Hoje Macau China / ÁsiaCrianças japonesas juntam-se a Portugal para proteger o oceano Dezenas de crianças japonesas juntaram-se ontem, na Expo2025, em Osaka, a um apelo para proteger os mares, que o Oceanário de Lisboa quer levar à cimeira da ONU sobre mudanças climáticas, em Novembro, no Brasil. “Querem ser embaixadores dos oceanos aqui no Japão?”, perguntou, no Pavilhão de Portugal, a bióloga marinha Natacha Moreira, da Fundação Oceano Azul, aos alunos de duas turmas de uma escola de Osaka. A resposta positiva veio num coro uníssono de 40 vozes, os primeiros jovens japoneses a assinar a Mini 30X30, “uma onda” lançada pela Oceano Azul e pelo Oceanário, em apoio da meta mundial de proteger 30 por cento do oceano até 2030. O director de Educação do Oceanário, Diogo Geraldes, disse à Lusa que uma primeira carta foi entregue durante a terceira Conferência do Oceano da ONU, que decorreu em Nice, França, em Junho. Uma nova versão do documento será entregue na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que decorre em Novembro em Belém, capital do estado do Pará, no norte do Brasil. O apelo já reuniu o apoio de 9.500 jovens de 27 países, mas na Ásia ainda só tinha contribuições de escolas da Malásia e de Timor-Leste. O Oceanário preparou materiais sobre o Mini 30X30 em japonês especialmente para a Expo, que já existiam em português, espanhol, francês e inglês. Antes de votarem unanimemente a favor do apelo, os jovens japoneses testaram as experiências interativas do Oceanário numa das duas salas multiúsos do Pavilhão de Portugal, cujo tema é “Oceano: Diálogo Azul”. Com história “O Oceanário de Lisboa é, em Portugal, a instituição com mais pergaminhos e experiência em literacia azul. Há mais de 25 anos que ensina professores e alunos a ter uma relação mais sustentável com o mar”, disse à Lusa o administrador executivo da Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha. Uma experiência que levou o Oceanário e a Oceano Azul, com o apoio da Direcção-Geral da Educação, a desenvolver o programa Educar para uma Geração Azul, que promove a literacia do oceano entre os alunos dos 6 aos 10 anos. Diogo Geraldes explicou que começaram pelo primeiro ciclo porque “é mais fácil dar formação aos professores, que muitas vezes são os mesmos do primeiro ao quarto ano”. Durante cinco anos, o projecto deu formação a 1.300 professores numa fase-piloto que decorreu nos municípios de Albufeira, Cascais, Mafra, Moura, Nazaré, Peniche, Silves, Sintra e na região autónoma dos Açores. Após o fim desta fase, em Maio de 2024, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação decidiu alargar o programa a todas as escolas primárias do país e de incluir o oceano no currículo. Tiago Pitta e Cunha disse que o objectivo é “educar a geração mais consciente de toda a União Europeia no que toca à ligação dos humanos com o oceano”. “Conseguiríamos, no fundo, ser um pouco, como os nórdicos foram para o ambiente [terrestre] a partir dos anos 70, os cidadãos portugueses seriam para o azul”, explicou o especialista. Criada em 2017 pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos, que inclui no seu património o Oceanário de Lisboa, a Oceano Azul é uma entidade sem fins lucrativos, que tem por objecto contribuir para a conservação e utilização sustentável dos oceanos.
Hoje Macau Eventos“Art Macao” | Galeria HWA apresenta trabalho de Zhang Zhanzhan A “Art Macao – Bienal Internacional de Arte de Macau 2025” chegou à cidade e com ela várias iniciativas culturais. Uma delas é a nova exposição patente na Galeria HWA, no Lisboeta Macau, que revela o trabalho do artista Zhang Zhanzhan. “Hi, Luck!” fica patente até Setembro É em torno da temática da sorte que gira a nova exposição da Galeria HWA, patente no Lisboeta Macau. “Hi, Luck!”, com trabalhos de Zhang Zhanzhan, integra a edição deste ano da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025” e fica disponível para visitas do público até Setembro. Segundo uma nota oficial sobre o evento, esta exposição realiza-se em parceria com a ArtDeport e apresenta o trabalho do conhecido artista contemporâneo chinês. Esta é uma das “exposições colaterais” da bienal, que tem como tema “Ei, o que o traz aqui?”, explorando as ideias de “ver, aproveitar e abraçar a sorte da arte que transforma o caos da vida de uma forma significativa”. Segundo a mesma nota, o artista “é conhecido pela sua profundidade filosófica e visão inovadora”, sendo que as colecções e exposições que tem realizado em toda a Ásia “são observações da vida quotidiana com contemplação existencial, mostrando a fusão característica de Zhang entre brilhantismo visual e ressonância intelectual para apresentar a sorte como uma experiência humana significativa”. Para aí virado Segundo a página oficial da “Art Macao”, Zhang Zhanzhan acredita que “a sorte não é um presente fortuito, mas uma disposição de espírito marcada por uma consciência aguçada, uma busca activa e um acolhimento sincero na vida quotidiana.” Desta forma, as obras presentes na Galeria HWA “capturam fragmentos do tempo, guiando-o a ‘ver a sorte’ — o brilho subtil na neblina matinal”, ou ainda a “agarrar a sorte”, explorando a ideia de um “voo em encontros fugazes”, ou ainda a “abraçar a sorte”, em que o público pode, ao visualizar os trabalhos artísticos, “entrelançar o calor da vida numa ressonância harmoniosa com o mundo”. Assim, nesta exposição, “a arte serve como uma lanterna, iluminando o significado no caos e explorando, em conjunto, a verdadeira essência da sorte”. Zhang Zhanzhan nasceu em Hebei, em 1982, tendo-se formado na Escola de Belas Artes da Universidade de Artes de Nanjing em 2008. Uma das exposições mais recentes que realizou foi em 2023, com o nome “Out Of This World”, patente no Museu de Arte Contemporânea de Yinchuan. No ano anterior, o artista estreou “Post-me Generation: How to Write About Young Artists”, em Pequim. No ano passado, e também em Pequim, Zhang Zhanzhan realizou “You’re Always on My Mind” no conhecido Distrito de Arte 798 de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | China manifesta vontade de reforçar parceria com UE antes de cimeira A China manifestou ontem a intenção de reforçar a parceria com a União Europeia (UE), antes da cimeira bilateral que se realiza esta semana em Pequim, num contexto marcado por tensões comerciais e disputas geopolíticas. “O país espera que a reunião com os líderes europeus envie um sinal positivo à comunidade internacional de que ambas as partes estão empenhadas em fortalecer a sua parceria e defender conjuntamente o multilateralismo e a cooperação aberta”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun. O diplomata indicou que as relações entre a China e a UE atravessam “um momento crucial”, com “novas oportunidades e desafios”, e que a cimeira servirá para “reforçar a comunicação estratégica” e “aprofundar o diálogo e a cooperação”, numa altura de crescente instabilidade global. Segundo Guo, a relação bilateral produziu “resultados frutíferos” ao longo dos últimos 50 anos, tanto no plano económico como na criação de mecanismos de cooperação internacional. A cimeira China – UE realiza-se na quinta-feira, em Pequim, para assinalar os 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre as duas partes. É esperada a participação do Presidente chinês, Xi Jinping, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa. Este último afirmou na segunda-feira que a relação entre a China e a UE tem um papel “crucial” a nível global e manifestou a intenção de discutir com as autoridades chinesas todos os pontos da agenda comum. Bruxelas já indicou que abordará temas como o acesso ao mercado chinês, a guerra na Ucrânia, as alterações climáticas e a situação no Médio Oriente.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança alimentar | Aprovada norma para refeições escolares A intoxicação alimentar por chumbo de 200 crianças numa creche em Tianshui levou as autoridades a aplicarem novos padrões de exigência nos menus escolares A China aprovou o primeiro regulamento nacional para refeições escolares, visando reforçar a segurança alimentar, após a intoxicação por chumbo de mais de 200 crianças numa creche no oeste do país, anunciaram as autoridades. O novo regulamento, emitido pela Administração Estatal para a Regulação do Mercado e que entrará em vigor a 01 de Dezembro, estabelece exigências para as empresas responsáveis pela preparação e distribuição de alimentos em escolas primárias, secundárias e jardins-de-infância em todo o país, informou a televisão estatal CCTV. As regras prevêem a designação de um responsável principal pela segurança alimentar em cada centro, pessoal exclusivamente dedicado à gestão e supervisão desta área, e a criação de um mecanismo dinâmico de controlo de riscos, que inclua revisões diárias de segurança, identificação de perigos semanal e reuniões mensais de análise. Relativamente à aquisição de matérias-primas, o texto determina que produtos como arroz, farinha e óleo de cozinha devem ser comprados de forma centralizada e em pontos específicos. Todos os ingredientes principais terão ainda de ser submetidos, pelo menos uma vez por ano, a análises completas, incluindo testes à presença de resíduos de pesticidas. A preparação dos alimentos deverá permitir o acompanhamento, em tempo real, por parte das escolas, pais e alunos, das principais etapas do processo, através de tecnologia adequada. Amostras de cada refeição diária deverão ser conservadas durante um mínimo de 48 horas. Impróprio para consumo A publicação do novo padrão ocorre num contexto de crescente preocupação pública com a alimentação nos estabelecimentos escolares. No início deste mês, oito pessoas foram detidas no âmbito de uma investigação à intoxicação por chumbo que afectou 233 crianças numa creche privada na cidade de Tianshui, no oeste da China. Os responsáveis do estabelecimento terão autorizado o uso de substâncias impróprias para consumo humano na confecção das refeições servidas às crianças. Segundo as autoridades, a cozinha da creche utilizou corantes comprados ‘online’ que continham chumbo e estavam rotulados com avisos de que não deviam ser ingeridos. Das 251 crianças inscritas no centro, 233 apresentaram níveis anormais de chumbo no sangue e 201 foram hospitalizadas após sintomas como náuseas, diarreia, dores nas pernas ou cólicas abdominais, segundo relatos de pais citados pela imprensa local. A segurança alimentar tem sido um tema sensível na China desde há décadas, após vários escândalos que abalaram a confiança da população nos sistemas de controlo de qualidade. Um dos casos mais graves ocorreu em 2008, com a contaminação de leite com melamina, que provocou a morte de pelo menos seis bebés e afetou cerca de 300 mil crianças.
Hoje Macau Via do MeioFio escarlate – Contos tradicionais chineses, recontados por Fernanda Dias Volta a ter orgulho ao atear teu lume mesmo sozinho na casa vazia um vermelho sem brilho não te baste José Tolentino Mendonça, Teoria da fronteira Preocupações de um chefe militar O Governador Militar de Luzhou, de nome Xue Song, teve a dada altura uma serva de nome Hong Xian, cujo significado é Fio Escarlate. Tocadora exímia de cítara de Ruan, também possuía profundos conhecimentos dos clássicos e de história. O governador confiava-lhe a correspondência e a redacção das comunicações, de tal modo que tinha o hábito de se referir a ela como a sua “secretária particular”. Fio Escarlate possuía também, além da cultura, uma intuição singular. Uma vez, por ocasião de uma grande festa na residência, ela abordou Song para comentar: A melodia deste tambor dos bárbaros Jué soa tão melancólica! O tamborileiro deve estar preocupado por algum motivo. Xue Song, que também apreciava música, chamou de parte o homem, que lhe confidenciou ter falecido a esposa na véspera, mas, por precisar de trabalhar, não tinha pedido escusa para fazer o luto. Song logo o dispensou, mandando-o regressar a casa. Nessa época, as duas margens do Rio Amarelo não tinham ainda recuperado a paz da Era da Suprema Virtude, no dealbar do reino de Suzong, e o exército da Justiça Esclarecida estava acantonado na praça-forte de Fuyang. O governador Xue Song recebera ordem para aí reforçar a sua presença, e reduzir a influência dos rebeldes a Leste da montanha. Dado que o comando tinha também a função de reabilitar os sobreviventes da rebelião, a Corte ordenou a Song que casasse a própria filha com o filho de Tian Chengsi, governador militar de Weibo; e o filho com a filha de Linghu Zhang, governador militar de Huazhou: essas alianças matrimoniais aumentariam o poder das três praças-fortes, que se reforçariam umas às outras, à medida que os nascimentos viessem incrementar os laços de família. Acontece que o governador Tian sofria de um mal crónico, que se agravava com o vento quente do Verão. Por isso ele costumava dizer que, se fosse possível mudar-se para leste das montanhas, onde se respira ar fresco e puro, a sua vida poderia prolongar-se por mais algumas décadas. Tratou então de recrutar na sua Unidade os homens mais destemidos; reuniu três mil, a quem chamava “os rapazes da minha residência secundária” e a quem tratava com a máxima deferência. Desta ala destacava trezentos homens para a guarda da noite da sua morada, enquanto esperava que fosse determinado um dia propício para se instalar em Luzhon. Quando Xue Song soube disso, pareceu-lhe que estes preparativos belicosos não auguravam nada de bom. Maus presságios o assaltavam, dia e noite, a pontos de falar sozinho, resmungando sabe-se lá o quê, magicando sobre como poderia escapar ao perigo de dissidência da parte do vizinho. Uma vez, ao entardecer, Song calcorreava os cem passos, fazendo ressoar a bengala nas lajes do pátio do seu pavilhão pessoal, agitando as delicadas peónias nos vasos de faiança. A noite caía e o portal estava já cerrado, quando Fio Escarlate lhe tolheu o passo, dizendo: “Senhor, há um mês que não dorme nem se alimenta convenientemente. Sinto que algo de muito grave o perturba. São as notícias do país vizinho?” Xue Song desabafou: “O assunto comporta grande perigo. Não és tu quem poderá resolvê-lo.” Ao que a jovem replicou: “A minha humilde pessoa, talvez conheça o meio de vos livrar desse tormento, senhor. Não custa experimentar.” Song contou em então em pormenor do que se tratava e concluiu: “Se eu perder este território que herdei do meu avô, cairiam para sempre em ruína e esquecimento vários séculos de sacrifícios, actos meritórios, e altos favores do Estado! ” “Senhor, não vale a pena tanta aflição. Deixai-me ir a Weibo para colher informações e ver por mim própria qual a real situação. Se eu me meter ao caminho na primeira hora, estarei de volta na terceira, para receber as vossas instruções. De qualquer modo, esperai o meu regresso.” Fio Escarlate mostrava-se confiante. Song, preocupado, respondeu: “Não te sabia dotada de poderes sobrenaturais. Mas que poderei fazer, se não resultar e te acontece alguma desgraça? ” “Nada de mal me poderá acontecer durante tão curta viagem”, garantiu ela. Dito isto, entrou nos seus aposentos e preparou-se para partir. A missão de Fio Escarlate A bela Hong Xian levantou os cabelos, fez um rolo à moda dos Wuman e prendeu-o com um gancho de ouro em forma de Fénix. Vestiu uma túnica curta bordada a púrpura e enfiou umas sandálias leves, atadas com cordões azuis. Na faixa do peito escondeu um fino punhal ornado de figuras de dragões, e na fronte traçou o nome do deus da Estrela Polar. Fez uma última reverência ao governador, e, num ápice, desapareceu. Xue Song regressou ao seu quarto, fechou os dois batentes da porta, e cheio de apreensão, sentou-me de costas para o lampadário, para meditar na penumbra. Tinha o hábito de beber alguns goles de vinho antes de dormir, mas, naquela noite, ergueu a taça nove vezes, sem sentir embriaguez, e passou a noite em claro. De madrugada, ouviu gemer o vento vindo dos lados da aurora. Aproximou-se do átrio para averiguar; era Fio Escarlate que regressava, leve e silenciosa como uma folha caindo sobre a relva aljofrada de orvalho. Aliviado por vê-la regressar sã e salva, Xue Song perguntou como tudo se tinha passado. “De modo nenhum eu poderia falhar a minha missão, disse ela. “Nem morta nem ferida? Inquiriu Song, quase sarcástico.” Ao que a jovem respondeu: “Não chegámos a isso! Contentei-me em trazer como penhor um pequeno cofre em ouro que estava à cabeceira da cama”. E logo narrou a sua extraordinária aventura: “Cheguei à Sede de Comando de Weibo três quartos de hora antes da meia-noite. Andei por todo o lado sem obstáculos, e depois de ter atravessado várias salas, descobri o quarto de dormir de Tian Chengsi. Ouvia o ressonar dos homens da guarda pessoal dormindo na galeria, soando como fanfarra de trovões. Ouvia os soldados percorrendo as salas em redor do pátio, trocando palavras de ordem sibilantes como a nortada. Empurrei sem ruído o batente esquerdo da porta do quarto, levantei o cortinado do leito, e ali estava o velho Tian, ressonando, encolhido, a cabeça pousada sobre uma pele de rinoceronte pintada, com o toutiço preso numa rede de gaze amarela. Perto do travesseiro cintilava uma espada ornamentada com as sete estrelas da Ursa Maior. Junto da espada jazia escancarado um pequeno cofre em ouro no qual estavam gravados os oitos caracteres cíclicos da sua data de nascimento e o nome do deus da Estrela Polar, o que fazia daquele cofre um objecto mágico de valor pessoal. No interior cintilavam belas pérolas, e em redor pairava um perfume suave. Tian, que fazia gala do seu poder sob os estandartes de comando, e a quem todas as ambições eram permitidas, ali estava, mergulhado nos seus sonhos do Pavilhão das Orquídeas Perfumadas. Pressentiria ele que a sua vida estava à mercê das minhas mãos? Valeria a pena capturá-lo para depois o libertar, feri-lo, ou simplesmente, matá-lo? O tempo passava, a luz das candeias e das tochas retraía-se, os incensários já só continham cinzas. Surgiam por todo o lado guardas armados em profusão. Servas ainda ensonadas encalhavam nos biombos, afastando as cobertas com um último bocejo. Outras, semi-adormecidas, pegando nas toalhas, debandavam em busca de um gabinete de abluções disponível. Retirei as jóias ao comandante, pendentes e alfinetes; atei-lhe o casaco aos calções, tudo isto sem que ele acordasse, como se estivesse desmaiado. Já tinha decidido trazer o cofre. Saí pela Porta do Oeste da cidadela, pronta a percorrer duzentas léguas, quando vi o Terraço de Bronze lá no alto, e as águas do rio Zhang que velavam de bruma o horizonte a nascente. A madrugada tremeluzia sobre a planície, enquanto a lua descia, langorosa, e mergulhava na floresta. Empolgada pela alegria do alvorecer e pela perspectiva de regresso após a incerteza de tamanha aventura, quase esquecia o objectivo da minha missão. Mas, alertada pela gratidão que devo à vossa pessoa, persisti, e assim, depois da terceira hora, percorri em idas e vindas setecentas léguas, pelas cinco cidades daquela região, observando as movimentações de tropas, animada pela esperança de resolver as vossas preocupações.” Tendo compreendido o plano da sua fiel secretária, Song apressou-se a despachar um cavaleiro com a seguinte mensagem para Tian Chengsi: A noite passada, um estrangeiro vindo de Weibo veio confessar-me que se tinha apropriado de um cofre em ouro que estava à vossa cabeceira. Não podendo guardar um objecto roubado, e descobrindo pelos motivos esculpidos que se trata de um tesouro pessoal, venho restitui-lo a quem pertence, com os meus respeitos. Partiu a galope sob as estrelas o mais veloz dos mensageiros do comandante, e chegou ao destino antes da meia-noite. O exército inteiro andava ali numa roda-viva, em grande aflição, procurando o cofre sumido. O enviado bateu ao portal com o cabo do chicote, e solicitou uma audiência urgente. Quando viu Tian, que vinha precipitadamente ao seu encontro, estendeu-lhe de imediato o cofre, e de seguida a carta. Ao lê-la, Tian não cabia em si de comoção e espanto. Nessa noite reteve o mensageiro no seu pavilhão, mandou servir uma ceia de festa em íntima companhia, e cumulou-o de presentes. No dia seguinte, despediu-o, encarregando-o de levar a Xue Song trinta mil cortes de seda, duas centenas de cavalos de raça e outros objectos em conformidade com o que para ele representava o cofre restituído, acompanhados da seguinte mensagem: Já que eu tive a minha garganta e a minha cabeça à mercê das vossas boas graças, devo reconhecer o meu erro e não vos dar mais cuidados. Considero-me às vossas ordens, assumo os nossos laços de parentesco, e intento colocar-me ao vosso serviço, como o vazio do meio da última roda ao serviço do carro. Não saberia manejar o chicote de cocheiro senão para avançarmos. O serviço de ordem que estabeleci e a que dei o nome de “rapazes da residência secundária” tem como exclusiva intenção proteger o meu domicílio de salteadores e intrusos, e não esconde nenhum outro intuito. Deixemos daqui em diante que eles retirem as suas armaduras e regressem pacificamente aos trabalhos no campo. Quando, ao fim de alguns meses as relações amistosas entre o Norte e o Sul do rio Amarelo retomaram, Fio Escarlate avisou que ia partir. No momento da despedida Xue Song exclamou, mortificado: “Nasceste na minha casa há dezanove anos! Onde queres tu ir? Sabes que preciso de ti, como podes sequer mencionar que me deixas?” Um erro na vida passada Então, serenamente, Hong Xian, a bela Escarlate, fez a seguinte confissão: “Na minha vida anterior fui um homem, ervanário de profissão. Percorria montes e vales, lagos e ribeiras, colhia ervas medicinais que vendia nos mercados e feiras de cidades e aldeias. Acompanhava-me o Livro de Shennong, o Divino Jardineiro, no intuito de socorrer o povo quando alastravam epidemias e outras doenças. Um dia, quando passava por uma dessas aldeias, trouxeram-me uma mulher no termo da gravidez, que sofria de oclusão intestinal. Tratei-a com uma maceração em vinho de flores de dafne, o tóxico trovisco-louro. A dose que administrei não pode controlar o veneno, do que resultou a morte dos gémeos e da mãe. Responsável por esse triplo assassinato, fui condenado pelo tribunal infernal a renascer mulher! Devia ter nascido numa família vil, mas uma boa estrela fez-me vir ao mundo na vossa casa, onde cresci rodeada de afeição até aos dezanove anos, e onde recebi educação e favores. Felicitemo-nos, porque a Dinastia atingiu o cume do prestígio desde a sua fundação. É preciso agora pôr fim à desordem provocada por aqueles que perturbam a Ordem Celestial. Fui a Weibo para vos dar testemunho da minha gratidão. As muralhas e os fossos dos dois territórios estão daqui em diante protegidos, e a população está em segurança. Inspirar temor a um rebelde e assegurar a paz a um herói, não foi uma tarefa fácil para uma simples mulher como esta vossa serva. Assim resgatei a falta da outra vida. Esse feito permite-me purgar a culpa e restaurar o meu ser original. Poderei então renunciar à poeira do mundo, elevar o meu espírito fora do plano das coisas, purificar o meu sopro, e morar no exterior do ciclo Vida-e-Morte. “ Se ficares,” tentou ainda Xue Song “dou-te mil peças de ouro, para assegurar a tua subsistência num Ermitério.” Ao que Fio Escarlate respondeu: “como poderíamos nesta vida fazer planos para uma vida futura?” Compreendendo que não conseguiria retê-la, Song mandou servir um banquete de despedida na sala principal. Nessa noite, perante todos os convidados, Song pediu ao poeta Ling Chaoyang para compor um poema, pois queria cantar um dueto com a homenageada, e ouvi-la tocar cítara pela última vez. O poeta escreveu então estes versos: O canto da apanhadora de castanhas-de-água enche de dor a barca de madeira de magnólia. Ó torre dos cem passos onde se dissolve a alma semelhante ao fim da deusa da ribeira Luo na bruma do imenso azul de águas perpétuas. Acabada a canção, Xue Song não se coibia de mostrar a sua dor. Fio Escarlate, chorando, fez mais uma vez uma sentida reverência. Saiu da sala do banquete fingindo tropeçar de embriaguez e desapareceu. Hong Xian já não estava em parte alguma. «Hongxian» é um dos oito contos chuanqi recolhidos em Ganze yao (甘澤謠) ou Baladas da Chuva Oportuna, de Yuan Jiao (袁郊; fl. 868). A protagonista Hong Xian é um exemplo de nüxia (女俠) ou «cavaleira errante», uma personagem comum na ficção da dinastia Tang, ou seja, uma mulher intelectualmente e culturalmente realizada, que não se destaca pela sua beleza, mas pelos seus talentos.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Dois detidos por exploração de prostituição O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) anunciou a detenção de dois homens, no exterior de um hotel no Cotai, por indícios da prática do crime de exploração de prostituição. Após receber uma queixa para a importunação de pessoas no exterior de um hotel, o CPSP enviou agentes para o local e identificou dois homens, um do Interior e outro da Tailândia, sendo que este última estava vestido com roupas de mulher. Segundo o jornal Ou Mun, quando foi abordado pelas autoridades, o homem do Interior confessou estar a angariar clientes para o homem que se vestia de mulher. Por cada cliente angariado, o homem podia receber até 500 dólares de Hong Kong. Por sua vez, o prostituto cobrava 1.500 dólares a cada cliente. Quando as autoridades se deslocaram ao hotel utilizado pelo prostituto, encontraram um terceiro homem do Interior. Este confessou ter reservado o quarto naquele dia. Os dois suspeitos do Interior foram detidos e encaminhados para o Ministério Público. Estão indiciados pelo crime de exploração de prostituição, que pode ser punido com uma pena de prisão que pode chegar aos três anos. Quanto ao nacional da Tailândia, foi encaminhado para o Departamento de Imigração, dado que utilizou o visto de turista para exercer uma profissão, o que é considerado um abuso do tipo de visto emitido.
Hoje Macau SociedadeJogo | Seaport estima subida de 9% das receitas no segundo semestre De acordo com a mais recente projecção dos analistas da Seaport Research Partners, a indústria do jogo de Macau pode registar um aumento anual de 9 por cento das receitas brutas durante o segundo semestre do ano. A melhoria da performance do sector é esperada devido à recuperação da velocidade do crescimento verificada nos últimos meses. Recorde-se que, segundo os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), os casinos do território facturaram 113,03 mil milhões de patacas em receitas brutas na segunda metade do ano passado. O analista da Seaport Research Partners Vitaly Umansky aponta agora para um crescimento anual de 7 por cento das receitas brutas acumuladas em 2025, face aos 226,78 mil milhões de patacas apurados no ano passado. “A longo prazo, as mudanças nas quotas de mercado podem beneficiar a Sands China e a Galaxy Entertainment Group, enquanto os operadores mais pequenos deveriam registar uma perda de quota de mercado”, indica o analista, citado pelo portal GGR Asia. Umansky acrescenta que esse impacto pode ser mais intenso se a recuperação do mercado de massas base ultrapassar as expectativas actuais, trazendo um crescimento global da indústria mais acentuado.
Hoje Macau PolíticaTufão | Leong Hong Sai pede mais informações para turistas O deputado Leong Hong Sai acha que o Governo pode fazer um melhor trabalho na divulgação de informações em casos de tufões, apesar de “reconhecer o desempenho das autoridades nas publicações de alertas de protecção civil durante o tufão Whipa. O representante dos Moradores afirmou que a maioria dos turistas só sabe que o sinal 8 de tufão foi emitido depois do facto consumado, impossibilitando o planeamento atempado de deslocações, se existem transportes disponíveis ou se as fronteiras estão abertas. Em declarações ao jornal Cidadão, o deputado indica que há mesmo turistas que fazem check-out e saem do hotel sem terem conhecimento de que não vão conseguir atravessar a fronteira. O mesmo acontece no sentido oposto, com os turistas a não saberem que os sinais de alerta de tempestade diminuíram de intensidade ou foram cancelados. Como tal, Leong Hong Sai pede ao Governo para reforçar a informação nas zonas de mais fluxo de turistas, incluindo em parceria com os hotéis para disponibilizar actualizações aos clientes.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Papa pede a Abbas ajuda e protecção dos locais sagrados O Papa pediu ontem “a entrada adequada de ajuda humanitária” em Gaza “com urgência”, num telefonema com o presidente da Autoridade Palestiniana em que sublinhou “a obrigação de proteger a população e os lugares sagrados”. “Dada a dramática situação humanitária, foi sublinhada a urgência de prestar auxílio aos mais expostos às consequências do conflito e permitir a entrada adequada de ajuda humanitária”, informou o Vaticano, citando Leão XIV. O pontífice renovou ainda “o seu apelo ao pleno respeito pelo direito internacional humanitário” e enfatizou “a obrigação de proteger os civis e os lugares sagrados”, bem como “a proibição do uso indiscriminado da força e da deslocação forçada de população”. Na conversa telefónica, os dois líderes discutiram “os recentes desenvolvimentos do conflito na Faixa de Gaza e a violência na Cisjordânia”. No domingo, durante a oração do Angelus, o Papa voltou a manifestar-se contra a violência no Médio Oriente, após o ataque israelita, na passada quinta-feira, à paróquia da Sagrada Família, a única igreja católica em Gaza, que provocou três mortos e vários feridos. No dia seguinte ao ataque, Leão XIV recebeu um telefonema do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, no qual o Papa pediu um cessar-fogo e o fim da guerra em Gaza, bem como a protecção dos locais de culto e dos fiéis. Durante a sua conversa com Abbas, o Papa recordou ainda o 10.º aniversário do Acordo Abrangente entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, assinado a 26 de Junho de 2015 e que entrou em vigor a 02 de Janeiro de 2016. O acordo, assinado com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), determina o reconhecimento formal do Estado da Palestina pela Santa Sé e, entre outros aspectos, sublinha a necessidade de protecção dos lugares santos cristãos na Palestina.
Hoje Macau China / ÁsiaJeju Air | Pilotos desligaram motor errado, segundo relatório Os pilotos do avião da companhia coreana Jeju Air que sofreu um acidente em Dezembro do ano passado terão desligado, por engano, o motor menos danificado após o impacto com uma ave, indicou ontem fonte próxima da investigação. Segundo o jornal Korea Joongang Daily, a fonte referiu que os elementos recolhidos, incluindo a gravação de voz da cabina, dados informáticos e um interruptor físico do motor encontrado entre os destroços, demonstram que os pilotos desligaram o motor esquerdo em vez do direito ao tomarem medidas de emergência após o impacto com a ave, ocorrido momentos antes da aterragem prevista. A equipa de investigação, acrescentou a fonte, dispõe de “provas claras” e terá chegado a uma conclusão, ainda que o relatório oficial não tenha sido divulgado, devido a protestos por parte de familiares das vítimas. A investigação ao acidente, ocorrido em Muan (sudoeste da Coreia do Sul), já revelou que a Jeju Air, como parte dos seus esforços para maximizar a rentabilidade operacional das suas aeronaves, reduz ao mínimo legal a duração das revisões de manutenção realizadas antes de cada voo. O avião acidentado, um Boeing 737-800, terá sido atingido por uma ave e acabou por aterrar sem accionar o trem de aterragem nem outros sistemas de travagem, saindo da pista e colidindo com um muro no aeroporto de Muan. No acidente de 29 de Dezembro de 2024 morreram 179 passageiros e membros da tripulação, tendo havido dois sobreviventes. O acidente foi o mais grave desastre da aviação civil ocorrido em solo sul-coreano e o pior do ano a nível mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | PM permanece no cargo apesar de “duro golpe” eleitoral O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, disse ontem que vai manter-se no poder, depois de o partido que preside perder a maioria na câmara alta do Parlamento, nas eleições de domingo, num novo revés político. “Continuamos a ser o partido com a maior representação. Apesar do duro golpe e as muitas dificuldades, muitas pessoas apoiaram-nos fortemente”, disse Ishiba numa conferência de imprensa, afirmando que a decisão de permanecer no cargo se deve à situação política global e às “condições difíceis” que o país atravessa. Neste sentido, o dirigente destacou a imposição de tarifas aduaneiras ao Japão por parte dos Estados Unidos, a inflação e o receio de que um forte terramoto ou uma catástrofe natural possam atingir o país em algum momento. O Partido Liberal Democrático (PLD) de Ishiba e o parceiro de coligação, Komeito, que precisavam de conquistar 50 lugares, além dos 75 que já possuem para manter a maioria, conseguiram 47. Faltaram três lugares para a maioria e houve um recuo de 19 lugares em relação ao que tinham antes das eleições. A derrota é mais um golpe para a coligação de Ishiba, tornando-a minoritária em ambas as câmaras, após a derrota em Outubro nas eleições para a câmara baixa, e agravando a instabilidade política do Japão. Foi a primeira vez que a coligação liderada pelo PLD perdeu a maioria em ambas as câmaras do parlamento desde a formação do partido em 1955. Sobe e desce Questionado sobre a possibilidade de alargar a coligação a outros partidos da oposição, Ishiba disse não ter qualquer intenção de o fazer nesta altura e afirmou que o PLD “deve ser responsável e desenvolver políticas”. O responsável também excluiu a possibilidade de uma remodelação do Governo. “Vamos consultar seriamente os outros partidos e falar de responsabilidade e continuar com as políticas em matéria de tarifas e catástrofes”, acrescentou. Entre os partidos da oposição, o Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP), liberal de esquerda, ficou em segundo lugar, com 22 lugares, enquanto o reformista Partido Democrático Popular (PDP) ficou em terceiro, com 17. A surpresa foi o partido nacionalista japonês de extrema-direita Sanseito, que, sob o lema “Japão primeiro”, emergiu como um dos grandes vencedores das eleições de domingo, conquistando 14 lugares e tornando-se o terceiro maior partido da oposição.
Hoje Macau EventosFRC | Imagens de Timor-Leste expostas até Agosto Chama-se “Uma Viagem à Terra do Crocodilo no Ano da Serpente” e é a nova exposição de fotografia patente na Fundação Rui Cunha, da autoria de Cristiana Figueiredo. Às imagens juntam-se os textos de Bibi Ain. São 25 fotografias de “pessoas, lugares e coisas”, numa viagem repleta de emoções A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, uma exposição fotográfica sobre Timor-Leste intitulada “Uma Viagem à Terra do Crocodilo no Ano da Serpente”, com imagens da autoria de Cristiana Figueiredo e textos de Bibi Ain. Esta iniciativa “resulta de uma viagem de descoberta, para uma, e de reencontro, para o outro, no princípio deste ano”. Com o subtítulo “Pessoas. Lugares. Coisas”, a mostra inclui 25 fotografias que revelam visualmente o que os textos descrevem sobre as emoções impregnadas nos pequenos detalhes da jornada. Segundo os autores, citados por uma nota da FRC, “no início de 2025 embarcámos numa viagem para Timor-Leste”, tendo sido “a descoberta das raízes de casa, o abraço dos entes queridos, o reaparecimento de memórias doces e frágeis”, ou ainda “entrar num livro de História e sentir o acolhimento do desconhecido”. “A viagem foi uma espreitadela íntima e inspiradora em Timor-Leste, onde perspectivas aparentemente díspares se uniram para criar novas perspectivas, sobre as pessoas e os lugares deste pequeno país maravilhoso», revela o par de viajantes no seu manifesto. Cristiana Figueiredo adianta ainda que “por detrás da lente, testemunhei a transformação de comportamentos tímidos em sorrisos tropicais generosos que revelavam vislumbres íntimos e fugazes”. Histórias e imagens A autora diz ter encontrado, nesta viagem, “uma paisagem que se entregava à captura da janela de um carro em movimento numa estrada esburacada, ou de um momento tranquilo com os pés enterrados na areia quente, acariciados pelo som das ondas a bater”. Assim, “partilhar esta experiência inesquecível através das fotografias desta exposição é a minha carta de amor a Timor-Leste”, frisou. A vida de Cristiana Figueiredo é uma tapeçaria tecida em três continentes, segundo a sua biografia. “Nascida em Angola, passou os seus anos de formação em Portugal. Nas tardes tranquilas depois da escola, folhear as enciclopédias de arte dos pais despertou a sua paixão pelas artes, um fascínio precoce que a inspirou a fazer vários cursos de curta duração em história da arte, desenho e pintura, e a dedicar-se à fotografia, lançando as bases para o seu percurso criativo”, lê-se. Após a conclusão da licenciatura em Sociologia na Universidade do Porto, a vida de Cristiana levou-a até Macau, onde, nos últimos 23 anos, foi empreendedora local no sector alimentar e das bebidas, tendo virado a sua criatividade para o design gráfico, branding e design de interiores. Recentemente, Cristiana tornou-se criadora visual a tempo inteiro, explorando diversos meios, capturando continuamente o mundo que a rodeia e reimaginando-o através das suas lentes, pincéis e computador. Por todo o lado Por sua vez, a vida de Bibi Ain é uma tapeçaria tecida entre três países: Timor-Leste, Austrália e China. Nascido em Timor-Leste, passou os seus anos de formação na Austrália. Estudou Arte, História da Arte, Cinema e Televisão, Literatura Inglesa e Italiana, Arquitectura, Gestão de Empresas e, por fim, Gestão Turística. Serviu o seu país como Diplomata nos últimos trinta anos. Bibi Ain, nome artístico, deriva da palavra tétum “bibi” (cabra) e “ain” (pé). “Como um cabrito que salta por todo o lado com entusiasmo em busca de uma nova aventura, a minha família apelidou-me assim para reflectir a minha sede de viajar”, explica na mesma nota. As imagens e textos vão estar expostos até ao dia 2 de Agosto de 2025.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Pequim defende respeito pela lei após proibição de saída a cidadão dos EUA A China defendeu ontem que todos devem respeitar as suas leis, após notícias de que um funcionário do Governo dos Estados Unidos está impedido de sair do país desde Abril por alegadas razões de segurança nacional. “Independentemente de se tratar de um cidadão chinês ou estrangeiro, todos devem respeitar as leis chinesas enquanto estiverem na China”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo sublinhou que a China é um Estado de direito e que gere os assuntos de entrada e saída do território “de acordo com a lei”, recusando-se, no entanto, a fornecer detalhes específicos sobre o caso. Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, o cidadão em causa é um funcionário do Departamento do Comércio dos EUA, de origem chinesa e ex-militar, que viajou em Abril para a cidade de Chengdu por motivos pessoais. À chegada, foi informado de que não poderia deixar o país. Fontes citadas pelo mesmo jornal indicam que o caso poderá estar relacionado com uma suposta omissão na declaração do seu estatuto de funcionário público durante o pedido de visto. Embora não tenha sido formalmente acusado, o cidadão terá sido posteriormente transferido para Pequim, acompanhado por um representante consular dos EUA. O seu paradeiro actual não foi confirmado. De acordo com o South China Morning Post, as chamadas “proibições de saída” são aplicadas na China a cidadãos locais ou estrangeiros envolvidos em litígios civis, investigações criminais ou considerados ameaça à segurança nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Acções sobem após promessas de guerra de preços As praças financeiras chinesas reagiram em alta nas últimas sessões, após Pequim prometer travar as guerras de preços que têm penalizado os lucros das empresas e agravado as tensões comerciais com parceiros como Estados Unidos e União Europeia. A expressão dominante entre autoridades e analistas é “involução” – referência ao esforço para conter a concorrência excessiva e a sobrecapacidade de produção em sectores como o dos painéis solares, aço e veículos eléctricos. Com a procura interna ainda fraca e o aumento das barreiras comerciais externas – incluindo tarifas mais elevadas nos EUA sob a presidência de Donald Trump –, muitos fabricantes chineses optaram por cortar preços, reduzindo margens de lucro e levando várias empresas à falência. O índice de preços no produtor, que mede os preços à saída das fábricas, está em queda há quase três anos na China, num ciclo prolongado de deflação. A tendência já se reflectiu nos mercados globais, com exportações chinesas a preços baixos a gerar atritos comerciais com parceiros como Washington, Bruxelas, mas também vários países em desenvolvimento. Face à pressão, o Governo chinês e várias associações industriais sinalizaram recentemente uma mudança de rumo. Em 30 de Junho, os 10 maiores fabricantes de vidro para painéis solares concordaram em reduzir a produção em 30 por cento. As autoridades também lançaram uma campanha de inspecção à segurança automóvel, visando travar práticas de corte de custos que comprometam a qualidade. As medidas impulsionaram as acções em sectores pressionados. Apesar de os investidores estrangeiros não poderem comprar directamente acções chinesas, têm acesso a cerca de 2.700 títulos e 250 fundos através da Bolsa de Valores de Hong Kong. Condenação superior As medidas seguem-se a declarações de alto nível contra a chamada “concorrência desordenada”. A 29 de Junho, o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, publicou um extenso editorial de primeira página condenando o fenómeno da “involução” como contrário aos objectivos de desenvolvimento económico de “alta qualidade” do país. O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu numa reunião interna maior regulação sobre incentivos locais à instalação de fábricas, considerados causa da sobrecapacidade em sectores estratégicos. Economistas defendem que será necessário consolidar os sectores através de fusões e falências, mas reconhecem que o processo será lento, sobretudo devido à resistência dos governos locais, empenhados em proteger empresas e empregos regionais.
Hoje Macau China / ÁsiaUnião Europeia | China apela à cooperação apesar de divergências António Costa e Ursula von der Leyen chegam esta quinta-feira a Pequim para encontros com Xi Jinping e Li Qiang com vista a estabelecer uma maior aproximação entre as duas partes face à instabilidade global A China apelou ontem à cooperação com a União Europeia, apesar das divergências, e criticou o que classificou como exageros sobre disputas comerciais e acusações infundadas quanto à sua posição face à guerra na Ucrânia. “O Governo chinês espera que a UE avance na mesma direcção, ultrapasse as diferenças e planeie em conjunto a cooperação para os próximos 50 anos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo criticou o que descreveu como insistência, por parte de “algumas pessoas na Europa”, na chamada “tripla caracterização” da China – como parceiro, concorrente e rival sistémico – e acusou-as de “exagerar unilateralmente questões económicas e comerciais” e de lançar “acusações infundadas” sobre a Ucrânia, o que, segundo Pequim, tem gerado “perturbações desnecessárias” na relação bilateral. O porta-voz destacou que, após meio século de relações diplomáticas, a ligação entre a China e a UE “acumulou experiência e energia positiva suficientes para resistir às mudanças e ultrapassar desafios”. “A realização da cimeira China – UE neste momento tem grande significado e despertou ampla atenção da comunidade internacional”, afirmou, sublinhando que ambas as partes são “grandes forças que impulsionam o multilateralismo, grandes mercados que sustentam a globalização e grandes civilizações que promovem a diversidade”. Conversas construtivas A cimeira entre a China e a UE realiza-se esta quinta-feira, 24 de Julho, em Pequim, para assinalar o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas. Estão previstas as participações do Presidente chinês, Xi Jinping, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa. Segundo fontes comunitárias, Bruxelas procurará promover um diálogo construtivo sobre temas globais e bilaterais, incluindo comércio, a guerra na Ucrânia e a transição energética. A UE deverá reiterar que a actual relação económica com a China é insustentável, devido à falta de acesso recíproco e de concorrência justa, e poderá avançar com medidas correctivas caso não sejam alcançados reequilíbrios. Líderes confirmados A China confirmou ontem que os líderes da União Europeia (UE) vão deslocar-se ao país na quinta-feira para a cimeira bilateral, numa altura em que as duas partes procuram atenuar uma série de diferendos. “O presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deslocar-se-ão à China em 24 de Julho”, anunciou o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em comunicado. “O Presidente Xi Jinping vai reunir-se com ambos. O primeiro-ministro Li Qiang e os dois líderes da UE copresidirão à 25.ª cimeira China–UE”, acrescentou.
Hoje Macau SociedadeNova Grand | Shun Tak dá “grande importância” a revestimento caído O bloco 5 do Nova Grand, no centro da Taipa, foi um dos edifícios afectados pela passagem no domingo do tufão Wipha por Macau, com a queda do revestimento exterior de um prédio a cair de grande altitude para a via pública. A Shun Tak Holdings, responsável pelo empreendimento, emitiu um comunicado a afirmar que presta grande atenção ao incidente. “O grupo atribuiu grande importância a este incidente e comunicou imediatamente com o empreiteiro para saber mais sobre a situação no local. Foi confirmado que ninguém ficou ferido no incidente. Gostaríamos de agradecer aos bombeiros por terem retirado rapidamente a fachada caída e por terem tomado precauções de segurança para vedar a plataforma do edifício e os troços de estrada relacionados”, indicou a empresa. Além disso, o grupo afirmou ter instado “seriamente” o empreiteiro a fazer trabalhos de inspecção e manutenção abrangentes assim que as condições meteorológicas o permitam, para eliminar riscos e garantir a segurança do edifício e do ambiente circundante. O Nova Grand é um bloco de construção recente, situado na Taipa Central, composto por oito torres com alturas entre os 40 e 48 andares, oferecendo cerca de 1.800 apartamentos para um segmento imobiliário de luxo. Pátio de Espinho | Edifício abandonado ruiu Um edifício abandonado há vários anos no Pátio de Espinho, perto das Ruínas de São Paulo, ruiu durante a manhã de ontem, de acordo com a informação avançada pelo jornal Ou Mun. Segundo o jornal, o edifício encontrava-se desocupado e partes da estrutura já tinham ruído anteriormente. Todavia, ontem, após a passagem do tufão a infra-estrutura cedeu totalmente, e principalmente as paredes externas. A queda das paredes não causou qualquer ferido e também não houve danos nos edifícios junto à casa que cedeu. O facto de a estrutura ter ruído levou a que trabalhadores das Obras Públicas se tivessem deslocado ao local para averiguar a existência de riscos para a segurança pública. Os resultados da inspecção ainda não tinham sido revelados durante a tarde de ontem.
Hoje Macau SociedadeApoios Sociais| Recusados cerca de 28% dos pedidos O secretário-geral da Associação de Apoio aos Deficientes de Macau, Ho Kuok Meng, apontou que entre os 150 pedidos de atribuição do subsídio especial no âmbito do programa de inclusão e harmonia na comunidade, 40 foram recusados. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Ho apontou que a maior parte das recusas se prendeu com o facto de os candidatos terem rendimentos superiores ao nível máximo permitido para poderem receber o apoio, dificuldades de contactar os candidatos ou um nível de deficiência que não é coberto pelo apoio. Os números indicados apontam para uma realidade em que foram aprovados 72 por cento dos pedidos, enquanto foram recusados 28 por cento. Por sua vez, em resposta enviada à TDM, o Instituto de Acção Social prometeu ir “continuar a rever e melhorar o programa”. No programa matinal Fórum Macau, participou uma residente de apelido Che, que criticou as condições de acesso ao subsídio do programa de inclusão e harmonia por considerar que estão desfasadas da realidade local. A ouvinte defendeu que o apoio deve estar previsto para mais situações de doença, dado que a sua irmã deixou de conseguir andar, mas este apoio foi-lhe negado. O apoio só acabou aprovado, quando a irmã foi diagnosticada com cancro. Ao mesmo tempo, a ouvinte pediu que o processo de candidatura seja tornado mais simples.
Hoje Macau PolíticaFSS | Quase metade dos empregadores não pagaram contribuições O Fundo de Segurança Social (FSS) indicou ontem que até domingo 46 por cento dos empregadores ainda não tinha pago as contribuições obrigatórias do regime da segurança social, referentes ao segundo trimestre deste ano para os seus trabalhadores. A percentagem diz respeito a cerca de 11.600 empregadores. O FSS alerta que, visto que as contribuições devem ser pagas até ao fim deste mês, em caso de pagamento fora do prazo, os empregadores precisam de pagar juros de mora e multa. O não pagamento atempado de taxas de contratação de trabalhadores não-residentes, além de multa, pode ainda levar à revogação de autorização para contratar não-residentes. Prevendo uma grande afluência nos últimos dias para pagar as contribuições, o FSS apela aos empregadores e residentes para usarem a Plataforma para Empresas e Associações ou a aplicação móvel Conta Única de Macau.
Hoje Macau PolíticaIA | Governo promete esforço para educar a população O Governo promete promover o ensino da inteligência artificial (IA) não só nas escolas, mas a nível de toda a população, para alertar para os perigosos da nova tecnologia e apontar oportunidades. A posição foi tomada por Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), na resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang. “Em resposta à crescente popularização da aplicação da tecnologia de inteligência artificial, o Governo da RAEM promove o ensino da inteligência artificial em todos os níveis de ensino e a educação em geral ao nível social relativamente a esta área”, pode ler-se na resposta. Como parte da estratégia, a DSEDJ emitiu orientações para as escolas do ensino não-superior e superior definirem a sua estratégia de ensino sobre a IA em matérias como a utilização das tecnologias e ferramentas de inteligência artificial, aspectos legais, e utilização legal e ética. A nível dos trabalhos de educação da população, a resposta à interpelação do deputado indica que o Centro de Ciência de Macau vai disponibilizar três cursos diferentes para os interessados. No primeiro nível, os conteúdos são mais básicos com uma espécie de introdução à inteligência artificial, necessidades de protecção da privacidade e utilização segura e legal. Também a nível dos serviços públicos o Governo promete uma maior utilização, principalmente ao nível da tradução.
Hoje Macau PolíticaCiência | Sam Hou Fai pede mentalidade nova para atrair talentos O Chefe do Executivo entende que Macau tem de se emancipar da mentalidade actual para “concretizar o objectivo orientador de ‘atrair, reter e estabilizar’ empresas e quadros de inovação científica e talentos de ciência e inovação de alta qualidade”. A ideia foi defendida num discurso ontem durante a primeira reunião plenária deste ano do Conselho de Ciência e Tecnologia. Sam Hou Fai focou-se em matérias ligadas a ciência e tecnologia, uma das quatro indústrias prioritárias indicadas pelo Governo Central para Macau no âmbito da política “1+4” elaborada para diversificar a economia, onde o Governo da RAEM está a intensificar os seus esforços para optimizar o ambiente para desenvolver as indústrias ligadas à ciência e tecnologia. Para tal, o governante realça a necessidade de potenciar as vantagens de Macau “em termos de conectividade interna e externa a fim de promover o crescimento da indústria de tecnologia de ponta”. “Estamos profundamente conscientes de que o crescimento da indústria tecnológica injectará um novo ímpeto na economia de Macau, criará empregos de alta qualidade e proporcionará um palco para os jovens de Macau perseguirem os seus sonhos e as suas aspirações. Assim sendo, a indústria tecnológica será um capítulo relevante para desenvolvimento futuro de Macau”, apontou Sam Hou Fai. Um dos passos para desenvolver o sector será unir todos os sectores da sociedade de Macau para “implementar seriamente o espírito consagrado nos discursos importantes proferidos pelo Senhor Presidente Xi Jinping durante a sua visita a Macau”. O Chefe do Executivo recordou que o líder chinês “reconheceu vivamente o trabalho de investigação científica das instituições do ensino superior de Macau” durante a passagem pelo território.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Ex-presidente acusado de abuso de poder O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi acusado sábado de abuso de poder, pela tentativa falhada de impor a lei marcial naquele país asiático em Dezembro do ano passado. De acordo com a Agência France Presse, a procuradora Park Ji-young revelou sábado, em declarações à imprensa em Seul, que o Ministério Público “acusou o antigo Presidente Yoon Suk Yeol de abuso de poder e de obstrução ao exercício de funções oficiais especiais”. O MP considera que o antigo Presidente não cumpriu os procedimentos necessários para declarar a lei marcial, nomeadamente a organização de uma reunião formal do Conselho de Ministros. O antigo governante é também acusado de ter “redigido e deitado fora um documento falso indicando que o primeiro-ministro e o ministro da Defesa tinham aprovado a lei marcial”. Em Janeiro, Yoon já tinha sido acusado pelo MP de ser o mentor de uma tentativa de rebelião, descrevendo a tomada de poder como uma tentativa ilegal de se apoderar da legislatura e dos gabinetes eleitorais e de deter opositores políticos. As acusações são puníveis com pena de morte ou prisão perpétua. Yoon é igualmente acusado de aplicar a lei marcial sem seguir os procedimentos legais exigidos e de mobilizar ilegalmente as forças de segurança presidenciais como um exército privado para bloquear uma primeira tentativa das forças da ordem de o deterem na residência no início de Janeiro. Caos instalado O rival liberal, Lee Jae-myung, que venceu as eleições antecipadas de Junho para o substituir, aprovou no mês passado uma lei que prevê o lançamento de investigações especiais sobre o fracasso da lei marcial de Yoon e outras alegações criminais que envolvem também a mulher e a administração. Yoon Suk Yeol mergulhou a Coreia do Sul numa crise política quando tentou derrubar o regime em 03 de Dezembro do ano passado, enviando soldados armados ao parlamento para impedir que os representantes eleitos votassem contra a sua declaração de lei marcial. O antigo presidente, que foi deposto em Abril, já tinha passado algum tempo detido entre Janeiro e Março, tornando-se no primeiro chefe de Estado em exercício a ser preso na história da Coreia do Sul. Na altura, acabou por ser libertado por razões processuais. Em 10 de Julho, foi novamente colocado em prisão preventiva por ordem de um juiz, por receio que o ex-dirigente pudesse destruir provas. Yoon esteve em tribunal na sexta-feira, numa audiência para pedir a anulação da sua sentença. O tribunal rejeitou o pedido.
Hoje Macau EventosLisboa | Vítor Marreiros protagoniza mostra “Camões Cinco Zero Zero” Vítor Hugo Marreiros apresenta a partir do próximo sábado uma exposição em Lisboa na Galeria Passevite. Trata-se de “Camões Cinco Zero Zero”, que celebra os 500 anos do nascimento daquele que é considerado o poeta maior da língua portuguesa Chama-se “Camões Cinco Zero Zero” e, mais do que ser o nome da nova exposição de Vítor Hugo Marreiros, é uma iniciativa que mostra o trabalho do artista e designer macaense em Portugal. A inauguração acontece no centro de Lisboa, na Galeria Passevite, no próximo sábado a partir das 18h30. A exposição que ficará patente neste espaço até ao dia 30 de Agosto. Segundo uma nota de imprensa, a mostra “assinala os 500 anos do nascimento de Luís de Camões”, partindo de uma ideia original do designer gráfico Henrique Silva, mais conhecido por Bibito, que reside em Macau há muitos anos. Desta forma, aquilo que se faz em “Camões Cinco Zero Zero” é uma “leitura contemporânea e simbólica da figura do poeta através dos cartazes que Victor Marreiros tem criado ao longo de mais de três décadas para assinalar o 10 de Junho em Macau”. Nesta exposição, retira-se Camões “do contexto habitual”, surgindo a imagem do poeta com novas interpretações espelhadas na “liberdade gráfica, humor e espírito crítico, numa série que é, simultaneamente, memória e criação”. Uma mostra inédita A exposição chega a Lisboa graças ao apoio do IPOR – Instituto Português do Oriente e da Herdade do Perdigão. Esta é a primeira vez que Vítor Hugo Marreiros expõe o seu trabalho em Portugal. De destacar que Camões é uma presença constante num dos trabalhos pelos quais Marreiros tem sido mais conhecido nos últimos tempos: os cartazes do 10 de Junho promovidos pela Casa de Portugal em Macau e que são desenhados por si, numa mistura constante de elementos que remetem para a portugalidade. Vítor Hugo Marreiros tem uma carreira de mais de 45 anos dedicada às artes visuais, cenografia e design gráfico, e que foi reconhecida internacionalmente com mais de 200 prémios e distinções. O artista e designer nasceu em Macau em 1960, e é membro fundador do CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e também da Associação de Design de Macau. Estudou, nos anos 80, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, subsidiado pelo Instituto Cultural, entidade onde, mais tarde, trabalhou durante vários anos. Ganhou, das mãos do Governo de Macau, ainda nos anos da administração portuguesa, a Medalha de Mérito Profissional a 5 de Outubro de 1999. Durante a exposição estará disponível uma edição especial de serigrafia, numerada e assinada pelo artista, bem como o catálogo da mostra.
Hoje Macau China / ÁsiaMinerais | Pequim vai reforçar combate ao contrabando A procura por minerais essenciais à produção tecnológica tem desencadeado uma corrida desenfreada às terras raras As autoridades chinesas anunciaram sábado que vão intensificar os seus esforços para combater o contrabando de minerais estratégicos, um dia depois de terem alertado para “operações estrangeiras que visam a obtenção ilegal” de materiais como terras raras. “Vamos intensificar ainda mais a campanha de combate ao contrabando de minerais estratégicos”, afirmou sábado o departamento nacional de coordenação das exportações num breve comunicado, após uma reunião em Nanning, no sul da China, na qual participaram várias agências estatais, como o Ministério do Comércio, o Ministério da Segurança Pública e a Administração-Geral das Alfândegas. Na sexta-feira, o Ministério da Segurança Estatal da China afirmou ter detectado tentativas, nos últimos anos, de agências de informação e intermediários estrangeiros de estabelecer ligações com indivíduos chineses para facilitar a extração clandestina destes recursos, considerados de duplo uso, civil e militar. As operações incluíram a utilização de embalagens de pequeno volume, alterações na rotulagem e modificações nos canais de transporte, segundo o Ministério. Em resposta às tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre os produtos chineses em Abril, a China anunciou restrições à venda externa de samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio, que fazem parte do grupo de 17 elementos que são considerados terras raras e são essenciais para setores como a defesa e a aeronáutica. Donos da terra A China possui 44 milhões de toneladas de reservas de terras raras, aproximadamente 49 por cento do total mundial, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Em 2024, a China terá extraído 270.000 toneladas de minério de terras raras, 69,2 por cento da produção global. Em meados de Maio, Pequim e Washington estabeleceram uma trégua comercial de 90 dias, durante a qual reduziram as respectivas tarifas em 115 pontos percentuais. Em Junho, assinaram outro acordo que inclui a remoção de certas restrições e a promessa da China de facilitar a exportação de terras raras.
Hoje Macau VozesO novo panorama da economia política internacional e do desenvolvimento económico do Sul Global Um académico da Universidade de Fudan analisa as megatendências e os desafios concretos que o Sul Global tem de enfrentar num panorama em profunda mudança. (continuação do número anterior) Parte II Na Parte I deste comentário em duas partes, salientei que o panorama geral da economia política internacional (doravante designada «EPI») mudou drasticamente, graças a uma série de acontecimentos sísmicos e desenvolvimentos importantes. Como tal, todos os países do Sul Global, para os quais o desenvolvimento económico continua a ser uma tarefa central, têm de operar num panorama profundamente diferente para alcançar o desenvolvimento económico. Nesta parte II, destacarei as principais megatendências e os desafios mais concretos, dois conjuntos de restrições que os países do Sul Global precisam enfrentar nos próximos anos. Por megatendências, refiro-me aos ventos contrários aos quais os países do Sul Global terão de se adaptar, porque não podemos combatê-los facilmente. Quanto aos desafios concretos, concentro-me em domínios e questões específicos que os países do Sul Global terão de enfrentar nos próximos anos. Megatendências Dois blocos comerciais e tecnológicos, apesar de não estarem totalmente dissociados A primeira megatendência importante é que, muito provavelmente, o mundo verá dois grandes blocos comerciais e tecnológicos centrados nos EUA (mais a UE?) e na China. Após Trump 1.0, Biden e agora Trump 2.0, a dissociação entre os EUA e a China tem vindo a acelerar e, assim que o nível de dissociação atingir um limiar, será extremamente difícil voltar aos velhos tempos. É claro que os dois blocos não se vão dissociar totalmente: tanto para os EUA como para a UE, a interdependência económica com a China não é facilmente substituível. Mesmo em tecnologias, os EUA e a UE podem não ser capazes de se desacoplar totalmente da China. Assim, continuará a existir uma ampla interdependência entre os dois blocos. No entanto, isso não impedirá que os EUA e a China se desacoplem substancialmente um do outro. Além disso, embora nem a UE nem a China cheguem ao ponto de exigir que outros países negociem apenas com eles, os EUA podem impor tal exigência de tempos em tempos. Essa possibilidade cria incerteza e custos significativos para todos os seus parceiros comerciais, incluindo a UE. Mais uma vez, essa nova Guerra Fria entre os EUA e a China seria drasticamente diferente da antiga Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética. Na Guerra Fria anterior, a União Soviética nunca foi um parceiro comercial importante para a maioria dos países. Em contrapartida, a China é um dos principais parceiros comerciais da maioria dos países do mundo. Regionalismo com inter-regionalismo Pelo menos desde a Segunda Guerra Mundial, o regionalismo, ou seja, a integração regional com um nível de cooperação económica e política institucionalizada, tem sido uma âncora fundamental para a estabilidade regional e o desenvolvimento económico. As regiões com projetos de regionalismo robustos podem resistir mais eficazmente a choques externos e à pressão externa, enquanto as que não os têm são vulneráveis à pressão externa ou mesmo à intrusão de grandes potências extra-regionais. Não é de surpreender que, após a Segunda Guerra Mundial, muitas regiões e sub-regiões tenham tido pelo menos algum tipo de projeto de regionalismo, muitas vezes com o projeto europeu como modelo. O acima exposto não é novidade. O que é novo é que, com a primeira megatendência em vigor, o inter-regionalismo se tornará ainda mais crucial, sobretudo devido ao facto de o sistema da OMC estar a funcionar mal. Assim, os diálogos e parcerias emergentes, como os entre a UE e o MECUSOR (Mercado Comum do Sul), a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), a ASEAN e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO), a UE e a União Africana (UA), e a ASEAN e a UA, serão desenvolvimentos importantes a acompanhar. Entretanto, a UE já não é motivo de inveja para outras regiões e os seus projetos de regionalismo: a UE perdeu a sua aura outrora aparentemente invencível. A incapacidade da UE e dos líderes europeus em impedir o conflito entre a Rússia e a Ucrânia certamente não ajudou: a UE e os líderes europeus basicamente deixaram a Rússia e a Ucrânia caminharem sonâmbulas para uma guerra trágica, apesar do aviso da crise na Geórgia em 2008 e do discurso de Putin na Conferência de Segurança de Munique em 2007. Afinal, uma tarefa central dos projetos de regionalismo é prevenir conflitos intra-regionais. Além disso, mesmo para os países europeus, o excesso de burocracia, regras e formalidades em Bruxelas inevitavelmente impedem a inovação e a agilidade, necessárias em tempos de mudanças rápidas e grandes turbulências. Talvez uma abordagem menos institucionalizada ou burocrática seja mais adequada, pelo menos para os países do Sul Global. Por fim, vale a pena salientar que o regionalismo precisa que os principais países de uma região trabalhem em conjunto. Assim, as regiões com rivalidades intensas entre os principais países tendem a sofrer. Regiões como o Médio Oriente, o Sul da Ásia, a União Eurasiática e, talvez, a Europa Central e Oriental são exemplos decepcionantes, se não trágicos. Nesse sentido, é bastante notável que a China, o Japão e a Coreia do Sul tenham conseguido, até agora, manter uma relação mais ou menos estável, apesar da sua história conturbada e das disputas territoriais. Crescimento e inovação na era da tecnologia móvel e da IA Na Parte I, destaquei o facto de que as novas tecnologias atuais, principalmente a comunicação móvel, imagens de satélite, inteligência artificial (IA), automação e drones, trazem uma dinâmica totalmente nova para o desenvolvimento económico, pois têm o potencial de empoderar todos os setores. Se for assim, grande parte do crescimento e da inovação no futuro ocorrerá nesta nova era tecnológica. Mais importante ainda, a inovação depende agora do fluxo e da conexão instantânea de informações e conhecimentos, ambos potencializados pela IA. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento económico, que depende do comércio, depende agora da conclusão oportuna e segura das transações, potencializada pela comunicação móvel e pelo pagamento móvel. Assim, para alcançar o desenvolvimento económico, a tarefa mais crítica para os países do Sul Global (e de outros lugares) é construir dois tipos de infraestrutura informacional, além das infraestruturas físicas tradicionais, como rodovias, ferrovias e portos. O primeiro tipo é a infraestrutura de informação que pode facilitar o fluxo e a conexão de informações e conhecimentos. O segundo é a infraestrutura de comunicação móvel e pagamento móvel que pode facilitar a conclusão oportuna e segura das transações. Os países sem esses sistemas de infraestrutura essenciais ficarão seriamente prejudicados nas próximas décadas. Desafios concretos: domínios e questões Todos os países do Sul Global enfrentam desafios únicos. Mas eles também enfrentarão alguns desafios comuns. Embora os desafios sejam ilimitados, abaixo estão os três que considero mais urgentes e um mais distante. A capacidade do Estado continua a ser o pilar, com instituições e políticas como instrumentos do Estado De acordo com um quadro teórico que desenvolvi no meu livro (The Institutional Foundation of Economic Development), a capacidade do Estado, o sistema institucional e as políticas socioeconómicas (incluindo as políticas industriais) formam o Novo Triângulo do Desenvolvimento (NDT), sendo a capacidade do Estado o mais fundamental dos três componentes. Sem um nível mínimo de capacidade do Estado, um Estado não pode realmente fazer muito, mesmo que o deseje. Embora eu acredite que muitos países do Sul Global tenham alcançado um nível mínimo de capacidade estatal, eles estão longe de ser Estados fortes. Afinal, a construção do Estado é um processo lento e cumulativo: Roma não foi construída em um dia. Assim, a construção do Estado continuará sendo uma tarefa perene para muitos países do Sul Global por um longo tempo. As capacidades estatais podem ser entendidas como consistindo em quatro dimensões principais: coerção (como controlo da violência), extração (como cobrança de impostos), prestação (como construção de infraestruturas e prestação de serviços à população) e liderança baseada em informação (como tomada de decisões com base em informação adequadamente recolhida no país). Aparentemente, cada uma das quatro dimensões principais requer um esforço sustentado. Além disso, as quatro dimensões formam um sistema. O ponto crucial, no entanto, é que cada dimensão requer uma burocracia razoavelmente capaz. Como tal, a tarefa mais central para muitos países do Sul Global é construir uma burocracia capaz. Navegando entre os dois blocos Mesmo que acreditemos que o desenvolvimento económico tem sido impulsionado principalmente por desenvolvimentos internos, a dinâmica do sistema internacional restringe as ações dos Estados, incluindo a sua busca pelo desenvolvimento económico. Afinal, nenhum país pode alcançar o desenvolvimento económico sem comércio. Assim, quando a volatilidade internacional aumenta, os países enfrentam ainda mais desafios para sustentar o desenvolvimento económico. Isso talvez seja ainda mais verdadeiro para os países do Sul Global: eles agora precisam se desenvolver sob restrições mais pesadas impostas pela globalização e pelo sistema internacional. Com o mundo agora dividido em dois grandes blocos comerciais, isso se torna ainda mais difícil: todos os países do Sul Global terão que navegar entre os dois blocos, exceto aqueles que comercializam principalmente com um bloco. Por exemplo, se os EUA e a UE apostam em mais protecionismo, o que isso significará para o Sul Global? Não há uma solução milagrosa para essa tarefa de navegação. No entanto, é possível observar três pontos úteis. Primeiro, é desejável negociar com ambos os blocos. Segundo, se for forçado a escolher, é melhor estar em posição de resistir, talvez dentro de um projeto regionalista (ver abaixo). Terceiro, se for forçado a escolher e não puder resistir, é melhor negociar com o bloco que lhe oferece mais vantagens. IPE: do OCED-centrista ao Sul Global-centrista A economia do desenvolvimento dominante foi, em grande parte, sequestrada pela economia neoclássica. Como tal, é inerentemente incapaz de fornecer ao Sul Global uma compreensão adequada de como alcançar o desenvolvimento económico. As causas são duas. Primeiro, a economia do desenvolvimento dominante está, em grande parte, enraizada na experiência ocidental/anglo-saxónica, consagrada por Douglass North e seus seguidores. Segundo, a economia do desenvolvimento dominante, com as suas raízes neoclássicas, ignorou em grande parte a política, tanto interna como internacional. A tarefa de produzir novos conhecimentos para o desenvolvimento económico no Sul Global recai, assim, sobre os ombros da IPE. Infelizmente, desde o seu nascimento, por volta de 1950-70, a IPE ortodoxa também tem sido um campo ocidentalocêntrico ou OCED-cêntrico. Isto era talvez compreensível: imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, não havia muito comércio entre os países OCED e os países não OCED, e ainda menos entre os próprios países não OCED. Além disso, embora a IPE tenha «economia política» no seu nome, nunca considerou o desenvolvimento económico como a sua principal tarefa. Todos os textos fundamentais da IPE centraram-se no comércio, no sistema monetário, no fluxo de capitais, na integração regional (principalmente centrada na UE), no regime e na estabilidade hegemónica dentro dos países da OCDE. Na verdade, nenhum dos textos fundamentais da IPE estudou em profundidade o desenvolvimento económico, muito menos o do Sul Global. Assim, precisamos de sair da camisa de forças do neoliberalismo e do Consenso de Washington, que foi mais ou menos sustentado pela IPE centrada na OCDE e produzida pela OCDE e pela economia de desenvolvimento dentro da esfera anglo-saxónica. Se os países do Sul Global pretendem alcançar o desenvolvimento económico num novo panorama de IPE, precisamos urgentemente de novos conhecimentos sobre o assunto. Mais criticamente, os próprios países do Sul Global têm de produzir grande parte desse novo conhecimento. Em suma, precisamos de conhecimento do Sul Global, sobre o Sul Global e para o Sul Global. Aqui, arriscaria argumentar que o meu Novo Triângulo do Desenvolvimento (NDT) fornece um quadro poderoso e aplicável para compreender o desenvolvimento económico no Sul Global, porque o meu quadro se concentra no Sul Global. Como afirmei, o fator mais crítico que molda o desempenho económico ao longo do tempo e entre países é a (má) alocação dos fatores de produção por decisões políticas: quem, sob quais instituições e relações de poder (tanto nacionais como internacionais), decide empregar quais conhecimentos e outros fatores de produção para produzir o quê. A tarefa que temos pela frente é chegar ao trabalho minucioso da investigação empírica com a experiência real do desenvolvimento económico no Sul Global. Académicos e profissionais do Sul Global, debatam, participem e unam-se! Construindo uma ordem internacional mais justa: do conhecimento às regras Como sublinhei acima, estamos a viver uma nova era de agitação geopolítica. Isto significa que estamos agora num «interregno». Parafraseando Gramsci, a antiga ordem internacional centrada no Ocidente está agora em ruínas, mas uma nova ainda está por nascer. O lado positivo é que, embora «uma grande variedade de sintomas mórbidos apareça» neste interregno, ele também é uma abertura para a construção de uma ordem mais justa, não centrada no Ocidente, mas mais inclusiva. A ordem, tal como Roma, não pode ser construída num dia. Mais importante ainda, toda ordem é feita de regras ou instituições. Como as regras são simplesmente conhecimento codificado, somente com conhecimento concreto o Sul Global pode passar do conhecimento às regras e, finalmente, à ordem. Em outras palavras, somente se os estudiosos e profissionais do Sul Global puderem produzir conhecimento concreto que estabeleça as regras e direções específicas da futura ordem internacional, eles poderão competir, negociar e cooperar com o Ocidente na definição das regras da ordem futura. No entanto, o conhecimento não é suficiente sem poder. Para transformar conhecimento em regras, é necessário poder para criar e fazer cumprir as regras. Assim, uma luta se aproxima: haverá uma luta pelo poder de criar e fazer cumprir novas regras entre o Ocidente e o Sul Global, e nenhum dos lados cederá facilmente ao outro o poder de criar regras sem lutar. Para essa luta pelo poder, os países do Sul Global precisam se unir. Felizmente, essa luta não é totalmente de soma zero: quando as regras dentro da ordem futura forem mais justas, tanto o Ocidente quanto o Sul Global serão beneficiados. Assim, para moldar uma ordem internacional mais justa, o Ocidente e o Sul Global também terão que trabalhar juntos. O futuro ainda não foi escrito, mas está a ser escrito agora.