Comércio externo de mercadorias desce 20%

O valor do comércio externo de mercadorias caiu 19,8% até Abril, face ao período homólogo do ano passado, atingindo 26,24 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais ontem divulgados. Segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), nos primeiros quatro meses, Macau exportou bens avaliados em 3,45 mil milhões de patacas – menos 5,6% –, enquanto as importações ascenderam a 22,78 mil milhões de patacas – menos 21,6%.
Por conseguinte, o défice da balança comercial agravou-se, atingindo 19,33 mil milhões de patacas. Em termos de destino, aumentou o valor das exportações para a China (565 milhões de patacas, mais 7,1% em termos anuais), enquanto o de Hong Kong diminuiu (2,08 mil milhões de patacas, menos 9,5%).
Significativas quebras foram registadas também nos valores exportados de mercadorias para a União Europeia (58 milhões de patacas) e para os Estados Unidos (49 milhões de patacas), os quais caíram, respectivamente, 29,5 e 27,6% em termos anuais.
Já do lado das importações, foram verificadas diminuições no valor dos bens oriundos da China (8,23 mil milhões de patacas) e da União Europeia (5,42 mil milhões de patacas), respectivamente, de 24,6 e 19,9%.
O comércio externo desceu 4,5% em 2015 para 99,87 mil milhões de patacas, face ao ano anterior, a primeira diminuição desde 2009.

1 Jun 2016

Acordo de comércio de serviços em vigor

Entra hoje em vigor o Acordo sobre Comércio de Serviços no âmbito do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau (CEPA). Com a implementação deste acordo são liberalizados na China 153 sectores de serviços de Macau, constituindo-se este como o primeiro acordo de comércio livre que liberaliza de forma generalizada a área do comércio de serviços para todo o interior da China, adianta um comunicado do Governo.
Esta liberalização representa 95,6% dos 160 sectores de serviços classificados segundo os critérios da Organização Mundial do Comércio e introduz novas cláusulas, tidas como mais favoráveis, onde se inclui expressamente que os acordos de comércio livre assinados entre o interior da China e outros países/regiões serão estendidos a Macau.
Em articulação com a entrada em vigor, o Centro de Informações sobre o CEPA da Direcção dos Serviços de Economia (DSE) irá melhorar as suas funções de serviços, sendo que a sua denominação será alterada, também a partir de hoje, para Centro de Informação sobre Cooperação Regional. Ao mesmo tempo, com o objectivo de servir melhor a população, o website será actualizado no sentido de acrescentar informações relativas a esta cooperação incluindo as informações sobre a Cooperação Guandong-Macau e a Zona Piloto de Comércio Livre da China.

1 Jun 2016

USJ | Design de finalistas em exposição

Os estudantes finalistas do curso de Design da Universidade de S. José vão ter os seus trabalhos apresentados de 3 a 18 de Junho, na Ponte 9, Creative Platform. Numa organização do Departamento de Arquitectura e Design da Faculdade de Indústrias Criativas da instituição, a exposição conta com trabalhos relativos ao ano lectivo de 2014/2015 tendo como mote a preocupação acerca da cultura e história locais. Os trabalhos abordaram áreas como o design gráfico, interactivo, de interiores ou de produto numa iniciativa que pretende mostrar os talentos que são “feitos” na RAEM.

1 Jun 2016

Hong Kong integra digressão de Birdy

O Kitec Music Zone na vizinha Hong Kong vai receber em modo de estreia a britânica Birdy. O evento está marcado para 26 de Julho e faz parte dos concertos promovidos pela YourMum. Birdy começou a dar nas vistas aos 14 anos com uma versão de “Skinny Love”, de Bon Iver, e estreou-se com álbum próprio homónimo em 2011 que atingiu o top de tabelas em diversos países. O seu último LP, “Beautiful Lies”, saiu este Março e contou com a colaboração na produção de artistas como Adele, Arctic Monkeys,Florence and the Machine ou London Grammar. Com 20 anos, Birdy já conta com temas escritos para filmes como “The Fault In Our Stars” ou “The Hunger Games” e tem agora para um número limitado de concertos na Ásia. Os bilhetes já estão à venda e custam 420 dólares de Hong Kong.

1 Jun 2016

Reparações nas Antigas Muralhas demora seis meses

O Instituto Cultural indicou ontem que a reparação do troço das Antigas Muralhas vai demorar pelos menos seis meses e a reparação vai começar depois do Ministério Público finalizar o processo jurídico implementado depois do espaço ter sido vandalizado com graffiti. No programa Macau Talk do canal chinês da Rádio Macau, Ip Kin Hong, da Divisão de Salvaguarda do Património Cultural do IC, referiu que o organismo bloqueou o troço para que não continue a ser vandalizado, mas diz que é difícil arranjar o mural, pelo que vai levar algum tempo. “Como o caso está no Ministério Público, o trabalho de reparação vai começar logo que o processo termine” disse Ip Kin Hong, sublinhando que a reparação demora pelos menos seis meses. O troço foi feito com materiais como argila, areia, terra, palha de arroz, pedras e conchas e foi distinguido como património em 2005.

1 Jun 2016

Mais três igrejas em risco de queda

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o Instituto Cultural (IC) criou um grupo de trabalho, depois da queda de parte do telhado na Igreja de Santo Agostinho, e já foram realizadas análises a alguns monumentos que não foram classificados. O IC explicou que neste momento existem quatro igrejas em risco de danos ou queda em caso, por exemplo, de tufão. São elas a Igreja de São José, a Igreja de Santo António, a Capela de Nossa Senhora da Penha e ainda o espaço Armazém do Boi. O Governo indicou que vai começar, de imediato, com os trabalhos de verificação e inspecção a estes edifícios.

1 Jun 2016

FIVCM | Festival chega ao fim com películas internacionais

Está a chegar ao fim mais um Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau e com ele uma semana de novo dedicada ao cinema internacional. As opções vão do documentário ao humor negro e ao surreal, passando ainda pelo cinema para a família numa série de projecções diárias

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]De amanhã e até 5 de Junho são os dias marcados para as últimas projecções internacionais de mais uma edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau (FICVM). Depois da abertura com o que veio de fora, dos Macau Indies – com o que de melhor se vai fazendo por cá – e de um programa recheado de actividades ligadas à sétima arte, é tempo de despedidas com um retorno ao cinema internacional. 31516P11T1-B
Está marcado “Um café no fim do mundo” já para dia 1 de Junho pelas 19h30. Numa co-produção do Japão e Taiwan, a película conta com a realização de Chiang Hsiu-Chiung. A realizadora de Taiwan faz assim a sua estreia no cinema nipónico com este filme à volta de temáticas como a identidade, o desgosto e a definição familiar. Misaki regressa à cidade onde nasceu, na península japonesa de Noto, oito anos depois do desaparecimento do seu pai. Transforma a velha casa flutuante num pequeno café ao mesmo tempo que desenvolve amizade com a família vizinha. Com o passar do tempo desenvolvem-se laços afectivos numa tentativa de unidade familiar num cenário situado no “fim do mundo”.

Alpinistas em documentário

Em formato documental é exibido o americano “Meru” a 2 de Junho à mesma hora. De Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi este “documentário vertiginoso”, como é adjectivado pela organização, conta a história de três alpinistas que tentam cumprir a missão impossível de subir a este pico também conhecido por “Barbatana do Tubarão”. Por entre tempestades de neve, avalanches e lesões que atingem um dos membros da equipa e que agoiram a indomabilidade do lugar, este documentário “celebra a amizade, a perseverança e o espírito humano”.

Comédia no feminino

Para o serão de sexta-feira, dia 3, está marcado um encontro no feminino com “Jacky no Reino da Mulheres”. Agendada para as 21h30, esta realização francesa de Riad Sattouf faz uma incursão na República Democrática de Bubunne, onde são as mulheres que governam, dão ordens e fazem a guerra e o uso de véus e as tarefas domésticas cabe aos homens. Jacky é um desses homens que sonha em casar com a filha da ditadora-general Collonelle, aqui protagonizada por Charlotte Gainsbourg, numa “divertida comédia que aborda a inversão de papéis”.
O festival soma e segue com “Operação Ártico”, recomendado para as famílias, numa produção norueguesa levada a cabo por Grethe Boa_Waal. No sábado às 16h30 a “Operação” arranca com a história de Julia, que se muda com a mãe e os irmãos gémeos para uma pequena cidade. Na ânsia de se reencontrarem com o pai que trabalha no sul do país, os irmãos entram escondidos num helicóptero que voaria nessa direcção. A rota não seria essa e os irmãos vêem-se perdidos e sozinhos numa ilha deserta onde são obrigados a enfrentar tempestades, fome e ursos polares. Para a organização é um filme de coragem e resiliência para lidar com a vida.
No mesmo dia também vai pairar no ecrã o humor negro com a “Festa de Despedida”. É “uma comédia negra e emocional sobre a amizade e a importância de aprendermos a dizer adeus”. Aqui, um grupo de amigos de uma casa de repouso de Jerusalém, para ajudar um companheiro em estado terminal, constrói uma máquina de auto-eutanásia. Quando o conhecimento da existência deste dispositivo se espalha, cada vez são mais os doentes a pedirem este “apoio”, confrontando os protagonistas com os dilemas daí advindos.

Despedidas

Dia 5 de Junho encerra as projecções internacionais com “A Múmia do Príncipe” e “Deus Branco”, ambos às 16h30.
O primeiro, dedicado ao cinema em família, vem da Holanda e conta com a realização de Pim van Hoeve na narração da história de uma criança de 11 anos cuja vida muda ao encontrar uma múmia “encantada”. A múmia de Dummie, um jovem príncipe, volta à vida após ser atingida por um raio quando é transportada para o museu. Dummie é o oposto do tímido Gus e ambos desenvolvem uma amizade improvável.
“Deus é Branco” é o filme vencedor do prémio “Un Certain Regard” do Festival de Cannes 2014 de produção húngara e alemã e que conta a história de “terror e vingança” numa perspectiva canina. Realizado por Kornél Mundruczó, o filme mostra os direitos à rebelião a partir do ponto de vista de um cão. Numa altura em que as novas legislações taxam as raças mistas levando ao abandono de inúmeros animais, Haggen, abandonado nas ruas, passa pela experiência de sem abrigo sendo posteriormente capturado e levado para um canil. Ali, e com poucas esperanças de sobrevivência, os cães vão aproveitar uma oportunidade de fuga para se revoltarem contra a humanidade.
A produção que conta com a participação de Israel e Alemanha e com a realização de Sharon Maymon e Tal Granit está agendada para as 21h30.
Os bilhetes rondam as 60 e 80 patacas e os filmes vão estar em exibição no Centro Cultural de Macau.

31 Mai 2016

Economia com contracção de 13,3% no primeiro trimestre

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]economia registou uma contracção real de 13,3% em termos anuais no primeiro trimestre de 2016, arrastada pela queda do sector do Jogo, segundo dados oficiais ontem divulgados. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Produto Interno Bruto (PIB) caiu devido “principalmente à contínua diminuição nas exportações de serviços e à redução do investimento”.
A procura externa “não melhorou”, registando-se, entre Janeiro e Março, descidas de 24,6% nas exportações de bens e de 13,7% nas de serviços – com destaque para a quebra de 17,1% nas de serviços do jogo – e a procura interna “enfraqueceu”, verificando-se decréscimos de 2,3%, de 31,4% e de 19,9%, respectivamente, na despesa de consumo privado, no investimento e nas importações de bens.
A despesa de consumo final do Governo foi o único principal componente da despesa que registou um crescimento positivo – aumentou 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2015.
Apesar de o mercado de emprego ter permanecido favorável, como refere a DSEC em comunicado, “o rendimento do emprego não aumentou, arrastando o decréscimo homólogo de 2,3% na despesa de consumo privado, em particular a queda da despesa em bens duradouros”. A despesa de consumo final das famílias diminuiu 2,3% no mercado local, e aumentou 3,9% no exterior.

Investimento a cair

A formação bruta de capital fixo (que reflecte o investimento) teve uma quebra notória “em consequência da diminuição substancial do investimento do sector privado” – o qual sofreu uma quebra de um terço (33%) – “quer devido à desaceleração do ritmo de construção das instalações de turismo e entretenimento de grande dimensão, quer em virtude da elevação da base de comparação com o volume de construção do ano passado”.
A DSEC releva ainda, neste capítulo, “as descidas de 35% nos investimentos em construção e de 18,9% em equipamento do sector privado”.
Já o investimento do sector público desceu 5,5%, com uma redução de 6,5% no investimento em construção, mas um aumento de 91,1% no investimento em equipamento.
O PIB alcançou 84,3 milhões de patacas no primeiro trimestre do ano.

31 Mai 2016

Cinema | Festival Internacional vai custar mais de 50 milhões

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Festival Internacional de Cinema de Macau, que estreia em Dezembro, quer mostrar filmes “’mainstream’ mas com diferença” e tornar a cidade num ‘hub’ cinematográfico, disse o director do evento, Marco Mueller, na apresentação do evento. O festival tem um orçamento total de 55 milhões de patacas, sendo que 20 dos quais serão asseguradas pelos Serviços de Turismo (DST).

Os filmes serão escolhidos com “tripas, coração e pensamento”, o que significa que o júri vai lançar um olhar particular sobre o cinema de género “popular, mas singular”. “Não pode ser o simples cinema comercial, tem de ser ‘mainstream’ mas com uma diferença”, sublinhou o antigo director do festival de Roma na passada sexta-feira. “Vão ter de ser filmes extremamente acessíveis e ao mesmo tempo extremamente criativos, ‘mainstream’ mas muito originais.”
A 1.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Macau vai acontecer entre 8 e 13 de Dezembro e prevê a exibição de 43 filmes, em diferentes categorias, incluindo a “Dragões Escondidos”, dedicada “às últimas tendências do cinema asiático”, e a “Melhor do Panorama do Festival”, com longas-metragens premiadas nos principais festivais de cinema em 2016.

O evento, que conta com uma longa lista de patrocinadores incluindo operadoras de jogo, vai ainda ter a secção “Crossfire”, em que são exibidos 12 filmes oriundos da América do Sul, Europa, Sudeste Asiático e Austrália, recomendados por 12 realizadores asiáticos.

“Escolhem um filme que é, para eles, uma referência, que está no seu coração. É uma mistura fascinante que prova que a partilha sempre existiu e Macau é o melhor sítio para isso continuar, para se consolidar de forma diferente do que acontece noutros festivais”, afirmou o director do festival, que diz que o evento vai “começar pequeno” porque “Macau é um sítio pequeno”.

A vibrar

O realizador português Ivo Ferreira, radicado em Macau, manifestou elevadas expectativas em relação ao evento. “De certeza que vai ser um festival vibrante. O Marco [Mueller] sempre foi um programador louco, ousado, sempre arriscou imenso, é o único capaz de juntar na mesma sessão dois filmes completamente antípodas que ao mesmo tempo se complementam.”

O cineasta está agora a trabalhar no seu novo filme, “todo passado em Macau e sobre Macau”, apesar da “imensa dificuldade em arranjar dinheiro no território” para o financiar. “Hotel Império” debruça-se sobre “questões identitárias do território e alguns fantasmas do passado”, explicou.

“Embora pareça tristonho, há um lado de esperança, como se a própria erosão urbana acabasse por obrigar as pessoas a tomar uma posição em relação à destruição da cidade”, disse.

O filme, que começa a ser rodado em Outubro, não estará terminado a tempo do Festival, mas Ivo Ferreira pondera concorrer com outro trabalho na 2.ª edição.

Este que será o primeiro Festival Internacional de Cinema no território representa uma oportunidade para a internacionalização de Macau e para o fomento de sinergias entre o turismo e a cultura, disse Helena de Senna Fernandes, directora da DST. Alvin Chau, presidente da Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau, sendo também vice-presidente executivo do evento, referiu que estarão presentes “filmes originais relativamente bem acolhidos pelo mercado, com o objectivo de transformar o festival num dos principais eventos de cinema no mercado da Ásia”.

30 Mai 2016

Pintura de Leung Kui Ting em exposição no IACM a 1 de Junho

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m de Junho é a data marcada para a inauguração de “Visão Indefinida + Digital: Exposição de Pintura a Tinta” de Leung Kui Ting. A mostra, que apresenta 28 obras do artista de Hong Kong, abre pelas 18h00 na Galeria de Exposições Temporárias do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).
O artista estudou Pintura com o “conceituado” artista Lui Shou-kwan, tendo ainda estudado Design com Wucius Wong. Em 1980, fundou o Instituto de Artes Visuais Chingying de Hong Kong, tendo integrado o corpo docente da Universidade Politécnica da região vizinha ao longo de mais de uma década. Actualmente, trabalha como consultor especializado no âmbito dos serviços culturais para o Departamento de Serviços de Lazer e Culturais da RAEHK.
Leung revela que sente o mundo externo com o coração para atingir a unidade da mente e dos objectos, como que para observar tudo no universo na forma dos próprios objectos. Criadas com base na sua transformação e exploração de pinturas tradicionais chinesas, as suas pinturas paisagísticas partem do coração, adianta a organização, abstraindo-se das aparências concretas, ao invés de constituírem meros reflexos da realidade. É ainda criador de uma técnica de pintura paisagística digital, a qual sobrepõe linhas e pontos sobre os contornos de desenhos de montanhas e rochas tradicionais, dando origem a obras de arte contemporânea “verdadeiramente únicas”.
Além da exposição, realiza-se ainda no dia 12 de Junho a palestra “Visão Indefinida + Digital: Palestra sobre a Pintura a Tinta de Leung Kui Ting”, aberta ao público em geral, agendada entre as 15h00 e as 16h30 no auditório do Museu de Arte de Macau. Será um momento de partilha em que Leung fala do seu processo artístico na composição de pinturas paisagísticas tradicionais com elementos digitais.
Exposição e palestra são de entrada livre e a mostra estará patente até 10 de Julho.

30 Mai 2016

CCM | Verão para todos com mais uma sessão de InspirARTE

O Verão está à porta e com ele o Centro Cultural volta à carga com uma série de espectáculos vindos do outro lado do mundo para animar famílias. Há circo, teatro, marionetas e outras surpresas

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]InspirARTE no Verão” está de volta para alegrar pequenos e graúdos com uma série de espectáculos promovidos pelo Centro Cultural de Macau (CCM). Conta com palhaços, dança e teatro, em iniciativas especialmente concebidas para toda a família.
De 30 de Junho a 3 de Julho, chega a Macau “Sr. Satie de Papel” da Polónia, pelas mãos da companhia Atofri Theatre, a mais reputada no teatro infantil daquele país do leste europeu. A peça é uma produção de teatro musical que mostra como a imaginação pode transformar papel num vistoso cenário, servindo também como instrumento e parceiro de brincadeiras, explica a organização. Estimuladas pelos ritmos, sons e música de Satie, as crianças entre um e três anos são desafiadas a jogar e a desvendar mistérios e adivinhas.

Animais e outros circos

O “Carnaval dos animais” é o circo da bicharada que traz da Austrália acrobacias e um workshop de iniciação aos mais pequenos, naquele que também é denominado como o “maior espectáculo do mundo” e que terá lugar a 9 e 10 de Julho. Para a organização esta é “uma experiência única de teatro visual acrobático que irá permanecer por muito tempo nas mentes dos nossos miúdos”. Chook & Gek
A Escócia entra em cena de 21 a 24 de Julho com “Hup”. Um espectáculo da Starcatcheres de Edimburgo criado em colaboração com a Orquestra Real Nacional Escocesa, que revela uma ligação entre a natureza e a música, deixando que bebés se descontraiam através de uma aventura íntima com a música clássica. Quase como num jogo, o pequeno público é desafiado a interagir com ambiências e ritmos musicais. Esta peça é uma criação para pais que cedo pretendam expor os seus filhos até aos 24 meses ao mundo da música e da imagética.
A 23 e 24 de Julho os russos Melting Point trazem para cena “Chook e Gek”. A peça é um espectáculo teatral que combina palhaços, marionetas e instalação vídeo, baseada num conto clássico do autor Arkady Gaidar. A encenação conta as aventuras de dois irmãos que partem com a mãe rumo ao norte longínquo para se encontrarem com o pai. Descrita como “uma peça alegre, engraçada e visualmente adorável”, “Chook e Gek” é concebida para miúdos a partir dos cinco anos. O espectáculo convida o público a descobrir a força e a beleza das coisas simples, levando os mais velhos numa viagem de regresso à infância.

A cantar

“Spot” vem da Holanda de 6 a 8 de Agosto pelo Theater Terra. Um musical para a família que sobe ao palco com um desfile de marionetas em ponto grande, cenários coloridos e “adoráveis” personagens. Inspirada na internacionalmente reconhecida colecção de livros “Spot the Dog”, de Eric Hill, esta introdução às artes performativas é acompanhada de canções, encenada em diálogos simples e dança tradicional holandesa. A história começa quando o cão Spot leva Helen, a hipopótama azul, a visitar o pai na quinta. Quando lá chegam, os dois amigos descobrem que todos os animais tinham desaparecido. Um espectáculo para miúdos maiores de dois anos.Chalk About_Tuur Uyttenhove
A Escócia retorna a 27 e 28 de Agosto, desta feita com “Conversas a giz” pela companhia Curious Seed. Divertida, emocional e imprevisível, adianta a organização, a peça de dança teatro transforma o palco num imenso quadro negro onde, para além dos corpos, a própria vida é delineada a giz. A companhia escocesa leva ao palco dois bailarinos que vão fazer perguntas grandes a um público pequeno. Equilibrando humor e descontracção com movimentos corporais, a dupla vai interagir com uma plateia de crianças a partir dos oito anos tocando em temas universais, do amor à felicidade.
Ainda a 28 de Agosto e em jeito de despedida entra em cena o “InspirARTE à Solta” uma celebração que vai juntar milhares de crianças e pais no CCM. Dos workshops aos espectáculos e aos jogos, grandes e pequenos vão juntos à descoberta das artes com os animais da floresta.
Os bilhetes para todos os espectáculos já estão à venda.

30 Mai 2016

“Pega-Monstros” no IPOR

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]companhia de teatro para crianças “Carruagem – Tráfego de Ideias” traz a Macau, pela mão do Instituto Português do Oriente (IPOR) a peça “Pega-Monstros”. A peça irá chegar a mais de 600 crianças das escolas luso-chinesas da Flora e Zheng Guanying, do Infantário D. José da Costa Nunes, da Escola Portuguesa de Macau e também das que queiram assistir ao espectáculo aberto ao público, que terá lugar no Auditório Dr. Stanley Ho, do Consulado-Geral de Portugal, no dia 1 de Junho, às 17h30.
O espectáculo junta a brincadeira, porque estimula a vertente imaginativa e criativa da criança através de uma actividade lúdica, a educação – que pretende o reforço de mensagens positivas em torno de valores e atitudes – e, ao mesmo tempo, reforça conteúdos escolares e a aprendizagem da Língua Portuguesa, assegura a organização, na medida em que a aprendizagem de uma língua aumenta quando se estimula o envolvimento em situações comunicativas novas e se suscita a criação de laços afectivos com experiências nessa língua.

Viagem pela memória

Em “Pega-Monstros”, a segunda criação da plataforma artística de investigação e criação multidisciplinar “Carruagem – Tráfego de Ideias”, as actrizes Diana Melo e Inês Barros personificam Camila e Mel, duas crianças de nove anos, amigas desde que se lembram. Prestes a terminarem a escola primária, quando têm de entregar um trabalho sobre a “A minha coisa favorita”, tomam consciência de que não sabem do que gostam mais.
Decididas a entregar o trabalho, as duas amigas partem numa viagem pelas suas memórias: regressam ao primeiro dia de escola para tentarem recordar tudo aquilo que as fez vibrar durante os quatro anos do primeiro ciclo, em busca do que é realmente importante para elas. Essa aventura leva-as à conclusão que não há nada como a amizade, como aquela que as une, e o amor pela família, mas também recordam algumas coisas muito importantes que aprenderam nesse percurso.

30 Mai 2016

Governo começou a vedar estaleiros de Lai Chi Vun

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água decidiu-se pela vedação dos estaleiros da povoação de Lai Chi Vun, em Coloane, por constituírem um “alto risco à segurança”. A situação foi avaliada ontem por diversos departamentos do Governo, tendo sido confirmado que “os estaleiros em alguns lotes se encontram em mau estado, devido à falta de manutenção permanente e alguns deles apresentam risco de queda da estrutura, constituindo risco grave à segurança pública”.

27 Mai 2016

Coppia: “Macau muda muito e muito rápido”

Manuela Azevedo, Hélder Gonçalves e Victor Hugo Pontes são os mentores de “Coppia”, um projecto em pares que junta música, dança e cenografia num espectáculo com definição ambígua mas que promete animar as últimas noites do FAM, hoje e amanhã no teatro do Sands

Como é que apareceu este projecto?
M.A. – Nasce da iniciativa do Centro Cultural de Belém, que se chama Carta Branca, onde se lança um desafio a um artista para criar o espectáculo que quiser e com quem quiser. Fiquei muito contente com o convite mas também sem saber o que fazer. Havia coisas que já sabia que não queria, não queria envolver os Clã (de que faz parte com Hélder Gonçalves) porque tínhamos acabado de fazer um disco novo e não era justo obrigá-los a fecharem-se outra vez, e também não queria um concerto clássico, do género “As canções favoritas da Manuela Azevedo”ou qualquer coisa muito centrada em mim. Sabendo o que não queria, fui à procura do que podia fazer. Encontrei uma palavra que me deu essa ideia. Era “coppia” em Italiano, que quer dizer dupla, parelha, casal. Pensei então que podíamos fazer um espectáculo em que só haveria dois músicos, dois bailarinos e tudo o que tivesse em palco e mesmo as canções teriam a haver com essa ideia de dupla em todos os seus significados. Por outro lado era uma maneira de me desafiar a mim também musicalmente. Estando só dois músicos em palco ia-me obrigar a fazer mais coisas do que aquilo a que estou habituada e, por outro lado, ao ter dois bailarinos em cena também ia poder ter ao meu lado uma outra linguagem artística, que é a dança. Poderia também colaborar com o Victor Hugo Pontes, com quem os Clã já colaboram há muito, mas que é também coreógrafo, actor, encenador, bailarino e muitas outras coisas. Outra pessoa que admiro muito é o Hélder e era também importante tê-lo como co-criador na direcção musical e escolha de reportório, bem como ser o meu parceiro de palco.

Este é um projecto que apresenta as canções de outros. Como funciona esta escolha?
M.A. – Aqui a escolha baseou-se essencialmente no tema. Mais do que andarmos a ver coisas que gostávamos e conhecíamos, queríamos canções que também reflectissem esta ideia de parelha, do ser a dois ou do deixar de o ser. Não queríamos que fosse nenhum tipo de tratado disso que é ser a dois, mas antes uma coisa desempoeirada, com um olhar irónico sobre a nossa própria natureza e sobre aquilo que são as relações humanas. De toda essa ironia de olharmos para nós próprios num tom irónico e bem humorado.

Este é um projecto de carácter multidisciplinar. Como é fazer um projecto assim e que mais valias vos traz?
H.G. – Já temos vindo a investir um bocadinho nisso, em ter espectáculos mais trabalhados. É muito importante a parte musical, mas temos sentido ao longo dos tempos que, se conseguirmos juntar a isso algo que faça sentido e que seja forte, é uma coisa que nos diverte mais e que nos desafia.
M.A. – Nesse encontro o que acho que é mais importante é que tenha como motor uma vontade artística e não uma coisa artificial. Se sentimos que naquele espectáculo há uma dimensão cénica para ser explorada, uma movimentação em palco que também pode ser desenvolvida e que vai trazer, em termos expressivos, uma outra camada importante para a comunicação, aí sim. Com “Coppia” a ideia era mesmo esse encontro entre música e dança e tentar que fosse feito de forma orgânica. O princípio era construir um objecto híbrido em que as pessoas tivessem dificuldades em dizer concretamente o que tinham visto.

Não é a primeira vez em Macau. Como tem sido esta experiência?
H.G. – Francamente nem sabemos muito bem o que dizer. Viemos cá sempre em momentos muito distantes entre si e Macau muda muito e muito rápido. Na realidade é a terceira vez que aqui estamos mas é sempre como se estivéssemos a chegar a um sítio novo. Perdemos sempre as referências anteriores.

M.A. – Temos também sempre experiências diferentes. A primeira vez que cá estivemos foi em 1999 na Escola Portuguesa. Foi uma experiência surreal, termos andado de avião tantas horas e chegar a um sítio com uma temperatura diferente, cheiros estranhos e muito chineses na rua e depois chegamos ao local do concerto e parecia que não tínhamos saído de Portugal. Na segunda ocasião, que foi numa Festa da Lusofonia , já havia mais mistura de pessoas. Mas a reacção foi óptima e as memórias que levamos são muito boas. Para hoje já esperamos uma coisa completamente diferente. Disseram-nos que é essencialmente público chinês, portugueses e também e turistas. Vai ser uma plateia mais internacional.

“Coppia” é filho único.
M.A. – Pois, não sei se fará muito sentido fazer uma segunda edição deste projecto. Mas está em aberto fazermos coisas do género, por exemplo com o Victor Hugo.

Isto de viver da música como é e que conselhos deixam?
M.A. – Os Clã começaram a trabalhar em 92 e estivemos a dar no duro até à saída do primeiro disco em 96. Saiu com excelentes críticas mas não vendeu nada e penámos durante algum tempo. Mas continuámos e acho que o facto de toda a banda ter resistido foi o que fez com que conseguíssemos criar uma carreira sólida. Devíamos ser as cigarras da fábula, mas temos que ser as duas coisas, temos que ser a formiga também e ter esse espírito de poupança para depois ter que aguentar os longos Invernos de concepção de um disco ou de um novo projecto. Agora ainda mais porque somos os nossos próprios editores.

Projectos na calha?
H.G. – Quando chegarmos a Portugal vamos começar a trabalhar no nosso próximo disco. Temos também alguns projectos já marcados, coisas pequeninas, e temos também um convite que ainda não sabemos muito bem quando vai para a frente para fazer um musical para a infância.

27 Mai 2016

FAM | Festival recebe ópera inspirada em Macbeth de Verdi

É uma “peça escocesa” com nome envolto em agoiros. Agora, o espectáculo chega a Macau pela mão da companhia sul-africana Third World Bunfight, sob a batuta do maestro Premil Petrovic e numa encenação de Brett Bailey. Está em cena hoje e amanhã no Centro Cultural, pelas 20h00, prometendo universalizar os males do mundo e tendo como base “MacBeth” de Verdi

[dropcap styçe=’circle’]A[/dropcap] famosa ópera de Giuseppe Verdi, “MacBeth”, sobe hoje e amanhã ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), numa interpretação “única”, como afirma Premil Petrovic, o maestro vindo da ex-Jugoslávia e que tem a seu cargo a direcção musical deste espectáculo.
Da originalidade da mesma, ressalta o facto de aqui se estar perante uma composição de cantores reduzida a 12 elementos incluindo os coros e de uma orquestra – a “No Borders” – com o mesmo número de elementos. Outra característica distante da ópera tradicional e que caracteriza “Macbeth” é que não mais é uma história de amor, mas sim de crítica e alerta social, acerca de poder e ganância. Outro factor distintivo, como explicou ontem num encontro com os média, reside no facto de que, aqui, a orquestra estar no palco com os cantores com uma proximidade “nunca antes vista no género”, como afirma o maestro. Proximidade também com o público em que o contacto de alguma forma acontece numa peça que condensa as três horas de duração originais em 1h40m.

Dos bastidores ao palco

Os cantores são oriundos da África do Sul, país cuja história é marcada pela violência. O maestro e a orquestra vêm do pós guerra recente no leste europeu e a peça relata, em jeito de alerta, a situação do Congo actual.
Em palco estão representados um grupo de refugiados das zonas de conflito deste país, que contam a história trágica actual aqui vivida “mostrando a universalidade da dor”. O maestro considera ainda que o mundo não tem dado a atenção devida à situação.
A família representada na peça descobre um baú com a parafernália de uma companhia que havia representado “Macbeth”. Com as pautas de Verdi e instrumentos nas mãos, na tentativa de reprodução do clássico, sai esta obra, em que as “vozes bonitas” são substituídas por sonoridades cruas.
“O cantar aqui é entre o drama e o sussurro”, distingue Petrovic. “No nosso caso, e com estes cantores fantásticos, o trabalho foi não reduzir este drama às suas vozes.”
Já para Nobukumko Mngxekez, intérprete de Lady Macbeth, o maior desafio foi encontrar o oposto do melhor de si e dar-lhe vida para a voz e personagem.
Nesta “intervenção” artística, Petrovic refere também a possibilidade de transformar os clássicos em algo capaz de abarcar os problemas universais, sendo que Barbara Mathers, produtora, acrescenta ainda que, em busca da contemporaneidade, foi alterado o tipo de vocabulário utilizado de modo a “actualizar” o espectáculo.
A “No Borders” tem – além de uma vertente artística – uma forte veia política e interventiva, não só destacada pelo próprio nome, que reflecte o seu carácter anti-fronteiras e limites, mas também porque se manifesta contra todos os tipos de sistemas que cultivem o ódio ou o medo.
Numa “boneca russa”, com um Macbeth dentro de outro e mais outro, Mngxekeza salienta esta característica em camadas, sendo que o público vai descobrindo gradualmente a essência da história. Da mesma forma, o maestro refere que pela experiência que tem, nos já muitos espectáculos apresentados com sucesso em todo o mundo, num primeiro momento “o público acha piada e ri-se”, mas em actos posteriores “o semblante vai mudando, havendo quem verdadeiramente se emocione no final”.
“MacBeth” está ainda envolvido em mitos no mundo das artes. Reza a história que a pronúncia do seu nome traz má sorte e desgraças. Questionada acerca destas superstições, Nobukumko Mngxekez confessa que em palco nunca diz o nome da peça três vezes, não vá ela converter-se num fantasma.

27 Mai 2016

Shenzhen | Novo incidente na central nuclear de Ling Ao

Já tinham acontecido dois este ano. Um em Janeiro, o outro no mês passado. Da central dizem que foi insignificante. De Hong Kong, o organismo que supervisiona a central, dizem não existir razão para alarme. Todavia, um especialista avisa que o risco das centrais nucleares é a complacência, o que pode ter acontecido neste caso que acontece mesmo aqui ao lado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] central nuclear de Ling Ao, mesmo junto a Hong Kong e Macau, na cidade vizinha de Shenzhen, registou o terceiro acidente operacional este ano. O evento foi classificado de grau 0, mas um especialista diz que o facto de nada ter acontecido foi pura sorte.
A informação divulgada ontem pelo South China Morning Post adianta que o incidente ficou a dever-se a um sistema de alarme defeituoso, segundo informação divulgada pelos responsáveis da unidade. Na terça-feira, o pessoal de serviço da Central Ling Ao descobriu que o alarme do sistema de refrigeração a água falhou pois, após ter sido desactivado, não voltou a ser ligado. A ocorrência deu-se na Unidade 1 da Fase II da instalação nuclear.
Ao relatarem o incidente conforme preconizado nos regulamentos, os Serviços de Segurança da central garantem que o alarme foi restaurado imediatamente e que o facto não afectou nem os trabalhadores, nem qualquer equipamento. Os níveis de radiação na fábrica durante o período em que ao alarme esteve desligado também foram considerados normais, segundo a mesma informação.
“Investigações posteriores revelaram que o alarme foi desactivado numa operação de rotina e depois não voltou a ser ligado” segundo um porta-voz da central.
O incidente foi classificado “abaixo da escala”, ou nível 0, querendo isto dizer que não interferiu com a operação em segurança da unidade, a saúde dos trabalhadores ou populações e ambiente vizinhos.
Todavia, este ano já tinham ocorrido dois incidentes do mesmo nível em Ling Ao.
O primeiro ocorreu em Janeiro e ficou a dever-se ao encerramento inesperado de uma conduta de ar, o segundo, acontecido apenas o mês passado, resultou de uma acumulação fora do vulgar largas quantidades de camarão tipo krill numa conduta de entrada de água.
Ho Chung-tai, presidente da Comité Consultivo de Segurança Nuclear de Hong Kong, entidade que monitora esta e a central de Daya Bay, onde Hong Kong se abastece, disse não existirem razões para alarme pois o incidente não afectou as operações.
Mas o engenheiro Albert Lai Kwong-tak da Professional Commons disse que o facto de nada sério ter acontecido foi pura sorte. “E se não tivessem descoberto? A segurança nuclear não pode ser baseada na sorte.”
Lai afirmou ainda que o maior risco para as centrais nucleares é a complacência.
“Muitos operadores acham que como tudo tem sido seguro até agora, vai ser seguro para sempre. Por isso baixam a guarda”, avisou.
Entretanto, grupos ambientalistas como o Greenpeace expressaram a sua preocupação sobre a segurança das centrais próximas de Hong Kong e de Macau, alertando para os desastres de Chernobyl e de Fukushima.
Em resposta a uma questão colocada na quarta-feira pelo deputado Kenneth Leung na sessão do conselho, o chefe da segurança de Hong Kong, Lai Tung-kwok disse que existem canais de comunicação e de cooperação regulares entre as autoridades de Hong Kong e de Guangdong para “trocas e revisões periódicas de acontecimentos como a monitorização das centrais nucleares e notificação das medidas tomadas”.

27 Mai 2016

GIT vai lançar concurso para oficinas do metro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) deverá lançar em breve o concurso público para a construção do parque de materiais e oficinas do metro ligeiro, para que o segmento da Taipa possa funcionar em 2019. Segundo a Rádio Macau, o GIT explicou que “foram concluídos os trabalhos de revisão e ajustamento ao projecto, incumbidos anteriormente pelo Governo à equipa técnica de consultadoria” e que o Gabinete se encontra a realizar os trabalhos preparatórios finais no âmbito administrativo para o novo concurso. Terminado o contrato com o consórcio composto pela Top Builders e Mei Cheong, o Governo escolheu a empresa Consul-Asia para planear a execução da construção para “acelerar o progresso” da obra. O GIT prevê agora que “a empreitada da super-estrutura arranque novamente este ano e que o prazo de execução possa ser reduzido através do ajustamento ao projecto”. A Consul-Asia irá, na próxima fase, prestar “apoio e parecer técnicos” à construção, noticiou a Rádio Macau.

27 Mai 2016

Casinos sem lazer sofrem mais com proibição de fumo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s casinos tradicionais, em que os clientes apenas se focam no jogo, sofrem um impacto maior com a proibição de fumar do que os casinos “ao estilo Las Vegas”, mais orientados para o lazer, revela um estudo. Os três anúncios relacionados com restrições ao tabaco dentro dos casinos – os dois primeiros relativos a restrições parciais e o terceiro sobre uma proibição total que ainda não foi implementada – foram associados a alterações no valor das acções das operadoras.
Nos chamados “casinos tradicionais” verificaram-se perdas acumuladas entre 1 e 6% entre o retorno esperado das acções e o realmente obtido, após os anúncios entre 2011 e 2015, enquanto aqueles “ao estilo de Las Vegas”, mais focados no lazer, verificaram valorizações entre 1,4 e 4,8%, segundo o estudo sobre o impacto da proibição do fumar na indústria do jogo.
O trabalho, de três investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, sublinha que a maioria dos espaços detidos pela Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e pela Galaxy Macau foi construída entre 1987 e 1992 e tem fracos sistemas de ventilação e tetos baixos, herdados de uma altura em que “uma proibição de fumar era inconcebível”.
Como a renovação destes espaços tradicionais para acomodar sistemas de ventilação é extremamente complexa, as restrições ao uso de tabaco podem até fazer alguns casinos encerrar. “Em contraste, a Sands China e a Wynn Macau foram estabelecidas depois de 2004 e desenharam os seus casinos com infra-estruturas modernas e excelente ventilação”, estando ao corrente de restrições ao fumo em países como os Estados Unidos.

Ligados ao fumo

Os “casinos tradicionais” “focam-se no jogo e geram 97 a 99% das suas receitas com jogos”, aponta o estudo, descrevendo os clientes como “apostadores chineses tradicionais, estereotipados como jogadores ‘hardcore’”.
“Existe uma forte associação entre jogar e fumar entre estes apostadores. Antes das restrições, os jogadores sopravam fumo em praticamente todas as mesas de bacará de Macau (…) Entre 80 e 90% dos apostadores masculinos identificava-se como fumador activo”, é descrito.
Já os casinos “ao estilo de Las Vegas”, atraem “numerosos jogadores em lazer da classe média alta chinesa, particularmente mulheres, que mais frequentemente jogam para socializar e por divertimento, do que para ganho financeiro”. Estes clientes fumam “muito menos”, indica o estudo publicado este mês.
Segundo os investigadores, as restrições ao tabaco influenciam o potencial lucrativo de um casino de várias formas, a começar pela perturbação dos padrões de comportamento dos jogadores, que, ao interromperem para se deslocarem a um local onde podem fumar, têm oportunidade para reavaliar as apostas.
Por outro lado, as regulações relacionadas com a qualidade do ar podem resultar em despesas extra em obras e em multas. Em última instância, os jogadores podem passar a preferir outros destinos menos regulamentados.

26 Mai 2016

Economia | Moody’s baixa rating. Governo desvaloriza

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]agência norte-americana de notação financeira Moody’s baixou o rating da economia de Macau do nível Aa2 para Aa3. Ainda que Macau continue no grupo dos países ou regiões com estabilidade financeira e baixos riscos associados ao crédito, a descida deve-se ao “acentuado enfraquecimento da economia, com o crescimento ainda altamente volátil”, aliado à “limitada resposta” governamental à queda das receitas do jogo.
“A perspectiva negativa reflecte as incertezas que rodeiam a trajectória de crescimento, [e] a resposta política”, além das consequências nas reservas orçamentais da região administrativa especial, cuja economia é altamente dependente do jogo, um sector que há quase dois anos regista consecutivas quedas nas receitas.

Tudo estável

Numa nota oficial divulgada ontem, a Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) desvaloriza esta ligeira descida no rating, referindo as agências de rating internacionais “concordam que a situação económica de Macau se mantém, em princípio estável”. O Governo lembrou ainda que a nota Aa3 também foi atribuída pela Moody’s à zona do interior da China e à Bélgica.
“A AMCM reiterou que a situação financeira e económica da RAEM se mantém, em princípio, estável, dispondo de condições para fazer face às evoluções económicas”, sendo que o Governo “não tem quaisquer dívidas”.
“As bases da economia geral de Macau continuam a manter-se positivas; não obstante o contexto marcado pelo ajustamento profundo da economia, designadamente, sob a conjuntura de o Produto Interno Bruto total ter registado um decréscimo de 20,3% no ano de 2015, o mercado de emprego mantém-se estável, a taxa de desemprego continua a situar-se em níveis inferiores a 2,0%, enquanto que o PIB per capita continua a ascender a USD71.984, nível relativamente elevado em termos mundiais”, explicou a AMCM.
Também a agência admite que o perfil de crédito de Macau continua “muito forte” em comparação com a maioria das economias avaliadas, ainda que note que o crescimento da RAEM “está altamente dependente do sector do jogo, que representa 58,3% dos resultados económicos aos preços de produção actuais”.

26 Mai 2016

Mais dois terrenos recuperados

Mais dois terrenos foram recuperados pelo Governo, um na Taipa, com 2170 metros quadrados, e outro nos NAPE, com 6480 metros quadrados. Por despacho em Boletim Oficial, Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, publica a decisão de recuperação dos terrenos por falta de aproveitamento. O terreno na Taipa, concedido à Polymar Internacional – Fibras Ópticas, Limitada, destinava-se à construção de um edifício industrial, de um piso, para instalação de uma unidade fabril destinada à produção de cabos de fibras ópticas, a explorar directamente pela concessionária. O terreno nos NAPE, da concessionária Fomento Predial Golden Bowl, deveria ter sido aproveitado para a construção de um edifício de duas torres com 13 pisos, destinado às finalidades de comércio, habitação e estacionamento. As concessionárias podem agora pedir recurso da decisão.

26 Mai 2016

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? | 14 – O homem sem rosto

*por José Drummond

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]que descobriste no resto da casa? A viúva tem estado aqui perdida em memórias de coisas e parece querer nos propor uma saída. Ela ainda não percebeu que estás aqui. Esse é o nosso trunfo. Recordas-te de como para todos os movimentos que fizeste esboçavas  uma versão preliminar para me mostrar? Uma  pintura que tinha por base todos os desenhos, todos os movimentos. O que ela não sabe é que não foi apenas dor. Foi também prazer. Nas ondas ondulantes de luz e verde escuro. Naquele dia que tanto querias pintar a plantação de chá. Depois da separação. Recordas-te de como quando ainda eras  estudante de liceu, e não tinhas ideia nenhuma do que querias ser quando fosses grande? Não tinhas ideia de como a pintura te iria envolver. 
A viúva fala-me do filho. De como ele terá  fugido para Kyoto, e que, em seguida, se terá perdido.  Ele perdeu-se à tua procura. Mas o que permanece na minha mente são os campos de chá. Lembras-te de como as folhas se aveludavam, às vezes, ao final da tarde, às vezes, ao meio-dia, às vezes, à noite. Por isso a visão daquela plantação de chá, aquela tristeza da despedida, nos teus olhos muito abertos. Duas consonantes, de repente pressionadas  por encostas verdes. Os teus olhos uma vez discretos tocaram o meu coração. Naquela tarde, ao longo da linha ferroviária, havia montanhas, lagos, o mar, e, por vezes, até mesmo nuvens tingidas com cores sentimentais. 
Mas talvez esta melancolia não seja verde. Talvez nem seja melancolia. Talvez sejam apenas as sombras que são melancólicas. Sombras tardias e através delas a dor. Sombras como pequenas encostas, bem cuidadas, com sulcos profundamente desenhados. Sombras que não a natureza em estado selvagem. E as linhas de arbustos de chá. Arredondados os arbustos. E ao fundo, rebanhos de ovelhas. Mas sabes, afinal talvez esta melancolia seja mesmo verde. De um verde suave. 

A única coisa que eu preciso agora é uma vida de contemplação. Lembras-te de quando apareceste à porta daquela cabana? Era inverno, e eu não fazia a barba ou cortava o cabelo desde que te tinhas ido. Lembras-te que quando chegou a primavera eu cortei o cabelo e fiz a barba e nesse mesmo dia comecei a construir uma varanda. E por essa varanda podia-se ver apenas um jardim. O nosso jardim. Uma varanda completamente coberta pelo nosso jardim. Aquele que tratámos como se dele dependesse a nossa existência. Como se tudo dele dependesse. O dia e a noite. Eu e tu. E, consequentemente, o facto de eu conseguir ou não ver-te. Um jardim, cortado por um corredor principal, oblongo, com cerca de metade sempre banhada pelo luar. Um jardim, onde até mesmo os degraus que davam até à porta traseira da cabana, tinham cores diferentes de tudo o resto à volta. Nesse jardim uma azália branca com bordo escarlate floresceu na sombra, e parecia estar sempre a flutuar. O seu bordo escarlate ficava perto da varanda e ainda tinha pequenas pétalas frescas. Embora que escurecidas pela noite essas pétalas brilhantes soltavam um perfume próprio. A metade do jardim que não era banhada pelo luar tinha uma cobertura de musgo. Uma cobertura que servia um longo banco de pedra onde nos sentávamos. Como esse jardim se tornou tão familiar. Estávamos acostumados a vê-lo a todas as horas. Tu sempre sentada, com a cabeça levemente abaixada, com os olhos fixos na metade enluarada do jardim. E, eu? Eu, como tu, simplesmente viciado a tudo isto, como miséria e dor.

A viúva deu-me uma droga qualquer e começo a sentir-me tonto. Estou aqui preso. Preso agora num lugar diferente e de modo diferente. Estou preso e ainda não percebi porque raio está ela contar esta história do seu passado. O que poderá ter tudo isso a ver com a nossa situação. Não consigo manter-me acordado se não continuar a falar contigo. Lembras-te quando de repente uma pintura diferente apareceu nas tuas telas? O tom abstracto que não deixava perceber se eram peixes na água ou nuvens no céu. Eu nunca havia visto aquela combinação de cores. Certamente que aquela pintura era um passo bem diferente da pintura tradicional de flores que nos havias habituado. Uma pintura sem formas reconhecíveis e com cores ainda mais fortes e mais variadas do que as que usavas nas pinturas de flores. Provavelmente porque era composta por muitas linhas horizontais. À primeira vista não parecia haver muita harmonia nas cores. É claro que não havia nada aleatório ou casual sobre isso. Talvez por isso deixava em aberto a possibilidades de uma qualquer outra interpretação. Por um lado eu sempre quis pensar que existiam talvez sentimentos subjectivos aparentemente escondidos. Muito tempo olhei à procura do coração da imagem. Não o encontrei. Um dia fiquei assustado quando aquilo que li foi ciúme. Gradualmente comecei a ler naquela pintura não o crepúsculo da vida mas a realidade da tua existência. Não eram peixes na água nem nuvens no céu. Era um auto-retrato teu nesta tua nova forma.

26 Mai 2016

Pinos e cambalhotas no Centro Cultural

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma “produção inesquecível”. É assim que a organização denomina o espectáculo circense “Carnaval dos Animais”, que tem lugar a 9 e 10 de Julho no Centro Cultural de Macau (CCM) pelas mãos da companhia australiana Circa.
Inspirado nas composições do francês Camille Saint Saens e nas suas obras que exultam “penas, pelagens e barbatanas” a Circa encena um espectáculo marcado pelas artes acrobáticas em que veste a pele do mundo animal numa produção acompanhada de música clássica, animações e 3D.
A companhia está em digressão mundial desde 2006 tendo já dado ares de graça em mais de 30 países com esta peça multimédia que abarca zebras malabaristas, cangurus e outras bichezas, numa viagem que acompanha por várias histórias. Para a organização, o “Carnaval dos Animais” é uma experiência única de teatro visual.
E para que o ramalhete fique mais florido, a companhia levará ainda a cabo dois workshops para os mais pequenos de modo a que possam “viver a sua primeira experiência acrobática”. Para isso vão ser ensinados truques de circo simples tendo em conta a estimulação dos níveis de energia, equilíbrio corporal, coordenação e motricidade física, com muitas gargalhadas à mistura.
O espectáculo de dia 9 é às 19h30 e no dia 10 às 15h00 e os bilhetes vão das cem às 180 patacas. O workshop tem o valor de cem patacas e decorre em duas turmas a 8 de Julho, às 14h30 para crianças dos cinco aos sete anos e às 16h30 para idades compreendidas entre os oito e os 12 anos.

26 Mai 2016

David Chow quer “bairro de Macau” na Ilha de Montanha  

A Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau, presidida pelo empresário David Chow, revelou que está a planear a criação de um “bairro com características de Macau” na Ilha de Montanha. A ideia é construir apartamentos com “preços limitados” para beneficiar os residentes do território. Segundo o canal Mastv, David Chow pediu, às autoridades da Nova Zona da Ilha de Montanha, um terreno para criar um “pequeno bairro de Macau”, que integra elementos comerciais, habitacionais e de lazer. O “bairro” terá capacidade para acolher 280 mil pessoas. “O pedido ainda está a ser tratado”, disse David Chow, afirmando que os residentes de Macau vão ter privilégios na compra das fracções a preços limitados. Caso existam muitos interessados na compra, a associação irá continuar a alargar a zona, com mais instalações, como por exemplo, centros comerciais, escolas e centros de saúde. 

26 Mai 2016

UM | Alunos que vendem como “pãezinhos quentes”

A Universidade de Macau (UM) assegura que os estudantes que dali saem “vendem como pãezinhos quentes”. Esta alegoria resulta do facto de, segundo a UM, mais de 400 dos seus estudantes formados entre 2013 e 2015 terem decidido continuar os seus estudos e terem sido aceites por algumas das principais universidades mundiais. Grupo onde se incluem Cambridge, Nanyang Technological University, Cornell e Columbia entre outras, revela uma nota publicada no site da instituição. Para Peter Yu, reitor dos estudantes, “ser aceite por universidades de nível mundial para estudos de pós-graduação mostra a qualidade dos cursos da UM e o seu reconhecimento pelo mundo fora”. Em jeito de conselho para os que pretendem seguir os estudos lá fora, o reitor diz que “devem tirar boas notas nos seus cursos e em Inglês e mostrarem os seus talentos em actividades extra-curriculares, bem como terem níveis altos de auto-disciplina e gestão das suas carreiras”.

26 Mai 2016