Hoje Macau EventosArquitectura | Nuno Soares defende material em construção permanente A estudar e trabalhar o bambu há mais de 20 anos, Nuno Soares vê futuro para as construções permanentes com este material em Macau, onde tem tradição e valor económico associado, mas onde também falta regulamentação. Empresária de andaimes conta os segredos de um negócio tradicionalmente gerido por homens Para Nuno Soares, a versatilidade do bambu não se esgota na construção temporária. Nem nos habituais andaimes que revestem arranha-céus em progressão, nem em palcos de ópera cantonense erguidos em festividades, ou esculturas gigantes, pensadas por estudantes ou artistas, ou até mesmo em momentos que hoje seriam improváveis – e que não dispensaram contestação – como o que ocorreu na recta final da administração portuguesa, quando se improvisou uma praça de touros em bambu no centro de Macau. O arquitecto e académico português distingue “um potencial que ainda não está totalmente explorado”: a utilização deste material, enraizado na tradição e no tecido económico da cidade, para dar vida a estruturas de bambu sem data de demolição. Existe regulamentação apenas para projectos temporários. “Não podemos ser fundamentalistas e defender só o que conhecemos e estamos habituados”, diz em entrevista à Lusa o arquitecto. Há uma obrigação disciplinar do campo da arquitectura e da construção de criar melhores produtos “do ponto de vista da sustentabilidade, resistência e estética”, defende. Soares, natural de Lisboa, mas a viver em Macau desde 2003, cruzou-se pela primeira vez com o potencial deste “material lindíssimo” na construção quando visitou Macau em 1997. E o que é um elemento tão rotineiro para quem vive o dia-a-dia da região foi para o português, com visão habituada a outra paisagem urbana, o início de uma viagem. No Centro de Arquitectura e Urbanismo (CURB), que fundou com a designer Filipa Simões em 2014, tem conduzido investigação neste campo, com trabalho feito junto de artesãos de bambu. Também na Universidade de São José (USJ), onde está à frente do Departamento de Arquitectura e Design, o português orienta anualmente, em colaboração com a indústria, a construção de um pavilhão em bambu – com material usado na montagem de andaimes e que, no final, volta a servir esse mesmo propósito. “Uma arquitectura que é muito inovadora, muito desafiante, que usa design paramétrico do mais sofisticado a nível mundial e depois constrói com uma técnica artesanal”, diz sobre o projecto, notando que apenas empresas e técnicos especializados estão autorizados a construir em bambu por uma questão de segurança pública. Pernas para andar No campo da construção permanente, a USJ está a desenvolver em parceria com a Assumption University, da Tailândia, um projecto que prevê a edificação de uma estrutura, “para depois monitorizar ao longo do período de vida” envelhecimento e desempenho do edifício e se poderem tirar conclusões. Apesar de ser um material que se degrada, existem técnicas para lidar com a construção permanente em bambu que diferem das opções para obras limitadas no tempo. “Não devemos impedir a evolução”, defende. Além da Tailândia, onde existe um código que permite a edificação de construções permanentes em bambu, a arquitectura sem termo é comum em várias outras geografias da região, como é o caso da Indonésia, sendo a ‘Green School’, em Bali, uma escola privada, obra de destaque. “O bambu, como construção permanente entra numa classificação de materiais que são aqueles que são as estruturas leves, como algumas estruturas de metal. É importante que nós usemos os materiais que sejam adequados. Em Macau temos tanta experiência e tradição de utilização do bambu, que ele já faz parte da paisagem urbana”, reflecte. Há que perceber onde estas estruturas em bambu podem ser úteis: “Nomeadamente nas construções em edifícios que existem, construções em terraços, porque são estruturas que são leves naturalmente, que transportam pouco peso para a estrutura existente.” “O bambu tem pernas para andar e coisas para fazer no futuro, e já vimos que há uma indústria de ponta que está também a trabalhar com bambu, a fazer aglomerados com bambu”, concretiza, referindo-se à criação de produtos compostos produzidos a partir deste material. Madame Bambu Manifestação “do desenrascar” e da vontade de construir rapidamente, a tradicional técnica de montagem de andaimes de bambu ajusta-se ainda hoje à moderna Macau de densa malha urbana. A transição total para metal teria impacto socioeconómico. A Yoyo Leong pertence um império. E para perceber isso, basta percorrer o terreno da empresária no centro da Taipa, onde está localizada a Wiyu, negócio de instalação de andaimes que herdou do pai. Assume-se como a única mulher na gestão de uma empresa do género, e não é difícil acreditar: Yoyo circula entre armazéns, andaimes de metal encavalitados pelo caminho, um mundo com homens a orbitar em torno desta empresária. “Onde estão os de bambu?”, pergunta a um funcionário. O homem segue ao nosso lado, aponta para onde gigantescas mantas de lona protegem as canas da chuva, do sol. A exposição pode limitar o tempo de vida da planta. “No início, não estava habituada a ir para a obra. Tive de ultrapassar muitos obstáculos, a sujidade, o trabalho duro, uma ida à casa de banho, o peso dos sapatos e capacete de segurança”, lembra. Foi em Zhuhai, do outro lado da fronteira, que o pai se lançou no negócio dos andaimes de metal. O bambu veio mais tarde, no arranque do século, quando se mudaram para Macau. Desses primeiros tempos, Yoyo recorda o acto de amarração. “É necessário ter técnica para amarrar o bambu, pois se não estiver bem apertado, fica solto e isso afecta toda a estrutura do andaime. A técnica é muito importante e é necessário usar os pés também”, explica. Numa das extremidades do terreno, está o escritório da Wuyi, numa estrutura pré-fabricada. A fachada não denuncia o interior: está lá a tradicional mesa de servir chá, um tanque com carpas – símbolo de sorte e fortuna na cultura chinesa -, uma figueira-dos-pagodes a atravessar o tecto até ao exterior e até o modelo de um foguetão decorado com a bandeira chinesa e com mais de dois metros. Nas paredes, fotografias do pai de Yoyo ao lado de antigos líderes do Governo local. Também imagens que testemunham alguns projectos da empresa, como o Centro de Ciência de Macau, o hotel-casino MGM e, mais recentemente, o resort integrado Londoner, da concessionária de jogo Sands China. As intervenções da empresa nestas três obras foram realizadas com andaimes de metal. Apesar disso, diz Yoyo Leong, metal e bambu são usados em igual proporção em Macau. As seis torres residenciais que a Wuyi está agora a trabalhar na Zona A, onde vai nascer habitação pública, crescem em paralelo com andaimes de bambu. Mudança no horizonte O debate sobre esta antiga técnica de construção voltou à ordem do dia desde que as autoridades da vizinha Hong Kong anunciaram, em Março, que vão “promover uma adopção mais ampla de andaimes metálicos em obras públicas”. Alegaram questões de segurança, com a ocorrência de 23 mortes a envolver andaimes de bambu desde 2018. Em Macau, quatro pessoas morreram em acidentes de trabalho graves com andaimes de bambu desde 2018, de acordo com dados facultados em Abril pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais ao Jornal Tribuna de Macau, “sendo a causa dos acidentes principalmente a queda humana”. Mas para já, não há planos de baixar as canas na cidade, onde a montagem de andaimes com este material está inscrita desde 2017 no inventário do património intangível cultural local. Numa resposta à Lusa, as autoridades dizem estar atentas ao desenvolvimento do sector, “tendo uma atitude aberta” perante a utilização dos de metal. Sobre esta nova directriz em Hong Kong, o arquitecto Nuno Soares avalia que, “aparentemente, é uma medida de evolução tecnológica e ao nível da segurança na construção”, embora “muito ditada pelo interesse económico das grandes empresas construtoras” daquela região. Já no caso de Macau, nota o português, a obrigatoriedade do metal pode ter impacto socioeconómico na região: “Estamos a falar de uma economia em que temos muitas empresas que são pequenas e médias. A construção civil tem centenas de empresas e se nós tornarmos obrigatório o uso de andaimes de metal, estamos a transformar este tipo de economia.” Ainda sobre os andaimes de metal, refere o arquitecto, estes podem ser “mais resistentes, mas também mais pesados e dispendiosos”, além de “exigirem maquinaria especializada e empresas de grande porte”. Vergar sem quebrar Mas a segurança é também elemento categórico da alternativa bambu, um material flexível, que cresce rápido, abunda na região e é barato. Em períodos de ventos fortes ou tempestades tropicais, explica Nuno Soares, “a estrutura de bambu é mais leve e tem mais redundância, ou seja, está ligada à estrutura dos edifícios em mais pontos, verga mais rápido do que parte”. Além disso, numa cidade com uma malha urbana densa como Macau, com ruas estreitas, o andaime de metal vai ocupar uma base maior, podendo dificultar a circulação, ao passo que os de bambu “têm um ‘footprint’ muito pequeno, aumentando à medida que se sobe em altura”. Apesar de as hastes desta opção serem reutilizáveis, Yoyo Leong admite que as barras de metal têm maior esperança de vida, além de serem resistentes ao fogo e exigirem menos conhecimento técnico na montagem. E nesta discussão, claro, cabe ainda o futuro dos artesãos locais, que dificilmente encontrarão uma nova geração disposta a trepar o xadrez de bambu. “Como todos os trabalhos muito físicos, tem menos adesão da nova geração, mas há também uma oportunidade, porque, novamente, tem um valor económico que ainda é significativo”, realça Soares. O bambu, diz ainda, não é só passado. E em Macau há que continuar a valorizar esta técnica local, ao invés de “importar só outras tradições”. “Esta técnica vernacular, esta técnica de desenrascar e de construir rapidamente está intrinsecamente ligada à construção em Macau e é regulada. O bambu fez Macau”, afirma-
Hoje Macau SociedadeDéfice comercial | Números indicam redução de cerca de 400 milhões em Julho Em Julho, o défice comercial foi de 9 mil milhões de patacas, de acordo com os dados revelados na sexta-feira pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O valor representa uma redução de 0,40 milhões de patacas em comparação com o mesmo mês de 2024. O valor exportado de mercadorias no mês mais recente foi de 1,29 mil milhões de patacas, subindo 8,8 por cento, em termos anuais. No entanto, o valor importado de mercadorias fixou-se em 10,29 mil milhões de patacas, uma descida de 1,9 por cento. Como consequência, o défice da balança comercial de Julho de 2025 foi de 9 mil milhões de patacas. O valor das reexportações foi de 1,15 mil milhões de patacas, um crescimento anual de 9,9 por cento. Neste período, o valor da reexportação de diamantes e joalharia com diamantes aumentou 93,5 por cento. Ao mesmo tempo, os valores da reexportação de produtos de beleza, de maquilhagem e de cuidados da pele e de vestuário diminuíram 47,2 por cento e 34,1 por cento. O valor da exportação doméstica subiu 0,8 por cento. A crescer anualmente Nos sete primeiros meses de 2025, o valor exportado de mercadorias situou-se em 7,91 mil milhões de patacas, mais 1,6 por cento, em termos anuais. A reexportação teve um valor de 7,07 mil milhões de patacas, o que significa que subiu 2,0 por cento, porém, a exportação doméstica não foi além dos 849 milhões de patacas, o que representa uma diminuição de 1,5 por cento. O valor importado de mercadorias foi de 70,67 mil milhões de patacas, menos 4,6 por cento, face ao mesmo período de 2024. Com base nos valores indicados, o défice da balança comercial nos sete primeiros meses do corrente ano cifrou-se em 62,75 mil milhões de patacas, uma quebra de 3,92 mil milhões face ao período homólogo. Este é o segundo ano com uma redução em termos homólogos, dado que em 2023 o valor era de 75,02 mil milhões de patacas. Em termos de países ou territórios de destino das exportações, os valores exportados para o Interior (468 milhões de patacas), para Hong Kong (5,86 mil milhões de patacas) e para os Estados Unidos da América (178 milhões de patacas) no período de Janeiro a Julho do corrente ano aumentaram 3,9 por cento, 8,2 por cento e 2,2 por cento, respectivamente.
Hoje Macau Manchete SociedadeHotelaria | Julho com maior ocupação desde a pandemia Em Julho, os quartos dos hotéis estiveram ocupados a 91 por cento, um recorde desde o início da pandemia. No sétimo mês do ano, o território apresentava 147 hotéis e pensões, mais três do que no ano passado Os estabelecimentos hoteleiros registaram uma taxa de ocupação de 91 por cento no mês de Julho, o valor mais elevado para este mês desde o início da pandemia de covid-19, foi anunciado na sexta-feira. De acordo com dados oficiais da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a ocupação média dos hotéis e pensões aumentou 1,9 pontos percentuais, em comparação com o mesmo mês de 2024, e é a mais alta desde 2019. Em Julho, o território tinha 147 hotéis e pensões, mais três do que no ano passado e o número mais elevado desde que a DSEC começou a compilar estes dados, em 1997, ainda antes da transferência de administração de Portugal para a China. Os cerca de 45 mil quartos estiveram mais ocupados porque o número de hóspedes aumentou em termos anuais, pelo quarto mês consecutivo, subindo 4 por cento e ultrapassando 1,28 milhões, o valor mais elevado desde Janeiro de 2014. Ainda assim, no que toca ao período entre Janeiro e Julho, o território continua a registar uma redução em termos anuais de 0,3 por cento, para 8,49 milhões de hóspedes. Isto apesar de Macau ter recebido, nos primeiros sete meses de 2025, 22,7 milhões de visitantes, mais 14,9 por cento do que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano. No entanto, quase 53 por cento dos visitantes (12,6 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na cidade. O número de hóspedes continuou a recuperar em Julho, mês em que os hotéis baixaram os preços médios dos quartos para 1.370 patacas, menos 0,1 por cento do que no mesmo mês de 2024, de acordo com dados da Associação de Hotéis de Macau, que reúne 47 estabelecimentos locais. Luxo mais acessível Segundo o relatório, divulgado pela Direcção dos Serviços de Turismo, a descida deveu-se aos hotéis de cinco estrelas, cujo preço médio caiu 1,9 por cento, para 1.519 patacas. Os estabelecimentos hoteleiros de Macau acolheram mais de 14,4 milhões de hóspedes em 2024, estabelecendo um novo recorde histórico. O anterior recorde, 14,1 milhões de hóspedes, tinha sido fixado em 2019, antes da pandemia de covid-19, num ano que Macau terminou com apenas 38.300 quartos em 122 estabelecimentos hoteleiros. “Temos cada vez mais turistas, mas o nível de consumo está a baixar”, alertou, em 13 de Maio, o líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai. O consumo médio de cada visitante em Macau, excluindo nos casinos, caiu 13,2 por cento no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2024. A DSEC já tinha apontado a “alteração do padrão de consumo dos visitantes” como uma das principais razões para a queda de 1,3 por cento da economia de Macau entre Janeiro e Março-
Hoje Macau SociedadeAMCM | Superavit da conta corrente cresceu em 2024 Em 2024, o superavit da conta corrente de pagamentos situou-se em 144,3 mil milhões de patacas, tendo crescido 28,8 mil milhões, face aos 115,4 mil milhões registados em 2023. De acordo com um comunicado da AMCM de sexta-feira, “o superavit observado no comércio de serviços compensou o défice do comércio de mercadorias, bem como as saídas líquidas de rendimentos primários e secundários”. No ano passado, o défice da conta de mercadorias apresentou uma redução de 3,3 milhões de patacas. Segundo os dados apresentados, as exportações de mercadorias apresentaram uma redução de 12,1 por cento, ao mesmo tempo em que as importações caíram 6,1 por cento. No entanto, como o valor das importações é superior, a descida relativa mais lenta faz com que haja uma redução do défice comercial de 97,7 mil milhões de patacas em 2023 para 94,4 mil milhões de patacas em 2024. Ao mesmo tempo, o valor total das exportações da conta de serviços cresceu 10,1 por cento, o que foi justificado com o “acréscimo das exportações de serviços turísticos”. Também as importações de serviços aumentaram, neste caso em 9,3 por cento, o que fez com que o superavit registado na conta de serviços crescesse de 247,9 mil milhões de patacas para 273,2 mil milhões de patacas. Na conta de rendimento primário, que segundo a AMCM reflecte os fluxos transfronteiriços dos rendimentos dos factores, o valor da entrada aumentou entre 2023 e 2024, de 107,4 mil milhões de patacas para 110,0 mil milhões. O valor da saída desceu de 117,5 mil milhões para 114,7 mil milhões de patacas, que levou a uma saída líquida de 4,7 mil milhões de patacas em 2024.
Hoje Macau SociedadeDSAL | Maior eficácia de feiras em discussão A eficácia das ofertas de emprego promovidas pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) foi discutida durante a mais recente reunião do Grupo de Trabalho para a Coordenação da Promoção do Emprego. A informação foi divulgada pelo gabinete do secretário para a Economia e Finanças na sexta-feira. De acordo com a versão oficial do que aconteceu na reunião, o secretário para Economia e Finanças, Tai Kin Ip, “solicitou claramente aos membros que continuassem a acompanhar de perto a evolução do mercado de trabalho”. Tai também pediu aos membros que “organizassem atempadamente actividades de emparelhamento profissional de diferentes dimensões, articulassem com precisão as necessidades dos residentes na procura de emprego e se empenhassem na promoção do equilíbrio entre a oferta e a procura de emprego no mercado de trabalho”. Neste sentido, a DSAL prometeu “criar uma plataforma de recrutamento para criar mais oportunidades de emprego para os candidatos a emprego”. Outro dos assuntos abordados, foi a “contratação prioritária de Trabalhadores Residentes para as obras e serviços adjudicados” pelas entidades públicas. Sobre este assunto, Tai Kin Ip terá dado “instruções aos serviços e entidades para exigirem aos fornecedores, sempre que possível, o aumento, ainda mais, da proporção de trabalhadores residentes”.
Hoje Macau Manchete SociedadeDesemprego | Atingido máximo dos últimos 16 meses Entre Maio e Julho, a taxa de desemprego atingiu o valor mais elevado desde Março do ano passado. A subida acontece ainda antes do encerramento confirmado de mais oito casinos- satélites até ao final do ano A taxa de desemprego subiu para 2 por cento entre Maio e Julho, o valor mais elevado desde Março de 2024, foi divulgado na sexta-feira, antes do encerramento anunciado de pelo menos nove ‘casinos-satélite’. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o indicador aumentou 0,1 pontos percentuais em comparação com o período entre Abril e Junho, com o número de desempregados a subir em cerca de 300, para 7.600. Ainda assim, a taxa representa metade do registado no terceiro trimestre de 2022 (4 por cento), o valor mais alto desde 2006, numa altura em que Macau vivia em plena crise económica causada pela pandemia de covid-19. Mas a recuperação motivada pelo fim da política ‘zero covid’, que esteve em vigor em Macau e no Interior durante quase mais de três anos, levou o desemprego a cair para 1,6 por cento entre Novembro e Janeiro, um mínimo histórico desde que a DSEC começou a recolher dados sobre o desemprego em Macau, em 1992, ainda antes da transição de administração do território. Por outro lado, o número de habitantes com estatuto de residente que estavam sub-empregados – a trabalhar a tempo parcial por não conseguirem um contrato a tempo inteiro – aumentou em 200, atingindo 6.300 entre Maio e Julho. A construção empregou mais 1.300 pessoas, em comparação com o período entre Abril e Junho, enquanto os casinos – o maior empregador privado de Macau – despediram cerca de 1.600 pessoas. De acordo com os dados divulgados pela DSEC, 13,7 por cento dos desempregados estavam à procura do primeiro emprego entre Maio e Julho, mais 2,7 pontos percentuais do que entre Abril e Junho, precisamente devido à entrada no mercado de trabalho de finalistas universitários. Despedimentos à vista Em 9 de Junho, o Governo anunciou que três das seis concessionárias de jogo tinham comunicado o fim da exploração dos 11 ‘casinos-satélite’, onde trabalham cerca de 5.600 residentes. No entanto, apenas nove ‘casinos-satélite’ devem fechar portas, uma vez que a concessionária SJM quer adquirir os hotéis onde se situam dois – Ponte 16 e Casino Royal Arc – e pedir às autoridades para assumir a gestão directa dos espaços. Os ‘casinos-satélite’, sob a alçada das concessionárias, são geridos por outras empresas. Quando a legislação que regula os casinos foi alterada, em 2022, estabeleceu-se o final de 2025 como data limite para terminar a actividade destes espaços de jogo. Também em 9 de Junho, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong Weng Chon, garantiu que as autoridades vão exigir às operadoras que assegurem o emprego dos trabalhadores afectados e fiscalizar “de perto” a recolocação-
Hoje Macau SociedadeAeroporto | Quebra de 10 % nos voos comerciais Em Julho, o número de voos comerciais no Aeroporto Internacional de Macau registou uma quebra de 10,1 por cento fixando-se nas 4.723 viagens. Os números foram divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A nota de imprensa não detalha as alterações, nem aponta os possíveis motivos para a redução do número de voos comerciais. Também o número de barcos a navegar para águas fora da RAEM teve uma redução anual, neste caso de 8,6 por cento para 6.246 partidas e chegadas de embarcações. A informação da DSEC revela também que em Julho havia 253.163 veículos matriculados no território, um crescimento de 0,9 por cento face ao período homólogo. O número de veículos com matrículas novas foi de 1.018, uma redução de 13,9 por cento em termos anuais. Entre os novos veículos, 39,6 por cento eram eléctricos. Nos sete primeiros meses de 2025, o número de veículos com matrículas novas foi de 6.919, uma redução de 2,9 por cento, em termos anuais. Entre estes, 2.621 eram eléctricos uma proporção de 37,9 por cento do total. Em Junho, o número de acidentes de viação totalizou 1.337, uma quebra de 4,8 por cento em termos anuais, com o registo de 533 feridos. Nos sete primeiros meses de 2025, o número de acidentes de viação foi de 8.668, causando 3.153 feridos.
Hoje Macau SociedadeBanca | Actividade Internacional com aumento no segundo trimestre A proporção da actividade internacional do sector bancário de Macau aumentou no segundo trimestre de 2025, de acordo com os dados revelados na sexta-feira pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). A quota das aplicações financeiras nos mercados internacionais no activo total do sistema bancário, cresceu de 83,8 por cento, valor de Março, para 84,5 por cento, taxa reportada ao final de Junho. Ao mesmo tempo, as responsabilidades internacionais no passivo total do sistema bancário aumentaram do nível de 80,8 por cento, em Março, para 81,3 por cento. Os dados da AMCM mostram que a moeda não local é a unidade principal nas transacções bancárias internacionais. No final de Junho de 2025, a pataca ocupava, uma quota de 0,8 por cento e 0,7 por cento no total do activo e no total do passivo financeiro internacional. O dólar de Hong Kong, o dólar dos Estados Unidos, renminbi e outras moedas estrangeiras representaram 30,8 por cento, 40,9 por cento, 21,8 por cento e 5,7 por cento, no total do activo internacional. A nível da responsabilidade o dólar de Hong Kong, o dólar dos Estados Unidos, renminbi e outras moedas estrangeiras representaram e 41,6 por cento, 36,7 por cento, 16,2 por cento e 4,8 por cento.
Hoje Macau Manchete PolíticaEleições | Sonny Lo diz que “oposição” tem de aprender “dura lição” após exclusões Um comentador político disse à Lusa que a oposição pode sobreviver à desqualificação de 12 candidatos da corrida à Assembleia Legisladtiva, mas que tem de se adaptar e respeitar as ‘linhas vermelhas’ de Pequim. A Comissão da Defesa da Segurança do Estado excluiu em Julho todos os 12 candidatos de duas listas, considerando-os “não defensores da Lei Básica ou não fiéis” à RAEM. “Os liberais, parece que repetem alguns dos erros de palmatória”, lamenta Sonny Lo Shiu-Hing, numa referência à anterior votação, em 2021, quando a comissão eleitoral afastou cinco listas e 21 candidatos. Em Julho, o presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da AL, Seng Ioi Man, recusou-se a revelar os factos que levaram à mais recente desqualificação, defendendo que poderia “representar certos riscos para a segurança nacional”. Sonny Lo acredita que a exclusão poderá estar ligada às “linhas vermelhas” do Partido Comunista Chinês, incluindo contactos com Taiwan ou comentários sobre os protestos governamentais de 1989, em Pequim. Além disso, diz o comentador, a oposição precisa de mais cautela ao dar entrevistas ou falar com a imprensa estrangeira: “Talvez precisem de ser mais moderados no sentido de dizer apenas aquilo que conseguem provar”. Foco local Os grupos dissidentes devem “adaptar-se ao novo ambiente político, concentrando-se em questões mais centradas em Macau, como a subsistência [da população] e menos em assuntos externos”, diz Sonny Lo. Ou seja, sublinha o comentador radicado na vizinha região de Hong Kong, “têm de construir uma oposição local e leal, porque a China não aceita uma oposição desleal”. “Estruturalmente falando, o espaço democrático de Macau é limitado. Mas dentro deste espaço limitado, é preciso procurar espaços onde é possível impulsionar a mudança”, defende. Apesar da constante ameaça de desqualificação por alegada falta de patriotismo, Sonny Lo acredita que continua a haver “um grande incentivo” para a população participar na vida política de Macau. “Encontrar novas formas de melhorar a sociedade de Macau pode também ter uma espécie de efeito de demonstração para a China continental, a longo prazo”, defende o comentador. Sonny Lo acredita que a China está a mudar e irá tornar-se “mais liberal, social e politicamente nos próximos cinco a dez anos”, com uma reforma política “à sua própria maneira”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Rússia interessada em negociações mas mantém ataques A Rússia rejeitou ontem críticas da União Europeia (UE) sobre o empenho em negociações, afirmando estar interessada em procurar a paz, mas assegurou que continuará a atacar a Ucrânia até alcançar os seus objectivos. “As forças armadas russas estão a cumprir a missão. Continuam a atacar alvos militares e paramilitares”, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, após críticas da UE a bombardeamentos em Kiev que causaram pelo menos 14 mortos e danificaram a embaixada europeia. “Ao mesmo tempo, a Rússia continua interessada em prosseguir o processo de negociação, a fim de alcançar os objectivos que foram fixados por meios políticos e diplomáticos”, afirmou, citado pelas agências de notícias France-Presse (AFP) e espanhola EFE. Pelo menos 14 pessoas morreram e 48 ficaram feridas na madrugada de ontem em Kiev devido a um ataque massivo russo com 629 ‘drones’ e mísseis contra o território ucraniano, declararam as autoridades ucranianas. O balanço anterior indicado pelas autoridades locais era de oito mortos e 45 feridos. Entre os mortos estão três crianças, disse o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko, citando dados preliminares. Espera-se que os números possam aumentar, enquanto as equipas de resgate permanecem no terreno para resgatar as pessoas presas sob os escombros. Foi o primeiro grande ataque combinado russo a Kiev em semanas, enquanto os Estados Unidos lideram os esforços de paz. Segundo a agência de notícias AFP, a Rússia disparou 598 ‘drones’ e 31 mísseis balísticos e de cruzeiro contra a Ucrânia num novo ataque massivo durante a madrugada de ontem, citando dados da Força Aérea ucraniana num comunicado. De acordo com dados preliminares, 563 ‘drones’ de combate e ‘drones’ de distracção, assim como 26 mísseis, foram abatidos ou bloqueados, segundo a Força Aérea ucraniana. Os ataques atingiram a parte central de Kiev, uma das poucas vezes em que os ataques russos atingiram o coração da capital ucraniana desde o início da invasão em larga escala em Fevereiro de 2022.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | SJM volta aos prejuízos na primeira metade de 2025 A concessionária do jogo em Macau SJM Holdings admitiu ontem que voltou a registar prejuízos na primeira metade de 2025, após ter começado o ano com lucros. Num comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, a empresa revelou um prejuízo de 182 milhões de dólares de Hong Kong durante o primeiro semestre deste ano, mais 12,3 por cento do que no mesmo período de 2024. Entre Janeiro e Março, o grupo fundado pelo falecido magnata do jogo Stanley Ho Hung Sun tinha registado um lucro de 31 milhões de dólares de Hong Kong. A SJM terminou 2024 com um lucro de três milhões de dólares de Hong Kong, após perdas sem precedentes durante quatro anos consecutivos. Os casinos da operadora arrecadaram 14,8 mil milhões de dólares de Hong Kong na primeira metade de 2025, mais 7,5 por cento do que em igual período do ano passado. Já as receitas não jogo subiram 11,9 por cento, para mais de mil milhões de dólares de Hong Kong. Apesar do aumento das receitas, o lucro operacional da empresa desceu 5,1 por cento, para 1,65 mil milhões de dólares de Hong Kong. A dívida da SJM voltou a aumentar no segundo trimestre, atingindo 27,3 mil milhões de dólares de Hong Kong no final de Junho, mais 2 por cento do que no final de Março. Distribuição de massas Em Junho, a agência de notação financeira Fitch Ratings manteve a classificação da dívida da SJM, apesar de a concessionária ter decidido terminar, até 31 de Dezembro, a exploração de sete ‘casinos-satélite’. Os ‘casinos-satélite’, sob a alçada de três das seis concessionárias de jogo a operar em Macau, são geridos por outras empresas, sendo uma herança da administração portuguesa e que já existia antes da liberalização do jogo no território, em 2002. Quando a legislação que regula os casinos foi alterada, em 2022, estabeleceu-se o final de 2025 como data limite para terminar a actividade destes espaços de jogo. A SJM decidiu tentar a aquisição da propriedade dos hotéis onde se localizam dois ‘casinos-satélite’ – Ponte 16 e Casino Royal Arc – e pedir às autoridades para assumir a gestão directa dos espaços. O mercado de massas, cujas receitas subiram 7,1 por cento, representou 83 por cento das receitas de todos os casinos da SJM, enquanto as receitas do jogo VIP decresceram 6,6 por cento na primeira metade. As grandes apostas, que em 2019 representavam 46,2 por cento das receitas da indústria do jogo em Macau, foram afectadas pela detenção do líder da maior empresa angariadora de apostas VIP do mundo, em Novembro de 2021. O antigo director executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado, em Janeiro de 2023, a 18 anos de prisão. Também ontem, a SJM disse que vai pagar 529 milhões de dólares de Hong Kong (à companhia-mãe, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, para adquirir parte do hotel Lisboa e assim expandir o casino já existente na propriedade.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang critica líder do Sul por falar em desnuclearização A Coreia do Norte criticou ontem o que descreveu como a hipocrisia do Presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, ao falar sobre a possível desnuclearização da Península Coreana. Pyongyang afirmou que a Coreia do Sul é o “único país que entregou toda a soberania aos Estados Unidos”, de acordo com um editorial publicado pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA. A agência norte-coreana, que transmite a posição oficial de Pyongyang sobre política nacional e internacional, lamentou que Seul esteja a promover “ilusões vazias sobre a desnuclearização”. Reafirmou que a Coreia do Norte nunca entregará as armas nucleares que possui. “Lee deve compreender que continuar a alimentar este sonho sobre a desnuclearização não vai ajudar ninguém”, afirmou, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press. A Coreia do Norte voltou a defender a posse de armamento nuclear, que considerou ser inevitável dada a situação geopolítica na região. “Lee Jae-myung nunca escondeu os seus verdadeiros motivos: ele é um maníaco por confrontos”, afirmou a KCNA. Lee afirmou na segunda-feira, durante um discurso em Washington perante o Presidente Donald Trump, que pretende trabalhar com os Estados Unidos para “estabelecer a paz e alcançar a desnuclearização da Península da Coreia”. Um dia depois, Pyongyang voltou a criticar as manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na região, em curso há 10 dias, que descreveu como hostis e demonstrativas do “desejo de invadir” o território norte-coreano. “Todos sabem que não se trata de algo defensivo, especialmente vindo de um país que possui o maior arsenal nuclear”, afirmou Kim Yong-bok, alto funcionário do Exército da Coreia do Norte, em referência aos Estados Unidos. Donald, o pacificador No encontro com Lee, Trump disse que gostava de se reunir novamente com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, com quem se encontrou em 2018 e 2019, e admitiu que poderá tentar uma cimeira entre as duas Coreias. Trump pediu a Lee que retomasse o diálogo com Pyongyang e inaugurasse uma “nova era de paz na Península Coreana”. A Coreia, que foi colonizada pelo Japão entre 1910 e 1945, foi dividida pelos Estados Unidos e pela União Soviética em duas zonas administrativas, separadas pelo paralelo 38, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Dessa divisão resultou a Guerra da Coreia (1950-1953), que opôs a República Democrática Popular da Coreia (Norte), apoiada pela União Soviética e China, e a República da Coreia (Sul), apoiada por uma força internacional liderada pelos Estados Unidos. O conflito armado causou cerca de 2,5 milhões de mortos, maioritariamente coreanos, e terminou com um armistício, mas sem que tivesse sido assinado um acordo de paz, pelo que tecnicamente Pyongyang e Seul continuam em guerra. As duas Coreias continuam divididas pelo paralelo 38, tendo sido criada uma zona desmilitarizada perto da aldeia de Panmunjom, onde foi assinado o armistício em 27 de Julho de 1953.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição indiana critica Trump e fracasso do Governo A oposição indiana classificou quarta-feira as novas tarifas dos Estados Unidos como “chantagem económica” e criticou o primeiro-ministro, Narendra Modi, pelo que considera um fracasso da política externa que prejudica os interesses nacionais. “A tarifa de 50 por cento de [Donald] Trump é uma chantagem económica: uma tentativa de pressionar a Índia a aceitar um acordo comercial injusto”, escreveu o líder do partido Congresso Nacional Indiano (INC), Rahul Gandhi, nas redes sociais. Gandhi exortou Modi a “não permitir que a sua fraqueza prevaleça sobre os interesses do povo indiano”, segundo a agência de notícias espanhola EFE. Na mesma linha, o presidente do INC, Mallikarjun Kharge, afirmou que “uma política externa sólida requer substância e habilidade” e classificou a diplomacia de Modi como superficial. “Eles não conseguiram chegar a um acordo comercial e agora estão a falhar em proteger o nosso país”, criticou. Os Estados Unidos activaram quarta-feira a nova política de tarifas de 50 por cento sobre exportações da Índia como punição pela compra de petróleo à Rússia, alvo de sanções devido à guerra contra a Ucrânia. A nova taxa punitiva adicional é de 25 por cento. Em causa, estão exportações indianas no valor de cerca de 60 mil milhões de dólares, segundo a EFE. A Rússia já declarou estar pronta para absorver as exportações indianas mais afectadas pela punição norte-americana. Os sectores mais atingidos são indústrias com alta empregabilidade, como o têxtil, o de joias e pedras preciosas, o de frutos do mar e o de componentes para automóveis. Os Estados Unidos não puniram sectores produtores de bens que são importantes para as próprias empresas ou para o bolso dos cidadãos norte-americanos, como medicamentos e telemóveis. Factor petróleo O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou inicialmente uma tarifa de 25 por cento sobre produtos indianos. Mas, no início de Agosto, assinou uma ordem executiva impondo uma tarifa adicional de 25 por cento devido às compras de petróleo russo pela Índia, o que elevou as tarifas combinadas impostas ao aliado asiático aliado para 50 por cento. “As nossas importações [de petróleo russo] baseiam-se em factores de mercado e são feitas com o objectivo geral de garantir a segurança energética de 1,4 mil milhões de pessoas na Índia”, afirmou Nova Deli em 07 de Agosto, recordou o jornal Hindustan Times. Para fazer face à medida, o Governo indiano anunciou quarta-feira a promoção de produtos têxteis em mercados que considerou prioritários, incluindo os do Reino Unido, Japão e Coreia do Sul. As exportações da Índia atingem actualmente 220 países e territórios, mas as autoridades disseram que 40 mercados são fundamentais para a diversificação. A lista inclui também Alemanha, França, Itália, Espanha, Países Baixos, Polónia, Canadá, México, Rússia, Bélgica, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Austrália, segundo o jornal The Times of India. A Federação das Organizações de Exportação da Índia (FIEO) expressou num comunicado “máxima preocupação” e solicitou apoio imediato do Governo às empresas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Terminam alegações finais em caso do magnata Jimmy Lai As alegações finais no julgamento por violação de segurança nacional do magnata da comunicação social Jimmy Lai terminaram ontem em Hong Kong, sem ser conhecida a data do veredicto. Acusado de sedição e conluio com forças estrangeiras durante os protestos de 2019, dos quais foi uma das figuras-chave, Jimmy Lai pode enfrentar prisão perpétua. Lai declarou-se inocente neste longo julgamento, iniciado em Dezembro de 2023 e que terminou ontem, com as alegações finais, não havendo data marcada para o veredicto. “Informaremos as partes em tempo útil” sobre a data, declarou a juíza Esther Toh. Fundador do jornal liberal Apple Daily, banido desde Junho de 2021, Jimmy Lai, 77 anos, está preso desde 2020, sendo acusado de ter pedido a governos ocidentais que impusessem sanções à China e à região administrativa especial de Hong Kong devido à repressão dos protestos nas ruas da antiga colónia britânica. Lai é também acusado de produzir artigos e conteúdos sediciosos, nomeadamente em editoriais que assinou. Estas duas infrações são severamente punidas pela lei de segurança nacional adoptada após os protestos, por vezes violentos, de 2019. As alegações decorreram ao longo de dez dias, após dois adiamentos: um devido ao mau tempo e outro devido a problemas cardíacos de Jimmy Lai. Este acabou por poder assistir às audiências depois de medicado e de equipado com o devido equipamento médico.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | Rússia e China realizam primeira patrulha conjunta com submarinos A Rússia e a República Popular da China realizaram pela primeira vez uma missão conjunta de patrulhamento submarino na região Ásia-Pacífico, anunciou quarta-feira a Frota do Pacífico da Marinha russa. “O submarino ‘Volkhov’ da Frota do Pacífico e um submarino da Marinha do Exército Popular de Libertação da China realizaram uma viagem de patrulha nos mares do Japão e da China Oriental”, disse a força russa. Os submarinos diesel-eléctricos regressaram às respectivas bases após o exercício conjunto, referiu a frota russa no comunicado, citado pela agência de notícias espanhola EFE. O “Volkhov” regressou à base em Vladivostoque, no extremo leste da Rússia, após uma viagem de mais de 2.000 milhas náuticas. A patrulha conjunta visou “reforçar a cooperação naval” entre a Rússia e a China e “manter a paz e a estabilidade na região Ásia-Pacífico”, disse o gabinete de comunicação da Frota do Pacífico. Visou ainda “monitorizar a área marítima e proteger as actividades económicas marítimas da Rússia e da China”, acrescentou, segundo a agência de notícias russa Ria Novosti. Durante a missão, o submarino russo, com autonomia de navegação de 45 dias e em serviço desde Outubro de 2020, contou com o apoio da corveta “Gromki” e do rebocador de resgate “Foti Krilov”, da Frota do Pacífico. A patrulha submarina conjunta começou no início de Agosto, após a conclusão do exercício russo-chinês “Interação Marítima – 2025” nas águas do mar do Japão. As marinhas russa e chinesa realizam anualmente patrulhas conjuntas de navios de superfície desde 2021, acrescentou a Ria Novosti.
Hoje Macau China / ÁsiaEfeméride | China defende conquistas do fim da II Guerra Mundial Na preparação da grande parada militar de 3 de Setembro que trará a Pequim vários líderes mundiais, como Vladimir Putin e Kim Jong-Un, o Governo chinês volta a enaltecer a vitória sobre os regimes fascistas A China quer trabalhar com “todos os países amantes da paz” e defender as conquistas da Segunda Guerra Mundial, disse ontem o Governo chinês, na apresentação das cerimónias do 80.º aniversário do fim do conflito. Uma parada militar vai marcar a 03 de Setembro, em Pequim, o fim da Segunda Guerra Mundial na Ásia e a derrota do fascismo. Há 80 anos, com “enormes sacrifícios”, a China ocupou “a principal frente na Ásia na luta contra o fascismo” durante a Segunda Guerra Mundial, num “importante contributo histórico” para a vitória dos Aliados, lembrou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun. Guo salientou que, naquele período, “muitos países europeus e amigos ofereceram uma assistência valiosa e até deram as suas vidas, e os seus feitos serão sempre recordados pelo povo chinês”. Até ao momento, “perto 50 líderes, altos responsáveis, enviados à China e amigos de 30 países europeus confirmaram a presença” nestas comemorações no país, reflectindo um desejo partilhado de “preservar a memória histórica e defender a paz e a justiça”, indicou. Questionado sobre a ausência de grandes potências ocidentais, Guo respondeu que a China organiza estes eventos “para recordar a história, homenagear os caídos, valorizar a paz e abrir o futuro”. Revista presidencial O Presidente chinês, Xi Jinping, vai passar em revista as tropas e discursar na praça Tiananmen, num evento que contará com a presença de quase 30 chefes de Estado e de Governo, entre os quais o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. O desfile encerrará uma sequência de eventos, entre os quais se inclui a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, que irá decorrer entre 31 de Agosto e 01 de Setembro, em Tianjin (nordeste da China), anunciada como “a maior” desde a fundação da organização em 15 de Junho de 2001. A Segunda Guerra Mundial decorreu paralelamente à invasão da China pelo Japão (1931-1945) e à guerra civil entre nacionalistas e comunistas na China (1927-1949), que estabeleceram uma trégua para lutar contra as tropas japonesas. A invasão japonesa causou mais de 35 milhões de baixas entre as tropas e civis chineses até 1945, de acordo com Pequim, representando um terço das baixas.
Hoje Macau EventosPraça do CCM acolhe instalação “A Torre do Tempo” Já está instalada na praça do Centro Cultural de Macau (CCM) a instalação “A Torre do Tempo”, integrada na iniciativa “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, que desde há vários meses vem apresentando mais de 30 exposições integradas em seis secções. Segundo uma nota do IC, a instalação “A Torre do Tempo” visa celebrar o “vínculo cultural entre cidades da Ásia Oriental” e foi elaborada por “três artistas consagrados da China, Japão e Coreia do Sul”. Trata-se de “figuras de referência na arte contemporânea asiática”, sendo eles Guan Huaibin, “famoso artista contemporâneo chinês e especialista em instalações artísticas e arte multimédia espacial”. Hirotoshi Sakaguchi, “famoso artista japonês e professor honorário da Universidade de Arte de Tóquio”, também deu o seu contributo. No caso deste artista, já realizou “obras que abrangem vários meios, entre eles a pintura e arte paisagística”. Nesta instalação, colaborou ainda o artista contemporâneo sul-coreano Kim Sang-yeon, “cuja criação é profundamente influenciada pela filosofia oriental e se concentra em questões relacionadas com a coexistência entre o homem e a natureza”. “Farol da alma” “A Torre do Tempo” combina, segundo o IC, “a filosofia oriental sobre o tempo e o espaço com a linguagem da arte contemporânea, ultrapassando as limitações do espaço físico”. Constrói-se, assim, um “farol da alma” que “incorpora tanto a profundidade histórica como as futuras tensões”. “Através da forma poética no fluxo de luz e sombra, a obra estimula a interacção sensorial entre o público e a instalação, para construir em conjunto memórias individuais e colectivas, inspira o sentido da vida e da eternidade, tornando-se um marco artístico que inscreve a amizade cultural entre as cidades da Ásia Oriental”, descreve ainda o IC. Esta instalação integra-se na secção da Bienal “Exposição de Arte Pública”, sujeita ao tema “Ondas e Caminhos”. Dentro desta secção da Bienal tem vindo a ser desenvolvido outro projecto, desde Julho, intitulado “Co-Criação Comunitária e Ajuda Mútua de San Mei On”, liderado pelo artista australiano Jason Ho. Trata-se de um projecto que mistura trabalhos de oficina, técnica mista e arte comunitária. Resta agora as apresentações do artista Zhang Xiao, que irá desenvolver as suas actividades artísticas na mesma comunidade entre este sábado e 5 de Setembro. Uma vez que o Edifício San Mei On (Bloco II) é um bloco de apartamentos privados, e como os eventos não têm um horário fixo, os interessados em participar neste evento artístico podem verificar os dados na conta oficial de WeChat “Jason Ho’s Mapping Workshop”.
Hoje Macau SociedadeHengqin | Bombeiros salvam dois residentes perdidos na montanha Dois residentes de Macau que faziam caminhada nocturna na montanha Naobeishan, em Hengqin, perderam-se e foram resgatados pelos Bombeiros de Zhuhai, na noite de domingo. Segundo um comunicado dos bombeiros da cidade vizinha, a operação de resgate demorou cerca de uma hora e obrigou ao recurso a drones equipados com câmaras termográficas, que detectam o calor dos corpos, enquanto no terreno vários bombeiros gritavam à procura dos residentes da RAEM. Os residentes foram encontrados num vale e estavam em bom estado físico. A corporação afirmou que a montanha em questão é um dos locais mais populares para caminhada em Zhuhai, devido aos trilhos ecológicos e paisagens do vale. Porém, as autoridades alertaram para a existência de segmentos íngremes, escorregadios e cobertos por vegetação densa, que podem levar à perda de direcção, em especial em caminhadas nocturnas.
Hoje Macau SociedadeEmprego | Mais de 130 vagas para limpezas e restauração Abriram hoje inscrições para três feiras de emprego, organizadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), que irão oferecer 133 oportunidades de trabalho. Os interessados podem inscrever-se no site da DSAL até ao meio-dia da próxima quarta-feira para as três sessões que se realizam nos dois dias seguintes. Na quinta-feira de manhã, vão estar disponíveis 54 vagas para porteiro de edifícios e empregado de limpeza. Na parte da tarde, a sessão será dedicada à restauração, com mais 54 vagas para cozinheiro, ajudante de cozinheiro, empregado de mesa e assistente de sala. As duas sessões de quinta-feira realizam-se no Centro de Formação de Técnicas Profissionais da FAOM, no Istmo de Ferreira do Amaral nº 101 a 105ª. Na manhã de sexta-feira, serão disponibilizadas 25 vagas de emprego para os cargos de cozinheiro de comida chinesa e ocidental, anfitrião, funcionário de serviço de quarto, recepcionista e empregado de mesa no Four Seasons Hotel. Esta sessão terá no lugar na sede da DSAL, na Avenida do Dr. Francisco Machado n.º 221 a 279.
Hoje Macau PolíticaHuawei | Abrem hoje candidaturas a formação de jovens Abriu hoje o período de candidaturas ao plano de formação básica de quadros qualificados da Huawei na área digital, destinado a “jovens de Macau sem qualquer conhecimento digital”. Segundo um comunicado divulgado ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), o plano terá uma duração de apenas quatro semanas, disponibilizando 30 vagas para o grupo restrito de jovens sem conhecimentos digitais. O Governo refere que o plano tem em vista ajudar jovens a “desenvolver uma mentalidade digital, agarrar as oportunidades criadas pela transformação digital, e permitir-lhes se tornar quadros qualificados interdisciplinares”. O objectivo é incrementar a dinâmica na valorização e reconversão de indústrias e no desenvolvimento da diversificação da economia. A formação terá início no dia 9 de Outubro e termina a 7 de Novembro e é destinada a titulares do bilhete de identidade de residente de Macau e do Salvo-conduto para Deslocação ao Interior da China, com idade inferior a 35 anos. Além disso, devem ser, pelo menos, licenciados de instituições do ensino superior de Macau ou no exterior. Durante a formação, cada formando receberá 5.000 patacas a título de subsídio de subsistência e mais 5.000 patacas para transportes e seguros. A formação irá decorrer em Hengqin, com uma deslocação à sede da Huawei, em Dongguan.
Hoje Macau PolíticaNam Kwong | Depósito de distribuição de combustíveis a operar O Depósito de Distribuição de Combustíveis de Macau, situado na entrada da ilha artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, foi ontem oficialmente entregue à Petróleo Nam Kwong para começar as operações que representam “uma nova etapa na normalização e na segurança do sistema de armazenagem e gestão de combustível”, aponta um comunicado conjunto das forças de segurança e bombeiros. O novo depósito, que custou mais de 50 milhões de patacas, substitui o depósito de distribuição de combustíveis temporário na Ilha Verde. Recorde-se que no mês passado, o Chefe do Executivo concedeu à Petróleo Nam Kwong a gestão e a exploração do novo depósito de distribuição de combustíveis. As autoridades indicaram que, “actualmente o Petróleo Nam Kwong está a acompanhar a mudança de outros estabelecimentos comerciais de gás e a utilização do Depósito de Distribuição de Combustíveis de Macau. O novo depósito de distribuição de combustíveis fica no lote junto ao mar, em frente do parque de estacionamento no lado leste da ilha artificial, com uma área de terreno de cerca de 3.300 metros quadrados.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Defesa de Jimmy Lai prossegue alegações finais A defesa do magnata da comunicação social de Hong Kong Jimmy Lai continuou ontem a apresentação das alegações finais num julgamento que é seguido pela comunidade internacional. A audiência decorre rodeada de um amplo dispositivo de segurança, que inclui a presença de unidades armadas e patrulhas com cães do lado de fora do tribunal, onde, pelo menos, uma dezena de veículos oficiais permanecem estacionados, segundo o meio de comunicação social local Ta Kung Wen Wei. Lai, com 77 anos, fundador do extinto jornal Apple Daily e de três empresas ligadas ao mesmo grupo editorial, enfrenta uma acusação de “conspiração para imprimir e reproduzir material sedicioso” e outras duas de “conspiração com forças estrangeiras ou externas com o objectivo de pôr em risco a segurança nacional”. A moldura penal aplicada a estas acusações pode levar à prisão perpétua do empresário. A fase de alegações finais começou na semana passada, num processo iniciado em Dezembro de 2023, marcado por vários adiamentos, entre eles os registados em meados de Agosto devido a chuvas torrenciais e problemas de saúde do acusado. Durante as sessões desta semana, a defesa centrou as alegações na refutação das acusações segundo as quais Lai orquestrou uma estratégia coordenada para promover sanções internacionais contra Hong Kong e Pequim, através de artigos publicados no Apple Daily e de um alegado apoio ao grupo activista conhecido como “Stand With Hong Kong”, segundo a imprensa de Hong Kong. A equipa jurídica do empresário sustentou que não há provas de que Lai tenha dado instruções directas a activistas, nem de que as publicações do jornal constituíssem incitação à sedição, insistindo no papel dos meios de comunicação social “para facilitar o debate público”. Detido pela primeira vez em 2020, Lai permanece desde então numa prisão de segurança máxima e cumpre já uma pena de cinco anos e nove meses por um caso diferente.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Exército diz que evacuação de Gaza é inevitável Israel considerou ontem inevitável a evacuação da cidade de Gaza no âmbito da continuação das operações militares no território palestiniano, face a críticas internacionais sobre a deslocação forçada da população. “A evacuação da cidade de Gaza é inevitável (…), cada família que se mudar para o sul receberá a ajuda humanitária mais generosa possível”, afirmou o porta-voz árabe do exército, Avichay Adraee, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). A ONU calcula em cerca de um milhão de pessoas a população actual da província de Gaza, que inclui a cidade de Gaza e arredores, no norte do território palestiniano devastado por quase dois anos de guerra. Israel aprovou planos para tomar a cidade de Gaza e anunciou que pretende forçar a população a transferir-se para o sul do território, um projecto considerado irrealista e perigoso por organizações humanitárias. A imprensa árabe noticiou na terça-feira que o Egipto posicionou cerca de 40 mil efectivos das forças armadas no norte do Sinai, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, por recear uma fuga em massa para o seu território. Apelos papais Ontem, o papa Leão XIV pediu o respeito pleno do direito humanitário em Gaza, em particular relativo ao “uso indiscriminado da força e deslocamento forçado de populações”, num novo apelo para o fim da guerra. O pontífice norte-americano fez o apelo no final da audiência geral na Cidade do Vaticano, ao pedir que as partes e a comunidade internacional se comprometam “a pôr fim ao conflito na Terra Santa, que causou tanto terror e morte”. O chefe da Igreja Católica pediu “que todos os reféns [israelitas] sejam libertados, que se alcance um cessar-fogo permanente, que se facilite a entrada segura da ajuda humanitária e que se respeite plenamente o direito humanitário”. Referiu “a obrigação de proteger os civis e a proibição do castigo colectivo, do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado de populações”, segundo a agência de notícias espanhola EFE. Leão XVI declarou ainda apoio à declaração conjunta feita na terça-feira pelos patriarcas grego, Teófilo III, e latino, Perbattista Pizzaballa, de Jerusalém. Os patriarcas pediram “o fim da espiral de violência, o fim da guerra e a prioridade do bem comum de todos os povos”. Na declaração conjunta, pediram às autoridades israelitas que suspendessem o plano de tomar Gaza e de transferir a população da cidade para o sul da Faixa de Gaza. “Esta não é a maneira certa. Não há razão que justifique o deslocamento massivo deliberado e forçado de civis”, afirmaram as autoridades eclesiásticas num comunicado. Anunciaram também que o clero e as freiras presentes em Gaza decidiram ficar e continuar a cuidar de todas as pessoas que encontraram refúgio nas instalações das igrejas cristãs. Após quase dois anos de guerra, a ONU declarou em 22 de Agosto uma situação de fome na província de Gaza, no norte do território, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia / Paquistão | Chuvas matam 32 pessoas desalojam milhares As cargas de água repentinas acima do normal para a época provocaram o caos e destruição em várias áreas da Índia e do Paquistão Chuvas intensas que atingiram partes do Paquistão e da Índia causaram 32 mortos e um número indeterminado de desaparecidos na parte indiana da Caxemira, anunciaram ontem as autoridades indianas. As mortes e desaparecimentos ocorreram na região de Jammu, na Caxemira controlada pela Índia, onde se registaram inundações repentinas e deslizamento de terras numa rota de peregrinação hindu, noticiou a agência Press Trust of India (PTI). O período em que ocorreram as mortes causadas pelas inundações não ficou imediatamente claro, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP). Autoridades da província de Punjab, no leste do Paquistão, solicitaram ontem a ajuda do exército nos esforços de resgate e socorro depois de as chuvas torrenciais terem feito transbordar grandes rios. Várias localidades ficaram inundadas e mais de 150.000 pessoas foram desalojadas, disseram as autoridades. Equipas de resgate retiraram mais de 20.000 pessoas durante a noite dos arredores de Lahore, a segunda maior cidade do Paquistão, que também enfrentava o risco de cheias. As pessoas retiradas das áreas próximas a Lahore viviam ao longo do leito do rio Ravi, disse o director-geral da Autoridade de Gestão de Desastres do Punjab, Irfan Ali Kathia. A saída dos residentes das áreas mais vulneráveis começou no início da semana em seis distritos do Punjab. De repente As chuvas de monção mais intensas do que o normal e a libertação de água de barragens transbordadas na vizinha Índia provocaram enchentes repentinas em regiões fronteiriças de baixa altitude, disse Kathia. Os meteorologistas previram que a chuva continuará em toda a região durante a semana. Chuvas fortes e inundações repentinas na região dos Himalaias mataram quase 100 pessoas em Agosto. O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, elogiou ontem as autoridades locais pela retirada oportuna da população e disse que auxílio de emergência estava a ser fornecido aos afectados pelas inundações, de acordo com um comunicado do Governo. A Índia alertou o Paquistão sobre possíveis inundações transfronteiriças através de canais diplomáticos, em vez da Comissão das Águas do Indo, que é o mecanismo permanente ao abrigo do Tratado das Águas do Indo, mediado pelo Banco Mundial em 1960. Nova Deli suspendeu o trabalho da comissão após o assassinato de 26 turistas na Caxemira controlada pela Índia, em Abril, embora Islamabad insista que a Índia não pode rescindir unilateralmente o tratado. As enchentes provocadas pelas chuvas de monção mataram mais de 800 pessoas no Paquistão desde o final de Junho. Cientistas afirmam que as alterações climáticas estão a intensificar as chuvas de monção no sul da Ásia, aumentando os receios de uma repetição do desastre climático de 2022, que atingiu um terço do Paquistão e matou 1.739 pessoas. A Índia é o país com mais população do mundo, com mais de 1,4 mil milhões de habitantes, e o Paquistão o quinto, com mais de 255 milhões. A monção designa os ventos sazonais relacionados com a alternância entre as estações seca e das chuvas nas regiões costeiras tropicais e subtropicais. De Junho a Setembro, as chuvas de monção ocorrem em países do sul da Ásia, como a Índia, Paquistão, Vietname, Tailândia, Camboja, Bangladesh e Laos, segundo o Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas norte-americano. De Dezembro a Fevereiro, as chuvas de monção deslocam-se para o sul do equador em direcção à Austrália, enquanto o sul da Ásia passa por condições de estação seca.