Homem apropria-se de 180 mil patacas

Um homem de 50 anos foi ontem detido depois de se ter apropriado indevidamente de 180 mil patacas. De acordo com as informações divulgadas, a vítima pousou a carteira em cima do carro e esqueceu-se de pegar nela, tendo mais tarde regressado ao local para ver se a encontrava. No entanto, a busca não surtiu efeito e o homem decidiu contactar a polícia. As autoridades começaram a investigar logo após a chamada e conseguiram interceptar um suspeito por volta das 3h00. O homem detido, de apelido Lei, tem 50 anos e é motorista. Admitiu ter levado o dinheiro para casa, no valor de 180 mil patacas, e diz que se livrou da carteira e dos documentos da vítima, atirando-os ao mar. A polícia já apreendeu o dinheiro em casa do suspeito e acusou-o do crime de apropriação ilegítima por coisa achada. O caso seguiu para o Ministério Público.

4 Ago 2016

Jai Alai ainda sem data para abrir

O casino Jai Alai ainda não tem data para abrir, mas Angela Leong espera que “possa acontecer ainda este ano”. As afirmações são citadas no jornal Ou Mun, onde a directora-geral da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) avança que o novo Jai Alai vai comportar um centro comercial mas, por outro lado, o número de mesas de jogo será reduzido. O casino, localizado nos NAPE, tem estado em obras de remodelação e já no ano passado, com a previsão de atraso para abertura em 2016, a SJM tinha informado que a abertura só aconteceria “uns meses mais tarde do que o inicialmente previsto”. Está prevista a existência de 45 mesas de jogo dirigidas na sua maioria para o segmento de massas, sendo que albergará ainda cerca de130 quartos. Quanto ao futuro do Canídromo, Angela Leong diz que “ainda não foi abordada com o Governo”.

4 Ago 2016

Testado autocarro capaz de passar sobre engarrafamentos testado

Um autocarro em forma de ponte capaz de evitar os engarrafamentos de trânsito passando por cima de outros automóveis e com espaço para 300 passageiros foi ontem testado nas ruas da cidade de Qinhuangdao, nordeste da China.
As imagens do Autocarro Elevado de Trânsito (TEB-1, na sigla em inglês), que tem 22 metros de cumprimento, 4,8 de altura e 7,8 de largura, foram exibidas no canal oficial CCTV.
O formato do veículo, que se apoia sobre as bermas da estrada e é elevado, constituindo uma espécie de ponte móvel, permite aos restantes automóveis circularem por baixo deste.
A ideia de um veículo que possa evitar os engarrafamentos tem vindo a ser estudado pela China há muitos anos, sendo que a demonstração de ontem não é ainda o produto final, visto este modelo ter dificuldades em fazer as curvas.
O primeiro TEB circulou apenas por 300 metros, mas os seus criadores acreditam que este possa vir a integrar a rede urbana de transportes públicos no futuro, com autocarros capazes de transportar até 1.200 pessoas.

4 Ago 2016

Número de cibernautas na China ultrapassa os 700 milhões

O número de chineses ligados à internet ultrapassou os 700 milhões, até Junho, revelou ontem o China Internet Network Information Center (CNNIC), numa altura em que a economia ‘online’ assume-se como um novo motor de crescimento económico.
A população ‘online’ da China aumentou 3,1%, desde o final de 2015, para 710 milhões (mais de o dobro de há apenas cinco anos), 92,5% dos quais acedem à rede através de smartphones, segundo o organismo regulador do sector.
Aquela cifra representa mais de metade da população total da China – 1.375 milhões -, país onde vive cerca de 18% da humanidade, ou mais 200 milhões do que a população total da União Europeia.
Redes sociais e ferramentas online como o Facebook, Twitter, Google, Youtube ou Dropbox estão banidas na China, mas o comércio electrónico tem-se revelado vital na transição para um modelo económico assente no consumo.
O Governo está a promover um projecto designado “internet plus”, visando expandir a tecnologia da internet à indústria, como parte dos planos para modernizar aquele sector.
O número de cibernautas entre os cidadãos rurais, porém, permanece baixo – menos de um terço do total – visto que os residentes no interior do país carecem de conhecimentos ou de acesso à internet, ou não estão interessados, detalhou a CNNIC.
Empresas como o gigante do comércio electrónico Alibaba, fundada pelo magnata Jack Ma, tornaram-se negócios multimilionários, nos últimos anos, aproveitando o ‘boom’ da internet no país.
Só no último dia dos solteiros, que se celebra a 11 de Novembro, o Alibaba anunciou um volume de vendas total de 14,3 mil milhões de dólares.

4 Ago 2016

Nida provocou perdas de 40 milhões de euros na China

Nida, o mais intenso tufão a atingir o Sul da China nos últimos 30 anos, causou perdas económicas no valor de quase 40 milhões de euros na província de Guangdong, mas não deixou mortos. Segundo a agência oficial Xinhua, a chuva torrencial e o vento destruíram 4.860 hectares de campos agrícolas e danificaram 485 casas, obrigando à retirada de 22 mil pessoas.
Os serviços de transporte foram também afectados, com quase 300 comboios e 150 voos suspensos. O Nida, que entretanto perdeu intensidade, desloca-se agora a 20 quilómetros por hora e atravessou ontem a região autónoma chinesa de Guangxi, a oeste de Guangdong. Trata-se do mais forte tufão a atingir o sul da China desde 1983, segundo os serviços meteorológicos chineses, e obrigou a medidas extraordinárias de precaução.
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4 Ago 2016

Televisão de Zhejiang assina protocolo com Tv Cabo

A televisão de Zhejiang e a TV Cabo de Macau assinaram um protocolo de cooperação na terça-feira. A presidente da TV Cabo disse que a televisão Zhejiang é um canal muito popular no interior da China e que programas como‭ ‬o‭ ‬“Running Man” ou “The Voice of China” tiveram excelentes resultados de audiência.
Para a presidente, a cooperação não só vai corresponder às expectativas dos espectadores locais, como também reforçará o intercâmbio entre Macau e o interior da China, fazendo com que mais residentes e visitantes conheçam as características chinesas difundidas através dos programas da Zhejiang. Espera também mais colaborações entre as duas televisões.
Por outro lado, a responsável da Zhejiang afirmou que vê com grande importância o lançamento do canal em Macau e espera que consiga oferecer mais programas de boa qualidade aos espectadores e aos visitantes de Macau. A partir desta terça-feira, já se disponibiliza a televisão Zhejiang no canal 159 da TV Cabo.

4 Ago 2016

Hong Kong | Candidatos pró-independência excluídos de eleição

A comissão eleitoral de Hong Kong rejeitou seis candidaturas às eleições de Setembro para o Conselho Legislativo (LegCo) por defenderem a independência da cidade.
Entre os excluídos está Edward Leung, do grupo Hong Kong Indigenous, que ganhou projecção após as eleições intercalares de Fevereiro passado e foi desqualificado na terça-feira, noticiam ontem os meios de comunicação locais.
Nos últimos dias foram também rejeitados outros ‘localists’ – que pedem uma maior autonomia em relação à China ou mesmo a independência de Hong Kong –, incluindo Chan Ho-tin, do recém-formado Hong Kong National Party, Yeung Ke-cheong, do Democratic Progressive Party of Hong Kong, e Nakade Hitsujiko, do Nationalist Hong Kong.
Edward Leung, de 25 anos, pretendia candidatar-se a um lugar de deputado pelo círculo eleitoral de New Territories East, onde nas eleições intercalares de 28 de Fevereiro ficou em terceiro lugar, com mais de 60.000 votos (15% do total), uma votação realizada cerca de duas semanas depois de ter sido preso num protesto que terminou em confrontos com a polícia.
Segundo o jornal South China Morning Post (SCMP), 42 listas de candidatos do campo pró-democrata e de ‘localists’ que não assinaram o documento viram, não obstante, as respectivas candidaturas validadas.
Edward Leung advogou a independência de Hong Kong até à semana passada, quando foi forçado a clarificar a sua posição pela comissão eleitoral.
O Civic Party condenou a desqualificação dos seis candidatos pró-independência, afirmando tratar-se de “controlo político” e acusando a comissão eleitoral de desvio do princípio da neutralidade política, segundo o SCMP.

4 Ago 2016

UM | Descoberta “ajuda a entender” influência da Ciência Ocidental na China

Um estudo recentemente descoberto por um professor da UM pode dar um novo entendimento sobre como a Ciência Ocidental foi introduzida na China durante a Dinastia Ming. O documento foi descoberto na Biblioteca Real da Ajuda, em Lisboa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ntónio Vasconcelos de Saldanha, professor da Universidade de Macau (UM), descobriu um documento que poderá ajudar a perceber como é que Ciência Ocidental chegou à China. A recente descoberta foi anunciada durante uma conferência na Universidade de Tubingen, na Alemanha, e remete para um diário pessoal do jesuíta Sabatino Ursis.
Este padre foi um dos sucessores do Padre Matteo Ricci, geógrafo, cartógrafo e cientista renascentista italiano que esteve em Macau e que era considerado uma importante figura da corte na dinastia Ming. Sabatino Ursis trabalhou em parceria com Matteo Ricci e chegou mesmo a escrever um livro em Chinês.
O manuscrito recém descoberto reforça como Sabatino Ursis discutia já problemas práticos e questões teóricas relacionadas com a Hidrologia e a gestão hídrica na sua obra. Aliás, o mesmo já tinha publicado em Pequim, em 1612, um tratado dedicado ao tema, intitulado “Hydromethods of the Great West”. Na altura, a divulgação foi patrocinada por “importantes figuras da dinastia” Ming, como indica um comunicado da UM, tendo mesmo um prefácio de Xu Guangqi – importante figura no intercâmbio cultural – antes de ser apresentado ao imperador Wanli.
Segundo a UM, este estudo pode dar uma perspectiva mais abrangente de como os padres jesuítas influenciaram a introdução dos conhecimentos científicos ocidentais deste lado do mundo.

De Portugal para cá

Este manuscrito pertencia aos arquivos jesuítas em Macau, mas encontrava-se agora caído no esquecimento na Biblioteca Real da Ajuda, em Lisboa, onde foi redescoberto e identificado pelo professor António Vasconcelos de Saldanha.
O académico é especialista na História de Macau e da Companhia de Jesus, na China. O seu trabalho está a ser desenvolvido em associação com outros projectos de pesquisa “importantes e inovadores”, como indica a UM, sobre Ciência, Tecnologia e Medicina na dinastia Ming.
Os jesuítas são tidos como uma referência no mundo das ciências e na divulgação de artigos científicos. Existem nomes sobejamente conhecidos, como é o caso de João Rodrigues, na área da Geografia, e Manuel Dias com o estudo “Uma explicação da Esfera Celestial”, datado de 1615. H.M.

4 Ago 2016

União de Bartenders de Macau arrecada primeiro e quarto lugares em competição

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]União de Bartenders e Cocktails de Macau arrecadou este ano dois prémios numa competição asiática. O grupo conseguiu um primeiro lugar na categoria “flair” no Asia-Pacific Cocktail Championship, em Singapura, e um quarto na categoria “clássico”.
A competição aconteceu no dia 27 de Julho e ajudou a promover o nome de Macau além fronteiras. A União de Bartenders e Cocktails de Macau, que existe desde Dezembro de 2012 e conta com 130 associados – todos residentes em Macau – participa em várias competições internacionais e promove workshops na área das bebidas, “onde todos os que têm paixão por cocktails podem participar independentemente de estarem ou não ligados a esta indústria”.
Desta vez, a participação no concurso valeu-lhes o primeiro lugar na categoria “flair”. “São avaliados vários critérios, entre eles os malabarismos, a coordenação com a música e a execução do cocktail propriamente dita”, refere Bruno Santos, presidente da União, ao HM.
O vencedor foi Jonathan Villarma, bartender filipino, que trouxe para o território um troféu de cristal.

Jonathan Villarma e Edu Zamora, ao lado de Bruno Santos, trouxeram os prémios para Macau
Jonathan Villarma e Edu Zamora, ao lado de Bruno Santos, trouxeram os prémios para Macau

Já Eduardo Zamora, outro bartender das Filipinas radicado em Macau, trouxe um quarto lugar que, apesar de não receber nenhum troféu, traz “orgulho” à União de Bartenders.
A competição decorreu durante dois dias com várias provas a acontecerem nas diferentes categorias. “No primeiro dia são apurados os três finalistas da categoria ‘flair’ e logo aí percebemos que íamos à final. Na categoria ‘Clássico’, são escolhidos seis finalistas”, explica Bruno Santos, para quem este é um importante prémio que ajuda a dinamizar a profissão de bartender. “Pode [até] ser uma opção profissional para muitos jovens do Instituto de Formação Turística”, acrescenta.
Este prémio é também importante para a afirmação da entidade no circuito internacional. “Há três anos que participamos na Conferência Mundial de Bartenders como observadores, e esperemos que este ano, em Dezembro, já tenhamos outro estatuto.”
O concurso Asia-Pacific Cocktail Championship decorreu durante dois dias e contou com a participação de 26 países. Cada país pode concorrer apenas com um participante por categoria.

3 Ago 2016

Secretário acusado de “confundir” conceitos no inquérito sobre o Estoril

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado democrata Ng Kuok Cheong apontou ontem o dedo a Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, criticando o responsável por “deliberadamente confundir” a população no inquérito que fez sobre o Hotel Estoril. Na base da acusação do deputado está o uso das palavras “reconstrução” e “reaproveitamento” no inquérito de opinião, que fez “com que a base das opiniões recolhidas fosse falsa”.
Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ng Kuok Cheong disse que é aceitável Alexis Tam expressar o seu próprio ponto de vista, mas o inquérito incumbido pelo Governo começa por perguntar se a pessoa “sabe o conceito do Governo sobre o reaproveitamento do Hotel Estoril e a sua piscina”. O deputado critica que, na altura, o Executivo estava a confundir “reconstrução” e “reaproveitamento” e, depois, nos discursos de Alexis Tam este continuou deliberadamente a confundir as duas palavras.
“O inquérito que se baseia no seu próprio desejo queria obter apoios do público, não lhe apetecia a explicar o que é reaproveitamento e o que é reconstrução”, critica o deputado.
Ng Kuok Cheong explica que o “reaproveitamento” pode ser a reconstrução ou a decoração do prédio em si e a demolição será um acto mais extremo do “reaproveitamento”. “Forçar a explicação de reaproveitamento para apoiar a reconstrução foi um engano óbvio. Se não houvesse transferência de interesses dele, não deveria acontecer erro deste tipo”, atirou mesmo o deputado.
Ng Kuok Cheong diz que as opiniões recolhidas vão ser “tendenciosas” para o lado de Alexis Tam. O Secretário, recorde-se, lançou consultas públicas, colocou a questão no Conselho do Planeamento Urbanístico e pediu às associações o envio de opiniões. Mas, para Ng Kuok Cheong, Alexis Tam está apenas a insistir nos seus próprios erros, sem querer saber da opinião verdadeira e sem alguma vez ter mencionado “quais são os efeitos negativos de se manter a piscina e a fachada do Hotel Estoril”.

*por Angela Ka

3 Ago 2016

China aumenta punição por pesca ilegal nas suas águas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Supremo Tribunal Popular da China anunciou ontem o aumento das penas por pesca ilegal nas águas do país, incluindo nas áreas do Mar do Sul da China cuja soberania disputa com os países vizinhos.
A nova regulação surge três semanas depois de o Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia, ter decidido a favor das Filipinas e contra a China no caso das disputas territoriais.
A máxima instância judicial da China assinalou que chineses e estrangeiros poderão ser julgados se “praticarem caça ou pesca ilegal em águas sob jurisdição chinesa”.
O texto detalha que “aqueles que entrarem ilegalmente em águas do território chinês e recusarem sair, depois de avisados, ou que voltem a entrar, após terem sido expulsos ou multados, no último ano, serão acusados de actos criminais graves e sentenciados com até um ano de prisão, detenção ou vigilância”.
A pena aplica-se também a quem entrar ilegalmente em águas do território chinês para pescar, mesmo que não chegue a praticar aquela actividade, adverte.
Por águas sob a jurisdição da China, o documento refere-se não só às águas exteriores e mares territoriais, mas também a zonas contíguas, zonas económicas exclusivas e placas continentais, que incluem áreas que a China disputa com países vizinhos, como o Vietname, Filipinas e Malásia.
“Os tribunais vão exercer activamente a sua jurisdição nas águas territoriais da China e apoiarão os departamentos legais para que actuem na administração da lei marítima, protegerão com igualdade os direitos da China e países estrangeiros, salvaguardando a soberania territorial”, aponta a normativa.
Pequim reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940, e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas.
Face à decisão do Tribunal de Haia, a China insiste que não aceita a mediação de terceiros, apelando aos países vizinhos que adoptem pela negociação bilateral.
Na semana passada, o Ministério da Defesa chinês anunciou que vai realizar exercícios navais conjuntos no Mar do Sul da China, onde os principais focos de tensão são os arquipélagos Paracel e Spratly.

3 Ago 2016

China | Advogado de Direitos Humanos condenado com pena suspensa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]activista e advogado chinês Zhai Yanmin foi ontem condenado a três anos de prisão com quatro anos de pena suspensa por subversão.
Este foi o primeiro de uma série de quatro julgamentos que se realizam esta semana na China relacionados com a campanha do regime contra defensores de direitos humanos.
A agência oficial chinesa Xinhua, escreveu que Zhai, “residente de Pequim sem emprego”, foi considerado culpado de subverter o poder do Estado por um tribunal de Tianjin (nordeste), julgamento em que só entraram alguns meios de comunicação social autorizados pelo Governo chinês.
Segundo sentenças similares prévias contra outros oito activistas ou advogados, a de Zhai implica que não terá de ir para a prisão se não incorrer no delito de que foi considerado culpado nos próximos quatro anos.
A agência EFE descreveu que nas imediações do tribunal de Tianjun houve ontem uma forte vigilância policial, “maior, inclusive, do que em outros processos contra dissidentes ou activistas”.
As autoridades cortaram a Avenida Xiangjiang, onde se encontra o tribunal, mantendo os jornalistas a centenas de metros de distância.
Pela primeira vez em casos deste género, o julgamento foi declarado “aberto ao público”, possibilitando o acesso de alguns órgãos de comunicação às instalações judiciais.
O julgamento de Zhai faz parte de uma campanha repressiva lançada contra advogados dos Direitos Humanos, que resultou em várias detenções, entre as quais a de Zhou Shifeng, director do prestigiado escritório Shengrui, que será também julgado esta semana.
Segundo a Xinhua, os outros dois acusados que esta semana poderão receber o veredicto (Hu Shigen e Gou Hongguo) estão também acusados de “subversão”.
Trata-se de uma acusação muito grave na China, cuja pena máxima é prisão perpétua. A forte vigilância policial não evitou momentos de tensão.
Uma das cenas envolveu a chegada às imediações do tribunal de Yuan Shanshan, esposa de Xie Yanyi, um outro advogado vítima desta campanha, que se apresentou com o bebé de ambos, nascido em Março, mas que o marido ainda não viu, devido ao isolamento a que foi submetido. A polícia pressionou a mulher a deixar a zona, enquanto agentes obrigaram vários jornalistas a entrar para veículos das autoridades.
O julgamento realizou-se um dia depois de Wang Yu, outra advogada detida na sequência desta campanha, ter sido colocada em liberdade sob fiança, após ter feito uma “confissão”, em que admite ter colaborado com “forças estrangeiras”.

3 Ago 2016

Tóquio | Governadora cria comissão para JO 2020

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]nova governadora de Tóquio, Yuriko Koike, anunciou ontem a criação de uma comissão de acompanhamento da preparação dos Jogos Olímpicos de 2020, que deverá apresentar um primeiro relatório sobre o assunto em Setembro.
“É necessário verificar, de forma independente, a credibilidade de orçamentos e acompanhar todos os preparativos”, afirmou Yuriko Koike, em conferência de imprensa.
O principal objectivo da comissão, liderada pela própria Yuriko Koike, é garantir maior transparência na preparação do Jogos de 2020, algo que tem sido colocado várias vezes em causa.
“Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos vão ser um êxito”, afirmou Yuriko Koike, que no domingo se tornou a primeira mulher a assumir o cargo de governadora de Tóquio.
A preparação dos Jogos Tóquio2020 tem estado envolvida em algumas polémicas, nomeadamente no que se refere ao projecto do estádio olímpico.
Depois de perceber que o projecto inicial teria custos superiores aos inicialmente previstos, a organização decidiu abrir concurso para novos projectos, o que provocará atrasos na construção da infra-estrutura.
A principal infra-estrutura da competição só deverá estar pronta pouco antes do início dos Jogos, não podendo por isso ser testada no Mundial de râguebi de 2017, como estava inicialmente previsto.

3 Ago 2016

China “não tolera” acusações ao investimento no Reino Unido

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China “não pode tolerar” as acusações de que o seu investimento numa central nuclear no Reino Unido ameaça a segurança daquele país, afirmou na segunda-feira a imprensa oficial, após Londres ter decidido suspender o projecto.
Pequim concordou em ficar com uma participação de um terço na central nuclear a ser construída pela gigante francesa EDF em Hinkley Point C, no sudoeste da Inglaterra.
O negócio foi anunciado durante a visita oficial do Presidente chinês, Xi Jinping, ao Reino Unido em Outubro como parte da “era dourada” nas relações bilaterais, promovida pelo então primeiro-ministro britânico David Cameron e o ministro das Finanças George Osborne.
A nova administração britânica, liderada por Theresa May, anunciou, entretanto, a suspensão do projecto.

Menos dourado

A decisão “traz incertezas à ‘era dourada’ nas relações entre a China e o Reino Unido”, afirmou a agência oficial Xinhua, num comentário assinado pelo jornalista Tian Dongdong, que acrescenta que o futuro investimento chinês no país poderá ser suspenso, “a menos que aquele projecto avance”.
Apesar da tensão e aberta animosidade registadas na década de 1990 sobre a transferência da soberania de Hong Kong – e da histórica “humilhação” causada pela sempre lembrada Guerra do Ópio – o Reino Unido é hoje o principal destino do investimento chinês na Europa.
Receios de que a China “crie condições”, durante a construção, para controlar infra-estruturas chave, “são infundadas e têm um toque de ficção científica”, refere Tian.
“A China espera que um governo britânico racional tome decisões responsáveis, mas não pode tolerar qualquer acusação contra a sua vontade sincera e benigna de procurar uma cooperação de benefício mutuo”, acrescenta.
Vince Cable, antigo membro do governo britânico que trabalhou com May quando esta ocupava o cargo de ministra do Interior, afirmou à imprensa que a nova chefe do executivo britânico estava “preocupada” com o investimento chinês.
“A maioria dos países ocidentais, e certamente os EUA, adoptam uma visão geopolítica muito mais céptica e estão preocupados com a aproximação a um governo com uma ideologia muito diferente, que potencialmente trará problemas sérios no futuro”, referiu Cable.
O Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, lembrou ontem em editorial que “a ideologia não é mais um obstáculo nas relações bilaterais”, afirmando que “May não tem motivos para arrefecer as relações entre os dois países”.
Nos últimos anos, a China foi dos países que mais investiu em Portugal, comprando participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, e tornou-se também um mercado de crescente importância para as exportações portuguesas.

3 Ago 2016

SJM cria programa para parcerias com PME locais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e a Câmara do Comércio de Macau anunciaram ontem o lançamento de uma parceria com vista a apoiar as pequenas e médias empresas (PME). O “Macau SME Procurement Partnership Programme”, assim se chama, foi anunciado na segunda-feira e contou com a participação de várias entidades promotoras, bem como de representantes de PME locais. O objectivo é dinamizar e promover os negócios do território.
Chan Tze Wai, directora substituta dos Serviços de Economia, disse que as “pequenas e médias têm crescido a par da indústria do turismo e do jogo, naquilo que tem sido uma estratégia que se complementa, gerando benefícios mútuos”, algo que a responsável vê como benéfico para todos.
A parceria visa continuar a promover actividades locais com a Câmara do Comércio de Macau e apostar na promoção de actividades económicas entre o comércio local e os resorts integrados, com a SJM a frisar que vai continuar a apoiar as PME.
Angela Leong, directora-executiva da operadora, adiantou que os espaços da empresa continuam “à procura de mais negócios locais, para criar novas parcerias e apostar na qualidade da imagem de Macau”. Depois de ter criado um supermercado exclusivo para funcionários, a empresa salienta que “80% dos negócios” da operadora são feitos com PME locais.
A propósito desta ideia, Ambrose So, director-executivo da SJM, apontou a “importância de empresas e marcas que representam Macau, contribuindo para uma imagem internacional, competitiva” do território.

Concurso aberto

Bayley Sin, director de Marketing da SJM, anunciou que no dia 19 de Setembro, os representantes das PME locais poderão ter um encontro de negócios no Grand Lisboa, onde estará uma equipa especializada nesta área. Entretanto, a SJM uniu esforços com a Câmara de Comércio de Macau e o Centro de Productividade e Tecnologia para o lançamento do concurso de design de uniformes para os dealers do casino do Grand Lisboa Palace, com o objectivo de promover a indústria criativa e cultural e mostrar a importância do “made in Macau”. Todos os que tenham mais de 21 anos são convidados a participar.

3 Ago 2016

O outro italiano 製作萬國全圖的人

*por Julie O’yang

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]semana passada escrevi sobre Lang Shining, o pintor italiano ao serviço do Imperador Kangxi.
Em 2010 celebrou-se o 400º aniversário da morte do missionário jesuíta Matteo Ricci 利瑪竇. Na China este aniversário teve particular significado, devido ao tremendo impacto que a sua abordagem à cultura chinesa provocou. Mas o que é que sabe efectivamente o povo chinês sobre a vida e obra de Ricci e dos seus companheiros? 
Matteo Ricci (nascimento 6 de Out. de 1552, em Macerata, Estado do Vaticano — morte, 11 de Maio de 1610, Pequim, China) foi um missionário jesuíta italiano que introduziu a doutrina cristã no Império chinês do séc. XVI. Viveu no País durante cerca de 30 anos e foi pioneiro na tentativa de estabelecer uma ponte de entendimento entre a China e o Ocidente. Ricci aprendeu chinês e adoptou os costumes locais, o que lhe granjeou a entrada na China interior, normalmente interdita a estrangeiros.
Em Agosto de 1582 Ricci chegou a Macau vindo de Goa. Passou o resto dos seus dias na China, em Zhaoqing, Chaozhou, Nanjing e Pequim. Viveu em Pequim nos últimos anos da sua vida, de 1601 a 1610, e, ele e o seu companheiro jesuíta Diego Pantoja foram os primeiros ocidentais a penetrar nos mistérios da Cidade Proibida.
O “método de Ricci” garantiu-lhe a celebridade nos meios académicos, mas também junto do povo: de forma deliberada, alvoroçou e impressionou a China do séc. XVI com as conquistas científicas e culturais da Europa cristã, e obteve a admiração incondicional de académicos e funcionários superiores. Na sua casa em Zhaoqing tinha exposto um grande mapa do mundo, desenhado no Ocidente. Os visitantes ficavam espantados por ver a Terra representada como uma esfera e por se aperceberem que o Império chinês ocupava apenas uma parte relativamente pequena do mundo. Em resposta a diversos pedidos, Ricci traduziu o mapa para chinês. A primeira versão foi gravada e impressa em 1584. O mapa que aparece na imagem é uma das seis cópias conhecidas da terceira versão, feita por Ricci em 1602, a pedido de um cartógrafo chinês seu amigo. A versão de 1602 é a mais antiga de que se tem registo na China a representar as Américas, reflectindo os conhecimentos obtidos com as viagens dos descobridores. Ricci preencheu o mapa com elaboradas anotações em chinês, que patenteavam o estado do (des)conhecimento ocidental, à época, sobre vários países. O Nilo aparecia referido como “o maior do mundo. Corre para o mar durante sete meses. Neste País não há nuvens nem chuva durante o ano inteiro, mas os habitantes têm grandes conhecimentos de astronomia.” Sobre o Canadá, escreveu: “Os habitantes são amáveis e hospitaleiros. Fabricam o vestuário com peles de animais e dedicam-se à pesca.” O mapa também contem informação geográfica e astronómica muito precisa e sofisticada, de onde se destaca: uma dissertação sobre o formato e tamanho da Terra, uma explanação sobre a variação da duração dos dias e das noites, uma tabela com as distâncias dos diversos planetas para a Terra. Inclui ainda perspectivas polares (Norte e Sul) do globo que mostram que a Terra é redonda.
Agora aqui vai a questão central que coloco aos meus leitores. Será possível que a China tenha contribuído para a importância da obra de Ricci? Porque sem a “Cultura do Outro”, o seu legado teria sido menos grandioso, senão mesmo inexistente.

3 Ago 2016

Melco tem novo director

A Melco International anunciou ontem a nomeação de Evan Winkler como director-executivo do grupo. Winkler já iniciou funções e tem como principal responsabilidade a criação de uma “estratégia de crescimento”, como frisa um comunicado da operadora. Evan Winkler irá responder directamente a Lawrence Ho, director da empresa. O anterior envolvimento do novo director em projectos do grupo, bem como toda a sua experiência noutras companhias, foram pontos fortes a seu favor nesta tomada de decisão. “Estou confiante por ter alguém com o seu background e reputação a bordo, acredito que com a sua capacidade de liderança e trabalhando em conjunto com a equipa executiva, o Grupo Melco terá um novo peso”, diz Lawrence Ho. Winkler terá outras funções associadas, nomeadamente como membro do Comité Financeiro e do Comité Executivo.

3 Ago 2016

Wang Zhiming “gosta cada vez mais de Macau”

Wang Zhiming, o novo director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, assistiu na segunda-feira à Celebração do 89º Aniversário do Estabelecimento do Exército Popular de Libertação, naquela que foi a sua primeira actividade pública em Macau, segundo o Jornal do Cidadão. O novo director disse que começou a gostar de Macau “assim que chegou à cidade” e que “vai gostar de Macau cada vez mais.” Quando questionado sobre a actualidade de Macau, como a opinião sobre a Lei de Terras, em voga actualmente, o novo director saiu imediatamente sem responder às perguntas dos jornalistas. A entrevista demorou apenas 30 segundos, segundo a publicação chinesa, mas ficou a saber-se que Wong Zhiming precisa de mais tempo “para observar e apreciar a cidade com calma antes de escolher os seus lugares favoritos”.

3 Ago 2016

Droga | Teste escolar obrigatório não é solução, dizem agentes sociais

O sector dos assuntos sociais parece ser unânime: testes obrigatórios de despistagem de droga nas escolas pode ser mais negativo do que positivo. A solução apontada está na promoção de actividades de lazer promotoras de uma vida sem drogas, algo defendido também pelo IAS

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]estes obrigatórios ao consumo de droga nas escolas não é a resolução mais eficaz para diminuir os casos, considera o Instituto de Acção Social (IAS). O organismo diz que a solução pode ter mais efeitos negativos do que positivos e agentes sociais ouvidos pelo HM partilham da opinião.
Paul Pun, responsável da Caritas, vê como mais produtivo o investimento de tempo e recursos na prestação de serviços auxiliares do que na detecção de consumos de estupefacientes nas escolas. Ao HM, Paul Pun disse que não é adequado impulsionar o teste de drogas obrigatório nas escolas porque as instituições poderiam, ao invés disso, aproveitar o tempo para prestar formação a professores e funcionários no sentido destes detectarem sinais de consumo.
“Quando há alguém a tentar equilibrar-se ou que vá à casa de banho frequentemente, os funcionários podem, por exemplo, aproximar-se dos alunos e perguntar o que se passa”, afirma o responsável da Cáritas. “É necessária sim, uma observação cuidadosa e evitar ignorar as reacções dos alunos” para que se proceda à informação aos pais e a quem de direito, “de modo a promover um acompanhamento posterior adequado.”
O responsável considera que a realização de actividades de lazer em vez da “caça à droga” é mais eficaz porque é nestas actividades que os possíveis consumidores podem “encontrar motivações que evitem os consumos”.

Não ao rótulo

Vong Yim Mui, directora do IAS, tinha reforçado, à margem de uma actividade contra a droga, que o organismo não vai impulsionar o teste de droga obrigatório nas escolas, assunto que se levantou porque Hong Kong já promove este exame. O director-geral da Associação dos Assistentes Sociais, Ng Wan Fong, considera que é importante acompanhar a situações dos jovens. E como Macau é um território pequeno, nomeadamente quando comparado com a região vizinha, lança um alerta se o teste fosse implementado: correr-se-ia o risco de “etiquetar” e estigmatizar alunos que possam ter contacto com estupefacientes e com isso trazer efeitos mais negativos que positivos.
Ng Wan Fong revelou ainda ao HM que, embora os casos de consumo de droga pelos jovens da RAEM sejam cada vez mais “escondidos”, o teste deve ser considerado com muito cuidado. “Muitos exemplos das regiões vizinhas já nos mostraram que o teste obrigatório não tem grande efeito e por isso, a meu ver, a promoção de recursos e a maior formação do sector educativo será mais eficaz” afirma o director.

*por Angela Ka

3 Ago 2016

Presidente de Taiwan pede desculpas aos povos indígenas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, pediu ontem desculpas formais aos povos indígenas de Taiwan pelo sofrimento ao longo de séculos, sendo a primeira vez que um líder da ilha faz uma declaração desta natureza.
Tsai, a primeira presidente da ilha a ter sangue aborígene, vai dirigir pessoalmente uma comissão de inquérito sobre as injustiças do passado, no quadro dos esforços do seu governo para apaziguar as tensões com a comunidade autóctone.
“Apresento as minhas desculpas aos povos indígenas por parte do Governo, para vos transmitir as nossas mais sinceras desculpas pelos sofrimentos e pelas injustiças que têm sofrido nos últimos 400 anos”, disse Tsai num discurso.
“Devemos analisar seriamente a história e dizer a verdade”, acrescentou, sublinhando que as desculpas são “um novo passo em frente”.
Centenas de indígenas manifestaram-se em frente ao palácio presidencial de Taipé durante o fim de semana, apelando à protecção do seu direito de caça e exigindo acções concretas do Governo.
A comunidade indígena, que representa cerca de 2% dos cerca de 23 milhões de taiwaneses, viu a sua cultura tradicional afectada depois da chegada de migrantes da China há vários séculos.
As terras dos indígenas são em grande parte classificadas parques naturais, o que provoca disputas sobre a caça e pesca. O desemprego é mais elevado entre os aborígenes e os seus salários são 40% inferiores à média nacional, segundo o Conselho dos povos indígenas, um organismo público.

2 Ago 2016

Ataque à facada por “descontentamento com barulho de portas”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]homem que atacou dois outros à facada, levando à morte do mais velho, fê-lo por estar descontente com o barulho de abrir e fechar das portas na casa dos vizinhos.
O caso, que teve lugar no domingo no edifício Vai Chun do Fai Chi Kei, conheceu novos desenvolvimentos. O autor do ataque, um homem com cerca de 51 anos e de apelido Cheang, estaria alcoolizado no momento em que decidiu utilizar uma faca para desferir golpes nos dois vizinhos, um homem de 59 anos e outro de 23, pai e filho. Tanto o jovem, como o irmão mais velho são agentes da PSP. O mais jovem tentou defender o pai e o outro, que se encontrava a descansar, conseguiu parar o ataque ao irmão, que sofreu ferimentos no pescoço, cara e mãos, mas nenhum conseguiu impedir que o pai viesse a falecer, depois de entrar em coma devido aos ferimentos.
A imprensa chinesa cita depoimentos que indicam que o atacante, de apelido Cheang, “estava com olhar extremamente zangado e escondia duas facas”, quando foi bater à porta dos vizinhos supostamente para falar sobre o barulho das portas. O homem terá deixado a filha de dez anos em casa e, quando a porta do vizinho se abriu, terá lançado imediatamente o ataque. Os vizinhos indicam que Cheang é “agressivo” e que mora no local com a mulher e a filha há três anos. O homem tem atitudes “estranhas”, dizem os moradores do prédio, que os levam a “ter medo e a evitar encontrá-lo no corredor”. Uma dessas atitudes, diz o Ou Mun, seria a de gritar às janelas quando está alcoolizado. Por outro lado, a família da vítima era tida como “bastante simpática”. A mulher da vítima mortal necessitou de ser hospitalizada.
A PSP já apresentou as condolências à família dos dois agentes e assegura que vai apoiar no que for preciso. O perpetrador do ataque está detido e pode ser condenado a 25 anos de cadeia.

*por Cláudia Tang

2 Ago 2016

CPCS | Wong Kit Cheng pede limite para discussões e mais eficiência

A deputada está cansada de ter se esperar anos para chegar a uma conclusão sobre assuntos que merecem, diz, ser tratados rapidamente. Pede um prazo limite para as discussões do Conselho Permanente de Concertação Social, de forma a que se saia do lugar

[dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ong Kit Cheng não está satisfeita com o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS). A deputada critica o grupo por passar anos a discutir as mesmas questões sem chegar a qualquer conclusão.
Numa interpelação escrita, Wong Kit Cheng alerta para a necessidade de se aumentar a eficiência do CPCS no que diz respeito aos problemas discutidos na sua sede, como é o caso da revisão da Lei das Relações Laborais e como foi a questão do salário mínimo.
A deputada refere as grandes mudanças que Macau tem vindo a sofrer nestes anos e relembra que muitos sistemas jurídicos e leis têm de ser modificados conforme as situações actuais, especialmente os casos que envolvem os direitos e interesses laborais. Mas, como estes casos têm de ser discutidos primeiramente pelo CPCS e depois de um acordo é que podem ser entregues à Assembleia Legislativa (AL), essas mudanças não acontecem quando deviam. Wong Kit Cheng pede, por isso, um prazo limite para um assunto ser tema no seio do grupo.
“O Governo vai considerar criar um prazo limite para as discussões do CPCS, fazendo com que se melhore a eficiência face às modificações jurídicas que servem mais rápido as necessidades dos cidadãos e da sociedade?”, questionou.

Exemplos a gosto

A deputada fala em “atrasos bastantes graves”, que exemplifica com informações do site do CPCS: a discussão da proposta de lei sobre o Regime do Trabalho a Tempo Parcial, a da alteração da Lei das Relações de Trabalho e a da Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes, a alteração da legislação respeitante às agências de emprego e cumprimento das normas internacionais do trabalho da Convenção da ONU, entre outros, já aparecem no seu Planos de Actividades desde 2013. Dando outro exemplo, Wong Kit Cheng frisa que, desde 2013, já surgiu a discussão do aumento do montante das contribuições para o Regime da Segurança Social, algo que ainda nem sequer obteve consenso.
Wong Kit Cheng relembra que, apesar de existirem organizações de carácter consultivo, constituídas por representantes do Governo, das associações patronais e das associações de trabalhadores, o Governo é quem tem de dar o primeiro passo para eliminar a discordância. Caso contrário, refere, as opiniões divergentes vão sempre fazer com que nunca haja acordo.
“O Governo não foi capaz de realizar essa função. Como é que os responsáveis do Governo no CPCS vão esforçar-se para conseguir reduzir os desacordos?”, indagou a deputada.

* por Cláudia Tang

2 Ago 2016

Uber funde operações com rival chinês no continente

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]aplicativo de transporte Uber e o seu rival chinês Didi Chuxing vão fundir as suas operações na China, pondo fim a uma renhida competição pelo mercado da segunda maior economia mundial, avançou a agência Bloomberg.
O negócio permitirá à Uber ficar com 20% da futura empresa, detalhou a agência.
Ambas as firmas gastaram milhares de milhões de dólares com subsídios para motoristas e passageiros, e trocaram acusações mutuamente, como parte de uma campanha pelo domínio do mercado chinês.
A estrutura do acordo permitirá à Didi Chuxing controlo indiscutível.
O negócio poderá ser formalmente anunciado em breve, segundo o Wall Street Journal.
Uma mensagem posta a circular nas redes sociais chinesas e alegadamente escrita pelo presidente executivo da Uber, Travis Kalanick, diz: “Aprendi que, para obter sucesso, é preciso ouvir a tua cabeça e seguir o teu coração”.
Ambas as empresas estavam a “investir milhares de milhões de dólares na China e ambas não conseguiram ainda registar lucros”, lê-se na mensagem.
“Alcançar lucros é a única forma de construir um negócio sustentável, capaz de melhor servir os passageiros chineses, motoristas e as cidades, a longo prazo”, acrescenta.
Na semana passada, a China legalizou de forma definitiva as operações dos aplicativos de transporte, tornando-se o primeiro país a aprovar uma lei para regular este modelo de negócio.
A normativa obriga as empresas do setor a pagar impostos e proíbe-as de praticar políticas agressivas de preços, “suscetíveis de causar perturbações no mercado”, restringindo possivelmente o recurso a subsídios.
Em Maio, o gigante tecnológico norte-americano Apple investiu 1.000 milhões de dólares no Didi Chuxing, que tem uma quota de quase 90% do mercado chinês.
Como parte da fusão, a Didi Chuxing investirá mil milhões de dólares na Uber, elevando o valor da firma para 68 mil milhões de dólares, detalhou a Bloomberg.
A Uber assumiu-se, nos últimos anos, como uma das mais valiosas ‘startups’, à medida que se expandiu para 50 países, mas tem enfrentado barreiras legais e protestos das companhias tradicionais de táxi em quase todo o mundo.

2 Ago 2016

Larry So fala de restrição da liberdade de expressão em casos como o da ANM

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]sociólogo e politólogo Larry So considera que incidentes como os que aconteceram à entrada da Assembleia Legislativa na passada quarta-feira restringem a liberdade de expressão dos cidadãos, ao não permitir vozes “que dizem mal do Governo”. As declarações do ex-professor do Instituto Politécnico de Macau foram feitas ao jornal Ou Mun, em que o sociólogo adianta que a entrega da petição pela Associação Novo Macau não estava a bloquear a passagem dos deputados que se dirigiam à sessão plenária.
O caso remete para a semana passada, quando a Novo Macau foi entregar uma petição na AL. A PSP está agora a acusar a Novo Macau de desobediência por causa de uma dezena de membros do grupo ter entregue a petição sobre a doação da Fundação Macau à Universidade de Jinan, no dia em que Chui Sai On, Chefe do Executivo, se encontrava no plenário a responder a perguntas e respostas dos deputados. A Novo Macau assegura que tinha já previamente combinado com os assessores da AL para a entrega da petição quando as autoridades decidiram intervir. A PSP diz que bloquearam o caminho, a Associação diz que estava apenas a tentar entrar na AL depois da entrega da petição, quando a porta estava aberta a todos os participantes e jornalistas e depois dos funcionários do hemiciclo terem recebido o documento e cartazes com a cara de Chui Sai On caricaturada.
Na semana passada, a Novo Macau já tinha emitido uma declaração a criticar as acções da PSP, por achar que esta interveio ilegalmente na comunicação da Associação com a AL, o que levou que fossem criados obstáculos no exercício de liberdade e de democracia.
Larry So concorda. O analista diz que a reacção das forças da autoridade é considerada exagerada na medida em que até os jornalistas foram afastados pela polícia e as sessões de apitos para proceder ao afastamento dos representantes associativos foram feitas “junto aos seus ouvidos”. A atitude foi “excessiva”, diz ainda, porque não estava em causa a segurança das pessoas ou o impedimento do trabalho policial, mas houve “obstrução aos jornalistas, o que vem afectar o direito à informação”. A PSP, segundo a associação, impediu também que os jornalistas entrevistassem os membros do grupo.
A Associação Novo Macau vai ser acusada de desobediência, naquele que é o segundo caso semelhante em menos de um mês, depois de ter sido dada a conhecer a condenação da líder da Associação dos Pais dos Filhos Maiores a três meses de cadeia suspensa pela mesma razão.

*por Angela Ka

2 Ago 2016