Corrupção | Três funcionários expulsos de órgão consultivo

Três altos responsáveis da indústria aeroespacial e de defesa da China foram destituídos do cargo de membros do principal órgão consultivo político do país, ilustrando o impacto da campanha anti-corrupção de Pequim num sector fundamental para a capacidade militar.

A Conferência Consultiva Política do Povo Chinês destituiu ontem o presidente da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC), Wu Yansheng, o presidente do conselho de administração da Corporação das Indústrias do Norte da China, Liu Shiquan, e o director da Corporação de Ciência e Indústria Aeroespacial da China (CASIC), Wang Changqing, dos seus cargos, de acordo com o jornal South China Morning Post, de Hong Kong.

A CASC é o principal contratante espacial e construtor de foguetões e mísseis do país, enquanto a Corporação das Indústrias do Norte da China é a principal plataforma responsável pelo desenvolvimento de equipamento mecanizado e digitalizado para as Forças Armadas chinesas.

O CASIC é o único fornecedor de serviços para os operadores de satélites de comunicações de radiodifusão na China. Os órgãos oficiais de Pequim não referiram que os funcionários estão a ser objecto de qualquer tipo de investigação. No entanto, a decisão surge no contexto da campanha anticorrupção de Pequim no sector da Defesa.

O antigo presidente da Corporação da Indústria de Construção Naval da China, Hu Wenming, foi recentemente condenado a 13 anos de prisão por um tribunal de Xangai por aceitar subornos e abuso de poder. No Verão passado, a China destituiu o seu ministro da Defesa, o general Li Shangfu, após dois meses sem ser visto em público.

29 Dez 2023

Branqueamento de capitais | Caso detectado em HK em comércio de diamantes

As autoridades de Hong Kong detiveram quatro pessoas, entre 19 e 20 de Dezembro, no âmbito de uma operação contra uma organização transnacional de branqueamento de capitais, foi ontem anunciado.

A operação, apelidada de “Machacagemas”, descobriu que o grupo tinha “lavado” cerca de 500 milhões de dólares de Hong Kong, na sequência de uma investigação financeira e de troca de informações com as autoridades homólogas da Índia, disse o governo da região semiautónoma chinesa.

A investigação, lançada no início deste ano, descobriu que em 2021 o grupo tinha criado empresas de comércio de diamantes em Hong Kong e na Índia para exportar diamantes sintéticos de baixo valor da antiga colónia britânica, alegando tratar-se de pedras naturais valiosas. O objectivo do esquema era facilitar a transferência de grandes quantidades de fundos suspeitos da Índia para Hong Kong.

As quatro pessoas, com idades compreendidas entre os 30 e os 56 anos, foram detidas por suspeita de “tráfico de bens que se sabe ou se crê razoavelmente serem produtos de uma infração passível de procedimento penal”, nos termos da legislação em vigor. Os suspeitos foram libertados sob caução e aguardam novas investigações, não estando excluídas novas detenções.

Os funcionários aduaneiros de Hong Kong apreenderam também uma grande quantidade de diamantes sintéticos suspeitos, uma pequena quantidade de diamantes naturais, dinheiro em divisas, aparelhos electrónicos, documentos bancários e outros artigos no interior das residências e dos estabelecimentos comerciais dos detidos.

Nos termos da lei contra o branqueamento de capitais, em caso de condenação, a pena máxima é uma coima de cinco milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão de 14 anos, estando os produtos do crime igualmente sujeitos a confisco.

29 Dez 2023

HK | Condenado a seis anos de prisão por preparar ataque à bomba

Um tribunal de Hong Kong condenou ontem a seis anos de prisão por terrorismo um jovem de 19 anos, que se declarou culpado de uma conspiração frustrada para atacar com bombas edifícios judiciais. Ho Yu-wang, na altura com 17 anos, foi o mentor de uma conspiração que pretendia fabricar explosivos e atingir edifícios de tribunais em 2021, de acordo com o Ministério Público (MP) da região administrativa especial chinesa.

A conspiração, que na altura envolvia sobretudo estudantes do ensino secundário, foi frustrada devido a uma investigação policial, não tendo sido fabricadas bombas nem havido vítimas, tinha já admitido o MP. A polícia de Hong Kong disse que, após uma rusga num quarto de uma pensão, em 2021, apreendeu equipamento que podia ser usado para fabricar explosivos.

A acusação alegou também que o jovem tinha escrito notas a explicar que o objectivo era desestabilizar Hong Kong, promover conflitos com o Governo Central chinês e criar um grupo de resistência. O juiz Alex Lee afirmou que, se a conspiração tivesse sido levada a cabo, teria agravado a situação social em Hong Kong e que Ho tinha ignorado o Estado de direito e os riscos para os “colegas gangsters”.

Ainda assim, o juiz aplicou uma pena menor do que a de 10 anos pedida pelo MP, sublinhando que Ho se apresentou atempadamente à polícia e colaborou posteriormente com a investigação.

A defesa disse em tribunal que o jovem estava actualmente aliviado por ter sido detido, porque isso impediu que o plano fosse concretizado, tinha mudado e retomado os estudos, nomeadamente de história da China.

Em Maio, Ho tinha-se declarado culpado de conspiração para organizar, planear ou cometer actividades terroristas ao abrigo da lei de segurança imposta por Pequim à antiga colónia britânica em 2020, na sequência dos protestos antigovernamentais de 2019.

Outros culpados

Dois outros arguidos no mesmo caso, Kwok Man-hei, de 21 anos, e Cheung Ho-yeung, de 23 anos, foram condenados a dois anos e meio e a seis anos de prisão, respectivamente. Os dois declararam-se culpados de conspiração para provocar explosões susceptíveis de pôr em perigo vidas e bens, uma alternativa à acusação de terrorismo que é abrangida por uma outra lei.

Em Maio, quatro pessoas implicadas nesta conspiração já tinham sido condenadas a penas de prisão ou a períodos em centros de formação orientados para a reabilitação, depois de se terem declarado culpados. Em 2019, Hong Kong foi palco de grandes protestos antigovernamentais, desencadeados por uma lei que previa a extradição de suspeitos de crimes para a China.

Em resposta, Pequim impôs uma Lei de Segurança Nacional que pune a secessão, a subversão, o terrorismo e a conivência com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.

29 Dez 2023

Banda portuguesa UHF celebra 45 anos de existência

“O rock nasceu em Almada”. Foi com este mote provocatório, ao seu estilo, que a banda portuguesa UHF arrancou as celebrações dos 45 anos de carreira no dia 18 de Novembro com um concerto e a bilheteira esgotada numa hora, dias depois de terem editado o novo álbum “Novas Canções de Bem Dizer”.

Em 1978, a banda de Almada, que hoje tem apenas António Manuel Ribeiro como único elemento da formação inicial, tinha dado nesse mesmo dia o seu primeiro concerto em Lisboa, na discoteca Brown’s.

Em entrevista à agência Lusa, António Manuel Ribeiro conta um pouco da história da banda, de como começaram a juntar-se no café Central em Almada ainda com o nome “À Flor da Pele” que acabou por ser abandonado porque alguém disse que “era psicadélico e já não se usava”, mas mesmo assim permaneceu na sua história, tornando-se o título do primeiro álbum do grupo.

“O que trouxemos à música pop rock pós-25 de Abril foi a capacidade de construir uma carreira sem saber que estávamos a construir uma carreira”, disse o músico, confidenciando que nunca pensou que chegaria aos 45 dias quanto mais aos 45 anos de carreira.

Almada começa a fervilhar em termos musicais por essa altura, recorda. Os jovens encontravam-se no café Central, após as aulas, e foi assim que alguns músicos se foram conhecendo. A banda formou-se desta forma espontânea e um dia foram tocar a Lisboa, ficando conhecida pela banda misteriosa porque tocava e desaparecia.

“Para nós era pragmatismo puro. Ninguém tinha carro, íamos de transportes, tínhamos de sair cedo porque se não chegássemos a horas ao barco em Lisboa, ficávamos a dormir ao relento. Saíamos porque tínhamos de apanhar o metro e o barco para este lado do rio”, explica, sorrindo.

O primeiro êxito

“Cavalos de Corrida” é o primeiro ‘single’ e a segunda gravação da banda, um tema que nasceu numa capela abandonada na Torre da Marinha, no Seixal, onde ensaiavam, e que atingiu nos primeiros meses de 1980 a liderança do top nacional de vendas, tornando-se no primeiro ‘single’ de rock português a receber um disco de prata.

Depois deste sucesso inicia-se um processo conturbado na relação com editoras. Hoje a banda tem uma discográfica própria. “Em 82, quando decidimos sair da Valentim, rompemos contrato, fomos transferidos de uma editora para outra através de pagamento de ‘luvas’ e entrámos numa editora que não existe neste momento e ainda bem. Vendíamos bem, mas nunca soubemos o que vendemos. Mais tarde saímos e entrámos [noutra] editora portuguesa, onde voltámos a ser enganados”, disse.

O que aconteceu com os UHF, afirmou, também aconteceu com outros músicos.

“Em 89 lançámos um maxi single ‘Hesitar’ que foi considerado o que mais vendeu em Portugal. Sabe quanto nos pagaram? Não chegou aos 1.700 exemplares. O estranho é que chegava a Bragança e as pessoas conheciam a canção e não seria só um fenómeno de rádio, era também de vendas”.

Face a estes contratempos, diz António Manuel Ribeiro, o que manteve os UHF foi a determinação de saber exactamente para onde ia e o que queria, caso contrário teria acabado como muitos grupos que desapareceram ao longo dos tempos.

“Há uma coisa que costumo dizer aos músicos novos: Em Portugal para se ser artista é preciso 50 por cento de inspiração e 50 por cento de organização. Se não houver essa capacidade de organizar isto desmorona”, revelou.

Fãs até hoje

António Manuel Ribeiro é peremptório em afirmar que se os UHF têm hoje fãs, um grupo consistente que os segue de norte a sul do país, é porque escreveram e escrevem boas e interessantes canções: “Sem canções e sem as pessoas que gostam das canções não havia hipótese”.

E as canções dos UHF contam histórias, assumem uma posição em relação a alguns temas da atualidade nacional e internacional como é o caso de “Sarajevo”, “Vernáculo”, “Ucrânia livre” e “O Indigente”, este último do novo álbum “Novas Canções de Bem Dizer”, tudo canções repletas de mensagens à maneira da música de intervenção inspirada em José Afonso e em tantos outros músicos da época.

“É a minha escola sabe, a do José Afonso. A censura portuguesa no tempo da nossa ditadura ajudou a criar a melhor poesia cantada do mundo”, defende a inconfundível voz da banda composta também por Antonio Côrte Real (guitarra), Ivan Cristiano (bateria e coros) e Nuno Correia (baixo).

Celebrar uma carreira de 45 anos é celebrar todo este legado musical e poético de que António Manuel Ribeiro fala com orgulho. “Acho que temos direito a celebrar com os nossos o que fizemos e trouxemos à música portuguesa”, vincou.

29 Dez 2023

Universidade Politécnica de Macau vence 7.º concurso de tradução chinês-português

Uma equipa da Universidade Politécnica de Macau (UPM) venceu a 7.ª edição do concurso mundial de tradução chinês-português, que atraiu estudantes de mais de 40 instituições de ensino superior, anunciou ontem a instituição. Uma equipa da Universidade de São José, de Macau, e outra do Instituto Politécnico de Leiria ficaram em segundo lugar, indicou, em comunicado, a UPM.

Na terceira posição ficaram equipas da Universidade Católica Portuguesa, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Dalian, no nordeste da China, e da Universidade de Nankai, de Tianjin, perto da capital chinesa. O concurso atribuiu ainda um prémio especial, para instituições lusófonas, às equipas da Universidade de São Paulo, no Brasil, e da Universidade do Minho.

A UPM sublinhou que a competição atraiu mais de 100 equipas de mais de 40 instituições de ensino superior da China, de Macau e dos países de língua portuguesa, “tendo a resposta sido esmagadora”. Os prémios do concurso vão de duas mil patacas a um máximo de 40 mil patacas. Cada equipa tinha de traduzir pelo menos 1.500 frases.

O concurso estava aberto a estudantes de licenciatura na China, em Macau, em Hong Kong, ou de instituições de ensino superior membros da Language Big Data Alliance (LBDA) e de outros países ou regiões com tradução de chinês e português, língua chinesa e portuguesa, bem como a estudantes dos Institutos Confúcio de todo o mundo.

Intercâmbio

O objectivo da competição de tradução chinês-português é “promover o intercâmbio cultural e a compreensão mútua entre a China e os países de língua portuguesa”, sublinhou a UPM.

O concurso, que se realiza desde 2017, “já atraiu cerca de 900 equipas e milhares de estudantes e professores de universidades da Ásia, África, Europa e América do Sul”, disse, em Junho, a vice-reitora da MPU, Lei Ngan Lin.

Na altura, o presidente do concurso, Gaspar Zhang Yunfeng, disse que o evento ajuda a “promover o intercâmbio entre estudantes de instituições de ensino superior de todo o mundo em termos de técnicas de tradução entre as línguas chinesa e portuguesa e formar talentos de tradução em ambas as línguas”.

29 Dez 2023

Áreas marítimas | Gestão em consulta pública

Começa hoje a consulta pública sobre o “Zoneamento Marítimo Funcional” e do “Plano das Áreas Marítimas”, bem como a implementação da “Lei de Uso das Áreas Marítimas”. O processo de consulta de opiniões junto do público tem uma duração de 50 dias, visando “permitir aos sectores sociais conhecer as políticas e a concepção legislativa do Governo da RAEM no âmbito da gestão das áreas marítimas e auscultar as opiniões do público”.

As autoridades pretendem, com o “Zoneamento Marítimo Funcional”, analisar os recursos naturais existentes, dividindo-se as áreas marítimas “em zonas funcionais de diferentes categorias”, sendo definidos “requisitos concretos de gestão e controlo”. Com base neste zoneamento é depois definido o “Plano das Áreas Marítimas”, a fim de garantir “o uso, exploração e conservação das áreas marítimas” em coordenação com o planeamento urbanístico do território.

Por sua vez, a “Lei de Uso das Áreas Marítimas” irá estabelecer o regime jurídico do uso das áreas marítimas. A DSAMA vai promover três sessões de consulta no auditório do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior no dia 5 de Janeiro, incluindo duas sessões públicas agendadas para os dias 7 e 10 do próximo mês.

29 Dez 2023

Cultura | Cheong Kin Hong continua a presidir a fundo

O Governo decidiu manter Cheong Kin Hong como presidente do Conselho de Administração do Fundo de Desenvolvimento da Cultura por mais um ano. Segundo um despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO), assinado por Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, a renovação para um novo mandato entra em vigor no dia 1, sendo este desempenhado a tempo parcial, recebendo Cheong Kin Hong um salário correspondente ao índice 660 da tabela indiciária da função pública, bem como demais regalias associadas ao desempenho de um cargo de gestão.

Relativamente ao Conselho de Administração do Fundo de Desenvolvimento da Cultura, foi renovada a comissão de serviço de Chan Ka Io, na qualidade de membro, por mais um ano. Esta renovação entra em vigor a 19 de Janeiro, sendo que Chan Ka Io vai desempenhar funções a tempo inteiro.

Para o Conselho Fiscal do mesmo Fundo, foram ainda renovados os mandatos de Tong Io Cheng, no cargo de presidente, Rebeca Vong, representante da Direcção dos Serviços de Finanças, e ainda Vong Hou Piu. Estas renovações produzem efeitos a partir de 1 de Janeiro.

29 Dez 2023

Ano Novo Chinês | Cantora pop A-Lin actua em Macau em Fevereiro

O MGM Theatre acolhe nos dias 12 e 13 de Fevereiro um concerto de A-Lin, cantora pop de Taiwan. Oportunidade para ver, em “A-Lin Chinese New Year Music Show at MGM” um dos nomes mais sonantes da cena musical da Ilha Formosa, com destaque para os êxitos “Give Me a Reason to Forget” ou “Before, After”

 

A marcar a celebração de mais um Ano Novo Chinês, em Fevereiro, o MGM Theatre prepara-se para receber um concerto da estrela pop taiwanesa A-Lin, que actua em Macau nos dias 12 e 13 de Fevereiro no espectáculo intitulado “A-Lin Chinese New Year Music Show at MGM”.

A-Lin é conhecida do grande público com êxitos como “Lovelorn, Not Guilty”, “Before, After”, “Give Me a Reason to Forget” e “Happiness, and Then”. Um comunicado do MGM dá conta de que a cantora “cativou o público desde a sua estreia” graças “à sua voz poderosa”.

No terceiro e quarto dia do Ano Novo Lunar a sala de espectáculos MGM Theatre promete transformar-se “num cenário de tirar o fôlego, com imagens deslumbrantes e actuações sensacionais”. Espera-se que a cantora “embeleze o palco” durante os dois espectáculos, além de trazer “prosperidade e alegria” para a chegada do Ano do Dragão.

Prémios e cantorias

Nascida com o nome Lisang Pacidal Koyouan, em 1983, a cantora A-Lin foi descoberta por um agente com apenas 16 anos, tendo assinado o seu primeiro contrato quando já cantava regularmente num bar. A sua estreia no mundo da música aconteceu em 2006.

Contudo, depois de várias idas e vindas com editoras em termos contratuais, a artista assinou com a Sony Music, tendo lançado o seu primeiro álbum com a nova editora em Dezembro de 2014. Este disco obteve uma nomeação para a categoria de “Melhor Intérprete Feminina em Mandarim”, marcando a quarta nomeação que a cantora obtinha até à data sem, no entanto, conseguir vencer.

No ano seguinte A-Lin participou na terceira temporada de “I Am a Singer”, reality show que lhe deu o sexto lugar e promoveu a sua carreira, tornando-a conhecida de mais pessoas.

A-Lin já conta no currículo com inúmeros prémios, tendo obtido, em Julho deste ano, o prestigiado título de “Melhor Cantora em Mandarim” na 34.ª edição dos Golden Melody Awards, tendo, assim, cimentado o seu estatuto como “figura de proa” na indústria da música cantada em mandarim.

A cantora “também ganhou [ao longo da sua carreira] um grande número de seguidores através das suas impressionantes actuações em populares reality shows musicais”, descreve o MGM, que acredita que a “presença magnética em palco” de A-Lin, bem como a sua “voz poderosa” irá “criar uma experiência inesquecível” a quem assistir aos concertos da artista no MGM Theatre.

28 Dez 2023

UM | 2024 pode marcar regresso da economia a níveis pré-pandemia

Previsões feitas pelo Centro de Estudos e pelo Departamento de Economia da Universidade de Macau indicam que no próximo ano pode acontecer o que há muito se espera na economia local: a recuperação a níveis de 2019. Prevê-se, assim, um crescimento económico entre 8,3 e 21 por cento

A Universidade de Macau (UM) estima que a economia do território poderá crescer até 21 por cento em 2024, permitindo que o produto interno bruto (PIB) recupere até níveis atingidos antes da pandemia, anunciou ontem a instituição. Num comunicado, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da UM disse prever que “o crescimento económico de Macau em 2024 será entre 8,3 e 21 por cento”, dependendo do número de visitantes vindos da China continental.

Os turistas chineses “continuam a ser o principal factor a afectar o desenvolvimento da economia” do território, até porque “a recuperação nas chegadas de visitantes de outras regiões tem sido mais lenta”, referiram os economistas.

Num cenário mais optimista traçado pelos académicos, a região deverá receber no próximo ano um número de turistas próximo dos 39,6 milhões registado em 2019, o que permitiria ao PIB atingir 96,1 por cento do nível registado nesse mesmo ano.

No entanto, a UM avisa que “Macau enfrentará incertezas quanto ao desenvolvimento económico do interior da China em 2024”. “A contracção do mercado imobiliário, bem como a dívida pública local e empresarial, irão afectar os rendimentos dos residentes, levando a uma diminuição do seu interesse e poder de compra em viajar” para o território, referiu o comunicado.

Diferentes cenários

O investimento em imobiliário na China continental caiu 9,4 por cento nos primeiros 11 meses do ano, revelou a 15 de Dezembro o Gabinete Nacional de Estatística chinês, devido a uma crise que deixou casas inacabadas e levou à queda dos preços por metro quadrado.

No segundo cenário, o mais cauteloso, Macau irá ter um aumento de 5 por cento no número de visitantes em comparação com 2023 – o que corresponderia a 29,4 milhões, segundo previsões do Governo –, com a economia a recuperar até 85,9 por cento do registado em 2019.

Com o turismo em retoma, a UM previu que as exportações de serviços, o motor da economia da cidade graças ao sector dos casinos, deverão crescer entre 10,3 e 26,7 por cento, ajudando a taxa de desemprego a cair dos actuais 2,4 por cento para entre 2,1 e 1,9 por cento.

Por outro lado, os economistas acreditam que as receitas do Governo de Macau deverão fixar-se entre 95,3 mil milhões e 109,6 mil milhões de patacas. No orçamento para 2024, o Executivo prevê um aumento de 1,8 por cento nas receitas, para 107,1 mil milhões de patacas, sobretudo graças ao imposto sobre o jogo, que deverá atingir 75,6 mil milhões de patacas.

Entre Janeiro e Novembro, as receitas do jogo em Macau mais que quadruplicaram em comparação com igual período de 2022, atingindo 164,5 mil milhões de patacas. A indústria do jogo, o motor da economia da cidade, representava, em 2019, 51 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] de Macau e, apesar da crise durante a pandemia, dá actualmente trabalho a cerca de 71 mil pessoas, ou seja, 19,2 por cento da população empregada.

28 Dez 2023

Finanças | Fim de pagamentos por multibanco

A partir de Janeiro, os cidadãos deixam de poder pagar os impostos através da rede de máquinas multibanco. A decisão da Direcção de Serviços de Finanças (DSF), que passa por levar os cidadãos a instalarem nos seus telemóveis a aplicação Conta Única, foi revelada ontem.

“A Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) tem promovido, de forma activa, o governo electrónico e, para uma distribuição eficaz dos recursos administrativos, após a revisão e integração das diversas formas de pagamento de impostos, será cessado, a partir do dia 1 de Janeiro de 2024, o serviço de pagamento de impostos através das máquinas ATM da rede JETCO”, foi anunciado.

Apesar de falar de uma “distribuição eficaz dos recursos administrativos”, o comunicado não revela como é que a distribuição é mais eficaz, nem se a medida vai permitir poupar recursos financeiros da RAEM.

“Com a crescente generalização da aplicação de telemóvel, actualmente, os contribuintes podem proceder ao pagamento de impostos online, na comodidade de sua casa, através da aplicação móvel Macau Tax ou Conta Única de Macau e, sem limite de tempo, sendo a experiência dos utilizadores cada vez mais completa, como por exemplo, a obtenção imediata de informações fiscais, recibos, etc.”, foi acrescentado.

Caso não queiram instalar as aplicações do governo para pagar os impostos, a alternativa passa agora a limitar-se às deslocações aos bancos, ou através do sistema ebanking, das mesmas instituições.

28 Dez 2023

Jovens | Poucas oportunidades em projectos comunitários do Governo

Mais de um terço dos jovens considera que há falta de oportunidades para participar nos projectos comerciais comunitários apoiados pelo Governo. A conclusão faz parte de um inquérito realizado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau junto de “jovens” com idades entre os 18 e 44 anos, cujos resultados vão ser apresentados na sexta-feira.

Segundo o comunicado, em que são adiantados alguns números preliminares, o inquérito sobre a economia comunitária revela que entre os 769 inquiridos, 278 responderam que as oportunidades não são suficientes para que todos tenham a possibilidade de participar em projectos comerciais comunitários apoiados pelo Governo.

Ao mesmo, também quase quatro em cada dez pessoas (37,8 por cento) mostrou-se pouco disponível para consumir nos bairros comunitários. Os outros 62,2 por cento indicavam ter disponibilidade para consumir perto do sítio onde vivem.

Os motivos que levam os jovens a pretenderem consumir nos bairros onde vivem prendem-se essencialmente com a “conveniência”, “os preços” e ainda a vontade de “apoiarem o comércio local”.

Ainda de acordo com a Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, menos de metade dos inquiridos considera que nos últimos cinco anos os bairros comunitários ficaram economicamente “mais vibrantes”.

28 Dez 2023

Natal | Recebidos mais de 679,5 mil turistas

Só no sábado, a cidade acolheu 133.603 visitantes, embora a média diária entre 20 de Dezembro e terça-feira, dia 26, tenha sido de 97 mil turistas. As Portas do Cerco foram o principal ponto de entrada

Macau recebeu quase 679.600 turistas na época de Natal, entre o aniversário do estabelecimento da RAEM, a 20 de Dezembro, e terça-feira, dez vezes mais do que em igual período de 2022. Os dados oficiais foram divulgados ontem, e a comparação é feita com um período em que ainda vigorava as restrições de circulação e era exigida quarentena a quem vinha de fora.

De acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP), a cidade acolheu perto de 93 mil visitantes na terça-feira, elevando o número total para 679.584 no espaço de sete dias.

Um valor mais de dez vezes maior do que o registado no Natal de 2022 (65.138), altura em que tanto Macau como o Interior – o principal mercado de origem dos turistas que visitam a cidade – ainda impunham restrições às viagens devido à pandemia da covid-19.

O pico foi sentido no sábado, dia em que Macau acolheu 133.603 visitantes, tendo a cidade registado uma média diária de cerca de 97 mil turistas neste período.

Durante a chamada Semana Dourada do Dia da China, 01 de Outubro, um dos picos turísticos do país, a cidade recebeu em média 116.546 turistas por dia. Isto apesar de nem o solstício de Inverno (22 de Dezembro) nem o dia de Natal serem feriados no Interior. Só na vizinha região de Hong Kong, a segunda principal fonte dos visitantes de Macau, é que 25 e 26 de Dezembro são feriados.

Correrias nas portas

Os dados divulgados pela PSP não indicaram a origem dos turistas, mas referiram que quase dois terços entraram ou pelas Portas do Cerco (33,2 por cento), a principal fronteira com o Interior, ou pela Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (29,8 por cento).

Aliás, a ponte de 55,5 quilómetros, inaugurada em Outubro de 2018, registou na segunda-feira a passagem de mais de 16 mil veículos no terminal de Zhuhai, um novo recorde máximo, de acordo com o portal de notícias estatal China Media Group.

Entre Janeiro e Novembro deste ano chegaram a Macau 25,3 milhões de visitantes, quase cinco vezes mais do que em igual período do ano passado, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada.

O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, disse a 10 de Dezembro esperar que Macau termine o ano com 28 milhões de turistas, um valor que seria cinco vezes maior do que 2022 e cerca de 71 por cento do registado em 2019 (39,6 milhões), antes do início da pandemia.

Ocupação de 90,8%

Dados da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) revelam que entre os dias 23 e 26 de Dezembro, ou seja, no período de férias de Natal, registou-se uma taxa de ocupação hoteleira na ordem dos 90,8 por cento, um aumento de 2,7 por cento face à média de ocupação registada em Novembro, na ordem dos 88,1 por cento.

De frisar que estes são dados preliminares. Enquanto isso, Macau recebeu nestes dias cerca de 114 mil pessoas por dia, mais de 456 mil visitantes, o que representa um aumento de 1,3 por cento face ao período homólogo de 2019. Segundo a DST, “os resultados mostram que o número de visitantes durante os feriados ultrapassou o período pré-pandémico, assinalando uma retoma do turismo satisfatória”, continuando-se “a registar uma tendência de crescimento contínuo”.

Tendo em conta a chegada do Ano Novo e do Ano Novo Chinês, no início do próximo ano, a DST promete continuar a “cooperar com outros serviços públicos, operadores turísticos, empresas e associações para melhorar os produtos turísticos e elevar a qualidade dos serviços prestados”. Promete-se ainda fomentar o conceito de “Turismo +” em parceria com outros sectores económicos, a fim de “promover a diversificação, inovação e desenvolvimento sustentável da indústria turística de Macau”.

28 Dez 2023

CTM e Mtel | Licenças renovadas até Setembro de 2024

As licenças da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e Companhia de Telecomunicações de MTEL foram renovadas até Setembro do próximo ano, de acordo com um despacho do Chefe do Executivo. O documento foi publicado ontem no Boletim Oficial.

As actuais licenças terminam no final deste ano. O facto de a renovação se prolongar apenas até Setembro, ao invés de cobrir todo o ano, poderá indicar que até essa altura deverá ser apresentada e aprovada a nova lei das telecomunicações.

Este é um diploma que tem sido sucessivamente adiado pelo Governo de Ho Iat Seng. As promessas sobre a revisão da lei das telecomunicações são antigas, já em 2021 o Governo prometia até ao final do ano avançar com uma proposta. No entanto, apesar de meses de discussões internas, o assunto nunca chegou ao hemiciclo, o que fez com que as concessões para a rede fixa de telecomunicações fossem renovadas, até ao final do corrente ano.

Agora, a menos a quatro dias do final do ano, o cenário repete-se. A inacção do Governo para o sector das telecomunicações tem merecido críticas por parte dos deputados, e em Novembro deste ano, o deputado Si Ka Lon acusou o Executivo de estar “perdido”, também pela falta de informação sobre o assunto.

“De acordo com os relatos que recebemos da indústria das telecomunicações, as respostas do Governo fazem com que seja impossível para a população e para o sector saber como estão a progredir os trabalhos [de elaboração da proposta de lei]”, indicou o deputado em Setembro.

28 Dez 2023

Função pública | Lei Chan U pede incentivos para chefias

O deputado Lei Chan U interpelou o Governo sobre a necessidade de elaborar um mecanismo de incentivos e tolerâncias a falhas para o pessoal de direcção e chefia na Função Pública.

Na interpelação escrita, o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) pediu uma alteração, a partir do próximo ano, do Regime Jurídico da Função Pública quanto à responsabilização dos dirigentes na Administração.

Lei Chan U defende uma maior estabilidade destes mecanismos para que o pessoal da direcção e chefia da Função Pública possa ter uma maior consciência sobre servir a sociedade, bem como um maior sentido de responsabilidade. O deputado considera importante ter um sistema de incentivos e tolerância em relação às falhas cometidas no exercício de funções dos que são chefes de departamento, com critérios e princípios bem definidos, para que estes “não se preocupem” em falhar.

O deputado lembrou ainda que, actualmente, os dirigentes não têm direito a compensações remuneratórias em comparação com os técnicos superiores caso tenham de cumprir horas extraordinárias. Desta forma, Lei Chan U interpela o Governo a melhorar o regime remuneratório, a fim de fomentar a iniciativa no local de trabalho por parte do pessoal de direcção e chefia.

28 Dez 2023

IH | Procura por habitação económica abaixo da oferta

Desde 27 de Setembro até ontem, o Instituto de Habitação recebeu 4.022 candidaturas para a compra de habitação económica, no âmbito do concurso que foi prolongado recentemente até 26 de Abril. A informação oficial consta do portal do IH.

O concurso para a venda de habitações económicas que vão ser construídas na Zona A dos Novos Aterros prevê a venda de até 5.415 apartamentos. Com as candidaturas a serem inferior a esse número, verifica-se que a procura é inferior à oferta.

Entre as candidaturas, 2.984 tinham entregue todos os documentos. Ao mesmo tempo, existem 1.038 candidatos que ainda precisam de complementar as candidaturas, para que sejam aceites no concurso.

Ao nível dos candidatos, a maior parte vivia sozinha, uma vez que se registaram 1.592 candidaturas de agregados compostos por uma única pessoa. O número de candidaturas de agregados com dois elementos foi de 771. As candidaturas de agregados com três pessoas foram 503, no caso dos agregados com quatro pessoas registaram-se 266 candidaturas. Finalmente, contabilizaram-se ainda 44 candidaturas de agregados com cinco elementos, e oito de agregados com seis elementos.

Em relação aos candidatos por agregado com mais de uma pessoa, 1.309 têm idades entre 23 e 44 anos, enquanto oito têm entre 18 e 22 anos. Contam-se ainda 437 candidatos com idades entre 45 e 64 anos e 28 com mais de 65 anos. No que diz respeito às candidaturas individuais, 1.309 têm entre 23 e 44 anos, 78 entre 45 e 64 anos e 5 com mais de 65 anos.

28 Dez 2023

Obras públicas | Au Kam San critica abusos com adjudicações directas

O ex-deputado Au Kam San criticou o abuso por parte do Governo do recurso à adjudicação directa para a realização das obras públicas. As críticas foram feitas através das redes sociais pelo antigo deputado que considerou também que a revisão legislativa de 2021 veio contribuir para reduzir ainda mais os concursos públicos.

“Mesmo que haja milhares e milhares de críticas à forma como a adjudicação directa é utilizada, o Governo mantém a utilização e não volta atrás”, lamentou o ex-deputado.

Au Kam San recordou que em 2021 o Decreto-Lei n.º 122/84/M, que legisla a contratação pública, foi alterado com a justificação de que era necessário agilizar o funcionamento da Administração Pública. Como consequência, o custo das obras que podem ser atribuídas sem concurso público subiu de 2,5 milhões de patacas para 15 milhões de patacas.

Au lamentou que o Governo não tenha aproveitado a oportunidade para eliminar algumas lacunas da lei, que permitem que uma obra com um valor superior a 15 milhões de patacas possa ser adjudicada directamente a uma empresa. Para tal, basta que os trabalhos sejam divididos em fases diferentes, todas com um valor inferior aos 15 milhões.

“Ao contrário do que nos dizem os governantes, antes da alteração ao Decreto-Lei este tipo de lacunas estava identificado e fez inclusive parte de relatórios do Comissariado contra a Corrupção e do Comissariado da Auditoria”, defendeu Au. “Quando se limitaram simplesmente a aumentar o valor das obras que podem ser atribuídas sem concurso público, mostraram que não quiseram resolver os problemas. Muito pelo contrário, com um montante maior o espaço para haver situações dúbias é maior, mesmo que os procedimentos sejam mais convenientes [para a Administração]”, considerou.

28 Dez 2023

Passageiros vindos de Moçambique detidos em Hong Kong com 33,5 quilos de droga

A polícia de Hong Kong anunciou no sábado à noite ter detido dois passageiros que voaram de Moçambique para a região chinesa com 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 1,9 milhões de euros.

Num comunicado, a Alfândega de Hong Kong revelou que detectou na sexta-feira um homem de 29 anos e uma mulher de 27 anos que chegaram ao aeroporto do território vindo de Moçambique através de Doha, no Qatar. Os agentes encontraram, no interior das malas de porão dos dois viajantes, 10 pinturas a óleo e 54 peças de artesanato, usadas para esconder um total de 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 16,5 milhões de dólares de Hong Kong.

Os dois passageiros foram detidos e a polícia sublinhou que a investigação está ainda a decorrer. As autoridades sublinharam que, “após a retoma das viagens e trocas normais com o interior [da China] e outras partes do mundo, o número de visitantes em Hong Kong tem aumentado constantemente”.

Desde Dezembro de 2022 que a metrópole abandonou a política chinesa de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas. A Alfândega de Hong Kong prometeu “continuar a aplicar uma abordagem de avaliação de risco e concentrar-se na seleção de passageiros de regiões de alto risco”.

Mão pesada

O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até 5 milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua. Em Agosto, a polícia da cidade chinesa deteve um passageiro vindo do Brasil com 700 gramas de cocaína, no valor de quase cem mil euros, no interior do corpo.

Em Junho, a polícia de Hong Kong deteve uma passageira que voou do Brasil para a cidade com quase um quilo de cocaína, no valor de 124 mil euros, escondida dentro de latas de perfumes. Em Maio, a polícia do território deteve, em dois dias consecutivos, três passageiros que voaram do Brasil para a região com um total de 1,6 quilos de cocaína, no valor de 1,3 milhões de dólares de Hong Kong, no interior do corpo.

Em Setembro de 2022, a polícia anunciou a apreensão de 16,5 quilos de cocaína, com um valor de mercado de 14 milhões de dólares de Hong Kong, no interior de contentores, vindos do Brasil, com fibras de algodão.

27 Dez 2023

Médio Oriente | China continua a desenvolver esforços pela paz

A China continuará a trabalhar com todas as partes para melhorar a coordenação e galvanizar mais acções responsáveis e significativas no Conselho de Segurança da ONU para uma cessação rápida das hostilidades em Gaza, a implementação da solução de dois Estados e a paz e estabilidade no Médio Oriente, disse segunda-feira Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Mao prestou as declarações ao comentar a Resolução 2720, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU com 13 votos a favor e duas abstenções na sexta-feira passada, pedindo uma acção urgente para expandir a assistência humanitária a Gaza e criar as condições para uma cessação sustentável das hostilidades, indicou o Diário do Povo.

Mao disse que a China votou a favor da Resolução 2720, que é a segunda resolução adoptada pelo Conselho de Segurança desde o início do actual conflito em Gaza. A responsável também acrescentou que a resolução não atende às expectativas internacionais e tem certas lacunas que precisam ser preenchidas.

Mao disse que, como o actual conflito palestino-israelita matou e feriu dezenas de milhares de civis e a situação humanitária em Gaza continua a deteriorar-se, a China pediu que a resolução seja implementada de forma eficaz, que a assistência humanitária seja ampliada e que um mecanismo de monitoramento seja estabelecido o mais rápido possível. Realizar um cessar-fogo continua a ser a prioridade absoluta e pré-requisito para todo o resto, disse Mao.

27 Dez 2023

Gansu | Sismo provocou perdas económicas de 67,7 milhões de euros

O terramoto que atingiu a China na segunda-feira passada, matando pelo menos 148 pessoas, causou perdas estimadas em quase 68 milhões de euros nos setores da agricultura e pescas, informou domingo a imprensa estatal.

A província de Gansu, no noroeste da China, realizou avaliações preliminares que mostraram que as indústrias agrícolas e pesqueiras locais perderam 532 milhões de yuans, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV.

As autoridades estavam a ponderar a melhor forma de utilizar o fundo de ajuda, criado pelo Governo Central chinês na terça-feira, para que o sector agrícola retomasse a produção o mais rapidamente possível. O Governo chinês e o ministério da Gestão de Emergências alocaram 200 milhões de yuan para os esforços de socorro e recuperação.

O sismo de magnitude 6,2 atingiu uma região montanhosa, um minuto antes da meia-noite local de segunda-feira na fronteira entre as províncias de Gansu e Qinghai e a cerca de 1.300 quilómetros a sudoeste de Pequim, a capital chinesa. A CCTV informou que 117 pessoas morreram em Gansu e 31 outras morreram na vizinha Qinghai, enquanto três pessoas continuam desaparecidas. Cerca de mil pessoas ficaram feridas e mais de 14 mil casas foram destruídas.

Durante uma visita no sábado a várias aldeias de Gansu e a um condado de Qinghai, o primeiro-ministro chinês Li Qiang instou as autoridades a melhorarem as condições de vida dos sobreviventes através de todos os métodos disponíveis. De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, Li disse também que a principal prioridade dos esforços de socorro era garantir que as pessoas se mantivessem quentes e seguras no Inverno.

Foram realizados funerais para os mortos, alguns seguindo as tradições muçulmanas de grande parte da população da área afectada.

27 Dez 2023

Xinjiang | China sanciona empresa dos EUA por ingerência

Pequim rejeita “a falsa narrativa” sobre Xinjiang “inventada e difundida” por Washington e vai aplicar sanções contra a empresa de informações e dados norte-americana Kharon

 

A China vai impor sanções contra uma empresa norte-americana e dois indivíduos por interferirem nos assuntos internos e “espalharem falsidades” sobre os direitos humanos em Xinjiang (noroeste), anunciou ontem o Governo chinês. Os alvos são a empresa de informações e dados norte-americana Kharon, o respectivo director de investigação, Edmund Xu, e a antiga investigadora do Centro de Estudos de Defesa Nacional dos Estados Unidos Nicole Morgret.

A China proibirá a entrada no país de Xu e Morgret e congelará os bens móveis e imóveis da empresa e de ambos na China, segundo a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning. Nos últimos anos, a Kharon produziu relatórios que alegam a existência de trabalho forçado nalgumas indústrias da região noroeste da China, estrategicamente importante, rica em recursos energéticos e onde vivem os uigures e outras etnias muçulmanas.

Washington anunciou este mês a inclusão de três empresas chinesas na lista de entidades sancionadas pela Lei de Prevenção do Trabalho Forçado dos Uigures, que já afectou 30 empresas desde que o Presidente Joe Biden a promulgou em 2021. A lei proíbe a importação para os Estados Unidos de bens produzidos em Xinjiang ou por entidades sancionadas, a menos que agências como os serviços aduaneiros certifiquem que não foram produzidos com trabalho forçado.

Matéria sensível

Numa conferência de imprensa, Mao Ning acusou Washington de “inventar e difundir uma falsa narrativa sobre Xinjiang”, segundo a agência espanhola EFE. Mao disse que Washington usa “o pretexto de alegados problemas de direitos humanos em Xinjiang para impor sanções ilegais contra empresas e funcionários chineses”, numa violação do direito internacional.

Acusou a Kharon de recolher há muito tempo “informações sensíveis sobre Xinjiang” e de fornecer provas para “sanções ilegais” dos Estados Unidos. Acrescentou que Pequim já apresentou uma queixa formal contra os Estados Unidos e insistiu que Washington deve “deixar de caluniar e difamar a China”.

Xinjiang produz cerca de um quinto do algodão mundial e é também rica em petróleo e gás natural, segundo a televisão britânica BBC.

27 Dez 2023

Espectáculos de vídeo-mapping para ver até Fevereiro

Até ao dia 25 de Fevereiro, decorrem vários espectáculos de luzes e vídeo-mapping por toda a cidade no âmbito da iniciativa “Iluminar Macau 2023”, promovida pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST). O calendário de eventos começou no passado dia 2 e decorre em 34 locais de sete zonas do território, sendo que o público terá acesso a 36 instalações luminosas e 20 dispositivos interactivos.

Relativamente aos espectáculos de vídeo-mapping, a DST decidiu convidar não apenas equipas de Macau, mas também de duas cidades que pertencem à Rede de Cidades Criativas da UNESCO da área de Design, Wuhan, na China, e Seul, capital da Coreia do Sul. No Centro de Ciência de Macau será exibido o espectáculo de vídeo-mapping “Unlock the Magic: Journey into Wonderland”, da autoria da equipa sul coreana.

Através de imagens de jogos e da imaginação de contos de fadas, a exibição divide-se em quatro partes, nomeadamente “Invitation”, “Adventure”, “Crisis” e “Celebration”. A ideia é que o Centro de Ciência se transforme “num local onde o mundo dos sonhos e o mundo real se encontram”.

Obras a concurso

No caso da participação de Wuhan, foi realizado um concurso público por parte da DST em parceria com o Departamento Municipal de Desenvolvimento Urbano-Rural de Wuhan para escolher os melhores espectáculos de vídeo-mapping, tendo sido seleccionados os três melhores a serem exibidos no Largo dos Bombeiros da Taipa.

“Enjoy Magic” é o nome de um dos espectáculos que será exibido ainda este mês. Divide-se em três partes, “Colorful World”, “Fantasy Seasons” e “Joyous Celebrations”, revelando “a magia de uma cidade de entretenimento com a dinâmica da cor, da luz, da estrutura e dos símbolos”.

Por sua vez, em Janeiro, também de Wuhan, será apresentado “Season Diffusion”, que se divide em duas partes, nomeadamente “Twenty-Four Solar Terms” e “Celebrating the Spring Festival”. Nesta exibição, recorre-se à tecnologia AIGC para produzir imagens, música e efeitos sonoros, “criando-se um processo inovador de produção de vídeo mapping”.

Em Fevereiro, será apresentado o espectáculo “A Dose of Lighting Dopamine”, com uma interpretação da palavra “dopamina” que irá exibir “os encantos de Wuhan, Macau e Portugal”.

Coloane não fica de fora do mapa deste evento, com a Igreja de São Francisco Xavier a acolher duas obras seleccionadas através de um concurso público. A obra vencedora, “A Beacon of Light in Macao’s Winter Night” será exibida entre este mês e Janeiro, “transportando o público numa viagem mágica de deslumbramento dos sentidos pela beleza de Macau”.

O trabalho classificado em segundo lugar, “Dazzling Winterland”, será apresentado ao público entre Janeiro e Fevereiro, trazendo “belas construções de gelo no Inverno que criam um parque de diversões deslumbrante e alegre, radiante de luz e amor”.

Todas as instalações do “Iluminar Macau 2023” podem ser vistas entre as 19h00 e as 22h00 durante o período do evento. Cada espectáculo de vídeo-mapping tem uma duração de cerca de oito minutos, sendo a última sessão exibida às 21h30.

27 Dez 2023

Venezuela | Shee Va em encontro de escritores que homenageia Eugénio de Andrade

Shee Va, médico gastrenterologista e autor de diversos livros sobre a cultura chinesa, é um dos nomes que integram o painel do IV Encontro Virtual de Escritores Lusófonos, que arrancou ontem e se prolonga até sábado, na Venezuela. Poeta português Eugénio de Andrade será homenageado no evento

 

O IV Encontro Virtual de Escritores Lusófonos, iniciativa que homenageia o poeta português contemporâneo Eugénio de Andrade e reúne cinco autores de Itália, Portugal, Macau, Moçambique e Brasil, decorre na Venezuela até ao próximo sábado, 30 de Dezembro.

O Encontro está “integrado nas comemorações do centenário do nascimento de Eugénio de Andrade e reúne escritores de diferentes nacionalidades, que escrevem sobre realidades e temas diversos, todos utilizando o português como língua comum”, explica a organização num comunicado divulgado em Caracas.

No documento, o embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lado, sublinha que “o homenageado é considerado o mais universal dos poetas portugueses contemporâneos”.

“A realização deste ciclo de encontros evidencia a Venezuela enquanto país de acolhimento de uma grande comunidade de língua portuguesa. “O ensino do português está em contínua, rápida e significativa expansão. Cada vez mais escolas ensinam português. Em apenas um ano lectivo, passamos de perto de 7,5 mil alunos para cerca de 11 mil”, explica.

Por outro lado, Rainer Sousa, Coordenador do Ensino de Português em Caracas, sublinha que os Encontros são “uma iniciativa que nasceu na Venezuela, durante a pandemia da covid-19, que vão continuar nos próximos anos, mantendo a aspiração de se vir presencial com a participação de académicos, e com o objectivo de promover o diálogo e a interacção entre estudantes e escritores, estimulando assim o hábito pela leitura em Língua portuguesa”.

Segundo a organização, o Encontro é inaugurado pelo professor italiano Federico Bertolazzi, professor de literatura portuguesa na Universidade de Roma “Tor Vergata” e especialista na obra de Eugénio de Andrade, que traduziu e organizou várias edições italianos desde o português.

O médico e escritor Shee Va é o nome que representa Macau, território que lhe deu “oportunidade de escrever”. Trata-se de um escritor que, segundo a organização, aposta na difusão da “cultura chinesa nas comunidades de língua portuguesa”. Autor de diversas obras que retratam o mundo chinês, destacam-se os romances “Boi Cabeça, Cavalo Cara”, “Uma Ponte para a China”, e “Espíritos”.

Outros nomes

No Encontro participará também a escritora portuguesa Ana Cristina Silva, premiada autora de 15 romances e professora do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, em Lisboa, que em 2017 ganhou o Prémio Fernando Namora pelo romance “A Noite Não é Eterna” (2016) e que recebeu o Prémio Literário Urbano Tavares Rodrigues pelo romance “O Rei do Monte Brasil”. Publicou também os romances “Salvação” (2018), “As longas noites de Caxias” (2019) e, em 2022, “À procura da manhã Clara”.

Foi ainda convidado o escritor e professor universitário moçambicano Dany Wambire que publicou inúmeras antologias no Brasil e em Portugal e “o seu livro ‘A fecunda fertilidade e outros contos’ recebeu menção honrosa no Prémio Internacional José Luís Peixoto (2013).

O documento explica que “o encontro terminará com a intervenção do escritor brasileiro Luíz Eduardo de Carvalho, homem de teatro, professor, jornalista e gestor cultural” que “com uma dezena de títulos publicados e mais de 70 prémios, participou em dezenas de antologias, feiras e bienais literárias”. “É autor de “Relatos de Sampa” (2014), “O Teatro delirante”, “Sessenta e Seis Elos”, “Xadrez”, “Quadrilha” (2020) e “Crônicas do ofício” (2022)”, afirma.

O encontro conta com o apoio da Embaixada de Portugal em Caracas, do Instituto Camões, da Coordenação para o Ensino do Português na Venezuela, do Festival Literário, Internacional de Poços de Caldas (Flipoços), do Correio da Venezuela e dos Centros de Língua Portuguesa de Maracay y de Caracas.

27 Dez 2023

Inflação | Taxa fixa-se em 1,16% em Novembro

A taxa de inflação em Macau fixou-se em 1,16 por cento em Novembro, contra 0,76 por cento no mesmo mês de 2022, de acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). “O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela ascensão dos preços das refeições adquiridas fora de casa, do vestuário e do gás de petróleo liquefeito, assim como pelo aumento das propinas escolares”, indicou a DSEC, em comunicado.

No entanto, continuou o organismo, a queda dos preços da carne de porco e dos bilhetes de avião, bem como a diminuição das rendas de casa e dos salários dos empregados domésticos compensaram parte do crescimento do índice de preços.

As autoridades indicaram também que o custo do vestuário e calçado, da educação e dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas subiram 5,03 por cento, 5,02 por cento e 2,61 por cento, respectivamente, em termos anuais.

Já os índices de preços das secções dos transportes, dos equipamentos e serviços domésticos, assim como da habitação e combustíveis diminuíram 3,26 por cento, 0,75 por cento e 0,50 por cento, respectivamente. Em Novembro, o índice de preços no consumidor subiu 0,03 por cento face ao mês de Outubro, quando a taxa de inflação foi de 1,10 por cento.

27 Dez 2023

Medalhas | Felizbina Carmelita Gomes fala de reconhecimento de missão “emotiva”

O reconhecimento de uma missão “bastante emotiva”. Foi desta forma que Felizbina Carmelita Gomes, actual directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, reagiu à divulgação de que vai receber em Janeiro a Medalha de Mérito Educativo.

Em declarações à agência Lusa, a macaense destacou “estar muito grata e satisfeita” com a medalha, e agradeceu à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses. “Agradeço imenso aos serviços de educação e à APIM pelo reconhecimento do meu trabalho”, afirmou Felizbina Carmelita Gomes.

A antiga directora da Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, com “uma carreira com 39 anos de tempo de serviço na área da educação”, referiu ainda que o percurso profissional “junto das crianças e funcionários da educação” tem sido “uma missão bastante emotiva”.

Natural de Macau, Felizbina Carmelita Gomes estudou no Liceu de Macau, tendo concluído o ensino superior em Ciências da Educação pela Universidade de Macau. Em Portugal, realizou várias formações complementares na área educativa na Universidade de Lisboa, disse à Lusa.

Em comunicado, o Governo destacou, entre outros trabalhos da educadora, a “pro-actividade no desenvolvimento dos currículos e do ensino da língua portuguesa nas escolas oficiais” do território bem como a promoção de um “ambiente favorável para a aprendizagem da cultura portuguesa nas escolas”.

27 Dez 2023