Testes | Pedida redução do preço para trabalhadores

O deputado Nick Lei queixa-se do preço do teste de ácido nucleico, que considera elevado, e pede que seja seguido o exemplo de Zhuhai, onde os custos dos testes individuais são de 13,5 renminbis

 

Nick Lei considera que está na altura de o Governo voltar a reduzir o preço dos testes, que diz continuar a ser muito mais caro do que no Interior. A posição foi tomada numa interpelação escrita, divulgada ontem pelo Jornal do Cidadão.

Segundo o legislador ligado a Fujian, além dos testes serem um mecanismo de prevenção da covid-19, tornaram-se num “bem necessário”, uma vez que são exigidos para que os residentes possam atravessar as fronteiras. Por isso Nick defende que esta medida, “depois de quase três anos de pandemia”, está a aumentar o custo de vida dos residentes, principalmente daqueles que vivem em Zhuhai e trabalham ou estudam em Macau. “Afectadas por diferentes surtos, Zhuhai e Macau estão repetidamente a encurtar o prazo de validade dos resultados do teste de ácido nucleico, o que faz com os cidadãos tenham de fazer cada vez mais testes, o que aumenta ainda mais a pressão sobre o seu custo de vida”, justificou.

Lei critica ainda o Governo de Macau, porque não acompanha o exemplo da cidade vizinha, onde o preço foi novamente reduzido. “Um teste com uma amostra individual em Zhuhai não custa mais do que 13,5 yuan, e se for uma amostra com várias pessoas, o preço não vai além dos 2,8 yuan por pessoa”, indicou.

“Em contraste com Macau, apesar do preço do teste ter sido reduzido de 180 patacas, no início da epidemia, para as actuais 45 patacas, o custo continuar a ser muitas vezes mais caro do que em Zhuhai”, acrescentou.

Melhor controlo

Neste contexto, Nick Lei perguntou ao Governo quais são os planos para reduzir o preço dos testes de covid-19 e qual a margem para diminuir os mesmos.

O deputado quer ainda saber se as empresas que fornecem os testes vão aumentar o número de amostras individuais misturadas em amostras múltiplas, de forma a se poder reduzir ainda mais o preço do teste.

Em vez de analisarem as amostras individuais uma a uma, os laboratórios misturam cerca de 10 amostras individuais de uma vez, para aumentarem a velocidade dos resultados dos testes. Em caso de haver algum positivo, todos os 10 testados são chamados novamente para um novo teste individual, que permite detectar quem está verdadeiramente positivo.

Face às constantes exigências da realização de testes, Nick Lei apelou ainda ao Governo para montar mais pontos de testes que funcionem 24 horas, por considerar que os actuais são insuficientes e que trazem demasiados inconvenientes à população.

1 Dez 2022

Alerta para estigma social sobre famílias com casos de suicídio

Uma assistente social da Cáritas Macau apelou à sociedade para compreender as necessidades de apoio por parte das famílias com casos de suicídio e evitar o estigma social. A mensagem da assistente Leong Ka I foi deixada em declarações ao jornal All Abou Macau.

Numa altura em que o território bate recordes de suicídios e de tentativas, ao mesmo tempo que o Chefe do Executivo se limita a reconhecer que a situação só vai melhorar com uma provável recuperação económica, Leong Ka I destacou que os casos de suicídios são cada vez mais uma fonte de pressão para as famílias do território e que é necessário saber estar atento.

Segundo Leong, o suicídio é uma situação extremamente dolorosa e prolongada, porque, além da tragédia, faz com que as famílias fiquem envolvidas durante um longo período em vários processos relacionados com o funeral e outros procedimentos, com recordações constantes do sucedido.

A juntar à perda, e aos vários transtornos, Leong Ka I apontou que outro dos grandes desafios passa pelo “estigma social” de fazer parte de uma família em que ocorreu um suicídio. “Os familiares têm de lidar com muita pressão, como por exemplo o sentimento de culpa. ‘Porque é que não consegui descobrir a tempo o que se estava a passar e impedi este desfecho?”, “Porque é que ele se sentiu tão abandonado?’, são algumas questões com que os familiares vão ter de lidar”, explicou a assistente. “Tudo isto faz com que o caminho para a recuperação dos sobreviventes seja muito longo”, afirmou.

Mudar de casa

E nos casos em que os suicídios foram cometidos em casa, as superstições levam ainda a diferentes sentimentos que podem obrigar a uma mudança. Segundo Leong Ka I, é frequente que as pessoas mais supersticiosas decidam mudar de casa, por considerarem que a tragédia pode ser uma fonte de azar.

Face a todos os sentimentos negativos do suicídio, Leong Ka I destacou a importância de as famílias procurarem ajuda e aconselhamento, no que pode ser um processo importante para a recuperação.

Por outro lado, a assistente social, apelou à sociedade para se mostrar compreensiva para com a tragédia vivida pelas diferentes famílias e mostrar-se disponível para dar o apoio necessário. Outro aspecto destacado, foi a necessidade de a comunidade compreender a tragédia do suicídio e mostrar-se mais tolerante, de forma a reduzir o grande estigma social.

Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

30 Nov 2022

Jogo | JP Morgan acredita que investidores podem regressar

Depois de um ano em que os investidores evitaram as acções das operadoras do jogo, a JP Morgan acredita que com menos restrições o cenário pode ser muito diferente no próximo ano

 

A JP Morgan acredita que em 2023 os investidores que ao longo deste ano “fugiram” das acções das operadoras do jogo podem regressar. A ideia é sustentada no mais recente relatório sobre a indústria do jogo do banco de investimento, citado pelo portal GGR Asia.

No documento, os analistas Joseph Greff, Omer Sander, Daniel Adam, e Ryan Lambert reconhecem que “até muito recentemente” as acções das operadoras tinham sido “abandonadas pelos investidores” e que em comparação com os títulos das outras operadoras de jogo e hotelaria o desempenho ficou muito abaixo da média.

Segundo o relatório, a falta de interesse tem sido motivada “pelas limitações extremas de circulação para Macau”, que são uma consequência da “política de zero casos de covid-19 da China”. Também até recentemente “os investidores estavam preocupados com os riscos associados à renovação das licenças de jogo”, incluindo a possibilidade de avultados “investimentos não económicos obrigatórios” ligados às concessões de 10 anos.

No entanto, com a revelação de atribuição das concessões provisórias para as seis operadoras já presentes em Macau, a JP Morgan acredita que “o sentimento de pessimismo extremo” desapareceu. A conclusão é sustentada com a valorização na segunda-feira das acções das operadoras, apesar de ainda não ser público o valor que cada uma das concessionárias aceitou investir nos próximos 10 anos no território

Bem prega Frei Tomás

Por outro lado, embora os analistas admitam conhecimentos limitados da política do Interior, acreditam que com base nas acções do Governo Central se está a caminhar no sentido de uma maior abertura. “Concordamos com a ideia de que se deve seguir mais as acções da China, como por exemplo o levantamento de algumas restrições, do que o discurso da China (a manutenção da política de zero de casos covid-19)”, indicam.

Ao mesmo tempo, o banco de investimento acredita que a “procura” pelo jogo em Macau “continua forte”, desde que haja condições para viajar para o território sem restrições.

Actualmente, as receitas brutas do jogo estão em valores de 10 a 15 por cento dos níveis pré-pandemia. Porém, para a JP Morgan este número mostra uma melhoria “muito gradual”, porque há uns meses as receitas não iam além de 5 a 10 por cento dos níveis pré-pandémicos.

“Pensamos que ainda há mais espaço para recuperar em 2023, particularmente no que diz respeito às receitas brutas do jogo de massas. Consideramos que as receitas de jogo podem aproximar-se de 60 por cento dos níveis de 2019, e melhorar em 2024, para cerca de 90 por cento dos níveis de 2019”, consta no relatório. “E gostávamos de pensar que estas nossas estimativas são conservadoras”, foi acrescentado.

30 Nov 2022

Jogo | Acções das operadoras valorizam face às novas concessões

Contrariando a tendência do mercado em Hong Kong, afectado pelas manifestações contra as medidas de covid-19 no Interior, as acções das concessionárias registaram ganhos. A Wynn Macau foi a que mais subiu

 

Após o anúncio dos resultados do concurso público de atribuição das novas concessões do jogo, as acções das operadoras apresentaram ganhos, na Bolsa de Hong Kong. Os títulos das operadoras norte-americanas foram aqueles que mais valorizaram, numa sessão marcada por perdas, motivadas pelas manifestações contra as medidas de controlo da covid-19 no Interior e o impacto dos surtos mais recentes.

No dia em que também se anunciou um aumento de capital, a Wynn Macau foi a operadora que mais valorizou com ganhos de 14,91 por cento para 5,01 dólares de Hong Kong por acção. No segundo lugar, surgiu a MGM China, com as acções a subirem 13,06 por cento, e a cifrarem-se em 4,76 dólares de Hong Kong.

No terceiro lugar dos ganhos situou-se a Melco International, a subir 7,77 por cento (5,41 dólares), seguida pela Sands China (crescimento de 8,88 por cento para 18,88 dólares de Hong Kong) e SJM (crescimento de 7,28 por cento para 3,39 dólares de Hong Kong).

A única empresa que não valorizou ao longo do dia foi a Galaxy, mas também não perdeu valor. As acções fecharam o dia como abriram, com o preço a cifrar-se em 42,85 dólares de Hong Kong por acção, o valor mais alto de todas as operadoras.

Em termos gerais, índice Hang Seng registou uma quebra de 1,57 por cento, chegou a cair 3 por cento durante a manhã, devido às manifestações no Interior e ao impacto dos novos surtos para a economia.

Aumento de capital

No domingo, a operadora de jogo Wynn Macau anunciou um aumento de capital de quase 4,8 mil milhões de patacas para cumprir as regras impostas às novas licenças de jogo na RAEM.

A injecção será feita na Wynn Resorts (Macau) SA, subsidiária à qual o Governo atribuiu no sábado uma licença provisória para a exploração de jogos de fortuna ou azar em casino, válida por 10 anos. A Wynn confirmou, ainda que o aumento de capital será feito “de forma a poder assinar um contrato para uma nova concessão de jogo” em Macau.

A nova lei do jogo, aprovada em Junho, sobe de 200 milhões de patacas para 5 mil milhões o capital social mínimo exigido às operadoras de casinos. Após a injecção, a participação da directora executiva da Wynn Macau, Linda Chen, irá aumentar de 10 por cento para 15 por cento. A nova lei do jogo requer que pelo menos 15 por cento do capital das operadoras de jogo esteja nas mãos de um residente permanente do território.

Também no domingo, a Sands China disse à bolsa de Hong Kong que teria de “cumprir certos requerimentos no que toca ao capital e participação social” para obter a licença de forma definitiva. Outras operadoras, incluindo a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), fundada pelo falecido magnata do jogo Stanley Ho, e a MGM China Holdings, já tinham aumentado o capital para cumprir as novas regras.

29 Nov 2022

Água | Activado plano de emergência para garantir qualidade do abastecimento

Desde 18 de Novembro, o abastecimento de água em Zhuhai e Macau foi afectado por níveis elevados de salinidade. A situação levou a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas a activar um plano de emergência

 

A seca e aumento das ocorrências de marés salgadas que entram nos rios do Interior, assim como os níveis de salinidade das águas que abastecem os reservatórios de Macau e Zhuhai levaram a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas a activar o plano de emergência contra a salinidade. A informação foi revelada na edição de ontem do Jornal Ou Mun.

De acordo com a informação divulgada, a situação que ameaçou a qualidade da água que abastece Macau e a outras cidades do Delta do Rio das Pérolas surgiu a 18 de Novembro.

Para responder à situação, as autoridades do Interior optaram por um plano que passa pela circulação da água por 13 reservatórios, antes de chegar a Macau. Segundo as autoridades, no dia 19 de Novembro, os recursos hídricos começaram a ser concentrados em três reservatórios. Quando estes acumularam um certo nível de salinidade, a água fluiu para outros reservatórios, mais perto de Macau e de Zhuhai, de forma a garantir que a água mantinha um baixo nível de concentração de sal.

A água voltou a ser acumulada neste segundo nível de reservatórios, e quando voltou a atingir níveis aceitáveis, a 22 de Novembro, voltou a fluir para outros reservatórios, à semelhança do que tinha acontecido na primeira fase do plano.

Ainda de acordo com a informação do jornal Ou Mun, apenas na quinta-feira passada as bombas que recolhem água para abastecer Macau e Zhuhai conseguiram captar água com níveis de salinidade aceitáveis para o fornecimento das populações.

Mais uma vitória

Com o plano de emergência da Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas, as autoridades do Interior conseguiram resolver um problema que se prolongou durante cerca de sete dias. Além da seca, um dos aspectos que mais contribui para o aumento da salinidade das águas dos rios é a criação de aterros. Com a acumulação de areia para fazer aterros, a água salgada do mar tende a invadir o leito dos rios, fazendo com que também nestes o nível de salinidade aumente.

As autoridades do Interior consideram que o plano de emergência foi executado com sucesso devido à “resposta atempada” e aos “esforços conjuntos”. No entanto, a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas prometeu aumentar a supervisão em vários pontos do rio, ao mesmo tempo que vai aumentar a retenção de águas da chuva para acudir a situações de emergência. Segundo o jornal Ou Mun, a comissão destacou que o fornecimento de água de qualidade é essencial para o desenvolvimento socioeconómico das populações situadas no Delta do Rio das Pérolas.

29 Nov 2022

Tribunal | Li Canfeng responsabiliza Chui Sai On por projecto do Alto de Coloane

Acusado dos crimes de sociedade secreta e de corrupção, entre outros, Li Canfeng aconselhou o tribunal a convocar Fernando Chui Sai On e Raimundo do Rosário, para ficar a par de todo o processo que envolveu o projecto no Alto de Coloane

 

Li Canfeng responsabilizou o ex-chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, pelo projecto de habitação no Alto de Coloane, em 2014. As declarações foram feitas no primeiro dia do julgamento em que o ex-director das Obras Públicas reponde por um crime de sociedade secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, e vários crimes de corrupção e branqueamento de capitais.

No âmbito dos alegados crimes praticados, um dos projectos em causa é a construção de torres residenciais no Alto de Coloane. Apesar das obras não terem avançado, em 2014, o Governo focou os seus esforços para que fossem obtidas as licenças de construção necessárias.

Na sexta-feira, Li Canfeng foi questionado pelos procedimentos e respondeu que se a juíza pretendesse obter respostas tinha de convocar o ex-chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, que “coordenou pessoalmente” o dossier.

De acordo com o portal All About Macau, Li Canfeng revelou também que depois de ter assumido o cargo de director das Obras Públicas, em 2014, lhe foi atribuída como principal missão o recomeço do projecto, “tão depressa quanto possível”.

No entanto, a juíza Lou Ieng Ha, que também está a julgar o caso Suncity, não gostou das respostas e avisou o arguido que apenas estava “a enrolar”, sem se pronunciar sobre o que estava a ser questionado. Lou afirmou ainda que o aspecto principal do caso passa por Li estar a ser acusado de ter ligações comerciais com vários empresários, que alegadamente terá beneficiado, enquanto director das Obras Públicas. Li negou ter beneficiado qualquer empresário.

Quanto à detenção de 1 por cento do capital social de uma empresa que controlava o terreno C8 dos Lagos Nam Van, o ex-director das Obras Públicas confirmou o facto, mas recusou ter obtido qualquer benefício, apontando apenas ter ajudado “numa recolha de fundos”. Li Canfeng afirmou ainda que “todas as pessoas” que rodeavam Chui Sai On fizeram o mesmo, incluindo o/a então subdirector/a dos Serviços de Turismo, cujo nome não mencionou.

Convidado por Chui

A escolha de Li Canfeng para o suceder a Jaime Carion, que também é arguido neste processo, em 2014, foi controversa. Na altura, Li era conhecido devido ao depoimento durante o julgamento do ex-secretário para os Transportes e Obras Pública, Ao Man Long, quando apresentou várias falhas de memória. Entre a comunidade chinesa ficou conhecido como “o director amnésia”.

A escolha foi altamente questionada e o diferendo público entre Chui Sai On e Raimundo do Rosário adensou a polémica. Num primeiro momento, Chui afirmou que Raimundo do Rosário tinha indicado o nome. Porém, o macaense recusou esse cenário, num primeiro momento, para depois afirmar que Li tinha sido “uma escolha do Governo”.

Na sexta-feira, Li contou que o convite partiu de Chui Sai On, ainda antes de formar o seu segundo Governo, e que começou logo a trabalhar. Na altura, o convite foi aceite, mesmo não sabendo Li que posição iria assumir.

Encontro a três

Segundo o relato do jornal All About Macau, Li Canfeng contou ainda que no primeiro dia como director das Obras Públicas teve uma reunião com Fernando Chui Sai On e Raimundo do Rosário. Nesse encontro foi-lhe indicado pelo então Chefe do Executivo que o projecto no Alto de Coloane era para “ficar terminado rapidamente”.

Após essas indicações, Li Canfeng admitiu ter atribuído grande importância ao projecto, mas negou ter pressionado os subordinados. O ex-director contou que apenas se limitou a contar aos subordinados, que o Chefe do Executivo estava a prestar muita atenção ao projecto e que esperava que ficasse concluído rapidamente.

Ainda assim, devido à pressão da sociedade, Li apontou que projecto ficou suspenso, para mais tarde ser recomeçado, por iniciativa de Chui Sai On, que “coordenou pessoalmente” os trabalhos.

“A Meng Wanzhou de Macau”

Durante a primeiro dia de julgamento, Li Canfeng esteve a falar da sua relação com o empresário Ng Lap Seng. Num dos momentos mais marcantes do dia, Li comparou Ng a Meng Wanzhou, a filha do proprietário da empresa Huawei, que esteve detida três anos no Canadá. “Ng Lap Seng é a Meng Wanzhou de Macau”, afirmou Li. Em causa, está o facto de Ng ter cumprido pena de prisão nos Estados Unidos durante três anos, devido a acusações de corrupção relacionados com a construção de um centro da ONU em Macau.

28 Nov 2022

Jogo | Atribuídas concessões provisórias às actuais operadoras

O Executivo liderado por Ho Iat Seng decidiu atribuir as novas concessões do jogo às actuais operadoras de jogo, deixando a empresa GMM de fora. A MGM China conseguiu a pontuação mais alta das vencedoras

 

O Governo anunciou a atribuição de licença provisória de jogo às seis operadoras presentes no território. A decisão foi anunciada no sábado, numa conferência de imprensa em que o presidente da comissão do concurso público para a atribuição de concessões para a exploração de jogos de fortuna ou azar, André Cheong, afirmou que ficou de fora a concorrente “sem experiência de exploração de jogo”.

Num despacho publicado em Boletim Oficial, no mesmo dia, e por ordem de classificação, cujos critérios de avaliação nunca foram esclarecidos, constam os nomes de MGM Grand Paradise, Galaxy Casino, Venetian Macau, Melco Resorts (Macau), Wynn Resorts (Macau) e SJM Resorts.

Numa conferência de imprensa, marcada com pouca antecedência e em que várias perguntas ficaram sem resposta, André Cheong destacou que as candidatas escolhidas “oferecem compromissos e condições mais vantajosas para assegurar o emprego local, abrir mais fontes de clientes e visitantes e permitir a exploração de elementos não-jogo, correspondendo aos objectivos do Governo”.

André Cheong não quis revelar a razão que deixou o grupo Genting (GMM) de fora, realçando apenas que a empresa foi “estabelecida muito recentemente em Macau” e que “apesar de não ter experiência de exploração do jogo em Macau”, teve uma “atitude pró-activa” na participação do concurso público.

Agradecimentos vários

Minutos após o anúncio dos resultados, as operadoras começaram a reagir, destacando o compromisso em tornar Macau, como pedido pelo Governo, num centro internacional de turismo.

A Melco, de Lawrence Ho, admitiu que se “sente honrada” por ter sido escolhida e elogiou o concurso público por ter sido um processo “transparente”. A S.J.M, num comunicado em língua portuguesa, agradeceu ao Governo a “oportunidade de poder continuar a contribuir para a economia de Macau”.

Robert Goldstein, presidente e CEO da Sands China, prometeu uma empresa “comprometida com a estratégia de investimento em Macau, na sua economia, população e comunidade” não só nos próximos 10 anos, prazo da concessão, mas além desse período.

Quanto a Lui Che Woo, o presidente da Galaxy sublinhou que no futuro a concessionária vai “incorporar mais elementos inovadores” nas suas operações e utilizar a experiência para promover ainda mais Macau como um Centro Mundial de Turismo e Lazer.

A MGM China mostrou confiança no futuro do território e na “recuperação total, enquanto a Wynn Macau, em comentários ao portal GGR Asia, se mostrou mais cautelosa ao apontar que “a atribuição final da concessão ainda está sujeita à documentação final e os termos exactos do Governo de Macau”.

Soluções anti-ruptura

Conhecidos os resultados, o analista de jogo Ben Lee considerou que o Governo “decidiu contra uma grande ruptura” no concurso público para a atribuição de seis licenças para casinos, que manteve as atuais operadoras.

De fora, ficou a única nova concorrente, o grupo malaio Genting, que “tinha boas hipóteses de obter uma licença, porque tinha várias vantagens face às existentes”, disse o analista da consultora de jogo IGamix.

O caderno de encargos do concurso público contemplava exigências associadas ao reforço das actividades não-jogo e o Genting “é muito forte nos elementos não-jogo, particularmente nos parques temáticos”, sublinhou Ben Lee, apontando o sucesso do parque temático Resorts World Genting, que engloba um dos dois casinos de Singapura.

Outro analista, Alidad Tash, disse à Lusa que o Governo “usou definitivamente a Genting como um espantalho para assustar as actuais operadoras a prometerem mais investimento”. O director executivo da empresa especializada em jogo 2NT8 defendeu que o actual Executivo é “muito mais anti-jogo” do que os anteriores, mas disse acreditar que “ainda falta muito” para a região chinesa ultrapassar a dependência dos casinos. Com Lusa

26 Nov 2022

Covid-19 | Medidas de circulação na fronteira mais apertadas

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus apela aos residentes para que evitem deslocar-se às cidades de Zhuhai e Zhongshan devido aos surtos de covid-19. Testes rápidos passam a ser obrigatórios para quem atravessa diariamente a fronteira

 

Face aos diversos surtos activos de covid-19 nas cidades de Zhuhai, Zhongshan e Cantão, o Governo passou a desaconselhar deslocações, a não ser quando estritamente necessárias. As novas recomendações foram publicadas ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

“Tendo em consideração a evolução epidemiológica mais actualizada na Cidade de Zhuhai e na Cidade de Zhongshan da Província de Cantão”, o centro passou a pedir aos residentes que quando não for necessário “não se desloquem às regiões onde ocorre a epidemia”, de acordo com o comunicado de ontem.

No entanto, para os que se deslocam “entre Macau e Zhuhai com frequência” é pedido que utilizem sempre máscaras KN95 ou com padrões equivalentes, principalmente “quando apanham de autocarros públicos ou realizam actividades em locais com aglomerações de pessoas”.

Além disso, as autoridades pedem que as pessoas nunca deixem de utilizar as máscaras no outro lado da fronteira e tapem sempre o nariz com a máscara, para evitarem contágios.

Em relação ao consumo de tabaco, o comunicado especifica que “os fumadores devem fumar em locais isolados” e não devem fumar “ao caminhar”.

Foi ainda pedido que as pessoas realizem apenas deslocações entre o local de trabalho e a residência, num movimento que o comunicado do centro, num português incompreensível, define como “dar um ponto a ponto na deslocação”.

Testes rápidos

Também desde ontem, “as escolas do ensino não superior e instituições de ensino superior devem exigir que os alunos que vivem em Zhuhai e Zhongshan sejam submetidos a um teste rápido de antigénio”. O teste tem de ser feito diariamente, antes de os alunos saírem de casa e os resultados devem ser carregados na plataforma online.

Embora Macau não tenha jurisdição em Zhuhai nem em Zhongshan, o centro afirma que os alunos no Interior “só podem sair da residência desde que o resultado seja negativo”.

A distribuição dos kits com os testes rápidos vai ser feita pela Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEJ), e é gratuita para os alunos do ensino não superior. Aqueles que frequentem o ensino superior têm de pagar.

Já no que diz respeito às empresas, foram adoptadas recomendações semelhantes para os trabalhadores que atravessam diariamente a fronteira, mas os testes têm de ser adquiridos e pagos pelas empresas.

25 Nov 2022

Corrupção | CCAC revela caso de espionagem comercial

Um ex-trabalhador de uma empresa vai ser acusado dos crimes de violação de segredo e obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos por ter espiado a ex-entidade patronal, e lançado um negócio concorrente

 

O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) afirmou ter detectado um caso de espionagem comercial, de acordo com um comunicado emitido ontem. Os alegados crimes terão causado à empresa espiada, cuja identidade não foi revelada, prejuízos de cerca de um milhão de patacas.

Segundo as suspeitas, “um ex-quadro superior de uma empresa” e “um antigo subordinado” agiram em conluio “para obtenção de documentos sob segredo comercial” da empresa lesada. O objectivo passava por “facilitar a criação de uma nova empresa” concorrente, por parte do ex-quadro superior, que assim teria condições para prestar o mesmo tipo de serviços “a um preço mais baixo”.

A investigação do CCAC foi iniciada, depois de ter recebido um “caso encaminhado pelo Ministério Público”. Contudo, a entidade liderada por Chan Tsz King, afirma que “ao mesmo tempo”, recebeu uma denúncia para a alegada situação de corrupção no sector privado, sem especificar a data. Com esta conduta, a empresa de consultadoria em engenharia lesada queixa-se que terá “sofrido prejuízos superiores a um milhão de patacas”.

Caminho da reforma

De acordo com os pormenores indicados pelo CCAC, o principal suspeito, com o aproximar da altura da aposentação, terá começado a preparar-se para “criar secretamente uma empresa de consultadoria em engenharia […] que entraria em funcionamento no dia seguinte ao da sua saída da empresa”.

Com o propósito de apresentar no mercado uma companhia competitiva, começou também a tentar contratar trabalhadores da empresa para a qual ainda trabalhava.

Ainda segundo o CCAC, ao mesmo tempo que preparava a sua própria empresa, o suspeito começou a dizer “a terceiros” que estava disposto a aceitar preços mais baixos dos cobrados pela companhia em que anteriormente exercia funções. Com esta estratégia, as autoridades acreditam que o homem veio a “ficar com negócios e projectos de obras que pertenciam inicialmente” à empresa original.

Prejuízos de um milhão

A investigação das autoridades terá ainda apurado que “um secretário do ex-quadro superior” da empresa tinha conhecimento dos planos do superior e que “cooperou com o mesmo obedecendo às suas instruções, providenciando, várias vezes e através do correio electrónico da empresa em questão e de aplicações de telemóvel, diversos documentos e informações de segredo comercial”.

O ex-secretário, fora do horário de trabalho, terá também ajudado “na publicação de anúncios de recrutamento de pessoal para a nova empresa” e a concretizar os negócios, que para o CCAC resultaram na prática de “concorrência desleal”.

Os dois indivíduos são suspeitos de terem praticado, em co-autoria, o crime de violação de segredo previsto no Código Penal, que pode implicar pena máxima de um ano e quatro meses, e o crime de obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos, com uma pena máxima de um ano e quatro meses.

25 Nov 2022

Programa Espacial | Ngan Iek Hang questiona Governo

O deputado Ngan Iek Hang quer saber se o Executivo pode garantir que os jovens de Macau são enquadrados no programa espacial promovido pelo Governo Central. A pergunta faz parte de uma interpelação escrita, divulgada ontem pelo escritório do legislador, e surge na sequência das autoridades do Interior terem definido como meta integrar pelo menos um residente local como astronauta no programa espacial.

“Como podemos garantir que, no futuro, vamos contribuir para o modelo de desenvolvimento espacial nacional e cultivar quadros qualificados jovens na área aeroespacial?”, pergunta Ngan Iek Hang.

Por outro lado, o legislador perguntou como será possível criar um programa de recrutamento de jovens para o sector aeroespacial, à semelhança do que acontece em Hong Kong, mas com “características de Macau”.

Segundo Ngan Iek Hang, outra das áreas que deve ser desenvolvida no território é o “turismo espacial”. A sugestão ainda não foca as viagens ao espaço, mas antes várias exposições e locais que adoptem o Espaço como tema central. Por isso, quer saber o que está a ser feito para promover mais exposições e iniciativas que impressionem turistas e residentes.

25 Nov 2022

Concessionárias | Leong Hong Sai quer mais eventos desportivos e culturais

O deputado ligado aos Moradores está em linha com os objectivos do Governo, e pretende que as futuras concessionárias de jogo invistam e organizem mais eventos desportivos e culturais que impulsionem a economia

 

O deputado Leong Hong Sai considera que as concessionárias de jogo têm de organizar mais eventos culturais e desportivos no território, para atrair turistas e fomentar a economia local. A opinião foi publicada ontem no jornal Cheng Pou e o legislador apresentou-se como vice-presidente Centro da Política da Sabedoria Colectiva.

Segundo Leong, ao apostar na organização de eventos desportivos e actividades culturais, em cooperação com o Interior, o território vai criar mais elementos para atrair turistas.

Ao mesmo tempo, na perspectiva do deputado ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau, com mais atracções o território pode finalmente conseguir atingir reputação internacional, virada para eventos culturais e não apenas para os casinos.

Como exemplo de eventos marcantes que já se realizam no território e que podem atrair mais visitantes internacionais, o deputado apontou o Grande Prémio de Macau, a Maratona Internacional de Macau, o Torneio de Ténis de Mesa e ainda o torneio da Grande Baía de 3×3 de Basquetebol. “São todos eventos muito populares em Macau, e os residentes e turistas participam neles de forma muito entusiástica”, apontou.

Por outro lado, Leong Hong Sai indicou que estes eventos promovem a economia local, porque através dos participantes e turistas contribuem para aumentar a procura nos restaurantes e as dormidas nos hotéis.

Microfone do Governo

As exigências do deputado Leong Hong Sai foram tornadas públicas, numa altura em que se sabe que o Governo pediu às futuras concessionárias para organizarem mais eventos desportivos e culturais. No âmbito das negociações para a atribuição das futuras concessões do jogo, como revelado pela TDM – Rádio Macau na quarta-feira, foi pedido às concessionárias que invistam no principal museu de arte do território, criem um plano anual de espectáculos e convenções, recintos para concertos, espectáculos e obras de arte ao ar livre.

Na parte cultural, o Governo pediu um plano e calendário para a criação do principal museu de arte, recintos para concertos e respectivos programas. Um dos objectivos do Executivo passa por garantir que no futuro são apresentados, pelo menos, dois espectáculos internacionais por semana.

Houve também quem tivesse apresentado planos para um recinto de patinagem no gelo ou um ringue para a prática de skate ou patins em linha. Por sua vez, a Melco terá garantido que vai trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water.

25 Nov 2022

Habitação | Académica defende política do Governo

Rose Lai, académica especializada no mercado do imobiliário da Universidade de Macau, considera que o modelo criado pelo Governo com recurso a cinco tipo de habitação será suficiente para resolver os problemas de habitação em Macau. A defesa da política do Executivo foi feita num artigo publicado ontem no jornal Ou Mun.

Segundo a académica, depois da transição, com o crescimento acelerado da economia, os preços no mercado do imobiliário subiram a um ritmo muito elevado.

Com preços a aumentar, Rose Lai indicou que se tornou cada vez mais difícil para os jovens terem acesso a habitação própria, o que também foi motivado pela falta de terrenos, que permitissem a construção de mais prédios.
Face a esse cenário, explicou Lai, nem a possibilidade de fazer mais aterros pareceu contribuir para resolver o problema.

Contudo, a académica entende que a conciliação de esforços e a apresentação de mais classes de habitação pública, com a criação das casas para a classe intermédia e as habitações para idosos, vão agora resolver um problema que se arrasta há anos.

Segundo a especialista, o modelo com habitação social, económica, intermédia, para idosos, e ainda com o recurso ao mercado privado, que copia algumas das soluções adoptadas em países do estrangeiro, vai cobrir todas as necessidades da sociedade.

24 Nov 2022

Orçamento | Au Kam San questiona estimativas de receitas do jogo

O ex-deputado considera “muito baixas” as hipóteses das receitas do jogo atingirem os estimados 130 mil milhões de patacas, devido ao novo ambiente no Interior, crise económica e o valor elevado do imposto do jogo

 

O ex-deputado Au Kam San considera que as previsões do Governo sobre as receitas do jogo para o próximo ano levantam muitas dúvidas e que as hipóteses de se concretizarem são muito baixas. A posição foi tomada na terça-feira e ontem, através de duas publicações nas redes sociais.

Desde que Ho Iat Seng está no cargo de Chefe do Executivo o Governo tem estimado todos os anos que as receitas brutas do jogo vão ser de 130 mil milhões de patacas. O valor tem sido mantido ao longo dos diferentes orçamentos, apesar de nunca corresponder à realidade. Com os efeitos das medidas de combate à pandemia a fazerem-se sentir, o melhor registo foi obtido no ano passado com 86,86 mil milhões de patacas. Também este ano, até Outubro, as receitas brutas não foram além dos 35,72 mil milhões de patacas, naquele que vai ser o pior ano desde o surgimento da covid-19.

No seguimento destes dados, o ex-deputado acha difícil conseguir entender as bases para uma estimativa que se apresenta como optimista, até pela mudança do contexto político no Interior face ao jogo em Macau.

“Desde que fomos atingidos pela pandemia, as receitas do jogo caíram para 60,4 mil milhões de patacas, em 2020, e nos anos mais recentes têm ficado pelas dezenas de milhões de patacas”, apontou. “Mas, mesmo que os efeitos da pandemia terminem quantos milhares de milhões a indústria do jogo pode valer?”, questionou.

Au justificou as suas dúvidas: “Na verdade, temos de ter em conta que o cenário anterior mudou, devido à revisão do artigo 303 da Lei Criminal do Interior, que tornou impossível trazer jogadores VIP do Interior a Macau para jogar”, afirmou. “E os casinos de Macau tinham uma grande dependência deste tipo de jogadores, que contribuíam com cerca de metade das receitas do jogo”, adicionou.

A falácia internacional

Au Kam Sam considerou ainda pouco provável que a indústria de Macau tenha as condições necessárias para atrair jogadores vindos dos mercados internacionais, como Europa e Médio Oriente.

“Para sermos realistas temos de entender a lógica dos proprietários dos casinos ou empresas do jogo. Será que essas pessoas preferem trazer um grande apostador do Médio Oriente para Macau, ou preferem levá-lo para jogar em Las Vegas ou Monte Carlo?”, questionou. “Não nos podemos esquecer que em Macau o imposto sobre o jogo é 35 por cento, o mais alto do mundo. Se um grande apostador perder 10 milhões de patacas, o Governo fica logo com 3,5 milhões de patacas”, respondeu. “Em termos puramente empresariais, faz sentido que prefiram não trazer os jogadores para Macau”, acrescentou.

Por outro lado, Au Kam San considera também que os efeitos das medidas de covid zero se vão prolongar durante o próximo ano, ao mesmo tempo, que a economia chinesa atravessa uma das piores crises dos últimos anos.

Estes dois factores em conjunto vão contribuir para afectar o jogo de massas, que deverá continuar em valores reduzidos, face aos períodos pré-pandémicos, quando as receitas totais do jogo, incluindo o segmento de apostares VIP e de massas, era de 290 mil milhões de patacas.

24 Nov 2022

Concessões | Governo exige museu e plano de espectáculos a operadoras

A Melco prometeu trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water. Para corresponder às exigências do Executivo em relação aos componentes não-jogo, as propostas apresentadas incluíram um recinto de patinagem no gelo e um ringue para skate e patins em linha

 

O Governo pediu às futuras concessionárias do jogo que criem o principal museu de arte do território, um plano anual de espectáculos e convenções, recintos para concertos, espectáculos e obras de arte ao ar livre. Alguns dos pedidos que surgiram no âmbito das negociações entre o Executivo e as empresas candidatas às concessões foram revelados ontem, pela TDM-Rádio Macau.

De acordo com a emissora pública, os representantes das concessionárias reuniram pela última vez com os membros da comissão do jogo na segunda-feira, e agora vão aguardar pela atribuição provisória das concessões. Segundo os prazos apresentados anteriormente pelo Governo, as novas concessões entram em vigor no início do próximo ano.

Na parte cultural, o Governo pediu um plano e calendário para a criação do principal museu de arte, recintos para concertos e respectivos programas. Um dos objectivos do Executivo passa por garantir que no futuro são apresentados, pelo menos, dois espectáculos internacionais por semana.

Houve também quem tivesse apresentado planos para um recinto de patinagem no gelo ou um ringue para a prática de skate ou patins em linha. Por sua vez, a Melco terá garantido que vai trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water.

A apresentação de diversões temáticas de nível internacional e organização de passeios marítimos temáticos, foi outro dos pedidos feitos pelo Governo liderado por Ho Iat Seng.

Investimento de 100 mil milhões

Anteriormente, foi revelado que o plano de investimentos das futuras concessionárias deve rondar os 100 mil milhões de patacas divididos por todas as concessionárias. Porém, o valor pode ser superior, uma vez que a comissão, durante as negociações, pediu às candidatas que aumentassem os valores.

A Galaxy e a Venetian chegaram a acordo com valores que devem ultrapassar 50 mil milhões de patacas, os outros concorrentes podem atingir valor idêntico.

Concluídas as negociações, a comissão do concurso elabora um relatório em que apresenta a selecção das propostas que considera mais vantajosas para a RAEM. Só depois o Chefe do Executivo decide se adjudica todas as concessões ou se opta por fazer as adjudicações em número mais reduzido.

Todas as empresas do jogo actualmente a operar em Macau apresentaram propostas, ou seja, Sands China, SJM, Wynn Macau, Galaxy, MGM China e Melco. A estas juntou-se a GMM Limitada, uma empresa ligada a Lim Kok Thay, presidente do grupo Genting.

24 Nov 2022

Zhuhai | Novo caso positivo com trabalhador em Macau

Um homem de 60 anos, que vive no Interior e trabalha em Macau, foi diagnosticado com covid-19. O empregado de uma empresa de limpeza tinha estado a trabalhar nos hotéis MGM Macau e Galaxy

 

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou que foi detectado mais um caso de covid-19 em Zhuhai, relacionado com Macau. De acordo com o relato divulgado ontem, trata-se de um residente do Interior que esteve a trabalhar nos casinos MGM Macau e Galaxy, no Cotai.

A informação foi transmitida às autoridades de Macau pelas congéneres de Zhuhai, local onde o homem de 52 anos vive e testou positivo. Segundo os dados apresentados, o homem foi testado nos dias 18, 19 e 20 de Novembro, com os três testes a registarem resultados negativos. Contudo, na segunda-feira, já depois de ter estado em Macau a trabalhar, fez mais um teste para poder atravessar a fronteira e o resultado foi positivo.

Em Macau, o homem, que trabalha para Companhia de Serviços de Ying Nong, esteve no dia 20 de Novembro no Lion Club, no segundo andar do casino MGM Macau, na Península, a fazer limpezas. No dia seguinte, o local de trabalho foi a terceira fase do casino Galaxy, segundo o comunicado, de dois parágrafos, que demorou mais de cinco horas a ser traduzido do chinês para português.

Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, os dois locais estão encerrados ao público, pelo que as medidas adequadas estão ainda a ser equacionadas.

Além destes locais de trabalho, o homem limitou-se a apanhar os transportes públicos para de deslocar entre a fronteira e os dois casinos.

Testes negativos

Também ontem, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus revelou que os testes relacionados com o caso de covid-19, ligado a uma turista do Interior, diagnosticado a 19 de Novembro, foram todos negativos.

“Ontem (dia 21), durante as 24 horas, foram recolhidas amostras de um total de 107.405 pessoas nas zonas-alvo e nos postos regulares de testes de ácido nucleico, tendo todos os resultados sido negativos”, pode ler-se no comunicado.

Depois do diagnóstico do caso de 19 de Novembro, o Governo ordenou às pessoas que estiveram mais de meia hora nos mesmos locais que a turista que realizassem quatro testes em cinco dias.

Caso os indivíduos não realizem os testes, conforme as exigências, os seus códigos de saúde serão convertidos na cor amarela no dia seguinte. O código verde só pode ser restabelecido após a realização de teste com o resultado negativo. Quem não apresentar código de cor verde, pode ser proibído de frequentar espaços públicos e forçado a ficar em Macau, mesmo contra a sua vontade. Esta medida tem sido justificada com a missão do Executivo de evitar infecções em outros países.

23 Nov 2022

Ou Mun | Ho Iat Seng recebeu Fundo presidido por Tina Ho

O Chefe do Executivo reuniu na segunda-feira com o Fundo de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun, que tem como presidente de direcção Tina Ho, na sede do Governo. A irmã de Ho Iat Seng não compareceu ao encontro, e o fundo fez-se representar por Lok Po, vice-presidente da Assembleia Geral do Fundo de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun.

Durante o encontro, Ho Iat Seng e Lok Po falaram do evento Marcha de Caridade Para Um Milhão, que segundo o comunicado do Gabinete de Comunicação Social irá prestar “apoio aos pobres e às pessoas com dificuldades”.

O Chefe do Executivo concordou com o organizador devido à opção de realizar o evento em formato online, ao invés da tradicional caminhada, que costumava contava com a participação de várias companhias, como a empresa junket Suncity. A opinião do Chefe do Executivo foi justificada com o que encarou como a atribuição da “prioridade aos trabalhos de prevenção pandémica”.

Ho Iat Seng acrescentou ainda “que o governo da RAEM vai continuar a apoiar esta actividade histórica” e “desejou votos de sucesso e apelou a toda a sociedade para participar”.

Por sua vez, o vice-presidente da Assembleia Geral do Fundo de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun, Lok Po, indicou ainda que o Fundo tem mantido os seus objectivos originais, apoiando as famílias com dificuldades económicas.

23 Nov 2022

Saúde | Ron Lam pede esclarecimentos ao Governo devido a cortes

Ron Lam considera que o Executivo irá proceder a cortes na saúde e educação e não ficou convencido com as explicações dadas por Ho Iat Seng durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa. Assim sendo, o deputado pediu informações adicionais ao Executivo

 

O deputado Ron Lam ficou insatisfeito com as informações prestadas por Ho Iat Seng, durante a sessão de perguntas e respostas relativas às Linhas de Acção Governativa, e exigiu mais esclarecimentos ao Governo. Em causa está o que o deputado considera como cortes na despesa com a saúde e a educação.

Na área educativa, o legislador apontou que analisando o orçamento para o próximo ano, em comparação com os últimos três anos, os apoios sociais para alunos do ensino não superior estão congelados.

Este é um cenário que o deputado considera incompreensível, ao sublinhar que nos últimos 14 anos o valor aumentou sempre, mesmo no período da crise financeira de 2008 e durante a campanha anti-corrupção do Interior de 2015, que afectou um terço das receitas do jogo. Por isso, Ron Lam indicou que o “recorde” da Administração de Ho Iat Seng passa por ter sido o primeiro Governo, nos últimos 14 anos, a congelar os apoios sociais na área da educação.

Ao mesmo tempo, e para criticar o que encara também como um desinvestimento, o deputado destacou que o número de estudantes por turma aumentou nos últimos anos de 25 para 35, o que no seu entender mostra que há cada vez menos recursos disponíveis por aluno.

Face a estes dois cenários, Ron Lam pediu esclarecimentos adicionais ao Governo, e pediu as estatísticas detalhadas sobre o número de alunos, gastos, proporção de professores e alunos, entre outras, que considerou não ter recebido nas respostas de Ho Iat Seng

Questão de saúde

Ainda segundo a análise do deputado, a proposta de orçamento da RAEM para o próximo ano faz com que as despesas com a saúde dos residentes tenham um corte de 14 mil milhões para 12,3 mil milhões, cerca de 12 por cento.

Também na sessão de perguntas e respostas, Ho Iat Seng recusou que iria proceder a cortes na saúde. De acordo com as palavras do Chefe do Executivo, a diminuição do orçamento prende-se com a conclusão das obras do Edifício da Especialidade, no Hospital Conde São Januário. Como o prédio ficou concluído no ano passado, houve despesas que deixaram de ser incluídas no PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração) e foram transferidas, este ano, para o orçamento dos Serviços de Saúde.

Agora, como o edifício está concluído e preparado, deixa de haver necessidade de continuar o investimento, pelo que as despesas foram eliminadas. Por isso, Ho recusou a tese que aponta a redução do dinheiro gasto com a saúde dos cidadãos, e argumentou que tal não terá impacto na vida da população.

Também em relação à saúde, Ron Lam não ficou convencido e pediu mais dados, uma vez que considera que o investimento até devia ser aumentado, face ao envelhecimento populacional registado em Macau.

23 Nov 2022

Covid-19 | Pessoas vindas do Interior forçadas a fazer teste de ácido nucleico

A exigência de realização de um teste ao segundo dia de permanência no território aplica-se às pessoas que entraram na semana passada. O Governo pede também às pessoas que vão ao Festival de Gastronomia que não tirem a comida, talheres e temperos das bancas, e esperem para ser servidas pelos funcionários

 

As pessoas que cheguem a Macau vindas do Interior estão obrigadas a fazer um teste de ácido nucleico no segundo dia após a entrada, numa medida que se aplica a quem entrou desde o dia 17 de Novembro. A exigência foi anunciada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, depois do surgimento de vários casos de infecção por covid-19 no território, importados de Cantão.

Face a esta exigência, as pessoas que entrem vindas do Interior e que não façam o teste de ácido nucleico no segundo dia, após a entrada, arriscam-se a ficar com o código de saúde com a cor amarela ou a vermelha.

Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, se as pessoas não tiverem feito o teste, ao terceiro dia o código fica com a cor amarela. A partir do quarto dia, a cor muda para vermelho, o que impede essas pessoas terem acesso a qualquer tipo de bem de primeira necessidade, uma vez que não podem entrar em qualquer espaço.

Apesar de ter entrado ontem em vigor, a medida aplica-se a quem entrou em Macau a partir de 17 de Novembro, ou seja, quinta-feira da semana passada. As pessoas que tiverem realizado qualquer tipo de teste de ácido nucleico desde a entrada em Macau, e garantido que passaram dois dias após essa entrada, não precisam de repetir o procedimento.

Apelos gastronómicos

Também o Gabinete de Comunicação Social (GCS) emitiu ontem material publicitário com “instruções” para as pessoas interessadas em participar no Festival Internacional de Gastronomia, que decorre até 4 Dezembro. O material de publicidade tem como título “não esquecer a prevenção epidémica ao apreciar a gastronomia”.

Entre as recomendações, consta que as pessoas devem “evitar as horas de maior afluência nos espaços de gastronomia”, “efectuar a medição de temperatura corporal, a leitura do código QR do local e exibir o Código de Saúde à entrada”, e “manter frequentemente a distância mínima de 1 metro entre pessoas”.

Além disso, o GCS pediu aos cidadãos para usarem “a máscara durante a permanência no local, excepto durante as refeições” e que se “evite tirar a comida, temperos e talheres, recomenda-se que sejam os funcionários a fornecer”.

Vacinas | Lotes para crianças chegam ainda este mês

Os Serviços de Saúde garantiram ontem vão chegar a Macau ainda este mês as vacinas bivalentes contra a covid-19 e as vacinas para crianças com idades entre 6 meses e 4 anos de idade. As vacinas bivalentes são compostas por dois componentes, alargando a capacidade imunológica e protecção contra as variantes mais recentes do novo tipo de coronavírus.

“Em resposta à situação epidémica da variante Ómicron da covid-19, o Governo da RAEM já adquiriu vacinas bivalentes de mRNA (BioNTech) contra as variantes BA.4 e BA.5 da Ómicron. De acordo com as informações, este tipo de vacina é aprovado temporariamente para utilização de indivíduos com idade igual ou superior a 12 anos, como dose de reforço”, referiu o organismo liderado por Alvis Lo.

Por enquanto, os Serviços de Saúde não recomendam a utilização do novo lote para “o esquema vacinal completo da série de vacinação inicial”.

Em relação à vacina da mRNA, para crianças entre 6 meses e 4 anos, as autoridades de saúde indicam que tem a mesma “forma farmacêutica” da dos adultos, ou seja, é uma “vacina monovalente de mRNA da estirpe original, mas a dose da inoculação para crianças é inferior à usada nos adultos”.

Infecção | Familiar de turista testa positivo

Uma mulher de 58 anos, familiar da turista que testou positivo no fim-de-semana, foi diagnosticada ontem com covid-19. Segundo avançou ontem à tarde o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, a turista proveniente da província de Jiangsu havia sido classificada como pessoa de contacto próximo e estava em quarentena desde a madrugada de sábado.

Situação que levou as autoridades a concluir que “o risco de transmissão comunitária decorrente deste caso positivo é relativamente baixo”. De acordo com o valor do CT, que mede a carga viral, as autoridades declararam que a infecção estará na fase inicial e acrescentaram que a paciente não manifestou sintomas. A turista foi encaminhada para isolamento e tratamento médico no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane.

Dez casos de Covid-19 em Zhuhai e Zhongshan

No último domingo, Zhuhai e Zhongshan registaram em conjunto dez casos de covid-19. Segundo os comunicados das autoridades de saúde das zonas vizinhas, ambos lados tiveram quatro casos assintomáticos, e ainda um caso com sintomas. Além disso, o distrito Doumen, de Zhuhai, lançou testes nas zonas-alvo ontem. A vila Tanzhou, em Zhongshan, começou ontem de manhã o controlo de transporte temporário, proibindo a saída das pessoas da vila, a não ser que tinham assuntos urgentes para saírem. A restrição em Tanzhou tinha uma duração planeada de um dia.

Macau regista mais quatro casos importados do estrangeiro

No Domingo foram registados quatro casos de covid-19 importados, de pessoas que vieram com idades entre os 32 e 63 anos, provenientes da Austrália e do Canadá. A informação foi revelada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Todos os infectados negaram ter histórico de infecções em situações anteriores. Até ao final de domingo, tinham sido registados 2.694 casos de covid-19 em Macau, entre os quais 796 casos confirmados e 1.898 casos de infecção assintomática.

22 Nov 2022

Coutinho preocupado com buracos e tampas de esgoto nas estradas

O José Pereira Coutinho está preocupado com a situação das estradas no território, devido aos buracos e tampas de esgoto, e quer saber como o Governo vai melhor a situação. A posição foi tomada através de uma interpelação escrita, divulgada pelo membro da Assembleia Legislativa.

De acordo com o deputado, “em Macau, é público e notório” que o asfalto está “deteriorado” e tem muitos “remendos pessimamente executados nas vias públicas”, pelo requere atenção.

“O colapso do revestimento asfáltico das ruas é diário, e agrava-se após as chuvas, muito provavelmente devido à utilização de má qualidade do material asfáltico, bastando uma chuvada para o desaparecimento do asfalto e o surgimento de buracos”, considerou Coutinho. “Os buracos nas vias públicas causam enormes transtornos aos autocarros, automóveis e são um perigo constante para os motociclistas que podem ser ‘engolidos’ pelos buracos escondidos pelas águas das chuvas”, alertou.

Além disso, o membro da Assembleia Legislativa foca os “prejuízos” para motoristas e pedestres que resultam “dos buracos ou irregularidades em vias públicas”. Neste aspecto, o deputado pretendem que os afectados sejam “indemnizados proactivamente pelos serviços competentes”.

Como melhor?

José Pereira Coutinho quer assim saber que medidas vão ser tomadas pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) para “mudar o cenário de pavimentação das vias públicas” e nivelar as estradas, tendo em vista principalmente a instalação das tampas de esgoto.

Ao mesmo tempo, o deputado aponta ser necessário rever vários factores, como a “composição da massa asfáltico, o índice de compactação do asfalto a espessura e a densidade das camadas pavimentadas e os tipos e qualidade dos materiais aplicados”.

A nível das obras nas estradas, o legislador quer saber como é que o IAM vai “reforçar e melhorar a fiscalização dos trabalhos de pavimentação, tapagem dos buracos e detecção e resolução dos problemas das poças das águas estagnadas por deficiente pavimentação”.

Finalmente, ainda em relação às tampas de esgoto, o deputado pergunta porque estão dão desniveladas e qual a razão de haver tantas tampas tão próximas umas das outras.

22 Nov 2022

Treinos Livres | Alexandre Imperatori foi o mais rápido no primeiro dia de prova

O senhor Macau está de regresso e em grande nível, mas Alexandre Imperatori foi o mais rápido no dia em que os principais concorrentes dos GTs estiveram a esconder o jogo. Na F4, Bei Siling proporcionou o acidente do dia

 

Edoardo Mortara (Audi R8 LMS) regressou a Macau em grande ritmo, foi o mais rápido na primeira sessão de treinos livres e dominou grande parte da segunda sessão. No entanto, quando tudo apontava para que ficasse no topo da tabela dos tempos, acabou por ser suplantado pelo compatriota Alexandre Imperatori (Porsche 911 GT3 R), que corre com uma licença de Hong Kong.

Em todas as categorias, o dia serviu principalmente para tirar as medidas ao traçado e tratar das afinações dos carros e motos, a pensar nas qualificações, agendadas para o dia de hoje.

A Taça GT, que promete as corridas mais interessantes do fim-de-semana, não foi excepção e os pilotos até conseguiram rodar durante longos períodos, sem interrupções. No duelo entre os construtores germânicos, Mortara com um tempo de 2:19.841 foi o mais rápido na parte da manhã. À tarde o cenário aparentava repetir-se, mas Alexandre Imperatori (Mercedes AMG GT3) fez uma volta com o tempo de 2:18.760 e bateu Mortara por 31 centésimos.

No entanto, o primeiro dia também mostrou que tanto Maro Engel (Mercedes AMG GT3) como Raffaele Marciello (Mercedes AMG GT3) estão a rodar perto do tempo dos pilotos da frente.

Os resultados devem ser encarados com cautela, uma vez que os pilotos tendem a esconder o jogo, para evitar serem prejudicados pelo BoP (Balance of Performance), ou seja, as restrições aplicadas para a organização para nivelar os diferentes carros.

Acidente do dia

Sem a emoção das outras provas, a Fórmula 4 destacou-se pelo acidente do dia, ainda na parte da manhã. Numa primeira sessão de treinos livres marcada pelo facto de a maioria dos pilotos não terem conseguido realizar uma volta rápida, o protagonista foi Bei Siling.

Logo na primeira volta rápida, o chinês perdeu o controlo do Mygale SARL M14-F4, na curva do Mandarim, e embateu forte no muro. O piloto saiu ileso do impacto, mas o carro ficou muito danificado, pelo que não é certo que seja possível repará-lo a tempo de participar no restante fim-de-semana.

Na parte da tarde, o local Andy Chang foi o mais rápido, ao rodar em 2:30.188, com Charles Leong, que tenta chegar à terceira vitória nesta categoria, a quedar-se pelo terceiro lugar com um tempo de 2:30.338.

Huff a melhorar

Em relação à Taça de Carros de Turismo, a grande estrela presente é Rob Huff (MG5 XPower TCR) e o britânico fez um dia em crescendo. Depois de uma primeira sessão em que não conseguiu fazer uma volta lançada, na parte da tarde subiu para segundo, a 97 centésimos de Zhang Zhi Qiang (Lynk & Co 03 TCR), piloto que dominou o dia e fez o tempo de 2:35.822.

Por sua vez, Rodolfo Ávila (MG5 XPower TCR) fez o sexto melhor tempo na parte da manhã e apesar de ter melhorado em quase dois segundos o registo na parte da tarde, não conseguiu melhor do que o 10.º posto, a quase três segundos da frente. Ontem, os pilotos da MG depararam-se com problemas na direcção assistida, que tem falhado.

Kostamo foi o mais rápido nas motas

Erno Kostamo (BMW S1000RR) foi ontem o piloto mais rápido na única sessão do dia do Grande Prémio de Motos, com um tempo de 2:31.069. Numa sessão em que os pilotos puderam realizar várias voltas, o finlandês ficou à frente de Robert Hodson (Kawasaki ZX10RR), com uma diferença de 3,529 segundos, e de David Datzer (BMW S1000RR), com uma vantagem de 5,504 segundos.

Numa sessão que ficou marcada pelo facto de não haver acidentes, o português André Pires (Honda CBR 1000 RR SP) conseguiu o sexto melhor tempo, ainda assim a quase 7 segundos do mais rápido. Hoje, as motos são a primeira categoria a sair para a pista, com a primeira sessão de qualificação agendada para as 7h30. A segunda sessão está agendada para as 12h30.

Testes todos os dias para equipas e pilotos

Desde ontem, com o surgimento de mais casos em Zhuhai, que os pilotos e as equipas que participam o Grande Prémio estão obrigadas a fazer um teste diário de covid-19. A informação foi revelada às 9h ontem pelos organizadores às equipas, e implica uma redução da validade do resultado dos testes de 48 horas para 24 horas. No entanto, ao contrário de outras pessoas envolvidas no evento, os pilotos e as equipas têm um centro de testes que podem utilizar.

O centro está localizado no segundo andar do Terminal Marítimo do Porto Exterior, funciona até sábado e abre às 5h da manhã. Na parte da manhã, o horário de funcionamento prolonga-se até às 10h. Depois da pausa de almoço, o centro funciona entre as 15h e as 20h. Os pilotos e as equipas não precisam de pagar os testes, ao contrário dos cidadãos normais fora dos grupos chave, que pagam até 45 patacas.

18 Nov 2022

Habitação | Outubro foi o mês do ano com mais transacções

O registo das vendas no projecto Praia Park, em Seac Pai Van, fez disparar o número de transacções imobiliárias durante o mês de Outubro. Em comparação com o ano passado, o número caiu para metade

Com um total de 417 transacções de habitação, Outubro foi o melhor mês do ano a nível do mercado imobiliário. Os números foram impulsionados pelo aumento das vendas em Coloane, onde se registaram 184 transacções, devido ao projecto Praia Park.
Segundo os dados da Direcção de Serviços de Finanças (DSF), no décimo mês do ano registaram-se 417 transacções a um preço médio de 111.397 patacas por metro quadrado. Estes dados contrastam com o mês de Março que tinha sido o melhor mês do ano até Outubro, quando ocorreram 350 transacções, a um preço médio de 93.641 patacas por metro quadrado.
Coloane foi a área onde se registaram mais transacções, 184 a um preço médio de 133.103 patacas por metro quadrado. As fracções vendidas tinham em média cerca de 78 metros quadrados.
Estes números foram impulsionados pelo projecto Praia Park, em Seac Pai Van, onde na segunda quinzena de Outubro se registaram 176 das 184 vendas em Coloane. Tendo em conta a média do preço e da área, as casas nesta zona são vendidas por cerca de 11 milhões de patacas.
Em contraste com Outubro do ano passado, este ano houve mais 168 transacções em Coloane, visto que em Outubro de 2021 o número não tinha ido além das 16 transacções. Também no ano passado, o preço médio tinha sido de 91.711 patacas.
As restantes vendas aconteceram na Península de Macau, com 179 transacções, e Taipa, com 54 casas. Os preços médios de venda foram 90.497 patacas por metro quadrado e 88.322 patacas por metro quadrado, respectivamente.

Quebra de 50 por cento
Apesar dos sinais de recuperação em Outubro, segundo os dados da Direcção de Serviços Financeiros, nos primeiros 10 meses do ano o número de transacções teve uma quebra de 50 por cento.
Até Outubro deste ano, houve 2.582 transacções, e o último mês foi o único em que as vendas ficaram acima das 400 unidades. No ano passado, também até Outubro tinha havido um total de 5.102 transacções.
Os dados indicam também que em 2021 o mercado tinha outra vitalidade, uma vez que apenas em Fevereiro e Outubro o número de transacções ficou abaixo das 400 unidades.
O número de transacções está a descer ao mesmo tempo que sobe o número de fracções desocupadas. Segundo os dados da Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em Junho de 2021 havia 21.000 casas inabitadas em Macau. O número subiu para 22.222 em Junho deste ano.

18 Nov 2022

Lei Wai Nong diz que reality show vai mostrar sucesso de “Um País, Dois Sistemas”

Um reality show que recorre a celebridades para mostrar ao Interior o sucesso do princípio “Um País, Dois Sistemas” em Macau. Foi desta forma que o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, comentou o novo programa televisivo do grupo China Media Group intitulado “Viagem de duas vias em Macau”.

“A partir de diferentes ângulos, o programa demonstra a história de sucesso de Macau sob ‘Um País, Dois Sistemas’, mostrando de forma global e multifacetada Macau como um Centro Mundial de Turismo e Lazer, para que o público possa ver uma Macau colorida e diversificada, tendo um conhecimento mais completo e renovado da cidade”, afirmou Lei Wai Nong.

A cerimónia de lançamento do novo programa decorreu ontem, no Auditório do Edifício Chi Un da Universidade Politécnica de Macau, e o governante associou o princípio político ao facto de se permitir em Macau a fusão de várias culturas.

Na visão do secretário para a Economia e Finanças, o novo programa tem um formato “muito popular entre os espectadores do Interior da China” e vai contar com “apresentadores famosos e estrelas do mundo do entretenimento”. O objectivo será mostrar às celebridades do Interior a “fusão das diversas culturas de Macau, o seu rosto singular e contornos urbanos, bem como a abundância de eventos inovadores, lazer e entretenimento, história e cultura”, através de duas vias: “rituais de vida” e celebrações”.

Agora é que vai ser

Apesar do aumento de casos de covid-19 no Interior da China e das restrições à circulação de pessoas, Lei Wai Nong aproveitou para destacar o fim da suspensão das excursões a Macau e agradecer ao Governo Central.

“A retoma do sistema de vistos electrónicos para viagens turísticas do Interior da China a Macau e de excursões de ‘quatro províncias e uma cidade’, entre outras medidas favoráveis reflectem plenamente o amor do Governo Popular Central por Macau”, afirmou. A declaração foi proferida apesar de até ontem ainda não ter chegado a Macau qualquer excursão ao abrigo do programa mencionado.

A oportunidade serviu também para Lei deixar um sinal de confiança para o futuro. “Com a estabilidade da situação epidémica no Interior da China e em Macau, prevê-se que o número de visitantes irá voltar a apresentar uma tendência de subida significativa, o que impulsionará grandemente a recuperação do turismo, e dinamizará a vida da população e a economia de Macau”, anteviu o governante.

18 Nov 2022

Grande Prémio | Pilotos de motos lamentam ausência, mas consideram quarentena proibitiva

O piloto Lee Johnston considera que a edição de 2022 do Grande Prémio de Motos de Macau vai ficar marcada como “o ano em que ninguém foi”. Apesar de lamentar não estar presente, foi desta forma que o norte-irlandês comentou, à emissora a BBC, a prova que começa esta manhã.

“Só se pode superar os pilotos que estão em prova, mas, e sem querer faltar ao respeito aos participantes, é claro que mesmo que se ganhe, esta edição vai ser sempre lembrada como aquele ano em que ninguém foi”, afirmou Johnston.

O norte-irlandês correu vários anos em Macau e tem como melhor resultado os quintos lugares alcançados nos anos de 2014 e 2019. No currículo conta ainda com uma vitória na prova TT Ilha de Man, no ano de 2019.

Sobre as razões para a ausência, Johnston apontou a exigência de quarenta de sete dias e os custos associados. “Não é viável estar longe tantos dias”, afirmou o competidor de 33 anos. “Temos de pagar a todo o staff da nossa equipa, e pagar-lhes para que estejam sete dias num hotel sem fazer nada, ainda antes do evento começar, não faz qualquer sentido”, justificou.

“Adoro aquele lugar”

Outra das ausências mais notadas do Circuito da Guia vai ser a de Michael Rutter, recordista em vitórias, com nove triunfos na prova. A última vez que Rutter venceu foi em 2019, aquando a realização do último Grande Prémio de Motos, numa prova marcada por muitos acidentes e polémica, uma vez que a classificação foi feita com base numa única volta.

À BBC, Rutter justificou que a quarentena de sete dias tornou a participação proibitiva, apesar de admitir adorar Macau. “Eu adoro aquele lugar e desejava estar lá. Mas, não conseguia estar sentado durante sete dias num quarto. Foi uma decisão razoavelmente simples”, afirmou o piloto. “Espero regressar no próximo ano”, desejou.

A edição deste ano do Grande Prémio conta com a participação de 15 pilotos, num formato com duas corridas, cada uma com oito voltas, que são realizadas no sábado, às 10h35 e às 16h10.

17 Nov 2022

Grande Prémio | Pun Weng Kun admite que organização enfrentou o “ano mais difícil”

O coordenador da Organização do Grande Prémio de Macau admite que foi difícil criar condições para a participação de pilotos internacionais na competição. Vários potenciais participantes desistiram devido à obrigação de cumprir quarentena de sete dias

 

“Foi o ano mais difícil”. Foi desta forma que o coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, Pun Weng Kun, caracterizou a preparação do evento que começa hoje e se prolonga até domingo.

Em entrevista ao Jornal do Cidadão, Pun explicou que este ano a organização teve de lidar com vários obstáculos, até porque houve sempre a intenção de trazer pilotos internacionais para participar no evento desportivo.

De acordo com o líder da organização da prova, para os potenciais participantes internacionais é incompreensível que se possa entrar em Hong Kong sem necessidade de quarentena, mas que ao mesmo tempo em Macau seja pedido um período que consideram excessivo. Este aspecto terá levado a que pilotos que numa primeira fase se tinham mostrado interessados em correr na Guia optassem por cancelar a participação.

Ainda assim Pun Weng Kun mostrou compreensão face aos pilotos que abdicaram da participação. “Não é fácil para os pilotos internacionais virem para Macau, porque além de terem de entrar num avião em que lhes é exigido um teste de ácido nucleico com resultado negativo, ainda têm de atravessar a quarentena e não podem testar positivo”, admitiu. “Só depois deste período podem, finalmente, competir”, acrescentou.

Apesar dos convites recusados, Pun destacou que 15 pilotos internacionais se mostraram disponíveis para competir no circuito da Guia.

Medidas de prevenção

Até ontem, as pessoas envolvidas no Grande Prémio precisaram de ser testadas a cada dois dias. No entanto, no caso de haver um surto local, a organização não afasta a possibilidade de o período ser encurtado, com a obrigação de ser feito um teste a cada 24 horas.

Em relação às medidas de prevenção e a eventuais surtos, que poderão afectar a prova, Pun Weng Kun revelou, ao Jornal do Cidadão, que foram preparados vários planos alternativos, com diferentes condições, para garantir que a prova vai ser realizada.

Apesar das dificuldades, o também presidente do Instituto de Desporto deixou um voto de confiança e considerou que, apesar das adversidades, o Grande Prémio de Macau vai continuar a ser o maior evento local.

17 Nov 2022