Cólera | Cheoc Van pode ter sido contaminada com esgotos não tratados

[dropcap]O[/dropcap] caso de cólera detectado na água da praia de Cheoc Van pode estar relacionado com o mau tratamento dos esgotos no território, alertou na sexta-feira o presidente da CESL Ásia, citado pelo Macau Daily Times.

António Trindade, CEO da empresa de energia e ambiente local, suspeita que existe uma relação entre a recente análise positiva à bactéria e a falta de tratamento das águas dos esgotos que são descarregadas no mar.

Segundo a publicação, o responsável da CESL afirmava em entrevista no início de 2019, que “mais de 80 por cento das águas do sistema de esgotos em Macau é despejada sem tratamento nas águas costeiras”. E terá lembrado agora que as autoridades sanitárias têm como confirmar ou despistar esta afirmação, bastando “analisar os germes do lixo recolhido ou dos esgotos tratados nas diversas estações da cidade”. Se compararem esses resultados com a estirpe encontrada na praia, na semana passada, vão saber de onde provém a contaminação.

Mesmo que parte da água seja tratada antes de se proceder à descarga dos efluentes, esta poderá não estar livre de perigo, como entende António Trindade, já que Macau “continua hoje a aplicar níveis de segurança datados de 1992 para gerir e tratar os resíduos líquidos”. Esta “é uma situação de terceiro mundo” para um território que tem uma das “mais ricas economias do mundo” e “recebe dezenas de milhões de turistas a cada ano”, comentou ao Macau Daily Times, acrescentando que, “não podemos aceitar esses riscos”.

Uma epidemia de cólera pode ser desencadeada através de contaminação da água ou de alimentos por parte de agentes infectados ou de fezes. A doença pode espalhar-se rapidamente em regiões com tratamento ineficaz de esgotos e de água potável, associadas a condições de higiene precária.

29 Jul 2019

PJ detecta caso de falsificação de cartões de crédito

[dropcap]F[/dropcap]oram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) dois homens do interior da China por suspeita de utilização de cartões de crédito falsos. A operação ocorreu no passado sábado num hotel no Cotai.

De acordo com as autoridades, os suspeitos foram alegadamente contratados por uma rede criminosa que se dedica à falsificação de cartões que fornecia, sob pagamento, dados dos cartões de crédito utilizados ilicitamente.

A PJ estima que desde Março esta rede tenha utilizado em Macau mais de 150 cartões e movimentado 163 mil dólares de Hong Kong. Os dois suspeitos admitiram o crime e foram apresentados ao Ministério Público acusados de falsificação de moeda, passagem de moeda falsa e burla informática. A PJ vai continuar à procura de eventuais cúmplices.

29 Jul 2019

Saúde | Ilegalidades com vacinas e medicamentos são “raras”

[dropcap]L[/dropcap]ei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde (SS) defendeu, na última reunião do Conselho para os Assuntos Médicos, que têm sido “raros” os casos de importação ilegal de medicamentos ou fornecimento indevido de vacinas em Macau, refere um comunicado oficial.

Neste sentido, os SS notam que “têm atribuído grande importância à segurança das vacinas e à supervisão de mercado local, além de fiscalizar periodicamente as farmácias, a importação e exportação de produtos farmacêuticos e os fornecedores de medicamentos”.

Lei Chin Ion declarou que foi estabelecido “um mecanismo de cooperação interdepartamental com os Serviços de Alfândega para realizar inspecções conjuntas e combater actividades ilegais quando necessário”.

29 Jul 2019

MGM China | Mais de 5,5 mil milhões de HKD no segundo trimestre

[dropcap]A[/dropcap] MGM China, que opera casinos em Macau, anunciou receitas de 5,5 mil milhões de dólares de Hong Kong no segundo trimestre deste ano, mais 26 por cento do que em igual período de 2018.

No total, as receitas nos primeiros seis meses do ano ascenderam a 11,3 mil milhões de dólares de Hong Kong, um aumento de 25 por cento comparativamente ao primeiro semestre do ano passado, informou o grupo, em comunicado.

Em destaque estão os resultados do MGM Cotai, a funcionar desde Fevereiro do ano passado.
No primeiro semestre de 2019, o MGM Cotai registou um EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de cerca de mil milhões de dólares de Hong Kong, contra 261 milhões de dólares de Hong Kong em 2018.

“Estamos entusiasmados por assistir ao crescimento do MGM Cotai”, declarou o director-executivo, Grant Bowie, citado no mesmo comunicado.

Bowie mostrou-se também satisfeito pelo prolongamento da subconcessão de jogo até 2022, descrevendo a decisão do Executivo de Macau como “um marco significativo” que permite à empresa “um maior compromisso e desenvolvimento”, no território.

29 Jul 2019

Luto | Bandeira a meia-haste em homenagem a Li Peng

[dropcap]D[/dropcap]e forma a respeitar o luto pela morte de Li Peng, que ocorreu no passado dia 22 de Julho, a bandeira será içada hoje a meia haste.

Li Peng foi primeiro-ministro do Conselho de Estado da República Popular da China e ex-presidente do Comité Permanente do Congresso Popular Nacional.

A medida é tomada “em conformidade com as instruções do Governo Central, aplicadas em todo o território nacional”, aponta um comunicado do Gabinete do porta-voz do Executivo local.

29 Jul 2019

Macau quer prestar mais “serviços de qualidade” na Grande Baía

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças de Macau destacou a necessidade de prestar “mais serviços de qualidade” a Hong Kong e à província de Guangdong, tendo em conta o plano de cooperação inter-regional da Grande Baía.

“Macau continuará a basear-se no princípio de um país, para tirar proveito dos dois sistemas, desenvolvendo a função de ‘mecanismo central’, para prestar mais serviços de qualidade à Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, afirmou Lionel Leong.

No reforço da cooperação bilateral com Guangdong, o secretário vê “uma rara oportunidade de desenvolvimento económico”.

Lionel Leong falava na abertura da “Feira de Produtos de Marca da Província de Guangdong e Macau”, após a assinatura de protocolos entre serviços industriais e comerciais das duas regiões.

A 11.ª edição do certame, que decorreu até ontem, foi a maior, com uma área de exposição de nove mil metros quadrados, onde estiveram instalados mais de 400 expositores, segundo um comunicado oficial.

Área especial

Pela primeira vez, e em resposta à importância que Pequim “atribui à formação de jovens talentos”, a feira contou com uma zona dedicada aos jovens empreendedores da Grande Baía.

Para Lionel Leong, a feira “constitui um importante projecto económico e comercial no âmbito da cooperação Guangdong-Macau”, duas regiões que têm “mantido uma excelente e estreita parceria” com um objectivo: incentivar o desenvolvimento económico de ambas.

Sobre os protocolos assinados, o responsável indicou tratar-se da “prestação recíproca de diversos tipos de serviços de consultoria e de encaminhamento”.

Lionel Leong destacou, entre as iniciativas da federação, do Governo de Macau e dos organismos económicos e industriais da nova área de Hengqin, a plataforma de serviços gratuitos de registo comercial no interior da China direccionada para as empresas de Macau.

29 Jul 2019

Presidente da Colômbia visita a China para reforçar relações bilaterais

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da Colômbia, Iván Duque, parte sábado para a China para uma visita oficial de três dias com o objectivo de melhorar as relações económicas bilaterais e promover a abertura do mercado chinês aos produtos do seu país.

Duque inicia os compromissos oficiais na próxima segunda-feira, em Xangai, onde presidirá ao Fórum Económico e Comercial Colômbia-China, no qual cerca de 300 empresários colombianos farão uma apresentação dos seus produtos.

Nesse mesmo dia, o Presidente colombiano visita o porto de Yangshan e o Aeroporto Internacional de Hongqiao, que integra os serviços de terminal aéreo, comboio e metro.

Outro fórum económico está igualmente previsto na quarta-feira em Pequim, onde outros 200 empresários colombianos devem comparecer ao evento.

Na capital chinesa, o chefe de Estado vai observar as obras do novo aeroporto da cidade, que terá capacidade para mobilizar 100 milhões de passageiros por ano, e visitará o Palácio Imperial, considerado um ícone da promoção de indústrias criativa e cultural.

Duque deverá encontrar-se com o Presidente da China, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro, Li Keqiang, entre outros altos dirigentes chineses.

Durante os seus encontros com as autoridades da China, primeiro país da região que visita desde que assumiu a Presidência, a 7 de Agosto, Duque assinará 15 instrumentos de cooperação e entendimento em diferentes áreas.

Os protocolos de cooperação e entendimento são nas áreas da agricultura, infraestrutura, transporte, ciência, tecnologia, educação, cultura, comércio electrónico e comércio da laranja, um dos pilares do Governo de Duque.

A China é o segundo parceiro comercial da Colômbia e o segundo maior investidor da Ásia no país, mas com um volume ainda muito baixo de 40 milhões de dólares anuais, que o Governo da Duque quer expandir.

27 Jul 2019

Número de mortos em deslizamentos de terras na China sobe para 26

[dropcap]O[/dropcap] balanço do número de mortes causadas pelos deslizamentos de terra na província de Guizhou, sudoeste China, aumentou para 26, após serem descobertos mais dois corpos, anunciou hoje a estação pública de televisão.

Um forte deslizamento de terra atingiu na noite de terça-feira uma aldeia na cidade de Liupanshui, localizada a 2.300 quilómetros de Pequim. Em consequência do desastre resultaram até agora 26 mortos, o desaparecimento de 25 pessoas e 22 casas soterradas, segundo a estação de televisão pública CCTV.

Um balanço dado no início do dia registava 24 mortos e 27 desaparecidos. O canal de televisão CCTV emitiu imagens de máquinas escavadoras a tentar salvar os sobreviventes, bem como de uma equipa de resgate a levar um corpo numa maca e a aldeia devastada, na qual flui um rio de lama.

Os deslizamentos de terra ocorrem frequentemente em áreas rurais e montanhosas da China, especialmente durante as chuvas fortes. Em Agosto de 2017 morreram pelo menos 30 pessoas em dois deslizamentos diferentes na mesma província de Guizhou.

Mais de 800 pessoas participam nas operações de resgate e têm vasculhado a área, onde chuvas contínuas e encostas íngremes dificultam os esforços de busca. Num outro incidente, na tarde de terça-feira, uma pessoa morreu e outras seis estão desaparecidas depois de um deslizamento de terras atingir uma aldeia em Hezhang, também na província de Guizhou.

27 Jul 2019

Lei da extradição | Trabalhadores do aeroporto de Hong Kong juntam-se aos protestos

[dropcap]O[/dropcap]s trabalhadores do aeroporto de Hong Kong e das companhias aéreas que operam no território manifestaram-se hoje no terminal de chegadas, com o objectivo de alertar os viajantes estrangeiros sobre a crise política no território.

Os passageiros que chegaram ao terminal 1 foram recebidos com centenas de manifestantes vestidos de preto, que tinham vários cartazes onde podia-se ler “Liberdade em Hong Kong”, “A polícia viola a lei de propósito” ou “Carrie Lam (chefe do executivo) demissão!”.

Pilotos, hospedeiros e sindicatos que representam os funcionários começaram o protesto às 13:00 locais e está previsto que seja concluindo à meia-noite. Ao protesto juntaram-se outros cidadãos.

De acordo com a agência noticiosa Associated Press, o número de protestantes ultrapassava os 1.000 e ouviram-se cânticos como “Não há motins, só há tirania!”. Um dos organizadores do protesto, Andy Ho, de 22 anos, disse que o objectivo principal “é fazer com que mais pessoas no mundo saibam o que é que está a acontecer em Hong Kong nos últimos meses”.
“Hong Kong já não é o que era no passado”, acrescentou.

Os manifestantes fizeram as mesmas exigências feitas na marcha de domingo: a retirada por completo da proposta lei de extradição, cujo processo já foi suspenso pelo Governo temporariamente, uma investigação independente sobre a violência policial durante os protestos dos opositores à lei e a instauração do sufrágio universal na ex-colónia britânica.

O evento de hoje também foi uma reação à violência exercida por centenas de homens vestidos de branco que agrediram os passageiros que estavam na estação de metro de Yuen Long, no passado domingo.

Os indivíduos vestidos de brancos bateram, com paus e barras metálicas, em todos aqueles que estivessem vestidos de preto, cor escolhida pelos manifestantes pró-democracia que a essa hora realizavam uma marcha de protesto no centro da cidade

As agressões resultaram em 45 feridos e a polícia não reagiu a tempo de evitar os incidentes.
Até ao momento, as autoridades do território já prenderam 11 pessoas, algumas vinculadas com as máfias locais.

Está marcada uma outra manifestação para este sábado, perto da estação do metro onde aconteceram os incidentes de domingo. A polícia não autorizou a realização da próxima manifestação, mas os protestantes já confirmaram que irão prosseguir com o evento.

As manifestações começaram no início do mês de Junho em Hong Kong, contra uma proposta de lei de extradição que, segundo os advogados e os activistas defensores dos direitos humanos, podia traduzir-se num acesso do regime de Pequim a “fugitivos” e refugiados que estão no solo de Hong Kong, assim como uma forma de intimidar e penalizar os críticos do regime chinês.

Já os seus defensores argumentam que esta é uma forma de preencher um vácuo legal, já que não há fórmulas legais de extradição entre Taiwan, Hong Kong e China continental.

26 Jul 2019

Antigo governador de região chinesa de Xinjiang admite corrupção

[dropcap]O[/dropcap] antigo governador de Xinjiang admitiu ontem em tribunal ter aceitado o equivalente a 10 milhões de euros em subornos, no âmbito da mais persistente campanha anti-corrupção na história da China comunista.

Nur Bekri, que recentemente foi responsável pela agência de planeamento energético da China, e que é membro da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, foi governador de Xinjiang, no extremo noroeste do país, entre 2008 e 2014.

Nur Bekri, membro do Partido Comunista Chinês (PCC) desde os 21 anos, também liderou a Administração Nacional de Energia, entre 2014 e 2018, e foi vice-director da poderosa Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China.

“Entre 1998 e 2018, ele aproveitou-se do seu poder e estatuto para ajudar empresas e indivíduos a ganhar contratos, promover produtos e beneficiar de medidas preferenciais”, disse o Tribunal Popular Intermédio de Shenyang, no nordeste da China. Nur Bekri aceitou subornos de empresas e indivíduos, num total de 79,1 milhões de yuans, lê-se na mesma nota.

Uma estrela em ascensão no Partido Comunista Chinês, Nur Bekri foi um dos mais poderosos políticos oriundos de minorias étnicas. Entre 2012 e 2017 foi membro do Comité Central do PCC. Ontem, “reconheceu a sua culpa” e “arrependeu-se” pelas suas acções, disse o tribunal.

O ex-governador terá ainda abusado do seu poder, ao ter organizado passeios em veículos de luxo, com motoristas privados, e outros serviços, para os seus familiares, enquanto levava uma “vida extravagante”, segundo a Comissão Central de Inspecção e Disciplina do PCC. A mais ampla e persistente campanha anticorrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente Xi Jinping após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista.

Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo Presidente Hu Jintao, Ling Jihua.

Antes de 2014, Bekri ocupou ao longo de três décadas vários cargos na região de Xinjiang.
Não há indicações de que a investigação esteja relacionada com a campanha repressiva lançada pelas autoridades sobre os uigures, que resultou na detenção de mais de um milhão de pessoas em campos de doutrinamento político.

26 Jul 2019

Comércio | Pequim pode comprar mais produtos agrícolas americanos

As empresas chinesas estão dispostas a importar mais produtos agrícolas oriundos dos Estados Unidos, informou ontem o ministério chinês do Comércio, nas vésperas de delegações dos dois países se reunirem para negociar um acordo comercial

 

[dropcap]O[/dropcap] anúncio surge depois das acusações do Presidente norte-americano, Donald Trump, de que Pequim estava a faltar à promessa de reduzir o ‘superavit’ comercial com os Estados Unidos através da compra de mais produtos agrícolas americanos.

O porta-voz do ministério Gao Feng confirmou, na terça-feira, que as delegações vão conversar, pela primeira vez, frente a frente, desde que Trump e o homólogo chinês, Xi Jinping, acordaram um segundo período de tréguas, numa guerra comercial que espoletou no Verão passado e ameaça a economia mundial.

O primeiro período de tréguas colapsou após Trump ter subido as taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares de bens importados da China, acusando Pequim de recuar em compromissos feitos anteriormente.

Gao disse que os importadores chineses vão negociar com os fornecedores dos EUA, embora tenha rejeitado uma “relação directa” com as negociações da próxima semana. “As empresas chinesas têm a disposição de continuar a importar alguns produtos agrícolas dos Estados Unidos”, disse Gao, em conferência de imprensa. “As empresas vão negociar os contratos com os fornecedores”, detalhou.

Pequim bloqueou as importações de soja norte-americana e aumentou as taxas alfandegárias sobre produtos agrícolas, em retaliação pela decisão de Trump de punir com taxas alfandegárias cerca de metade das importações oriundas da China.

A China concordou, entretanto, em comprar mais produtos agrícolas americanos, gás natural e outros bens, mas voltou atrás após Trump avançar com mais taxas. Trump recentemente acusou Pequim de retroceder, afirmando no Twitter que “a China está a decepcionar [os EUA]”.

A China comprometeu-se a comprar produtos agrícolas norte-americanos e, em troca, os EUA devem retirar o grupo chinês das telecomunicações Huawei de uma lista de entidades a quem as empresas norte-americanas não podem vender tecnologia chave sem autorização prévia.

As disputas comerciais entre os dois países continuam a pesar sobre a economia global, e foram um dos factores que levou o Fundo Monetário Internacional a reduzir a sua estimativa para o crescimento da economia mundial, este ano, para 3,2 por cento. Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um, numa guerra comercial que ameaça a economia mundial.

Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

26 Jul 2019

Pequim financia 85% de projecto ferroviário na Malásia

Um banco estatal da China vai financiar 85 por cento da construção de uma malha ferroviária na Malásia, que impulsionará o desenvolvimento económico nos estados pobres do leste, informou ontem o ministro dos Transportes, Loke Siew Fook

 

[dropcap]A[/dropcap] ligação ferroviária da costa leste da Malásia, cujo preço de construção ascende a 10.700 milhões de dólares, foi suspensa há um ano, após a eleição do actual primeiro-ministro, Mahathir Mohamad. O Governo malaio disse, em Abril, que relançaria a obra, depois de o empreiteiro chinês aceitar reduzir os custos de construção em um terço.

O projecto vai ligar a costa oeste da Malásia aos estados mais pobres do leste e é parte fundamental do projecto chinês de infra-estruturas “Uma Faixa, Uma Rota”. Bancos e outras instituições chinesas estão a conceder enormes empréstimos no quadro da iniciativa, que inclui ainda uma malha ferroviária e autoestradas, a ligar a região oeste da China à Europa e Oceano Índico, cruzando Rússia e Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que reforçarão as ligações marítimas do próspero litoral chinês.

Numa cerimónia no nordeste do estado de Terengganu, para relançar o projecto, Loke disse que a estatal Malaysia Rail Link finalizou as negociações com o Banco de Exportação e Importação da China e que um acordo vai ser assinado em breve.

Loke afirmou que o projecto ferroviário, com uma extensão de 640 quilómetros, reduzirá o tempo de viagem entre Kota Baru, no estado de Kelantan, e a capital administrativa do governo, Putrajaya, para quatro horas. Por estrada, a viagem demora pelo menos oito horas.

De mãos dadas

Com uma velocidade média de 160 quilómetros por hora, a nova ligação ferroviária vai passar por cinco estados e terá 20 estações, e deve estar concluída em Dezembro de 2026, incluindo entre 30 e 40 túneis e múltiplos viadutos, segundo o ministro. Loke Siew Fook disse que o projecto vai impulsionar o comércio e o turismo e atrair investimento.

O embaixador chinês Bai Tian citou um estudo malaio que prevê que a ligação ferroviária impulsionará em 2,7 por cento o crescimento económico da Malásia. Bai considerou o projecto como um “factor decisivo” que vai revitalizar a economia da costa leste e estreitar os laços entre a Malásia e a China.

A Malaysia Rail Link e a China Communications Construction Company Ltd., que estão a desenvolver o projecto, planeiam formar uma ‘joint venture’, com participação de 50 por cento para cada parte.

O primeiro-ministro malaio, Mahathir Mohamad, disse que o facto de o custo do projecto poder ser reduzido em 5,2 mil milhões de dólares mostra que as projecções iniciais foram inflacionadas, quando o ex-primeiro-ministro Najib Razak concedeu o contrato inicial à CCCC, em 2016. Mahathir decidiu renegociar o acordo, em vez de pagar uma compensação de 5,3 mil milhões de dólares.

Desde que assumiu o poder depois de uma histórica vitória eleitoral, no ano passado, o Governo de Mahathir cancelou ou reviu projectos de infra-estrutura em larga escala, após ter descoberto que a dívida nacional disparou, culpando a corrupção no Governo do ex-primeiro-ministro Najib Razak. Mahathir suspendeu então a construção dos dois gasodutos, um na península da Malásia e outro na ilha de Bornéu, e também uma ligação ferroviária que ligaria a costa oeste da Malásia aos estados rurais orientais, tudo contratos assinados pelo Governo anterior, e que se inserem na iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”.

O Governo malaio disse que está a investigar se algum do dinheiro destinado a projectos apoiados pela China foi usado pelo governo de Najib para pagar as dívidas do fundo de investimento 1MDB.

Um enorme escândalo financeiro no 1MDB levou à derrota da coligação de Najib, em Maio de 2018. O antigo primeiro-ministro está a ser julgado por múltiplas acusações de corrupção ligadas àquele fundo.

26 Jul 2019

Óbito | Rutger Hauer, eterno vilão de “Blade Runner”, morre aos 75 anos 

[dropcap]O[/dropcap] actor holandês Rutger Hauer, que ficou célebre sobretudo no filme “Blade Runner”, de Ridley Scott, morreu no dia 19, aos 75 anos, revelou esta quarta-feira a revista Variety. A informação foi avançada pelo agente, Steve Kenis, explicando que o actor estava doente, morreu em casa e que o funeral se realizou ontem, na Holanda.

Nascido a 23 de Janeiro de 1944, em Utrecht, Rutger Hauer estreou-se no final dos anos 1960 na série de televisão “Floris”, de Paul Verhoeven, realizador com quem iria trabalhar em anos seguintes, nomeadamente em “Delícias Turcas” (1973) e “O Soldado da Rainha” (1975).

No entanto, foi com o papel do vilão Roy Batty, líder dos replicantes no filme de culto “Blade Runner – Perigo Iminente”, de Ridley Scott, que Rutger Hauer ficou célebre em 1982.

Na mesma década, participou em filmes como “A Mulher Falcão” (1985), de Richard Donner, “Morto ou Vivo” (1986), de Gary Sherman, e “A Lenda do Santo Bebedor” (1988), de Ermanno Olmi. Com “Fuga de Sobibor”, telefilme de Jack Gold, de 1987, venceu um Globo de Ouro como actor secundário.

Terror, ficção científica, acção, foram vários os géneros cinematográficos em que Rutger Hauer se moveu no cinema, tendo entrado, por exemplo, em “Drácula 3D”, “Buffy, caçadora de vampiros”, “Batman – O início”, “Sin City – Cidade do pecado” e “Valerian e a cidade dos mil pllanetas”.

Em 2013 protagonizou “RPG”, longa-metragem portuguesa de ficção científica, realizada por David Rebordão e Tino Navarro. Entre as suas últimas aparições no cinema está a participação em “Os Irmãos Sisters”, de Jacques Audiard.

26 Jul 2019

Filmes de Leonor Teles e Tiago Guedes em competição no Festival de Veneza

[dropcap]O[/dropcap] filme português “Cães que ladram aos pássaros”, de Leonor Teles, vai estar em competição no 76.º Festival de Cinema de Veneza, que decorre de 28 de Agosto a 7 de Setembro em Itália, foi ontem anunciado. O filme integra a secção competitiva Orizzonti, sub-secção de curtas-metragens, de acordo com a produtora Uma Pedra no Sapato num comunicado.

O nome de Leonor Teles, de 27 anos, sobressaiu no cinema português em 2016, quando venceu o Urso de Ouro, o prémio máximo do festival de Berlim, com “Balada de um batráquio”. Depois das curtas-metragens “Rhoma Acans” e “Balada de um batráquio”, Leonor Teles assinou em 2018 a primeira longa documental, “Terra Franca”, vencedora de uma dezena de prémios, que acompanha a vida de Albertino Lobo, um pescador de Vila Franca de Xira (onde a realizadora nasceu) ligado desde sempre ao rio Tejo.

“A Herdade” na corrida

Outro filme português que também está em competição é “A Herdade”, de Tiago Guedes, e que estreia em Portugal a 19 de Setembro. “A Herdade” tem co-produção da Leopardo Filmes e da Alfama Filmes, e conta a “saga de uma família proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, […] fazendo o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a revolução do 25 de Abril e até aos dias de hoje”.

Com argumento de Rui Cardoso Martins e Tiago Guedes, com a colaboração de Gilles Taurand, o elenco é composto por Albano Jerónimo, Sandra Faleiro, Miguel Borges, João Vicente, Ana Bustorff, Beatriz Brás, entre outros. Depois de Veneza, o filme terá a sua estreia norte-americana no Festival Internacional de Cinema de Toronto, cuja 44.ª edição decorre entre 5 e 15 de Setembro.

26 Jul 2019

Teatro | CCM apresenta “Do Pó às Cinzas” em Setembro 

Começam a ser vendidos este domingo bilhetes para a nova produção teatral que sobe ao palco do Centro Cultural de Macau de 20 a 22 de Setembro. “Do Pó às Cinzas” é uma encenação da responsabilidade de Fredric Mao, encenador de Hong Kong

 

[dropcap]O[/dropcap] Centro Cultural de Macau (CCM) apresenta a peça “Do Pó às Cinzas”, estando programados três espectáculos que estarão em cena no pequeno auditório do CCM de 20 a 22 de Setembro. Os bilhetes começam a ser vendidos este domingo.

Encenada pelo icónico mestre do teatro de Hong Kong Fredric Mao e escrita pelo prolífico dramaturgo Nick Yu, “Do Pó às Cinzas” é uma viagem de amor e ódio criada em jeito de homenagem ao lendário escritor e prémio Nobel da Literatura Harold Pinter. A peça leva ao palco um intenso turbilhão de emoções inspirada em “Cinza às Cinzas”, uma das mais reconhecidas peças de Pinter.

Adoptando o tom desconcertante do dramaturgo britânico, o trabalho de Yu funciona enquanto metáfora dos impulsos de luxúria e paixão que incessantemente comandam as vidas das pessoas. Interpretada em Cantonense por seis actores locais, “Do Pó às Cinzas” aborda a crença tradicional chinesa da incarnação para compor personagens em diversas variações existenciais. Uma história de dois casais, cujos caminhos se entrecruzam em quatro situações distintas que se repetem.

Esta produção é o epílogo de um projecto de residência artística lançado pelo CCM o ano passado e uma excelente oportunidade para um grupo de actores locais abraçarem um desafio de longa duração integrando uma equipa profissional sob a direcção de um mestre encenador.

Mestres consagrados

Fredric Mao Chun-fai, o encenador desta peça, está há 40 anos ligado ao mundo da dramaturgia, não só através da encenação mas também através do estudo e do ensino a jovens artistas. Com 72 anos de idade, Fredric Mao tem agora um novo projecto depois de ter levado em cena um espectáculo em Hong Kong, em Fevereiro deste ano, que teve como objectivo rejuvenescer a antiga ópera cantonense.

Harold Pinter nasceu em 1930 em Londres, Reino Unido, e ingressou na vida teatral como actor. Em 1957, Pinter escreveu a primeira peça, “The Room” e ao longo da carreira a sua obra catapultou o britânico como um dos autores fundamentais do teatro contemporâneo.

Ao longo da carreira, Pinter escreveu mais de 30 peças, que foram traduzidas e encenadas em todo o mundo. Além do teatro, o autor também escreveu para rádio, televisão e cinema, onde colaborou com Joseph Losey.

26 Jul 2019

Melco | Lucros cresceram 75 por cento no segundo trimestre

[dropcap]A[/dropcap] Melco Resorts & Entertainment registou lucros líquidos de 100,3 milhões de dólares no segundo trimestre de 2019, mais 75 por cento em termos anuais.

De acordo com um comunicado, divulgado na quarta-feira, a empresa liderada por Lawrence Ho, filho do magnata do jogo de Macau Stanley Ho, tinha registado no mesmo período de 2018, lucros líquidos de 57,3 milhões de dólares.

Entre Abril e Junho passado, a Melco obteve receitas operacionais de 1,44 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 17 por cento em relação a igual período de 2018, que terminou com receitas operacionais de 1,23 mil milhões de dólares.

“Todos os ‘resorts’ da Melco em Macau apresentaram um forte crescimento das receitas do mercado de massas”, destacou Lawrence Ho, citado no comunicado da operadora.

26 Jul 2019

Sands | Lucros subiram 19,7 por cento no segundo trimestre

[dropcap]A[/dropcap] operadora de jogo Sands China apresentou ontem lucros de 511 milhões de dólares no segundo trimestre de 2019, um aumento de 19,7 por cento comparativamente ao período homólogo de 2018.

Em comunicado, a subsidiária do grupo Las Vegas Sands, apresentou receitas de 2,14 mil milhões de dólares, o que representa uma subida de 1,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.

O principal empreendimento do grupo, o Venetian, voltou a ser o que registou as receitas de jogo mais significativas: 698 milhões de dólares, ou mais 3,1 por cento do que igual período do ano anterior. Ao todo, o grupo Las Vegas Sands registou lucros de 954 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano, contra 556 milhões de dólares no segundo trimestre de 2018.

26 Jul 2019

Trabalho | Número de TNR bateu recorde em Junho

[dropcap]M[/dropcap]acau registou um número recorde de trabalhadores não residentes (TNR), no passado mês de Junho, que corresponderam a 190.367 cidadãos, segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.

Este número representa mais 231 trabalhadores do que em Abril, mês que havia atingido o valor mais elevado de que há registo. Em comparação com o mês de Junho de 2018, o aumento foi de 4,9 por cento, com mais 8.868 TNR.

A grande maioria de trabalhadores não residentes, no mês de Junho, são provenientes do interior da China (118.998), das Filipinas (32.149) e do Vietname (14.805). O ramo de actividade económica que mais emprega TNR são os “hotéis, restaurantes e similares”, seguidos da “construção” e das “famílias com empregados domésticos”.

26 Jul 2019

Saúde | Chan Iek Lap defende vacina contra HPV prescrita a rapazes 

[dropcap]C[/dropcap]han Iek Lap, deputado à Assembleia Legislativa (AL), defende a prescrição da vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) para rapazes com idades compreendidas entre os 11 e 12 anos.

Numa interpelação escrita dirigida ao Governo, o deputado cita um estudo do Center for Desease Control and Prevention, dos Estados Unidos, que confirma que o HPV não afecta apenas mulheres, mas também homens, sendo que no sexo masculino o vírus pode desenvolver-se como cancro da garganta, do canal anal ou da próstata.

Chan Iek Lap, que além de deputado é também médico pediatra, defende que nos homens o HPV se manifesta de forma diferente e que, uma vez que não é possível fazer o rastreio, a melhor forma de combater a doença é mesmo através da vacinação.

O deputado disse ainda que, na Austrália, depois das autoridades terem expandido o plano de vacinas contra o HPV a rapazes, houve uma redução do número de casos de pacientes com verrugas genitais cinco anos depois da adopção de uma nova política. O HPV pode afectar a pele e mucosas, tanto de homens como mulheres.

26 Jul 2019

Reino Unido | Boris Johnson rodeia-se de eurocépticos para formar Governo

Boris Johnson está à frente dos desígnios políticos britânicos e já deixou claro que não vai olhar a meios para sair da União Europeia no fim de Outubro. Assim que foi indigitado primeiro-ministro, há dois dias, Johnson reestruturou por completo o Governo, rodeou-se da ala mais radical de eurocépticos e anunciou que o Reino Unido não vai ter comissário na União Europeia

 

[dropcap]B[/dropcap]oris Johnson foi na passada quarta-feira indigitado primeiro-ministro britânico pela Rainha Isabel II e ontem anunciou mudanças de fundo no Governo que reflectem as suas escolhas quanto à saída da União Europeia e a inevitabilidade do Brexit, sem olhar a meios.

O novo primeiro-ministro rodeou-se sobretudo de eurocépticos convictos, a quem distribuiu as pastas mais importantes, dando um sinal de que a prioridade é sair UE a 31 de Outubro, com ou sem acordo.

Entre os ministros nomeados, o ex-banqueiro Sajid Javid é ministro das Finanças, uma posição estratégica no contexto do ‘Brexit’, especialmente no caso de uma saída sem acordo que pode gerar turbulência económica significativa contra a qual terão de ser lançadas medidas de estímulo.

Sajid Javid foi até agora ministro do Interior, pasta atribuída a Priti Patel, 47 anos, ultra-eurocéptica e antiga ministra para o Desenvolvimento Internacional que foi despedida por Theresa May em 2017 por ter encontros sem autorização com dirigentes políticos durante umas férias em Israel.

Para ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson escolheu outro eurocéptico, Dominic Raab, advogado de 45 anos que tem defendido a suspensão do parlamento para conseguir implementar o ‘Brexit’ sem ser bloqueado pelos deputados.

Outros membros eurocépticos incluem o ministro para o ‘Brexit’, Stephen Barclay, que se mantem no Governo, sendo um dos poucos que transitam da equipa de Theresa May. O político conservador assumiu funções em Novembro do ano passado, após as demissões de David Davis e Dominic Raab, ambos em divergência com os planos do Governo para o processo de saída do Reino Unido da UE.

Deputado desde 2010 pelo círculo de North East Cambridgeshire (leste da Inglaterra), trabalhou anteriormente como advogado para as companhias de seguros e na British Financial Services Authority (FSA).

Barclay é eurocéptico, tal como os restantes ministros até agora confirmados e um dos poucos ministros que fez campanha pela permanência na União Europeia foi Ben Wallace, nomeado para a Defesa, em substituição de Penny Mordaunt, uma eurocéptica que apoiou Jeremy Hunt, o adversário de Boris Johnson na eleição para a liderança.

Dos eurocépticos mantidos estão ainda a ministra da Economia, Andrea Leadsom, a ministra do Ambiente, Theresa Villiers, e o ministro para a Escócia, Alister Jack.

Já o deputado Jacob Rees-Mogg, um eurocéptico que conspirou uma moção de censura interna a Theresa May e se opôs energicamente ao acordo de saída da UE negociado pelo anterior Governo, vai ser Ministro dos Assuntos Parlamentares.

Os excluídos

De fora do Governo estão algumas das figuras mais experientes do partido, como o anterior ministro da Economia Greg Clark e o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Jeremy Hunt, o qual terá recusado ficar com a pasta da Defesa, removida a Penny Mordaunt.

Mordaunt e o antigo ministro do Comércio Liam Fox foram dois eurocépticos afastados por terem sido leais a Theresa May e apoiantes de Hunt na eleição para a liderança do partido Conservador, que Boris Johnson ganhou.

Ainda assim, Boris Johnson manteve no Executivo alguns conservadores pró-europeus, mas em pastas consideradas menos críticas para o processo do ‘Brexit’, como a ministra do Trabalho, Amber Rudd, e o ministro da Saúde, Matt Hancock.

A Europa já foi

A confirmar a ausência futura da UE está ainda o anúncio de Boris Johnson de que Reino Unido não vai nomear um comissário europeu para o novo Executivo comunitário, num sinal de que o país vai sair da UE a 31 de Outubro.

“Quero deixar claro o meu empenho absoluto em garantir que a nossa participação nacional na União Europeia está a chegar ao fim. E essa realidade precisa ser reconhecida por todas as partes”, afirmou, numa primeira intervenção perante os deputados desde a indigitação na quarta-feira.

Boris Johnson entende que “há muitos funcionários públicos do Reino Unido brilhantes que acompanham reuniões após reuniões em Bruxelas e Luxemburgo, quando poderiam dedicar-se à preparação de novos acordos de comércio livre ou na promoção de um Reino Unido verdadeiramente global”.

Como gesto simbólico da “libertação” desses funcionários, Boris Johnson disse que o Governo não vai nomear um comissário “em quaisquer circunstâncias” para o Executivo liderado por Ursula von der Leyen a iniciar funções em Novembro.

O Reino Unido tinha previsto sair da UE a 29 de Março, mas o chumbo pelo parlamento do acordo de saída negociado pelo Governo de Theresa May com Bruxelas e a oposição a uma saída sem acordo levou a um adiamento do processo até 31 de Outubro.

De olho num “acordo melhor”

O novo primeiro-ministro britânico mostrou-se também convicto de que será possível negociar um “novo acordo, um acordo melhor” para o ‘Brexit’, num discurso feito após a indigitação pela rainha Isabel II.

O acordo, disse, “vai maximizar as oportunidades do ‘Brexit'”, ao mesmo tempo que “vai permitir desenvolver uma nova e excitante parceria com o resto da Europa, baseada no livre comércio e no apoio mútuo”.

Numas palavras de homenagem à resiliência e paciência da antecessora Theresa May, criticou os pessimistas, dentro e fora do país, que pensam que, “após três anos de indecisão” o país “se tornou prisioneiro” e que é incapaz de sair da UE. “Vamos restaurar a confiança na nossa democracia, cumprir as promessas repetidas do Parlamento às pessoas e sair da União Europeia a 31 de Outubro, sem, mas nem meio mas”, vincou.

Aos cidadãos europeus que residem no Reino Unido, prometeu “inequivocamente” que terão o direito de viver e trabalhar no país depois do ‘Brexit’, mas, aos parceiros europeus, nomeadamente os irlandeses, disse que recusa a solução para a fronteira terrestre na Irlanda do Norte, que qualificou de “antidemocrática”.

“É essencial que nos preparemos para a possibilidade remota de Bruxelas se recusar a negociar mais, e sermos forçados a sair sem acordo”, admitiu, defendendo a necessidade de preparar todos os sectores económicos para o choque.

“Claro que vai haver dificuldades, embora eu acredite que, com energia e determinação, elas serão muito menos graves do que algumas pessoas previram”, acrescentou, prometendo um pacote de impulso económico para depois do Verão.

Enumerando algumas das medidas que pretende tomar, como reforçar as forças policiais, melhorar os hospitais e investir nos cuidados sociais e na educação, Boris Johnson manifestou o desejo de ser “o primeiro-ministro de todo o Reino Unido”.

“E isso significa unir o nosso país, respondendo finalmente ao apelo do povo esquecido e das vilas deixadas para trás, renovando fisicamente e literalmente os laços que nos unem, para que tenhamos ruas mais seguras e melhor educação e fantásticas novas infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias fantásticas, banda larga de fibra”, prometeu. Boris Johnson é o 14.º primeiro-ministro do reinado de Isabel II.

 

Carnificina política

Imprensa britânica contra mudanças de Boris Jonhson

As escolhas de Boris Jonhson para o novo Executivo britânico não passaram sem mácula na imprensa britânica que define a mudança como uma “carnificina”. O jornal The Times descreve o despedimento de 11 ministros de Theresa May como uma “tarde de carnificina” e “o mais brutal purgatório do Governo na história política moderna”.

O Daily Telegraph qualificou a remodelação governamental de “massacre político” e uma “transição de perder o fôlego”.

Por sua vez, o Daily Mail fala de um “massacre” e um “banho de sangue de Boris”, enquanto que o Daily Express afirma que o primeiro-ministro fez uma “limpeza histórica” e iniciou uma “nova era” no Reino Unido.

“Johnson implacável vinga-se” é a manchete do The Guardian, que descreve a saída de alguns dos ministros como uma “limpeza impiedosa” dos detractores, do novo primeiro-ministro, no gabinete de May.

O Financial Times considera que Boris Johnson “rasgou” o Executivo anterior e colocou no seu lugar uma formação “hardcore” de ‘brexiteers’, o nome dado aos defensores da saída do Reino Unido da União Europeia.

A imprensa britânica refere ainda que para assessores, Boris Johnson recrutou muitos dos operacionais da campanha “Vote Leave” [Vota Sair], que promoveu o ‘Brexit’ no referendo de 2016 que ditou a saída britânica da UE, incluindo o director Dominic Cummings para chefe de gabinete.

26 Jul 2019

Sobe para 16 número de mortos em deslizamentos de terras na China

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos em dois deslizamentos de terra ocorridos esta semana na província de Guizhou, sudeste da China, subiu para 16, enquanto 30 pessoas continuam desaparecidas, informou hoje a imprensa estatal.

Um deslizamento de terras na noite de terça-feira enterrou 21 casas e causou pelo menos 15 mortes, no condado de Shuicheng, segundo a emissora estatal CCTV. Onze pessoas foram resgatadas e outras trinta continuam desaparecidas. As autoridades apontaram as fortes chuvas como causa principal do desastre.

Mais de 800 pessoas participam nas operações de resgate e têm vasculhado a área, onde chuvas contínuas e encostas íngremes têm dificultado os esforços de busca.

Num outro incidente, uma pessoa morreu e outras seis estão desaparecidas depois de um deslizamento de terras atingir uma vila no condado de Hezhang, em Guizhou, na tarde de terça-feira.

25 Jul 2019

Instituto Politécnico de Macau vence 3º concurso mundial de tradução chinês-português

[dropcap]A[/dropcap] equipa do Instituto Politécnico de Macau (IPM) ganhou o primeiro prémio geral do terceiro Concurso Mundial de Tradução Chinês-Português, entre 166 equipas de 43 instituições de ensino superior internacionais, foi ontem anunciado.

O segundo prémio foi atribuído à equipa da Universidade do Minho (Portugal), enquanto a equipa do Instituto Confúcio para Negócios FAAP [Fundação Armando Alvares Penteado, Brasil] conquistou o terceiro prémio, indicou, em comunicado, o IPM.

O IPM repetiu, nesta edição, o primeiro lugar dos prémios especiais para as equipas das instituições de ensino superior de Macau, conquistado em 2018. O segundo lugar nesta categoria foi para a equipa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST).

As cinco menções honrosas foram entregues às equipas da Universidade de Comunicação da China; da Universidade Católica Portuguesa; da Universidade de Aveiro; à Universidade de Estudos Internacionais de Xian e à Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang, de acordo com a nota.

O presidente do IPM, Im Sio Kei, destacou a aposta na formação de quadros bilingues, através da criação da licenciatura e do mestrado em tradução e interpretação chinês-português, bem como o curso de doutoramento em língua portuguesa, bem como de actividades académicas, acções de formação e a publicação de materiais didácticos, indicou o mesmo comunicado.

Além disso, o IPM, que organiza o concurso juntamente com o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), tem-se dedicado às áreas da Inteligência Artificial e da Tradução Automática, tendo criado o Laboratório de Tradução Automática Chinês-Português-Inglês, o que mostra o empenho da instituição em demonstrar o papel relevante Macau na construção do Centro Internacional de Inovação Científica e Tecnológica na Grande Baía, referiu.

Durante a cerimónia de entrega de prémios, o IPM lançou ainda o quarto volume do “Português Global”, uma série da manuais didácticos, realizados em parceria com a Universidade de Lisboa, para aprendizes chineses que estudam a língua portuguesa.

As equipas concorrentes, compostas por dois ou três alunos e um professor orientador, tiveram cerca três meses para traduzir um texto de português para chinês, contendo no máximo dez mil frases, extraídas dos textos ou livros de partida fornecidos previamente.

25 Jul 2019

China | Crimes sexuais contra menores punidos com pena de morte

[dropcap]O[/dropcap] Supremo Tribunal Popular da China anunciou ontem que crimes sexuais contra menores de natureza “extremamente perversa” e que tenham “consequências extremamente graves” serão punidos com a pena de morte.

“Os crimes de violação de menores prejudicam gravemente a saúde mental e física das vítimas e violam seriamente a ética e a moral sociais. O Supremo Tribunal Popular sempre manteve uma posição firme de tolerância zero”, explica o mais alto órgão judicial chinês, em comunicado.

Na mesma nota, a instituição revela que foi ontem executado um criminoso chamado He Long, por violação e forçar à prostituição várias meninas com menos de 14 anos.

Segundo dados oficiais, entre 2017 e Junho deste ano, os tribunais da China julgaram mais de 8.300 casos de crimes sexuais contra menores. O número de casos aumentou devido à maior consciencialização dos cidadãos sobre os direitos das crianças, segundo o Tribunal.

A organização de assistência social chinesa Girls’ Protection indica num relatório recente que os casos tornados públicos são “apenas a ponta do icebergue”.

Nas últimas duas décadas, centenas de milhões de pessoas mudaram-se do interior da China para as cidades prósperas do litoral, deixando dezenas de milhões de crianças abandonadas nas áreas rurais, o que torna o abuso sexual difícil de controlar.

25 Jul 2019

Tóquio 2020 | Bach destaca preparação “nunca vista” a um ano dos Jogos

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou ontem nunca ter visto uma cidade tão bem preparada a um ano de acolher os Jogos Olímpicos como Tóquio. “Nunca vi uma cidade tão bem preparada”, afirmou Bach, na capital japonesa, durante a sua intervenção num evento que analisa a evolução dos preparativos para os Jogos, que juntou autoridade regionais e nipónicas.

O presidente do COI destacou o “compromisso e cooperação” das autoridades nipónicas, tendo em vista 2020, mostrando-se confiante de que graças a isso os Jogos “vão ser um êxito para o Japão e para a comunidade olímpica”. “Vão ser uns jogos para o mundo, organizados pelo Japão e por uma equipa fantástica que inclui responsáveis políticos, desportistas e artistas”, referiu o alemão, reiterando que os Jogos devem “ser o único evento capaz de unir todos os países do mundo no tempo frágil em que se vive”.

Bach salientou a presença de “atletas de 206 delegações de todos os países do mundo e uma equipa de refugiados”, assinalando que “mais de metade da população mundial” vai seguir as competições.

Na mesma ocasião, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, expressou a ambição de que os Jogos sirvam para dar um impulso à economia local e, em particular, na reconstrução e recuperação das zonas afectadas pelo sismo seguido de tsunami de 2011. É estimado que os Jogos Olímpicos tenham um impacto de 300 milhões de dólares na economia do Japão desde o momento da escolha da cidade até ao fim do legado, em 2030, calcula o Governo Metropolitano de Tóquio.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 vão ser disputados entre 24 de Julho e 9 de Agosto de 2020, enquanto os Paralímpicos entre 25 de Agosto e 6 de Setembro.

25 Jul 2019