Coreia do Norte | Anunciado fracasso de lançamento de satélite

A Coreia do Norte anunciou ontem o fracasso de uma nova tentativa de colocar em órbita um satélite espião, devido a um alegado problema no motor do propulsor.

O propulsor do satélite de reconhecimento Malligyong-1-1 “explodiu durante a primeira fase do voo e falhou”, declarou o vice-director da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial (NATA) norte-coreana num comunicado divulgado pelos meios de comunicação oficiais, acrescentando que “a causa do acidente foi a fiabilidade do novo motor a oxigénio líquido e querosene”.

O responsável norte-coreano indicou que uma análise preliminar do acidente apontou um problema num dos motores da primeira fase. A Coreia do Norte demorou pouco mais que 90 minutos a informar sobre o fracasso do lançamento do foguetão espacial, efectuado pelas 22:44 locais de ontem, segundo o Exército sul-coreano.

Em comunicado, o Estado-Maior sul-coreano afirmou ter detectado pela primeira vez às 22:44 locais (o rasto do projéctil lançado da zona de Tongchang-ri – no noroeste do país, onde se situa a base de lançamento espacial de Sohae – em direção ao mar Ocidental (nome dado nas duas Coreias ao mar Amarelo).

Apenas dois minutos depois de localizar o lançamento, os radares sul-coreanos voltaram a detectar o projéctil “como um grande aglomerado de fragmentos nas águas norte-coreanas”, indicando que o foguetão falhou em pleno voo. A Coreia do Norte somou assim mais um fracasso ao seu programa espacial, após dois lançamentos falhados do foguetão Chollima-1 na Primavera e no Verão de 2023.

O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, disse numa conferência de imprensa que o projéctil “desapareceu [do radar)] em pleno voo sobre o mar Amarelo”. “Por isso, acreditamos que não atingiu a órbita terrestre”, acrescentou.

28 Mai 2024

China pede ao MNE iemenita fim dos ataques a navios civis no Mar Vermelho

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, pediu ontem ao seu homólogo iemenita, Shaya Mohsin Zindani, o fim dos ataques a embarcações civis no Mar Vermelho, a fim de “garantir a segurança das rotas marítimas”.

Após meses de ataques perpetuados pelos rebeldes Houthi contra várias embarcações naquelas águas, Wang explicou a Zindani que “a situação tensa no Mar Vermelho” é “uma consequência das repercussões do conflito de Gaza”, guerra para a qual apelou a um cessar-fogo.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros sublinhou a importância de “manter a unidade e a estabilidade” no Iémen e manifestou esperança de que “todas as partes envolvidas no conflito iemenita adiram a uma solução política e respondam positivamente aos esforços de paz da ONU e dos países da região”.

Zindani saudou o “apoio incondicional da China à independência e soberania do Iémen” e a assistência prestada por Pequim “ao desenvolvimento económico e social do país, sem condições políticas”. O ministro iemenita manifestou esperança de que a China “continue a desempenhar um papel significativo na redução das tensões no Mar Vermelho e na reconstrução do Iémen”.

Contra ataques

Os ataques dos Houthi podem ter um grande impacto na economia mundial, uma vez que o Mar Vermelho representa quase 15 por cento do comércio marítimo mundial.

A China tem criticado as acções das forças norte-americanas contra os Houthis desde que o grupo insurgente começou a atacar, há meses, navios no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb, que alega estarem ligados a Israel ou dirigirem-se para lá.

Segundo Pequim, os ataques lançados pelos EUA não estão abrangidos pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU ou pela Carta das Nações Unidas e são, por isso, contrários ao direito internacional.

Zindani encontra-se na capital chinesa para participar na 10.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação China – Estados Árabes, esta quinta-feira.

A conferência contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, do Rei do Bahrein, Hamad Bin Isa Al Khalifa, do Presidente do Egipto, Abdel Fattah El Sisi, do Presidente da Tunísia, Kais Saied, e do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan.

28 Mai 2024

Prémios Sophia premeiam João Canijo e Marco Martins

Os filmes “Mal Viver”, de João Canijo, e “Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, foram os mais premiados na cerimónia dos prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, que decorreu no domingo no Casino Estoril, Cascais.

Na 13.ª edição dos Sophia, João Canijo recebeu o prémio de Melhor Realização e conquistou ainda o de Melhor Filme por “Mal Viver”. Este é um drama de uma família, de várias gerações de mulheres, que gere um hotel; uma obra que se conjuga num díptico com a longa-metragem “Viver Mal”, ambas produzidas por Pedro Borges, da Midas Filmes. Por conta ainda de “Mal Viver”, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda o Sophia de Melhor Actriz Secundária a Madalena Almeida e o de Melhor Montagem a João Braz.

“Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, retrato da emigração portuguesa no Reino Unido, somou também quatro prémios para Beatriz Batarda (Melhor Actriz Principal), Romeu Runa (Melhor Actor Secundário), João Ribeiro (Melhor Direcção de Fotografia) e Miguel Martins e Rafael Cardoso (Melhor Som).

“Viva a liberdade, mas sejamos estoicos e façamos da casa da nossa democracia um exemplo para todas as casas do nosso país. Xenofobia, misoginia, transfobia, discurso do ódio, não, não pode, seu ignorante”, disse o ator Romeu Runa no discurso de agradecimento.

“Amadeo”, de Vicente Alves do Ó, venceu três Sophia nas categorias de Guarda-Roupa, Direcção de Arte e Maquilhagem e Cabelos. O filme “Não Sou Nada – The Nothingness Club”, de Edgar Pêra, que era o mais nomeado desta edição, recolheu duas estatuetas, de Melhor Caracterização e Efeitos Especiais e para Melhor Actor Principal, para Miguel Borges.

Carlos Conceição conquistou o prémio de Melhor Argumento Original para o filme “Nação Valente”. Destaque ainda para prémios atribuídos no cinema de animação.

A longa-metragem “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, venceu o Sophia de Melhor Argumento Adaptado, para Virgílio Almeida, “Sopa Fria”, de Marta Monteiro, venceu o de Melhor Curta-Metragem de Animação, e a longa-metragem “Os Demónios do Meu Avô”, de Nuno Beato, recebeu dois prémios, nas categorias de Melhor Canção e Melhor Banda Sonora.

“Rabo de Peixe” vencedor

O Sophia de Melhor Série ou Telefilme foi para a “Rabo de Peixe”, realizada por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira, e produzida para a plataforma de ‘streaming’ Netflix. Joana Botelho venceu o Sophia de Melhor Curta-Metragem Documental com “Coney Island – As Primeiras Vezes”, Basil da Cunha venceu na categoria de curta-metragem de ficção, com “2720”, e “Viagem ao Sol”, de Ansgar Schaefer e Susana de Sousa Dias, obteve o Sophia de Melhor Documentário.

Durante a cerimónia, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda os Sophia de Carreira ao músico e compositor Luís Cília e ao realizador Rui Simões.

28 Mai 2024

Israel | China mostra “profunda preocupação” com operação militar em Rafah

O Governo chinês expressou hoje a sua “profunda preocupação” com os ataques israelitas em Rafah, na Faixa de Gaza, depois de o exército de Israel ter bombardeado um campo para pessoas deslocadas, que fez um elevado número de mortos.

“A China manifesta a sua profunda preocupação com as operações militares israelitas em curso contra Rafah”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa regular.

“Exigimos que todas as partes protejam os civis e as instalações civis e instamos Israel a dar ouvidos ao apelo da comunidade internacional e a cessar os seus ataques a Rafah”, afirmou Mao Ning.

Israel intensificou ontem os seus ataques à cidade. O Conselho de Segurança da ONU convocou já uma reunião de emergência. Estes novos bombardeamentos surgem na sequência de uma onda de condenação internacional a um ataque na zona, que fez 45 mortos e 249 feridos, no domingo à noite, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou “o acidente trágico”. O exército israelita afirmou que está a investigar a morte das vítimas civis, depois de ter dito inicialmente que tinha visado dois altos funcionários do Hamas com “munições precisas”.

“A posição da China sobre o conflito israelo-palestiniano é constante e clara. Opomo-nos a qualquer violação do direito internacional, incluindo o direito humanitário internacional”, sublinhou Mao Ning. “A comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para aliviar e pôr fim ao desastre humanitário em Gaza”, vincou.

A China tem boas relações com Israel, mas apoia a causa palestiniana há décadas. Pequim tem tradicionalmente feito campanha por uma solução de dois Estados, enquanto o processo de paz israelo-palestiniano está num impasse desde 2014.

28 Mai 2024

PCC | Quadros vão ser responsabilizados por falta de saúde financeira

A cúpula do Partido Comunista Chinês (PCC) defendeu ontem que os “riscos financeiros” são “uma questão de segurança nacional” e advertiu que os seus quadros “serão responsabilizados” se não “assumirem a responsabilidade” de “assegurar a saúde financeira do país”.

O Presidente chinês, Xi Jinping, presidiu à reunião do Politburo, o mais alto órgão de decisão do PCC, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua.

Um despacho difundido pela agência indica que os líderes do partido salientaram que “prevenir e neutralizar os riscos financeiros influencia grandemente a segurança nacional”, e “é um trabalho importante para alcançar um desenvolvimento de alta qualidade”.

“Vão ser formuladas normas judiciais para responsabilizar aqueles que não conseguem prevenir os riscos financeiros”, advertiram.

“O objectivo é que o partido continue a exercer uma autogovernação plena e rigorosa e a reforçar também a liderança centralizada do PCC sobre o sector financeiro, para que os departamentos administrativos e as instituições financeiras assumam as suas responsabilidades”, frisou a cúpula do poder chinês.

Funcionários “a todos os níveis” vão ser instados a “assegurar que as várias tarefas destinadas a reforçar a regulação financeira em todos os domínios são correctamente executadas”.

“Os regulamentos devem ser aplicados à letra e os infractores devem ser responsabilizados. Aqueles que não cumprirem os seus deveres devem ser responsabilizados e serão punidos”, advertiu o PCC, numa altura em que vários antigos funcionários foram punidos por corrupção e em que algumas agências de notação da dívida baixaram para “negativa” a perspectiva do ‘rating’ do país, face aos “riscos crescentes” para as finanças públicas.

Compromissos

No final do ano passado, as autoridades chinesas comprometeram-se a “reforçar a supervisão financeira” para “prevenir e neutralizar eficazmente os riscos”, numa altura em que várias administrações locais e regionais do país enfrentam problemas de endividamento e a crise imobiliária está a arrastar a recuperação económica.

Os dirigentes do PCC reconheceram então que “continuam a surgir problemas de corrupção e de caos financeiro” e apontaram a necessidade de “reforçar” as “fracas” capacidades de supervisão do sector.

Uma das questões abordadas nessa reunião foi o já referido problema da dívida dos governos locais, que, segundo o Fundo Monetário Internacional, acumulavam cerca de 9 biliões de dólares de “dívida oculta”, mais do dobro do valor em 2017.

A falta de liquidez foi agudizada por uma crise no sector imobiliário, já que a venda de terrenos pelos governos locais constituía uma importante fonte de receitas para as construtoras.

28 Mai 2024

Saúde | Mulher em estado grave após intoxicação por sulfeto de hidrogénio

Uma residente com 24 anos está a lutar pela vida, ligada a um ventilador, depois de ter sofrido uma intoxicação por sulfeto de hidrogénio, quando tomava banho. O caso foi divulgado na segunda-feira, pelos Serviços de Saúde, num comunicado emitido apenas em chinês, mas terá acontecido no domingo.

A mulher foi encontrada desmaiada no chuveiro, numa casa-de-banho sem janelas ou qualquer outro tipo de ventilação, dado que o extractor estava avariado.

Após a família da mulher ter chamado as autoridades, que a levaram para o hospital, o Corpo de Bombeiros investigou o apartamento situado no Edifício Iau Tim, na Estrada Marginal do Hipódromo e detectou uma concentração elevada de gás sulfídrico.

De acordo com os Serviços de Saúde, o sulfureto de hidrogénio é uma substância que se encontra no petróleo bruto, no gás natural, nos gases vulcânicos e nas fontes termais, mas que também pode estar presente em locais onde existem substâncias corrosivas, como pântanos, esgotos, túneis, poços e grutas, e onde não há ventilação. As concentrações baixas de sulfureto de hidrogénio não provocam sintomas de envenenamento, mas à medida que a concentração aumenta podem ocorrer irritações oculares e respiratórias, tonturas, dores de cabeça e sonolência, e a intoxicação pode ser fatal. O sulfureto de hidrogénio tem um odor forte, pungente e característico a ovo podre.

28 Mai 2024

OMS | Macau presente na 77.ª Assembleia Mundial da Saúde em Genebra

Macau estará representada na 77.ª edição da Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial de Saúde, que decorre até este sábado, em Genebra.

Segundo um comunicado, a delegação da RAEM é chefiada pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura. Elsie Ao Ieong U falou dos projectos do Executivo em prol de uma sociedade e de uma população mais saudáveis, tendo destacado a abertura do novo hospital das ilhas.

Além disso, a responsável defendeu, segundo um comunicado, que “a indústria da medicina tradicional chinesa é uma das componentes mais importantes” no desenvolvimento do sector. Elsie Ao Ieong U adiantou ainda que, em conjunto com as operadoras de jogo, serão lançados “produtos de serviços orientados para a saúde, nomeadamente, serviços médicos de alta qualidade, cuidados de saúde, convenções e exposições de medicina, entre outros, esperando-se que possa promover o desenvolvimento conjunto do sector de saúde privado de Macau”.

A 77.ª Assembleia Mundial de Saúde começou na segunda-feira e termina sábado, tendo como tema “Todos pela Saúde, Saúde para Todos”. Participam ainda delegações da China e Hong Kong.

28 Mai 2024

Jogos Nacionais | Governo espera turistas de todo o mundo

As autoridades de Macau acreditam que a realização da 15.ª Edição Jogos Nacionais vai atrair para o território turistas de todo o mundo, devido à participação de alguns dos atletas mais famosos do Interior. A posição foi tomada pelo presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang.

“Os eventos em Macau dos Jogos Nacionais vão reunir os atletas mais conhecidos do país. Nesta altura, o evento desportivo, aliado ao impacto da participação dos atletas de renome, vai atrair turistas de todo o mundo para virem a Macau assistir aos jogos e visitarem o território”, escreveu Pun Weng Kun.

Para capitalizar o potencial turístico do evento desportivo, o Governo promete preparar uma grande campanha de promoção. “A Direcção de Serviços de Turismo irá promover o evento na sua plataforma oficial, nas redes sociais e através de vários canais dos seus parceiros”, foi prometido. “Ao mesmo tempo, será agilizada a coordenação com promotores de vários outros eventos realizados em Macau, de forma a ser adoptada uma estratégia de complementar, com acessos facilitados a outros eventos”, foi acrescentado.

Pun Weng Kun considerou ainda que a organização dos Jogos Nacionais, que decorrem entre 9 a 21 de Novembro, vai permitir ao território diversificar a economia. A RAEM vai receber na 15.ª edição do evento desportivo todas as provas de ténis de mesa e de basquetebol 3×3, assim como a competição sub-18 masculina de basquetebol de cinco e o torneio de voleibol feminino.

28 Mai 2024

Coreia do Norte dispara “projétil não-identificado”, confirma exército sul-coreano

A Coreia do Norte disparou um “projétil não-identificado”, anunciou hoje o Exército sul-coreano, algumas horas depois de Pyongyang ter informado o Japão de que estava a preparar o lançamento de um novo satélite espião.

“A Coreia do Norte disparou um projétil não-identificado para sul”, sobre o mar Amarelo, indicou o Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul, depois de Seul, Pequim e Tóquio terem concluído a sua primeira cimeira trilateral desde 2019. Segundo Seul, “muitos fragmentos de projétil” foram encontrados no mar, após o disparo de Pyongyang.

Em comunicado, o Estado-Maior sul-coreano afirmou ter detetado pela primeira vez às 22:44 locais o rasto do projétil lançado da zona de Tongchang-ri – no noroeste do país, onde se situa a base de lançamento espacial de Sohae – em direção ao mar Ocidental (nome dado nas duas Coreias ao mar Amarelo).

“O projétil foi detetado como um grande aglomerado de fragmentos à superfície das águas norte-coreanas por volta das 22:46 (14:46 de Lisboa), e as autoridades da República da Coreia (nome oficial do Sul) e dos Estados Unidos estão a proceder a uma análise detalhada para determinar se o voo foi normal”, acrescenta o texto.

Dado que a primeira deteção do rasto do projétil tem apenas dois minutos de diferença em relação à segunda, sob a forma de fragmentos, acredita-se que este explodiu pouco depois da descolagem e que a Coreia do Norte somou assim mais um fracasso ao seu programa espacial, após dois lançamentos falhados do foguetão Chollima-1 na primavera e no verão de 2023.

Em novembro, Pyongyang conseguiu finalmente lançar com êxito o foguetão e colocar em órbita o seu primeiro satélite espião, o Malligyong-1.

O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, disse numa conferência de imprensa que o projétil “desapareceu [do radar)] em pleno voo sobre o mar Amarelo”. “Por isso, acreditamos que não atingiu a órbita terrestre”, acrescentou.

O sistema de alerta japonês para a população foi inicialmente ativado em Okinawa (sudoeste do país) após ter detetado e calculado a trajetória do projétil, mas foi desativado minutos depois, uma vez que este “nunca sobrevoou a área designada”, disse uma fonte governamental japonesa à agência noticiosa Kyodo.

Por sua vez, a televisão japonesa NHK difundiu imagens aparentemente captadas a partir da fronteira chinesa com a Coreia do Norte (a base de Sohae fica cerca de 50 quilómetros a sul da cidade chinesa de Dandong) que mostram, no céu noturno, uma combustão com um padrão irregular primeiro e depois o que parece ser uma deflagração.

Pyongyang notificou hoje a guarda costeira japonesa de uma janela de lançamento entre hoje, segunda-feira, e o próximo dia 03 de junho para colocar em órbita um novo satélite espião. A Coreia do Norte afirmou no início deste ano que iria lançar mais três satélites espiões “Malligyong” até 2024.

Para o êxito do lançamento de novembro, acredita-se que tenha sido fundamental a ajuda da Rússia, que foi muito reforçada depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, terem realizado uma cimeira, em setembro de 2023.

28 Mai 2024

Médio Oriente | Pequim quer problemas resolvidos pelos países da região

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China Deng Li afirmou ontem que os problemas no Médio Oriente “devem ser resolvidos pelos países e povos da região” através do “diálogo”.

Deng sublinhou que a China “sempre esteve envolvida nos esforços para promover a paz na região”, numa conferência de imprensa para discutir a 10ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação China – Estados Árabes, que se realiza em Pequim, na quinta-feira.

O responsável rejeitou a ideia de que o país asiático, que aumentou o seu envolvimento diplomático na região nos últimos anos, esteja a tirar partido de “um vazio deixado pelos Estados Unidos” no Médio Oriente.

O vice-ministro salientou que, perante a escalada de conflitos, como o surto de violência em Gaza, a China, enquanto “país responsável”, sente “a necessidade de contribuir para a paz regional e assumir a sua quota-parte de responsabilidade na mitigação da crise humanitária”.

“Chegou o momento de a comunidade internacional agir com sentido de justiça e bem comum para fazer algo pela paz no Médio Oriente”, afirmou Deng, acrescentando que a China deve “esforçar-se por fazer algo para pôr fim a este conflito”. “Esta é a razão fundamental que está por detrás do recente aumento da actividade diplomática da China no Médio Oriente. O nosso objectivo é a humanidade, a justiça, a estabilidade e a paz na região”, concluiu Deng Li.

Papel moderador

A conferência ministerial de quinta-feira contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, do Rei do Bahrein, Hamad Bin Isa Al Khalifa, do Presidente do Egipto, Abdel Fattah El Sisi, do Presidente da Tunísia, Kais Saied, e do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan, para além de outros funcionários de menor escalão.

Uma das questões que deve ser debatida durante a reunião é o conflito em Gaza, relativamente ao qual Pequim tem apelado nos últimos meses a “todos os esforços possíveis para proteger os civis e evitar uma catástrofe humanitária ainda maior”.

A China também manifestou o seu apoio à “solução dos dois Estados” e os seus funcionários realizaram numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.

Nos últimos anos, a China tem também desempenhado um papel de mediação na região: representantes do grupo islâmico Hamas e do movimento Fatah reuniram-se recentemente em Pequim “para um diálogo profundo e sincero” sobre a reconciliação palestiniana.

No ano passado, a China mediou um acordo entre o Irão e a Arábia Saudita para o restabelecimento de relações diplomáticas.

28 Mai 2024

Dia da Criança | IPOR celebra efeméride com peça de teatro

O Instituto Português do Oriente (IPOR) acolhe, no próximo dia 1 de Junho, a peça de teatro infantil “Era uma vez (outra vez)”, encenada pela companhia de teatro ETCeterera, que virá a Macau de propósito para este espectáculo.

Segundo um comunicado do IPOR, a peça aborda “o imaginário dos irmãos Grimm e na relação entre dois irmãos que estão de férias numa aldeia sem acesso a novas tecnologias e, não sendo propriamente os melhores amigos, terão que conviver um com o outro para passar o tempo”. Desta forma, “os irmãos vão transformar os utensílios do dia-a-dia em marionetas para se divertirem e passar o tempo, acabando por descobrir que a amizade e o convívio são mais importantes do que as diferenças que os separam”.

A ETCetera é uma associação artística, criada e sediada em Vila Nova de Gaia e que tem vindo a trabalhar o teatro com actores profissionais, cujo trabalho assenta sob o lema “Teatro para Todos”. A companhia diz querer “proporcionar diferentes momentos teatrais a todo o tipo de grupo, género e idades”, bem como “experiências artísticas que não só se reflectem no crescimento enquanto alunos, mas também enquanto indivíduos ligados à arte tendo em conta que oferecemos o teatro como veículo de cultura e simultaneamente educação”.

28 Mai 2024

Humarish Club | Primeira exposição de Geng Defa em Macau

A galeria Humarish Club, no Lisboeta Macau, acolhe até 28 de Junho a exposição “All Things Bloom”, de Geng Defa, artista contemporâneo emergente que, pela primeira vez, expõe no território. Segundo um comunicado da organização, a mostra inclui 15 esculturas pintadas à mão e ainda 19 pinturas a óleo. A mostra é apresentada em Macau em colaboração com a galeria de arte chinesa JINSE.

Geng Defa é “um jovem artista imbuído de idealismo poético, cujas obras exalam uma fantasia surrealista romântica que transcende o mundo real”, descreve a organização do evento, que considera que as suas obras de arte “possuem uma qualidade curativa”, oferecendo “uma ‘habitação poética’ que permite ao público experimentar a vastidão do universo e o vazio da vida, captando também a essência do conceito Zen na filosofia chinesa”.

Os trabalhos de Geng Defa expressam ainda “uma energia explosiva e rápida que parece romper barreiras, construindo uma força externa depois de se libertar de constrangimentos”. O artista revela “um profundo respeito pelos atributos espirituais da natureza, da sociedade e da humanidade”.

Nascido em Lanling, província de Shandong, em 1986, Geng Defa é artista e docente. Doutorado, em 2020, pela Academia de Belas Artes de Xangai, ligada à Universidade de Xangai, Geng Defa é ainda membro da Associação de Artistas Chineses, membro da Sociedade Chinesa de Pintura a Óleo e director da Sociedade de Pintura a Óleo de Chongqing. Já realizou dezenas de exposições, sobretudo na China, sendo que as suas obras são também reveladas em diversos museus e galerias.

28 Mai 2024

10 de Junho | Lançado livro de J.J. Monteiro sobre “Vulgaridades Chinesas”

Será lançado no próximo dia 7 um novo livro de José Joaquim Monteiro, também conhecido por J.J. Monteiro. Já falecido, o autor, ou “poeta-soldado”, deixou muitos escritos por publicar, como é o caso de “Vulgaridades Chinesas”, apresentado agora no âmbito do cartaz de comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas

 

Será publicado, a título póstumo, mais uma obra de José Joaquim Monteiro, também conhecido pelo nome de J.J. Monteiro ou como “poeta-soldado”. A apresentação de “Vulgaridades Chinesas”, obra nunca antes publicada do autor português que faleceu em Macau em 1988, decorre no próximo dia 7, às 18h30, no auditório do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

Este lançamento está integrado no cartaz das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas e contará com a presença de Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), que apoia a edição, do professor António Aresta e do filho mais novo do autor, José Joaquim Monteiro Júnior.

O livro, editado em português e cuja edição tem também o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC), é, segundo um comunicado, “uma narrativa, em versos populares, sobre a única viagem de J. J. Monteiro ao interior e sul do País do Meio [China], atravessando pela sua primeira vez as Portas do Cerco”.

Na obra, descrevem-se também “a ‘praxis’ em Macau, as máximas confucianas, as adivinhas, provérbios e rifões do Monsenhor André Ngan [sacerdote], dos tropos de Luís Gonzaga Gomes [escritor, sinólogo e tradutor], e as várias gírias e alguns calões no dialecto cantonense”.

J.J. Monteiro faleceu sem ver muitos dos seus escritos editados em livro, iniciativa que tem vindo a ser realizada pelos seus descendentes nos últimos anos. “Vulgaridades Chinesas” é, assim, mais uma obra que entra para o rol das edições póstumas.

No prefácio, assinado por Jorge Rangel, descreve-se que “o IIM deu prioridade à publicação das obras inéditas de J. J. Monteiro, tarefa que contou sempre com a empenhada e qualificada colaboração dos seus filhos e netos”.

Para Rangel, trata-se de um “contributo seguro e decisivo para uma mais ampla difusão da sua invulgar obra”. O presidente do IIM diz ainda no prefácio concordar com as palavras de António Aresta que, no primeiro volume de “Figuras de Jade – Os Portugueses no Extremo Oriente”, apontou que “omitir ou rasurar José Joaquim Monteiro da literatura de Macau seria uma injustiça e um enorme empobrecimento estético”.

Anedotas e afins

J.J. Monteiro nasceu pobre em Tabuaço, Viseu, em 1913, tendo vindo para Macau cumprir o serviço militar, onde casou e formou família e acabou por se dedicar às letras, apesar da pouca instrução escolar que possuía. Nos livros que deixou abordou sobretudo a gastronomia local, o patuá, os modos de vida da comunidade chinesa e tantas outras particularidades de Macau como terra multicultural que sempre acolheu portugueses, chineses e macaenses.

Falecido em 1988, já não assistiu ao lançamento de “Anedotas, Contos e Lendas”, lançado em 1989; os dois volumes de “Meio Século em Macau”, em 2010, e “Memórias do Romanceiro de Macau”, em 2013. Todas estas edições têm sido fomentadas e apoiadas pelos seis filhos.

O padre Benjamin Videira Pires, figura histórica do clero local, ligado à imprensa religiosa, e autor do prefácio da obra “Macau Vista por Dentro”, chegou a desafiar J.J. Monteiro, em 1984, a escrever um livro apenas sobre anedotas, “por saber que possuía uma colecção inédita de anedotas que encheriam um almanaque”.

Assim nasceu a obra editada em 1989, onde o autor, “por desconhecimento da língua chinesa, baseou-se em informações por um dos seus filhos que se dedicou nesta obra, particularmente no que diz respeito aos calões e gírias”.

O comunicado do IIM destaca que “Macau Vista por Dentro” é a “obra magna” de J.J. Monteiro, pois revela “um visível amadurecimento e conhecimento profundo das origens e do percurso dos portugueses no Oriente, assim como aspectos relevantes da cultura da China milenar”.

28 Mai 2024

Samsung | China assegura que vai estar sempre aberta às empresas estrangeiras

O primeiro-ministro chinês afirmou que a China estará sempre aberta às empresas estrangeiras e comprometeu-se a tomar medidas para aumentar a confiança na segunda maior economia do mundo, informou ontem a imprensa estatal. Li Qiang fez estes comentários no domingo, durante um encontro com Lee Jae-yong, presidente da Samsung Electronics, na véspera da cimeira trilateral entre a Coreia do Sul, China e Japão.

O gigante mundial da produção de semicondutores e telemóveis, que é uma das maiores empresas estrangeiras na China, investiu milhares de milhões de dólares em instalações para produzir ‘chips’ e produtos electrónicos. “As empresas estrangeiras são essenciais para o desenvolvimento da China e o mega-mercado chinês estará sempre aberto às empresas estrangeiras”, afirmou Li, durante a reunião com o director da Samsung, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

“Pequim vai adoptar medidas como a expansão do acesso ao mercado para melhorar o ambiente empresarial, de modo a que as empresas estrangeiras possam ter confiança no seu investimento e desenvolvimento na China”, acrescentou. “A China dá as boas-vindas às empresas sul-coreanas, incluindo a Samsung, para que continuem a desenvolver o seu investimento e cooperação na China”, vincou.

A Câmara de Comércio da União Europeia na China declarou recentemente que os seus membros enfrentam dificuldades no país, nomeadamente em termos de acesso ao mercado e de barreiras regulamentares. A Samsung é uma das poucas empresas capazes de produzir ‘chips’ semicondutores avançados, componentes essenciais na produção de alta tecnologia, incluindo inteligência artificial, mas que têm também aplicações militares.

28 Mai 2024

Redes sociais | Contas de influenciadores encerradas por ostentação

Várias redes sociais chinesas encerraram e bloquearam contas de influenciadores conhecidos por “ostentarem a sua riqueza”, incluindo Wang Hongquan, uma celebridade que ganhou a alcunha de “Kim Kardashian da China” pelo seu estilo de vida luxuoso.

Wang Hongquan tinha acumulado mais de 4,3 milhões de seguidores no Douyin, a versão chinesa do TikTok, que está bloqueado na China, desde Abril passado.

Numa declaração recente, Wang, de 30 anos, disse que não sai de casa “sem levar uma quantia de oito dígitos em dinheiro”. É também conhecido pela sua tendência para adquirir várias propriedades e veículos de luxo, como Rolls-Royces, algo que as plataformas estão agora a tentar erradicar ao abrigo das orientações oficiais que pretendem evitar a “extravagância”.

Outros influenciadores igualmente conhecidos por exibirem a sua riqueza também desapareceram das plataformas. Em Abril, a rede social Weibo anunciou que ia combater os conteúdos que promovem “valores negativos” como o “esbanjamento e a ostentação”.

Outras redes, como a plataforma de vídeo Bilibili e a aplicação de vídeos curtos Kuaishou, também anunciaram medidas semelhantes. Em Dezembro, o Gabinete da Comissão Central para os Assuntos do Ciberespaço lançou uma campanha de um mês contra “informações falsas”, “conteúdos inadequados” e “valores errados” no sector de difusão de vídeos curtos.

O regulador chinês da Internet visou então comportamentos como a “criação de esquemas para ajudar grupos desfavorecidos” para “explorar a solidariedade do público”, “ostentação de riqueza”, “culto do materialismo” e “indulgência no luxo”.

28 Mai 2024

Seul, Tóquio e Pequim concordam em retomar as cimeiras trilaterais “numa base regular”

A Coreia do Sul, o Japão e a China manifestaram ontem o desejo de retomar as suas cimeiras trilaterais “de forma regular e ininterrupta”, num comunicado conjunto emitido no final de uma reunião em Seul.

“Reiteramos que a promoção da institucionalização da cooperação trilateral reforça as respectivas relações bilaterais e promove a paz, a estabilidade e a prosperidade na região do nordeste asiático, e ajuda a promover um mundo em que os países, grandes ou pequenos, podem beneficiar universalmente”, lê-se no documento, emitido após o encontro entre o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, e os primeiros-ministros japonês e chinês, Fumio Kishida e Li Qiang, respectivamente.

Os três países realizaram as suas primeiras cimeiras anuais entre 2008 e 2012, mas as divergências entre Seul e Tóquio sobre as consequências do domínio colonial do Japão na península coreana fizeram com que as reuniões começassem a ser convocadas de forma intermitente.

Desde que Yoon chegou ao poder, em 2022, juntamente com Kishida têm procurado resolver estas divergências, a par de um reforço da cooperação militar dos dois países com o seu parceiro tradicional, os Estados Unidos.

Boa vizinhança

Os três países sublinharam ontem que esta nona cimeira trilateral em Seul “tem um significado importante para revitalizar a cooperação trilateral”, segundo o comunicado, que acrescenta que “serão realizadas conversações para acelerar as negociações de um acordo de comércio livre (ACL) trilateral”, como Kishida já tinha dito numa conferência de imprensa.

Os três vizinhos decidiram estabelecer projectos de cooperação em seis áreas-chave: intercâmbios humanos, desenvolvimento sustentável, cooperação económica e comercial, saúde pública e envelhecimento da sociedade, ciência e tecnologia e segurança e assistência em caso de catástrofe.

“Estamos a esforçar-nos por aumentar o número de intercâmbios humanos entre os três países para 40 milhões até 2030, promovendo intercâmbios em áreas como a cultura, o turismo e a educação”, explicou o documento.

As duas áreas que aparentemente produziram os resultados mais tangíveis em termos de cooperação após a cimeira de ontem foram a propriedade intelectual e as “futuras pandemias”, uma vez que foram assinados dois memorandos separados a este respeito.

28 Mai 2024

PCC | Refutadas alegações sobre abundância de capacidade após declaração do G7

O artigo publicado no Diário do Povo surge em resposta às recentes preocupações manifestadas pelos ministros das finanças do G7. Pequim acusa Washington de querer suprimir as indústrias de outros países

 

O Partido Comunista Chinês rejeitou ontem as alegações dos Estados Unidos de que a China está a exportar o seu excesso de capacidade industrial, acusando Washington de tentar conter a ascensão do país.

Num artigo difundido pelo Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, Jin Ruiting, investigador da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planificação económica da China, negou que exista um problema de excesso de capacidade de produção.

Jin defendeu que a taxa de utilização da capacidade da indústria de novas energias da China era superior à de outros países e que, em termos globais, a capacidade de produção estava muito aquém da procura do mercado.

O artigo foi publicado um dia depois de os chefes das finanças dos países membros do G7 terem manifestado a sua preocupação com as “políticas e práticas não comerciais” da China, que prejudicam “os nossos trabalhadores, as nossas indústrias e a nossa capacidade de resistência económica”.

Os responsáveis afirmaram que continuariam a monitorizar os potenciais impactos negativos do excesso de capacidade e que considerariam a possibilidade de tomar medidas para garantir condições equitativas, em conformidade com os princípios da Organização Mundial do Comércio.

Em causa, está o domínio da China nos sectores dos veículos eléctricos, painéis solares e baterias de nova energia. O país asiático concentra 80 por cento da produção global de baterias e representou, em 2023, três quartos do investimento na produção de todas as tecnologias limpas, segundo dados da Agência Internacional da Energia.

Desde que o sector automóvel, que é particularmente sensível para a Europa, passou também a constar nos planos quinquenais delineados pelo Partido Comunista, há cerca de dez anos, foram criadas centenas de marcas de veículos eléctricos no país.

A União Europeia está a conduzir investigações sobre os subsídios atribuídos pelo Estado aos fabricantes chineses de carros eléctricos e de turbinas eólicas.

As acusações de “sobrecapacidade” nas indústrias da China são a “táctica habitual” dos Estados Unidos para “suprimir as indústrias de outros países”, disse Jin, afirmando que Washington é motivado pelo seu “pensamento hegemónico”. “A China tem fornecido produtos verdes de alta qualidade e a preços acessíveis para países de todo o mundo e tem contribuído muito para a transformação global verde e de baixo carbono”, afirmou.

Jin também argumentou que a indústria de novas energias da China alcançou a sua posição através de uma inovação tecnológica rápida e contínua num mercado competitivo. “A indústria de novas energias da China obteve as suas vantagens através de competências reais”, afirmou, acrescentando que a produção chinesa abrangeu uma série de categorias e toda a cadeia industrial.

Segundas intenções

A Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que participou na reunião do G7 em Itália, levantou a questão do excesso de capacidade junto dos responsáveis chineses durante uma viagem à China no início do mês passado. A administração do Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou também que vai impor taxas alfandegárias punitivas sobre mais de uma dúzia de produtos chineses, incluindo veículos eléctricos.

A China afirmou que o argumento do excesso de capacidade levantado pelos políticos norte-americanos é “claramente motivado politicamente” e destinado a “manchar e suprimir a economia chinesa”. Na semana passada, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, foi questionado sobre a agenda do G7 relativa ao excesso de capacidade, afirmando que as discussões são “diametralmente opostas aos factos e às leis da economia e são puro proteccionismo”.

Wang Wenbin afirmou que a “sobrecapacidade é apenas um pretexto para os EUA tentarem coagir os membros do G7 a “criar vedações e restrições aos novos produtos energéticos chineses”.

28 Mai 2024

Burla | Mulher isolada 15 dias em hotel perde 1,7 milhões de patacas

A vítima de uma burla foi dada como desaparecida, depois de se ter trancado durante vários dias num hotel, a pedido dos burlões, que se fizeram passar pelas autoridades do Interior. O caso foi revelado ontem, citado pelo Jornal Ou Mun. A mulher em questão perdeu cerca de 1,7 milhões de patacas.

Apesar de as autoridades apenas terem revelado ontem a existência deste caso, a vítima terá sido encontrada no dia 18 deste mês, depois de ter estado incontactável durante mais de 15 dias. O alerta para o desaparecimento da mulher tinha sido dado a 3 de Março pela família, que, desde esse dia, não sabia do paradeiro da vítima nem a conseguia contactar.

A mulher foi encontrada num hotel do Norte da cidade, onde pensava estar a aguardar pelo desfecho de uma investigação policial no Interior. Foi esta a história que burlões lhe terão contado e na qual ela acreditou.

Segundo a PJ, no início do mês, a mulher foi contactada por uma rede criminosa de burlas que a informou que estava a ser alvo de uma investigação no Interior. Como parte dos procedimentos, a mulher foi instruída a disponibilizar os dados da sua conta bancária, para pagar os custos da investigação. A vítima obedeceu e acabou por perder 1,7 milhões de patacas.

No entanto, os burlões também lhe disseram que como parte da investigação tinha de ir para um hotel, sem poder contactar ninguém. A mulher obedeceu a este pedido. Além disso, os burlões ainda pediram à vítima que tentasse pedir emprestadas mais 400 mil patacas, para supostamente continuar a financiar a investigação. A mulher tentou fazer um empréstimo online, mas foi salva pelas autoridades, que a encontraram antes de transferir o dinheiro. Até ontem, não tinha havido qualquer detenção relacionada com o caso que continua sob investigação.

28 Mai 2024

Convenções | Mais 31,2% de eventos até Março

Nos primeiros três meses deste ano, foram realizados 307 eventos de convenções e exposições, mais 73 eventos em termos anuais, total que representou um aumento de 31,2 por cento face ao mesmo período de 2023.

Segundo um comunicado emitido ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no primeiro trimestre do ano “as receitas dos ramos de actividade económica não-jogo de Macau provenientes dos eventos de convenções e exposições atingiram aproximadamente 900 milhões de patacas no primeiro trimestre de 2024. Este valor é 50 por cento superior ao registado no ano passado, “graças essencialmente ao acréscimo das despesas efectuadas em Macau pelos visitantes que participaram nas convenções e exposições”, indica a DSEC.

Por segmentos, os serviços de estatísticas apontam que no primeiro trimestre realizaram-se 289 reuniões e conferências, mais 30,2 por cento em termos anuais, com os participantes a aumentaram 39,1 por cento para 34 mil.

As reuniões e conferências com menos de 50 participantes representaram 50,5 por cento do total deste tipo de eventos. Porém, as reuniões e conferências de grande dimensão, com mais de 200 participantes, foram as que registaram o maior crescimento em termos anuais, com um aumento de 58,6 por cento.

A DSEC salienta que entre os temas das convenções e exposições realizados nos primeiros três meses do ano “comércio e gestão” foi o tema mais concorrido, com 127 eventos que representaram mais de 40 por cento do total. Os eventos sobre finanças, tecnologia informática e saúde representaram 12,7, 11,7 e 8,5 por cento do total, respectivamente.

28 Mai 2024

DSAL | Dez mortos em acidentes de trabalho em 2023

No ano passado, um total de 5.293 pessoas sofreram ferimentos por acidentes de trabalho, das quais 10 acabaram por morrer, indicou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), acrescentando que “uma em cada dez sucumbiu por suspeita de ter sido relacionada com a violação das normas de segurança e saúde ocupacional”.

A DSAL sublinhou que todos os casos de morte são remetidos aos órgãos judiciais para verificação da existência de acidente de trabalho, e que as próprias estatísticas são rectificados com bases nos resultados de sentenças judiciais. As três principais causas de morte são “quedas (25,1 por cento), entalamento, perfuração ou corte (20,1 por cento) e esforços excessivos ou torções (16 por cento).

Com o objectivo de fiscalizar a situação da segurança e saúde ocupacional, a DSAL realizou no ano passado 3.794 inspecções a locais como estaleiros de obras de construção civil, estabelecimentos industriais e comerciais. Estas “visitas” resultaram em 447 recomendações de melhoria e 82 desses casos com condições de insegurança foram aplicados com sanções.

Ao longo de 2023, a DSAL realizou 591 palestras sobre segurança e saúde ocupacional, que contaram com a participação de 19.171 pessoas.

28 Mai 2024

Saúde | Governo assina acordo com associação local

Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) assinaram na última quinta-feira um acordo de cooperação com a Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina de Macau, que visa “promover a cooperação a longo prazo na área da educação médica contínua entre o Interior da China e Macau”, destaca um comunicado dos SSM.

O acordo tem por nome “Memorando de Cooperação sobre a Educação Médica Contínua entre a Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina de Macau e os Serviços de Saúde da Região Administrativa Especial de Macau”. Alvis Lo, director dos SSM, declarou que, no âmbito deste acordo, serão realizadas mais “conferências académicas de grande envergadura das várias sucursais da Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina de Macau, reforçando, assim, o intercâmbio académico entre os dois territórios através de convenções e exposições na área da saúde”. A ideia é “contribuir para o desenvolvimento da indústria da saúde em Macau”, destacou ainda.

Por sua vez, Wong Kin, vice-presidente da associação chinesa, disse que a entidade terminou em 2023, no espaço de quatro meses, formação contínua em 12 especialidades médicas com 46 profissionais de saúde de Macau. A assinatura do acordo é, segundo o responsável, “uma exploração bem-sucedida da cooperação na área de saúde entre o Interior da China e Macau”. Pretende-se “um intercâmbio académico de nível mais elevado” com a realização de mais conferências académicas, publicação de artigos científicos e formação de pessoal.

28 Mai 2024

Porto Exterior | STDM volta a gerir terminal marítimo

O Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior vai continuar a ser gerido e explorado pela Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), de acordo com uma ordem executiva assinada por Ho Iat Seng e publicada ontem no Boletim Oficial.

A publicação indica também que o Chefe do Executivo delegou poderes no secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, para assinar o novo contrato da concessão com a empresa. Chega assim ao fim o processo de concurso público que só teve a STDM como candidata, que começou no final do mês de Fevereiro, com um preço proposto equivalente a 18 por cento dos lucros de exploração do terminal marítimo.

No concurso público anterior, que decorreu em 2018, o Governo recebeu três propostas de empresas candidatas, com o desfecho final a pender de novo para a STDM, que havia proposto o valor de retribuição mensal mais elevado (1,8 milhões de patacas).

A STDM, fundada pelo magnata de jogo Stanley Ho, vai continuar a ser responsável pelo principal porto de Macau, depois de em 2011 o Governo ter decidido não renovar o contrato com a empresa, que operava a infra-estrutura desde o início de actividade, em 1993, tendo a então Capitania dos Portos (actual Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água) optado por assumir a gestão.

28 Mai 2024

Bolsas de estudo | Candidaturas para Fundo Educativo em Junho

Decorrem entre os dias 3 e 24 de Junho as candidaturas para o “Plano de Financiamento das Bolsas de Estudo para o Ensino Superior” destinadas a alunos do ensino secundário que queiram prosseguir estudos em Portugal ou candidatarem-se a uma bolsa empréstimo no ano lectivo de 2024/2025.

O plano financeiro é suportado pelo Fundo Educativo, da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), e abrange graus de ensino que vão desde a pré-licenciatura ao doutoramento. As inscrições podem ser feitas na plataforma da “Conta Única”, sendo que as listas dos candidatos aceites a apoio financeiro serão conhecidas no dia 23 de Agosto.

Devem ser apresentados documentos que estejam em falta no processo entre os dias 23 e 30 de Agosto. A lista do exame de selecção será publicada a 10 de Outubro e a lista dos resultados de candidaturas a 29 de Novembro. A lista dos resultados das candidaturas às bolsas-empréstimo será divulgada no dia 8 de Novembro.

28 Mai 2024

“Grand Tour” consagra Miguel Gomes em Cannes como melhor realizador

O realizador português Miguel Gomes venceu o prémio de melhor realização do Festival de Cinema de Cannes, em França, pelo filme “Grand Tour”, foi sábado anunciado na cerimónia de encerramento. É a primeira vez que Miguel Gomes é distinguido na competição oficial do festival de Cannes.

Miguel Gomes recebeu o prémio das mãos do cineasta alemão Wim Wenders e num curto discurso agradeceu ao cinema português, sublinhando a raridade que é haver filmes portugueses na competição oficial, e estendeu o agradecimento a “grandes cineastas” como Manoel de Oliveira, que o inspiraram a fazer cinema.

Há 18 anos, em 2006, na competição de longas-metragens esteve “Juventude em Marcha”, de Pedro Costa. A história de “Grand Tour” segue um romance de início do século XX, com Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do império britânico que foge da noiva Molly (Crista Alfaiate) no dia em que ela chega para o casamento.

“Contemplando o vazio da sua existência, o cobarde Edward interroga-se sobre o que terá acontecido a Molly… Desafiada pelo impulso de Edward e decidida a casar-se com ele, Molly segue o rasto do noivo em fuga através deste ‘Grand Tour’ asiático”, refere a sinopse.

Durante a semana, em conferência de imprensa em Cannes, Miguel Gomes, 52 anos, explicou que “Grand Tour” é um filme “sobre a determinação das mulheres e a cobardia dos homens” e tem ainda como ponto de referência um livro de viagens, “Um gentleman na Ásia”, de Sommerset Maugham.

Périplo asiático

Na preparação deste filme, ainda antes da pandemia da covid-19, Miguel Gomes fez um arquivo de viagem pela Ásia – por exemplo, Myanmar (antiga Birmânia), Vietname, Tailândia, Japão -, para traçar o trajecto das personagens, recolhendo imagens e sons contemporâneos para uma longa-metragem de época de 1918.

Só depois desse périplo, Miguel Gomes rodou as cenas com os actores em estúdio, em Roma. O argumento é co-assinado pelo cineasta com Mariana Ricardo, Telmo Churro e Maureen Fazendeiro. “O que é interessante no cinema é que se pode viajar para um mundo alternativo, um mundo ficcional que contém todos os tempos; as memórias do tempo passado, o tempo actual em que vivemos, o presente”, disse Miguel Gomes na mesma conferência de imprensa.

“Grand Tour” foi produzido por Uma Pedra no Sapato, de Filipa Reis, em co-produção com Itália, França, Alemanha, China e Japão. Miguel Gomes já tinha estado anteriormente em Cannes, na Quinzena de Cineastas onde apresentou “Aquele querido mês de Agosto” (2008), “As mil e uma noites” (2015) e “Diários de Otsoga” (2021), correalizado com Maureen Fazendeiro.

Miguel Gomes soma vários prémios em festivais internacionais, nomeadamente o prémio da crítica do festival de Berlim com “Tabu” (2012), o prémio de melhor realizador (repartido com Maureen Fazendeiro) no Festival Mar del Plata (Argentina) com “Diários de otsoga” (2021) e o prémio especial do júri em Guadalajara (México) com “Aquele querido mês de Agosto” (2009). A 77.ª edição do Festival de Cinema de Cannes começou no dia 14 e terminou sábado.

26 Mai 2024