitado por órgãos da Administração, pessoas colectivas de direito público, sociedade com capitais públicos, assim como as concessionárias de jogo, que ficam proibidos de favorecerem ou prejudicarem candidaturas às eleições. A CAEAL indica que quem infringir estes deveres, no exercício das suas funções, pode ser penalizado com três anos de prisão ou multa até 360 dias. É preciso parecer Ontem, durante uma conferência de imprensa, o presidente da CAEAL, Seng Ioi Man, sublinhou a importância de actividades organizadas por associações ligadas a candidaturas não poderem mencionar informações eleitorais, ou propostas políticas das campanhas. Mesmo que durante essas actividades sejam distribuídos presentes, lembranças, vouchers de desconto em supermercados, os candidatos podem participar nesses eventos, desde que não sejam discutidos assuntos relacionados com as eleições ou a campanha. Na mesma ocasião, o adjunto da Comissária contra a Corrupção, Wong Kim Fong afirmou, segundo o canal chinês da Rádio Macau, que as eleições legislativas são uma das tarefas mais importantes deste ano da Comissão Contra a Corrupção. O responsável revelou ainda que será aberta uma linha disponível 24 horas e uma plataforma online para a apresentação de queixas relativas às eleições. Patriotismo eleitoral Na próxima quinta-feira, a CAEAL irá disponibilizar os formulários para constituição de candidaturas e, a partir daí começa o prazo para apresentar as comissões de candidatura, que termina a 6 de Junho. Durante esse período, a CAEAL irá avaliar a legalidade do processo e será dada uma semana para “suprir as deficiências existentes”. O presidente da CAEAL salientou ontem que esta é o primeiro depois das alterações à lei que regula as eleições para a Assembleia Legislativa, de acordo com os princípios de Segurança Nacional. Como tal, o acto legislativo “reveste-se de grande importância”. Assim sendo, Seng Ioi Man garantiu que a CAEAL “irá implementar conscienciosamente o princípio de Macau governado por patriotas”, “promover vários trabalhos eleitorais com elevada qualidade, criar um ambiente mais justo, equitativo e limpo para as eleições, e assegurar que as eleições sejam concluídas de forma harmoniosa e ordenada”. O responsável garantiu que a CAEAL irá decidir se os candidatos são elegíveis para concorrer às eleições, em conformidade com o parecer da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, que é assessorada por membros da direcção do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central.
Nunu Wu Manchete PolíticaIntegração | Membro da CCPPC quer autocarros de Macau em Hengqin Lee Chong Cheng quer facilitar a circulação para a Ilha de Montanha para levar mais residentes para a zona de cooperação aprofundada. Por sua vez, o empresário Frederico Ma defende a diversificação de Hengqin, que considera muito dependente do parque Chimelong O membro de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) Lee Chong Cheng defende a circulação de autocarros públicos de Macau na Ilha da Montanha, para facilitar a vida dos residentes. O desejo foi expresso em declarações ao jornal Ou Mun, antes de Lee Chong Cheng viajar para Pequim, onde vais participar nas “Duas Reuniões”. Na perspectiva do também presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, se os autocarros puderem circular entre Macau e Hengqin, a vontade dos residentes de se mudarem para o outro lado da fronteira vai aumentar “significativamente”. Actualmente, para se deslocarem à Ilha da Montanha, os residentes precisam apanhar transportes de Macau para a fronteira. Uma vez do outro lado da fronteira, podem recorrer a táxis ou à rede de transportes públicos de Hengqin. Lee pretende que os autocarros de Macau possam entrar directamente na Ilha da Montanha, sem necessidade de trocar de transporte. Para promover s circulação em Hengqin, Lee Chong Cheng espera igualmente que as autoridades centrais façam mudanças à circulação de carros particulares na fronteira. Lee sugere mais flexibilidade de procedimentos de passagem da fronteira, para que passageiros com necessidades especiais não sejam obrigados a sair das viaturas. Actualmente, pessoas com mais de 70 anos, ou menos de 10, grávidas e deficientes, podem permanecer dentro da viatura durante a inspecção fronteiriça. Segundo o dirigente da FAOM, as condições devem ser mais flexíveis para abranger pessoas com 60 anos ou mais, jovens com idade até aos 15 anos, e ainda para quem procura cuidados médicos. Quanto à corrente medida de circulação de veículos de Macau na província de Guangdong, Lee Chong Cheng espera que as autoridades do Governo Central estabeleçam um corredor específico na fronteira só para carros de Macau durante os fins-de-semana e feriados. Actualmente, o corredor é partilhado com os veículos de Hong Kong. Expansão industrial Por sua vez, Frederico Ma, também membro de Macau na CCPPC, considera que Macau e Hengqin devem aproveitar as sinergias para promoverem a entrada de mais indústrias da RAEM na zona de cooperação. Além disto, o responsável que também preside à Associação Comercial de Macau recordou que é necessário que o desenvolvimento do turismo de Hengqin se diversifique, dado que actualmente todas as atracções turísticas passam pelo parque temático e hotel Chimelong. Frederico Ma defende que Hengqin não pode depender de um único projecto, e defende um maior desenvolvimento industrial de Hengqin, para aproveitar as vantagens locais e diversificar a economia. Como uma opção de diversificação, Frederico Ma defende a aposta na acupunctura em Hengqin, por considerar que é uma prática cada vez mais adoptada pelos atletas nas competições desportivas internacionais.
Nunu Wu Manchete SociedadeIncêndio | PJ exclui homicídio após encontrar homem morto Segundo as autoridades, o homem encontrado morto, e com as pernas atadas, tinha um historial de problemas mentais e estava a ser acompanhado pelos serviços sociais. Momentos antes do incêndio terá ligado para os serviços sociais A Polícia Judiciária (PJ) excluiu a hipótese do corpo de um residente encontrado com as pernas atadas após um incêndio ter resultado de homicídio. O caso aconteceu na quarta-feira à noite, em Seac Pai Van, mas as autoridades sublinharam que não houve indícios de luta e que o homem sofria de problemas mentais. De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, o alerta para um incêndio num sexto andar de um dos blocos de habitação pública, na Avenida das Borboletas, em Seac Pai Van, foi dado por volta das 19h36. Quando os bombeiros chegaram ao local, a porta do apartamento de onde vinham as chamas estava trancada por dentro, e havia móveis a bloquear as portas. Esta situação obrigou a que as autoridades tivessem de utilizar diferentes ferramentas para entrar no apartamento, primeiro, para abrir uma porta exterior de metal e, depois, uma porta interior de madeira. Depois de entrarem, os bombeiros extinguiram as chamas e encontraram num dos quartos um homem morto, sentado numa cadeira com as pernas atados. “Após a inspecção e a investigação no local, verificou-se que o fogo tinha começado num quarto e que o falecido foi encontrado numa cadeira do quarto, claramente morto, não tendo sido encontrados sinais de luta ou de roubo no apartamento”, comunicou a PJ. “Depois da autópsia pelos nosso agentes e médicos forenses, os ferimentos do falecido foram considerados consistentes com o ambiente do local, não tendo sido encontrados outros ferimentos suspeitos”, foi acrescentado. A ser acompanhado Com a informação sobre a descoberta de um corpo com as pernas atados a ser revelada ao público por volta das 22h, horas depois, a PJ veio anunciar que tinha excluído a hipótese de se tratar de um caso de homicídio. “Depois da investigação, verificou-se que o morto era uma pessoa com problemas mentais há muito tempo e com um historial de automutilação. Vivia com a família no apartamento onde aconteceu o incidente, mas a família tinha-se ausentado de casa durante vários dias devido a alguns problemas”, indicou a PJ. “O falecido estava a ser seguido pelos trabalhadores dos serviços sociais e recebeu recentemente tratamento médico. O pessoal dos serviços sociais também tinha visitado a casa do falecido a 26 de Fevereiro para acompanhar a situação e partiu ao final dessa tarde”, foi acrescentado. O comunicado indicou ainda que antes do acidente, os serviços sociais tinham sido novamente contactados pelo homem: “Por volta das 19h desse dia, o pessoal dos serviços sociais recebeu uma chamada do falecido. Durante a conversa, verificou-se que o falecido estava alterado e que subitamente se perdeu o contacto, pelo que os serviços sociais chamaram imediatamente a polícia para pedir ajuda”, foi complementado. No entanto, durante a conferência de imprensa de ontem sobre a segurança, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apresentou uma versão alternativa e indicou que as autoridades foram primeiramente alertadas por um transeunte. Ainda na madrugada de ontem, o Instituto de Acção Social emitiu um comunicado com as condolências para a família. As chamas levaram ainda a que cerca de 20 pessoas tivessem de ser retiradas das suas casas e levadas para abrigos temporários, onde passaram as noites.
Nunu Wu Manchete PolíticaDesemprego | Associação relata aumento de pedidos de ajuda A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo admite que há mais pessoas com problemas no sector, e que os trabalhadores se sentem pressionados pela maior carga laboral, ao mesmo tempo que as máquinas electrónicas são vistas como ameaça A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo anunciou que no ano passado houve um aumento do número de pedidos de ajuda para encontrar novo emprego. Os dados foram apresentados pela associação ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) na quarta-feira. De acordo com a apresentação feita pelo deputado Leong Sun Iok e presidente da Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo, no ano passado foram recebidos 229 pedidos de apoio por parte de pessoas que trabalham, ou trabalhavam, no sector do jogo. Entre os pedidos apresentados, 143, ou 66,44 por cento, estavam relacionados com motivos profissionais, como a falta de emprego, 15,38 por cento dos ligados a candidatura a apoios sociais e 10,49 por cento devido ao vício do jogo. Ao mesmo tempo, 6,29 por cento dos pedidos estavam relacionados com questões familiares, 4,9 por cento diziam respeito à educação dos filhos e 1,4 por cento ligavam-se com outros assuntos não identificados pela associação. Em relação aos trabalhadores da linha da frente nos casinos, o presidente da Casa afirmou que actualmente os profissionais queixam-se da redução de quadros, que sobrecarrega os horários dos trabalhadores mantidos. Outra queixa prende-se com a instalação de novas mesas de jogo electrónicas, que criam perspectivas negativas face à redução de mão-de-obra nos casinos, assim como desenvolvimento de doenças profissionais e aumento da pressão devido à supervisão do trabalho pelas empresas do jogo. Leong Sun Iok citou dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos para indicar que os trabalhadores do jogo caíram para 52.724 no segundo trimestre de 2024, quando no segundo trimestre de 2019, antes da pandemia, eram empregadas 58.777 pessoas. Caso de sucesso Em Novembro do ano passado, a Casa publicou um inquérito sobre o estado psicológico dos funcionários do jogo, em que os inquiridos apresentavam grandes preocupações com a insegurança no trabalho, situação que se agravou face a 2021. Entre o auxílio prestado pela associação, fora das questões profissionais, Leong Sun Iok indicou que houve um jovem que pediu ajuda devido a dificuldade em identificar os seus gostos, interesses e vantagens profissionais, que o impediram de decidir o rumo profissional. Este jovem mostrou ainda problemas emocionais, devido à incerteza causada pela situação. O deputado destacou que o caso foi um sucesso, porque o apoio prestado conseguiu orientar o jovem, que optou por um emprego na área da engenharia de informação.
Nunu Wu PolíticaEmprego | Coutinho alerta Sam Hou Fai para dificuldades O deputado José Pereira Coutinho, na qualidade de presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), reuniu ontem com o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, a propósito da elaboração do relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. Ao lado de Rita Santos, também ela dirigente da ATFPM, O deputado pediu ao Chefe do Executivo para dar mais atenção à questão do emprego em Macau, referindo que a falta de oportunidades é geral, e não apenas para os portugueses. “Está cada vez mais difícil para as pessoas que não dominam a língua chinesa encontrar um emprego. Parece-me uma questão transversal que afecta todas as pessoas de Macau, sobretudo os mais jovens. Temos [na ATFPM], currículos de pessoas que há mais de dois anos não conseguem encontrar um emprego”, disse Coutinho. O deputado e dirigente associativo destacou a falta de emprego na área do Direito para cidadãos portugueses. “Não é fácil para os cidadãos portugueses que queiram vir para Macau encontrarem emprego. Temos casos de residentes que voltaram depois de ter estudado Direito, não conseguiram encontrar trabalho e depois foram forçados a voltar a Portugal para fazer o estágio. A situação económica e de emprego em Macau é grave e deve ser resolvida com medidas concretas e eficazes, a fim de reactivar a economia.” De resto, Rita Santos e José Pereira Coutinho confirmaram não ter abordado a dificuldade dos portugueses na obtenção do Bilhete de Identidade de Residente (BIR), pois “trata-se de uma questão muito complexa e o Chefe do Executivo sabe o que deve fazer, essa questão não está esquecida”. Aumento para 97 patacas De resto, a reunião serviu para pedir aumentos salariais na Função Pública, para que, este ano, o valor de cada ponto da tabela indiciária seja elevado de 94 patacas para 97 patacas. “Sam Hou Fai disse para esperarmos. Veremos o que surge no relatório das LAG, até porque serão ouvidas outras associações que até podem ser contra a actualização salarial. Nunca se sabe o que os outros pensam, mas da nossa parte insistimos para que o Chefe do Executivo faça algo em relação à actualização dos salários”, explicou Coutinho. A ATFPM submeteu um documento escrito com todas as sugestões que foi fruto da participação de 19.300 sócios e “cerca de 50.000 residentes”, explica-se numa nota. Descreve-se, nesse comunicado, que “os preços dos bens essenciais em Macau têm registado um aumento constante, resultando numa significativa diminuição do poder de compra dos residentes”. Os dois responsáveis da ATFPM abordaram também no encontro a necessidade de uma maior e melhor utilização da língua portuguesa por parte do Executivo, a propósito da recepção de uma carta, apenas em chinês, da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), sobre a saída de docentes da Escola Portuguesa de Macau. “Insisti que a língua portuguesa deve ter um elevado nível de utilização, pois existe a falta de divulgação do idioma em vários websites do Governo e nos comunicados de imprensa, pois são enviados primeiro em chinês. Algumas sinalizações também não respeitam bem a língua portuguesa. Propusemos dar um subsídio aos trabalhadores que dominam as duas línguas, para que possam desempenhar um melhor papel”, disse Rita Santos.
Nunu Wu Manchete SociedadeDesporto | Johnson Ian quer transparência na escolha de atletas O ex-atleta de ténis de mesa e presidente da Associação de Sinergia de Macau considera que os problemas de financiamento dos atletas foram ultrapassados com os novos moldes do Fundo do Desporto, mas pede critério e transparência na atribuição de subsídios O presidente da Associação de Sinergia de Macau, Johnson Ian, defende que as associações desportivas devem adoptar mais transparência nos critérios de escolha dos atletas para representar o território. Em causa, está o facto de muitos destes atletas receberem apoios financeiros. De acordo com Johnson Ian, que prestou declarações aos jornal Ou Mun, nos últimos anos o Instituto de Desporto tem melhorado os apoios financeiros distribuídos, o que considerou positivo. No entanto, o ex-atleta considera que a medida também aumenta a necessidade de maior transparência, para garantir que os atletas apoiados são os mais competentes. “Os atletas escolhidos para participar nos estágios e classificados como atletas elite podem receber subsídios para cobrir todos os custos de participação nas competições no exterior. Este aspecto é uma boa notícia”, afirmou Ian. “No entanto, além de deverem aumentar o número dos atletas que participam nos estágios e nos escalões de formação, é ainda mais importante que as associações aumentem a transparência sobre os critérios adoptados na escolha dos atletas que podem ser subsidiados”, defendeu. Johnson Ian, que chegou a representar o território na modalidade de ténis de mesa, sugeriu ao Instituto do Desporto que publique online os critérios utilizados pelas diferentes associações na escolha dos atletas, para aumentar a transparência. Atletas desconhecidos Como parte do problema actual, Johnson Ian traçou um cenário em que são poucas as associações desportivas que representam Macau a divulgarem informações sobre as participação em competições. Por este motivo, Ian, que foi jornalista, afirmou que é frequente que nem os órgãos de comunicação saibam quem são actualmente os atletas classificados como de elite em Macau. Devido ao investimento público, Johnson Ian sugeriu ao ID e às associações desportivas que publiquem as listas dos atletas subsidiados nas competições no exterior e os resultados alcançados. “O ID ou as associações desportivas devem publicar as listas de atletas que obtêm subsídios ou reúnem os critérios para serem subsidiados totalmente, quando participam em competições no exterior. Além disso, devem divulgar os resultados e os eventos desportivos em que participam,” pediu. Johnson Ian destacou ainda que depois da publicação do regulamento sobre os apoios financeiros do Fundo do Desporto, em 2023, os atletas e as associações desportivas estão numa situação financeira melhor, podendo focar atenções na parte desportiva, em vez de estarem tão preocupados com as receitas. No entanto, Ian alertou que o regulamento também tem obrigações, uma das quais é aumentar o número de participações em competições do exterior.
Nunu Wu Manchete SociedadeLai Chi Vun | Urbanista discorda de construção de diques Lam Iek Chit não vê razões para construir diques contra inundações nos estaleiros de Lai Chi Vun. Além de cortar a ligação com o mar, e violar o regulamento de classificação da zona, o terreno apresenta uma inclinação para a água, funcionando como barreira natural. A obra foi adjudicada à Nam Kwong por 565 milhões de patacas Vão começar em breve as obras de construção de “equipamentos de prevenção contra inundações e reordenado o sistema de drenagem de água nos diques e no canal de Shizimen” para prevenir inundações nas imediações da Avenida de Cinco de Outubro de Coloane, do Cais de Coloane e de Lai Chi Vun. A obra motivou algumas críticas, incluindo do urbanista e membro do Conselho do Património Cultural Lam Iek Chit, que diz ter-se queixado em diferentes ocasiões para o conflito entre e as obras projectadas e o regulamento administrativo sobre a classificação dos estaleiros navais de Lai Chi Vun. No entanto, nunca obteve resposta das autoridades. Em declarações ao jornal Cheng Pou, o urbanista recorda que o regulamento administrativo prevê o estabelecimento de uma zona de protecção em Lai Chi Vun, que obriga à manutenção das características do estuário do rio e da paisagem natural. Segundo Lam Iek Chit, estas características serão postas em causa com a construção que irá implicar o corte da ligação entre os estaleiros navais e o mar. O Governo refere que a obra é essencial para atenuar os problemas de inundações situados no lado oeste de Coloane provocados por marés de tempestade e chuvas intensas. A lei da gravidade O urbanista considera que o Governo tem soluções mais fáceis, eficazes e muito mais baratas para proteger as habitações de Lai Chi Vun contra marés de tempestade e chuvas intensas. A simples instalação de barreiras ou protecções nas casas é uma solução apresentada por Lam, sem grandes despesas para o erário público e sem violar o regulamento administrativo e a lei de salvaguarda do património cultural. Além disso, as próprias características do local, com um declive para o mar, formam uma protecção para as casas nas imediações, ao contrário do que acontece na vila de Coloane. Ainda assim, o urbanista entende que na vila de Coloane a instalação de barreiras nas casas seria também suficiente para impedir inundações, ou numa perspectiva mais cautelosa a construção de um dique. Além destas questões, Lam Iek Chit afirma que o Governo não publicou dados científicos sobre os planos de protecção contra inundações com diferentes níveis. Segundo os dados da obra, a companhia Nam Kwong União Comercial e Industrial ganhou a adjudicação do projecto, com um preço de 565 milhões de patacas e um prazo de conclusão de 710 dias de trabalho.
Nunu Wu Manchete PolíticaAL | Kou Hou In quer mais articulação entre leis de Macau e do Interior O presidente da Assembleia Legislativa pretende que os deputados se inspirem na forma como Shenzhen utiliza novas tecnologias para facilitar a governação e fornecer serviços mais convenientes aos cidadãos O presidente da Assembleia Legislativa defendeu a necessidade de se avançar com medidas que melhorem a articulação das leis, regras e sistemas entre Macau e as cidades da Grande Baía. As declarações de Kou Hoi In foram citadas pelo jornal Ou Mun, após a visita de uma delegação de deputados a Zhuhai e Shenzhen. Em jeito de balanço, o também empresário considerou que a visita oficial às cidades do Interior foi muito produtiva e que serviu para alargar os horizontes dos deputados, ao mesmo tempo que lhes permitiu ficar a conhecer melhor os feitos alcançados pela cidade de Shenzhen nos últimos 40 anos. Sobre a cidade vizinha de Hong Kong, Kou Hoi In explicou que mostrou aos legisladores o “desenvolvimento pelo sector privado nas tecnologias de ponta”, assim como aplicação destas tecnologias aos serviços sociais, o que defendeu dever servir como inspiração para o desenvolvimento da RAEM. Kou Hoi In defendeu assim um reforço da cooperação com Interior da China e sejam tidos como exemplos os feitos alcançados a nível das novas tecnologias de ponta para impulsionar o desenvolvimento da RAEM, melhorar a governação local, aumentar o nível dos serviços prestados, e tornar os serviços mais convenientes para os residentes. O político recordou também que o Presidente Xi Jinping apontou a necessidade de continuar a promover a construção da Grande Baía, através de uma maior articulação das regras e dos sistemas em vigor tanto no Interior, como em Macau e Hong Kong. Desafios em Hengqin Sobre a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin, o presidente da Assembleia Legislativa reconheceu que existem desafios para as empresas de Macau, que decorrem do facto de se aplicarem nesta zona o sistema e as regras do Interior da China. Kou Hoi In deu como exemplo os produtos alimentares que são desenvolvidos por empresas de Macau em Hengqin, mas que têm de ser identificados como “feitos na China”, em vez de “feito em Macau”. O presidente da Assembleia Legislativa destacou ainda que esta foi a primeira vez que uma delegação da actual Legislatura visitou oficialmente Zhuhai e Shenzhen. Todavia, deixou o desejo que Macau e as cidades da Grande Baía se estudem mutuamente, e que as vantagens de Macau no âmbito do princípio “Um País, Dois Sistemas” sejam melhor entendidas. Neste capítulo, o político expressou a esperança que a Ilha Montanha possa ser aproveitada como um projecto experimental. Na deslocação ao Interior, a delegação da AL visitou algumas das empresas mais conhecidas de alta tecnologia chinesas, como a BYD, Huawei e a empresa de drones DIJ. A delegação visitou ainda o cento de serviços municipais para conhecer as medidas digitais mais convenientes para os residentes, também participou numa actividade de intercâmbio com as autoridades legislativas de Zhuhai e Shenzhen.
Nunu Wu Manchete SociedadePME | Associação alerta para problemas de recrutamento Enquanto nas regiões vizinhas as empresas oferecem salários cada vez mais competitivos, o presidente da Macau Oversea Worker Employment Agency Association alerta para as dificuldades das PME locais no preenchimento de 10 mil vagas de emprego O presidente da Macau Oversea Worker Employment Agency Association, Ao Ieong Kuong Kao, afirmou que as pequenas e medias empresas (PME) estão a enfrentar problemas na contratação de trabalhadores. A posição foi tomada por Ao Ieong, ao jornal Cheng Pou, com o reconhecimento de que as PME de Macau não oferecem condições atractivas, tanto para residentes, como para os trabalhadores não-residentes. Segundo Ao Ieong Kuong Kao, nas condições actuais da economia, as PME têm dificuldades em conseguir oferecer salários e outros benefícios competitivos, além de não disponibilizarem aos trabalhadores oportunidades internas de desenvolvimento da carreira profissional. Estes factores, defende o presidente da associação das agências de emprego, fazem com que os residentes prefiram trabalhar nas concessionárias de jogo ou na Administração Pública. No entanto, as dificuldades sentidas a nível dos residentes começam a alastrar também à contratação de trabalhadores não-residentes, que cada vez mais encontram melhores condições nas regiões vizinhas. De acordo com Ao Ieong Kuong Kao, a nova política da contratação de não residentes de Hong Kong marcou uma mudança de paradigma face a Macau e ao Interior. Como consequência da alteração, as próprias empresas do Interior foram obrigadas a responder, e começaram a aumentar os salários para manter ou contratar novos trabalhadores. Este cenário levou a que as condições das PME em Macau se agravassem, porque sem aumento dos salários, mesmo para os não-residentes, não é possível atrair, como no passado, não-residentes. A grande fatia Até Dezembro do ano passado, Macau tinha cerca de 182 mil trabalhadores não residentes, dos quais 120 mil eram oriundos do Interior, a larga maioria. No entanto, Ao Ieong Kuong Kao explicou que devido ao encerramento de vários restaurantes nos bairros comunitários o número ainda não ultrapassou os registos pré-pandemia. No entanto, com o Governo Central a lançar a medida de entradas múltiplas em Macau para os cidadãos que vivam em Zhuhai ou Hengqin, Ao Ieong Kuong Kao prevê que a restauração, vendas a retalho e outros serviços tenham necessidade de contratar mais trabalhadores. Apesar das dificuldades, segundo as estimativas do dirigente associativo, as PME precisam de contratar mais trabalhadores para fazerem face à nova procura, indicando existirem cerca de 10 mil vagas de empregos, principalmente na restauração e outros serviços.
Nunu Wu Manchete SociedadeHabitação económica | Pedidas candidaturas mais flexíveis A lei da habitação económica deve ser alterada para permitir que candidatos individuais possam adquirir apartamentos maiores do que T1, ou mudar de casa se a família aumentar, segundo Nick Lei e Lo Choi In. A deputada recordou que a procura por este tipo de habitação tem decrescido Com a legislação que está hoje em dia em vigor, um candidato individual apenas pode concorrer a uma fracção do tipo T1 nos concursos para habitação económica. Além disso, após a entrega da casa, se a pessoa contrair casamento, tive um filho e o seu agregado familiar aumentar, não pode mudar para uma fracção com mais assoalhadas. Na óptica dos deputados Nick Lei e Lo Choi In, o Governo tem de alterar a lei que regula a habitação económica e acrescentar flexibilidade às candidaturas e às políticas de habitação pública. Em declarações ao jornal do Cidadão, Nick Lei salientou que a população quer há muito tempo que a lei seja alterada, aliviando a rigidez normativa que afecta a procura por este tipo de habitação pública, mas que o Governo não tem correspondido à vontade dos residentes. O deputado ligado à comunidade de Fujian defende também a introdução das candidaturas permanentes na habitação económica, ou seja, a entrega de candidaturas a qualquer momento e a entrada para uma lista de espera, à semelhança do que acontece com a habitação social. Oferta e procura A deputada Lo Choi In também defende a flexibilização das candidaturas à habitação económica, mas salienta que nos últimos anos a procura por este tipo de habitação tem diminuído significativamente. Aliás, no último concurso, aberto em Setembro de 2023, o número de candidaturas válidas (5.076) foi inferior às fracções disponíveis (5.415). No total, foram entregues 6.562 candidaturas. Na óptica de Lo Choi In, para tornar a habitação económica mais atractiva é necessário aumentar a proporções de apartamentos T2, baixar o preço das casas (que estão demasiado próximos do mercado privado) e permitir que os compradores possam revender as fracções no mercado. Actualmente, se um morador quiser vender um apartamento de habitação económica só o pode alienar ao Instituto de Habitação por um valor correspondente ao da compra inicial. Em declarações também ao jornal do Cidadão, a deputada demonstrou ainda preocupação face ao aumento do crédito malparado relativo a empréstimos hipotecários para habitação. Lo Choi In apelou à atenção do Governo para um problema que considera colocar em risco a estabilidade do mercado financeiro de Macau.