Nunu Wu Manchete PolíticaTrabalho | Dois terços descansam apenas 1 ou 1,5 dias por semana Um inquérito da FAOM revelou que cerca de 60 por cento dos trabalhadores não tiveram actualização salarial este ano e dois terços não tem descanso semanal de dois dias. Leong Sun Iok quer que o Governo dê orientações claras às empresas para darem prioridade à contratação de residentes e fixe uma quota mínima de locais Salários congelados, sobrecarga de trabalho, insegurança financeira e concorrência desleal com salários muito baixos de não-residentes foram as principais preocupações reveladas por cerca de 2.000 trabalhadores que responderam a um inquérito sobre condições de trabalho em 2025. O tabalho, apresentado ontem, foi realizado pela Associações dos Operários de Macau (FAOM). Para 60 por cento dos entrevistados, não houve aumentos de ordenado este ano, enquanto 10 por cento tiveram mesmo cortes salariais. Além disso, perto de dois terços dos trabalhadores queixaram-se de uma excessiva carga laboral, com o descanso semanal reduzido a um dia ou um dia e meio. Outra situação que desalinha o equilíbrio entre vida e trabalho, é o acesso tecnológico que permite transportar para os tempos livres e para casa tarefas de trabalho. Esta situação voltou a ser alvo de queixas de trabalhadores, levando os responsáveis da FAOM a pedir ao Governo que defina claramente os parâmetros do “direito a estar offline”. Para tal, é necessário que os trabalhadores tenham direito a compensação de horas extra, ou salário de trabalho por turnos. A juntar a estes problemas, foram frequentes os relatos de falta de estabilidade e de “almofada” financeira, causando sentimentos de insegurança em relação ao futuro. O bicho papão Dando eco a uma das bandeiras políticas da FAOM, os entrevistados consideram que as políticas laborais não dão prioridade eficaz aos locais no acesso ao emprego. Como tal, 63 por cento dos inquiridos revelaram falta clareza às medidas de protecção a trabalhadores residentes. Neste ponto, o deputado Leong Sun Iok, afirmou que “apesar de as actuais leis já definirem a prioridade dos residentes locais, o Governo nunca traçou exigências claras para as empresas em relação às práticas de contratação recursos humanos”. O resultado é a falta de eficácia na concretização da prioridade. Uma solução, apontado pelo deputado, seria a aplicação firme de quotas ou proporção mínima de residentes nos recursos humanos de cada empresa, como acontece com os cargos de chefia nas concessionárias do jogo. Leong Sun Iok considera que desta forma, os empregadores seriam “incentivados” a formar funcionários locais. Os salários demasiado baixos de trabalhadores não-residentes, e a decorrente concorrência desleal provocada pelo desnível dos ordenados, foi destacada por 60 por cento dos inquiridos. Leong Sun Iok defende que o Governo deveria recusar pedidos para contratação de não-residentes quando os salários propostos pelos empregadores forem demasiado baixos.
Nunu Wu Manchete PolíticaAndaimes | Governo admite substituir bambu por metal Sem uma posição de fundo sobre a questão, a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana admite avançar com alterações ao método actual se existir “um consenso social” entre a população e as construtoras A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) admite ponderar a substituição dos andaimes de bambu por metal. A posição foi divulgada por Mak Tat Io, subdirector da DSSCU, ontem no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. A discussão sobre a utilização dos andaimes de bambu foi lançada na sequência do incêndio em complexo residencial em Tai Po, em Hong Kong, que resultou em pelo menos 159 mortos. “Os andaimes de bambu e os de metal têm as suas vantagens e desvantagens. O Governo da RAEM vai ter uma atitude de abertura e fazer as alterações necessárias, quando houver um consenso entre o sector da construção e a sociedade”, afirmou Mak Tat Io. Mak Tat Io ainda apontou que após o incêndio grave de Hong Kong, a DSSCU cooperou com as autoridades no reforço das inspecções às medidas de segurança e que nestas tarefas tem assumido critérios cada vez mais rigoroso. Sobre as inspecções, o responsável indicou a necessidade de garantir a segurança contra incêndios ainda antes da licença de construção ser emitida e que um dos aspectos especificamente visado foi a instalação dos andaimes e o cumprimento dos padrões de segurança. Desde o início do incêndio em Hong Kong que o Governo da RAEHK ligou a propagação das chamas ao bambu, pelo que propôs uma substituição total por andaimes de metal. Decisão pouco científica Por seu turno, a Associação dos Barraqueiros de Macau defendeu que a proibição de andaimes de bambu não tem base científica e alertou que vai ter um impacto indesejado no sector de construção. Em declarações ao jornal Ou Mun, o presidente da associação, Chio Tak Sio, argumentou que é necessário investigar a fonte do incêndio em vez de proibir de forma irracional os andaimes de bambu. Chio Tak Sio também alertou que a montagem de andaimes de bambu faz parte do património cultural intangível e tem lugar importante na história arquitectónica de Macau, e sugeriu ao Governo que opte antes por elaborar critérios de segurança. Além disso, o dirigente associativo apontou que o preço de andaimes de metal é três vezes superior aos de bambu, pelo que se for seguido este caminho as obras de manutenção de paredes exteriores dos edifícios vão ser mais caras. O responsável também sublinhou que actualmente apenas 30 lojas fornecem serviços de instalação de andaimes de bambu e somente 50 pessoas conhecem as técnicas de instalação. Por isso, Chio Tak Sio apontou que este sector está a enfrentar um problema grave de envelhecimento da população. Para salvar o sector, Chio indicou que muitas empresas querem formar aprendizes pelos seus próprios meios. Contudo, como os apoios do Governo são limitados, é difícil atrair jovens para o sector.
Nunu Wu Manchete PolíticaIncêndios | Nick Lei defende reforço das medidas de segurança Na sequência do incêndio de Tai Po, em Hong Kong, e das inspecções realizadas pelas autoridades de Macau, Nick Lei perguntou que medidas vão ser adoptadas para garantir a segurança, principalmente em estaleiros de obras O deputado Nick Lei espera que o Governo se mantenha alerta para as necessidades de segurança contra incêndios, e garanta a eficácia da supervisão nos estaleiros de obras. O assunto foi abordado pelo deputado ligado à comunidade de Fujian, através de uma interpelação escrita. A tomada de posição surge na sequência do incêndio no complexo residencial em Tai Po, em Hong Kong, que resultou em 156 mortos, de acordo com a contagem mais recente, numa altura em que ainda falta contabilizar vítimas de duas torres habitacionais. As causas preliminares da origem do incêndio foram relacionadas com os materiais instalados nas obras de renovação do complexo residencial. Agora, Nick Lei veio recordar que após o incêndio as autoridades inspeccionaram 60 estaleiros de construção com andaimes, por isso pretende saber o que vai ser feito, para corrigir falhas que tenham sido identificadas. “Em resposta às falhas descobertas durante as inspecções, como se estabelece um mecanismo permanente de revisão para garantir que os materiais de construção cumprem os padrões de segurança contra incêndios (…) com vista a elevar eficazmente o nível da segurança contra incêndios nos estaleiros de obras?”, pergunta o deputado. Lei também quer saber como se pode “resolver completamente a questão da instalação de obstáculos em corredores” utilizados como saídas de emergência. Planos mais específicos Além disso, o deputado ligado à comunidade de Fujian defende que os actuais planos de socorro têm de ser mais específicos para responder às necessidades da densidade populacional, tipos de construção locais e características ambientais das diversas áreas do território. Nick Lei também quer que o Governo esclareça os procedimentos de resposta a emergências, para garantir a segurança da população quando houver grandes catástrofes. Lei aponta ainda que Macau pode obter apoio das zonas vizinhas de forma oportuna, se tiver planos para tal. Quanto aos equipamentos avançados de resposta a emergências, Nick Lei quer saber quais vão ser os meios de alta tecnologia importados para auxiliar nos trabalhos de resgate, com o objectivo de melhorar a capacidade de combate a incêndios em ambientes específicos, como acontece nos edifícios altos e nos mais antigos. “O Governo deve reforçar a inspecção de segurança em espaços e lugares públicos, particularmente no que diz respeito à elaboração dos planos de combate a incêndios nos edifícios baixos em bairros comunitários e edifícios que não têm entidade de administração ou condomínios”, aconselhou. Nick Lei defendeu que desta forma “pode aumentar-se a eficiência da evacuação de edifícios em situação de emergência”, lê-se na interpelação escrita.
Nunu Wu Manchete SociedadeFestival da Gastronomia | Negócios terão subido 30% Apesar dos bons resultados, as vendas do festival estão, no melhor cenário, 20 por cento abaixo do que acontecia antes da pandemia. No entanto, não se esperam grandes alterações, dado que os restaurantes do exterior, que cobravam preços mais altos deixaram de ser convidados para o evento O Festival da Gastronomia terminou no domingo e terá resultado num aumento anual do volume de negócios de 30 por cento, de acordo com o presidente da Comissão de Organização do Festival da Gastronomia, Chan Chak Mo. O balanço do evento foi citado pelo jornal Ou Mun. Em relação ao balanço da 25.ª edição, Chan Chak Mo apontou para um aumento generalizado para todas as bancas, mas destacou que houve casos em que os vendedores conseguiram mesmo dobrar o volume de negócios, em comparação com o ano anterior. Segundo o presidente da associação, para o bom resultado contribuíram vários factores, como o bom tempo, o grande prémio para o consumo nas zonas comunitárias, que atribuiu cupões de desconto que puderam ser utilizados nas bancas do festival, e a organização de outros eventos que trouxeram gente para o território e coincidiram com o festival. Além disso, Chan Chak Mo afirmou igualmente que os comerciantes que participaram no festival tiveram uma maior vontade de investir no design das bancas, o que tornou os diferentes espaços mais atraentes. Em termos das tendências de consumo, o ex-deputado indicou que os jovens preferem a comida mais “inovadora” e que mostraram abertura para consumirem bebidas com preços entre 40 e 50 patacas. Este grupo de clientes também não se mostrou preocupado em pagar entre 30 e 40 patacas por doces e sobremesas, o que foi entendido por pelo dirigente associativo como um grupo que não se mostrou muito preocupado com os preços. Mudança, precisa-se Tendo em conta os padrões de consumo, Chan Chak Mo considerou ainda que as bancas que têm uma presença no festival mais antiga precisam de inovar nos seus pratos, para se tornarem mais atraentes. Além disso, esta foi a primeira vez que foi proibido fumar no festival, que é realizado ao ar-livre. No entanto, foi criada uma zona para fumadores e no total dos 17 dias as autoridades apenas detectaram duas infracções. Fazendo a comparação com as edições do festival no período pré-pandemia, Chan apontou que o volume de negócios está entre 70 a 80 por cento do que costumava acontecer. A redução do volume de negócios foi explicada em parte com o facto de desde a pandemia terem deixado de participar na iniciativa restaurantes que vinham de fora de Macau e que cobravam preços mais altos. Após a pandemia, as bancas passaram a ser integralmente ocupadas por negócios locais. Aposta local Quando questionado sobre a intenção de voltar a convidar comerciantes estrangeiros, o presidente da associação confessou que não existem planos nesse sentido, porque as pequenas e médias empresas locais têm grandes dificuldade para operar e precisam de todo o apoio possível. O responsável explicou também que esta mudança de postura tem a ver com o facto de o Governo ter sugerido uma maior aposta no comércio local, para apoiar os comerciantes da RAEM. No entanto, Chan Chak Mo revelou que em todas as edições a organizadora substitui entre 30 a 40 comerciantes cujos produtos tiveram pouca procura. A comissão visita depois potenciais candidatos a um convite, para avaliar se os produtos e os preços correspondem ao actual modelo de consumo dos visitantes do festival. Quanto à próxima edição do festival, o presidente da associação indicou que não existem grandes planos de inovação, mas admite que possa haver mais espectáculos no recinto.
Nunu Wu Manchete PolíticaTai Po | RAEM doa 30 milhões para recuperação após incêndio O Governo de Macau doou 30 milhões de dólares de Hong Kong para apoiar o Executivo de John Lee Ka-chiu na sequência do trágico incêndio em Tai Po. Sam Hou Fai salientou a “profunda amizade” entre as regiões e apelou à sociedade para se envolver. A Shun Tak, MGM, Galaxy e Cruz Vermelha de Macau, entre outras empresas juntaram-se à onda solidária O Executivo da RAEM doou 30 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), através da Fundação Macau, para apoiar o Governo de Hong Kong “a responder e acompanhar o trabalho de recuperação do incêndio grave ocorrido no complexo habitacional Wang Fuk Court em Tai Po nos novos territórios”, revelou o Gabinete de Comunicação Social (GCS) na sexta-feira. O Governo liderado por Sam Hou Fai salientou a “profunda amizade e relações humanísticas, económicas e comerciais de longa data” entre os dois territórios, e a forma conjunta como as populações das duas cidades enfrentam dificuldades e desafios. Além disso, Sam Hou Fai manifestou, “em nome do Governo da RAEM, o profundo pesar e as sentidas condolências aos familiares das vítimas do incêndio, apelando aos diversos sectores da sociedade local para tomarem iniciativas e apoiar a RAEHK. “Sam Hou Fai está convicto de que, sob o espírito das instruções importantes, atenção e apoio do Presidente Xi Jinping, assim como o apoio e empenho do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China, o Chefe do Executivo da RAEHK, John Lee Ka-chiu, e o seu governo, irão indubitavelmente liderar e unir os diversos sectores da sociedade e auxiliar os residentes afectados a ultrapassar as dificuldades, para que as suas vidas regressem à normalidade e as suas casas sejam recuperadas, o mais breve possível”, acrescentou o GCS. Respostas prontas O apelo do Governo de Macau foi ouvido, e desde o final da semana passada várias empresas e entidades locais juntaram-se à onda de solidariedade. A Fundação Henry Fok igualou a doação da Fundação Macau, o grupo Shun Tak (e principais figuras da direcção) contribuíram com 10 milhões de HKD, a MGM China e a Chef Nic Holdings doaram 5 milhões de HKD, enquanto o grupo Galaxy Entertainment e o seu líder Francis Lui contribuíram com 10 milhões de HKD. A Cruz Vermelha de Macau também aderiu com uma contribuição 500 mil HKD. A vaga de contributos de Macau constitui apenas uma parte de uma campanha de solidariedade transversal a vários grupos empresariais de Hong Kong e do Interior da China. Pelo menos 128 pessoas morreram em consequência do incêndio que deflagrou na quarta-feira à tarde, de acordo com o balanço das autoridades que deram conta de 79 feridos e cerca de uma centena e meia de pessoas incontactáveis.
Nunu Wu Manchete SociedadeImobiliário | Centaline diz que visitas e pedidos de informação dispararam O director da agência imobiliária acredita que as novas medidas para o imobiliário vão ter impacto a curto prazo, impulsionando as vendas de casas. Contudo, admite a insuficiência para inverter a tendência negativa O director da Agência Imobiliária Centaline de Macau e Hengqin, Roy Ho, afirmou que desde a semana passada o número de visitas de potenciais compradores de casa triplicou. O responsável considera que o crescimento se deve às medidas anunciadas pelo Executivo no âmbito das Linhas de Acção Governativa (LAG). Segundo o Governo, na compra de imóveis para habitação os primeiros seis milhões de patacas vão ficar isentos do pagamento de imposto de selo, num limite máximo de 120 mil patacas. Ao mesmo tempo, o limite do valor dos empréstimos hipotecários para habitação vai subir de 70 para 80 por cento do valor do imóvel. Roy Ho considerou que o aumento das visitas a imóveis é positivo, porque mostra que há mais gente interessada e que os compradores procuram a oferta ideal. O agente imobiliário acrescentou também que, nesta altura, não se espera um aumento de transacções, porque a data de entrada das novas medidas ainda não foi anunciada. No entanto, após a entrada em vigor, espera-se que os interessados avancem para a concretização dos negócios. Roy Ho revelou que logo na semana do anúncio da primeira medida apresentada com as LAG, que o número de visitas duplicou. Porém, o fluxo continuou a subir na semana seguinte, com a segunda ronda de medidas. Recuperação lenta Apesar do maior optimismo, o director da imobiliária reconheceu que não deverá haver uma recuperação imediata do preço dos imóveis. Neste sentido, o responsável previu que as habitações que terão sofrido aquilo que definiu como “uma queda excessiva” de preços entrem finalmente numa fase de estabilização. Em relação ao próximo ano, Roy Ho espera que o número de transacções aumente, mas considerou difícil antever a flutuação de preços dos imóveis. Ho antecipou ainda que os vendedores recuperem parte do poder negocial, depois de “longos anos” em que se viram forçados a diminuir os valores pedidos e a ceder quase sempre nas negociações. Com estas medidas, Roy Ho antevê que os vendedores apenas tenham de ceder até 5 por cento face ao preço anunciado. Esperar para ver Quanto à duração do impacto das medidas mais recentes, o director da Agência Imobiliária Centaline de Macau e Hengqin mostrou-se cauteloso. Roy Ho duvida que as duas medidas alterem a tendência de queda no mercado imobiliário a longo prazo. O responsável exemplificou que no ano passado o Governo retirou algumas restrições à procura, como isenções fiscais, o que levou a melhorias de curto prazo no mercado, mas que os efeitos desapareceram passados três meses. Face a este contexto, o agente imobiliário defendeu que o Governo deve continuar atento à tendência dos preços dos imóveis e promover novos incentivos.
Nunu Wu Manchete SociedadeCamboja | Suspeitas de lavagem de dinheiro em Macau Empresas ligadas ao grupo Prince Holding e a Chen Zhi, acusado de cibercrime, tráfico humano e lavagem de dinheiro, realizaram negócios em Macau e Hong Kong. Uma das empresas foi a Companhia de Vinho Pou Long, que operou na RAEM e chegou a organizar um jantar de gala para idosos em 2020 Os tentáculos do polvo de um centro de burlas desmantelado no Camboja podem ter chegado a Macau e Hong Kong. Uma investigação do portal HK01 revelou que empresas relacionadas com o império criminoso do bilionário Chen Zhi operaram nas regiões administrativas especiais. O empresário chinês de 37 anos, é apontado como o “cérebro por trás de um império criminoso” e está no centro da maior apreensão de criptomoedas da história, com cerca de 14 mil milhões de dólares em bitcoins confiscados pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Os esquemas funcionavam, alegadamente, em complexos industriais no Camboja, onde trabalhadores estrangeiros eram forçados a cometer burlas online sob vigilância armada. Segundo a publicação de Hong Kong, no universo empresarial Prince Holding, presidido pelo empresário de Fujian, contam-se companhias que tiveram negócios em Macau de venda de bebidas alcoólicas através uma rede de empresas que tinha como denominador comum um empresário também activo em Hong Kong: Qiu Yong. O empresário, que consta da lista de 146 empresas e pessoas sancionadas pelos Estados Unidos devido à alegada prática dos crimes acima referidos, é portador de passaportes do Camboja e Santa Lúcia, uma pequena ilha nas Caraíbas, e era o principal accionista de oito empresas sediadas em Hong Kong, duas das quais já dissolvidas. Uma das empresas sediada e a operar na região vizinha foi a Wine Mini Store Digital Economy Industry Company, liderada em conjunto com Ng Sang Lei, residente de Macau e portadora do passaporte da RAEM. Uma teia no delta A Wine Mini Store tinha morada comercial em Tsim Sha Tsui no mesmo local em que estavam sediadas várias empresas que o bilionário foragido Chen Zhi controlava de forma indirecta através de empresas offshore das Ilhas Virgens Britânicas e empresas de Hong Kong. Entre as empresas criadas e dissolvidas, conta-se a Companhia de Vinho Pou Long, com domicílio em Tsim Sha Tsui, que foi totalmente detida por Ng Sang Lei antes da anulação do registo comercial em Outubro deste ano. Segundo notícias avançadas em Macau no passado, a Companhia de Vinho Pou Long lançou uma série de actividades, incluindo um jantar de gala para idosos, em Janeiro de 2020, que contou com a presença de Qiu Yong. Em Fevereiro de 2020, durante a explosão da covid-19 em Wuhan, a Companhia de Vinho Pou Long doou 1,5 milhões de patacas e 60 mil máscaras para as autoridades provinciais. Em relação à residente de Macau, o HM encontrou referências a Ng Sang Lei no Boletim Oficial, quando foi autorizada pela Autoridade Monetária de Macau a exercer na RAEM a profissão de mediadora de seguros em Junho de 2019. Menos de 10 meses depois, a residente foi alvo de um processo de infracção.
Nunu Wu Manchete SociedadeImobiliário | Empresários querem Governo a financiar juros Apesar dos novos incentivos fiscais e da maior facilidade no acesso ao crédito para a habitação, representantes dos promotores e agentes imobiliários duvidam que as medidas invertam a tendência de queda dos preços e do número de transacções Embora o Governo tenha anunciado novas medidas de apoio ao mercado imobiliário, a Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau considera que as políticas são insuficientes, e pede ao Executivo que estude o financiamento dos juros do crédito bancário. Na semana passada, Sam Hou Fai anunciou com as Linhas de Acção Governativa (LAG) que os imóveis para habitação ficam isentos do pagamento do imposto de selo até ao valor de 6 milhões de patacas e num máximo de 120 mil patacas. Além disso, o presidente substituto do Conselho de Administração da Autoridade Monetária de Macau, Vong Sin Man, revelou que os limites do rácio dos valores dos empréstimos hipotecários destinados à aquisição de habitação vão ser aumentos de 70 por cento para 80 por cento. No entanto, as notícias são consideradas insuficientes no sector. Ao jornal Ou Mun, o presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, Chong Sio Kin, apontou que com a entrada em vigor das novas políticas, haverá um maior incentivo à compra e venda de habitação. O empresário também reconhece que o mercado pode sentir um efeito benéfico a curto prazo, devido aos promotores que têm habitações novas para vender ou apartamentos em vias de estarem construídas. Contudo, Chong Sio Kin indicou que o sector não acredita que vá resultar num efeito substancial, pelo menos enquanto não forem adoptadas outras medidas. Neste sentido, o presidente da associação recordou que no passado, em 1996, o Governo lançou um regime de bonificação ao crédito para aquisição ou locação financeira de habitação própria. O programa previa que fossem pagos os juros até ao valor máximo de 4 por cento, num período que podia chegar aos 10 anos. O dirigente associativo espera que esta medida possa servir de exemplo para o futuro e que o Executivo estude a sua viabilidade. Efeitos limitados Chong Sio Kin ainda defendeu que o Governo deve seguir as práticas de Hong Kong, e implemente uma nova política de residência por investimento. Assim, os não residentes podem obter residência, a troco de investimento imobiliário. Além disso, o empresário sugeriu ao Governo que atraia activamente quadros qualificados para Macau, porque acredita que estas pessoas têm capacidade financeira para comprar habitação. Por sua vez, o presidente da Associação dos Agentes Imobiliários do Sector Imobiliário de Macau, Franky Fong, também concorda que as duas medidas do Governo podem impulsionar a curto prazo as transacções habitacionais e o volume pode atingir um crescimento anual de 10 a 20 por cento no próximo ano. Todavia, o responsável concluiu que o impacto máximo resultará numa estabilização da queda dos preços e do número de transacções, não se esperando um crescimento efectivo.
Nunu Wu Manchete PolíticaCultura | Tensões entre China e Japão adiam reunião em Macau Estava agendada para hoje em Macau uma reunião das “Cidades de Cultura da Ásia Oriental” com ministros da China, Coreia do Sul e Japão. No entanto, a iniciativa foi cancelada por Pequim, devido à crescente tensão com o Japão, após declarações da primeira-ministra japonesa A reunião em Macau entre os ministros da Cultura da China, Japão e República da Coreia, que originalmente estava agendada para hoje, foi adiada, sem que tenha sido marcada nova data. O anúncio foi feito na quinta-feira, pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, citado pela Xinhua. De acordo com a informação da agência estatal, o porta-voz chinês afirmou “que uma líder japonesa fez, de forma aberta, declarações altamente erradas sobre Taiwan, o que feriu os sentimentos do povo chinês, desafiou a ordem internacional do pós-Segunda Guerra Mundial e minou a base e o ambiente para a cooperação entre China, Japão e República da Coreia”. Mao Ning disse ainda que as declarações da “líder japonesa” levaram “a uma situação em que ainda não há condições para realizar a reunião”. Embora a Xinhua não identifique a “líder japonesa”, a visada é Sanae Takaichi, primeira-ministra do Japão. A primeira mulher a liderar o Executivo do país do sol nascente afirmou, a 7 de Novembro, no parlamento, que um ataque do Interior à Ilha de Taiwan seria encarado no Japão como uma situação que “ameaçaria a sobrevivência” do país. Em resposta, Xue Jian, cônsul-geral da República Popular da China em Osaka, escreveu uma publicação na rede social X a indicar que “não havia outra escolha que não fosse cortar sem hesitação o pescoço imundo que se intrometeu” nos assuntos chineses. A publicação acabou por ser apagada, após um protesto diplomático do Japão. Tensão crescente Face ao incidente diplomático, o Governo da China passou a exigir a Sanae Takaichi que se retrate publicamente das declarações prestadas no parlamento japonês, o que tem sido recusado. Sem o recuo japonês, a China lançou um alerta de segurança sobre as viagens turísticas, que foi acompanhado pelos governos de Macau e Hong Kong. O Interior não se ficou pelo alerta para turistas e obrigou companhias de aviação a cancelar voos para os Japão, agências de viagens a cancelar as estadias em hotéis, bloqueou novamente as importações de marisco japonesas, adiou a entrada de filmes japoneses no mercado interno e lançou um alerta para os estudantes que pretendem estudar no Japão. O encontro previsto para hoje em Macau visava promover “o intercâmbio e a aprendizagem mútua” entre os três países e foi apresentado como uma selecção das “Cidades de Cultura da Ásia Oriental”, entre as quais se inclui Macau. No portal do Governo da RAEM dedicado ao evento era igualmente apontado que o encontro era “visto como uma realização relevante para a humanidade” e “uma marca de cooperação cultural na Ásia Oriental”.
Nunu Wu Manchete SociedadeBairros Comunitários | Pedidas melhorias nos serviços Henry Lei avisa o Governo que a economia dos bairros comunitários exige uma estratégia mais desenvolvida que não se limita a levar influenciadores a comer em restaurantes. O académico pede o desenvolvimento de um ecossistema de consumo, no qual os empresários têm de melhorar a qualidade dos serviços O relatório das Linhas de Acção Governativa aposta em convidar os influenciadores digitais para divulgarem os bairros comunitários de Macau e promover um maior consumo nessas áreas. No entanto, o vice-presidente da Associação Económica de Macau, Henry Lei Chun Kwok, defende que é necessário melhorar a qualidade dos serviços destes bairros. A posição foi tomada no programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, quando o também chefe associado do Departamento de Finanças e Economia Empresarial da Universidade de Macau abordou o futuro da comunitária do território. “Este método de promoção parece ser adaptado aos turistas do Interior da China, mas, a longo prazo, é necessário melhorar a qualidade dos serviços e da restauração nestes locais, para criar uma imagem turística forte. Só com estas características se pode atrair os turistas de forma sustentável”, defendeu Henry Lei. Uma vez que o Governo tem como objectivo atrair mais turistas internacionais, Henry Lei apontou que é necessário investir em estudos para entender os interesses dos turistas com diferentes origens. Neste sentido, o académico exemplificou que os turistas da Malásia e da Indonésia podem ter necessidades especiais de alimentação devido a religião. Para Lei, estas diferenças têm de ser tidas em conta. Incentivo ao consumo Outro destaque do relatório das LAG, foi a promessa de incentivos aos consumo nas restauração nos bairros comunitários. Sobre esta aposta, Henry Lei espera que a estratégia consiga algo mais do que apenas levar os turistas ao local para tirarem fotografias: “O incentivo ao consumo nos restaurantes não pode passar por apenas ter os turistas a frequentar um ou dois restaurantes, o mais importante é impulsionar os turistas a permanecerem mais tempo nos bairros comunitários, fazerem mais compras, é criar uma onda económica que promove o desenvolvimento comunitário”, justificou. Na sequência do encerramento dos casino-satélites, Henry Lei defendeu ainda que o Governo tem que estudar a fonte dos clientes na ZAPE e o seu modelo de consumo, e explicar como pretende transformar a economia daqueles locais.
Nunu Wu PolíticaRespostas de Sam Hou Fai na AL satisfatórias para os deputados As respostas que o Chefe do Executivo deu às questões colocadas pelos deputados na quarta-feira, no âmbito da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano foram recebidas com satisfação pelo novo elenco de legisladores patriotas. O agrado foi demonstrado ao jornal Ou Mun, porém, registaram-se algumas preocupações. O deputado Leong Sun Iok mencionou publicações nas redes sociais que indicavam possíveis alterações do horário de trabalho e do regime de aposentação da Função Pública, que terão provocado preocupações entre funcionários públicos. O membro da bancada parlamentar dos Operários ficou satisfeito com a garantia de Sam Hou Fai de que os direitos laborais dos trabalhadores da Função Pública seriam assegurados. Ainda assim, indicou que a imposição de limites do número de trabalhadores pode levar à falta de recursos humanos, sobrecarga de tarefas e aumento do stress. Como tal, Leong Sun Iok espera que o Governo ouça as associações que representam os funcionários públicos, antes de serem tomadas decisões. O deputado da bancada da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau referiu queixas de trabalhadores que foram despedidos sem justa causa de empresas de jogo e afirmou que o Governo tem de cortar no número de trabalhadores não-residentes para dar prioridade aos locais. Já na terça-feira, Pereira Coutinho havia criticado a ausência de cartões de consumo e de actualizações dos salários da Função Pública nos planos do Executivo para o próximo ano. A toda a linha Já o deputado dos Moradores, Ngan Iek Hang, pediu atenção aos jovens recém-licenciados que enfrentam dificuldades para arrancar emprego. Por seu turno, o deputado Lee Koi Ian, ligado às forças políticas da comunidade de Jiangmen mostrou-se satisfeito com a LAG para 2026, afirmando que respondem a toda a linha aos pedidos da sociedade. O recém-eleito legislador defendeu ainda a entrada na RAEM de mais empresas estatais e empresas internacionais, para oferecerem mais oportunidades de emprego e contribuir para a diversificação económica.
Nunu Wu Manchete SociedadeGP Consumo | Fim de iniciativa ameaça negócios Com o programa de incentivo do consumo do Governo a chegar ao fim este mês, vários comerciantes admitem temer pelo impacto nas vendas, que em alguns casos pode atingir os 50 por cento Com o aproximar do fim da iniciativa “Grande Prémio para o Consumo nas Zonas Comunitárias”, os comerciantes temem perder até 50 por cento do volume actual de negócios. O cenário foi traçado por alguns comerciantes em declarações ao jornal Ou Mun. O esquema de incentivo ao consumo que atribui vales de desconto termina no final do mês, e, face a esta realidade, o responsável de um supermercado contou à publicação em língua chinesa que o estabelecimento se está a preparar para o pior. Na perspectiva do residente, que não foi identificado, espera-se uma redução de 50 por cento das compras no espaço. O responsável recordou que no passado os clientes utilizavam os cupões principalmente em compras de bens de primeira necessidade, por exemplo, gel de banho, papel higiénico ou carne congelada. No entanto, como na semana passada a distribuição envolveu cupões de valor mais elevado, o consumo de bens não essenciais, como brinquedos, snacks ou bebidas alcoólicas cresceu cerca de 50 por cento. Este aumento do volume de vendas tido como “repentino” foi atribuído ao pograma de incentivo ao consumo e acredita-se que vai desaparecer no final de Novembro. Por esta razão, o responsável aguarda a confirmação sobre a continuação de um apoio ao consumo semelhante, e defende a necessidade dos cupões de desconto serem de um valor superior, além de sugerir que a iniciativa abranja mais pessoas. Grandes males, grandes remédios O cenário traçado por um trabalhador de uma farmácia local foi muito semelhante, com a previsão de que as vendas venham a sofrer quebras de 30 a 40 por cento, com o final do programa. O funcionário recordou que na primeira semana desta ronda do grande prémio para o consumo houve vários clientes a visitar a farmácia para adquirirem artigos domésticos e produtos para bebé mais caros, o que levou a uma ruptura do stock de fraldas e de leite em pó. Os clientes confirmaram também que houve uma maior atribuição de cupões com os valores de 100 e 200 patacas, que só podem ser utilizados em compras no valor de 300 patacas e 600 patacas. O trabalhador da farmácia revelou ainda que muitos dos clientes preferem utilizar este dinheiro para guardarem nas contas pessoais naquela farmácia, que, mais tarde, pode ser utilizado para outras compras. O responsável de um salão de cabeleireiro revelou também que a situação de carregamento das contas pessoais na sua loja é comum, o que permite aos clientes utilizar o montante mais tarde. O responsável confessou que nunca tinha pensado em criar um sistema de contas pessoais para o seu negócio, mas que devido ao elevado número de solicitações dos clientes teve de se adaptar. O responsável revelou ainda que como a sua loja tem recursos limitados, as contas pessoais são guardadas num caderno escrito à mão. Todavia, se houver mais uma ronda do programa, admite adquirir um sistema informático.
Nunu Wu Manchete SociedadeCrime | Desavença entre mulheres resulta em homicídio Ataque com arma branca em quarto de hotel acaba com uma mulher morta e a alegada autora do crime detida por suspeita de homicídio. A vítima terá sofrido mais de trinta ferimentos e acabou por falecer no hospital. Polícia suspeita de motivos passionais Na passada quinta-feira, num quarto de hotel na Taipa, uma mulher terá sido assassinada à facada por outra mulher, ambas oriundas do Interior da China e com idades na casa dos trinta anos. A vítima era uma trabalhadora não-residente, enquanto a suspeita tinha autorização de permanência no território ao abrigo de um visto de turista. Segundo a apresentação da Polícia Judiciária (PJ), feita em conferência de imprensa no sábado, a vítima não resistiu aos mais de trinta ferimentos por arma branca que apresentava na parte de trás da cabeça, pescoço e lado esquerdo do peito, e acabou por morrer no hospital. De acordo com as últimas informações, as causas da morte ainda estavam por apurar, por ainda não ter sido realizada a autópsia, mas as autoridades indicaram que os ferimentos no peito podem ter sido fatais. Também a suspeita apresentava ferimentos em várias partes do corpo, e nas mãos, o que a PJ interpretou como sinais de luta e resistência da vítima a um possível ataque. Como tal, a suspeita recebeu tratamento hospital, sob custódia policial, e foi detida após receber alta médica na sexta-feira. O caso foi encaminhado ao Ministério Público pela suspeita da prática dos crimes de homicídio qualificado e posse de armas proibidas. De longa data A investigação policial apurou que as duas mulheres se conhecem desde os tempos de escola (sem especificar exactamente quando) e que os motivos do crime podem ser de natureza passional. Na conferência de imprensa, a PJ adiantou que a falecida começou a trabalhar em Macau em Agosto do ano passado e que já no mês passado teria recebido uma visita da suspeita. Porém, na quarta-feira quando regressou a Macau, a alegada homicida terá trazido da China uma faca. Após ter feito o check-in no hotel da Taipa, a suspeita terá comprado mais duas facas num centro comercial na zona centro da península. No dia seguinte, as duas mulheres encontraram-se no lobby do hotel e subiram para o quarto da suspeita. Vinte minutos depois, a recepção do hotel recebeu uma chamada da suspeita a pedir ajuda. Quando os funcionários do hotel chegaram ao quarto, descobriram as duas mulheres deitadas no chão e manchas de sangue espalhadas pela carpete e paredes. A bizarra descoberta levou à chamada de uma ambulância e ao contacto com as autoridades policiais. No local, os agentes da PJ descobriram sinais evidentes de luta, duas facas ensanguentadas no chão e ainda um cutelo não usado na mochila da suspeita.
Nunu Wu Manchete PolíticaRestauração | Descontos de 30% celebram o aniversário da RAEM O Governo vai lançar uma campanha de descontos, entre os dias 20 e 22 de Dezembro, para celebrar o 26.º aniversário da RAEM. Durante a campanha, os utentes das aplicações de pagamento Mpay, Banco da China, ICBC e Banco Tai Fung vão receber diariamente três cupões de desconto de 30 por cento para pagar refeições Para celebrar o 26.º aniversário da RAEM, a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) coorganizou a campanha “descontos para comer nos estabelecimentos de restauração em celebração do regresso de Macau à pátria”, proporcionando descontos de 30 por cento em restaurantes ao longo de três dias, entre 20 e 22 de Dezembro. Em cada dia da campanha, serão emitidos três cupões, ficando afastada a possibilidade de juntar descontos numa só transacção, ao contrário do que acontece no Grande Prémio do Consumo. O valor dos descontos será dividido entre o Governo e os restaurantes em partes iguais. A iniciativa será organizada em parceria com a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau e a Associação Industrial e Comercial de Macau. Os cupões de desconto serão atribuídos nas aplicações de pagamentos electrónicos Mpay, Banco da China, Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) e Banco Tai Fung. Porém, o desconto máximo será de 60 patacas e os cupões só podem ser utilizados no dia em que foram emitidos para refeições nos restaurantes, ou seja, não inclui takeaway. Outra limitação, que irá depender de cada restaurante, diz respeito à possibilidade de bebidas alcoólicas não serem abrangidas pelo desconto. Para não diluir a eficácia dos descontos, o Governo estabeleceu que os restaurantes não podem aumentar preços no dia 20 de Dezembro. A restrição tem em conta a prática comum em Macau de subida dos preços das refeições tomadas fora de casa devido à obrigatoriedade de compensar funcionários que trabalham num feriado público. Por favor, fiquem Na conferência de imprensa que apresentou a campanha de descontos comemorativos, o chefe do Departamento de Desenvolvimento das Actividades Económicas da DSEDT, Lau Kit Lon, mostrou-se esperançado de que os residentes aproveitem os dias de descanso para explorar as ofertas gastronómicas espalhadas pelos bairros residenciais da cidade. Além do objectivo de potenciar os negócios do sector e a vitalidade económica comunitária, Lau Kit Lon espera que a iniciativa intensifique o ambiente festivo nos bairros residenciais. Por seu turno, o presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, Chan Chak Mo, revelou em comunicado que os associados receberam positivamente notícias do lançamento da campanha. O ex-deputado está confiante na adesão da população à iniciativa, que espera reforçar a confiança das pequenas e médias empresas e revitalizar o desenvolvimento económico das comunidades.
Nunu Wu Manchete PolíticaSalário mínimo | Empresas de condomínio pedem divulgação ao Governo O salário mínimo será actualizado a partir de 1 de Janeiro em uma pataca por hora, passando de 34 para 35 patacas por uma hora de trabalho, ou 7.072 para 7.280 patacas mensais. Depois das reacções de patronato e empresários, que resistiram à actualização no Conselho Permanente de Concertação Social, o sector da administração de condomínios pediu ao Governo que esclareça a população sobre os aumentos dos salários de trabalhadores de limpezas e segurança em edifícios de habitação. A posição foi tomada pela presidente da Associação de Administração de Propriedades de Macau, Sit Un Na, que entende que o Executivo tem mais credibilidade para explicar aos proprietários as consequências do ajuste ao salário mínimo nas despesas de condomínio. Em declarações ao jornal do Cidadão, a responsável admitiu que actualização do salário mínimo irá resultar em aumentos dos custos de condomínio, que não devem ultrapassar 2,9 por cento dos orçamentos actuais. Recorde-se que a subida do salário mínimo irá abranger cerca de 18.000 pessoas, o que representa 4,4 por cento da força de trabalho total de Macau. A dirigente associativa estima que a alteração incida sobre mais de 10.000 trabalhadores do sector da administração de propriedades, 90 por cento dos quais são trabalhadores não-residentes. Em relação ao valor mensal dos rendimentos, Sit Un Na prevê que cada trabalhador leve para casa mais 200 patacas por mês. As duas vias Contudo, a representante associativa realça que nem todas as empresas de gestão de condomínios podem ser afectadas da mesma forma, porque algumas fixaram com os proprietários contratos com preços fixos, o que lhes confere a flexibilidade para cortar noutros custos para compensar o aumento das despesas com salários. Um dos casos “bicudos” em termos contratuais diz respeito à administração nos edifícios de habitação pública, onde as despesas de condomínio não podem aumentar. Além da divulgação dos efeitos do aumento salarial, para ajudar os proprietários a compreender a subida das despesas de condomínio, Sit Un Na sugeriu que o Governo reveja a lei da actividade comercial de administração de condomínios e o regime jurídico da administração das partes comuns do condomínio, que entraram em vigor em 2018. A responsável lembra que os diplomas deveriam ter sido revistos a cada três anos, mas desde que entraram em vigor nunca foram actualizados. Em termos de medidas de apoio, Sit Un Na defende que o Governo deve subsidiar as empresas de administração que gerem edifícios de habitação pública, ou que sejam canceladas as restrições que impedem alterações ao orçamento da administração do condomínio para suportar o aumento do salário do mínimo. Outra possibilidade, seria incluir o sector de administração no âmbito dos serviços de apoio à digitalização, para que as empresas tenham apoios e fundo.
Nunu Wu SociedadeFestival de Gastronomia | Seguro paga estragos por queda de estrutura Chan Chak Mo, presidente da Comissão de Organização do Festival, assegura também que estão reunidas todas as condições para o arranque do evento na sexta-feira Apesar da queda de uma estrutura de aço ligada ao Festival da Gastronomia, o presidente da Comissão de Organização, Chan Chak Mo, garante que o evento vai decorrer dentro da normalidade e arrancar na sexta-feira, como inicialmente previsto. A posição foi tomada em declarações ao jornal Ou Mun, depois da queda da infra-estrutura com os carateres em chinês do festival que causou danos em nove veículos. Nas declarações prestadas, Chan Chak Mo realçou que o caso não resultou em feridos e que segundo as conclusões da polícia a estrutura cedeu devido ao forte vento que se fez sentir naquela zona. Além disso, os organizadores consideram que o acidente se deveu ao facto de o empreiteiro responsável pela montagem no evento não ter criado os apoios suficientes que garantissem a segurança da estrutura. Face a estas falhas, os organizadores pediram ao empreiteiro para corrigir a situação. Quanto aos estragos, Chan explicou que a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, responsável pelo evento, accionou o seguro e que espera que os donos dos veículos sejam compensados. O ex-deputado Chan Chak Mo assegurou também que todas as condições de segurança do evento estão reunidas, pelo que não espera um impacto a nível da participação dos residentes e turistas. O evento decorre entre sexta-feira e 30 de Novembro. Em resposta ao canal chinês da Rádio Macau, a Direcção dos Serviços de Turismo apontou que depois de ser informada do caso, enviou imediatamente funcionários ao local para conhecer a situação e comunicar com os representantes da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau e com o empreiteiro. A organizadora ficou obrigada a entregar um relatório do acidente e um relatório de acompanhamento face aos pedidos de compensação. Danos variados O polémico acidente aconteceu na manhã de segunda-feira, por volta das 11h, junto à Praça do Lago Sai Van, quando a estrutura de aço com uma área de cerca de 30 metros de comprimento por 7 metros de altura tombou e caiu em cima de oito motos e um carro. Apesar de não existir o registo de qualquer ferido, a queda causou danos em motas e num carro que estavam estacionados naquele lugar. A parte dianteira do carro ficou amassada e oito motos foram atingidas. Ao canal chinês da Rádio Macau, um proprietário de uma das motos destruídas lamentou o acidente que definiu como “um desastre indesejado”. O residente com o apelidou Chou relatou ainda que deixou a moto estacionada no local por volta das 10h30. Depois de saber do acidente, o residente afirmou sentir-se “desamparado” e angustiado, porque ainda não tinha conhecimento da dimensão dos danos do seu veículo, uma vez que na altura em que prestou as declarações a mota ainda estava debaixo da infra-estrutura. Chou apontou também que muitas pessoas utilizam aquela zona para correr e que foi uma sorte ninguém ter sido ferido.
Nunu Wu Internacional PolíticaConsumo | Incentivo gerou mais de mil milhões de patacas Entre o início de Setembro e o passado dia 2 de Novembro, o Grande Prémio do Consumo gerou negócios no 1,06 mil milhões de patacas no comércio de restauração nos bairros comunitários, a partir de 260 milhões de patacas em cupões de desconto. A iniciativa termina no final deste mês Em cerca de dois meses, a edição corrente do Grande Prémio do Consumo gerou cerca de 1,06 mil milhões de patacas em negócios no comércio e restauração nos bairros residenciais de Macau. As contas foram apresentadas ontem pelo director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), Yau Yun Wah, aos microfones do programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. O responsável acrescentou que entre 1 de Setembro (quando começou a iniciativa) e 2 de Novembro, o programa desenhado para impulsionar o comércio local e o consumo no território distribuiu um total de 260 milhões do montante de benefícios electrónicos. Em resposta a ouvintes do programa matinal, que se queixaram do valor baixo dos descontos, Yau Yun Wah revelou que a taxa de utilização dos cupões é elevada para os descontos mais avultados, mas que mesmo os descontos de 10 e 20 patacas têm uma taxa de utilização superior a 80 por cento. Música, maestro Para responder às dificuldades que os comerciantes da zona norte da península enfrentam, o Governo lançou outro programa, entre 20 de Março e 13 de Outubro, para atrair turistas para os bairros residenciais. Segundo o director da DSEDT, a iniciativa que espalhou bonecos da marca Sanrio pela zona norte atraiu “mais de 400 mil visitantes para tirar fotografias,” afirmou. Yau Yun Wah acrescentou ainda que os comerciantes da zona ficaram “satisfeitos” com a actividade. O responsável mencionou também o papel dos concertos na atracção de turistas para Macau. “Muitos turistas visitam Macau para assistir a concertos, motivo pelo qual estabelecemos um acordo de cooperação com uma plataforma de venda de bilhetes do Interior da China. Desde o fim de Outubro, lançámos uma iniciativa promocional que oferece descontos no comércio local e bilhetes para o Museu do Grande Prémio. Até agora, contamos com a participação de 30 comerciantes nesta iniciativa”, revelou Yau Yun Wah. O director mostrou-se confiante quanto ao aumento de negócios aderentes à medida, podendo ultrapassar uma centena até ao final deste mês, mas realçou que é preciso estudar a eficácia dos descontos, em coordenação com os comerciantes. Quanto à segunda fase dos serviços de apoio à digitalização de pequenas e médios empresas, Yau Yun Wah apontou que nas duas fases foram disponibilizadas 2.000 vagas. Na primeira fase, as autoridades receberam 1.691 candidaturas.
Nunu Wu Manchete SociedadeColégio S. José 5ª | Professora acusada de humilhar aluno Em resposta à queixa, a escola admite uma investigação interna ao caso, mas avisou o queixoso para se preparar para as consequências, porque “a Internet não é um espaço sem lei”. O Governo terá recebido uma queixa sobre o caso no dia 14 de Outubro, mas até agora mantém-se em silêncio Uma professora do Colégio Diocesano de São José 5ª está a ser acusada de ter humilhado um aluno com autismo, alegadamente com palavras insultuosas, após ter deixado o aluno à espera mais de 80 minutos para uma reunião. A queixa foi divulgada nas redes sociais, na segunda-feira, por um utilizador anónimo, que justifica o recurso a este meio com o facto de as queixas junto da Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e da escola terem sido ignoradas. De acordo com o relato apresentado online, o episódio aconteceu a 10 de Outubro na sala dos professores do colégio. O estudante com autismo, que frequenta o ensino secundário, tinha um encontro marcado com a professora. No entanto, a docente terá chegado 80 minutos atrasada e terá dado uma reprimenda ao aluno: “Mas nunca consegues fazer nada bem, a não ser estar aqui à espera? Porque é que não pediste a outro professor que me fosse chamar?”, terá perguntado a docente. “Ensinei-te tantas vezes, mas tu nunca ouves! Ages sempre como se eu nunca te tivesse ensinado nada”, acrescentou. As palavras terão perturbado o aluno que levantou a voz contra a professora. Contudo, esta voltou a admoestar o estudante: “Não tens autorização para falares nesse tom de voz! Nunca fales com um professor dessa maneira”, terá advertido a professora. Após a reprimenda, a docente terá justificado, diante dos outros professores presentes, os argumentos utilizados com o facto do aluno sofrer de autismo. Rol de queixas Face ao caso, o autor do comentário online admite ter apresentado uma queixa sobre a conduta da docente junto da DSEDJ, direcção do colégio, Instituto de Acção Social, e vários deputados, entre os quais José Pereira Coutinho, por ter sido o mais votado nas últimas eleições, e Ho Ion Sang, eleito indirectamente pelo sector da educação. Nas queixas apresentadas, era pedida uma investigação independente ao caso, que a professora fosse punida devido à sua conduta e que fosse levada a cabo uma revisão aos mecanismos para os alunos se defenderem dos docentes quando são alvos de abusos. Apesar de a queixa ter sido feita a 14 de Outubro, até 3 de Novembro o queixoso não terá recebido qualquer reposta, pelo decidiu tornar a queixa pública, através das redes sociais. Escola investiga Com o caso a tornar-se viral, o Colégio Diocesano de São José 5ª emitiu na terça-feira um comunicado a prometer um inquérito interno, mas a avisar que vai agir contra tentativas de difamação. “Recentemente, a nossa instituição tomou conhecimento de queixas anónimas online sobre membros do nosso corpo docente. Estas alegações dizem respeito a questões de conduta profissional […] A escola leva estes assuntos muito a sério e iniciou imediatamente uma investigação interna rigorosa”, comunicou a instituição. Além disso, o colégio revelou que a DSEDJ terá começado a investigar o caso: “A escola defende sempre os direitos e interesses legítimos dos funcionários e alunos e cooperará activamente com o trabalho de supervisão e investigação que já foi iniciado pela Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude”, foi revelado. Apesar disso, o colégio mostrou-se preparado para visar o queixoso: “De acordo com o princípio de gestão com base ‘na verdade dos factos’, a escola […] reserva-se no direito de exigir a responsabilidade legal contra quaisquer fabricações de factos, ameaças maliciosas ou danos à reputação da escola e dos funcionários — ‘a internet não é um espaço sem lei’!”, foi destacado. DSEDJ e Coutinho em silêncio Face às acusações e inacção, o HM contactou a DSEDJ para confirmar a existência de uma queixa com a data de 14 de Outubro e obter uma reacção ao facto de a queixa ter ficado sem qualquer resposta até ao início de Novembro. No entanto, à hora de fecho da edição do HM não tinha sido recebida qualquer resposta. Como a publicação online visava especificamente o deputado José Pereira Coutinho, o HM tentou obter uma reacção do legislador. “Não sei de onde veio essa invenção”, respondeu o deputado. “Não faço comentários nenhuns”, apontou. “Estou muito ocupado a atender diariamente dezenas de cidadãos no nosso Gabinete de Atendimento aos Cidadãos”, acrescentou.
Nunu Wu Manchete PolíticaLAG | Associação pede mais emprego de qualidade A Associação Choi In Tong Sam fala em recuperação económica e maior confiança no Governo, mas reconhece que ainda existe uma discrepância entre os dados oficiais e o sentimento da população Com as Linhas de Acção Governativa (LAG) a serem apresentadas a 18 de Novembro, a Associação Choi In Tong Sam defende a necessidade de o Governo adoptar medidas de longo prazo para promover o crescimento económico. A posição foi tomada pelo vice-presidente Kou Ngon Fong, em declarações ao jornal Exmoo. Na perspectiva do dirigente associativo, a sociedade precisa de medidas de promoção da economia, que estimulem um crescimento sustentado, em vez das medidas actuais que essencialmente se limitam a aliviar a população das dificuldades sentidas nos anos mais recentes. Segundo Kou, a economia “regressou à normalidade” nos últimos anos e há uma maior confiança dos cidadãos no Governo. No entanto, os apoios, como o grande prémio para o consumo nas zonas comunitárias, não chegam para promover o crescimento económico. A associação pede assim medidas mais estruturais e aponta como exemplo o crecimento do salário de funcionários públicos e do salário mínimo, que recentemente foi aumentado em uma pataca por hora. O responsável recordou ainda que o número de visitantes e as receitas do jogo ultrapassaram as expectativas da sociedade, no entanto, os residentes ainda sofrem o impacto das alterações pós-pandemia em termos da qualidade de emprego e do custo de vida, porque a recuperação económica é desigual. “As pessoas não se sentem bem, mesmo que a taxa de desemprego esteja a cair, a margem de manobra para implementar aumentos salariais para os empregados é muito reduzida. Também as pessoas que procuram emprego têm dificuldade em encontrar vagas adequadas ou trabalhos bem remunerados”, afirmou Kou Ngon Fong. Dados pouco relevadores O vice-presidente da Associação Choi In Tong Sam alertou também para o facto de existir uma grande discrepância entre os dados publicados pelo Governo, que mostram uma economia cada vez mais em recuperação, e o sentimento dos residentes. No entanto, Kou Ngon Fong confia que o Governo conhece a situação real da sociedade, porque acabou de realizar uma recolha das opiniões para a elaboração das LAG. Em relação às traves-mestras da governação para o próximo ano, Kou alertou para o facto de ser necessário aumentar o valor de alguns subsídios e de tornar as condições para receber os apoios mais claras. Quanto ao plano de comparticipação pecuniária, Kou Ngon Fong revelou ter recebido várias queixas sobre a falta de transparência nas normas implementadas que exigem que os residentes estejam 183 dias em Macau. O dirigente da associação pediu assim ao governo para ser mais claro sobre os critérios aplicados e que os explique muito bem publicamente.
Nunu Wu Manchete PolíticaTurismo | Mais cidades com vistos para quadros qualificados A Administração Nacional de Imigração anunciou ontem que foram incluídas mais cidades da China continental na medida de concessão de vistos para quadros qualificados virem até Macau em turismo. Tratam-se das cidades da região do Delta do Rio Yangtzé e das zonas Pequim-Tianjin-Hebei O país decidiu expandir a política de atribuição de vistos turísticos para quadros qualificados com destino à RAEM, a cidadãos fora da zona da Grande Baía e cidades de Pequim e Xangai. Isto porque a Administração Nacional de Imigração anunciou ontem, em comunicado, a expansão do número de cidades ligadas à implementação da política de concessão de vistos para quadros qualificados para a entrada em Macau e Hong Kong. Foram também anunciadas mais medidas para “a abertura de alto nível” do país e “desenvolvimento de alta qualidade”. O programa de vistos passa, então, a incluir os cidadãos que são considerados quadros qualificados de zonas como a região do Delta do Rio Yangtzé e Pequim-Tianjin-Hebei, bem como em todas as zonas de comércio livre. O pedido de visto pode ser feito a partir de amanhã. Segundo a mesma nota, existem seis categorias para os quadros qualificados abrangidos nesta política, que têm de ser quadros de excelência, quadros de pesquisa científica, quadros de educação, quadros de saúde, quadros de direito e quadros de administração. Os candidatos devem trabalhar nas cidades abrangidas na medida e podem pedir um visto com duração de 1 a 5 anos. Trata-se de um visto com múltiplas entradas e cada estadia deve ser inferior a 30 dias, devendo ser apresentados os documentos comprovativos da situação laboral e residencial. Além disso, a partir de 20 de Novembro, os cidadãos da China com visto de visita familiar para deslocações a Macau e Hong Kong podem pedir a renovação do visto no prazo de sete dias úteis antes do período de permanência. A Administração Nacional de Imigração explicou que, com esta medida, pretende dar maior conveniência a este grupo de cidadãos. Novos postos Também a partir de amanhã, haverá mais cinco postos fronteiriços da província de Guangdong, incluindo de Hengqin e da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, que vão estar abrangidos pela política de isenção de visto em 240 horas. O número total dos postos fronteiriços integrados nesta medida passa, assim, dos actuais 60 para 65. Os cidadãos de 55 países sujeitos à isenção de visto podem entrar na China através destes 65 postos fronteiriços, sendo que durante o período de permanência de 240 horas podem viajar, fazer viagens de negócios e visitar o território. No entanto, para as actividades com necessidade de aprovação prévia, nomeadamente acções de trabalho, estudo ou cobertura noticiosa, continua a ser necessário pedir visto. Outro destaque, vai para o facto de mais postos fronteiriços, incluindo os de Hengqin e da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, aceitarem o pedido da leitura de rosto. Actualmente, apenas o Posto Fronteiriço de Gongbei e o Posto Fronteiriço da Baía de Shenzhen aplicam este método de passagem na fronteira.
Nunu Wu Manchete PolíticaHK / Eleições | John Lee elogia modelo de Macau e promete segui-lo O Chefe do Executivo da região vizinha confirmou que enviou representantes a Macau para aprenderem com a experiência das Legislativas de Setembro. John Lee confirmou também ter enviado cartas aos funcionários públicos a indicar que a votação é uma prova de lealdade à Lei Básica e à RAEHK O Chefe do Executivo de Hong Kong prometeu seguir o modelo de Macau nas próximas eleições para o Conselho Legislativo. John Lee elogiou as medidas de Macau, onde os funcionários públicos foram avisados que a abstenção nas Legislativas poderia ser entendida como falta de patriotismo, e alguns chefes dos departamentos da Administração Pública elaboraram questionários sobre a intenção de votar dos subordinados. “Já pedi a todos os serviços públicos para tomarem todas as medidas possíveis para que os funcionários que precisam de trabalhar no dia de votação possam deslocar-se aos locais de voto, de forma conveniente”, afirmou o líder do Governo de Hong Kong. À semelhança de Sam Hou Fai, John Lee admitiu que também enviou uma carta aos funcionários públicos a indicar que a participação nas eleições é tida como uma prova de lealdade à Lei Básica e à RAEHK. Ao contrário do que aconteceu em Macau, num primeiro momento, a carta de John Lee foi divulgada publicamente. Na missiva, o Chefe do Executivo indica que os funcionários públicos precisam de ser um exemplo de responsabilidade cívica, o que devem fazer ao votar. No entanto, John Lee não esclareceu, à imagem do que aconteceu em Macau, se vai penalizar os funcionários públicos que optem por não ir às urnas. Recados às empresas O líder do Governo de Hong Kong reconheceu também publicamente que como forma de preparar as Legislativas, vários representantes do seu Governo estiveram em Macau, onde se encontraram com governantes locais, para conhecerem o modelo. John Lee fez um balanço muito positivo deste intercâmbio, que explicou com o facto de considerar que as eleições na RAEM foram “realizadas com sucesso”. No entanto, o esforço do Governo da RAEHK não se fica apenas pela mobilização dos funcionários públicos. Tal como aconteceu em Macau, em que algumas concessionárias e empresas estatais questionaram os trabalhadores sobre a intenção de votar e arranjaram transportes, em Hong Kong pretende-se que as empresas privadas também mobilizem os trabalhadores. “Apelo também a todas as entidades, organizações e empresas privadas e públicas a incentivarem os seus funcionários a votar, com medidas convenientes”, pode ler-se na carta tornada pública. Apesar deste plano, o Chefe do Executivo de Hong Kong não traçou uma meta a nível da participação dos eleitores. “Não temos quaisquer indicadores rígidos, mas vamos fazer o melhor. É esse o nosso indicador”, indicou John Lee. Nas Legislativa de Macau, a taxa de participação foi de 53,35 por cento, a terceira mais baixa desde a transição da soberania.
Nunu Wu PolíticaDirigente associativo diz que HK aprende com eleições de Macau Hong Kong vai a eleições para o Conselho Legislativo (LegCo), o parlamento local, a 7 de Dezembro e a propósito desse acontecimento, Lo Man-tuen, presidente da associação China Peaceful Development General Summit of Hong Kong-Macao-Taiwan Diaspora, afirmou que os governantes de Hong Kong já foram a Macau para aprender com as experiências do último acto eleitoral, que elegeu os deputados pela via directa e indirecta para a Assembleia Legislativa (AL). Esta informação foi expressa num artigo de opinião publicado pelo jornal Ming Pao, onde o dirigente destaca a elevada afluência dos eleitores de Macau às urnas, com uma taxa de participação de 53,35 por cento. Lo Man-tuen lembrou ainda que a taxa de participação nas eleições por parte dos funcionários públicos foi muito elevada, pelo que o político entende que a aprendizagem da experiência eleitoral de Macau serve de exemplo para a mobilização nas eleições de Hong Kong, recorrendo-se a “todos os esforços”. “Todas as associações e entidades de Hong Kong vão organizar actividades eleitorais. Acredito que vai haver uma grande mobilização sem precedentes e que a sociedade de Hong Kong vai aparecer [para votar]. Claro que a taxa de afluência vai subir e ultrapassar os números das eleições anteriores”, lê-se no artigo de opinião. Posições concordantes Esta opinião de Lo Man-tuen surge depois de o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau ter publicado um artigo na semana passada onde destacou a importância da realização das eleições em Hong Kong, alertando para as forças anti-China que podem perturbar o território, interferindo ou mesmo interrompendo o acto eleitoral. Lo Man-tuen faz referências a esse artigo, relatando que recentemente surgiram “várias teorias bizarras que interrompem as eleições”, como a “falsa alegação fabricada de que há ‘interferência do Governo Central nas eleições”, ou quando foi divulgada a “lista de bençãos [de candidatos aceites pelo Governo Central]”. O autor do artigo dá também o exemplo de discursos que boicotam as eleições. Recorde-se que as eleições para a VIII AL de Macau terminaram a 14 de Setembro, registando-se uma participação eleitoral de mais 11 por cento face às eleições anteriores, em 2021, tendo votado 175 272 eleitores. Este número de eleitores bateu o recorde histórico depois de 1999, quando a administração do território passou de Portugal para a China. O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau discursou no dia a seguir às eleições, falando da realização bem-sucedida das eleições, algo que consistiu numa “conquista marcante quanto à implementação plena do princípio de ‘Macau governado por patriotas’ e na promoção de uma democracia de alta qualidade que se adapta às condições reais de Macau”.
Nunu Wu Manchete SociedadeHengqin | Morador queixa-se da qualidade das habitações Infiltrações e janelas de má qualidade. Estes são alguns dos problemas apontados por um dos moradores do Novo Bairro de Macau na ilha de Hengqin sobre as casas do complexo residencial. Ao participar no programa matinal Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, o homem, de apelido Sou, diz que já houve queixas e espera melhorias Um morador do Novo Bairro de Macau na ilha de Hengqin queixou-se ontem da má qualidade das casas, ao participar no programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. O homem, de apelido Sou, afirmou que reside no complexo habitacional há cerca de um ano e já encontrou alguns problemas na construção recente, sendo que outros proprietários também se queixam da má qualidade de algumas infra-estruturas. “A qualidade das janelas nos quartos é muito má, e temos proprietários a partilhar fotografias em grupos de chat em que se vê infilitrações em casa através das janelas. Eu próprio já resolvi esse problema, tendo pedido a uma empresa para mudar as janelas”, confessou Sou no programa. O cidadão afirmou também que outros proprietários se queixam, nos referidos grupos de conversação, de casos ainda mais graves, como janelas das casas de banho que também causam infiltrações nos apartamentos ou que já apresentam ferrugem. Sou disse que apesar dos donos das casas irem fazendo a manutenção, retirando a ferrugem, ela volta a aparecer. Há também problemas com os sistemas de ar condicionado. “A estrutura exterior do ar condicionado da sala de estar está colocada num suporte colocado na varanda da cozinha, no andar de cima. Este design não é razoável e foi feito apenas para se poupar nos materiais”, acusou. Queixas e mais queixas São ainda poucos os residentes no Novo Bairro de Macau, mas a verdade é que já foram apresentadas queixas por parte deste grupo de proprietários, onde se inclui o próprio ouvinte do programa Fórum Macau. Porém, segundo o seu relato à rádio, o Departamento Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural de Zhuhai, responsável por este complexo habitacional, respondeu que é necessária uma coordenação com o condomínio para alterar o sistema de instalação do ar condicionado. O ouvinte explicou que não foram ainda criados condomínios no Novo Bairro de Macau porque só foram vendidos 1.500 apartamentos até à data, sendo que a proporção não é muito elevada para a constituição de um condomínio. De acordo com o relatório anual de 2024 da Macau Renovação Urbana, empresa responsável pela construção do Novo Bairro, até 31 de Dezembro tinham sido vendidas 1.388 fracções e residiam no local 2.500 residentes. O projecto foi construído com cerca de 4.000 habitações. Em Setembro, iniciou-se o processo de venda de casas para uma das torres do Novo Bairro.
Nunu Wu Manchete PolíticaLam Lon Wai pede mais apoios depois de alerta da presidente do TUI O deputado Lam Lon Wai considerou que devem ser reforçados os apoios às famílias para que possam lidar com os problemas comportamentais e desviantes dos jovens. O deputado reagiu, assim, ao jornal Ou Mun, depois do discurso de Song Man Lei, presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), apresentado esta terça-feira na abertura do ano judiciário 2025/2026. Lam Lon Wai, recentemente reeleito e ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), salientou que o aumento da criminalidade associada a menores de idade envolve vários factores, como mudanças do foro social ou o desenvolvimento tecnológico, sendo cada vez mais fácil os jovens terem acesso a informações que possam trazer complicações ou levar a comportamentos desviantes. O também subdirector da Escola Secundária para Filhos e Irmãos dos Operários falou também do facto de a família ter pouca capacidade de supervisão do comportamento dos jovens, enquanto as escolas têm falta de educação jurídica e não existe uma grande abrangência de medidas na área da saúde mental. Lam Lon Wai entende que deve haver um reforço em todas estas áreas, sugerindo uma reforma do regime tutelar educativo dos jovens infractores, a fim de responder ao panorama actual. Esforço colectivo No discurso desta terça-feira, Song Man Lei lembrou que “pelo segundo ano consecutivo registou-se um aumento do número de processos cíveis entrados nos Juízos Cíveis do Tribunal Judicial de Base (TJB)”, sendo “cada vez mais graves os problemas de desvio de comportamento de menores e de ofensas “. “No ano judiciário transacto, os processos relativos ao regime de protecção social geral e ao regime tutelar educativo, entrados no Juízo de Família e de Menores do TJB, aumentaram de 45 e 54 para 72 e 85, respectivamente, registando aumentos de 60 e 57 por cento”, lembrou. Song Man Lei descreveu que estes dados “evidenciam a tendência ascendente de situações em que os menores se encontram em risco ou em ambientes desfavoráveis para o seu crescimento e da situação de delinquência juvenil”. Trata-se de processos “intimamente relacionadas com o ambiente familiar, e o aumento simultâneo dos números demonstra que algumas famílias apresentam disfunções em termos de educação, comunicação e apoio emocional”, onde “os pais não conseguem exercer eficazmente as suas responsabilidades parentais por estarem ocupados com o trabalho, por não possuírem conhecimentos na área da educação ou por enfrentarem pressões emocionais e económicas”.