Hoje Macau China / ÁsiaPolícia chinesa deteve suspeito de corrupção que passou 26 anos em fuga A polícia chinesa deteve um ex-funcionário de uma empresa estatal de tabaco suspeito de corrupção, que estava foragido há 26 anos, informou hoje a Comissão Nacional de Supervisão, o principal braço anticorrupção do Estado chinês. O suspeito, Wang Hanming, era gestor de vendas de uma empresa de tabaco na província de Yunnan, no sul da China, uma das principais produtoras de tabaco em folha do país. Em 1996, “fugiu para escapar da punição”, diz uma nota publicada na conta oficial do órgão anticorrupçãoda rede social Wechat, que não forneceu mais informações sobre a natureza dos crimes alegadamente cometidos pelo ex-funcionário. Três anos depois, a China pediu à polícia internacional Interpol que emitisse um “aviso vermelho” contra Wang. As forças de segurança encontraram recentemente “pistas importantes” de que o fugitivo estava na China, a viver sob um pseudónimo. Ele foi detido na cidade de Chengdu, sudoeste do país, disse a Comissão. Citado pela imprensa local, o Escritório Provincial de Repatriação de Fugitivos de Yunnan disse que mantém “uma atitude de tolerância zero contra a corrupção” e que “vai trabalhar para perseguir todos os suspeitos em fuga”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Jornalista e prémio Nobel da Paz Maria Ressa absolvida de evasão fiscal A prémio Nobel da Paz filipina Maria Ressa e a plataforma de notícias ‘online’ Rappler, que cofundou, foram hoje absolvidos de evasão fiscal. “A verdade prevaleceu”, disse Ressa, de 59 anos, à imprensa, depois de ser conhecida a decisão do tribunal de recurso de Manila. A antiga jornalista da CNN e o Rappler foram acusados de fornecer informações falsas numa declaração fiscal, na sequência de uma venda de obrigações a investidores estrangeiros em 2015. “Estas acusações foram politicamente motivadas”, disse Ressa. “Conseguimos provar que o Rappler não fez qualquer evasão fiscal”. Ressa, a quem foi atribuído o Nobel da Paz em 2021 juntamente com o jornalista russo Dmitry Muratov pela defesa da liberdade de expressão, enfrenta mais três processos, incluindo uma condenação por cibercrime, já em fase de recurso. Neste processo, a jornalista pode ser condenada a quase sete anos de prisão. A jornalista, também cidadã norte-americana, tem sido uma das vozes mais críticas da política contra o tráfico de droga do ex-Presidente das Filipinas Rodrigo Duterte (2016-2022), sob a qual morreram milhares de pessoas. Apesar da decisão, o futuro do Rappler, fundado há uma década, permanece incerto, continuando a travar uma batalha legal contra uma ordem da comissão de valores filipina. Em junho, poucos dias antes do fim da presidência de Duterte, a comissão ordenou o encerramento da plataforma por violação das “restrições constitucionais e legais sobre a propriedade estrangeira dos meios de comunicação social”. O Rappler, ainda a funcionar, é acusado de permitir que estrangeiros assumam o controlo do ‘site’ através da empresa-mãe Rappler Holdings. De acordo com a Constituição, os investimentos nos meios de comunicação social são reservados aos filipinos ou entidades controladas por filipinos. A acusação baseia-se num investimento no Rappler, em 2015, pela firma norte-americana Omidyar Network, criada pelo fundador da plataforma eBay Pierre Omidyar. Em setembro, o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos, disse que não ia interferir em questões relacionadas com os processos de Ressa, citando a separação de poderes. Em outubro, alguns meses depois da posse de Marcos, Maria Ressa foi condenada por difamação ‘online’.
Hoje Macau VozesPolítica da China à COVID-19 é científica, direcionada e eficaz Liu Xianfa* Recentemente, à luz da evolução da situação, a China vem aprimorando as suas políticas à COVID-19 que adoptam as medidas contra a Classe B, em vez das doenças infecciosas mais graves da Classe A, de acordo com a lei. Este é um ajustamento na abordagem de resposta da China com base numa avaliação abrangente da mutação do vírus, da situação da COVID-19 e dos esforços de resposta contínuos, incluindo uma alta taxa de vacinas. Isso ajuda a tornar a resposta mais baseada na ciência, direccionada e eficaz, restaurar a normalidade no trabalho e na vida do povo, atender às necessidades médicas e de saúde regulares e minimizar o impacto da COVID-19 nas operações económicas e sociais. No entanto, alguns países, desconsiderando a ciência e os fatos, insistiram em tomar medidas discriminatórias de entrada com restrição contra a China. Alguns medias ocidentais desacreditaram o ajustamento da política à COVID-19 da China, alegando que a resposta da China falhou. Eles exageraram deliberadamente e até deturparam o ajustamento da política na China, mas evitaram relatar as deficiências e o alto preço pago na resposta à COVID-19 nos seus próprios países. Na verdade, isso não passa de padrões duplos e é claramente contra a ética jornalística. Desde que a COVID-19 começou, a China sempre colocou a vida do seu povo acima de tudo, fez o melhor esforço para proteger a vida e a saúde do povo e despejou todos os recursos no tratamento de todos os pacientes. Nos últimos três anos, temos respondendo com eficácia a cinco ondas globais da COVID-19 e evitando infecções generalizadas com a cepa original e a variante de Delta, que são relativamente mais patogénicas do que as outras variantes. A China reduziu muito o número de casos graves e mortes, ganhou um tempo precioso para o desenvolvimento, aplicação de vacinas e terapêuticas, e para preparar suprimentos médicos e outros recursos. As conquistas estão aí para todos verem. Recentemente, à medida que a virulência das subvariantes de Omicron diminui, a experiência de resposta e absorção de vacinas chinesas aumentam, a China rebaixou o gerenciamento do vírus e mudou o foco para a proteção da saúde e a prevenção de casos graves. Trata-se de uma mudança oportuna e necessária, fundamentada na ciência e adoptada numa perspectiva de longo prazo, ainda tendo o povo como centro. Não significa de forma alguma o abandono do vírus ou a saída total das medidas de prevenção e controle. Continuamos a fazer todos os esforços para atender às necessidades de drogas do povo e proteger grupos-chave e residentes rurais, para garantir que suas medidas sejam bem direccionadas e eficazes. Muitas províncias passaram já pelo pico de infecção e a vida das pessoas está gradualmente voltando ao normal. Os factos provaram que a China está bem preparada para a batalha e nós temos confiança e capacidade para conquistar novas vitórias. Aqueles que exageram que “o sistema médico da China está entrando em colapso” são meros boatos. Desde o início da COVID-19, a China não apenas protegeu a vida, a saúde e a segurança do próprio povo, mas também ressaltou activamente à comunidade internacional que se unisse na luta contra a epidemia. Assumimos primeiramente vacinas como bens públicos internacionais. Até agora, fornecemos 2,2 mil milhões de doses de vacinas e uma grande quantidade de materiais anti-epidémicos para o mundo, especialmente países em desenvolvimento. Como o trabalho de prevenção e controlo entrou em um novo estágio, a China implementou novas políticas de maneira suave e ordenada e optimizou ainda mais as políticas de entrada e saída, tornando os intercâmbios de pessoal chinês e estrangeiro mais fácil. O nosso potencial económico e a nossa vitalidade serão libertados ainda mais, e uma série de políticas recém-introduzidas terá um efeito sobreposto, que continuará a trazer mais benefícios para manter a estabilidade e a suavidade das cadeias internacionais de abastecimento e indústria, promovendo uma cooperação mutuamente benéfica entre os países, e impulsionando a recuperação e o crescimento da economia mundial. Acções falam mais alto que palavras. Com os factos acima mencionados, todas as pessoas sem preconceito obterão uma compreensão objectiva e abrangente do ajustamento da política da China. Acreditamos firmemente que, com base na experiência da luta contra a COVID-19 nos últimos três anos, a China será capaz de coordenar efetivamente a prevenção e o controle da epidemia com os desenvolvimentos económico e social e obter a vitória final na luta contra a epidemia. A optimização e o ajustamento contínuos das políticas de prevenção e controlo da epidemia da China também fornecerão uma turbina mais estável e confiável para a recuperação da economia mundial e ajudarão o mundo a acabar com a epidemia o mais rápido possível. *Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Macau
Hoje Macau EventosCinema | Submissões para “Macao Films & Videos Panorama” até sexta-feira Termina esta sexta-feira, dia 20, o prazo para a submissão de projectos cinematográficos para a nova edição do evento “Macao Films & Videos Panorama”, uma iniciativa da Associação Audiovisual CUT apoiada financeiramente pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Instituto Cultural. Os melhores trabalhos poderão ganhar o prémio do júri, no valor de dez mil patacas. Um troféu, enquanto o prémio do público, para melhor filme, terá o valor de cinco mil patacas. O festival vai ter lugar de 17 a 26 de Março. Nesta fase, a organização do evento divulgou o nome da primeira convidada que fará parte do júri de selecção das produções que irão a concurso. Trata-se de Joyce Yang, uma veterana crítica de cinema de Hong Kong, e que é também membro da Sociedade de Crítica de Cinema de Hong Kong. Segundo escreveu a organização do “Macao Films & Videos Panorama” sobre o evento, nas redes sociais, Joyce Yang fez parte dos júris de eventos como o Festival Internacional de Documentário de Hong Kong, os Prémios FIPRESCI, o CASCADIA – Festival Internacional de Cinema Feminino e os Prémios IFVA. Além disso, Joyce Yang foi co-editora de dois livros com os argumentos premiados de Chiu Kang-Chien. Escreve regularmente para revistas e jornais de Hong Kong e China, onde se incluem títulos como o Hong Kong Economic Times, a City Magazine, a HKinema e Global Screen.
Hoje Macau EventosFRC | “Fai Chun – Oferta de Papéis Votivos” junta calígrafos e poetas Hoje, entra as 10h e as 16h, a Galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe o tradicional evento “Fai Chun – Oferta de Papéis Votivos”. Em comunicado, a organização adianta que este ano irá contar com a “presença de 26 calígrafos e poetas locais, membros da Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora, que há muitas anos é parceira da FRC nesta iniciativa”. Ao longo das seis horas do evento, quem estiver interessado pode passar pela Galeria da FRC para receber gratuitamente os papéis com mensagens de boa sorte em caligrafia chinesa. Fai Chun (揮春) é uma decoração tradicional usada durante o Ano Novo Chinês, que marca a chegada da época primaveril. Em português poderá traduzir-se por Onda de Primavera. As pessoas colocam os Fai Chun nas portas para criar uma atmosfera alegre e festiva, já que as frases caligrafadas significam boa sorte e prosperidade. Normalmente, os Fai Chun tradicionais são de cor vermelha, com caracteres pretos ou dourados inscritos a pincel, que visam proteger as casas com votos de bons auspícios para o ano que se segue. Hoje em dia são mais frequentes as versões impressas e produzidas em larga escala. Podem ser quadrados ou rectangulares e pendurados na vertical ou na horizontal, geralmente aos pares. Não existem apenas na China, mas também na Coreia, Japão e Vietname.
Hoje Macau SociedadePSP | Duas pessoas detidas por conduzirem com álcool A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou a detenção de duas pessoas por conduzirem embriagadas. Segundo a informação citada pelo jornal Ou Mun, o primeiro caso aconteceu na madrugada do último sábado. Uma mulher com cerca de 30 anos, desempregada, circulava na Taipa, por volta das 4 da manhã, quando a sua viatura se envolveu numa colisão com outro veículo. Do acidente, não resultaram feridos, mas chamadas ao local, as autoridades fizeram o teste do álcool à mulher e o resultado mostrou 2,61 gramas de álcool no sangue. Após ser questionada pelas autoridades, a condutora reconheceu que tinha estado a jantar e a beber com amigos durante a noite, antes de pegar no carro para ir para casa. O segundo caso foi registado na segunda-feira, às três da manhã, quando um homem com cerca de 30 anos foi parado numa operação stop, na Avenida do Nordeste. Após soprar o balão, o condutor acusou 2,8 gramas de álcool no sangue. Às autoridades, reconheceu que tinha estado a jantar e a beber com os amigos. Em ambos os casos, as pessoas iam ser apresentadas a um juiz, mas segundo o artigo do Ou Mun, na segunda-feira ainda não se conhecia a decisão do tribunal.
Hoje Macau SociedadeUPM | Inscrições para licenciaturas terminam hoje Chega hoje ao fim o prazo de inscrições para os cursos de licenciatura da Universidade Politécnica de Macau (UPM) para o ano lectivo de 2023/2024, que começa em Setembro deste ano. Segundo uma nota de imprensa, os cursos da UPM acompanham “as principais tendências internacionais de desenvolvimento social, económico e cultural” a fim de “permitir um leque de possibilidades aos graduados da UPM na futura carreira”. O objectivo é que os futuros licenciados trabalhem em empresas e nas áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento de Macau ou na Zona de Cooperação Aprofundada Macau-Hengqin. A UPM destaca ainda o facto de tanto os cursos de licenciatura como mestrados ou doutoramentos terem obtido, nos últimos anos, “o reconhecimento unânime, nacional e internacional, sobre a qualidade do ensino e de investigação”, com “resultados notáveis”. Além disso, é referido que a UPM foi a primeira instituição de ensino superior de Macau a ter ganho o Prémio Nacional de Mérito do Ensino e a única instituição da China a conseguir por três vezes o Prémio de Qualidade da APQN. A UPM consta no ranking 2022 das Universidades Mundiais mais influentes do Times Higher Education do Reino Unido, nomeadamente nas áreas de “Cidades e Comunidades Sustentáveis” e “Trabalho Digno e Crescimento Económico”, estando posicionada entre os 201 e 300 melhores lugares.
Hoje Macau China / ÁsiaChina regista primeiro declínio populacional em mais de meio século A China anunciou hoje o primeiro declínio populacional em mais de meio século, numa altura em que a queda na taxa de natalidade ameaça causar uma crise demográfica no país mais populoso do mundo. O Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês informou que o país perdeu 850 mil pessoas em 2022, numa contagem que exclui as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong e residentes estrangeiros. A China encerrou assim o ano passado com 1.411,75 milhões de habitantes, tendo registado 9,56 milhões de nascimentos e 10,41 milhões de mortes, detalhou a mesma fonte. A sociedade chinesa continuou a ter um excedente de 33 milhões de homens no final de 2022, de acordo com o GNE. Este número foi causado pela política de filho único, que vigorou no país entre 1980 e 2016. De acordo com dados oficiais chineses, desde 1971, os hospitais do país executaram 336 milhões de abortos e 196 milhões de esterilizações. Fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino, a maioria dos abortos ocorreu quando o feto era do sexo feminino. Desde que abandonou a política do filho único, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso. O maior custo de vida e com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos. Os especialistas consideram que a China vai ser ultrapassada em breve pela Índia como a nação mais populosa do planeta. A última vez que a China registou um declínio populacional foi durante o Grande Salto em Frente, uma campanha lançada no final dos anos 1950 por Mao Zedong, para “acelerar a transição para o comunismo”, através da coletivização dos meios de produção. O GNE informou ainda que a população chinesa em idade activa – entre os 16 e 59 anos -, ascendeu a 875,56 milhões, representando 62% da população nacional. A população com 65 anos ou mais ascendeu a 209,78 milhões, representando 14,9% do total. O país mais populoso do planeta pode assim enfrentar uma crise demográfica, com a força de trabalho a envelhecer, uma economia em desaceleração e o primeiro declínio populacional em décadas. As estatísticas também revelaram o aumento da urbanização num país que, até há menos de dez anos, era em grande parte rural. Ao longo de 2022, a população urbana permanente aumentou 6,46 milhões para 920,71 milhões, ou 65,22% do total, enquanto a população rural caiu 7,31 milhões. Nenhum comentário foi feito sobre o possível efeito nos dados demográficos do fim da política de ‘zero covid’, que resultou numa vaga de casos do novo coronavírus sem precedentes no país no mês passado, causando uma crise de saúde pública. As Nações Unidas estimaram no ano passado que a população mundial atingiu oito mil milhões de habitantes em 15 de novembro e que a Índia substituirá a China como a nação mais populosa do mundo em 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia da China cresceu em 2022 ao segundo menor ritmo dos últimos 40 anos O ritmo de crescimento da economia chinesa caiu para o segundo nível mais baixo em pelo menos quatro décadas, no ano passado, refletindo o impacto da política de ‘zero covid’ e uma crise no setor imobiliário. Os dados divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) sugerem, no entanto, que a atividade económica está a recuperar, depois de Pequim ter posto fim às medidas de prevenção epidémica que resultaram no bloqueio de cidades inteiras, culminando com protestos em larga escala. A segunda maior economia do mundo cresceu 3%, em 2022, menos de metade da taxa de crescimento de 8,1%, alcançada no ano anterior. Trata-se da taxa de crescimento económico mais baixa desde pelo menos a década de 1970. Em 2020, no início da pandemia da covid-19, o país asiático cresceu 2,4%, devido à imposição de bloqueios em várias partes do país, após o vírus ter sido detetado na cidade de Wuhan, no centro do país. O consumo está a recuperar depois de o Partido Comunista Chinês (PCC) ter posto subitamente fim à política de ‘zero casos’ de covid-19, em dezembro passado. No entanto, os consumidores continuam cautelosos, à medida que a China lida com uma vaga de casos sem precedentes, que causou uma crise de saúde pública no país. As autoridades dizem que o pico dessa vaga parece ter passado. O abrandamento da economia chinesa tem forte impacto no mercado das matérias-primas, afetando países como Angola ou Brasil, ao reduzir a procura por petróleo, minério de ferro e bens agrícolas. O impacto é também sentido pelas economias mais desenvolvidas, já que a China é um dos maiores mercados do mundo para automóveis e outros bens com valor acrescentado. Uma recuperação da economia chinesa constituiria um impulso para fornecedores globais que enfrentam um risco crescente de recessão nas economias ocidentais. O Fundo Monetário Internacional e analistas do setor privado esperam que o crescimento melhore este ano, para cerca de 5%. Estes apontam para a debilidade no setor imobiliário da China, um importante motor económico, e a queda nas exportações, à medida que a procura por produtos chineses nos Estados Unidos e na Europa abranda, após o aumento das taxas de juros para combater altas taxas de inflação. As vendas a retalho caíram 1,8% em dezembro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, mas isso representou uma melhoria em relação à contração homóloga de 5,9% registada em novembro. A produção industrial em 2022 aumentou 3,6%, em termos homólogos, sugerindo que a atividade caiu, depois de atingir 4,8%, no terceiro trimestre do ano, com a procura nos EUA e na Europa por produtos chineses a enfraquecer. Para impulsionar a economia, o PCC recuou em algumas das principais políticas financeiras e industriais. Pequim pôs fim a uma campanha lançada contra os grandes grupos de tecnologia, que resultou em fortes quedas na cotação das empresas, incluindo do grupo de comércio eletrónico Alibaba, a empresa de jogos para computador Tencent ou o serviço de transporte compartilhado Didi. Pequim também reduziu as restrições no acesso ao crédito pelos grandes grupos de imobiliário. Uma campanha para reduzir o nível de endividamento das empresas causou uma crise de liquidez no setor, que é um importante motor de crescimento económico no país. No sábado passado, o Conselho de Estado chinês prometeu cortar impostos, facilitar empréstimos bancários e oferecer outros apoios aos empresários, para “promover um crescimento estável”. “A reabertura deve resultar numa explosão de crescimento no próximo ano”, disse Andrew Tilton, economista do banco de investimento Goldman Sachs, num relatório publicado na sexta-feira. O banco norte-americano elevou a perspetiva de crescimento da economia chinesa este ano de 4,5% para 5,2%. O Banco Mundial, no entanto, reduziu este mês a perspetiva de crescimento para 4,3%, face à previsão de 5,2%, publicada em junho passado.
Hoje Macau China / ÁsiaExplosão em petroleiro na Tailândia causa pelo menos um morto e quatro feridos Pelo menos uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas, devido a uma explosão hoje num petroleiro na província de Samut Songkhram, no oeste da Tailândia, que deixou ainda sete pessoas desaparecidas, informaram fontes oficiais. Fontes do Departamento de Prevenção e Mitigação de Desastres de Samut Songkhram disseram à agência noticiosa EFE que são ainda desconhecidas as causas da explosão no navio Smooth Sea. Os tanques do petroleiro, com capacidade para 6.500 toneladas de crude, estavam vazios porque o navio estava em manutenção no porto do rio Mae Klong. A explosão, que danificou várias casas próximas do porto, situado a cerca de 85 quilómetros a sudoeste da capital Banguecoque, começou num camião-cisterna às 09:17, segundo o jornal Bangkok Post. O departamento da Marinha tailandesa disse que as equipas de emergência conseguiram controlar as chamas no espaço de uma hora e que teve início uma investigação para determinar a causa do incêndio. Em julho de 2021, uma pessoa morreu e outras 33 ficaram feridas devido a uma explosão numa fábrica de produtos químicos perto de Banguecoque, forçando a retirada de mais de 1.800 pessoas. Duas pessoas ficaram feridas em 2014 depois de um petroleiro ter explodido, causando um incêndio que se espalhou para um outro navio num porto no rio Mekong, que separa a província de Chiang Rai, no norte da Tailândia, do vizinho Laos.
Hoje Macau Manchete SociedadeCasinos | Jogo VIP em Macau cai 64 por cento no ano passado As receitas provenientes das grandes apostas em Macau foram de 10,1 mil milhões de patacas em 2022, menos 64% em relação a 2021, e 92,5% em relação a 2019 (ano pré-pandemia), foi ontem divulgado. No último trimestre do ano, as operadoras arrecadaram 2,1 mil milhões de patacas no último trimestre do ano, no chamado jogo VIP, contra 1,1 mil milhões de patacas nos três meses anteriores, de acordo com dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). As operações dos casinos têm sido muito afetadas pela pandemia com fortes reduções de receitas. Os números dos grandes apostadores em 2022 são menos de 7,5% das receitas do mesmo setor em Macau em 2019, que atingiram 135,2 mil milhões de patacas, o momento em que o jogo VIP perdeu o estatuto de segmento mais preponderante nas receitas globais. Este ano terminou com os casinos de Macau a registarem uma quebra de 51,4% na receita bruta acumulada, de 42,1 mil milhões de patacas contra 86,8 mil milhões de patacas em 2021. Desde 2020, as seis operadores do jogo em Macau, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, acumularam prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80% das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo. As operadoras de jogo renovaram, a 16 de dezembro, o contrato de concessão para os próximos dez anos, entrando em vigor a 01 de janeiro em Macau, único local na China onde o jogo em casino é legal. As autoridades exigiram no concurso público a aposta em elementos não jogo e visitantes estrangeiros, na expectativa de diversificar a economia do território. O jogo representa 55,5% do produto interno bruto (PIB) de Macau, indústria onde trabalham mais de 80 mil pessoas, ou seja, 17,2% da população empregada. Macau, que à semelhança da China seguia a política ‘zero covid’, anunciou este mês o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos das rigorosas restrições.
Hoje Macau China / ÁsiaAcidente | Recuperadas caixas negras do avião que caiu no Nepal As autoridades nepalesas declararam ontem que um gravador de dados de voo e um gravador de voz de cabine foram recuperados do local da queda do avião no domingo em Pokhara, no Nepal, que provocou 68 mortos. O porta-voz da Autoridade da Aviação Civil nepalesa, Jagannath Niraula, disse que as caixas foram encontradas ontem, um dia após a queda da aeronave ATR-72, que matou 68 das 72 pessoas a bordo. Niraula disse que tudo que foi encontrado será entregue aos investigadores. Pemba Sherpa, porta-voz da Yeti Airlines, também confirmou que os dados do voo e os gravadores de voz da cabine foram encontrados. Mais dois corpos foram encontrados na manhã desta segunda-feira, dia de luto nacional decretado pelas autoridades no país. “Até agora encontramos 68 corpos. Estamos a procurar mais quatro corpos (…). Estamos a rezar para que um milagre aconteça. Mas, a esperança de encontrar alguém vivo é nula”, disse Tek Bahadur KC, responsável pelo distrito de Taksi, onde o avião caiu. Ainda não está claro quais foram as causas do acidente, o mais mortal do país em três décadas. O tempo estava ameno e sem vento no dia da queda da aeronave, segundo as autoridades locais. Cenário surreal Uma testemunha, que filmou a aterragem do avião a partir da varanda de sua casa, disse ter visto a aeronave voar baixo antes de virar repentinamente para a esquerda. “Fiquei chocado”, disse Diwas Bohora, citado pela agência de notícias Associated Press. A Autoridade de Aviação Civil do Nepal disse que a aeronave estabeleceu contacto com o aeroporto pela última vez perto do desfiladeiro de Seti, no centro do país, às 10:50 antes de cair. O avião tinha saído da capital Katmandu com destino a Pokhara, por volta das 10:30, e caiu durante a manobra de aproximação ao aeroporto internacional de Pokhara, no vale do rio Seti.
Hoje Macau EventosCritics Choice Awards | “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” e “Better Call Saul” triunfam em LA O filme “Tudo Em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” e a série “Better Call Saul” foram os grandes vencedores da 28.ª edição dos Critics Choice Awards, prémios da Associação dos Críticos entregues na madrugada passada em Los Angeles. A noite consagrou ainda Cate Blanchett como Melhor Actriz por “Tár” e Angela Bassett como Melhor Actriz Secundária por “Black Panther: Wakanda Para Sempre”. Brendan Fraser, considerado o Melhor Actor por “A Baleia”, foi levado às lágrimas quando subiu ao palco para receber a estatueta. Mas foi “Tudo Em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” que dominou a noite ao receber cinco estatuetas, incluindo Melhor Filme, Melhor Realização para Daniel Kwan e Daniel Scheinert, Melhor Actor Secundário para Ke Huy Quan, Melhor Argumento Original e Melhor Edição (Paul Rogers). “Isto é um absurdo”, disse o co-realizador Daniel Scheinert, visivelmente surpreendido pela vitória do filme. “Este prémio é dedicado ao meu pai, um imigrante de Taiwan que trabalhou até à morte”, disse também um dos produtores do filme, Jonathan Wang, agradecendo a todo os pais imigrantes que “dariam a vida” pelos filhos. Antes da consagração final, já Ke Huy Quan tinha passado pelo palco “tentando não chorar”, num discurso emocionado sobre a segunda vida da sua carreira depois de décadas afastado da ribalta. Brendan Fraser, ele próprio a passar por um renascimento em Hollywood, não conseguiu conter a emoção quando discursou após triunfar em “A Baleia”. “Este filme é sobre amor e redenção. É sobre encontrar a luz num lugar escuro”, afirmou Brendan Fraser, com a voz embargada. Para os que lutam contra a obesidade ou sentem que estão num lugar escuro, disse o actor, “quero que saibam que se tiverem a força de se porem de pé e caminharem em direcção à luz, coisas boas vão acontecer”. Numa noite recheada de estrelas, em que o actor Jeff Bridges recebeu o prémio carreira, um dos discursos mais desconcertantes foi o de Cate Blanchett, que criticou a “corrida de cavalos” destas cerimónias de prémios em Hollywood. “Adorava que mudássemos toda esta estrutura, esta pirâmide patriarcal em que alguém sobe ao topo”, afirmou, momentos depois de se rir com o facto de ter ganho e ter dito “estou tão velha”. Ainda no cinema, Guillermo Del Toro levou para casa a estatueta pelo seu filme “Pinóquio” e disse, ao discursar, que “animar é dar uma alma a algo que não o tem” e que a animação “é o meio perfeito para endereçar grandes temas do universo, de quem somos”. A produção indiana “RRR: Revolta, Rebelião, Revolução” foi premiada como Melhor Filme em Língua Estrangeira e a sua canção “Naatu Naatu” também venceu a categoria de Melhor Canção. “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” foi o Melhor Filme de Comédia. Pequeno ecrã Na televisão, “Better Call Saul” saiu vitoriosa com três prémios: Melhor Série Dramática, Melhor Actor em série dramática para Bob Odenkirk e Melhor Actor Secundário para Giancarlo Esposito. A Melhor Minissérie foi “The Dropout: A História de Uma Fraude”, que também deu a Amanda Seyfried a estatueta de Melhor Actriz na categoria, e “Abbott Elementary” foi a Melhor Série de Comédia, dando ainda a Sheryl Lee Ralph o prémio de Melhor Actriz Secundária em comédia. Jennifer Coolidge venceu como Melhor Actriz Secundária em série dramática por “The White Lotus” e Paul Walter Hauser foi o Melhor Actor Secundário na mesma categoria por “Black Bird”. Zendaya foi a Melhor Actriz em série dramática por “Euphoria”. A 28.ª edição dos prémios da Associação de Críticos decorreu no Fairmont Century Plaza e reuniu os maiores pesos-pesados da indústria, premiando o melhor do cinema e televisão no último ano.
Hoje Macau SociedadeDST | Delegação de turismo de Hong Kong em Macau Um grupo de 40 representantes do sector do turismo de Hong Kong estão em Macau desde ontem para uma visita de dois dias a convite da Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Segundo um comunicado, a delegação é composta por líderes do Conselho da Indústria do Turismo de Hong Kong, operadores de serviços de transporte e agências de viagem, entre outros. O grupo inclui ainda um grupo de 14 jornalistas com o objectivo de reportar os diversos elementos turísticos de Macau, tal como o património e os resorts integrados, defendeu a DST. No território, a delegação reuniu com o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, e a directora da DST, Helena de Senna Fernandes, tendo ontem participado num seminário de estabelecimento de contactos empresariais entre as duas regiões. Desde que as ligações de ferry entre Macau e Hong Kong foram restabelecidas, no passado dia 8, que as autoridades locais têm tentado atrair visitantes do território vizinho, como é o caso do pacote turístico “Compre Um, Leve um Grátis” destinado aos turistas de Hong Kong, que está disponível desde sexta-feira. Com esta iniciativa os visitantes têm direito a um bilhete de regresso de autocarro ou ferry gratuito por cada viagem comprada. A DST pretende atrair diariamente cerca de dez mil turistas da região vizinha.
Hoje Macau China / ÁsiaZonas rurais da China devem ter testes e medicação disponíveis, diz Conselho de Estado As autoridades locais chinesas devem assegurar que medicação e testes de deteção da covid-19 estão “prontamente disponíveis” nas áreas rurais do país, de acordo com uma diretriz do Conselho de Estado (Executivo) citada hoje pela imprensa oficial. A diretriz detalha que as clínicas de saúde das aldeias “devem assegurar” o fornecimento de medicação para um período mínimo de pelo menos duas semanas. Grupos vulneráveis ou com dificuldades financeiras devem ter acesso prioritário, frisa o documento, citado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily. A diretriz foi emitida nas vésperas do Ano Novo Lunar, quando centenas de milhões de trabalhadores chineses migrados nas cidades regressam à terra natal. Trata-se da maior migração interna do planeta e coincide, este ano, com o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que durante quase três anos restringiu o fluxo interno de pessoas no país asiático. O fim das restrições, após protestos ocorridos em várias cidades da China, lançou uma vaga de infeções sem precedentes nas zonas urbanas, que deve agora alastrar-se ao interior do país, onde os recursos de saúde são considerados insuficientes. A diretriz emitida pelo Executivo chinês indica que as autoridades locais têm também a “tarefa de realizar inspeções regulares, entregar medicação, transportar pacientes para hospitais maiores e aumentar a consciencialização sobre formas de prevenir contágios”. Devem ainda ser feitos esforços para orientar os moradores a vacinarem-se, usarem máscara e evitarem contactos com familiares idosos que sofram de doenças crónicas. Relatos sobre o uso indiscriminado de antibióticos e medicamentos hormonais no tratamento de pacientes no interior do país “enfatizaram a importância” das orientações oficiais, aponta o China Daily. No mês passado, o Executivo chinês alertou para o impacto da doença no interior do país, que descreveu como “vasto, populoso e com poucos recursos”. Em particular, as autoridades apontaram para a migração em massa durante o período do Ano Novo Lunar e destacaram a falta de preparação dos funcionários de saúde locais e o “uso indiscriminado” de antibióticos e medicamentos hormonais no tratamento de pacientes com febre, que “podem causar efeitos colaterais prejudiciais e até fatais”. Parte do sistema de saúde no interior da China depende ainda de camponeses com treino médico e paramédico básico, conhecidos como “médicos de pés descalços”, uma herança das campanhas lançadas após a fundação da República Popular, em 1949, para fornecer serviços básicos de saúde nas zonas rurais. De acordo com dados oficiais divulgados no domingo passado, a China registou quase 60 mil mortes nos hospitais ligadas à pandemia da covid-19, desde o levantamento das medidas de prevenção no início de dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaLigações ferroviárias entre Hong Kong e China retomadas após quase três anos A ligação ferroviária de alta velocidade entre Hong Kong e a China continental foi retomada no domingo, depois de ter estado suspensa durante quase três anos, devido à pandemia da covid-19. Até às 18:00 de domingo, cerca de 6.500 pessoas utilizaram as ligações ferroviárias, segundo as autoridades chinesas citadas pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily. As restrições quanto ao número de passageiros continuam a existir: são permitidos no máximo cinco mil viajantes, em cada direção, por dia. Quem atravessa a fronteira de comboio não tem de reservar lugar com antecedência, ao contrário dos que atravessam os postos fronteiriços da cidade por via terrestre, onde é aplicado um limite de 50 mil pessoas por dia. Os lugares diários para fazer a travessia são difíceis de reservar, porque esgotam rapidamente, segundo testemunhos recolhidos nas redes sociais do país. As ligações ferroviárias de alta velocidade retomadas no domingo ligam Hong Kong a cidades vizinhas da província de Guangdong, no sudeste da China, como Shenzhen, Dongguan ou Cantão. Não se sabe quando é que as ligações diretas com cidades mais distantes como Pequim vão ser retomadas. Esta quarta-feira, pouco antes do início do período festivo do Ano Novo Lunar, a quota diária de passagens pela via terrestre vai passar de 50 mil para 65 mil, explicaram as autoridades. As fronteiras terrestres entre a China continental e Hong Kong permaneceram praticamente fechadas durante quase três anos. Apenas um pequeno número de voos e navios ligavam a ex-colónia britânica ao resto do país. Ambos os territórios aplicaram uma política de tolerância zero contra a covid-19. Hong Kong começou a abrir as fronteiras em meados de 2022 e suspendeu o isolamento obrigatório em hotéis para passageiros que chegavam ao território em setembro passado. Em 08 de janeiro, a China reabriu as fronteiras, cancelando os limites impostos ao tráfego aéreo internacional e a exigência de quarentena para os passageiros que chegam ao país.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Epidemiologista chinês desaconselha viagens a quem ainda não contraiu infeção O epidemiologista chinês Fang Houmin aconselhou hoje as pessoas que ainda não contraíram covid-19 a evitarem viagens durante o feriado do Ano Novo Lunar, que deve suscitar uma nova vaga de casos no país. “Não é recomendado que essas pessoas façam viagens de longa distância, porque as probabilidades de ficarem infectadas vão aumentar”, disse Fang, citado pelo jornal especializado Health Times. O especialista aconselhou a quem ainda não foi infetado que “evite ir a locais públicos, se notar sintomas como dor de garganta ou tosse” e “procure atendimento médico”. As declarações do especialista surgem nas vésperas do Ano Novo Lunar, quando centenas de milhões de trabalhadores chineses migrados nas cidades regressam às respetivas terras natais. Trata-se da maior migração interna do planeta e coincide, este ano, com o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que durante quase três anos restringiu o fluxo interno de pessoas no país asiático. O fim das restrições, após protestos ocorridos em várias cidades da China, lançou uma vaga de infeções sem precedentes nas zonas urbanas, que deve agora alastrar-se ao interior do país, onde os recursos de saúde são considerados insuficientes. As recomendações do especialista foram alvo de debate nas redes sociais do país. “Este ano só quero finalmente ir a casa”, afirmou um internauta na rede social Weibo, embora outros também tenham manifestado o seu receio de infectar familiares. De acordo com um estudo da Universidade de Pequim, cerca de 900 milhões de pessoas já contraíram infeção pelo novo coronavírus na China, depois de o país ter desmantelado a política de ‘zero covid’. Cerca de 60 mil pessoas morreram da doença entre 08 de dezembro, quando as restrições começaram a ser relaxadas, e 12 de janeiro deste ano, segundo dados oficiais. O Conselho de Estado (Executivo) pediu, em meados do mês passado, às autoridades locais que dêem prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais “para proteger a população”, apontando “a relativa escassez de recursos de saúde” e a proximidade da época festiva. Em 08 de janeiro, a covid-19 deixou de ser gerida na China como uma doença de categoria A – nível de perigo máximo e para cuja contenção são necessárias as medidas mais severas – para se tornar uma doença de categoria B, que contempla menos controlos, marcando assim na prática o fim da política de ‘zero covid’.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China anuncia 60.000 mortes desde levantamento das restrições A China registou quase 60.000 mortes nos hospitais ligadas à pandemia de covid-19 desde o levantamento das rígidas restrições para combater a doença feito no país há um mês, anunciaram no sábado as autoridades. “Um total de 59.938 [mortes] foi registado entre 8 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro de 2023”, avançou à imprensa o responsável da Comissão Nacional Sanitária da China, Jiao Yahui, referindo que o registo não tem em consideração as mortes que aconteceram fora das estruturas médicas. A Comissão Sanitária Nacional da China anunciou neste sábado um total de 59.938 mortes relacionadas à covid entre 8 de dezembro, quando as autoridades começaram a relaxar as restrições que mantinham contra a pandemia, e 12 de janeiro deste ano. A China aboliu, no início de dezembro, várias medidas de prevenção contra a covid-19, incluindo o isolamento em instalações designadas de todos os casos positivos, sinalizando o fim da estratégia ‘zero casos’, que se tornou fonte de descontentamento popular. Na altura, o Conselho de Estado (executivo) anunciou que quem testasse positivo para infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 podia passar a cumprir isolamento em casa, em vez de ser enviado para instalações designadas, e que as escolas que ainda não tinham tido surtos iam voltar ao ensino presencial. De acordo com os dados avançados, citados pelo jornal Global Times, a idade média dos mortos registados nos centros médicos foi de 80,3 anos, sendo que 90,1% tinham mais de 65 anos e mais de 90% sofriam de doenças subjacentes. A comissão sanitária esclareceu ainda que realiza testes de PCR para classificar se as mortes tiveram origem na covid-19 e que as principais causas diretas foram insuficiência respiratória (5.503) ou doenças anteriores que pioraram após o desenvolvimento da infeção pandémica (54.435).
Hoje Macau China / ÁsiaMinistro dos Negócios Estrangeiros chinês termina no Egipto périplo por África O chefe da diplomacia chinesa reuniu-se ontem no Cairo com responsáveis egípcios e da Liga Árabe, no ponto alto de um périplo por África para consolidar a presença chinesa naquele continente. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, reuniu-se em separado com o Presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sissi, e com o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul-Gheit. Encontrou-se também com o seu homólogo egípcio, Sameh Shoukry. Numa conferência de imprensa conjunta, o ministro Sameh Shoukry disse que as conversações abordaram as relações sino-egípcias e o aumento do turismo chinês no país do Médio Oriente, que durante anos luta para reavivar o seu setor turístico vital. Os dois ministros disseram que também discutiram questões regionais, incluindo o conflito israelo-palestiniano. As tensões aumentaram após o regresso ao poder, no mês passado, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que lidera um Governo de direita e religiosamente conservador em Israel. Em resposta à pergunta de um jornalista chinês, Qin Gang exortou Israel a “parar com as incitações e provocações, e a abster-se de tomar ações unilaterais que possam agravar a situação”. Apelou também à “manutenção do status quo” no local sagrado mais importante de Jerusalém, depois de um ministro ultranacionalista do Governo israelita o ter visitado no início do ano a Esplanada das Mesquitas. A visita suscitou uma condenação feroz de todo o mundo muçulmano e uma forte crítica dos Estados Unidos. No encontro com Abdel Fattah el-Sissi, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse que Pequim continuará a investir em projetos de infraestruturas do Egito, incluindo os que têm ligações com as iniciativas “China´s Belt” e “Road Initiative”, de apoio de milhares de milhões de dólares para financiar infraestruturas na Ásia, Europa e África. A China investiu milhares de milhões de dólares em projetos liderados pelo Estado egípcio, como a Zona Económica do Canal de Suez e a nova capital administrativa, que está a ser construída a leste do Cairo. Qin Gang chegou ao Cairo no sábado à tarde. A sua viagem de uma semana incluiu a Etiópia, onde é a sede da União Africana, bem como ao Gabão, Angola e Benin. Foi a primeira viagem de Qin Gang ao estrangeiro após a sua nomeação em dezembro. A viagem a África acontece um mês após o Presidente norte-americano Joe Biden ter recebido dezenas de líderes africanos em Washington, prometendo financiamento governamental e investimento privado para ajudar o continente a desenvolver-se nos campos da saúde, infraestruturas, negócios e tecnologia. Durante mais de três décadas, os ministros dos Negócios Estrangeiros chineses iniciaram os seus mandatos visitando África, cuja população crescente (como continente) rivaliza com a da China. Pequim tem investido fortemente em infraestruturas em países africanos, incluindo estradas, infraestruturas energéticas, telecomunicações, caminhos-de-ferro e hospitais. Os grupos e fundos financeiros chineses também concederam empréstimos a África no valor de 160 mil milhões de dólares entre 2000 e 2020, de acordo com a Base de Dados de Empréstimos Chineses a África. Qin Gang afirmou na semana passada que a China tem sido o maior parceiro comercial de África nos últimos 13 anos, prevendo-se que o comércio mútuo exceda 260 mil milhões de dólares em 2022. Além de fornecer vacinas contra a covid-19 a África, a China financiou a construção de uma nova sede para o Centro Africano de Controlo de Doenças na capital da Etiópia, Adis Abeba. O novo centro foi inaugurado na semana passada durante a visita de Qin Gang.
Hoje Macau EventosExposição | “Uma Terra Abençoada” mostra crença e costumes de Tou Tei A exposição “Uma Terra Abençoada – Crença e Costumes de Tou Tei em Macau” estará patente ao público a partir da próxima quinta-feira, até 23 de Abril, no Museu de Macau. O Instituto Cultural (IC) indica que o “Culto de Tou Tei” é uma tradição praticada há vários séculos pela comunidade chinesa em Macau, “transmitidas e profundamente enraizadas na comunidade, tendo os três principais templos de Tou Tei como o núcleo de sua herança, com cerca de 200 santuários dedicados à divindade distribuídas na cidade”. As celebrações do aniversário de Tou Tei realizam-se no segundo dia do segundo mês lunar. Esta manifestação cultural e espiritual foi inscrita na 5.ª Lista Nacional de Itens Representativos do Património Cultural Intangível da China, em 2021. A exposição reúne cerca de 100 peças/conjuntos, incluindo livros, inscrições, fotografias, estátuas religiosas, sacrifícios e objectos comemorativos, “revelando sistematicamente o curso de como a crença e os costumes de Tou Tei se enraizaram, persistiram e se desenvolveram em Macau”, refere o IC em comunicado. A entrada é gratuita.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Punidos 592.000 funcionários por violações de disciplina em 2022 A China puniu 592.000 funcionários do governo em 2022 por violações disciplinares, divulgou sexta-feira a Comissão Central de Inspecção e Disciplina, o braço anticorrupção do Partido Comunista Chinês (PCC), na sua conta oficial na rede social WeChat. Entre os castigados há 53 quadros com cargos “de nível ministerial ou provincial”, detalhou a agência. No ano passado, o ex-ministro da Justiça chinês, Fu Zhenghua, foi condenado a pena de morte suspensa por aceitar subornos, após uma investigação liderada pelo poderoso órgão anticorrupção. O ex-vice-ministro chinês da Segurança Pública Sun Lijun também foi acusado, no ano passado, de aceitar subornos, e recebeu a mesma sentença. A punição com pena de morte suspensa é frequente no país asiático em casos de corrupção e significa que, se o arguido não cometer novos crimes e comportar-se adequadamente durante o período estipulado, poderá ver a sua pena comutada para prisão perpétua. Entre os casos que receberam mais atenção em 2022 está também o de Tong Daochi, ex-chefe do Partido Comunista na província insular de Hainan, no extremo sul do país, e que recebeu a mesma sentença de Sun e Fu. Um caso de corrupção foi também registado na própria Comissão Central de Inspecção e Disciplina: o seu ex-inspector Dong Hong foi condenado a pena de morte suspensa, em Janeiro passado, por aceitar subornos.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMilhões de chineses receosos no regresso a casa após fim de restrições Por estrada ou por mar, de avião ou de comboio, milhões de chineses estão a caminho da terra natal para festejar a passagem do ano lunar com a família, na maior migração interna do planeta. O ‘chunyun’, a temporada de viagens por ocasião do Ano Novo Lunar que arrancou no sábado passado, coincide este ano com o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, suscitando um aumento no fluxo de viajantes e desafios para as zonas rurais da China, com menos recursos de saúde. “Estive com 40 graus de febre, mas estou feliz”, descreveu à Lusa um chinês residente em Pequim, que recuperou recentemente de uma infecção pela covid-19. “Finalmente posso movimentar-me”, disse. Para a chinesa Xiaowang, que vai percorrer de comboio os mais de 2.000 quilómetros que separam Pequim e a sua terra natal, na província de Sichuan, esta é a primeira vez que vai a casa no espaço de dois anos. “É fatigante”, admitiu, sobre a jornada de 20 horas. “Mas esta data é muito importante para os chineses: é quando nos reunimos com a família”, contou. Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, no total, foram realizadas 34,7 milhões de viagens no último sábado, o primeiro dia de um período de 40 dias em que centenas de milhões de chineses regressam às respetivas terras natais. Aquele número representa um aumento de 38,2 por cento, em relação a 2022, depois de, nos últimos dois anos, a temporada de viagens ter sido afectada pelas medidas de prevenção contra a covid-19 que vigoraram na China. Em Dezembro, no âmbito do fim da política de ‘zero covid’, o governo chinês retirou as restrições às viagens internas, que incluíam a exigência de testes PCR negativos para viajar de avião ou comboio e o registo das deslocações através de uma aplicação de localização. Cada cidade ou província tinha também as suas próprias políticas: Pequim, por exemplo, não permitia a entrada de viajantes vindos de áreas onde tivessem sido registados casos de covid-19. Outros locais exigiam quarentena em instalações designadas ou em casa, para quem vinha de zonas com surtos activos. Fluxo de receios O fim das restrições suscitou uma vaga de infecções sem precedentes e o intenso período de viagens, que ocorre entre os dias 7 de Janeiro e 15 de Fevereiro, está também a suscitar preocupações. “É assustador”, resumiu à Lusa Zhao Yang, residente em Pequim. “Esperei com entusiasmo pelo fim dos bloqueios, mas face a este súbito fluxo de pessoas a viajar, sinto-me receoso”, frisou. O Ministério dos Transportes chinês previu que o número de viagens durante a temporada do Ano Novo Lunar quase duplicará, face ao ano passado, para 2,095 mil milhões. Este número marcaria uma recuperação para 70 por cento do tráfego verificado em 2019, o último ano antes do início da pandemia. A principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, calha este ano entre os dias 21 e 27 de Janeiro, sob o signo do Coelho, um dos doze animais do milenar zodíaco chinês. Na China e em todas as ‘chinatown’ espalhadas pelo mundo, os edifícios são engalanados com lanternas vermelhas, enquanto nas ruas se lançam petardos e fogo-de-artifício para “afugentar os maus espíritos’. Espera-se também que as viagens para o exterior subam, depois de o país ter reaberto as fronteiras, que estiveram fechadas durante quase três anos. Quem chegava à China era submetido a um período de quarentena em instalações designadas que, em algumas províncias, chegava aos 28 dias. O número de reservas de viagens internacionais para a semana até 27 de Janeiro foi seis vezes superior, face ao feriado do Ano Novo Lunar de 2022, de acordo com o portal de reservas chinês Trip.com. O destino mais popular é a Austrália, seguida pela Tailândia e Japão. “Este ano vou certamente viajar além-fronteiras”, explicou à Lusa Han Qing, um chinês natural de Pequim. “Está na altura de reconectar com o mundo”.
Hoje Macau EventosIC | Abertas candidaturas para apoios na área do cinema O Instituto Cultural (IC) abriu as inscrições para o programa “Macau — O Poder da Imagem”, que tem como objectivo “promover o desenvolvimento da arte cinematográfica, bem como de incentivar os produtores cinematográficos independentes de Macau a produzirem mais filmes locais”. As inscrições podem ser submetidas no Edifício do Instituto Cultural, na Praça do Tap Siac, até 8 de Março. O IC especifica que os “candidatos devem ser associações locais legalmente constituídas e registadas ou portadores do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM com idade igual ou superior a 18 anos”. Em relação às propostas, o IC dividiu-as em três categorias: “Documentário”, “Curta-metragem de ficção” e “Animação”, todas separadas por nível de proficiência (avançado, livre e iniciados). O júri irá seleccionar até 14 projectos e oferecer um montante total até 1,32 milhões de patacas para produção, com um valor máximo de 280 mil patacas para algumas entidades produtoras, dependendo da categoria e do grupo. Além disso, os projectos seleccionados vão poder contar com aconselhamento individual. Desde a sua primeira edição, em 2007, o programa Macau — O Poder da Imagem” apoiou a produção de cerca de 150 obras, “muitas foram ainda exibidas ao público, nos festivais de cinema de Macau e do exterior”, indica o IC. O formulário de inscrição ao programa pode ser descarregado no portal do IC.
Hoje Macau EventosÓbito | Uncle Ray morreu na sexta-feira com 98 anos de idade Filho de naturais de Macau, ingressou em 1960 na Rádio Televisão de Hong Kong (RTHK) e com o programa All the way with Ray divulgou ao longo de décadas a música popular na RAEHK O luso-descendente Reinaldo Maria Cordeiro, reconhecido como o animador de rádio com a carreira mais longa do mundo, morreu aos 98 anos, anunciou sábado a Rádio Televisão de Hong Kong (RTHK). Conhecido do público como Ray Cordeiro ou “Uncle Ray”, o luso-descendente morreu na sexta-feira, confirmou num comunicado, sem revelar a causa da morte, a emissora pública de Hong Kong, onde ele trabalhou durante 51 anos. Cordeiro nasceu em Hong Kong em Dezembro de 1924, filho de naturais de Macau. O luso-descendente ingressou na RTHK em 1960, depois de trabalhar como director de prisão e bancário. No entanto, já tinha desde 1949 um programa na rádio em Hong Kong, chamado “Progressive Jazz”. Mas é em 1970 que inicia “All the way with Ray”, um programa de rádio que o popularizou na divulgação da música popular em Hong Kong. O programa, que em 2000 já tinha sido reconhecido pelo Guinness World Records como o programa de rádio com maior longevidade do mundo, esteve no ar até que Cordeiro se reformou, em 2021. “O público seguiu-me, cresceu comigo e agora está em todo o mundo”, disse Cordeiro à agência Associated Press em 2021 após se reformar. “Eles ainda me ouviam na internet”, acrescentou. Ao longo da sua carreira como animador de rádio, Uncle Ray entrevistou dezenas de bandas e músicos, como os Beatles, The Beach Boys, Carlos Santana, Cliff Richard, Elton John, Frank Sinatra, Lionel Richie, Rolling Stones, entre muitos outros nomes da música. Salto para a fama Foi a transmissão de uma entrevista aos Beatles, então a maior banda do mundo, em 1964, que fez de Cordeiro uma celebridade em Hong Kong. Ele disse que John Lennon lembrou os primeiros dias da banda em Hamburgo, na Alemanha, onde os Beatles viviam em relativa pobreza e tocavam em clubes. Cordeiro disse que todos os quatro membros dos Beatles lhe autografaram uma capa de revista. “Provavelmente vale uma fortuna”, acrescentou. O seu papel na divulgação da música popular em Hong Kong levou a rainha de Inglaterra a conceder-lhe uma condecoração de honra em 1987, entregue pela monarca no Palácio de Buckingham, em Londres. Em 2008, já depois da transferência da administração para a China, o Governo de Hong Kong atribuiu a Cordeiro a bauhinia de bronze, uma das mais importantes condecorações da região administrativa especial. Cordeiro era o rosto mais conhecido da comunidade luso-descendente em Hong Kong, que se começou a formar logo após a fundação da então colónia britânica, em 1841. O Museu de História de Hong Kong está a preparar uma exposição sobre a centenária presença dos luso-descendentes, cuja inauguração está prevista para meados de 2023, disse à Lusa em Dezembro o coordenador do projecto, Francisco da Roza.