Hollande | Apoio da China “é essencial” para um acordo na conferência de Paris

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente francês, Francois Hollande, disse ontem que o apoio chinês “é essencial” para um acordo efectivo nas conversas climáticas das Nações Unidas (COP21), a serem realizadas no final deste mês, em Paris.
No arranque de uma visita de Estado de dois dias à China, Hollande afirmou que deseja “um acordo global e ambicioso, que limite o aquecimento global a um máximo de dois graus centígrados”.
“O apoio chinês é essencial”, disse Holland, no município de Chongqing, no centro do país, acrescentando que “a luta contra o aquecimento global é uma questão humanitária – como poderá o planeta ser preservado – e um assunto de considerável importância económica, o chamado crescimento ‘verde'”. hollande
A China, o maior emissor de gases poluentes do mundo, será um elemento chave nas negociações que arrancam a 30 de Novembro, numa altura em que países desenvolvidos e em desenvolvimento discutem qual das partes deverá assumir maior responsabilidade na redução das emissões.
As conversas terão paralisado em torno do mecanismo que acompanhará os compromissos dos 195 países envolvidos: a França defende um vínculo jurídico, revisto a cada cinco anos, (ver caixa) enquanto a China excluiu qualquer tipo de sistema punitivo.
Pequim, que terá alegadamente dificultado as negociações durante a conferência de Copenhaga em 2009, já prometeu que as suas emissões de carbono vão atingir o pico máximo “por volta de 2030”.

Mais uma viagem

Esta é a segunda visita de um chefe de Estado europeu à China no espaço de uma semana, depois de a chanceler alemã, Angela Markel, ter concluído na sexta-feira passada uma deslocação de quatro dias ao país.
No mês passado, China e Reino Unido firmaram acordos no valor de 40 mil milhões de libras, durante a primeira visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, a Londres.
O segundo e último dia da visita será dedicado à cooperação entre as empresas dos dois países, com um fórum inaugurado pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
A China é o segundo maior parceiro comercial da França. Em média, as transacções comerciais diárias entre as duas nações somam 160 milhões de euros.
A França é o terceiro destino do investimento chinês na Europa, a seguir ao Reino Unido e Alemanha. Portugal disputa o quarto lugar com a Itália.
“Comparando com a recepção dos líderes da Alemanha e França ao Dalai Lama, apesar dos protestos chineses, em 2007 e 2008, as coisas mudaram dramaticamente, já que a China agora tem a iniciativa nas relações sino-europeias”, escreveu um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) na semana passada.
Em editorial, o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende que “a China devia procurar uma interacção mais benéfica com a Europa”, argumentando que os laços com o continente europeu podem “contrabalançar as restrições impostas pela aliança EUA-Japão”.

Acordo vinculativo

A China e a França concordaram “estabelecer um acordo ambicioso e juridicamente vinculativo” na conferência de Paris sobre o clima, acompanhado de mecanismos de verificação dos compromissos esperados, indica uma declaração conjunta dos presidentes chinês e francês. Estes compromissos deverão ser alvo de uma “revisão completa todos os cinco anos”, refere a declaração conjunta divulgada à imprensa, em Pequim, por Xi Jinping e François Hollande, que sublinharam a sua “determinação em trabalhar em conjunto” para o êxito da conferência. Pequim e Paris declaram-se “favoráveis à realização de uma revisão completa todos os cinco anos sobre os progressos alcançados” e sublinham a necessidade de um “sistema de transparência melhorado para reforçar a confiança mútua”. O Presidente chinês considerou que esta declaração comum, composta por 21 pontos, demonstra “o compromisso comum de tornar a conferência de Paris um êxito”. François Hollande afirmou tratar-se de “um passo maior” para um acordo na COP21. “Com esta declaração, estabelecemos as condições que nos permitem antever um êxito”, disse Hollande, sublinhando que “a partir de agora é possível um acordo” em Paris.

3 Nov 2015

Pequim quer crescimento económico médio anual de “pelo menos 6,5%”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China espera atingir um crescimento económico médio anual de “pelo menos 6,5%”, até 2020, disse o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na primeira alusão do género desde que a liderança do país se reuniu na semana passada.
“Propomos uma meta que permita criar uma sociedade moderadamente próspera até 2020, o que exige um crescimento médio anual de pelo menos 6,5% ao longo dos próximos cinco anos”, afirmou Li, citado pela imprensa estatal.
A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo de crescimento do país, visando maior ênfase no consumo doméstico, em detrimento das exportações e investimento, que asseguraram três décadas de trepidante, mas “insustentável”, crescimento económico.
Na semana passada, o Comité Central do Partido Comunista Chinês, a cúpula do poder na China, definiu um “crescimento económico médio alto” como a meta para os próximos cinco anos e a partir de 2016.
O mesmo documento aponta como objectivo dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) e o PIB ‘per capita’ de ambos os residentes urbanos e rurais até 2020, face a 2010.
As decisões foram anunciadas após uma reunião de quatro dias à porta fechada, que serviu também para vaticinar o fim da política “um casal, um filho”, abolindo um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980.
Em 2014, a economia chinesa cresceu 7,4%, o nível mais baixo das últimas duas décadas, enquanto no terceiro trimestre deste ano avançou 6,9%, o ritmo mais baixo desde o pico da crise financeira internacional, em 2009.

3 Nov 2015

China | Yang Jiechi diz que país assumirá maior responsabilidade global

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] conselheiro de Estado chinês, Yang Jiechi, o responsável máximo pelos Negócios Estrangeiros da China, disse ontem que o “gigante asiático” assumirá maiores responsabilidades políticas globais à medida que se desenvolve.
Yang, que falava num fórum com ex-líderes oriundos de vários países, sublinhou que a China trabalhará em conjunto com a comunidade internacional em questões como a luta contra o terrorismo, as alterações climáticas, ou epidemias globais.
“Também colaboraremos na resolução de assuntos pendentes como os da península Coreana, onde a China defende a desnuclearização”, afirmou o ex-ministro, que desde a ascensão ao poder do actual Presidente chinês Xi Jinping, em 2013, foi promovido a Conselheiro de Estado.
“A China procura uma relação estável e equilibrada com as grandes potências”, acrescentou, citado pela agência EFE, vincando os esforços em prol de uma nova relação mais cooperante com os Estados Unidos e parceiras estratégias com a Rússia e a União Europeia.
Segundo Yang, a ascensão da China na política e economia internacionais, “trará novas possibilidades a estes e outros actores”.
“Nos próximos cinco anos, e ao abrigo do 13.º plano quinquenal (2016-2020), a China fará transacções comerciais com outros países do mundo no valor total de dois biliões de dólares, investirá 500.000 milhões no exterior e 500 milhões de chineses farão turismo fora do país”, disse.
Políticos e economistas de todo o mundo reúnem até hoje na II conferência para a compreensão da China, com que Pequim procura divulgar a sua visão sobre o seu próprio desenvolvimento político e económico e o seu impacto global.

3 Nov 2015

Síria | Pequim insiste em procura de uma solução política

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China insistiu domingo na sua posição de que “uma solução política” é a única saída para o conflito na Síria que dura há quatro anos e que já causou mais de 250 mil mortos.
“A China sempre esteve comprometida com uma solução política para a questão síria”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Hua Chunying, em comunicado.
O Governo de Pequim “continua disposto para continuar a trabalhar com a comunidade internacional em busca de consenso”, e mais ainda depois da reunião que decorreu na capital austríaca a qual na perspectiva da China teve resultados positivos, refere a nota. 1377622268985-guerra-siria
No encontro em Viena estiveram presentes os actores internacionais envolvidos no conflito, como os principais aliados do Presidente sírio, Bashar al-Assad, Rússia e Irão, e os seus principais adversários, Estados Unidos, Arábia Saudita e Turquia.
Cerca de vinte países fizeram representar-se na reunião, assim como a União Europeia e a ONU, com o desafio de formular um plano aceitável tanto para o Governo sírio como para as milícias opositoras apoiadas pelos Estados Unidos e seus aliados árabes.
Os grandes ausentes na reunião são as próprias partes que se enfrentam na guerra Síria, tanto Al-Assad como as diferentes facções opositoras.

Nova fase

Ao fim de oito horas de intensos debates, em que a China também participou, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou aos jornalistas o “começo de um novo processo diplomático”.
O chefe da diplomacia norte-americana disse que Washington continua a acreditar que a saída do poder de Assad irá facilitar o caminho para um acordo que determine o fim da guerra civil na Síria, bem como irá ajudar na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
As 19 delegações estrangeiras presentes em Viena acordaram voltar a reunir-se daqui a duas semanas para uma nova ronda de conversações.
O conflito na Síria teve início em Março de 2011 e já deixou mais de 250 mil mortos e 13 milhões de refugiados, numa onda de deslocados sem precedentes desde a II Guerra Mundial, segundo dados da ONU.

3 Nov 2015

Notas Sobre o Método do Pincel «Bifa Ji»

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] pintor divino (ou inspirado) não faz nenhum esforço mas alcança as formas espontaneamente ao seguir as transformações da natureza. O pintor maravilhoso penetra com o seu pensamento a natureza de tudo no céu e na terra; e assim as coisas escorrem do seu pincel de acordo com a verdade do motivo. O pintor original (ou espantoso) desenha vastas linhas que não estão de acordo com a verdade do motivo; as coisas que ele faz são estranhas e fantásticas e bastante desajustadas. Este é o resultado de trabalhar com o pincel sem pensar. O pintor hábil esculpe e reúne pedaços de beleza que, cada um, parece estar de acordo com os grandes princípios. Ele força o desenho e trabalha de uma maneira extremamente exagerada. Deve ser dito que a realidade não é suficiente para ele, de tal modo faz alarde de tantos floreados. 20151023140418_001-cópia
Há quatro aspectos no trabalho do pincel, são os chamados; músculos, carne, ossos e espírito. As pinceladas curtas e cortadas são chamadas músculos; as pinceladas que sobem e descem e compõem a realidade são designadas de carne; as que são firmes e directas do princípio ao fim, são chamadas de ossos, enquanto as linhas que são invencíveis (nunca se partem) podem ser chamadas de espírito vital. Daqui pode deduzir-se que a tinta é um assunto fundamental; se se perde o corpo da tinta (i. e. se o tom é demasiado leve), o espírito é derrotado, os músculos morrem e não há carne. Quando as linhas são cortadas, não há músculos, apenas uma aparência descuidada e nada de ossos.

de Jing Hao

3 Nov 2015

Tachos de lata

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m 2011, Passos Coelho prometia não levar para o Governo “amigos, colegas ou parentes, mas sim os mais competentes”. Já depois de convocadas as eleições de 2015, o Governo PSD/CDS contornou as suas próprias regras e nomeou centenas de dirigentes para a Função Pública.
Em 2011, Passos Coelho prometia não levar para o Governo “amigos, colegas ou parentes, mas sim os mais competentes”. Para isso até criou a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CReSAP). O leitor pode espantar-se, mas é esse mesmo Governo que acaba por fazer 14 nomeações definitivas para os Centros Distritais da Segurança Social, todas atribuídas a quadros do PSD e do CDS. E logo no Ministério de Mota Soares, campeão da demagogia anti-tacho.
O que é que aconteceu? Ao que parece, a incapacidade da CReSAP para realizar todos os concursos bastou para que fossem feitas várias nomeações de substituição, livres de quaisquer regras. Chegado o momento do concurso, esse tempo de substituição exercido nos cargos da Administração Pública contou como “experiência” no currículo destes militantes. tumblr_me1rofg5wQ1rovfcgo12_1280
Os cargos intermédios também estão fora do crivo da CReSAP. E por isso foi possível ao Governo, já depois de convocadas as eleições, contornar a suas próprias regras e nomear centenas de dirigentes para a Função Pública. Segundo consta, no Ministério da Defesa até foram criados novos cargos na semana anterior às legislativas.
Apesar de todo o seu moralismo e arrogância, Passos Coelho não cumpriu nada do que prometeu. Só a hipocrisia do discurso se tornou mais sofisticada.
A nomeação de fiéis do partido para lugares no Estado é uma forma de recompensa às tropas, mas não é só isso. Em áreas tão delicadas como a Segurança Social, o assalto às esferas de direcção possibilita a concretização de uma visão ideológica, sem escrutínio ou contestação. Por isso ninguém desafia ou denuncia, e por isso é tão difícil travar o desmantelamento dos serviços de protecção social ou a sua entrega a instituições privadas (também elas, muitas vezes, controladas pela Direita).
Saibamos separar o trigo do joio. A Administração Pública não se confunde com os “boys”, muitas vezes incompetentes, colocados pelos partidos nos cargos dirigentes. Além deles, existe o esforço dos seus trabalhadores. Funcionários e quadros que o Governo prometeu proteger para acabar com os tachos, vindo a fazer exactamente o contrário.

Mariana Mortágua, in Esquerda.net

3 Nov 2015

João Sousa campeão em Valência

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais uma página de história. João Sousa conquistou este domingo em Valência o segundo título ATP da carreira, ao derrotar na final o espanhol Roberto Bautista Agut, número 24 ATP, por 3-6, 6-3 e 6-4, numa final em que chegou a estar em desvantagem por 3-6 e 1-3. Com uma exibição na garra, em que foi subindo de nível ao longo do encontro, João Sousa deitou para trás das costas as recentes finais perdidas e conseguiu finalmente agarrar o tão desejado segundo título de carreira, em condições de jogo (piso rápido coberto) muito semelhantes às do anterior, em Kuala Lumpur. Com este triunfo, Sousa vai subir ao 34.º lugar do ranking mundial, o mais alto de sempre de um tenista português na hierarquia ATP.

3 Nov 2015

Terreno do Studio City tornou-se definitivo 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou que o terreno onde se situa o Studio City Macau já foi transformado numa concessão definitiva, depois de ser considerado um dos 16 lotes cuja declaração de caducidade não foi concretizada por falhas imputadas à Administração. O anúncio foi feito por Raimundo do Rosário depois da reunião plenária da Assembleia Legislativa (AL) na quarta-feira, tendo o Secretário revelado ainda que o empreendimento já tem licença de habitabilidade, algo que lhe dá direito – como a todos os projectos – pertencer aos terrenos com concessões definitivos. Recorde-se que os 16 terrenos estão ainda a ser investigados pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC) para apurar as responsabilidades das falhas. O Comissário, André Cheong, já revelou que a investigação pode ser concluída em meados do próximo mês. –

30 Out 2015

Taxa de desemprego nos 1,9%

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] taxa de desemprego no terceiro trimestre do ano situou-se nos 1,9%, o que revela uma subida ligeira em relação aos três meses anteriores e ao mesmo período de 2014, segundo dados oficiais ontem divulgados. No trimestre anterior, a taxa de desemprego na região havia sido de 1,8% enquanto que no período homólogo tinha-se situado nos 1,7%. Segundo os mesmos dados, a mediana do rendimento mensal em Macau no terceiro trimestre (Julho a Setembro) manteve-se nas 15 mil patacas, tal como aconteceu nos três meses anteriores. No entanto, este valor reflecte um aumento de duas mil patacas em relação ao mesmo trimestre de 2014.

30 Out 2015

Sangue | Português mantém-se como dador principal

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]aulo Rosa Rodrigues voltou a ser o principal dador de sangue da RAEM este ano, depois de, no ano passado, ter sido homenageado por 115 dádivas. O português está entre a lista dos Serviços de Saúde que integra outros portugueses e, todos os anos os SS, efectuam uma cerimónia que distingue os dadores de sangue, tal como ontem aconteceu. Paulo Rosa Rodrigues foi novamente o principal dador de sangue, com 118 dádivas efectuadas até agora.

30 Out 2015

Diário do Povo alerta para “armadilha do rendimento médio”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China “está preparada para evitar a armadilha do rendimento médio nos próximos cinco a dez anos, através da inovação e ajustamentos estruturais”, defendeu ontem o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC).
A expressão diz respeito aos países cujo crescimento económico estagnou após atingirem um Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’ superior a 5.000 dólares.
Em 2014, o PIB ‘per capita’ chinês alcançou os 7.575 dólares e, segundo estimativas do Governo, em 2020, deverá atingir os 10 mil dólares – cerca de metade do actual PIB ‘per capita’ português.
Segundo estimativas do Banco Mundial, desde a década de 1960, apenas 13 dos 101 países e regiões que alcançaram os 5.000 dólares de PIB ‘per capita’ conseguiram escapar à “armadilha do rendimento médio”.
O Comité Central do PCC terminou ontem uma reunião à porta fechada onde devem ser delineadas as prioridades do 13.º plano quinquenal, uma reminiscência da ortodoxia maoista que antecedeu a política de “Reforma e Abertura ao Exterior”, adoptada em 1979.
É o primeiro plano do género desde a ascensão ao poder do Presidente Xi Jinping e será depois enviado ao plenário da Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo, que deverá aprovar as decisões em Março de 2016.
Para os próximos cinco anos espera-se uma transição no modelo de crescimento do país, com o consumo doméstico e a inovação a substituir as exportações e o investimento em grandes obras públicas como principais motores de desenvolvimento.
“O sector dos serviços deve ser aprimorado e muito trabalho terá que ser feito para o tornar mais forte e competitivo”, escreveu o Diário do Povo, citando um professor da Nankai University, do município de Tianjin.
A economia chinesa registou no terceiro trimestre deste ano o mais baixo crescimento desde o pico da crise financeira internacional (6,9%), mas dentro da meta do governo chinês para 2015, “cerca de 7%”.
Desde o início do século XXI, e até 2011, a economia chinesa cresceu sempre acima dos 8% ao ano e em 2007 atingiu os 13%.
 

30 Out 2015

China acaba com política do filho único

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]erca de 90 milhões de casais chineses estarão elegíveis para ter um segundo filho a partir do próximo ano, à medida que a política de filho único for abolida, avançou hoje um jornal oficial chinês. A decisão de acabar com a política do filho único foi anunciada na quinta-feira após uma reunião de quatro dias à porta fechada entre o Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China, e que serviu para delinear as prioridades do 13.º plano quinquenal (2016-2020).
Na prática, esta decisão significa um alargamento da flexibilização da política de filho único, iniciada em 2013 e que permitia aos casais em que ambos os cônjuges são filhos únicos terem uma segunda criança. Até junho passado, o número de casais que se inscreveram para ter um segundo filho (cerca de 1,5 milhão) ficou muito aquém dos 11 milhões elegíveis.
A medida, que põe fim a um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980, visa “contrariar o envelhecimento da sociedade chinesa”, indicou a direção do PCC em comunicado. A mesma nota refere que a China vai continuar a olhar o planeamento familiar como um “interesse fundamental do Estado”.

30 Out 2015

Angela Merkel volta a Pequim para assinar acordos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] chanceler alemã, Angela Merkel, chegou ontem à China para uma visita e dois dias com uma forte componente económica, após o escândalo da Volkswagen e numa altura em que a segunda economia mundial está em abrandamento.
Merkel, que foi recebida em Pequim pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, segundo a televisão estatal CCTV, iniciou ontem a visita oficial – a oitava que realiza ao país asiático – durante a qual se prevê a assinatura de uma série de acordos de cariz económico.
A chanceler alemã, que viaja acompanhada por uma comitiva de empresários, incluindo o novo presidente da Volkswagen, Matthias Müller, reuniu-se ontem com o Presidente chinês, Xi Jinping.
Em cima da mesa vão estar assuntos bilaterais, bem como a questão dos direitos humanos na China ou temas de âmbito internacional como a tensão desencadeada pelo conflito territorial nos mares da Ásia-Pacífico ou a Ucrânia, de acordo com o governo alemão.
Mas, acima de tudo, Berlim vai tentar aproveitar a viagem para aprofundar a já forte relação económica entre os dois países, numa altura em que o abrandamento da segunda economia mundial tem afectado as exportações alemãs para a China.
Merkel vai tentar fortalecer os interesses das empresas alemãs depois da crise provocada pelo escândalo da Volkswagen e após os múltiplos acordos firmados por Xi Jinping na sua recente visita ao Reino Unido.

Airbus encomendados

A chanceler alemã e o primeiro-ministro chinês assistiram em Pequim, à assinatura de um acordo para a compra de 130 aviões Airbus pelo valor de 17.000 milhões de dólares, uma das maiores encomendas da China ao fabricante europeu.
O acordo, de 15.500 milhões de euros, segundo a paridade monetária actual, assinado no Grande Palácio do Povo de Pequim durante o primeiro de dois dias de visita de Angela Merkel à China, prevê a aquisição de 100 aviões Airbus A320 e outros 30 A330.
A transacção ocorreu numa altura em que as companhias aéreas chinesas estão a alargar as suas frotas e à espera de que o número de passageiros de voos nacionais e internacionais triplique nos próximos 20 anos.
Além disso, o fabricante aeronáutico europeu acordou, em Julho último, construir um centro para acabamentos do A330 em Tianjin, cidade industrial portuária no nordeste da China, onde existe uma linha de montagem de A320, vendidos sobretudo às transportadoras chinesas.
Merkel e o chefe do Governo de Pequim, Li Keqiang, presidiram ainda à assinatura de outros 12 acordos, incluindo o da Nokia com a operadora China Mobile para o fornecimento de tecnologia móvel, software e serviços, e entre a Volkswagen AG e um dos quatro principais bancos da segunda economia mundial, o ICBC.

30 Out 2015

EL Dorado

Por Aurelio Porfiri

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]facto de estar actualmente longe de Macau dá-me uma certa vantagem, na medida em que me permite ter um distanciamento que acaba por ser saudável. Será que algum dia terei visto Macau como o El Dorado da eterna juventude? Certamente que não, mas um artigo de Kate Springer fez-me pensar sobre o assunto. O artigo publicado a 22 de Outubro, na secção de viagens em bbc.com, intitulava-se “Segredo chinês da longevidade” e, adivinhem só; Macau era o local onde procurar esta misteriosa “poção”. Segundo as mais recentes estatísticas, nas últimas décadas, Macau tem vivido um período de prosperidade sem precedentes, acompanhado por um aumento da esperança de vida, pelo que nos sentimos muito gratos. Mas as estatísticas apenas revelam parte da realidade.
O artigo desenvolve-se em torno do Sr. Chan, de 90 anos de idade, habitante de Coloane. Este senhor está, basicamente, muito agradecido à indústria do jogo por lhe permitir manter o seu estilo de vida. Senão, vejamos: “Passei a maior parte da minha vida fora,” afirmou Chan, que tem oito filhos e dez netos. “Sento-me com a minha mulher no paredão e ficamos a admirar a paisagem. Passamos os nossos dias felizes.” Chan atribui a sua longevidade, a uma vida feliz e rotinas simples (e ainda a uma dieta rigorosa à base de arroz e alho) – e parece que este nonagenário está longe de ser um caso raro”. Assim, a tese da jornalista da BBC é a seguinte: o resultado do desenvolvimento, devido às verbas da indústria do jogo, é … poder viver uma vida bucólica. Mesmo que implique a degradação total da cidade. Mas, a imagem do velho Sr. Chan e da sua mulher a admirarem a paisagem, faz-nos esquecer as pessoas que se arruinaram por causa do jogo, uma cidade que para além do jogo não tem outros recursos de valor e, ainda, os jovens que só encontram significado no dinheiro e na ambição material.
Claro que a longevidade é um factor positivo e, pessoalmente, desejo que o Sr. Chan e a sua esposa ultrapassem os 100 anos de idade. Mas detecto uma contradição na mensagem que passa no artigo; se uma maior riqueza serve para que tenhamos uma vida bucólica com estilo, não é necessário esforçarmo-nos para fazer evoluir a economia, podemos pura e simplesmente voltar ao campo. Será que o Sr. Chan (e a jornalista) sabe o preço que é preciso pagar para que, ele e a sua mulher, possam ter todos os dias arroz e alho? “Embora esteja actualmente numa curva descendente, o jogo manteve durante anos a economia à tona d’água. Só no ano passado as receitas do jogo representaram 80% do PIB e, os impostos pagos pela indústria, constituíram a grande fatia do bolo fiscal. “Todos os turistas que visitam Macau vão aos Casinos. O que é óptimo,” continua Chan. “É assim que o governo consegue tomar conta de nós”. Parece pois que as vantagens pessoais se sobrepõem às desvantagens colectivas.
No artigo são ainda mencionados os netos e os sobrinhos-netos do Sr. Chan. A maior parte deles, se tiverem possibilidade, hão-de querer ir estudar para o estrangeiro e fugir a influências vindas do mesmo meio que permite ao Sr. Chan e à sua esposa continuarem a desfrutar de uma vida singela. Em termos de vida a quantidade é importante, mas a qualidade, não será também?

28 Out 2015

Deputados continuam a recolher opiniões sobre Lei do Tabaco

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que analisa na especialidade a proposta de alteração à Lei do Tabaco, vai continuar a recolher opiniões, avança a Rádio Macau. Actualmente, das cerca de 30 já recebidas, três mostravam-se a favor da proibição total do fumo, sendo que a maioria, como afirmou o presidente da Comissão, Chan Chak Mo, defende outra solução. “As tabaqueiras entendem que é muito exigente. Os que apoiam a criação de salas de fumadores nos casinos são bastantes”. De acordo com a rádio, os deputados estão também a agendar reuniões com associações do sector, sendo que, nos dias 12 e 13 de Novembro, serão ouvidas a câmara de concessionárias e subconcessionárias e a Associação de Mediadores de Jogos. Chan Chak Mo garante que só depois é que a Comissão pode ter uma posição sobre a proposta e estabelecer uma data para terminar a discussão do diploma, que pretende proibir totalmente o tabaco nos casinos.

27 Out 2015

TNR são quase metade da população activa de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] número de trabalhadores não residentes em Macau alcançou os 180.751 no final de Setembro, representando 44,8% da população activa da região, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com dados da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Macau, 180.751 trabalhadores não residentes integravam o mercado laboral, equivalendo a 44,8% da população activa e a 45,7% da população empregada estimada no final de Agosto.
No intervalo de um ano, Macau ganhou 17.874 trabalhadores não residentes, uma média de quase meia centena por dia. Face a Agosto, o universo de mão-de-obra importada teve um reforço de 564 pessoas.
O interior da China continua a ser a principal fonte de trabalhadores recrutados ao exterior, com 116.667 (64,5% do total), mantendo uma larga distância das Filipinas, que ocupa o segundo lugar (23.808) num pódio que se completa com o Vietname (14.467).
O sector dos hotéis, restaurantes e similares continua a figurar como o que mais absorve mão-de-obra importada (47.192), seguido do da construção (45.509).
O universo de trabalhadores não residentes galgou a ‘barreira psicológica’ dos cem mil pela primeira vez na história da RAEM em Setembro de 2008, a qual voltou a ser ultrapassada em Maio de 2012, numa tendência não mais invertida em termos anuais homólogos.

27 Out 2015

Lawrence Ho admite impacto da campanha anti-corrupção

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] empresário do jogo Lawrence Ho admitiu ontem o impacto negativo da campanha anti-corrupção chinesa nas receitas dos casinos de Macau resultantes do segmento VIP, mas mostrou-se confiante na conquista do mercado de massas com novos projectos. A Melco Crown Entertainment, de Lawrence Ho e do australiano James Packer, inaugura hoje o Studio City, o terceiro casino da operadora.
O novo complexo abre numa altura em que as receitas do jogo caíram nos últimos 18 meses, em parte devido ao abrandamento da economia da China, mas também de esforços de Pequim para conter a fuga de capitais ilícitos do país para a região administrativa especial.
“O que tem estado a acontecer com a economia chinesa, especialmente a campanha anti-corrupção, tornou o ambiente no segmento VIP mais desafiante a curto prazo, à medida que o medo tem sido introduzido nos corações de muitos da classe média-alta”, disse Lawrence Ho, filho do magnata Stanley Ho. “Contudo, o mercado de jogo, especialmente o segmento do mercado de massas, tem ainda muito potencial de desenvolvimento”, afirmou, acrescentando que a data de abertura do novo casino pode não ser perfeita, mas afirmando que a estratégia orientada para atrair o turista foi a decisão acertada.
“A Melco adaptou os seus investimentos e estratégia de mercado para atrair uma clientela diversificada, tanto do sector jogo como não-jogo”, afirmou. “A diversificação e inovação são fundamentais para superar os desafios e garantir o sucesso sustentável na cidade”, acrescentou.
Segundo a Fairfax Media, a joint-venture do Study City, detida em 60% pela Melco, deverá iniciar conversações com investidores, depois de as autoridades de Macau terem aprovado 250 mesas de jogo para o complexo, abaixo das expectativas da empresa, que tinha pedido 400. LUSA/HM
 

27 Out 2015

Plano Quinquenal deverá situar crescimento entre 6,5% e 7%

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] próximo Plano Quinquenal da China (2016-2020), que será definido esta semana, deverá situar a meta de crescimento económico anual para o país “entre 6,5% e 7%”, refere ontem a imprensa estatal.
“O encontro de quatro dias surge numa altura em que o motor de crescimento da economia mundial vive uma nova normalidade”, escreveu ontem a agência oficial chinesa Xinhua, referindo-se ao abrandamento na segunda maior economia do planeta.
Cerca de 370 elementos do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC) vão debater esta semana as prioridades do 13.º plano quinquenal, uma reminiscência da ortodoxia maoista que antecedeu a política de “Reforma e Abertura ao Exterior”, adoptada em 1979.
É o primeiro plano do género desde a ascensão ao poder do Presidente Xi Jinping e será depois enviado ao plenário da Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo, que deverá aprovar as decisões em Março de 2016.

Virados para dentro

Para os próximos cinco anos espera-se uma transição no modelo de crescimento do país, com o consumo doméstico e a inovação a substituir as exportações e o investimento em grandes obras públicas como principais motores de desenvolvimento.
O encontro deverá também incidir na reforma do sector estatal e na internacionalização da moeda chinesa, que deu um passo importante na passada semana com um inédito lançamento de obrigações em yuan no Reino Unido.
A economia chinesa registou no terceiro trimestre deste ano o mais baixo crescimento desde o pico da crise financeira internacional (6,9%), mas dentro da meta do Governo para 2015, “cerca de 7%”.
Entre 2011 e 2015, o período em que vigorou o 12.º plano quinquenal, o PIB chinês cresceu, em média, 7,8% ao ano, tornando-se o motor da economia global.
 

27 Out 2015

Forbes | Presidente do Fosun é o 11.º mais rico da China

[dropcap style=’circle’]G[/dropcap]uo Guangchang, o presidente do grupo Fosun, que comprou em Portugal a Fidelidade e a Luz Saúde, subiu 14 lugares na lista dos maiores multimilionários chineses, para a 11.ª posição, segundo dados publicados ontem pela revista Forbes.
A fortuna pessoal de Guo Guangchang, 48 anos, avançou de 3,7 mil milhões de euros para 6,61 mil milhões no espaço de um ano.
Segundo a Forbes, a fortuna dos homens mais ricos da China aumentou em 17 mil milhões de dólares, desde 2014.
É um avanço de 20%, – muito acima da taxa de crescimento da economia chinesa no último trimestre, de 6,9% -, apesar da queda abrupta na bolsa de Xangai, que entre meados de Junho e o dia nove Julho desvalorizou-se 30%.
Tudo junto, os 100 mais ricos da China valem 450 mil milhões de dólares – quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português.

Electrónica ultrapassada

O magnata chinês especializado no mercado imobiliário e no sector do entretenimento, Wang Jianlin, destronou Jack Ma, o fundador do grupo de comércio electrónico Alibaba, como o homem mais rico da China.
A fortuna de Wang, que é também membro do Partido Comunista Chinês (PCC), cresceu de 13,2 mil milhões de dólares para 30 mil milhões, segundo a revista.
Os lucros foram impulsionados pela valorização de duas das suas empresas na bolsa de Xangai, que antes de colapsar, avançou 150% no espaço de quase um ano inteiro.
“É bom ter dinheiro”, disse o presidente e fundador do grupo Dalian Wanda durante a apresentação da lista. “A maioria das pessoas com dinheiro, especialmente os extraordinariamente ricos, são boas pessoas”.
Seis dos dez homens mais ricos da China operam no sector da tecnologia, incluindo o chefe da Tencent Holding, a maior empresa de serviços de internet na China, Ma Huateng (terceiro), o fundador da fabricante de telemóveis Xiao Mi, Lei Jun (quarto), e o CEO do motor de pesquisa chinês Baidu, Robin Li.
A China representa 10% da riqueza mundial e desde o início do século o PIB chinês quintuplicou.
Constitucionalmente, o país define-se como “um estado socialista liderado pela classe trabalho e baseado na aliança operário-camponesa”. O marxismo-leninismo continua a ser “um princípio cardial” do PCC.
Contudo, desde há cerca de duas décadas, o Partido passou a defender a “economia de mercado socialista” e a encorajar a iniciativa privada.

27 Out 2015

Macau é centro privilegiado para as exportações portuguesas, diz Frasquilho

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, disse ontem que Macau está a tornar-se num “centro privilegiado para as exportações portuguesas” e que “há margem de progressão”. Frasquilho falava aos jornalistas na abertura da 20.ª Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês), que este ano conta com a maior representação portuguesa de sempre.
“Temos 133 expositores [e] mais de 120 são empresas. Temos também associações e autarquias. Muitas destas instituições estão pela primeira vez na Feira Internacional de Macau e isto revela bem, penso eu, o significado que esta feira tem para o nosso país e como Macau se está a tornar num centro privilegiado para as exportações portuguesas”, afirmou. macau_mif
O presidente da AICEP sublinhou a “multiplicidade de sectores” na representação portuguesa deste ano na MIF, apesar de se manter a “predominância” habitual do sector agro-alimentar.
“É o resultado da qualidade dos nossos produtos, da estratégia que tem sido prosseguida e nós pensamos que não vamos ficar por aqui, pensamos que há margem de progressão para que, por exemplo, na próxima edição da MIF esta presença portuguesa seja ainda maior”, acrescentou.
Frasquilho destacou ainda que as trocas comerciais entre Portugal e Macau e entre Portugal e a China no seu conjunto têm crescido todos os anos e que a expectativa é que a tendência se mantenha.
“A República Popular da China é a economia do mundo onde a AICEP já tem mais delegações e é bem possível que não fiquemos por aqui”, disse ainda, sem dar mais pormenores e depois de questionado sobre a possível abertura de uma delegação em Cantão, onde Portugal vai abrir um consulado geral.
Segundo dados revelados este mês pela delegada do AICEP em Macau, entre Janeiro e Julho, as exportações portuguesas para Macau ascenderam a pouco mais de 15 milhões de euros, reflectindo um crescimento de 22% face ao período homólogo do ano passado e em linha com os últimos anos cinco anos. LUSA/HM

23 Out 2015

Governo confiante na dinâmica económica de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo está confiante na economia de Macau, garantindo que ainda se mantém dinâmica e próspera. Num discurso de abertura da Feira Internacional de Macau (MIF), Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, assegurou que as oportunidades de negócio em Macau ainda não desapareceram.
“Mesmo atravessando uma fase de ajustamento económico, com o surgimento de alguns problemas de profundas influências, Macau continua a ser uma economia dinâmica e próspera, que apresenta oportunidades e vantagens atractivas para explorar novas oportunidades de negócio”, começou por dizer Leong, que acrescenta que o Governo está preparado e “tem condições e capacidade para lidar com as adversidades”. lionel leong
O Secretário admitiu que a RAEM enfrenta neste momento uma queda económica depois de “mais de uma década de crescimento acelerado” e reconhece que há desafios pela frente, mas afirma que estes poderão ser positivos.
“[Proporcionam] especialmente novas condições e oportunidades para a reestruturação económica e a promoção do desenvolvimento sustentável. Nesta altura, o Governo, o sector empresarial e a população estão empenhados no melhor aproveitamento das oportunidades derivadas da reestruturação económica, com vista a aumentar a vitalidade económica de Macau em vários aspectos”, frisou.

Diversificação-chave

A diversificação da economia não ficou de fora do discurso do Secretário, que voltou a referir a necessidade de cooperação regional e a liberalização do sector dos serviços entre Macau e a China continental, entre outros projectos. Tudo para que, diz, Macau venha a ter novas condições e espaço para desenvolvimento.
Depois de um ano com as receitas dos casinos a cair, Lionel Leong fez questão de reiterar que a indústria das convenções e exposições é “um sector que contribui activamente para a adequada diversificação da economia local e para a construção de uma plataforma regional de comércio e serviços económicos”.
No primeiro semestre do ano, recorde-se, o PIB caiu 25,4% em termos reais.
Já as receitas públicas, nos primeiros nove meses do ano, caíram para 82.051 milhões de patacas, o que representa menos 32,2% em termos anuais homólogos. A Administração continua com saldo positivo de 30.964 milhões de patacas, excedendo o previsto para todo o ano, mas ainda assim o Governo implementou medidas de austeridade, que prevê cortes nas despesas da Administração, mas que não afectam áreas sociais.

Novas indústrias não contribuem para PIB

Num outro comunicado, Lionel Leong admite que as novas indústrias de Macau ainda “não conseguem contribuir para a recuperação do volume do PIB”, que se perdeu, diz, devido ao ajustamento económico. “Por isso é que todos os sectores precisam de se unir num esforço conjunto para agarrar as oportunidades que surgiram com o ajustamento económico”, refere Leong, que acrescenta que a economia “é muito vulnerável pois é influenciada pelas regiões vizinhas”, especialmente o sector do turismo e do jogo, as indústrias principais de Macau.

23 Out 2015

Relatório denuncia condições de trabalho em fábricas de iPhones

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma investigação às condições das fábricas de iPhones na China revela que os funcionários trabalham até 90 horas extraordinárias por mês por menos de dois dólares à hora, vivem em dormitórios superlotados e quase não têm tempo para comer.
Segundo a organização de defesa dos direitos laborais China Labour Watch (CLW), os abusos persistem nas fábricas chinesas onde se produzem os populares telefones da norte-americana Apple.
A CLW focou-se, em particular, numa fábrica em Xangai da empresa taiwanesa Pegatron, que já tinha investigado em 2013, que emprega 100.000 pessoas e onde as condições de trabalho quase não registaram melhorias. refeitorio-da-foxconn-lotado-de-trabalhadores-foto-reproducao
O relatório “Algo está mal aqui” volta a evidenciar os abusos laborais do sector: turnos de dez horas e meia por dia, a que se somam mais de duas horas extra obrigatórias, sem as quais os trabalhadores não recebem um salário mínimo para viver (de cerca de 318 dólares ou 280 euros por mês).

Visto por dentro

A organização ilustra as condições de trabalho com um testemunho em primeira mão de um investigador da CLW que se infiltrou como empregado na Pegatron.
Entre outras coisas, o investigador revela como a empresa não cumpre com medidas de segurança básicas, como informar os funcionários sobre as saídas de emergência – portas que o próprio investigador nunca conseguiu encontrar.
O testemunho incide também sobre a sobrecarga de trabalho, com turnos em que não há praticamente tempo para comer.
A falta de informação abrange também os produtos químicos que os funcionários manuseiam. Apesar de a empresa lhes dar uma lista dos produtos perigosos com que trabalham, não indica onde estes se encontram ou como devem ser tratados.
A CLW conclui que “nada mudou” desde 2013, com excepção de uma situação: a discriminação no que toca à contratação de membros de etnias minoritárias, apesar de a organização ressalvar que a empresa contrata agora ilegalmente metade dos trabalhadores de forma temporária, quando apenas pode fazê-lo para 10% da equipa.

23 Out 2015

Pequim financia um terço de central nuclear no Reino Unido

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China comprometeu-se quarta-feira a assumir uma posição accionista de um terço na primeira central nuclear britânica construída em décadas, com o primeiro-ministro, David Cameron, a saudar o “acordo histórico” no projecto liderado pela francesa EDF.
O anúncio foi feito durante o segundo dia da vista do Presidente chinês, Xi Jinping, ao Reino Unido, que tem sido dominada pelos negócios, tendo já Cameron afirmado que os acordos assinados até agora ascendem a 40 mil milhões de libras (55 mil milhões de euros).

epa04296338 Chinese President Xi Jinping (L) waves after arriving at Seoul Airport on July 3, 2014. Xi was accompanied by his wife Peng Liyuan (R). South Korean President Park Geun-hye will have a summit meeting with Xi later in the day on North Korea's nuclear weapons program, Japan's growing nationalism and other issues of mutual concern.  EPA/YNA
epa04296338 Chinese President Xi Jinping (L) waves after arriving at Seoul Airport on July 3, 2014. Xi was accompanied by his wife Peng Liyuan (R). South Korean President Park Geun-hye will have a summit meeting with Xi later in the day on North Korea’s nuclear weapons program, Japan’s growing nationalism and other issues of mutual concern. EPA/YNA

Em comunicado, a EDF anunciou o acordo nuclear, assinado na presença de Xi Jinping e David Cameron, com Londres a estender a passadeira vermelha aos investidores chineses e a apresentar projectos conjuntos, como o das emissões zero por parte dos clássicos autocarros vermelhos e táxis negros londrinos.

Em curso

O acordo para o gigantesco projecto nuclear, estimado em 18 mil milhões de libras, deve ser finalizado nas próximas semanas.
A eléctrica EDF vai construir dois reactores, de uma terceira geração, considerados dos mais avançados e seguros do mundo, em Somerset, no sudoeste da Inglaterra.
A estatal chinesa China General Nuclear Corporation (CGN) vai financiar seis mil milhões de libras, com a EDF a colocar as outras 12 mil milhões de libras.
A EDF é a líder de projecto, com uma posição inicial de 66,5%, que pode baixar para 50% se se verificar a entrada de novos investidores, ficando a CGN com 33,5%.
“Estamos a assinar um acordo histórico para construir a central nuclear de Hinkley”, afirmou Cameron, durante uma conferência de imprensa conjunta com Xi, em Downing Street.
Este projecto deve criar 25 mil empregos e fornecer energia a seis milhões de habitações, segundo o Departamento britânico de Energia e Alterações Climáticas.
Mas os opositores britânicos do projecto de Hinkley criticam os elevados custos de construção e o tempo que vai ser preciso para que comece a fornecer energia, bem como a duração do período do preço garantido (92 libras por megawatt durante 35 anos).

23 Out 2015

Durão Barroso | Relações com países lusófonos são importantes, diz o recente professor honorário do IPM

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante a curta visita que o ex-primeiro ministro de Portugal e antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, realizou a Macau, o professor destacou a “importância da manutenção das relações entre a RAEM e os países lusófonos para o desenvolvimento sustentável de Macau”.
As declarações surgiram num encontro com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, na sede do Governo, na passada segunda-feira. Em comunicado aos jornalistas, o Executivo explica que Durão Barroso indicou ainda que as relações com os países lusófonos, através dos planos de intercâmbio de aprendizagem com a União Europeia, têm sido uma mais valia para a formação de “quadros qualificados que dominem a Língua Portuguesa” no território.
O ex-primeiro-ministro português destacou ainda a mensagem que lhe foi transmitida no sentido de que as autoridades “estão a trabalhar para manter e valorizar a herança cultural portuguesa, porque isso é visto como uma forma de afirmar a própria especificidade de Macau”.
“Parece-me que a escolha estratégica de tornar Macau num centro de excelência em actividades de turismo e lazer, e também as oportunidades do ponto de vista cultural de uma plataforma com os países de Língua Portuguesa, é uma boa escolha (…) e parece-me que já tem frutos concretos. Claro que mais coisas têm de ser feitas (…). Como amigo de Macau, apenas posso apoiar tudo o que possa trazer mais prosperidade para esta região”, sublinhou, citado pela agência Lusa.

Nova esperança

Para Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, a visita de Durão Barroso a Macau veio criar uma esperança em “novos projectos que possam surgir”.
O professor, que veio a Macau a convite do Instituto Politécnico de Macau (IPM), afirmou ainda estar disponível para representar e contribuir como ponte de comunicação entre a China e a RAEM com os países lusófonos e a União Europeia. durão_chui_GCS
No encontro, Chui Sai On, afirmou que desde a transição da soberania em 1999, o Governo tem vindo a dedicar-se ao princípio “um país, dois sistemas”, dedicando-se ainda à transformação de Macau num “centro mundial de turismo e lazer e uma plataforma de serviços comerciais entre a China e os Países Lusófonos”. Em resposta, Durão Barroso mostrou-se satisfeito com o princípio mencionado pelo Chefe de Executivo e disse que Macau tem desenvolvido a sua economia ao longos dos últimos 15 anos, alcançando “grandes avanços, especialmente na economia, turismo e infra-estruturas”.

Em nome da estabilidade

O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou terça-feira, em Macau, esperar que a coligação PSD-CDS/PP e o PS se entendam para a formação do governo, a fim de dar ao país “condições de estabilidade”.
“Visto que não há uma maioria absoluta na Assembleia da República era importante que a força política que ganhou e a principal força da oposição se entendessem, dando ao país condições de estabilidade e um governo coerente”, defendeu, ao sublinhar que “os partidos têm os seus interesses próprios”, mas que “o país está acima dos partidos”.
Neste sentido, o ex-primeiro-ministro considerou que “se não for possível que o governo tenha uma maioria que haja pelo menos acordos parlamentares que permitam a estabilidade em Portugal”. “Portugal fez um grande progresso nos últimos anos. Portugal esteve numa crise financeira profunda, voltou a ganhar a confiança dos investidores internacionais, mas nada é irreversível. É importante que agora se consolide a confiança em Portugal e que não haja problemas políticos que venham a gerar outra vez um ciclo de desconfiança. Eu espero que isso venha a acontecer”, disse. Durão Barroso não quis, contudo, tecer comentários quando questionado relativamente às eleições presidenciais. “Não vou agora entrar mais em política partidária portuguesa”, disse.

Distinção | Título de professor honorário do IPM

“Um significado especial”

O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou que o título de professor coordenador honorário do Instituto Politécnico de Macau (IPM), que lhe foi atribuído na terça-feira, tem um significado especial. O facto de Barroso ter sido um dos que participou nos inícios das relações Portugal-China é a justificação.
“Tem um significado especial, precisamente por ser aqui, em Macau. (…) Tem valor por ser o reconhecimento de um contributo que me orgulho de ter dado para as relações mais estreitas de Portugal e da Europa com Macau e com a China”, salientou. “Como ministro dos Negócios Estrangeiros, como primeiro-ministro [de Portugal] e também como presidente da Comissão Europeia, trabalhei muito pelas relações com Macau. Como ministro dos Negócios Estrangeiros, estive nas negociações para a transição de Macau, depois, como presidente da Comissão Europeia, visitei Macau e apoiei e lancei alguns programas”, disse, citando o exemplo dos programas de formação de tradutores e intérpretes.
Durão Barroso, que realizou a sua última visita oficial ao território aquando do 20.º aniversário da assinatura do Acordo de Comércio e Cooperação União Europeia-Macau, congratulou-se, dois anos depois, pelo facto de a RAEM estar “no bom caminho”.
“Macau, hoje em dia, está muito mais desenvolvido do ponto de vista económico, é uma região também estável, que quer manter com orgulho a herança portuguesa”, sendo que “está-se a estabelecer como um grande ponto de turismo ao nível global e também como uma plataforma importante da China em relação aos países de Língua oficial Portuguesa”, observou.
Com a distinção desta semana – a mais alta conferida pelas instituições de ensino superior politécnico – Durão Barroso entra para uma “galeria” de que fazem parte outras figuras, como o ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger ou o ex-ministro e professor universitário Adriano Moreira, prometendo, agora que faz parte da “casa”, dar o seu contributo, na medida das suas “possibilidades de agenda”, para Macau e também para “uma relação ainda mais forte entre Macau e Portugal e entre a China e a União Europeia”. transferir
Durante a cerimónia, o ex-governante português ouviu rasgados elogios, nomeadamente do presidente do IPM, Lei Heong Iok, que falou de um “protagonista de um percurso cívico, político e académico deveras singular”, e do coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM, Carlos André, a quem coube proferir um longo elogio, que percorreu o extenso trajecto de Durão Barroso, num auditório repleto, sobretudo de estudantes.
Durão Barroso, que presidiu aos destinos da Europa durante dez anos, “possui, entre os traços da sua identidade, uma marca especialmente distintiva: abraçou, de vontade, no tempo próprio e sempre que a vida lhe consentiu, a carreira académica; mas experimentou sempre, em cada etapa desse percurso, o drama da encruzilhada; porque essa sua opção foi, a cada passo, interceptada pelo apelo do serviço público, pela chamada à actividade cívica, pelo sentido do dever”, afirmou.
O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, manteve a toada, descrevendo Durão Barroso como “alguém que foi, durante anos, um construtor de diálogos” e um “português de excepção com um percurso brilhante”. E acrescentou: “Não esquecemos, senhor professor, que vossa excelência, nos diversos cargos por onde passou foi sempre um amigo de Macau”.
Durão Barroso proferiu, de seguida, uma conferência sob o tema “Globalização no século XXI: das novas rotas da seda a outras ligações entre os continentes”.

22 Out 2015