PME | Associação aplaude medida de bonificação de juros

O presidente da Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau, Wu Keng Kuong, considera que a medida de bonificação de juros nos empréstimos para o comércio local “vai permitir satisfazer as necessidades mais urgentes das empresas”.

Foi desta forma, de acordo com o jornal Ou Mun, que o também empresário reagiu à medida anunciada por Sam Hou Fai, na segunda-feira, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa.

Apesar deste aspecto positivo, Wu pediu às pequenas e médias empresas (PME) para analisarem a capacidade para pagar as dívidas, no caso de decidirem recorrer ao mecanismo. Wu apelou também às PME para ponderarem os seus modelos de negócio e se a actividade que exercem é economicamente viável.

Neste sentido, o responsável defendeu que o Governo deve disponibilizar aconselhamento às PME para fazerem a avaliação, assim como aumentar a literacia financeira dos empresários. “É necessário fornecer assistência financeira para o desenvolvimento sustentável das pequenas e médias empresas, controlando simultaneamente os riscos do sistema financeiro e assegurando a estabilidade do ambiente económico global”, afirmou Wu.

Ao mesmo tempo, o empresário destacou a necessidade das empresas se modernizarem e adaptarem-se aos novos modelos de consumo.

16 Abr 2025

Timor-Leste | Hospital de referência abre inquérito a morte de doente

O Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), em Díli, reconheceu ontem a falta de assistência a um doente que morreu no domingo naquele estabelecimento hospitalar de Timor-Leste e vai abrir um inquérito.

“É verdade que reconhecemos a falta de assistência médica e isso poderá ter levado à morte do nosso paciente, que estava internado já quase há uma semana”, afirmou aos jornalistas Vidal de Jesus Lopes, director do Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HNGV.

Vidal de Jesus explicou que a direcção do HNGV já recebeu o relatório dos médicos e enfermeiros que estiveram de serviço durante a noite, e que vai criar uma equipa independente para investigar o caso. “O paciente morreu devido a uma hemorragia, mas é preciso apurar se foi isso que causou a morte ou se houve outro motivo”, salientou.

Segundo a família do doente, um homem de 81 anos, terá sido sempre assistido por estudantes estagiários do curso de medicina. “É verdade que houve uma falha da nossa parte, pois os nossos profissionais seniores deveriam ter supervisionado melhor. Vamos corrigir isso”, reconheceu o director hospitalar.

O director do Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HNGV afirmou também que os funcionários do hospital atendem sempre os doentes com “cuidado, dedicação e sentido de responsabilidade”. “Reconhecemos que qualquer actuação dos estagiários deve ser supervisionada pelos profissionais seniores. Para o futuro, assumimos esta responsabilidade e vamos trabalhar para que situações como esta não se repitam”, afirmou.

Vidal de Jesus lamentou também que muitas vezes os doentes já cheguem ao hospital com situações de saúde muito complicadas para quais já não é possível tratamento.

15 Abr 2025

Coreia do Sul | Ex-presidente nega insurreição

O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, negou ontem ter cometido qualquer acto de insurreição durante a tentativa de impor a lei marcial em Dezembro

“Descrever um acontecimento que durou apenas algumas horas, que não foi violento, e concordar imediatamente em descrever o pedido de dissolução da Assembleia Nacional como uma insurreição (…) parece-me juridicamente infundado”, declarou perante o Tribunal Central de Seul, que após duas audiências preliminares começou ontem a julgar o caso, que pode resultar numa condenação Yoon Suk Yeol a prisão perpétua ou mesmo a pena de morte.

Destituído pelo Tribunal Constitucional em 4 de Abril, depois de ter sido suspenso do cargo em meados de Dezembro, Yoon enfrenta agora acusações criminais. Apesar das pesadas penas a que foi sujeito, encontra-se em liberdade, tendo a sua prisão preventiva sido anulada por razões processuais em 8 de Março.

Como todos os arguidos, o antigo chefe de Estado teve de começar por dizer o seu nome, data de nascimento e morada. A acusação incrimina Yoon Suk Yeol de “querer provocar uma revolta, com o objectivo de derrubar a ordem constitucional”, salientando que a lei marcial foi preparada com antecedência e que foram dadas ordens ao exército para cortar a electricidade e partir as janelas do Parlamento.

Yoon, antigo procurador-geral, eleito chefe de Estado em 2022, começou ontem a refutar as acusações ponto por ponto. A maioria dos especialistas espera que o processo seja longo, fazendo comparações com o do ex-presidente Park Geun-hye, que foi destituído em Março de 2017, mas cuja condenação final por tráfico de influências e corrupção só foi proferida pelo Supremo Tribunal em Janeiro de 2021.

“O veredicto em primeira instância deverá ser proferido por volta do mês de Agosto, mas o processo envolve cerca de 70 mil páginas de provas e numerosas testemunhas. Se o tribunal considerar necessário, o julgamento poderá ser prolongado”, declarou à agência de notícias France-Presse o advogado Min Kyoung-sic.

Olhar para trás

Entre outros, o tribunal vai ouvir o testemunho de dois oficiais do exército citados pelos procuradores, um dos quais afirmou ter recebido ordens dos seus superiores “para retirar os deputados reunidos na Assembleia Nacional para impor a lei marcial”.

Na noite de 3 para 4 de Dezembro de 2024, Yoon Suk Yeol impôs de forma inesperada a lei marcial, enviando o exército para bloquear o parlamento, dominado pela oposição. No entanto, poucas horas mais tarde, um número elevado de deputados conseguiu reunir-se para votar pelo levantamento da lei marcial, numa crise que apanhou o país de surpresa.

Se for condenado, Yoon será o terceiro antigo presidente da Coreia do Sul a ser condenado por insurreição, depois de Chun Doo-hwan e Roh Tae-woo, em 1996, por um golpe de Estado efectuado em 1979.
De acordo com o advogado Min Kyoung-sic, o tribunal poderá aplicar a Yoon a jurisprudência do julgamento de Chun e Roh, uma vez que as suas acções “também envolveram a utilização coerciva das forças armadas”.

15 Abr 2025

Xi diz que proteccionismo não leva a lado nenhum, antes de périplo asiático

O Presidente chinês, Xi Jinping, considera que o proteccionismo “não leva a lado nenhum” e que uma guerra comercial “não produzirá vencedores”, noticiou a imprensa local, antes de o dirigente visitar o Vietname.

Xi vai realizar esta semana um périplo pelo Sudeste Asiático para reforçar as relações comerciais do seu país e tentar reforçar a confiança na China como um parceiro de confiança, ao contrário dos Estados Unidos, que lançaram uma ofensiva comercial global. O Presidente chinês vai deslocar-se ao Vietname, Malásia e Camboja, onde se reunirá com os seus homólogos, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Estas são as primeiras visitas internacionais de Xi Jinping este ano.

“Os nossos dois países devem salvaguardar firmemente o sistema comercial multilateral, a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais e um ambiente internacional de abertura e cooperação”, escreveu o líder chinês no jornal vietnamita Nhan Dan, de acordo com a agência noticiosa oficial da China.

“Uma guerra comercial e uma guerra tarifária não produzem vencedores, e o proteccionismo não leva a lado nenhum”, sublinhou.

A visita do Presidente chinês ocorre numa altura em que o país asiático tenta emergir como um parceiro estável em contraste com os Estados Unidos, cujo Presidente Donald Trump lançou uma ofensiva comercial com novas taxas alfandegárias fixadas em 145 por cento sobre os produtos chineses, excluindo algumas isenções. Esta medida abalou os mercados mundiais e levou Pequim a retaliar.

O Vietname está a negociar uma redução de 46 por cento das tarifas norte-americanas que, após a suspensão temporária de 90 dias anunciada por Trump, poderá entrar em vigor a partir de Julho.
Xi Jinping chegou ontem ao Vietname, onde deve permanecer dois dias, na sua primeira viagem ao país vizinho desde Dezembro de 2023.

Os dois países mantêm relações económicas fortes. No entanto, são regularmente perturbadas por disputas territoriais no Mar do Sul da China, particularmente devido a reivindicações concorrentes do arquipélago das Paracels. A China reivindica a quase totalidade das ilhotas do Mar do Sul da China, enquanto os outros países costeiros (Filipinas, Vietname, Brunei, Malásia) têm reivindicações rivais.

É a falar

Xi Jinping garantiu num artigo publicado num jornal vietnamita que Pequim e Hanói são capazes de resolver estes litígios através do diálogo. “Devemos gerir as disputas de forma adequada e salvaguardar a paz e a estabilidade na nossa região”, escreveu Xi. “Com a nossa visão, somos plenamente capazes de resolver correctamente as questões marítimas através de consultas e negociações”, apontou.

Xi sublinhou a necessidade de Pequim e Hanói “reforçarem a coordenação” em vários sectores, como a educação, a agricultura, as infra-estruturas e a tecnologia. Durante a sua visita, a segunda em menos de 18 meses, os dois países assinarão cerca de 40 acordos bilaterais sobre uma vasta gama de questões.

A China é o principal parceiro comercial do Vietname há mais de duas décadas e, em 2024, o comércio bilateral ultrapassou os 260 mil milhões de dólares (228 mil milhões de euros), segundo dados oficiais.
Nos últimos anos, o Vietname, outrora inimigo histórico dos EUA, aproximou-se de Washington com o objectivo de diversificar as suas exportações, o principal motor económico do país. Durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), muitas empresas mudaram-se da China para o Vietname para evitar as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses.

15 Abr 2025

Tarifas | Pequim pede a Washington diálogo justo e baseado no respeito

A China afirmou que as tarifas de Donald Trump prejudicam a ordem económica e comercial internacional e apelou a Washington para “resolver os problemas através de um diálogo justo baseado no respeito mútuo”. Apesar de tudo, as exportações chinesas subiram 12,4 por cento em Março

 

“Exortamos os Estados Unidos a corrigir imediatamente a sua abordagem errada e a resolver as diferenças comerciais através do diálogo”, disse ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.

Lin vincou que “os EUA colocam os seus interesses à frente do bem comum da comunidade internacional, o que é um exemplo típico de intimidação tarifária”. O porta-voz reiterou que “numa guerra comercial ninguém ganha” e que “o proteccionismo não oferece nenhuma saída”.

A guerra comercial desencadeada por Trump intensificou-se a 2 de Abril, com o anúncio de “tarifas recíprocas” contra o resto do mundo, uma medida que retificou uma semana depois, perante a queda dos mercados e o aumento do custo de financiamento da dívida norte-americana.

Mas enquanto suavizava a sua ofensiva com a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10 por cento, decidiu aumentar as taxas sobre a China, que estão agora fixadas em 145 por cento. Entretanto, este fim-de-semana, Washington decidiu isentar muitos produtos tecnológicos chineses. Trump disse no domingo que as tarifas sobre semicondutores serão implementadas “num futuro próximo” e que anunciará as taxas ainda esta semana, como parte da sua guerra comercial.

No domingo, a China classificou a isenção de tarifas sobre certos produtos electrónicos chineses como “um pequeno passo” para que os Estados Unidos “corrijam a sua prática errada” e instou Washington a “cancelar completamente” as taxas.

Para Pequim, as tarifas norte-americanas “não só violam as leis económicas e de mercado básicas, como também ignoram a cooperação complementar e a relação oferta – procura entre os países”.

Pedidos e encomendas

As exportações da China aumentaram 12,4 por cento em Março, em termos homólogos, à medida que as empresas se apressaram a concluir encomendas, antes da entrada em vigor das tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As importações caíram 4,3 por cento, de acordo com dados divulgados pela Administração das Alfândegas da China.
Segundo a mesma fonte, as exportações da segunda maior economia do mundo aumentaram 5,8 por cento, nos primeiros três meses do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações caíram 7 por cento.

O excedente comercial da China com os Estados Unidos foi de 27,6 mil milhões de dólares em Março, tendo as exportações chinesas aumentado 4,5 por cento. No primeiro trimestre do ano, o país asiático registou um excedente de 76,6 mil milhões de dólares nas trocas comerciais com os EUA.

Tendo em conta as tarifas aplicadas pela Casa Branca aos produtos chineses, importa referir que os maiores aumentos nas exportações foram para os países do Sudeste Asiático, que viram as importações oriundas da China saltar quase 17 por cento, em Março, em relação ao período homólogo. As exportações para África aumentaram mais de 11 por cento.

O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para o Vietname (ver texto secundário), como parte de um périplo que também inclui Malásia e Camboja, visando reforçar laços comerciais com outros países asiáticos que também enfrentam tarifas pesadas, embora na semana passada Trump tenha adiado a respectiva aplicação por 90 dias. As exportações da China para o Vietname aumentaram quase 17 por cento no mês passado, em relação a Março do ano passado, enquanto as importações caíram 2,7 por cento.

Liu Daliang, porta-voz da Administração das Alfândegas chinesas, disse que a China enfrenta uma “situação externa complexa e grave”, mas que “o céu não vai cair”.

Questionado sobre a queda das importações chinesas, Liu disse aos jornalistas que a China é há 16 anos consecutivos o segundo maior importador do mundo, aumentando a sua quota das importações globais de cerca de 8 para 10,5 por cento. “Actualmente e no futuro, o espaço de crescimento das importações da China é enorme e o grande mercado chinês será sempre uma grande oportunidade para o mundo”, afirmou.

15 Abr 2025

FRC | Ung Vai Meng apresenta hoje “Linhas • Sensação”

É hoje inaugurada na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra “Linhas • Sensação” do artista Guilherme Ung Vai Meng. A exposição, em jeito de celebração do 13º aniversário da Fundação Rui Cunha (FRC), pode ser vista até ao dia 5 de Maio. A mostra reúne 21 trabalhos de Ung Vai Meng, “incluindo esboços ao ar livre realizados em Pequim, Macau, Portugal e Itália”, bem como “representações de bailarinos capturadas na escuridão dos teatros”.

O público pode também ver “três peças criadas especialmente para esta mostra, que têm o corpo humano como tema central”, em que “através de manchas de aguada, o artista explora uma estética minimalista que oscila entre o abstrato e o figurativo, com um ritmo quase musical”, é descrito pela organização.

Destaque ainda para a realização, amanhã, a partir das 18h30, da palestra sobre pintura linear, ministrada pelo próprio Ung Vai Meng, no auditório do rés-do-chão da FRC.

Ung Vai Meng foi o primeiro Director do Museu de Arte de Macau, à data da inauguração do espaço em 1999, e Presidente do Instituto Cultural de Macau, entre 2010 e 2017. É membro da Associação de Belas Artes de Macau e membro fundador do CAC (Círculo de Amigos da Cultura), exercendo actualmente funções como Professor Convidado e Mentor de Doutoramentos na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST).

15 Abr 2025

Trânsito | Autoridades preparam medidas para férias da Páscoa

Tendo em conta a chegada das férias da Páscoa que implica um maior número de visitantes no território, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) elaborou uma série de medidas de gestão do trânsito e de autocarros com o Corpo de Polícia de Segurança Pública, os Serviços de Alfândega, as empresas integradas de turismo e lazer, os hotéis e as operadoras de autocarros transfronteiriços.

O objectivo foi “planear medidas de resposta” como o alargamento da zona de fila de espera no posto fronteiriço de Macau da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e a entrada em operação de carreira sazonal e especial de autocarros.

Além disso, irá aumentar a frequência dos autocarros transfronteiriços entre Hong Kong e Macau e dos autocarros dourados, “com vista a reforçar a capacidade global de transporte”.

Assim, segundo uma nota de imprensa emitida pela DSAT, o aumento das rotas dos autocarros dourados decorre entre hoje e o dia 24 de Abril, enquanto o alargamento provisório da zona da fila de espera do posto fronteiriço dura até ao dia 21. Em matéria de autocarros, começa a funciona o autocarro 21AT e 101XS.

15 Abr 2025

Tarifas | Autoridades acompanham impacto no turismo

As tarifas de Donald Trump ainda não diminuem o optimismo dos Serviços de Turismo face ao número de turistas a chegar à RAEM. Porém, se a situação mudar, as autoridades estão prontas para responder com outras formas de promoção

 

A directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, afirmou que a região está atenta ao potencial impacto na confiança dos turistas chineses das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira uma suspensão de 90 dias daquilo a que chamou de “tarifas recíprocas”, incluindo uma tarifa-base de 10 por cento para todos os países, excepto para a China, a que impôs tarifas totais de 125 por cento. Contudo, ontem, foi tornado público que vários países e regiões não vão ser afectados pelas tarifas.

“De momento estamos a observar o que está a acontecer. Claro que temos que estar sempre muito atentos”, admitiu Senna Fernandes.

Horas antes, o Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau (UM) reviram em baixa a previsão para o crescimento económico da região em 2025, para 6,8 por cento, menos 1,1 pontos percentuais do que na anterior previsão, feita em Janeiro.

O coordenador do projecto e economista Kwan Fung disse que a revisão em baixa se deve ao declínio no consumo dos visitantes e às “tarifas norte-americanas sobre o mundo”, algo que “tem impacto indirecto na economia de Macau”.

Kwan disse que as tarifas vão “afectar o crescimento de todas as economias, especialmente o consumo dos turistas da China continental”.

O investigador do Centro de Estudo de Macau Chan Chi Shing alertou que as tarifas terão um “enorme impacto na economia chinesa” e podem obrigar muitas fábricas e empresas a fechar portas, o que levaria menos pessoas a visitar a região.

 

Analisar com calma

A directora da DST disse que “ainda não” teme uma redução do número de turistas em Macau, mas admitiu que “a situação pode mudar”.

“Se for necessário, temos que ajustar a nossa promoção. Até ao momento, estamos a continuar com a nossa promoção, que já tínhamos planeado”, explicou Senna Fernandes.

O novo líder do Governo, Sam Hou Fai, vai apresentar hoje as suas primeiras Linhas de Acção Governativa, para o ano de 2025.

Mas Senna Fernandes disse que no sector do turismo a prioridade vai continuar a ser “captar turistas internacionais”, participando em feiras no estrangeiro e organizando actividades no território.

A directora da DST recordou que Macau vai receber em Junho a reunião semianual da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos e, em Dezembro, o congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

A APAVT está ainda a organizar uma delegação europeia, com “cerca de 20 pessoas”, que irá participar na 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau (MITE, na sigla em inglês), de 25 a 27 de Abril, referiu Senna Fernandes.

Portugal vai ter um espaço próprio na MITE, que irá ainda incluir, pela primeira vez, a secção “Estação do Café”, para “destacar as características dos países de língua portuguesa”, disse a dirigente.

14 Abr 2025

EUA | Operadoras podem ser obrigadas a vender casinos

Um analista do jogo disse à Lusa que a China pode obrigar as operadoras norte-americanas a vender os casinos em Macau, em retaliação, caso Washington force a venda do TikTok e dos portos no Canal do Panamá

O fundador da consultora de jogo IGamix, Ben Lee, expressou receio sobre o impacto do “actual atrito” entre a China e os Estados Unidos devido à plataforma de vídeos TikTok e aos portos operados pelo grupo de Hong Kong CK Hutchison no Panamá.

“Se a China adoptar a mesma estratégia de retaliação que tem vindo a empregar”, a possibilidade de as companhias de jogo dos Estados Unidos serem forçadas a vender as operações em Macau a empresários chineses “sobe alguns níveis”, disse Ben Lee. “Penso que depois de os EUA ameaçarem retirar as acções chinesas das bolsas, ‘está tudo em cima da mesa'”, acrescentou o analista da IGamix, citando o secretário do Tesouro norte-americano.

Na quarta-feira, Scott Bessent, numa entrevista à emissora Fox Business, recusou-se a afastar a possibilidade de obrigar as empresas chinesas a abandonar as bolsas dos Estados Unidos: “Essa decisão vai ser do Presidente Trump”.

O director executivo da CreditSights, Nicholas Chen, recordou à Lusa que as novas concessões podem ser rescindidas “por ameaça à segurança nacional ou da RAEM”, ou por “razões de interesse público”. “No entanto, o que constituiria tal ameaça não foi explicitamente definido pelas autoridades”, sublinhou o especialista da CreditSights, que faz parte do grupo da agência de notação financeira Fitch.

“Não vimos qualquer indicação, até à data, de que os governos de Macau ou da China estejam a visar os operadores de jogo de Macau sediados nos EUA por questões de segurança nacional”, acrescentou Chen. Por outro lado, admitiu ser preocupante a classificação, em Fevereiro, de Macau como “adversário estrangeiro” dos Estados Unidos, impondo restrições ao investimento por parte de empresas locais.

Peixes maiores

Vitaly Umansky, analista da empresa de consultadoria Seaport Research Partners, disse à Lusa estar “bastante céptico” sobre eventuais riscos para Macau. “Há alvos muito maiores para caçar na China, se a China realmente quisesse marcar uma posição”, disse o especialista. As autoridades chinesas “já foram atrás de uma variedade de empresas norte-americanas na China continental, que acreditam serem pontos sensíveis para o Governo de Pequim, principalmente tecnologia e saúde”, recordou.

Já Ben Lee acredita que, em vez de alterar os termos das concessões, o Governo de Macau poderia introduzir novas leis “que restrinjam a repatriação” ou transferências de dinheiro das subsidiárias locais para as empresas-mãe nos Estados Unidos. Vitaly Umansky duvida que isso possa acontecer, alertando que Macau poderia perder a imagem enquanto “ambiente propício para investimentos por parte de empresários do exterior”.

Vitaly Umansky tem a certeza de que as operadoras “vão investir tudo o que prometeram”, mas admitiu que há dúvidas sobre “quando será investido e em quê”. “Tem havido numerosos obstáculos. O Governo [de Macau] tem sido lento na aprovação de projectos e não disponibilizou mais terrenos para serem desenvolvidos”, lamentou.

14 Abr 2025

Astronomia | Brasil quer ajudar Laboratório de Referência de Macau

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro quer ajudar o Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Lunar e Planetária chinês, em Macau, a explorar asteróides, disse ontem à Lusa um astrónomo.
Ip Wing-Huen, membro do comité académico do laboratório da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla em inglês), revelou que a instituição convidou o INPE e recebeu uma resposta positiva.
“Entrámos em contacto com os cientistas planetários brasileiros e perguntámos se teriam interesse em trabalhar connosco, sobre asteróides. (…) Eles estão muito interessados”, explicou Ip.
Além do Brasil, o laboratório de Macau, conhecido como SKLPlanets, quer também cooperar com investigadores em Portugal, aproveitando a presença na MUST da portuguesa Marta Filipa Simões, professora de astrobiologia.
“Falei com o Reitor [da MUST] Lee [Hun-wei]. Ele disse que há uma janela que poderíamos abrir para a cooperação” com Brasil e Portugal, defendeu Ip Wing-Huen, que cresceu em Macau.
“Macau tem a sua própria herança histórica, que não pode ser reproduzida por nenhuma outra cidade em qualquer outro lugar da China e é algo para explorar”, disse o astrónomo, em referência à administração portuguesa da região.
Ip, que recebeu em 2020 o prémio de carreira Gerard P. Kuiper da Sociedade Norte-americana de Astronomia, falava à margem de uma palestra, na MUST, sobre os esforços de exploração dos asteróides.

Outros voos
O cientista revelou que o laboratório SKLPlanets está a ponderar participar na missão da sonda espacial europeia RAMSES, que vai “tentar pousar e viajar” no asteróide Apophis, que deverá passar perto da Terra em 2029.
Os astrónomos descartaram qualquer risco de o Apophis atingir o planeta nos próximos cem anos, porque “temos estado a acompanhá-lo há décadas, porque, no que toca a asteróides, ter tempo é muito importante”, disse Ip.
O investigador recordou que, no início de Fevereiro, a imprensa local avançou que China começou a reunir uma equipa de defesa planetária, na sequência da descoberta de um grande asteróide que poderá atingir a Terra dentro de sete anos.
Isto depois da Agência Espacial Europeia (ESA) ter estimado em 2,2 por cento a probabilidade de o asteróide 2024 YR4 atingir a Terra em 2032, colocando-o no topo da lista de risco da agência.
Semanas depois, a ESA desceu a probabilidade de impacto para 0,002 por cento, mas fixou a probabilidade de um impacto na Lua em 1,7 por cento, o que continua a ser “muito baixa”.
“A Terra pode ser só atingida por um asteróide significativo daqui a 100 anos ou mil anos, mas quão mais cedo os detectarmos, melhor”, defendeu Ip.
Além da detecção, o astrónomo sublinhou a importância de missões de defesa planetária como a DART, da agência aeroespacial dos Estados Unidos, a NASA, que em 2022 embateu intencionalmente num asteróide.
“Temos de fazer experiências para saber como os afastar da Terra, porque os asteróides normalmente estão rodeados por objectos mais pequenos, é quase como bater num saco de areia”, explicou Ip.

11 Abr 2025

Timor-Leste | Díli recebe reunião interministerial do g7+

A capital de Timor-Leste vai receber amanhã e sábado a sexta reunião ministerial do g7+ que vai juntar pela primeira vez os chefes da diplomacia da organização, que assinala 15 anos de existência. O g7+ é um fórum no qual os países-membros procuram influenciar o discurso global sobre paz, estabilidade e resiliência, bem como definir acções conjuntas para atingir aqueles objectivos.

A organização intergovernamental foi estabelecida em 10 de Abril de 2010, em Díli, e surgiu com a preocupação, partilhada pelos seus Estados-membros, de que a cooperação tradicional para o desenvolvimento não melhorava a situação das nações frágeis.

“O objectivo desta reunião, a sexta reunião ministerial do g7+, é reflectir sobre os progressos alcançados durante os 15 anos do seu estabelecimento”, afirmou o secretário-geral do g7+, Hélder da Costa.

O encontro, que tradicionalmente reúne os ministros das Finanças, Planeamento ou Economia dos Estados-membros, vai juntar pela primeira vez os chefes da diplomacia de vários países por causa da “política global”, para ser feita uma “reflexão sobre o roteiro para os próximos anos” e porque o g7+ tem uma “voz cada vez mais global”, disse Hélder da Costa.

A reunião, coorganizada com o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense, começa exactamente com uma intervenção do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, sobre “salvaguardar a paz em tempos turbulentos: a visão do g7+”.

O encontro fará também uma apresentação sobre o percurso da organização durante os últimos 15 anos e um debate sobre a cooperação entre os Estados-membros. O g7+ tem estatuto de observador junto da Assembleia-Geral da ONU desde Dezembro de 2019 e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa desde Julho de 2021.

Afeganistão, Burundi, República Centro-Africana, Chade, Comores, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Haiti, Libéria, Papua-Nova Guiné, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Ilhas Salomão, Somália, Sudão do Sul, Timor-Leste, Togo e Iémen são os Estados-membros do g7+.

9 Abr 2025

Tarifas | Japão diz que negociações com EUA incluem taxas de câmbio

O ministro das Finanças japonês, Katsunobu Kato, indicou ontem que a taxa de câmbio entre o dólar e o iene vai estar em cima da mesa nas negociações com os Estados Unidos sobre tarifas.

Kato confirmou o que os analistas têm vindo a sugerir, com base no objectivo prioritário dos Estados Unidos de reduzir a balança comercial com países com os quais têm défice e aos quais aplicou tarifas – a que chama de recíprocas -, como o Japão.

“Houve várias comunicações com o lado norte-americano, incluindo sobre taxas de câmbio, e então os movimentos nos mercados de câmbio podem estar entre os temas discutidos, embora os detalhes ainda não tenham sido determinados”, referiu Kato num discurso no Parlamento japonês. O dirigente também explicou que as discussões sobre a taxa de câmbio vão ser realizadas entre os ministros das Finanças de ambos os países.

O Governo japonês anunciou na terça-feira que o ministro responsável pela Revitalização Económica e Novo Capitalismo, Ryosei Akazawa, vai ser o principal representante de Tóquio nas negociações tarifárias. Washington, por sua vez, nomeou a dupla formada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, e pelo representante comercial, Jamieson Greer, para liderar a equipa.

9 Abr 2025

Fotografia | IIM com nova edição de “À Descoberta de Macau e Hengqin”

O Instituto Internacional de Macau (IIM) volta a organizar uma nova edição do concurso de fotografia “À Descoberta de Macau e Hengqin”, aceitando submissão de imagens até ao dia 26 de Setembro. Segundo uma nota de imprensa, a iniciativa, organizada em parceria com diversas associações locais, pretende “reforçar o sentimento de pertença e promover um conceito de identidade radicado nos valores culturais e históricos de Macau”.

Além disso, o concurso pretende “estimular o conhecimento dos participantes, especialmente entre os jovens, das riquezas do Património Cultural, construído ou não, de Macau, e das tradições que enformam Macau, incluindo atracções da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

O concurso tem duas categorias, destinadas a residentes e não residentes, por forma a “abranger um público vasto”. Os prémios variam entre as 500 patacas para menções honrosas e as cinco mil patacas, no caso do primeiro prémio. Existe ainda um “Prémio Especial” destinado ao melhor trabalho apresentado por um sócio da Associação de Fotografia Digital de Macau, no valor de mil patacas. Após a avaliação pelo júri do concurso, terá lugar uma mostra dos trabalhos em exposição prevista para o final do corrente ano.

Com este concurso, o IIM “espera que os participantes retratem aspectos de Macau, com os quais o autor culturalmente se identifique e mais estime, desde monumentos históricos, edificações, manifestações de natureza cultural (conforme a lista do património imaterial)”.

Podem também ser retratados “hábitos, costumes e crenças, eventos turísticos e festividades populares, tradicionais e religiosas das culturas chinesa, portuguesa e macaense, assim como eventos de cariz internacional, bem como fotografia com criatividade digital, e ainda atracções da zona de cooperação aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. As fotografias a concurso devem ter sido tiradas entre Setembro de 2024 e Setembro de 2025.

9 Abr 2025

Visita | Elogiado papel de Espanha na aproximação da China à UE

A China destacou ontem o papel positivo que Espanha está a desempenhar na melhoria das relações entre Pequim e a União Europeia, num contexto de crescentes tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos.

“Os laços entre a China e a Espanha mantêm a estabilidade estratégica e baseiam-se na abertura, na cooperação e no benefício mútuo”, disse ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, numa conferência de imprensa em Pequim, onde o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, tem previsto iniciar amanhã uma visita oficial.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros descreveu a Espanha como “uma importante economia europeia e um parceiro de cooperação fundamental no seio da União Europeia”.

A viagem acontece num período de escalada da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e depois de o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, ter falado com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Os dois líderes comprometeram-se a defender o comércio livre e a reforçar o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Sánchez será recebido em Pequim pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e terá reuniões com o primeiro-ministro, Li Qiang, visando diversificar os mercados de exportação, reforçar os laços económicos com a Ásia e enfrentar desafios globais como as alterações climáticas e a guerra na Ucrânia.

9 Abr 2025

UE | Câmara de Comércio na China diz que empresas devem repensar estratégias

A Câmara de Comércio da União Europeia na China afirmou ontem que as taxas alfandegárias de 104 por cento impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses “exigem um repensar estratégico dos modelos de negócio e das cadeias de abastecimento”.

A instituição afirmou, em comunicado, que as taxas conduzirão a “aumentos substanciais dos custos operacionais” e “a ineficiências”, o que, em última análise, significará “preços mais elevados para os consumidores”.

Muitas das empresas que são membros da Câmara já alteraram ou estão a alterar as suas estratégias comerciais para um modelo “na China para a China”. “Isto tanto para mitigar os riscos decorrentes das tensões comerciais e para cumprir os requisitos regulamentares e de aquisição da China, que promovem cada vez mais os produtos ‘made in China’, como por razões comerciais”, acrescentou o texto.

Segundo a instituição, num contexto em que os Estados Unidos estão “a recuar em muitos dos princípios que sustentaram a sua abordagem comercial global, gerando uma incerteza económica global sem precedentes”, a China tem agora “a oportunidade de estabelecer um ambiente de negócios que proporcione a estabilidade e a fiabilidade de que os investidores necessitam”.

9 Abr 2025

Tarifas | Xi Jinping defende reforço de laços com vizinhos

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem ao “reforço dos laços estratégicos com os países vizinhos”, na sua primeira aparição pública desde que Donald Trump aumentou para 104 por cento as taxas alfandegárias sobre a China.

Xi, que não mencionou o Presidente norte-americano, instou os seus funcionários, durante uma reunião de trabalho, a melhorarem as relações com os países vizinhos “através de uma gestão adequada das diferenças”, com vista a “reforçar os laços nas cadeias de abastecimento”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

As relações da China com os países vizinhos estão “no seu melhor nível na História moderna” e, ao mesmo tempo, Pequim está a entrar “numa fase crucial profundamente interligada com as mudanças na dinâmica regional e nos desenvolvimentos globais”, observou.

O líder chinês defendeu que a diplomacia da China com os seus vizinhos se baseará na construção de uma “comunidade de futuro partilhado”, uma das frases mais repetidas pelos líderes do Partido Comunista Chinês (PCC) em que se defende que a prosperidade só é sustentável se as nações trabalharem em conjunto.

Na reunião, foi salientado igualmente que a China deve reforçar o seu sentido de responsabilidade e manter uma “diplomacia de vizinhança de amizade, sinceridade, benefício mútuo e inclusividade”.

Gestão de diferenças

Foi igualmente sublinhado que a China deve “apoiar os países da região a manterem as suas próprias vias de desenvolvimento e a gerirem correctamente os conflitos e as diferenças”.

“Devemos construir uma rede de interconexão de alto nível e reforçar a cooperação nas cadeias industriais e de abastecimento”, acrescentou o líder chinês, frisando a importância de “manter conjuntamente a estabilidade regional e cooperar em matéria de segurança e aplicação da lei”.

O líder chinês não fez qualquer referência aos Estados Unidos e Pequim tem sublinhado até agora que não vai ceder às tarifas de Trump. Trump ordenou na terça-feira a aplicação de uma tarifa adicional de 50 por cento sobre os produtos chineses, elevando o total das taxas alfandegárias para 104 por cento.

Pequim anunciou anteriormente uma taxa de 34 por cento sobre os produtos norte-americanos, depois de Trump ter imposto uma taxa na mesma percentagem sobre os produtos chineses, e anunciou ontem um acréscimo de 50 por cento à taxa imposta, totalizando agora uma tarifa de 84 por cento.

Nas possíveis futuras negociações entre Pequim e Washington está também o futuro das operações da aplicação TikTok nos EUA, que o Governo de Trump exigiu que se desligue da sua empresa-mãe, a chinesa ByteDance, para poder operar em território norte-americano.

Mais 50 por cento

A China anunciou ontem uma taxa adicional de retaliação de 50 por cento sobre as importações oriundas dos Estados Unidos, para 84 por cento, intensificando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. O Ministério das Finanças chinês afirmou que as novas taxas se aplicam para além das 34 por cento anteriormente anunciados sobre as importações dos Estados Unidos. As taxas entram hoje em vigor.

9 Abr 2025

SPU | Abertas inscrições de residentes para simulacro de emergência

Os Serviços de Polícia Unitários (SPU) recebem, até ao dia 22 deste mês, inscrições para a realização do simulacro “Peixe de Cristal 2025”, que visa “reforçar a capacidade de acção conjunta para resposta a emergências e elevar a consciência sobre a prevenção de desastres do público em geral”.

A estrutura da protecção civil irá testar modos de funcionamento e equipas simulando um “Plano de evacuação das zonas baixas em situações de ‘storm surge’ durante a passagem de tufão”. A operação irá contar com a participação de residentes, pelo que os interessados poderão inscrever-se.

“Durante o exercício serão simulados diversos incidentes, a fim de testar a capacidade de resposta conjunta dos membros da estrutura de protecção civil”, contando-se com o apoio dos membros do Mecanismo de Ligação Comunitária de Protecção Civil e dos voluntários de protecção civil.

As inscrições podem ser feitas através do website do Instituto de Acção Social ou várias entidades, como o Centro Comunitário de Mong-Há da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, entre outros.

9 Abr 2025

Mercado da Taipa | Arrancou concurso para atribuir bancas

Começou ontem o concurso público para a exploração de 20 bancas de venda de refeições leves, café, produtos culturais e criativos no Mercado da Taipa. O anúncio foi feito pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

As propostas apresentadas vão ser avaliadas com base em critérios como estratégias de operação do concorrente, experiência e qualificações do concorrente, horário de exploração da banca, diversidade da tipologia de mercadorias e conveniência dos métodos de pagamento.

Os interessados podem entregar as propostas para ocupar as bancas até às 13h de 23 de Maio. Como parte deste concurso público, o IAM vai realizar em Abril três sessões de esclarecimento sobre o concurso público, no Centro de Actividades do Patane.

As bancas para distribuição vão ser divididas em três grupos, de acordo com a zona e as dimensões, estando disponíveis 19 bancas de refeições leves ou artigos culturais e criativos no 1.º andar do Mercado da Taipa. A renda mensal esperada varia entre 486 patacas e 1.854 patacas. O café fica situado no 2.º andar do Mercado da Taipa e vai ter uma renda mensal de 2.040 patacas.

9 Abr 2025

DSAL | Novas sessões de emprego este mês

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) volta a organizar novas sessões de emparelhamento de emprego em colaboração com a Federação da Associação dos Operários de Macau (FAOM). As três sessões decorrem na terceira semana de Abril, sendo que as inscrições decorrem até ao dia 15. Existem 79 vagas disponíveis para residentes, nomeadamente 21 para os empreendimentos da Sociedade de Jogos de Macau, cuja sessão decorre dia 16.

No dia seguinte haverá uma sessão de emparelhamento para o sector de transportes para o turismo e públicos, tendo como empresas participantes a “AA – Turismo Limitada”, Transmac e TCM, com 28 vagas. Por sua vez, na tarde desse dia, haverá 30 vagas para a “CDFG Macau, Sociedade Unipessoal Limitada”.

A sessão de emparelhamento para o sector hoteleiro das partes da manhã e da tarde do dia 16 de Abril terá lugar na Sala de reuniões Shang Zhou sita no 2.º andar do Hotel Grand Lisboa Palace Macau. A sessão de emparelhamento da manhã do dia 17 de Abril e a sessão da tarde do mesmo dia terão lugar no 2º andar da FAOM, no Edifício da Federação das Associações dos Operários.

9 Abr 2025

Bolsas asiáticas recuperam após perdas devido à guerra comercial

As bolsas asiáticas regressaram ontem aos ganhos, depois de fortes perdas na segunda-feira, marcadas por receios de uma guerra comercial desencadeada por Washington, e depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, prometer “acordos justos” com quem negociar tarifas.

Acompanhando a moderação de perdas registada por Wall Street, as principais praças asiáticas abriram com ganhos, lideradas por Tóquio, que subiu mais de 5 por cento na abertura, depois de registar perdas históricas no dia anterior.

O principal índice da Bolsa de Hong Kong, o Hang Seng, subia cerca de 1,58 por cento a meio da sessão de terça-feira, após a maior queda em quase trinta anos, na segunda-feira: 13,2 por cento.

Em Tóquio, o Nikkei subia 6,08 por cento a meio da sessão de negociação, depois de ter caído quase 8 por cento na segunda-feira, enquanto as bolsas de referência de Xangai e Shenzhen, que registaram quedas de 7,34 por cento e 9,66 por cento, respectivamente, na segunda-feira, estavam em terreno positivo ligeiro, 0,91 por cento e 0,42 por cento respectivamente.

Respostas prontas

O Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou aplicar tarifas adicionais de 50 por cento à China, se Pequim não recuar com as taxas impostas aos produtos norte-americanos. Em resposta, o Ministério do Comércio do gigante asiático respondeu ontem que as contramedidas anunciadas na passada sexta-feira são “completamente legítimas”.

O fundo estatal chinês Central Huijin Investment fez ontem saber que tem capacidade suficiente para garantir a estabilidade dos mercados de capitais do país e reafirmou a decisão de aumentar novamente a participação em fundos negociados em bolsa, depois de o ter feito na segunda-feira, quando as bolsas de Hong Kong e da China continental caíram fortemente.

O mercado bolsista de Taiwan abriu no vermelho, com o Taiex a cair quase 3 por cento poucos minutos após a abertura e depois de ter registado a maior queda diária da história da ilha na segunda-feira, com uma descida de 9,7 por cento.

Na Indonésia, o principal índice de referência da bolsa, que não operava desde 28 de Março, caiu mais de 9 por cento nos primeiros minutos da sessão, o que levou a uma paragem de meia hora, ao abrigo de um novo regulamento introduzido no dia anterior.

Nos restantes mercados do Sudeste Asiático, as bolsas abriram, na sua maioria, com perdas, lideradas pelo Vietname (-5,04 por cento), Tailândia (-4,08 por cento) – ambas as bolsas estiveram encerradas na segunda-feira – e Singapura (-1,63 por cento). Já as bolsas das Filipinas (+2,04 por cento) e da Malásia (+0,3 por cento) despertaram com ganhos.

9 Abr 2025

Tarifas | Von der Leyen pede a Li Qiang para evitar uma escalada

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu ontem que se “evite uma escalada” na sequência das tarifas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos, durante uma conversa telefónica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

Segundo um comunicado do executivo comunitário, durante o telefonema, “a presidente apelou a uma solução negociada para a situação actual, sublinhando a necessidade de evitar uma nova escalada. Von der Leyen apontou também a importância vital da estabilidade e da previsibilidade para a economia mundial.

Em resposta à perturbação generalizada causada pelos direitos aduaneiros dos Estados Unidos, a líder do executivo comunitário sublinhou a responsabilidade da Europa e da China, “enquanto dois dos maiores mercados mundiais”, de apoiar um sistema comercial sólido e reformado, livre, justo e assente em condições de concorrência equitativas.

Recordou igualmente a urgência de soluções estruturais para reequilibrar as relações comerciais bilaterais e garantir um melhor acesso das empresas, produtos e serviços europeus ao mercado chinês.

Por último, Ursula von der Leyen reafirmou junto do primeiro-ministro chinês o apoio firme da UE a uma paz justa e duradoura na Ucrânia, salientando que as condições de paz devem ser determinadas pela Ucrânia. Convidou a China a intensificar os seus esforços para contribuir de forma significativa para o processo de paz.

9 Abr 2025

EUA | Pequim critica observações de JD Vance sobre “camponeses chineses”

A China classificou como indelicados os comentários do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que afirmou numa entrevista que Washington estava a pedir dinheiro emprestado aos “camponeses chineses” e depois a comprar-lhes os frutos do seu trabalho.

Em entrevista ao canal de televisão Fox News, Vance defendeu a ofensiva comercial do Presidente Donald Trump, que abalou a economia mundial com a introdução de taxas alfandegárias, em particular contra a China, apesar dos receios de repercussões globais e das críticas dentro do seu próprio partido.

“Pedimos dinheiro emprestado aos camponeses chineses para comprar o que os camponeses chineses produzem”, afirmou Vance.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse ontem que “a posição da China sobre as relações económicas e comerciais sino-americanas foi claramente expressa”. “É surpreendente e triste ouvir palavras tão ignorantes e indelicadas por parte deste vice-presidente”, afirmou Lin Jian, em conferência de imprensa.

O vice-presidente dos Estados Unidos disse que via esta medida como um antídoto para a “economia globalista”, que, na sua opinião, não está a funcionar em benefício do povo norte-americano. “Este não é um método para a prosperidade económica. Não é um método para preços baixos, e não é um método para bons empregos nos Estados Unidos da América”, acrescentou o braço direito de Donald Trump.

9 Abr 2025

China sem nada a perder se taxas aumentarem mais 50 por cento, dizem economistas

Pequim está a aproximar-se de um ponto em que não tem “nada a perder” na guerra comercial com Washington, afirmaram economistas, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado aumentar as taxas em mais 50 por cento sobre produtos chineses.

“A margem de lucro do sector exportador chinês é entre 30 por cento e 40 por cento”, escreveu Dan Wang, director para a China do grupo de reflexão (‘think tank’) Eurasia Group. “Se os Estados Unidos impuserem taxas alfandegárias superiores a 35 por cento, a maior parte dos seus lucros será eliminada. O facto de as taxas serem de 70 por cento ou mesmo de 1000 por cento não faz grande diferença, uma vez que impede a China de negociar directamente com os Estados Unidos”, argumentou.

Desde a sua tomada de posse, em Janeiro, Trump já aplicou uma sobretaxa adicional de 20 por cento sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Esta sobretaxa deverá aumentar para 54 por cento amanhã.

Em resposta, Pequim anunciou que vai impor taxas de 34 por cento sobre os produtos norte-americanos a partir de quinta-feira. O Presidente dos Estados Unidos ameaçou na segunda-feira aumentar as taxas em mais 50 por cento se Pequim mantiver a sua decisão.

No conjunto, as taxas iriam para cerca de 115 por cento, segundo Su Yue, economista principal para a China na Economist Intelligence Unit.

“Além disso, todas as conversações com a China sobre as reuniões que solicitaram connosco serão encerradas”, ameaçou Trump.

Wang explicou que, apesar de os exportadores chineses enfrentarem agora a nova realidade de um aumento permanente dos custos de exportação, isso não significa que as exportações vão parar. Pelo contrário, obriga os exportadores a encontrarem novos mercados e a reduzirem o envio de mercadorias directamente para os EUA.

Alicia Garcia-Herrero, economista-chefe para a região Ásia-Pacífico do banco de investimento francês Natixis, também minimizou a última ameaça de Trump.

“O mercado dos EUA já está fechado para os produtos chineses, pelo menos directamente da China para os EUA, pelo que [um aumento adicional de 50 por cento das tarifas] não é uma ameaça [eficaz]”, considerou. A decisão reflecte o facto de os EUA estarem a visar a China mais do que qualquer outro país, o que “já acontecia antes de a China retaliar”, frisou.

Erros e chantagens

A China ameaçou ontem “tomar resolutamente contramedidas para salvaguardar os seus próprios direitos e interesses”, em resposta à ameaça de Trump. Em comunicado, o Ministério do Comércio disse que a imposição pelos EUA das “chamadas ‘tarifas recíprocas’” à China é “completamente infundada e é uma prática típica de ‘bullying’ unilateral”.

“As contramedidas tomadas pela China têm como objectivo salvaguardar a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento e manter a ordem normal do comércio internacional. São completamente legítimas”, lê-se no comunicado. “A ameaça dos EUA de aumentar as taxas sobre a China é um erro em cima de um erro e mais uma vez expõe a natureza chantagista dos EUA. A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem nesse caminho, a China lutará até ao fim”, apontou.

9 Abr 2025

Visita | PM espanhol na China pela terceira vez em dois anos

Em plena guerra comercial, o líder do governo espanhol regressa à China para estabelecer acordos bilaterais com o gigante asiático

 

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, visita esta semana dois dos países mais afectados pelas novas taxas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos, o Vietname e a China, para promover o comércio e os investimentos bilaterais.

No caso da China, é a terceira vez em apenas dois anos que Sánchez visita Pequim e vai reunir-se de novo com o Presidente do país, Xi Jinping, como já aconteceu em Março de 2023 e Setembro de 2024.

Esta viagem à Ásia ocorre poucos dias depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado a intenção de impor e agravar taxas sobre produtos importados pelo país, com a China e o Vietname a serem alvo das maiores percentagens: 34 por cento e 46 por cento, respectivamente.

O Governo espanhol realçou nos últimos dias que as visitas de Sánchez ao Vietname e à China foram coordenadas com a União Europeia (UE) e já estavam previstas antes dos anúncios de Trump.

A ida de Sánchez ao Vietname e à China não é, assim, uma resposta à guerra comercial norte-americana nem “contra ninguém”, disseram as mesmas fontes, que reconheceram, porém, que a viagem adquiriu uma relevância nova no contexto dos últimos dias.

O objectivo de Espanha é diversificar mercados para exportação, assim como de destino e origem de investimentos, mas não substituir a relação comercial com os EUA, disse o Governo espanhol. Espanha tem com o Vietname e a China um enorme desequilíbrio comercial, que pretende reduzir.

Segundo dados oficiais, em 2024, Espanha importou do Vietname 5.200 milhões de euros e exportou 530 milhões. No caso da China, as importações ascenderam a 45 mil milhões de euros e as exportações a 7.400 milhões.

Chave da diversificação

Na semana passada, no dia seguinte ao anúncio das novas taxas comerciais dos EUA, Sánchez acusou Trump de ter iniciado uma guerra comercial “injusta e injustificada contra tudo e contra todos” e com um “ataque unilateral”.

O primeiro-ministro espanhol apelou a uma resposta da UE que passe pela negociação com os EUA e pela imposição de taxas recíprocas, mas também pela diversificação dos parceiros comerciais, em linha com o princípio da “autonomia estratégica da Europa” em que os dirigentes europeus têm insistido nos últimos anos, sobretudo após a guerra na Ucrânia iniciada pela Rússia.

A China “tem de ser um parceiro estratégico no futuro” e “independentemente da situação actual em relação aos Estados Unidos”, disse na segunda-feira o ministro espanhol da Economia, Carlos Cuerpo, no Luxemburgo, à chegada a uma reunião de ministros da UE com a pasta do comércio.

Cuerpo realçou que Espanha está “há vários anos a insistir no reforço desta relação” da UE com a China.

“Entre outras coisas porque nos ajuda a abrir um mercado importantíssimo e, além disso, é uma fonte potencial de investimentos no nosso continente, nos nossos países”, acrescentou o ministro, que afirmou que Espanha quer “estabelecer uma relação estratégica com a China”.

Plano de viagem

Sánchez inicia amanhã a primeira visita de um primeiro-ministro espanhol ao Vietname, que inclui encontros com os líderes políticos do país e com empresários. Chega à China na sexta-feira e tem na agenda encontros, em Pequim, com o Presidente chinês, Xi Jinping, o primeiro-ministro, Li Qiang, e com empresários chineses.

A visita anterior, em Setembro de 2024, coincidiu com um momento de tensão entre a União Europeia e a China, por causa da decisão de Bruxelas de avançar com novas taxas sobre a importação de carros eléctricos chineses e a ameaça de Pequim de retaliação em relação à carne de porco europeia, de que Espanha é um dos maiores produtores dentro do bloco comunitário.

Para além do comércio, Espanha atraiu nos últimos anos investimentos chineses significativos. Segundo dados oficiais das autoridades de Espanha, empresas chinesas têm investidos mais de 10 mil milhões de euros no país para a produção de carros eléctricos, a par de outros projetos na área das baterias ou dos eletrolisadores (usados na produção do designado hidrogénio verde).

9 Abr 2025