Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Papa pede a Abbas ajuda e protecção dos locais sagrados O Papa pediu ontem “a entrada adequada de ajuda humanitária” em Gaza “com urgência”, num telefonema com o presidente da Autoridade Palestiniana em que sublinhou “a obrigação de proteger a população e os lugares sagrados”. “Dada a dramática situação humanitária, foi sublinhada a urgência de prestar auxílio aos mais expostos às consequências do conflito e permitir a entrada adequada de ajuda humanitária”, informou o Vaticano, citando Leão XIV. O pontífice renovou ainda “o seu apelo ao pleno respeito pelo direito internacional humanitário” e enfatizou “a obrigação de proteger os civis e os lugares sagrados”, bem como “a proibição do uso indiscriminado da força e da deslocação forçada de população”. Na conversa telefónica, os dois líderes discutiram “os recentes desenvolvimentos do conflito na Faixa de Gaza e a violência na Cisjordânia”. No domingo, durante a oração do Angelus, o Papa voltou a manifestar-se contra a violência no Médio Oriente, após o ataque israelita, na passada quinta-feira, à paróquia da Sagrada Família, a única igreja católica em Gaza, que provocou três mortos e vários feridos. No dia seguinte ao ataque, Leão XIV recebeu um telefonema do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, no qual o Papa pediu um cessar-fogo e o fim da guerra em Gaza, bem como a protecção dos locais de culto e dos fiéis. Durante a sua conversa com Abbas, o Papa recordou ainda o 10.º aniversário do Acordo Abrangente entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, assinado a 26 de Junho de 2015 e que entrou em vigor a 02 de Janeiro de 2016. O acordo, assinado com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), determina o reconhecimento formal do Estado da Palestina pela Santa Sé e, entre outros aspectos, sublinha a necessidade de protecção dos lugares santos cristãos na Palestina.
Hoje Macau China / ÁsiaJeju Air | Pilotos desligaram motor errado, segundo relatório Os pilotos do avião da companhia coreana Jeju Air que sofreu um acidente em Dezembro do ano passado terão desligado, por engano, o motor menos danificado após o impacto com uma ave, indicou ontem fonte próxima da investigação. Segundo o jornal Korea Joongang Daily, a fonte referiu que os elementos recolhidos, incluindo a gravação de voz da cabina, dados informáticos e um interruptor físico do motor encontrado entre os destroços, demonstram que os pilotos desligaram o motor esquerdo em vez do direito ao tomarem medidas de emergência após o impacto com a ave, ocorrido momentos antes da aterragem prevista. A equipa de investigação, acrescentou a fonte, dispõe de “provas claras” e terá chegado a uma conclusão, ainda que o relatório oficial não tenha sido divulgado, devido a protestos por parte de familiares das vítimas. A investigação ao acidente, ocorrido em Muan (sudoeste da Coreia do Sul), já revelou que a Jeju Air, como parte dos seus esforços para maximizar a rentabilidade operacional das suas aeronaves, reduz ao mínimo legal a duração das revisões de manutenção realizadas antes de cada voo. O avião acidentado, um Boeing 737-800, terá sido atingido por uma ave e acabou por aterrar sem accionar o trem de aterragem nem outros sistemas de travagem, saindo da pista e colidindo com um muro no aeroporto de Muan. No acidente de 29 de Dezembro de 2024 morreram 179 passageiros e membros da tripulação, tendo havido dois sobreviventes. O acidente foi o mais grave desastre da aviação civil ocorrido em solo sul-coreano e o pior do ano a nível mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | PM permanece no cargo apesar de “duro golpe” eleitoral O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, disse ontem que vai manter-se no poder, depois de o partido que preside perder a maioria na câmara alta do Parlamento, nas eleições de domingo, num novo revés político. “Continuamos a ser o partido com a maior representação. Apesar do duro golpe e as muitas dificuldades, muitas pessoas apoiaram-nos fortemente”, disse Ishiba numa conferência de imprensa, afirmando que a decisão de permanecer no cargo se deve à situação política global e às “condições difíceis” que o país atravessa. Neste sentido, o dirigente destacou a imposição de tarifas aduaneiras ao Japão por parte dos Estados Unidos, a inflação e o receio de que um forte terramoto ou uma catástrofe natural possam atingir o país em algum momento. O Partido Liberal Democrático (PLD) de Ishiba e o parceiro de coligação, Komeito, que precisavam de conquistar 50 lugares, além dos 75 que já possuem para manter a maioria, conseguiram 47. Faltaram três lugares para a maioria e houve um recuo de 19 lugares em relação ao que tinham antes das eleições. A derrota é mais um golpe para a coligação de Ishiba, tornando-a minoritária em ambas as câmaras, após a derrota em Outubro nas eleições para a câmara baixa, e agravando a instabilidade política do Japão. Foi a primeira vez que a coligação liderada pelo PLD perdeu a maioria em ambas as câmaras do parlamento desde a formação do partido em 1955. Sobe e desce Questionado sobre a possibilidade de alargar a coligação a outros partidos da oposição, Ishiba disse não ter qualquer intenção de o fazer nesta altura e afirmou que o PLD “deve ser responsável e desenvolver políticas”. O responsável também excluiu a possibilidade de uma remodelação do Governo. “Vamos consultar seriamente os outros partidos e falar de responsabilidade e continuar com as políticas em matéria de tarifas e catástrofes”, acrescentou. Entre os partidos da oposição, o Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP), liberal de esquerda, ficou em segundo lugar, com 22 lugares, enquanto o reformista Partido Democrático Popular (PDP) ficou em terceiro, com 17. A surpresa foi o partido nacionalista japonês de extrema-direita Sanseito, que, sob o lema “Japão primeiro”, emergiu como um dos grandes vencedores das eleições de domingo, conquistando 14 lugares e tornando-se o terceiro maior partido da oposição.
Hoje Macau EventosFRC | Imagens de Timor-Leste expostas até Agosto Chama-se “Uma Viagem à Terra do Crocodilo no Ano da Serpente” e é a nova exposição de fotografia patente na Fundação Rui Cunha, da autoria de Cristiana Figueiredo. Às imagens juntam-se os textos de Bibi Ain. São 25 fotografias de “pessoas, lugares e coisas”, numa viagem repleta de emoções A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, uma exposição fotográfica sobre Timor-Leste intitulada “Uma Viagem à Terra do Crocodilo no Ano da Serpente”, com imagens da autoria de Cristiana Figueiredo e textos de Bibi Ain. Esta iniciativa “resulta de uma viagem de descoberta, para uma, e de reencontro, para o outro, no princípio deste ano”. Com o subtítulo “Pessoas. Lugares. Coisas”, a mostra inclui 25 fotografias que revelam visualmente o que os textos descrevem sobre as emoções impregnadas nos pequenos detalhes da jornada. Segundo os autores, citados por uma nota da FRC, “no início de 2025 embarcámos numa viagem para Timor-Leste”, tendo sido “a descoberta das raízes de casa, o abraço dos entes queridos, o reaparecimento de memórias doces e frágeis”, ou ainda “entrar num livro de História e sentir o acolhimento do desconhecido”. “A viagem foi uma espreitadela íntima e inspiradora em Timor-Leste, onde perspectivas aparentemente díspares se uniram para criar novas perspectivas, sobre as pessoas e os lugares deste pequeno país maravilhoso», revela o par de viajantes no seu manifesto. Cristiana Figueiredo adianta ainda que “por detrás da lente, testemunhei a transformação de comportamentos tímidos em sorrisos tropicais generosos que revelavam vislumbres íntimos e fugazes”. Histórias e imagens A autora diz ter encontrado, nesta viagem, “uma paisagem que se entregava à captura da janela de um carro em movimento numa estrada esburacada, ou de um momento tranquilo com os pés enterrados na areia quente, acariciados pelo som das ondas a bater”. Assim, “partilhar esta experiência inesquecível através das fotografias desta exposição é a minha carta de amor a Timor-Leste”, frisou. A vida de Cristiana Figueiredo é uma tapeçaria tecida em três continentes, segundo a sua biografia. “Nascida em Angola, passou os seus anos de formação em Portugal. Nas tardes tranquilas depois da escola, folhear as enciclopédias de arte dos pais despertou a sua paixão pelas artes, um fascínio precoce que a inspirou a fazer vários cursos de curta duração em história da arte, desenho e pintura, e a dedicar-se à fotografia, lançando as bases para o seu percurso criativo”, lê-se. Após a conclusão da licenciatura em Sociologia na Universidade do Porto, a vida de Cristiana levou-a até Macau, onde, nos últimos 23 anos, foi empreendedora local no sector alimentar e das bebidas, tendo virado a sua criatividade para o design gráfico, branding e design de interiores. Recentemente, Cristiana tornou-se criadora visual a tempo inteiro, explorando diversos meios, capturando continuamente o mundo que a rodeia e reimaginando-o através das suas lentes, pincéis e computador. Por todo o lado Por sua vez, a vida de Bibi Ain é uma tapeçaria tecida entre três países: Timor-Leste, Austrália e China. Nascido em Timor-Leste, passou os seus anos de formação na Austrália. Estudou Arte, História da Arte, Cinema e Televisão, Literatura Inglesa e Italiana, Arquitectura, Gestão de Empresas e, por fim, Gestão Turística. Serviu o seu país como Diplomata nos últimos trinta anos. Bibi Ain, nome artístico, deriva da palavra tétum “bibi” (cabra) e “ain” (pé). “Como um cabrito que salta por todo o lado com entusiasmo em busca de uma nova aventura, a minha família apelidou-me assim para reflectir a minha sede de viajar”, explica na mesma nota. As imagens e textos vão estar expostos até ao dia 2 de Agosto de 2025.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Pequim defende respeito pela lei após proibição de saída a cidadão dos EUA A China defendeu ontem que todos devem respeitar as suas leis, após notícias de que um funcionário do Governo dos Estados Unidos está impedido de sair do país desde Abril por alegadas razões de segurança nacional. “Independentemente de se tratar de um cidadão chinês ou estrangeiro, todos devem respeitar as leis chinesas enquanto estiverem na China”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo sublinhou que a China é um Estado de direito e que gere os assuntos de entrada e saída do território “de acordo com a lei”, recusando-se, no entanto, a fornecer detalhes específicos sobre o caso. Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, o cidadão em causa é um funcionário do Departamento do Comércio dos EUA, de origem chinesa e ex-militar, que viajou em Abril para a cidade de Chengdu por motivos pessoais. À chegada, foi informado de que não poderia deixar o país. Fontes citadas pelo mesmo jornal indicam que o caso poderá estar relacionado com uma suposta omissão na declaração do seu estatuto de funcionário público durante o pedido de visto. Embora não tenha sido formalmente acusado, o cidadão terá sido posteriormente transferido para Pequim, acompanhado por um representante consular dos EUA. O seu paradeiro actual não foi confirmado. De acordo com o South China Morning Post, as chamadas “proibições de saída” são aplicadas na China a cidadãos locais ou estrangeiros envolvidos em litígios civis, investigações criminais ou considerados ameaça à segurança nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Acções sobem após promessas de guerra de preços As praças financeiras chinesas reagiram em alta nas últimas sessões, após Pequim prometer travar as guerras de preços que têm penalizado os lucros das empresas e agravado as tensões comerciais com parceiros como Estados Unidos e União Europeia. A expressão dominante entre autoridades e analistas é “involução” – referência ao esforço para conter a concorrência excessiva e a sobrecapacidade de produção em sectores como o dos painéis solares, aço e veículos eléctricos. Com a procura interna ainda fraca e o aumento das barreiras comerciais externas – incluindo tarifas mais elevadas nos EUA sob a presidência de Donald Trump –, muitos fabricantes chineses optaram por cortar preços, reduzindo margens de lucro e levando várias empresas à falência. O índice de preços no produtor, que mede os preços à saída das fábricas, está em queda há quase três anos na China, num ciclo prolongado de deflação. A tendência já se reflectiu nos mercados globais, com exportações chinesas a preços baixos a gerar atritos comerciais com parceiros como Washington, Bruxelas, mas também vários países em desenvolvimento. Face à pressão, o Governo chinês e várias associações industriais sinalizaram recentemente uma mudança de rumo. Em 30 de Junho, os 10 maiores fabricantes de vidro para painéis solares concordaram em reduzir a produção em 30 por cento. As autoridades também lançaram uma campanha de inspecção à segurança automóvel, visando travar práticas de corte de custos que comprometam a qualidade. As medidas impulsionaram as acções em sectores pressionados. Apesar de os investidores estrangeiros não poderem comprar directamente acções chinesas, têm acesso a cerca de 2.700 títulos e 250 fundos através da Bolsa de Valores de Hong Kong. Condenação superior As medidas seguem-se a declarações de alto nível contra a chamada “concorrência desordenada”. A 29 de Junho, o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, publicou um extenso editorial de primeira página condenando o fenómeno da “involução” como contrário aos objectivos de desenvolvimento económico de “alta qualidade” do país. O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu numa reunião interna maior regulação sobre incentivos locais à instalação de fábricas, considerados causa da sobrecapacidade em sectores estratégicos. Economistas defendem que será necessário consolidar os sectores através de fusões e falências, mas reconhecem que o processo será lento, sobretudo devido à resistência dos governos locais, empenhados em proteger empresas e empregos regionais.
Hoje Macau China / ÁsiaUnião Europeia | China apela à cooperação apesar de divergências António Costa e Ursula von der Leyen chegam esta quinta-feira a Pequim para encontros com Xi Jinping e Li Qiang com vista a estabelecer uma maior aproximação entre as duas partes face à instabilidade global A China apelou ontem à cooperação com a União Europeia, apesar das divergências, e criticou o que classificou como exageros sobre disputas comerciais e acusações infundadas quanto à sua posição face à guerra na Ucrânia. “O Governo chinês espera que a UE avance na mesma direcção, ultrapasse as diferenças e planeie em conjunto a cooperação para os próximos 50 anos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo criticou o que descreveu como insistência, por parte de “algumas pessoas na Europa”, na chamada “tripla caracterização” da China – como parceiro, concorrente e rival sistémico – e acusou-as de “exagerar unilateralmente questões económicas e comerciais” e de lançar “acusações infundadas” sobre a Ucrânia, o que, segundo Pequim, tem gerado “perturbações desnecessárias” na relação bilateral. O porta-voz destacou que, após meio século de relações diplomáticas, a ligação entre a China e a UE “acumulou experiência e energia positiva suficientes para resistir às mudanças e ultrapassar desafios”. “A realização da cimeira China – UE neste momento tem grande significado e despertou ampla atenção da comunidade internacional”, afirmou, sublinhando que ambas as partes são “grandes forças que impulsionam o multilateralismo, grandes mercados que sustentam a globalização e grandes civilizações que promovem a diversidade”. Conversas construtivas A cimeira entre a China e a UE realiza-se esta quinta-feira, 24 de Julho, em Pequim, para assinalar o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas. Estão previstas as participações do Presidente chinês, Xi Jinping, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa. Segundo fontes comunitárias, Bruxelas procurará promover um diálogo construtivo sobre temas globais e bilaterais, incluindo comércio, a guerra na Ucrânia e a transição energética. A UE deverá reiterar que a actual relação económica com a China é insustentável, devido à falta de acesso recíproco e de concorrência justa, e poderá avançar com medidas correctivas caso não sejam alcançados reequilíbrios. Líderes confirmados A China confirmou ontem que os líderes da União Europeia (UE) vão deslocar-se ao país na quinta-feira para a cimeira bilateral, numa altura em que as duas partes procuram atenuar uma série de diferendos. “O presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deslocar-se-ão à China em 24 de Julho”, anunciou o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em comunicado. “O Presidente Xi Jinping vai reunir-se com ambos. O primeiro-ministro Li Qiang e os dois líderes da UE copresidirão à 25.ª cimeira China–UE”, acrescentou.
Hoje Macau SociedadeNova Grand | Shun Tak dá “grande importância” a revestimento caído O bloco 5 do Nova Grand, no centro da Taipa, foi um dos edifícios afectados pela passagem no domingo do tufão Wipha por Macau, com a queda do revestimento exterior de um prédio a cair de grande altitude para a via pública. A Shun Tak Holdings, responsável pelo empreendimento, emitiu um comunicado a afirmar que presta grande atenção ao incidente. “O grupo atribuiu grande importância a este incidente e comunicou imediatamente com o empreiteiro para saber mais sobre a situação no local. Foi confirmado que ninguém ficou ferido no incidente. Gostaríamos de agradecer aos bombeiros por terem retirado rapidamente a fachada caída e por terem tomado precauções de segurança para vedar a plataforma do edifício e os troços de estrada relacionados”, indicou a empresa. Além disso, o grupo afirmou ter instado “seriamente” o empreiteiro a fazer trabalhos de inspecção e manutenção abrangentes assim que as condições meteorológicas o permitam, para eliminar riscos e garantir a segurança do edifício e do ambiente circundante. O Nova Grand é um bloco de construção recente, situado na Taipa Central, composto por oito torres com alturas entre os 40 e 48 andares, oferecendo cerca de 1.800 apartamentos para um segmento imobiliário de luxo. Pátio de Espinho | Edifício abandonado ruiu Um edifício abandonado há vários anos no Pátio de Espinho, perto das Ruínas de São Paulo, ruiu durante a manhã de ontem, de acordo com a informação avançada pelo jornal Ou Mun. Segundo o jornal, o edifício encontrava-se desocupado e partes da estrutura já tinham ruído anteriormente. Todavia, ontem, após a passagem do tufão a infra-estrutura cedeu totalmente, e principalmente as paredes externas. A queda das paredes não causou qualquer ferido e também não houve danos nos edifícios junto à casa que cedeu. O facto de a estrutura ter ruído levou a que trabalhadores das Obras Públicas se tivessem deslocado ao local para averiguar a existência de riscos para a segurança pública. Os resultados da inspecção ainda não tinham sido revelados durante a tarde de ontem.
Hoje Macau SociedadeApoios Sociais| Recusados cerca de 28% dos pedidos O secretário-geral da Associação de Apoio aos Deficientes de Macau, Ho Kuok Meng, apontou que entre os 150 pedidos de atribuição do subsídio especial no âmbito do programa de inclusão e harmonia na comunidade, 40 foram recusados. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Ho apontou que a maior parte das recusas se prendeu com o facto de os candidatos terem rendimentos superiores ao nível máximo permitido para poderem receber o apoio, dificuldades de contactar os candidatos ou um nível de deficiência que não é coberto pelo apoio. Os números indicados apontam para uma realidade em que foram aprovados 72 por cento dos pedidos, enquanto foram recusados 28 por cento. Por sua vez, em resposta enviada à TDM, o Instituto de Acção Social prometeu ir “continuar a rever e melhorar o programa”. No programa matinal Fórum Macau, participou uma residente de apelido Che, que criticou as condições de acesso ao subsídio do programa de inclusão e harmonia por considerar que estão desfasadas da realidade local. A ouvinte defendeu que o apoio deve estar previsto para mais situações de doença, dado que a sua irmã deixou de conseguir andar, mas este apoio foi-lhe negado. O apoio só acabou aprovado, quando a irmã foi diagnosticada com cancro. Ao mesmo tempo, a ouvinte pediu que o processo de candidatura seja tornado mais simples.
Hoje Macau PolíticaFSS | Quase metade dos empregadores não pagaram contribuições O Fundo de Segurança Social (FSS) indicou ontem que até domingo 46 por cento dos empregadores ainda não tinha pago as contribuições obrigatórias do regime da segurança social, referentes ao segundo trimestre deste ano para os seus trabalhadores. A percentagem diz respeito a cerca de 11.600 empregadores. O FSS alerta que, visto que as contribuições devem ser pagas até ao fim deste mês, em caso de pagamento fora do prazo, os empregadores precisam de pagar juros de mora e multa. O não pagamento atempado de taxas de contratação de trabalhadores não-residentes, além de multa, pode ainda levar à revogação de autorização para contratar não-residentes. Prevendo uma grande afluência nos últimos dias para pagar as contribuições, o FSS apela aos empregadores e residentes para usarem a Plataforma para Empresas e Associações ou a aplicação móvel Conta Única de Macau.
Hoje Macau PolíticaIA | Governo promete esforço para educar a população O Governo promete promover o ensino da inteligência artificial (IA) não só nas escolas, mas a nível de toda a população, para alertar para os perigosos da nova tecnologia e apontar oportunidades. A posição foi tomada por Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), na resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang. “Em resposta à crescente popularização da aplicação da tecnologia de inteligência artificial, o Governo da RAEM promove o ensino da inteligência artificial em todos os níveis de ensino e a educação em geral ao nível social relativamente a esta área”, pode ler-se na resposta. Como parte da estratégia, a DSEDJ emitiu orientações para as escolas do ensino não-superior e superior definirem a sua estratégia de ensino sobre a IA em matérias como a utilização das tecnologias e ferramentas de inteligência artificial, aspectos legais, e utilização legal e ética. A nível dos trabalhos de educação da população, a resposta à interpelação do deputado indica que o Centro de Ciência de Macau vai disponibilizar três cursos diferentes para os interessados. No primeiro nível, os conteúdos são mais básicos com uma espécie de introdução à inteligência artificial, necessidades de protecção da privacidade e utilização segura e legal. Também a nível dos serviços públicos o Governo promete uma maior utilização, principalmente ao nível da tradução.
Hoje Macau PolíticaCiência | Sam Hou Fai pede mentalidade nova para atrair talentos O Chefe do Executivo entende que Macau tem de se emancipar da mentalidade actual para “concretizar o objectivo orientador de ‘atrair, reter e estabilizar’ empresas e quadros de inovação científica e talentos de ciência e inovação de alta qualidade”. A ideia foi defendida num discurso ontem durante a primeira reunião plenária deste ano do Conselho de Ciência e Tecnologia. Sam Hou Fai focou-se em matérias ligadas a ciência e tecnologia, uma das quatro indústrias prioritárias indicadas pelo Governo Central para Macau no âmbito da política “1+4” elaborada para diversificar a economia, onde o Governo da RAEM está a intensificar os seus esforços para optimizar o ambiente para desenvolver as indústrias ligadas à ciência e tecnologia. Para tal, o governante realça a necessidade de potenciar as vantagens de Macau “em termos de conectividade interna e externa a fim de promover o crescimento da indústria de tecnologia de ponta”. “Estamos profundamente conscientes de que o crescimento da indústria tecnológica injectará um novo ímpeto na economia de Macau, criará empregos de alta qualidade e proporcionará um palco para os jovens de Macau perseguirem os seus sonhos e as suas aspirações. Assim sendo, a indústria tecnológica será um capítulo relevante para desenvolvimento futuro de Macau”, apontou Sam Hou Fai. Um dos passos para desenvolver o sector será unir todos os sectores da sociedade de Macau para “implementar seriamente o espírito consagrado nos discursos importantes proferidos pelo Senhor Presidente Xi Jinping durante a sua visita a Macau”. O Chefe do Executivo recordou que o líder chinês “reconheceu vivamente o trabalho de investigação científica das instituições do ensino superior de Macau” durante a passagem pelo território.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Ex-presidente acusado de abuso de poder O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi acusado sábado de abuso de poder, pela tentativa falhada de impor a lei marcial naquele país asiático em Dezembro do ano passado. De acordo com a Agência France Presse, a procuradora Park Ji-young revelou sábado, em declarações à imprensa em Seul, que o Ministério Público “acusou o antigo Presidente Yoon Suk Yeol de abuso de poder e de obstrução ao exercício de funções oficiais especiais”. O MP considera que o antigo Presidente não cumpriu os procedimentos necessários para declarar a lei marcial, nomeadamente a organização de uma reunião formal do Conselho de Ministros. O antigo governante é também acusado de ter “redigido e deitado fora um documento falso indicando que o primeiro-ministro e o ministro da Defesa tinham aprovado a lei marcial”. Em Janeiro, Yoon já tinha sido acusado pelo MP de ser o mentor de uma tentativa de rebelião, descrevendo a tomada de poder como uma tentativa ilegal de se apoderar da legislatura e dos gabinetes eleitorais e de deter opositores políticos. As acusações são puníveis com pena de morte ou prisão perpétua. Yoon é igualmente acusado de aplicar a lei marcial sem seguir os procedimentos legais exigidos e de mobilizar ilegalmente as forças de segurança presidenciais como um exército privado para bloquear uma primeira tentativa das forças da ordem de o deterem na residência no início de Janeiro. Caos instalado O rival liberal, Lee Jae-myung, que venceu as eleições antecipadas de Junho para o substituir, aprovou no mês passado uma lei que prevê o lançamento de investigações especiais sobre o fracasso da lei marcial de Yoon e outras alegações criminais que envolvem também a mulher e a administração. Yoon Suk Yeol mergulhou a Coreia do Sul numa crise política quando tentou derrubar o regime em 03 de Dezembro do ano passado, enviando soldados armados ao parlamento para impedir que os representantes eleitos votassem contra a sua declaração de lei marcial. O antigo presidente, que foi deposto em Abril, já tinha passado algum tempo detido entre Janeiro e Março, tornando-se no primeiro chefe de Estado em exercício a ser preso na história da Coreia do Sul. Na altura, acabou por ser libertado por razões processuais. Em 10 de Julho, foi novamente colocado em prisão preventiva por ordem de um juiz, por receio que o ex-dirigente pudesse destruir provas. Yoon esteve em tribunal na sexta-feira, numa audiência para pedir a anulação da sua sentença. O tribunal rejeitou o pedido.
Hoje Macau EventosLisboa | Vítor Marreiros protagoniza mostra “Camões Cinco Zero Zero” Vítor Hugo Marreiros apresenta a partir do próximo sábado uma exposição em Lisboa na Galeria Passevite. Trata-se de “Camões Cinco Zero Zero”, que celebra os 500 anos do nascimento daquele que é considerado o poeta maior da língua portuguesa Chama-se “Camões Cinco Zero Zero” e, mais do que ser o nome da nova exposição de Vítor Hugo Marreiros, é uma iniciativa que mostra o trabalho do artista e designer macaense em Portugal. A inauguração acontece no centro de Lisboa, na Galeria Passevite, no próximo sábado a partir das 18h30. A exposição que ficará patente neste espaço até ao dia 30 de Agosto. Segundo uma nota de imprensa, a mostra “assinala os 500 anos do nascimento de Luís de Camões”, partindo de uma ideia original do designer gráfico Henrique Silva, mais conhecido por Bibito, que reside em Macau há muitos anos. Desta forma, aquilo que se faz em “Camões Cinco Zero Zero” é uma “leitura contemporânea e simbólica da figura do poeta através dos cartazes que Victor Marreiros tem criado ao longo de mais de três décadas para assinalar o 10 de Junho em Macau”. Nesta exposição, retira-se Camões “do contexto habitual”, surgindo a imagem do poeta com novas interpretações espelhadas na “liberdade gráfica, humor e espírito crítico, numa série que é, simultaneamente, memória e criação”. Uma mostra inédita A exposição chega a Lisboa graças ao apoio do IPOR – Instituto Português do Oriente e da Herdade do Perdigão. Esta é a primeira vez que Vítor Hugo Marreiros expõe o seu trabalho em Portugal. De destacar que Camões é uma presença constante num dos trabalhos pelos quais Marreiros tem sido mais conhecido nos últimos tempos: os cartazes do 10 de Junho promovidos pela Casa de Portugal em Macau e que são desenhados por si, numa mistura constante de elementos que remetem para a portugalidade. Vítor Hugo Marreiros tem uma carreira de mais de 45 anos dedicada às artes visuais, cenografia e design gráfico, e que foi reconhecida internacionalmente com mais de 200 prémios e distinções. O artista e designer nasceu em Macau em 1960, e é membro fundador do CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e também da Associação de Design de Macau. Estudou, nos anos 80, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, subsidiado pelo Instituto Cultural, entidade onde, mais tarde, trabalhou durante vários anos. Ganhou, das mãos do Governo de Macau, ainda nos anos da administração portuguesa, a Medalha de Mérito Profissional a 5 de Outubro de 1999. Durante a exposição estará disponível uma edição especial de serigrafia, numerada e assinada pelo artista, bem como o catálogo da mostra.
Hoje Macau China / ÁsiaMinerais | Pequim vai reforçar combate ao contrabando A procura por minerais essenciais à produção tecnológica tem desencadeado uma corrida desenfreada às terras raras As autoridades chinesas anunciaram sábado que vão intensificar os seus esforços para combater o contrabando de minerais estratégicos, um dia depois de terem alertado para “operações estrangeiras que visam a obtenção ilegal” de materiais como terras raras. “Vamos intensificar ainda mais a campanha de combate ao contrabando de minerais estratégicos”, afirmou sábado o departamento nacional de coordenação das exportações num breve comunicado, após uma reunião em Nanning, no sul da China, na qual participaram várias agências estatais, como o Ministério do Comércio, o Ministério da Segurança Pública e a Administração-Geral das Alfândegas. Na sexta-feira, o Ministério da Segurança Estatal da China afirmou ter detectado tentativas, nos últimos anos, de agências de informação e intermediários estrangeiros de estabelecer ligações com indivíduos chineses para facilitar a extração clandestina destes recursos, considerados de duplo uso, civil e militar. As operações incluíram a utilização de embalagens de pequeno volume, alterações na rotulagem e modificações nos canais de transporte, segundo o Ministério. Em resposta às tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre os produtos chineses em Abril, a China anunciou restrições à venda externa de samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio, que fazem parte do grupo de 17 elementos que são considerados terras raras e são essenciais para setores como a defesa e a aeronáutica. Donos da terra A China possui 44 milhões de toneladas de reservas de terras raras, aproximadamente 49 por cento do total mundial, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Em 2024, a China terá extraído 270.000 toneladas de minério de terras raras, 69,2 por cento da produção global. Em meados de Maio, Pequim e Washington estabeleceram uma trégua comercial de 90 dias, durante a qual reduziram as respectivas tarifas em 115 pontos percentuais. Em Junho, assinaram outro acordo que inclui a remoção de certas restrições e a promessa da China de facilitar a exportação de terras raras.
Hoje Macau VozesO novo panorama da economia política internacional e do desenvolvimento económico do Sul Global Um académico da Universidade de Fudan analisa as megatendências e os desafios concretos que o Sul Global tem de enfrentar num panorama em profunda mudança. (continuação do número anterior) Parte II Na Parte I deste comentário em duas partes, salientei que o panorama geral da economia política internacional (doravante designada «EPI») mudou drasticamente, graças a uma série de acontecimentos sísmicos e desenvolvimentos importantes. Como tal, todos os países do Sul Global, para os quais o desenvolvimento económico continua a ser uma tarefa central, têm de operar num panorama profundamente diferente para alcançar o desenvolvimento económico. Nesta parte II, destacarei as principais megatendências e os desafios mais concretos, dois conjuntos de restrições que os países do Sul Global precisam enfrentar nos próximos anos. Por megatendências, refiro-me aos ventos contrários aos quais os países do Sul Global terão de se adaptar, porque não podemos combatê-los facilmente. Quanto aos desafios concretos, concentro-me em domínios e questões específicos que os países do Sul Global terão de enfrentar nos próximos anos. Megatendências Dois blocos comerciais e tecnológicos, apesar de não estarem totalmente dissociados A primeira megatendência importante é que, muito provavelmente, o mundo verá dois grandes blocos comerciais e tecnológicos centrados nos EUA (mais a UE?) e na China. Após Trump 1.0, Biden e agora Trump 2.0, a dissociação entre os EUA e a China tem vindo a acelerar e, assim que o nível de dissociação atingir um limiar, será extremamente difícil voltar aos velhos tempos. É claro que os dois blocos não se vão dissociar totalmente: tanto para os EUA como para a UE, a interdependência económica com a China não é facilmente substituível. Mesmo em tecnologias, os EUA e a UE podem não ser capazes de se desacoplar totalmente da China. Assim, continuará a existir uma ampla interdependência entre os dois blocos. No entanto, isso não impedirá que os EUA e a China se desacoplem substancialmente um do outro. Além disso, embora nem a UE nem a China cheguem ao ponto de exigir que outros países negociem apenas com eles, os EUA podem impor tal exigência de tempos em tempos. Essa possibilidade cria incerteza e custos significativos para todos os seus parceiros comerciais, incluindo a UE. Mais uma vez, essa nova Guerra Fria entre os EUA e a China seria drasticamente diferente da antiga Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética. Na Guerra Fria anterior, a União Soviética nunca foi um parceiro comercial importante para a maioria dos países. Em contrapartida, a China é um dos principais parceiros comerciais da maioria dos países do mundo. Regionalismo com inter-regionalismo Pelo menos desde a Segunda Guerra Mundial, o regionalismo, ou seja, a integração regional com um nível de cooperação económica e política institucionalizada, tem sido uma âncora fundamental para a estabilidade regional e o desenvolvimento económico. As regiões com projetos de regionalismo robustos podem resistir mais eficazmente a choques externos e à pressão externa, enquanto as que não os têm são vulneráveis à pressão externa ou mesmo à intrusão de grandes potências extra-regionais. Não é de surpreender que, após a Segunda Guerra Mundial, muitas regiões e sub-regiões tenham tido pelo menos algum tipo de projeto de regionalismo, muitas vezes com o projeto europeu como modelo. O acima exposto não é novidade. O que é novo é que, com a primeira megatendência em vigor, o inter-regionalismo se tornará ainda mais crucial, sobretudo devido ao facto de o sistema da OMC estar a funcionar mal. Assim, os diálogos e parcerias emergentes, como os entre a UE e o MECUSOR (Mercado Comum do Sul), a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), a ASEAN e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO), a UE e a União Africana (UA), e a ASEAN e a UA, serão desenvolvimentos importantes a acompanhar. Entretanto, a UE já não é motivo de inveja para outras regiões e os seus projetos de regionalismo: a UE perdeu a sua aura outrora aparentemente invencível. A incapacidade da UE e dos líderes europeus em impedir o conflito entre a Rússia e a Ucrânia certamente não ajudou: a UE e os líderes europeus basicamente deixaram a Rússia e a Ucrânia caminharem sonâmbulas para uma guerra trágica, apesar do aviso da crise na Geórgia em 2008 e do discurso de Putin na Conferência de Segurança de Munique em 2007. Afinal, uma tarefa central dos projetos de regionalismo é prevenir conflitos intra-regionais. Além disso, mesmo para os países europeus, o excesso de burocracia, regras e formalidades em Bruxelas inevitavelmente impedem a inovação e a agilidade, necessárias em tempos de mudanças rápidas e grandes turbulências. Talvez uma abordagem menos institucionalizada ou burocrática seja mais adequada, pelo menos para os países do Sul Global. Por fim, vale a pena salientar que o regionalismo precisa que os principais países de uma região trabalhem em conjunto. Assim, as regiões com rivalidades intensas entre os principais países tendem a sofrer. Regiões como o Médio Oriente, o Sul da Ásia, a União Eurasiática e, talvez, a Europa Central e Oriental são exemplos decepcionantes, se não trágicos. Nesse sentido, é bastante notável que a China, o Japão e a Coreia do Sul tenham conseguido, até agora, manter uma relação mais ou menos estável, apesar da sua história conturbada e das disputas territoriais. Crescimento e inovação na era da tecnologia móvel e da IA Na Parte I, destaquei o facto de que as novas tecnologias atuais, principalmente a comunicação móvel, imagens de satélite, inteligência artificial (IA), automação e drones, trazem uma dinâmica totalmente nova para o desenvolvimento económico, pois têm o potencial de empoderar todos os setores. Se for assim, grande parte do crescimento e da inovação no futuro ocorrerá nesta nova era tecnológica. Mais importante ainda, a inovação depende agora do fluxo e da conexão instantânea de informações e conhecimentos, ambos potencializados pela IA. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento económico, que depende do comércio, depende agora da conclusão oportuna e segura das transações, potencializada pela comunicação móvel e pelo pagamento móvel. Assim, para alcançar o desenvolvimento económico, a tarefa mais crítica para os países do Sul Global (e de outros lugares) é construir dois tipos de infraestrutura informacional, além das infraestruturas físicas tradicionais, como rodovias, ferrovias e portos. O primeiro tipo é a infraestrutura de informação que pode facilitar o fluxo e a conexão de informações e conhecimentos. O segundo é a infraestrutura de comunicação móvel e pagamento móvel que pode facilitar a conclusão oportuna e segura das transações. Os países sem esses sistemas de infraestrutura essenciais ficarão seriamente prejudicados nas próximas décadas. Desafios concretos: domínios e questões Todos os países do Sul Global enfrentam desafios únicos. Mas eles também enfrentarão alguns desafios comuns. Embora os desafios sejam ilimitados, abaixo estão os três que considero mais urgentes e um mais distante. A capacidade do Estado continua a ser o pilar, com instituições e políticas como instrumentos do Estado De acordo com um quadro teórico que desenvolvi no meu livro (The Institutional Foundation of Economic Development), a capacidade do Estado, o sistema institucional e as políticas socioeconómicas (incluindo as políticas industriais) formam o Novo Triângulo do Desenvolvimento (NDT), sendo a capacidade do Estado o mais fundamental dos três componentes. Sem um nível mínimo de capacidade do Estado, um Estado não pode realmente fazer muito, mesmo que o deseje. Embora eu acredite que muitos países do Sul Global tenham alcançado um nível mínimo de capacidade estatal, eles estão longe de ser Estados fortes. Afinal, a construção do Estado é um processo lento e cumulativo: Roma não foi construída em um dia. Assim, a construção do Estado continuará sendo uma tarefa perene para muitos países do Sul Global por um longo tempo. As capacidades estatais podem ser entendidas como consistindo em quatro dimensões principais: coerção (como controlo da violência), extração (como cobrança de impostos), prestação (como construção de infraestruturas e prestação de serviços à população) e liderança baseada em informação (como tomada de decisões com base em informação adequadamente recolhida no país). Aparentemente, cada uma das quatro dimensões principais requer um esforço sustentado. Além disso, as quatro dimensões formam um sistema. O ponto crucial, no entanto, é que cada dimensão requer uma burocracia razoavelmente capaz. Como tal, a tarefa mais central para muitos países do Sul Global é construir uma burocracia capaz. Navegando entre os dois blocos Mesmo que acreditemos que o desenvolvimento económico tem sido impulsionado principalmente por desenvolvimentos internos, a dinâmica do sistema internacional restringe as ações dos Estados, incluindo a sua busca pelo desenvolvimento económico. Afinal, nenhum país pode alcançar o desenvolvimento económico sem comércio. Assim, quando a volatilidade internacional aumenta, os países enfrentam ainda mais desafios para sustentar o desenvolvimento económico. Isso talvez seja ainda mais verdadeiro para os países do Sul Global: eles agora precisam se desenvolver sob restrições mais pesadas impostas pela globalização e pelo sistema internacional. Com o mundo agora dividido em dois grandes blocos comerciais, isso se torna ainda mais difícil: todos os países do Sul Global terão que navegar entre os dois blocos, exceto aqueles que comercializam principalmente com um bloco. Por exemplo, se os EUA e a UE apostam em mais protecionismo, o que isso significará para o Sul Global? Não há uma solução milagrosa para essa tarefa de navegação. No entanto, é possível observar três pontos úteis. Primeiro, é desejável negociar com ambos os blocos. Segundo, se for forçado a escolher, é melhor estar em posição de resistir, talvez dentro de um projeto regionalista (ver abaixo). Terceiro, se for forçado a escolher e não puder resistir, é melhor negociar com o bloco que lhe oferece mais vantagens. IPE: do OCED-centrista ao Sul Global-centrista A economia do desenvolvimento dominante foi, em grande parte, sequestrada pela economia neoclássica. Como tal, é inerentemente incapaz de fornecer ao Sul Global uma compreensão adequada de como alcançar o desenvolvimento económico. As causas são duas. Primeiro, a economia do desenvolvimento dominante está, em grande parte, enraizada na experiência ocidental/anglo-saxónica, consagrada por Douglass North e seus seguidores. Segundo, a economia do desenvolvimento dominante, com as suas raízes neoclássicas, ignorou em grande parte a política, tanto interna como internacional. A tarefa de produzir novos conhecimentos para o desenvolvimento económico no Sul Global recai, assim, sobre os ombros da IPE. Infelizmente, desde o seu nascimento, por volta de 1950-70, a IPE ortodoxa também tem sido um campo ocidentalocêntrico ou OCED-cêntrico. Isto era talvez compreensível: imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, não havia muito comércio entre os países OCED e os países não OCED, e ainda menos entre os próprios países não OCED. Além disso, embora a IPE tenha «economia política» no seu nome, nunca considerou o desenvolvimento económico como a sua principal tarefa. Todos os textos fundamentais da IPE centraram-se no comércio, no sistema monetário, no fluxo de capitais, na integração regional (principalmente centrada na UE), no regime e na estabilidade hegemónica dentro dos países da OCDE. Na verdade, nenhum dos textos fundamentais da IPE estudou em profundidade o desenvolvimento económico, muito menos o do Sul Global. Assim, precisamos de sair da camisa de forças do neoliberalismo e do Consenso de Washington, que foi mais ou menos sustentado pela IPE centrada na OCDE e produzida pela OCDE e pela economia de desenvolvimento dentro da esfera anglo-saxónica. Se os países do Sul Global pretendem alcançar o desenvolvimento económico num novo panorama de IPE, precisamos urgentemente de novos conhecimentos sobre o assunto. Mais criticamente, os próprios países do Sul Global têm de produzir grande parte desse novo conhecimento. Em suma, precisamos de conhecimento do Sul Global, sobre o Sul Global e para o Sul Global. Aqui, arriscaria argumentar que o meu Novo Triângulo do Desenvolvimento (NDT) fornece um quadro poderoso e aplicável para compreender o desenvolvimento económico no Sul Global, porque o meu quadro se concentra no Sul Global. Como afirmei, o fator mais crítico que molda o desempenho económico ao longo do tempo e entre países é a (má) alocação dos fatores de produção por decisões políticas: quem, sob quais instituições e relações de poder (tanto nacionais como internacionais), decide empregar quais conhecimentos e outros fatores de produção para produzir o quê. A tarefa que temos pela frente é chegar ao trabalho minucioso da investigação empírica com a experiência real do desenvolvimento económico no Sul Global. Académicos e profissionais do Sul Global, debatam, participem e unam-se! Construindo uma ordem internacional mais justa: do conhecimento às regras Como sublinhei acima, estamos a viver uma nova era de agitação geopolítica. Isto significa que estamos agora num «interregno». Parafraseando Gramsci, a antiga ordem internacional centrada no Ocidente está agora em ruínas, mas uma nova ainda está por nascer. O lado positivo é que, embora «uma grande variedade de sintomas mórbidos apareça» neste interregno, ele também é uma abertura para a construção de uma ordem mais justa, não centrada no Ocidente, mas mais inclusiva. A ordem, tal como Roma, não pode ser construída num dia. Mais importante ainda, toda ordem é feita de regras ou instituições. Como as regras são simplesmente conhecimento codificado, somente com conhecimento concreto o Sul Global pode passar do conhecimento às regras e, finalmente, à ordem. Em outras palavras, somente se os estudiosos e profissionais do Sul Global puderem produzir conhecimento concreto que estabeleça as regras e direções específicas da futura ordem internacional, eles poderão competir, negociar e cooperar com o Ocidente na definição das regras da ordem futura. No entanto, o conhecimento não é suficiente sem poder. Para transformar conhecimento em regras, é necessário poder para criar e fazer cumprir as regras. Assim, uma luta se aproxima: haverá uma luta pelo poder de criar e fazer cumprir novas regras entre o Ocidente e o Sul Global, e nenhum dos lados cederá facilmente ao outro o poder de criar regras sem lutar. Para essa luta pelo poder, os países do Sul Global precisam se unir. Felizmente, essa luta não é totalmente de soma zero: quando as regras dentro da ordem futura forem mais justas, tanto o Ocidente quanto o Sul Global serão beneficiados. Assim, para moldar uma ordem internacional mais justa, o Ocidente e o Sul Global também terão que trabalhar juntos. O futuro ainda não foi escrito, mas está a ser escrito agora.
Hoje Macau Manchete SociedadeCamboja | Dois residentes foram traficados para centros de burlas A Polícia Judiciária admite que, pelo menos, dois residentes estão desaparecidos no Camboja, depois de terem sido aliciados com ofertas de emprego. As autoridades acreditam que os residentes possam estar no Camboja em centros de burla e extorsão ligados a máfias chinesas A Polícia Judiciária (PJ) de Macau revelou na sexta-feira que dois residentes desapareceram após terem sido vítimas de tráfico humano para centros no Camboja dedicados a burlas e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet. “Por enquanto, há dois casos de pessoas que foram atraídas para o Camboja, continuamos a investigar com a polícia [do Interior da China] e, através da cooperação internacional, esperamos encontrá-las”, disse o porta-voz da PJ, Lei Ka Wo, durante uma conferência de imprensa. Questionada pela Lusa, a PJ recusou-se a fornecer mais pormenores sobre as duas vítimas. Na mesma conferência de imprensa, a PJ anunciou ter interceptado, na quinta-feira, no aeroporto local, quatro homens, oriundos da vizinha província de Guangdong, entre os 20 e os 29 anos, que iriam trabalhar em centros dedicados à burla e extorsão no Camboja. A PJ disse ter recebido um telefonema de um familiar, dizendo que o filho estava prestes a embarcar num avião no aeroporto de Macau com destino ao Camboja, “e que suspeitava que o filho tinha sido aliciado para participar em actividades ilegais no estrangeiro”. “Como se verificou que havia também três chineses a viajar com ele”, a polícia levou-os de volta à esquadra para investigação, acrescentou o porta-voz. Salários de 10 mil yuan De acordo com a PJ, os homens foram aliciados para o Camboja com uma oferta de um salário mensal de 10 mil yuan (quase 1.200 euros) e uma elevada comissão, para supostamente desempenhar funções de atendimento ao cliente de investimentos. “Na verdade, iriam trabalhar para grupos de crime organizado para cometer crimes nos centros dedicados à fraude e extorsão online”, explicou o porta-voz. “Os grupos criminosos pediram-lhes que apanhassem voos de Macau, devido ao facto de a China continental ter requisitos de autorização de saída mais rigorosos para as pessoas que viajam para o Camboja”, disse a PJ. Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçados a defraudar compatriotas através da Internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. De acordo com a organização não governamental International Justice Mission, nos últimos anos milhares de pessoas de mais de 60 países foram vítimas de traficantes, atraídas para centros de burla com promessas de salários elevados anunciados como empregos de colarinho branco localizados na Tailândia ou noutros países da região. “Na maior parte dos casos, os grupos criminosos enganaram as pessoas para que viajassem para a Tailândia em busca de empregos aparentemente legítimos, para depois serem traficadas para o Myanmar [antiga Birmânia] e obrigadas a trabalhar em condições de exploração”, explicou o porta-voz.
Hoje Macau SociedadeInfluenza | Número de casos cresce para o dobro em Junho Em Junho, foram registados mais do dobro de casos de infecções influenza em comparação com Maio. Os números foram revelados pelos Serviços de Saúde na sexta-Feira, com a publicação dos dados sobre as doenças de declaração obrigatória. De acordo com os dados oficiais, em Junho houve 1.262 casos de influenza, o que representou mais do dobro de casos em comparação com Maio, quando tinham sido registadas 401 ocorrências. Em relação ao período homólogo, registou-se um aumento de 30,5 por cento, face às 967 ocorrências. Em Junho, os Serviços de Saúde registaram um total de 1.616 casos de doenças de declaração obrigatória. Além dos casos de influenza, verificaram-se também 153 ocorrências de infecções por enterovírus, 58 por escarlatina e 22 por Salmonella. As restantes 121 ocorrências não foram identificadas, no comunicado de sexta-Feira. Os 153 casos de infecção por enterovírus, significam uma diminuição de 86,2 por cento em relação aos 1.112 casos registados no período homólogo de 2024, mas apontam para um aumento de 2,8 vezes em relação aos 40 casos registados de Maio. No mês passado contabilizaram-se ainda 22 casos de infecção por Salmonella, o que correspondeu a um aumento de 37,5 por cento em relação aos 16 casos registados no mês homólogo de 2024. Quando é feita a comparação com Maio, contabiliza-se um aumento de 22,2 por cento em relação aos 18 casos desse mês.
Hoje Macau PolíticaPonte HZM | Nick Lei quer novo concurso público para atribuição de quotas O deputado Nick Lei pretende que o Governo anuncie quando vai realizar o próximo concurso público para atribuir mais quotas para a circulação de veículos para o transporte de passageiros entre Macau e Hong Kong, pela Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. O assunto foi abordado através de uma interpelação escrita. No documento, o deputado ligado à comunidade de Fujian recorda que a última vez que foi lançado um concurso deste género pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) foi em 2018, ainda antes da pandemia. Contudo, apesar de se estar a aproximar o prazo do fim das 40 licenças em vigor, o legislador indica que não há informações sobre a realização de um novo concurso público. Nick Lei considera também que o número de licenças actual é insuficiente, dado que a procura excede em muito a oferta do serviço, pelo que defende que as autoridades distribuam mais licenças, embora sem adiantar uma proposta com um número concreto. Ao mesmo tempo, Lei pede às autoridades um maior esforço de fiscalização e de combate ao transporte ilegal de passageiros. Citando queixas dos motoristas autorizados a circular na ponte para o transporte de passageiros, o deputado indica que há cada vez mais condutores particulares a providenciarem esse serviço, para complementarem os seus rendimentos. Nick Lei pede assim às autoridades mão mais pesada para esses condutores.
Hoje Macau Manchete PolíticaCAEAL | Rejeitado recurso de Alberto Wong. Depósito devolvido O líder de uma das duas listas excluídas da corrida às legislativas por falta de patriotismo disse que a comissão eleitoral rejeitou o recurso que apresentou. Apesar da rejeição, a CAEAL devolveu o depósito, de 25 mil patacas, reivindicado por Alberto Wong A Comissão da Defesa da Segurança do Estado (CDSE) excluiu na terça-feira da semana passada todos os candidatos de duas listas, incluindo a Força da Livelihood Popular em Macau, liderada por Alberto Wong, que concorria pela primeira vez às eleições legislativas. Na quarta-feira, Wong, assistente social de profissão, apresentou à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) um pedido de revisão da decisão e exigiu a devolução de um depósito eleitoral de 25 mil patacas. Numa resposta escrita, partilhada por Wong com a Lusa, a CAEAL reiterou que não pode aceitar o pedido, uma vez que das decisões da CDSE “não cabe reclamação nem recurso contencioso”. A CDSE considerou seis candidatos da lista de Wong como “não defensoras da Lei Básica [a ‘mini-Constituição’ do território] ou não fiéis à Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China”. Por outro lado, a CAEAL aceitou devolver o depósito eleitoral a Wong. Ainda assim o assistente social manifestou frustração perante a situação e a incerteza quanto ao futuro. A nova lei eleitoral, que entrou em vigor em Abril de 2024, refere que não se podem candidatar pessoas que tenham sido desqualificadas por falta de patriotismo nos cinco anos civis anteriores à votação. A exclusão abrange ainda a lista Poder da Sinergia, liderada pelo actual deputado Ron Lam, que, nas últimas eleições, em 2021, tinha sido a sétima mais votada, com 8.764 votos. Ron Lam, uma das poucas vozes críticas do Executivo na Assembleia Legislativa (AL), admitiu na terça-feira que a exclusão “foi muito repentina”. “Estou de consciência tranquila. A minha intenção inicial para Macau não se irá alterar. Acredito que o sol vem sempre depois da tempestade”, disse à Lusa. Num comunicado, a CDSE explicou que quando um candidato é excluído por falta de patriotismo, todos os outros candidatos da mesma linha são também afastados. A alma do negócio Joe Chan Chon Meng, um dos 12 candidatos excluídos da corrida à Assembleia Legislativa por falta de patriotismo, comparou a decisão com o sistema de punição colectiva implementado durante a Revolução Cultural (1966–1976). Na terça-feira, o presidente da CAEAL garantiu que os pareceres vinculativos da CDSE, dos quais não é possível recorrer, “têm um fundamento legal claro e suficiente” e foram elaborados “tendo em conta os factos”. No entanto, Seng Ioi Man recusou-se a revelar que factos levaram à exclusão, defendendo que “os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais”. A divulgação destes “pode representar certos riscos para a segurança nacional, não devendo nem podendo ser publicado o seu conteúdo”, acrescentou o juiz. Em 2021, foi a comissão eleitoral a excluir cinco listas e 21 candidatos – 15 dos quais pró-democracia. Com a decisão de terça-feira, vão concorrer às eleições de 14 de Setembro seis listas pelo sufrágio directo, menos oito do que em 2021. Trinta e três deputados integram a AL, sendo que 14 são eleitos por sufrágio directo, 12 por sufrágio indirecto, através de associações, e sete são nomeados posteriormente pelo Chefe do Executivo.
Hoje Macau Grande Plano MancheteWipha | Macau chegou ao sinal máximo 10 e só baixou para 3 à noite A passagem do tufão Wipha por Macau obrigou as autoridades a içar o sinal 10, tendo sido registadas, até às 19h de ontem, um total de 163 ocorrências, com destaque para cinco pessoas que ficaram feridas e tiveram de receber tratamento médico. Sinal 3 de tempestade só foi içado na noite de ontem O tufão Wipha passou ontem por Macau sem deixar estragos de maior, embora tenha obrigado as autoridades dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) a manter içado o sinal 10 de tempestade, o máximo neste tipo de ocorrências, por muitas horas, entre as 12h30 e as 17h, altura em que se passou para o sinal 8. À hora do fecho desta edição, era elevada a probabilidade de ser içado o sinal 3 de tempestade tropical entre as 21h e as 23h, sinónimo da permissão para a retoma das actividades da vida diária. O sinal 3 foi mesmo içado às 22h30 deste domingo. Às 20h estava ainda içado o sinal azul de “Storm Surge”, com expectativas de inundações nas zonas baixas da cidade entre as 4h e as 8h desta segunda-feira. Segundo dados oficiais, até às 19h deste domingo o Centro de Operações de Protecção Civil registou 163 ocorrências tanto na península de Macau como nas ilhas, com destaque para o registo de cinco feridos causados pelo tufão, que receberam tratamento hospitalar tanto nas instalações públicas de saúde como no Hospital Kiang Wu. Apenas uma pessoa terá ficado retida no elevador durante a passagem da tempestade tropical. De referir ainda o registo de 54 casos em que as autoridades tiveram de remover candeeiros quebrados, árvores em risco de queda ou derrubadas ou ainda infra-estruturas de construção com potencial risco. Registaram-se ainda 98 casos de remoção de reboco, painéis de publicidade, janelas ou toldos, e ainda sete casos em que foi necessário remover andaimes ou outras instalações em estaleiros de obras com risco de queda, ou que foram mesmo derrubados. Verificou-se ainda o registo de um incêndio. Destaca-se, dos dados da protecção civil, o acolhimento de 24 pessoas no Centro de Acolhimento de Emergência do Instituto de Acção Social, por volta das 19h, sendo que desde a abertura destes centros foram acolhidas 139 pessoas que não se encontravam seguras. Postos abriram às 17h No que diz respeito às infra-estruturas de transportes, o tabuleiro inferior da Ponte Sai Van foi encerrado logo às 11h, tendo voltado a estar aberto para a circulação de automóveis ligeiros e viaturas a partir das 17h, mas mediante permissão especial. Manteve-se encerrada a passagem superior da mesma ponte durante um longo período. Também a partir das 17h, foi “obtido consenso entre as autoridades de Macau e Zhuhai” para a reabertura dos postos de migração das Portas do Cerco, de Qingmao e do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau. Outra infra-estrutura de transportes encerrada devido à passagem do tufão Wipha, foi a Ponte HK-Zhuhai-Macau, tendo sido interditada logo às 3h30 da madrugada de domingo. Ponte Macau fechada Outro ponto a destacar da passagem do tufão Wipha pelo território, prende-se com o encerramento da nova Ponte Macau, a quarta travessia entre a península de Macau e a Taipa. Tratou-se da primeira vez que esta travessia fechou portas a propósito da passagem de um tufão, mas o que é certo é que as autoridades nunca esclarecerem previamente se esta ponte seria, ou não, encerrada aquando da ocorrência de tempestades tropicais. Em 2023, quando a ponte ainda estava a ser construída, o deputado Lei Chan U colocou questões ao Executivo sobre esta matéria. “Na quarta ponte Macau-Taipa, que está actualmente em construção, vão ser instaladas barreiras de protecção contra o vento na área da linha principal, para a velocidade do vento no tabuleiro da ponte não ser superior à velocidade do vento em terra e a mesma ser inferior à velocidade do vento prevista no caso de sinal n.º 8 de tufão, possibilitando a condução em uniformização com as condições nas áreas terrestres”, questionou. Porém, o deputado salientou a existência de “dúvidas sobre a possibilidade de a quarta ponte poder vir a ser aberta à circulação de veículos quando for içado o sinal n.º 8 de tufão”. “Na resposta a uma interpelação escrita minha, o Governo afirmou que, antes da entrada em funcionamento da ponte, deveria ser observado o respectivo regulamento, que vai ser definido pela Administração. No entanto, segundo notícias recentes, a quarta ponte também poderá ser encerrada ao trânsito em dias de tufão, por razões de segurança, e a ser verdade, prevê-se que, no futuro, a pressão do trânsito entre a Península de Macau e a Taipa seja ainda mais grave nesses dias”, lembrou Lei Chan U. O deputado inquiriu directamente se a ponte estaria “aberta à circulação quando for içado o sinal n.º 8 ou superior de tufão”, e, em caso negativo, se “a Administração iria ponderar avançar, o quanto antes, com a construção da quinta ligação, por forma a satisfazer as necessidades decorrentes do constante aumento do trânsito entre Macau e a Taipa em dias de tufão”. A resposta de Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, concedida a 8 de Agosto de 2023, foi algo abrangente face às questões do deputado: “quando estiver içado o sinal de tempestade tropical n.º 8 ou de grau superior, o Governo adoptará, nos termos da lei, medidas restritivas cautelares, devendo os residentes e turistas permanecer em casa ou em locais seguros”. CPSP | Turistas interceptados na ponte Dois turistas foram interceptados por agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) quando caminhavam na Ponte Nobre de Carvalho em pleno sinal 10 de tufão. Os agentes sugeriram aos turistas uma deslocação para um sítio mais seguro. Segundo um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, o CPSP recebeu a denúncia às 11h30, tendo enviado os agentes para acompanhar a ocorrência com os turistas. Os turistas foram punidos com uma multa de 50 a 250 patacas por violação do trânsito proibido a peões, uma sanção prevista no regulamento do Trânsito Rodoviário. Tin Hau | Templo sobreviveu à queda de árvores Ontem à tarde, durante a passagem do tufão Wipha, deu-se a queda de árvores e o desabamento de uma plataforma perto do Templo de Tin Hau, na Rua dos Pescadores, e que também fica perto da sede da Macao Water. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), a queda de árvores não danificou a estrutura principal do templo, tendo sido feitos contactos com o administrador do templo, confirmando-se que não houve vítimas. O IC declarou que “enviará, assim que as condições de segurança o permitirem, funcionários para inspeccionar e avaliar minuciosamente o estado do Templo de Tin Hau e manterá a comunicação com o administrador, com vista a coordenar os trabalhos de reparação”. Saúde | Todos os serviços regressam hoje à normalidade Os Serviços de Saúde (SS) emitiram ontem uma nota onde esclarecem que todos os serviços de consultas e exames regressam hoje à normalidade, tendo em conta a descida do sinal 8 de tempestade para o sinal 3 depois da hora de jantar de domingo. Hoje, serão retomados os serviços de consultas externas de especialidade no Centro Hospitalar Conde de São Januário, nomeadamente nas especialidades de Radiologia e Imagiologia, Patologia Clínica, Hospital de Dia de Hemato-Oncologia, Farmácia Hospitalar de Consultas Externas Diferenciadas, Centro de Endoscopia e Sala de Diagnóstico e Tratamento Diurno de Urologia, entre outros. Também a partir de hoje, os centros ou postos de saúde, incluindo os serviços de vacinação contra a covid-19, prestam serviços regularmente, enquanto que o Centro de Transfusões de Sangue mantém o seu normal funcionamento de doação de sangue. Para os utentes que viram as marcações de consulta externa ou colheita de sangue nos centros e postos de saúde serem canceladas devido ao tufão, podem apresentar-se, de acordo com a hora marcada, no próximo sábado, dia 26 de Julho, no centro ou posto de saúde da sua residência. Além disso, os residentes afectados cujas marcações no Posto de Saúde do Novo Bairro de Macau em Hengqin e no Centro de Exame Médico para Funcionários Públicos serão informados da nova data de marcação, esclarecem os SS.
Hoje Macau VozesO novo panorama da economia política internacional e do desenvolvimento económico do Sul Global Um académico da Universidade de Fudan analisa as megatendências e os desafios concretos que o Sul Global tem de enfrentar num panorama em profunda mudança. Tang Shiping* Parte I Desde 2008, ou mesmo 2001, o mundo entrou num longo período de instabilidade internacional ou agitação geopolítica. A partir de 2001, o mundo passou pelo 11 de setembro, a Guerra do Iraque, a Guerra da Rússia-Geórgia, a Primavera Árabe e suas consequências, a crise da Crimeia, o Brexit, a crise na Síria, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a guerra entre Israel e o Hamas e, claro, a rivalidade entre os EUA e a China. Com a segunda presidência de Trump nos EUA, até mesmo o sistema atlântico está em apuros. Mesmo que acreditemos que o desenvolvimento económico tenha sido impulsionado principalmente por factores internos, o sistema internacional restringe seriamente as acções dos Estados, incluindo a sua busca pelo desenvolvimento económico. Isso talvez seja ainda mais verdadeiro para os países em desenvolvimento, aproximadamente o Sul Global. Assim, quando a volatilidade internacional aumenta, o Sul Global enfrenta ainda mais desafios para sustentar o desenvolvimento económico. Então, quais são as implicações para o desenvolvimento económico no Sul Global? Para compreender esses desafios, precisamos primeiro entender que a economia política internacional (doravante, EPI) tem agora um panorama totalmente novo. É necessário fazer uma breve ressalva. Não quero dizer que o Sul Global seja um bloco único. Nem estou a sugerir que o Norte Global (ou seja, o Ocidente) seja um bloco único, mesmo antes da divisão entre os EUA e a Europa se tornar tão grande. Acredito que o novo panorama da EPI tem as seguintes três características principais. Primeiro, o Sul Global tem agora mais autoconsciência e, portanto, agências mais activas. Nas primeiras décadas após a sua independência, a maioria dos países do Sul Global foi prejudicada por capacidades estatais fracas. Assim, para muitos países do Sul Global, a construção do Estado, muitas vezes misturada com a construção da nação, foi a sua principal tarefa nas décadas imediatamente após a independência. Como resultado desses esforços de construção do Estado, a maioria dos países do Sul Global tem mais capacidade estatal e instituições sólidas para tomar iniciativas. Além disso, o colapso do Consenso de Washington e a erosão da ordem internacional liderada pelos EUA ensinaram ao Sul Global a dura lição de que não podem simplesmente seguir o que o Ocidente lhes diz, seja para a construção do Estado, a democratização ou o desenvolvimento económico. Em vez disso, os países do Sul Global têm de aprender, digerir e integrar as lições fundamentais dos seus pares e, em seguida, tomar as iniciativas adequadas. Em suma, as agências do Sul Global são agora não só absolutamente necessárias, mas também imanentemente possíveis. Ao mesmo tempo, o sucesso geral do Leste Asiático (incluindo o Nordeste Asiático e o Sudeste Asiático) no Milagre do Leste Asiático mostrou que existem caminhos para a prosperidade económica além daqueles pregados pela economia neoclássica e pela economia neo-institucionalista (ou seja, aqueles pregados por Douglass North e seus seguidores). Se o Leste Asiático pode fazer isso, outros países e regiões do Sul Global também podem. Essa constatação também incentiva mais agências de outros países do Sul Global. Em segundo lugar, as novas tecnologias de hoje trazem uma dinâmica totalmente nova para o desenvolvimento económico. Embora as tecnologias tenham impulsionado o progresso humano ao longo da história, e mais ainda desde 1500, a maioria das tecnologias emergentes no passado teve seu impacto limitado a alguns sectores ou indústrias. Por exemplo, as ferrovias aceleraram muito o transporte, a produção e a integração dos mercados, enquanto os telégrafos facilitaram a comunicação, a navegação e a coordenação militar. Em comparação, as novas tecnologias de hoje, principalmente as comunicações móveis, imagens de satélite, inteligência artificial (IA), automação e drones, têm o potencial de capacitar todos os setores. Por exemplo, imagens de satélite e drones podem melhorar significativamente a agricultura tradicional, enquanto os agricultores agora podem concluir as suas transações instantaneamente com dispositivos móveis. Da mesma forma, a automação e os robôs capacitados por IA podem aumentar significativamente a produtividade, não apenas na manufatura de alta tecnologia, mas também na manufatura tradicional. Em suma, estas novas tecnologias são omnipotentes. Embora continue a ser verdade que apenas alguns grandes países em desenvolvimento (por exemplo, Brasil, China, Índia, Indonésia) podem inovar na fronteira tecnológica, porque as inovações exigem investimentos substanciais e constantes em infraestruturas físicas e capital humano (que tendem a ser lentos e cumulativos), a maioria dos países do Sul Global pode adotar estas tecnologias poderosas com custos relativamente baixos, auxiliados pelas tecnologias da informação. Por fim, a rivalidade iminente entre os EUA e a China, que pode muito bem durar mais de uma ou duas décadas, também traz uma nova dimensão ao novo panorama da EPI. Ao longo da história moderna pós-1500, a rivalidade geopolítica sempre moldou o panorama da EPI. No entanto, a rivalidade entre os EUA e a China distingue-se de todas as rivalidades anteriores em pelo menos três aspetos. Para começar, pela primeira vez, uma das principais economias mundiais reside agora no Sul Global. Antes da Segunda Guerra Mundial, todas as principais economias eram ocidentais. Após a Segunda Guerra Mundial, tanto a Alemanha (Ocidental) como o Japão tornaram-se aliados dos EUA e parte do Ocidente. Embora a União Soviética fosse uma grande potência militar e política, a sua economia nunca atingiu metade da economia dos EUA. Além disso, a União Soviética não mantinha relações comerciais significativas com o Sul Global. Em comparação, a China, claramente parte do Sul Global, é agora um importante parceiro comercial de muitos países do Sul Global. Na verdade, desde 2022, o volume total do comércio da China com o Sul Global ultrapassou o volume total do seu comércio com o Norte Global, mesmo que parte do comércio com o Sul Global tenha como destino final o Norte Global. Assim, a China está igualmente integrada com o Sul Global e com o Ocidente. Na verdade, pode-se argumentar plausivelmente que parte do Sul Global está agora mais integrada com a China do que com o Ocidente. Igualmente importante, a China é agora uma potência tecnológica líder. Em muitas áreas tecnológicas, a China está agora em pé de igualdade ou mesmo à frente do Ocidente. Isto significa que, para o Sul Global, a China pode ser uma fonte alternativa de capital, tecnologia e conhecimentos especializados em desenvolvimento, além do Ocidente. Como resultado, os países do Sul Global podem jogar os Estados Unidos e a China uns contra os outros e, assim, ganhar mais influência sobre as duas principais economias. Então, quais são as implicações para o desenvolvimento económico no Sul Global? Duas lições importantes se destacam. Em primeiro lugar, nenhum país pode alcançar o desenvolvimento económico se a sua liderança não quiser. No entanto, mesmo com uma liderança dedicada e competente, impulsionar e sustentar o desenvolvimento não é tarefa fácil. De facto, um dos factos mais marcantes e deprimentes da última metade do século foi que poucos países conseguiram atingir uma taxa de crescimento do PIB per capita de 4% durante mais de duas décadas. Então, quais são os requisitos para sustentar o desenvolvimento? A resposta está no que chamo de «Novo Triângulo do Desenvolvimento»: capacidade do Estado, sistema institucional e políticas socioeconómicas (incluindo políticas industriais). No mundo atual, muitos países em desenvolvimento podem carecer de um ou mesmo dos três pilares do triângulo. Em segundo lugar, a paz é sempre boa para o desenvolvimento económico, enquanto a guerra é sempre má. Por isso, os países de uma região devem tentar evitar conflitos entre si. Para isso, pode ser necessário algum nível de regionalismo: o regionalismo é uma âncora fundamental para a estabilidade regional. Regiões como o Médio Oriente e o Sul da Ásia, nas quais os principais países não conseguem viver em paz uns com os outros, sofrem assim na sua busca pelo desenvolvimento económico. Como disse o falecido Deng Xiaoping, a paz e o desenvolvimento devem andar de mãos dadas, e é isso que acontece! (continua) *Tang Shiping é professor universitário na Universidade de Fudan, em Xangai, China. Ele também detém o título de Professor Distinto “Chang-Jiang/Cheung Kong Scholar” do Ministério da Educação da China. Um dos cientistas sociais mais influentes e inovadores da Ásia, o Prof. Tang foi eleito um dos três vice-presidentes (2025-26) da Associação de Estudos Internacionais (ISA). Ele é o primeiro acadêmico chinês a ser eleito para este cargo. Em 2024, foi homenageado como um dos três Distinguished Scholars da Global IR Section (GIRS) da ISA. A sua obra inclui: The Institutional Foundation of Economic Development, (Princeton University Press, 2022) e On Social Evolution: Phenomenon and Paradigm (Routledge, 2020). O seu livro The Social Evolution of International Politics (Oxford University Press, 2013) recebeu o prémio «Annual Best Book Award» da International Studies Association (ISA) em 2015. Foi o primeiro académico chinês e não ocidental a receber este prestigiado prémio literário.
Hoje Macau Manchete SociedadeSaúde | Autoridades atentas a febre chicungunha em Guangdong Os Serviços de Saúde anunciaram ontem que estão a acompanhar a situação dos vários casos de febre chicungunha na província de Guangdong, uma doença provocada por um vírus que também se transmite através de picadas de mosquito, e que tem manifestações clínicas semelhantes às da febre do dengue. De acordo os dados dos Serviços de Saúde do distrito de Shunde, na cidade de Foshan, foi detectado um surto local de febre chicungunha, associado a um caso importado. Até 15 de Julho, foram registados 478 casos confirmados no mesmo distrito, com particular incidência nas vilas de Lecong, de Beijiao e de Chencun. Apesar da confirmação de quase meio milhar de casos confirmados, as autoridades ressalvam que são todos ligeiros. A febre chicungunha é uma doença viral, transmitida por mosquitos do género Aedes. As manifestações clínicas, a forma de transmissão e os métodos de prevenção e controlo da doença são semelhantes às da febre de dengue. O período de incubação é geralmente de três a oito dias, podendo variar entre dois e doze dias. Os principais sintomas são febre, dores intensas nas articulações. Os outros sintomas comuns incluem dor muscular, dor de cabeça, náuseas, fadiga e erupção cutânea, os sintomas são ligeiros e duram alguns dias. São raros os casos graves e mortais.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Detectado grande número de aviões chineses Pequim enviou 58 aeronaves militares para os arredores de Taiwan entre terça e quarta-feira, o maior número desde Abril, depois de terem surgido rumores de uma possível escala do líder taiwanês nos Estados Unidos. Segundo as autoridades de Taiwan, 45 cruzaram a linha média do Estreito e entraram nas zonas norte, centro, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan. Esta é a maior incursão aérea desde 02 de Abril, quando a China realizou as manobras militares “Strait Thunder-2025A” em torno de Taiwan. Os voos ocorreram no mesmo dia em que a China manifestou “firme oposição” a uma eventual passagem do líder taiwanês, William Lai Ching-te, pelos Estados Unidos, durante uma viagem oficial ao Paraguai, prevista para Agosto. “Opomo-nos firmemente a qualquer tipo de intercâmbio oficial entre os EUA e a região chinesa de Taiwan, bem como ao trânsito de William Lai por território norte-americano sob qualquer pretexto”, afirmou Chen Binhua, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (o executivo chinês).