Hoje Macau EventosHong Kong | Pinturas de Thomas Houseago para ver na galeria Gagosian “ABUNDANCE”, a exposição de Thomas Houseago, pode ser vista em Hong Kong, na galeria Gagosian, a partir do dia 21 de Setembro. Esta é a segunda vez que o trabalho do artista britânico no território vizinho é exposto em Hong Kong, revelando, desta vez, novas pinturas feitas ao ar livre a partir do seu novo estúdio em Malibu, Califórnia O trabalho do artista britânico Thomas Houseago volta a mostrar-se em Hong Kong depois de um interregno de oito anos. “ABUNDANCE” é o nome da exposição que estará patente na galeria Gagosian, em Central, a partir do dia 21 de Setembro, compondo-se de pinturas repletas de paisagens e de natureza morta captadas a partir do novo estúdio que o artista tem ao ar livre em Malibu, Califórnia. Segundo um comunicado, esta mostra “reflecte sobre a interligação cósmica e espiritual e o poder transcendental da natureza”, sendo que os títulos dos quadros e as suas “imagens expressivas” acabam por evocar “as ondas do oceano e a flora de Malibu ao nascer e ao pôr do sol, com sóis, luas, rochas e céus representados em cores vibrantes e linhas ondulantes”. Thomas Houseago acabou por ficar conhecido do grande público graças “à sua abordagem original e vigorosa em torno do tema do corpo humano”. “Utilizando meios associados à escultura clássica e modernista, a par de materiais menos tradicionais como o cânhamo, entre outros, [o artista] constrói figuras monumentais cujas superfícies e estruturas revelam os processos da sua feitura”, descreve ainda o comunicado. Ao trabalhar sobre a tela e o papel, Houseago faz um cruzamento entre o desenho e a cartografia, explorando também “o poder emocional e espacial da cor saturada e de uma forma mais dinâmica”. Influências várias Os trabalhos que estarão expostos na Gagosian revelam ainda “a influência de artistas históricos e modernos da Europa de Leste e do Norte”, incluindo nomes como Edward Munch e Van Gogh, considerados os grandes pintores do chamado “século de ouro” na Holanda. Revela-se, no trabalho de Thomas Houseago, uma “noção de espontaneidade”, sendo que o artista tem por hábito ouvir gravações de actuações ao vivo do artista de jazz John Coltrane enquanto trabalha. Além desta inspiração musical, destaque ainda para a influência das pinturas do monge budista do século XIII, Muqi Fachang, e do pintor chinês Ma Yuan, falecido em Hunan, China, em 1225. Houseago também foi buscar referências para o seu trabalho aos escritos dos poetas japoneses Saigyō Hōshi, que viveu entre os anos de 1118 e 1190, e ainda Matsuo Bashō (1644-1694), dos poetas chineses Li Bai (701-762) e Wang Wei (699-759) e do antigo filósofo chinês Laozi. A mostra de Thomas Houseago pode ser vista até ao dia 4 de Novembro.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Biden quer reunir com Xi no Outono O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na sexta-feira que pretende reunir com seu homólogo chinês, Xi Jinping, este Outono, numa continuação das conversas que mantiveram em Novembro passado na Indonésia. “Planeio e espero continuar neste Outono a conversa que tivemos em Bali. É o que espero”, disse Biden em resposta a um jornalista no final de uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e com o Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, em Camp David, residência de campo presidencial próxima de Washington DC. Biden referia-se ao contacto que manteve com Xi Jinping em Novembro de 2022 em Bali, na Indonésia, durante uma cimeira do G20. Momentos antes de declarar a intenção de se reencontrar com o homólogo chinês, Biden e os líderes asiáticos presentes na cimeira denunciaram o comportamento “perigoso” e “agressivo” de Pequim no Mar do Sul da China. Numa declaração conjunta, os três países condenaram “reivindicações marítimas ilegais” em assuntos marítimos, enquanto Pequim reclama a soberania sobre águas de países vizinhos e realiza de forma quase quotidiana exercícios aéreos e marítimos junto ao espaço aéreo de Taiwan. “Opomo-nos fortemente a qualquer tentativa unilateral de mudar o ‘status quo’ nas águas da região do Indo-Pacífico”, afirmaram os líderes dos três países no comunicado final. “Reafirmamos a importância da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan”, acrescentaram ainda, numa referência ao arquipélago de governo democrático liberal, tal como os três países representados na cimeira de sexta-feira. “O propósito da nossa cooperação trilateral de segurança é e continuará a ser promover e aumentar a paz e a estabilidade em toda a região”, disseram os três países em comunicado conjunto.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Hong Kong rejeita aviso sobre “contínua erosão” da autonomia e democracia O Governo de Hong Kong rejeitou no sábado um relatório da União Europeia (UE), que avisava que a região chinesa está a sofrer “uma contínua erosão” da autonomia, dos princípios democráticos e das liberdades essenciais. Num comunicado, o executivo da cidade disse que “discorda veementemente e rejeita firmemente os ataques infundados, calúnias e difamações” presentes no documento, preparado pelo Parlamento Europeu e publicado pela Comissão Europeia na sexta-feira. O Governo de Hong Kong apelou à UE para “distinguir factos de falácias, respeitar a lei internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais, e parar imediatamente de interferir nos (…) assuntos puramente internos da China”. O relatório europeu dá conta de uma “contínua erosão do alto grau de autonomia de Hong Kong e dos princípios democráticas e das liberdades essenciais, que deveriam estar protegidas até 2047”. O documento aponta para a imposição, em 2020, da Lei de Segurança Nacional, que coartou parte da autonomia de que Hong Kong beneficiava e, entre outras decisões, passou a criminalizar críticos do regime chinês. O Governo da região chinesa acusou o bloco europeu de “fechar os olhos” ao facto de que “muitas pessoas de Hong Kong não puderam desfrutar dos seus direitos e liberdades durante o período de violência grave”, referindo-se aos protestos pró-democracia de 2019. A implementação da lei de segurança nacional “rapidamente e efectivamente restaurou a estabilidade e a segurança em Hong Kong” e permitiu a “transição do caos para a ordem”, defenderam as autoridades.
Hoje Macau China / ÁsiaÁfrica do Sul | Xi Jinping visita país pela quarta vez O Presidente chinês regressa ao país sul-africano onde vai participar na reunião dos BRICS entre 22 e 23 deste mês, além de celebrar os 25 anos das relações diplomáticas entre as duas nações O líder da República Popular da China, Xi Jinping, inicia esta terça-feira a sua quarta visita de Estado à África do Sul, onde participará também na cimeira do bloco de economias emergentes BRICS, anunciou no sábado a Presidência da República sul-africana. “A cerimónia de boas-vindas acontecerá na manhã de terça-feira no Union Buildings, em Pretória, antes [do início] da 15.ª Cimeira dos BRICS marcada para 22 a 24 de Agosto de 2023”, referiu em comunicado. “A visita de Estado ocorre no contexto da celebração de 25 anos de relações diplomáticas entre os dois países, enquanto os laços históricos remontam à conferência de Bandung de 1955”, acrescentou. De acordo com a Presidência sul-africana, a visita de Estado do Presidente Xi é uma oportunidade para “reflectir” sobre a Parceria Estratégica Abrangente (CSP, na sigla em inglês) e de “aprofundar” a cooperação entre os dois países no âmbito do Programa Estratégico de Cooperação a 10 anos (2020-2029). “A China é o maior parceiro comercial global da África do Sul em volume de negócios”, frisou-se na nota, sem avançar indicadores, acrescentando que “a China é também um importante investidor” no país africano. Nesta visita de Xi, as autoridades de Pretória dizem ter a expectativa de reforçar a cooperação multilateral com Pequim, “especificamente no contexto dos BRICS, G77 mais a China, e G20 e obter o apoio chinês ao apelo da África do Sul e do continente para a reforma das instituições de governança global, nomeadamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas”. Observadores acreditam que na África do Sul o bloco BRICS vai procurar estabelecer uma nova relevância face à guerra da Rússia na Ucrânia, à competição global entre os gigantes asiáticos China e Índia, e à derrapagem da economia da África do Sul apesar de ser o maior produtor mundial de platina, entre outros minérios, e um dos principais produtores de ouro do mundo. É quarta visita de Estado do líder chinês à África do Sul desde 2013. Parceria sólida A África do Sul foi convidada a ingressar no bloco BRIC – formado então por Brasil, Rússia, Índia, China -, a 24 de Dezembro de 2010 e, a 14 de Abril de 2011, o Presidente sul-africano Jacob Zuma participou na terceira Cimeira dos BRICS em Sanya, China. Xi visitou a África do Sul em 2018, onde participou na 10.ª Cimeira dos BRICS, que se realizou em Joanesburgo por ocasião do centenário do nascimento do líder histórico Nelson Mandela. Em 2013, Xi avistou-se com o seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma, em Pretória, em que discutiriam o reforço da parceria estratégica estabelecida entre os dois países em 2010. Durante a visita de Estado à África do Sul, também participou na 5.ª Cimeira dos BRICS, na cidade portuária de Durban, sudeste do país.
Hoje Macau Manchete PolíticaUE / Relatório | MNE e Governo rejeitam críticas europeias O Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros juntou-se ao Governo da RAEM e apontou que a UE não tem o direito de interferir nos assuntos internos da China A aprovação da nova Lei de Segurança Nacional “ameaça minar as liberdades fundamentais” em Macau, alertou um relatório divulgado pela União Europeia (UE), descrito no sábado pelo Governo da RAEM como calunioso e difamatório. Num relatório divulgado na sexta-feira, a UE recordou que entrou em vigor a 30 de Maio em Macau a revisão da lei de segurança nacional, que alarga o crime de secessão a acções não violentas, amplia a definição de sedição e pode acusar qualquer pessoa no estrangeiro que cometa crimes contra a segurança nacional da China. “O foco crescente na segurança nacional corre o risco de minar as liberdades fundamentais em Macau e corroer o princípio ‘um país, dois sistemas’ e o alto grau de autonomia” da região chinesa, sublinhou o relatório do Parlamento Europeu publicado pela Comissão. A integração de Macau na China, acordada com Portugal, foi feita em 1999 com base no princípio “um país, dois sistemas”, que previa a manutenção do modo de vida local durante 50 anos, incluindo as liberdades e direitos individuais. O relatório da UE indica ainda que “a liberdade de reunião continua sob ameaça”, recordando que desde 2020 que as autoridades proíbem a realização de uma vigília pública a propósito de Tiananmen. Au Kam San, um dos fundadores da União de Macau para o Desenvolvimento da Democracia, confirmou à Lusa em Maio que a associação que organizou durante mais de 30 anos a vigília foi extinta por receio da nova lei de segurança nacional. Em resposta, o Governo do território defendeu que o documento “caluniou descaradamente” a revisão da lei de segurança nacional, “difamou os direitos humanos e o estado de Direito em Macau e fez alguns comentários falsos” sobre o princípio ‘um país, dois sistemas’. “Forte descontentamento” Num comunicado, o Executivo da cidade “manifesta forte descontentamento e firme oposição” ao que chama de “manipulação política” e que atribui “inteiramente a preconceitos”. O Governo de Macau defendeu serem “factos básicos inegáveis” que os residentes gozam “plenamente dos amplos direitos e liberdades consagrados na Lei Básica”. A última estimativa dada à Lusa pelo Consulado-geral de Portugal na região apontava para 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong, sendo que o regime jurídico chinês não reconhece a dupla nacionalidade. Num outro comunicado divulgado no sábado, o Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau disse que a UE “não tem o direito de interferir” nos assuntos do território, porque “são assuntos internos da China”.
Hoje Macau SociedadeInflação | Taxa sobe 0,78%, a vigésima subida mensal consecutiva A taxa de inflação em Macau voltou a subir em Julho pelo vigésimo mês consecutivo, num ciclo que começou em Dezembro de 2021, depois de três trimestres de deflação provocada pela paralisia económica resultante do combate à pandemia. Segundo os dados avançados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o índice de preços no consumidor cresceu em Julho 0,78 por cento, face ao mesmo mês do ano passado. Em relação a Junho deste ano, a inflação 0,06 por cento no mês em análise. A DSEC refere que o crescimento foi “impulsionado, principalmente, pela ascensão dos preços das refeições adquiridas fora de casa, excursões, quartos de hotéis, vestuário” e pelo aumento das propinas escolares. No pólo oposto, a DSEC destaca a diminuição das rendas de casa e a redução dos preços dos bilhetes de avião, que “compensaram parte do crescimento do índice de preços”.
Hoje Macau Grande Plano MancheteChina | Desafios económicos não afectam de imediato investimento A economia chinesa abranda e o sector imobiliário é um dos primeiros a dar sinais de alerta, mas nem assim se esperam consequências negativas no investimento que está a ser feito em Portugal. Contudo, o cenário de abrandamento económico pode ter impactos em toda a Europa O abrandamento da economia chinesa e a crise imobiliária podem afectar a Europa, segundo os economistas consultados pela Lusa, que, contudo, não se mostram apreensivos sobre consequências imediatas para o investimento directo do país em território luso. De acordo com dados do Banco de Portugal (BdP), o investimento chinês em Portugal – incluindo aquele que é feito através de subsidiárias detidas em outros países – subiu para 12.510 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. Contudo, a tríade abrandamento económico, crise imobiliária e deflação podem levar a segunda maior potência económica a encolher o investimento directo estrangeiro a nível global. Apesar de admitir que uma paragem do investimento chinês pode ter repercussões, o bastonário da Ordem dos Economistas e professor do ISEG [Instituto Superior de Economia e Gestão], António Mendonça, em declarações à Lusa, afasta para já a ideia de que a actual situação na China “terá consequências imediatas em Portugal”, acreditando que não abalará o interesse do gigante asiático no país, já que “pode haver situações intermédias”. A condicionar o investimento poderão estar, antes, decisões políticas internas portuguesas, segundo o economista e presidente do ‘think-tank’ Internacional Affairs Network, Luís Tavares Bravo, que aponta as recentes maiores limitações de acesso ao programa ‘Vistos Gold’ como “um factor adicional de menor investimento proveniente da China, pelo menos durante o primeiro ano de ajustamento às novas regras de acesso à residência fiscal em Portugal”. Uma questão de números O investimento chinês em Portugal aumentou no primeiro trimestre deste ano quer face aos 10.744 milhões de euros registados no período homólogo do ano passado quer face aos 11.228 milhões de euros do quarto trimestre de 2022, segundo dados do BdP (que serão atualizados em 21 de Agosto). Os números revelam que este é o nível mais elevado desde o primeiro trimestre de 2019, início da série disponível. No entanto, a queda do indicador de investimento estrangeiro da China a nível global para mínimos de 25 anos no segundo trimestre, com os passivos a diminuírem para 4,9 mil milhões de euros, fez soar alguns alarmes. Luís Tavares Bravo considera que “a menor impetuosidade da China, que foi a mais influente no crescimento global da última década pode afectar toda a economia europeia, e também Portugal”. Destacando que “na última década a China representou cerca de 40 por cento do valor do crescimento da economia global”, salienta que “as notícias recentes dão conta de maior fragilidade económica”, já que “a recuperação da actividade após o levantamento das restrições covid não tem sido o que se esperava”, as exportações estão em queda há três meses consecutivos e as importações há cinco meses, ao que se associa a “queda generalizada de preços que vão desde a componente imobiliária aos bens alimentares”. “A materializar-se o pior cenário, as repercussões destes factores são obviamente impactantes no gigante asiático e podem condicionar a recuperação da economia mundial afectando a procura global e o comércio internacional – a China, por exemplo, é o maior consumidor mundial de matérias-primas – contrariando inclusivamente as expectativas mais optimistas para este ano, que aguardavam um impulso mais forte por parte dos consumidores da China”, salienta. Casas sem liquidez Paralelamente, a China vive uma nova crise de liquidez no imobiliário, com várias construtoras chinesas em risco de entrarem em incumprimento, naquele que é um sector crucial para o país e que viu os preços dos imóveis a caírem, pelo segundo mês consecutivo, em Julho. Os mais recentes episódios da Country Garden – uma das maiores construtoras do país, que não conseguiu cumprir com o pagamento do cupão de dois títulos obrigacionistas – ou da empresa de gestão de fortunas Zhongrong International Trust – com grande exposição ao sector imobiliário, que deixou também de pagar dividendos em alguns produtos de investimento – levantaram novos receios sobre o impacto no sistema financeiro e na economia. “A questão está também associada à capacidade de o Governo chinês conseguir intervir de modo a conter a desconfiança que pode advir deste problema, e desta forma conter, por um lado a desconfiança e fuga de capitais deste sector, e por outro uma espiral descontrolada de queda dos preços no imobiliário”, salienta Luís Tavares Bravo. O economista considera que “à partida, esta bolha poderá ser controlada, mas o Governo chinês tem de facto um delicado exercício de equilíbrios para gerir, uma vez que se encontra também a gerir uma transição de modelo de crescimento da economia”, também esta com um endividamento “significativo”. Num ‘research’ da Allianz Global Investors (AllianzGI), a que a Lusa teve acesso, o economista da gestora responsável pelo acompanhamento da Ásia-Pacífico, Christiaan Tuntono, assinala esperar que sejam anunciadas medidas de flexibilização nos próximos meses. O economista considera que poderão ser contempladas medidas quer do lado da procura, como por exemplo, “menor exigência de entrada, definição mais flexível para a primeira hipoteca da casa, relaxamento nas restrições de compra de casa”, quer do lado da oferta, como “apoio financeiro para apoiar a conclusão da casa”. “Na frente da política monetária, acreditamos que há hipótese de ver mais liquidez bancária e flexibilização da taxa de juros pelo Banco Popular da China [PBoC, na sigla em ingês]”, acrescenta. Além de responder a estes desafios, a China mostra-se comprometida em “optimizar ainda mais o ambiente para o investimento estrangeiro” e “intensificar os esforços para atrair investimento externo”, tendo o Conselho de Estado chinês publicado directrizes para o efeito. Economia em mudança O economista António Mendonça realça que o conjunto de choques externos – que começou com a crise de 2008, a covid-19 e depois a guerra na Ucrânia – acentuaram algumas tendências de transformação da economia mundial: “Estamos a viver um momento de grandes alterações económicas, de alteração de forças”, destaca, defendendo que “tudo aquilo que se passar tem consequências sérias não apenas do ponto de vista interno [para a China] como mundial”. O bastonário considera que além dos factores de natureza internacional, poderá existir “a necessidade de o próprio modelo de crescimento chinês ser objecto de revisão”, para um em que “a procura interna passe a ter um peso mais importante”. Tal também iria permitir, refere, “contrabalançar as próprias restrições que estão a ser colocadas pelo Ocidente, nomeadamente pelo EUA e Europa”. “Por um lado, a Europa quer diminuir os laços de dependência com a China, por outro depara-se com a China ser o maior parceiro comercial. Se houver uma ruptura muito rápida originará consequências negativas”, alerta, acrescentando que caso se adicione “a toda esta complexidade, os factores de natureza política e de geopolítica temos uma panela de pressão”. Excluindo o investimento directo português no próprio país (ocorre quando o investimento tem origem e destino em Portugal sendo feito por entidades intermediárias residentes noutros territórios, como o Luxemburgo ou Países Baixos), a China é o quarto país que mais investe em Portugal, sobretudo através de subsidiárias no Luxemburgo e Hong Kong, nas áreas da electricidade, gás e água e serviços. Não considerando a utilização de outros mercados como veículos para investir em território português, o valor do investimento chinês em Portugal situa-se muito abaixo destes níveis, com o país a sair do ‘top cinco’. No primeiro trimestre deste ano, o investimento directo de contraparte imediata chinês cifrava-se em 3.294 milhões de euros, uma subida face aos 2.983 milhões de euros no período homólogo e aos 3.220 milhões de euros do quarto trimestre de 2022.
Hoje Macau EventosFotografia | Livro “O que foi não volta a ser…” arrecada bronze em concurso O mais recente livro do fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro “O que foi não volta a ser…” foi distinguido com Bronze na categoria de Livros Documentais na edição deste ano dos prémios “PX3 – Prix de La Photographie Paris”. O livro, publicado em Novembro de 2022 e que já vai na sua segunda edição, revela o último projecto documental fotográfico. “O que foi não volta a ser…” é o resultado de um trabalho de mais de um ano em que o autor, radicado em Macau há 13 anos, procurou adquirir ou pedir emprestado fotografias antigas de Macau, captadas a preto e branco, entre os anos de 1930 e 1990, em diversos formatos. Gonçalo Lobo Pinheiro recorda, uma vez mais, que fazer este trabalho não foi fácil, por inúmeras razões. “Estou muito feliz. É um concurso de fotografia importante, com muita visibilidade. Sempre disse desde que findei o projecto que não tinha sido fácil executá-lo, por isso, esta distinção deixa-me muito contente”, começou por dizer. “Adquiri as fotografias em leilões, na Internet, a particulares, em lojas e até em Portugal. Poucas me foram dadas ou emprestadas. Aliás, acabei por fazer, por diversas vezes, vários apelos nas redes sociais para ter em minha posse imagens antigas de Macau, o que não aconteceu. As pessoas saudavam a iniciativa, mas quase ninguém me disponibilizou imagens. E depois, claro, estávamos em plena pandemia de Covid-19”, lamentou. Livro bem recebido O autor destaca o facto de o livro ter tido uma “óptima recepção” por parte das pessoas, algo que, assume, “não esperava” apesar de considerar que o tema e a abordagem “são atractivos”. Macau mudou muito nos últimos anos, é certo. “Imaginem fotografias captadas há 70 ou 80 anos. E agora, o que fazer com elas? Se, por um lado, ainda é possível recriar alguns cenários, por outro lado, é impossível obter pontos de contactos noutras fotografias, porque simplesmente as coisas já não existem no território. Tudo mudou. Por isso, na grande maioria dos casos, o que foi não volta a ser”, referiu, deixando a porta aberta para fazer nos próximos anos uma espécie de segundo volume do projecto com fotografias novas. O livro, patrocinado pelo Banco Nacional Ultramarino (BNU) e pela Fundação Rui Cunha, tem o prefácio da jurista e política portuguesa Maria de Belém Roseira, antiga Ministra da Saúde e Ministra para a Igualdade, igualmente deputada à Assembleia da República Portuguesa, que passou por Macau durante os anos de 1980, onde foi administradora da TDM – Teledifusão de Macau. No mesmo concurso, Gonçalo Lobo Pinheiro arrecadou ainda uma menção honrosa na categoria Reportagem de Imprensa com o trabalho “O Último Tributo” que mostra a despedida da população de Macau à Rainha Isabel II na Capela Morrison, localizada junto ao Cemitério Protestante, publicado no jornal Ponto Final e na revista Macau Closer.
Hoje Macau EventosLuís Cardoso, escritor: “É crucial desenvolver a literatura timorense” O autor de “O Plantador de Abóboras” foi ontem condecorado com a Ordem da Liberdade em Timor-Leste, país de onde é natural. Em entrevista, Luís Cardoso considera que cabe aos jovens timorenses, e à população do jovem país, escrever a sua própria história, incluindo ao nível literário O escritor timorense Luís Cardoso, condecorado em Díli com a Ordem da Liberdade, desafiou hoje os jovens timorenses a usar a literatura para contar a história do país e para “exorcizar o passado”. “Timor teve várias fases da sua história. E é nossa obrigação, dever dos timorenses, escrever essa história. Eu faço-o através da literatura e outros podem fazê-lo de outras formas”, explicou Luís Cardoso, em entrevista à Lusa. “É crucial desenvolver a literatura timorense, que pode ser um canal para isso. Passar a história para a literatura, como os escritores portugueses fazem tão bem, é muito importante para Timor. Isso é o nosso dever. Quando escrevemos estamos a exorcizar tudo, o nosso passado, o nosso presente e a projectar para o futuro”, vincou. Luís Cardoso é o nome maior da literatura timorense, vencedor do Prémio Oceanos no ano passado, mas cuja obra ainda não é amplamente conhecida no seu próprio país, que não visitava há quase uma década, como contou em entrevista à Lusa. “Timor é sempre a casa e por isso digo que estou a regressar a casa. Ausentei-me da casa há muito tempo e estou de regresso a casa. Continua a ser predominante o ser timorense, apesar de viver fora de Timor”, refere o escritor, conhecido como ‘Takas’. O país é claramente o foco principal da sua escrita e das personagens que a habitam, e a obra que vai produzindo mistura vivências, memória e imaginário de um país que conheceu e que hoje acompanha à distância. “É na memória que está todo o nosso imaginário. Estudei na escola do Fuiloro e relembro os nomes dos que passaram por lá. A minha memória desses companheiros, a maioria falecidos, é algo muito vivo”, recorda. “Parece que os estou a ver ainda hoje e isso às vezes cria-me um pavor tremendo. Estão presentes em mim, mas não os posso ir abraçar”, enfatiza. Ritmos de escrita Escreve todos os dias, muitas vezes apenas para si próprio, outras a pensar na nova obra que tem “na cabeça”, centrada no mítico Hotel Timor, em Díli, e que descreve como “um livro de exorcismo sobre o passado recente” e onde ainda está a procurar encaixar-se. “Os escritores têm sempre na sua cabeça um Hotel Timor. O Hotel Timor é paradigmático porque passaram por lá a maioria das pessoas, foi porta de entrada das pessoas, cada um com as suas ideias e opiniões”, explica. “Mas como já estou velho estou já naquela fase de ser o ‘velho que escrevia romances de amor’. Espero que seja também um romance de amor”, explicando sorrindo. Fora da literatura é no Facebook que é mais prolífico, com pequenos textos em que vai comentando a construção do jovem país. “Isso é cidadania. Não podendo exercer essa cidadania aqui, de forma presente no país, com as pessoas que estão cá a construir o país, a melhor forma de exercer essa cidadania é, primeiro, a escrever os livros, que têm essa função, mas ao mesmo tempo tentar participar na vida colectiva, através destes pequenos textos que reflectem essa inquietação sobre o meu país, para onde vamos, como somos, e o que vai acontecer no nosso país”, explica. “Crítica, não no sentido de destruição, mas de contribuição para o que acha que o país pode aproveitar”, enfatiza. Muitos dos textos apresentam essa voz crítica, em alguns casos olhando de forma jocosa para o que se vai passando na meia ilha, vincando que o seu país “está num caminho” e que mesmo erros e solavancos devem servir para inspirar e não para entorpecer. “Há oportunidades perdidas e quando isso acontece lamentamos, mas a tristeza não é algo desesperante. Faz-nos reformular os caminhos. Há sim alguma desilusão, de timorenses, e até os protagonistas têm essa consciência de que é necessário reformular, ver o que podemos fazer de melhor, aproveitando a experiência má e boa – e há muitas coisas boas -, e ver o que podemos fazer para a frente”, explica. Condecoração, algo “tremendo” Um dos pontos altos da visita foi a sua condecoração pelo Presidente da República, José Ramos-Horta, “uma coisa tremenda”. “É algo grande demais para mim. Eu desapareço nas coisas. Não sou de grandes eventos. Um escritor quando escreve recebe prémios literários, mas um reconhecimento de um país é algo tremendo. Sentimo-nos pequenos”, disse. “Não contribuí nada no dia a dia para o desenvolvimento do país, contribuí apenas com a minha literatura, e por isso esta condecoração faz-me sentir pequeno. Mas sei que muitos timorenses ficaram contentes com esta decisão e por isso vamos celebrar o momento, que espero marque um novo começo na literatura timorense”, disse. É esse, aliás, outro foco importante da visita: os muitos contactos com jovens e estudantes previstos, oportunidades para conversar sobre o mundo da literatura, ainda pouco explorado em Timor-Leste. Luís Cardoso reconhece essa falta de “referências, de escritores, de poetas” e, por isso, afirma, quando escreve é como “pegar o touro pelos cornos”. “Espero que os jovens, inclusive aqueles com quem vou falar durante esta minha visita, possam usufruir da minha experiência, para que possam também querer escrever. Há uma liberdade tremenda na escrita e cada um escolhe o que quer e como quer escrever”, disse. “Vou partilhar o meu caminho. A literatura não se faz de um dia para o outro. Um dia escrevemos uma coisa que achamos fantástica e no dia a seguir voltamos a ler e dizemos: isto não presta para nada. É um trabalho contínuo”, disse. Luís Cardoso nasceu em Kailako, no interior de Timor-Leste, que aparece por diversas vezes referenciada nos seus romances. É autor de romances como “Crónica de Uma Travessia” (1997), “Olhos de Coruja Olhos de Gato Bravo” (2001), “A Última Morte do Coronel Santiago” (2003), “Requiem para o Navegador Solitário” (2007) e “O ano em que Pigafetta completou a circum-navegação” (2013). Com a sua mais recente obra, “O Plantador de Abóboras”, tornou-se no primeiro escritor timorense a vencer o prémio literário Oceanos, um dos mais importantes para os países lusófonos. “Takas” condecorado O Presidente timorense condecorou ontem o escritor Luís Cardoso com o Colar da Ordem de Timor-Leste, em reconhecimento pelo seu trabalho literário e pelo papel que teve durante a luta pela autodeterminação do país. José Ramos-Horta destacou o “privilégio e o prazer de trazer de volta a Timor-Leste, à sua terra natal, o grande escritor timorense ‘Takas’”, que comparou com “Mia Couto, o Pepetela e outros grandes escritores de Cabo Verde, Brasil e Portugal”. “’Takas’ orgulha-nos e enriquece a cultura e a literatura timorense. Temos procurado incentivar a leitura e através do escritor ‘Takas’ queremos também tentar incentivar ainda mais a leitura entre os nossos jovens”, destacou. No decreto de condecoração, o chefe de Estado recorda, além do trabalho literário, o papel de Luis Cardoso durante a luta pela independência, período em que exerceu funções de representação do Conselho Nacional da Resistência Maubere (CNRM) em Portugal, quando trabalhou diretamente, entre outros, com o próprio Ramos-Horta.
Hoje Macau China / ÁsiaPM chinês pede que segurança e desenvolvimento sejam “organicamente combinados” O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse ontem que segurança e desenvolvimento devem ser “organicamente combinados”, numa altura em que a crescente ênfase de Pequim na segurança coincide com o abrandamento da economia. Durante uma reunião do Conselho de Estado, o Executivo chinês, Li disse que deve haver “maior foco no desenvolvimento e apoio às empresas” e pediu uma “combinação orgânica” entre segurança e desenvolvimento. A posição de Li surge numa altura em que observadores temem que o crescente ênfase da China na “segurança”, que inclui a entrada em vigor da Lei de Contraespionagem susceptível de dificultar o intercâmbio com o exterior, está a sobrepor-se ao foco do país no desenvolvimento económico. O governo “vai focar-se no progresso enquanto mantém a estabilidade, aplicar com precisão e vigor as medidas de controlo macroeconómico e aproveitar a sinergia entre as várias políticas”, afirmou Li Qiang, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Segundo o primeiro-ministro chinês, vão ser feitos esforços para “melhorar o ambiente de desenvolvimento das empresas privadas”, “optimizar a estrutura do comércio externo” e “melhor atrair e utilizar o capital estrangeiro”. O Conselho de Estado publicou directrizes, no domingo, para “optimizar ainda mais o ambiente para o investimento estrangeiro” e “intensificar os esforços para atrair investimento externo”. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, explicou na quarta-feira que o país asiático “tem confiança, condições e capacidade” para atingir as suas metas anuais e disse que a “imprensa e políticos ocidentais” que “procuram notoriedade ao apontar problemas na recuperação económica da China” vão “confrontar-se com a realidade”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Alerta de seca em quatro províncias Quatro regiões do centro e oeste da China activaram ontem o nível mais baixo de emergência para secas, numa altura em que especialistas locais alertam para secas mais severas este ano face ao retorno do fenómeno climático El Niño. Desde Junho, a seca afectou o centro e o oeste da Mongólia Interior, Gansu, Qinghai e Ningxia, com a quantidade de água a fluir e armazenada nos reservatórios “menor que no mesmo período em anos normais”, informou o ministério dos Recursos Hídricos. A seca severa nas quatro províncias também deve persistir “por um período mais longo”, acrescentou o organismo. O ministério também instou as autoridades locais encarregues de gerir a água a “monitorar o desenvolvimento das chuvas, água e seca”, “desviar cientificamente a água de projectos hidroeléctricos” e “tomar medidas localizadas”. Um especialista citado pelo jornal oficial Global Times destacou que as quatro províncias “têm experiência na gestão de secas” e alertou que o “gado será o mais afectado”. Segundo especialistas locais, o desenvolvimento do El Niño, resultado de mudanças naturais nos ventos e na temperatura dos oceanos, “vai contribuir para o aquecimento global, aumentar a probabilidade de novos recordes de temperatura e fazer com que algumas áreas sofram inundações e outras secas”. Entre Junho e Julho de 2009, dezassete províncias chinesas sofreram fortes secas devido aos efeitos do El Niño. Este Verão, inundações no norte do país asiático deixaram dezenas de mortos. Em 2021 e 2022, os Verões na China ficaram já marcados por chuvas de intensidade sem precedentes em décadas no centro do país, causando mais de 300 mortos, e por uma seca persistente nas zonas mais a sul.
Hoje Macau China / ÁsiaTurismo | Canadá continua excluído dos destinos autorizados por Pequim a grupos O Canadá permanece de fora da lista de destinos turísticos aprovados por Pequim, devido a acusações de “ingerência” política, indicou na quarta-feira a embaixada chinesa em Otava. Na quinta-feira a China já tinha levantado uma interdição, em vigor desde a crise sanitária devido ao novo coronavírus Covid-19, para as viagens em grupo para mais de 70 países, entre os quais os EUA. Esta interdição já tinha sido levantada para a França. Mas Pequim continua sem levantar a restrições para o Canadá, que acolheu cerca de 700 mil turistas chinesas em 2018. “Nos últimos tempos, a parte canadiana não parou de insistir na dita ‘ingerência chinesa’ e os actos e afirmações discriminatórios e generalizados sobre os asiáticos multiplicam-se no Canadá”, escreveu na quarta-feira a embaixada chinesa no Canadá, para explicar a manutenção das restrições das viagens de grupo destinadas a este país norte-americano. A dirigente da agência de turismo de Niagara Falls, um dos locais mais visitados pelos turistas no Canadá, Janice Thomson, qualificou de decepcionante a decisão de Pequim e desejou que o Canadá faça parte do grupo dos próximos países autorizados aos grupos de turistas chineses.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi pede paciência para abrandamento e aponta materialismo ocidental O Presidente da China, Xi Jinping, pediu paciência face ao abrandamento da economia chinesa, num discurso publicado ontem, e disse que os países ocidentais atravessam “cada vez mais dificuldades” devido ao materialismo e “pobreza espiritual” O discurso de Xi foi publicado pela Qiushi, a revista bimensal do Partido Comunista Chinês sobre teoria política, depois de novos dados divulgados esta semana apontarem para o contínuo abrandamento da actividade na segunda maior economia do mundo. O Governo deixou, entretanto, de actualizar a taxa de desemprego jovem, que atingiu valores recorde ao longo deste ano, acima dos 20 por cento. Xi, o líder chinês mais forte das últimas décadas, pediu que a China “construa uma ideologia socialista fortemente coesiva” e que se concentre em objectivos de longo prazo, visando melhorar a educação, saúde e segurança alimentar da população, composta por mais de 1,4 mil milhões de habitantes, em vez de buscar apenas riqueza material a curto prazo. Desde que assumiu o poder, em 2012, Xi restaurou o papel do PCC como líder económico e social da China e reforçou o controlo político sobre os negócios, educação e sociedade. Algumas mudanças têm assumido custos crescentes, à medida que empresas chinesas bem-sucedidas são pressionadas a desviar dinheiro para iniciativas políticas, incluindo o desenvolvimento de ‘chips’ semicondutores. O PCC reforçou o controlo sobre as indústrias de tecnologia através de uma campanha de regulação da gestão de dados e práticas monopolistas, que eliminou milhares de milhões de dólares em capitalização de mercado. “Devemos manter a paciência histórica e insistir num progresso constante, passo a passo”, disse Xi, no discurso difundido pela Qiushi. A revista esclareceu que o discurso foi realizado em Fevereiro, na cidade de Chongqing, no sudoeste do país. É comum que a Qiushi publique discursos meses depois de serem proferidos. Jovens em crise O crescimento económico caiu para 0,8 por cento, no segundo trimestre do ano, face ao período entre Janeiro e Março, quando cresceu 2,2 por cento. Uma pesquisa difundida em Junho constatou que o desemprego entre os trabalhadores urbanos com idades entre 16 e 24 anos atingiu um nível recorde de 21,3 por cento. O Gabinete Nacional de Estatística disse esta semana que iria reter as actualizações enquanto revia os critérios de medição. O Governo chinês também introduziu uma ampla e vaga Lei de Contraespionagem susceptível de dificultar o intercâmbio com o exterior, que preocupa investidores chineses e estrangeiros. Xi enfatizou a “prosperidade comum”, uma campanha do PCC dos anos 1950, que fez reviver. O líder chinês pediu soluções para reduzir a enorme diferença de riqueza na China, entre uma pequena elite e a maioria pobre, e “o desenvolvimento saudável do capital”. “A prosperidade comum para todas as pessoas” é uma “característica essencial da modernização ao estilo chinês e uma distinção da modernização de estilo ocidental”, disse Xi. A modernização do Ocidente “almeja a maximização dos interesses do capital, em vez de servir aos interesses da grande maioria das pessoas”, observou. “Hoje, os países ocidentais enfrentam cada vez mais problemas”, afirmou Xi. “Estes países não podem conter a natureza gananciosa do capital e não conseguem resolver doenças crónicas como o materialismo e a pobreza espiritual”.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Número de visitantes sobe 24,9% face a Junho Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que o número de turistas aumentou 24,9 por cento em termos mensais, entre Junho e Julho. No mês passado Macau recebeu um total de 2.759.544 visitantes, sendo que este número cresceu 28,1 por cento em termos anuais devido “ao aumento do número de visitantes e pelo facto de a base de comparação, de Julho de 2022, ter sido relativamente baixa”. Em Julho, o território recebeu 1.431.681, mais 55,6 por cento, e 1.327.863, excursionistas, com uma subida inferior, de 18,3 por cento em termos anuais. Os visitantes do interior da China continuam a dominar o mercado, tendo Macau recebido, em Julho, 1.910.371 oriundas desta zona do país, mais 25,9 por cento em termos anuais. Destaque para o facto de que 1.087.315 desses visitantes tinham visto individual, o que mostra que as excursões continuam a ocorrer em menor número face a este tipo de viagem. O território recebeu ainda 865.698 pessoas das nove cidades que fazem parte do projecto da Grande Baía, sendo que 23,6 por cento vieram de Zhuhai, num total de 204.191 pessoas. Relativamente aos primeiros sete meses do ano, Macau recebeu 14.405.421 visitantes, mais 314,6 por cento, face ao período homólogo do ano transacto.
Hoje Macau PolíticaEconomia | Governo faz novas exigências a concessionárias O Executivo de Ho Iat Seng apresentou às concessionárias de jogo novas exigências relacionadas com as prioridades de diversificação económica, indicou o portal Asia Gaming Brief, citando uma fonte que afirmou que as exigências governamentais estão a atrasar a apresentação dos planos de investimento das operadoras. O Asia Gaming Brief acrescenta que várias fontes do sector confirmaram que as negociações entre o Governo e as concessionárias atingiram um impasse, na sequência das novas exigências. O Executivo terá pedido planos detalhados para cada projecto em que as concessionárias pretendem investir para desenvolver as quatros indústrias prioritárias, ou seja, big health, finanças modernas, tecnologias de ponta e convenções, exposições e comércio. O portal indica também que as novas exigências deixaram as operadoras surpreendidas com as exigências, que vão muito além da informação sobre o volume de capital investido e o conteúdo das actividades, sendo exigidas especificações sobre os benefícios sociais e avanços no desenvolvimento das indústrias prioritárias que os projectos podem alcançar.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Tribunal rejeita queixa contra bloqueio parlamentar ao vencedor das eleições O Tribunal Constitucional da Tailândia rejeitou uma queixa do partido vencedor das eleições de maio contra o bloqueio do seu candidato, Pita Limjaroenrat, na votação para primeiro-ministro no parlamento. A decisão é um revés para o partido reformista Move Forward (Avançar, na tradução em português), que garantiu mais lugares na câmara baixa, mas abre caminho para uma nova votação para primeiro-ministro, algo que pode acontecer entre esta semana e a próxima. O líder da Câmara dos Representantes, a câmara baixa do parlamento da Tailândia, Wan Noor, indicou que, após tomar conhecimento da decisão do tribunal, iria consultar os serviços jurídicos para preparar a votação. A queixa rejeitada pelo Tribunal Constitucional diz respeito à segunda tentativa de candidatura apresentada pelo Avançar, a 19 de julho, que não foi votada após ter sido rejeitada no parlamento, com o apoio da câmara alta do parlamento, composta por senadores não eleitos. Na sequência deste impasse, o Avançar decidiu, no final de julho, entregar a formação do Governo ao Pheu Thai, outro grande partido do movimento pró-democracia, que formou uma nova coligação. A Tailândia encontra-se num impasse político após as eleições de 14 de maio, na sequência da vitória inesperada do Avançar, que pretendia retirar os militares do poder, que detêm há mais de uma década, e reduzir o poder da monarquia. O Avançar e sete outras plataformas criaram inicialmente uma coligação de partidos pró-democracia com uma ampla maioria entre os 500 membros da Câmara dos Representantes eleita. No entanto, a coligação não conseguiu formar um Governo depois de a candidatura de Pita ter sido bloqueada duas vezes pela oposição do Senado, cujos 250 membros foram nomeados pela antiga junta militar (2014-2019). Da primeira vez Pita perdeu e na segunda tentativa, sobre a qual o Tribunal Constitucional se pronunciou hoje, não houve sequer lugar a uma votação. A eleição do primeiro-ministro envolve as duas câmaras da legislatura e o candidato deve obter o apoio de uma maioria absoluta. O Phue Thai tenciona apresentar como candidato a primeiro-ministro o magnata da construção civil Srettha Thavisin, que se opôs à reforma da lei de lesa-majestade, a proposta do Avançar que suscitou mais oposição entre os senadores, num país em que insultar ou difamar o rei pode resultar numa pena máxima de 15 anos de prisão.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Comentador alerta para danos suscitados pela Lei de Contraespionagem O proeminente comentador chinês Hu Xijin alertou ontem para os danos provocados pela nova Lei de Contraespionagem da China, numa altura em que académicos e funcionários do país passaram a evitar o contacto com estrangeiros. Numa mensagem difundida através da rede social Weibo, o ex-editor-chefe do Global Times, admitiu que os académicos chineses evitam agora reunir-se com estrangeiros, temendo repercussões, face à nova legislação e a uma campanha de mobilização, promovida pelo Ministério de Segurança do Estado chinês, para “capturar espiões”. “Como é que podemos expandir o processo de abertura ao exterior nestas condições”, questionou Hu. “A intenção original da campanha definitivamente não visava este efeito, ou será que visava”, perguntou. Uma emenda à Lei de Contraespionagem, que entrou em vigor em julho, passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitetura de segurança”. Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” passaram a estar sob o mesmo grau de proteção que os segredos de Estado, de acordo com a emenda. Este mês, o ministério de Segurança do Estado chinês pediu a mobilização de “toda a sociedade”, visando “prevenir e combater a espionagem”. O ministério indicou que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”. O organismo disse que vai colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, “garantindo o sigilo” dos informantes. A partilha de Hu Xijin surge acompanhada por fotos onde aparece a conversar com um “amigo” diplomata da Coreia do Sul e a garantia: “Eu vou continuar a ter contacto com estrangeiros”. “Acredito que a abertura da China exige mais contacto com o exterior”, disse Hu. “O meu coração é altruísta e o mundo é amplo”, acrescentou. O comentador apelou “a todos aqueles que têm a mente aberta” que deixem de lado os receios e “abram as portas da China ao exterior”.
Hoje Macau China / ÁsiaPreços dos imóveis caem pelo segundo mês consecutivo Os preços dos imóveis na China caíram, pelo segundo mês consecutivo, em julho, num sinal de agravamento da crise num sector crucial para a segunda maior economia do mundo. Os preços das casas novas em 70 cidades caíram 0,23%, no mês passado, em relação a junho, quando registaram uma queda de 0,06%, segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística. Os preços caíram 0,47% no mercado de casas usadas, segundo os mesmos dados. A queda nos preços surge numa altura em que o sector enfrenta uma crise de liquidez, com várias construtoras chinesas em risco de entrar em incumprimento. Na semana passada, a Country Garden, uma das maiores construtoras do país, não conseguiu cumprir com o pagamento do cupão de dois títulos obrigacionistas. O grupo corre assim o risco de entrar oficialmente em incumprimento após um período de carência de 30 dias. Tal como no caso da Evergrande, outra grande empresa imobiliária da China, cujo passivo supera os 300 mil milhões de euros e que teve que chegar a acordo de reestruturação da dívida com detentores de títulos, o colapso da Country Garden teria repercussões no sistema financeiro e na economia chinesa. Esta semana, a empresa de gestão de fortunas Zhongrong International Trust, que tem grande exposição ao sector imobiliário, deixou também de pagar dividendos em alguns produtos de investimento. No mês passado, o declínio dos preços das casas novas foi generalizado, com 49 das 70 cidades a registar uma queda face a junho. No mercado de casas usadas, onde os preços estão menos sujeitos à intervenção do governo, os preços caíram em todas as cidades, excepto sete. Em Shenzhen, uma das cidades mais ricas do país, os preços caíram 0,9% no mercado secundário, aproximando-se do nível de junho do ano passado. O valor das vendas de imóveis em todo o país caiu 43%, entre junho e julho, para 654 mil milhões de yuan. Segundo cálculos da agência Bloomberg, foi o valor mais baixo em quase seis anos. A crise de liquidez sem precedentes no imobiliário da China foi suscitada por uma campanha lançada por Pequim para reduzir os níveis de alavancagem no sector, que representa um quarto do PIB (Produto Interno Bruto) chinês. A reforma habitacional na China, no final da década de 1990, levou a um ‘boom’ no sector, alimentado pelas normas sociais. A aquisição de casa própria é muitas vezes pré-requisito para casar. No entanto, em 2021, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70% na relação entre passivo e activos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. A falta de liquidez no sector fez com que várias obras em todo o país fossem obrigadas a parar, o que resultou, no verão passado, num “boicote às hipotecas”, que se estendeu a mais de uma centena de cidades, com os compradores de apartamentos inacabados a deixarem de pagar a prestação mensal aos bancos. Nos últimos meses, o Governo mudou de rumo e anunciou várias medidas de apoio, inclusive a abertura de linhas de crédito, cujo objectivo prioritário é finalizar empreendimentos cujas obras ficaram por completar.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | “Muro sólido” para proteger dados após ciberataque O ministério de Segurança do Estado da China apelou hoje à “construção de um muro sólido” para proteger a segurança dos dados informáticos, após um alegado ciberataque ao Centro de Monitorização de Terramotos de Wuhan (centro). Uma equipa de investigação formada pelo Centro de Resposta de Emergência a Vírus de Computador da China e pela empresa chinesa de cibersegurança 360 descobriu, recentemente, “programas maliciosos com características típicas de agências de inteligência dos Estados Unidos” que poderiam estar por detrás de um ciberataque que teve como alvo o Centro de Monitorização de Terramotos da cidade de Wuhan, no centro do país, de acordo com o jornal oficial Global Times. O ministério disse, em comunicado, que nos últimos anos “casos semelhantes envolvendo algumas organizações estrangeiras que obtiveram acesso a dados importantes de segurança da China foram relatados com frequência”, alertando para o “risco de vazamento de dados”. A agência informou sobre outros casos de ciberataques, em 2020 e 2021, quando os sistemas de computadores de uma companhia aérea foram atacados “por uma rede estrangeira” e quando uma consultora estrangeira “cooperou” com trabalhadores chineses para coletar dados do transporte marítimo. “Proteger a segurança dos dados é proteger a segurança nacional e defender a soberania dos dados é defender a soberania nacional”, afirmou o ministério. O organismo mencionou a “relação próxima” entre os dados e os “interesses do povo e da segurança nacional”, o que explica porque os dados da China estão a atrair o “interesse de agências de espionagem estrangeiras”. Dados de alta qualidade “tiveram um grande impacto no desenvolvimento económico e social” na China, disse a agência. Uma emenda à Lei de Contraespionagem, que entrou em vigor em julho passado, passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitectura de segurança”. Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” vão passar a estar sob o mesmo grau de proteção que os segredos de Estado, de acordo com a emenda. Este mês, o ministério de Segurança do Estado chinês pediu a mobilização de “toda a sociedade”, visando “prevenir e combater a espionagem”. O ministério indicou que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”. O organismo disse que vai colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, “garantindo o sigilo” dos informantes.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Português declara-se culpado de “incitamento à subversão” Wong Kin Chung, aliás Joseph John, que tem nacionalidade portuguesa, pertencia ao Partido para a Independência de Hong Kong, administrava a página da organização no Facebook, pediu várias vezes a intervenção de tropas estrangeiras e angariou fundos para a compra de material militar. Preso ao abrigo da Lei de Segurança Nacional, declara-se agora culpado do crime de “incitamento à subversão”. Um cidadão português declarou-se na terça-feira culpado do crime de incitamento à subversão num tribunal de Hong Kong, que rejeitou o pedido da defesa para que Joseph John saísse sob fiança. O homem, também conhecido como Wong Kin Chung, aceitou a acusação, que acarreta uma pena máxima de 10 anos de prisão, numa sessão no tribunal do distrito de Wanchai. O advogado de defesa apresentou um pedido para que o português, detido desde o final de outubro, saísse sob uma fiança no valor de 26 mil dólares de Hong Kong. No entanto, o juiz Stanley Chan Kwong-chi rejeitou o pedido, considerando que o arguido continua a representar um perigo para a segurança nacional da China, e voltou a adiar, pela quarta vez, o início do julgamento. Stanley Chan é um dos juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional, promulgada em 2020 por Pequim para pôr fim à dissidência na região semiautónoma chinesa. Esta lei criou o crime de incitação à subversão, com uma pena mínima de cinco anos de prisão e uma pena máxima de 10 anos, que em 9 de março foi adicionado pelo Ministério Público à acusação contra Joseph John. O português foi inicialmente acusado do crime de sedição, ao abrigo de uma outra lei, da era colonial britânica, cuja pena máxima é de dois anos de prisão. De acordo com a acusação, Joseph John era administrador do perfil na rede social Facebook do Partido para a Independência de Hong Kong. A organização foi fundada no Reino Unido em 2015, mas a comissão eleitoral britânica revogou o estatuto de partido político em 2018. O suspeito, funcionário do Royal College of Music no Reino Unido, terá usado o perfil para, desde setembro de 2019, “lançar uma campanha de angariação de fundos para despesas militares, enviar petições para páginas de governos estrangeiros e apelar ao apoio de tropas estrangeiras”. O homem terá apelado a Londres para declarar que a China estaria a “ocupar ilegalmente” Hong Kong, assim como pediu ao Reino Unido e aos Estados Unidos para enviarem tropas para a antiga colónia britânica, cujo controlo passou para Pequim em 1997. Na sessão de terça-feira estiveram presentes o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, e um representante da Delegação da União Europeia em Hong Kong. O arguido, nascido em Hong Kong e com estatuto de residente permanente na região administrativa especial chinesa, terá pedido um salvo-conduto para deslocação ao interior da China. A China, cujo regime jurídico chinês não reconhece a dupla nacionalidade, só atribui o salvo-conduto a pessoas de etnia chinesa e considera que o documento serve como reconhecimento da nacionalidade chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia e China prometem manter ‘paz e tranquilidade’ em fronteira disputada Comandantes militares chineses e indianos comprometeram-se hoje a “manter a paz e a tranquilidade” ao longo da fronteira disputada, disse o ministério de Defesa da China, num aparente esforço bilateral para reduzir tensões. A declaração conjunta divulgada pelo organismo informou que a 19ª rodada de negociações entre comandantes das Forças Armadas dos dois países produziu uma “discussão positiva, construtiva e profunda”, centrada na resolução de questões relacionadas à Linha de Controlo Actual, no sector oeste da fronteira. Num comunicado, lê-se que ambos “concordaram em resolver as questões pendentes de maneira expedita”, mas não há indicação de que algum dos lados esteja disposto a fazer concessões. No entanto, os dois países parecem querer evitar o tipo de confronto entre as suas tropas que levou ao derramamento de sangue nos últimos anos. “Neste interino, os dois lados concordaram em manter a paz e a tranquilidade nas áreas fronteiriças”, apontou o comunicado. O ministério de Defesa da Índia emitiu uma declaração idêntica. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, elogiou as negociações, realizadas no posto do exército indiano na cidade de Chushul-Moldo, e destacou o compromisso dos dois lados em “manter o ímpeto de comunicação e diálogo por meio de canais militares e diplomáticos”. A Linha de Controlo Real separa os territórios controlados por chineses e indianos de Ladakh, no oeste, até ao estado de Arunachal Pradesh, no leste da Índia, que a China reivindica na totalidade. Índia e China travaram uma guerra nas suas fronteiras em 1962. Segundo a Índia, a fronteira de facto tem 3.488 quilómetros de extensão, mas a versão da China é um número consideravelmente menor. Ao todo, a China reivindica cerca de 90.000 quilómetros quadrados de território no nordeste da Índia, incluindo Arunachal Pradesh, cuja população é principalmente budista. A Índia diz que a China ocupa 38.000 quilómetros quadrados do seu território no planalto de Aksai Chin, que a Índia considera parte de Ladakh, onde confrontos ocorreram nos últimos anos. A China, entretanto, começou a consolidar as relações com o principal rival da Índia, o Paquistão, e a apoiar Islamabade na questão da disputada Caxemira. Tiroteios eclodiram novamente em 1967 e 1975, levando a mais mortes em ambos os lados. Desde então, Pequim e Nova Deli adotaram protocolos, incluindo um acordo para não usar armas de fogo. Um confronto ocorrido há três anos com paus e pedras na região de Ladakh matou 20 soldados indianos e quatro chineses. Índia e China retiraram tropas de algumas áreas nas margens norte e sul de Pangong Tso, Gogra e Galwan Valley, mas continuam a manter tropas extra, como parte de uma implantação de vários níveis.
Hoje Macau SociedadeTuristas | Gastos mais que quadruplicaram no 2º trimestre No segundo trimestre deste ano, a despesa total feita por turistas que visitaram Macau, excluindo as despesas no jogo, foi de 17,48 mil milhões de patacas. Os dados revelados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC) apontam para um aumento de 354,6 por cento, face ao trimestre homólogo de 2022. A despesa total dos turistas (14,58 mil milhões de patacas) e a dos excursionistas (2,90 mil milhões de patacas) tiveram aumentos de 415,0 por cento e 186,2 por cento, respectivamente. Os aumentos contrastam com um período em que o território tinha grandes restrições de circulação, justificadas com a política de zero casos de covid-19. Apesar do aumento, no segundo trimestre, a despesa per capita, a dos turistas (4.251 patacas) e a dos excursionistas (889 patacas) baixaram 9,3 por cento e 13,8 por cento, respectivamente, face ao segundo trimestre de 2022. Em termos de origens dos visitantes, a despesa per capita dos visitantes do Interior fixou-se em 3.261 patacas, mais 31,8 por cento, em termos anuais. A despesa per capita dos visitantes do Interior com visto individual (3.385 patacas) caiu 31,1 por cento, enquanto a despesa per capita dos visitantes de Hong Kong foi de 1.140 patacas e a dos visitantes de Taiwan cifrou-se em 2.595 patacas. Por sectores, os turistas gastaram mais dinheiro, principalmente, em compras (48,5 por cento da despesa per capita), seguindo-se despesas em alojamento (24,5 por cento) e em alimentação (17,4 por cento). A despesa per capita dos visitantes em compras cifrou-se em 1.266 patacas, menos 20 por cento, em termos anuais. Em relação às despesas para a primeira metade do ano, a despesa total dos visitantes totalizou 32,46 mil milhões de patacas, mais 210,9 por cento, face ao mesmo semestre de 2022.
Hoje Macau Manchete SociedadeAmbiente | Fórum Internacional prevê sessão focada nos países lusófonos Num ano em que o número de expositores cresce quase 50 por cento, devido ao fim das restrições de circulação ligadas à pandemia, o MIECF vai ter uma sessão para potenciar os negócios verdes com os países de língua portuguesa O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, em inglês), que tem início hoje, vai ser dedicado à inovação e prevê uma sessão para potenciar “negócios verdes” com os países de língua portuguesa, anunciou a organização. A sessão agendada para amanhã tem como objectivo “ajudar as empresas a criar conjuntamente oportunidades de negócios verdes através das bolsas de contactos”. Também amanhã, num painel dedicado à inovação e desenvolvimento, está prevista a participação do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, José Carlos Pimenta Machado, e do presidente do Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável, Ricardo Guggisberg. O fórum, que vai ocupar uma área de mais de dez mil metros quadrados, conta “com mais de 400 expositores (…) oriundos de vários países e regiões, num total de cerca de 500 stands, entre os quais 40 expositores estrangeiros”, informou a organização em conferência de imprensa. Durante os 20 fóruns e conferências previstas, vão intervir cerca de 30 inovadores na área ambiental, responsáveis de empresas multinacionais e decisores políticos de vários países e regiões, nomeadamente do Interior da China, Europa, países de língua portuguesa, nações do Sudeste Asiático, Hong Kong e Macau. O Fórum, cujo tema é “Construir uma civilização ecológica através de iniciativas inovadoras”, tem também como objectivo “promover o intercâmbio internacional e a cooperação em matéria de protecção do ambiente entre diferentes sectores, incluindo governos, indústrias, universidades, institutos de investigação, utilizadores e investidores”. Vários lançamentos “Haverá uma série de lançamentos de novos produtos, como soluções de energia digital, tecnologia não convencional de neutralidade de carbono e outros produtos ambientais”, prometeu o presidente da Promoção do Comércio e Investimento de Macau, U U Sang, na conferência de imprensa. O fórum, que vai realizar-se no Cotai Expo do Venetian, é organizado pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau, co-organizado pelos governos provinciais e regionais da Região do Delta do Rio das Pérolas e coordenado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau e pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental. A exposição está organizada em sete áreas, os Pavilhões da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, a Área de Exposição das Indústrias de Protecção Ambiental da China, a Área de Exposição Internacional das Indústrias de Proteccão Ambiental, a Área de Exposição das Indústrias de Protecção Ambiental de Macau, a Zona de Exposição Premium, a Zona de Vida Verde e a Zona de Projectos Verdes e com Baixo Teor de Carbono.
Hoje Macau PolíticaFinanças | Wong Kit Cheng pede mais de investimento Wong Kit Cheng quer saber quando o Governo vai emitir títulos de dívida, de forma a criar mais uma forma de investimento para os residentes. A questão faz parte de uma interpelação escrita da deputada ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau. A deputada recorda que no ano passado, o Chefe do Executivo e o secretário para a Economia e Finanças afirmaram que iriam estudar a possibilidade da RAEM emitir obrigações, de forma a tornar os juros no território mais atraentes, em comparação com os níveis actuais praticados pelos bancos. Porém, como não surgiram novidades sobre este assunto, a legisladora questiona o andamento dos trabalhos. Segundo os argumentos de Wong Kit Cheng, a emissão de dívida seria um caminho certo na direcção da diversificação económica e na criação de uma indústria financeira moderna.