APEC | Cooperação sim, confrontos não

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou que o Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que se realiza em Novembro, nos Estados Unidos, deve ser um palco para promover a cooperação e não incitar confrontos. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Wang afirmou que a China, como o maior país em desenvolvimento e membro relevante da APEC, está disposta a desempenhar um “papel construtivo” no sucesso da cimeira deste ano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês não revelou se o Presidente do país, Xi Jinping, vai participar no encontro, que se realiza em São Francisco, entre os dias 14 e 17 de novembro. Xi esteve já ausente das cimeiras do G20 e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

O ministro chinês disse acreditar que os EUA “estão plenamente conscientes” das suas obrigações como anfitrião e que vão demonstrar “abertura, inclusão, equanimidade e responsabilidade” para criar “condições favoráveis” para que a cimeira decorra de forma pacífica. As declarações de Wang Yi foram feitas durante a apresentação de um documento preparado pelo governo chinês e intitulado “Uma comunidade global para um futuro partilhado: as propostas e acções da China”.

“Cada país deve valorizar as preocupações legítimas de segurança dos outros”, disse Wang, que se opôs à expansão “arbitrária” das alianças militares e às pressões sobre o ambiente de segurança de outros países. O diplomata chinês sublinhou a importância de resolver disputas internacionais através do diálogo e de consultas, ao mesmo tempo que apelou à criação de um “ambiente propício à segurança universal”.

27 Set 2023

Filipinas | Juízo aconselhado no âmbito das tensões do Mar do Sul da China

Pequim aconselhou hoje as Filipinas a evitarem provocações no Mar do Sul da China, após a retirada pela guarda costeira filipina de uma barreira flutuante, instalada pela China perto de um recife disputado. Um dispositivo flutuante de 300 metros de comprimento foi descoberto na semana passada, na entrada do recife de Scarborough, cujo controlo a China assumiu em 2012, apesar de ser reivindicado pelas Filipinas. O dispositivo bloqueou o acesso ao recife em forma de atol, com águas rasas, ricas em recursos pesqueiros. A Guarda Costeira Filipina anunciou, na segunda-feira, o seu desmantelamento, “de acordo com as instruções do Presidente”.

O porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin criticou hoje o “chamado comunicado de imprensa” das Filipinas. “A China defende firmemente a sua soberania e os seus direitos e interesses na Ilha Huangyan (nome chinês para o recife de Scarborough)”, disse o porta-voz. “Aconselhamos as Filipinas a não fazerem provocações ou criarem distúrbios”, advertiu.

O recife de Scarborough fica a 240 quilómetros a oeste da ilha principal das Filipinas, Luzon, e a quase 900 quilómetros da ilha chinesa de Hainan, no extremo sul da China.

“A barreira representava um perigo para a navegação e uma clara violação do Direito internacional”, afirmou a Guarda Costeira filipina, através de um vídeo difundido na segunda-feira. No vídeo, um homem surge a romper com uma faca uma corda presa a bóias brancas. O conselheiro de Segurança Nacional das Filipinas, Eduardo Ano, disse anteriormente que Manila tomaria “todas as medidas apropriadas” para garantir a remoção da barreira.

27 Set 2023

Von der Leyen critica concorrência de empresas chinesas “fortemente subsidiadas” na UE

A Comissária Europeia criticou os subsídios estatais das empresas chinesas. Na resposta, a China chama atenção para o mesmo “pecado” em toda a Europa

 

A presidente da Comissão Europeia criticou ontem a concorrência de “actores estrangeiros fortemente subsidiados” na União Europeia (UE), numa alusão aos carros eléctricos chineses vendidos mais baratos que os europeus, prometendo acabar com “práticas desleais”. “No que respeita à concorrência desleal, as nossas empresas europeias enfrentam com demasiada frequência a concorrência de atores estrangeiros fortemente subsidiados. Pensemos na indústria automóvel. […], mas ao mesmo tempo os mercados mundiais são inundados por carros elétricos chineses baratos e o seu preço é mantido artificialmente baixo graças a enormes subsídios estatais”, declarou Ursula von der Leyen.

Intervindo na Cimeira sobre o Pacto Ecológico europeu, na capital checa, em Praga, a líder do executivo comunitário justificou que, por essa razão, a UE está a avançar com a investigação contra os subsídios aos veículos eléctricos provenientes da China, anunciada em meados deste mês. “As empresas europeias estarão sempre prontas para a verdadeira concorrência – a concorrência em termos de custo-eficácia e qualidade -, mas esta tem de ser justa e nós protegeremos as empresas europeias da concorrência desleal”, prometeu.

Estas declarações de Ursula von der Leyen surgem quando termina a viagem do vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis, à China, ocasião na qual o responsável pediu cooperação a Pequim na investigação aberta por Bruxelas sobre subvenções chinesas, alegadamente ilegais, ao sector dos carros eléctricos, de acordo com fontes europeias.

Telhados de vidro

Sobre a investigação anti-subsídios da UE a propósito dos veículos eléctricos chineses, numa conferência de imprensa, Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, disse que “a China se opõe a todas as formas de protecionismo comercial e que as acções relevantes da UE não são conducentes à estabilidade da indústria automóvel global e das cadeias de abastecimento e não são do interesse de ninguém”. Mao instou a UE a criar um ambiente de mercado “justo, não discriminatório e previsível” para o desenvolvimento comum das indústrias chinesa e europeia de veículos eléctricos e a opor-se conjuntamente ao protecionismo comercial.

Cui Hongjian, professor na Beijing Foreign Studies University, salientou que, na perspectiva chinesa, a UE tomou nos últimos anos uma série de medidas de natureza proteccionista nos domínios do investimento, do comércio e das indústrias. “Todas estas questões têm de ser abordadas com urgência… a UE não pode adoptar uma atitude de culpar a China por todos os problemas”, afirmou ao Global Times.

“A investigação sobre os veículos eléctricos chineses não é a única medida proteccionista tomada pela UE. Na semana passada, entrou oficialmente em vigor a Lei Europeia dos Chips da UE, que implica subsídios maciços para reforçar a indústria de chips europeia. Em junho, a UE lançou a Estratégia Europeia de Segurança Económica, essencialmente um passo para “reduzir os riscos”, e afirmou que os fornecedores chineses de 5G, Huawei e ZTE, representam “riscos materialmente mais elevados do que outros fornecedores de 5G”. Sob esta retórica, alguns países da UE estão alegadamente a tomar medidas para excluir a Huawei e a ZTE, sendo a mais recente a Alemanha, o que provocou uma resposta dura da China e até da comunidade empresarial alemã”, concluiu Cui.

Outros observadores chineses afirmam que tais medidas, incluindo a mais recente investigação sobre os veículos eléctricos chineses, não são apenas tentativas de aumentar a influência da UE durante as conversações, mas também visam reduzir sistematicamente as chamadas “dependências” da China devido a “preconceitos geopolíticos e ideológicos”. Além disso, apesar de todas as suas medidas proteccionistas, os funcionários da UE têm afirmado repetidamente que não estão a tentar “dissociar-se” da China; no entanto, para a China, “a UE deve demonstrar a sua intenção com acções reais e não com retórica”, acrescentaram os peritos.

Problemas “não vêm da China”

Fang Dongkui, scretário-geral da Câmara de Comércio China-EU, instou ainda a UE a clarificar estas acções e a procurar consultas positivas e soluções adequadas com a parte chinesa. A UE “não deve recorrer facilmente a instrumentos comerciais e políticos que ultrapassam o conceito de segurança nacional e politizam as questões económicas e comerciais”, afirmou Fang.

“Se a UE quiser provar que está a reduzir os riscos e não a dissociar, o ónus da prova recai diretamente sobre a UE”, disse Bai Ming, investigador da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Económica, sob a alçada do MOFCOM, ao Global Times, na sexta-feira, sublinhando que o “comércio desequilibrado” se deve às políticas da UE e não às da China.

Segundo dados da Comissão Europeia, os carros elétricos chineses, que entraram recentemente na UE, já representam 8% do mercado total, sendo 20% mais baratos face à concorrência europeia. Em causa estão alegadas subvenções a empresas chinesas a investir no estrangeiro, principalmente em sectores estratégicos.

Dados da Associação de Fabricantes de Automóveis da China indicam que as exportações de veículos eléctricos pela China mais do que duplicaram (+110%), entre janeiro e agosto. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros elétricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês e fortes apoios estatais propiciaram a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng.

27 Set 2023

Fundação Jorge Álvares | Lançado novo website

A Fundação Jorge Álvares (FJA) lançou este mês, no dia 14, um novo website, “fortalecendo, assim, a sua presença online e melhorando o acesso à informação sobre a fundação, sua missão e actividades”, além de “divulgar notícias relevantes sobre Macau e a diáspora macaense espalhada pelo mundo”.

Citada por um comunicado da FJA, Maria Celeste Hagatong, presidente da fundação, disse que o projecto resulta “de um forte investimento na política de gestão da comunicação e imagem da Fundação Jorge Alvares”. “Convidamos todos aqueles que se interessam por Macau a explorarem o nosso site e a envolverem-se nas nossas iniciativas”, acrescentou.

O novo portal inclui secções como “Mensagem da Presidente”; “Quem foi Jorge Álvares”, “A Fundação” e a “Biblioteca Digital FJA”. Ao centro, realçam-se conteúdos como “A última Newsletter do mês” e a “Colecção de Arte da FJA no Museu do CCCM”.

A FJA foi criada em 1999 com o objectivo de suscitar e promover a cooperação entre Portugal e a RAEM, mantendo vivos os laços multisseculares existentes entre Portugal e a República Popular da China, de que Macau foi a manifestação mais significativa, sublinha a direcção da entidade.

27 Set 2023

Trabalhos de alunos do curso de tradução a partir de hoje na USJ

Chama-se “DIVERSAS – A diversidade na tradução português-chinês” e estreia hoje no campus da Universidade de São José (USJ), sendo a primeira mostra dos trabalhos dos alunos da licenciatura em Estudos de Tradução de Português-Chinês da mesma instituição de ensino. A mostra que pode ser visitada até 20 de Outubro na galeria Kent Wong é organizada pelo departamento de línguas e cultura da Faculdade de Artes e Humanidades da USJ.

São apresentados 30 projectos desenvolvidos no âmbito das disciplinas da licenciatura, resultando “numa exibição multifacetada” que estabelece um “diálogo intercultural e linguístico entre o português e o chinês”.

Segundo um comunicado da USJ, “esta exposição é o resultado do esforço, dedicação e talento dos alunos, reflectindo a diversidade destas duas línguas tão distintas”, nomeadamente o chinês e o português. Através da arte explora-se “a tradução e interpretação de textos, abrangendo diversos géneros, temas e campos do saber”. “A diversidade dos trabalhos expostos reflecte não apenas a riqueza linguística, mas também as diferenças culturais, sociais e históricas entre os mundos sino-lusófonos”, acrescenta-se.

Significados e perspectivas

A exposição “DIVERSAS” permite aos visitantes “explorar e descobrir a pluralidade de significados e perspectivas que surgem ao longo do processo de ensino e aprendizagem das línguas”, sendo que “cada peça da exposição é o testemunho do desafio que é traduzir não somente palavras, mas também contextos, ideias e sentimentos entre culturas e tradições tão ricas”.

Segundo a USJ, este evento possibilita “não só uma oportunidade para conhecer o trabalho e a criatividade dos nossos estudantes, mas também para reflectir sobre a importância do diálogo intercultural na construção de um mundo mais inclusivo e harmonioso”. A mostra é também “um convite à reflexão sobre o papel da tradução na aproximação de mundos, na compreensão de outras culturas e na construção de pontes entre pessoas e nações”.

27 Set 2023

Estradas | Trânsito e chuva provocaram mais buracos

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) adiantou ao canal chinês da Rádio Macau que foram descobertos este mês mais buracos nas estradas, do que é habitual, devido às chuvas fortes que caíram nas últimas semanas. Entre os dias 1 e 21 deste mês foram descobertos 290 novos buracos nas vias públicas, mais 100 face a Agosto, sendo que o IAM já realizou obras em 240.

Além das chuvas fortes, outra das causas apontadas pelo IAM para o surgimento de buracos nas estradas é o intenso fluxo automóvel e, sobretudo, a passagem de veículos pesados na Avenida da Amizade. O IAM promete reforçar a inspecção destes locais.

Addy Chan, vice-presidente da Associação de Engenheiros de Macau, explicou que os buracos são causados pela erosão do solo e colapso gradual da rede de esgotos. Além disso, o responsável acrescenta que as últimas obras nas vias foram realizadas usando técnicas e materiais que visam a maior durabilidade do pavimento, situação que agrada ao sector da construção.

27 Set 2023

Jogo | Setembro com receitas superiores a 12 mil milhões

Até 24 de Setembro, as receitas brutas do jogo atingiram o valor de 12 mil milhões de patacas. A estimativa faz parte de um relatório do banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific), citado pelo portal GGR Asia.

“Esta estimativa implica que na semana passada o ritmo das receitas cresceu aos poucos para um valor diário entre os 550 milhões de patacas e os 560 milhões de patacas. Na semana anterior, o valor situava-se entre 540 milhões de patacas e 550 milhões de patacas”, consta no relatório do banco de investimento.

Segundo a mesma fonte, nas duas primeiras semanas deste mês, as receitas diárias rondavam 430 milhões de patacas, o que foi explicado com “as condições extremas” do clima, nomeadamente o tufão Saola e um dia com inundações.

“Este valor está dentro das nossas estimativas, com as previsões a apontarem para receitas brutas mensais entre 14,5 mil milhões de patacas e 15 mil milhões de patacas (ou entre 480 milhões a 500 milhões por dia)”, é acrescentado pelos analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li.

Em Agosto, as receitas brutas do jogo foram de 17,21 mil milhões de patacas, no que representou um crescimento de 3,3 por cento face a Julho. Este foi o melhor desempenho mensal da principal indústria do território desde Janeiro de 2020, o primeiro mês da pandemia e antes da campanha contra as promotoras de jogo, quando as receitas brutas alcançaram o montante de 22,13 mil milhões de patacas.

Em relação aos feriados da Semana Dourada, a JP Morgan indica que há “um clima de optimismo” entre as concessionárias, e que muitas esperam que sejam batidos os recordes de receitas pós pandemia.

27 Set 2023

Taipa | Mais de 5.700 multas por lixo e cuspidelas

Desde o início do ano até 15 de Agosto, os fiscais do Instituto para os Assuntos Municipais multaram 5.744 pessoas por actos como deitar lixo ou cuspir no chão, junto das atracções turísticas da Taipa, principalmente na Rua do Cunha. A revelação foi feita por Hoi Io Meng, subdirector dos Serviços de Turismo, em resposta a uma interpelação do deputado Leong Hong Sai.

Nas perguntas enviadas ao Governo, Leong pretendia saber que medidas estavam a ser adoptadas para melhorar a higiene daquela zona do território. Hoi Io Meng garantiu também que foi pedido à Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) que aumente a frequência da limpeza das ruas, assim como a criação de mais pontos de recolha de lixos.

Por outro lado, o IAM afixou mais avisos nos espaços públicos a apelar aos residentes e turistas para que mantenham a rua limpa.
Na interpelação, Leong Hong Sai questionou ainda se no âmbito da revitalização de zonas antigas da cidade e da criação de novas zonas pedonais, como acontece com a Rua da Felicidade, se o mesmo poderia acontecer com a Rua do Cunha.

No entanto, o subdirector da DST, Hoi Io Meng, cita a informação do Instituto Cultural (IC) para indicar que, pelo menos neste momento, não existem planos para transformar a Rua do Cunha numa zona pedonal.

27 Set 2023

Cooperação China-Portugal na construção da iniciativa Uma Faixa, Uma Rota produz resultados abrangentes

Por Zhao Bentang, Embaixador da China em Portugal

O presidente Xi Jinping propôs a iniciativa Uma Faixa, Uma Rota em 2013, a qual foi acolhida positivamente pela comunidade internacional. Ao longo de 10 anos, a China e os demais países envolvidos coordenaram políticas, alinharam planos de desenvolvimento, implementaram projetos de conectividade, promoveram a facilitação do comércio e do investimento, e construíram uma importante plataforma de cooperação internacional.

A iniciativa chinesa tornou-se um caminho rumo ao desenvolvimento, uma via de oportunidades e uma rota de prosperidade.

Em dezembro de 2018, durante a visita de Estado do Presidente Xi Jinping a Portugal, a China e Portugal assinaram um memorando de entendimento sobre a cooperação na construção da iniciativa Cinturão e Rota. Em abril de 2019, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou a China e participou no segundo Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional. Os líderes dos dois países realizaram visitas recíprocas em menos de meio ano, elevando a parceria estratégica abrangente China-Portugal a novos patamares.

Actualmente, a cooperação na construção da iniciativa chinesa entre a China e Portugal encontra-se em um novo ponto de partida. Ambas as partes estão comprometidas em avançar, aproveitar oportunidades, respeitar mutuamente os princípios da igualdade e continuar a melhorar a cooperação prática, enriquecendo ainda mais o conteúdo da parceria estratégica abrangente bilateral.

A cooperação China-Portugal na construção da iniciativa recorre a vantagens naturais. Portugal é uma nação antiga de navegação, o ponto de partida europeu na antiga Rota da Seda Marítima e um importante hub que conecta a Rota da Seda Terrestre e a Rota da Seda Marítima. É, por isso, um parceiro natural. Portugal é um dos membros fundadores do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, foi um dos primeiros países da Europa Ocidental a assinar um acordo de cooperação na construção da iniciativa Uma Faixa, Uma Rota com a China, o primeiro país da União Europeia a estabelecer uma “parceria azul” oficial com a China e o primeiro país da zona do euro a emitir títulos denominados em renminbi.

A China é o maior parceiro comercial de Portugal na Ásia, enquanto que, por seu turno, Portugal é um dos principais destinos do investimento chinês na Europa. As excelentes condições geográficas e a sólida disponibilidade para a cooperação estabeleceram uma base para a cooperação entre a China e Portugal.

Nos últimos anos, o comércio bilateral entre a China e Portugal cresceu rapidamente, ultrapassando US$ 6 mil milhões em 2018 e atingindo mais de US$ 9 mil milhões em 2022, alcançando um novo recorde histórico. Isso é ainda mais notável, considerando os desafios da pandemia e a lentidão da recuperação econômica global. Os investimentos chineses em Portugal abrangem diversas áreas, tendo aumentando de € 9 mil milhões em 2018 para € 11,2 mil milhões em 2022. Os produtos portugueses exportados para a China têm assistido a um aumento tanto em variedade quanto em quantidade, com produtos como carne de porco preto, vinho e cerveja ganhando popularidade entre os consumidores chineses.

Mais de 40 universidades chinesas oferecem cursos de língua portuguesa, enquanto Portugal tem cinco institutos Confúcio e diversas escolas públicas e privadas oferecendo cursos de chinês. Esses resultados de cooperação beneficiam diretamente as populações de ambos países, promovendo também a troca cultural e a compreensão mútua.

Tanto a China quanto Portugal enfrentam desafios econômicos, sociais e de desenvolvimento. A China está disponível para trabalhar em conjunto com Portugal no sentido de continuar a alinhar a iniciativa Cinturão e Rota com a estratégia de desenvolvimento de Portugal, promover uma cooperação sólida nos campos da sustentabilidade, digitalização, inovação e economia do mar.

A China valoriza o papel de Portugal na União Europeia e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e está disponível para expandir ainda mais a cooperação de mercado trilateral ou multilateral para beneficiar mais países e povos.

“Há centenas de anos, porcelanas azuis e brancas da China navegaram pelo oceano até Portugal, fundindo-se com as técnicas locais de produção de cerâmica, criando o encantador ‘azul de Portugal'”, escreveu o Presidente Xi Jinping em um artigo assinado em nome do povo chinês, nas vésperas de sua visita de Estado a Portugal, em 2018, destacando a amizade duradoura e profunda entre os dois países.

Acreditamos que, no futuro, a cooperação China-Portugal na construção da iniciativa Uma Faixa, Uma Rota continuará a impulsionar o desenvolvimento contínuo da parceria estratégica abrangente China-Portugal, em benefício dos povos de ambos os países.

26 Set 2023

Coreia do Norte | Pyongyang condena críticas de Presidente sul-coreano

A Coreia do Norte acusou ontem o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, de “difamar maliciosamente as relações” entre Pyongyang e Moscovo, no discurso que proferiu perante a Assembleia Geral da ONU

 

“Foi simplesmente o cúmulo da ironia que o fantoche, desprovido de conhecimentos políticos elementares e de senso comum no que diz respeito às relações internacionais, se tenha comportado de forma grosseira, agindo de bom grado como um servil trompetista e altifalante dos Estados Unidos”, de acordo com um artigo divulgado pela agência noticiosa estatal KCNA.

No discurso na ONU, Yoon afirmou que um acordo de armas entre os dois países seria uma “grave provocação”. “Yoon considerou as tradicionais relações de amizade e cooperação entre a RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país] e a Rússia como uma ‘provocação directa à segurança e à paz’ na região fantoche sul-coreana e como um ‘grave desafio à paz regional e mundial’, afirmando que ‘Seul e os aliados não ficariam de braços cruzados'”, acrescentou.

O artigo insistiu depois na alegada falta de experiência política do Presidente sul-coreano, que antes era procurador-geral, no agravamento do clima regional através do aumento das operações militares com Washington, na falta de clareza nos assuntos diplomáticos e por “só reconhecer as relações entre Estados como uma dicotomia entre amigo e inimigo”.

“A política externa da RPDC, que tem como objectivo estabelecer uma nova ordem mundial justa e equitativa para a causa da independência humana, não estará ligada a nada e as relações de amizade e cooperação com os vizinhos próximos vão continuar a ser reforçadas”, concluiu o texto.

Pano de fundo

O discurso de Yoon na ONU foi uma resposta à recente cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, no cosmódromo de Vostochny, na região de Amur. No final do encontro, Putin afirmou que há espaço para a cooperação militar e espacial entre os dois países.

Durante a visita de uma semana, Kim inspeccionou o cosmódromo, uma fábrica de aviões militares e civis e de navios para a frota russa do Pacífico. Dias antes, meios de comunicação social norte-americanos afirmaram que Kim estava disposto a apoiar a guerra de Moscovo na Ucrânia com milhões de mísseis antitanque e munições de artilharia.

De acordo com estas notícias, Pyongyang iria receber em troca ajuda alimentar e tecnologia de satélites e submarinos nucleares.
Seul, Tóquio e Washington alertaram que um possível acordo entre a Coreia do Norte e a Rússia iria violar as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra Pyongyang, com consequências para os dois países.

Entretanto, a Coreia do Sul e os Estados Unidos iniciaram ontem três dias de manobras militares em resposta à recente escalada retórica e militar da Coreia do Norte. Nove navios de guerra, dois aviões de patrulha, dois submarinos sul-coreanos, o contratorpedeiro ROKS Yulgok Yi I, o contratorpedeiro USS Shoup e o cruzador USS Robert Smalls participam nestes exercícios, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O aumento das tensões na península coreana tem sido causado tanto pelos constantes lançamentos de mísseis e ameaças de Pyongyang, como pelos exercícios militares entre Washington e Seul.

26 Set 2023

Economia | Evergrande cai 20% após anunciar que não emite novas obrigações

Após o anúncio da impossibilidade de emitir novas obrigações, o valor da gigante construtora Evergrande caiu 20 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong. O grupo adiou recentemente, pela terceira vez, reuniões com credores para negociar a reestruturação da dívida

 

As acções do grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, afundaram-se ontem 20 por cento, depois de a empresa ter anunciado que não pode emitir mais dívida.

O valor das acções da empresa – que voltaram a ser cotadas na Bolsa de Valores de Hong Kong no final de Agosto depois de terem estado suspensas durante quase um ano e meio – registava uma queda de 20 por cento a meio da sessão de ontem. A Evergrande já tinha perdido mais de 90 por cento do seu valor de mercado quando suspendeu a negociação das suas ações, em Março do ano passado. Após retomar as negociações em bolsa, a empresa voltou a afundar-se 80 por cento.

O subíndice Imobiliário do índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, registava uma queda de 2,58 por cento, a meio da sessão de ontem em Hong Kong.

A Evergrande anunciou em comunicado que não consegue cumprir os requisitos para a emissão de novos títulos de dívida, uma vez que a sua subsidiária Hengda Real Estate Group está a ser investigada pela Comissão Reguladora do Mercado de Valores Mobiliários da China.

O anúncio ocorreu poucos dias depois de a Evergrande ter dito que adiou pela terceira vez reuniões com os seus credores para discutir a reestruturação da dívida do grupo.

Efeito dominó

Em meados do mês, a polícia da cidade de Shenzhen, no sudeste da China, informou sobre a detenção de funcionários da subsidiária de gestão de fortunas Evergrande Wealth, embora o grupo tenha garantido que as detenções “não afectariam” as suas operações. Em Agosto passado, a Evergrande pediu falência nos Estados Unidos para proteger os seus activos dos credores enquanto continua a negociar uma reestruturação da sua dívida.

A posição financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas piorou depois de, em Agosto de 2020, Pequim ter anunciado restrições no acesso das construtoras ao crédito, após anos de forte crescimento assente em políticas agressivas de alavancagem.

26 Set 2023

Tailândia concede isenção de visto a chineses

A Tailândia começou hoje a aplicar a isenção de visto para viajantes da China, uma medida em vigor pelo menos até 29 de fevereiro, para reavivar o turismo, afectado pela pandemia da covid-19. O primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, recebeu no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Banguecoque, o primeiro grupo de turistas chineses isentos de visto.

Os viajantes chineses representaram quase um terço dos quase 40 milhões de turistas estrangeiros que a Tailândia recebeu em 2019, mas os números caíram devido à pandemia e não recuperaram como esperado após o fim das restrições às viagens. A Tailândia, fortemente dependente do turismo, viu o número de viajantes estrangeiros cair para 428 mil em 2021, embora tenham recuperado para 11,2 milhões no ano passado, de acordo com dados oficiais do Ministério do Turismo e Desporto tailandês.

No entanto, com a China ainda a impor um período de quarentena de até três semanas em instalações designadas a quem chegava ao país, apenas 273.567 turistas chineses chegaram à Tailândia em 2022, em comparação com 11,1 milhões em 2019. A isenção temporária de vistos para chineses faz parte do plano do novo Governo tailandês, formado a 05 de setembro, para recuperar a economia do país, em recessão entre 2020 e 2021 devido ao impacto da pandemia.

A economia da Tailândia começou a recuperar em 2022, embora a um ritmo mais lento do que o previsto pelas autoridades. O regresso em força do turismo e a recuperação do consumo, dos investimentos e das exportações são algumas das prioridades estabelecidas pelo novo Executivo, que assumiu o poder depois de quase quatro meses de impasse político no parlamento para a eleição do primeiro-ministro.

No início de fevereiro, Pequim voltou a permitir o turismo em grupo para cerca de 20 países, incluindo destinos como Tailândia ou Indonésia.

Portugal foi incluído no segundo lote, aprovado no mês seguinte, assim como Brasil, França ou Espanha, enquanto em agosto foi a vez da Guiné Equatorial, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A China era o maior emissor de turistas do mundo até ao início da pandemia da covid-19.

26 Set 2023

Alves da Rocha, economista: “Modelo chinês é o mais adequado para Angola, cooperação com Europa falhou”

Entrevista de Raquel Rio, agência Lusa

O economista angolano Alves da Rocha considera que o modelo chinês de desenvolvimento económico é o que mais se adequa a África e classifica a cooperação com a Europa como “um falhanço”.

O diretor do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN) disse, em entrevista à Lusa, que “a China incomoda muita gente”, avisando que o mundo está a mudar, virando-se para leste e para o sul.

Angola contratualizou entre 2000 e 2022, 258 empréstimos com a China, somando 45 mil milhões de dólares, o que representa mais de um quarto (26,5%) do total emprestado a África, neste período, segundo dados compilados pelo Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, e consultados pela Lusa.

Alves da Rocha disse que a China começou por ser atacada em Angola pela qualidade das infraestruturas, estando agora as atenções a ser desviadas para a questão da dívida pública, que “tem sido amortizada”.

Lembrou que houve uma moratória chinesa no tempo da pandemia que foi seguida por outros países e instituições internacionais e que, “naturalmente, Angola teria de reiniciar os seus pagamentos” aos seus credores, o que vai pesar sobre as finanças.

“O problema que aqui se coloca é mais na economia real”, salientou, já que, com excepção do petróleo, Angola não tem um sector produtivo e exportador que permita ter divisas e amortizar as suas dívidas. “Não creio que, nos próximos dez anos, Angola possa ter uma capacidade de exportação para além do petróleo”, a não ser, sugeriu, o sector da energia.

“Por isso, a questão do ressarcimento da dívida à China é normal, houve uma moratória, retomou-se o serviço da dívida, mas o ponto que temos de ver é que alternativas devíamos ter criado para que a retoma dos pagamentos não tivesse tido tanta interferência no Orçamento Geral do Estado como tem tido”, apontou o investigador.

Alves da Rocha sublinhou que, apesar da importância da China para Angola ter diminuído depois de João Lourenço ser eleito Presidente, aproximando-se mais dos Estados Unidos, esta é a alternativa de financiamento que mais se adequa ao país.

Modelo adequado a África

“O modelo chinês de desenvolvimento económico é muito mais adequado a Angola e a África do que o modelo europeu ou americano”, permitindo um acesso mais directo ao financiamento, frisou Alves da Rocha, considerando que “há um falhanço” no modelo de cooperação Europa-África, que sempre beneficiou a Europa.

“E estas reações em cadeia que se têm visto por aí, sobretudo em países da francofonia, com golpes de Estado, como se tem visto, decorre tudo de que este modelo falhou”, insistiu o académico, destacando “o círculo vicioso da expatriação e de técnicos vindos sobretudo da Europa” para Angola.

Por outro lado, “ocorre desde há alguns anos uma desocidentalização do desenvolvimento económico, isso é um facto. Os centros de crescimento da economia mundial, do desenvolvimento tecnológico e científico estão a sair dos Estados Unidos, do Ocidente, e estão a emigrar para o Oriente”, disse, dando destaque à Índia e à China.

“Nós, africanos, nós, em Angola, temos de acompanhar esta mudança na orientação da rosa-dos-ventos. Vai deixar de estar orientada para Norte e vai passar a estar orientada para este e para sul e temos de compreender estes sinais”, alertou o responsável do CEIC.

Cooperação europeia nunca funcionou

Alves da Rocha vincou a guerra na Europa, a criação dos BRIC+6 (bloco composto atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que vai ser expandido a mais seis países), ao qual a Venezuela pediu para deixar o mundo “completamente do avesso”, sublinhando as preocupações com as reservas de petróleo que levam Europa e Estados Unidos a virar-se para a transição energética.

O economista salientou, ainda, que a cooperação com a Europa na área das infraestruturas nunca funcionou, lembrando que quando a guerra civil acabou, em 2002, o então Presidente José Eduardo dos Santos apelou à comunidade internacional que se realizasse uma conferencia de doadores para ajudar a reconstrução de Angola, confrontando-se com “uma recusa liminar dos países ocidentais”.

“Quem chegou aqui com 2 mil milhões de dólares para ajudar a recuperação das infraestruturas de Angola foi a China”, notou o especialista, reforçando: “o modelo chinês dá-nos alento e esperança para resolver alguns problemas que até agora não conseguimos resolver”.

26 Set 2023

Zonas de lazer | IAM assegura segurança dos espaços

Lo Chi King, presidente substituto do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), garantiu ao deputado Ma Io Fong, em resposta à sua interpelação escrita, que é assegurada a segurança dos parques infantis sob gestão pública. No caso das zonas de lazer situadas junto à estátua de Kun Iam, doca de Lam Mau ou reservatório, é exigida “não só a apresentação pelo empreiteiro de um certificado de aprovação emitido pelo fabricante das instalações”.

Além disso, todas as instalações de diversão infantil e de lazer, antes da abertura ao público, são sujeitas a avaliação por uma terceira entidade responsável pela avaliação de qualidade, apresentando esta o respectivo relatório, a fim de assegurar a sua abertura pública sob condições de segurança”, é referido pelo responsável do IAM.

O organismo liderado por José Tavares promete ainda “eliminar os riscos de segurança das instalações através da realização de inspecções diárias, reparações e manutenção”. Além disso, foi adquirido seguro de responsabilidade para terceiros, relativamente às respectivas instalações.

25 Set 2023

Indonésia | 153 chineses deportados devido a fraudes amorosas ‘online’

As autoridades indonésias deportaram para a China 153 cidadãos chineses envolvidos num esquema de fraude amorosa ‘online’ que rendeu 1,3 milhões de dólares, foi anunciado na sexta-feira.

“Eles fazem parte de uma rede que comete os crimes na Indonésia, mas que tem como alvo vítimas de origem chinesa”, disse Subki Miuldi, director do gabinete de imigração da cidade de Batam, de onde as deportações ocorreram na quarta-feira, de acordo com um comunicado.

Os deportados violaram o artigo 75.º da lei da imigração indonésia, referiu a mesma nota, sublinhando a importância da “cooperação com a comunidade na transmissão de informações”, para “manter a estabilidade e a segurança do país”.

As vítimas eram também cidadãos chineses, centenas, de acordo com a investigação, contactados e seduzidos por membros femininos da organização através de videochamadas, sendo depois extorquidos com as gravações sexualmente explícitas, noticiou o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

De acordo com a investigação policial, a organização começou a operar este ano a partir da Indonésia, onde entrou com vistos de turista, depois de as autoridades de Pequim terem desmantelado a rede na China.

Em 2017, a Indonésia deteve e deportou 416 cidadãos chineses e taiwaneses que pertenciam a uma rede de fraude telefónica e de investimento ‘online’, e dois anos depois deteve e devolveu à China 85 cidadãos envolvidos num caso semelhante.

25 Set 2023

Sudeste Asiático | Menos de metade da população preocupada com crise climática

Menos da metade dos entrevistados do Sudeste Asiático acredita que a mudança climática representa uma séria ameaça, em comparação com 68,6 por cento que, há dois anos, tinham expressado forte preocupação, de acordo com um estudo

 

O estudo anual “Southeast Asia Climate Outlook: Survey Report 2023”, elaborado pelo Instituto Yusof Ishak de Singapura (ISEAS), mostrou que apenas 49,4 por cento dos inquiridos afirmaram considerar as alterações climáticas como “uma ameaça grave e imediata ao bem-estar do país”, contra 68,8 por cento em 2021. Uma proporção semelhante de inquiridos (41,9 por cento) afirmou, por outro lado, ver “necessidade de monitorizar as alterações climáticas”.

“Isto levanta a questão de saber se a associação de problemas imediatos, como a escassez de energia e a insegurança, se deve aos impactos climáticos, a problemas geopolíticos ou a questões domésticas”, afirmou o instituto, no relatório.

O instituto, que acompanha as percepções na região sobre questões e impactos da crise climática desde 2020, entrevistou 2.225 pessoas que vivem em 10 países do Sudeste Asiático entre 10 de Julho e 7 de Agosto.

Apesar da queda acentuada das percepções de urgência climática, o inquérito indicou um aumento das preocupações com a segurança alimentar: sete em cada dez inquiridos manifestaram uma preocupação considerável com a disponibilidade e o acesso aos alimentos devido aos impactos climáticos nos próximos anos.

As maiores preocupações dos inquiridos foram as inundações (79 por cento), as vagas de calor (51,4 por cento) e as secas (47,6 por cento).
Para resolver os problemas de segurança alimentar global, a maioria dos inquiridos afirmou que os governos deviam dar prioridade à necessidade de promoverem métodos agrícolas resistentes ao clima (67,2 por cento), aumentar os investimentos agroalimentares (63,9 por cento) e aumentar a produção alimentar nacional (56,6 por cento).

Foco nacional

Os dados mostraram que “a maior atribuição de responsabilidade pelas alterações climáticas continua a ser feita aos governos nacionais”, o que sugere que “os cidadãos (…) esperam fortemente que os governos nacionais estejam na vanguarda da articulação de visões e regulamentos climáticos mais claros para as economias”, de acordo com o estudo.

A este respeito, a maioria (35,7 por cento) dos inquiridos considerou que o seu governo “está consciente das ameaças climáticas”, mas não dispõe de “recursos suficientes para as enfrentar”, enquanto 25 por cento entendeu que o executivo “não está a prestar atenção suficiente às alterações climáticas”. Um grupo semelhante (24,8 por cento) respondeu acreditar que as autoridades consideram “as alterações climáticas uma prioridade nacional urgente e afectaram recursos suficientes para as enfrentar”.

A instituição lançou também um alerta, no estudo: em Junho, “foram estabelecidos recordes globais para as temperaturas e a cobertura de gelo marinho mais baixas observadas em qualquer Junho em 174 anos”.

“Mais perto de casa, as temperaturas mais altas alguma vez registadas aconteceram no Vietname e no Laos, em maio, e na Tailândia, em Abril”, o que é indicativo do agravamento da crise climática na região, onde “estes recordes de temperatura vão continuar a atingir novos máximos”, sustentou.

Como se espera que a região entre numa época sob influência do fenómeno El Niño, que deverá trazer tempo mais quente, ondas de calor e seca, as previsões apontam para um aumento dos incêndios florestais nos próximos meses.

Além disso, os impactos imediatos das alterações climáticas “introduzirão novos ‘choques’ económicos nos países da região dependentes da agricultura”. “Não é um futuro para o qual a região esteja preparada”, concluiu o relatório.

25 Set 2023

Síria | Xi anuncia parceria estratégica em reunião com Assad

O Presidente da China, Xi Jinping, e o homólogo sírio, Bashar al-Assad, anunciaram o estabelecimento de uma “parceria estratégica”, numa altura em que Pequim fortalece os laços com os países em desenvolvimento

 

A reunião com Bashar al-Assad deu início a uma série de encontros entre Xi e vários líderes estrangeiros, incluindo o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, antes da abertura dos Jogos Asiáticos, na cidade de Hangzhou, leste da China.

“Face à situação internacional instável e incerta, a China está disposta a trabalhar com a Síria para prestar apoio mútuo e salvaguardar, em conjunto, a imparcialidade e justiça internacionais”, disse Xi, num vídeo publicado pela televisão estatal CCTV. Xi explicou que as relações entre a China e a Síria “resistiram ao teste das tempestades e mudanças internacionais” e que a “amizade entre os dois países está cada vez mais forte”.

A visita de Assad é paralela, em alguns aspectos, à do líder russo, Vladimir Putin, no ano passado, para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Ambos os líderes são vistos como párias no Ocidente, mas bem recebidos pela China, que tenta expandir a sua influência global e promover uma alternativa à ordem liberal liderada pelos Estados Unidos.

O líder sírio participou na cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos juntamente com o rei do Camboja, o príncipe herdeiro do Kuwait e os primeiros-ministros do Nepal, Timor-Leste e Coreia do Sul, informou o ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A competição, que acontece na cidade de Hangzhou, vai ter mais participantes do que os Jogos Olímpicos.

Amigos do Levante

O rei cambojano Norodom Sihamoni chegou na sexta-feira ao aeroporto de Hangzhou. Um vídeo difundido pela CCTV mostrou Sihamoni a descer as escadas do avião até à pista, para uma recepção com tapete vermelho, que incluía as mascotes dos Jogos Asiáticos.

Para Assad, trata-se de uma rara viagem ao estrangeiro, numa altura em que tenta sair do isolamento internacional, provocado por uma guerra civil que começou há 12 anos. O conflito matou meio milhão de pessoas e deixou parte do país em ruína.
Pequim está a expandir a sua influência no Médio Oriente, após ter mediado um acordo, em Março, entre a Arábia Saudita e o Irão.

A China pode desempenhar um papel importante, no futuro, na reconstrução da Síria, que deverá custar dezenas de milhares de milhões de dólares. O país do Médio Oriente aderiu, no ano passado, à iniciativa “Faixa e Rota”, um megaprojecto de infra-estruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas.

Desde que o conflito na Síria começou em Março de 2011 com protestos pró-democracia e mais tarde se transformou numa guerra civil, o Irão e a Rússia ajudaram Assad a recuperar o controlo de grande parte do país. A China usou o seu poder de veto na ONU por oito vezes para impedir resoluções contra o governo de Assad.

A última e única visita de Assad à China foi em 2004, um ano depois da invasão do Iraque, liderada pelos EUA, e numa altura em que Washington pressionava a Síria.

25 Set 2023

Taiwan | Dissidente foge e pede ajuda para obter asilo nos EUA ou Canadá

Um dissidente chinês conhecido por assinalar regularmente a repressão de 1989 aos manifestantes pró-democracia na Praça Tiananmen, em Pequim, fugiu para Taiwan na sexta-feira e pediu ajuda para procurar asilo nos Estados Unidos ou no Canadá.

Chen Siming divulgou, através de um vídeo na rede social X (antigo Twitter), que estava na área de trânsito (área internacional) do Aeroporto Internacional de Taoyuan, para escapar da perseguição política chinesa.

“Os métodos de manutenção da estabilidade da polícia chinesa dirigidos a mim estavam a tornar-se cada vez mais cruéis e loucos”, frisou este chinês na sua publicação. “Detiveram-me à vontade, sem seguir os procedimentos legais. Ficaram com o meu telemóvel e até me deram uma avaliação psiquiátrica. Não posso mais continuar a aceitar a destruição da minha dignidade pessoal, o atropelamento da minha honra e a ameaça ao meu corpo”, acrescentou.

Embora não seja claro como Chen conseguiu viajar para Taiwan, o dissidente chinês referiu à agência Associated Press (AP) que deixou a China em 22 de Julho, rumo a Taiwan.

Chen sublinhou que, desde 2017, a polícia o prendeu todos os anos, principalmente na data das comemorações anuais da repressão de 4 de Junho na Praça Tiananmen, em Pequim. O período de detenção mais curto durou uma semana, seguindo-se 15 dias e depois períodos mais longos, denunciou.

25 Set 2023

Tecnologia | PM pede às PME que ajudem a alcançar autossuficiência

O primeiro-ministro chinês apelou a uma maior participação das pequenas e médias empresas (PME) nas iniciativas nacionais de autossuficiência tecnológica e estabilização das cadeias industriais, noticiou a imprensa oficial.

“A China atravessa uma encruzilhada crucial no que diz respeito ao desenvolvimento de alta qualidade. Devemos aumentar ainda mais a confiança no desenvolvimento e manter a determinação em promover a transformação e modernização da indústria”, disse Li Qiang, durante uma visita a várias empresas em Pequim.

Li, que assumiu o cargo há meio ano, pediu que se concentrem esforços na inovação “de alto nível, inteligente e verde”. O primeiro-ministro chinês prometeu “políticas mais selectivas e eficazes” e “serviços mais práticos e oportunos”, ao oferecer apoios sob a forma de financiamento, incentivos fiscais ou protecção dos direitos de propriedade intelectual das empresas.

Face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos, a China está a promover a autosuficiência em sectores tecnológicos chave.

Em particular, Washington, em coordenação com Japão e Holanda, bloqueou o acesso do país a ‘chips’ semicondutores avançados, componentes essenciais para o fabrico de alta tecnologia e que têm aplicações militares.

Em Março, durante a cimeira anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou a que se “trabalhe para alcançar uma maior autossuficiência tecnológica”, visando “contribuir para a força nacional”, perante as medidas tomadas por vários países.

25 Set 2023

Economia | Pequim e Washington formam grupos de trabalho na área financeira

O Departamento do Tesouro (Finanças) dos Estados Unidos e o Ministério das Finanças da China anunciaram dois grupos de trabalho na área económica com o objectivo de diminuir as tensões e aprofundar a relação entre os dois países

 

Liderados pela secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, os grupos de trabalho serão divididos em segmentos económicos e financeiros.

Os grupos de trabalho “vão estabelecer um duradouro canal de comunicação entre as duas maiores economias do mundo”, disse Yellen numa série de publicações na rede social X (antigo Twitter) que pormenorizam este anúncio. “[Os grupos] vão constituir importantes fóruns para comunicar os interesses e preocupações dos Estados Unidos, promover uma competição económica mais salutar entre os nossos dois países e no interesse dos trabalhadores e empresários norte-americanos”, referiu.

O anúncio ocorre após a deslocação à China este ano de altos responsáveis da administração norte-americana, e que podem indicar um possível encontro entre o Presidente Joe Biden e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Novembro, no decurso da conferência económica Ásia-Pacífico em São Francisco.

A China é um dos principais parceiros comerciais dos EUA, e a competição económica entre os dois países aumentou nos últimos anos. Os dois ministros das Finanças concordaram em encontrar-se “com regularidade”, indicou o Departamento do Tesouro.

Yellen, juntamente com outros membros da administração Biden, deslocaram-se à China no corrente ano após o Presidente democrata ter solicitado a altos responsáveis oficiais para “manter contactos e intensificar os esforços construtivos” e após o encontro que manteve com Xi em Bali, em 2022.

Moldes feitos

A formação destes grupos de trabalho surge após o encontro mantido na segunda-feira da semana passada entre o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o vice-presidente da China à margem da Assembleia geral a ONU em Nova Iorque.

No entanto, a formação de grupos de trabalho entre os EUA e a China não são uma novidade. Em 2005, dois senadores norte-americanos estabeleceram um grupo de trabalho entre legisladores dos dois países. Em Agosto, a secretária do Comércio, Gina Raimondo, indicou pretender promover um grupo de trabalho com o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, integrado por responsáveis oficiais e representantes do sector privado para “procurar soluções nas áreas do comércio e investimentos”.

25 Set 2023

Portugal | Lídia Jorge vence Prémio Eduardo Lourenço 2023

A escritora portuguesa Lídia Jorge é a vencedora da 19.ª edição do Prémio Eduardo Lourenço, anunciou o Centro de Estudos Ibéricos (CEI). “O júri, por unanimidade, decidiu que o Prémio Eduardo Lourenço em 2023 será atribuído à escritora Lídia Jorge”, revelou o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, e elemento da direcção do CEI.

O autarca realçou que se dá assim “uma dimensão maior ao Prémio Eduardo Lourenço, que já não é só da Ibéria, mas também da Ibero-americana, tendo em conta a sua presença naquelas latitudes”.

O vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão, sublinhou que, tendo em conta que “o Prémio Eduardo Lourenço tem sido maioritariamente até agora masculino, não deixa de ser interessante o galardão atribuído a Lídia Jorge. Vem reforçar a presença feminina no leque de premiados, ela que é precisamente um dos arautos por excelência dessa visibilidade das vozes femininas através da sua obra”.

O vice-reitor da Universidade de Salamanca, José Mateos Roco, destacou que “foi uma decisão muito pensada, muito ponderada, foram valorizados todos os pontos de vista, mas a figura da premiada foi a que mais reunia condições para este ano ser vencedora, sobretudo nessa nova dimensão que se pretende do prémio”.

25 Set 2023

Economia | Inflação subiu quase 1% em Agosto

A taxa de inflação em Macau subiu 0,99 por cento durante Agosto face ao mesmo mês do ano passado, indicam dados oficiais divulgados na sexta-feira.

“O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela ascensão dos preços das refeições adquiridas fora de casa, das excursões, dos quartos de hotéis e do vestuário”, bem como “das propinas escolares”, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

“Todavia, a diminuição das rendas de casa e a queda dos preços dos bilhetes de avião compensaram parte do crescimento do índice de preços”, acrescentou. Em Agosto, o índice de preços no consumidor cresceu 0,04 por cento face ao mês de Julho, referiu a DSEC.

25 Set 2023

Semana Dourada | Esperada ocupação hoteleira superior a 90%

A directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, antecipa uma taxa de ocupação dos hotéis acima de 90 por cento, face à expectativa de que durante a Semana Dourada o número de turistas a entrar no território possa ser superior a 100 mil por dia. Apesar das previsões, segundo o jornal Ou Mun, a responsável indicou que até agora os preços dos quartos não mostram grande flutuação.

Por outro lado, a responsável destacou que a DST e a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego estão em contactos para aumentar o número de autocarros a circular em Macau, assim como para reforçar a capacidade das várias paragens. Estas alterações são feitas com o objectivo de responder ao crescimento antecipado da procura pelos meios de transporte colectivos, mas também para oferecer alternativas, que levem à dispersão do fluxo de turistas.

25 Set 2023

Turismo | Agências perdem um quinto dos trabalhadores

No ano passado, as agências de viagem perderam um quinto dos trabalhadores, em comparação com 2021. Os dados sobre as agências de viagens foram divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Segundo a informação divulgada, no ano passado, o terceiro da pandemia e da política de isolamento, as agências tinham 2.204 empregados, menos 558 trabalhadores em comparação com 2021, quando o número de pessoas no sector era de 2.792. Esta é uma diferença de 21 por cento, ou seja, uma perda superior a um quinto da mão-de-obra da indústria no espaço de um ano.

No que diz respeito às perdas, houve uma melhoria. Em 2021, os prejuízos brutos reportados pelas diferentes agências tinha atingido os 127 milhões de patacas e no ano passado, também com os despedimentos, foi encurtado para 91 milhões de patacas.
Quando é tido em conta que no ano passado havia 174 agências a operar em Macau, as perdas totais representam uma média de 517 mil patacas em prejuízos por agência. “As receitas e despesas das agências de viagens cifraram-se em 1,60 mil milhões e 1,69 mil milhões de patacas, respectivamente, as quais baixaram 19,8 por cento e 20,3 por cento, em termos anuais”, indicou a DSEC.
Também o número de agências teve uma redução entre 2021 e 2022, com uma redução de oito agências, de 184 para 176 no ano passado.

25 Set 2023