Nunu Wu Manchete SociedadeSSM | Alertas de pico de gripe e aumento de casos de covid-19 Os Serviços de Saúde de Macau alertam que Macau já está a enfrentar um pico de gripe, estando ainda previsto um aumento do número de casos. Além disso, as ocorrências de covid-19 registam também uma tendência de subida Um comunicado dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) emitido na sexta-feira dá conta de que o território está a enfrentar um pico de gripe, registando-se uma tendência de aumento do número de casos. Os SSM referiram o exemplo da primeira semana do ano, quando se registou um aumento do número de doentes com sintomas de gripe que se dirigiram às urgências, cuja proporção foi de cerca de 12,5 pessoas, em média, por cada 100 doentes, enquanto na urgência pediátrica esse número foi de 37,7 utentes por cada 100 crianças. Os SSM dão conta de que estes dados são mais altos do que os números registados habitualmente fora dos picos de gripe, “estes dados são mais altos do que os números registados habitualmente fora dos picos de gripe, representando mais oito por cento face ao mês de Dezembro do ano passado e mais 33 por cento em relação à semana passada”. De frisar que, segundo as autoridades de saúde, o vírus A H3N2 representa a maioria dos casos de gripe, com 73,4 por cento, enquanto os restantes casos dizem respeito ao vírus influenza B, com 25,2 por cento, enquanto o vírus influenza A H1N1 constitui apenas 1,4 por cento das ocorrências. Desde o início de Janeiro, já ocorreram em Macau 43 casos de infecções colectivas de gripe em jardins de infância e escolas, envolvendo 360 pessoas, sendo que 22 dos casos foram provocados pela infecção com o vírus influenza A, seis causados pelo vírus influenza B, quatro causados por adenovírus e apenas um caso de covid-19. Os restantes dez casos tiveram resultados negativos ou estão ainda a ser analisados. Ocorreram ainda oito casos de doença grave gerada pela gripe, em que apenas três pessoas estavam vacinadas. Covid a subir Relativamente à covid-19, os SSM alertaram também para a tendência de aumento do número de casos, passando a taxa de detecção positiva da doença de zero para 11 por cento na última semana. A variante XBB do vírus que gera a covid-19 ocupou 69 por cento dos casos, enquanto a variante BA.2.86 representou 31 por cento. Já a variante JN.1, significou 13 por cento dos casos detectados pelas autoridades em Dezembro. Os SSM voltam a fazer um apelo à vacinação, sobretudo da parte de doentes de alto risco, idosos, mulheres grávidas ou já com doenças crónicas. Entre 2023 e as primeiras semanas de Janeiro, foram administradas cerca de 161 mil vacinas da gripe, enquanto a taxa de vacinação nos lares ultrapassou os 90 por cento. Já a taxa de vacinação de crianças e jovens, também foi de cerca de 80 por cento, enquanto a taxa de vacinação de idosos com mais de 65 anos ou de crianças com menos de três anos atingiu os 50 por cento. Os SSM oferecem a vacina monovalente de mRNA contra a variante XBB da covid-19 aos indivíduos com idade igual ou superior a 12 anos, destacando ainda que esta vacina tem mais efeitos preventivos contra as diversas variantes da covid, sobretudo quando existe o risco de ocorrer doença com sintomas graves que podem levar à morte.
Nunu Wu PolíticaExigida simplificação da passagem nas Portas do Cerco Mostrar a identificação no posto fronteiriço das Portas do Cerco continua a ser complexo e a demorar muito tempo, o que levou o deputado Nick Lei a interpelar o Governo sobre a necessidade de implementar o mecanismo de inspecção integral nesta fronteira. Tal significa, que tanto residentes, como turistas, apenas precisariam de passar no corredor e máquina de verificação uma vez, evitando mostrar duas vezes o BIR ou o salvo conduto na ida e volta. O método defendido por Nick Lei já vigora em diversos postos fronteiriços como o posto da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e de Qingmao. O deputado, que representa a comunidade de Fujian em Macau, recorda que já tinha anteriormente apresentado esta sugestão às autoridades, tendo-lhe sido dito que é mais fácil aplicar o mecanismo de inspecção integral nos novos postos fronteiriços. As autoridades disseram ainda que a forma de concepção do posto fronteiriço das Portas do Cerco faz com que “todos os espaços estejam ocupados com os canais destinados à emigração”, sendo que “se alguns destes canais forem suspensos para que se realizem obras na infra-estrutura, haverá um sério impacto aos visitantes”, citou o deputado Nick Lei na interpelação. Mudanças esperadas Apesar da posição das autoridades, Nick Lei lembrou que existem várias vozes na sociedade a defender uma mudança na verificação da documentação nas Portas do Cerco, além de que o plano de acção para promover, nos próximos três anos, os negócios na zona da Grande Baía também propõe a aplicação da inspecção integral em mais postos fronteiriços da província de Guangdong e de Macau. De frisar, que este plano foi lançado em Dezembro pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma. Neste contexto, Nick Lei questiona se o Governo pode repensar a sua posição quanto ao posto fronteiriço das Portas do Cerco a fim de corresponder às necessidades da população e às políticas nacionais. Além disso, o deputado quer saber os resultados e o ponto de situação do sistema de reconhecimento da iris (olhos) já implementado nas máquinas automáticas do posto fronteiriço das Portas do Cerco. Nick Lei entende que se deve aumentar o número de corredores com máquinas automáticas neste posto, além de que outros postos fronteiriços deveriam ter máquinas automáticas com o sistema de reconhecimento da iris ocular. Tendo em conta que, entre os dias 30 de Dezembro e 1 de Janeiro, Macau contou com cerca de 400 mil entradas, Nick Lei questiona quais os planos de resposta das autoridades quanto à segurança, transportes e imigração, dado o aumento do número de turistas.
Nunu Wu Manchete PolíticaMetro ligeiro | Ron Lam refuta posição do secretário Depois do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, ter acusado o deputado Ron Lam U Tou de divulgar dados falsos sobre a compra de um cabo para o metro ligeiro, eis que o deputado vem rebater as declarações com um comunicado O deputado Ron Lam reagiu à resposta do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, que havia acusado anteriormente Ron Lam de divulgar informações falsas sobre o caso da compra de um cabo para a obra do metro ligeiro que originou um relatório do Comissariado de Auditoria (CA). Segundo um comunicado, o deputado afirmou que o artigo, publicado pelo Jornal do Cidadão, que continha declarações suas, não foi escrito por si, mas sim por um jornalista, que incluiu alguns dos aspectos referidos no relatório do CA. Na sua reacção, o secretário clarificou que “não ocorreu qualquer ‘eliminação’ de informações existentes nos serviços públicos”, mas o deputado dá conta que, no artigo para o qual prestou declarações, não consta a palavra “eliminados”. Ron Lam U Tou adiantou também que o jornalista usou a frase “irregularidades na realização de tarefas ou no uso de materiais” no artigo, tratando-se, para o deputado, de uma questão de ponto de vista ou perspectiva, considerando a reacção de Raimundo do Rosário como sendo “exagerada”. “O secretário mostra desconhecer o funcionamento do jornalismo, além de não ter feito qualquer verificação [da situação], achando que o texto tinha sido escrito por mim. O secretário escreveu no comunicado tratar-se de uma ‘especulação meramente intuitiva e sem qualquer fundamento’, pelo que lamento esta faça acusação”, apontou. Palavras e mais palavras O comunicado de Raimundo do Rosário sobre o artigo de jornal dá ainda conta de que não ocorreu qualquer “recuperação” de informações por parte dos serviços públicos relacionados com a obra do metro ligeiro, além de que não teve lugar qualquer “eliminação” de documentos. Ron Lam U Tou reage dizendo que a palavra “recuperação” é referida no relatório do CA. “Relativamente ao facto de o gabinete [do secretário] ter alegado que não ocorreu qualquer ‘recuperação’ de informações, devia ter apresentado esta ideia quando respondeu ao relatório do CA. Agora vem o gabinete alegar que não existiu esta ‘recuperação’, o que significa que o gabinete não estudou nem respeita as questões colocadas pelo CA.” Uma vez que o Governo nunca entregou os documentos do antigo Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes antes 2011 ao CA, para que este fizesse a auditoria à obra do metro, o deputado destaca no mesmo artigo que a população tem razões suficientes para suspeitar da possível eliminação dos documentos anteriores a 2011. Na conclusão do comunicado, o deputado esclarece que a Lei Básica é responsável por regular as funções do hemiciclo de supervisão e interpelação dos trabalhos do Governo, além de que a função de um deputado é a de pedir melhorias e correcções ao Executivo. Para Ron Lam, os governantes “têm de confessar os erros cometidos em vez de os esconder até que sejam divulgados pelas instituições de supervisão”. Este escreveu ainda que já exigiu duas vezes ao Governo a apresentação do relatório sobre o erro na compra e instalação do cabo eléctrico para o metro ligeiro, mas que o Governo ignorou sempre os pedidos e respondeu apenas por comunicados. A investigação do CA em causa diz respeito à falha do cabo eléctrico da linha da Taipa do metro ligeiro, tendo Raimundo do Rosário considerado que as declarações de Ron Lam ao Jornal do Cidadão “afectam gravemente os trabalhos realizados pelo Governo da RAEM” e que “nunca aceitará afirmações feitas fora de contexto que pretendem provocar a discordância da sociedade para com os trabalhos que o Governo desenvolve”. Metro ligeiro | Raimundo envia “recado” para Ron Lam Na sessão de interpelações orais que decorreu ontem na Assembleia Legislativa, Raimundo do Rosário não evitou mandar uma “indirecta” ao deputado Ron Lam, em relação ao bate-boca sobre o caso da compra de um cabo que levou à suspensão durante meses do metro ligeiro. A alfinetada foi atirada, depois de uma pergunta sobre o metro ligeiro colocada por Leong Sun Iok: “Agradeço a sua interpelação, que é muito construtiva, e isso reforça a cooperação entre o Governo e a Assembleia Legislativa”, comentou Raimundo do Rosário, depois de no sábado ter acusado Ron Lam de divulgar notícias falsas sobre o assunto.
Nunu Wu Manchete SociedadeAnim’Arte | Agência da China vai explorar restaurantes e lojas O espaço com restaurantes e lojas que era gerido por várias empresas foi entregue, através de concurso público, à agência de turismo estatal China Travel Service. A agência vai pagar uma renda de 200 mil patacas por mês A Agência de Viagens e de Turismo China (Macau), mais conhecida pelo nome inglês China Travel Service (CTS), foi a vencedora do concurso público de entrega de gestão de vários espaços de restauração e lojas na zona Anim’Arte Nam Van. A informação consta do portal do Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC). A empresa vai pagar uma renda mensal de 200 mil patacas nos próximos cinco anos. O valor do contrato é de 12 milhões de patacas, para um espaço de 3 mil metros quadrados com 12 lojas e restaurantes. De acordo com o jornal Cheng Pou, actualmente apenas dois restaurantes no espaço Anim’Arte estão a operar, tendo as restantes lojas encerrado as portas, algumas forçadas pelo fim dos contratos de arrendamento. No caso da loja Happy Shop, que tinha sido atribuída à Associação de Reabilitação Fu Hong, como forma de contribuir para a reabilitação de pessoas portadoras de deficiências, através da venda de produtos culturais, o encerramento aconteceu a 1 de Dezembro. Por sua vez, o restaurante Seek Your Choice indicou que foi obrigado a fechar as portas, uma vez que o contrato de arrendamento tinha terminado. Segundo uma publicação do restaurante no Facebook, em Outubro do ano passado, e numa altura em que indicava “começar a ver o sol”, depois da pandemia, a empresa afirmou que ia tentar renovar contrato, o que acabou por não acontecer. Concurso público Ao concentrar o espaço e arrendá-lo como um todo, em vez de realizar o concurso público individualmente por cada loja ou restaurante, o FDC eliminou o espaço para as pequenas e médias empresa do território. Ao agregar os diferentes espaços, as concorrentes ficaram obrigados ao pagamento de uma renda muito mais elevada, que tinha como valor mínimo as 180 mil patacas. Além da empresa estatal Agência de Viagens e de Turismo China (Macau), concorreram ainda a Companhia de Gestão de Catering Seek Your Choice Limitada, responsável pelo restaurante com o mesmo nome, que fez uma proposta de 180 mil patacas. Por sua vez, o Grupo CSI apresentou uma proposta de 180 mil e uma pataca. Registou-se ainda uma quarta proposta da Sparkling Will Limitada, que foi excluída, uma vez que a assinatura da concorrente não tinha sido reconhecida notarialmente, ao contrário do que as normas estipulavam. Segundo as regras do concurso, entre os 12 espaços da Anim’Art, oito podem ser utilizados de acordo com a vontade a empresa exploradora, mas três têm de ser “destinadas a serviços de educação artística para famílias” e “actividades culturais comunitárias”. É também exigido que uma loja tenha de operar como “livraria de artes e cultura” e como local de venda de “produtos culturais e criativos de Macau”. Além disso, com autorizado do FDC, a concessionária pode subarrendar os espaços.
Nunu Wu Manchete PolíticaMetro ligeiro | Raimundo do Rosário recusa críticas de Ron Lam Após o deputado Ron Lam defender que a compra de um cabo que levou à suspensão do metro ligeiro durante meses devia ser investigada pelo CCAC, o secretário para os Transportes e Obras Públicas veio acusá-lo de espalhar “notícias falsas” O gabinete do secretário para os Transportes e Obras Públicas, recusou a veracidade de algumas críticas proferidas pelo deputado Ron Lam. Num comunicado em que diz responder “com firmeza”, mas sem nunca identificar o deputado, Raimundo do Rosários recusa que os serviços tenham “eliminado” informação sobre projectos públicos, e fala de “notícias falsas”. Após o Comissariado de Auditoria (CA) ter encontrado falhas na compra de um cabo para o metro ligeiro, Ron Lam defendeu que os contornos do caso justificavam que fosse alvo de uma investigação pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), uma vez que tinha sido adquirido um cabo com padrões de qualidade inferiores aos exigíveis. O membro das Assembleia Legislativa apontou igualmente num artigo publicado no Jornal do Cidadão, que tinha havido “omissão de factos evidentes” sobre o projecto e que mesmo como deputado não conseguia obter as informações sobre o metro, e que as respostas lhe chegavam através de comunicados públicos. Na sexta-feira, o gabinete do secretário veio protestar contra a opinião do deputado e negar que tenha existido eliminação “de informações nos serviços públicos” ou “irregularidades na realização de tarefas” ou “no uso de materiais nas obras”. “Tendo em conta que essas alegações afectam gravemente os trabalhos realizados pelo Governo da RAEM, o secretário para os Transportes e Obras Públicas vem agora responder com firmeza sobre o assunto em causa”, foi indicado como justificação para o comunicado. Disco duro No artigo, Ron Lam apontava que documentos de “um disco rígido externo” tinham sido apagados pelo Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), tendo sido posteriormente recuperados pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP). Para o deputado, este procedimento levava a “suspeitar que alguns serviços públicos” tinham “tentado encobrir o caso, o que é um problema muito grave”. No entanto, esta descrição é recusada pela tutela. “O Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) foi extinto em 1 de Outubro de 2019, e todos os documentos relativos às obras da responsabilidade desse gabinete foram gravados num disco rígido e, para serem consultados, é necessária a instalação de um sistema de gestão de documentos”, indica o comunicado. “Assim, claro é que não ocorreu qualquer ‘eliminação’ de documentos, nem ‘recuperação’ de informações pelos serviços públicos”, foi acrescentado. “O secretário para os Transportes e Obras Públicas repudia veementemente esta especulação meramente intuitiva e sem qualquer fundamento que põe em causa a credibilidade do Governo da RAEM”, foi completado. O secretário recusou também que o concurso em que foram aceites as propostas para o metro ligeiro adoptasse como critério de qualidade os padrões do Interior. “Antes de 2018, os sistemas electromecânicos das obras públicas de Macau não incluíam as normas nacionais como um dos critérios de projecto e de vistoria para efeitos de recepção da obra”, foi contextualizado. “O concurso público para a construção do sistema de circulação do Metro Ligeiro foi lançado em 2009, pelo que o conteúdo da proposta foi elaborado de acordo com as ‘normas técnicas e requisitos comuns na altura’, e que não ocorreu nenhuma ‘troca secreta’ de materiais ou ‘irregularidades na realização de tarefas ou no uso de materiais’”, foi acrescentado.
Nunu Wu Manchete PolíticaMetro | Pedida investigação do CCAC sobre compra de cabo A compra e instalação de um cabo de qualidade duvidosa levou à suspensão do metro ligeiro durante meses. Para o deputado Ron Lam o incidente deve ser investigado, dado que anteriormente o Governo tinha garantido que os materiais cumpriam os padrões de qualidade O deputado Ron Lam defende que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) deve investigar a compra do cabo eléctrico que obrigou à suspensão do metro ligeiro durante meses. A posição foi tomada em declarações prestadas ao Jornal do Cidadão, na sequência de um relatório do Comissariado de Auditoria (CA) sobre o caso. De acordo com as conclusões do CA, os danos sofridos pelo cabo que obrigaram à suspensão do metro ligeiro deveram-se ao facto de o cabo inicialmente instalado não cumprir os padrões mínimos de qualidade. Sobre o incidente, Ron Lam indicou que para a maioria da população o metro ligeiro é visto como um “elefante branco” e a opinião sobre o projecto é negativa. Face a esta situação, mantém a esperança de que o CCAC investigue os procedimentos de compra, de forma a legitimar o projecto junto da sociedade, e para aumentar a confiança da população sobre este meio de transporte. Na opinião do deputado, o relatório do CA veio a público mostrar que houve uma falha “inaceitável” cometida por todos os envolvidos, desde o Governo, à empresa de consultoria e ao fornecedor. Por outro lado, Ron Lam destacou o facto de o antigo Gabinete de Infra-estruturas de Transportes, responsável pelo projecto no início, ter “omitido factos evidentes”. Debaixo do tapete O deputado criticou ainda os responsáveis, porque, no seu entender, se não fosse o CA, nunca se teria conhecimento da natureza dos problemas relatados. O legislador considerou igualmente negativo o facto de no passado ter pedido várias vezes informações sobre o metro, mas apenas ter obtido respostas através de comunicados. Ron Lam recordou ainda que confrontou Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, com o assunto na Assembleia Legislativa, e lhe foi respondido que não tinham sido utilizados materiais com qualidade inferior: “Os procedimentos foram concretizados, não utilizámos materiais com qualidade inferior, não cometemos erros nem saltámos nenhum passo [na construção”, citou, sobre a resposta do secretário. Na opinião de Lam, face às respostas do secretário, o problema não devia ter acontecido, pelo que é necessário averiguar o que se passou, até porque o CA apontou existir problemas de supervisão nas obras do metro. Também a deputada Ella Lei abordou o caso, e defendeu que o Governo deve assumir um maior papel na fiscalização dos trabalhos, mesmo quando contrata empresas para desempenhar essa função. A legisladora defendeu que deve ser o Governo a assumir o maior papel, porque se tratam de áreas muito específicas com as quais a população não tem competência para lidar, pelo que não consegue detectar os problemas.
Nunu Wu PolíticaAmbiente | Ron Lam diz ser difícil atingir metas de descarbonização antes de 2050 O deputado Ron Lam U Tou considera ser difícil alcançar o objectivo traçado pelo Governo de atingir a meta da descarbonização antes de 2050 e a fasquia de quase zero emissões de carbono, objectivos definidos na “Estratégia de Descarbonização a Longo Prazo de Macau” publicada pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). Segundo o jornal Ou Mun, o deputado concorda com este plano, mas exige que sejam criadas mais políticas concretas para que se cumpram estes objectivos, entendendo que não existe um calendário para a concretização desta estratégia. O deputado destacou que o maior problema para o aumento da circulação de veículos eléctricos, um dos meios para a descarbonização, é a falta de postos de carregamento nas zonas residenciais, pois actualmente mais de 100 mil habitações privadas não possuem estes postos de carregamento. Apesar de se tratar de um processo de instalação simples, Ron Lam U Tou entende que há muita burocracia da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU), sendo que esta diz estar limitada pelo Código Civil. O deputado considera que o Governo deve resolver esta matéria a fim de fomentar o uso generalizado de carros eléctricos.
Nunu Wu Manchete PolíticaDSAMA | Incentivada promoção de negócios de cruzeiros Dirigentes da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e da Água sugeriram ontem no programa matinal do canal chinês da Rádio Macau que empresas e concessionárias de jogo devem desenvolver mais negócios relacionados com passeios temáticos em cruzeiros para o desenvolvimento das zonas costeiras do território Kuok Kin, subdirector da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), disse ontem no Fórum Macau, programa matinal do canal chinês da Rádio Macau, que existe um incentivo para que empresas e concessionárias de jogo desenvolvam mais passeios temáticos com cruzeiros em torno das zonas costeiras de Macau, no contexto da consulta pública sobre a gestão das áreas marítimas em curso. A informação foi avançada depois de um ouvinte sugerir a realização de mais passeios de cruzeiro no programa que debatia os conteúdos sobre as propostas do Governo relativas ao Zoneamento Marítimo Funcional, o Plano das Áreas Marítimas e a Lei de Uso das Áreas Marítimas. “Estimulamos a que haja uma maior cooperação com empresas ligadas à área da navegação, bem como empresas de jogo. Os passeios de cruzeiro em Macau podem ter características próprias, e temos, por exemplo, a zona histórica do Porto Interior com a ligação à pesca como actividade tradicional. Temos também zonas de turismo e lazer modernas na parte traseira do Canal de Macau”, disse. Esta zona, situada entre os canais da Taipa e do Porto Exterior, é também conhecida como o canal de acesso ao Porto Interior, estando perto de vários resorts. Saber aproveitar Kuok Kin apontou ainda que as paisagens situadas entre a Zona de Cooperação Aprofundada e Macau podem ser aproveitadas, com as empresas a terem “várias oportunidades” de exploração dos negócios ligados aos cruzeiros. Estas podem “apostar na diversificação dos sectores da restauração e entretenimento” através dos cruzeiros, apontou o dirigente da DSAMA. Uma vez que a presença de cruzeiros ou a realização de regatas acontecem a curto prazo, não envolvendo uma utilização permanente das zonas marítimas, Kuok Kin assegura que há uma maior facilidade de utilização desses locais pois não é necessário pedir uma licença. “O Zoneamento Marítimo Funcional e o Plano das Áreas Marítimas [são propostas] que pensam nestas questões, delimitando as zonas para fins turísticos, culturais e desportivos para projectos de turismo e lazer”, explicou ainda. Recorde-se que a consulta pública em curso diz respeito à gestão dos 85 quilómetros de área marítima atribuídos pelo Governo Central a Macau. Kuok Kin aponta que as propostas do Executivo neste âmbito visam o bem-estar da população e o futuro desenvolvimento do território. A consulta pública termina dia 16 de Fevereiro. Ilha ecológica só em 2040 Kuok Kin, subdirector da DSAMA, adiantou também, no contexto da sua ida ao programa radiofónico Fórum Macau, que a ilha ecológica pensada para servir de aterro a resíduos de construção urbana só deverá ser uma realidade em 2040. Segundo a TDM Rádio Macau, o dirigente frisou que o objectivo da ilha artificial é solucionar o problema do actual aterro em Coloane que praticamente já não tem capacidade para acolher mais resíduos.
Nunu Wu Manchete SociedadeEdifício Hoi Pan Garden | Polícia intervém em assembleia de condóminos A legitimidade para constituir uma nova administração no Edifício Hoi Pan Garden levou a conflitos físicos e verbais entre os moradores. A polícia foi chamada ao local para manter a ordem A reunião de quarta-feira à noite do condomínio do Edifício Hoi Pan Garden, na Areia Preta, obrigou à intervenção do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Em causa, esteve uma disputa entre diferentes grupos de moradores sobre a legitimidade para eleger e formar a “administração” do edifício. O encontro começou por volta das 19h de quarta-feira, na zona recreativa do Edifício Hoi Pan Garden, hora para a qual estava marcada uma assembleia geral do condomínio, organizada por um grupo que defendia representar a administração do edifício. Contudo, de acordo com o canal televisivo Lotus TV, apareceram igualmente na reunião outras pessoas que interromperam o desenrolar dos trabalhos, e que questionaram a legitimidade do outro grupo para se intitular como nova administração e conduzir os trabalhos. O ambiente aqueceu quando os organizadores da reunião começaram a pedir os bilhetes de identidade às outras pessoas que chegaram depois e que questionavam a legitimidade da reunião. O objectivo passava por expulsar do local do encontro aqueles que não fossem os proprietários registados das fracções. O pedido dos BIR não foi bem recebido por muitos dos presentes, e além das agressões verbais, sugiram também confrontos físicos, que obrigaram a que o CPSP fosse chamado ao local e tivesse de intervir, para manter a ordem. Segundo os dados sobre gestão predial do Instituto de Habitação, a última administração do Edifício Hoi Pan Garden tinha começado o mandato a 22 de Dezembro de 2020 e este tinha terminado a 21 de Dezembro deste ano. Trabalho dificultado No local, a equipa da Lotus TV assinalou que o organizador da reunião de condomínio tentou impedir que os acontecimentos fossem alvo de cobertura noticiosa. Só com a chegada do CPSP foi possível que os repórteres da estação fizessem o seu trabalho. Horas mais tarde, por volta das 23h, o CPSP divulgou a informação sobre a intervenção, e apontou que apesar dos desacatos a assembleia geral do condomínio tinha terminado de forma pacífica. Um dos presentes na reunião foi o presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, Wong Wai Man, que em declarações ao HM confirmou os acontecimentos e lamentou que a reunião tivesse sido interrompida. “A reunião foi marcada com um mês de antecedência e corria de forma harmoniosa”, começou por descrever. “É impressionante como é que estas pessoas puderam interromper uma reunião que decorria no espaço próprio e com toda a legitimidade. Tentaram impedir a eleição de uma nova administração, e isso não é correcto, pois não?”, acrescentou.
Nunu Wu Manchete PolíticaCreches | IAS recebeu queixas sobre ferimentos em crianças O IAS relatou ontem ter recebido 26 queixas durante o ano relativas a creches. Algumas delas, diziam respeito a ferimentos em crianças. Deputada pede sistema de licenciamento de cuidadores Ao longo deste ano o Instituto de Acção Social (IAS) recebeu 26 queixas relativas a creches, que estiveram principalmente relacionadas com lesões em crianças. A revelação foi feita por Lao Kit Im, chefe da Divisão de Serviços para Crianças e Jovens do IAS, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau. Neste capítulo, o ano ficou marcado pela morte de uma bebé de quatro meses, que frequentava a creche de Fong Chong da Taipa. Como consequência, o espaço foi encerrado. No entanto, Lao Kit Im revelou que houve mais queixas e algumas delas relacionadas com ferimentos em crianças, provocados durante o tempo que passavam nesses espaços. Face a este número, a responsável garantiu que todas as queixas foram investigadas e que os pais foram informados sobre a forma como as suas queixas estavam a ser tratadas, assim como das conclusões. Também presente no programa Fórum Macau, a deputada Wong Kit Cheng defendeu um reforço da formação das cuidadoras das crianças, e sugeriu que o Governo adopte um sistema de licenciamento para esta profissão. Actualmente, quem tiver cumprido o sexto ano do ensino básico pode desempenhar as funções de cuidador de crianças. Segundo os dados do IAS, é recomendado a existência de pelo menos um cuidador por cada turma nas creches, ao qual se junta um assistente de educador de infância. Sem planos Por sua vez, Lao Kit Im respondeu que apesar do IAS estar sempre disponível para ouvir as opiniões da sociedade, não há planos para introduzir o sistema de acreditação para as cuidadoras de crianças. Apesar da nega, Wong Kit Cheng considerou que a introdução do sistema de licenças pode vir a ser uma realidade, porque actualmente as pessoas que desempenham estas tarefas são cada vez mais qualificadas. “[A licença para os cuidadores] é uma tendência, como mostram os cuidadores mais recentes das creches locais, que têm habilitações académicas cada vez mais elevadas, em comparação com o passado. Temos a esperança que as suas competências profissionais possam ser cada vez melhores”, afirmou a deputada. “Devemos incentivar os responsáveis das creches a criar um sistema de avaliação para que os cuidadores tenham motivos para continuarem a apostar na sua formação,” completou. A deputada, que faz parte da Associação das Mulheres, mencionou também que, nos últimos anos, o IAS tem realizado formações para cuidadores em conjunto com as associações locais. “Acho impressionante que no passado os cuidadores apenas tivessem como habilitações académicas o ensino primário”, reconheceu. “Como agora as habilitações dos cuidadores são mais elevadas e há mais formações, as competências profissionais são melhores e os pais têm mais confiança nas creches”, acrescentou. Por outro lado, Wong Kit Cheng considerou que os subsídios atribuídos pelo Governo às creches podem ser aumentados, para melhorar as instalações existentes e haver uma maior retenção dos trabalhadores.
Nunu Wu Manchete SociedadeEdifício do Lago | Azulejos voltam a soltar-se e a cair O diferendo entre os moradores e o empreiteiro do projecto de habitação económica mantém-se com a proposta para substituir os azulejos por mosaicos e tinta a ser recusada Os azulejos instalados no Edifício do Lago, um dos projectos locais de habitação económica, voltaram a soltar-se e a cair. Este tem sido um problema crónico de uma construção marcada por vários defeitos. A queda aconteceu no dia 24 de Dezembro de manhã, em alguns andares do bloco 2 do Edifício do Lago. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, vários moradores deixaram a esperança de que seja possível um acordo entre o empreiteiro e os condóminos, para avançar com um plano de recuperação das partes danificadas. “Quando cheguei à porta da minha casa, todos os azulejos do corredor do espaço comum estavam no chão, partidos, e só vi o reboco na parede. Desejo que o empreiteiro possa recuperar o espaço, de acordo com a aparência do prédio na altura em que começamos a ocupar as casas”, afirmou um morador de apelido Ng. O residente recordou ainda que no final do ano passado, face à queda crónica dos azulejos, que o empreiteiro propôs uma alternativa: a substituição dos azulejos por mosaicos e por uma parte da parede simplesmente pintada com tinta. Porém, o condomínio recusa este plano, por considerar que o espaço ficaria com uma qualidade menor do que a inicial. Por seu turno, outra moradora, de apelido Wong, também pretende ver a situação resolvida e sublinhou que este tipo de ocorrências coloca em risco a saúde de todos, principalmente dos idosos e das crianças. “A queda de azulejos aconteceu à meia noite no meu bloco. É um acontecimento perigoso, principalmente se houver crianças ou idosos a passarem pelos corredores quando acontecem as quedas de azulejos”, indicou Wong. Segundo as informações da Direcção dos Serviços de Obras Públicas, entre Dezembro do ano passado e Março, as administrações de todos os seis blocos do Edifício do Lago recusaram as propostas de reparação dos azulejos apresentadas pelo empreiteiro. Deputados reagem Por sua vez, os deputados Leong Hong Sai e Ron Lam reagiram ao incidente, ao defender que deve ser o Governo a assumir um papel mais activo na negociação entre os proprietários do Edifício do Lago e empreiteiro. Ron Lam criticou o Executivo porque apesar de um relatório do Comissariado contra a Corrupção sobre o prédio ter indicado ser necessário uma “colaboração activa” do Governo, na prática, o resultado é muito diferente. Lam indicou que o Governo tem tido uma postura passiva, sem apontar grandes soluções para o problema dos moradores. O legislador indicou também que no caso das negociações recusadas, o Governo fez uma única proposta para instalação de novos mosaicos, que cobririam uma altura de 1,5 metros das paredes com azulejos, e que aos proprietários só era dada a opção de escolher a cor e o padrão de mosaicos. Já Leong Hong Sai, considerou que a queda de azulejos se deveu à mudança da temperatura nos últimos dias. O também engenheiro apontou que se os moradores querem manter a instalação de azulejos, o tamanho de azulejos pode ser reduzido e o desenho para a distância de lacuna entre azulejos deve ser melhorado.
Nunu Wu PolíticaRAEM, 24 anos | Associações e deputados apoiam integração da RAEM no desenvolvimento nacional Algumas das mais influentes associações locais, e alguns deputados, vincaram o seu compromisso de apoiar o Governo e ajudar na integração de Macau no desenvolvimento nacional. Em declarações alusivas ao 24º aniversário da RAEM, o presidente da Associação Comercial de Macau e deputado Chui Sai Cheong olhou para o próximo ano, quando serão comemorados os 75º aniversário do país, 25º aniversário da RAEM e organizadas as eleições para Chefe do Executivo. Em declarações ao jornal Ou Mun, Chui Sai Cheong afirmou que a Associação Comercial de Macau irá empenhar-se na concretização das metas estabelecidas no 20.º Congresso Nacional e nas instruções do Presidente Xi, assim como coordenar os trabalhos com o Governo para a realização das próximas eleições para Chefe do Executivo, “continuar a liderar o sector industrial e comercial para apoiar à execução da lei pelo Governo”. Por seu turno, a presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ho Sut Heng, garante que a associação vai continuar a desempenhar o papel de ponte entre Governo e residentes, melhorar os serviços dedicados aos operários e lançar formações que correspondam à diversificação económica traçada pelo Governo e que ajudem os trabalhadores a melhorar as suas competências profissionais. Apoio feminino Os deputados que representam a Associação Geral das Mulheres de Macau, Ma Io Fong e Wong Kit Cheng, destacaram nas suas declarações a importância da unidade e do nacionalismo. “Com o apoio do Governo Central e dos diversos sectores sociais, Macau leva adiante a tradição de patriotismo e concretiza as vantagens sistemáticas da integração no desenvolvimento nacional”, afirmam os deputados. Por sua vez a presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau, Lau Kam Leng, declarou que a associação irá concretizar o espírito do 20º Congresso Nacional, avançar com a fundação da delegação em Guangdong e o projecto do centro de serviços familiares no Novo Bairro de Macau. Já o presidente do Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau, Lao Nga Wong, garantiu que irá utilizar as vantagens da instituição para ligar o território a patriotas no Interior da China e espalhados pelo mundo, contribuindo para a “construção de Um Centro, Uma Plataforma e Uma Base, da Zona de Cooperação Aprofundada, do projecto da Grande Baía e da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’.
Nunu Wu Manchete PolíticaJogo | Poder do Povo pede aumentos salariais A associação Poder do Povo entregou ontem uma carta a Ho Iat Seng, onde se apela para que as operadoras de jogo aumentem os salários dos funcionários. A mesma associação espera que os trabalhadores não residentes sejam substituídos por residentes, e que haja uma melhor supervisão dos preços, para controlo da inflação O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, recebeu ontem das mãos dos dirigentes da associação Poder do Povo uma carta onde se exigem aumentos salariais para os trabalhadores das operadoras de jogo que têm o salário congelado desde a pandemia. O aumento pedido é na ordem dos cinco por cento. Além disso, a associação pede uma substituição dos trabalhadores não residentes (TNR) por residentes e um maior controlo dos preços dos bens essenciais e alimentares. Lam Weng Ioi, presidente da Poder do Povo, entende que é fundamental que ocorra nos próximos meses um aumento salarial nas seis operadoras de jogo dado que o Governo decidiu aumentar os salários na Função Pública no próximo ano, pelo que o sector do jogo deve seguir o exemplo. “O sector do jogo é o pilar económico predominante em Macau e já passamos o pior momento, a pandemia, mas a maioria dos funcionários continua a ter o salário congelado”, disse. Assim, a proposta de aumento por parte da Poder do Povo incide em cerca de cinco por cento, tendo em conta a taxa de inflação registada nos últimos anos, em que “houve taxas de inflação entre um e dois por cento”. “Como o Governo anunciou um aumento salarial [para funcionários públicos] de 3,3 por cento no próximo ano, as empresas do sector do jogo devem ultrapassar esta taxa. O aumento salarial deve corresponder à inflação”, defendeu ainda. Pela transparência A carta da Poder do Povo incide também sobre a velha questão da substituição dos TNR por trabalhadores residentes, apelando-se a uma maior transparência na hora de aprovação dos pedidos de contratação de trabalhadores estrangeiros. O presidente da associação citou dados do Governo que mostram já terem sido aprovados, só este ano, processos relativos a mais de 200 mil TNR, número que já atingiu os níveis de 2018 e 2019, quando o turismo em Macau estava no seu auge. Por esta razão, Lam Weng Ioi defende que o Governo deve estabelecer um limite máximo para o número de TNR em Macau, além de regular a proporção de TNR e trabalhadores residentes nos diversos sectores de actividade. A Poder do Povo foca ainda a necessidade de controlar os preços, nomeadamente dos combustíveis, transportes, telecomunicações, água e electricidade. Estes “têm de ser supervisionados pelo regime de concessão de licenças”, frisou o responsável. Lam Weng Ioi apontou também que o lucro destas concessionárias deve ser limitado, além de serem necessários mais pormenores públicos sobre a definição dos preços desses bens e serviços.
Nunu Wu Manchete SociedadeSaúde | Secretária espera que novo hospital resolva problemas crónicos Elsie Ao Ieong U defende que a contratação de médicos vindos “de todo o país” vai permitir resolver o problema da falta de recursos para tratar as doenças mais raras e criar uma base de formação profissional A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, tem a esperança que o Hospital das Ilhas venha resolver dos problemas da saúde local, principalmente no que diz respeito ao tratamento das doenças mais complicadas. O desejo foi deixado em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau. “Actualmente quando lidamos com doenças mais complicadas, recorre-se ao tratamento no exterior, uma situação que se mantém há anos”, começou por reconhecer a secretária. “Com a chegada da equipa médica do Peking Union Medical College Hospital, e dos médicos formados em várias especialidades que vêm de todo o país, acredito que a maioria dos problemas pode ser resolvido”, acrescentou. Apesar de Macau começar a oferecer mais tratamentos de saúde para os residentes, a secretária optou por destacar que Macau vai poder tornar-se um centro de formação profissional para médicos. “Creio que o nível de tecnologia de cuidados de saúde vai ser melhorado com o novo hospital. Mas, o maior benefício da vinda dos médicos especialistas a nível dos cuidados médicos de Macau é o facto de podermos ser uma base de formação”, vincou. Cuidados privados Segundo o modelo adoptado pelo Governo de Ho Iat Seng, o Hospital das Ilhas vai funcionar como uma unidade de saúde privada, com liberdade para cobrar os preços que entender. Apesar do projecto ter sido totalmente financiado com fundos públicos, os residentes só têm direito aos preços do sector público, se forem reencaminhados para as Ilhas pelos Serviços de Saúde. Também a área do novo hospital representa o dobro da disponível nos outros complexos hospitalares. Ainda assim, Elsie aponta que vai resolver as necessidades de saúde locais e defendeu o modelo. “As instalações médicas subordinadas aos Serviços de Saúde apenas têm uma área total de 200 mil metros quadrados. O projecto do hospital das Ilhas tem o dobro desse tamanho”, reconheceu. “Quando estudámos o projecto, a nossa ponderação foi aproveitar o hospital e ter como prioridade a resolução dos cuidados de saúde pelos residentes”, vincou. A nível dos serviços prestados, a secretária apontou também a medicina estética. “Na primeira fase do nosso calendário, vamos trabalhar nas áreas de serviços estéticos e exames médicos”, afirmou a secretária. “Faz parte do nosso foco na cadeia da indústria de Big Health [saúde abrangente]”, rematou.
Nunu Wu PolíticaEdifício da Creche Fong Chong vai ser entregue ao Governo O chefe do Departamento de Solidariedade Social do Instituto de Acção Social (IAS), Choi Sio Un, revelou que o terreno onde se situa a Creche Fong Chong, controlada pela Associação de Moradores da Taipa, vai ser devolvido ao Governo, no fim do ano. Segundo o jornal Ou Mun, a entrega vai acontecer depois do acidente mortal que vitimou uma bebé de quatro meses. A residente morreu quando dormia a sesta, sem que até hoje tenham sido explicadas publicamente as razões da morte, apesar do mediatismo do caso. Na sequência do episódio, foi revelado que a creche ia encerrar no final deste ano. Segundo Choi Sio Un, o Governo ainda não tem planos para o futuro do espaço, mas indicou que qualquer decisão vai ter em conta as “características do edifício” e a melhor utilidade a dar às “instalações comunitárias”. O dirigente do IAS recusou, por agora, qualquer compromisso, mas admitiu que a utilização do espaço como uma nova creche não está totalmente excluída. A Creche Fong Chong da Taipa pertence à Associação dos Moradores da Taipa, que por sua vez é subordinada à União Geral das Associação dos Moradores de Macau, uma das principais forças políticas do território. A directora do estabelecimento que começou a operar em Fevereiro de 1962 é Tang Iao Kio. Também a Polícia Judiciária abriu um inquérito à morte, mas ainda não se conhece o desfecho. Através das redes sociais, a família da bebé falecida apelou para que se fizesse justiça. Novo manual Choi revelou também que o IAS publicou um manual com as orientações padrão para operar creches no território, um trabalho que resultou de uma colaboração com a Faculdade de Educação da Universidade de Macau. De acordo com as informações avançadas, o manual cobre aspectos como a gestão administrativa, segurança, instalações ambientações entre outras. Segundo o IAS, foi exigido às creches subsidiadas que sigam os critérios previstos no manual. Actualmente, 10 das 41 creches subsidiadas elaboraram o manual operativo interno de acordo com as orientações do IAS. Choi Sio Un indicou que a cooperação com as restantes 31 instituições vai continuar para que todas implementem as regras exigidas. Além disso, o responsável frisou que o IAS envia inspectores regularmente às creches subsidiadas para avaliar e rever os procedimentos que se considera ser necessário melhorar.
Nunu Wu SociedadeAssociação diz que habitação pública dilui efeito de isenção fiscal O presidente da Associação de Agentes Imobiliários de Macau, Chris Wong, entende que a capacidade dos residentes para comprar casa foi consumida pela disponibilidade de habitações sociais, económicas e pelo Novo Bairro de Macau em Hengqin. Como tal, o representante do sector imobiliário prevê que a isenção do imposto de selo na compra do segundo imóvel de habitação não irá melhorar o mercado privado, uma vez que existe oferta suficiente de fracções construídas pelo Governo. Num artigo de opinião publicado ontem no jornal do Cidadão, Chris Wong afirmou que, até à passada terça-feira, as candidaturas à habitação económica deste ano apenas totalizaram 2.700, quando existem 5.415 fracções disponíveis. O facto de este ser o primeiro ano em que a oferta de casas públicas suplantou a procura é algo salientado pelo dirigente associativo. Chris Wong indicou ainda que foram vendidos cerca de mil apartamentos no Novo Bairro de Macau, na Ilha da Montanha, e está estimado que o volume de vendas ultrapasse os 3 mil milhões de renminbis, com os proprietários que já têm um imóvel em Macau a serem os principais compradores. Facto que não irá tornar mais eficaz a isenção do imposto de selo na dinamização do mercado imobiliário. Adeus, selo O dirigente da Associação de Agentes Imobiliários de Macau realça também que o rácio dos empréstimos hipotecários para aquisição de habitação será de 70 por cento a partir do próximo ano, e que os potenciais compradores terão de pagar um valor maior da entrada. Estes factores já levaram os promotores de empreendimentos a reduzir os preços para atrair clientes, criando mais um empecilho à dinâmica do mercado. Admitindo que a população de Macau pode encarar as isenções fiscais como um incentivo à especulação imobiliária, Chris Wong defende que esta deve ser alargada à aquisição do terceiro e mais imóveis.
Nunu Wu Manchete PolíticaTrabalho | Pedida revisão de valores de indemnizações por acidentes Lam Lon Wai argumenta que o aumento dos salários ao longo de dez anos não acompanhou a subida dos custos da saúde, muito menos a inflação. Como tal, defende a revisão das leis que estabelecem compensações por acidentes de trabalho sejam revistas, assim como os seus limites e factores de avaliação Desde o início 2010 até hoje, os valores das compensações atribuídas por seguros na sequência de acidentes de trabalho ou doenças profissionais foram revistos apenas duas vezes através de despachos do Chefe do Executivo, apesar do aumento progressivo dos custos da saúde e de vida. Com estes dois aumentos, os limites subiram, desde 2010, apenas 8 por cento. Algo que Lam Lon Wai considera manifestamente insuficiente pelo que sugere revisões anuais e uma reforma legal que actualize leis com quase três décadas que regulam as indemnizações devido a acidentes de trabalho e doenças profissionais. Numa interpelação escrita divulgada ontem, o deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) recorda que no mês passado, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa, o secretário Lei Wai Nong prometeu que o Governo iria continuar a melhorar as leis e regulamentos da área do trabalho, incluindo a fixação de limites das indemnizações face ao desenvolvimento social. Como tal, o deputado pergunta ao Governo se na próxima revisão legal, além de ajustar os limites mínimos e máximos das compensações, irá contabilizar factores como o aumento do custo de vida e da saúde, a inflação, e a taxa anual de acidentes de trabalho. Preencher lacunas O deputado dos Operários menciona também que frequentemente se registam discrepâncias entre os dias de recuperação que resultam da perícia médica, os concedidos pelo empregador e os pagos pela seguradora, levando a disputas judiciais e conflitos. O mesmo pode acontecer no cálculo da indemnização de um trabalhador que fique incapacitado na sequência de um acidente de trabalho, ou mesmo o cálculo da incapacitação. Neste capítulo, Lam Lon Wai defende que o Governo deveria criar um mecanismo de apoio às vítimas de acidente de trabalho, ou às famílias em caso de morte e com incapacitação grave, de forma a proteger os interesses e direitos dos trabalhadores. Lam Lon Wai termina a interpelação enviada ao Governo apelando a uma atitude proactiva que evite o recurso as estas leis. “A prevenção é, muitas vezes, a melhor forma de resolver as questões da segurança e saúde no trabalho. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais tem planos para melhorar a legislação e a regulamentação em matéria de segurança e saúde no trabalho para responder às necessidades sociais”, questiona o deputado.
Nunu Wu Manchete SociedadeZona A | Entrega de habitação económica pode começar em 2025 Os três prédios de habitação económica na Zona A dos novos aterros cujo período de candidatura terminou em 2020 deverão estar concluídos no próximo ano e a entrega das chaves pode arrancar em 2025. Ainda assim, o secretário para os Transportes e Obras Públicas apela à paciência porque a zona ainda parece um “estaleiro” Os três edifícios destinados à habitação económica que estão a ser construídos na Zona A dos novos aterros podem estar prontos no próximo ano, indicou ontem o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. À margem da cerimónia da tomada de posse de Iam Lei Leng como presidentes do Instituto de Habitação, Raimundo do Rosário fez um ponto de situação sobre os edifícios para cujas fracções as candidaturas abriram em 2019, com a atribuição das casas decidida a meio de 2020. O governante adiantou que, em princípio, haverá condições para começar a entregar chaves para os apartamentos em 2025, mas apelou à calma dos candidatos escolhidos para estas habitações. “A distribuição das fracções pode começar no início de 2025. Vamos decidir os preços brevemente e dar início aos procedimentos, como a assinatura dos contratos e a entrega das chaves, mas precisamos de tempo. Mas as pessoas deviam ter paciência, porque a Zona A é um enorme estaleiro e as condições de habitabilidade ainda não são as melhores”, indicou o governante. Raimundo do Rosário acrescentou que devido às muitas obras de construção em curso na Zona A, a qualidade do ar é má, com muitas poeiras no ar e sugeriu aos vencedores do concurso às habitações económicas que não tenham pressa em ocuparem os novos apartamentos. “Mas se não se importarem com as condições, podem ocupar as fracções depois de receberem as chaves”, ressalvou o secretário, citado pelo canal chinês da Rádio Macau. Cidade nova Ho Iat Seng sublinhou durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa que irá manter a quantidade de fracções de habitação económica planeada para a Zona A dos novos aterros pelo Governo de Chui Sai On, “por se tratar de um pilar para a estabilização do mercado”. Assim sendo, está prevista a construção de 28 mil fracções de habitação pública e 4.000 de habitação privada na Zona A. A questão foi levantada por vários actores políticos e académicos na sequência do arrefecimento do mercado imobiliário e da descida da procura. Em relação ao concurso para habitação económica cujo período de candidatura está agora em vigor, até ao dia 27 de Dezembro, Raimundo do Rosário revelou que o número de candidaturas é de 1.800, o que indica um “leve declínio” em comparação com o concurso lançado em 2021. Face à questão se estaria a ponderar prolongar o prazo de candidatura, o governante indicou que ainda estava a pensar no assunto.
Nunu Wu Manchete PolíticaHospital das Ilhas | Nick Lei pede transparência no recrutamento O Governo da RAEM pagou, mas ninguém sabe os critérios adoptados para recrutar pessoal para o novo Hospital das Ilhas. O espaço vai ser gerido pelo Hospital Peking Union, que anunciou os procedimentos de contratação e os contratados, sem explicar critérios ou publicar classificações de candidatos O deputado Nick Lei questiona os procedimentos de contratação de pessoal médico para o Hospital das Ilhas e revelou ter recebido queixas sobre procedimentos “pouco transparentes”. O assunto foi abordado pelo membro da Assembleia Legislativa ligado à comunidade de Fujian através de uma interpelação escrita. Segundo o deputado, o processo a está a gerar queixas de candidatos, que apontam falta de transparência no preenchimento das vagas num hospital construído com o dinheiro da RAEM, mas que vai ser explorado pelo Hospital Peking Union, entidade do Interior. “Alguns candidatos queixaram-se que o aviso de recrutamento, publicado no fim de Outubro, nunca anunciou os critérios de selecção de médicos e funcionários. Em meados de Novembro, quando a lista de entrevistados foi publicada também não constam as pontuações dos respectivos candidatos, ao contrário do que é prática”, indica o deputado. “Estes procedimentos não são vistos como transparentes”, acrescentou. Nick Lei questiona assim como é possível contratar cerca de 400 pessoas para uma das maiores infra-estruturas pagas com dinheiro da RAEM, sem o nível mínimo de transparência. “Com este tipo de contratação, como se garante a igualdade de condições de acesso e oportunidades para todos os candidatos, como está previsto no estatuto do pessoal do Hospital das Ilhas?”, pergunta. Nick Lei quer assim que o hospital explique as razões para não publicar os métodos de selecção e os resultados dos candidatos. O deputado apela também para que o hospital reveja e melhore as práticas do recrutamento ao nível de transparência, como considera que deve ser exigido em Macau. À espera de informações O deputado recordou também que no final de Novembro a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong afirmou que iam ser contratados 50 funcionários nas áreas do direito e administração médica para o hospital. Contudo, até ontem, não havia informação sobre estes procedimentos de contratação, pelo que Nick Lei quer saber como vão avançar. Na interpelação escrita, o legislador afirma que o “Hospital das Ilhas é o maior complexo médico em Macau” e que vai disponibilizar “muitos cuidados médicos especializados”, apontando os exemplos dos tratamentos oncológicos e centro de estética médica. Face a este cenário, acredita que vai ser necessário contratar muitos profissionais, embora o número total seja desconhecido. Na interpelação é pedido ao Governo que faça uma estimativa sobre as necessidades totais de mão-de-obra.
Nunu Wu Manchete PolíticaHabitação intermédia | Ella Lei continua a questionar suspensão A deputada Ella Lei continua a exigir justificações ao Governo sobre as razões que levaram à suspensão temporária do projecto da habitação intermédia na avenida Wai Long. Numa interpelação escrita, a deputada afirma duvidar dos argumentos já apresentados pelo Governo Ella Lei, deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), continua a não estar convencida com os argumentos apresentados pelo Governo para não avançar, para já, com a construção da habitação intermédia, destinada à classe média, e pensada para um terreno na avenida Wai Long. Após ter colocado questões sobre o mesmo assunto nos últimos debates sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG), a deputada voltou a interpelar o Executivo por escrito, questionando a necessidade de se obter um “consenso” e fazer mais estudos para construir as casas intermédias, ideias deixadas tanto pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, como por Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas. “Quanto ao consenso sobre a habitação intermédia, a taxa de apoio [para o projecto] chegou quase aos 92,6 por cento, com base no relatório final da consulta pública sobre o plano de habitação para a classe sanduíche publicado em Abril de 2021. Conforme o Estudo sobre a Política de Habitação para Fins Residenciais da Região Administrativa Especial de Macau, são requeridas 5400 e 10100 fracções deste tipo de habitação para 2025 e 2030. A decisão quanto ao plano de habitação intermédia foi concluída tendo em conta os estudos e inquéritos feitos na altura”, apontou. Para Ella Lei, a população questiona a relação entre a suspensão temporária deste projecto habitacional com a pouca procura pelas casas de habitação económica, um dos argumentos usados pelo Governo para não avançar já com as obras na avenida Wai Long. “O Governo sempre disse que a habitação económica e intermédia são casos diferentes, que a primeira tem uma natureza pública, enquanto a habitação intermédia se destina ao mercado privado. Então qual é a relação entre a decisão de suspender a habitação intermédia e a procura pela habitação económica? O Governo não explicou”, apontou a deputada. Nada a ver Para Ella Lei, estas são duas áreas habitacionais cujas políticas não se devem misturar, destacando que o número de candidatos às casas económicas não deve constituir um factor influenciador para o avanço do projecto da habitação intermédia, uma vez que aqueles que ficam de fora dos critérios de acesso à habitação económica esperam para poder adquirir uma habitação intermédia. Assim, a deputada exige que o Governo apresente os estudos que servem de referência sobre as verdadeiras necessidades da população, nomeadamente da classe média, quanto às casas intermédias. Na mesma interpelação, Ella Lei pede também um relaxamento dos critérios para o acesso às casas económicas, a fim de permitir que candidatos a título individual possam candidatar-se a um T2. De frisar que o Governo já esclareceu que está a pensar alterar a lei para criar um mecanismo de candidaturas permanentes a este tipo de habitação. A deputada exige ainda que se faça uma avaliação à densidade populacional e necessidades de construção de espaços verdes e recreativos na zona A dos novos aterros, pois já existem mais terrenos sob domínio do Governo e as tendências da procura pela habitação económica mudaram nos últimos anos.
Nunu Wu Manchete SociedadeZhuhai | Crime passional faz quatro mortos, um deles uma criança No sábado passado, uma residente, o seu filho e namorado foram assassinados à facada pelo ex-companheiro da mulher, que se suicidou de seguida. O crime aconteceu em Zhuhai, onde a residente morava. As autoridades da cidade vizinha apontam para razões passionais Um homicídio macabro foi ontem revelado pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, à margem da apresentação do balanço da criminalidade referente ao terceiro trimestre do ano. Segundo a informação avançada pelo governante, no passado sábado um homem assassinou à facada a ex-namorada, o seu filho, de 9 anos de idade e o novo companheiro. O múltiplo homicídio aconteceu por volta do meio-dia de sábado, na entrada do prédio onde moravam a mulher e o filho, ambos residentes da RAEM, com o actual namorado da vítima, no distrito de Xiangzhou, em Zhuhai. Os três acabaram por falecer na sequência de ferimentos com arma branca desferidos pelo ex-namorado da residente, que viria a suicidar-se após cometer os homicídios. As autoridades policiais de Zhuhai suspeitam de que se trate um crime passional. Segundo informação avançada por média da cidade vizinha, três corpos foram encontrados ao pé do elevador no lobby do prédio. Pouco tempo depois, o edifício foi selado quando acorreram ao local agentes da polícia e quatro ambulâncias. Nas redes sociais foi partilhada uma fotografia alegadamente das três vítimas num cenário de filme de terror, com sangue espalhado por todo o lado. Chamada de morte “O caso aconteceu ao meio-dia de sábado. As autoridades policiais de Zhuhai informaram-nos imediatamente e pediram ajuda para a investigação. Como as autoridades de Zhuhai ainda estão a investigar os contornos do caso, só poderemos divulgar, para já, poucos pormenores. Além disso, os detalhes da investigação estão a cargo das autoridades de Zhuhai”, indicou ontem Wong Sio Chak. “É uma tragédia por motivos passionais, segundo indícios recolhidos na investigação preliminar”, acrescentou o secretário. Tanto o namorado que vivia com a residente, como o homicida são cidadãos chineses. Entretanto, o Governo da RAEM entrou em contacto com a outra filha da vítima. “Sabemos que a residente não tem familiares em Macau, mas tem uma filha, mais velha do que a criança que morreu, que está a estudar no Interior da China. Já lhe ligámos para a informar do que se passou”, contou o secretário para a Segurança. Além disso, a Polícia Judiciária contactou a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude no sentido de disponibilizar apoio psicológico aos colegas de escola do menino assassinado. Poucas horas após o anúncio de Wong Sio Chak, as autoridades policiais do distrito Xiangzhou, em Zhuhai, publicaram um comunicado sucinto sobre o caso.
Nunu Wu Manchete SociedadeTurismo | Agnes Lam sugere a criação de pacotes familiares Agnes Lam considera que o Governo deve ter em conta as tendências do turismo e adaptar a oferta. Uma das lacunas que destaca é a falta de produtos turísticos dedicados à família. A ex-deputada justifica a posição citando estatísticas nacionais que revelam que a larga maioria dos turistas são jovens interessados em tempo de qualidade com os filhos A ex-deputada e académica Agnes Lam partilhou ontem no Facebook uma publicação a sugerir uma “receita” para a indústria do turismo, que basicamente passa pela adaptação à actualidade. Uma das sugestões é a atenção dos operadores e Governo ao crescimento do turismo ligado à família, com produtos que promovem interacções familiares e acesso a conteúdos didácticos para crianças. A ex-deputada cita um estudo que analisa as tendências de consumo de turismo, em particular face à popularidade recente do turismo de cidade. O estudo realizado pela empresa chinesa Kurundata indica que a maioria dos turistas chineses que faz turismo citadino, 59,6 por cento, são mulheres. Além disso, mais de 40 por cento são pessoas casadas e com filhos. Outro dado estatístico, destacado por Agnes Lam no estudo “Percepções sobre a psicologia de consumo e tendências de consumo dos jovens que escolhem City Walk”, é que 59 por cento destes turistas têm licenciatura e rendimentos mensais médios de 10.860 renmenbis. A ex-deputada sublinha que actualmente, mais de 70 por cento dos turistas que visitam Macau são do Interior da China e que a proporção de visitantes que chegam com visto individual continua a aumentar, face à proporção de excursionistas. Ler os tempos Face a estes dados, Agnes Lam afirma que as tendências de consumo no Interior da China apontam para o aumento das viagens individuais para passeios citadinos, sem trajectos planeados ou guias turísticos. Nesse aspecto, o consumo familiar é um dos pontos que não deve ser esquecido pelas autoridades e operadores turísticos. Agnes Lam cita o estudo e recomenda ao Governo que tenha em atenção que estes turistas gastam dinheiro durante as escapadelas citadinas em livros de divulgação científica, materiais escolares, conteúdos pedagógicos, culturais e criativos, brinquedos e lembranças de exposições. A ex-deputada refere que Macau deveria aproveitar os recursos museológicos ricos e recomendou que o Centro de Ciência, o Museu Marítimo e o Museu de Macau como possíveis polos de atracção turística.
Nunu Wu Manchete SociedadeMetro Ligeiro | Barra pode ser hub para turismo comunitário Com a abertura da estação da Barra do Metro Ligeiro a uma semana de distância, um membro do Conselho dos Serviço Comunitários sugere que a Barra sirva de plataforma para os turistas visitarem as partes menos conhecidas da cidade. Dirigente dos Kaifong pede correspondência de tarifas entre Metro Ligeiro e autocarros No próximo dia 8 de Dezembro, o Metro Ligeiro irá chegar à península, com a abertura da estação da Barra. O membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, Chan Ngoi Chon, considera que a ligação de Macau à Taipa através do Metro Ligeiro não só acrescenta uma alternativa para a rede de transportes públicos do território, como acrescenta um novo elemento à indústria do turismo. Nesse sentido, o também dirigente da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau acredita que a Barra pode ser um hub de turismo para vários pontos da cidade, através dos autocarros do Centro Modal de Transportes da Barra. A ideia é desviar o fluxo de turistas das zonas mais populares para os bairros comunitários. Em declarações ao jornal Ou Mun, Chan Ngoi Chon sugeriu, por exemplo, que sejam afixadas publicidades nas estações do Metro Ligeiro a promover os bairros comunitários, e apontou que o comércio local deveria concentrar-se em oferecer produtos característicos dos bairros, dirigidos às novas gerações de forma a revitalizar as economias comunitárias. Porém, o conselheiro questiona se a abertura da estação do Metro Ligeiro na Barra não irá potenciar o caos do trânsito da zona, já afectado pelas obras da Estação Elevatória de Águas Pluviais e Drenagem no Sul do Porto Interior. Como tal, o responsável apelou às autoridades para terem em consideração o impacto na vida dos residentes da zona sul do Porto Interior e para planearem com cuidado a gestão do tráfego da zona. Pedido de equivalência Por sua vez, o chefe do gabinete da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong) na zona sul, Chang Ka Wa, voltou a dar eco a um pedido antigo: a equivalência entre as tarifas do Metro Ligeiro e os autocarros, ou seja, que quem sai de um transporte possa entrar no outro com o mesmo bilhete, como acontece nos autocarros. Além disso, pediu ao Governo para ponderar a introdução de descontos na transferência de transportes e acrescentar a possibilidade de pagamento electrónico através de aplicações móveis. O dirigente dos Kaifong acrescentou ainda que a localização da primeira estação do Metro Ligeiro em Macau é excelente, por estar perto de pontos turísticos como o Templo de A-Má, o Lago Sai Van, a Torre de Macau e até a zona da Almeida Ribeiro. A proximidade do terminal da Barra que liga por ferry o sul da península a Coloane é outro trunfo que, na óptica de Chang Ka Wa, pode ser aproveitado para divergir os turistas dos pontos mais populares.
Nunu Wu Manchete SociedadeIAS | Mais vagas para crianças com necessidades especiais O número de vagas nos quatro centros de apoio e tratamento para crianças com necessidades especiais vão aumentar de 360 para 450. O Instituto de Acção Social indica que as necessidades de terapia da fala para crianças têm aumentado nos últimos anos, colocando pressão nos recursos humanos O chefe do Departamento de Solidariedade Social do Instituto de Acção Social (IAS), Choi Sio Un, revelou ontem que os serviços de apoio e tratamento a crianças com necessidades especiais vão ser alargados. Actualmente, existem quatro centros em Macau que oferecem este tipo de serviços e, segundo avançou o responsável ontem à margem da conferência da Federação Asiática sobre Deficiência Mental, as vagas totais vão aumentar de 360 para 450, de forma a corresponder ao aumento da procura destes serviços. O aumento das vagas deve-se à relocalização do Centro de Formação Inicial – “Kai Chi” da zona da Guia para a Ilha Verde, para instalações com maior capacidade. Este centro, subordinado à Associação de Apoio aos Deficientes Mentais de Macau, presta apoio a crianças até 3 anos com necessidades especiais. Entre os serviços mais solicitados pela população, o responsável do IAS destaca a terapia da fala cujo aumento de procura colocou pressão nos recursos humanos. Nesse sentido, Choi Sio Un indicou que o mercado poderá contar no futuro com novos terapeutas licenciados na Universidade Politécnica de Macau, que serão suficientes para colmatar a procura de profissionais da área. Saber cuidar O responsável do Departamento de Solidariedade Social traçou ainda um panorama geral do estado dos serviços prestados a crianças até aos 6 anos com dificuldades especiais, mostrando-se satisfeito com a qualidade e a cobertura, alargada ao apoio profissional no domicílio. Em relação ao subsídio para cuidadores, Choi Sio Un realçou que foi muito importante que o apoio passasse a ser permanente, eliminando o stress das famílias que necessitavam de renovar anualmente a candidatura ao subsídio e deixa de haver prazo limite para apresentar candidatura. De momento, mais de 180 pessoas recebem o subsídio para cuidadores, número que o IAS espera manter-se estável, uma vez que os requisitos para a atribuição do apoio vão permanecer os mesmos.