Nunu Wu Manchete SociedadeJustiça | Condenado por denunciar partilha de vídeo “íntimo” de crianças Um ex-professor da Escola Xin Hua foi condenado a um ano de prisão, com pena suspensa, e a pagar 80 mil patacas de multa depois de ter sido considerado culpado pelo crime de publicidade e calúnia. No final de Março do ano passado, o homem revelou que mais de 20 professores da Escola Xin Hua teriam difundido vídeos de alunos sem roupa Na segunda-feira, um ex-professor da Escola Secundária Xin Hua, de apelido Kuok, foi condenado no Tribunal Judicial de Base a pena de um ano de prisão, suspensa por dois anos, e ao pagamento de uma indemnização no valor de 80 mil patacas ao estabelecimento de ensino. As penas foram aplicadas depois de o juiz ter considerado Kuok culpado do crime de publicidade e calúnia, na sequência da denúncia que fez no final de Março do ano passado. Tudo começou quando Kuok divulgou no Facebook que mais de 20 professores da Escola Xin Hua teriam partilhado e difundido entre si, imagens de comportamentos desviantes de alunos do ensino primário do estabelecimento, onde são facilmente identificáveis e aparecem sem roupa. A publicação tornou-se viral e ganhou dimensões que levaram à investigação por suspeitas da prática do crime de pornografia infantil, depois de o ex-docente ter enviado uma carta ao Ministério Público, e levou também a reacções do Governo. Segundo o jornal All About Macau, um dos argumentos usados para a condenação foi o juiz duvidar das razões que levaram Kuok a denunciar o caso um ano depois de os factos se terem revelado. Além disso, o tribunal decidiu que o docente agiu com intenção de prejudicar intencionalmente a reputação da escola. Factos e conceitos Um dos pontos basilares que levaram à condenação de Kuok foi o facto de o juiz não ter considerado que a denúncia correspondia ao que realmente se passou. Um dos exemplos dados pelo magistrado foi a afirmação do ex-docente de que o vídeo partilhado mostraria seis crianças a mostrar as partes íntimas. Tese que difere da realidade considerada pelo tribunal, que corrige a versão de Kuok firmando que o vídeo mostrava dez alunos da escola a brincar ao “pedra, papel e tesoura”, com as regras do jogo a determinarem que os derrotados teriam de mostrar os genitais, situação que apenas se verificou uma vez, com um aluno. Este desfasamento foi usado pelo tribunal para concluir que a descrição de Kuok não foi factual. Além disso, durante o julgamento houve uma troca de argumentos sobre a definição de pornografia, com o juiz a afirmar que o vídeo não era pornográfico por não haver toque ou apalpação de órgãos genitais, ou beijos e intimidade. O magistrado afirmou ainda que é necessário ter em conta o cenário em que o vídeo é filmado e se existem movimentos corporais que transmitam pensamentos sexuais. Como tal, mais uma vez, as alegações de que o vídeo teria cariz sexual foram negadas. Também a partilha do vídeo num grupo de conversação entre docentes não foi encarada negativamente pelo tribunal, que considerou o acto natural num contexto de trabalho e para decidir que rumo disciplinar a escola deveria seguir para punir os alunos. O All About Macau indicou que o ex-docente irá recorrer da sentença.
Nunu Wu Manchete SociedadeEstudo | Só 10% dos universitários locais querem viver em Hengqin Um estudo da Associação Geral de Estudantes Chong Wa conclui que apenas dez por cento dos jovens locais que frequentam o ensino superior desejam mudar-se para a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin para viver e trabalhar. Mais de 60 por cento diz desconhecer as políticas elaboradas para a Ilha da Montanha Só dez por cento dos estudantes universitários de Macau desejam mudar a sua residência e encontrar trabalho na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. É o que revela um inquérito realizado pela Associação Geral de Estudantes Chong Wa, que conclui ainda que 63 por cento dos inquiridos desconhecem as políticas criadas para aquela zona em matéria de fixação de negócios, moradores e recursos humanos. O inquérito, cujos resultados foram divulgados no domingo, mostra também que cerca de 60 por cento dos entrevistados nunca visitaram, estudaram ou realizaram estágios em Hengqin, pelo que desconhecem o ambiente laboral, as perspectivas em matéria de emprego ou o nível salarial praticado pelas empresas aí estabelecidas. Em termos concretos, 36 por cento dos jovens dizem não saber o montante dos salários pagos do outro lado da fronteira, enquanto cerca de 20 por cento entendem que a Zona não disponibiliza mais oportunidades de carreira. Bairro sem procura Relativamente ao projecto do Novo Bairro de Macau, construído em Hengqin, e cuja venda de casas arranca no próximo mês, o interesse dos mais jovens também não é muito elevado. Isto porque 23 por cento diz não ter certezas se quer, de facto, viver neste complexo de empreendimentos habitacionais, enquanto 33 por cento mostram alguma vontade de lá viver. O inquérito realizou-se entre os dias 1 e 10 de Julho através de entrevistas a alunos do ensino superior de Macau, tendo sido validadas 405 respostas. Segundo um comunicado da associação, o seu vice-presidente, Mio Man Lap, defende que as autoridades devem reforçar a divulgação de políticas e medidas destinadas à Zona de Cooperação através das redes sociais e meios de comunicação social. Além disso, o responsável entende que as autoridades podem disponibilizar mais ofertas de estágios e visitas para atrair a atenção dos jovens.
Nunu Wu Manchete PolíticaTNR | Associação defende serviços de tradução em disputas laborais O Sindicato Progressivo dos Trabalhadores Domésticos pede que o Governo providencie serviços de tradução para as línguas nativas dos trabalhadores não-residentes, pois em casos de disputas laborais a comunicação e o entendimento dos processos tornam-se complexos Jassy Santos, presidente do Sindicato Progressivo dos Trabalhadores Domésticos em Macau, exige que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) disponibilize tradução não apenas para inglês, mas para as línguas nativas dos trabalhadores não-residentes (TNR) no território, tal como tagalo, indonésio ou vietnamita, entre outros idiomas. Segundo o jornal All About Macau, a responsável exige tradução para que a comunicação entre Governo, patronato e trabalhadores seja plena para que os direitos laborais sejam verdadeiramente respeitados. A dirigente associativa pede também que sejam providenciados serviços de apoio jurídico. “A DSAL não dá apoio e a pandemia foi apenas um pretexto, pois mesmo antes não providenciava tradutores para os TNR”, acusou. A dirigente deu o exemplo o caso de um amigo que uma vez acompanhou à DSAL num processo que acabaria por se arrastar por muito tempo até ser aprovado o pedido de tradução, que estava apenas disponível em português, chinês e inglês, sem a possibilidade de adaptação a outras línguas. Cada trabalhador pode ainda levar um profissional para traduzir e interpretar, mas os processos de aprovação são morosos. “Os TNR não falam chinês nem português e apenas conseguem traduzir os documentos ou comunicar através de aplicações de telemóvel. Todos os casos são tratados assim”, disse. O exemplo da limpeza O caso recente da disputa laboral na empresa Serviços de Limpeza Tai Koo é também exemplificativo dos problemas decorrentes da falta de tradução. Em Junho, a empresa foi acusada em tribunal de não pagar as devidas indemnizações por despedimento de trabalhadores, bem como pagamentos relativos a subsídios de férias ou cumprimento de horas extraordinárias. Em tribunal havia de facto um tradutor para inglês, língua que nem sempre é compreendida pelos TNR. “Se o Governo fornecesse tradução para tagalo [língua filipina], poderíamos compreender e explicar melhor as nossas opiniões”, disse Jassy Santos, que pede que seja introduzido em Macau o mesmo tipo de serviço já disponível em Hong Kong. Na região vizinha “existe uma mentalidade mais aberta na hora de tratar deste tipo de processos, pois os TNR têm acesso aos serviços de que necessitam e podem ainda pedir apoios, mas em Macau é mais difícil”, adiantou.
Nunu Wu Manchete SociedadeSuicídio | Youtuber local acusa ex-colegas da empresa Manner de bullying Jane Lao, antiga gestora da empresa de conteúdos online Manner, suicidou-se depois de alegadamente ter sido vítima de bullying de vários ex-colegas e internautas. Entre o grupo visado consta um ex-namorado. O caso está a levar a vários pedidos de boicote a produtos e conteúdos promovidos pela empresa Uma youtuber local suicidou-se e o caso despoletou uma onda de choque, com várias acusações de bullying contra a empresa de conteúdos online Manner e seus trabalhadores, e vários apelos de boicote a espalharem-se nas redes sociais. Na tarde de quarta-feira, por volta das 16h40, Jane, de 29 anos, foi encontrada sem sinais vitais em casa, depois de ter incendiado uma lata com carvão e fechado a porta do quarto. O caso, como acontece nestas situações, foi relatado pela Polícia Judiciária (PJ), sem que a identidade da vítima tivesse sido revelada. Na informação oficial, era referido que a mulher tinha deixado uma carta de suicídio. Horas depois, a identidade de Jane Lao foi revelada, através das redes sociais e dos órgãos de comunicação social de Hong Kong, onde a empresa Manner desenvolve parte das suas actividades. As revelações do suicídio pelos órgãos de comunicação de Hong Kong trouxeram também a público as publicações mais recentes da youtuber na rede social Instagram, no dia anterior à morte. De acordo com uma publicação de Jane, na terça-feira tinha havido uma primeira tentativa de suicídio, com comprimidos. No texto que serviu como nota de suicídio, antes de alegadamente ter sido levada para o hospital, a youtuber reconheceu que lutava contra uma depressão desde 2021, altura em que deixou a empresa Manner, e se tornou alvo de ameaças online. A jovem recordou ainda um episódio do passado, depois de deixar a Manner, em que seis ex-colegas fizeram emissões online a gozar com ela. Recorrendo a um filtro no vídeo, para criar a impressão de que estariam todos a chorar, os ex-colegas pediam de forma irónica à ex-gestora para não deixar a empresa. Nesse dia de Setembro de 2021, apesar de ter sido gozada publicamente pelos colegas, Jane admitiu ter-lhes pedido desculpa. “Foi o dia em que actuei de forma mais errada”, escreveu a youtuber, na publicação de terça-feira. De acordo com o relato da jovem, as publicações dos ex-colegas terão ainda motivado várias críticas online de vários internautas, a quem reconheceu ter pedido desculpas, e telefonemas com ameaças alegadamente de pessoas ligadas à gestão da empresa. Além disso, a vítima indicou que os ex-colegas da Manner terão produzido um vídeo e uma música a criticá-la, conteúdos que não terão sido partilhados publicamente. Na publicação constava ainda uma fotografia de uma caixa de comprimidos e um texto onde a youtuber afirmava ter tomado 40 unidades. “Espero não acordar”, escreveu. “Vou fazer justiça pelos meus próprios meios”, acrescentou. Horas mais tarde depois da publicação, a youtuber acabaria por comentar que se encontrava bem, embora nessa altura alguns amigos tivessem partilhado publicações afirmando que a jovem teria sido mesmo enviada para o hospital. Aborto e depressão Além de problemas profissionais, a relação de Jane Lao com a Manner foi ainda mais complicada, devido ao namoro com um ex-colega de trabalho, o mágico local Nathan Lam. Quando deixou a empresa, o namoro com Lam também terminou. No entanto, a relação ficou marcada por uma gravidez indesejada e um aborto, que terá sido uma dos factores que contribuiu para a depressão. No início, o namorado terá recusado acreditar na história da gravidez, e só encarou o assunto a sério quando foi confrontado com uma ecografia. O episódio terá criado grande pressão a Jane, e segundo uma prima da ex-gestora, a escolha pelo aborto só foi tomada por pressão de Nathan Lam. Lam, reagiu às acusações no ano passado, quando estas se tornaram públicas, e negou ter forçado a ex-namorada a interromper a gravidez, embora tivesse admitido que nunca queria o filho, como lhe terá dito em várias conversas. “Quando ela me perguntou se eu queria a criança, eu respondi que não queria, mas que ia respeitar a decisão dela”, afirmou o, ex-namorado. “No final ela decidiu não ter a criança, e foi uma decisão dos dois. Mas, eu nunca a forcei a tomar a decisão, embora não estivesse pronto para ser pai”, acrescentou. Reacções em cadeia Ontem, foram várias as reacções online com críticas à conduta não só da empresa, mas também dos colegas que fizeram os vídeos a ironizar a saída da ex-gestora. Face aos pedidos de boicote e críticas, a Manner cancelou um evento de celebração do 10.º aniversário, que estava agendado para 12 de Agosto em Hong Kong. A companhia fez também um comunicado a lamentar a morte da ex-funcionária e a negar ser complacente com uma cultura de bullying. “A empresa foi informada recentemente da morte trágica de uma ex-empregada na tarde de hoje. Estamos profundamente tristes com este acontecimento e expressamos as nossas condolências à família”, foi comunicado. “Desde que a trabalhadora deixou a empresa, há cerca de dois anos, não houve qualquer tipo de cooperação com a Manner. No entanto, em relação às dificuldades que ela encontrou durante a vida, e em especial quando foi ameaçada por telefone, a Manner reitera que esse tipo de comportamentos não fazem parte da nossa cultura” foi acrescentado. A companhia admitiu ainda levar o caso para os tribunais, se for descoberto que alguém se fez passar pela empresa nas ameaças feitas a Jane Lao. “Caso seja apurado que alguém fez ameaças em nome da Manner, reservamos o direito de agir judicialmente”, foi indicado. Por sua vez, a youtuber Sinam, uma das envolvidas no vídeo polémico das lágrimas, fez um directo online para recusar ter cometido qualquer tipo de bullying, contra Jane Lao. “Nem sei o que dizer sobre este caso”, afirmou durante um directo, que conseguiu uma audiência de mais de 15 mil pessoas, antes de ter desligado a transmissão Sinam terá ainda dito ser imune às críticas. Também Puinam, outra das youtubers do vídeo polémico e funcionária da empresa, recusou ter praticado bullying. Além destas reacções, houve ainda outros membros da Manner que fizeram comunicados sobre a morte de Jane Lao. Pedidos de boicote Apesar da reacção da empresa, o caso tornou-se num pesadelo de relações públicas, com vários pedidos de boicote por parte de internautas e comentários de condenação nas diferentes páginas da companhia e dos trabalhadores desta. Ontem ao longo do dia, circularam também nas redes sociais várias imagens das marcas mais conhecidas ligadas à Manner, ou que promove os seus promovem os seus produtos através desta, como a Coca-Cola, Sasa, 7 Eleven, ou o Instituto dos Assuntos Municipais e o Turismo de Hong Kong, entre outras. Em resposta, as empresas 24 Storage e 247 Fitness terminaram ou suspenderam as colaborações com a Manner. As ligações com a Administração de Macau não se ficaram pelo IAM, e também o Fundo de Desenvolvimento da Cultura foi visado, porque em 2017 decidiu subsidiar a empresa, com mais de três milhões de patacas, para que fosse elaborado um programa a promover a Grande Baía. A Manner terá recebido quase 10 milhões de patacas de apoios, entre empréstimos e subsídios, do orçamento da RAEM desde 2017. O boicote foi iniciado através de uma carta assinada “por um grupo anónimo de amigos e familiares de Jane Lao” que apelou ao Governo e às marcas para ponderarem bem o tipo de empresas que apoiam. Na missiva partilhada online, são deixadas várias críticas à empresa, pela forma como terá tratado a youtuber com ameaças, quando esta decidiu deixar de gerir o canal da Manner. Linha de Apoio Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 28522 5222, em chinês, ou para o número 2852 5777, com apoio em inglês.
Nunu Wu Manchete PolíticaSaúde | Zheng Anting quer sincronia médica entre Macau e Hengqin O deputado ligado à comunidade de Jiangmen espera que hospitais e clínicas possam marcar consultas transfronteiriças, para satisfazer as necessidades de residentes que circulam diariamente entre as duas zonas. Além disso, critica a inconveniência de repetir exames médicos dos dois lados da fronteira O deputado Zheng Anting apelou às autoridades para que tomem medidas para implementar o reconhecimento mútuo dos processos médicos entre instituições de saúde de Macau e de Hengqin. Numa opinião partilhada no jornal Exmoo, o representante da comunidade de Jiangmen considera que ainda há muito para fazer no campo da saúde de forma a tornar mais fácil a vida dos residentes que se deslocam entre Macau e a Zona de Cooperação Aprofundada todos os dias. Um dos aspectos em que considera ser necessário melhorar é o reconhecimento mútuo dos processos médicos. Segundo as explicações do legislador, actualmente os residentes têm de repetir no Interior os exames médicos feitos em Macau, e vice-versa, porque as instituições não reconhecem os resultados. A repetição dos exames é considerada excessiva e redundante, não só devido à necessidade de pagar duas vezes pelo mesmo exame, a maior parte das vezes com resultados iguais, mas também pelo tempo perdido antes do tratamento. Para responder ao problema, Zheng Anting propõe o reconhecimento entre instituições, assim como a possibilidade de os processos clínicos serem transferidos entre Macau e o Interior, para as instituições terem acesso ao historial clínico dos pacientes. O deputado de Jiangmen recordou mesmo que o Programa Piloto eHR (Electronic Health Record), que permite a partilha dos processos entre o Centro Hospitalar Conde de São Januário e o Hospital Kiang Wu, foi lançado há oito anos, mas que desde então não teve mais desenvolvimentos. Marcação de consultas Por outro lado, o deputado defendeu a criação de um mecanismo que permita a marcação de consultas em Macau, a partir das instituições médicas de Guangdong e vice-versa. Segundo o legislador, se fosse possível realizar marcações transfronteiriças de consultas, os serviços seriam muito mais convenientes para os residentes que vivem entre as duas regiões. Para implementar este sistema, o deputado defendeu a criação de um programa piloto na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin. Zheng Anting espera assim que o Governo acelere a articulação do sistema e dos serviços de saúde entre a Ilha da Montanha e Macau, destacando que é o assunto mais importante para os residentes locais e também um factor para medir as metas do desenvolvimento da Grande Baía.
Nunu Wu PolíticaUrbanista Chan Chio I defende estudo de impacto ambiental em Hac Sá A urbanista Chan Chio I considera que o Governo deve rever o actual regime de avaliação do impacto ambiental em Macau. A posição foi defendida depois de o Governo ter avançado com a proposta de construção do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, sem que se conheça qualquer estudo sobre o impacto das obras e das construções numa zona verde. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, durante o programa Fórum Macau, Chan afirmou que o projecto de construção na área de 10 hectares está a levantar muitas dúvidas, porque não foram apresentados dados sobre o impacto do projecto no ambiente. A urbanista, que também é membro do Conselho do Planeamento Urbanístico e da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, justificou que a lei actual não exige o estudo sobre o impacto ambiental durante a elaboração do projecto, apenas no momento anterior às obras. Segundo Chan, este procedimento está a ser seguido pelo Governo, mas precisa de ser revisto. Para a urbanista, como há cada vez mais consciência ambiental, os estudos deviam ser feitos com a concepção do projecto, de forma a evitar futuras polémicas. “Como a sociedade tem cada vez mais consciência ambiental, a avaliação do impacto ambiental deve ser iniciada mais cedo, ou seja, os efeitos para o ambiente e para o trânsito devem ser analisados antes de serem propostos projectos,” defendeu. Evitar risco ambiental Em relação às futuras obras, com custo estimado em 1,4 mil milhões de patacas, Chan Chio I reconheceu que actualmente não há um plano de pormenor em Coloane e que o Plano Director de Macau define aquele local como uma zona ecológica de lazer. Por isso, a urbanista pediu ao Governo para revelar mais detalhes sobre o mapa de desenvolvimento da ecologia do local. Face ao risco de Hac Sá se tornar cada vez mais um local para turistas e menos para residentes, a urbanista sugeriu ao Governo que apresente planos para controlar o fluxo de visitantes depois da inauguração do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, com vista a evitar grandes multidões. O Fórum da Ou Mun Tin Ton também contou com a participação do presidente da Associação para o Estudo da Ecologia de Macau, Leong Kun Fong, que defendeu que a construção e utilização do terreno não podem causar mais prejuízos ambientais naquela zona.
Nunu Wu SociedadeLimpezas | Associação pede aumentos realistas O presidente da Associação Geral da Indústria de Limpezas de Serviço de Macau, Chan Kin Ieng, defende que o aumento do salário mínimo deve ter em conta a situação económica do território, as opiniões dos consumidores e a situação da indústria. Face à possibilidade de os salários poderem aumentar para 36 patacas por hora, face às actuais 32 patacas, Chan Kin Ieng reconheceu o esforço do Governo e considerou ser um comportamento socialmente responsável. No entanto, o dirigente associativo apontou que o sector atravessa uma situação difícil, com cada vez mais despesas e procura menor, relacionada com o facto de o negócio ainda não ter recuperado no período pós-covid. De acordo com o cenário traçado, como as receitas do jogo tendem a demorar a chegar à sociedade, com a circulação de carros de Macau para Guangdong a afectar os negócios locais, o consumo é menor, o que acaba por influenciar a procura por serviços de limpeza e os preços praticados. Chan Kin Ieng exemplificou que a maioria dos clientes recusam aumentos no preço pelo serviço e que só estão disponíveis para aceitar os preços com descontos especiais, praticados durante a pandemia. Por isso, o responsável pediu ao Governo que actue com moderação, para não prejudicar as empresas de limpezas, e alertou para a possibilidade do aumento excessivo do ordenado mínimo aumentar o desemprego no sector.
Nunu Wu Manchete SociedadeDSAT | Governo vai lançar concurso público para táxis normais A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego anunciou que estará para breve a abertura de um concurso público para atribuir mais licenças para táxis normais. Além disso, o Governo irá organizar quatro cursos de formação para motoristas de táxis em Agosto Para responder à perda de validade de centenas de licenças para operar táxis que se verificou nos últimos anos, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou no domingo à noite que está a ultimar os detalhes para lançar um concurso público para atribuir licenças para táxis, com a maior brevidade possível. Este será o primeiro concurso público para atribuir licenças desde 2018. Há cerca de três anos, circulavam no território perto de 1800 táxis, frota que foi reduzida em mais de 400 veículos até hoje, o que representa uma diminuição de quase 30 por cento, mesmo com a procura a aumentar consideravelmente desde que regressou a normalidade nas travessias de fronteiras. A diminuição da frota estará ligada às licenças que foram expirando ao longo dos últimos anos. “Face às notícias que indicaram que o número de táxis diminuiu devido à expiração de licenças, a DSAT informa que está a fazer as preparações devidas para lançar um concurso público para atribuir licenças de táxis normais, com vista a corresponder às necessidades dos serviços de táxis por residentes e turistas e aumentar a qualidade dos serviços de táxis,” lê-se o comunicado da DSAT. Sempre a aprender A DSAT indicou ainda que no passado dia 17 de Julho, existiam em Macau 1.602 táxis licenciados, 1.302 deles normais (que se podem apanhar na rua, sem reserva) e 300 especiais. Recorde-se que nos últimos tempos, representantes do sector dos táxis têm feito repetidos pedidos para lançamento de novas licenças de táxi, com particular incidência a partir do segundo trimestre deste ano na sequência do aumento de turistas que visitam Macau. Um dos representantes mais interventivos nesta matéria é o presidente da Associação de Taxistas, Tony Kuok, que recentemente se queixou da redução de cerca de 30 por cento da frota de táxis, mas que cerca de uma centena de licenças irá expirar no próximo ano. O dirigente associativo tem reivindicado também o aumento das tarifas para fazer face à escalada de preços dos combustíveis e custos operacionais. A DSAT anunciou ontem que vai realizar cursos obrigatórios de formação de taxistas, com a duração de dois dias, divididos em quatro turmas ao longo do mês de Agosto. As inscrições arrancaram ontem e existem 160 vagas disponíveis. Quem completar o curso com aproveitamento, fica habilitado a fazer o exame para obter a carteira profissional de taxista, requisito essencial para exercer a profissão. A DSAT destacou que desde 2022 até agora, organizou cursos de formação para um total de 1880 vagas para os candidatos a taxistas.
Nunu Wu PolíticaDSEC | Indústrias emergentes terão estatísticas específicas A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) está a elaborar um novo quadro estatístico relativo às indústrias emergentes que irão traduzir para números os sectores abrangidos pela política do Governo “1+4”. A informação consta na resposta a uma interpelação escrita do deputado Leong Sun Iok e é revelada por Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Numa primeira fase, está a ser iniciada a recolha de dados para a elaboração de indicadores estatísticos que possam avaliar o desenvolvimento das novas indústrias. A necessidade de elaborar novas estatísticas impõe-se devido ao facto de os actuais dados não estarem de acordo com as novas políticas consideradas como prioritárias pelo Governo. Neste momento, vigoram normas nacionais de classificação e documentos estatísticos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. O director da DSAL disse ainda que esta entidade tem cooperado com diversas cidades da Grande Baía para lançar exames profissionais de reconhecimento de competências e apoiar os residentes locais a serem mais competitivos no mercado laboral da Grande Baía.
Nunu Wu PolíticaKun Iam | Ron Lam entrega petição antes do anúncio de suspensão O deputado Ron Lam U Tou apresentou uma petição, em nome da Associação de Sinergia de Macau, a exigir a suspensão da obra de construção da estátua de Kun Iam, em Hac Sá, Coloane, e a manutenção da zona de churrascos e infra-estruturas actuais. A entrega da petição, que reuniu 8929 assinaturas, aconteceu escassas horas antes do anúncio do cancelamento do projecto. O deputado pediu também explicações sobre o aumento do orçamento para o projecto destinado ao Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá. Johnson Ian, presidente da associação, explicou que a petição juntou este número de assinaturas em apenas três dias e meio, esperando que o Governo dê atenção às opiniões expressas e dê explicações adicionais sobre o projecto em causa. Ron Lam U Tou, vice-presidente da associação, adiantou que a grande maioria das queixas dos residentes prendem-se com a ausência de uma consulta pública sobre o projecto. O deputado defendeu que o Comissariado contra a Corrupção e Comissariado da Auditoria deveriam investigar o projecto e o respectivo orçamento.
Nunu Wu PolíticaRedes sociais | Dirigente de associação pede censura de críticas ao Governo O presidente da Associação para o Desenvolvimento da Indústria Financeira e de Tecnologia da Grande Baía, Un Ieng Long, defendeu que as declarações nas redes sociais a acusar o Governo de despesismo e de tomar decisões com base em jogos de bastidores são “falsas”, pelo que devem ser censuradas e os responsáveis punidos criminalmente. Numa opinião reflectida à Lótus TV, o também coordenador de ligação comunitária, um órgão de informadores do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), apontou que estes crimes de difamação devem ser prevenidos e combatidos na origem, e que a censura rápida dos comentários nas redes sociais pode impedir impactos negativos para a imagem do Governo. Un Ieng Long também indicou que é necessário aplicar multas aos censurados e aumentar as molduras penais para este tipo de crimes, como efeito dissuasor. Un Ieng Long justificou que as declarações de despesismo e cedência a jogos de bastidores são falsas, porque “todas as obras e planos do Governo são aprovadas por comissões para efeito, o que também acontece com os orçamentos” do Executivo. O residente indicou também que os mecanismos de supervisão internos são complementados pela fiscalização dos deputados da Assembleia Legislativa e pelos governantes, pelo que “não existem jogos de bastidores” em Macau. Após as declarações, o artigo da Lótus TV acabou removido do site da estação, sem que tivesse sido apresentada qualquer justificação.
Nunu Wu Manchete PolíticaEstátua de Kun Iam | Petição contra projecto com mais de 8 mil assinaturas Com a petição a ganhar tracção, as associações tradicionais que na semana passada tinham defendido o projecto do Governo recuaram, e pediram a suspensão das obras Uma petição a exigir que o Chefe do Executivo suspenda a construção da estátua gigante de Kun Iam perto da Barragem de Hac Sá e que mantenha a zona de churrasco reuniu mais de 8 mil assinaturas até ontem. A iniciativa foi lançada pela Associação da Sinergia de Macau, ligada ao deputado Ron Lam, e o número de assinantes foi actualizado ontem, no mesmo dia em que as associações tradicionais começaram a recuar no apoio inicial ao projecto. No texto da petição pode ler-se que “de forma a preservar o ambiente ecológico da Barragem de Hac Sá” é pedido ao Chefe do Executivo que a construção da estátua gigante seja suspensa, que as zonas de churrasco e para escorregar na relva sejam mantidas e que haja uma explicação detalhada sobre os motivos que fizeram o orçamento do futuro Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá subir de 230 milhões de patacas para 1,6 mil milhões de patacas. Ao mesmo tempo, a polémica para a construção da estátua adensou-se, porque o contrato de 42 milhões de patacas foi adjudicado sem concurso público à empresa Companhia de Arte Shang Guo, Limitada (tradução fonética do nome), sediada em Guangzhou. A empresa foi fundada em 2021 e não disponibiliza informação online. Nas averiguações sobre a empresa, Ron Lam afirmou não ter encontrado qualquer ligação entre a Shang Guo e o famoso escultor Liang Runan, conhecido pelas obras do estilo Lingnan, característico de Cantão. Durante a apresentação do projecto para Hac Sá, André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, frisou as ligações entre a estátua, a empresa e o escultor. Liang Runan tem obra em Macau e é o autor da estátua em forma de aperto de mão instalado no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen. No fim-de-semana ficou igualmente a saber-se que os trabalhos de construção da estátua já começaram e que existem várias máquinas no local. Neste momento, foi concluída a demolição do labirinto com plantas que existia na zona. Agora, podem avançar os trabalhos para instalar uma grande base de betão. Recuos tradicionais O dia de ontem ficou ainda marcado pelo recuo de várias associações tradicionais, com representação na Assembleia Legislativa, que tinham expressado apoio público ao projecto. A manhã começou com três deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau, Lam Lon Wai Ella Lei e Leong Sun Iok, a pedirem, em comunicado, a suspensão do projecto, devido às “várias opiniões negativas” que receberam. O recuo de Lam Lon Wai Ella Lei e Leong Sun Iok é mais significativo porque os três tinham feito comunicados na quinta-feira demonstrando o apoio total ao projecto. Uma posição semelhante foi adoptada pela Associação de Moradores. Na sexta-feira, depois das primeiras críticas, a associação saiu em defesa do Governo, numa posição assinada por Chan Ka Leong, presidente da associação e membro do Conselho Executivo. A publicação foi inundada com críticas e pedidos para que fosse a associação a financiar a estátua de 42 milhões de patacas. Porém, 48 horas depois, através de um artigo do jornal Ou Mun, as críticas ficaram sem resposta, mas Chan Ka Leong apelou ao “Governo para suspender a construção da estátua”, ouvir a população e focar-se “nas instalações daquela zona que verdadeiramente interessam aos cidadãos”. Wong Kit Cheng e Ma Io Fong, deputados da Associação das Mulheres, também deram o dito por não dito, e colocaram-se ao lado dos que querem a suspensão das obras. Por sua vez, o deputado Nick Lei, ligado à comunidade de Fujian, que na sexta-feira havia pedido a reformulação dos planos para Hac Sá, afirmou que vai apresentar uma proposta de debate sobre o tema na Assembleia Legislativa, caso o Governo não suspensa a construção.
Nunu Wu Manchete PolíticaCampo Aventura | Criticada indisciplina fiscal e derrapagem orçamental Depois da apresentação do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, o deputado Ron Lam realçou que o orçamento para construir o projecto passou de 229 milhões para 1,6 mil milhões de patacas, valor quase seis vezes superior. O deputado criticou também a ausência de concurso público para a construção da estátua de Kum Iam “Fiquei muito surpreendido e chocado. Não existe qualquer tipo de disciplina financeira.” As palavras são de Ron Lam, em reacção ao anúncio feito pelo Governo na terça-feira quando foram desvendados os planos para “Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá”. O deputado ficou surpreendido com o aumento do custo do projecto, que passou de 229 milhões de patacas para 1,6 mil milhões de patacas, quase seis vezes mais. Além disso, em declarações ao jornal Ou Mun, afirmou não ter ouvido argumentos razoáveis do Governo, tanto para justificar a discrepância financeira, como para algumas opções que foram tomadas, como a eliminação do labirinto de plantas, onde será erigida uma nova estátua da deusa Kum Iam. Apesar de o secretário André Cheong ter sublinhado que o labirinto não era usado há muito tempo e que estava abandonado, Ron Lam destacou a grande popularidade que o local tinha para os internautas chineses, em particular com as publicações de fotografias nas redes sociais. Sem dar cavaco A falta de transparência e comunicação com a população foi outro ponto negativo apontado por Ron Lam na forma como o Governo tem conduzido o projecto de lazer na zona de Hac Sá. Um dos exemplos dados pelo deputado prende-se com o plano de construção da estátua de Kum Iam, que nunca terá sido inscrita no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA). Os planos para o projecto foram divulgados no website do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), através da publicação de um documento que informava que o desenho e a obra para erigir a estátua custaria 42 milhões de patacas aos cofres públicos. Além disso, o documento indica que a obra foi adjudicada no passado mês de Abril, sem que tenha havido qualquer auscultação pública. Neste capítulo, Ron Lam ficou desapontado pela prática de fazer primeiro e anunciar em momento posterior. “Foi apresentada a obra de construção da estátua de Kum Iam, depois de feita a adjudicação e de estar tudo decidido. Não houve consulta à população”, frisou. Finalmente, o deputado gostaria que o Governo voltasse atrás na construção da estátua que, no seu entender, não é uma opção muito popular para os cidadãos de Macau.
Nunu Wu Manchete SociedadeColoane | Estátua de Nossa Senhora e placas da Via-Sacra estão a ser restauradas O desaparecimento da estátua da Rotunda de Seac Pai Van, em Coloane, gerou grande contestação online e houve mesmo quem pedisse ao Governo para que fizesse Macau “regressar à normalidade”. Por sua vez, Lo Choi In apelou a uma resolução rápida da situação A Estátua de Nossa Senhora e as placas da Via-Sacra que estavam instaladas na Rotunda de Seac Pai Van, em Coloane, desapareceram com as várias obras que decorrem no local. A questão gerou grande polémica nas redes sociais, levando inclusive a deputada Lo Choi In a questionar o desaparecimento. No entanto, de acordo com o portal do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), a retirada de um dos elementos mais característicos de Coloane deve-se à realização de trabalhos de recuperação. O portal do organismo liderado por José Tavares indica que no início do ano foi realizado um concurso público para a prestação do “serviço de recuperação das placas alusivas a via crucis e da estátua existentes na Rotunda de Seac Pai Van, Coloane”. Neste concurso público foram apresentadas, num primeiro momento, 11 propostas, das quais cinco foram excluídas, devido a desistências, falta de documentos, não cumprimento dos requisitos mínimos, entre outros motivos. Os trabalhos acabaram adjudicados, a 17 de Março, ao “Construtor Civil Lee Fat Kun” que se comprometeu a terminar o serviço dentro de 150 dias, por um montante de 645 mil patacas. Esta foi uma proposta com um preço muito mais baixo do que as restantes. A que mais se aproximou, a nível do valor, foi a proposta da empresa Jun Lei, que cobrava 1,17 milhões de patacas para realizar os trabalhos em 135 dias. Confusão online Apesar da informação constar no portal do IAM, a questão não deixou de levantar polémica, o que levou inclusive o tema a ser comentado por Lo Choi In, deputada ligada a Jiangmen, na página pessoal da rede social Facebook. “Cortarem árvores, removerem o património cultural ou reduzirem o número de lugares de estacionamento, todas estas acções são aceitáveis. Mas, a estátua da Nossa Senhora em Coloane está ligada a muitos sentimentos e memórias da população”, afirmou a deputada. “Apelo às autoridades que devolvam a estátua ao seu local original o mais depressa possível!”, acrescentou. A reacção da deputada é bastante moderada face a inúmeros comentários que surgiram num grupo de discussão sobre Macau na rede social facebook. Várias pessoas exigem ao Governo a devolução da estátua e acusam as autoridades de querer apagar a história e a memória colectiva do território. “Este Governo está a viver num mundo paralelo. Será que podem fazer Macau regressar à normalidade e devolver Macau às pessoas de Macau?”, questiona uma internauta. “Não basta estarem sempre a cavar a estrada, fazerem desaparecer monumentos históricos, cortarem as árvores antigas uma a uma, será que também vão desfazer Macau?”, acrescenta. Por outro lado, há quem tenha optado por partilhar as memórias ligadas à estátua. Uma internauta apontou que a estátua de Nossa Senhora foi instalada em Coloane, no ano de 1986, depois de terem ocorrido vários acidentes mortais naquela estrada. As reacções ao desaparecimento da estátua e placas da via-sacra voltam a colocar o IAM debaixo por falhas de comunicação. Na semana passada, o secretário para a Administração e Justiça pediu desculpa à população por várias árvores no Fai Chi Kei terem sido arrancadas, sem as devidas explicações.
Nunu Wu Manchete SociedadeTufão | Aparato de protecção civil nas ruas para minimizar impacto do “Talim” Um dia inteiro com sinal 8 de tufão paralisou Macau, com equipas da Protecção Civil e IAM no terreno a limpar destroços provocados pelo “Talim”. O Porto Interior voltou a inundar, alguns pontos da cidade foram atingidos pelo caos no fluxo de trânsito e cerca de uma centena de voos foram cancelados. Às 20h, o “Talim” voltou ao sinal 3, antes de “aterrar” perto da cidade costeira de Zhanjiang Macau esteve ontem o dia inteiro em estado de prevenção imediata, estabelecido através de despacho assinado por Ho Iat Seng depois de ter sido içado, às 05h30, o sinal 8 devido à aproximação do tufão “Talim” do território, o primeiro deste ano. Como é habitual, as zonas baixas da cidade foram as mais fustigadas, em particular o Porto Interior, com a Rua do Doutor Lourenço Pereira Marques, paralela junto ao rio da Rua do Almirante Sérgio, a registar pela manhã a subida das águas até à altura do tornozelo. Por volta das 11h da manhã, o panorama era de lixo a flutuar na rua, apesar do nível da água estar a baixar, situação que obrigou as autoridades a interromperem a circulação rodoviária. Um comerciante ouvido pelo canal chinês da Rádio Macau confessou não ter instalado comportas para evitar inundação, o que levou a água a subir ao nível do joelho. Além das chuvadas intensas trazidas pelo “Talim”, a coincidência de marés astronómicas levou à entrada de água do mar na zona do Porto Interior. O Instituto dos Assuntos Municipais (IAM) destacou pessoal para monitorizar as operações de drenagem na box culvert na zona norte do Porto Interior, assim como na estação elevatória. Em vários pontos de Macau, o IAM destacou equipas de funcionários, ao abrigo do mecanismo de resposta a emergências, para limpar o lixo e detritos acumulados nas sarjetas para facilitar o escoamento da água e atenuar inundações. O trabalho de remoção de destroços de árvores e objectos vários também ocupou as equipas do IAM ao longo do dia. Resposta e pandemónio Pela manhã, Ho Iat Seng “deu instruções para que todos os membros da estrutura de protecção civil empenhem todos os esforços, em conjunto, para prevenir o impacto do tufão e inundações, garantir a segurança da vida e dos bens dos residentes de Macau”. Os primeiros efeitos do tufão inaugural de 2023 foi a suspensão da vida em Macau. As aulas dos vários níveis de ensino foram suspensas durante o dia inteiro, do ensino infantil, primário, secundário, até ao ensino especial. Os serviços de autocarros foram também suspensos, assim como as ligações marítimas a Hong Kong, depois de na madrugada ter sido cortado o trânsito rodoviário na Ponte do Delta. Uma das consequências mais visíveis do “Talim” foi o pandemónio no trânsito. Com as ligações entre a península e a Taipa reduzidas ao tabuleiro inferior da Ponte Sai Van, o engarrafamento originou longas filas de veículos nos dois sentidos. Também nas Portas do Cerco, sem os autocarros públicos a operar, as filas para conseguir apanhar um táxi chegaram a acumular esperas de três horas. No Aeroporto Internacional de Macau, ao final da tarde, 98 voos tinham sido cancelados e 36 ligações sofreram alterações de horário. Às 18h, quando já se sabia que seria içado o sinal 3 de tufão às 20h, as autoridades de Protecção Civil contavam um total de 11 pessoas que tiveram de recorrer aos centros de acolhimento de emergência. Ao final da tarde, o Centro de Operações de Protecção Civil registou 24 ocorrências. Seis casos de remoção de construção/candeeiro/árvore com risco de queda ou derrube, 16 incidentes de remoção de reboco, reclamo, janela, toldo ou outros objectos e um caso em que as autoridades foram chamadas a remover “andaime ou outras instalações em estaleiros de obras.
Nunu Wu Manchete PolíticaEsgotos | Associação das Mulheres pede medidas contra entupimentos O entupimento da rede pública dos esgotos durante a época das chuvas e dos tufões é uma das preocupações de Hoi Lok Man, directora executiva da Associação das Mulheres, que pede medidas de prevenção e mais inspecções Com o território em plena época de chuvas e tufões a Associação Geral das Mulheres apelou ao Instituto dos Assuntos Municipais (IAM) para reforçar o desentupimento e manutenção da rede de esgotos. O pedido foi feito por Hoi Lok Man, directora executiva, através de um texto publicado no portal da associação. De acordo com Hoi, recentemente o IAM desentupiu várias zonas baixas da cidade e removeu cerca de 200 toneladas de lixo dos esgotos públicos. Esta operação é encarada como “positiva” para assegurar a desobstrução da rede de esgotos, mas a dirigente associativa considera que o IAM tem de insistir nos trabalhos de desentupimento e manutenção da rede. A tomada de posição foi justificada com o facto de a associação considerar que o entupimento dos esgotos é um problema muito comum, que se repete todos os anos, quando o território entra na época de chuvas e tufões. A associação exige assim ao IAM que aumente a frequência das acções de desentupimento dos esgotos nas zonas com alta densidade populacional, nas zonas comerciais e industriais mais desenvolvidas, bem como nas zonas baixas da cidade. Outro problema abordado pela responsável ligada à Associação das Mulheres são as descargas ilegais, contra as quais é pedida mão mais pesada e campanhas de prevenção mais eficazes. Como solução para o problema dos entupimentos, Hoi Lok Man aponta também que se devem instalar sensores ao longo da rede, para se controlar e detectar problemas em tempo real, aumentando a eficácia e rapidez na resposta, minimizando situações problemáticas. Controlar árvores e taludes Como medida de prevenção face ao mau tempo, a responsável defendeu ainda mais acções de inspecção a árvores e taludes, para prevenir eventuais derrocadas, como aconteceu no passado. Neste sentido, Hoi Lok Man sugeriu que as autoridades cortem e fortaleçam as árvores para eliminar os riscos de queda de troncos e galhos. Hoi Lok Man focou igualmente o reforço de supervisão para as encostas, pedindo medidas oportunas de manutenção e apelou aos proprietários de encostas privadas para que assumam a responsabilidade da manutenção das mesmas, garantindo condições de segurança.
Nunu Wu Manchete SociedadeJulgamento | Gestores de sala VIP negaram acusações de burla Dezoito clientes burlados em cerca de 27 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), um homem numa fuga milionária, e dois gestores sentados no banco dos arguidos. Esta é a configuração do julgamento do caso das salas VIP Dongbo, que teve mais uma sessão na quarta-feira. A Dongbo operou duas salas VIP, na City of Dreams e Galaxy, entre 2019 e Setembro de 2021 através de uma licença de promoção de jogo alugada. Durante esse período, o Ministério Público argumenta que os dirigentes da empresa procuraram atrair avultados depósitos entre mais de duas centenas de clientes, angariando um valor total de 287 milhões de HKD. Os problemas surgiram com as queixas de jogadores impossibilitados de recuperar o dinheiro depositado, situação que culminou na denúncia de 18 vítimas que terão perdido 27 milhões de HKD. O principal arguido e fundador da Dongbo, um cidadão chinês de apelido Shi, terá fugido de Macau com o dinheiro em falta, deixando no banco dos arguidos dois gestores de apelidos Chan e Lam que eram vice-presidente executivo e director de operações, respectivamente. Na quarta-feira, Chan e Lam, negaram as acusações de burla no Tribunal de Primeira Instância. A maioria das testemunhas ouvidas não corrobou a tese de que as salas VIP não usavam os depósitos como investimentos que renderiam juros e que as quantias depositadas seriam apenas para jogar. Apesar disso, as testemunhas referiram que as salas da Dongbo ofereciam um bónus de 1,1 a 1,25 por cento quando o dinheiro era trocado por fichas, desconto considerado atraente. O outro lado Porém, uma ex-funcionária da Dongbo, de apelido Lei, apresentou em tribunal uma versão diferente, afirmando ter depositado 5 milhões de HKD porque o director de operações lhe terá garantido que poderia receber um juro mensal de 50 mil HKD. A testemunha afirmou ter confiado no director de operações da Dongbo, porque ambos teriam trabalhado no Grupo Suncity, de onde saíram depois de assinarem rescisões amigáveis que terminaram os contratos com a empresa de Alvin Chau. Parte das testemunhas perdeu dinheiro porque depois de efectuar o depósito a sala VIP foi encerrada. Uma testemunha afirmou em tribunal que falou com o fundador da Dongbo, que terá revelado estar em Shenzhen, e que este lhe garantiu o reembolso da quantia depositada. A devolução dos fundos nunca terá acontecido. Outra das testemunhas ouvidas em tribunal, foi o detentor da licença de promoção de jogo usada pela Dongbo nas suas operações. A testemunha, que alega ter perdido 200 mil HKD, indicou ter alugado a licença por 50 mil HKD por mês e que na altura da celebração do contrato ficou estabelecido que a Dongbo não teria entre as suas operações a possibilidade de receber depósitos.
Nunu Wu Manchete SociedadeFunção Pública | Recuperação leva a pedidos de aumentos salariais A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa espera que os funcionários públicos tenham um aumento dos salários de 3,3 por cento no próximo ano. O apelo foi feito por Cheong Koc Iun, presidente da associação, através de um artigo publicado no jornal Ou Mun, em que é sublinhada a necessidade haver uma “recompensa verdadeira” face ao trabalho dos últimos anos. Segundo Cheong Koc Iun, os salários dos funcionários públicos estão congelados há três anos e durante este período a associação compreendeu a necessidade de implementar políticas de austeridade, devido ao ambiente económico relacionado com a covid-19. Todavia, com os sinais da recuperação económica, o responsável considera que está na altura de reconhecer os esforços dos funcionários públicos. “A pressão da vida quotidiana aumentou bastante, mas a equipa de funcionários públicos não deixou de ser dedicada no cumprimento dos seus deveres, mostrando coragem e espírito de combate face à pandemia”, justificou o dirigente associativo. “Durante este período da pandemia os funcionários mereceram muitos elogios e distinções. Por isso, as associações têm sempre a esperança que o Governo reconheça os esforços e recompense os trabalhadores. Todos os reconhecimentos feitos até agora não passaram de elogios verbais, pelo que não se pode falar de uma recompensa verdadeira”, sublinhou. Estimativas de crescimento Além de mencionar o esforço do passado, a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa justifica o pedido de aumentos de 3,3 por cento com o novo ambiente económico, e o fim do período mais complicado da crise económica. Para justificar as palavras, o presidente da associação indica que as estimativas da Universidade de Macau apontam para um crescimento anual da economia que pode chegar a 47 por cento, além de haver uma recuperação do número de visitantes. “A situação da economia e do emprego está a melhorar de forma gradual. As receitas brutas do jogo durante os primeiros seis meses ultrapassaram os 80 mil milhões de patacas”, apontou Cheong. “As receitas anuais do jogo devem ultrapassar os 170 mil milhões de patacas, o que reflecte que a economia está a recuperar e a crescer de formal satisfatória. As receitas fiscais do governo para este ano vão melhorar a olhos vistos”, destacou. Por outro lado, o dirigente associativo defende ainda que se siga o exemplo de Hong Kong, onde apesar da grave crise não deixou de haver aumentos, que variaram entre 2,87 por cento e 4,65 por cento. “Apesar das situações de Hong Kong e Macau serem diferentes, temos de compreender que as pessoas de Macau também estão a ser afectadas pela inflação e o aumento das taxas de juros, que tornam o custo de vida mais caro”, frisou.
Nunu Wu SociedadePornografia | Detido por chantagear menor com vídeo Um residente foi detido no domingo por suspeitas de ter ameaçado uma menor de idade com a divulgação de vídeos de pornografia caseira se a jovem terminasse a relação. O caso foi divulgado foi ontem e, segundo as autoridades policiais, a detenção aconteceu nas imediações do Posto Fronteiriço de Hengqin, quando os dois se encontraram causalmente. A menor queixou-se às autoridades no local e o suspeito, de 32 anos, acabou por ser detido. No telemóvel do suspeito terão sido encontrados os vídeos. De acordo com o jornal Ou Mun, o indivíduo e a vítima começaram uma relação amorosa em 2020. Porém, a jovem descobriu que o suspeito teria outra namorada e tentou romper a relação. O suspeito ameaçou divulgar os vídeos e agredir familiares da jovem. Segundo as autoridades, a menor passou a ignorar os contactos do indivíduo há cerca de um ano, até se terem encontrado no passado domingo. O caso foi encaminhado para o Ministério Público com o homem suspeito dos crimes de ameaça, coacção, acto sexual com menores e pornografia de menor.
Nunu Wu SociedadeCrime | Idoso de 84 anos agrediu mulher que ficou inconsciente Uma discussão verbal entre um homem de 84 anos e uma mulher de 66 anos escalou para violência física, com o idoso a desferir um soco que deixou a vítima inconsciente. A mulher foi assistida no hospital e o suspeito detido. A criminalidade violenta aumentou 44 por cento no início do ano No final da tarde de terça-feira, uma discussão verbal, que terá tido origem num desentendimento a propósito de dinheiro, escalou para uma agressão que deixou uma mulher de 66 anos inconsciente. O alegado agressor, um idoso de 84 anos, foi interceptado pelas autoridades policiais no local, a Rua de Malaca, perto do Hotel Golden Dragon, sem que até ao fecho da edição tivessem sido divulgadas informações adicionais que esclarecessem a situação do suspeito. O caso aconteceu às 18h30 e equipas do Corpo de Bombeiros e do Corpo de Polícia de Segurança Pública ocorreram de pronto ao local. Segundo o jornal Ou Mun, a equipa de emergência médica encontrou a vítima inconsciente no chão, com uma contusão no lado esquerdo do rosto, e conduziu-a de imediato às urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Segundo o relato de uma testemunha ouvida pelo jornal Ou Mun, a vítima e o suspeito encontraram-se na rua, desencadeando-se de seguida uma acesa discussão, que acabou com o idoso a perder a cabeça e a desferir um soco na mulher. O caso continua a ser investigado pelas autoridades policiais. Histórias de violência Há cerca de duas semanas, Macau foi abalada por um caso de extrema violência, depois de um homem ter tentado assassinar a ex-mulher desferindo golpes de martelo na cabeça da vítima, enquanto que na passada segunda-feira, um jovem esfaqueou uma aluna do Colégio Mateus Ricci. Nas últimas estatísticas da criminalidade divulgadas pelo Governo, verificou-se que no primeiro trimestre deste ano o número de crimes aumentou 17,2 por cento. Além dos tradicionais delitos criminais associados à indústria do jogo, a criminalidade violenta registou uma subida considerável, 44,2 por cento, nos primeiros três meses de 2023, face ao período homólogo do ano transacto.
Nunu Wu Manchete SociedadeAutocarros| Governo recusa aumentar idade limite de condutores Nick Lei pretendia prolongar as carreiras dos condutores de veículos pesados, mas o Governo recusou essa possibilidade. Os motoristas de veículos de turismo deixam de estar habilitados para exercer a profissão aos 65 anos O Governo afastou a possibilidade de aumentar a idade limite para os condutores de autocarros de turismo. A posição foi tomada na resposta a uma interpelação do deputado Nick Lei, ligado à comunidade de Fujian. Na interpelação, o legislador pedia, de forma a prolongar as carreiras profissionais de condutores de autocarros, um aumento da idade limite para desempenho das funções, que actualmente é de 65 anos. Contudo, a Direcção de Serviços de Turismo (DST), recusou a possibilidade. “É necessário considerar de forma geral em termos de condições físicas e mentais de condutores profissionais, os interesses sociais gerais e a segurança de utentes da via pública,” justificou Maria Helena de Senna Fernandes, sobre a posição tomada. Segundo a interpelação de Nick Lei, após três anos da pandemia, em que muitos condutores ficaram impedidos de exercer a profissão, o regresso à normalidade pouco mudou, porque vários profissionais ultrapassaram a idade limite. Esta é também uma realidade que afecta a mão-de-obra disponível. Quanto ao número de novos profissionais no sector, Helena de Senna Fernandes citou os números da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), e apontou que desde 2005 e até Maio foram formados cerca de 2.500 motoristas de veículos pesados. A responsável indicou ainda que para incentivar os locais a enveredarem pela profissão de motorista de veículos pesados os residentes podem fazer formação e serem reembolsados do custo do curso, depois de assinarem o contrato com uma empresa de autocarros. “Desde que o Governo lançou este mecanismo, em 2011, um total de 1.393 pessoas participou na formação e 1.096 pessoas conseguiram passar obter a licença”, afirmou a directora da DST. “Um total de 760 destas pessoas trabalham como condutores profissionais e 632 deles conduziam veículos pesados de passageiros como autocarros, autocarros turísticos e autocarros escolares, 128 deles conduziam em outras categorias como camião e táxi,” foi acrescentado. Acções de formação A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) lançou também três sessões de recrutamento de condutores de autocarros turísticos no primeiro semestre do ano, com 50 vagas e às quais responderam 26 candidatos. Entre estes, foram recrutados 11 motoristas. Outro dos assuntos abordados na interpelação, foi o estacionamento de autocarros turísticos. Nick Lei sugeriu a criação de zonas para estes autocarros nos bairros comunitários e a criação de estacionamento provisório nos terrenos recuperados pelo Governo. Sobre as sugestões, Helena de Senna Fernandes citou uma resposta da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego a indicar que qualquer decisão só será tomada depois de serem consideradas as condições ambientais, a taxa de utilização das instalações actuais e os utentes da via pública, porque as terras e recursos públicos em Macau são limitados.
Nunu Wu Manchete SociedadeDST | Helena de Senna Fernandes lamenta falta de turistas estrangeiros Durante a primeira metade deste ano, cerca de 11,6 milhões de turistas visitaram Macau, indicou ontem a directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, à margem da G2E Asia, o evento da indústria do turismo que começou ontem em Macau, após um hiato de três anos. A responsável declarou que os dados oficiais demonstram a recuperação quase total do mercado de Hong Kong (cerca de 90 por cento) e bons sinais do mercado do Interior da China que retomou cerca de 60 por cento do volume verificado antes da pandemia. Porém, Helena de Senna Fernandes lamenta que a retoma dos mercados externos não esteja a acontecer aos níveis desejados pelo Governo, recuperando apenas para cerca de 20 por cento dos registos antes da pandemia. Para já, a aposta da DST passará por mais promoção de Macau enquanto produto turístico além-fronteiras. “Definitivamente, precisamos de aplicar todos os esforços (para atrair visitantes do exterior), uma vez que os mercados externos só recuperaram para cerca de 20 por cento dos níveis pré-pandémicos”, sublinhou a directora da DST, citada pelo canal chinês da Rádio Macau. Em relação ao mês de Julho, Helena de Senna Fernandes revelou que o volume de turistas continua a demonstrar uma boa performance, com alguns dias a ultrapassar a fasquia dos 100 mil visitantes e o número médio de entradas de turistas situado em cerca de 80 mil. Espaço para todos Quanto ao objectivo proposto pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, de Macau registar a entrada de 24 milhões de turistas até ao final do ano, a directora da DST mostrou-se esperançada nas boas performances durante as épocas festivas que se avizinham. “As férias de Verão, entre Julho e Agosto, são tradicionalmente épocas altas, assim como Dezembro. Além da sazonalidade, vamos organizar vários eventos e actividades na segunda metade do ano. Por isso, tenho esperança que podemos alcançar essa meta”, afirmou Helena de Senna Fernandes. Com o volume de turistas a aumentar, a directora da DST mostrou-se satisfeita com a resposta da indústria hoteleira local, que conseguiu recuperar quase totalmente a oferta de quartos disponíveis, depois do reajuste operacional dos hotéis durante a pandemia. Contudo, o sector continua a enfrentar problemas de escassez de mão-de-obra, situação que a responsável gostaria de ver atenuada com a entrada no mercado de trabalho de jovens recém-licenciados. Aliás, a oferta tem ido de encontro à procura, de acordo com a directora da DST, que destacou num encontro com representantes da indústria hoteleira que no ano passado abriram três novos hotéis, acrescentando quase 2.300 quartos à oferta de acomodação. Quanto ao futuro imediato, Helena de Senna Fernandes indicou que até ao final do ano está prevista a abertura de quatro cadeias internacionais de hotéis, que vão colocar no mercado mais 2.300 quartos, respondendo às exigências nascidas pelo aumento da procura. Feitas as contas, a responsável destaca a capacidade do sector, que adicionou cerca de cinco mil quartos ao portfólio hoteleiro de Macau, comparado com o período antes da pandemia.
Nunu Wu Manchete SociedadeFukushima | Associação apela a boicote a bens e viagens ao Japão A Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau juntou-se ao coro crítico em relação à decisão do governo japonês de despejar para o mar de água usada na refrigeração da central nuclear de Fukushima. Num comunicado divulgado pelo jornal Ou Mun, a associação apela ao boicote de produtos japoneses e a sugere que cidadãos chineses, que residam na China ou no estrangeiro, e residentes das regiões administrativas especiais abdiquem de passar férias no Japão. Além disso, a organização de cariz patriótico vincou o total apoio às eventuais medidas de respostas impostas pelo Governo da RAEM, nomeadamente a suspensão de importação de produtos japoneses caso se verifique o despejo das águas que serviram para refrigerar os reactores da central nuclear. “A associação tem como lema central o amor à pátria e a Macau e apoia incondicionalmente a suspensão de importação de produtos japoneses. Vamos usar as nossas ligações dentro e fora da China para convencer todos os chineses a não consumir produtos japoneses”, é referido. A entidade salientou que a Administração Geral das Alfândegas da China proibiu desde sexta-feira a importação de alimentos de Tóquio e outros nove distritos, incluindo Fukushima, considerados como locais de risco elevado, medida que a associação descreve como “acto de justiça para garantir a segurança alimentar do povo”. Milhões pelos ares Não só os produtos japoneses, alimentação e cosméticos em particular, são muito consumidos em Macau, Hong Kong e no Interior da China, como o Japão é um dos destinos de férias preferenciais. A associação realçou que a indústria turística nipónica é altamente dependente dos turistas chineses e que nos dois anos antes da pandemia mais de 8 milhões chineses visitaram o Japão. Caso o Japão avance com o despejo para o mar de água usada na refrigeração da central nuclear de Fukushima, os consumidores chineses vão ficar ressentidos e a economia japonesa irá sofrer um “impacto crítico”. A associação apontou ainda que o despejo de águas no oceano viola a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e o princípio de manter a paz e a segurança internacional regulado pelas Nações Unidas. Porém, não menciona a conclusão do relatório apresentado pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), que faz parte das Nações Unidas, que concluiu que a medida terá um impacto “negligenciável” no ambiente e não representa perigo para as populações.
Nunu Wu Manchete SociedadeTrânsito | Conselheiro pede cautela nas novas licenças de táxis Depois de terem expirado cerca de 400 alvarás desde 2019, vários conselheiros de trânsito próximos dos taxistas vieram opor-se a um crescimento significativo da oferta Ku Heng Cheong, vogal do Conselho Consultivo do Trânsito, considera que o Governo deve decidir “de forma prudente” o aumento do número de táxis a circular no território. A posição foi tomada depois da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) ter indicado que pretende aumentar o número de táxis a “curto prazo”, depois de terem expirado cerca de 400 licenças. Segundo Ku, antes de avançar para o aumento do número de táxis, o Governo deve pensar em melhorar o serviço, com base nas estatísticas existentes, para optimizar a distribuição dos veículos pelas zonas mais populares, mas também criar penalizações para quem chama um táxi e depois desiste do mesmo. Quanto à falta de táxis comuns, ou seja, os táxis de cor preta, Ku Heng Cheong defendeu que a solução para aumentar a oferta passa por obrigar os veículos a disponibilizar meios de pagamento electrónico, com este tipo de regras a serem definidas nos concursos públicos de atribuição dos alvarás. Actualmente, os táxis comuns podem não aceitar os pagamentos electrónicos, por não terem vontade de pagar comissões extra, que normalmente são cobradas por estas plataformas. Em declarações à Rádio Macau, Ku Heng Cheong indicou ainda que o aumento no número de rádio táxis – os que podem ser chamados por telefone –, deve ser decidido com muita cautela. Vigiar a concorrência Por sua vez, o secretário-geral da Associação Choi In Tong Sam e também ex-vogal do Conselho Consultivo do Trânsito, Kou Ngon Fong, defende que não é boa altura para disponibilizar demasiados alvarás, para evitar o aumento da concorrência. “Não é oportuno nesta fase que o Governo disponibilize demasiados táxis no mercado. O Governo pode, por exemplo, atribuir entre 200 a 300 alvarás nesta fase e, caso as reacções sejam positivas e o mercado absorva a oferta, voltar a atribuir mais alvarás daqui a um ou dois anos”, sustentou Kou Ngon Fong. O dirigente associativo apontou ainda que a população espera mais esclarecimentos do Governo sobre as queixas e opiniões sobre a nova lei de táxis, que entrou em vigor em 2019. Um dos problemas crónicos da nova lei é a instalação do terminal inteligente, que permite controlar os veículos e o montante cobrado. Desde o início que os taxistas defendem que deve ser o Governo a pagar a instalação e manutenção do terminal. De acordo com a estatística citada pela deputada Lo Choi In, no final de 2022 circulavam em Macau 1.397 táxis normais, ou seja, aqueles que não são chamados por telefone. Este número era inferior ao de 2019, quando estavam registados 1.800 táxis.