João Santos Filipe DesportoLiga de Elite | Sam Kei assume interinamente orientação da equipa Monte Carlo Os Canarinhos escolheram Sam Kei como o novo treinador que vai, assim, suceder a Cláudio Roberto. No entanto, segundo Firmino Mendonça, ainda existe a possibilidade do brasileiro regressar ao Monte Carlo, num futuro muito próximo [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]am Kei é o nome escolhido para suceder nos comandos do Monte Carlo depois do treinador Cláudio Roberto ter anunciado no Domingo de manhã, a saída do clube. A informação foi avançada, ontem, pelo presidente, Firmino Mendonça, ao HM, que explicou que solução encontrada é interina. O novo treinador, que já orientou a formação na vitória por 4-0 diante do Lai Chi, no Domingo à noite, foi escolhido entre a equipa técnica que trabalhava com Cláudio Roberto. Também por essa razão, Firmino Mendonça espera que a transição seja feita sem problemas de maior. “Não são alterações que tenham consequências graves para os objectivos do Monte Carlo. A equipa técnica já estava a trabalhar com o treinador há mais de dois anos e há uma filosofia de treino implementada, que a equipa técnica conhece bem. Também os jogadores estão cada vez mais habituados aos métodos de treino, a nível táctico e técnico”, disse o presidente do Monte Carlo, ao HM. “Considerámos que a equipa técnica tem todas as condições para tomar conta da equipa e Sam Kei vai ser o responsável máximo”, acrescentou. O treinador interino está há mais de 30 anos no Monte Carlo e já assumiu algumas vezes, ao longo deste período, o controlo da equipa principal. No entanto, tem-se dedicado na maior parte do tempo a ser o responsável pela formação. Sobre a saída de Cláudio Roberto, o presidente canarinho desdramatizou o cenário e revelou que existe a possibilidade do brasileiro regressar a Macau e ao Monte Carlo, após quatro meses. “Não ficámos tristes. Houve um acordo com ele. Existe a possibilidade dele só estar ausente de Macau durante quatro meses. Ele pode voltar ao Monte Carlo, conforme um convite que lhe foi feito. Vai depender dessa situação. É uma questão que se vai resolver no futuro”, sublinhou. Além de treinador da equipa principal, Cláudio Roberto era igualmente o homem à frente do projecto de formação do Monte Carlo. Também nesta parte do projecto do clube não se esperam grandes alterações. “Foram deixadas orientações para o clube ao nível da formação de atletas e vamos segui-las. Mas não estou à espera de um grande impacto”, afirmou o presidente da formação. Vitória por 4-0 No Domingo, já depois da hora do fecho do HM, o Monte Carlo venceu o Lai Chi por 4-0, um resultou que permitiu aos canarinhos subir ao 6.º posto da classificação, com sete pontos e a oito do líder Benfica de Macau. Por sua vez, o Lai Chi continua a ocupar o último lugar da Liga de Elite, com zero pontos. No Estádio de Macau, os marcadores de serviço foram Jorge Sin, aos 38 minutos, Miguel Noronha, aos 45, Cheang Yui, aos 78, e Cheang Hoi San, aos 85. Apesar do resultado, Firmino Mendonça admite que começa a ser difícil a equipa lutar pelos quatro primeiros lugares: “Estamos satisfeitos com a prestação do plantel. Neste momento, parece que é difícil ficar entre os primeiros quatro classificados. Portanto, o mais importante é manter-nos na Liga de Elite. Neste momento, o Monte Carlo está quatro pontos acima da linha de água e a três pontos do quarto lugar, ocupado pelo Ka I, com 10 pontos. Cláudio Roberto com projecto na China Apesar de ter estado incontactável desde domingo, Cláudio Roberto Silveira deixou o Monte Carlo para se dedicar a um projecto de futebol no Interior da China. Nesta altura, os pormenores ainda são escassos, mas durante quatro meses o treinador vai estar envolvido num projecto que, segundo o HM apurou, está ligado de forma indirecta à Confederação Brasileira de Futebol.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTerrenos | Tribunal de Segunda Instância decide contra a STDM [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) voltou a perder mais uma guerra no Tribunal de Segunda Instância (TSI), devido a um processo de reversão de um terreno. Em causa está um lote com 1.420 metros quadrados na ZAPE, na Rua de Pequim. Segundo a decisão do TSI, a partir do momento em que uma concessão provisória chega ao fim, sem ter sido tornada definitiva, deixa de interessar de quem é a culpa. A única solução do Governo passa sempre por recuperar os terrenos. “Uma vez decorrido o prazo da concessão provisória do terreno sem esta ter sido convertida em definitiva, independentemente de haver ou não culpa do concessionário, ou prévia declaração da caducidade com fundamento na falta de aproveitamento do terreno dentro do prazo fixado, verifica-se sempre a caducidade da concessão provisória”, pode ler-se na decisão assinada pelos juízes Ho Wai Neng, José Cândido de Pinho, Mai Man Ieng e Tong Hio Fong. “Nesta conformidade, existir ou não culpa no incumprimento do contrato de concessão por parte da Recorrente deixa de ser relevante para o caso concreto”, é acrescentado. Sem alternativas No recurso, a STDM defendia ainda que teria havido uma “violação dos princípio da imparcialidade” e “da boa-fé”, por parte do Governo. Porém, este foi um cenário negado pelo tribunal. A razão é simples: a lei não impõe alternativas à decisão da administração. Também na parte em que esta se queixava de não ter sido ouvida, antes de ser tomada uma decisão por parte do Chefe do Executivo, o TSI considerou o facto irrelevante: “a audiência da Recorrente [STDM] deixa de ter qualquer efeito útil, uma vez que nada pode influenciar a decisão a tomar pela Entidade Recorrida”, é considerado. O terreno em causa foi cedido à empresa ligada a Stanley Ho, em 1989, mas como a escritura não foi assinada até 1991, só nessa altura é que o prazo da concessão começou a contar. Inicialmente, o terreno estava destinado à construção de um hotel, mas a finalidade acabou por ser alterada para o desenvolvimento de escritórios, que também nunca foram construídos. Anteriormente, o TSI já tinha validado a decisão do Chefe do Executivo de recuperar à STDM o terreno com a área de 968 metros quadrados, no gaveto formado pela Estrada de D. João Paulino, Estrada de Santa Sancha e Calçada das Chácaras.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSaúde | Número de cadáveres por reclamar cresce nove vezes num ano O número de corpos por reclamar no ano passado foi de 18, o que representa um aumento de nove vezes o valor de 2016, quando apenas tinham ficado por reclamar dois corpos. A maior parte são de residentes de Macau e do Interior da China [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de cadáveres por reclamar junto dos Serviços de Saúde de Macau cresceu nove vezes de 2 cadáveres, em 2016, para 18, no ano passado. Este é um número que ganha especial relevo, devido ao facto do número para o ano de 2015 ter sido igual ao de 2016, ou seja, apenas dois corpos em cada um dos anos ficaram por reclamar. “No Centro Hospitalar Conde São Januário [CHCSJ] ficaram por reclamar: dois cadáveres em 2015, dois cadáveres em 2016 e 18 cadáveres em 2017”, responderam os SSM, ao HM, após terem sido questionados sobre o assunto. Em relação aos dados sobre os corpos não reclamados, o Governo diz que são “principalmente residentes de Macau e do Interior da China”, com uma média de idades de “43 anos”. No entanto, a proporção de corpos de pessoas com o passaporte de Macau e do Interior da China não é especificada. De acordo com a resposta do Governo, não houve assim cadáveres de cidadãos com nacionalidade portuguesa por reclamar. Este é um aumento que se regista, apesar do número de mortos ter sofrido uma quebra entre 2016 e 2017, do total de 2.248 mortos para 2.120, no ano passado. Mesmo em 2015, o número de mortos tinha sido mais reduzido, tendo ficado nos 2.002 mortos. Os números agora avançados, ajudam a explicar o aumento recente dos avisos, por parte do Governo, a apelar para que determinados cadáveres de mortos sejam reclamados. Prazo de sete dias Quando um corpo fica por reclamar o Instituto de Acção Social encarrega-se de tratar das questões ligadas ao enterro ou cremação do corpo. “Se o cadáver não for levantado pela sua família no prazo de 7 dias [após um anúncio do Gabinete de Comunicação Social], considera-se a situação como cadáver não reclamado. A Conservatória do Registo Civil é notificada e é solicitado o apoio do Instituto de Acção Social (IAS) para as exéquias de morte”, explicaram os SSM, ao HM. No entanto, quando há suspeitas de ter havido a prática de um crime, existe primeiro uma investigação. Nestes casos após o apuramento dos factos, quando a família não reclama o corpo, é o órgão judicial que pede ao CHCSJ que dê início aos procedimentos necessários, que depois passam pela notificação da Conservatória do Registo Civil e pelo IAS. Além destas situações, acontece ainda haver cadáveres não reclamados originados por mortes fetais. Neste casos, na maior parte das situações, as famílias recebem o certificado médico do óbito do feto, mas não registam a morte na conservatória, o que impede um futuro contacto. “De um modo geral, são casos de não residentes que saíram de Macau após o parto”, explicaram os SSM, ao HM.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEmprego | Deputados querem explicações sobre exigência de exames médicos a TNR Os legisladores que analisam a lei das agências de emprego vão perguntar ao Governo se existe intenção de regular a prática de exigir aos TNR a realização de exames médicos, apesar das leis serem omissas em relação a esse aspecto [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados querem que o Governo clarifique as condições em que os patrões exigem a realização de exames médicos, durante o processo para a contratação de Trabalhadores Não-Residentes (TNR). O desejo foi expresso, ontem, por Vong Hin Fai, presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que se encontra a discutir a lei da actividade de agência de emprego. “É uma prática real, mas não há uma norma que exija que o processo tenha de envolver um exame médico. Não há uma lei sobre estes exames. Queremos saber se o Governo tem a intenção de regular este aspecto algo que, talvez, possa ser feito através da lei de contratação de TNR”, disse Vong Hin Fai, ontem. “Trata-se de um exame que pode ser feito em qualquer clínica médica”, clarificou. Actualmente é comum que os patrões que contratam trabalhadores não-residentes exijam a realização de testes médicos. Porém, a lei de contratação não estipula as condições em que tal pode ser feito. A lei das agências de emprego também é omissa em relação a este o assunto. Os deputados da comissão terminaram ontem a análise do documento sobre as agências de emprego. Agora, aguardam mais duas semanas até ao final da consulta pública, para ouvirem as opiniões das empresas do sector. Contudo, as reuniões para discutir o documento com os membros do Governo só vão acontecer no final do próximo mês. Isto porque nos inícios de Março decorrem as reuniões da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e da Assembleia Popular Nacional, que contam com a participação de vários deputados de Macau. Honorários e habitação Em relação à análise da proposta da lei das agências de emprego, a comissão está preocupada com a cobrança de honorários. Segundo a proposta, as agências só podem cobrar pelos serviços de recrutamento e do tratamento das formalidades. Porém, não é claro o que acontece, quando são as próprias agências a fornecerem a habitação. Os deputados querem saber se esse serviço pode ser pago. “O artigo que define a cobrança é muito restrito. Será que as empresas podem cobrar pelo alojamento dos trabalhadores? Vamos perguntar isso ao Governo”, explicou, Vong Hin Fai. Por outro lado, os deputados estão preocupados com o facto dos trabalhadores não-residentes em Macau com vistos turísticos poderem encontrar emprego por vias alternativas, quando as agências estão proibidas de o fazer: “os trabalhadores não-residentes que ficam em Macau podem encontrar emprego através de outros meios que não as agências de emprego. Se assim for, na perspectiva da comissão, há uma área que merece aperfeiçoamento”, apontou.
João Santos Filipe China / Ásia MancheteXi Jinping | Alteração constitucional que acaba com limite de mandatos do Presidente divide opiniões Xi Jinping quer acabar com o limite de dois mandatos da presidência da China. Para o efeito, vai ser discutida na próxima sessão da APN a devida alteração à constituição. Se para uns é uma medida necessária que visa a estabilidade política, para outros trata-se de um exercício de poder, um retorno aos tempos de Mao e o fim de uma Era iniciada por Deng Xiaoping [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Partido Comunista Chinês (PCC) anunciou neste Domingo a intenção de pôr fim ao limite de dois mandatos na presidência e vice-presidência, inscrito na Constituição. Na prática, a medida abre caminho a um terceiro mandato de Xi Jinping e mesmo a um Governo por tempo indeterminado. A mudança é votada a partir de 5 de Março na sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP) Apesar das vozes que já se levantam contra e a favor da mudança à constituição, para o académico Jianwei Wang “a situação ainda não está muito clara para que possamos falar de implicações e consequências no que toca a esta decisão”, afirmou ao HM. Mas, admite, trata-se de uma estratégia que visa a estabilidade do país. Se para Deng Xiaoping era essencial a limitação de mandatos para o desenvolvimento da China, parece que agora, na inversão da situação, o argumento pode ser o mesmo. “A motivação que levou Deng Xiaoping a impor um limite de mandatos à presidência foi a abolição dos cargos vitalícios, de que Mao era um exemplo. Deng considerava que estas situações não eram benéficas para o desenvolvimento do país”, refere o Wang Jianwei. No entanto, “o limite de dois mandatos também não é necessariamente bom se pensarmos em políticas a longo termo. Não é bom para a estabilidade política”, defende o professor da Universidade de Macau. Contra a possibilidade de uma mudança para mandatos indeterminados passarem a vitalícios, Wang tem esperança de que os governantes chineses estejam a pensar num mecanismo para o efeito. A mudança à Constituição proposta por Xi Jinping pode ainda ser vista como uma medida pertinente no momento histórico actual do país. “A China está num momento crítico de desenvolvimento nacional em que precisa de uma liderança forte”, refere. Xi já anunciou que vai levar a cabo mais pacotes de reformas, nomeadamente no que respeita à abertura externa nos próximos anos. Para o académico trata-se de um momento fulcral em que é necessário ter uma “mão firme a liderar o país”. É por isso que, considera, “há muitas pessoa na China que vêm a mudança de acordo com esta perspectiva e não como negação da democracia ou da liberdade”, refere. Ninguém é insubstituível A opinião não é partilhada pelo jurista António Katchi. O professor do Instituto Politécnico de Macau é claro. “Alguém acreditará sinceramente que, se em 2023 o Xi Jinping fosse substituído, por exemplo, pelo Li Keqiang (actual Primeiro-Ministro), isso levaria, por si só, a uma mudança significativa de políticas internas e externas? Eu não acredito. Alguma mudança de estilo poderia haver, mas não uma mudança significativa de políticas”, sublinha ao HM. Sendo certo que ninguém é absolutamente insubstituível, afirma Katchi, é verdade que, “em determinadas circunstâncias históricas, aparecem certas personalidades de difícil substituição, no sentido em que a sua alteração pode ter um impacto significativo (positivo ou negativo) no país, no regime, no Governo ou nas suas políticas”. No entanto, para o académico, não será o caso de Xi Jinping. “Poderá ter sido o caso de Mao Tse Tung, mas não me parece, de todo, que seja o caso de Xi Jinping”. Já Jorge Morbey ainda não tem opinião definida quanto aos benefícios ou malefícios da medida mas não tem dúvidas de que se trata de um retrocesso no que respeita ao sistema político. “Isto vai contra o rumo do mundo, das democracias e das políticas actuais que são praticadas”, começa por dizer. No entanto, Morbey coloca desde já de lado a ideia de que a mudança constitucional tenha como objectivo a garantia de estabilidade. “Não me parece que seja para manter alguma estabilidade política. Quem conheça a história da China, desde Deng Xiaoping, sabe que o país não tem sofrido problemas de instabilidade nem problemas de quebra de crescimento”, aponta ao HM. De acordo com o comentador, poder-se-á tratar mais de “um exercício de poder”. O fim de uma Era e de uma transição pacífica de poder é a consequência real da intenção de Xi. A ideia é deixada por Eric Sautedé. O académico defende que o anúncio de Domingo já era esperado desde 2003, ano em que Xi Jinping assumiu a presidência da República Popular da China. Formalizada agora a intenção de alterar a Constituição e atribuir mandatos por tempo indeterminado ao Presidente, representa o “abandono de uma zona segura para voltar ao triunfo da ideologia”, lamenta. De vendas nos olhos “A nível internacional não terá consequências”, começa por dizer Jorge Morbey. A razão é simples e pouco feliz. “No ocidente sempre viram a China com lentes bastante coloridas.”, explica. “Aquilo que é objecto de análise crítica no ocidente não o é quando se fala de China”, lamenta o historiador. Consequentemente, sendo a mudança aprovada no próximo mês, “o ocidente não vai fazer nada, mas se isto acontecesse num país ocidental caía o Carmo e a Trindade”. António Katchi é mais radical e faz um apanhado do que considera as relações entre o ocidente e a China. “A partir de finais dos anos 70, a classe dirigente do Partido Comunista Chinês – toda ela comprometida com as atrocidades cometidas sob o comando supremo de Mao Tse Tung, ao longo das três décadas anteriores, em nome de um pretenso “socialismo” – passou-se de armas e bagagens para o lado do grande capital, procurando encontrar para si própria, e para o seu país, um lugar ao sol dentro dessa ordem capitalista mundial. Que lugar foi esse? Primeiro, o de fábrica do mundo; depois, o de grande mercado de consumo e de grande investidor à escala global”, comenta. Para o jurista, neste processo, a China transformou-se numa potência imperialista, exportando, já não só mercadorias, mas também capitais, e aumentando correspondentemente o seu peso político-militar (e a sua vontade de domínio político e militar) na arena internacional. “Os outros dois grandes pólos do imperialismo – Estados Unidos e União Europeia – estão ligados à China por uma relação que inclui dependência mútua, colaboração (cumplicidade na pilhagem global) e competição”, sublinha. “Já os países situados na periferia da ordem capitalista global estão ligados à China por uma relação que é basicamente de sujeição. Socialmente, os únicos verdadeiros inimigos do regime chinês são as classes trabalhadoras do mundo inteiro, incluindo as da própria China; ideologicamente, são-no os verdadeiros socialistas, comunistas e anarquistas e, admitamo-lo também, os verdadeiros democratas-liberais. Ora, é este o quadro geral que determina as políticas do PCC, e não qualquer pretenso “pensamento de Xi Jinping”, remata o professor do Instituto Politécnico de Macau. O acento num discurso dicotómico por parte dos Estados Unidos pode ser um dos efeitos do fim do limite de mandatos proposto por Xi. Para Wang Jianwei, “de um ponto de vista ocidental, a maioria das pessoas pensa que este não é um passo no sentido de seguir em frente mas antes um retrocesso à Era de Mao, o que também dá jeito, por exemplo, aos Estados Unidos”, refere. De acordo com o académico, o país liderado por Trump “pode aproveitar e acentuar a dualidade de políticas entre a democracia do ocidente e autoritarismo do oriente e esta mudança”. Visão interior “Penso que a curto prazo não haverá repercussões para Macau e Hong Kong”, aponta Wang Jianwei. “Os Chefes do Executivo das RAE têm mandatos limitados e esta mudança não vai levar a que as circunstâncias se transformem nem que se recorra ao exemplo da China como argumento para isso”, sublinha. O académico admite, porém, que o efeito se pode eventualmente sentir nos governos locais do continente. Mas Macau e Hong Kong não têm de seguir o exemplo, até porque “isso só levaria a mais discussões na área da política local”. De referir que os dois mandatos do Chefe do Executivo local tiveram como referência a situação no continente. Proposta necessária “De acordo com a situação, o desenvolvimento da China e as alterações recentes que o país enfrenta, a revisão constitucional que foi proposta é um reflexo do que é necessário”, disse Chui Sai Peng ao HM. No entanto, a proposta ainda vai a discussão, sendo que o deputado considera que vão estar na mesa várias opiniões. Mesmo que a alteração na Constituição vá para a frente, Chui Sai Peng ressalva que a medida não quer dizer que “o presidente Xi Jinping continue no cargo”. Já o deputado Vong Hin Fai opta por não se pronunciar para já. “Neste momento, ainda vou ter de estudar as alterações. É um tema que preciso de tempo para estudar primeiro, antes de emitir uma opinião”, disse ao HM.
João Santos Filipe DesportoLiga de Elite | Benfica de Macau goleia segundo classificado por 7-0 No jogo entre os dois primeiro classificados da Liga de Elite, as águias aproveitaram um período negro do Ching Fung e impuseram uma goleada. O resultado isola ainda mais as águias e relança a luta pelo segundo lugar [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram precisos 37 minutos para que Hugo Silva surgisse a cabecear ao segundo poste e colocasse o Benfica de Macau a vencer o Ching Fung por 1-0. No entanto, a partir desse momento, aquela que era uma das defesas menos batidas da liga deu de si e o Ching Fung acabou mesmo por ser goleado por 7-0. Antes do encontro de Sábado à noite, havia a expectativa de perceber como é que o Benfica de Macau iria actuar diante da outra única equipa sem derrotas no campeonato. No plano teórico, as águias eram claramente favoritas, mas no campo o resultado poderia ser outro. Todavia, a resistência do Ching Fung ao Benfica de Macau durou 37 minutos, num encontro em que as águias conseguiram, através de muita posse de bola e sem problemas de maior, impor o seu futebol. Com tal domínio foi com naturalidade que surgiu o primeiro tento. Após um cruzamento para a área do Ching Fung, Hugo Silva surgiu ao segundo poste, depois de deixar o marcador directo para trás, e diante do guarda-redes Fong Chi Hang cabeceia para o 1-0. Cinco minutos depois, foi a vez de Bruce Tetteh aumentar a vantagem. Numa jogada de contra ataque, Nicholas Torrão cruza na linha, de forma rasteira, e surge Tetteh a fazer o 2-0. Foi depois do intervalo que o jogo ficou definitivamente decidido. Três minutos após o recomeço da partida, o Benfica tem um livre frontal, que Edgar Teixeira se encarregou de bater. Na marcação, o jogador dos encarnados rematou para o poste mais longe e fez o 3-0. O primeiro golo de Edgar Teixeira marcou também o início de um período de 13 minutos especialmente negro para o Ching Fung. Nessa fase a formação derrotada concedeu nada menos do que quatro golos. Com Tetteh (51 minutos), Nicholas Torrão (55 e 61 minutos) e o próprio Edgar Teixeira (56 minutos) a bisarem. Com este resultado, o Benfica isola-se ainda mais na liderança do campeonato, agora com cinco pontos para o grupo de perseguidores, que é constituído por C.P.K., Sporting e Ka I. Luta pelo segundo Na luta pelo segundo lugar, o Chao Pak Kei voltou às vitórias, com a goleada por 9-0 diante dos Serviços de Alfândega. Ontem, o C.P.K., que estava há duas jornadas sem vencer, não deu qualquer hipótese. No entanto, a formação está em igualdade pontual com o Sporting, que derrotou o Hang Sai por 6-0 e com o Ka I. A formação de Josecler bateu a Polícia por 2-0, logo na sexta-feira. Casa de Portugal e Consulado sofrem derrotas A Casa de Portugal e a formação do Consulado foram ambas derrotadas no fim-de-semana, em encontro a contarem para a 2.ª Divisão. Depois de ter vencido na primeira jornada, a Casa de Portugal perdeu, no Sábado, diante do Hong Lok por 1-0. O golo da vitória foi apontado por Lam Wai Kit, logo aos 26 minutos. Porém, a formação orientada por Pelé não conseguiu reagir e inverter o resultado. Já a equipa do Consulado, que entrou em acção na Sexta-Feira, perdeu o segundo encontro, em outros tantos disputados, desta feita diante do Tim Iec, por 3-1. O cônsul Vítor Sereno foi o autor do golo que colocou a formação com as cores portuguesas em vantagem, aos 26 minutos. Mas Lei Chi Seng, aos 39 e 64 minutos e Leong Chi Chong, aos 74 minutos, confirmaram a segunda derrota da formação orientada por Rocha Diniz. Demissão | Cláudio Roberto Silveira deixa comando do Monte Carlo O treinador Cláudio Roberto Silveira demitiu-se, ontem, do comando do Monte Carlo, de acordo com uma mensagem colocada na página oficial no Facebook do técnico. A decisão foi justificada “com o objectivo de dar um novo passo” na carreira e pela busca de “novos desafios e caminhos”. O HM tentou entrar em contacto com o técnico, que se mostrou incontactável. Porém, na mensagem de despedida, Cláudio Roberto Silveira assume ter sido “muito feliz” ao longo dos dois anos e dois meses em que orientou os jogadores do clube e deixou um agradecimento ao presidente Firmino Mendonça. O treinador brasileiro teve como ponto alto desta passagem pelo Monte Carlo a conquista do Campeonato de Futebol de Sete, conhecido como Bolinha, em 2016, numa final disputada diante do Benfica de Macau, que terminou com o resultado de 2-0.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAssembleia Legislativa | Discurso dos novos deputados nomeados desilude Quase seis meses depois dos novos legisladores terem assumido o cargo, Jorge Valente e Larry So consideram que os membros nomeados pelo Governo estão a desiludir. Até agora, revelaram incapacidade para contribuírem significativamente para a melhoria nas discussões no hemiciclo [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma altura em os novos deputados estão quase a cumprir seis meses na Assembleia Legislativa, uma das conclusões que já se pode tirar é que o debate no hemiciclo não sofreu alterações significantes. E os deputados nomeados, de quem se esperava que gerassem um enriquecimento dos temas, devido ao elevado número de académicos, são quem tem estado mais longe de se destacar. Esta foi a opinião partilhada pelo do ex-candidato à AL Jorge Valente e pelo analista político Larry So. “Os deputado nomeados têm sido como inexistentes no sentido de não terem contribuído significativamente com uma mais-valia para o hemiciclo. Até agora limitaram-se a carregar nos botões para votar naquilo que lhes é indicado”, disse Jorge Valente ao HM. “Estamos numa altura em que ainda devemos dar o benefício da dúvida e por isso espero que venham a desenvolver sugestões que contribuam para melhorar a qualidade nos debates do hemiciclo, assim como para o bem-estar e interesses da população”, frisou. Esta é uma análise que o comentador político Larry So também partilha. No entanto, So sublinha que estes deputados nomeados não criam expectativas junto da população. “A participação deles na Assembleia Legislativa não se enquadra nos moldes dos deputados eleitos de forma directa. Davis Fong tem falado mais, assim como os legisladores ligados ao Direito. Mas a comunidade não tem expectativas face à performance deles”, disse Larry So. “Temos de compreender que eles não são particularmente reivindicativos nem trabalham em prol da comunidade. O Governo terá outras expectativas”, acrescentou. À excepção de Ma Chi Seng, todos os outros deputados nomeados estão a estrear-se na Assembleia Legislativa. Agnes Lam divide Um pontos em que as pessoas ouvidas pelo HM não estão de acordo é na avaliação da performance de Agnes Lam. “Se olharmos para a plataforma política dela e à forma como se apresenta, como uma pessoa que não é radicalmente contra o Governo nem demasiado conservadora, eu dar-lhe-ia uma nota consideravelmente elevada. Ela tem estado no meio”, defendeu Larry So. “Acredito que certas franjas da comunidade sintam que ela não está a ser suficientemente radical. Acredito que os mais jovens que a apoiaram talvez esperassem um discurso mais forte contra o Governo”, teoriza o académico. Por sua vez, Jorge Valente diz que o discurso tem sido “leve em termos de conteúdo”, mas ressalva que é necessário esperar um pouco mais para fazer uma avaliação. “Ela ainda não mostrou trabalho suficiente para poder ser definida como independente. Vamos ter de continuar a dar o benefício da dúvida. Tem feito algumas sessões em directo no Facebook e outros eventos, com um discurso leve em termos de conteúdo. Mas temos de ver mais”, frisou. Pela positiva, entre os estreantes, Larry So destacou Leong Sun Iok, deputado ligado aos Operários de Macau. “Ele defende de forma muito vincada os assuntos da sua agenda e os temas ligados ao sector do jogo, que conhece muito bem. Também se preocupa com os assuntos ligados à comunidade, como os problemas da habitação. Tem tido um bom desempenho”, considerou. Ainda em relação aos primeiros meses da Legislativa, Jorge Valente considerou que a suspensão de Sulu Sou era evitável. “Não devia ter acontecido, os deputados deviam era estar ocupados a trabalhar para o bem dos residentes em vez de perder tempo com intrigas destas. Se fosse um caso de corrupção ou compra de votos, isso sim!”, justificou.
João Santos Filipe DesportoLiga de Elite | Únicas equipas invictas defrontam-se amanhã A 5.ª jornada da Liga de Elite coloca frente-a-frente Benfica de Macau e Ching Fung no Sábado à tarde. As duas equipas ocupam o topo da classificação e ainda não sofreram derrotas nesta temporada [dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]enfica de Macau e Ching Fung, as únicas duas equipas da Liga de Elite que ainda não sofreram qualquer derrota, têm encontro marcado para amanhã, no Estádio de Macau, pelas 18h30. Numa semana em que ficaram a conhecer os adversários da Taça AFC, as águias vão ter pela frente a melhor defesa do campeonato, a par de Sporting de Macau e Ka I. No entanto, o Benfica de Macau tem de ser considerado o favorito para a partida, depois de ter somado quatro vitórias em outros tantos jogos. A equipa orientada por Bernardo Tavares deu mesmo uma prova de força, ao golear por 4-1 o Chao Pak Kei, o outro candidato ao título. Por sua vez, a equipa do Ching Fung, de João Rosa, conta com duas vitórias e dois empates, até ao momento, apesar de ter tido um início de campeonato teoricamente complicado. O Ching Fung bateu Sporting de Macau, por 1-0 e o Lai Chi por 6-1, e empatou com Ka I, 0-0, e C.P.K., por 1-1. Uma vitória, amanhã, relança a Liga de Elite, numa altura em que o Benfica lidera a classificação com 12 pontos, seguido por Ching Fung, com 8 pontos. Lutar pelo terceiro lugar Apesar do principal jogo da jornada só ter lugar no Sábado, as emoções do futebol local arrancam esta noite. No Estádio de Macau, pelas 21h00, Polícia e Ka I procuram somar os três pontos. Neste momento, os canarinhos ocupam o 4.º lugar da liga com 7 pontos, em igualdade pontual com os rivais Sporting de Macau e Chao Pak Kei. Uma vitória diante da Polícia é encarada como a forma de não deixar fugir o comboio da frente e, ao mesmo tempo, tentar abrir uma distância para os rivais. Já os agentes da PSP vão querem aproveitar todas as oportunidades para somarem pontos e conseguirem fazer uma temporada descansada, longe dos lugares de despromoção para a segunda divisão. Voltando novamente ao Sábado, às 21h00, está também agendado o encontro entre Sporting e o recém-promovido Hang Sai. Os leões apresentam-se com confiança redobrada, após terem goleado a Polícia por 5-0. Por sua vez, o HS vai tentar colocar um fim à série de três jogos sem ganhar. Finalmente, no Domingo, o C.P.K. tem pela frente os Serviços de Alfândega, tendo uma oportunidade de ouro para voltar às vitórias. Após ter goleado nas primeiras jornadas, o Chao Pak Kei está numa série de dois encontros sem vencer, após ter sido goleado pelo Benfica e ter empatado com o Ching Fung. A partida tem lugar às 19h00. Mais tarde, quando forem 21h00, Monte Carlo e Lai Chi defrontam-se, naquele que é o último encontro da jornada.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSAMA | Susana Wong foi a um jantar de 11.900 patacas pago por privados A directora foi uma das cinco responsáveis da DSAMA presentes numa refeição paga pelo empresa de transporte Cotai Chu Kong, que custou 11.900 patacas, ou seja, um valor superior a 2 mil patacas por cabeça [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa de serviços de navegação Cotai Chu Kong ofereceu uma refeição no valor de 11.900 patacas a cinco responsáveis da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), entre os quais estava a directora Susana Wong. A informação foi revelada, ontem, durante a sessão do julgamento do ex-chefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos, Ip Va Hong, que é acusado da prática de um crime de corrupção passiva e outro de abuso de poder. A factura do jantar foi mencionada pela defesa para refutar a tese do Ministério Público. Segundo a acusação, uma das contrapartidas oferecidas a Ip Va Hung pelo alegado corruptor foi um jantar no valor de 1.500 patacas. Nessa ocasião estiveram à mesa três pessoas, pelo que a oferta tem um valor de 500 patacas por pessoa, contando com o corruptor, que representava a empresa Cotai Chu Kong. A factura de 1.500 acabaria, mais tarde, por ser coberta pela empresa de serviços de navegação. Confrontado com o facto da factura de 1.500 patacas constar na acusação, mas a factura de 11.900 ter ficado de fora do processo, o agente do CCAC, com o apelido Lam, não conseguiu apresentar uma justificação: “É uma questão que tem de ser colocada ao agente responsável por essa parte da investigação”, respondeu. Na refeição de 11.900 patacas esteve igualmente presente entre os responsáveis da DSAMA o próprio arguido no processo Ip Va Hung. No jantarda, longe dos lugares d o agente do CCAC, com o apelido Lam, ns de naveç o corruptor.Ching Fung.da, longe dos lugares dNa O HM contactou a DSAMA, fora do horário de expediente, para obter uma reacção à factura em questão e aos procedimentos adoptados pelos funcionários nestas situações, mas até ao fecho da edição não tinha recebido uma resposta. Bilhetes de Ferry Segundo a acusação, Ip Va Hong terá recebido benefícios, num valor avaliado em cerca de 10 mil patacas, para agilizar procedimentos e burocracias relacionadas com a empresa Cotai Chu Kong. Os pagamentos, como o jantar em questão, a oferta de bilhetes de ferry em sete ocasiões, ou pagamento de despesas relacionadas com inspecção de uma viatura com matrícula dupla ou estadias no hotel Grand Lapa, terão sido efectuados por Li Mianxiong, funcionário da Cotai Chu Kong. Li é o segundo arguido do processo e está acusado de um crime de corrupção activa, encontrando-se em paradeiro incerto. É por esta razão que o segundo arguido está a ser julgado revelia. A Cotai Chu Kong é uma operadora local de embarcações, com ligações à Sands, que, pelo menos desde 2013, tem feito contratos sucessivos com o Governo para a prestação do serviços de transporte de passageio no Porto Exterior e no Terminal da Taipa. Segundo o último contrato, a Cotai Chu Kong comprometeu-se a pagar 6,07 milhões de patacas para o transportes de passageiros no Porto Exterior em 2017 e 2018. No entanto, Ricardo Gomes, um dos funcionários da DSAMA e antigo subordinado de Ip Va Hung, garantiu em tribunal que sempre teve orientações para tratar todas as companhias da mesma forma, e que os processos eram agilizados para todas as companhias de transportes, com o objectivo de garantir o normal funcionamento dos serviços. A mesma testemunha falou de uma cultura do pagamento de refeições por parte de todas as operadoras de transportes a funcionários da DSAMA, em alturas do Ano Novo Chinês. Lutas internas Também ontem ficou a saber-se que por volta de 2013 Ip Va Hung e o respectivo subchefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos começaram a desenvolver um relacionamento tenso. Segundo as testemunhas Ricardo Gomes e outro funcionário da DSAMA, de apelido Lou, o subdirector considerava que o seu superior transmitia informações negativas sobre o departamento para os colegas da DSAMA. Em relação à fuga das informações, o subdirector terá mesmo exigido aos funcionários que fizessem um juramento pela própria vida em como garantiam que não eram os responsáveis pelas fugas. O juramento foi exigido pelo subdirector, nas costas de Ip Va Hung: “Eu também fiz esse juramento”, confirmou Lou. O crime de corrupção passiva para acto ilícito é punível com uma pena de prisão de 1 a 8 anos. Já o crime de abuso de poder é punido com uma pena que vai até 3 anos de prisão.
João Santos Filipe SociedadeFitch prevê que mercado do jogo cresça ao ritmo de 13 por cento este ano [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência de notação financeira Fitch Ratings prevê que o sector do jogo registe um crescimento de 13 por cento ao longo do ano, segundo os dados de um relatório publicado ontem. No ano passado, as receitas na principal indústria do território foram de 265,7 mil milhões de patacas, e um crescimento de 13 por cento significa que em 2018 o montante gerado pelos casinos atingirá os 300,3 mil milhões de patacas. “Estamos a prever um crescimento nas receitas do jogo de 13 por cento para 2018. Esta previsão encara com alguma moderação o crescimento de 36 por cento registado em Janeiro e tem em conta o aumento do número de mesas de jogo e dos quartos dos hotéis mais focados no segmento premium do mercado de massas”, é explicado no relatório. “A previsão inclui a abertura do MGM Cotai, que aconteceu este mês, assim como a abertura na Primavera da Torre Morfeu [no casino City of Dream] e a conversão de vários quartos do Parisian em suites, ao longo de 2018”, é acrescentado. A longo prazo, a agência de notação financeira aponta como factores promotores de crescimento “os melhoramentos nas infraestruturas” em Macau e nas regiões circundantes, assim como o desenvolvimento a classe média chinesa “mais propensa a viajar”. Riscos para o sector Em relação aos riscos enfrentados pela indústria, a Fitch refere algumas das consequências da dependência dos turistas do Interior da China, assim como o desenvolvimento de mercados em países como Filipinas, Austrália e Coreia do Sul. Para a Fitch, os riscos e constrangimentos para o mercado de Macau incluem a “vulnerabilidade às políticas do Continente, que podem afectar de forma adversa o sector do jogo”, como campanhas contra a corrupção, dificuldades no acesso ao crédito e acesso nos vistos dos turistas chineses de entrada em Macau, a “susceptibilidade à concessão de crédito e às condições macroeconómicas da China”, “a natureza limitada do prazo das concessões”, “a mão-de-obra limitada”, entre outros. Em relação aos factores que contribuem para o crescimento da indústria a longo prazo, a agência destaca a abertura do Grande Lisboa Palace, assim como as segundas fases dos casinos no Cotai das operadoras Melco, Wynn e Galaxy.
João Santos Filipe DesportoTaça AFC | Equipas da Coreia do Norte no mesmo grupo causam apreensão A participação de duas formações coreanas no Grupo I da Taça AFC e o facto dos resultados contarem para o ranking das nações pode levantar suspeitas sobre combinação de resultados. Ao HM, Bernardo Tavares, treinador das águias, reconhece também que as convocatórias das águias podem ter apenas 13 jogadores, se não houver dispensa do trabalho dos atletas locais [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] facto de haver duas equipas da Coreia do Norte, o 25 de Abril e o Hwaepul, a integrarem o Grupo I da Taça da Confederação de Futebol Asiática (AFC) causa apreensão ao treinador das águias, Bernardo Tavares. Em declarações ao HM, o técnico explicou que como só se apura uma equipa no grupo e que como os pontos das equipas contribuem para o ranking dos respectivos países, que pode haver indicações para que uma das formações facilite nos dois encontros entre ambas, com o objectivo de uma equipa ajudar a outra a apurar-se. “A situação das formações da Coreia do Norte ficarem no mesmo grupo quando só se apura uma e os resultados contribuem para os rankings nas nações, mostra porque é que a AFC é tida como uma entidade com menos credibilidade do que, por exemplo, a UEFA”, afirmou Bernardo Tavares, em declarações ao HM. “É inconcebível que duas equipas do mesmo país estejam no mesmo grupo em que só se apura uma e cujo resultado acaba por contar para o ranking dos países na AFC. Como é óbvio, para a Coreia do Norte é importante que seja uma equipa do país a passar e pode ficar sempre aquele dúvida se não poderá ter havido uma concertação de resultados”, explicou. Ainda em relação às formações da Coreia do Norte existem dificuldades para recolher informações sobre os plantéis e jogadores: “Não é fácil obter informação sobre as equipas da Coreia do Norte, mesmo recorrendo às plataformas para treinadores onde há informações sobre as diferentes equipas não há muitos vídeos de jogos disponíveis ou estatísticas”, reconheceu. No entanto, o treinador do Benfica de Macau viu através de gravações a primeira mão do play-off, em que o Hwaepul derrotou o Erchim por 4 – 0. Também tendo em conta o regime militarizado da Coreia do Norte o treinador não tem dúvidas em apontar os adversários como equipas “fisicamente muito fortes”. Jogadores em risco Mas as dificuldades do Benfica de Macau não se ficam pelo lado regulamentar. Nesta altura, existe ainda o risco da formação apresentar-se em alguns encontros apenas com 12 ou 13 atletas convocados. Em causa está o facto de alguns jogadores não conseguirem autorização para serem dispensados dos respectivos empregos. “Precisamos que os jogadores que trabalham sejam dispensados para poderem ir aos jogos. É um aspecto em que gostaríamos de contar com o apoio do Governo, também porque uma boa prestação do Benfica vai dar mais visibilidade a Macau. Se isso não acontecer, podemos ter convocatórias com 12 ou 13 jogadores”, justificou Bernardo Tavares. “Mesmo nos jogos em Macau, se os treinos de adaptação ao relvado acontecerem durante a tarde, existe a possibilidade de mais de metade do plantel estar indisponível para essas sessões de treino”, reconheceu. Ao nível dos treinos, o técnico dos encarnados apontou como principal dificuldade o facto da equipa estar a treinar em campos com dimensões mais reduzidas do que as oficiais. Contudo admite que é uma realidade para a qual já tinha sido preparado, antes de assumir o cargo. “Era importante que a equipa tivesse mais tempo de treino num campo de futebol. É importante que se perceba que esta participação é uma oportunidade para todos e que o futebol de Macau pode beneficiar com mais pontos para o ranking”, considerou. O Benfica de Macau inicia a participação na fase de grupos da Taça AFC diante do Hang Yuen, a 7 de Março, às 20h00. De acordo com o portal da AFC, a partida vai decorrer no Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBanca | Pedro Cardoso vai deixar o BNU com resultados positivos, mas sem consenso Ao longo de quase sete anos, o presidente do BNU conseguiu como feitos maiores aumentar os lucros de 373,1 milhões de patacas para 706 milhões e abrir a primeira representação na Ilha da Montanha. Porém, os cortes nos apoios locais, os formulários a pedir dados dos clientes e a crescente burocratização valem-lhe críticas [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]edro Cardoso está de saída do Banco Nacional Ultramarino e para o seu lugar espera-se que entre Carlos Cid Álvares. Quando ocorrer a troca, que deve acontecer durante o Verão, o actual presidente do banco detido pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos vai cumprir sete anos na liderança dos destinos do BNU. Para trás, Pedro Cardoso vai deixar, segundo as pessoas ouvidas pelo HM, resultados financeiros muito positivos. Quando chegou à presidência do BNU, em 2011, no ano anterior à sua chegada, o banco tinha fechado 2010 com lucros na ordem dos 373,1 milhões de patacas. Quando sair, o actual presidente deixa um lucro de 706 milhões, ou seja quase o dobro, referente a 2017. Contudo as polémicas com o preenchimento dos formulários “Conheça o Seu Cliente”, e o consequente congelamento de algumas contas, assim como os cortes recentes do banco, apesar dos lucros recorde no ano passado, impedem um consenso total face à prestação do gestor em Macau. Aposta no Interior da China Colega de profissão de Pedro Cardoso e administrador do agora banco Well Link, antigo Novo Banco Macau, José Morgado não tem dúvidas que o actual presidente do BNU vai deixar um legado positivo, muito pelos números apresentados e pela relação com o sector financeiro local. “A avaliação tem de ser positiva e a forma mais lógica de fazer uma análise é olhar para os resultados que conseguiu. Foram sempre em crescendo. Por outro lado tem uma grande aceitação no mercado financeiro local, muito também pelo facto de se ter dedicado a aprender chinês”, contou José Morgado ao HM. “Aprendeu chinês, ou pelo menos um pouco, e eu próprio assisti a apresentações que fez em chinês em Xangai. Foi um facto que contribuiu para que fosse muito bem aceite no sector financeiro desta região. Afirmou o carácter regional do banco com a dinamização do escritório da representação em Xangai e com a abertura da sucursal na Ilha da Montanha”, justificou. Uma opinião semelhante à de José Morgado é partilhada pelo economista Albano Martins. O também presidente da Associação Anima considera que sob o comando de Pedro Cardoso o banco ficou mais profissional, mas também mais burocrático, principalmente junto das empresas. “A impressão que tenho é que o trabalho do Pedro Cardoso foi positivo. Os resultados e a evolução dos lucros é notória”, disse Albano Martins, ao HM. “O banco tornou-se mais profissional, mas provavelmente terá também ficado demasiado burocrático, é a minha ideia como cliente. Por exemplo, para se ter acesso a uma conta pela Internet no BNU, e estamos a falar do acesso, ou seja não é para fazer transacções online, são necessárias montanhas de papéis que têm de ser preenchidas. O processo poderia ser muito mais facilitado, mesmo com as preocupações de segurança e com a movimentação de capitais”, defendeu. Outras interpretações Apesar dos recordes, também há quem considere que o BNU tem acompanhado a tendência de crescimento da banca local e mesmo da instituição, antes da chegada do actual presidente. “O BNU, independentemente dos presidentes que por lá passam, conseguiu resultados que têm batido recordes nos últimos anos”, começou por constatar Paulo Azevedo, presidente do grupo de comunicação De Ficção. A mesma tendência nos resultados do banco foi explicada pelo gestor da representação em Macau do banco português BCP, José João Pãosinho, que por motivos de ética profissional se recusou a comentar a prestação de Pedro Cardoso. “Desde 2003, o BNU entrou numa dinâmica de crescimento apreciável e com o Dr. Pedro Cardoso continuou essa dinâmica. O banco está a recolher os frutos de uma estratégia acertada, quando por volta de 2002 e 2003 apostou no apoio à abertura do mercado do jogo”, apontou José João Pãozinho. O outro lado do lucro A notícia da saída do presidente do BNU chegou numa altura em que foi alvo de críticas no âmbito dos cortes a apoios e patrocínios locais, principalmente entre a comunidade portuguesa. Uma medida que muitos acreditam ter sido motivada pela situação financeira difícil do Grupo Caixa Geral de Depósitos. “O BNU pertence a um grupo em reestruturação em Portugal, e é necessário que actue mais segundo os critérios do grupo e menos por critérios localizados. É natural que por força desse condicionalismo que tenham orientações para adoptar uma postura mais regredida e uma actividade não tão contributiva em termos de ajuda a patrocínios”, considera José Morgado. Apesar de admitir a possibilidade de existirem orientações superiores, Paulo Azevedo recorda a função que o BNU tem assumido em Macau: “O BNU tem outro tipo de responsabilidade que a restante banca portuguesa não tem e está a divorciar-se disso por causa de cortes que o Grupo Caixa em Lisboa decidiu, sem olhar à natureza histórica de liderança da comunidade portuguesa aqui”, notou. “Muitas vezes, em Portugal, as decisões tomam-se porque Lisboa está muito longe de Macau e os gestores continuam um bocado divorciados da realidade local. É por isso que é importante que o presidente do BNU dê, de vez em quando, um murro na mesa e defenda o posicionamento do banco. Se o BNU perde a reputação e o crédito junto da comunidade portuguesa são os interesses do banco a médio e longo prazo que ficam prejudicados”, considerou. Também Albano Martins sublinha a necessidade do banco conservar uma boa imagem junto da comunidade portuguesa e dos clientes. “Provavelmente não é um corte significativo e é politicamente errado. Se calhar é minimalista em termos de exploração para o BNU, não vai representar muito e, por outro lado, cria uma sensação de mal-estar, porque a comunidade de Macau é diferente da de Portugal”, apontou. “É preciso que as pessoas desçam à terra e percebam que as coisas funcionam de forma diferente. As atitudes e as posturas de quem decide têm de ter em atenção essas questões”, frisou. Apesar destas versões, ao HM uma fonte informada sobre os processos de decisão do banco, que não quis ser identificada, garantiu que os cortes se devem exclusivamente a Pedro Cardoso e à vontade do gestor em “apresentar lucros mais positivos todos os anos”. O HM contactou Pedro Cardoso, mas o presidente do BNU não quis fazer qualquer comentário. Cartas da polémica Foi em 2016 que os clientes do BNU começaram a receber cartas com “ameaças” de que seriam impedidos de continuar a ser clientes do banco, se não preenchessem o formulário “Know Your Client”. O documento pedia informação e autorização para transmitir ao Grupo Caixa Geral de Depósitos os dados dos consumidores. Na altura, o tom da carta gerou críticas por parte de alguns clientes, e também Albano Martins considera que houve um erro na comunicação do banco. “A comunicação não foi a melhor. Foi uma questão que poderia ter sido colocada de uma outra forma… mas foi a maneira que o banco encontrou de comunicar com os clientes”, afirmou o economista. “Mas também não é uma nódoa pequenina na comunicação que vai deixar marca no desempenho do Pedro Cardoso, que me parece bastante positivo”, frisou. Já José Morgado considerou normal a parte do documento em que é referido que sem a assinatura do formulário, o BNU ficaria em posição de cancelar as contas dos clientes. “A situação consolidada da Caixa, que está ligada à UE, exige que os dados sejam relatados e que os clientes cumpram com as regras do fornecimento deste tipo de informação. Se os clientes não pretendem cumprir, naturalmente que o relacionamento pode quebrar-se. Os bancos não podem actuar fora do contexto dos territórios em que estão”, justificou. Momentos Marcantes Agosto de 2011: Pedro Cardoso é nomeado presidente do Banco Nacional Ultramarino, substituindo Artur Santos, que estava no cargo há cerca de um ano. Julho de 2013: Esquema de phishing utiliza nome do BNU na tentativa de enganar os clientes do banco. BNU garante que não houve clientes afectados. Julho de 2015: BNU e sucursal de Macau do Banco da China assinam protocolo para a promoção de negócios entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Início de 2016: Envio de cartas a pedir aos clientes o preenchimento do formulário “Conheça o Seu Cliente”. No documento as pessoas são avisadas que se optarem por não preencher o formulário que a relação entre as partes será terminada. Julho de 2016: Abertura da primeira agência em Seac Pai Van. Finais de 2016: Surgem os relatos das primeiras contas de clientes congeladas pelo BNU devido ao facto dos clientes não terem preenchido o formulário KYC, que autoriza a transmissão de dados pessoais à casa-mãe. Janeiro de 2017: Abertura da primeira sucursal na República Popular da China, na Ilha da Montanha. Junho de 2017: BNU anuncia logótipo comemorativo dos 115 anos da instituição, apenas em chinês e inglês. Setembro de 2017: Banco realiza cerimónia comemorativa dos 115 anos, com a presença do presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo. Janeiro de 2018: BNU anuncia lucros recorde de 706 milhões de patacas em 2017, com um crescimento de 26 por cento face a 2016. Janeiro de 2018: Instituição começa uma série de cortes ao nível dos apoios e publicidades em Macau. Fevereiro de 2018: Anúncio da saída de Pedro Cardoso do cargo de presidente do BNU. Carlos Cid Álvares será o homem que se segue.
João Santos Filipe SociedadeWildAid preocupada com vendas de barbatanas de tubarao [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] organização não governamental WildAid está preocupada com o crescimento do mercado de barbatanas de tubarão em Macau, em contraste com o que acontece no Interior da China. Segundo um relatório publicado na semana passada com o título “Sharks in Crisis: Evidence of Positive Behavioral Change in China as New Threats Emerge”, há uma nova tendência para o desenvolvimento de novos mercados, nomeadamente em Macau, Hong Kong e Tailândia. “Em 2016, pela primeira vez, Macau ultrapassou o Interior da China no topo das reexportações de barbatana de tubarão com origem em Hong Kong, registando um aumento de 62 por cento de 88.029 quilograma, em 2015, para 143.396 quilograma, um ano depois”, pode ler-se no relatório. Entre as razões apontadas para este crescimento está o desenvolvimento do sector do turismo, após a liberalização do jogo, assim como o crescente hábito dos locais consumirem barbatana de tubarão: “Os locais estão a consumir barbatana de tubarão nos restaurantes, onde estes pratos são servidos de forma regular, assim como nos banquetes tradicionais: estima-se que 70 por cento dos banquetes de casamento em Macau incluam barbatana de tubarão”, é revelado. “Também os 30,95 milhões de turistas que visitaram Macau, em 2016, são um dos públicos-alvo: muitos sites dedicados ao turismo promovem restaurantes famosos pela sopa de barbatana de tubarão, encorajando os turistas a experimentarem os pratos”, é explicado. No Interior da China, segundo os dados do Governo Central, houve uma tendência diferente, com o registo de uma quebra de 80 por cento no consumo de barbatana de tubarão, assim como uma redução de 81 por cento nas importações e venda de barbatana de tubarão em Pequim, Xangai e Cantão, entre 2010 e 2014.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEmprego | Governo das Filipinas alerta para propostas de trabalho fraudulentas As autoridades filipinas lançaram um comunicado a denunciar o caso de uma empregada em Macau a quem foi oferecida uma proposta de trabalho no Interior da China. No Continente, a trabalhadora nunca foi paga e os patrões ficaram-lhe com o passaporte e o telemóvel [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Departamento do Trabalho e Emprego das Filipinas lançou um alerta para o facto de uma mulher filipina, em Macau, estar a oferecer a conterrâneas falsas propostas de emprego no Interior da China. Segundo as autoridades filipinas, foi registado um caso em que uma empregada se despediu do emprego em Macau depois de ter recebido uma proposta para trabalhar no Interior. Já no Continente, a empregada acabou por não ser paga, apesar de lhe terem prometido um salário mensal de 7.500 yuans, e ainda viu os patrões ficarem-lhe com o passaporte e o telemóvel. “Os trabalhadores filipinos e os turistas que procuram trabalho em Macau devem ter muito cuidado quando aceitam ofertas de emprego de outros filipinos para supostamente trabalharem no Interior da China”, pode ler-se no aviso publicado pelo departamento em causa. A proposta foi apresentada através de uma filipina com o apelido Ciabacal, que está ligada a uma recrutadora chinesa chamada Fancy. Segundo as informações das autoridades filipinas, Fancy é proprietária de um estabelecimento com o nome MMC Entreprises, localizado na zona do Mercado Vermelho, que recruta de forma clandestina empregadas filipinas e vietnamitas para trabalharem no Continente. Esta é uma situação que não é nova e os membros da comunidade em Macau ouvidos pelo HM recomendam muito cuidado a quem considerar responder a propostas no Interior da China. “Não ouvi falar dessa situação em concreto, mas conheço outras com amigos de amigos, que ocorreram em Macau. É um tema que tem sido muito discutido entre a comunidade e mesmo o Consulado das Filipinas tem alertado para estas situações”, afirmou Ana Fivilia, representante da Associação Bisdak, ao HM. “O caso típico é surgirem propostas tentadoras do Interior da China com bons salários. Mas, depois, quando se aceita o emprego e se começa a trabalhar, as pessoas não são pagas e os benefícios prometidos não se concretizam”, apontou. Na dúvida, recusar Por sua vez, Rodantes, membro do movimento Couples For Christ (CFC) Global em Macau defende que a melhor forma de lidar com estas situações é não aceitar propostas de emprego do Continente. “É muito complicado trabalhar no Interior da China. Há alguns anos houve casos de algumas pessoas a trabalharem em Macau que foram levadas pelos patrões para o Interior da China. Nessa altura houve muitas queixas sobre as condições de trabalho encontradas do outro lado da fronteira”, recorda Rodantes. “Temos noção das condições que encontram no Interior da China e já deixámos avisos aos membros da comunidade. Mesmo que haja ofertas com um salário muito bom, nós recomendamos que não aceitem”, frisou. Segundo a lei das Filipinas, os cidadãos só podem trabalhar no estrageiro quando aceitam propostas de emprego através de agências reconhecidas pelo próprio Governo. Contudo, para evitar o pagamento de taxas e a demora do processo, há cidadãos que entram nos países onde desejam trabalhar como turistas e tentam encontrar empregos por si. “A procura de emprego com visto de turista é uma situação que, apesar dos esforços os Governos de Macau e das Filipinas, não conseguem controlar. Por uma questão de segurança recomendamos que as pessoas só venham para Macau através das agências reconhecidas pelas autoridades”, explicou Rodantes. O representante da CFC Global em Macau alerta também que este tipo de problemas não é exclusivo dos cidadãos filipinos e que acontecem igualmente com imigrantes da Indonésia e do Vietname.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIdosos | Académico pede mais esforços na implementação de Previdência Central Até 2036 a percentagem da população dependente, ou seja crianças e idosos, vai aumentar para 38,6 por cento. Por essa razão, e principalmente devido a envelhecimento, o académico Tang Kai Hong defende num artigo académico a necessidade de um maior empenho para a implementação total de Regime de Previdência Central [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau tem de lidar com o problema do envelhecimento da população e criar de forma urgente um Regime de Previdência Central universal e colocar mais recursos humanos nesse objectivo. Esta é a conclusão de um estudo elaborado pelo académico Tang Kai Hong, num artigo publicado na Revista da Administração Pública e Governação, em Journal of Public Administration and Governance. “A constituição de um Regime de Previdência Central é uma política muito importante, especialmente numa altura em que Macau tem uma sociedade cada vez mais envelhecida. O Governo deve lidar de forma urgente com a construção de um Sistema de Previdência Central”, pode ler-se nas conclusões do académico Tang Kai Hong. “Neste momento, o Governo ainda não anunciou uma calendarização para levar avante a sua determinação de implementar um sistema [obrigatório]. Desta perspectiva, a implementação de um fundo de previdência ainda está uma fase experimental, não há um implementação total dessa determinação, por isso, o Governo precisa de dedicar mais recursos para a implementação total do sistema de previdência central”, considera. No entanto, o académico alerta para a necessidade do sistema gerar retornos positivos para os trabalhadores, ao contrário do que diz acontecer em Hong Kong. Segundo o académico, na região vizinha os pagamentos aos pensionistas, após as contribuições, têm ficado aquém das expectativas. “Em Hong Kong, mais de 10 anos depois de terem sido estabelecidos os fundos de previdência, há críticas que os retornos dos fundos sãos baixos e que os custos de gestão são caros, o que faz com que falhem na função de proteger os trabalhadores”, explicou. “Há vozes que propõem mesmo que o Governo [de Hong Kong] faça uma revisão profunda do modelo adoptado ou que termine mesmo com a política”, frisou. O regime de Previdência Central Não-Obrigatório entrou em vigor no início do ano. Na discussão na Assembleia Legislativa que resultou na aprovação do documento, foi explicado que o regime não seria obrigatório imediatamente, devido às pressões para as Pequenas e Médias Empresas. Na altura, o Governo comprometeu-se a torná-lo obrigatório, dentro de três anos. População mais velha A preocupação com esta questão para o académico parte de um problema há muito identificado pelo Governo da RAEM: a população está a ficar cada vez mais velha. Segundo os números da população de 2016, o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu para 59.383, ou seja um aumento de 48,6 por cento face a 2011. Este valor representava, em 2016, 9,1 por cento da população e tem tendência par aumentar. Também de acordo com os dados compilados por Tang Kai Hong, com base nos número oficiais, o número de cidadãos que dependem de outrem para sobreviver vai aumentar. Ou seja o número de pessoas com mais de 65 anos e as crianças, que ainda são novas para entrar no mercado do trabalho. Em 2016 a média da idade população era de 39,3 anos e o rácio de dependência ficava situado em 14 por cento. Porém, em 2036, estima-se que a dependência suba para 38,6 por cento e que a média da idade atinja os 45,5 anos.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasHotel Love Lane Seven Inn | Lawrence Cheang, A paixão pelo património Os alojamentos de baixo custo continuam a escassear em Macau, mas Lawrence Cheang decidiu apostar neste segmento e abriu há alguns meses o hostel Love Lane Seven Inn., onde os hóspedes têm a oportunidade de ficar perto das Ruínas de São Paulo [dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]ituado na Rua da Paixão junto à Cinemateca, o hostel Love Lane Seven Inn pretende destacar-se no panorama hoteleiro de Macau pela aposta no valor do Património. Foi com este propósito que um grupo de residentes comprou há mais de dez anos o edifício junto às Ruínas de São Paulo, onde agora opera o Love Lan Seven Inn. Ao HM, Lawrence Cheang explicou que a o espaço pretende ser uma alternativa para os turistas menos interessados nos casinos e nos grandes resorts classificados com cinco estrelas. Ao mesmo tempo, enquanto o hotel aposta nas linhas históricas da fachada tem também a vantagem de ficar situado junto ao centro turístico de Macau. “Comprámos este edifício há muito tempo e depois decidimos abrir um negócio, com objectivo de lançar um hostel que apostasse principalmente no valor arquitectónico da cidade. É um componente que queremos muito valorizar”, afirmou Lawrence Cheang. “Foi um projecto que demorou cerca de 10 anos desde o momento da construção até abrir as portas e começar a aceitar reservas. Foi um grande desafio encontrar os materiais de construção porque não podíamos utilizar materiais modernos. Sempre quisemos recriar um ambiente histórico e antigo”, sublinhou. Sem os recursos das grandes cadeias de hotéis que entrarem em Macau com a expansão do mercado do jogo, o hostel Love Lane Seven Inn aposta num serviço mais personalizado e num aconselhamento muito detalhado aos clientes. “Somos o único hostel que se destaca pela aposta no valor arquitectónico e temos a vantagem de estar situados nas principais atracções. Como não podemos oferecer todos os serviços que outros resorts oferecem, temos o cuidado de aconselhar da melhor maneira os nossos clientes, ao nível de restaurantes ou transportes que podem utilizar”, explicou Lawrence. Ambiente competitivo Se por um lado a aposta no valor arquitectónico é uma mais-valia para o Love Lane Seven Inn, por outro a competição perante os grandes hotéis de cinco estrelas não é fácil. O facto das grandes operadoras também oferecerem promoções agressivas com reduções nos preços significativas, complica a sobrevivência para os hostéis locais. “Esta área de negócios em Macau não é fácil porque estamos a competir com outros hotéis que têm mais quartos e outras condições. Como têm muitos quartos, esses hotéis podem apostar em fortes promoções e mesmo assim gerar lucro. Mas esse não é o nosso caso”, começou por admitir Lawrence. “Por exemplo, quando um hotel de cinco estrelas que tem centenas de quartos faz promoções que podem abater cerca de 400 patacas nos preços, o custo final entre as duas ofertas fica mais próxima. Se os preços são muito semelhantes, entre um hostel e um hotel de cinco estrelas, é fácil perceber qual é a escolha que os clientes vão fazer”, explicou sobre a situação do mercado. Actualmente, com a emergência de várias plataformas online de reservas de quartos, Lawrence explica que não é difícil chegar aos clientes. Porém reconhece que as comissões pagas são elevadas, principalmente quando os preços praticados são mais baixos. “Nós recorremos a plataformas online para arranjar reservas. Mas elas também nos cobram uma percentagem significativa. Estamos a falar de valores que chegam aos 14 por cento do preço dos quartos. Para preços mais baixos é muito dinheiro”, defendeu. Em relação à hotelaria em Macau não são raras as queixas contra os procedimentos e burocracias do Governo. Lawrence Cheang admite que há espaço para melhorar, mas que o processo é bastante acessível. “Eu creio que os procedimentos para obter as licenças junto do Governo funcionam bem. Claro que há sempre espaço para haver melhorias e acelerar os procedimentos. Mas mesmo assim a informação disponibilizada é boa e os departamentos fazem um bom trabalho”, referiu.
João Santos Filipe SociedadeInstituto Cultural | Ministério Público guarda casamata [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de no passado o Instituto Cultural ter emitido um parecer em que defendeu a protecção da Casamata no Alto de Coloane, o Governo recusa avançar se tem algum tipo de planos para uma futura reutilização do espaço ou abertura ao público. Após o relatório elaborado pelo Comissariado Contra a Corrupção que defendeu a recuperação pelo Governo da RAEM do terreno onde está a antiga construção de origem portuguesa, o HM questionou se havia já tinha sido elaborado algum projecto para o espaço. No entanto, o IC recusou fazer qualquer comentário, com base no facto do caso estar a ser acompanhado pelo Ministério Público, a pedido do Chefe do Executivo. “Considerando que o “Relatório de investigação sobre construção no Alto de Coloane” se encontra na posse do Ministério Público da RAEM para efectuar sindicâncias e ser acompanhado, o IC, por conseguinte, não expressa quaisquer comentários neste momento”, foi a posição oficial emitida.
João Santos Filipe DesportoBenfica de Macau mais perto de defrontar Hwaepul SC Os norte-coreanos do Hwaepul derrotaram o Erchim FC por 4-0, na Mongólia, na terça-feira à noite, e estão mais perto de garantir o apuramento para a fase de grupos da Taça AFC, onde vão ter como adversário o Benfica de Macau [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Hwaepul SC está com pé e meio no Grupo I da Taça da Confederação de Futebol Asiática (AFC), depois de na primeira mão do play-off de apuramento para a próxima fase da competição, ter derrotado a equipa do Erchim FC por 4-0. O encontro foi realizado na terça-feira à noite, na Mongólia. No Centro de Futebol da Federação de Futebol local, na capital Ulaanbaatar, os norte-coreanos mostraram desde cedo aos 335 espectadores presentes a razão de serem encarados como favoritos no play-off de apuramento para a próxima fase da competição. Ainda o cronómetro não tinha chegado aos 10 minutos, e a equipa já estava em vantagem, fazendo valer a sua maior experiência internacional. O golo foi apontado pelo defesa-central Ri Chang-ho, jogador que com 28 anos é um dos principais rostos da selecção A da Coreia do Norte. Durante o primeiro tempo o Hwaepul SC controlou os acontecimentos com facilidade. Porém evitou sempre correr riscos desnecessários para não sofrer golos que pudessem comprometer a segunda mão do play-off na Coreia do Norte. Ainda assim, antes do intervalo, aos 41 minutos, a equipa orientada pelo técnico Il Mun-ho conseguiu dilatar a vantagem para 2-0. O marcador de serviço foi o avançado Ri Song. Esforço inglório Após o intervalo, o Erchim FC entrou com uma atitude mais agressiva, procurando reduzir a vantagem do adversário. Os mongóis mantiveram esta toada mais agressiva até aos 85 minutos, altura em que chegou o 3-0, por Ril Il-san. O golo provou como certa a aposta do treinador coreano, que 10 minutos antes tinha feito entrar o marcador do terceiro tento, para o lugar do também avançado Il Jon-chung. Com 3-0, o Erchim desistiu animicamente do jogo e entrou numa fase de maior desorientação. Apesar de faltarem pouco mais de cinco minutos para o final do encontro, os mongóis acabaram mesmo por sofrer mais um golo. O tento que fechou o encontro foi apontado pelo central Ri Chang-ho, que bisou na partida. Com uma desvantagem de 4-0, a missão de dar a volta à eliminatória para os campeões da Mongólia adivinha-se como quase impossível. Para dificultar ainda mais a situação do Erchim, a segunda mão, que está agendada para a próxima terça-feira, vai ser disputada na cidade de Pochon-up, no Estádio Hwaepul, que tem uma capacidade para 5 mil pessoas. Grupo quase completo Com este resultado o Grupo I da Taça AFC, que conta com o Benfica de Macau, está praticamente completo. Além da equipa do território, também fazem parte do grupo o Hang Yuen, de Taiwan, e o 25 de Abril, formação que também é da Coreia do Norte. Contudo, o adversário do primeiro jogo do Benfica no Grupo I já é conhecido e realiza-se a 7 de Março diante da formação de Taiwan, às 20h00, no Estádio de Macau. Depois, na segunda jornada, a 14 do mesmo mês, as águias de Macau vão deslocar-se fora para defrontar Hwaepul, ou Erchim, naquela que poderá ser a primeira de duas deslocações à Coreia do Norte. O jogo está marcado para as 19h00, hora de Macau.
João Santos Filipe PolíticaFunção Pública | Deputados preocupados com trabalho por turnos A comissão que está a analisar a proposta de alteração aos Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública está preocupada que grávidas e pessoas com mais de 50 anos não sejam dispensada de trabalhar por turnos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com o facto da Alteração ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública não considerar a necessidade de dispensa do trabalho por turnos das pessoas em casos especiais, como grávidas, funcionários com mais de 50 anos ou pessoas que tenham filhos com menos de um ano. A situação foi explicada, ontem, por Vong Hin Fai, presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que está a analisar na especialidade o diploma. “Estivemos a analisar com maior profundidade a questão do regime de trabalho por turnos e fizemos uma comparação com os diplomas em vigor. Por exemplo, no Regime das Carreiras de Auxiliar de Saúde existe uma dispensa do trabalho por turnos para alguns trabalhadores”, começou por dizer Vong Hin Fai. “As auxiliares de saúde grávidas a partir do quarto mês de gravidez, os auxiliares de saúde com idade superior a 50 anos ou os que tenham filhos até à idade de 1 ano podem pedir dispensa do trabalho por turnos. Também na Lei da Relações do Trabalho, que não se aplica à Função Pública, há uma norma semelhante para proteger os trabalhadores”, observou. “Mas no artigo 79 das alterações ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública parece que não há um regime que permita aos funcionários suspender o trabalho por turnos. Vamos suscitar esta questão junto do Governo”, reconheceu o deputado e presidente da comissão. Acumulação de férias Outro dos problemas que preocupam os deputados é o facto dos trabalhadores da função pública poderem acumular 11 dias de férias de um ano para o outro, até um total de 33 dias acumulados. Se esses 33 dias forem gozados em conjunto com os 22 dias, correspondentes às férias de cada ano, existe a possibilidade dos trabalhadores terem 55 dias de férias em 12 meses. “Queremos perceber se o facto de poderem gozar 55 dias de férias num ano, não poderá causar inconveniências para os serviços”, explicou Vong Hin Fai. Na reunião de ontem os deputados também abordaram a questão das pausas obrigatórios após seis horas de trabalho ininterruptas. De acordo com a proposta do Governo existe a necessidade de fazer um intervalo, mas não é claro as condições em que deve acontecer. “A proposta não diz de quanto tempo deve ser o intervalo. Na lei das relações do trabalho, que, repito, não se aplica neste caso, há um artigo para haver uma pausa de pelo menos meia hora, após o cumprimento de cinco horas. Queremos que este ponto seja esclarecido”, considerou. Também sobre a proposta de Alteração ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública, a AL está a fazer uma consulta pública e recolheu até ontem 16 opiniões, 6 de indivíduos e 10 de movimentos cívicos que não quiseram ser identificado como associações oficiais.
João Santos Filipe DesportoFórmula 3 | Mick Schumacher renova com a Prema Theodore Após a época de estreia, Mick Schumacher vai continuar a competir com a formação apoiada por Teddy Yip, numa temporada em que as ambições passam por estar na frente do Campeonato Europeu de Fórmula 3 [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ick Schumacher vai correr mais uma época na categoria de Fórmula 3 com as cores da Prema Theodore. A renovação do contrato com o filho de Michael Schumacher foi revelada pela formação apoiada por Teddy Yip, na segunda-feira. Após ter realizado a estreia na categoria de Fórmula 3 na temporada passada, terminando o campeonato no 12.º posto, este ano o piloto de 18 anos vai procurar assumir-se como um dos principais candidatos à luta pelo título. “A competição na Fórmula 3 é dura, musculada e muito equilibrada. Aprende-se muito com as lutas a este nível e é por isso que estou ansioso por poder começar outra temporada com a Theodore”, disse Mick Schumacher, em comunicado. “Estou na equipa certa para continuar a evoluir como piloto. É uma formação que trabalha muito bem e estou convencido que esta época podemos viver momentos de glória juntos. Estou muito entusiasmado e espero lutar com os pilotos de topo desta categoria”, acrescentou. Na temporada de estreia na Fórmula 3, Mick somou como melhor resultado um terceiro lugar em Monza, logo na segunda prova do campeonato. Num total de 30 corridas terminou 17 nos pontos, que lhe valeu o 12.º lugar no campeonato com 94 pontos. Schumacher foi terceiro entre os estreantes, ficando atrás dos pilotos da Carlin Lando Norris, vencedor do campeonato com 441 pontos, e do indiano Jehan Daruvala que ficou no 6.º lugar, com 191 pontos. Teddy Yip entusiasmado “É entusiasmante inscrever cinco carros no Campeonato de Fórmula 3 para esta temporada e ter entre os nossos pilotos o Mick [Schumacher]. É um talento puro e vai ser um forte candidato ao título esta época”, afirmou Teddy Yip “No ano passado o Mick demonstrou todo o seu talento principalmente durante o Grande Prémio de Macau ao realizar a volta mais rápida. Estamos muito ansiosos para ver como vai evoluir ao longo deste ano”, frisou. No ano passado, Mick fez a volta mais rápida, numa prova que terminou no 16.º lugar, a mais de duas voltas do líder. Por essa razão, o alemão teve condições ideais para ser o mais rápido, uma vez que sofreu problemas e ficou arredado da luta pela vitória muito cedo, podendo focar-se em rodar e fazer tempos rápidos. Por sua vez, também o director da equipa René Rosin se mostrou satisfeito com a renovação do contrato com o alemão. “Estamos contentes e orgulhosos por voltar a contar com o Mick. No ano passado teve uma época desafiante, uma vez que tinha sido promovida da Fórmula 4, mas mostrou uma grande personalidade e potencial”, opinou René Rosin. “Estamos à espera que este consiga aproveitar a experiência do ano passado e melhorar a sua prestação. Vamos ter cinco carros a competir e esepramos ter uma boa temporada pela frente”, apontou. Além de Mick Schumacher, a Prema Theodore vai contar com o chinês Zhou Guan Yu, o neozelandês Marcus Armstrong, o estónio Ralf Aron e o russo e estreante Robert Shwartzman. O Campeonato Europeu de Fórmula 3 arranca no circuito citadino de Pau, em França, no fim-de-semana de 13 de Maio.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEconomia | Agência Fitch aumenta rating de Macau para AA A agência de notação financeira subiu o rating do território e destaca a prudência do Executivo, ao nível da despesa pública. A Fitch considera que as reservas acumuladas pelo Governo são suficientes para reduzir os riscos da dependência do turismo do Interior da China [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cautela do Governo e a acumulação de fundos através dos impostos durante a crise do jogo fez com que a agência de notação financeira Fitch subisse o rating da dívida da RAEM para AA de AA-, com uma perspectiva estável. Segundo o comunicado de ontem da agência, os fundos acumulados nas reservas de Macau são mais do que suficientes para reduzir os riscos ligados à dependência do turismo do Interior da China e à reduzida base económica, ou seja o pequeno número de empresas geradoras de emprego. De acordo com a escala adoptada pela agência americana, o nível AA representa um crédito “com muita qualidade”, em que as instituições apresentam um risco “muito pequeno” de não pagarem as suas dívidas. Segundo esta escala da agência, as entidades classificadas com AA têm uma capacidade de pagamento de dívidas que “não é significativamente vulnerável” a acontecimentos com um impacto negativo para a economia. “A almofada fiscal continuou a aumentar [em 2017]. Macau é a única região avaliada pela Fitch que não tem qualquer tipo de dívida soberana, enquanto a dívida média dos Governos avaliados com rating AA cresceu para 42 por cento do PIB em 2017”, justifica a agência. “Além do mais, um gestão prudente das despesas permitiu uma acumulação substancial de uma almofada fiscal. A Fitch estima que as reservas fiscais representassem aproximadamente 137 por cento do PIB no final de 2017, o equivalente a 5,6 vezes o orçamento para 2018”, é acrescentado. A Fitch acredita que caso o Governo deixasse de ter qualquer receita e mantivesse o actual nível de despesa pública ano após ano, só daqui a cinco anos e seis meses ficaria sem dinheiro. Em resposta à subida da avaliação, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) emitiu um comunicado onde sublinha o compromisso com o controlo da despesa pública: “O Governo da RAEM continuará a seguir o princípio da manutenção das despesas dentro dos limites das receitas, como princípio de gestão financeira prudente e a aperfeiçoar o estabelecimento do regime de gestão dos recursos financeiros, assegurando o desenvolvimento sustentável das finanças da RAEM”, é prometido. Ainda de acordo com os dados oficiais, até finais de Novembro de 2017, os valores totais da Reserva Financeira da RAEM cifraram-se em MOP487,1 mil milhões, dos quais, a reserva básica representava MOP128,0 mil milhões e a reserva extraordinária MOP359,1 mil milhões. Elogio às finanças públicas Para a Fitch a força das finanças da RAEM é o “corolário” de Macau enquanto destino turístico internacional e do jogo, assim como do facto da região ter o monopólio na região da Grande China. Em relação a este ano, a agência acredita que Macau vai gerar um superavit nas contas públicas de 35 por cento do PIB, superior aos 33 por cento do ano passado. “Nos últimos 15 anos as contas públicas de Macau foram sempre positivas, incluindo durante 2015, quando houve o choque nas receitas do jogo, que caíram 34 por cento”, é referido. Por outro lado, a agência destaca os activos no exterior detidos por Macau, no final do ano passado, atingia um valor que representava 176 por cento do Produto Interno Bruto.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBanca | Clientes do Banco da China esperam horas para serem atendidos O Ano Novo Chinês fez disparar as filas de espera nos balcões do Banco da China. No entanto, os residentes ouvidos pelo HM explicam que o problema é recorrente, mesmo noutras alturas do ano [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s clientes do Banco da China que ontem se dirigiram ao balcão no Fai Chi Kei, pelas 15h47, tinham à sua frente 193 pessoas. A situação não era muito diferente no balcão do Edifício Nga Lim Fong, na Avenida Ouvidor Arriaga, onde estavam 156 em fila de espera. Também na quarta-feira a situação tinha estado caótica em vários balcões do maior banco a operar em Macau. Por exemplo, segundo uma publicação de um residente que se queixou numa rede social, no balcão na Rua da Barca pelas 15h55 estava 224 pessoas na fila da espera. As filas de espera nos balcões do Banco da China são um problema que se agrava nos dias anteriores e a seguir ao Ano Novo Chinês. Contudo, o atendimento presencial tende a ser complicado no início e final de cada mês. Um cenário que foi confirmado ao HM por utilizadores frequentes do banco. “O Banco da China costuma ter grandes filas, dependendo da altura do mês. Normalmente nessas situações o que faço é recorrer a alternativas, ou seja às plataformas online ou ao multibanco”, afirmou o residente Lokia Ng, ao HM. “O problema é que há demasiadas pessoas a acederem ao serviço, porque se compararmos a velocidade do atendimento dos balcões do Banco da China com outros bancos, o serviço é o mais rápido”, considerou. Para lidar com as filas, Lokia Ng adopta duas estratégias: evita os balcões que normalmente têm mais clientes, como os que ficam situados na Avenida Horta e Costa, Mercado Vermelho ou Rua do Campo e, por outro, evita os dias com mais movimento, como as segundas-feiras. “Nesta altura do Ano Novo Chinês é impensável ir ao banco porque há muita gente. Nos dias normais é muito mais fácil ser atendido. Contudo há dias que devem ser evitados, como as segundas-feiras ou os dias a seguir aos feriados porque o encerramento dos balcões faz com que, nos dias seguintes, haja mais gente”, explica. “Para ser atendido com maior rapidez, as pessoas devem evitar os balcões com mais pessoas, como o balcão na Horta e Costa, Mercado Vermelho ou Rua do Campo. Normalmente costumo ir à Rua 1 de Outubro, porque tem menos pessoa e fica mais perto do local onde more”, confessa. Mais de duas horas à espera O mesmo tipo de problema foi abordado um residente de origem portuguesa, em conversa com o HM, que preferiu não ser identificado. “Mesmo não sendo cliente do Banco da China, vejo-me obrigado pelo menos uma vez por mês a recorrer aos serviços do banco para efectuar o pagamento da renda, depois de ter tido alguns conflitos com a agente imobiliária que me alugou o apartamento onde vivo. É das experiências mais ingratas pelas quais passei em Macau”, considerou. “O habitual é ter que aguardar duas ou mais horas para efectuar uma operação que demora dois minutos a fazer. Da última vez, no final da semana passada, tinha cento e poucos números à frente. Dei entrada no banco às três e meia da tarde, saí da agência às seis e meia, muito depois do fim do horário de expediente”, revelou. Face a esta situação, o Banco da China respondeu ao HM que têm sido adoptadas medidas para evitar as longas horas à espera: “O Banco da China lançou uma variedade de medidas para que os clientes possam poupar tempo, como senhas electrónicas ou aplicações no Wechat ou o BOC Direct, que permitem aos clientes verem à distância quando se aproxima a sua vez de serem atendidos”, foi explicado. “Também através das aplicações podem ver quais os balcões com menos pessoas na fila de espera”, respondeu o banco. Sobre a questão de contratar mais pessoas para solucionar o problema, o Banco da China não respondeu, mas explicou que há um acompanhamento em tempo real das pessoas à espera e que o número de postos de atendimento nos balcões abre e fecha consoante as filas. A instituição fez também questão de sublinhar que faz todos os esforços para ir ao encontro das necessidades dos clientes. Tempo é dinheiro Segundo Lokia Ng a situação da filas também encontra explicação no facto de parte da população ser conservadora, quando se trata do seu dinheiro: “Os balcões têm muitos utilizadores em Macau, porque as pessoas não gostam de utilizar os multibancos. Na altura de fazer os depósitos ou retirar dinheiro, há muita gente que evita os multibancos ou os serviços online”, justificou. “No Interior da China, as pessoas estão muito acostumadas a utilizar as plataformas online como o Wechat, mas em Macau as pessoas são mais conservadoras”, sublinhou. Contudo o residente de origem portuguesa ouvido pelo HM responsabiliza o banco pela situação: “Um banco, melhor do que ninguém, sabe que tempo é dinheiro. É pena que não tenham em grande consideração o tempo de quem recorre aos seus serviços”, sublinha. O Banco da China é o maior banco a operar no território de Macau e o que mais lucros obtém. Em 2016, segundo os números no relatório e contas, a sucursal de Macau do Banco da China teve um lucros de 6,23 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Casino da Suncity no Vietname reforça candidatura a sétima licença A promotora de jogo Suncity vai tornar-se numa operadora de casinos com a abertura de um empreendimento no Vietname, e o banco de investimento Union Gaming acredita que este facto reforça as hipóteses da empresa receber uma licença de jogo em Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] construção de um hotel e casino em Hoi An, no Vietname, é um trunfo para o Grupo Suncity, caso haja uma corrida para atribuição de uma sétima licença de jogo em Macau. É esta a opinião expressa no último relatório do banco de investimento Union Gaming, publicado ontem. “No que diz respeito ao concurso público para a atribuição das novas licenças em Macau, o empreendimento da Suncity em Hoi An coloca o grupo numa melhor posição (no caso de um sétima licença ser atribuída)”, é defendido. “Não só porque o grupo Suncity se vai tornar num verdadeiro operador de empreendimentos turísticos com raízes em Macau, mas porque a atribuição de uma licença à Suncity faria com que fossem enviados dólares do mercado VIP para Macau, que poderiam beneficiar a economia local”, é acrescentado. O relatório foi publicado depois de uma visita ao Vietname de Grant Govertsen, analista em Macau do banco de investimento, onde acompanhou os trabalhos de construção do hotel com casino. O empreendimento que o Grupo Suncity está a construir no Vietname, em parceria com o grupo de jóias Chow Tai Fok e o fundo de investimento VinaCapital, é composto por sete fases, que serão abertas ao longo de 20 anos. Vai ter um total de 140 mesas de jogo e 1000 slots e máquinas electrónicas de jogo. As previsões apontam para que a primeira fase comece a operar em meados do próximo ano e o investimento será de 650 milhões de dólares americanos, o equivalente a 5,23 mil milhões patacas. Ameaça a Macau Se por um lado o relatório realça que a atribuição de uma licença de jogo à Suncity em Macau pode ser benéfica, por outro é avançada a hipótese do sector VIP no território ver as suas receitas afectadas com a abertura do novo casino da empresa, que tem como figura de proa Alvin Chao. “A realidade é que a Suncity vai estar em posição de desviar um montante real do volume de apostas VIP de Macau para o Vietname a partir do próximo ano. Claro que nem todo o montante [gerado pela promotora] vai ser desviado de Macau (por exemplo, parte virá de outros mercados do Sudoeste Asiático), mas apesar disso, pode ter um impacto no jogo VIP de Macau, a começar em 2019”, é explicado. De acordo com as contas apresentadas, a quota de mercado no segmento VIP de Macau da Suncity fixa-se nos 50 por cento, o que, segundo a Union Gaming, corresponde a 20 por cento das receitas totais brutas dos casinos de Macau. Neste sentido, a promotora do jogo foi responsável por 53,2 mil milhões de patacas do total de 265,7 mil milhões gerados nos casinos de Macau, durante o ano passado. Além do casino no Vietname, a Suncity está a abrir mais salas de jogo em casinos no Camboja e Filipinas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTáxis | DSAT rejeita críticas contra o lançamento de táxis eléctricos Lam Hin San acredita que existem condições para a implementação de táxis eléctricos em Macau e sublinha que a própria DSAT tem um conjunto desse tipo de veículos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) rejeita as críticas dos taxistas contra os veículos eléctricos e reitera que vai dar uma “passo verde” com as novas licenças. O director da DSAT, Lam Hin San, sublinha também que só devem concorrer ao concurso públicos as empresas que cumprem os requisitos. “Não percebo as razões que levam algumas vozes no sector argumentarem que não conseguem comprar os veículos eléctricos a tempo. Até a DSAT tem carros eléctricos e o custo por quilómetro é de 40 avos”, disse ontem Lam Hin San, à saída da primeira reunião do ano do Conselho Consultivo do Trânsito. “Os interessados têm de avaliar muito bem as suas capacidades para concorrer ao concurso público. Os critérios foram definidos com base num estudo feito por uma instituição. Por isso, não vamos definir a marca do veículo que as operadoras devem comprar. Mas no mercado há pelo menos duas marcas de carros eléctricos e há cada vez mais carros eléctricos que cumpre os nossos critérios”, sustentou. Para Lam Hin San está na altura da DSAT dar um “primeiro passo verde”, mesmo que no início possa haver alguns problemas: “No início não vai ser tudo perfeito, porque também estamos a aprender, mas este passo com medidas mais amigas do ambiente é um bom começo. Sabemos que o público vai apoiar-nos”, defendeu. Até 8 de Março a DSAT está a aceitar propostas para a concessão de 100 licenças de táxis. Os veículos têm de ser eléctricos. Mais passageiros De acordo com os números que emergiram da reunião do Conselho Consultivo de Trânsito, no ano passado os autocarros de Macau transportaram 211 milhões de passageiros. O valor é um novo recorde. “Em 2017 registámos 211 milhões de passageiros. É um novo recorde. O dia com mais passageiros atingiu a marca de 680 mil pessoas por dia e a média diária rondou os 400 mil passageiros”, começou por dizer Lam Hin San. “Mas em Janeiro deste ano houve um novo aumento de 7 por cento nos passageiros, face ao ano passado”, acrescentou. Apesar deste aumento, o director da DSAT não está à espera de um aumento significativo do número de carros a circular em Macau. Segundo o responsável, a aposta passa por aproveitar melhor os recursos existentes. “Neste momento temos cerca de 900 autocarros em Macau. Em comparação com o ano de 2016 trata-se de um aumento de 4 por cento. Foi um número que cresceu na mesma proporção do número de passageiros, que também foi de 4 por cento. Acredito que temos uma abordagem equilibrada”, explicou. “O nosso objectivo é aproveitar os autocarros da melhor forma. Principalmente através da carreiras rápidas, que têm mostrado ser muito eficazes”, frisou. Em relação à possibilidade do aumento do preço dos bilhetes de autocarros entrar em vigor durante este ano, Lam Hin San não limitou-se a dizer que não há nada de novo para acrescentar. A mesma postura foi adoptada perante as perguntas sobre o reconhecimento mútuo das cartas de condução com o Interior da China. Contudo, sobre este ponto, o director sublinhou que a medida é para beneficiar os residentes de Macau que visita em têm casas no Continente. Empresas com multas mais caras O Governo está a equacionar aumentar as multas para as exploradoras dos parques de estacionamento que não cumprem as suas obrigações. A revelação foi feita por Lam Hin San, ontem. “Em 2017 aumentámos as inspecções junto dos parques de estacionamento. As fiscalizações passaram a acontecer com intervalos de quatro a cinco dias. Quando foram verificadas irregularidades, as companhias de gestão foram sancionadas”, informou. “Mas vamos ponderar aumentar as multas, porque temos ouvido vozes na sociedade a dizer que os valores são baixos”, justificou.