João Luz SociedadeEstudo da MUST revela ligeira subida de confiança dos consumidores A Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na siga inglesa) pulicou um inquérito sobre o índice de confiança dos consumidores no quarto trimestre do ano passado, que mostrou um ligeiro aumento da crença dos residentes em relação à sua condição económica e à de Macau. As conclusões do estudo reveladas na terça-feira, mostram que nos últimos três meses de 2024 o índice de confiança era de 102.94, numa escala que vai de 0 a 200. O resultado representa um aumento de 2,54 por cento face ao trimestre anterior quando o índice ficou na fronteira (100.39). O inquérito realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável da MUST tem por base a análise a seis categorias: “nível de preços”, “compra de habitação”, “nível de vida”, “emprego”, “investimentos” e “economia local”. Em relação aos preços, a confiança dos inquiridos subiu 6,38 por cento para terreno neutro (100.35). Também na categoria da compra de casa houve um aumento trimestral de 6,55 por cento, que ainda assim não foi suficiente para sair do espectro de confiança negativa (97.86). O nível de vida manteve-se positivo, com um aumento de 1,08 por cento para 108.53 pontos no índice. Em relação à análise da situação de emprego, praticamente não houve oscilações em relação ao trimestre anterior, com as respostas dos inquiridos a avaliarem a confiança em 104.18 pontos. Lei da gravidade O investimento em acções, que já estava em terreno negativo, caiu ainda mais para 96.31 pontos, o mesmo aconteceu em relação à confiança na economia local, que desceu 3,13 por cento, ficando ainda assim em terreno positivo (103.87 pontos). A equipa do Instituto de Desenvolvimento Sustentável salientou na conclusão que o índice geral de confiança dos consumidores aumentou, mas que é preciso ter em atenção a visão da população em relação à economia local e aos potenciais riscos e desafios. Além disso, é destacada a fraca dinâmica do crescimento económico a nível mundial, as tendências divergentes de crescimento dos países com as maiores economias, as diversas políticas monetárias e o ciclo de redução das taxas de juro. Os académicos citam também a estabilidade económica na China, apesar da “baixa procura interna e de potenciais riscos escondidos”.
João Luz Manchete SociedadeFim de ano | Sugerido fogo-de-artifício na zona de Nam Van Face à desilusão com a falta de fogo-de-artifício na península de Macau no fim de ano, António Monteiro sugere um espectáculo pirotécnico ou de drones com foco na paisagem urbana de Macau. O membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários lamenta que no réveillon a imagem de Macau no exterior seja a Torre Eiffel do Parisian Macau poderia oferecer mais nas noites de fim de ano, nomeadamente um espectáculo de fogo-de-artifício ou de drones que ilumine a paisagem urbana da península, nomeadamente da zona de Nam Van, ao invés de remeter essa tarefa para as concessionárias de jogo. Este é o entendimento de António Monteiro, expresso ontem na reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários. O responsável realça a desilusão sentida por vários residentes e turistas que esperavam um espectáculo pirotécnico na zona do Nam Van na península de Macau na altura da passagem do ano. Aliás, o desapontamento colectivo correu as redes sociais com a partilha de vídeos de uma pequena multidão a aguardar, de telemóvel em riste, para filmar o fogo-de-artifício. O próprio Instituto Cultural, veio a publicar dar explicações e afirmar que esta não era uma tradição local. Porém, António Monteiro questiona porque se fazem ao longo do ano “várias celebrações, com fogos de artifício, desde o concurso de fogo-de-artifício, o Ano Novo Chinês, celebrações festivas dos dias 1 de Outubro e do dia 20 de Dezembro, mas quando chega o fim do ano, tem-se mostrado alguma hesitação nos últimos anos no lado de Macau”. O conselheiro acrescenta que tal não acontecia antes da pandemia. Copiar e colar António Monteiro, também secretário-geral do Instituto Internacional de Macau, refere ainda que as festividades deste ano não favorecem a reputação do território a nível internacional. “A imagem de Macau no exterior é vista apenas com a Torre Eiffel do Parisian, ao invés da paisagem urbana de Macau ou da sua baía, quando comparamos com as celebrações de contagem do ano em Hong Kong, Dubai, Londres, e a verdadeira Torre Eiffel de Paris, na França”. António Monteiro recorda também a posição de Macau enquanto Centro Mundial de Turismo e Lazer e de “Pérola da Pátria”, como referiu o Presidente Xi Jinping durante a sua última visita à RAEM, algo que não sobressai nas celebrações de fim de ano. A beleza e singularidade da baía e marginal da península, a Torre de Macau e os edifícios distintos como o Grand Lisboa, Hotel Lisboa e outros hotéis, até chegar ao Centro Cultural de Macau e o Centro de Ciência e a Sands Macao, são paisagens que o responsável destaca como possíveis locais a abrilhantar com um fogo-de-artifício de fim de ano. Como tal, António Monteiro sugere um “concurso pirotécnico ou de espectáculo de Drones, com foco na paisagem urbana de Macau e até de Hengqin, incluindo as celebrações habituais na Taipa e no Cotai”.
João Luz Manchete SociedadeUniversidade | Lançadas orientações para verificar habilitações de candidatos Na sequência do caso de falsificação de documentos para ingresso na MUST, que resultou na detenção de quatro pessoas, o Governo publicou orientações para a verificação de habilitações académicas e as universidades passaram a verificar a veracidade dos documentos “junto das instituições emissoras” No final de Outubro do ano passado, a Polícia Judiciária deteve quatro alunos candidatos a entrar na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (na sigla em inglês MUST), depois de ter sido descoberto que 24 alunos do Interior da China entregaram diplomas falsos de conclusão do ensino secundário em Hong Kong. Depois do caso ser revelado, o foco incidiu sobre o rigor na verificação de documentos para admissão em instituições de ensino superior de Macau. Nesse sentido, após questões colocadas pelo deputado Lam Lon Wai, o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) revelou ter emitido “orientações sobre o reforço dos trabalhos de admissão de alunos, que incluem conteúdos relativos à verificação de habilitações académicas” destinadas a instituições de ensino superior de Macau. O Governo organizou também reuniões com dirigentes das instituições de ensino superior locais e sessões de intercâmbio com o intuito de implementar uma “verificação mais rigorosa das habilitações académicas dos estudantes”. Na resposta assinada pelo director da DSEDJ, Kong Chi Meng, a 12 de Dezembro, é revelado que “actualmente, as instituições desenvolvem os seus trabalhos de acordo com as respectivas orientações e vão proceder à verificação das habilitações académicas, através de meios directos, junto das instituições emissoras”. Quem te avisa Kong Chi Meng indicou ainda que “três instituições de ensino superior públicas de Macau criaram um sistema externo de consulta por terceiros” para facilitar a consulta de documentos comprovativos das habilitações académicas emitidos nestas instituições. O responsável acrescenta que as restantes instituições de ensino superior de Macau dispõem igualmente de meios de consulta de informações relativas a habilitações académicas. Endereçada a parte institucional, Kong Chi Meng realçou que durante o processo de candidatura de estudantes do exterior, é-lhes recordado para não “encarregarem nenhuma instituição intermediária ou indivíduo de tratar dos trabalhos de admissão, devendo os interessados tratar, directamente, das formalidades de inscrição, com a respectiva instituição”. O director da DSEDJ vincou que se os documentos ou dados submetidos por um aluno aquando da candidatura não passarem no crivo da verificação de autenticidade, “a sua matrícula ou grau académico obtido será anulada pela respectiva instituição de ensino superior local”. Além disso, ser-lhe-á imputada responsabilidade legal.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Esperado aumento de receitas no primeiro mês de 2025 Analistas da Seaport Research Partners estimam que Janeiro traga uma subida anual das receitas dos casinos de 6,6 por cento e de 13,3 por cento face a Dezembro. O facto de o início do Ano Novo Chinês calhar no fim do mês é determinante. Também a confiança gerada pelos estímulos económicos na China pode beneficiar as receitas do jogo O ano de 2025 pode ter um bom arranque ou começar numa tónica mais optimista em relação ao fim de 2024, pelo menos no que diz respeito às receitas brutas da indústria do jogo de Macau, de acordo com a mais recente nota dos analistas da Seaport Research Partners. A previsão aponta para um aumento de 6,6 por cento das receitas em Janeiro, em relação ao mesmo mês de 2024, e uma subida de 13,3 por cento face ao mês passado. Uma razão óbvia para a melhoria dos resultados é o facto de este ano os primeiros quatro dias dos feriados do Ano Novo Chinês calharem em Janeiro. O período de feriados decorre entre 28 de Janeiro e 3 Fevereiro. “Actualmente, prevemos que as receitas brutas do primeiro trimestre de 2025 cresçam 4,2 por cento em termos anuais e 4 por cento em relação ao trimestre anterior”, prevê Vitaly Umansky, citado pelo portal GGR Asia. O analista realça que o aumento anual de 4,2 por cento nos primeiros três meses de 2025 é mais fraco do que o registo de mais 6,1 por cento verificado no último trimestre de 2024. Apesar da desaceleração do crescimento das receitas brutas, os analistas da Seaport Research Partners continuam a estimar um crescimento anual de 8 por cento no final de 2025. Trunfos da época Além da coincidência de calendário do Ano Novo Chinês deste ano, os especialistas realçam o efeito dos sucessivos estímulos económicos lançados pelo Governo Central como boas notícias para a indústria do jogo, se estes tiverem eficácia em injectar confiança nos consumidores chineses, invertendo o conservadorismo actual. “O estímulo orçamental, por exemplo, o aumento da despesa pública e as medidas de flexibilização regulamentar serão importantes para reforçar a confiança dos consumidores e das empresas”, é indicado por Vitaly Umansky. Na perspectiva dos analistas, o aumento da confiança dos consumidores chineses poderá conduzir a uma recuperação mais robusta do segmento de massas, que aliado ao crescimento do segmento de massas premium constituem ingredientes para a subida anual de 8 por cento das receitas em 2025. É ainda indicado que, se a economia chinesa crescer a um ritmo mais acelerado do que o esperado, as estimativas para a performance da indústria do jogo podem ser revistas para fasquias mais elevadas. Por outro lado, a Seaport Research Partners sublinha a má performance de Dezembro, quando as receitas brutas dos casinos se fixaram em cerca de 18,2 mil milhões de patacas, em parte impactada pela visita de três dias de Xi Jinping a Macau para as celebrações do 25.º aniversário da RAEM e dar posse ao Governo de Sam Hou Fai.
João Luz Manchete PolíticaHospital das Ilhas | Pedido fim de residências para especialistas Um membro do Conselho de Serviços Comunitários das Ilhas defende que o Governo deve abandonar o projecto de habitação em Seac Pai Van para médicos e funcionários do Hospital das Ilhas e, no seu lugar, criar instalações recreativas e desportivas. O conselheiro justifica a posição com o facto de a maioria dos médicos e funcionários serem residentes de Macau O Governo planeia construir edifícios habitacionais em Seac Pai Van para alojar médicos especialistas e funcionários do Hospital Macau Union, também conhecido como Hospital das Ilhas. Porém, o membro do Conselho de Serviços Comunitários das Ilhas Ho Chong Chun defende que o Executivo de Sam Hou Fai deve abandonar o projecto e usar o terreno para acrescentar instalações recreativas e desportivas de Seac Pai Van, um apelo que os moradores da zona têm repetido ao longo dos anos. Em declarações ao jornal Ou Mun, o conselheiro, que até há pouco tempo foi vice-presidente dos Kaifong, justificou a sua posição com o facto de a maioria dos funcionários e médicos do novo hospital serem residentes de Macau e que apenas uma pequena parte do quadro da instituição, médicos clínicos seniores ou médicos instrutores, foram enviados da capital pelo Hospital Peking Union. Ho Chong Chun reforça a ideia, indicando que as exigências profissionais da cerca de meia centena de médicos destacados para Macau obriga a que passem pouco tempo no território. Além disso, tempo em conta a permanência intermitente dos profissionais em Macau, o conselheiro acrescentou que o Hospital das Ilhas tem um dormitório, com uma área de19,5 mil metros quadrados, que oferece cerca de 250 quartos. Outro indicador que o responsável apontou foi a baixa taxa de utilização do dormitório, depois de ter sido muito usado durante a pandemia. Alertas para despesismo Recorde-se que o edifício residencial para médicos especialistas em Seac Pai Van irá ocupar o lote em frente do edifício de habitação pública Ip Heng, um dos blocos afectados pela queda de azulejos das paredes exteriores na zona, e tem um custo estimado de 500 milhões de patacas. O deputado Ron Lam foi uma das pessoas que alertou para o eventual despesismo do projecto, mostrando-se relutante face à necessidade de construir um bloco de edifícios para médicos especialistas, que vão auferir salários elevados. Daí as críticas recentes de Ho Chong Chun, que pediu também uma alteração das prioridades do Governo. O conselheiro refere que desde a construção dos complexos de habitação pública em Seac Pai Van, as estimativas do Governo apontavam para a criação de uma comunidade com cerca de 60 mil moradores. Desde que os prédios começaram a receber residentes, em 2013, uma das queixas mais frequentes, além dos problemas relativos à qualidade da construção e escassez de transportes, prendeu-se com a falta de instalações ao ar livre, sobretudo de espaços desportivos. Em 2022, o Governo de Ho Iat Seng apresentou um plano para construir um campo de futebol, um parque e zonas para desporto e recreação infantil, porém os projectos foram suspensos depois da divulgação do Plano Director da RAEM.
João Luz SociedadeCanídromo | Primeira fase da obra do Jardim Desportivo concluída este trimestre Até ao final do primeiro trimestre deste ano, as obras de transformação do recinto do Canídromo Yat Yuen no Jardim Desportivo para os Cidadãos deverão avançar para uma nova fase do projecto, foi o que revelou o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), numa resposta a interpelação escrita de Nick Lei ainda assinada por José Tavares. O IAM reiterou ainda que, “tendo em consideração a necessidade de utilização das instalações desportivas do local original do Canídromo por parte da população, a construção do parque será desenvolvida por fases sendo que, na primeira fase, procurar-se-á não afectar, na medida do possível, a utilização da actual pista de atletismo e da piscina do Centro Desportivo Lin Fong”. Escolhas múltiplas A empreitada de construção do jardim desportivo vai ter uma área de mais de 40 mil metros quadrados, dividido em quatro partes e um campo de atletismo ao ar livre. O projecto, cuja elaboração que foi adjudicada à P&T (Macau) Limitada por 19,82 milhões de patacas, contempla a construção de quatro pavilhões. O pavilhão n º1 irá ficar no centro do lote e terá uma altura de quatro andares. Aí serão instaladas duas piscinas, uma para crianças, um campo de basquetebol, pista de corridas e ciclovia para crianças, entre outros equipamentos. No lado norte do lote ficará o pavilhão nº2, com seis andares de altura, onde será instalado um skatepark e campos de ténis de mesa, de voleibol e de badminton e escalada em parede. Ao lado deste edifício, ficará o pavilhão nº3, que terá um campo de futebol de cinco, sala polivalente, sala de actividades multi-funcionais e espaço para actividades ao ar livre. O pavilhão para crianças, que ficará na área sul do lote, tem quatro andares de altura, uma zona de actividades ao ar livre para crianças, parque infantil no espaço interior, sala de aula criativa e zona de leitura.
João Luz Manchete PolíticaConsumo | Ella Lei pede nova ronda optimizada de cupões Ella Lei quer saber se o Governo irá lançar uma nova ronda de cupões de desconto para estimular o comércio nos bairros residenciais, alargando o tipo de lojas beneficiárias e o período para usar os cupões. A deputada também sugeriu que o público de espectáculos de grande dimensão receba cupões para gastar nos bairros A popularidade do programa de cupões de desconto para estimular o comércio local e aliviar as pressões financeiras da população foi reconhecida pela deputada Ella Lei. A legisladora da bancada parlamentar dos Operários divulgou ontem uma interpelação escrita a perguntar ao Governo se irá lançar uma nova ronda do programa de cupões de desconto, sugerindo algumas alterações, como o alargamento do período para usar os descontos, além dos fins-de-semana, e a revisão do tipo de estabelecimentos beneficiários do programa. Recorde-se que o Governo indicou que iria analisar os efeitos do programa, que terminou no dia 29 de Dezembro, avaliando a sua eficácia e as perspectivas de crescimento económico. Como tal, Ella Lei pergunta que lições o Executivo tirou do programa e da popularidade que ganhou e se irá lançar uma nova ronda ou um programa semelhante. Grande espectáculo Após a realização “com sucesso” dos concertos que inauguraram o novo recinto para espectáculos ao ar livre, Ella Lei considera que o conceito de Macau como “Cidade do Espectáculo” oferece uma oportunidade para fomentar a economia dos bairros comunitários. Assim sendo, a deputada entende que o Governo deve implementar ou encorajar os organizadores de eventos a distribuir cupões de descontos para quem compra bilhetes, turistas e residentes, para usar em lojas e restaurantes dos bairros residenciais. Ella Lei considera que a medida poderia redireccionar o fluxo de turistas para os bairros comunitários, aumentar a estadia dos visitantes em Macau, promover os elementos não-jogo e a diversificação da economia. Além disso, a deputada pede ao Executivo de Sam Hou Fai que tenha em consideração os idosos, pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldades em usar pagamentos electrónicos, impedindo-os de beneficiar dos apoios. Para tal, Ella Lei pediu o lançamento de um programa semelhante para estes segmentos da população, que não implique o uso de aplicações de telemóvel.
João Luz Manchete SociedadeMorreu Afonso Carrão Pereira, empresário da restauração Afonso Carrão Pereira, empresário da área da restauração, morreu na sexta-feira com 79 anos. Mais de quarenta anos de Macau, tornaram Afonso Pereira num homem da terra, a que chegou em 1984, e uma figura incontornável da restauração portuguesa no território. Natural de Paialvo, Tomar, Afonso Pereira chegou a Macau para abrir o “Afonso’s” no Hotel Hyatt, na Taipa, cabendo-lhe igualmente tomar as rédeas do restaurante “1999” em Coloane. No Verão de 1990 abriu o “Afonso III”, que foi um dos pontos nevrálgicos da Rua Central durante mais de duas décadas, e ponto de encontro da comunidade portuguesa e de quem não dispensava uma faustosa e bem regada refeição, sem aditivos supérfluos. Após, a mudança para a Rua de Tomás Vieira, o restaurante de Afonso Pereira passou a chamar-se Café Xina, nas traseiras do Hospital Kiang Wu. Aberto em Julho de 2014, trinta anos depois de Afonso Pereira ter chegado a Macau, o Café Xina formou uma dupla de peso nas noitadas de Macau com o bar Che Che, hoje em dia Mico. Após fechar o Café Xina, Afonso Pereira ainda arranjou forças para ter um balcão de comida para fora na Avenida Sidónio Pais, negócio que abriu em colaboração com o filho. Amor à mesa A imagem do chef que transforma a cozinha num local de batalha, com berros e gestos de irascibilidade, tornou-se num cliché propagado pela televisão. Afonso Pereira tornou-se uma figura que gerou alguma controvérsia, especialmente em críticas em sites como o Tripadvisor para clientes habituados a “paninhos quentes”. Na versão em inglês, as críticas dividem entre o fantástico e as estórias de terror, incluindo uma crítica em que o internauta se queixava de ter sido ameaçado com uma barra de ferro pelo dono do restaurante. Quem privou com Afonso Pereira conheceu-lhe o temperamento especial, como um teste de carácter de primeiros encontros. Passado pouco tempo e atingido um conhecimento mútuo, vinha ao de cima a enorme ternura que dava tanto prazer conquistar. A partir daí, já não se estava num restaurante, estava-se em casa de um amigo. Afonso Carrão Pereira foi durante cerca de quatro décadas um embaixador da boa gastronomia portuguesa, das porções generosas e da comida feita sem efeitos especiais para publicar nas redes sociais. Homem de um coração imenso, irá deixar muitas saudades. Paz à sua alma. Até sempre, Afonso.
João Luz Manchete SociedadeTransportes públicos vão prolongar horários e frequências hoje à noite A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou ontem que ambas as companhias de autocarros públicos e o Metro Ligeiro vão reforçar os serviços de transportes e prolongar os horários de funcionamento esta noite, para corresponder ao aumento de passageiros nocturnos devido à passagem de ano. O Governo adiantou que TRANSMAC e STCM vão prolongar 22 carreiras diurnas de autocarros até à 01h e 02h da madrugada no primeiro dia de 2025, e que as frequência de partidas de várias carreiras, incluindo as nocturnas, serão também aumentadas. A DSAT indicou também que “todas as linhas do Metro Ligeiro vão prolongar o horário de funcionamento, a última partida da noite da passagem de ano será adiada para as 02h30”. Em paralelo, a DSAT coordenou também com as operadoras de jogo para prolongar o horário dos serviços de autocarros shuttle e aumentar as respectivas frequências. O Governo irá também ajustar o trânsito em locais onde se espera maior afluência de pessoas para a passagem de ano. Assim sendo, a DSAT refere que “serão implementados condicionamentos provisórios de trânsito nas imediações da Torre de Macau, na Taipa e na Estrada do Istmo, com ajustamentos provisórios em algumas paragens de autocarros e na praça de táxis da Torre de Macau”. Cidade em festa Esta noite Macau será inundada de luz, cor e muita música e não vão faltar motivos para moradores locais e turistas celebrarem a entrada de 2025 (ver páginas de Eventos). No Cotai, destaque para o concerto de fim-de-ano da boys band de Hong Kong Mirror e para os espectáculos de fogo-de-artifício organizados pelos resorts integrados Venetian, Parisian e Londoner. Além disso, o Instituto Cultural organizou dois pontos-chave para as celebrações, nas Casas-museu da Taipa e junto ao Lago Sai Van, na península, onde serão apresentados espectáculos musicais, dança e magia.
João Luz Manchete SociedadeSS alertam para aumento de casos de metapneumovírus na China Os Serviços de Saúde (SS) lançaram na sexta-feira um alerta à população na sequência dos dados recentemente divulgados pelas autoridades de saúde do Interior da China, onde se regista “uma tendência de crescimento de casos de infecções por metapneumovírus humano”. O organismo liderado por Alvis Lo salientou que, “actualmente, não existe vacina para a prevenção do metapneumovírus humano e o tratamento é baseado principalmente no tratamento sintomático”. As autoridades salientaram que a situação de infecção por metapneumovírus humano em Macau é considerada estável, prevendo que as infecções por gripe, covid-19 e metapneumovírus humano “tenham maior incidência no período de Inverno-Primavera”. De acordo com os dados de monitorização do Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde sobre as amostras de doenças do tracto respiratório, nos últimos anos, a taxa de positividade de detecção de metapneumovírus humano em Macau tem-se “mantido relativamente estável”. Em 2024, a taxa média de positividade de detecção do vírus foi de 6,7 por cento. Este valor representa um ligeiro aumento em relação à taxa média entre 2021 e 2023 (4,6 a 6,1 por cento). Com a chegada do Inverno, as infecções por metapneumovírus oscilaram bastante, passando de 7 por cento em meados de Novembro, para 15,7 por cento no fim desse mês, voltando a descer para 10,3 por cento no início de Dezembro. O que fazer O metapneumovírus humano (HMPV) é um vírus respiratório agudo comum e tem sido detectado em todo o mundo desde que foi identificado pela primeira vez em 2001. Transmite-se principalmente por gotículas respiratórias ou contacto com secreções de doentes ou contacto com superfícies contaminadas e o seu período de incubação varia de três a seis dias. Os principais sintomas incluem febre, tosse, congestão nasal, dificuldade respiratória ou falta de ar. Também pode causar bronquiolite ou pneumonia, e, geralmente, os sintomas são ligeiros e o doente pode curar-se sem ajuda médica. Os grupos de alto risco incluem bebés e crianças, idosos, pessoas com baixa imunidade e doentes com doenças crónicas. Além de manter um estilo de vida saudável, os SS recomendam as vacinas contra a gripe e covid-19, o uso de máscara em caso sintomas de gripe e evitar deslocações a lugares densamente povoados.
João Luz Manchete PolíticaRAEM 25 anos | Sam Hou Fai quer atrair “talentos internacionais” O novo Chefe do Executivo disse ontem, após tomar posse, que o território deve atrair mais profissionais qualificados do exterior para ajudar a diversificar a economia. Sam Hou Fai salientou também a importância de responder aos desequilíbrios económicos e de fortalecer a educação patriótica e a segurança nacional Macau tem oficialmente um novo Governo, depois da cerimónia de tomada de posse, que foi ontem presidida por Xi Jinping. No primeiro discurso enquanto líder do Executivo da RAEM, Sam Hou Fai começou por agradecer a Xi Jinping e à sua esposa e afirmou sentir “profundamente o peso da responsabilidade e a honra da missão” que começou ontem. “Irei liderar o novo Governo, com o forte apoio do Governo Central, unindo todos os sectores da sociedade, trabalhando juntos com determinação e inovando com integridade, implementando integral e firmemente a política ‘Um País, Dois Sistemas’”, prometeu Sam Hou Fai. O governante garantiu que o novo Executivo irá defender “intransigentemente a soberania, a segurança e o desenvolvimento do país”, “fortalecendo continuamente a educação patriótica, apoiando o desenvolvimento e o fortalecimento das forças com amor à pátria e a Macau”. No discurso que proferiu na cerimónia de tomada de posse enquanto Chefe do Executivo, Sam Hou Fai não esqueceu os múltiplos apelos de deputados e líderes associativos para responder aos problemas suscitados pela recuperação desequilibrada da economia na ressaca da crise nascida da pandemia. “A par de fomentar e desenvolver as indústrias emergentes, apoiaremos fortemente a reconversão e valorização das indústrias tradicionais e o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, resolvendo problemas do desenvolvimento económico” desequilibrado e descoordenado. Quadros e bem-estar Além das promessas de fortalecer associações e forças nacionalistas, Sam Hou Fai comprometeu-se com a resolução dos “problemas concretos que preocupam os cidadãos, como a segurança social, cuidados de saúde, protecção dos idosos, educação infantil, transporte e renovação urbana”. O antigo magistrado que presidiu ao Tribunal de Última Instância prometeu também acelerar “a criação de uma área de aglomeração de talentos internacionais de alta qualidade” na RAEM. Sam Hou Fai prometeu no discurso melhorar “os sistemas e mecanismos de educação, ciência e tecnologia, e talentos”. O novo líder de Macau garantiu ainda que a região vai ligar-se “proactivamente com o mundo [e] desempenhar plenamente o papel da plataforma sinolusófona”. Durante a campanha, o então candidato chegou mesmo a dizer que os casinos tiveram um desenvolvimento desequilibrado, atraindo demasiados recursos humanos, “o que é desvantajoso para o desenvolvimento a longo prazo de Macau”. Com Lusa Conselho Executivo | Sam Hou Fai preside a primeira reunião O Conselho Executivo realizou ontem de manhã a primeira reunião, presidida pelo Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, logo após a tomada de posse. O novo líder do Governo agradeceu a todos os membros por terem aceite o convite para integrarem o Conselho Executivo, e fez uma breve apresentação sobre o regimento do Conselho e as responsabilidades dos seus membros. Sam Hou Fai deixou ainda esperanças de que os membros “apresentem opiniões valiosas e sirvam de forma empenhada a RAEM”. O Chefe do Executivo e os membros do Conselho Executivo trocaram ideias sobre a “aprendizagem séria e a compreensão profunda do espírito consagrado nos importantes discursos do Presidente Xi Jinping, proferidos durante a sua visita a Macau”.
João Luz Grande Plano MancheteRAEM 25 anos | Xi pediu abertura e maior ligação a países de língua portuguesa Xi Jinping salientou a singularidade de Macau por ser o único local no mundo em que o português e o chinês são as línguas oficiais e pediu uma cooperação abrangente com os países de língua portuguesa. O Presidente chinês desafiou o próximo Governo a melhorar o ambiente de negócios para atrair investidores estrangeiros Na tomada de posse do novo Governo liderado por Sam Hou Fai e dos titulares dos principais cargos da RAEM, o Presidente Xi Jinping, que presidiu à cerimónia, sublinhou quatro expectativas que tem para o novo Executivo: A diversificação adequada da economia, a elevação da eficácia governativa, a abertura ao exterior, que inclui o reforço das relações com os países de língua portuguesa, e a defesa da estabilidade da sociedade. As características únicas de Macau foram a tónica do discurso do Presidente da República Popular da China (RPC), que salientou que a RAEM deve “continuar a cooperar em todos os aspectos com os países de língua portuguesa”. Xi Jinping sublinhou que Macau é “o único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês” e defendeu que a cidade tem de aproveitar “a sua singularidade” para desempenhar “o papel de plataforma entre a China” e os países lusófonos. Macau tem “desempenhado um papel muito importante ao longo da história” da China, como “uma janela para o exterior”, “aproveitando a sua vantagem única de ser a mistura de diferentes culturas”, disse o líder chinês. Neste aspecto, Xi sublinhou que Macau precisa assumir “uma atitude mais tolerante, mais aberta, de estabelecer mais laços de cooperação com o exterior”, para “projectar a imagem” da região a nível global e ter “o seu lugar no palco internacional”. Para conseguir elevar o relevo internacional, o Presidente da RPC defendeu a necessidade de “optimizar o ambiente de negócios” e “renovar as leis que têm a ver com o comércio” de forma a “atrair mais recursos e investidores internacionais”. Recorde-se que a Assembleia Legislativa está actualmente a discutir uma proposta de lei para encorajar a criação de fundos de investimento que possam atrair investidores do estrangeiro, incluindo dos países lusófonos. Redes sociais No discurso que marcou a cerimónia da tomada de posse do novo Governo da RAEM, Xi Jinping apelou ao próximo Executivo para “alargar a rede de amigos”, “continuar a ser aberto ao exterior”, “fomentar o intercâmbio entre os chineses e os estrangeiros”. O líder chinês deu como exemplo a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, o enorme programa estratégico de infra-estruturas internacionais lançado em 2013. De acordo com o Presidente chinês, Macau precisa de “fazer reformas” para diversificar a economia, altamente dependente do turismo e dos casinos. Nos primeiros nove meses do ano, os serviços turísticos representaram 79,7 por cento da economia da cidade. Xi Jinping lembrou que “o Governo Central decidiu desenvolver Hengqin com o objectivo de diversificar a economia de Macau, de facilitar a vida e o emprego dos cidadãos de Macau”. O líder chinês alertou que a aposta na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau “é para persistir” e que “não podem desenvolver indústrias fora desta iniciativa”, defendendo também que a RAEM deve, “de uma forma proactiva, participar no desenvolvimento da Grande Baía” Guangdong–Hong Kong–Macau. Milagre Macau Os históricos progresso alcançados por Macau desde o retorno à pátria foram também mencionados ontem pelo Presidente chinês, que afirmou que a felicidade e sentimento de segurança da população aumentaram significativamente nos últimos 25 anos. Xi Jinping realçou o fortalecimento da economia e das condições de vida, nomeadamente no que diz respeito ao emprego, habitação, educação, cuidados de saúde e qualidade de vida no geral. O crescimento do produto interno bruto (PIB) da região, que foi multiplicado por sete desde a transição de administração, também foi referido pelo Presidente chinês, em particular o PIB per capita que está entre os mais elevados do mundo. A defesa da segurança nacional foi outro tópico sublinhado entre os objectivos que Macau deve salvaguardar de forma inabalável. Xi Jinping salientou também que o Governo Central respeita as diferenças entre os “Dois Sistemas”, garantindo o elevado grau de autonomia de Macau governado pelas suas gentes. Moradores | Ng Sio Lai destaca necessidades económicas A deputada por Macau da Assembleia Popular Nacional e presidente da Associação dos Moradores, Ng Sio Lai, considera que a prioridade da RAEM para os próximos anos tem de passar pela melhoria da situação económica do território e o aproveitamento das vantagens do princípio “Um País, Dois Sistemas”. As declarações foram prestadas ontem pela presidente da associação tradicional ao canal chinês da Rádio Macau, em relação aos discursos de Xi Jinping. Ng Sio Lai prometeu também que a associação vai assumir o papel de contribuir para o desenvolvimento de Macau, ao fazer a ligação entre as aspirações da população e o Governo. A associação conta actualmente com três deputados na Assembleia Legislativa, Ho Ion Sang, Leong Hon Sai e Ngan Iek Hang. Cooperação | Chui Sai Peng promete colaborar com Governo Chui Sai Peng, deputado de Macau na Assembleia Popular Nacional e na Assembleia Legislativa, prometeu fazer todos os esforços para ajudar o Governo a tornar Macau melhor. As declarações foram prestadas à Rádio Macau, em reacção ao discurso de quinta-feira à noite de Xi Jinping. Segundo Chui Sai Peng, o discurso do Presidente chinês ajudou-o a perceber melhor a grandeza de Macau, e a sentir-se mais feliz com os feitos alcançados nos últimos 25 anos. Além disso, o deputado afirmou que é necessário continuar a trabalhar para que os residentes de Macau tenham um maior sentimento de felicidade e segurança. Patriotismo | Chan Hong espera que população aprenda com Xi A deputada por Macau na Assembleia Popular Nacional Chan Hong quer que a população aprenda as esperanças e expectativas que o Presidente Xi Jinping apresentou nos seus discursos e que as ponha em prática, para contribuir para o “grande rejuvenescimento da nação chinesa”. Foi desta forma que a deputada e vice-directora da Escola Hou Kong reagiu ao discurso de Xi Jinping, indicando a necessidade do Governo e da sociedade, em conjunto, “consolidarem a base social do patriotismo e amor por Macau”, “construírem uma plataforma para os jovens” e “reforçarem as forças de Macau”, para aprofundar os contributos para o país. Economia | Wong Kit Cheng quer mais inovação A deputada Wong Kit Cheng acredita que no futuro a RAEM precisa de continuar a inovar para se desenvolver. Em reacção às palavras de Xi Jinping, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a deputada ligada à Associação das Mulheres indicou que Macau tem de fazer “um bom trabalho como plataforma” e assumir o papel que lhe foi atribuído pelo Governo Central. Além disso, Wong Kit Cheng insistiu que é necessário continuar a trabalhar no âmbito da diversificação “moderada” da economia. Estudantes | Associação quer mais jovens em Hengqin A secretária-geral da Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau, Si Nei Na, afirmou que face aos discursos de Xi Jinping, o Governo de Macau deve focar-se em promover o desenvolvimento dos jovens e incentivá-los a integrarem-se no desenvolvimento nacional, principalmente através da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Si Nei Na defendeu que Macau deve apostar em fazer um bom trabalho a nível das relações internas e externas, e no desenvolvimento do papel da RAEM como plataforma. Fórum Macau | Palestra vai estudar discursos de Xi Jinping O Governo vai organizar hoje, pelas 15h, uma sessão para estudar os discursos proferidos por Xi Jinping durante a visita a Macau. O evento com o nome “palestra sobre a aprendizagem, difusão e implementação do espírito dos discursos importantes do Presidente Xi Jinping no âmbito da visita a Macau destinada a todos os sectores da sociedade de Macau” vai decorrer no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e é fechado à população. Com Lusa
João Luz Manchete SociedadeObras públicas | Governo nega quinta ligação entre península e Taipa Depois da consulta pública, no fim de 2019, o Governo voltou atrás na ideia de construir a quinta ligação entre a península e Macau. O projecto, que não vai sair da gaveta, implicava a criação de um túnel subaquático ao lado da Ponte Governador Nobre de Carvalho. A DSOP sublinha que a Ponte Macau já alivou o trânsito entre Macau e as Ilhas Afinal não haverá outra ligação entre a península e a Taipa. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U, o Governo revelou que não será construída a quinta ligação às Ilhas, que chegou a ser projectada como um túnel subaquático ao lado da Ponte Governador Nobre de Carvalho, entre as zonas B e D dos novos aterros. O túnel teria 2.400 metros e seis faixas de rodagem de duplo sentido onde o limite de velocidade seria fixado em 60 quilómetros por hora. O director dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), Lam Wai Hou, começa por referir o plano director da RAEM, que “prevê a organização racional das infra-estruturas públicas” e “um sistema global de transportes que inclua o Metro Ligeiro, com o intuito de ligar e desviar o transporte entre as várias zonas” para esclarecer que “não está planeada uma 5.ª ligação Macau – Taipa”. Lam Wai Hou acrescenta que, “neste momento, com a conclusão da Ponte Macau, que desempenha um papel de alívio do trânsito entre Macau e a Taipa”, a DSOP “irá observar de perto a respectiva eficácia e acompanhar os trabalhos das infra-estruturas públicas, consoante as exigências do planeamento”. Estudos e lamas Recorde-se que a construção da quinta ligação gerou alguma polémica com especialistas a discordarem das conclusões de um estudo de impacto ambiental que determinou a viabilidade do túnel subaquático. O estudo encomendado ao Shanghai Investigation, Design & Research Institute Co, Ltd concluiu que o projecto resultaria “num certo impacto no ambiente circundante”, mas que seria temporário, reversível e passível de ser minimizado “através de medidas de protecção ambiental adequadas”. Na interpelação escrita, o deputado dos Operários sugeriu ainda ao Executivo que a zona D dos novos aterros não deveria adoptar a forma de uma ilha, mas uma extensão da zona costeira da Taipa. Lei Chan U justificou a pertinência da alternativa com a redução das dificuldades de construção de infra-estruturas nesta zona no futuro, o impacto paisagístico e a possibilidade de manter a largura do canal entre Macau e Taipa, garantindo a segurança da navegação. Porém, o Governo não acatou a proposta. “O projecto de aterro da Zona D é elaborado de acordo com o Plano de Aterro das Novas Zonas Urbanas da RAEM, já aprovado, não havendo, neste momento, planos de alteração”, vincou o director da DSOP.
João Luz Manchete PolíticaColina da Taipa | Construção de túnel custará entre 413 e 438 milhões Realizou-se ontem o acto público de abertura das propostas do concurso público para a construção e concepção do Túnel da Colina da Taipa Grande e das suas ligações – Ligação norte. Das 11 propostas recebidas pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), os preços variaram entre 413 milhões de patacas e 438 milhões de patacas, com o prazo proposto de 540 dias de trabalho. A proposta mais barata foi apresentada pela Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa, enquanto a proposta com o valor mais elevado foi apresentada pelo Consórcio de Companhia de Construção e Investimento Predial Ming Shun e a China Railway Major Bridge Engineering Group. A DSOP indica que a “construção do Túnel da Colina da Taipa Grande é um dos projectos rodoviários importantes do Governo da RAEM e uma linha de extensão no lado da ilha em direcção à Ponte Macau”. Porém, a “Colina da Taipa Grande constitui um obstáculo entre a Rotunda do Aeroporto no Cotai e a Ponte Macau”, daí a necessidade de construir o túnel rodoviário. A obra tem como objectivo aliviar a pressão do trânsito na Avenida Wai Long, Estrada de Pac On, Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa e Aeroporto Internacional de Macau. A ligação norte pressupõe a construção de um viaduto de ligação à Ponte Macau e à entrada e saída situadas no lado norte do túnel, com cerca de 890m de comprimento, com quatro faixas de rodagem em dois sentidos. Este é o segundo concurso público para a construção do Túnel da Colina da Taipa Grande, depois da ligação sul que ainda não foi adjudicada.
João Luz Manchete PolíticaEconomia | Sam Hou Fai confiante no sucesso da diversificação O Chefe do Executivo afirmou que a sociedade de Macau compreende a importância da diversificação económica. Em entrevista aos media nacionais, Sam Hou Fai salientou a confortável almofada da reserva financeira, o apoio de Pequim, o patriotismo e a competência do Governo da RAEM como pontos-chave para o sucesso Em mais uma ronda de entrevistas a órgãos de comunicação estatais, Sam Hou Fai reforçou as visões que tem para os próximos cinco anos de governação da RAEM. A implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas” como ferramenta essencial para a estabilidade e desenvolvimento da região, e a tarefa de diversificação adequada da economia foram os dois pontos fulcrais da mensagem do Chefe do Executivo eleito. O homem que irá liderar o próximo Governo vincou que o desenvolvimento da diversificação económica “é uma questão que tem de ser respondida”. “Existe um consenso entre vários sectores, incluindo a comunidade empresarial, de que Macau deve implementar um desenvolvimento económico moderadamente diversificado, e todos compreendem profundamente esta necessidade”, afirmou ao Global Times. O político considera que Macau está “numa fase crítica da sua transformação económica, mas o objectivo é alcançável. “O Governo da RAEM é competente e deve assumir um papel activo” e seguir o plano de traçado para o período entre 2024 e 2028, que é “muito abrangente e orientado”, afirmou Sam Hou Fai referindo-se ao plano traçado para concretizar as exigências do Governo Central, apresentado em Novembro de 2023. Além das apostas nas indústrias 1+4, o futuro líder do Executivo realçou a importância de trabalhar em conjunto com universidades e aprofundar a missão de Macau enquanto plataforma entre a China e o mundo lusófono. O político apontou que a missão de diversificar a economia “deve também envolver a colaboração com instituições de investigação, como a Universidade de Macau, mobilizando a sabedoria da comunidade e envolvendo peritos e académicos para explorar vias industriais adequadas”. Uma ideia é transversal à visão de futuro de Sam Hou Fai: o papel fundamental do Governo como impulsionador da mudança de paradigma económico da região. “Macau tem de tomar a iniciativa. Temos amplas reservas que podem ser usadas para apoiar financeiramente ou incentivar investimentos. Por exemplo, podemos criar fundos industriais focados no desenvolvimento tecnológico, cultural e do sector do turismo”, indicou. Sam Hou Fai também salientou a importância estratégica de Hengqin e a necessidade de coordenar políticas económicas, fiscais, migratórias, leis comerciais e de criar condições de habitabilidade para talentos das áreas tecnológicas. De Sesimbra a Hangzhou Sam Hou Fai indicou ainda a importância de concretizar “alguns projectos importantes no novo plano quinquenal, tais como o posicionamento claro de Macau como um centro de transporte marítimo e de mercadorias na margem ocidental do Rio das Pérolas”. O papel de plataforma entre a China e os países lusófonos também foi mencionado, com Sam Hou Fai a sugerir a possibilidade de cooperação entre Zhejiang e a lusofonia no sector das pescas. “Os países de língua portuguesa são costeiros e têm uma rica indústria de pescas, que existe também em províncias como Zhejiang. Macau pode considerar a possibilidade de combinar as vantagens da sua plataforma para alavancar as suas capacidades de pesca e desenvolver-se em conjunto com os países lusófonos costeiros.” Fazendo eco das palavras do seu antecessor, Ho Iat Seng, também em entrevista a órgãos de comunicação estatais, Sam Hou Fai salientou o rápido desenvolvimento de Macau nos últimos 25 anos, atingindo sólidas fundações financeiras e económicas e o recorde da reserva financeira da RAEM atingido em Setembro. A almofada financeira, patriotismo e o sistema político de Macau foram enumerados como génese da estabilidade e desenvolvimento da região. “Acima de tudo, temos residentes muito amáveis e uma comunidade forte e estável de patriotismo e amor por Macau, que é a base social e política mais importante para a implementação estável e a longo prazo de ‘Um País, Dois Sistemas’ e um desenvolvimento contínuo”, afirmou, citado pelo Global Times.
João Luz Manchete SociedadeSS | Prometidos médicos de família para todos os residentes O director dos Serviços de Saúde revelou que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar, para que todos os residentes de Macau tenham médico de família. Alvis Lo destacou também a redução do tempo de espera nas consultas de especialidade e que estão em andamento procedimentos para criar hospitais de dia O Governo vai dar os primeiros passos com o objectivo de garantir que todos os residentes de Macau têm um médico de família no futuro, uma vez que actualmente apenas existem 34 especialistas em medicina familiar no território. O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, afirmou ontem aos microfones da TDM – Rádio Macau que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar para desempenharem funções nos Centros de Saúde. O responsável vincou que a meta corresponde às directrizes da Organização Mundial de Saúde, que até agora não têm sido cumpridas. Sobre a contratação de médicos portugueses, o director dos SS afirmou apenas que são bem-vindos todos os médicos que cumpram os requisitos essenciais para trabalhar em Macau, sem acrescentar mais detalhes. O responsável participou ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM, onde revelou ainda que será lançada uma consulta pública com o intuito de criar um novo tipo de licença para instituições médicas, abrindo portas ao funcionamento de hospitais de dia em Macau. Os hospitais de dia permitem reduzir custos em pequenas cirurgias e prestar cuidados de saúde a doente em regime ambulatório e, como o nome indica, não requerem estadias durante a noite no hospital. De momento, a RAEM só tem duas categorias para instituições que prestam serviços médicos: hospitais e clínicas. Espera e ilhas Outro tópico discutido, foi a redução do tempo de espera para consultas externas. “Os residentes querem o tempo de espera encurtado. Por isso, melhorámos processos, acrescentámos eficácia através de meios tecnológicos e alocação de recursos, para reduzir para cerca de três semanas e meia o tempo de espera em consultas externas de especialidades e em primeiras consultas,” indicou o responsável. Em relação aos serviços de urgência, Alvis Lo garantiu que actualmente os pacientes demoram em média cerca de uma hora até serem atendidos, situação que poderá melhorar através da coordenação com o Hospital das Ilhas, para desviar doentes do Hospital São Januário. Em relação ao novo centro hospital, o director dos SS sublinhou a modernidade dos serviços de saúde, com recurso a alta tecnologia, e a capacidade para atrair turistas do sector big health. Alvis Lo indicou ainda que o Governo irá aumentar o orçamento dos subsídios a clínicas privadas, medida que tem como objectivo permitir que mais residentes sejam atendidos em clínicas, retirando pressão dos hospitais.
João Luz Manchete PolíticaGoverno | Ho Iat Seng sublinha que ninguém dorme na rua em Macau Numa entrevista à CCTV, Ho Iat Seng salientou o trabalho do Governo no apoio social, em especial durante a crise da pandemia. O Chefe do Executivo sublinhou que ninguém dorme nas ruas de Macau e que não existem pedintes na cidade. Quanto ao futuro, apontou à integração como forma de implementar o princípio “Um País, Dois Sistemas” da nova era “Ninguém dorme na rua em Macau, nem debaixo de viadutos. Alguma vez viu mendigos em Macau? Não, não em Macau. O nosso Instituto de Acção Social é muito exigente no tratamento de problemas sociais”, afirmou Ho Iat Seng numa entrevista à estação nacional CCTV. Continuando o ciclo de entrevistas a órgãos de comunicação estatais a figuras de poder da RAEM, o Chefe do Executivo fez um balanço do seu mandato e apontou ao futuro do território. Em três dos cinco anos em que liderou o Governo, Ho Iat Seng foi confrontado com a pandemia da covid-19 e as suas ramificações socioeconómicas. Neste aspecto, recordou as injecções de fundos da reserva financeiros nos orçamentos da RAEM para corresponder às necessidades de apoio social. No entanto, o governante não acredita na eficácia da atribuição indiscriminada de apoios. “Não acho que algumas políticas de benefícios sociais devam ser universais, para que sejam aplicadas com exactidão. Se houver alguém a passar necessidades, o Governo irá, com certeza, prestar apoio”, afirmou. Ho Iat Seng apontou que em Setembro, a reserva financeira cifrou-se em 616,9 mil milhões de patacas, total que, apesar das injecções de capital nos orçamentos, representa um aumento na casa de “várias dezenas de milhares de milhões de patacas” em relação a 2019. O governante sublinhou a estabilidade da economia local e o facto de não passar dívidas para o próximo Governo. Diversificação e nacionalismo Com as receitas da indústria do jogo a recuperarem, o Chefe do Executivo salientou aos microfones da CCTV que a diversificação económica obteve resultados, com especial destaque no papel da indústria das artes do espectáculo. “O desenvolvimento das artes e dos espectáculo em Macau tem um grande impacto. As receitas de bilheteira não representam um grande montante, mas têm um grande impacto global nos negócios, como a restauração e hotelaria. Não queremos que os turistas se interessem apenas pela indústria de jogo”, indicou o Chefe do Executivo. Quanto ao futuro, Ho Iat Seng disse que a integração no desenvolvimento nacional representa o verdadeiro significado da prática do princípio “Um País, Dois Sistemas” da nova era, e é o rumo e força motriz para o desenvolvimento da RAEM. Ho Iat Seng salientou ainda o papel fundamental para o desenvolvimento do território das associações patrióticas quem amam Macau e o país. No aprofundamento do patriotismo, o governante destacou o trabalho da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude que organiza deslocações de estudantes ao Interior da China para receberem formação patriótica e Macau, trabalho que é para manter no futuro.
João Luz Manchete SociedadeCotai | Zona de espectáculos com renda diária até 375 mil patacas O Governo publicou ontem os valores das taxas de utilização do local de espectáculos ao ar livre, que vão variar entre 500 mil patacas em dia de evento e 250 mil em dia de ensaio ou montagem quando a capacidade máxima for superior a 30 mil espectadores. No primeiro ano de actividade, 2025, as taxas vão ter 25 por cento de desconto A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, assinou um despacho que fixou os valores das taxas diárias cobradas a organizadores de eventos no novo espaço para espectáculos ao ar livre no Cotai. Os preços diários dependem do volume de espectadores e se no dia em apreço se realizam eventos ou se apenas se procedem a ensaios e montagem. Assim sendo, para espectáculos em que a capacidade ultrapassa 30 mil espectadores a taxa no dia do evento é de 500 mil patacas, enquanto nos dias para montagem e ensaios a taxa diária é 250 mil patacas. Para eventos, com plateias com menos de 30 mil espectadores, um dia de evento vai custar 350 mil patacas, enquanto a taxa diária para dias de ensaio ou montagem terá um preço de 175 mil patacas. O valor das taxas diárias durante 2025 terá um desconto de 25 por cento uma vez que o próximo ano será um “período experimental”, é indicado no despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Feitas as contas, no próximo ano, um espectáculo com mais de 30 mil pessoas terá uma taxa no dia do evento de 375 mil patacas, e 187 mil patacas em dias para montar estruturas e ensaios. Para eventos com menos de 30 mil espectadores, a taxa cobrada para a utilização do espaço no dia do espectáculo será de 262,5 mil patacas, enquanto em dias de montagem e ensaios a taxa diária será de 131.250 patacas. O Governo ressalva que se for “realizado mais do que um espectáculo por dia promovido pela mesma entidade, é cobrada a taxa correspondente à maior lotação”. Para aquecer A zona de espectáculos está situada num terreno do Governo, com uma área de 94 mil metros quadrados, na intersecção entre a Avenida do Aeroporto e Rua de Ténis, virada a norte para a Rua de Ténis e a nordeste para a Avenida do Aeroporto, perto do Grand Lisboa Palace. A construção do recinto implicou gastos superiores a 90 milhões de patacas, mas segundo a directora do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, o Governo não espera recuperar o investimento despendido na construção ao longo do primeiro ano de actividade. Entretanto, o IC abriu o período de candidaturas para a utilização do espaço a empresas locais e internacionais de organização de espectáculos. O evento inaugural está marcado para 28 de Dezembro e terá lotação máxima de 15 mil pessoas, cerca de um terço da capacidade total do recinto. Entre os primeiros profissionais que vão pisar o palco, contam-se artistas como Hins Cheung, Julian Cheung, Pakho Chau e Janice M. Vidal. Os bilhetes vão custar 480, 780 e 1080 patacas, mas haverá um sorteio para residentes com ingressos que vão custar 50 patacas. Empresas entusiasmadas A inauguração do novo recinto para espectáculos ao ar livre no Cotai pode trazer novas oportunidades de negócio para empresas locais dedicadas à produção de efeitos e decoração de palco, como iluminação e pirotecnia. James Si Tou, gerente de uma empresa de pirotecnia, afirmou ao canal chinês da Rádio Macau que nos concertos dos Seventeen, no Estádio da Taipa, foram contratadas empresas locais, entre as quais a sua, para a produção do evento. Esses concertos serviram para promover as empresas locais entre organizadores de eventos de grande dimensão e, segundo James Si Tou, a abertura do recinto no Cotai pode significar uma oportunidade para desenvolver o sector. O responsável pela empresa que organiza espectáculo Chessman, Alexandre Carvalho Lou, afirmou que gostaria de ver o Governo a ter um papel mais interventivo, dando como exemplo Singapura. O representante da Chessman indicou que Singapura assume a liderança em espectáculos com estrelas internacionais com a ajuda do Governo local que subsidia os eventos. Alexandre Carvalho Lou acrescenta que a aposta poderia beneficiar as empresas de produção, estimular o turismo e a indústria do espectáculos musicais.
João Luz Manchete PolíticaAeroporto | Construção do terminal de carga arranca em 2025 A construção do terminal de carga do Aeroporto Internacional de Macau vai ter início no primeiro trimestre de 2025. Na segunda-feira, as autoridades de Macau e Hengqin assinaram um memorando para avançar com as obras. O terminal terá capacidade para despachar 300 mil toneladas por ano e vai custar perto de 420 milhões de renminbis A construção do terminal de carga de Aeroporto Internacional de Macau, que irá nascer em Hengqin, tornou-se uma projecto em andamento com a assinatura na segunda-feira do memorando de garantia da construção e do funcionamento do projecto do terminal de mercadorias do Aeroporto Internacional de Macau em Hengqin. A cerimónia, que contou com a presença de Ho Iat Seng e Lei Wai Nong, elegeu a empresa Guangdong Hengqin Macau International Airport Logistics. A entidade que irá tornar o projecto uma realidade nasceu da colaboração entre a empresa que gere o Aeroporto de Macau e uma subsidiária do China Cosco Shipping Group. A construção da projecto tem data prevista para arrancar já no primeiro trimestre de 2025 e terá um custo de 420 milhões renminbis. No total, somando ao custo de aquisição do terreno onde será erigido o terminal, no valor de cerca de 129 milhões de renminbis, a estrutura irá custar quase 540 milhões de renminbis. No terreno, com cerca de 66.700 metros quadrados, será construído um edifício com três pisos, que vão incluir um armazém para a logística, uma garagem subterrânea, assim como instalações para os serviços alfandegários, processamento de dados e para o pessoal. Novos tempos As autoridades estimam que o novo terminal terá capacidade para processar anualmente cerca de 300 mil toneladas de mercadorias. O presidente da comissão executiva da empresa que gere o Aeroporto de Macau, a CAM, Chan Weng Hong, destacou que o rápido desenvolvimento do comércio electrónico veio aumentar continuamente a procura no sector do transporte aéreo de mercadorias. O responsável afirmou ainda, citado por um comunicado da CAM, que a criação da Guangdong Hengqin Macau International Airport Logistics surgiu depois de um estudo aprofundado, e que o novo terminal irá melhorar as capacidades logísticas do sector da aviação de Macau.
João Luz Manchete PolíticaGrande Baía | Kou Hoi In espera integração de taxas e moeda Numa entrevista a órgãos de comunicação nacionais, o presidente da Assembleia Legislativa afirmou esperar que Macau aprofunde a integração no desenvolvimento nacional, em termos de leis, taxas alfandegárias e moeda. Kou Hoi In fez um balanço dos trabalhos legislativos desde a transição e afirmou que as prioridades são a segurança nacional e o bem-estar da população Apesar dos projectos da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, a integração da RAEM no desenvolvimento nacional deve ser acelerada, segundo o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In. Numa entrevista colectiva a órgãos de comunicação nacionais, como a Xinhua e Diário do Povo, e alguns órgãos seleccionados de Macau, Kou Hoi In fez um balanço da sua carreira de mais de três décadas enquanto deputado e dos trabalhos da AL. O legislador sublinhou que com os rápidos avanços sociais é natural que os ordenamentos jurídicos não consigam acompanhar o ritmo da sociedade. Como tal, defendeu a integração com o Interior da China em termos de leis, taxas alfandegárias e moedas. “A manutenção da segurança nacional é uma das responsabilidades mais importantes da Assembleia Legislativa”, afirmou o político, citado pela agência Xinhua. A agência estatal recordou a desqualificação de 21 candidatos das eleições legislativas de 2021, na sequência da aplicação do princípio “Macau governando por patriotas”. Kou Hoi In clarificou a natureza do órgão legislativo da RAEM. “A Assembleia Legislativa não é um órgão da oposição. De acordo com a Lei Básica, Macau segue um sistema liderado pelo Executivo. Os nossos deputados oferecem principalmente críticas construtivas, sugestões e feedback ao Governo.” “Mesmo que surjam discórdias no hemiciclo, os deputados chegam sempre a um consenso rapidamente quando os assuntos legislativos envolvem a segurança nacional. O que beneficia o país, beneficia Macau”, acrescentou. Olhar para dentro Reflectindo sobre os últimos 25 anos, Kou Hoi In referiu que a AL e o Governo da RAEM têm mantido uma relação estreita de cooperação, e desempenhado um papel crucial no sucesso constante e sustentado da política de “Um País, Dois Sistemas” em Macau. O político afirmou ter bem presente na memória a histórica sessão legislativa da “meia-noite” de 20 de Dezembro de 1999. “Após a cerimónia de transferência de poderes à meia-noite, reunimo-nos imediatamente no novo edifício da Assembleia Legislativa para a nossa primeira sessão plenária”, disse Kou. “Aprovámos 11 leis fundamentais que estabeleceram as bases legais para o funcionamento do Governo, do poder legislativo e do poder judicial da RAEM”, recordou. Desde a transferência de soberania, Macau promulgou ou alterou 404 leis. O legislador garantiu ainda que a AL tem sempre como prioridade as leis relacionadas com o bem-estar da população, destacando a construção de uma rede de segurança social básica, através dos regimes da segurança social e subsídio de invalidez e cuidados de saúde gratuitos. Kou Hoi In realçou também as leis de habitação económica e habitação social que procuraram endereçar as necessidades da população, mas também as leis de segurança alimentar e o enquadramento jurídico que permitiu adicionar o Metro Ligeiro à rede de transportes da região.
João Luz Manchete SociedadeToi San | Incêndio provoca evacuação de 60 moradores Um incêndio que deflagrou num edifício residencial na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa obrigou à evacuação de 60 moradores. Duas pessoas sentiram-se mal, uma delas foi reencaminhada para o hospital devido à inalação de fumo. O fogo começou num apartamento em remodelação devido a um curto-circuito e à presença de materiais inflamáveis Às 23h da noite de quarta-feira, um incêndio no Bloco 6 do edifício San Seng Si Fa Un, no bairro do Toi San, um apartamento que estava em remodelação incendiou-se, levando ao alarme dos moradores e à intervenção do Corpo de Bombeiros, que acorreram ao local na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa. As chamas obrigaram à evacuação de cerca de 60 moradores, muitos deles que se viram obrigados a sair para o exterior em pijama. Do interior de um apartamento no 7.º andar do prédio podiam ver-se chamas e ouviram-se estrondos de pequenas explosões. Os bombeiros chegaram ao local, extinguiram as chamas e socorreram duas pessoas. Um idoso de 77 anos sentiu-se mal e num estado de exaltação recusou tratamento médico. Porém, uma moradora de 33 anos teve de ser reencaminhada para o Centro Hospitalar Conde de São Januário devido à inalação de fumo. As autoridades acrescentaram que a mulher não perdeu os sentidos e que o seu quadro clínico não inspirava cuidados de maior. Ouro sobre azul Como é frequente nos incêndios urbanos que deflagram em Macau, mais uma vez uma avaria no equipamento eléctrico poderá ter estado na causa do incêndio. Segundo a avaliação preliminar das autoridades, foi encontrada no chão da cozinha uma lâmpada partida, que terá caído de um candeeiro de tecto. Os bombeiros acrescentam que a lâmpada poderá ter sobreaquecido e rebentado. Porém, ao cair no chão entrou em contacto com material inflamável, provavelmente diluente, de acordo com a investigação. Instrumentos e materiais de construção que estavam na cozinha pegaram fogo, e as paredes do apartamento ficam enegrecidas.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Cultura tailandesa e gastronomia animam fim-de-semana Este fim-de-semana, realizam-se o Festival Cultural da Tailândia, o primeiro Carnaval Vegetariano de Macau, e arranca a Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho, iluminando a zona dos Ervanários. Os três eventos contam-se entre os mais de 40 financiados este ano pela DST, que até Novembro atraíram 660 mil pessoas A cidade vai estar em festa este fim-de-semana, com uma série eventos “para mostrar a inclusão diversificada de ofertas e o encanto nocturno de Macau aos residentes e visitantes da cidade”, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Amanhã e domingo, o Festival Cultural da Tailândia regressa à zona da Mitra, animando a Rua de Abreu Nunes onde vão estar instaladas cerca de duas dezenas de tendinhas de comida tailandesa. Como é hábito, além da cerveja Chang e pad thai, não vão faltar “danças tradicionais, e danças e cantares tailandeses, entre outros espectáculos de palco”. Turistas e moradores locais também vão poder relaxar com massagens tailandesas e testemunhar a tradicional bênção do arroz, uma cerimónia budista tradicional para abençoar as colheitas de arroz. Para quem prefere outras opções gastronómicas que não incluam cachaço de porco ou camarão, começa hoje a primeira edição do “Carnaval Vegetariano de Macau”, que decorre até à próxima terça-feira na Doca dos Pescadores, mostrando a “diversificação de Macau enquanto Cidade Criativa de Gastronomia”, salienta a DST. O evento que irá encher a Legend Boulevard com um autêntico festim para os sentidos, com 60 tendas de comida vegetariana e produtos culturais e criativos. “A actividade de cinco dias inclui ainda espectáculos culturais e artísticos, palestras culturais, venda de produtos, tendas de jogos, instalações para tirar fotografias e cerimónia de lanternas alusivas ao retorno de Macau à pátria”, acrescenta a DST. Luz urbana Amanhã, regressa à zona dos Ervanários “A Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho”, que vai iluminar o velho bairro do Porto Interior com “efeitos de luz, instalações luminosas, corredor de luz com caracteres chineses e decorações”. Até ao fim de Fevereiro, a iniciativa que é uma extensão do evento Iluminar Macau 2024, irá contar também com “jogos online e workshops presenciais para adicionar experiências diversificadas, promover o fluxo de pessoas na zona e estimular o consumo nocturno”. A DST salienta que estes três eventos que arrancam este fim-de-semana fazem parte de 41 actividades aprovadas para financiamento este ano. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes revelou ontem que, entre Janeiro e Novembro deste ano, foram organizados 31 projectos ao abrigo do programa de apoio financeiro da DST, incluindo visitas guiadas, feiras, oficinas artesanais, produção gastronómica ou passeios marítimos. A DST refere que até Novembro, os eventos apoiados atraíram mais de 660 mil participantes, e contaram com a participação directa de cerca de 1.600 estabelecimentos comerciais, “promovendo o consumo e o desenvolvimento do turismo nas zonas comunitárias”.
João Luz Manchete PolíticaDSAT | Avenidas Norte do Hipódromo e da Ponte da Amizade alargadas O reordenamento da zona ribeirinha no norte da península e as obras do Metro Ligeiro vão acrescentar terreno à cidade e permitir a ampliação da Avenida Norte do Hipódromo e da Avenida da Ponte da Amizade. O Governo espera que o alargamento das vias reduza o congestionamento na Rotunda da Amizade A Avenida Norte do Hipódromo e a Avenida da Ponte da Amizade vão ser ampliadas. As duas vias que contornam a parte norte da península, passando por pontos críticos de trânsito no acesso à Ponte da Amizade e à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, como a Rotunda da Amizade, são essenciais para a ligação da península às ilhas e ao Interior e Hong Kong. A ampliação das avenidas será possível devido ao do ordenamento de mudflat (o terreno pantanoso da beira-rio) e da construção do Metro Ligeiro e instalações complementares. A intervenção na zona irá acrescentar uma zona de lazer arborizada e “uma área com mais de 20.000 metros quadrados” que reúne as “condições para a construção de infra-estruturas, incluindo a obra de ampliação da Avenida Norte do Hipódromo e da Avenida da Ponte da Amizade”. A intenção foi revelada pelo director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U, divulgada ontem. Lam Hin San afirmou que a ampliação das avenidas irá melhorar o trânsito entre as Portas do Cerco e a Zona A, reduzindo o congestionamento na Rotunda da Amizade. Entre margens A zona da Rotunda da Amizade tem sido um dos pontos negros do trânsito de Macau, com recorrentes engarrafamentos que aumentaram desde que passou a ser possível conduzir até Zhuhai e Hong Kong através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Os acessos e o trânsito na Ponte da Amizade representam outro ponto negro, em particular na ligação entre as Portas do Cerco e as Ilhas, especialmente com o trânsito para o Cotai. Nesse aspecto, a quarta ponte entre a península e a Taipa, que abriu a 1 de Outubro, tinha entre os objectivos desviar pelo menos 10 por cento do tráfego que circula na Ponte da Amizade. O deputado Lei Chan U, da bancada parlamentar dos Operários, perguntou se o Governo está a estudar a regulamentação sobre a circulação na Ponte Macau quando o território é afectado por tufões. O director da DSAT não especificou se e como será condicionado o trânsito na Ponte Macau uma vez que a Lei do Trânsito Rodoviário ainda está a ser analisada na especialidade pelos deputados da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa.
João Luz Manchete SociedadeSeul | DST emite alerta a pedir precauções a turistas de Macau A turbulência política vivida na Coreia do Sul nos últimos dias, levou a Direcção dos Serviços de Turismo a emitir um alerta para os cerca de 1.500 residentes da RAEM que estão ou vão para o país. Até às 15h de ontem, o Governo da RAEM não tinha recebido pedidos de auxílio de residentes Na sequência da declaração de lei marcial na Coreia do Sul, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) lançou um alerta aos residentes de Macau que se encontram na Coreia do Sul, ou que planeiam viajar em breve para o país, para se “manterem atentos e prestarem atenção às informações mais recentes” das autoridades sul-coreanas. A lei marcial foi decretada na terça-feira à noite na Coreia do Sul pela primeira vez em mais de 45 anos, depois de ter sido imposta em 1979, após o assassinato do presidente Park Chung-hee. Numa comunicação de surpresa ao país, o Presidente Yoon Suk-yeol declarou a lei marcial para “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional”. A lei marcial foi levantada algumas horas depois, mas a instabilidade política e o futuro da liderança do país continua a ser uma incógnita (ver página 11). A situação levou vários países a emitir alertas de viagem para o país. Ontem de madrugada, a DST enviou avisos a cerca de 1.500 residentes que estão na Coreia do Sul, ou que estavam prestes a viajar para o país. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o subdirector da DST, Cheng Wai Tong, apelou à vigilância dos residentes e afirmou que o Governo da RAEM está a observar a situação, sem haver decisão sobre a necessidade de emitir alerta a desaconselhar viagens para o país asiático. O responsável adiantou ainda que, até às 15h de ontem, a linha aberta da DST não tinha recebido pedidos e ajuda ou consultas de residentes na Coreia do Sul. Limitar passeios Apesar do levantamento da lei marcial, a DST afirmou que devido à situação política, os residentes devem reduzir saídas ao mínimo essencial e obedecer às autoridades locais. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes acrescentou que se os residentes necessitarem de assistência podem ligar para a linha hotline de turismo, disponível 24 horas por dia, ou contactar a embaixada chinesa na Coreia do Sul. Por seu turno, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, indicou ter sido informado pelas agências de viagem locais da inexistência de excursões de Macau na Coreia do Sul neste momento. No entanto, o representante realçou que Seul é uma cidade popular para turistas não-excursionistas de Macau. Para esses residentes, Andy Wu fez eco, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, das recomendações da DST.