João Luz Manchete PolíticaCAEAL | Transportes gratuitos no dia das eleições No dia das eleições, os autocarros públicos e o Metro Ligeiro serão gratuitos, revelou ontem a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa. Na noite de sexta-feira, será organizado um evento cultural na Praça do Tap Seac para marcar o início da campanha eleitoral, que começa no sábado “A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) coordenou com as duas operadoras de autocarros públicos e com a Sociedade do Metro Ligeiro para que no dia das eleições, 14 de Setembro, das 08h às 22h, todos os passageiros possam utilizar gratuitamente os autocarros públicos e o Metro Ligeiro”, indicou ontem o presidente da comissão, Seng Ioi Man. O magistrado que preside à CAEAL indicou que a medida tem como objectivo “facilitar o exercício do direito de voto por parte dos eleitores”, e teve como referência experiências passadas, como as primeiras eleições legislativas da RAEM, em 2001 e 2005, e o 25.º aniversário da implementação da RAEM no dia 20 de Dezembro do ano passado. Além disso, Seng Ioi Man revelou ontem que a CAEAL recebeu mais uma queixa de alegada infracção, a 19.ª até agora, por suspeitas de “propaganda eleitoral antes do início da campanha”, avançou o canal chinês da Rádio Macau. O presidente da CAEAL indicou que o caso revelado ontem ainda está a ser analisado, e não revelou qual a lista envolvida. De acordo com a lei, a propaganda eleitoral antes do início da campanha eleitoral é punida com multa entre 2 mil e 10 mil patacas e, independentemente da gravidade, é uma das infracções que não resulta em cumprimento de pena de prisão. Praça da alegria Na noite da próxima sexta-feira, entre as 20h30 e as 22h, a CAEAL irá organizar na Praça do Tap Seac “actividades culturais e recreativas”, incluindo “performances de palco”, para assinalar à população o início da campanha eleitoral, que irá decorrer a partir de sábado, até ao dia 12 de Setembro. No dia das eleições, entre as 08h30 e as 21h, vão estar espalhadas pela cidade postos de assistência para prestar serviços como informações sobre mesas de voto e fornecer transporte para eleitores que sofram de dificuldades motoras. O presidente da CAEAL afirmou ontem que espera que todas estas medidas aumentem a atenção da população para as eleições, incentivem a votação para “eleger patriotas e pessoas capazes de dar o seu contributo para a RAEM”.
João Luz Manchete PolíticaPortugal | Primeira visita de Sam Hou Fai a 16 de Setembro O Chefe do Executivo vai visitar Lisboa e Madrid entre 16 e 23 de Setembro. Esta será a primeira deslocação de Sam Hou Fai ao estrangeiro, depois de ter tomado posse como líder do Governo. Em Junho, Sam Hou Fai afirmou que iria aproveitar a visita a Portugal para deslocações a Espanha e Bruxelas, mas, para já, a agenda ainda não é conhecida O Gabinete de Comunicação Social (GCS) confirmou ontem que o “Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, efectuará, entre os dias 16 e 23 de Setembro, uma visita a Portugal à cidade de Lisboa” e à capital espanhola, Madrid. A confirmação surgiu na forma de um alerta para inscrição de “profissionais da comunicação social interessados na cobertura noticiosa” da visita do líder do Governo. Esta será a primeira deslocação ao estrangeiro de Sam Hou Fai, enquanto Chefe do Executivo da RAEM, depois de vários périplos pela Grande Baía e outras regiões do Interior da China, a última delas na semana passada às cidades de Hangzhou, Xangai e Nanjing. Aquando da apresentação das primeiras Linhas de Acção Governativa (LAG) do seu Executivo, em meados de Abril, Sam Hou Fai revelou que tinha nos seus planos uma visita a Portugal, ainda no primeiro semestre deste ano, “para demonstrar os laços de amizade de longa data entre Macau e Portugal”. A viagem ficou planeada para depois dos debates das LAG e das eleições em Portugal, porém, a agenda política lusa e questões internas forçaram ao adiamento da viagem. Além da Ibéria Durante uma visita à zona do Fai Chi Kei, Canídromo e Ilha Verde no passado mês de Junho, Sam Hou Fai acabou por revelar que a visita seria adiada para o Outono devido à transição do novo Governo português aos “vários assuntos importantes em Macau”. Na altura, o Chefe do Executivo indicou que a sua comitiva iria também a Espanha e Bruxelas. Porém, importa referir que a passagem por Bruxelas não foi confirmada oficialmente. No âmbito da visita oficial a Portugal e Espanha, como avançou na sexta-feira o HM, o Centro de Congressos de Lisboa acolhe a “Sessão de Promoção de Cooperação Económica e Comercial Macau-Portugal”, um evento integrado na “Missão Empresarial a Portugal e Espanha para Intercâmbio de Negócios”. O evento é organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) e conta com mais de duas dezenas de empresas chinesas. A última vez que um líder do Governo da RAEM visitou Portugal foi em Abril de 2023. Na altura, a viagem de Ho Iat Seng foi a primeira deslocação do Chefe do Executivo ao estrangeiro desde o início da pandemia.
João Luz Manchete SociedadeSaúde | Infecções gastrointestinais triplicam em Julho No passado mês de Julho, os casos de norovírus mais que triplicaram em relação a Junho, registando uma subida anual de 44 por cento para 13 casos afectados por problemas do tracto gastrointestinal. Em sentido contrário, as infecções por gripe desceram mais de um terço de entre Junho e Julho Estão de volta as doenças típicas do Verão, como os enterovírus que causam síndrome mão-pé-boca, enquanto doenças como a gripe e a escarlatina passam a afectar menos pessoas. Os números relativos às patologias mais frequentes no passado mês de Julho foram revelados ontem pelos Serviços de Saúde (SS) nos dados estatísticos de doenças de declaração obrigatória. As autoridades destacam o aumento das infecções por norovírus, apesar de apenas terem sido notificadas de 13 casos em Julho. No entanto, este total reflecte um aumento de 44,4 por cento face ao mês anterior e 220% em relação a Julho de 2024. A infecção por norovírus é uma doença transmissível do tracto gastrointestinal transmitida principalmente pelo consumo de alimentos ou água contaminados, pelo contacto com vómitos ou excrementos dos doentes ou materiais contaminados. A transmissão pode também ocorrer através de gotículas de saliva no ar. O norovírus é o principal agente patogénico da gastrenterite não bacteriana e pode causar surtos de gastrenterite em lares de idosos e escolas. Os SS indicam que esta patologia tem maior incidência no Inverno. No mês em análise, as autoridades registaram um total de 1.158 casos de doenças de declaração obrigatória através de informações cedidas por instituições médicas públicas ou privadas, médicos que efectuem o primeiro diagnóstico ou certificado de óbito, assim como técnicos de diagnóstico laboratorial. Actualmente, a legislação exige declaração obrigatória de 45 doenças transmissíveis. Como é habitual, a gripe é responsável pela larga maioria dos casos de doenças de declaração obrigatória, apesar do declínio no Verão. Em Julho deste ano, foram declaradas 831 infecções, menos 34,1 por cento face ao mês anterior e uma ligeira diminuição de 1 por cento face a Julho de 2024. Escola da vida A patologia que ocupa o segundo lugar no pódio é a infecção por enterovírus (184 casos), uma doença que “ocorre durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no Verão que tem maior incidência”, notam os SS. Apesar deste tipo de infecções ter aumentado a nível anual 20,3 por cento, desceu significativamente (66,7 por cento) dos 552 casos registados em Junho. A diminuição mensal destas infecções pode estar relacionada com as férias escolares, uma vez que ocorrem “na maioria dos casos em crianças com idade inferior a 5 anos”. Os SS acrescentam que os surtos de enterovírus, em particular que resultam em síndrome mão-pé-boca, são consequência frequentemente do contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância. Além da síndrome de mão-pé-boca, estes vírus podem provocar também herpangina e nos casos mais graves miocardite e meningite asséptica. A escarlatina é outra doença que infecta principalmente crianças, entre os 2 e 8 anos, e que é mais activa durante o período escolar, ou na Primavera e Inverno. Em Julho, as autoridades deram conta de 27 casos de escarlatina, o que representou uma diminuição de 69,3 por cento em relação aos 88 casos registados em Julho do ano passado, e de 53,4 por cento em relação aos 58 casos de Junho deste ano.
João Luz PolíticaZheng Xincong realça papel de Macau na Guerra de Resistência Na cerimónia de inauguração da “Exposição Temática pela Libertação Nacional e pela Paz Mundial-Comemoração do 80.º Aniversário da Vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial contra o Fascismo”, Zheng Xincong argumentou que “a história é o melhor livro didático e também a melhor alerta”. O subdirector do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado e director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau começou por sublinhar que os comunistas chineses se destacaram “como os defensores e praticantes mais firmes do espírito patriótico” durante a guerra contra os invasores japoneses. “As suas propostas políticas, determinação firme e acções exemplares, tornaram-se o núcleo forte que lidera o povo chinês na luta pela independência nacional e libertação do povo”, acrescentou o líder do Gabinete de Ligação. Zheng Xincong destacou “a decisão importante tomada este ano pelo Comité Central do Partido Comunista Chinês de realizar grandiosas actividades comemorativas” e “recordar a história, homenagear os heróis falecidos, promover o grandioso espírito patriótico e o grandioso espírito da Guerra de Resistência”. O político apontou que o conflito pode servir para “reunir poderosas forças para avançar com a construção de um país forte e a grande revitalização da nação através da modernização chinesa”. A posição de Macau, “embora pequeno” em termos geográficos, foi também vincada por “nunca estar ausente”. Do passado ao futuro “Os amplos compatriotas de Macau empenharam-se com todo o coração na salvação nacional, seja indo decididamente para a frente de batalha para combater corajosamente e obter feitos meritórios, seja dedicando-se ao auxílio de refugiados e doando activamente fundos e materiais”, lembrou o director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau. Além de salientar a participação de figuras históricas de Macau na luta contra os japoneses, Zheng Xincong evocou o papel do território no futuro. “Espera-se que todas as comunidades de Macau aprendam profundamente o espírito consagrado nos discursos importantes do Presidente Xi Jinping, herdem e desenvolvam o grande espírito da resistência contra a agressão”, indicou o responsável.
João Luz Manchete PolíticaHistória | Sam Hou Fai inaugura mostra sobre guerra contra o Japão Foi ontem inaugurada no edifício do Fórum Macau a Exposição do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascita. O Chefe do Executivo enalteceu o contributo de “compatriotas de Macau” e apelou ao fortalecimento do patriotismo Foi inaugurada ontem a “Exposição do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascita”, que reúne fotografias que retratam “o árduo percurso de 14 anos do povo chinês pela libertação nacional”. A mostra está patente no edifício do Fórum Macau até 24 de Setembro. Na cerimónia de inauguração, o Chefe do Executivo enalteceu a “coragem inigualável” e “determinação inabalável” do povo chinês na luta contra a invasão japonesa, assim como dos “povos do mundo” na II Grande Guerra Mundial. O discurso de Sam Hou Fai teve como foco os contributos dos “compatriotas de Macau” que “desempenharam um papel insubstituível e único”, conscientes de que a “ascensão e queda da nação” dizia respeito a todos. O governante destacou a coragem do General Ye Ting, o músico Xian Xinghai, ambos com espaços na península que comemoram as suas memórias, e os jovens Lin Yao, Liang Jie e Liao Jintao, “que deixaram Macau pelos campos de batalha”. Entre os resistentes homenageados por Sam Hou Fai, destaque para Ke Lin, que dirigiu uma equipa do Hospital Kiang Wu nos cuidados a feridos em combate, e que foi avô da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam. Além da exposição de fotografia, o Governo da RAEM entregou medalhas comemorativas a residentes familiares de alguns soldados que morreram em batalhas contra os japoneses. Livro de história Depois de realçar a “frente unida” que o Partido Comunista da China montou para repelir a agressão nipónica, Sam Hou Fai apontou o papel que Macau desempenhou após a ocupação de Guangzhou e Hong Kong. Pese embora Macau ter sido cercada, “graças à sua posição única e aos esforços de todas as esferas da sociedade, tornou-se porto de abrigo para centenas de milhares de compatriotas e refugiados que chegavam das áreas vizinhas”, afirmou. A partir daí, Macau “tornou-se um canal importante para romper o bloqueio, recolher e transportar mantimentos, além de ser estação de transbordo para resgatar celebridades culturais e patriotas presos em Hong Kong”. Como não poderia deixar de ser, o patriotismo fez parte do discurso do Chefe do Executivo da RAEM. Sam Hou Fai salientou que o marco dos 80 anos ainda hoje uma “importante força espiritual”, “na nova jornada de construção de um grande país e de revitalização nacional” e uma via para “fortalecer a crença no patriotismo e no amor a Macau”. Como tal, o Chefe do Executivo indicou como essencial a missão de “zelar pela defesa do princípio «um país» e aproveitar as vantagens do segundo sistema”.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Mais de 22,6 milhões de turistas até Julho Nos primeiros sete meses do ano, mais de 22,6 milhões de turistas visitaram Macau, quase mais 15 por cento em termos anuais, marca que pode representar um retorno aos tempos antes da pandemia. Só em Julho, entraram em Macau mais de 3,4 milhões de turistas, a larga maioria excursionistas chineses Entre o início deste ano e o fim de Julho entraram em Macau 22.676.906 turistas, total que significa um aumento de 14,9 por cento face ao mesmo período do ano passado, impulsionado em grande parte pela subida do mercado excursionista vindo do Interior da China. A fasquia ultrapassa metade da previsão da directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, de um total entre 38 e 39 milhões de entradas no fim de 2025, quando ainda falta o período tradicional de época alta relativos aos feriados nacionais de Outubro. Seguindo este ritmo de entradas, 2025 pode fechar com números semelhantes ao período pré-pandémico. Recorde-se que em 2019, Macau foi destino escolhido por cerca de 39,4 milhões de turistas. Segundo dados revelados na sexta-feira pela Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), dos cerca de 22,7 milhões de visitantes, número de entradas de excursionistas foi de quase 13,2 milhões, enquanto os turistas individuais totalizaram 9,5 milhões, representando aumentos anuais de 25,5 e 2,8 por cento, respectivamente Apesar do aumento de pessoas a visitar Macau, a sua estadia no território diminuiu 0,1 dias para 1,1 dias, em relação aos primeiros sete meses de 2024. A DSEC explica a descida com o “aumento da proporção de excursionistas em relação ao total de visitantes”, uma vez que o período médio de permanência dos excursionistas (0,2 dias) e o dos turistas (2,3 dias) se mantiveram. Bons vizinhos No mês passado, mais de 3,4 milhões de visitantes entraram em Macau. O registo mensal de Julho foi o mais elevado desde Janeiro, quando o território foi visitado por 3,65 milhões de turistas. Mas dos 3.458.366 visitantes que se deslocaram ao território, mais de metade (1.980.732) eram excursionistas, o que representa um aumento de 24,1 por cento face ao mesmo mês do ano anterior, refere-se na nota da DSEC. O número de turistas (1.477.634) também aumentou 3,7 por cento, em termos anuais. A maioria dos visitantes (2.563.212) era proveniente do Interior da China – mais 17,4 por cento -, sendo que 625.343 chegaram de Hong Kong e 92.037 de Taiwan, uma subida homóloga de 6,2 e 21,4 por cento, respectivamente. O número de visitantes vindos das nove cidades do Delta do Rio das Pérolas da Grande Baía foi de 1.225.642, mais 23 por cento, face a Julho de 2024, graças ao aumento de 56,8 por cento dos visitantes provenientes de Zhuhai. No que diz respeito aos visitantes internacionais (177.774), refere ainda a DSEC, o aumento registado foi de 2,8 por cento. Neste capítulo, destaque para os turistas vindos da Tailândia que subiram 48,9 por cento, para um total de 12.352, face a Julho do ano passado.
João Luz Manchete SociedadeMalparado | Dívidas das PME sobem para valor mais alto desde 2008 O crédito malparado das pequenas e médias empresas de Macau subiu na primeira metade do ano para 7,6 por cento, o valor mais elevado desde 2008, quando a RAEM enfrentava o impacto da crise financeira internacional. Porém, no mesmo período foram aprovados mais créditos, com menos garantias exigidas Nos primeiros seis meses deste ano, o balanço relativo aos empréstimos em dívida não pagos por pequenas e médias empresas (PME) atingiu um nível de 5,6 mil milhões de patacas, revelou a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) na sexta-feira. A autoridade acrescenta que o aumento de 7,6 por cento do crédito malparado no primeiro semestre de 2025 se ficou a dever, “principalmente, à queda do balanço dos empréstimos em dívida concedidos às PME”. A proporção do crédito malparado na primeira metade de 2025 registou um aumento de 1,4 pontos percentuais, face aos 6,2 por cento do primeiro semestre de 2024, ou um aumento anual de 700 milhões de patacas de crédito por pagar. A AMCM aconselhou o sector bancário a encetar negociações com as PME para criar “planos de reembolso flexíveis, sob o princípio da gestão prudente de riscos e de acordo com as suas próprias políticas de crédito, continuando a fornecer apoio de crédito aos clientes com dificuldades de liquidez”. O nível do crédito malparado registado na primeira metade deste ano atingiu o valor absoluto mais elevado desde 2028, quando a RAEM sentia o impacto da crise financeira mundial. Morte a crédito Apesar dos níveis históricos do rácio das dívidas por pagar, na primeira metade de 2025 houve um aumento considerável dos créditos aprovados a PME, face ao semestre anterior, mais 47,7 por cento para um total de 4,9 mil milhões de patacas. Ao mesmo tempo que os créditos aprovados aumentaram, as exigências para aprovação seguiram na direcção oposta. “O rácio de garantia (o que indica a proporção de limite de crédito com activos corpóreos prometidos) situou-se em 62,2 por cento, correspondendo a um decréscimo de 14,5 pontos percentuais (pp) quando comparado com os últimos dados”, revelou a AMCM. Outra tendência contraditória revelada pelos dados da AMCM diz respeito ao balanço dos empréstimos às PME, que, apesar do aumento dos créditos aprovados, desceu no primeiro semestre deste ano 4,7 por cento para um total de 743,5 mil milhões de patacas, face ao último semestre de 2024. Quando a análise é feita segundo o uso económico, constatou-se que os empréstimos concedidos ao sector em “transportes, armazenagem e comunicações” aumentaram 14,1 por cento, enquanto que aos sectores em “comércio por grosso e a retalho” e “construção” registaram decréscimos de 9,9 e 2,8 por cento, respectivamente.
João Luz Manchete PolíticaConsumo | Nova ronda do Grande Prémio em Setembro Na próxima semana arranca mais um Grande Prémio do Consumo, que até ao final de Novembro irá sortear descontos no comércio local. O orçamento desta edição subiu quase 65 por cento e traz duas novidades: o aumento do desconto directo para idosos, que passa a 500 patacas e o cartão de cuidados sociais O Governo e a Associação Comercial de Macau apresentaram na sexta-feira mais uma edição do Grande Prémio do Consumo, que começa no dia 1 de Setembro (segunda-feira da próxima semana) e termina no dia 30 de Novembro. A nova ronda de descontos irá seguir os mesmos moldes da edição anterior, mas o orçamento será maior, totalizando 485 milhões de patacas em benefícios de consumo atribuídos ao longo das 13 semanas da iniciativa, mais 64,4 por cento, ou 190 milhões de patacas, em relação à edição que decorreu entre Março e Maio deste ano. Porém, a nova edição do Grande Prémio do Consumo terá duas novidades. A primeira é o aumento do valor do “desconto imediato para idosos” para 500 patacas, em relação às 300 patacas da edição anterior, que inaugurou o apoio directo a idosos A segunda novidade, é a criação do um “Cartão de Cuidados Sociais” com 500 patacas em benefícios de desconto imediato aos titulares do Cartão de Registo de Avaliação da Deficiência. Em relação ao Cartão Macau Pass para Idosos, os utentes podem usar o cartão da edição anterior da iniciativa, bastando para tal fazer o carregamento de 500 patacas nos mais de 100 postos de serviços espalhados por Macau. Se precisarem de um novo cartão, podem solicitá-lo até 18 de Novembro nos centros de acção social da Zona Centro – Sul (Patane), da Zona Norte (Tamagnini Barbosa), Zona Noroeste (Ilha Verde), Taipa e Coloane (na Avenida da Harmonia e Rua do Regedor), e no Centro de Avaliação Geral de Reabilitação. O Cartão de Cuidados Sociais pode ser levantado em instituições e centros coordenados pelo Instituto de Acção Social. O Governo salienta, no entanto que “não é possível usufruir das duas modalidades de benefício em simultâneo”. A rua falou De resto, a nova edição do Grande Prémio do Consumo irá manter os mesmos moldes. Durante a semana, os utentes de aplicações móveis de pagamento por código QR colaboradoras com a iniciativa têm três sorteios para ganhar cupões de descontos quando gastarem mais de 50 patacas numa transacção. Por cada aplicação móvel, o utente tem direito a três sorteios por semana. Os cupões de descontos vão manter-se entre 10 patacas e 200 patacas que têm de ser gastas em compras “igual ou superior ao triplo do valor nominal do cupão”. Ou seja, um cupão de 10 patacas só pode ser gasto numa compra de, pelo menos, 30 patacas. Além disso, todas as semanas realiza-se um sorteio para quem usou as aplicações móveis que irá atribuir três prémios de 8.000 patacas. Durante a apresentação da nova edição da medida de apoio ao consumo e ao comércio o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), Yau Yun Wah, referiu que a edição anterior do Grande Prémio do Consumo “obteve êxitos notáveis” e “produziu um efeito positivo no estímulo ao consumo local”. O responsável mencionou também que o Chefe do Executivo quando ouviu “opiniões da sociedade, numerosas pequenas e médias empresas expressaram o desejo de que o Governo” continuasse o “apoio à economia comunitária durante os períodos de baixa temporada”. Importa também referir que a edição da iniciativa se intitula “Força dos Jogos Nacionais – Grande prémio para o consumo nas zonas comunitárias”, nome dado para “responder ao ambiente entusiástico dos Jogos Nacionais e aproveitar o efeito do evento para revitalizar a confiança do mercado de consumo”, indicou o Governo. Kaifong | Pedido uso de cupões durante a semana Os deputados Leong Hong Sai e Ngan Iek Hang querem que o Governo alargue o período para gastar os cupões de desconto do Grande Prémio do Consumo aos dias da semana. Em declarações ao jornal Ou Mun, os vice-presidentes do Centro da Política da Sabedoria Colectiva subordinado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong) afirmaram que durante a actividade promocional haverá feriados, e que nesses dias o Governo deveria permitir o uso dos cupões. Além disso, os deputados sugeriram ao Executivo de Sam Hou Fai que aproveite os Jogos Nacionais para lançar uma gama de produtos promocionais que se vendam no comércio dos bairros comunitários.
João Luz Manchete SociedadeZAPE com Sabores | Dono de restaurante queixa-se de concorrência Um dono de um restaurante no ZAPE afirma que a iniciativa ZAPE com Sabores não deu prioridade à participação dos negócios da área e ainda trouxe concorrência de fora. Helena de Senna Fernandes respondeu que a iniciativa tem levado mais pessoas ao ZAPE e que mais eventos se vão realizar na zona “Tentei perceber porque os organizadores da feira ‘ZAPE com Sabores’ convidaram apenas alguns comerciantes da zona, e nem nos deram informações como participar. Fomos à sede da associação organizadora depois de começar a iniciativa e apenas nos disseram que a feira foi organizada muito rapidamente e não houve tempo para convidar mais comerciantes”. Assim começou o desabafo de um empresário da restauração do ZAPE, numa chamada para o programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, sobre a iniciativa ZAPE com Sabores. O evento, realiza-se até domingo entre a Rua de Cantão e a Rua de Xangai, onde estão instaladas seis rulotes e 30 bancas com gastronomia local e do Sudeste Asiático, além da venda de criações artesanais e uma área para jogos interactivos e música ao vivo. A iniciativa foi pensada para dinamizar a zona que será afectada pelo fim dos casinos-satélite. Porém, de acordo com Cheang, o dono do restaurante que ligou ontem para o programa da emissora pública, o “ZAPE com Sabores” importou comerciantes de fora e concorrência para a zona. “Não é justo para nós. Sou empresário de restauração e a maioria destas bancas vendem comes e bebes, ou seja, são uma concorrência forte para o nosso negócio”, indicou. Em cima do joelho “Se esta feira foi organizada para incentivar o negócio dos comerciantes do ZAPE, porque é que não deram prioridade em convidar negócios locais?”, perguntou o empresário que criticou a associação que organiza a iniciativa. A coordenação e operação da “ZAPE com Sabores” foi adjudicada por ajuste directo à Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau por 3,6 milhões de patacas. Entre a data da adjudicação, 25 de Julho, e o início da feira decorreram 21 dias. Cheang deixou ainda no ar algumas questões: “Se o objectivo era incentivar os negócios do ZAPE, porque não lançaram medidas como o Carnaval do Consumo só para a zona, com descontos para os clientes?” Algumas horas mais tarde, à margem da apresentação do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício, Helena de Senna Fernandes referiu que em quatro dias a iniciativa atraiu 36 mil visitantes e em gerou um volume de negócios a rondar as 200 mil patacas. A directora dos Serviços de Turismo acrescentou que dois comerciantes da zona reportaram melhorias nos negócios e que algumas bancas tiveram um volume diário de negócios de 10 mil patacas. Questionada sobre o testemunho de Cheang, Helena de Senna Fernandes afirmou que a feira “tem como objectivo atrair mais clientes para a área e divulgar os negócios do ZAPE”. “Acredito que não serão apenas os negócios participantes que sairão beneficiados por esta iniciativa”, acrescentou a responsável. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a directora da DST afirmou ainda que as autoridades receberam o feedback de alguns comerciantes do ZAPE que disseram que o aumento de pessoas ajudou a impulsionar os seus negócios. Helena de Senna Fernandes indicou ainda que o Governo irá organizar outras iniciativas na zona, como a instalação de bonecos de marcas populares e descontos para quem consumir na zona.
João Luz Manchete PolíticaMaternidade | Mulheres pedem que subsídio se torne permanente A Associação Geral das Mulheres aplaude a extensão do subsídio de apoio à licença de maternidade, mas pede que passe a ser permanente e alargado a empresas com mais de 100 trabalhadores. Além disso, a associação quer maior rapidez no processo legislativo para aumentar as licenças de maternidade e paternidade A Associação Geral das Mulheres de Macau viu com bons olhos o anúncio de quarta-feira do Conselho Executivo de que o plano do subsídio complementar atribuído aos empregadores pela remuneração paga na licença de maternidade será alargado por mais um ano. O subsídio em questão começou a ser distribuído depois da revisão legal que alargou a licença de maternidade de 56 para 70 dias, que entrou em vigor a 26 de Maio de 2020, e teria como limite máximo 14 dias de renumeração base. O subsídio foi apresentado como uma medida para aplicar durante um período transitório, permitindo aos empregadores adaptar-se, de forma gradual, às despesas económicas causadas pelo aumento do número de dias de licença de maternidade. O período de transição terminou em Maio de 2023, mas desde então foi consecutivamente renovado anualmente. Num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, a associação representada pela deputada Wong Kit Cheng e a vice-directora Loi I Weng pediu que o subsídio complementar passe a ser permanente. Loi I Weng argumentou que a continuidade do carácter temporário da medida não transmite segurança às potenciais novas mães, nem às pequenas e médias empresas. A dirigente aponta também que o subsídio complementar deveria ter um âmbito alargado e não se ficar apenas pelas empresas com menos de 100 funcionários e que, se no futuro a licença de maternidade aumentar, o Governo precisa reajustar o subsídio para aliviar os encargos das empresas. Depressa e bem Em relação ao aumento da licença de maternidade, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) encarregou uma entidade terceira de estudar o tema, estando prevista uma consulta pública e o início do processo legislativo no próximo ano. Wong Kit Cheng está preocupada com esta calendarização, tendo em conta a gravidade da baixa natalidade e a necessidade urgente de a resolver. Como tal, a deputada defende a aceleração do processo, o alargamento dos dias de licença de paternidade e que esta também seja complementada com um subsídio, permitindo que ambos os pais beneficiem da medida. Recorde-se que a licença de paternidade continua fixada em apenas cinco dias.
João Luz Manchete PolíticaTurismo | Helena de Senna Fernandes e Fanny Vong renovam mandatos Helena de Senna Fernandes vai continuar à frente da Direcção dos Serviços do Turismo por mais dois anos, até Dezembro de 2027. A renovação no cargo foi ontem oficializada pelo secretário para a Economia e Finanças. Também Fanny Vong vai continuar a dirigir a Universidade de Turismo de Macau por mais seis meses Dois dos cargos mais importantes na definição do rumo do sector do turismo de Macau vão continuar nas mãos de duas mulheres cujas carreiras públicas se misturam com o rumo das políticas turísticas do território das últimas duas décadas. Maria Helena de Senna Fernandes vai continuar a dirigir os Serviços de Turismo, enquanto Fanny Vong prossegue como reitora da Universidade de Turismo de Macau. A comissão de serviço de Helena de Senna Fernandes foi renovada por dois anos, a partir de 20 de Dezembro deste ano, através de um despacho do secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, publicado ontem no Boletim Oficial. O documento que renova o mandato de Helena de Senna Fernandes à frente da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) indica que a directora “tem capacidade de gestão e experiência profissional adequadas para o exercício das suas funções”. Se cumprir a mais recente comissão de serviço, Helena de Senna Fernandes será directora da DST por, pelo menos, 15 anos, cargo que ocupa desde Dezembro de 2012. A responsável é licenciada em Gestão Empresarial e entrou na Função Pública em 1988, tendo desempenhado entre 1994 e 1998 o cargo de chefe do Departamento de Promoção da DST. A partir de 1998, e até ser promovida a directora, foi subdirectora da DST. Também desempenhou funções como parte da Comissão de Designação de Medalhas e Títulos Honoríficos. À meia dúzia Por sua vez, a comissão de serviço de Fanny Vong como reitora da Universidade de Turismo de Macau foi renovada por seis meses, dando continuidade à responsável que presidiu à transição do Instituto de Formação Turística para a actual Universidade de Turismo de Macau. A continuição do mandato de Fanny Vong foi oficializada por um despacho assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, publicado ontem no Boletim Oficial. A justificação para a renovação do mandato por seis meses foi exactamente a mesma dada para a renovação de Helena de Senna Fernandes. Fanny Vong foi professora na Universidade de Macau e ingressou no Instituto de Estudos Turísticos de Macau em 1999, tornando-se presidente do instituto em 2001. Durante o seu mandato, criou o programa de pós-doutorado da instituição que deu lugar à Universidade de Turismo de Macau, incluindo programas de mestrado, doutorado e pós-graduação. A reitora ocupou vários cargos relacionados com a indústria do turismo de Macau, incluindo na Comissão de Apoio ao Desenvolvimento Turístico.
João Luz Manchete PolíticaMaternidade | Pedidos 113 subsídios complementares até Julho Até ao final do mês passado, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) registou 113 pedidos para o plano do subsídio complementar atribuído aos empregadores pela remuneração paga na licença de maternidade, indicou ontem o director Chan Un Tong numa conferência de imprensa do Conselho Executivo. Destes 113 pedidos, 86 foram aprovados (envolvendo 79 empresas) num valor de quase 810 mil patacas. Recorde-se que este subsídio começou a ser distribuído depois da revisão legal que alargou a licença de maternidade de 56 para 70 dias, que entrou em vigor a 26 de Maio de 2020, e teria como limite máximo 14 dias de renumeração base. O subsídio foi apresentado como uma medida para aplicar durante um período transitório, permitindo aos empregadores adaptar-se, de forma gradual, às despesas económicas causadas pelo aumento do número de dias de licença de maternidade. O período de transição terminou em Maio de 2023, mas foi ontem prolongado por mais um ano, através da alteração ao regulamento administrativo que rege o plano de apoio. O Conselho Executivo explica o prolongamento da medida com as políticas de incentivo à natalidade, e a promoção de relações laborais harmoniosas. Como tal, os empregadores que preencham os requisitos e tenham pago “remunerações na licença de maternidade às trabalhadoras residentes que tiveram parto ou situações afins até 31 de Dezembro de 2026”, podem requerer o subsídio complementar.
João Luz Manchete PolíticaNanjing | Governo presta homenagem a vítimas de massacre O Chefe do Executivo visitou ontem o Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing e prometeu realizar em Macau actividades para homenagear os mártires e “exaltar o grande espírito patriótico”. Além disso, a RAEM e a província de Jiangsu assinaram um acordo de cooperação na área da educação Sam Hou Fai visitou ontem o Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing pelos Invasores Japoneses, em Nanjing, onde depositou uma coroa de flores em honra das vítimas. Num gesto de homenagem, o governante e a delegação da RAEM respeitaram um minuto de silêncio e ajustaram fitas fúnebres. De seguida, a comitiva que incluiu a secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, O Lam, e o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, Kong Chi Meng, visitaram “a sala de exposição histórica no Salão Memorial e o local da vala comum dos compatriotas mortos, e do capítulo heróico da sangrenta resistência do povo chinês”. O Chefe do Executivo salientou que este ano se assinala o 80.º aniversário da vitória na guerra de resistência do povo chinês contra a agressão japonesa e na guerra mundial antifascista, e que para marcar o “momento tão significativo”, a RAEM vai organizar uma série de actividades comemorativas. Estas actividades terão como conceitos principais “’recordar a história, prestar homenagem aos mártires, valorizar a paz e criar um grande futuro’, para promover o importante significado da vitória na guerra de resistência e exaltar o grande espírito patriótico”, indicou o Governo da RAEM. Agarrar oportunidades Além da homenagem às vítimas do massacre de Nanjing, Sam Hou Fai teve ontem na agenda uma reunião com o secretário do Comité Provincial de Jiangsu do Partido Comunista Chinês e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, Xin Changxing. Em cima da mesa esteve o reforço do intercâmbio e cooperação entre Macau e Jiangsu, em especial na área da edução. Nesse âmbito, foi assinado um acordo de cooperação “promover o intercâmbio e a cooperação entre Macau e Jiangsu na área da educação, e aprofundar o desenvolvimento integrado de educação-ciência-tecnologia-quadros qualificados”. O acordo visa “potenciar a complementaridade de vantagens das duas regiões nos domínios de recursos educacionais, de transformação de resultados de investigação e de plataforma de serviços”. Sam Hou Fai considerou que Macau e Jiangsu podem reforçar a cooperação em áreas como inovação científica e tecnológica, medicina tradicional chinesa, cultura, turismo, convenções e exposições, e formação de profissionais qualificados.
João Luz Manchete SociedadeConvenções / Exposições | Mais eventos mas menos visitantes e gastos Na primeira metade deste ano, realizaram-se em Macau quase mais um terço das convenções e exposições face ao mesmo período de 2024. Porém, o número de participantes e visitantes caiu mais de 11 por cento, e os gastos no território tiveram uma quebra de 26,5 por cento devido a “incertezas da economia mundial” e “mudança do padrão de consumo” Mais eventos, mas menos pessoas e consumo na economia local, assim se podem resumir as estatísticas do sector das convenções e exposições referentes ao primeiro semestre de 2025, divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os serviços estatísticos indicaram que na primeira metade deste ano realizaram-se 918 convenções e exposições, mais 29,3 por cento em termos anuais (+208 eventos) e realça o aumento dos eventos relacionados com “comércio e gestão” e “tecnologia informática”, que tiveram mais 91 e 36 eventos, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. Entre Janeiro e o fim de Junho, a maior parte dos eventos organizados em Macau foram reuniões e conferências (863), registando um aumento anual de quase 30 por cento. Porém, apesar do crescimento significativo deste tipo de eventos, os participantes apenas aumentaram 6,7 por cento, um reflexo da evolução antagónica das estatísticas do sector. Reverso da medalha A DSEC aponta que o número de participantes e visitantes dos eventos de convenções e exposições fixou-se em 428.000, decrescendo 11,2 por cento, face ao primeiro semestre de 2024. A DSEC explica que esta quebra se deveu ao decréscimo do “número de visitantes em geral oriundos do exterior que vieram às exposições”, “devido às incertezas da economia mundial, à mudança do padrão de consumo dos visitantes entrados na RAEM”. Além da descida do número de visitantes e participantes, a despesa total depois de entrarem em Macau para participaram em convenções e exposições também diminuiu. Assim sendo, “as receitas dos ramos de actividade económica não jogo da RAEM geradas pelos eventos de convenções e exposições caíram 26,5 por cento, em termos anuais, para 1,65 mil milhões de patacas”. Apesar dos números gerais de visitantes e participantes, a DSEC vinca o aumento de expositores internacionais (2.822) nos eventos organizados na RAEM na primeira metade de 2025, com uma subida de quase 20 por cento. Os visitantes profissionais internacionais que vieram a estes eventos também aumentaram 20,9 por cento para um total de 3.120. Em termos trimestrais, os dados da DSEC revelam que entre Abril e Junho se realizaram 480 convenções e exposições, mais 42 eventos do que no primeiro trimestre deste ano e um aumento anual de 28,3 por cento. Mas, também aqui, o número de participantes e visitantes diminuiu 24,1 por cento, para um total de 228 mil pessoas, face ao segundo trimestre de 2024.
João Luz Manchete PolíticaGuangdong | Emitidos 2,5 mil milhões em títulos de dívida na RAEM A província vizinha de Guangdong vai voltar a emitir, pela quinta vez, títulos de dívida em Macau, no valor de 2,5 mil milhões de renminbi. A operação que irá decorrer no fim de Agosto é destinada a investidores profissionais e irá também ajudar a financiar a 15.ª edição dos Jogos Nacionais A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem que o Governo da província de Guangdong irá no fim do mês emitir títulos de dívida em renminbi (RMB) do seu Governo local, num valor de 2,5 mil milhões de RMB. De acordo com a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), a nova emissão mantém a aposta nas obrigações temáticas ligadas à Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin e nas obrigações verdes, mas introduz também duas novidades: a emissão de títulos de dívida destinados a apoiar a 15.ª edição dos Jogos Nacionais e de obrigações azuis. A emissão é destinada a investidores profissionais. A AMCM sublinha que esta iniciativa “reflecte o apoio do Governo Central e do Governo Popular da Província de Guangdong a Macau”, permitindo acelerar o desenvolvimento de novos sectores financeiros, em particular o mercado obrigacionista, e contribuir para a diversificação económica. Uma parte das receitas será aplicada no projecto da 15.ª edição dos Jogos Nacionais, a primeira grande competição desportiva conjunta entre Guangdong, Hong Kong e Macau, o que constitui, segundo as autoridades, uma demonstração do reforço da integração da Grande Baía e do apoio à participação de Macau no desenvolvimento nacional. Destino recorrente Além da componente desportiva, a emissão inclui obrigações verdes e, pela primeira vez, obrigações azuis, instrumentos destinados a financiar projectos ligados à sustentabilidade ambiental e à preservação dos recursos marinhos. A AMCM destaca que esta diversidade “enriquece o mercado obrigacionista de Macau” e poderá atrair novos emitentes, alinhando-se com os objetivos da China de atingir o pico de emissões de dióxido de carbono e a neutralidade carbónica. A especificidade da emissão destes títulos de dívida “impulsiona o desenvolvimento dos mercados financeiros de Guangdong e Macau para áreas verdes e sustentáveis”, aponta a AMCM. A autoridade monetária destacou também o apoio do Ministério das Finanças e do Governo Popular da Província de Guangdong, a quem expressou “sinceros agradecimentos”, reafirmando que continuará a promover a cooperação financeira entre Guangdong e Macau. Esta é a quinta vez, desde 2021, que a província de Guangdong se financia em Macau através de títulos de dívida. A última vez que o tinha feito foi em Agosto do ano passado, no mesmo valor. Cerca de dois meses depois foi a vez do Governo Central emitir em Macau títulos de dívida no valor de 5 mil milhões de RMB. No início do mês passado, Pequim subiu a parada e voltou a emitir títulos de dívida na RAEM no valor de 6 mil milhões de RMB.
João Luz PolíticaSeac Pai Van | Ampliação do reservatório custará pelo menos 330 milhões A empreitada de ampliação do Reservatório de Seac Pai Van em Coloane vai custar entre mais de 330 milhões de patacas e 425 milhões de patacas, de acordo com as 11 propostas apresentadas no concurso público, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Obras Públicas. As autoridades abriram ontem publicamente as propostas ao concurso e revelaram que 10 foram admitidas, enquanto uma outra foi “admitida condicionalmente, devendo as irregularidades serem supridas no prazo fixado”. Dentro das propostas apresentadas, os prazos globais de execução dos trabalhos foram praticamente iguais, variando entre 623 dias de trabalho e 624 dias de trabalho. A obra tem o objectivo de reforçar a segurança no abastecimento de água urbana em Macau, elevar a capacidade de reserva dos recursos de água doce e a capacidade de resposta em situações de emergência. O início da obra está previsto para o último trimestre deste ano e tem como prazo máximo de execução de 655 dias de trabalho. Após a sua conclusão, a capacidade total do Reservatório de Seac Pai Van aumentará de 300 mil m3 para cerca de 780 mil m3. Por último, o comprimento da ciclovia em redor do reservatório estender-se-á para cerca de 1.415 metros, enquanto os dos circuitos de corrida e de manutenção vão ficar com cerca de 1.160 metros.
João Luz Manchete PolíticaXangai | Sam Hou Fai quer integrar recursos para quadros qualificados Numa reunião com governantes de Xangai, o Chefe do Executivo sugeriu o desenvolvimento conjunto de projectos de investigação científica e tecnológica e a integração de recursos para formar quadros qualificados. Sam Hou Fai defendeu também o reforço da cooperação de empresas e instituições académicas das duas cidades Uma comitiva do Governo da RAEM, liderada pelo Chefe do Executivo, reuniu na segunda-feira ao fim da tarde com o secretário do Comité Municipal de Xangai do Partido Comunista Chinês, Chen Jining e o vice-secretário do Comité Municipal e presidente do município de Xangai, Gong Zheng. O encontro fez parte da agenda que incluiu a visita a pólos industriais e empresas do sector tecnológico. Na reunião com os representantes políticos de Xangai, Sam Hou Fai defendeu que as duas cidades deveriam “desenvolver em conjunto projectos de investigação especializada a nível de ciência e tecnologia, aprofundar a cooperação financeira transfronteiriça, integrar os recursos educacionais para formar quadros qualificados multidisciplinares”. No plano do turismo, o Chefe do Executivo sugeriu a promoção conjunta de itinerários “multi-destinos” no mercado internacional e cooperação ao nível da indústria das convenções e exposições. As indústrias do futuro foram uma das tónicas principais da passagem da comitiva da RAEM por Xangai. O Chefe do Executivo propôs o reforço da cooperação e intercâmbio das empresas de tecnologia e das instituições académicas entre as duas cidades, adoptando a filosofia “Indústria-Academia-Investigação”. Tu cá, tu lá O governante da RAEM disse esperar o forte apoio de Xangai no incentivo a empresas tecnológicas “a explorar oportunidades de negócios em Macau, em prol de um desenvolvimento conjunto”. Cumprindo a necessária menção aos importantes discursos proferidos por Xi Jinping durante a última visita a Macau, Sam Hou Fai repetiu aos altos cargos do Partido Comunista Chinês de Xangai que Macau está a implementar o espírito dos discursos e a empenhar-se na diversificação da economia e construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre em Hengqin. Durante a parte da manhã, a comitiva da RAEM visitou a Cidade Científica de Zhangjiang e duas empresas científicas. Segundo o Gabinete de Comunicação Social, Sam Hou Fai convidou as empresas a investirem em Macau. A agenda política do dia fechou com uma deslocação à comunidade ecológica de inovação do Espaço Mosu, onde os representantes de Macau ficaram a conhecer a plataforma de incubação e aceleração de modelos de inteligência artificial. O périplo pelo Interior da China levou ontem a comitiva de governantes da RAEM a Nanjing, cidade na província de Jiangsu que foi capital do país durante várias dinastias imperiais.
João Luz SociedadeEstacionamento | Propostas em Coloane entre 5,5 e 6,9 milhões A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) anunciou ontem os valores das propostas apresentadas para a construção de um parque de estacionamento temporário na Estrada de Cheoc Van em Coloane. Entre as cinco empresas convidadas a apresentar propostas, aquela que ofereceu o orçamento mais baixo foi a Companhia de Decoração San Kei Ip, com um pouco mais de 5,5 milhões de patacas, e a segunda mais barata foi a propostas da Lee Ka Chi com 5,98 milhões de patacas. No pólo oposto, a proposta mais avultada foi apresentada pela Empresa de Construção e Obras de Engenharia Tak Fat Kin Ip, no valor de 6,88 milhões de patacas. A empresa escolhida ficará a cargo da construção do parque de estacionamento provisório num terreno (local original do Centro de Formação das Águias Voadoras de Coloane) situado junto da Estrada de Cheoc Van e Rua da Cordoaria. O objectivo da obra é aliviar a insuficiência de lugares de estacionamento nas imediações, proporcionando uma quantidade não inferior a 70 lugares de estacionamento para automóveis ligeiros e motociclos. A obra consiste na terraplanagem das zonas das extremidades sul e norte para o estacionamento de veículos, na reformulação dos muros confrontando com a Rua da Cordoaria e a construção de acessos para veículos e baía de acostagem para autocarros na Estrada de Cheoc Van. Serão também colocadas no local instalações de iluminação e de telecomunicações e aperfeiçoados os sistemas de abastecimento de água e de drenagem.
João Luz SociedadeSMG | Alertas para hipótese de mais tufões ainda este mês Depois de ter emitido o sexto sinal de ciclone tropical deste ano, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos advertem para a elevada probabilidade de mais tempestades se formarem entre o Mar do Sul da China e o Pacífico Noroeste. O Observatório de Hong Kong estima que este ano mais cinco tufões passem a 500 quilómetros do território “Entrámos numa temporada activa de ciclones tropicais. Prevê-se que novos ciclones tropicais se formem entre o Mar do Sul da China e o noroeste do Oceano Pacífico durante o resto do mês de Agosto”, indicaram ontem os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), apelando à atenção da população para alertas e previsões. Num comunicado emitido ontem, as autoridades apontam a invulgaridade do ciclone tropical que afectou Macau no fim-de-semana passado, a sexta tempestade que obrigou os SMG a emitirem este ano um sinal de alerta. É indicado que o ciclone tropical que levou ao sinal 3 de alerta apresentou características monção de baixa pressão, “com a maior área de vento e chuva localizada fora do núcleo”. As autoridades explicam que, “de modo geral, a actividade convectiva é mais forte perto da parede do olho do centro de um ciclone tropical, resultando em ventos e chuvas mais fortes. No entanto, imagens de satélite das nuvens e dados invertidos do campo de vento indicam que, precisamente porque esta depressão tropical possui as características de uma depressão monçónica típica, as suas principais nuvens e cinturões de chuva estão concentrados na periferia, com ventos e actividade convectiva mais fracos perto do centro, sendo os ventos mais fortes a ocorrerem a norte”. Apesar de Macau não ter sido fustigada por ventos fortes, estes foram observados no norte do Mar do Sul da China, também devido à influência de uma crista de alta pressão. Pausa para respirar As previsões dos SMG apontam para a continuação da instabilidade, trovoadas e chuva, por vezes fortes, até amanhã, que poderão causar inundações em zonas baixas da cidade. À medida que um anticiclone de nível superior se fortalece gradualmente, as chuvas diminuirão e o sol voltará a aparecer na quinta e sexta-feira, com as temperaturas máximas a subir, pelo menos, até aos 32 graus celsius. Na região vizinha, o Observatório de Hong Kong estima que até ao fim deste ano, pelo menos, mais cinco tufões venham a passar pelo território, número que pode ser considerado normal, ao contrário das previsões que apontam para mais precipitação e calor do que o habitual nos próximos meses. Esta situação deve-se ao facto de a temperatura da água do Oceano Pacífico estar mais quente do que é habitual. O observatório acrescenta que estes tufões devem passar dentro de um raio de 500 quilómetros de Hong Kong.
João Luz Manchete SociedadeMercado da Taipa | Novas bancas de refeições e bebidas O concurso público para operar 20 bancas de refeições leves, café, produtos culturais e criativos no Mercado da Taipa terminou. As duas dezenas de comerciantes vão poder abrir ao público no último trimestre deste ano. As autoridades esperam que as novas bancas injectem vitalidade e um espírito jovem e inovador no mercado O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou ontem a publicação da lista dos vencedores do concurso público para a exploração de 20 bancas que vão servir refeições leves, café e vender produtos culturais e criativos no Mercado da Taipa. A lista está ordenada por posição e os candidatos vão ser notificados dos resultados, seguindo-se uma sessão para explicar os procedimentos posteriores e informações sobre o pagamento das rendas antes do início de operações experimentais, marcado para o último trimestre deste ano. Com este concurso, além da venda de produtos alimentares frescos e vivos e de quinquilharias tradicionais no rés-do-chão do mercado, vão abrir ao público 19 bancas de refeições leves e de artigos culturais e criativos no 1.º andar, e uma banca de cafeteria no terraço do mercado. Aquando da abertura do concurso público, o IAM explicou que o objectivo era “atrair operadores jovens e com novos conceitos de exploração, contribuindo para introduzir no Mercado da Taipa os elementos ‘gastronomia + criatividade cultural’”. A ideia é transformar os mercados tradicionais “elevando o entusiasmo nos negócios e a qualidade dos serviços do mercado, para disponibilizar opções de compras mais diversificadas aos residentes”. Trigo e joio As autoridades acrescentam que, para fazer um bom aproveitamento dos recursos públicos, o prazo do contrato é de três anos e, durante o período de exploração, procede-se à fiscalização e avaliação da situação de exploração das bancas. Aqueles que violarem a lei ou não cumprirem os padrões podem ver rescindido o seu contrato. Quando o concurso abriu, as autoridades apontaram para rendas mensais entre 486 patacas e 1.854 patacas. A cafetaria no terraço do Mercado da Taipa vai ter uma renda mensal de 2.040 patacas. O IAM recebeu 437 propostas para operar as bancas do Mercado da Taipa, das quais 38 não foram aceites devido à falta de documentos ou ao incumprimento das regras do concurso. Entre as 399 propostas aceites, o IAM ordenou as candidaturas tendo em conta cinco critérios principais: estratégia operacional, experiência e qualificações, horário de funcionamento diário das bancas, diversidade de tipos de produtos e conveniência dos meios de pagamento.
João Luz Manchete PolíticaFixados limites de capital social para companhias aéreas que queiram operar em Macau O Governo publicou ontem no Boletim Oficial uma série de despachos, assinados pelo Chefe do Executivo, para regulamentar exigências de capital social, custo de licença para renovação e cauções a pagar por empresas que queiram entrar no mercado da aviação civil, depois de ter sido aprovada em meados de Junho a lei que liberaliza o mercado aéreo comercial. Começam assim a ganhar contornos concretos as exigências para empresas dispostas a quebrar o monopólio da Air Macau no território. Assim sendo, os despachos assinados por Sam Hou Fai determinam que as empresas de aviação civil que queiram estabelecer operações em Macau devem pagar 15 milhões de patacas em caução. Para conseguir ou renovar a licença de actividade de transporte aéreo comercial de passageiros é preciso pagar 1 milhão de patacas, e exigido o pagamento de uma taxa anual de actividade correspondente a 2 por cento dos lucros líquidos apurados pela companhia aérea no ano anterior. Foram também fixados montantes mínimos de capital social das companhias para obter o certificado de operador aéreo. Para operações de transporte aéreo comercial de passageiros é exigido um capital social de, pelo menos, 600 milhões de patacas, enquanto para transporte aéreo comercial de passageiros por helicóptero ou operações de aviação executiva o capital social exigido é de 200 milhões de patacas. Uma longa viagem Para o transporte aéreo comercial de carga em aviões cargueiros, o valor mínimo do capital social é de 400 milhões de patacas. As normas apresentadas ontem em despachos do Governo entram em vigor no dia 1 de Fevereiro de 2026, quando passa a vigorar a nova lei de aviação civil. A legislação que coloca um ponto final no monopólio da Air Macau foi aprovada na generalidade ainda durante o mandato de Ho Iat Seng à frente do Governo, em Junho de 2023. Cerca de dois anos depois foi aprovada na especialidade pelos deputados, depois de várias extensões sucessivas da concessão que garantia a continuidade do monopólio da Air Macau.
João Luz Manchete PolíticaTrânsito | Lei volta à estaca zero e passa para próxima legislatura A revisão da lei do trânsito voltou para a gaveta e o processo legislativo terá de recomeçar na nova legislatura. Em discussão desde o Governo de Chui Sai On, a lei volta à estaca zero, depois de os deputados terem concluído que o diploma não estava em condições para ser votado antes do fim da sétima legislatura A revisão da Lei do trânsito rodoviário atravessou as agendas legislativas dos executivos de Chui Sai On, Ho Iat Seng e voltou a ficar na gaveta no primeiro ano de Sam Hou Fai à frente do Governo. Na passada sexta-feira, a mesa da Assembleia Legislativa (AL) divulgou uma deliberação, assinada pelo presidente da AL, Kou Hoi In, onde é indicado que “a proposta de lei intitulada ‘Lei do trânsito rodoviário’ não reúne os requisitos para votação pelo Plenário”. É acrescentado que “após o termo desta legislatura, o Governo pode renovar a iniciativa quando entender oportuno”. No final do mandato de Chui Sai On, o Governo acabou por retirar a lei da agenda depois de manifestações contra o aumento das multas. Após a extinção das manifestações nas ruas de Macau, a reforma da legislação que regula o trânsito voltou à agenda legislativa do Executivo de Ho Iat Seng, mas acabou mais uma vez por não completar o processo. Quase duas décadas após a sua entrada em vigor, em Outubro de 2007, a lei tem sido alvo de muitas críticas e promessas de actualização. Desta feita, a mesa da AL indica que a comissão parlamentar responsável por analisar na especialidade a lei teve o dia 7 de Agosto como prazo inicial de apreciação fixado, prazo que foi estendido até 15 de Agosto, a sexta-feira passada. Nos dois meses que antecederam o fim do prazo, e dos trabalhos desta legislatura, Kou Hoi In terá contactado o Governo várias vezes para estar a par do andamento da proposta de lei. Idade da razão Apesar dos contactos da AL, a 1ª comissão permanente que analisou o diploma, presidida por Ella Lei, não chegou a receber “a versão alternativa formal e conclusiva e o texto de trabalho e a versão inicial da proposta de lei revelam-se imaturos”, é descrito no texto assinado por Kou Hoi In. O parecer assinado pelos deputados da 1ª comissão permanente destaca que foram realizadas 23 reuniões para discutir o diploma na especialidade, 14 das quais com a participação de representantes do Governo. Porém, a complexidade do diploma acabou por ditar a sua “morte” em sede de especialidade. O Governo propunha a revogação de 39 diplomas legais, incluindo a lei do trânsito rodoviário em vigor, “o que implicava um planeamento legislativo de grande dimensão.” O parecer salienta que “tendo em conta a divergência de opiniões do público em geral sobre as alterações da proposta de lei, é necessário continuar a procurar consenso”, e que “o Governo ainda não respondeu às questões da comissão” e que o “novo texto de trabalho continua a apresentar alguns problemas de princípio”.
João Luz Manchete PolíticaAL | Sam Hou Fai realça trabalho dos deputados para ordem constitucional Num jantar com todos os deputados, antes da eleição do novo hemiciclo, o Chefe do Executivo enalteceu o trabalho dos legisladores na salvaguarda da “ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”. Entre os deputados presentes esteve Ron Lam, afastado das próximas eleições por não ser fiel à RAEM e à Lei Básica Na sexta-feira, Sam Hou Fai ofereceu um jantar a todos os deputados da 7ª legislatura, que terminará na primeira reunião (em meados de Outubro) do novo elenco de legisladores apurados nas próximas eleições legislativas. O Chefe do Executivo brindou os deputados com elogios e realçou os êxitos alcançados pelos deputados, que “proporcionam alicerces sólidos para a nova legislatura”, na salvaguarda efectiva “da ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”. Segundo um comunicado emitido pelo Gabinete de Comunicação Social, o governante salientou que os deputados asseguraram “o funcionamento eficaz e suave da estrutura com predominância do poder executivo estabelecida pela Lei Básica, apoiou sempre, colaborou e fiscalizou o Governo na governação segundo a lei, exerceu efectivamente os poderes e funções atribuídos pela Lei Básica”. Entre os “resultados frutíferos” dos trabalhos legislativos, Sam Hou Fai destacou a “modernização do sistema jurídico da RAEM”, nomeadamente o aperfeiçoamento do regime jurídico da defesa da segurança do Estado. Participaram no jantar todos os deputados, incluindo os que estão de saída. Um deles foi Ron Lam, que apesar dos elogios de Sam Hou Fai sobre a salvaguarda “da ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”, foi desqualificado das próximas eleições alegadamente por não ser fiel à RAEM e à Lei Básica. No devido lugar No total, durante os quatro anos de actividade, os deputados da sétima legislatura aprovaram 86 leis. Além disso, Sam Hou Fai elogiou os trabalhos dos deputados para a “elevação da capacidade governativa da RAEM, o desenvolvimento da diversificação adequada da economia”, assim como eu áreas importantes para o bem-estar da população. O Chefe do Executivo indicou que nos últimos quatro anos, o funcionamento da Assembleia Legislativa (AL) proporcionou “três importantes experiências e inspirações”. A primeira foi garantir a implementação firme do princípio “Macau governada por patriotas”. A segunda foi o cumprimento correcto das funções e responsabilidades da AL “para assegurar o funcionamento suave da estrutura com predominância do poder executivo”. A terceira foi a continuidade da melhoria da eficiência e qualidade legislativas “para assegurar a conformidade legal dos projectos da RAEM e salvaguardar o ambiente e o prestígio da Macau alicerçada no Estado de Direito”. Por último, Sam Hou Fai disse esperar que Kou Hoi In, Chui Sai Cheong e os deputados que deixarão o cargo em breve continuem a apoiar o Governo na governação segundo a lei e a contribuir com esforços e sugestões para o desenvolvimento, prosperidade e estabilidade da RAEM a longo prazo.
João Luz Manchete SociedadePodul | Chuvadas causam inundações um pouco por toda a cidade e ruas cortadas As fortes chuvadas que se abateram ontem sobre Macau deixaram muitas zonas completamente inundadas, um cenário que não se via há muito tempo na cidade. Poucos minutos depois da emissão do sinal de chuva intensa, já muitas estradas tinham sido cortadas, com veículos apanhados pelas cheias e houve até deslizamento de terra e pedras em Coloane Estradas cortadas, aulas canceladas, veículos presos em autênticas piscinas de água castanha, deslizamento de terra e pedras e um total pandemónio na cidade. Assim foi o dia de ontem em Macau, com chuvas fortes o dia inteiro e o sinal mais elevado de chuva intensa (sinal preto) emitido durante várias horas. A partir do início da tarde, começaram a circular nas redes sociais vídeos e fotografias de inundações e os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) actualizavam, às 15h50, o aviso sobre a precipitação acumulada. “Devido à influência de chuva forte, a precipitação máxima acumulada, em algumas áreas da Taipa e Coloane atingiu os 110 mm por hora. Com base nos dados mais recentes, prevê-se que a precipitação se mantenha, uma vez que, a região vai continuar a ser afectada por uma área de chuva durante algum tempo”, indicaram os SMG, aconselhando a “população a abrigar-se num lugar seguro e coberto”. Cerca de 24 horas antes, os mesmos serviços previam que “no que diz respeito ao ‘storm surge’, uma vez que os próximos dois dias (ontem e hoje) não são de maré alta astronómica, a probabilidade de inundações provocadas por “storm surge”, é baixa. No entanto, podem ocorrer inundações em zonas baixas devido à chuva intensa de curta duração”. A partir do início da tarde, o Corpo de Polícia de Segurança Pública começou a cortar ruas devido às inundações, pouco mais de 10 minutos depois de os SMG terem emitido o sinal mais grave chuvas intensas. Às 14h11 foram encerrados os passeios subterrâneos e passagem inferior para viaturas da Praça de Ferreira do Amaral. Às 14h35, foram encerradas a Rua do Porto na Taipa, a Rua de Chiu Chau, a Rua de Fernão Mendes Pinto e a Rotunda da Central Térmica de Coloane. Às 15h05, foi a vez da Avenida Wai Long da Taipa e a Rotunda Ouvidor Arriaga. Os cortes prosseguiram, às 15h58 na Avenida de Cinco de Outubro em Coloane, na Estrada do Altinho de Ká Hó perto do reservatório em Coloane, na Estrada do Istmo perto do campo de golfe no Cotai, no Caminho das Hortas na Taipa, no Largo dos Bombeiros na Taipa, no Túnel subfluvial do Campus da Universidade de Macau. Às 16h17, as autoridades cortaram o trânsito na Avenida das Virtudes, Avenida do Transporte e Avenida Do Progresso, nas imediações da Universidade de Macau. Até às 17h30, o Corpo de Bombeiros recebeu 25 pedidos de assistência, incluindo suspeitas de pessoas presas, remoção de objectos caídos, acumulação de água, deslizamentos de terra e árvores caídas. Até ao fecho desta edição não havia registo de feridos, nem um balanço dos danos causados. Adeus, Podul Assim que foi accionado o sinal mais elevado de chuvas intensas, o Centro de Operações de Protecção Civil lançou um alerta, afirmando que eram expectáveis inundações nas zonas baixas da cidade. Foram também divulgadas medidas de precaução, numa altura em que já havia inundações e estradas cortadas. O Centro de Operações de Protecção Civil pediu a “cidadãos e turistas” para ficarem em zonas abrigadas, longe de “zonas baixas e áreas inundadas, evitando parques de estacionamento subterrâneos e caves sem saídas de emergência, num comunicado divulgado apenas em chinês. As autoridades aconselharam também não permanecer perto de encostas, colinas e paredes de retenção e pediram atenção para a possibilidade de deslizamento de terras e queda de árvores. Foi também pedido aos condutores a redução da velocidade, atenção redobrada e que evitassem zonas inundadas. Cerca de 20 minutos antes do alerta de chuva, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) emitiu um aviso de suspensão das aulas e pediu aos pais para ires buscar os seus filhos, meia horas antes das primeiras estradas serem cortadas ao trânsito. “Devido à emissão do sinal de chuva intensa, de acordo com o disposto, as aulas dos ensinos infantil, primário, secundário e especial ficam suspensas na parte da tarde. As escolas devem organizar pessoal para acolher os alunos que cheguem às escolas até que o seu regresso a casa se possa fazer em segurança”, indicou a DSEDJ. Às 17h50, os SMG baixavam o sinal de chuva intensa do preto para o amarelo, o mais baixo de três alertas. Dez minutos depois, os mesmos serviços cancelavam todos os sinais de tempestade tropical, mantendo a previsão de chuvas fortes e trovoadas frequentes com rajadas de vento fortes para hoje, assim como inundações nas zonas baixas devido a chuva intensa de curta duração.