Crime | Suspeito de lavar dinheiro de burla em prisão preventiva

Um residente de Hong Kong suspeito de estar envolvido num caso de branqueamento de capitais relacionado com burlas no valor de 2,16 milhões de patacas vai aguardar julgamento em prisão preventiva. A medida de coacção foi anunciada ontem pelo Ministério Público (MP), através de um comunicado.

De acordo com o MP, o homem “terá colaborado com outros indivíduos e utilizado repetidamente, em meados de Maio deste ano, cartões bancários e documentos de identificação dos diferentes indivíduos para comprar, com dinheiro obtido por burla no Interior da China, uma grande quantidade de jóias de ouro em duas ourivesarias de Macau no sentido de ‘lavar’ o produto de crime”.

Este crime envolve mais suspeitos, que as autoridades policiais ainda estão a tentar encontrar. O detido arrisca uma pena de prisão que pode chegar a 12 anos, uma vez que está indiciado pelo crime de branqueamento de capitais. Além disso, foi indiciado ainda pela prática do crime de uso de documento de identificação alheio, que pode ser punida com pena de prisão até três anos.

Num outro caso que também envolve branqueamento de capitais relacionado com burlas, no valor 9,6 milhões de dólares de Hong Kong, os dois detidos ficam proibidos de se ausentarem de Macau e sujeito a apresentações periódicas às autoridades.

Os suspeitos são acusados de utilizarem empresas em Macau para movimentar o dinheiro das burlas e estão indiciados pelo crime de crime de branqueamento de capitais.

31 Mai 2024

Trabalho | Associação pede salário mínimo mais próximo de Hong Kong

A Associação Poder do Povo entregou uma carta a Ho Iat Seng a defender um mecanismo de revisão anual do salário mínimo. A associação liderada por Lam Weng Ioi considera que Macau deve seguir o exemplo de Hong Kong e estabelecer um mecanismo automático de revisão anual do salário, ao mesmo tempo que garante que o salário mínimo só poderá ser aumentado e nunca reduzido.

“O mecanismo de aumento deve estar ligado ao crescimento do Produto Interno Bruto e ser avaliado em conjunto com o aumento do índice de preços, para garantir que a população pode ter acesso aos frutos do desenvolvimento social”, é argumentado. No início do ano registou-se um aumento do salário mínimo para 34 patacas por hora. Porém, Lam Weng Ioi argumenta que o valor está longe de ser suficiente “para cobrir as despesas gerais das famílias” e que ainda está muito longe dos que se pratica em Hong Kong.

Entre as pretensões da associação presidida por Lam Weng Ioi consta igualmente a criação de um mecanismo para controlar o preço dos apelidados serviços públicos, como a distribuição de água, electricidade e combustíveis. Além disso, a associação espera que sejam tomadas medidas para controlar o número de trabalhadores-não residentes, por considerar que há demasiada lojas sem qualquer trabalhador local. Apesar desta medida, a associação recusa que a medida tenha natureza discriminatória, argumentado que se deve antes ao facto de ser necessário assegurar o acesso dos residentes ao emprego.

31 Mai 2024

J. Rentes de Carvalho gosta de cinema, mas livros permitiram-no sobreviver

O cinema era a ambição do escritor J. Rentes de Carvalho, mas o dinheiro não chegava para pagar as aulas que frequentou em França, então teve de “seguir a literatura”, como confessou em entrevista à agência Lusa

 

Perdeu-se um cineasta, ganhou-se um escritor. José Rentes de Carvalho, 94 anos, de ascendência transmontana, com raízes na aldeia de Estevais, concelho de Mogadouro, distrito de Bragança, vai ser alvo de um conjunto de homenagens em Portugal, com início na sexta-feira, promovidas pelo município de origem de seus pais, e que irão culminar em Julho durante a realização do Festival Terra Transmontana.

“Tudo isto é muito simpático”, confessou o escritor à Lusa, que diz ter sempre presente nos seus livros “um pensamento triste de quem gostaria de ter um país melhor e vai morrer sem o ver”. No seu percurso, porém, factor determinante é o cinema.

“O cinema foi durante muitos anos da minha vida tão importante ou mais que a literatura. Aprendi muito a escrever com os filmes que vi, durante os anos 40, 50 e 60 [do século passado]”, recordou o autor português, que assegurou ter transposto para sua obra literária muita da técnica apreendida com a sétima arte.

Em França, para frequentar as aulas, “tinha de pagar [a frequência de] um instituto de cinema e fotografia, mas o dinheiro não chegava e tinha de ganhar o pão nosso de cada dia”, o que obrigou “a dedicar-se à escrita”.

A entrevista de J. Rentes de Carvalho à Lusa realizou-se na aldeia dos Estevais, localidade onde o escritor passa metade do ano, alternado com Amesterdão, nos Países Baixos. É aqui, no concelho do Mogadouro, que as homenagens a Rentes de Carvalho vão ter início, promovidas pelo município. Das iniciativas fazem parte a colocação de um conjunto escultórico dedicado ao escritor, na sede do concelho, a realização de palestras, a atribuição do seu nome à Casa da Cultura.

Em Julho, o Festival Terra Transmontana, agendado para os dias 27 a 28, terá como tema “J. Rentes de Carvalho – Retratos da Nossa Gente”. Questionado sobre esta homenagem, Rentes de Carvalho disse que “há sentimentos que não são fáceis de exprimir”. “Trata de uma homenagem agradável. Tudo isto é muito simpático “, vincou.

O início na Holanda

No decurso da entrevista, o escritor falou sobre o seu percurso académico nos Países Baixos, onde durante quase de 30 anos, a partir de 1964, foi professor de Literatura Portuguesa e Brasileira, na Universidade de Amesterdão.

Enquanto professor universitário, percebeu que o interesse por parte dos estudantes neerlandeses e belgas em relação à literatura portuguesa se prendia em particular com a ditadura portuguesa, sobretudo durante a Guerra Colonial (1961-1974).
“Os alunos tinham interesse em aprender a língua e a leitura portuguesa, especialmente neste período da História de Portugal. Tratava-se de jovens ávidos de conhecimento, principalmente sobre a guerra colonial”.

Contudo, Rentes de Carvalho sublinha que além do interesse sobre o país da ditadura, a evolução da economia brasileira era à data o assunto chave, até porque sempre interessou aos neerlandeses.

O antigo professor universitário disse ainda que Fernando Pessoa (1888-1935) é uma referência para a poesia flamenga, a par do romancista Eça de Queirós (1845-1900), a par de vários autores brasileiros.

Raízes do norte

Filho de pais transmontanos da aldeia de Estevais, e neto de um avô sapateiro e de um avô guarda-fiscal, José Rentes de Carvalho nasceu em 15 de maio de 1930 em Vila Nova de Gaia. Frequentou o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, e prosseguiu os estudos em Viana do Castelo e Vila Real. Foi na Faculdade de Letras e na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que traçou o seu percurso académico, estudando Línguas Românicas e Direito.

Obrigado a abandonar o país por motivos políticos durante a ditadura do Estado Novo, viveu primeiro no Brasil, onde trabalhou como jornalista nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo e posteriormente em Nova Iorque e Paris. Escreveu para títulos como O Estado de São Paulo, Globo, Expresso, entre muitos outros.

O escritor acabou por se radicar nos Países Baixos em 1956, concretamente em Amesterdão, trabalhando na embaixada brasileira e licenciando-se na Universidade de Amesterdão, com uma tese dedicada a Raul Brandão.

A ascendência transmontana nunca foi negada pelo escritor, que passa largos períodos de tempo em Estevais, uma provação encaixada entre a serra do Reboredo e os rios Sabor e Douro.

A escrita depois do ensino

Depois do ensino, Rentes de Carvalho passou a dedicar-se exclusivamente à escrita para jornais e revistas literárias portugueses, brasileiros, belgas e neerlandeses.

A sua bibliografia soma livros como “Cravos e Ferraduras”, “Ernestina”, “A Amante Holandesa”, “Meças”, “Pó e Cinza e Recordações”, “Portugal à Flor da Foice”, “Mentiras e Diamantes”, “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”, “Com os Holandeses”, “La Coca” entre outros, atravessando géneros que vão da crónica ao diário, da opinião à pura ficção.

Estreou-se no romance em 1968 com “Montedor”, a história de um rapaz sem futuro, “com um passado apenas de sonhos, arrastando-se num presente que é uma verdadeira morte lenta”, num lugar perdido do Portugal da ditadura.

Sobre o livro, José Saramago garantiu que o autor oferece “o quase esquecido prazer de uma linguagem em que a simplicidade vai de par com a riqueza (…), uma linguagem que decide sugerir e propor, em vez de explicar e impor.”

Em 2011, Rentes de Carvalho recebeu o Grande Prémio de Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores (APE), pelo livro “Tempo Contado” e, em 2013, o Grande Prémio de Crónica APE, por “Mazagran”. No ano passado, foi distinguido com o Prémio Personalidade do Norte, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR-N).

O novo livro

“Cravos e Ferraduras”, o seu mais recente livro, lançado há cerca de um mês, reúne um conjunto de crónicas publicadas em vários jornais portugueses e neerlandeses, num retrato dos últimos anos da vida nacional, através de personagens “escolhidas a dedo”. “Este livro é o resultado de uma compilação de textos escritos desde há quatro anos para cá”, concretizou. Questionado pela Lusa de que forma as vendas estavam a correr, o autor disse que “não fazia a mínima ideia”.

“Os meus livros falam um pouco dos mesmos problemas de sempre e das mesmas situações, não havendo um específico que trate de Portugal. Há um pensamento triste de quem gostaria de ter um país melhor e vai morrer sem o ver”, afirmou.
Rentes de Carvalho disse que não era homem de escrever depressa, que o livro mais rápido levou sete a oito anos a ganhar forma. E dá o exemplo de “Ernestina”, romance que levou mais de uma dezena de anos a ser concluído, tendo sido publicado pela primeira vez nos Países Baixos, em 1985.

Segundo o autor, o livro que mais vendeu foi um “Guia de Portugal”, apenas publicado no país que o acolheu e que vendeu mais de 300 mil exemplares, com mais de 300 páginas, somando algumas dezenas de edições.

Na sequência deste trabalho, Rentes de Carvalho foi agraciado pelo Presidente da República Mário Soares com a Comenda do Infante D. Henrique. “Devido a este livro, centenas de milhares de holandeses visitaram Portugal”, concluiu com orgulho, Rentes de Carvalho.

30 Mai 2024

Nova Deli | Registada temperatura recorde de 49,9°C

A capital da Índia registou uma temperatura recorde de 49,9 graus Celsius na terça-feira, anunciaram ontem os serviços meteorológicas do país. Ao assinalar “fortes ondas de calor”, as autoridades registaram o recorde em duas estações, Narela e Mungeshpur, nos arredores de Nova Deli.

Em Maio de 2022, os termómetros tinham marcado 49,2°C em certos bairros da capital, noticiaram ‘media’ indianos na altura. As temperaturas muito altas são comuns na Índia durante o Verão, mas, de acordo com especialistas, as alterações climáticas estão a provocar ondas de calor ainda mais longas, mais frequentes e mais intensas.

As autoridades de Nova Deli também alertaram para o risco de escassez de água, tendo sido registados cortes no abastecimento em algumas zonas. O ministro da Água, Atishi Marlena, apelou para a “responsabilidade colectiva” dos habitantes para pôr termo ao desperdício, noticiou ontem o jornal Times of India.

“Para resolver o problema da escassez de água, tomámos uma série de medidas como a redução do abastecimento de água de duas vezes por dia para uma vez por dia em muitas áreas”, notou Atishi, segundo o Indian Express. Os serviços meteorológicos indianos alertaram para as consequências do calor para a saúde, nomeadamente para crianças, idosos e doentes crónicos.

Entretanto, os estados de Bengala Ocidental e Mizoram, no nordeste do país, foram atingidos por violentos ventos e chuvas torrenciais com a passagem do ciclone Remal, que devastou a Índia e o Bangladesh no domingo, matando mais de 38 pessoas. O departamento meteorológico do Bangladesh declarou que o ciclone foi um dos mais longos que o país já viu e culpou as alterações climáticas pela duração excepcional.

30 Mai 2024

Tailândia | Antigo PM Shinawatra acusado de difamar monarquia

O antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra da Tailândia vai ser acusado de difamação da monarquia, avançou o Ministério Público (MP), três meses depois de o ex-dirigente ter saído em liberdade condicional por outras acusações. Shinawatra pediu, no entanto, um adiamento da audiência de acusação, apresentando provas de que tem covid-19, disse em conferência de imprensa o porta-voz do gabinete do Procurador-Geral Prayuth Bejraguna.

A nova audiência ficou marcada para 18 de Junho, acrescentou Prayuth, notando que Shinawatra será também acusado de violar a lei da criminalidade informática. Shinawatra esteve em exílio autoimposto desde 2008, mas regressou à Tailândia em Agosto para cumprir uma pena de oito anos.

Em Fevereiro, saiu em liberdade condicional do hospital, em Banguecoque, onde passou seis meses a cumprir pena por crimes relacionados com corrupção. Ao regressar ao país, o antigo líder foi transferido quase de imediato da prisão para o hospital por motivos de saúde e, cerca de uma semana depois, o rei Maha Vajiralongkorn reduziu a pena para um ano.

No início do mês, Shinawatra obteve liberdade condicional devido à idade, 74 anos, e ao estado de saúde. Após o regresso à Taiândia, o gabinete do procurador-geral indicou ter recuperado uma investigação sobre a alegada violação, há quase nove anos, da lei lesa-majestade, um crime punível com até 15 anos de prisão.

Shinawatra foi acusado em 2016 de violar a lei por comentários que fez a jornalistas quando estava em Seul, na Coreia do Sul, um ano antes.

30 Mai 2024

Corrupção | Antigo director de grupo Huarong condenado à morte

O antigo director executivo do conglomerado financeiro China Huarong, um dos grupos mais endividados da China, foi condenado à morte por corrupção, informou ontem a imprensa local. A China Huarong Asset Management é um dos maiores gestores de dívida malparada da China, ou seja, dívidas com elevada probabilidade de não serem pagas.

Foi uma das quatro empresas criadas em 1999 pelo Governo chinês para sanear o sector bancário. Desde então, o grupo diversificou as suas actividades, nomeadamente para a área do investimento e crédito e sector imobiliário.

O principal accionista da China Huarong é o Ministério das Finanças chinês. Os tribunais consideraram o antigo director executivo do grupo Bai Tianhui culpado de ter recebido cerca de 1,1 mil milhões de yuan em subornos, informou a televisão estatal CCTV.

Bai Tianhui foi condenado à pena de morte, avançou o canal estatal, citando a decisão de um tribunal de Tianjin, uma importante cidade portuária perto de Pequim. A condenação à morte é pouco habitual na China para um alto dirigente empresarial. No entanto, frequentemente estes veredictos são convertidos em pena de morte suspensa, o que corresponde à prisão perpétua.

A sentença de Bai Tianhui é idêntica à do antigo director do fundo de investimento Lai Xiaomin, executado em 2021. Lai foi acusado pelos tribunais de ter obtido 215 milhões de euros em subornos. Foi também considerado culpado de “poligamia”.

As imagens de um apartamento em Pequim, supostamente pertencente a Lai Xiaomin, com cofres e armários cheios de maços de dinheiro, foram exibidas pela televisão estatal. A China Huarong tem feito manchetes nos últimos anos devido à sua dívida, equivalente a 214 mil milhões de euros, e à sua gestão irregular. Em 2021, a negociação das acções da empresa foi suspensa por nove meses na Bolsa de Valores de Hong Kong.

O preço a pagar

Nos últimos meses, várias figuras importantes do sector bancário e financeiro foram denunciadas por corrupção na China. Numa altura em que a economia chinesa está a abrandar, as más práticas no sector financeiro estão no centro da campanha anticorrupção do Presidente chinês, Xi Jinping.

A cúpula do Partido Comunista Chinês (PCC) disse ontem que os “riscos financeiros” são “uma questão de segurança nacional” e avisou os seus funcionários que “serão responsabilizados” se não “assumirem a responsabilidade” de “assegurar a saúde financeira do país”.

Funcionários “a todos os níveis” vão ser instados a “assegurar que as várias tarefas destinadas a reforçar a regulação financeira em todos os domínios são correctamente executadas”, prosseguiu a liderança do partido único na China.

“Os regulamentos devem ser aplicados à letra e os infractores devem ser responsabilizados. Aqueles que não cumprirem os seus deveres devem ser responsabilizados e serão punidos”, advertiu ainda o PCC, numa altura em que algumas agências de notação da dívida baixaram para “negativa” a perspectiva do ‘rating’ do país, face aos “riscos crescentes” para as finanças públicas.

30 Mai 2024

Hong Kong | Seis detidos por violarem nova lei de segurança nacional

A polícia de Hong Kong deteve ontem seis pessoas por alegada publicação de mensagens sediciosas nas redes sociais – as primeiras detenções conhecidas ao abrigo da nova lei de segurança nacional da cidade. Um dos detidos é o antigo organizador da vigília anual durante décadas convocada para assinalar os acontecimentos da Praça de Tiananmen, em Pequim, a 04 de Junho de 1989.

O secretário para a Segurança, Chris Tang, disse que o antigo organizador dessa vigília, Chow Hang-tung, juntamente com cinco outros, utilizou uma página da rede social Facebook para publicar anonimamente as mensagens de convocatória da concentração. Segundo a polícia, os actos contrários à nova lei de segurança nacional começaram em Abril e os suspeitos tinham como alvo uma “data sensível”.

As autoridades não revelaram o conteúdo das mensagens divulgadas no Facebook, mas a página começou a 30 de Abril a publicar uma série de ‘posts’ para assinalar o 35.º aniversário, que em breve se completa, de Tiananmen. Tang alegou que o grupo divulgou tais mensagens com a intenção de incitar ao inconformismo ou mesmo ao ódio contra o Governo central chinês, o Governo de Hong Kong e o poder judicial.

As mensagens pretendiam também encorajar os internautas a organizar actividades “que poriam em perigo a segurança nacional”, sustentou. “Embora Hong Kong tenha agora iniciado a viagem da estabilidade para a prosperidade, não podemos baixar a guarda. Continuamos a enfrentar riscos para a segurança nacional”, declarou Tang numa conferência de imprensa. Além de não especificarem o conteúdo das mensagens, as autoridades também não identificaram os outros cinco suspeitos detidos.

30 Mai 2024

Diplomacia | Pequim e Guiné Equatorial reforçam relações

O Presidente chinês reuniu-se quarta-feira com o homólogo da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, com quem quer elevar o nível das relações entre os dois países para uma “parceria estratégica de cooperação”.

Durante o encontro com Obiang, que já visitou a China dez vezes, Xi Jinping disse que o “apoio mútuo” entre as duas nações ilustra a amizade entre a China e os países africanos, de acordo com a imprensa local, citada pela agência de notícias espanhola EFE.

Desde 1970, ano em que foram estabelecidas relações diplomáticas entre os dois países, a China tem mantido acordos de cooperação com a Guiné Equatorial em sectores como a saúde, a educação, a energia, a construção, as telecomunicações e a navegação. O interesse da China na Guiné Equatorial progrediu paralelamente à descoberta de importantes depósitos de hidrocarbonetos (petróleo e gás natural) no país, no final da década de 1990.

A imprensa estatal chinesa sublinhou esta semana que a visita de Obiang, no poder desde 1979, tem como objectivo “expandir a colaboração bilateral” para “diversificar a economia do país africano e melhorar a sua capacidade industrial”. De acordo com o jornal Global Times, os laços bilaterais são “um modelo de cooperação sul-sul” de dois países que se “tratam como iguais”.

“A China tem apoiado a Guiné Equatorial em muitos domínios, tanto económicos como técnicos. Pode dizer-se que parte da transformação da Guiné Equatorial se deve precisamente ao apoio económico do Governo chinês”, afirmou Obiang numa entrevista recente à agência noticiosa estatal Xinhua.

Obiang disse que a Guiné Equatorial espera que a China “aumente o apoio à formação de talentos para ajudar o país a estabelecer uma base sólida para o desenvolvimento independente”. A China tem demonstrado um interesse crescente em África, tornando-se o maior parceiro comercial do continente.

30 Mai 2024

FMI | Elevada previsão de crescimento em 2024 para 5%

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou ontem a previsão para o crescimento da economia da China em 2024 de 4,6 por cento para 5 por cento, a meta fixada pelo Governo chinês em Março.

“O crescimento económico da China deverá permanecer sólido em 5 por cento em 2024 e abrandar para 4,5 por cento em 2025”, afirmou o FMI num comunicado, divulgado após o final de uma visita de 12 dias à China de uma equipa da instituição multilateral.

O FMI previa anteriormente um crescimento de 4,6 por cento este ano. A revisão em alta da previsão é “impulsionada por fortes dados do PIB [produto interno bruto] do primeiro trimestre e por medidas políticas recentes”, acrescentou o fundo.

A economia da China cresceu 5,3 por cento, no primeiro trimestre de 2024, após ter sido impulsionada pelas políticas de estímulo do Governo e o aumento da procura. A China anunciou em 17 de Maio, um dia após o início da visita da equipa do FMI, novas medidas para revigorar o sector imobiliário, depois de os últimos dados terem revelado que os preços da habitação caíram quase 10 por cento desde o início do ano.

As autoridades reduziram a entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitações e instaram as administrações locais a comprar aos promotores imobiliários terrenos não urbanizados ou imóveis não vendidos. Várias cidades, incluindo a capital financeira do país, Xangai, também suspenderam as restrições às transações de imóveis, que caíram 24,3 por cento em 2022 e mais 8,5 por cento em 2023, medidas por área útil.

Abrandamento previsto

O FMI saudou ontem as medidas tomadas pela China e defendeu que “a correcção em curso no mercado imobiliário, necessária para orientar o sector para uma trajectória mais sustentável, deverá continuar”. No entanto, “um conjunto mais abrangente de medidas facilitaria uma transição eficiente e menos onerosa, ao mesmo tempo que protegeria contra os riscos de deterioração” do mercado, observou a instituição.

No médio prazo, “o crescimento deverá abrandar para 3,3 por cento devido ao envelhecimento da população e ao abrandamento dos ganhos de produtividade”, detalhou a vice-directora-geral do FMI, Gita Gopinath, citada no comunicado. Segundo dados oficiais, existem na China cerca de 280 milhões de pessoas com mais de 60 anos, ou seja, 19,8 por cento da população total. Em 2035, estima-se que haverá mais de 400 milhões de idosos, mais de 30 por cento da população.

A número dois do FMI também destacou “os desafios orçamentais significativos, especialmente para os governos locais” que o país enfrenta, acrescentando “que é necessária uma consolidação fiscal sustentada a médio prazo”.

A agência de notação financeira Moody’s baixou em Dezembro a perspectiva da dívida da China de “estável” para “negativo”, devido aos “indícios crescentes de que o governo e o sector público vão prestar apoio financeiro aos governos regionais e às empresas públicas em dificuldades”.

30 Mai 2024

Mercado Vermelho | Reabertura hoje com 118 bancas

Dois anos depois, chegou finalmente o dia da reabertura oficial do renovado Mercado Vermelho. A partir das 07h de hoje, vão estar disponíveis ao público os produtos de 118 bancas, depois de uma cerimónia oficial de abertura.

Para já, vão permanecer desocupadas 31 bancas que serão alvo de sorteio de distribuição para exploração, de acordo com a evolução dos negócios no mítico mercado, indicou ontem Leong Cheok Man, chefe de departamento de inspecção e sanidade do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

Citado pelo canal chinês da TDM, o responsável realçou os trabalhos de substituição dos azulejos nas paredes e pavimentos, renovação dos tectos, rede de drenagem. Foram também adicionados aparelhos de ar condicionado, elevadores sem barreiras, plataformas de descarga, optimizado o sistema de iluminação, aumentado o espaço dos sanitários públicos e a proporção dos compartimentos para homens e mulheres.

Para já, o responsável do IAM garantiu que as instalações foram escrupulosamente limpas, com pestes e roedores erradicados.

Em relação às bancas vazias, o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau que explicou que durante os dois anos de obras, alguns vendedores decidiram não voltar às bancas por motivos de idade avançada ou por alteração dos planos de vida.

30 Mai 2024

Saúde | Secretária defende “integração de serviços”

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, concorda “plenamente com o importante papel da integração dos serviços de saúde na cobertura universal de saúde”.

Na 77ª Assembleia Mundial de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), que decorreu em Genebra, a governante destacou ainda, segundo um comunicado da secretaria que dirige, que o Governo tem vindo a empenhar-se na “protecção de saúde dos residentes”, investindo em centros de saúde que criaram “uma rede comunitária de cuidados de saúde que cobre todas as zonas de Macau”. “Portanto, a experiência prática de Macau pode servir de referência para a promoção da cobertura universal de saúde em diversos países do mundo”, referiu ainda a secretária.

Na cerimónia de abertura da assembleia, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou que “a saúde pública mundial está a enfrentar muitas crises” e que importa “revitalizar a estrutura internacional e criar sistemas necessários para enfrentar futuras crises”.

Já o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que “pelo menos 140 países reconhecem o direito à saúde nas suas constituições, mas em muitas regiões este direito não pode ser concretizado ou está ameaçado”. Desta forma, “cerca de metade da população mundial não está totalmente coberta pelos cuidados de saúde primários, e cerca de dois mil milhões de pessoas estão a enfrentar dificuldades financeiras devido às despesas dos cuidados de saúde por conta própria”, frisou.

30 Mai 2024

Taipa Grande | Governo abre concurso para construção de túnel

O Governo deu ontem o primeiro passo para a construção do túnel da Colina da Taipa Grande, com a publicação do anúncio do concurso público para a prévia qualificação para a empreitada de concepção de construção. Esta primeira fase tem como objectivo apurar cinco candidatos aprovados para submeter propostas.

Segundo anúncio publicado ontem no Boletim Oficial pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), o prazo máximo de concepção e construção da obra é de 1165 dias de trabalho, contados a partir da consignação da obra. Entre as seis metas estabelecidas pela DSOP, a primeira diz respeito à apresentação do projecto de execução e dos documentos da obra de estrutura do túnel que atravessa a montanha (cordilheira) e do viaduto (inclui a obra geotécnica e de estruturas). O prazo dado para a conclusão desta primeira fase é de 90 dias de trabalho.

Os candidatos ao concurso público terão de desembolsar uma caução provisória no valor de 28 milhões de patacas, mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução.

A data limite para submeter as candidaturas é o próximo dia 29 de Julho, que serão abertas no dia seguinte.

Quanto aos critérios de apreciação e sua proporção, a DSOP estabeleceu que a “capacidade integrada” terá um peso de 40 por cento, “experiência técnica” 30 por cento, “recursos humanos” 20 por cento e “comunicação e entrevista” 10 por cento.

“A adjudicação é efectuada ao concorrente com pontuação total mais elevada e, no caso de haver empate na pontuação total mais elevada, a adjudicação é efectuada ao concorrente com a proposta de preço mais baixo”, indica a DSOP.

30 Mai 2024

Reserva financeira | Acrescentados 28,1 mil milhões num ano

No final de Março, a reserva financeira da RAEM atingiu 597,8 mil milhões de patacas, total que representou um aumento de 28,1 mil milhões de patacas em 12 meses. Apesar da recuperação, a reserva financeira de Macau ainda está longe do ponto mais elevado, atingido em Fevereiro de 2021, de 669,7 mil milhões de patacas

 

A reserva financeira de Macau ganhou 28,1 mil milhões de patacas nos últimos 12 meses, mas continua longe do máximo histórico, indicam dados divulgados ontem. No final de Março, os números da reserva indicavam 597,8 mil milhões de patacas, de acordo com informação publicada ontem no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

A reserva ganhou 5,44 mil milhões de patacas, em comparação com o final de Fevereiro, e 16,4 mil milhões de patacas desde o início de 2024. No entanto, o valor permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas atingido em Fevereiro de 2021, em plena pandemia de covid-19.

O valor da reserva extraordinária no final de Março era de 431,9 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para este ano, era de 153,4 mil milhões de patacas. A Assembleia Legislativa de Macau aprovou, em 7 de Novembro, o orçamento da região para este ano, que prevê uma subida de 1,4 por cento nas despesas totais, para 105,9 mil milhões de patacas.

A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 244,1 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 129,5 mil milhões de patacas e até 225,8 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados.

Ano de inversão

A reserva financeira de Macau ganhou 22,2 mil milhões de patacas no ano passado, depois de ter perdido quase quatro vezes mais no ano anterior. Isto apesar de, em 2023, as autoridades da região terem voltado a transferir quase 10,4 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público.

No final de Janeiro, a AMCM sublinhou que os investimentos renderam à reserva financeira quase 29 mil milhões de patacas em 2023, correspondendo a uma taxa de rentabilidade de 5,2 por cento.

O orçamento de Macau para 2024 prevê o regresso dos excedentes nas contas públicas, depois de três anos de crise económica devido à pandemia da covid-19. A proposta de lei aprovada na generalidade prevê que Macau termine este ano com um saldo positivo de 1,17 mil milhões de patacas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”.

30 Mai 2024

Turismo | Hotéis com 1,15 milhões de hóspedes em Abril

Os hotéis de Macau receberam mais de 1,15 milhões de hóspedes em Abril, uma subida de 5,6 por cento em termos anuais, foi ontem anunciado.

No mês em análise, o território contava com 143 estabelecimentos hoteleiros, mais 13 do que no mesmo período do ano passado, a disponibilizar 47 mil quartos, de acordo com um comunicado da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em Abril, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros fixou-se em 83,3 por cento, subindo quatro pontos percentuais, em termos anuais, indicou a DSEC na mesma nota.

Do total de 1.159.000 hóspedes, 823 mil chegaram da China continental, ou mais 11,8 por cento, em termos anuais, enquanto os de Taiwan (34 mil) e da Coreia do Sul (24 mil) subiram 96,1 por cento e 245,2 por cento, respetivamente. Já o número de hóspedes de Hong Kong (165 mil) registou uma queda de 35 por cento.

Já nos quatro primeiros meses de 2024, a taxa de ocupação média dos quartos dos hotéis foi de 84,5 por cento, representando mais 8,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

Nessa altura, os estabelecimentos hoteleiros hospedaram cerca de 4,93 milhões de pessoas, mais 29,8 por cento, face a idêntico período de 2023. O território recebeu 11,47 milhões de visitantes entre Janeiro e Abril deste ano, uma subida de 58,9 por cento em termos anuais, segundo dados da DSEC.

28 Mai 2024

Coreia do Norte | Anunciado fracasso de lançamento de satélite

A Coreia do Norte anunciou ontem o fracasso de uma nova tentativa de colocar em órbita um satélite espião, devido a um alegado problema no motor do propulsor.

O propulsor do satélite de reconhecimento Malligyong-1-1 “explodiu durante a primeira fase do voo e falhou”, declarou o vice-director da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial (NATA) norte-coreana num comunicado divulgado pelos meios de comunicação oficiais, acrescentando que “a causa do acidente foi a fiabilidade do novo motor a oxigénio líquido e querosene”.

O responsável norte-coreano indicou que uma análise preliminar do acidente apontou um problema num dos motores da primeira fase. A Coreia do Norte demorou pouco mais que 90 minutos a informar sobre o fracasso do lançamento do foguetão espacial, efectuado pelas 22:44 locais de ontem, segundo o Exército sul-coreano.

Em comunicado, o Estado-Maior sul-coreano afirmou ter detectado pela primeira vez às 22:44 locais (o rasto do projéctil lançado da zona de Tongchang-ri – no noroeste do país, onde se situa a base de lançamento espacial de Sohae – em direção ao mar Ocidental (nome dado nas duas Coreias ao mar Amarelo).

Apenas dois minutos depois de localizar o lançamento, os radares sul-coreanos voltaram a detectar o projéctil “como um grande aglomerado de fragmentos nas águas norte-coreanas”, indicando que o foguetão falhou em pleno voo. A Coreia do Norte somou assim mais um fracasso ao seu programa espacial, após dois lançamentos falhados do foguetão Chollima-1 na Primavera e no Verão de 2023.

O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, disse numa conferência de imprensa que o projéctil “desapareceu [do radar)] em pleno voo sobre o mar Amarelo”. “Por isso, acreditamos que não atingiu a órbita terrestre”, acrescentou.

28 Mai 2024

China pede ao MNE iemenita fim dos ataques a navios civis no Mar Vermelho

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, pediu ontem ao seu homólogo iemenita, Shaya Mohsin Zindani, o fim dos ataques a embarcações civis no Mar Vermelho, a fim de “garantir a segurança das rotas marítimas”.

Após meses de ataques perpetuados pelos rebeldes Houthi contra várias embarcações naquelas águas, Wang explicou a Zindani que “a situação tensa no Mar Vermelho” é “uma consequência das repercussões do conflito de Gaza”, guerra para a qual apelou a um cessar-fogo.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros sublinhou a importância de “manter a unidade e a estabilidade” no Iémen e manifestou esperança de que “todas as partes envolvidas no conflito iemenita adiram a uma solução política e respondam positivamente aos esforços de paz da ONU e dos países da região”.

Zindani saudou o “apoio incondicional da China à independência e soberania do Iémen” e a assistência prestada por Pequim “ao desenvolvimento económico e social do país, sem condições políticas”. O ministro iemenita manifestou esperança de que a China “continue a desempenhar um papel significativo na redução das tensões no Mar Vermelho e na reconstrução do Iémen”.

Contra ataques

Os ataques dos Houthi podem ter um grande impacto na economia mundial, uma vez que o Mar Vermelho representa quase 15 por cento do comércio marítimo mundial.

A China tem criticado as acções das forças norte-americanas contra os Houthis desde que o grupo insurgente começou a atacar, há meses, navios no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb, que alega estarem ligados a Israel ou dirigirem-se para lá.

Segundo Pequim, os ataques lançados pelos EUA não estão abrangidos pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU ou pela Carta das Nações Unidas e são, por isso, contrários ao direito internacional.

Zindani encontra-se na capital chinesa para participar na 10.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação China – Estados Árabes, esta quinta-feira.

A conferência contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, do Rei do Bahrein, Hamad Bin Isa Al Khalifa, do Presidente do Egipto, Abdel Fattah El Sisi, do Presidente da Tunísia, Kais Saied, e do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan.

28 Mai 2024

Prémios Sophia premeiam João Canijo e Marco Martins

Os filmes “Mal Viver”, de João Canijo, e “Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, foram os mais premiados na cerimónia dos prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, que decorreu no domingo no Casino Estoril, Cascais.

Na 13.ª edição dos Sophia, João Canijo recebeu o prémio de Melhor Realização e conquistou ainda o de Melhor Filme por “Mal Viver”. Este é um drama de uma família, de várias gerações de mulheres, que gere um hotel; uma obra que se conjuga num díptico com a longa-metragem “Viver Mal”, ambas produzidas por Pedro Borges, da Midas Filmes. Por conta ainda de “Mal Viver”, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda o Sophia de Melhor Actriz Secundária a Madalena Almeida e o de Melhor Montagem a João Braz.

“Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, retrato da emigração portuguesa no Reino Unido, somou também quatro prémios para Beatriz Batarda (Melhor Actriz Principal), Romeu Runa (Melhor Actor Secundário), João Ribeiro (Melhor Direcção de Fotografia) e Miguel Martins e Rafael Cardoso (Melhor Som).

“Viva a liberdade, mas sejamos estoicos e façamos da casa da nossa democracia um exemplo para todas as casas do nosso país. Xenofobia, misoginia, transfobia, discurso do ódio, não, não pode, seu ignorante”, disse o ator Romeu Runa no discurso de agradecimento.

“Amadeo”, de Vicente Alves do Ó, venceu três Sophia nas categorias de Guarda-Roupa, Direcção de Arte e Maquilhagem e Cabelos. O filme “Não Sou Nada – The Nothingness Club”, de Edgar Pêra, que era o mais nomeado desta edição, recolheu duas estatuetas, de Melhor Caracterização e Efeitos Especiais e para Melhor Actor Principal, para Miguel Borges.

Carlos Conceição conquistou o prémio de Melhor Argumento Original para o filme “Nação Valente”. Destaque ainda para prémios atribuídos no cinema de animação.

A longa-metragem “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, venceu o Sophia de Melhor Argumento Adaptado, para Virgílio Almeida, “Sopa Fria”, de Marta Monteiro, venceu o de Melhor Curta-Metragem de Animação, e a longa-metragem “Os Demónios do Meu Avô”, de Nuno Beato, recebeu dois prémios, nas categorias de Melhor Canção e Melhor Banda Sonora.

“Rabo de Peixe” vencedor

O Sophia de Melhor Série ou Telefilme foi para a “Rabo de Peixe”, realizada por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira, e produzida para a plataforma de ‘streaming’ Netflix. Joana Botelho venceu o Sophia de Melhor Curta-Metragem Documental com “Coney Island – As Primeiras Vezes”, Basil da Cunha venceu na categoria de curta-metragem de ficção, com “2720”, e “Viagem ao Sol”, de Ansgar Schaefer e Susana de Sousa Dias, obteve o Sophia de Melhor Documentário.

Durante a cerimónia, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda os Sophia de Carreira ao músico e compositor Luís Cília e ao realizador Rui Simões.

28 Mai 2024

Israel | China mostra “profunda preocupação” com operação militar em Rafah

O Governo chinês expressou hoje a sua “profunda preocupação” com os ataques israelitas em Rafah, na Faixa de Gaza, depois de o exército de Israel ter bombardeado um campo para pessoas deslocadas, que fez um elevado número de mortos.

“A China manifesta a sua profunda preocupação com as operações militares israelitas em curso contra Rafah”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa regular.

“Exigimos que todas as partes protejam os civis e as instalações civis e instamos Israel a dar ouvidos ao apelo da comunidade internacional e a cessar os seus ataques a Rafah”, afirmou Mao Ning.

Israel intensificou ontem os seus ataques à cidade. O Conselho de Segurança da ONU convocou já uma reunião de emergência. Estes novos bombardeamentos surgem na sequência de uma onda de condenação internacional a um ataque na zona, que fez 45 mortos e 249 feridos, no domingo à noite, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou “o acidente trágico”. O exército israelita afirmou que está a investigar a morte das vítimas civis, depois de ter dito inicialmente que tinha visado dois altos funcionários do Hamas com “munições precisas”.

“A posição da China sobre o conflito israelo-palestiniano é constante e clara. Opomo-nos a qualquer violação do direito internacional, incluindo o direito humanitário internacional”, sublinhou Mao Ning. “A comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para aliviar e pôr fim ao desastre humanitário em Gaza”, vincou.

A China tem boas relações com Israel, mas apoia a causa palestiniana há décadas. Pequim tem tradicionalmente feito campanha por uma solução de dois Estados, enquanto o processo de paz israelo-palestiniano está num impasse desde 2014.

28 Mai 2024

PCC | Quadros vão ser responsabilizados por falta de saúde financeira

A cúpula do Partido Comunista Chinês (PCC) defendeu ontem que os “riscos financeiros” são “uma questão de segurança nacional” e advertiu que os seus quadros “serão responsabilizados” se não “assumirem a responsabilidade” de “assegurar a saúde financeira do país”.

O Presidente chinês, Xi Jinping, presidiu à reunião do Politburo, o mais alto órgão de decisão do PCC, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua.

Um despacho difundido pela agência indica que os líderes do partido salientaram que “prevenir e neutralizar os riscos financeiros influencia grandemente a segurança nacional”, e “é um trabalho importante para alcançar um desenvolvimento de alta qualidade”.

“Vão ser formuladas normas judiciais para responsabilizar aqueles que não conseguem prevenir os riscos financeiros”, advertiram.

“O objectivo é que o partido continue a exercer uma autogovernação plena e rigorosa e a reforçar também a liderança centralizada do PCC sobre o sector financeiro, para que os departamentos administrativos e as instituições financeiras assumam as suas responsabilidades”, frisou a cúpula do poder chinês.

Funcionários “a todos os níveis” vão ser instados a “assegurar que as várias tarefas destinadas a reforçar a regulação financeira em todos os domínios são correctamente executadas”.

“Os regulamentos devem ser aplicados à letra e os infractores devem ser responsabilizados. Aqueles que não cumprirem os seus deveres devem ser responsabilizados e serão punidos”, advertiu o PCC, numa altura em que vários antigos funcionários foram punidos por corrupção e em que algumas agências de notação da dívida baixaram para “negativa” a perspectiva do ‘rating’ do país, face aos “riscos crescentes” para as finanças públicas.

Compromissos

No final do ano passado, as autoridades chinesas comprometeram-se a “reforçar a supervisão financeira” para “prevenir e neutralizar eficazmente os riscos”, numa altura em que várias administrações locais e regionais do país enfrentam problemas de endividamento e a crise imobiliária está a arrastar a recuperação económica.

Os dirigentes do PCC reconheceram então que “continuam a surgir problemas de corrupção e de caos financeiro” e apontaram a necessidade de “reforçar” as “fracas” capacidades de supervisão do sector.

Uma das questões abordadas nessa reunião foi o já referido problema da dívida dos governos locais, que, segundo o Fundo Monetário Internacional, acumulavam cerca de 9 biliões de dólares de “dívida oculta”, mais do dobro do valor em 2017.

A falta de liquidez foi agudizada por uma crise no sector imobiliário, já que a venda de terrenos pelos governos locais constituía uma importante fonte de receitas para as construtoras.

28 Mai 2024

Saúde | Mulher em estado grave após intoxicação por sulfeto de hidrogénio

Uma residente com 24 anos está a lutar pela vida, ligada a um ventilador, depois de ter sofrido uma intoxicação por sulfeto de hidrogénio, quando tomava banho. O caso foi divulgado na segunda-feira, pelos Serviços de Saúde, num comunicado emitido apenas em chinês, mas terá acontecido no domingo.

A mulher foi encontrada desmaiada no chuveiro, numa casa-de-banho sem janelas ou qualquer outro tipo de ventilação, dado que o extractor estava avariado.

Após a família da mulher ter chamado as autoridades, que a levaram para o hospital, o Corpo de Bombeiros investigou o apartamento situado no Edifício Iau Tim, na Estrada Marginal do Hipódromo e detectou uma concentração elevada de gás sulfídrico.

De acordo com os Serviços de Saúde, o sulfureto de hidrogénio é uma substância que se encontra no petróleo bruto, no gás natural, nos gases vulcânicos e nas fontes termais, mas que também pode estar presente em locais onde existem substâncias corrosivas, como pântanos, esgotos, túneis, poços e grutas, e onde não há ventilação. As concentrações baixas de sulfureto de hidrogénio não provocam sintomas de envenenamento, mas à medida que a concentração aumenta podem ocorrer irritações oculares e respiratórias, tonturas, dores de cabeça e sonolência, e a intoxicação pode ser fatal. O sulfureto de hidrogénio tem um odor forte, pungente e característico a ovo podre.

28 Mai 2024

OMS | Macau presente na 77.ª Assembleia Mundial da Saúde em Genebra

Macau estará representada na 77.ª edição da Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial de Saúde, que decorre até este sábado, em Genebra.

Segundo um comunicado, a delegação da RAEM é chefiada pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura. Elsie Ao Ieong U falou dos projectos do Executivo em prol de uma sociedade e de uma população mais saudáveis, tendo destacado a abertura do novo hospital das ilhas.

Além disso, a responsável defendeu, segundo um comunicado, que “a indústria da medicina tradicional chinesa é uma das componentes mais importantes” no desenvolvimento do sector. Elsie Ao Ieong U adiantou ainda que, em conjunto com as operadoras de jogo, serão lançados “produtos de serviços orientados para a saúde, nomeadamente, serviços médicos de alta qualidade, cuidados de saúde, convenções e exposições de medicina, entre outros, esperando-se que possa promover o desenvolvimento conjunto do sector de saúde privado de Macau”.

A 77.ª Assembleia Mundial de Saúde começou na segunda-feira e termina sábado, tendo como tema “Todos pela Saúde, Saúde para Todos”. Participam ainda delegações da China e Hong Kong.

28 Mai 2024

Jogos Nacionais | Governo espera turistas de todo o mundo

As autoridades de Macau acreditam que a realização da 15.ª Edição Jogos Nacionais vai atrair para o território turistas de todo o mundo, devido à participação de alguns dos atletas mais famosos do Interior. A posição foi tomada pelo presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang.

“Os eventos em Macau dos Jogos Nacionais vão reunir os atletas mais conhecidos do país. Nesta altura, o evento desportivo, aliado ao impacto da participação dos atletas de renome, vai atrair turistas de todo o mundo para virem a Macau assistir aos jogos e visitarem o território”, escreveu Pun Weng Kun.

Para capitalizar o potencial turístico do evento desportivo, o Governo promete preparar uma grande campanha de promoção. “A Direcção de Serviços de Turismo irá promover o evento na sua plataforma oficial, nas redes sociais e através de vários canais dos seus parceiros”, foi prometido. “Ao mesmo tempo, será agilizada a coordenação com promotores de vários outros eventos realizados em Macau, de forma a ser adoptada uma estratégia de complementar, com acessos facilitados a outros eventos”, foi acrescentado.

Pun Weng Kun considerou ainda que a organização dos Jogos Nacionais, que decorrem entre 9 a 21 de Novembro, vai permitir ao território diversificar a economia. A RAEM vai receber na 15.ª edição do evento desportivo todas as provas de ténis de mesa e de basquetebol 3×3, assim como a competição sub-18 masculina de basquetebol de cinco e o torneio de voleibol feminino.

28 Mai 2024

Coreia do Norte dispara “projétil não-identificado”, confirma exército sul-coreano

A Coreia do Norte disparou um “projétil não-identificado”, anunciou hoje o Exército sul-coreano, algumas horas depois de Pyongyang ter informado o Japão de que estava a preparar o lançamento de um novo satélite espião.

“A Coreia do Norte disparou um projétil não-identificado para sul”, sobre o mar Amarelo, indicou o Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul, depois de Seul, Pequim e Tóquio terem concluído a sua primeira cimeira trilateral desde 2019. Segundo Seul, “muitos fragmentos de projétil” foram encontrados no mar, após o disparo de Pyongyang.

Em comunicado, o Estado-Maior sul-coreano afirmou ter detetado pela primeira vez às 22:44 locais o rasto do projétil lançado da zona de Tongchang-ri – no noroeste do país, onde se situa a base de lançamento espacial de Sohae – em direção ao mar Ocidental (nome dado nas duas Coreias ao mar Amarelo).

“O projétil foi detetado como um grande aglomerado de fragmentos à superfície das águas norte-coreanas por volta das 22:46 (14:46 de Lisboa), e as autoridades da República da Coreia (nome oficial do Sul) e dos Estados Unidos estão a proceder a uma análise detalhada para determinar se o voo foi normal”, acrescenta o texto.

Dado que a primeira deteção do rasto do projétil tem apenas dois minutos de diferença em relação à segunda, sob a forma de fragmentos, acredita-se que este explodiu pouco depois da descolagem e que a Coreia do Norte somou assim mais um fracasso ao seu programa espacial, após dois lançamentos falhados do foguetão Chollima-1 na primavera e no verão de 2023.

Em novembro, Pyongyang conseguiu finalmente lançar com êxito o foguetão e colocar em órbita o seu primeiro satélite espião, o Malligyong-1.

O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, disse numa conferência de imprensa que o projétil “desapareceu [do radar)] em pleno voo sobre o mar Amarelo”. “Por isso, acreditamos que não atingiu a órbita terrestre”, acrescentou.

O sistema de alerta japonês para a população foi inicialmente ativado em Okinawa (sudoeste do país) após ter detetado e calculado a trajetória do projétil, mas foi desativado minutos depois, uma vez que este “nunca sobrevoou a área designada”, disse uma fonte governamental japonesa à agência noticiosa Kyodo.

Por sua vez, a televisão japonesa NHK difundiu imagens aparentemente captadas a partir da fronteira chinesa com a Coreia do Norte (a base de Sohae fica cerca de 50 quilómetros a sul da cidade chinesa de Dandong) que mostram, no céu noturno, uma combustão com um padrão irregular primeiro e depois o que parece ser uma deflagração.

Pyongyang notificou hoje a guarda costeira japonesa de uma janela de lançamento entre hoje, segunda-feira, e o próximo dia 03 de junho para colocar em órbita um novo satélite espião. A Coreia do Norte afirmou no início deste ano que iria lançar mais três satélites espiões “Malligyong” até 2024.

Para o êxito do lançamento de novembro, acredita-se que tenha sido fundamental a ajuda da Rússia, que foi muito reforçada depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, terem realizado uma cimeira, em setembro de 2023.

28 Mai 2024

Médio Oriente | Pequim quer problemas resolvidos pelos países da região

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China Deng Li afirmou ontem que os problemas no Médio Oriente “devem ser resolvidos pelos países e povos da região” através do “diálogo”.

Deng sublinhou que a China “sempre esteve envolvida nos esforços para promover a paz na região”, numa conferência de imprensa para discutir a 10ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação China – Estados Árabes, que se realiza em Pequim, na quinta-feira.

O responsável rejeitou a ideia de que o país asiático, que aumentou o seu envolvimento diplomático na região nos últimos anos, esteja a tirar partido de “um vazio deixado pelos Estados Unidos” no Médio Oriente.

O vice-ministro salientou que, perante a escalada de conflitos, como o surto de violência em Gaza, a China, enquanto “país responsável”, sente “a necessidade de contribuir para a paz regional e assumir a sua quota-parte de responsabilidade na mitigação da crise humanitária”.

“Chegou o momento de a comunidade internacional agir com sentido de justiça e bem comum para fazer algo pela paz no Médio Oriente”, afirmou Deng, acrescentando que a China deve “esforçar-se por fazer algo para pôr fim a este conflito”. “Esta é a razão fundamental que está por detrás do recente aumento da actividade diplomática da China no Médio Oriente. O nosso objectivo é a humanidade, a justiça, a estabilidade e a paz na região”, concluiu Deng Li.

Papel moderador

A conferência ministerial de quinta-feira contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, do Rei do Bahrein, Hamad Bin Isa Al Khalifa, do Presidente do Egipto, Abdel Fattah El Sisi, do Presidente da Tunísia, Kais Saied, e do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan, para além de outros funcionários de menor escalão.

Uma das questões que deve ser debatida durante a reunião é o conflito em Gaza, relativamente ao qual Pequim tem apelado nos últimos meses a “todos os esforços possíveis para proteger os civis e evitar uma catástrofe humanitária ainda maior”.

A China também manifestou o seu apoio à “solução dos dois Estados” e os seus funcionários realizaram numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.

Nos últimos anos, a China tem também desempenhado um papel de mediação na região: representantes do grupo islâmico Hamas e do movimento Fatah reuniram-se recentemente em Pequim “para um diálogo profundo e sincero” sobre a reconciliação palestiniana.

No ano passado, a China mediou um acordo entre o Irão e a Arábia Saudita para o restabelecimento de relações diplomáticas.

28 Mai 2024