Hoje Macau China / ÁsiaPequim disposta a cooperar na investigação a cargueiro suspeito de romper cabos A China afirmou ontem estar disposta a cooperar na investigação sobre o potencial papel de um cargueiro chinês na ruptura de cabos submarinos no Mar Báltico, na sequência do pedido de cooperação feito pela Suécia. A ruptura de dois cabos submarinos no Mar Báltico, a 17 e 18 de Novembro, é considerada como um possível acto de sabotagem. O navio chinês Yi Peng 3 está retido em águas internacionais perto da costa dinamarquesa, por suspeita de ser responsável pelo acto de sabotagem, que está a ser investigado pela Suécia. Estocolmo quer que o graneleiro regresse às suas águas territoriais para ajudar na investigação. “A China está disposta a cooperar com os países envolvidos para apurar os factos e garantir que a verdade é revelada”, afirmou Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China e a Suécia estão em estreita comunicação sobre esta questão”, sublinhou a porta-voz, durante uma conferência de imprensa regular. Suspeito principal Na quinta-feira, a Suécia enviou à China um pedido oficial de cooperação para “esclarecer” o papel do cargueiro chinês ancorado ao largo da sua costa. “Ainda não se trata de uma acusação, mas há um desejo muito claro da parte da Suécia” de compreender exactamente o que aconteceu, disse o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, numa conferência de imprensa, na quinta-feira. O Yi Peng 3, um navio graneleiro construído em 2001, navegava na zona dos cabos na altura em que estes foram cortados, de acordo com os portais de localização de navios, sem que nada o incriminasse até ao momento. A marinha dinamarquesa e a guarda costeira sueca têm estado a vigiar o cargueiro, que está preso desde 19 de Novembro no estreito de Kattegat, entre a Suécia e a Dinamarca. Ao mesmo tempo, a Finlândia abriu um inquérito por “danos criminais agravados” e “interferência agravada nas telecomunicações” relativamente aos danos causados ao cabo germano -finlandês. A Lituânia anunciou na quarta-feira a criação de uma equipa de investigação conjunta com a Suécia e a Finlândia, coordenada pela Eurojust, a agência de cooperação judiciária da União Europeia.
Hoje Macau China / ÁsiaActividade industrial aumenta pelo segundo mês consecutivo na China Os resultados do sector da indústria transformadora são os melhores desde Abril e transmitem bons indicadores sobre o ambiente empresarial A actividade da indústria transformadora da China aumentou em Novembro pelo segundo mês consecutivo, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgado no sábado. O PMI situou-se em 50,3 pontos em Novembro, contra 50,1 no mês anterior, e de acordo com as expectativas dos analistas, indicou o Gabinete Nacional de Estatística (NBS) chinês, referindo que é também o melhor valor desde Abril deste ano, quando atingiu 50,4. Entre Maio e Setembro, o indicador não ultrapassou os 50 pontos: um valor acima desse montante representa um crescimento da actividade no sector, em comparação com o mês anterior, enquanto um valor abaixo desse limiar representa uma contracção. Dos cinco subíndices que compõem o PMI da indústria transformadora, em Novembro, registaram-se aumentos na produção (52,4), nas encomendas (50,4) – esta é a principal medida da procura – e nos prazos de entrega (50,2). As reservas de matérias-primas e o emprego situaram-se abaixo de 50 pontos. O funcionário estatístico da NBS, Zhao Qinghe, atribuiu a recuperação do PMI da indústria transformadora à “recuperação tanto da oferta como da procura” e à “melhoria do ambiente empresarial nas pequenas e médias empresas”. “As expectativas do mercado são positivas. A maioria das empresas da indústria transformadora aumentou a confiança no mercado a longo prazo e está optimista quanto ao desenvolvimento da indústria”, afirmou. Pequeno tropeção O gabinete também divulgou no sábado o PMI do sector não transformador, que mede a actividade nos sectores dos serviços e da construção, e que se situou em 50 pontos, contra 50,2 em Outubro. A construção caiu de 50,4 para 49,7, enquanto o sector dos serviços manteve o mesmo valor do mês anterior (50,1). O PMI composto, que inclui as indústrias transformadoras e não transformadoras, situou-se em 50,8 pontos, o mesmo valor de Outubro.
Hoje Macau SociedadeReceitas do jogo caem 11,3% em Novembro As receitas do jogo caíram 11,3 por cento em Novembro, face ao mês anterior, mas subiram 14,9 por cento em termos anuais, foi anunciado ontem. Os casinos arrecadaram 18,438 mil milhões de patacas em Novembro contra 20,787 mil milhões de patacas em Outubro, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). O valor em Outubro foi o mais alto registado desde Janeiro de 2020, quando as receitas dos casinos totalizaram 22,13 mil milhões de patacas. Desde o final de Janeiro de 2020 que a pandemia da covid-19 teve um impacto sem precedentes no sector dos casinos, motor da economia de Macau, com os impostos sobre as receitas desta indústria a financiarem a maioria do orçamento governamental. Já em Novembro de 2023, os casinos registaram receitas de 16,043 mil milhões de patacas. Em termos de receita bruta acumulada, os primeiros onze meses deste ano registaram um aumento de 26,8 por cento em relação ao ano anterior, com um total de 208,580 mil milhões de patacas contra 164,492 mil milhões de patacas entre Janeiro e Novembro de 2023. Macau fechou o ano passado com receitas totais de 183,059 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que em 2022, depois de em Janeiro ter levantado todas as restrições à entrada de turistas, que vigoraram durante quase três anos, devido à covid-19.
Hoje Macau SociedadeCanídromo | Nick Lei pergunta quando estará pronto Jardim Desportivo Nick Lei pediu ao Governo a calendarização pormenorizada da construção do Jardim Desportivo para os Cidadãos, que irá nascer na estrutura do antigo Canídromo Yat Yuen. Numa interpelação escrita divulgada na sexta-feira, o deputado ligado à comunidade de Fujian questionou o Governo sobre a possibilidade de serem disponibilizados temporariamente terrenos para a prática desportiva, uma vez que a obra ainda está em fase de concepção, pelo menos, até à primeira metade do próximo ano. O projecto será construído num terreno com cerca de 40 mil metros quadrados, integrando uma pista de atletismo, três edifícios principais com campos desportivos, um sistema pedonal e de lazer e um conjunto de praças urbanas. Em relação aos parques da cidade, Nick Lei perguntou se as obras da Linha Leste do Metro Ligeiro terão impacto no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, espaço incluído na lista de bens imóveis classificados. O deputado citou ainda queixas de idosos e deficientes sobre a falta instalações sem barreiras no Jardim de Luís de Camões.
Hoje Macau Manchete SociedadeEPM | Pais pedem intervenção de Presidente da República A direcção da associação de pais considera que a falta de autorização para a contratação de docentes transmite “às autoridades locais sinais de manifesto desinteresse do Governo de Portugal por Macau e pela comunidade portuguesa” A associação de pais da Escola Portuguesa de Macau criticou “o silêncio” do ministro da Educação e pediu a intervenção do Presidente da República para resolver “o impasse” na contratação de professores. Numa carta enviada na sexta-feira, a Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Portuguesa de Macau (APEP) pede a Marcelo Rebelo de Sousa para intervir “na resolução do impasse que está a ser causado pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) ao indeferir a licença especial de profissionais do quadro do MECI para leccionarem em Macau”. A APEP lembrou que o indeferimento de quatro licenças especiais “prende-se, pelo que foi apurado, com a falta de professores em Portugal, não obstante os directores de escola dos professores em causa terem autorizado a sua vinda para Macau”. E acrescentou ter tentado, “sem êxito, chegar” ao ministro Fernando Alexandre e “explicar que tal decisão não tinha em conta a situação das escolas portuguesas no exterior, e em particular da Escola Portuguesa de Macau [EPM], que não têm, localmente, professores habilitados para leccionar em língua portuguesa”. “O silêncio” de Fernando Alexandre “atinge toda a comunidade educativa: os alunos que estão sem professores porque não há capacidade de contratação local de professores em língua portuguesa; os professores que, em espírito de missão, estão a trabalhar em sobrecarga horária desde Setembro; os pais e encarregados de educação que estão preocupados com a situação e não vislumbram uma solução; e os órgãos dirigentes da Escola Portuguesa de Macau perante a ausência de resultados das diligências políticas e diplomáticas efetuadas junto do MECI”, afirmou a APEP, na missiva. Desinteresse por Macau A APEP lembrou ainda que para manter a missão da EPM, “ministrar o ensino em português e contribuir para preservar a língua e a cultura portuguesas na Região Administrativa Especial de Macau”, tal como definido nos estatutos, a escola precisa “de professores de língua portuguesa e tal só é possível com a autorização de licenças especiais” do MECI. Sem estas condições, a APEP considerou que, além de prejudicar os alunos, também se dá “às autoridades locais sinais de manifesto desinteresse do Governo de Portugal por Macau e pela comunidade portuguesa que aqui reside e trabalha”. Dada a ausência da qualquer resposta do MECI ao apelo da APEP, a associação pediu a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa para que “a decisão tomada seja reconsiderada”. Esta carta, enviada à Lusa, foi também dada a conhecer ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e aos vários grupos parlamentares portugueses.
Hoje Macau PolíticaGoverno | Rosário lamentou críticas em carta aos colegas Na hora da despedida, Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, lamentou aquilo que considerou como “críticas irracionais” da população e desejou força aos colegas. A posição foi tomada numa carta do secretário, que circulou na imprensa em língua chinesa, na sexta-feira, ainda antes de se conhecer a constituição do Governo que assume funções a 20 de Dezembro. Na missiva, o secretário criticou a postura da população, porque apesar de não ter conhecimento sobre os diferentes projectos não se coíbe de deixar críticas, tidas para Rosário como não justificadas. O ainda governante encorajou os trabalhadores da administração a trabalharem sempre para “servir melhor a população”, ao mesmo tempo que se mostram solidários e enfrentam as dificuldades em conjunto. Por outro lado, o macaense agradeceu o contributo dos colegas, destacando os que morreram ao longo dos seus mandatos, como Arnaldo Santos, ex-presidente do Instituto de Habitação, e Chau Vai Man, ex-coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Raimundo do Rosário confessou também que não queria desempenhar o cargo de secretário depois do primeiro mandato, mas que acabou por ser convencido por Ho Iat Seng. O engenheiro recordou ainda as dificuldades na construção da Zona A dos Aterros Novos Aterros, particularmente durante a pandemia, destacando que apesar de todas as adversidades, actualmente 3.017 fracções da habitação económica e 11 projectos de infra-estruturas e instalações públicas estão construídos, assim como a Ponte Macau.
Hoje Macau PolíticaMedalhas | Leonel Alves destaca voz da comunidade portuguesa Uma medalha que simboliza a relevância da voz da comunidade portuguesa e macaense na evolução do território. Foi desta forma que Leonel Alves, advogado e membro do Conselho Executivo, reagiu após ter sido condecorado com a Medalha de Honra Lótus de Ouro, na sexta-feira. “O facto de a minha voz ter sido ouvida, significa que a comunidade portuguesa e macaense, e as suas opiniões, são também relevantes para o determinar da evolução de Macau”, afirmou Leonel Alves, em declarações ao Canal Macau. “Este é o facto que registo como sendo o mais importante, e que seja também o alento, para o futuro, porque todos os que se interessam por Macau, independentemente da sua nacionalidade e origem, têm sempre um lugar reservado para o bem-fazer para a população de Macau”, acrescentou. Também a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Macau viu a sua actividade reconhecida, igualmente com a Medalha de Honra Lótus de Ouro. Para o líder da instituição, António José de Freitas, a medalha agracia igualmente Portugal. “É uma distinção muito honrosa, que não só dignifica a própria Irmandade, mas toda uma comunidade católica. A Santa Casa é uma instituição de matriz católica e portuguesa. Portugal também está de parabéns”, indicou ao microfone da TDM. Entre os distinguidos esteve ainda Miguel de Senna Fernandes, pelo trabalho em prol da preservação da cultura local e do patuá. O macaense recebeu a Medalha de Mérito Cultural: “É mais responsabilidade. No fundo, não falo por mim, mas quem é agraciado, naturalmente, torna-se, mesmo que a pessoa não queira, numa espécie de referência”, reconheceu.
Hoje Macau DesportoTénis | Nuno Borges à procura de ser “mais rápido e forte para fazer a diferença” Nuno Borges acredita ser necessário tornar-se mais rápido e forte para poder ter mais hipóteses frente aos melhores tenistas do mundo. Já a trabalhar na pré-temporada, sob a orientação da equipa técnica da Federação Portuguesa de Ténis no Jamor, o tenista da Maia, número 33 do mundo, está à procura de elevar a sua condição física e o nível de ténis para conseguir ser mais eficaz e assim acompanhar a tendência ditada por jovens como Jannik Sinner ou Carlos Alcaraz. “Acima de tudo, falta-me nível. É difícil apontar uma coisa, do género se servisse mais rápido já tinha mais hipótese. Não. Precisava de ser mais eficaz, mais rápido, que as minhas bolas fossem mais potentes, se calhar, se conseguisse fazer mais mossa no serviço e tivesse mais jogo de rede. Olhar um bocadinho para os melhores do mundo… se conseguisse gerar mais potência nas pancadas, como o Carlos e o Sinner, os dois que conseguem fazer isso um bocadinho mais que os outros e dá-lhes alguma vantagem, mas eles também se movimentam muito bem”, aponta, em entrevista à Lusa. Definindo o espanhol (3.º ATP) como um jogador “muito rápido” e o italiano, número um mundial, como “extremamente eficaz”, Borges defende a importância de ganhar maior resistência física para conseguir um “ténis mais ágil e cada vez mais potente nas pancadas.” “Se jogar nos sítios certos e tiver o controlo do ponto, é meio caminho andado, mas, se pudesse melhorar a minha resposta, ajudava muito. Sinto que melhorou muito, mas precisava de ser melhor ainda para jogar com o [Alexander] Zverev (2.º ATP), por exemplo. Tem um serviço excecional e quando joguei contra ele senti muitas dificuldades nos jogos de resposta. No ‘rally’ consigo estar com eles, mas no início da jogada eles estão melhores do que eu e acho que é aí que o ténis se define muito”, explica. Face a esta leitura do ténis atual e dos adversários, sobretudo os que estão no top 20, o campeão português do ATP 250 de Bastad considera que “seria muito positivo” ter outro ano como 2024, mas que para isso precisa de “atacar estas próximas semanas para tentar ganhar um bocadinho mais de caparro.” “Acima de tudo, o que posso melhorar mais é o nível físico e acho que os melhores do mundo também nesse aspeto estão excecionalmente acima dos outros. Vou à procura de ficar mais rápido, ter mais força, servir mais rápido, de tentar fazer mais a diferença, porque, conseguir estar na bola mais cedo é uma vantagem gigante”, justifica. Para 2025 as ambições do tenista maiato, que iniciou a última temporada no 66.º lugar do ranking’ ATP e chegou a atingir o 30.º posto em setembro, passam também por protagonizar uma melhor campanha em Roland Garros, onde ganhou apenas um encontro em 2023, e em Wimbledon, onde há dois anos se lesionou no pé direito e onde ficou na primeira ronda em 2024. “Gostava de fazer, pelo menos, melhor em Roland Garros e Wimbledon. Tenho um objetivo de tirar um bocadinho esse estigma de Wimbledon e da relva, de conseguir movimentar-me melhor [na superfície]. Acho que no ano que vem vou tentar fazer um bocadinho diferente, não sei como ainda. Tenho muito tempo ainda para pensar nisso, mas da maneira que joguei este ano não dá. Portanto, vou à procura de fazer algo diferente”, garante. Apesar de ter sido apenas o segundo tenista português a quebrar a barreira do top 50 da hierarquia mundial, depois de João Sousa, 28.º colocado em 2016, e de ter encerrado a época na 33.ª posição, Nuno Borges garante não estar à procura de bater o recorde do vimaranense. “A verdade é que não jogo para isso, jogo para melhorar. Se isso é 29.º, 28.º ou 25.º, está tudo certo. Mas vou à procura de jogar melhor e estar melhor. Se conseguir manter isso o ano todo, acho que o resultado vai acabar por vir. O ranking também é algo que não consigo controlar, depende dos meus adversários e dos quadros [dos torneios]. É uma pressão que eu não preciso ter”, sublinha, considerando ainda ser “injusto” comparar as carreiras. Nuno Borges, de 27 anos, ainda não tem o calendário totalmente definido para 2025, mas pretende começar a época, à semelhança do último ano, em Hong Kong, no dia 01 de janeiro, e seguir para Auckland, antes de regressar a Melbourne Park para disputar o primeiro torneio do Grand Slam da temporada.
Hoje Macau SociedadeUPorto e USJ aliam-se a centro luso-chinês de investigação em ciências do mar A Universidade do Porto (UPorto) e a Universidade de São José, em Macau, juntaram-se na quarta-feira a um centro luso-chinês de investigação em ciências do mar, que quer atrair mais instituições, disse um dirigente à Lusa. As duas universidades assinaram acordos com a Universidade dos Oceanos de Xangai (SHOU), durante a cerimónia de abertura da quinta conferência, realizada em Macau, do Centro Internacional de Investigação Conjunta para as Ciências do Mar. O centro, conhecido pela sigla inglesa de Sinoport Ocean, foi inicialmente estabelecido pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e pela SHOU, em 2017, e teve reuniões anuais alternadas entre Xangai e Faro, interrompidas pela pandemia. À margem da conferência, o director do CCMAR, Adelino Canário, disse que o objectivo “é de facto alargar a cooperação” e previu que o número de acordos assinados com universidades portuguesas e chinesas “vai continuar a alargar-se”. “Até agora tem sido com um número limitado de participantes, por convite, mas estamos a pensar alargar de uma forma mais aberta, permitir que mais investigadores possam participar, porque há muito interesse mútuo em colaborar”, explicou Canário. “Às vezes há falta de mecanismos, mas há esse interesse e quanto mais pessoas estiverem envolvidas melhor, para permitir que haja também mais diversidade”, acrescentou o professor universitário. Incentivo ao conhecimento Canário apontou o financiamento das colaborações como um outro desafio e lamentou interrupções nos programas da Fundação para a Ciência e a Tecnologia português e do Ministério da Ciência e Tecnologia da China. O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau “está muito interessado em ajudar a que estas colaborações avancem e, portanto, temos confiança que vão avançar”, acrescentou o académico. Além dos resultados científicos, Canário sublinhou a importância de encorajar a iniciativa, sobretudo dos jovens investigadores, em procurar oportunidades de colaboração e de “conhecer outras formas de fazer coisas e outras culturas”. Por outro lado, disse o director do CCMAR, as alterações climáticas fazem com que seja “cada vez mais importante” investigar os oceanos, porque ajudam a regular o clima ao absorverem o excesso de dióxido de carbono na atmosfera. De acordo com a televisão pública de Macau TDM, o vice-presidente da SHOU disse querer alargar às universidades da região semiautónoma chinesa a cooperação científica e académica entre a China continental e Portugal. Após a cerimónia de abertura da conferência, Luo Yi acrescentou que os acordos poderão ajudar a criar uma rede de cooperação e investigação científica “mais vasta e mais próxima” entre instituições de ensino superior dos dois países.
Hoje Macau EventosKa-Hó | Exposição “Riding On Dreams” a partir de domingo Será inaugurada no próximo domingo, dia 1, a exposição “Riding On Dreams” na galeria Hold On to Hope, da autoria da artista local Ada Zhang. A galeria, que é um projecto de cariz social da responsabilidade da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), acolhe esta mostra até ao dia 5 de Janeiro. Segundo uma nota de imprensa, esta exposição “apresenta uma colecção cativante de pinturas a óleo e aquarelas que celebra as paisagens encantadoras de Macau”, na qual a artista “convida os espectadores a mergulharem na beleza única desta cidade vibrante, tal como é expressa através das suas obras evocativas”. A ARTM convida o público a deslocarem-se à pitoresca aldeia de Ka-Hó para descobrir, nestas obras, “a essência sonhadora de Macau”, para que “cada pintura o transporte para as suas cenas pitorescas”. Ada Zhang é natural da província de Sichuan e especializou-se em aguarela, pintura a óleo, desenho e esboço. É directora da Associação de Artistas Contemporâneos de Aguarela de Macau e membro da Associação de Artes de Macau, da Associação de Arte Juvenil de Macau, da Associação de Pintura de Macau e da Associação de Calígrafos e Pintores Chineses “Yü Ün” de Macau. Os seus trabalhos ganharam o Prémio de Excelência do Concurso de Desenho Cheng Yang Bazhai em 2021 e foram seleccionados para a Bienal de Aguarela da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau de 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaMarte | Pequim planeia trazer amostras até 2031 A China planeia recolher amostras do solo de Marte até 2031, através da missão Tianwen-3, que combinará a aterragem, recolha e entrega numa operação integrada, informou ontem a agência de notícias oficial Xinhua. O plano prevê dois lançamentos por volta de 2028, com o objectivo de pousar e recolher amostras no mesmo ponto do planeta vermelho, dando prioridade a regiões geologicamente diversas como Chryse Planitia e Utopia Planitia, de um total de 86 destinos possíveis. Estas áreas, que incluem litorais, deltas e lagos antigos, são consideradas candidatas à procura de possíveis formas de vida preservadas nos seus sedimentos. A missão, descrita em pormenor pelo Laboratório de Exploração do Espaço Profundo da China na revista National Science Review, terá instrumentos especificamente concebidos para detectar traços de vida, optimizando a preservação de amostras recolhidas à superfície e por perfuração. O laboratório referiu ainda que a missão Tianwen-3 faz parte de um programa de exploração mais alargado, que inclui a futura missão Tianwen-4 para estudar o sistema de Júpiter e a sua evolução. A estratégia, de acordo com o cientista chefe da missão, Hou Zengqian, e o seu projectista chefe, Liu Jizhong, inclui considerações como “onde recolher amostras”, “o que escolher”, “como recolher” e “como utilizar” os materiais recolhidos. A China investiu fortemente no programa espacial nos últimos anos, alcançando marcos importantes como a alunagem da sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua, a chegada a Marte e a construção da Tiangong, que funcionará durante cerca de dez anos. A plataforma chinesa poderá tornar-se a única estação espacial do mundo a partir de 2031, se a Estação Espacial Internacional, dirigida pelos Estados Unidos e interdita à China, devido aos laços militares do seu programa espacial, se retirar como previsto.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Militar de alta patente sob investigação na China A China suspendeu ontem um alto oficial do Exército, que está a ser investigado por suspeitas de corrupção, de acordo com o ministério da Defesa chinês. O oficial Miao Hua é director do Departamento de Trabalho Político, na poderosa Comissão Militar Central, que supervisiona o Exército de Libertação Popular. Miao está a ser investigado por “graves violações da disciplina”, disse o porta-voz do ministério da Defesa, Wu Qian. Este oficial é um dos cinco membros do órgão que supervisiona o maior exército permanente do mundo, para além do líder chinês, Xi Jinping, que dirige a comissão. Este é o terceiro grande abalo recente no sector da Defesa da China. Em Junho, o país anunciou que o antigo ministro da Defesa, Li Shangfu, e o seu antecessor, Wei Fenghe, foram acusados de corrupção e expulsos do Partido Comunista, por suspeitas de corrupção e suborno. Também foram afastados, nos últimos meses, entre outros, os dois chefes da Força de Foguetões, de que depende o programa nuclear chinês. Após ascender ao poder, há pouco mais de 10 anos, Xi lançou uma vasta campanha contra a corrupção, que se estendeu ao Exército.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim saúda acordo alcançado com EUA para troca de prisioneiros A China saudou ontem o acordo alcançado com os Estados Unidos para a troca de prisioneiros, embora não tenha especificado quem são os cidadãos chineses que cumpriam penas em solo norte-americano e que foram libertados. Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca anunciou na quarta-feira a libertação de Mark Swidan, Kai Li e John Leung, que se encontravam detidos na China. Entretanto, Washington libertou três cidadãos chineses que cumpriam penas nos Estados Unidos, confirmou ontem a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa. “Após os esforços incansáveis do Governo chinês, três cidadãos chineses que tinham sido injustamente detidos pelos Estados Unidos regressaram a casa em segurança. Isto prova mais uma vez que a China nunca abandona os seus compatriotas em momento algum”, afirmou Mao. Sublinhou que Pequim “sempre se opôs à perseguição de cidadãos chineses para fins políticos” e que “como sempre, tomará as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos dos seus cidadãos”. “Nesta ocasião, foi repatriado um fugitivo que se encontrava em fuga nos Estados Unidos há muitos anos. Este facto demonstra igualmente que nenhum lugar pode servir como refúgio seguro para os criminosos para sempre. O Governo chinês continuará a perseguir os fugitivos e a recuperar os bens roubados. Persegui-los-emos até ao fim”, declarou Mao, que não entrou em pormenores sobre os cidadãos chineses libertados. Mao referiu ainda que os Estados Unidos baixaram o alerta de viagem para a China do nível 3 para o 2, retirando a etiqueta de “risco de detenção injusta”, o que, afirma, “reforçará os intercâmbios entre os dois países”. “Sempre nos opusemos à criação artificial de um ‘efeito desencorajador’ nas viagens e esperamos que a parte norte-americana continue a criar mais conveniência para promover os intercâmbios culturais entre os dois países”, disse Mao. Últimos cartuchos De acordo com as autoridades norte-americanas, o Presidente Joe Biden abordou a questão dos detidos com o Presidente chinês, Xi Jinping, este mês, na sua terceira reunião bilateral em Lima, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico. Durante o mandato de Biden, que termina em Janeiro, Washington colocou a questão dos detidos norte-americanos no topo da agenda bilateral com Pequim e, em Agosto, o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, trabalhou com os seus homólogos chineses sobre a questão durante uma visita à China. Swidan, um texano de 48 anos, estava no corredor da morte na China desde 2012, acusado de tráfico de droga, que os Estados Unidos alegam ser falso. Leung, 78 anos, estava a cumprir uma pena de prisão perpétua por alegada espionagem, enquanto Li estava preso na China desde 2016.
Hoje Macau China / ÁsiaDemografia | Xi admite melhoria da qualidade de vida face a declínio populacional Xi Jinping defendeu a política demográfica levada a cabo pelo país e define metas para aumentar a qualidade de vida da população no futuro O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu num artigo que o declínio populacional pode beneficiar o futuro desenvolvimento da China, enaltecendo a redução da pressão sobre os recursos e um modelo de desenvolvimento centrado na qualidade. No artigo, difundido na revista Qiushi, a principal publicação do Partido Comunista Chinês sobre teoria política, Xi afirmou que a decisão de implementar a política de filho único foi correcta, uma vez que permitiu conter eficazmente o crescimento excessivo da população e impulsionar o desenvolvimento da China. “O nosso país completou em décadas o processo de industrialização que levou centenas de anos aos países desenvolvidos, resultando numa rápida transição populacional e numa redução precoce da população”, escreveu. Reconhecendo que a redução da população pode ter “efeitos adversos”, incluindo diminuição da mão-de-obra disponível e queda no consumo e investimento, o líder chinês destacou os “efeitos positivos”, como a redução da pressão sobre os recursos e a transição para um modelo económico focado na qualidade. “É de notar que o dividendo demográfico está relacionado não só com a quantidade e a estrutura da população, mas também com a qualidade da população, as políticas económicas e as medidas de apoio”, sublinhou. “O nível de educação da população continua a aumentar e o dividendo demográfico abrangente ainda tem vantagens significativas”, indicou. A população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas em 2023, a segunda queda anual consecutiva, face à descida dos nascimentos e aumento das mortes. Em 2022, quando se deu o primeiro declínio desde 1961, a China perdeu 850 mil habitantes. Desde que abandonou a política do filho único, em 2016, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso. O maior custo de vida e com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos. Mais qualidade Em 2050, a ONU previu que 31 por cento dos chineses terão 65 anos ou mais. Em 2100, essa percentagem será de 46 por cento. A ONU estimou que a população da China desça dos actuais 1,4 mil milhões para 639 milhões, até ao final deste século, uma queda bem mais acentuada do que os 766,7 milhões previstos há apenas dois anos. Xi Jinping pediu aos quadros do Partido Comunista um “desenvolvimento económico e social de alta qualidade através de um desenvolvimento demográfico de alta qualidade”. “Ao promover um desenvolvimento populacional de alta qualidade, vamos construir uma base de recursos humanos de alto calibre, acelerar a formação de um novo padrão de desenvolvimento e concentrarmo-nos na promoção de um desenvolvimento de alta qualidade”, frisou. O líder chinês destacou a educação, saúde e “qualidade moral” como pilares para uma população de “alta qualidade”. “Temos de melhorar de forma abrangente a qualidade científica e cultural da população. Aumentar o nível de educação e a média de anos de escolaridade da população activa. Optimizar os níveis e os tipos de ensino superior, as disciplinas académicas, as estruturas profissionais e as estruturas de cultivo de talentos, e acelerar a construção de um sistema moderno de ensino profissional”, frisou. O líder chinês enfatizou ainda a importância de “promover o crescimento saudável das crianças” e “reforçar a gestão da saúde no que se refere às principais doenças crónicas e aumentar a esperança de vida saudável”. “Devemos elevar de forma abrangente a qualidade ideológica e moral da população. Utilizar os valores fundamentais socialistas para moldar as almas e educar as pessoas, reforçar a construção da integridade, promover o espírito de trabalho e de luta e melhorar os padrões morais e a civilidade de toda a população”, apontou.
Hoje Macau SociedadeBNU | Maiores dificuldades em contratar portugueses O Banco Nacional Ultramarino (BNU) está a ter mais dificuldades para contratar portugueses actualmente, do que antes da pandemia. O cenário foi traçado pelo CEO da instituição bancária, Carlos Cid Álvares, durante uma conferência realizada na Fundação Rui Cunha. “Temos menos portugueses do que tínhamos antes da pandemia. Como banqueiro, 99 por cento dos nossos clientes são chineses, mas como banco português, também precisamos de ter profissionais portugueses. Quando precisamos, tentamos arranjá-los, mas agora não é tão fácil como antes, uma vez que não podem pedir uma residência não permanente como antes”, afirmou Carlos Cid Álvares, citado pelo portal da revista Macau Business. Apesar das promessas de transformar Macau numa plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, em Setembro de 2023, o Governo de Ho Iat Seng e a Assembleia Legislativa, eliminaram o estatuto preferencial de aquisição de residência para cidadãos portugueses com base no vínculo contratual. Na opinião partilhada, Carlos Cid Álvares não defendeu o regresso do estatuto de residente para potenciais funcionários do banco, mas considerou que deveria haver um regime que permitisse vistos com a duração de cinco a seis anos. “Não creio que as pessoas queiram ou precisem de se tornar residentes permanentes. Precisam de menos burocracia e, pelo menos, de um visto de cinco a seis anos. Depois desse tempo, podem decidir”, observou.
Hoje Macau PolíticaATFPM | Realizados contactos com Timor, S. Tomé e Guiné Equatorial Rita Santos, na qualidade de presidente da assembleia-geral da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), e Rui Marcelo, conselheiro das Comunidades Portuguesas, reuniram em Pequim esta semana com os embaixadores de Timor-Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial. Em comunicado, é referido que o objectivo da visita foi o de “aprofundar o estatuto de Macau enquanto plataforma essencial para a cooperação económica, comercial e cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Já os embaixadores destes países em Pequim, disseram que as estratégias dos seus países passam pela “integração harmoniosa de diversas actividades económicas como a indústria, a pesca, o turismo, a educação e a tecnologia, juntamente com o fortalecimento das pequenas e médias empresas”, em prol de uma “estratégia eficaz para promover um crescimento económico equilibrado e sustentável”. Rita Santos prometeu recorrer à ATFPM para “transmitir às associações empresariais do território os temas abordados nos encontros” para que haja maiores “oportunidades de cooperação”.
Hoje Macau PolíticaMacau propõe dança folclórica portuguesa para Património Cultural Intangível O Instituto Cultural de Macau (ICM) anunciou na quarta-feira uma consulta pública sobre a possível inscrição de 12 manifestações, incluindo a dança folclórica portuguesa, na Lista do Património Cultural Intangível do território. A consulta, “para efeitos de auscultação da opinião pública” começa a 04 de dezembro, inclui uma sessão aberta à população a 07 de dezembro e irá e durar 30 dias, disse o ICM, num comunicado. A líder de um grupo de dança folclórica portuguesa disse à Lusa que a possível listagem como património cultural intangível de Macau pode ajudar a preservar a cultura de matriz lusa na região chinesa. “Temos sempre de lutar bastante para manter o mínimo da cultura portuguesa que ainda está viva em Macau, não é fácil”, disse a presidente da Associação de Danças e Cantares Portugueses ‘Macau no Coração’. “É muito boa essa iniciativa e se [a dança folclórica portuguesa] entrar realmente na lista era ótimo para a nossa cultura”, defendeu a macaense Ana Manhão Sou. Os macaenses são uma comunidade euro-asiática, composta sobretudo por lusodescendentes, com raízes no território. Manhão Sou disse estar confiante que os residentes de Macau já encaram a dança folclórica portuguesa não como algo estrangeira, mas sim como parte integrante da cultura do território. “Qualquer evento grande que é realizado pelo Governo, a dança é sempre convidada”, recordou a presidente da ‘Macau no Coração’, que elogiou “o apoio máximo” das autoridades da região na promoção do grupo. Manhão Sou disse que o grupo “é um míni Macau”, que junta pessoas das comunidades macaenses, chinesa e portuguesa, mas admitiu que continua a ser “muito difícil” atrair rapazes para a dança folclórica. Além da dança folclórica portuguesa, estão na lista de 12 novas manifestações recomendadas para inscrição a confeção de massas Jook-Sing (uma rara especialidade feita com ovos de pato), biscoitos de amêndoa, bolos de casamento tradicional chinês e pastéis de nata. Os pastéis de nata de Macau, inspirados pelo pastel português, foram inventados por um britânico radicado na cidade, Andrew Stow. A lista inclui ainda a crença e costumes de Tou Tei (o deus chinês da Terra), o festival e a regata de barcos-dragão, a dança do dragão, a dança do leão, o Festival da Primavera (que inclui o Ano Novo Lunar) e a arte marcial Tai Chi. Em 2019, Macau já tinha inscrito como património cultural intangível as procissões católicas do Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos e de Nossa Senhora de Fátima, a gastronomia macaense e o teatro em patuá, o dialeto crioulo da comunidade. Em 2021, a gastronomia macaense e o teatro em patuá foram também incluídos pela China na Lista de Património Cultural Imaterial Nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Volkswagen anuncia venda das suas operações O construtor automóvel alemão Volkswagen anunciou ontem a venda das suas operações na região chinesa de Xinjiang, onde Pequim é acusada de violações dos Direitos Humanos. A empresa vai vender a sua fábrica na capital de Xinjiang, Urumqi, bem como uma pista de testes em Turpan, a uma empresa chinesa, informou um porta-voz do grupo, em comunicado. A empresa invocou “razões económicas” e um “realinhamento estratégico” para justificar a sua decisão. Desde há vários anos, governos ocidentais e organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam Pequim de exercer uma campanha repressiva contra os uigures e outras minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang. A região do noroeste da China alberga uma série de fornecedores de empresas multinacionais, incluindo grandes marcas europeias e norte-americanas. Há muito que a Volkswagen está no centro das atenções por causa da sua fábrica de Urumqi, inaugurada em 2013, na qual a empresa tem uma participação através do seu parceiro local SAIC. No início deste ano, o diário financeiro alemão Handelsblatt afirmou que a construção da pista de testes da VW em Turpan, em 2019, poderia ter envolvido trabalho forçado. A Volkswagen respondeu que não tinha encontrado provas de violações dos Direitos Humanos relacionadas com o projecto. No seu comunicado de imprensa, o fabricante alemão declarou que todas as suas operações na região seriam transferidas para a empresa chinesa Shanghai Motor Vehicle Inspection Center.
Hoje Macau EventosCPLP | Festival de cinema arranca em Díli com “Grand Tour” de Miguel Gomes O Festival de Cinema da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa começou ontem em Díli com a estreia do filme do realizador português Miguel Gomes “Grand Tour”, prémio de melhor realização no Festival de Cinema de Cannes. “O festival tenciona trazer também para Timor-Leste cinema em língua portuguesa”, afirmou à Lusa a embaixadora de Portugal em Díli, Manuela Bairos, momentos antes do início do festival. Segundo a diplomata, a CPLP tem países “com grande tradição de cinema”, dando como exemplo o Brasil, mas também o novo cinema angolano. “Queremos que isso seja um começo para talvez no próximo ano se faça um festival de maior ambição” e, disse, dar a conhecer a Timor-Leste que “há cinema em língua portuguesa”. O festival começou no Cineplex, em Díli, com o “Grand Tour” de Miguel Gomes, que ganhou em Maio o prémio de melhor realização do Festival de Cinema de Cannes, em França. No sábado, será projectado o “Central Brasil”, um clássico do cinema brasileiro. Timor-Leste estará presente no dia 3 de Dezembro com a projecção, no Arquivo e Museu da Resistência, de um documentário e entrevista com Nino Konis Santana, que comandou a guerrilha timorense entre 1993 e 1998. O festival, que inclui também a projecção de curtas-metragens e outros filmes de realizadores da CPLP, termina em 12 de Dezembro. “Esta é uma forma de também diversificarmos a nossa oferta cultural. Há coisas que são mais clássicas, mas o cinema também merece ser impulsionado e o cinema destes países é muito o cinema de arte, são filmes muito bem trabalhados”, acrescentou Manuela Bairos.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong defende integridade financeira e adverte Estados Unidos O governo de Hong Kong advertiu que as acções políticas norte-americanas podem ameaçar as relações bilaterais, em resposta a uma carta da Câmara de Representantes dos EUA que questiona o estatuto da cidade como centro económico internacional. O executivo da região semiautónoma chinesa repudiou esta carta enviada à secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmando ser infundada e prejudicial à reputação da região, de acordo com um comunicado divulgado pelas autoridades na terça-feira. Além disso, o governo de Hong Kong garantiu que tem vindo a aplicar as sanções impostas pelas Nações Unidas e que mantém um mecanismo eficaz para aplicar as resoluções, incluindo o controlo de navios e empresas suspeitas, para evitar a evasão às sanções. Um porta-voz das autoridades da antiga colónia britânica classificou o documento como uma “tentativa grosseira e repreensível” de espalhar desinformação para fins políticos. Sublinhou que as leis de segurança nacional da cidade “garantem um ambiente estável e previsível que permite o crescimento da economia e das empresas”, referindo que a comunidade empresarial internacional continua a ter confiança em Hong Kong. O porta-voz salientou a integridade dos sistemas financeiros locais, destacando que os bancos e instituições do território cumprem as normas internacionais, nomeadamente em matéria de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo. As autoridades locais reafirmaram ainda o empenho no Estado de Direito no âmbito do quadro ‘um país, dois sistemas’, salientando que os direitos e liberdades fundamentais são protegidos pela Lei Básica. O conceito ‘um país, dois sistemas’, originalmente proposto pelo líder chinês Deng Xiaoping e aplicado pela primeira vez em 1997 e 1999, com a transferência de soberania de Hong Kong e de Macau, respectivamente, prevê ao longo de 50 anos um determinado grau de autonomia para as duas regiões, com foco no respeito pelas liberdades e garantias dos cidadãos. Dedo apontado Na segunda-feira, legisladores norte-americanos instaram as autoridades dos EUA a reavaliar o tratamento dado aos bancos de Hong Kong e acusaram a cidade de se ter tornado “um centro de lavagem de dinheiro e de ajuda aos países autoritários para contornar as sanções”. “Desde a imposição da Lei de Segurança Nacional por Pequim, Hong Kong deixou de ser um centro financeiro global de confiança para se tornar um actor fundamental no crescente eixo autoritário que inclui a China, o Irão, a Rússia e a Coreia do Norte”, argumentaram. Os congressistas acrescentam que Hong Kong “se tornou líder mundial em práticas como a importação e reexportação para a Rússia de tecnologia ocidental proibida, a criação de empresas de fachada para a compra de petróleo iraniano proibido, a facilitação do comércio de ouro de origem russa e a gestão de navios fantasma envolvidos no comércio ilegal com a Coreia do Norte”. Pequim impôs em Hong Kong uma lei de segurança nacional em Junho de 2020 que proíbe actos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras, em resposta aos protestos que abalaram em 2019 a cidade. Depois disso, em Março deste ano, a antiga colónia britânica promulgou a própria lei de segurança nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Pequim diz que notícia sobre ministro da Defesa é “especulação” O Governo chinês descreveu ontem como “especulação” a informação avançada pelo jornal Financial Times de que o ministro da Defesa chinês, Dong Jun, está a ser investigado por corrupção. “Estão a perseguir sombras”, reagiu Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. No entanto, Mao não desmentiu a informação. Citando actuais e antigos funcionários norte-americanos familiarizados com o caso, o jornal referiu que o caso faz parte de uma investigação mais ampla sobre a corrupção nas Forças Armadas chinesas. A confirmar-se, Dong seria o terceiro ministro da Defesa consecutivo a ser acusado por este tipo de delito na China. Antigo comandante da Marinha, Dong Jun foi nomeado ministro da Defesa em Dezembro de 2023, na sequência da súbita destituição do antecessor Li Shangfu, apenas sete meses após a sua entrada em funções. Li Shangfu foi posteriormente expulso do Partido Comunista Chinês por “suspeita de corrupção” e acusado de ter “recebido grandes somas de dinheiro”, segundo a televisão estatal. O antecessor, Wei Fenghe, que também era suspeito de corrupção, foi igualmente expulso do Partido. Também foram afastados, nos últimos meses, entre outros, os dois chefes da Força de Foguetões, de que depende o programa nuclear chinês. Após ascender ao poder, há pouco mais de dez anos, Xi lançou uma vasta campanha contra a corrupção, que se estendeu ao Exército.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria | Lucros das empresas chinesas caem 4,3% entre Janeiro e Outubro Os lucros das principais empresas industriais da China caíram 4,3 por cento, em termos homólogos, entre Janeiro e Outubro deste ano, segundo dados oficiais divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) do país. Os lucros das empresas analisadas foram de 5,87 biliões de yuan nos primeiros dez meses de 2024.A instituição notou que os lucros destas empresas caíram 10 por cento em Outubro, em termos homólogos, uma queda que é, no entanto, inferior à queda de 27,1 por cento registada no mês anterior. O estatístico do GNE, Yu Weining, atribuiu esta redução do valor mensal ao efeito das medidas de apoio anunciadas por Pequim nas últimas semanas, apontando especificamente os sectores da indústria transformadora, como a maquinaria e a alta tecnologia, como impulsionadores. Os lucros acumulados até agora este ano mostram um valor pior em Outubro, uma vez que entre Janeiro e Setembro tinham caído 3,5 por cento, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2023, os lucros das principais empresas industriais chinesas registaram uma queda de 2,3 por cento, em comparação com o ano anterior. Para elaborar esta estatística, o GNE apenas tem em conta as empresas industriais com um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuan.
Hoje Macau China / ÁsiaBlinken insta Pequim a usar influência para travar aliança entre Rússia e Coreia do Norte O secretário de Estado norte-americano instou terça-feira a China a utilizar a sua influência para travar a aliança entre a Rússia e a Coreia do Norte, alertando que esta associação obrigará a Europa e a Ásia a reforçar a defesa. “A China tem um papel importante a desempenhar no uso da sua influência sobre a Coreia do Norte e a Rússia. Caso contrário, os países da região e da Península Coreana, incluindo os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão, irão dar novos passos para reforçar as suas capacidades de defesa”, frisou Antony Blinken, numa conferência de imprensa no final da cimeira do G7 em Itália. Blinken, que se despede deste fórum antes do regresso à Casa Branca do republicano Donald Trump, explicou a “profunda preocupação” que esta colaboração entre regimes suscita. “Não só por causa do que a Coreia do Norte está a fazer pela Rússia na sua agressão contra a Ucrânia, mas por causa do que a Rússia faz e pode fazer pela Coreia do Norte em termos das suas capacidades de mísseis ou nucleares”, detalhou o chefe da diplomacia norte-americana. Esta aliança fará com que os países vizinhos reforcem as suas forças de defesa, o que poderá enervar Pequim. “Sem dúvida, estas medidas não são dirigidas à China, mas a China não irá gostar delas. Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, penso que todos esperamos que a China use a sua influência e tente pôr fim a isto”, insistiu. Amizade condenada Os ministros do G7, o grupo das democracias mais industrializadas do planeta, reuniram-se nas cidades italianas de Fiuggi e Anagni, sob a liderança rotativa italiana. Na declaração final da cimeira, o G7 denunciou o “crescente apoio” da China à indústria de defesa da Rússia, o que, na sua opinião, lhe permite continuar a invasão da Ucrânia e ameaça ter impactos de “grande escala” na segurança. “Ao procurar relações construtivas e estáveis com a China, reconhecemos a importância do envolvimento directo e sincero para expressar preocupações e gerir as diferenças”, frisou o grupo. Esta cimeira de dois dias concentrou muita atenção nas relações com a China e a região Indo-Pacífico, e no apoio de Pequim ao regime de Vladimir Putin. “Pedimos à China que cesse a transferência de veículos de ataque aéreo não tripulados e de materiais de dupla utilização, incluindo armas e componentes materiais”, exigiram ainda os países, na declarações finais. Instaram também Pequim a “intensificar os esforços” para promover a paz e a segurança internacionais e a “solicitar à Rússia que cesse os seus ataques militares e retire imediata, completa e incondicionalmente as suas próprias tropas da Ucrânia”. Condenou ainda “com a maior firmeza” a “crescente cooperação militar” entre a Rússia e a Coreia do Norte, especialmente o envio de tropas de Pyongyang na guerra contra a Ucrânia. O G7 garantiu que está a trabalhar “em conjunto com parceiros internacionais para dar uma resposta coordenada” à aliança entre Moscovo e Pyongyang.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim garante próxima colheita de soja brasileira face a crescentes tensões Antes que a previsível guerra comercial anunciada por Trump se torne uma realidade, o governo chinês tenta assegurar trocas comerciais a preços razoáveis Os compradores chineses estão a garantir a soja brasileira da próxima colheita, visando salvaguardar a oferta e garantir bons preços, numa altura em que se prevê um agravamento das tensões comerciais entre Pequim e Washington. As compras de feijão brasileiro por empresas chinesas significam que pelo menos metade da procura chinesa para o período Fevereiro-Abril já foi coberta, bem como cerca de 20 por cento para Maio-Junho, segundo a agência Bloomberg. Espera-se que a próxima colheita seja a maior de sempre da nação sul-americana, ajudando os comerciantes chineses a obterem boas margens. Os compradores normalmente reservam as cargas com cerca de dois meses de antecedência. Os preços das cargas brasileiras estão cerca de 2 dólares por tonelada abaixo dos preços da Costa do Golfo dos EUA, para Fevereiro, e 22 dólares mais baratos para Março, segundo dados da Commodity3. Os trituradores chineses também estão a tomar a medida invulgar de garantir algumas cargas brasileiras para entrega em Dezembro e Janeiro, durante a época baixa no Brasil, que é mais cara, antes da próxima colheita, disseram os operadores, citados pela Bloomberg. Este período é tipicamente quando os EUA dominam o mercado global, após a sua própria colheita. Embora o Brasil já seja o maior exportador do mundo, as últimas compras destacam a crescente dependência da China em relação à soja do país. As preocupações com um potencial choque de abastecimento se Pequim aumentar as taxas alfandegárias sobre as importações de produtos agrícolas dos EUA estão a aumentar o incentivo para armazenar noutros locais. Ameaças conhecidas O presidente eleito norte-americano, Donald Trump, disse na segunda-feira que planeia impor taxas alfandegárias adicionais de 10 por cento sobre os produtos oriundos da China, logo após assumir funções. Anteriormente, comprometeu-se a aumentar as taxas para 60 por cento para todos os produtos da nação asiática, suscitando o risco de os produtos agrícolas norte-americanos serem apanhados em medidas de retaliação. Os EUA têm cerca de quatro milhões de toneladas de vendas de soja pendentes para a China na temporada 2024-25, segundo dados do Governo. Ainda assim, esse é o menor valor para esta época desde 2018 – durante o primeiro mandato de Trump. Os compradores estão cautelosos com as preocupações sobre taxas mais altas, disse a consultora chinesa Mysteel Global, num relatório emitido na semana passada. A previsão é que a China importe cerca de 109 milhões de toneladas de soja na actual temporada. A sua procura global de culturas, incluindo cereais, tem vacilado à medida que o país se debate com um abrandamento económico. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares, em 2004, para 157,5 mil milhões, em 2023. O Brasil desempenha, em particular, um papel importante na segurança alimentar da China, compondo mais de 20 por cento das importações agrícolas e pecuárias do país asiático. A segunda maior economia mundial alimenta quase 19 por cento da humanidade com apenas 8,5 por cento das terras aráveis do planeta. Em comparação, o país latino-americano tem quase 7 por cento das terras aráveis para 2,7 por cento da população mundial.