Hoje Macau China / ÁsiaChina | Explosão deixa mais de 20 mineiros presos [dropcap]V[/dropcap]inte e dois mineiros ficaram presos numa mina de carvão na província de Shandong, no leste da China, na sequência de uma explosão que causou a liberação de uma rocha, informaram hoje as autoridades locais. O acidente ocorreu por volta da meia-noite num mina localizada no distrito de Yuncheng daquela província. As autoridades locais indicaram que o sistema de ventilação da mina voltou a funcionar após o acidente e que a operação de resgate está em curso. No início de Agosto, 13 mineiros morreram em resultado de uma explosão numa mina no sul da China. As minas chinesas, especialmente as de carvão – a principal fonte de energia país -, estão entre as mais perigosas do mundo, embora nos últimos anos se tenha verificado um significativo decréscimo no número de mortes. Em 2017, apenas nas minas de carvão chinesas foram registados 219 acidentes que causaram 375 mortos, um decréscimo de 28,7% cento em relação a 2016 e quase 20 vezes menos do que no início da década passada, quando se verificavam sete mil mortes todos os anos.
Hoje Macau PolíticaVisita MNE | Portugal e China ultimam acordo sobre infra-estruturas [dropcap]P[/dropcap]ortugal e a China estão a ultimar um memorando de entendimento no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, centrada no investimento de infra-estruturas, anunciou em Macau o ministro dos Negócios Estrangeiros português. Augusto Santos Silva não adiantou se este memorando pode vir a ser assinado durante a visita oficial do Presidente chinês Xi Jinping a Portugal, anunciada para 4 e 5 de Dezembro, sendo que mais de três dezenas de Estados já assinaram acordos de cooperação relevantes com a China no quadro deste projecto. Em Macau, onde realiza uma visita oficial, o governante sublinhou o interesse de Portugal em contribuir na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, proposta em 2013 pelo Presidente chinês e que tem como objectivo reforçar as ligações e dinamizar o comércio entre várias economias da Ásia, do Médio Oriente, da Europa e de África, através do investimento em infraestruturas. Santos Silva destacou a importância do porto de Sines, que considera estratégico do ponto de vista de ligação aos continentes africano, americano e da conectividade euro-asiática, num momento em que o Governo português se prepara para lançar um concurso internacional que garanta o alargamento do terminal de contentores, actualmente gerido por uma empresa de Singapura. “É um porto de águas profundas, o porto europeu mais perto do Canal do Panamá, com uma mais-valia logística já que permite o ‘transshipment’, uma operação que permite poupar muito tempo e custos, que tem crescido a uma taxa muito interessante”, acrescentou. As importações intermediadas pelos portos comerciais do Continente português atingiram em 2017 um valor recorde, destacando-se o contributo do porto de Sines, com uma quota de 56,1%, e registando uma evolução média anual de 9,4% nos últimos cinco anos. As declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros foram realizadas numa conferência de imprensa no Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, após uma reunião entre empresários e conselheiros da comunidade portuguesa.
Hoje Macau PolíticaVisita MNE | Marcelo Rebelo de Sousa visitará China em breve [dropcap]O[/dropcap]ministro Augusto Santos Silva indicou que a visita de Xi Jinping a Portugal vai ter lugar a 4 e 5 de Dezembro e que o Presidente da República vai “retribuir brevemente” a deslocação do líder chinês com uma visita de Estado à China. As declarações de Santos Silva foram realizadas no final da 5.ª Reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, que decorreu na sede do Governo de Macau, numa conferência de imprensa na qual só foi permitido colocar uma questão ao ministro, que chefiou a delegação portuguesa, e ao chefe do executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Chui Sai On. Nos últimos anos tem-se verificado “uma intensidade no relacionamento político e diplomático”, sublinhou o governante português. “Esperamos ansiosamente a visita de Estado do Presidente chinês Xi Jinping a 4 e 5 de Dezembro”, acrescentou. Augusto Santos Silva adiantou ainda que o Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, vai estar em Novembro na China. O ministro dos Negócios Estrangeiros chefia uma delegação numa visita oficial à China que teve início na sexta-feira e termina no domingo. A delegação inclui o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, o embaixador de Portugal em Pequim, José Augusto Duarte, o director-geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Pedro Costa Pereira, e o presidente do conselho de administração da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Luís Castro Henriques. Ontem Santos Silva co-presidiu à 5.ª Reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, para analisar os resultados das relações bilaterais e perspectivar o aprofundamento da colaboração entre a RAEM e Portugal.
Hoje Macau PolíticaVisita MNE | Portugal e Macau cooperam em cinco áreas [dropcap]O[/dropcap]ministro dos Negócios Estrangeiros português anunciou um acordo com as autoridades de Macau sobre cinco projectos comuns de cooperação entre aquele território e Portugal nas áreas de economia, educação, ciência e tecnologia. Os cinco projectos, “muito concretos”, no “âmbito de uma agenda de colaboração” prendem-se, adiantou Augusto Santos Silva, com a cooperação na área da defesa dos consumidores, “na intensificação da presença de empresas portuguesas em Macau”, na criação de um fundo comum destinado a apoiar projectos na área da ciência e tecnologia (a lançar até ao final do ano), no âmbito da mobilidade no ensino superior, no reconhecimento recíproco de graus académicos. As declarações de Santos Silva foram realizadas no final da 5.ª Reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, que decorreu na sede do Governo de Macau, numa conferência de imprensa na qual só foi permitido colocar uma questão ao ministro, que chefiou a delegação portuguesa, e ao Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Chui Sai On. O governante encontra-se no segundo dia de uma visita oficial a Macau, a chefiar uma delegação que inclui o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, o embaixador de Portugal em Pequim, José Augusto Duarte, o director-geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Pedro Costa Pereira, e o presidente do conselho de administração da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Luís Castro Henriques. Santos Silva destacou “a colaboração de trabalho conjunto entre duas entidades que se conhecem muito bem historicamente”, um facto que tem permitido, explicou, potenciar as relações económicas com Portugal e com os países de língua portuguesa. Em Macau o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que Lisboa e Pequim “comungam” de uma mesma “agenda multilateral, (…) do Direito internacional e do desenvolvimento sustentável”, que ambos os países “combatem o proteccionismo” e partilham da mesma visão sobre as alterações climáticas, um “grande desafio para a humanidade”. O chefe do Governo de Macau, por seu lado, salientou “os amplos consensos alcançados” na reunião sobre “planos futuros de cooperação prioritários”, em especial na área da educação e da economia. Santos Silva e Chui sai On copresidiram à 5.ª Reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, para analisar os resultados das relações bilaterais e perspectivar o aprofundamento da colaboração entre a RAEM e Portugal. A Comissão Mista Macau-Portugal foi estabelecida pelo Acordo Quadro de Cooperação entre a RAEM e Portugal. A última reunião tinha tido lugar em Portugal, em 2016.
Hoje Macau PolíticaJogo | Lionel Leong tranquilo com concorrência regional [dropcap]O[/dropcap]secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, desvaloriza a concorrência regional na área do jogo, deixando entender que esse factor não deverá ser determinante no processo de atribuição de concessões uma vez terminadas as actuais, de acordo com o canal de rádio da TDM. Em declarações à margem da abertura da Feira Internacional de Macau, explicou que o Governo ainda estuda o processo, mas adiantou que não está preocupado com a concorrência: “Ainda estamos a acompanhar a situação. Temos visto que alguns países estão a tentar desenvolver o sector do jogo, mas não creio que isto seja uma concorrência para Macau. Acho que as operadoras em funcionamento têm de, continuamente, melhorar os seus serviços para poderem ser mais competitivas”, cita a mesma fonte. Na região Ásia-Pacífico, são vários os países com casinos ou legislação que legaliza esta actividade, incluindo Singapura, Filipinas, Vietname, Camboja e, mais recentemente, Coreia do Sul e Japão. Aos jornalistas, Lionel Leong garantiu ainda que o próximo orçamento vai ter em conta a “melhoria da vida da população” e as “despesas necessárias para podermos ter uma melhor preparação para o futuro”. Ponte do bem Relativamente às consequências da abertura da ponte que liga Macau, Zhuhai e Hong Kong, o secretário salientou ainda que o território só terá a beneficiar com a abertura da ponte que vai ligar o território a Zhuhai e a Hong Kong. O governante defendeu que a nova infra-estrutura é vital para a concretização do projecto de integração regional de Macau e Hong Kong na província de Guangdong, a Grande Baía. Segundo Lionel Leong, a nova ponte sobre o Delta do Rio das Pérolas “só vai trazer muito boas influências para Macau, porque propiciará o desenvolvimento do projecto Grande Baía. Com a circulação de veículos podemos ter um maior fluxo de mercadorias e pessoas e haverá também uma maior facilidade no acesso às fronteiras. Para a economia, será uma boa oportunidade”, cita a rádio Macau.
Hoje Macau DesportoMoto2 | Miguel Oliveira quer “lutar pela vitória” no Japão [dropcap]O[/dropcap]piloto português Miguel Oliveira pretende “lutar pela vitória” no Grande Prémio do Japão de Moto2, que se disputa no domingo, e recuperar terreno na luta pelo título mundial de motociclismo de velocidade da classe intermédia. O piloto português da KTM acredita que “é possível fazer um bom trabalho” no circuito de Motegi, de que gosta “bastante” e onde já subiu ao pódio, em 2015, na corrida de Moto3. “Na Tailândia foi-me impossível recuperar distância para o Peco [Francesco Bagnaia], mas apesar de tudo foi um excelente resultado. Após a corrida tirei uns dias para descansar e preparar-me para Motegi”, disse o piloto português, em declarações divulgadas pela equipa KTM Ajo. Oliveira chega ao Japão com 28 pontos de desvantagem para o líder do campeonato, o italiano Francesco Bagnaia, que venceu a prova tailandesa, dispondo apenas de quatro provas para recuperar o atraso até ao fim do campeonato, no Grande Prémio da Comunidade Valenciana. “O meu objectivo continua a ser o de lutar por pódios e vitórias até Valência. Confio na minha equipa e na KTM para poder lutar por estes resultados. Mas, neste momento, estamos concentrados em extrair todo o nosso potencial e em fazer um bom trabalho no Japão”, concluiu o piloto de Almada. O Grande Prémio do Japão de Moto2 é a 16.ª prova do Mundial motociclismo de velocidade. No ano passado, Miguel Oliveira terminou em sétimo a corrida disputada no circuito de Motegi, marcada pela chuva. • MAIS INFORMAÇÕES AQUI
Hoje Macau China / ÁsiaFórum Económico Mundial | China é o país mais competitivo do BRICS [dropcap]D[/dropcap]o grupo BRICS, a China é o país mais competitivo, seguido pela Federação Russa, de acordo com o Relatório de Competitividade Global 2018, conduzido pelo Fórum Económico Mundial. Com um total de 98 indicadores para avaliar a produtividade e a competitividade em 140 países e regiões do mundo, cada indicador varia de 0 a 100 para demonstrar o progresso actual e a distância real de uma economia. A China ocupa o 28º lugar, com uma pontuação de 72,6, segundo o relatório. É de destacar também a capacidade de inovação chinesa, que ocupa o 24º lugar na tabela mundial. O gigante asiático, que conta com o crescimento mais rápido no mundo, actua como um dos principais contribuintes para a região Ásia-Pacífico leste, a qual representou cerca de um terço do crescimento global em 2017. A China ocupa também o primeiro lugar em termos da escala de mercado, com base na paridade de poder de compra per capita, segundo o relatório. Os Estados Unidos são a nação mais competitiva do mundo pela primeira vez em uma década, seguidos por Singapura e pela Alemanha. A Suíça, que encabeçou a lista no ano passado, ocupa agora o quarto lugar. Quase 90% dos primeiros 30 lugares são economias desenvolvidas na Ásia e na Europa.
Hoje Macau EventosOktoberfest | Festa da cerveja no MGM Cotai até 29 deste mês [dropcap]A[/dropcap]edição de 2018 do festival Oktoberfest arrancou ontem. A novidade deste ano é realizar-se pela primeira vez no MGM Cotai, depois de nos anos anteriores o MGM Macau ter recebido o evento. O festival da cerveja, inspirado na tradição da região da Bavária, na Alemanha, estreia também a realização de um dia totalmente focado nas empresas, que acontece amanhã, em que os patrões são convidados a levar os seus empregados para a mesa. O festival vai decorrer até 29 de Outubro.
Hoje Macau SociedadeEmpresas de Macau e Zhuhai esperam mais negócios com abertura de mega ponte [dropcap]R[/dropcap]esponsáveis de pequenas e médias empresas de Macau e da cidade chinesa de Zhuhai disseram hoje à Lusa que esperam garantir mais negócios com a abertura da maior travessia marítima do mundo que vai ligar os dois territórios e Hong Kong. Com a abertura agendada para terça-feira, a ponte é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing). “Vai ser mais fácil para nós em termos logísticos, tanto na relação com Hong Kong como com a China [continental]”, defendeu a responsável pela Refresh Moment, Joyce Fong. “Esperamos mais negócios e oportunidades quando a ponte abrir”, indicou a proprietária da empresa de Macau, até porque “vai ser possível ir mais vezes lá porque fica tudo mais perto”, sobretudo Hong Kong para onde estão a tentar expandir a atividade. Já a responsável pela San Meng, uma empresa de tecnologia de Macau no setor turístico e cultural, destacou que “vai ser mais fácil e mais rápido” chegar ao mercado também de Hong Kong, o que considerou ser vital para o crescimento da companhia. Phoenix Wong disse acreditar que, com a nova ponte, Macau será um dos territórios mais beneficiados, em especial na capacidade de atração de turistas para aquele território que é já considerado a capital mundial do jogo. Do lado da China continental, mais propriamente da cidade de Zhuhai, o proprietário da Hengoin Finantial Investment Group destacou “a grande importância da infraestrutura”. “Mais dinheiro, pessoas e produtos na Grande Baía” vão, por sua vez, criar a oportunidade de “desenvolver grandes companhias e mais oportunidades para uma maior cooperação”, argumentou o empresário. Já o coordenador de Comunicação e Marketing do Instituto Internacional de Macau, António Monteiro, disse à agência Lusa que era crucial ser realizado um esforço por parte das autoridades “em apostar na promoção” de um projeto, como é o caso da Grande Baía, sobretudo quando pode estar em causa uma oportunidade para eventuais investidores lusófonos. A ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau vai abrir na próxima terça-feira numa cerimónia em Zhuhai, cidade adjacente a Macau. As autoridades de Hong Kong, Macau e Zhuhai realizaram, no final do mês passado, três dias de testes na ponte, cujos resultados foram enviados para Pequim e determinaram a data da inauguração. A estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros. A construção começou em 2011 e previa-se a abertura para 2016, mas vários problemas, como acidentes de trabalho, uma investigação de corrupção, obstáculos técnicos e derrapagens orçamentais obrigaram a um adiamento da inauguração.
Hoje Macau DesportoJosé-Filipe Lima segue em 31.º lugar no Foshan Open de golfe [dropcap]O[/dropcap] golfista português José-Filipe Lima segue na 31.ª posição do Foshan Open, prova do Challenge Tour que se está a disputar na China, depois de ter marcado hoje 69 pancadas (três abaixo do par). Lima, que segue empatado com 10 jogadores, entregou um cartão com cinco ‘birdies’ (uma pancada abaixo do par) e dois ‘bogeys’ (uma acima). Pedro Figueiredo integra o grupo dos classificados no 42.º lugar, depois de ter totalizado 70 pancadas (duas abaixo do par), com cinco ‘birdies’ e três ‘bogeys’. O torneio é liderado pelo inglês Jack Singh Brar, que fechou a primeira volta com 63 pancadas, nove abaixo do par.
Hoje Macau China / ÁsiaCerca de seis mil pessoas retiradas após deslizamento de terra no Tibete [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]erca de 6.000 pessoas foram retiradas de suas casas após um deslizamento de terra no Tibete que bloqueou o fluxo de um dos principais rios da região, revelaram hoje os serviços de emergência da China. Um lago de barreira foi formado em Yarlung Tsangpo, a nascente do rio Brahmaputra, na Índia, após o desmoronamento de um penhasco no vale através do qual o rio corre, informou a agência local de resposta a emergências, num relatório divulgado pelos media estatais. Não foram registadas vítimas até agora e o serviço de emergências disse que a China tem mantido a Índia atualizada sobre o bloqueio, que poderia afetar os níveis de água nas regiões mais baixas. O deslizamento de terra ocorreu perto de uma aldeia no condado de Menling e a água no lago subiu para uma altura de 40 metros, informaram os serviços. Com seus picos e glaciares imponentes, o Tibete é a fonte de inúmeros rios asiáticos, aumentando a influência estratégica da China sobre seus vizinhos do sul. O rápido aumento das temperaturas fez com que estes glaciares derretessem a um ritmo crescente, lançando uma sombra sobre os recursos hídricos futuros para a China e outras nações asiáticas.
Hoje Macau DesportoProcurador-geral do Irão diz que não vai permitir entrada de mulheres em estádios [dropcap]O[/dropcap] procurador-geral do Irão, Mohammad Jafar Montazeri, disse que não vai permitir que mulheres vejam jogos de futebol de equipas masculinas nos estádios, algo que considera “pecado”, noticiou a agência iraniana Mehr. A reação surgiu na sequência de uma autorização excecional dada na terça-feira a cerca de uma centena de mulheres, nomeadamente a equipa de futebol feminino e familiares dos jogadores, que assistiram ao Irão-Bolívia no estádio, jogo que a equipa iraniana, orientada pelo português Carlos Queiroz, venceu por 2-1. “Discordo da presença daquelas mulheres no estádio Azadi ontem [terça-feira]. Este é um estado islâmico, somos muçulmanos”, referiu o procurador-geral. O grupo escolhido para assistir ao particular era restringido a familiares e atletas, mas conseguiu, ainda assim, ser o primeiro a assistir no estádio a um jogo masculino desde 1981, depois da revolução islâmica, dois anos antes, o ter proibido. Montazeri ameaça agir contra quem procurar novas autorizações no futuro, uma vez que “a presença de uma mulher no estádio, a ver homens semi-nus em roupas desportivas, encaminha ao pecado”. O presidente iraniano Hassan Rohani já afirmou várias vezes ser favorável à presença de mulheres nos estádios, mas enfrenta forte oposição, com as declarações de Montazer a irem contra as pretensões de permitir a entrada no jogo entre o Persepolis e o Al-Sadd, no dia 23 de outubro, para a meia-final da Liga dos Campeões asiática. Segundo a agência Mehr, o procurador-geral disse que pretende pedir ao procurador de Teerão para agir judicialmente se o pedido for levantado.
Hoje Macau China / ÁsiaTesla vai construir em Xangai a primeira fábrica fora dos EUA [dropcap]A[/dropcap] fabricante norte-americana de carros elétricos Tesla revelou que vai construir a sua primeira fábrica em Xangai, na China, a primeira fora dos Estados Unidos, numa altura de crescentes disputas comerciais entre Washington e Pequim. O grupo, que tem sede no estado norte-americano da Califórnia, assinou um acordo para a transferência dos terrenos onde vai ser construída a fábrica. As novas instalações foram anunciadas em Julho passado, depois de Pequim ter-se comprometido a eliminar os limites de propriedade para fabricantes de veículos eléctricos, e a Tesla manteve os planos, apesar das crescentes disputas comerciais entre EUA e China, motivadas pelas ambições chinesas para o sector tecnológico. O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas do país asiático. Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, nomeadamente o plano “Made in China 2025”, que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos. Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. A China é o maior mercado automóvel do mundo e o segundo maior para a Tesla, a seguir aos EUA. General Motors, Volkswagen ou Nissan são outros grandes fabricantes de automóveis que estão a investir milhares de milhões de dólares no fabrico de veículos elétricos na China. A produção local elimina os riscos do aumento de taxas alfandegárias e outras barreiras às importações. “É um importante marco para o que será o nosso próximo local de fabrico desenvolvido de forma sustentável e sofisticado”, afirmou o vice-presidente da Tesla Robin Ren, em comunicado. A Tesla afirmou antes que a produção em Xangai vai arrancar dentro de dois a três anos após concluída a construção da fábrica e, eventualmente, aumentar para 500.000 veículos por ano.
Hoje Macau EventosArtista José de Guimarães expõe obras de influência africana no Japão [dropcap]A[/dropcap] exposição “José de Guimarães e África”, com obras originais do artista em diálogo com peças da coleção pessoal de arte africana, vai ser inaugurada no sábado, no Japão, anunciou a galeria do artista. De acordo com a Galeria Quadrado Azul, a exposição decorrerá no Ichihara Lakeside Museum, na província de Chiba, no Japão, até 13 de janeiro de 2019. A exposição reunirá obras originais do artista, criadas em vários períodos, em diálogo com diversas peças da sua coleção africana, das etnias Fang e Kota. Esta exposição também comemora os 25 anos da colaboração do artista com a Art Front Gallery, de Tóquio, através de vários projetos de arte pública, nomeadamente Faret Tachikawa, Daikanyama Address, Kushiro Civic Core, Biblioteca Municipal de Miyagi, Tsumari Art Triennale e Setouchi Triennale. O artista, de 78 anos, cuja vida e obra é marcada por viagens pela Ásia, a África e a América Latina, reuniu ao longo de décadas uma vasta coleção sobretudo de arte africana e asiática. Para celebrar a abertura desta exposição no sábado, José de Guimarães fará uma palestra, seguida de um simpósio “Por que a arte africana atrai artistas?” com o professor Ichiro Majima, antropólogo, e Fram Kitagawa, presidente da Art Front Gallery. Em conjunto com a exposição, será publicado o livro “Empty” pela Gendaikikakushitsu Publishers. Inspirado na arte de José de Guimarães, Shuntaro Tanikawa, um dos maiores e mais populares poetas do Japão, segundo a galeria, escreveu um texto sobre a génese humana, para o qual José de Guimarães contribuiu com desenhos.
Hoje Macau Eventos“Torto Arado” do escritor brasileiro Itamar Vieira Junior vence Prémio LeYa de Literatura [dropcap]”T[/dropcap]orto Arado”, do escritor brasileiro Itamar Vieira Junior, é o romance vencedor do Prémio LeYa de Literatura, no valor monetário de 100 mil euros, com edição prevista pelo grupo editorial, anunciou hoje Manuel Alegre, que presidiu ao júri. O Prémio LeYa de Literatura é o maior galardão para uma obra inédita escrita em língua portuguesa, e o júri desta 10.ª edição, contou com os novos membros, a escritora angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, que substituíram o escritor angolano Pepetela e os professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves, que saíram. Além do escritor Manuel Alegre, que mantém a presidência do júri desde o início, continuam também a fazer parte Lourenço do Rosário, professor de Letras e ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, e o escritor e poeta Nuno Júdice. O júri reuniu-se na terça-feira e hoje na sede do grupo LeYa, em Alfragide, no concelho da Amadora, nos arredores de Lisboa. Ao galardão candidataram-se, este ano, 348 originais provenientes de 13 países, a maioria, de Portugal e Brasil, embora tenham chegado “obras de países tão diversos como Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, China ou até mesmo da Islândia”, segundo o grupo editorial. No ano passado, o vencedor foi o romance “Os Loucos da Rua Mazur”, de João Pinto Coelho. O galardão foi atribuído pela primeira vez em 2008, ao brasileiro Murilo Carvalho, pelo romance “O Rastro do Jaguar”, e por duas vezes não teve vencedor – em 2010 e em 2016 -, dada a qualidade dos originais a concurso, segundo justificou então o júri. “O Olho de Hertzog”, de João Paulo Borges Coelho, venceu o prémio em 2009, “O Teu Rosto Será o Ultimo”, de João Ricardo Pedro, em 2011, “Debaixo de Algum Céu”, de Nuno Camarneiro, foi o vencedor em 2012, ao qual se sucedeu “Uma Outra Voz”, de Gabriela Ruivo Trindade, em 2013. Em 2014 venceu o romance “O Meu Irmão”, de Afonso Reis Cabral, e, em 2015, “O Coro dos Defuntos”, de António Tavares.
Hoje Macau SociedadeAssédio sexual | Alexis Tam aplaude grupo recém-criado por associação de estudantes [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura aplaudiu, na terça-feira, a iniciativa da Associação de Estudantes Chong Wa que criou, na semana passada, um grupo para ajudar na prevenção dos casos de assédio sexual. Alexis Tam evitou, porém, tecer comentários sobre a proposta defendida pelo recém-criado grupo para que o crime de importunação sexual passe a ser tipificado como público, em vez de semipúblico, de modo a não ficar dependente da apresentação de queixa por parte da vítima. “Não posso pronunciar-me. Os meus assessores jurídicos vão analisar o assunto, porque está ligado a muitos serviços. Acho que é melhor os Serviços dos Assuntos de Justiça pronunciarem-se”, afirmou, em declarações reproduzidas pela Rádio Macau. Recentemente vieram a público novas denúncias de abuso sexual, alegadamente praticados por um instrutor de música, de 78 anos. Um dos casos diz respeito a duas irmãs, de 8 e 9 anos, reportado pela mãe das alegadas vítimas à Polícia Judiciária (PJ) que, entretanto, o reencaminhou para o Ministério Público. Após ter estalado o caso, que terá ocorrido durante actividades recreativas no Verão, uma jovem denunciou nas redes sociais ter também sido vítima de abusos sexuais por parte do mesmo homem há oito anos. Essa jovem, que não participou a ocorrência à PJ, alegou ter dado conta do episódio a um assistente social em 2016 que, por sua vez, o terá supostamente comunicado à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). Em conferência de imprensa, no dia seguinte à publicação da denúncia , a DSEJ garantiu desconhecer por completo o caso. A Associação de Estudantes Chong Wa indicou, no final da semana passada, ter acompanhado um total de oito denúncias de assédio sexual desde o início do ano, contra dez em 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim diz que campos de reeducação em Xinjiang servem para “treinos vocacionais” [dropcap]O[/dropcap]governador da região de Xinjiang, extremo noroeste da China, descreveu terça-feira o internamento massivo de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure como um “sistema de formação” que “salva” do extremismo religioso. Shohrat Zakir admitiu que foi criado um “modelo” que ensina a “língua comum do país, conhecimentos legais e competências profissionais”, e salva os que foram enganados pelo extremismo religioso. As autoridades do Xinjiang transformaram, nos últimos anos, a região num estado policial, através de uma campanha repressiva, que foi reforçada a partir de 2016, quando o secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete. Numa rara admissão pelas autoridades chinesas da detenção extrajudicial de uigures, Zakir afirmou que os centros são destinados a pessoas “influenciadas pelo terrorismo e extremismo, mas apenas suspeitos de delitos menores, que podem assim ser isentos de repressão penal”. A Comissão Executiva para a China do Congresso dos Estados Unidos e organizações não-governamentais denunciaram já o “internamento massivo e arbitrário de até um milhão ou mais de uigures” em campos onde são forçados a criticar o islão e a própria cultura, a aprender mandarim e a jurar lealdade ao PCC. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Zakir não menciona detenções, mas admite que as instituições mantêm agentes de segurança à entrada. Estilos de vida As declarações de Zakir ilustram a visão de Pequim, na qual grupos étnicos da Ásia Central que habitam Xinjiang devem ser submetidos a uma intensa assimilação da língua, cultura e história da China, e pressionados a adoptar o que o PCC considera um estilo de vida moderno e civilizado. Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional. Zakir afirmou que os “formandos” participam em actividades culturais e desportivas e que a formação coloca-os no caminho de uma “vida moderna” e torna-os “confiantes no futuro”. Na semana passada, a China criou uma nova lei que permite o uso de centros para “educar e transformar pessoas influenciadas pelo extremismo” religioso. Os esforços de Pequim para legitimar as medidas no Xinjiang surgem numa altura de crescente pressão internacional. No mês passado, a Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que a região devia permitir a entrada de observadores internacionais.
Hoje Macau EventosPatrimónio | Mais de 100 voluntários aderiram à iniciativa “Open House Macau” [dropcap]A[/dropcap] iniciativa mundial “Open House”, que acontece pela primeira vez em Macau, recebeu inscrições de mais de 100 voluntários nos últimos dois meses, anunciou a organização. Esta revelou estar “satisfeita” com o resultado, estando a trabalhar com um “grupo talentoso e diversificado de voluntários com diferentes experiências e nacionalidades”, sendo que 40 por cento deles são alunos. “Todos eles estão dispostos a levar os visitantes a descobrir a história da arquitectura de Macau que está por descobrir”, lê-se num comunicado. O “Open House Macau” é uma iniciativa organizada em parceria com o CURB – Centro para a Arquitectura e Urbanismo, fundado pelo arquitecto e professor universitário Nuno Soares. Este afirmou que “o número de inscrições para o voluntariado na Open House Macau definitivamente excedeu as nossas expectativas e também estamos surpreendidos pela diversidade de experiências dos inscritos. Isto mostra o compromisso e interesse da comunidade em termos da arquitectura e património”. O evento acontece entre os dias 10 e 11 de Novembro, estando programadas visitas a 50 edifícios, tal como a Escola Portuguesa de Macau, da autoria do arquitecto Chorão Ramalho, entre outros. A.S.S.
Hoje Macau China / ÁsiaAeroporto chinês automatiza ‘check-in’ através de reconhecimento facial O registo dos passageiros num dos aeroportos de Xangai, capital económica da China, pode a partir de hoje ser feito através de reconhecimento facial, ilustrando a ambição de Pequim em alargar aquela tecnologia a todos os sectores. Segundo um comunicado da Administração da Aviação Civil da China, o Aeroporto Internacional de Hongqiao instalou terminais de reconhecimento facial para ‘check-in’ dos passageiros e bagagens de porão, controlo de segurança e embarque. O mesmo sistema deve ser implementado em breve nos aeroportos de Pequim e na cidade de Nanyang, província de Henan, centro do país, detalhou o mesmo comunicado. Vários aeroportos na China usam já sistemas de reconhecimento facial para acelerar as verificações de segurança, mas o sistema implementado em Xangai é “completamente automatizado”, lê-se naquela nota. A tecnologia está disponível apenas para titulares do passaporte chinês. Em toda a China, o reconhecimento facial está a ser implementado na vida quotidiana, incluindo para dar entrada em hotéis, fazer pagamentos em restaurantes ou detetar a reação dos estudantes nas salas de aula. A polícia chinesa usou já aquele sistema para identificar pessoas em locais públicos e apanhar criminosos em flagrante, e está a desenvolver um sistema nacional integrado de monitorização através dos dados recolhidos através daquela tecnologia. Mas a crescente comodidade poderá ter custos, à medida que o Estado chinês usa os meios digitais para aprimorar o seu caráter policial. “As autoridades estão a usar dados biométricos e a inteligência artificial para registarem e rastrearem pessoas por motivos de controlo social”, afirmou Maya Wang, investigadora para a China da organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch. “Estamos preocupados com a crescente integração e uso de tecnologias de reconhecimento facial em todo o país, porque fornece cada vez mais dados, que servem para as autoridades monitorizarem os cidadãos”.
Hoje Macau EventosMIF 2018 | Desfile de moda com criadores locais acontece este sábado [dropcap]C[/dropcap]hama-se “Moda. Momento de Encontro – Desfile dos Trabalhos de Moda” e é o evento que vai mostrar os trabalhos dos designers de Macau e que acontece no próximo sábado, dia 20, pelas 14h30, inserido na edição deste ano da Feira Internacional de Macau (MIF). O desfile irá mostrar as peças produzidas com o apoio dos subsídios atribuídos pelo Instituto Cultural, onde um total de 64 conjuntos de vestuário serão exibidos, incluindo “roupas masculinas elegantes, roupas femininas casuais, vestidos de alta-costura para mulheres e roupas para toda a família”. Os designers que vão mostrar as suas colecções são Leng Carmen, Cheang Man Cheng e Mac Chi Lon (equipa), Tam Chi Kit, Wai Chin Seong, Siu David, Cheang Chi Tat, Lo Ka Heng e Choi Wai Leng (equipa), Wong Ha e Cheong Kuan Peng (equipa). De acordo com um comunicado, o IC “espera, através deste desfile, possibilitar aos designers de moda locais acumular experiência com exposições, exibir e promover ao público local e estrangeiro os últimos trabalhos dos designers de moda do território”.
Hoje Macau SociedadeMIF 2018 | Marcas de design portugueses presentes na Feira Internacional de Macau [dropcap]A[/dropcap] plataforma Munhub, um projecto dos designers de Macau Manuel Correia da Silva e Clara Brito, fundadores da marca Lines Lab, vai estar presente na edição deste ano da Feira Internacional de Macau, no espaço PLPEX 2018 – Exposição de Produtos e Serviços os Países de Língua Portuguesa. A exposição estará patente até ao próximo sábado. No Venetian vão estar expostos produtos de dez marcas portuguesas ligadas ao sector da moda e produção têxtil, como é o caso da Burel Mountain Originals, a Pecegueiro & F.os, a Manifesto Moda, a aforestdesign e a Näz, entre outras. No caso da Burel Mountain Originals, trata-se de uma marca criada no coração da Serra da Estrela que aproveitou o Burel, uma lã produzida na região e há muito esquecida no que diz respeito à sua utilidade. Hoje a marca produz não apenas peças de vestuário e calçado como também artigos de decoração e mobiliário. Na sua página oficial no Facebook, os fundadores da plataforma Munhub afirmam que “a PLPEX é uma plataforma de oportunidades de negócios entre a China e os Países de Língua Portuguesa, focada no Delta do Rio das Pérolas”. A.S.S.
Hoje Macau EventosEscritor António Lobo Antunes diz-se “um cidadão comum” e “grato” pelas distinções que recebe [dropcap]O[/dropcap] escritor António Lobo Antunes, em vésperas de receber o Prémio Bottari Lattes Grinzane e de inaugurar uma cátedra com o seu nome na Universidade de Milão, disse que se considera um “cidadão comum sem qualquer importância”, “grato” por estas distinções. Lobo Antunes, de 76 anos, que publicou recentemente um novo romance, “A última porta antes da noite”, recebe, no sábado, o Prémio Bottari Lattes Grinzane, em Monchiero, no norte de Itália, e vai inaugurar, na segunda-feira, uma cátedra com o seu nome, na Universidade de Milão. Em entrevista à agência Lusa, o autor referiu-se ao Prémio Grinzane, cujo júri é constituído por intelectuais, professores universitários, jornalistas culturais e escritores, como “uma generosidade” e “uma prova de consideração pela nossa língua”. A “jornada italiana” começa na sexta-feira ao meio da manhã, em Monchiero, nos arredores de Turim, na região italiana do Piemonte, com uma conferência de imprensa, apresentando o escritor, à tarde, no Teatro Social de Alba, a sua “Lectio Magistralis” (“Lição Magistral”, em tradução livre). No sábado à tarde, no castelo Grinzane Cavour, que faz parte da lista do Património Mundial da UNESCO, António Lobo Antunes recebe o galardão. Relativamente aos prémios, Lobo Antunes afirmou que “as pessoas têm sido muito generosas” consigo, em diferentes países. “É evidente que tenho de estar grato, mas tomo isto mais como uma prova de consideração pela nossa língua e pelo nosso país, e isso é que interessa”, sentenciou. A cerimónia de entrega do galardão e a inauguração da cátedra António Lobo Antunes, no Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Università degli Studi di Milano, faz parte do seu ofício de escritor, disse o autor de “Auto dos Danados”. “Vou ter que falar e ver pessoas, não é uma coisa que me agrade especialmente, mas faz parte do ofício e é bom que o nome de Portugal seja falado”. Quanto à literatura, “é só trabalho, não há segredo nenhum, não há mistério, é só trabalho”, afiançou. “Escrever é trabalho. Podia ter outra profissão qualquer, tenho esta, portanto tenho que fazer um bom trabalho, da mesma maneira de que, quando era médico, tinha de tratar bem os meus doentes, era o meu trabalho”, disse, para acrescentar relativamente aos seus livros: “As pessoas não têm o direito de receber um mau produto”, e daí trabalhar neles até os considerar bons, contou. “Escrever não é uma brincadeira”, asseverou, garantindo que faz o melhor que pode. Quanto ao convite para participar como “convidado de honra” na Feira de Guadalajara, que decorre de 24 de novembro a 02 de dezembro, naquela cidade mexicana, Lobo Antunes considerou o convite “muito generoso”. “Vamos ver como corre a feira. É a segunda maior do mundo”, disse o escritor que já por duas vezes esteve em Guadalajara, e justificou a honraria, por ter ganhado, há dez anos, o Prémio Juan Rulfo, pelo romance “Até Que as Pedras Se Tornem Mais Leves Que a Água”. Lobo Antunes insistiu que é “um cidadão normal”, que não tem mais importância do que isso, mas acha “simpático” a atenção que lhe é dada. “Nunca pensei nisso, mas acho simpático que se preocupem comigo, talvez um dia me arranjem uma estátua equestre”, disse. Questionado se gostaria de se ver representado numa estátua equestre, respondeu: “Não tenho nada contra, se fosse a cavalo de um político que não gosto, não me importava”, e prosseguiu: “Depende de quem a gente monta, o meu prazer de estar em cima, depende de quem eu estiver a montar”, e recomendou que, “antes [de se montar], deve-se olhar para o animal”. O autor insistiu que vive “no mundo de toda a gente” e acrescentou: “Às vezes parece-me que quem está num mundo só deles são os políticos, não sou eu”. Referindo-se a políticos, o escritor adirmou gostar do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a convite do qual participou, em fevereiro último, na iniciativa “Escritores no Palácio de Belém”. “Tenho uma boa relação com o Presidente [da República], gosto dele, penso que ele gosta de mim, ainda há pessoas que me são simpáticas”, disse. Lobo Antunes reconhece, porém, que se isola, principalmente quando está a trabalhar, a escrever os seus livros, não lhe sobrando tempo para mais nada. “Quando estou a trabalhar tenho muito pouco tempo, começo a trabalhar às sete da manhã até à uma [da tarde], depois das duas até às oito da noite, por isso não tenho muito tempo para saber. Mas também a sensação que eu tenho é que a vida em Portugal é tão previsível, que não vale a pena… Não compro jornais, não leio jornais, raramente vejo noticiários na televisão. Não tenho tempo, tenho que fazer as coisas, vou sabendo assim… Sei que houve uma remodelação governamental”. Sobre o novo livro, “A última porta antes da noite”, é dedicado ao seu amigo George Steiner, crítico literário e professor nas universidades de Cambridge e Genebra, o autor de “Errata”, “Antígonas” e “As artes do sentido”, que lhe falou nesta frase, que é da personagem “Judite”, da ópera “O castelo do Barba Azul”, de Béla Bartók, (que também dá título a um livro do pensador – “No castelo do Barba Azul – Algumas notas para a redefinição da cultura”). No final da ópera, a personagem “pede que lhe abram ‘a última porta antes da noite’”, explicou Lobo Antunes. “Uma frase que não foi criada para este livro, já existe há muito tempo, e foi uma frase que sempre me tocou, e em certo sentido é uma homenagem a um amigo [George Steiner]”, de quem gosta, que respeita e admira. A amizade é “uma coisa sagrada”, disse Lobo Antunes à Lusa. E recordou o seu avô, que lhe dizia que “um homem pode não ter dinheiro, não ter mulheres, não ter trabalho, mas se tiver amigos nunca fica sozinho”. Autor de mais de 30 romances, além de cinco livros de crónicas e de um volume de cartas, António Lobo Antunes afirmou: “Não estou à procura de nada. A gente não procura, encontra. Uma das coisas que me agrada na vida é a imprevisibilidade do futuro. Claro que é aborrecido se o futuro for desagradável. Mas enquanto houver futuro, a nossa vida tem um sentido, e uma razão”, disse o escritor, referindo em seguida: “Já tive alturas em que não tive futuro, com doenças, com guerras, com isto e aquilo. E não é agradável”.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump quer negociar acordos comerciais com Japão, Reino Unido e União Europeia [dropcap]O[/dropcap] Governo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje ao Congresso a sua intenção de negociar acordos comerciais com a União Europeia (UE), o Reino Unido e o Japão, informou o Departamento de Comércio. “Sob a liderança do Presidente Trump, continuaremos a expandir o comércio e o investimento dos Estados Unidos da América através da negociação de acordos comerciais com o Japão, a União Europeia e o Reino Unido”, disse o diretor de Comércio Exterior norte-americano, Robert Lighthizer, citado num comunicado. Desde que assumiu o cargo, Donald Trump tem insistido na sua intenção de negociar acordos bilaterais em vez de integrar importantes tratados multilaterais. Esta decisão do Presidente dos Estados Unidos levou Washington a abandonar o Acordo de Associação Transpacífico (TPP) em 2017, que foi negociado pela administração de Barack Obama e era considerado estratégico para aprofundar as relações com a região do sudeste asiático. O TPP, cuja negociação durou mais de seis anos, foi assinado no início de 2016 pela Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname.
Hoje Macau EventosFadista Katia Guerreiro apresenta sexta-feira o seu novo álbum “Sempre” [dropcap]A[/dropcap] fadista Katia Guerreiro apresenta sexta-feira o seu mais recente álbum, “Sempre”, cujo ponto de partida foram as melodias tradicionais de fado, como afirmou à agência Lusa. Katia Guerreiro, em declarações à Lusa, afirmou que “o vastíssimo repertório tradicional [de melodias de fado] foi o ponto de partida para a construção deste disco”, que é produzido por José Mário Branco, que tem trabalhado quase em exclusivo com o fadista Camané, desde o álbum “Uma Noite de fados” (1995). Referindo-se ao produtor José Mário Branco – com quem Katia Guerreiro só tinha trabalhado anteriormente no filme “Alfama em Si”, de Diogo Varela, que aguarda data de estreia -, a fadista qualificou a experiência como “excepcional” e acrescentou: “Além da experiência profissional foi a pessoal, porque nada fazia prever que o José Mário [Branco], a Manuela de Freitas, eu e os músicos, conseguíssemos ter uma empatia tão grande a nível pessoal, creio que estamos ligados para a vida com este trabalho”. O processo de construção do álbum começou pela permuta poética entre a fadista, José Mário Branco e a poetisa e atriz Manuela de Freitas, “uma prova cega, sem conhecer os autores”, somando-se a esta equipa o guitarrista Pedro de Castro, “que tem um acervo na memória de repertório tradicional extraordinário”. De “30 e tal poemas escolhidos” chegou-se ao alinhamento final de 15 temas, sendo o que abre o CD, em maneira de “prólogo”, “A Minha Vida É”, da autoria de Katia Guerreiro, que volta a ser interpretado no fecho, como “epílogo”. “Um CD longo, que não se faz atualmente”, reconheceu a fadista, tendo sido acompanhada pelos músicos Pedro de Castro e Luís Guerreiro, na guitarra portuguesa, José Mário Veiga e André Ramos, na viola, e Francisco Gaspar, na viola baixo. Os mesmos músicos que a acompanham no palco do Auditório Ruy de Carvalho, em Carnaxide, no concelho de Oeiras, a partir das 22:00 da próxima sexta-feira. Entre os temas escolhidos Katia Guerreiro gravou “Tristeza Velha”, de Maria Luísa Baptista (1947-2017), uma poetisa que acompanha desde o primeiro álbum, e que à Lusa Katia Guerreiro afirmou que continuará a cantar poemas seus. “Tristeza Velha” é interpretada na melodia tradicional do Fado Menor. A fadista gravou outras melodias tradicionais, designadamente o Fado Mouraria, para um poema de António Calém, “Deixar-te um Dia”, o Fado Freira, de Miguel Ramos, na interpretação de um poema de Manuela de Freitas, “Na Volta”, o Fado Carriche, de Raul Ferrão, para um poema de Natália dos Anjos, “Rezando Pedi por Ti”, uma criação da sua autora. Para a fadista, distinguida com o Prémio Amália Melhor Intérprete, em 2010, trabalhar com José Mário Branco “foi muito tranquilizante”, e enalteceu os méritos de músico e produtor, que tem “uma visão global e abrangente da música”, homem experimentado em vários domínios musicais da canção de protesto às marchas, rock, peças clássicas e fado. “Não estive preocupada com o efeito que as coisas tinham, ou seja, a única coisa que eu tinha de fazer era cantar, sem me preocupar em demonstrar as minhas qualidades vocais, foi muito isso que o José Mário [Branco] procurou em mim, que eu ganhasse essa maturidade em saber que não era preciso qualquer tipo de histrionismo ou exibicionismo vocal para que as pessoas entendam aquilo que somos capazes de fazer, e foi exatamente isso que tentámos alcançar neste disco: a serenidade”, afirmou. José Mário Branco “cedeu”, por insistência de Manuela de Freitas, e partilha a interpretação de “Quem Diria”, assinado por José Rebola, dos Anaquim. “Um tema que ilustra um pouco o que nos aconteceu”, disse a fadista acrescentando que tinha vontade de convidar o músico “há muito tempo”, já na altura do anterior CD, “Até ao Fim”, saído há quatro anos. “Achava que ele era a pessoa certa, mas achei que não ia aceitar, e visto de fora até parecíamos personalidades antagónicas”, rematou.