Myanmar | Sismo faz mais de 2.700 mortos e milhares de feridos

O número de mortos do terramoto de magnitude 7,7 que atingiu Myanmar ultrapassou os 2.700, com milhares de feridos, mas foi encontrada ontem uma sobrevivente, anunciaram as autoridades do país do Sudeste Asiático.

O chefe da Junta Militar, general Min Aung Hlaing, disse num fórum na capital, Naypyidaw, que 2.719 pessoas foram encontradas mortas, com 4.521 feridos e 441 desaparecidos, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

Mas as equipas de salvamento continuam a encontrar sobreviventes e retiraram ontem com vida uma mulher de 63 anos dos escombros de um edifício em Naypyidaw. Os bombeiros de Naypyidaw informaram que a mulher foi retirada dos escombros 91 horas depois de ter ficado soterrada quando o edifício ruiu na sequência do sismo de sexta-feira, noticiou a AP.

Outros balanços

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 10.000 edifícios desabaram ou ficaram gravemente danificados no centro e noroeste de Myanmar.

O terramoto também abalou a vizinha Tailândia e provocou a queda de um edifício em construção, soterrando muitos trabalhadores. Dois corpos foram retirados dos escombros na segunda-feira e outro foi recuperado ontem, mas dezenas de pessoas continuavam desaparecidas.

O balanço em Banguecoque era ontem de 21 mortos e 34 feridos, principalmente no local da construção. “Até ao momento, conseguimos mobilizar o pessoal e o material que temos no país”, disse o coordenador humanitário da ONU na antiga Birmânia, Marcoluigi Corsi, numa teleconferência a partir de Rangum.

Corsi disse, no entanto, que o material provém dos recursos que a ONU tinha planeado utilizar para as vítimas do conflito armado. “Temos de pensar em reabastecer estes fornecimentos”, afirmou, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

As autoridades de Myanmar afirmaram que mais de 8,5 milhões de pessoas foram directamente afectadas pelo sismo que atingiu a região centro-norte do país na sexta-feira.

2 Abr 2025

Concerto com Jean-Yves Thibaudet dia 19 no CCM

O pianista francês Jean-Yves Thibaudet actua em Macau no próximo dia 19 de Abril, sábado, ao lado da Orquestra de Macau, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). O espectáculo intitula-se “A Sagração da Primavera”, sendo interpretadas composições como “Concerto para Piano nº 5 – O Egípcio”, de Camille Saint-Saëns.

O programa inclui também a obra “A Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky, considerada uma das obras mais marcantes do início do século XX e reconhecida pela sua grandiosa orquestração e estilo inovador, descreve o Instituto Cultural (IC) numa nota. Apresenta-se ainda “O Grande Bazar”, de Fazıl Say.

“Reconhecida pela sua instrumentação complexa e ritmos imprevisíveis, ‘A Sagração da Primavera’ exige aos músicos uma grande coordenação e mestria técnica. Esta obra inovadora rompeu com as convenções da música clássica e tornou-se uma referência para a música vanguardista e cinematográfica das gerações futuras”, lê-se ainda.

A Orquestra de Macau irá ter em palco uma formação superior a cem músicos, “proporcionando ao público uma experiência intensa e arrebatadora”, é descrito.

O melhor dos melhores

Jean-Yves Thibaudet é amplamente reconhecido como “um dos melhores pianistas do mundo”, gozando de grande prestígio no panorama da música clássica. Com uma vasta discografia, participou em mais de 70 gravações e bandas sonoras de seis filmes.

Foi nomeado duas vezes para os Prémios Grammy e recebeu diversos galardões, incluindo o Prémio da Crítica Discográfica Alemã, o Diapasão de Ouro (França), o Grande Prémio da Música Clássica (França), o Prémio Edison (Amesterdão), o Prémio Gramophone (Reino Unido) e o Prémio Echo Klassik (Alemanha). Destacou–se ainda como solista de piano na banda sonora do filme vencedor de Óscar “Orgulho e Preconceito”.

Este espectáculo integra-se na temporada de concertos da Orquestra de Macau para os anos de 2024 e 2025. Os bilhetes já estão à venda e os preços variam entre 150 e 300 patacas.

2 Abr 2025

FRC | Debate sobre dados e cidades sustentáveis hoje ao fim da tarde

“O Poder dos Dados: Construir Cidades Inteligentes e Sustentáveis” é o nome da palestra que acontece hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha. A conversa decorre com dois académicos e analistas, Miguel de Castro Neto, director da Escola de Gestão e Informação da Universidade Nova de Lisboa, e André Barriguinha, director-executivo do Nova Cidade Urban Analytics Lab, ligado à mesma instituição de ensino

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, uma sessão de debate sobre cidades mais sustentáveis e dados, integrada no ciclo “Roda de Ideias”. A conversa intitula-se “The Power of Data: Building Smart and Sustainable Cities” [O Poder dos Dados: Construir Cidades Inteligentes e Sustentáveis” e é protagonizada por Miguel de Castro Neto, director da NOVA Information Management School (NOVA IMS) [Escola de Gestão e Informação] da Universidade Nova de Lisboa, e André Barriguinha, director-executivo do Nova Cidade Urban Analytics Lab, também ligado à Universidade Nova de Lisboa.

A moderação ficará a cargo de José C. Alves, reitor da Faculdade de Gestão da Universidade da Cidade de Macau, co-organizadora do evento.

Segundo uma nota de imprensa da FRC, os oradores “pretendem trazer ao território uma reflexão sobre o futuro das cidades inteligentes e sustentáveis”, destacando-se “a importância da análise tecnológica de dados” que pode “contribuir, não só para o progresso ambiental, mas também para a inclusão social, a resiliência económica e a confiança dos cidadãos” na estrutura e organização das sociedades.

A ideia é partilhar o modelo seguido na Universidade Nova de Lisboa quanto ao “tratamento e aplicação de dados informáticos com um propósito definido”. “Mais do que analisar números, criamos valor, transformando os dados em conhecimento prático, o que impulsiona uma melhor governação, a tomada de decisões informadas e a inovação pública”, referem os oradores, citados pela mesma nota.

Os académicos dizem acreditar que “desde melhorar a forma como as pessoas se movimentam, vivem, trabalham e se envolvem, os dados são um factor essencial para sociedades mais transparentes e impactantes”.

Que desafios?

Para os analistas da Universidade Nova de Lisboa, o desafio actual neste campo obriga a “repensar o papel dos dados na construção de um mundo mais inteligente, ético e sustentável”, pois “desde os avanços impulsionados pela Inteligência Artificial na área da saúde, até ao poder dos dados na tomada de decisões a nível global, como as alterações climáticas e a resiliência económica, o foco está nas escolhas que são feitas hoje e no seu impacto para o futuro”.

Miguel de Castro Neto é, além de director da referida Escola, professor associado da mesma instituição de ensino. Criou e lidera o NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, dedicado às cidades inteligentes e analítica urbana. Além disso, dirige o mestrado em Gestão de Informação e as Pós-Graduações em Smart Cities e Busines Analytics for Hospitality and Tourism.

Foi Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza nos XIX e XX Governos portugueses e considerado “Personalidade Smart Cities do Ano 2017” (Green Business Week/Fundação AIP).

Por sua vez, André Barriguinha é doutorado em Gestão de Informação – Geoinformática, mestre em Ciência e Sistemas de Informação Geográfica e licenciado em Engenharia Agrícola. É também docente na NOVA IMS da Universidade Nova de Lisboa e investigador integrado no Information Management Research Center (MagIC) e Director Executivo do NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, onde desenvolve trabalho em sistemas de informação geográfica, gestão de informação, inteligência artificial geoespacial e analítica urbana e territorial.

2 Abr 2025

Taiwan | Pequim considera manobras em redor da ilha “necessárias e legítimas”

O Governo chinês afirmou ontem que as manobras do Exército chinês em torno de Taiwan “são legítimas e necessárias para defender e manter a soberania e a unidade nacional”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun disse em conferência de imprensa que os exercícios militares “constituem um aviso sério e um poderoso dissuasor para as forças separatistas”.

“Taiwan é uma parte inalienável do território chinês” e as questões relacionadas com a ilha “são um assunto puramente interno da China que não admite qualquer interferência externa”, disse.

“As autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP) insistem teimosamente na sua posição pró-independência”, acrescentou o porta-voz, avisando que “estão condenadas ao fracasso”. Guo declarou que “a tendência histórica da ‘reunificação’ da China é imparável”.

A China anunciou ontem o início de novos exercícios militares em torno de Taiwan com unidades do exército, marinha, força aérea e força de foguetões para “se aproximarem da ilha a partir de várias direcções” e “emitirem um aviso sério às forças separatistas que procuram a independência”.

O líder de Taiwan, William Lai, proferiu recentemente um dos seus mais duros discursos contra a China. Pela primeira vez, classificou a China como uma “força externa hostil”, o que foi interpretado por alguns analistas como uma mudança nas políticas defendidas pelo seu antecessor e uma tentativa de alterar o estatuto de Taiwan.

2 Abr 2025

China quer contribuir para o fim da guerra na Ucrânia

A China está disposta a desempenhar um “papel construtivo” para pôr fim ao conflito na Ucrânia, apoiando Moscovo na defesa dos seus interesses, afirmou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.

Durante uma reunião com o homólogo russo em Moscovo, Serguei Lavrov, Wang afirmou que a China país irá trabalhar com a Rússia para contribuir para a paz. A cooperação com Moscovo será “certamente renovada com uma nova vitalidade e entrará numa nova fase”, afirmou Wang, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Lavrov congratulou-se por as relações entre os dois países terem atingido “um novo nível” e afirmou que continuarão a desenvolver-se “em todas as frentes”.

“Vemos também a responsabilidade de Moscovo e Pequim em manter uma estreita coordenação na arena internacional”, afirmou Lavrov, citado pela agência espanhola EFE. “Os países da maioria mundial vêem nisto, seguramente, o mais importante factor de estabilização nestes momentos difíceis do desenvolvimento da política mundial”, acrescentou.

Lavrov disse que iria discutir com Wang os preparativos para o encontro entre os Presidentes russo, Vladimir Putin, e chinês, Xi Jinping, em Moscovo, por ocasião do 80.º aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazi, em 09 de Maio.

“Os encontros entre Putin e Xi dão sempre um impulso importante ao desenvolvimento das relações bilaterais”, afirmou Lavrov.

Outros passos

O ministro chinês disse que Pequim está disposta a trabalhar com Moscovo “para contribuir para um mundo multipolar e para a democratização das relações internacionais”. Wang Yi efectua uma visita a Moscovo esta semana para conversações não só com Lavrov, mas também com Putin.

“Trabalharemos em conjunto para contribuir ainda mais para a causa da paz e do desenvolvimento humano”, afirmou Wang durante a reunião com Lavrov. O Presidente norte-americano, Donald Trump, tem apelado a um rápido fim da guerra na Ucrânia, mas a sua administração não conseguiu alcançar um avanço decisivo apesar das negociações com Kiev e Moscovo.

Pequim declarou que Wang manterá “conversações aprofundadas sobre a próxima fase do desenvolvimento das relações sino-russas e sobre questões internacionais e regionais de interesse comum” durante a visita.

1 Abr 2025

HK / EUA | Condenadas sanções contra chefe da polícia

O executivo de John Lee acusa Washington de tentar coagir países e regiões e de assumir um “comportamento desprezível”

 

Hong Kong condenou ontem “de forma veemente” os Estados Unidos por terem imposto sanções ao chefe da polícia e a cinco dirigentes públicos do território. Num comunicado, o Governo da região semiautónoma chinesa acusou Washington de tentar “intimidar os dirigentes encarregados de protegerem a segurança nacional” da China.

As sanções, impostas na segunda-feira, ao abrigo de uma lei norte-americana que defende a democracia na região administrativa especial chinesa, visam o comissário da polícia, Raymond Siu Chak-yee, e o secretário para a Justiça de Hong Kong, Paul Lam Ting-Kwok.

“Isto expôs claramente a barbárie dos EUA sob a sua hegemonia, que é exactamente a mesma que as suas recentes tácticas de intimidação e coação de vários países e regiões”, disse o Governo da região chinesa.

O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, encontrava-se já sujeito a sanções dos EUA, mas as autoridades da cidade garantiram que “não se deixam intimidar por este comportamento desprezível”.

As sanções “demonstram o empenho da administração Trump em responsabilizar aqueles que privam os residentes de Hong Kong dos direitos e liberdades protegidos ou que cometem actos de repressão transnacional em solo americano ou contra pessoas americanas”, afirmou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em comunicado.

Segurança em causa

O Governo de Hong Kong descreveu as pessoas mencionadas pelos Estados Unidos como fugitivos com mandados de captura, mas “não porque exerceram a sua liberdade de expressão”.

Eles “continuam a envolver-se descaradamente em actividades que colocam em risco a segurança nacional, incluindo incitar a secessão e solicitar que países estrangeiros imponham ‘sanções’ ou bloqueios e se envolvam em outras actividades hostis” contra a China e Hong Kong, referiu o comunicado.

“Os EUA difamaram e espalharam deliberadamente comentários irresponsáveis ​​sobre as medidas e acções tomadas pelo Governo (…), numa tentativa de enganar o público”, lamentaram as autoridades de Hong Kong. As sanções norte-americanas têm por efeito o congelamento dos bens de todos estes indivíduos nos Estados Unidos e a proibição de quaisquer transações financeiras com os visados.

“Os EUA têm ignorado o princípio da não interferência ao abrigo do direito internacional, interferindo nos assuntos internos de outros países, aliciando agentes, instigando ‘revoluções coloridas'”, disse o Governo de Hong Kong.

1 Abr 2025

Despejo | Terreno recuperado na Taipa

O Governo realizou ontem uma acção de despejo para recuperar um terreno do Estado ilegalmente ocupado, com uma área de cerca de 1.111 metros quadrados. O terreno em questão, situado entre a Rua Fernão Mendes Pinto e a Estrada Governador Nobre de Carvalho na Taipa, estava vedado com portão e tapumes metálicos e era usado para o depósito de contentores e estacionamento de veículos.

Além disso, segundo indicou ontem a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana, no local foi construída uma barraca composta por suporte e cobertura metálicos e tapumes.

Antes do despejo, as autoridades exigiram aos ocupantes ilegais que desocupassem e devolvessem o terreno dentro de um determinado prazo. As exigências do Governo não foram atendidas.

1 Abr 2025

Creche Smart | IAS acusado de não respeitar primado da lei

A Creche Smart, ligada à associação Zonta Club de Macau, acusou o Instituto de Acção Social (IAS) de não respeitar o primado da lei. A acusação consta de um comunicado publicado nas redes sociais e surge em reacção à decisão do IAS de cortar o financiamento e recuperar as instalações desta creche subsidiada.

“Manifestamos a nossa preocupação pela falta de adesão do IAS aos princípios do Estado de Direito em Macau e da boa-fé estipulados no acordo [de financiamento da creche]”, é indicado no comunicado. “A actuação inadequada e ilegal do IAS prejudicou os interesses de todas as partes envolvidas. A associação Zonta Club de Macau ficou estupefacta e lamenta esta actuação”, foi acrescentado.

A associação indica ainda que o diferendo com o IAS sobre a renovação do acordo de financiamento da creche se deve a motivos de contabilidade e de aplicação da lei, mas nunca a questões de princípio, pelo que não compreende a decisão do IAS de romper com o acordo.

A mensagem assinada pela presidente da Zonta Club de Macau, Christiana Ieong, apela igualmente ao “IAS para manter a calma, objectividade, justiça e lidar com o assunto”. Além disso, a Zonta garante que vai tomar todas as medidas legais para proteger os seus direitos. Ao mesmo tempo, a mensagem garante que a creche está a funcionar normalmente e que vai continuar assim.

Quando anunciou o fim das negociações para a renovação do acordo, o IAS tinha colocado a hipótese de a creche ser encerrada, mas garantiu aos encarregados de educação existirem vagas suficientes na Taipa para transferir as crianças.

1 Abr 2025

Segurança | Deputado pede desactivação de elevadores não inspeccionados

Terminou ontem o período de transição dado a proprietários e administrações de condomínios para procederem à inspecção anual dos elevadores. De acordo com o regime jurídico de segurança dos ascensores, aprovado há três anos, os elevadores que não tenham passado na inspecção devem suspender o funcionamento.

Em declarações ao jornal do Cidadão, o deputado Wu Chou Kit defendeu que o Governo deve ser rigoroso e exigir a suspensão dos elevadores que não foram submetidos a inspecções de segurança.

Quanto ao custo da inspecção de elevadores, Wu Chou Kit considera que os preços praticados em Macau são razoáveis e geralmente inferiores aos critérios de cobrança elaborados pelo Governo.

Recentemente, o deputado Leong Sun Iok revelou ter recebido queixas de residentes sobre a falta de transparência na fixação de preços por parte de entidades inspectoras de elevadores. Além disso, o deputado dos Operários indicou que por vezes os residentes ou administrações de condomínios são obrigados a esperar muito tempo para obter um orçamento.

1 Abr 2025

Mar do Sul | Pequim descobre grande jazida de petróleo

A companhia petrolífera chinesa CNOOC descobriu um importante campo de petróleo no leste do mar do Sul da China, com reservas comprovadas de mais de 100 milhões de toneladas, informou ontem a imprensa estatal.

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o campo identificado, Huizhou 19-6, situa-se a cerca de 170 quilómetros da cidade de Shenzhen, no sul do país. As perfurações de teste produziram 413 barris de crude e 68 mil metros cúbicos de gás natural por dia, segundo a mesma fonte.

As reservas comprovadas do campo petrolífero, ou seja, a quantidade de hidrocarbonetos cuja recuperação pode ser estimada com quase certeza utilizando as técnicas actuais, ascendem a mais de 100 milhões de toneladas, segundo as informações citadas pela Xinhua.

O subsolo do mar do Sul da China está em grande parte subexplorado devido a disputas territoriais, mas a maioria dos depósitos de petróleo e gás conhecidos encontra-se em áreas não contestadas, segundo a Administração de Informação sobre Energia dos Estados Unidos.

Pequim reivindica a soberania de quase todo o mar, sobre o qual as Filipinas, a Malásia, o Vietname, a Indonésia e o Brunei também têm reivindicações.

1 Abr 2025

Xi Jinping estimula investimento em encontro com empreendedores estrangeiros

Na manhã de sexta-feira, 28 de março, Xi Jinping reuniu-se com “representantes da comunidade empresarial internacional” no Grande Salão do Povo em Pequim. “A razão pela qual convidei todos os presentes é para ouvir as vossas ideias, responder às vossas preocupações e apoiar o desenvolvimento das empresas estrangeiras na China”, explicou o presidente nas palavras iniciais da sua intervenção, passando a prestar homenagem aos inúmeros benefícios que as empresas estrangeiras trouxeram ao país.

“As impressionantes conquistas da China não se devem apenas ao Partido Comunista e ao povo chinês, mas também ao apoio e à ajuda da comunidade internacional, incluindo a contribuição das empresas estrangeiras que operam na China”, afirmou Xi.

“As empresas estrangeiras representam um terço do total das importações e exportações da China, um quarto do seu valor acrescentado industrial e um sétimo das suas receitas fiscais, criando mais de 30 milhões de postos de trabalho”, explicou.

Para Xi, as empresas estrangeiras são “participantes importantes na modernização chinesa, na reforma, abertura e inovação do país, e na sua interconectividade com o mundo e integração na globalização económica”. Por isso, “aqui gostaria de expressar a minha sincera gratidão a todas as empresas estrangeiras que participaram e apoiaram o desenvolvimento da China!”, concluiu.

Muitos dirão que o Presidente chinês está, no fundo, a responder ao crescente pessimismo das empresas multinacionais em relação ao mercado chinês, evidenciado pela queda do investimento directo estrangeiro. Xi reconheceu, ainda que diplomaticamente, que “nos últimos anos, as empresas estrangeiras encontraram de facto algumas dificuldades no seu desenvolvimento na China”. Enfrentar o problema directamente é, sem dúvida, melhor do que fingir que ele não existe.

Mas foi mais pormenorizado do que nunca, por exemplo, ao reconhecer que as multinacionais muitas vezes não conseguem aceder a oportunidades de negócio apesar das aberturas de mercado no papel. “Vamos trabalhar para resolver a questão das ‘grandes portas abertas, mas as pequenas portas fechadas’ no acesso ao mercado, assegurando que as empresas com investimento estrangeiro não só consigam entrar em sectores abertos, mas também desfrutem de um acesso total e justo nas operações.”

O presidente reconheceu que as multinacionais se sentem frequentemente discriminadas, sublinhando que há muito que “defende que as empresas estrangeiras na China devem beneficiar de tratamento nacional, com igual aplicação das leis, igual estatuto e igual tratamento. Garantiremos que as empresas estrangeiras tenham um acesso justo e legal aos factores de produção”, admitindo tacitamente que as multinacionais não podem, muitas vezes, beneficiar dos contratos públicos na China, prometendo: “Garantiremostambém que os produtos fabricados na China por empresas estrangeiras possam participar nos contratos públicos em pé de igualdade, de acordo com a lei”.

Trump a e a OMC

Muitos dirão que Xi está a tirar partido do choque de Trump. Os seus comentários são normais para os padrões chineses, incluindo “Muitas empresas estrangeiras, especialmente empresas multinacionais, têm uma influência global substancial. Esperamos que falem com razão, ajam com pragmatismo, se oponham firmemente a movimentos retrógrados que fazem recuar o relógio da história, rejeitem o pensamento de soma zero e promovam activamente a cooperação e o benefício mútuo”.

Enquanto Trump suspende o financiamento dos EUA para a Organização Mundial do Comércio (OMC), Xi reforça a OMC: “O sistema multilateral de comércio, com a Organização Mundial do Comércio no seu núcleo, é a pedra angular do comércio internacional… Devemos defender os princípios e regras da OMC, continuar avançando na liberalização e facilitação do comércio e do investimento e encorajar todos os países a expandir o ‘bolo’ do desenvolvimento compartilhado por meio de uma maior abertura.”

Xi prometeu também maior abertura interna: “A redução do limiar de acesso ao mercado será uma prioridade fundamental na próxima fase de abertura. Sublinhei especificamente que as medidas de abertura devem ser concretizadas mais cedo do que mais tarde. Este ano, vamos alargar os programas-piloto de abertura em áreas selecionadas e acelerar a abertura em sectores como a cultura e a educação.”

Xi prometeu que a China não está interessada em qualquer conflito militar, afirmando que “seguirá inabalavelmente uma via de desenvolvimento pacífico, promoverá activamente a resolução de questões internacionais e regionais importantes e esforçar-se-á por criar um ambiente favorável às empresas estrangeiras”.

Na sexta-feira à noite, Pequim divulgou prontamente os comentários completos de Xi, para além da sua habitual leitura. Este é um sinal da ênfase dada aos encontros com empresas estrangeiras. Os comentários completos também ajudam, uma vez que servem de referência, de forma mais oficial e conveniente, para operadores políticos astutos, incluindo, esperemos, os especialistas em assuntos governamentais e relações públicas das multinacionais, que devem utilizá-los como uma ferramenta valiosa nas suas transacções na China.

Dos participantes estrangeiros na reunião com Xi, 14 dos 38 eram americanos, 10 alemães, 6 britânicos, 3 franceses, 2 japoneses, 2 coreanos e um da Suíça, Dinamarca, Suécia, Brasil e Arábia Saudita. Apesar dos BRICS e do Sul Global, quando se trata de investimento estrangeiro e de multinacionais, o Ocidente continua a desempenhar um papel central. Os estrangeiros reunidos são oficialmente descritos pela China como “Representantes da Comunidade Empresarial Internacional”.

“Oásis de segurança”

O presidente da FedEx Corporation, Raj Subramaniam, o presidente do Conselho de Administração da Mercedes-Benz Group AG, Ola Källenius, o Diretor Executivo da Sanofi SA, Paul Hudson, o Diretor Executivo do Grupo HSBC Holdings Plc, Georges Elhedery, o Presidente Executivo da Hitachi Ltd. Toshiaki Higashihara, presidente da SK Hynix Inc. Kwak Noh-jung, e o presidente da Saudi Aramco Amin Nasser foram alguns dos presentes que intervieram na reunião.

Os representantes das empresas estrangeiras “elogiaram a China por ter alcançado um crescimento económico estável através de uma reforma profunda e abrangente e de uma abertura de alto nível sob a liderança do Presidente Xi”, refere a Xinhua.

Desde o “Made in China” até às “forças produtivas de nova qualidade”, a China tem potenciado a transformação industrial e a modernização através da inovação, estando preparada para realizar um desenvolvimento de maior qualidade e mais sustentável.

As perspectivas da economia chinesa são fortes, afirmaram, porque no meio de um protecionismo crescente, a China tem vindo a expandir continuamente a sua abertura, injectando estabilidade na economia global, e tornou-se um “oásis de certeza” para o investimento e o empreendedorismo.“O desenvolvimento da China é a principal força motriz da economia mundial e oferece oportunidades vastas e excitantes e potencial de crescimento”, foi referido.

Ainda segundo a Xinhua, os representantes estrangeiros “aplaudiram os esforços do governo chinês para criar um ambiente justo e propício para as empresas estrangeiras e manifestaram a sua disponibilidade para expandir a cooperação em matéria de investimento com a China, cultivar o mercado chinês, participar ativamente na modernização da China e construir pontes para o intercâmbio e a cooperação da China com o mundo, e manifestaram igualmente a sua disponibilidade para apoiar um mercado mundial aberto, defender o comércio livre internacional e contribuir para o desenvolvimento da economia mundial.”

1 Abr 2025

Portsmouth vai investigar transição energética marítima em Macau

Macau foi um dos locais seleccionados pela Universidade de Portsmouth para estudar a herança da transição energética nas comunidades costeiras do Sul Global e como estas atravessam a era da descarbonização, disse à Lusa a responsável pelo projecto.

Depois do porto de Callao, no centro do Peru, Macau foi a escolha da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, para investigar como comunidades marítimas do chamado Sul Global atravessaram um dos marcos da revolução industrial, a transição da vela para o vapor.

Entreposto comercial de relevo, Macau conta com uma “história muito rica” ligada ao mar, factor que pesou na decisão do Centro para as Cidades Portuárias e Culturas Marítimas (PCMC, na sigla britânica) da universidade britânica. “É provavelmente um dos primeiros enclaves europeus na Ásia Oriental e tem uma longa história de viagens internacionais por mar a partir de 1500”, indicou à Lusa a investigadora do estabelecimento de ensino, Melanie Bassett.

A criação de uma bolsa de investigação de doutoramento vai trazer ao território um académico, que tem ainda como missão compreender como estas comunidades se podem adaptar a um futuro sustentável. “Queremos depois olhar para as novas transições energéticas, para a descarbonização, como Macau está a fazer essa transição e se as pessoas estão conscientes das mudanças”, acrescentou Bassett, que lidera o projecto “Da Vela ao Vapor, do Carbono ao Verde: Capacitar Comunidades Portuárias no Sul Global [Sail to Steam, Carbon to Green: Empowering Port Communitiesin the Global South]” na Universidade de Portsmouth.

O projecto, que se estende por um período de seis anos e meio, arrancou em Fevereiro, com a investigação a incidir sobre o porto peruano de Callao, mas deverá expandir-se, mais tarde, a outras duas regiões “algures no subcontinente indiano e na África Ocidental”.

Compreender o passado

Só a investigação trará resultados tangíveis, mas Bassett aponta que, com a primazia da embarcação a vapor, deu-se, em geral, a deslocação de comunidades e indústrias para longe da orla marítima. Mudanças ocorreram também em vários negócios ligados ao sector, desde a indústria pesqueira à construção naval. “Antecipamos ver esse tipo de alterações, mas também com o advento da colonização europeia, vemos mudanças nas culturas e na arquitectura e como isso afecta a população, e depois como, ao longo do tempo, essas culturas se fundem e hibridizam para criar novas culturas e novas compreensões do mundo”, disse.

“Faz parte do financiamento da Lloyds Register Foundation aprender com o passado”, completou Bassett, referindo-se ao financiador do projecto que, no caso de Macau, vai contar com a colaboração da Universidade de Macau e do Museu Marítimo local.

Espera-se, além disso, que as comunidades tenham voz activa na pesquisa. Por isso, o recrutamento do académico que vai liderar a investigação exige competências linguísticas para assegurar a comunicação com a população. O recrutamento para esta investigação que se divide entre Portsmouth e Macau deverá estar concluído em Abril, e o projecto arranca em Outubro.

1 Abr 2025

Litígios | Deputados querem mais transparência

A 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa esteve ontem a discutir o futuro regime de conciliação para causas de família, que visa criar um mecanismo para evitar o recurso aos tribunais em caso de litígios sobre divórcios, exercício do poder paternal, prestação de alimentos ou questões ligadas à casa de morada da família.

Após a reunião de trabalho, o presidente da comissão, o deputado Vong Hin Fai, indicou, com base nas explicações do Executivo, que os conciliadores familiares vão pertencer a instituições privadas e que serão escolhidos pelo Instituto de Acção Social (IAS). Na lista actual do IAS, estão registados cerca de 30 centros de serviços comunitários de associações locais e 2.000 assistentes sociais que poderão ser escolhidos para a conciliação.

Segundo as declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, durante a reunião de trabalho, os deputados da comissão mostraram-se preocupados com os critérios do IAS, por defenderem ser necessário garantir a independência, transparência e racionalidade não só do conciliador, mas também do processo de selecção. Por isso, esperam que este aspecto seja clarificado.

Por outro lado, em relação ao divórcio litigioso, a lei define que a parte que pretende pedir o divórcio tem um período de três anos para avançar para os tribunais, depois do conhecimento dos factos que justificam o pedido. Os deputados consideram que a contagem desse prazo deve ser suspensa, enquanto decorre o período de conciliação.

1 Abr 2025

Tribunais | Editais vão ser publicados online

Desde ontem, que os editais publicados pelos tribunais e que normalmente são afixados fora dos espaços, na sede do Instituto para os Assuntos Municipais e ainda nos jornais locais, passam também a poder ser divulgados através do sítio dos tribunais na Internet.

A informação foi transmitida num comunicado do gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância, que garante que a alteração visa concretizar as alterações à Lei do envio de peças processuais, pagamento de custas e prática de outros actos por meios electrónicos.

“Com vista a promover o desenvolvimento da digitalização dos tribunais, a partir de 31 de Março de 2025, os editais publicados pelos tribunais das três instâncias da Região Administrativa Especial de Macau serão divulgados, por meio electrónico, no sítio dos tribunais, com o objectivo de substituir a forma de afixação de editais nos tribunais e na sede do Instituto para os Assuntos Municipais”, foi indicado.

“As disposições legais que obrigam à afixação de editais fora dos tribunais e da sede do Instituto para os Assuntos Municipais e à publicação de anúncios em jornais continuam a ser aplicadas”, foi acrescentado.

1 Abr 2025

Ucrânia | Lula da Silva vai falar com Putin e Zelensky

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou sábado que vai ter conversas separadas com os líderes da Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, respectivamente, sobre a necessidade de negociar um eventual fim da guerra.

Durante uma conferência de imprensa em Hanói, no final de uma visita oficial de três dias ao Vietname, o líder sul-americano disse que trazer a paz de volta à Ucrânia, invadida pela Rússia desde Fevereiro de 2021, seria “a melhor coisa” para os dois países, mas também para a Europa e o resto do mundo.

“Num conflito, os dois lados têm de estar dispostos a negociar”, observou Luiz Inácio Lula da Silva, que tenciona visitar Putin em Moscovo em 09 de Maio, por ocasião dos eventos comemorativos do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.

“A paz destrói e a paz constrói (…). Vou voltar a discutir isso com Putin”, acrescentou. O Presidente da República disse ainda que irá falar com Zelensky, por telefone, “esta semana”, sem especificar o dia.

O Brasil tem condenado repetidamente a invasão russa, mas tem suscitado o ceticismo de grande parte do Ocidente e da própria Ucrânia pela proposta de paz que apresentou em 2024, em parceria com a China. Esta semana, os Estados Unidos emitiram duas declarações separadas sobre os seus contactos com a Rússia e a Ucrânia, em Riade, capital saudita, no âmbito das negociações para um eventual fim do conflito.

As partes, que continuam a atacar-se mutuamente, concordaram em garantir uma navegação segura, eliminar o uso da força e impedir a utilização de navios comerciais para fins militares no Mar Negro, bem como em desenvolver medidas para proibir ataques a instalações energéticas em ambos os países.

Apesar dos enormes custos da invasão russa, a maioria dos ucranianos é a favor da resistência e não da rendição em caso de retirada total do apoio de Washington, desde que a Europa permaneça do seu lado, de acordo com uma sondagem do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS).

31 Mar 2025

IPOR | Festival literário “Letras&Companhia” arranca esta semana

Começa esta sexta-feira mais uma edição do festival infanto-juvenil “Letras&Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), e que traz um tema bastante actual: o uso da inteligência artificial na educação. Destaque para a presença da cantora e escritora portuguesa Luísa Sobral e a apresentação do livro ilustrado “A Aventurosa Viagem do Pátria”, de Filipa Brito Pais

 

Inteligência artificial (IA) e educação. Esta relação complexa, mas cada vez mais presente no nosso dia-a-dia, é o tema central da edição deste ano do Festival Literário e Cultural para Pais e Filhos “Letras&Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR) em parceria com o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. O evento, que arranca esta sexta-feira, 4 de Abril, e termina a 6 de Maio, tem ainda uma série de apoios institucionais.

O tema deste ano é, assim, “Inteligência Artificial na Educação – O Robô e Eu”. Um dos destaques do cartaz é a presença da autora e compositora Luísa Sobral que lança a edição bilingue (português e chinês) do seu mais recente livro, “O Peso das Palavras”.

Segundo um comunicado do IPOR, Luísa Sobral irá “promover um conjunto de oficinas nas escolas locais, bem como um concerto aberto ao público” que decorre este sábado, 6 de Abril.

Outro destaque do cartaz, é a apresentação do livro “A Semente do Amor”, de Joana Morgado Bento, uma obra escrita em verso que tem como tema a parentalidade positiva. “O ponto de partida da autora para a escrita deste livro foi o reconhecimento da inevitável imperfeição dos progenitores, da qual nasce uma reconhecida dificuldade: como educar um filho para que a criança de hoje seja um adulto feliz amanhã? Joana Morgado Bento irá responder a esta e outras questões, numa sessão dirigida a pais e filhos”, escreve o IPOR.

Numa colaboração com a associação Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa, será ainda apresentado o livro “Era Uma Vez… A Minha Língua”, que resultou de um concurso literário promovido pela entidade. Trata-se de uma obra que junta contos escritos de propósito para este concurso, sendo que todos os textos estão traduzidos e adaptados para chinês. O lançamento do livro será realizado através de um teatro de sombras.

Recordar o Pátria

Depois de um lançamento em Portugal, Filipa Brito Pais prepara-se para lançar, neste festival, o livro dirigido aos mais novos em língua chinesa, “A Aventurosa Viagem do Pátria – de Portugal a Macau em avião (1924)”, que assinala os 100 anos da primeira viagem aérea Portugal – Macau. A autora, sobrinha-bisneta do aviador António Brito Pais, dará a conhecer aos mais jovens a extraordinária proeza dos três aviadores e sonhadores, António Brito Pais, José Manuel Sarmento de Beires e Manuel Gouveia, que, à época, conseguiram, com poucos apoios financeiros, fazer o que ninguém tinha conseguido fazer até então.

O “Letras&Companhia” disponibiliza também duas oficinas desenvolvidas e dinamizadas por Catarina Mesquita, fundadora da editora de livros infantis “Mandarina Books”, dirigidas a crianças e jovens. As duas oficinas, intituladas “Normalmente…” e “Real ou Artificial?”, terão como objectivo estimular a criatividade dos mais novos, quer através de um mecanismo criativo que passa pela valorização do quotidiano e do banal, quer através de uma atitude que encontra na dúvida e na desconfiança sensorial um modo a promover a imaginação.

Meditação e formação

A instrutora de yoga Ana Júlia Sampaio ficará responsável por conduzir duas sessões de meditação. “Happy Kids” será uma actividade dividida em duas oficinas, devidamente pensadas e adaptadas tendo em conta a idade dos participantes. Estas duas sessões servirão para ajudar a desenvolver a consciência corporal, mental e emocional das crianças.

O cartaz traz ainda a Macau Adelina Moura, formadora de Cursos de Formação de Formadores e Formação Contínua de Professores no âmbito da integração de tecnologias na sala de aula, sendo ainda membro do grupo de investigação “GILT-Games, Interaction and Learning Technologies”, do Instituto Superior de Engenharia do Porto.

No festival, Adelina Moura vai dar uma formação a professores e ministrar a oficina “Literacia digital – Promoção de interações positivas em linha”, em que os participantes serão convidados a reflectir sobre temas como a aplicação de estratégias para proteger a identidade digital e os dados pessoais em ambientes online, a criação e partilha responsável de informações, a aplicação de métodos capazes de incentivar a pesquisa online e a análise crítica de fontes digitais.

O festival apresenta ainda uma conferência aberta ao público em geral, intitulada “A IA na Educação”, que decorre a 16 de Abril com Adelina Moura, o psicólogo Nuno Gomes e a investigadora Min Yang, da United Nations University Institute in Macau.

O teatro também marca presença no “Letras&Companhia” com duas peças, sendo que uma delas está a cargo da companhia “AtrapalhArte” que apresenta o espectáculo “Peripeças – A História de Portugal com Inteligência Artificial”, uma peça cómica sobre o poder que as narrativas e as histórias assumem nesta era predominantemente digital.

A segunda representação teatral, “The Peakture”, será um espectáculo não-verbal desenvolvido pela companhia local “Comuna de Pedra”, em que os movimentos corporais dos actores, fantoches e ainda algumas projecções de vídeo ao vivo estarão ao serviço de uma história comovente sobre os impensáveis obstáculos que uma simples viagem pode suscitar.

Destaque ainda para as iniciativas “Uma noite na… Biblioteca”, que visa estimular o gosto pela leitura através de sessões de leitura de contos dramatizadas, e a exposição “O Robô e Eu”, inaugurada na sexta-feira. Esta mostra irá apresentar os trabalhos desenvolvidos por artistas da região e alunos de escolas locais, contando com a participação especial do artista José Nyögéri, que irá expor um conjunto de trabalhos da sua autoria sobre o tema.

O festival foi criado em 2021 e gira em torno do conceito dos “três L’s”: língua, livro e leitura. Para esta edição, procura-se “abordar a introdução das tecnologias não apenas no ensino, mas também na vida das crianças”.

31 Mar 2025

Sismo / Myanmar | Xi Jinping expressa “condolências” e envia auxílio

O Presidente chinês, Xi Jinping, expressou no sábado as “condolências” ao líder da junta birmanesa, Min Aung Hlaing, após o sismo que sacudiu na véspera o país do sudeste asiático, deixando mais de 1.600 mortos.

As forças armadas da Birmânia, que detêm o poder desde que o golpe de Estado de 2021 mergulhou o país numa semi-anarquia e num conflito alargado, declararam o estado de emergência em seis zonas: Sagaing, Mandalay, Magway, Shan, Naipyidó e Bago.

Uma equipa de 37 socorristas chineses chegou no sábado a Myanmar, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. O grupo, que partiu esta manhã de Yunnan, uma província chinesa que faz fronteira com a Birmânia, está equipado com material de socorro de emergência, como detectores de vida, sistemas de alerta precoce de terramotos e drones, e espera-se que ajude no “trabalho de socorro e cuidados médicos”, acrescentou.

Dezasseis outros membros da Blue Sky Rescue (BSR), uma das principais organizações humanitárias não-governamentais da China, partiram para a Birmânia da cidade de Ruili, na província de Yunnan, às 09:30 horas locais de sábado, transportando kits de primeiros socorros, geradores de energia e ferramentas de demolição em cinco veículos.

“Somos a primeira equipa e seremos seguidos por um segundo e um terceiro grupo”, disse Gao Hengyi, chefe da sucursal de Ruili da BSR, num comunicado também divulgado pela Xinhua. Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse na sexta-feira à noite que a China está preparada para “fazer tudo o que for possível” pela Birmânia, que Pequim considera um “vizinho amigo”.

31 Mar 2025

Pequim pediu a Lisboa reciprocidade na isenção de vistos

A China pediu a Portugal para facilitar a entrada dos seus cidadãos, uma vez que há uma isenção de vistos desde Outubro de 2024 para portugueses que se desloquem ao país asiático, disse na sexta-feira o embaixador chinês Zhao Bentang.

“A China já pediu à Europa, a Portugal, que facilite a entrada a cidadãos chineses. Se os portugueses podem ir muito facilmente à China para fazer negócios, os seus parceiros na China querem vir e não conseguem ou é muito difícil”, afirmou.

Em entrevista à agência Lusa, o diplomata chinês em Portugal referiu que o “Governo chinês espera que o Governo português, governos europeus também facilitem [entradas] aos turistas, comerciantes e empresários chineses no tema de vistos”.

“Sempre falamos com o Governo português. Eu falei muitas vezes. Acredito que durante a visita do ministro [dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel] também a parte chinesa falou deste tema”, acrescentou o embaixador, referindo-se à deslocação do chefe da diplomacia portuguesa ao país asiático, que terminou na sexta-feira, com uma visita a Macau e Hong Kong (ver Grande Plano).

Zhao Bentang recordou que desde Outubro de 2024 os portugueses podem viajar para a China sem necessidade de vistos, em determinadas condições, na sequência de uma “política unilateral” e cujo final está previsto para Dezembro.

“Mas [a continuidade da isenção] depende da apreciação, da procura. Acredito que quando chegar a altura, se for necessário, a parte chinesa pode considerar algum prolongamento, alguma renovação. Mas ainda não chegou a altura de avaliar”, referiu.

No final de Setembro de 2024, a China anunciou o alargamento da política de isenção de vistos a cidadãos portugueses, em estadias até 15 dias, inserindo assim Portugal numa lista que abrangia outros 16 países europeus.

O alargamento, que foi confirmado em comunicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, surge depois de Pequim ter incluído a Noruega, Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre na lista de países cujos cidadãos poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, isentos de visto. A medida entrou em vigor no dia 15 de Outubro de 2024 e vigora até 31 de Dezembro de 2025.

Portas reabertas

Pequim tenta estimular o turismo internacional e o investimento estrangeiro, paralisados pela pandemia de covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras.

Em Novembro de 2023, o país asiático anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Espanha beneficiariam de uma isenção de visto unilateral. Em Março de 2024, alargou a política para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus — Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo.

Quando se assinala o 20.º aniversário da parceria estratégica global entre Lisboa e Pequim, decorre desde a passada terça-feira a visita do chefe da diplomacia portuguesa à China e que “dá um sinal muito importante” porque se fala das “boas cooperações em todas as áreas”, desde a política à tecnologia, considerou Zhao Bentang.

“O retorno de Macau [à China] é um exemplo de como resolver problemas através de negociações pacíficas entre países” e no âmbito do apoio português ao modelo “um país, dois sistemas, apoia Macau a desenvolver-se e a manter-se em estabilidade e a adaptar-se a novas realidades”, além de fomentar a qualidade das relações bilaterais.

Zhao Bentang notou ainda a “importância” da visita de Paulo Rangel por ser a “primeira” de um líder da diplomacia da Europa depois da recente sessão anual da Assembleia Popular Nacional.

31 Mar 2025

Comércio | Pequim, Tóquio e Seul respondem a Trump com aceleração de acordos

China, Japão e Coreia do Sul respondem aos ataques da administração norte-americana e colocam em marcha mecanismos para acelerar acordos de comércio livre

 

O Japão, Coreia do Sul e China anunciaram ontem que pretendem reforçar a cooperação e proporcionar um “ambiente previsível” às empresas e “acelerar” as negociações sobre um acordo de comércio livre, que responda às incertezas provocadas pelos EUA.

Os ministros da Indústria e do Comércio dos três países realizaram ontem uma reunião de emergência em Seul, destinada a acertar políticas de resposta à aceleração dos aumentos tarifários impostos por Washington – uma reunião tripartida de emergência e a primeira neste formato desde 2020.

O ministro sul-coreano da Indústria, Ahn Duk-geun, o seu homólogo japonês, Yoji Muto, e o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, concordaram em “prosseguir as discussões com vista a acelerar as negociações para um acordo de comércio livre trilateral abrangente” e “justo”, de acordo com uma declaração conjunta.

As discussões sobre esse acordo começaram em 2013 e continuaram até 2019, altura em que estagnaram. Foram relançadas em 2024, numa cimeira tripartida especial, que reuniu os líderes dos três países em Seul.

Por enquanto, “continuaremos a trabalhar para garantir condições de concorrência equitativas a nível mundial, a fim de promover um ambiente comercial e de investimento previsível, livre, aberto, justo, não discriminatório, transparente e inclusivo”, acrescenta a declaração conjunta.

Para os três países, o objectivo é “intensificar gradualmente a sua cooperação”, a fim de “criar um ambiente comercial previsível, estabilizar as cadeias de abastecimento e melhorar a comunicação sobre os controlos das exportações”, insistiu Seul numa declaração separada.

De uma forma mais geral, Seul, Pequim e Tóquio concordaram ontem em “trabalhar em estreita colaboração” para promover a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) e incentivar novos membros a aderir à vasta Parceria Económica Regional Abrangente (RCEP), que reúne a China e 14 países asiáticos.

Entre eles, a China, o Japão e a Coreia do Sul representam cerca de 20 por cento da população mundial, um quarto da economia mundial e 20 por cento do comércio global.

Debaixo de “fogo”

A reunião tripartida surge após a imposição por parte da Administração norte-americana de Donald Trump, em meados de Março, de direitos aduaneiros de 25 por cento sobre o aço e o alumínio, poucos dias antes da imposição, a partir de 2 de Abril, de sobretaxas aduaneiras de 25 por cento sobre os automóveis importados para os Estados Unidos.

O Japão e a Coreia do Sul representam, respectivamente, 16 por cento e 15 por cento do total das importações de automóveis dos Estados Unidos, um sector importante para as respectivas economias nacionais.

A China, por seu lado, enfrenta uma sobretaxa aduaneira total de 20 por cento sobre todas as suas exportações para os Estados Unidos. Há ainda o espectro dos direitos aduaneiros “recíprocos”, que Washington também ameaça impor a partir da próxima semana.

31 Mar 2025

Portugal lidera delegação europeia à feira internacional de turismo

Profissionais do sector turístico e jornalistas portugueses vão liderar uma delegação europeia à feira internacional de turismo de Macau, de 25 a 27 de Abril, disseram à Lusa as autoridades da região.

A Direcção dos Serviços de Turismo de Macau (DST) revelou que uma delegação europeia vai participar na 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau (MITE, na sigla em inglês). Numa resposta escrita, a DST acrescentou que a delegação está a ser organizada pela Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

Macau vai receber em Junho a reunião semianual da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA, na sigla em inglês). “Eu acho que é um bom começo”, disse, em 17 de Janeiro, a directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes.

“Embora vá ter menos do que 100 pessoas, eles representam, no todo, 80 mil agências de viagens de toda a Europa”, sublinhou a dirigente. “Isto é também um resultado de boa colaboração entre nós e a APAVT, porque foi através da APAVT que nós fomos apresentados à ECTAA”, disse Senna Fernandes.

Ajuda lusitana

Senna Fernandes acrescentou que Portugal pode ajudar a região a atrair no futuro mais visitantes vindos do resto da Europa. “Portugal não serve só para atingir Portugal. Portugal serve também para nos ajudar a atingir o mercado europeu”, disse Senna Fernandes.

Em Abril de 2024, a vice-presidente da ECTAA, Heli Mäki-Fränti, disse à Lusa, durante a 12.ª MITE, que a reunião no território acontece “por iniciativa” da APAVT. Será a segunda vez que a ECTAA se reúne fora da Europa, após Kuala Lumpur, na Malásia. A confederação escolheu também Macau como destino preferido para 2025.

O território quer atrair mais visitantes internacionais e, só este ano, participou na Feira Internacional de Turismo de Madrid, em Janeiro, e na ITB Berlim, a maior feira de viagens do mundo, entre 04 e 06 de Março, além de realizar seminários nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita.

Macau não esteve presente na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorreu entre 12 e 16 de Março, mas a DST garantiu que Portugal continua a ser “um mercado prioritário”.

A DST recordou que Macau vai acolher, entre 02 e 04 de Dezembro, o 50.º congresso da APAVT, “considerado o maior encontro anual da indústria turística portuguesa e que está previsto reunir entre 700 e 800 participantes”.

31 Mar 2025

Macau Legend | Confirmadas perdas de 667,2 milhões

Face ao prejuízo anunciado e às dívidas acumuladas de 2,51 mil milhões de dólares de Hong Kong, a Macau Legend Development admite que o seu futuro está em causa

 

A Macau Legend Development (MLD) anunciou na sexta-feira que os prejuízos da operadora de jogo dispararam em 2024, em parte devido à decisão do Governo de Cabo Verde de recuperar um hotel-casino inacabado na capital. Os resultados confirmam as perdas que tinham sido antecipadas no início da semana passada.

De acordo com um relatório enviado à bolsa de valores de Hong Kong, a MLD perdeu 667,2 milhões de dólares de Hong Kong no ano passado. Em 2023, a empresa tinha registado um prejuízo de menos de três milhões de dólares de Hong Kong.

A MLD estimou uma perda de 45,9 milhões de dólares de Hong Kong após o Governo cabo-verdiano, em 18 de Novembro, ter formalizado a reversão do hotel-casino e demais obras inacabadas da empresa, no ilhéu de Santa Maria e orla marítima da Gamboa, na cidade da Praia.

A operadora reiterou na sexta-feira que está “a tomar as medidas necessárias para salvaguardar os interesses do grupo (..), incluindo explorar todas as opções disponíveis para contestar a decisão”. Por outro lado, a MLD admitiu ter “dúvidas significativas sobre a capacidade do grupo de continuar em actividade” devido a dívidas totais de 2,51 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Maus investimentos

Em 2015, o então líder da MLD, David Chow Kam Fai, assinou um acordo para um investimento de 250 milhões de euros. Após revisões, há cinco anos e meio, a conclusão da primeira fase estava prevista para 2021.

Nos últimos anos, há apenas guardas nos portões do recinto, uma área de cerca de 160 mil metros quadrados, que inclui o ilhéu de Santa Maria, parcialmente esventrado e, uma ponte asfaltada de poucos metros que o liga a um prédio de cerca de oito andares, vazio e vedado com taipais.

O Governo afirmou que deu à Macau Legend “todas as oportunidades para a retoma das obras ou para negociar a venda das acções ou a cedência da sua posição contratual a um potencial interessado na continuação do projecto”, mas não foram apresentadas alternativas.

“Tendo em conta que a MLD violou, de forma flagrante e reiterada, as obrigações (…) não resta ao Estado de Cabo Verde outra saída que não seja a de proceder à resolução” dos contratos, lê-se numa decisão do Conselho de Ministros. De acordo com o executivo, a empresa “violou também” o regime jurídico da exploração de jogos, “ao transferir, sem autorização do Governo de Cabo Verde, a propriedade de mais de 20 por cento do capital social”.

No final de 2023, numa entrevista à televisão de Hong Kong TVB, o presidente e director executivo da Macau Legend, Li Chu Kwan, disse que o grupo pretendia encerrar os projectos em Cabo Verde e Camboja até 2025.

31 Mar 2025

Eleições | Wong Wai Man confessa dificuldade na recolha de assinaturas

Wong Wai Man revelou que até sábado tinha conseguido recolher 80 assinaturas para propor a candidatura às próximas eleições legislativas directas.

O eterno ex-candidato a deputado, também conhecido como o “Soldado de Mao”, confessou ao All About Macau estar a sentir dificuldades na recolha de assinaturas, mas que está confiante na possibilidade de chegar às 300 assinaturas exigidas por lei.

Recorde-se que Wong Wai Man, também presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, não consegui reunir todas as assinaturas suficientes para formalizar a sua candidatura às eleições legislativas de 2021. Sobre o programa político, Wong Wai Man destacou a necessidade resolver os problemas relacionados com o acesso ao emprego, em especial devido à importação de mão-de-obra barata de não-residentes.

31 Mar 2025

Filipinas | Macau negoceia acordo sobre entrega de condenados

Entre 25 e 27 de Março, uma delegação da RAEM esteve em Manila para negociar um Acordo sobre a Transferência de Pessoas Condenadas e um Acordo de Entrega de Infractores em Fuga. A informação foi divulgada na sexta-feira, pela Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), através de um comunicado.

“Em ambiente amigável, as duas partes chegaram a consenso sobre o texto do projecto de Acordo sobre a Transferência de Pessoas Condenadas, concluíram ainda a negociação sobre algumas partes do conteúdo do Acordo de Entrega de Infractores em Fuga”, foi comunicado.

A próxima reunião deverá acontecer em Macau, “no segundo semestre do corrente ano”, tendo como temas o “Acordo de Entrega de Infractores em Fuga” e um terceiro acordo, o “Acordo de Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal”.

A delegação da RAEM foi chefiada pelo subdirector da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAL), Iao Hin Chit, e incluiu representantes do Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância, do Gabinete do Procurador, do Gabinete do Secretário para a Administração e Justiça, e do Gabinete do Secretário para a Segurança.

A delegação das Filipinas foi chefiada pelo Conselheiro-Chefe Nacional do Ministério da Justiça, Dennis Arvin L. Chan, com representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Justiça das Filipinas.

31 Mar 2025

Orçamento | Receitas públicas caem 14% até Fevereiro

A receita corrente do orçamento da RAEM foi de 15,9 mil milhões de patacas nos primeiros dois meses ano, indicando um movimento descendente. O valor do imposto cobrado sobre o jogo seguiu a tendência e apresentou uma redução de 3,8 por cento

 

A receita corrente de Macau caiu 14 por cento nos primeiros dois meses de 2025, em termos anuais, sobretudo devido a uma queda nas receitas financeiras e a uma desaceleração nas receitas do jogo. A receita corrente entre Janeiro e Fevereiro foi de 15,9 mil milhões de patacas, de acordo com dados publicados ‘online’ pelos Serviços de Finanças do território, na quinta-feira.

A principal razão para a diminuição foram as receitas financeiras, que passaram de mil milhões de patacas nos primeiros dois meses de 2024 para apenas duas mil patacas este ano. Esta rubrica corresponde aos resultados da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), incluindo receitas de investimentos e de juros e dividendos.

Por outro lado, os dados também revelam uma queda de 3,8 por cento, para 14,2 mil milhões de patacas nas receitas dos impostos sobre o jogo, que ainda assim representaram 89,3 por cento do total.

As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto directo de 35 por cento sobre as receitas do jogo, 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico e 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos.

Os impostos sobre o jogo caíram apesar de os casinos de Macau terem registado receitas totais de quase 38 mil milhões de patacas nos primeiros dois meses do ano, mais 0,5 por cento do que no mesmo período de 2024.

Acima das estimativas

Em Janeiro e Fevereiro, Macau recolheu 14,2 por cento da receita corrente projectada para 2025 no orçamento da região, que é de 112,6 mil milhões de patacas. No início de Dezembro, o Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previram que as receitas deveriam ser menores do que o estimado pelo Governo: 111,8 mil milhões de patacas.

Com as receitas em queda, Macau terminou Fevereiro com um excedente nas contas públicas de seis mil milhões de patacas, menos 24,8 por cento do que no mesmo período de 2024. Macau fechou o ano passado com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado em 2023.

Além disso, foi o primeiro ano desde 2020, no início da pandemia, que o território conseguiu manter as contas em terreno positivo, algo exigido pela Lei Básica, sem efectuar transferências da reserva financeira.

O excedente encolheu apesar da despesa pública ter descido 6,1 por cento em Janeiro e Fevereiro, para 9,99 mil milhões de patacas, sobretudo devido ao menor investimento em infra estruturas. O Governo gastou 2,48 mil milhões de patacas no âmbito do Plano de Investimentos e Despesas da Administração (PIDDA), menos 24,9 por cento em comparação com os dois primeiros meses de 2024.

Pelo contrário, a despesa corrente aumentou 3,1 por cento para 7,51 mil milhões de patacas, principalmente devido a uma subida de 5,7 por cento nos apoios sociais e subsídios dados à população.

31 Mar 2025