Conselhos acusam Governo de ignorar Coloane no Plano Quinquenal. População vai ser ouvida

[dropcap style=’circle’]V[/dropcap]ários vogais dos conselhos consultivos de zonas comunitárias criticaram o facto do Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM ignorar o planeamento da Coloane. Estes esperam que possa ser desenvolvido o turismo na ilha para que se possa preservar o pulmão da cidade.
Segundo o Jornal do Cidadão, o Gabinete de Estudo das Políticas organizou na terça-feira a primeira sessão de recolha de opiniões sobre o Plano Quinquenal junto dos conselhos consultivos.
O vogal Lei Hong Weng disse que não existe qualquer proposta para o desenvolvimento de Coloane, considerando que os bairros antigos têm as suas características próprias, tal como a zona dos estaleiros de Lai Chi Vun, a zona de Hac-Sá ou a vila de Ka-Hó. Lei Hong Weng acredita que estas zonas podem começar a receber turismo de lazer, tendo pedido ao Governo para analisar essa possibilidade.
Ng Kun Cheong, também presidente da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores de Hac-Sá, sugeriu que sejam criadas instalações de turismo naquela zona, não só para promover o turismo mas também para preservar “as duas antigas vilas que restam em Macau”.
Para Cheong Sok Leng, vogal do Conselho Consultivo de Serviço Comunitário da Zona Central, o Plano de Desenvolvimento Quinquenal não tem um calendário para a execução das políticas, comparando com o 13º Plano Quinquenal do continente, o qual tem “indicadores claros”. Cheong Sok Leng considerou que no futuro será difícil avaliar e rever o Plano, tendo sugerido ao Executivo uma quantificação dos pontos apresentados.
Apesar das críticas, Lei Nan Leng, assessora do gabinete do Chefe do Executivo, respondeu apenas que o Plano tem um mecanismo de revisão, tendo prometido que o Executivo vai acompanhar a implementação do mesmo.

População vai ser ouvida

O Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM vai ser alvo de uma consulta pública por parte da população daqui a dois meses. A garantia foi dada por Chui Sai On no âmbito da sessão de recolha de opiniões dos membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. Lau Pun Lap, do Gabinete de Estudo de Políticas, disse que não poderia ser feita uma consulta pública com a participação de todos os residentes, mas surgiu a acusação de que “o Governo não tem coragem para enfrentar a população”. A deputada Kwan Tsui Hang também referiu que não é possível realizar uma consulta pública.

12 Mai 2016

Criada associação para promover doação de órgãos

Vong Su Sam e Chen Chien Ying decidiram criar uma associação para promover a importância da doação de órgãos, um mês depois de terem sido homologados os critérios de morte cerebral pelo Governo

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi criada oficialmente a 26 de Abril a Associação de Acompanhamento de Dádiva de Órgãos de Macau, dirigida por Vong Su Sam e Chen Chien Ying. A ideia é chamar a atenção do público sobre a doação de órgãos e promover o conhecimento sobre transplantes.
A publicação sobre a criação da Associação saiu ontem em Boletim Oficial, onde se pode ver nos estatutos que esta não tem fins lucrativos. Segundo o jornal Ou Mun, os responsáveis pelo colectivo são Vong Su Sam, vice-presidente da Associação Comercial de Macau, e Charles Chen Chien Ying, que foi membro da extinta Comissão para o Reordenamento dos Bairros Antigos e candidato a deputado nas eleições de 2005, tendo sido distinguido com uma medalha do Governo pelos seus “serviços comunitários”. A associação com ainda com a ajuda da advogada Kuong Iok Kao.

Regras da vida

O Chefe do Executivo homologou em Abril os critérios e regras de definição da morte cerebral, propostos pela Comissão de Ética para as Ciências da Vida, que abre um precedente para o transplante. Estes são, actualmente, feitos fora de Macau, mas a Associação acredita que existem pessoas no território com vontade de doar órgãos depois de mortos, algo que não costuma ser bem visto pela comunidade chinesa. Os líderes da Associação consideram que, devido aos conceitos tradicionais, podem encontrar obstáculos na promoção da doação de órgãos, pelo que pretendem chamar a atenção da população sobre “os conceitos de respeito pela vida e o espírito de grande amor e cuidado”.
Os dois esperam ainda que a Associação atraia a participação de mais profissionais da área da saúde.

 

12 Mai 2016

Asia Entertainment Expo deixa Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Asia Entertainment Expo, que acontece em Macau há oito anos, não deverá ter lugar este ano, afirmou o organizador de Hong Kong. A razão é simples: os subsídios do Governo diminuíram “muito” e as receitas podem não cobrir os custos. 
Kenny Lo, director-executivo da Companhia de Serviços de Exposição Vertical, afirmou ao Jornal Ou Mun que, como o Governo de Macau ajustou o subsídio atribuído à exposição, o montante é muito menor do que o dos anos passados, pelo que a empresa pensa em não organizar a Asia Entertainment Expo no território.
Ainda que o responsável tenha explicado que uma exposição profissional não está dependente de subsídios do Governo, diz que é preciso pensar em custos e, se não tem apoio financeiro para atrair mais expositores estrangeiros a Macau, a perda pode ser maior do que o ganho.
Kenny Lo disse ainda que não é fácil atrair visitantes profissionais para exposições em Macau, dando como exemplo uma altura em que convidou funcionários do Governo Central para participar numa exposição, mas como estes se mostraram preocupados com o facto de poderem ser vistos como jogadores, o número de participantes desceu para metade.
A feira focava-se em servir de plataforma para artistas, elementos da indústria de entretenimento, como luz e som, e comidas e bebidas.

12 Mai 2016

Habitação Social | Relatório defende flexibilização nas candidaturas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Habitação (IH) publicou ontem o relatório final da consulta sobre a revisão do Regime Jurídico da Habitação Social. O documento mostra que a maioria das opiniões está de acordo com a sugestão de flexibilidade em relação às restrições do património dos idosos, das famílias dos beneficiários de habitação económica e dos que usufruem do Regime de Bonificação de Juros de 4%. O IH prometeu avançar com a legislação nesse sentido.
Actualmente os elementos dos agregados familiares beneficiários da habitação económica, do Regime de Bonificação de Juros de 4% e do Regime de Bonificação de Juros de Crédito Concedido para Aquisição de Habitação Própria não podem apresentar a candidatura à habitação social, excepto se o presidente do IH autorizar excepções.
O documento da consulta propõe que se permita a candidatura sem necessidade de pedir uma excepção ao IH, autorizando a candidatura dos membros de famílias (que não sejam proprietários) que residiram nas habitações económicas. Promete-se flexibilidade entre oito a dez anos após a entrega das chaves das fracções.
No que toca ao problema dos idosos que ultrapassaram o limite de património e que não preenchem os requisitos para candidatura a uma habitação social, mas cujo rendimento é inferior ao limite mínimo da Lei de Habitação Económica, à qual também não se podem candidatar, o IH propõe que sejam flexibilizadas as restrições. A maioria das opiniões concorda com a medida do IH, mas há quem levante objecção por considerar que os idosos continuam a ter capacidade de trabalho. Há quem também questione se esta medida poderá causar pressão nos recursos do instituto.

Pontos e rendas

Além disso, o organismo vai conjugar dois factores de pontuação – “Deficiência física ou mental ou doença permanente” e “Apoio aos idosos”.
Outro ponto apresentado no documento da consulta é a definição dos “agregados familiares com rendimento superior ao limite máximo determinado”. Quanto à saída das “famílias ricas” da habitação social, o IH irá ponderar se estes arrendatários têm ou não capacidade para suportar as rendas dos edifícios do mercado livre.
Caso os rendimentos dos arrendatários sejam superiores ao limite máximo, mas não possuam capacidade para suportar as rendas dos edifícios privados do mercado livre, estes poderão continuar residir nas habitações sociais, mas necessitam de pagar o dobro da renda. Caso os rendimentos dos arrendatários sejam superiores a uma determinada percentagem do limite máximo e possuam capacidade para suportar as rendas dos edifícios privados do mercado livre, propõe que devam sair e devolver a habitação social no prazo de um ano, pagando os arrendatários, durante este período, o dobro das rendas.

11 Mai 2016

Fundação Macau volta a justificar-se sobre doação a Jinan

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau (FM), Wu Zhiliang, disse ontem no programa “Macau Talk” do canal chinês da Rádio Macau que os recursos financeiros da FM são de Macau e precisam de ser aplicados em “pessoas de Macau”, mesmo que sejam para projectos fora do território.
Wu Zhiliang disse ainda que o processo nada tem a ver com tráfico de influências porque tanto a FM como a Universidade de Jinan são “entidades públicas”, ainda que Chui Sai On, Chefe do Executivo, faça parte dos órgãos de gestão das duas entidades.
“A Universidade de Jinan é pública e vale a pena confiar, portanto o Conselho de Administração da FM sugeriu ao Conselho de Curadores para decidir a concessão do subsídio. Temos um regime de impedimento rigoroso e todas as decisões são tomadas com deliberações feitas em conjunto”, frisou.
O responsável acrescentou que a universidade fez o pedido de apoio para a construção das residências e de um centro de comunicação há meio ano, sendo que a doação de cem milhões de renmimbi representa apenas um terço das despesas.
O presidente da FM revelou ainda que há mais dois projectos do continente a requererem apoio do organismo, incluindo uma universidade, mas não revelou o nome. Wu Zhiliang aproveitou ainda para pedir desculpa pela falta de comunicação aquando da divulgação da doação, que foi anunciada primeiro no continente.

Dúvidas persistem

O deputado Ng Kuok Cheong suspeita que o Chefe do Executivo não tenha cumprido a regra do impedimento durante o processo de aprovação da doação. O deputado lembrou que em 2007 interpelou o Governo sobre o assunto, tendo falado do efeito negativo do tráfico de influências e da ausência de impedimento na FM. Ng Kuok Cheong voltou a pedir novos esclarecimentos junto da AL.
Ao Jornal do Cidadão, o sociólogo Larry So falou de um donativo feito “por baixo da mesa”, tendo referido que os membros da FM desempenham várias tarefas e que a medida não corresponde a uma governação transparente. Larry So defendeu que a construção de residências apenas para alunos de Macau e Hong Kong vai diferenciá-los ainda mais face aos alunos do continente.

Antigo aluno em desacordo

Lei Kuok Cheong, vice-director da Associação Juventude Dinâmica, também antigo estudante da Universidade de Jinan, partilhou na sua página do Facebook que a residência para estudantes de Hong Kong e Macau já é muito melhor do que o alojamento destinado aos estudantes do interior da China. Lei Kuok Cheong explicou que a residência onde ficou tem ar condicionado, mas a outra não. O antigo aluno disse não concordar com a separação dos estudantes nas residências, ao contrário de outros alunos que vieram defender o apoio.

Respeito por funcionários em protesto

Um funcionário público da tutela do Secretário para Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse à publicação Macau Concelears que os trabalhadores dos Serviços de Saúde (SS) podem não ter os contratos de trabalho renovados caso participem no protesto do próximo domingo contra a doação. O funcionário, que não quis ser identificado, falou da existência de um “alerta interno” para que os trabalhadores não protestem. O mesmo aviso fala da possibilidade dos contratos não serem renovados. Em comunicado, os SS já vieram negar essas acusações e dizem tratar-se de “rumores”. O organismo diz “ter respeito pelo direito dos funcionários de participar em actividades públicas, incluindo manifestações, nos tempos livres”.

11 Mai 2016

DSAT | Instrutores sem licença é questão policial

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) afirmou que a problemática relativamente à existência de instrutores de condução sem licenças deve ser tratada pelas autoridades policiais. A direcção explicou que, desde Janeiro, o Centro de Aprendizagem e Exame de Condução descobriu oito casos de infracções mas nenhum relacionado com licenças.
A imprensa chinesa indicou que vários instrutores sem licenças utilizavam o Centro de Aprendizagem e Exame de Condução. Questionada sobre a questão, a DSAT indicou que pediu às entidades policiais para patrulhar a zona para perceber a veracidade da questão. A direcção explicou ainda que não tem controlo quando os casos são fora do Centro, sendo que só a polícia poderá resolver o assunto.
Apesar da DSAT não confirmar, os jornais chineses indicam que este é um problema que tem vindo a agravar-se nos últimos meses, sendo que trabalhadores não residentes e instrutores sem licenças têm ensinado como conduzir veículos motorizados nas instalações junto ao centro. Este mês entra em funcionamento um novo parque para prática de condução de motas, situado ao lado do actual centro para veículos.

11 Mai 2016

Sector mostra-se optimista com ligação da gastronomia à UNESCO

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo quer que Macau se transforme na terceira cidade chinesa a pertencer à Rede das Cidades Criativas da UNESCO na área da gastronomia, a seguir a Chengdu e Shunde. A ideia foi avançada esta segunda-feira por Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo (DST), estando prevista uma candidatura no próximo ano.
O HM falou com responsáveis de associações e agências de turismo, que concordam com a proposta do Governo, pelo facto da gastronomia local representar uma fusão entre o ocidente e o oriente. O sector da culinária pretende apostar na formação de cozinheiros e na preservação de das gastronomias tradicionais.
Manuel Wu Iok Pui, director-geral de uma agência de viagens, disse que apoia a medida porque os produtos turísticos que tem promovido incluem pratos tradicionais, como o frango português e africano ou o Tacho (prato macaense). Manuel Wu Iok Pui diz que se trata de “outro tipo de património imaterial”, que representa a história de Macau.
O responsável acredita que Macau pode ter como referência as experiências das cidades de Chengdu e Shunde, falando da necessidade de mais pesquisa de informações por parte de associações e restaurantes, para ajudar na candidatura à UNESCO.

Mais protagonismo

Ip Sio Man, presidente da Associação de Cozinha de Macau, disse ao jornal Ou Mun que a candidatura deve olhar para a gastronomia internacional que existe no território. Para responder à candidatura a Associação diz estar disposta a formar mais cozinheiros.
Sou Wai Leong, director da Associação de Operários Iam Sek Ip Kong Vui (dos estabelecimentos de comidas e bebidas), considera a candidatura “uma honra” para Macau e diz que poderá aumentar o reconhecimento internacional do território. Sou Wai Leng espera que o Governo tome medidas para atrair mais jovens para o sector.
Cheong Kin Chon, subdirector da Associação dos Hoteleiros de Macau, considera que gastronomia é um suporte importante para o sector turístico, que pode diminuir a presença do Jogo. Wu Keng Kuong, director da Associação de Indústria Turística, também considera que a gastronomia é “um importante cartão de visita” do sector turístico.

11 Mai 2016

Canídromo | Debate mostra concordância face a encerramento

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m debate convocado pela Lótus TV sobre os galgos mostrou que residentes, moradores e membros de associações estão a favor do encerramento do Canídromo. O debate contou com a presença de Albano Martins, presidente da ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais.
A televisão convidou a Associação de Jogo Responsável e a União Geral das Associações de Moradores de Macau (Kaifong), que consideram que a melhor opção é o encerramento do espaço para que este não afecte mais os moradores e possa ser utilizado para outro tipo de infra-estruturas.
Albano Martins passou no canal um som gravado por moradores numa manhã na zona do Canídromo, onde se prova que o ruído atingiu níveis tão altos que a própria Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) confirmou que faz com que os moradores não consigam dormir.
Albano Martins voltou a referir que as pistas de corrida são antigas e provocam muitos acidentes, relembrando ainda que cerca de 30 galgos são enviados para a eutanásia mensalmente. A ANIMA frisou ainda as más condições a que os galgos estarão sujeitos.  
Sam Keng Wan, chefe do Departamento de Assuntos Sociais dos Kaifong, mostrou-se surpreendido com as afirmações porque, diz, “não ouviu muito falar sobre as más condições dos galgos”, mas sim do ruído e do mau cheiro que “geram muitas queixas dos moradores”. 
O responsável relembrou ainda o resultado de um inquérito feito no final do ano passado pelos Kaifong que mostra que metade de entre 900 moradores inquiridos espera o fecho do espaço da Yat Yuen ou a mudança deste para outro sítio, enquanto que 35% preferiam que o local se transformasse num local de habitação pública.

Dinheiro que não chega

Mais uma vez, Albano Martins voltou a relembrar que o Canídromo paga menos 15% de impostos do que qualquer outra operadora de jogo, o que já levou o Governo a perder milhões de patacas em rendimentos. Por exemplo, no ano passado, as receitas de todo o ano foram apenas o que é ganho pelos casinos em quatro horas.
O responsável dos Kaifong frisou que o inquérito mostra que o Canídromo “não ajuda o turismo de Macau” nem faz Macau ganhar dinheiro.
“Será que o Canídromo contribui na verdade? Visitámos o espaço num fim de semana descobrimos que apenas cem pessoas entraram lá, a maioria idosos ou pessoas de meia idade. Havia turistas mas apenas ficaram meia hora”, disse.
Sam Keng Wan considera que qualquer tipo de apostas na comunidade afecta os idosos e adultos, pelo que devem sair dos espaços com habitação, como aliás foi prometido pelo Governo.
Para Billy Song, director da Associação de Jogo Responsável, as “fracas” receitas do Canídromo não lhe dão o direito de ocupar um espaço público tão grande em Macau. O responsável defende que existe uma necessidade urgente de usar melhor o terreno e sugere a reconstrução de um edifício com instalações públicas ou para transportes.
Sam Keng Wan mostrou ainda receio de que o Governo não consiga negociar com a Yat Yuen este ano, depois de ter renovado até Dezembro a concessão, uma vez que ainda não saiu o estudo encomendado pelo Governo para justificar o encerramento. Já Billy Song quer que o Governo se prepare bem já neste momento, não pensando apenas nos problemas “quando o contrato estiver quase a expirar”.
Ouvintes que ligaram para o programa disseram concordar com o encerramento do espaço, sendo que um deles referiu que o local poderia transformar-se num museu sobre as corridas de galgos.
Albano Martins defendeu ainda que, assim que o Governo decida o fecho do espaço, a ANIMA pode ajudar a enviar os galgos para outros países dentro de um ano. Isso porque em Hong Kong, Austrália e Estados Unidos já foram feitos pedidos de adopção de animais do território.

11 Mai 2016

Residentes pedem reabilitação urgente da zona norte do território

Chui Sai On deixou uma promessa no recente Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM: reabilitação urbana, que vai ser feita até 2020, com prioridade para a zona norte. Quatro residentes contam como é viver numa área com a mais alta densidade populacional do território, onde os edifícios estão degradados e onde há muito pouco para fazer

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]zona norte já não é o que era e, ao mesmo tempo, continua a ser o que sempre foi, com a agravante de que os anos têm passado por ela. Apesar dos novos condomínios que têm surgido na Areia Preta com piscina, jardins, ginásio e parques de estacionamento, a verdade é que ao lado continuam a existir velhos prédios onde vivem famílias com baixos rendimentos. Há até novos projectos culturais a nascer em muitos edifícios industriais vazios e foi criado, há um ano, o Centro de Design de Macau numa antiga fábrica da Areia Preta. Mas nos bairros da Ilha Verde, Iao Hon e Toi San persistem problemas sociais e as velhas áreas habitacionais.
Hoi, Iong, Cheong Kai e Samantha são de diferentes gerações, mas todos vivem e trabalham na área de Toi San, bem perto das Portas do Cerco. Os mais velhos já não se imaginam a sair dali, apesar de viverem em casas degradadas. Os mais jovens ambicionam sair para outras áreas de Macau quando deixarem a casa dos pais. zona norte5_HM
Ao meio-dia, Hoi está sentado com o seu amigo Cheong num jardim na zona de Toi San e assume: “estou habituado a viver aqui”. “Uma vez tentei ir viver para a Taipa, mas é muito caro”, contou ao HM. Hoi pode ser considerado um idoso com sorte: mora num prédio com elevador, o que lhe permite sair de casa com mais facilidade. Nem todos os vizinhos podem dizer o mesmo, já que o espaço habitacional de Toi San continua a ser marcado por prédios degradados de cinco andares construídos nos anos 70.
Quando questionamos Hoi sobre aquilo que o Governo deve fazer para reabilitar a zona norte, este pede novos edifícios que consigam manter o sentido de comunidade. “Aqui há muitos edifícios de cinco andares, então se for construído um edifício maior todos podem ficar juntos e isso será melhor para os moradores. Quando construírem aqui espero que façam isso em vez de construírem de novo prédios mais baixos. A renovação dos prédios já devia ter sido feita porque agora pode ser mais caro. Se não for feito agora há risco dos edifícios caírem”, defendeu.

Uma zona suja

Iong vende incenso no mercado de rua ali perto e duvida que Chui Sai On consiga cumprir a promessa que deixou no seu Plano Quinquenal do Desenvolvimento da RAEM. “Não gosto de viver aqui, porque é tudo muito sujo. Há pessoas a mais a viver aqui. Edmund Ho não conseguiu mudar esta zona e Chui Sai On já vai no segundo mandato e ainda não fez nada. Até eu morrer não sei se consigo ver uma mudança nesta zona”, contou a mulher que faz dos incensos o seu negócio.
O que faz mais falta numa zona marcada por anos de desleixo e ausência de manutenção dos edifícios e espaços públicos? “É preciso mais jardins, há poucos edifícios novos aqui, estes têm mais de 40 anos. É urgente renovar isto porque há muitos ratos a subir pelas escadas e isso afecta muito as pessoas que vivem aqui.”
Umas bancas mais à frente está Cheong Kai, que vende peixe seco. Há dez anos que tem o seu negócio em Toi San, mas vive na Areia Preta. “Trabalho aqui há dez anos e assisti às mudanças nesta zona, porque antes havia muito tráfico de droga aqui e prostituição também. Agora está melhor, está mais calmo.”
Para ela, a reabilitação da zona norte deve passar pela reconstrução de novos edifícios, de preferência de habitação pública. “Quero mais habitação pública aqui, mesmo nestes prédios o preço é de dois milhões por fracção, o preço é muito alto e os jovens não conseguem comprar casa. A reabilitação deve passar pela construção de habitação pública”, referiu Cheong Kai. O seu filho está na lista de espera para obter uma fracção económica.
Ainda assim, a vendedora faz elogios ao Chefe do Executivo. “Acho que Chui Sai On está a fazer um trabalho melhor e está mais preocupado com os residentes, comparando com o anterior mandato.”
Samantha é uma jovem que está prestes a licenciar-se em Turismo pelo Instituto de Formação Turística (IFT) e mora com os pais num apartamento em Toi San. Também ela gostaria de sair dali um dia.
“Estou a pensar mudar para outra zona, por causa da qualidade de vida. Mais longe do que isso, estou a pensar mudar-me para Macau mas não para tão longe. Penso que os meus vizinhos não gostam muito de viver nestas zonas, na maioria são famílias pobres e penso que gostariam de sair daqui e gostariam de aumentar os seus salários. Não podem mudar, não têm dinheiro para isso”, assegura.
O que pode então o Executivo fazer para modificar a zona? “Há muito lixo nestas ruas e há muitos edifícios velhos. O Governo poderia reconstruir ou recuperar. Depois há a questão da segurança, porque a zona norte é muito perto da fronteira com a China e vemos que há muitos turistas a entrar aqui todos os dias. Preocupo-me com as questões da segurança, porque muitas vezes oiço que há aqui tráfico de droga e casos de roubo”, referiu Samantha.
“O Governo poderia fazer um novo planeamento e reconstruir muitas das áreas. Deveria definir a zona norte em várias áreas e dar apoio para a reconstrução dos prédios antigos”, rematou a jovem.

“O trabalho de comunidade é muito importante”

Poucos conhecerão a zona norte e os seus problemas melhor do que Paul Pun, secretário-geral da Cáritas. É nesta área que vivem as famílias com baixos rendimentos e com problemas sociais, sendo que muitas delas recorrem aos serviços da organização. Contactado pelo HM, Paul Pun alerta para a necessidade de reabilitação que continue a unir as pessoas.
“O Governo poderia criar mais instalações recreativas. Em segundo lugar há que melhorar as condições de espaço e do ambiente, há que haver uma preparação psicológica para essa mudança, porque se essas pessoas tiverem de mudar para outras casas têm de saber para onde vão mudar. Aqui o trabalho de comunidade é muito importante para estas pessoas”, assegurou. zona norte3_HM
Paul Pun alerta ainda para o perigo que é viver em muitas das casas, como aquelas que existem em Toi San. “Os prédios de cinco andares estão deteriorados e em muitas áreas é inseguro viver. Penso que dentro de cinco anos aquelas casas vão ficar ainda piores, porque foram construídas nos anos 70. Se o Governo quer mudar esse ambiente precisa de construir um novo ambiente habitacional. Muitas dessas pessoas gostariam de viver noutras zonas, mas também há quem queira ficar. Aí temos de lhes dar mais opções na mesma zona, para que possam ficar na mesma área.”
O secretário-geral da Cáritas, que já foi candidato a um lugar de deputado para a Assembleia Legislativa pela via directa, alerta para as mudanças do tecido sócio-económico que têm vindo a ocorrer nos últimos anos.
“Na zona norte vivem, na sua maioria, as famílias mais pobres. Mas hoje em dia as coisas estão diferentes, porque os ricos e os pobres já vivem na mesma área. Os mais ricos vivem em prédios com todo o tipo de infra-estruturas, têm piscinas, jardins. Há grandes diferenças entre esses grandes prédios e o resto da sociedade. Tem de haver um trabalho de comunidade para os que são mais ricos e para os que não são tão ricos. Claro que o Governo tem de dar prioridade aos que não têm tão boas condições económicas e criar espaços recreativos, sítios para fazerem as suas compras, mais mercados, com bons serviços. Na zona norte devia haver mais jardins, os jardins não são grandes o suficiente. No novo planeamento não podemos pôr simplesmente grandes edifícios, temos de reservar espaço para parques e jardins”, acrescentou Paul Pun.

Falta o Plano

A arquitecta Maria José de Freitas assume “conhecer bem a zona norte da cidade”, os seus “constrangimentos” e a falta de espaços verdes e zonas onde as pessoas possam viver.
“O que vejo e assisti nos últimos anos foi um incremento da parte de construção. Quando ouvi falar dos aterros da Zona A parecia que essa área iria complementar a falta de espaços verdes que deveriam ser proporcionados à população em alternativa aos constrangimentos do dia-a-dia. Encontramos vários pontos onde o Governo poderia dinamizar esses casos”, apontou ao HM.
Contudo, Maria José de Freitas lança o alerta: sem um Plano Director será difícil fazer um planeamento integrado na zona norte. Aquando da apresentação do Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM, o Executivo admitiu que antes de 2020 esse Plano Director poderá estar feito.
“Falta articular uma vontade para que essas zonas verdes existam. Só um Plano Director é que pode articular tudo da melhor forma, ele não existe. Então vão-se fazendo coisas avulsas e a população continua a ficar carente de espaços verdes”, apontou a arquitecta.

Kaifong | Edifícios antigos no Iao Hon são uma “bomba”

O chefe da Comissão de Assuntos Comunitários da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong), Chan Ka Leong, realizou uma visita aos bairros do Antigo Hipódromo Areia Preta e Iao Hon, juntamente com a Associação de Confraternização dos Moradores do Bairro. Segundo o jornal Ou Mun, as associações apelam ao Governo que resolva os “potenciais perigos” existentes e que implemente um calendário para a renovação urbana.
As associações visitaram vários edifícios antigos no bairro do Iao Hon, tendo verificado que a maioria dos prédios tem problemas graves como a queda de cimento e degradação da estrutura interna. O jornal refere que em Abril houve incidentes que causaram feridos na rua.
Os Kaifong realizaram ainda uma visita a uma casa de um morador com 90 anos. O residente, de apelido Ho, disse que há muitos ratos no edifício, que mordem os moradores e as roupas. Ho referiu que o ambiente é “mau” com frequentes infiltrações de água e o bloqueio das canalizações.
Chan Ka Leong criticou o facto de muitos edifícios antigos terem falta de reparação e manutenção, o que causa vários perigos e insegurança. O responsável diz que os estes prédios são como “bombas” para a comunidade e não devem merecer a ignorância do Executivo. Chan Ka Leong defende ainda que o Governo deve reforçar a fiscalização dos edifícios e que leve a cabo reparações, mesmo que não seja possível contactar os proprietários.

10 Mai 2016

Jinan | Antigos alunos e Alexis Tam defendem doação. Novo Macau sai à rua com mais dois grupos

De um lado apoia-se a doação de cem milhões de renminbi. Do outro, três associações falam de uma concessão de dinheiro feita por “debaixo da mesa”. A Novo Macau e mais duas associações vão sair à rua no domingo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação dos Antigos Alunos da Universidade de Jinan convocou uma conferência de imprensa este domingo para defender a atribuição de cem milhões de renminbi pela Fundação Macau (FM). Numa declaração publicada nos jornais de língua chinesa, a Associação, juntamente com mais seis associações de estudantes de outras faculdades e de áreas como Medicina, Gestão, Comunicação e Jornalismo, defende a doação feita para a construção de residências de estudantes.
“A Universidade de Jinan pediu à FM um subsídio de mais de cem milhões de patacas, sendo atribuídas 50 milhões em dois anos. Todo o processo corresponde aos regulamentos normais. Sendo nós uma associação de antigos alunos, apoiamos completamente que o Governo da RAEM ajude a formar talentos e conceitos na carreira de educação”, lê-se na declaração.
As associações comprometem-se a criar um grupo especializado para fiscalizar a aplicação do dinheiro, prometendo comunicar com a universidade. As entidades também esperam que estas medidas beneficiem os estudantes de Macau.
A Associação dos Antigos Alunos da Universidade de Jinan é presidida por Ma Iao Hang, também ele membro do Conselho de Curadores da FM, responsável pela aprovação de subsídios superiores a 500 mil patacas. Ma Iao Hang é também subdirector do Conselho Geral da Universidade de Jinan, desempenhado os papéis de quem pede o subsídio, aprova e recebe. Chui Sai On, Chefe do Executivo, também é vice-presidente deste Conselho Geral e preside ao Conselho de Curadores da FM. A Associação dos Antigos Alunos da Universidade de Jinan é também contemplada com apoios financeiros da FM.

Alexis Tam “apoia” donativos

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse ontem à margem da reunião para o Conselho do Desenvolvimento Turístico que “apoia” a doação de cem milhões de reminbi feita pela Fundação Macau (FM) à Universidade de Jinan, na China.
“A Universidade de Jinan tem ajudado muito à formação de quadros de Macau e nos últimos 30 ou 40 anos formou cerca de 20 mil pessoas. Há muitos anos Macau não tinha nenhuma universidade. Também sabemos que o Governo da RAEM tem investido muito no ensino superior incluindo instituições do ensino superior públicas e privadas. Para construir um laboratório ou uma faculdade de medicina custa muito mais do que cem milhões. O valor [atribuído] é razoável e temos de agradecer à universidade. Para nós, cem milhões a serem investidos no ensino superior não é um montante elevado”, apontou.
O Secretário negou também que esteja em causa um conflito de interesses, algo de que o Chefe do Executivo, Chui Sai On, está a ser acusado pela Associação Novo Macau.
“Não tem nada a ver com conflito de interesses, mas não me compete explicar. A FM já disse que o procedimento de doação é legal. Este ano a Universidade de Jinan celebra 110 anos de existência e o montante não é assim tão elevado. Pelo que percebi a associação dos alunos de Jinan e a FM já têm um mecanismo para fiscalizar este montante e temos que pensar que isso é legal e correcto”, rematou o Secretário.

Carta entregue

Com argumentos contrários, três associações entregaram ontem uma carta na sede do Governo. Cloee Chao, directora da Associação Love Macau, suspeita que a atribuição do subsídio foi feita “por debaixo da mesa”, apelando ao Governo para cumprir as promessas de uma governação transparente e que faça um bom uso dos cofres públicos.
A Associação Mútua de Armação de Ferro de Macau e a Associação de Activismo para a Democracia, liderada pelo activista Lee Kin Yun, entregaram cartas à FM, que apelam a uma explicação sobre os critérios de atribuição de subsídio para universidades fora de Macau, pedindo ainda a retirada do apoio financeiro.

Novo Macau sai à rua no próximo domingo com mais duas associações

“O que sei é que se não fizermos pressão o Governo não faz nada.” São estas as palavras de ordem de Scott Chiang, presidente da Associação Novo Macau (ANM), que justificam a decisão de sair à rua em protesto já no próximo domingo. A manifestação acontece depois de uma petição online, lançada na sexta-feira à noite, que apela à saída do Chefe do Executivo depois da doação de cem milhões de yuan pela Fundação Macau (FM) à Universidade de Jinan.
O Chefe do Executivo faz parte da vice-presidência da universidade e do Conselho de Curadores da FM e a falta de uma resposta à petição parece não ser suficiente para os pró-democratas.
Para os membros da Associação não existiu por parte do Governo, mesmo depois das reacções da FM e do Gabinete do Porta-Voz do Governo, uma “resposta construtiva”. Por isso, no próximo domingo, pelas 15h00, decorrerá o protesto com início no Tap Seac que levará os manifestantes até à área junto à Assembleia Legislativa (AL).
“Precisamos de tomar mais acções para mostrar ao Governo que as pessoas de Macau preocupam-se de forma real com a questão da corrupção dos dirigentes dos altos cargos”, apontou o presidente da Associação, mostrando-se insatisfeito com as justificações dadas pelo Executivo.
As expectativas são altas. Scott Chiang espera que, tal como aconteceu, em 2014, durante a manifestação contra o Regime de Garantias para os Titulares dos Altos Cargos, a população de Macau reaja e adira com a mesma intensidade. “Conto com milhares de pessoas [na rua]”, admitiu ao HM.

Todos juntos

Ao que o HM apurou, mais duas associações se juntaram à Novo Macau, a Love Macau, de Cloe Chao, e a Iniciativa para o Desenvolvimento Comunitário, de Ng Kuok Cheong.
A petição, que terminou pela meia-noite de ontem, acusava o Chefe do Executivo de “fraca integridade” e de “alegado envolvimento em corrupção”, estando em causa uma situação de claro “conflito de interesses”.
Algo negado pelo próprio Governo, que argumenta que Chui Sai On foi “convidado para desempenhar as funções de vice-presidente do Conselho Geral da Universidade de Jinan, não recebendo qualquer remuneração ou interesses, pelo que não existe tráfico de influências”. A petição já contava com mais de duas mil assinaturas.

10 Mai 2016

Violência doméstica | Previsão de mais pedidos de ajuda

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Vong Yim Mui, acredita que o número de pedidos de ajuda a vítimas de violência doméstica vai aumentar de forma gradual, quando a proposta de Lei de Combate e Prevenção da Violência Doméstica entrar em vigor. Ao jornal do Cidadão, a presidente explicou que no ano passado foram registados 80 casos de violência doméstica.
A Assembleia Legislativa (AL) vai votar na especialidade a proposta da lei no próximo dia 20. Vong Yim Mui afirmou que espera que a proposta seja aprovada, permitindo que a lei entre em vigor 120 dias depois, ou seja em Setembro ou Outubro.
Relativamente ao processo de formação dos agentes policiais, capacitados para tratar dos casos da violência doméstica, a responsável afirmou que o IAS já está totalmente preparado, adiantando que já foi criado um mecanismo de cooperação entre seis serviços públicos. Sobre o assunto, o vice-presidente do IAS, Au Chi Keong, disse que a formação irá continuar em Junho e Agosto, para que mais agentes compreendam os casos de violência doméstica e a própria lei.
Desde Janeiro existem 20 novos casos de pedidos de ajuda, sendo que em mãos o IAS tem cerca de 121 casos. No entanto, Vong Yim Mui considera que o número “não mostra toda a situação da violência doméstica em Macau”. Com a aprovação da lei, as instituições públicas e os serviços sociais terão a obrigação de avisar o IAS de todos os casos, algo que vem mostrar uma situação mais real.

10 Mai 2016

Biogás | Especialistas descrentes na produção de energia

O Governo quer avançar com produção de energia com recurso a resíduos alimentares, mas necessita de um terreno. Especialistas não acreditam no plano

[dropcap style=’circle’]R[/dropcap]aymond Tam, director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), revelou numa entrevista ao jornal All About Macau que o organismo vai analisar a possibilidade de produzir energia biogás recorrendo aos resíduos alimentares garantindo que para atingir esse objectivo vai ser necessário um terreno com cerca de 20 mil metros quadrados.
Raymond Tam confirmou que, no final do ano passado, a DSPA recebeu o relatório referente ao estudo dos resíduos alimentares, o qual foi elaborado por uma empresa de consultadoria em 2014. O relatório sugere ao Governo o uso dos resíduos alimentares para a produção de energia biogás, sendo essa viabilidade elevada. O documento também refere que esse projecto pode ajudar a diminuir a pressão da Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau.
Responsáveis de associações ambientais disseram ao HM que não consideram a ideia científica por não existirem terrenos suficientes nem a tecnologia apropriada para esse projecto. Ho Wai Tim, director da Associação de Ecologia de Macau, apontou que a medida pode não agradar aos residentes.
“Não se optou pela produção de energia a biogás no passado porque o Governo não quis ocupar recursos preciosos como os terrenos, já que estes estão destinados à habitação pública. Se for preciso um terreno de 20 mil metros quadrados não temos escolha, só poderá ser um terreno para resíduos”, apontou.
Ho Wai Tim afirmou que, nos últimos cinco anos, a DSPA tem promovido o uso de equipamentos de tratamento de resíduos alimentares em escolas, hotéis e mercados, onde os resíduos são tratados nos sítios onde são produzidos. O director da Associação de Ecologia de Macau prefere que se adoptem outras medidas.
“Será que só é viável porque é a empresa de consultadoria que diz? A DSPA considera isso mesmo viável? Penso que a ideia do director não é científica nem prática”, acusou.

Das consequências/h4>
Ho Wai Tim disse que a máquina de destruição de resíduos alimentares na central de incineração também não está a usar a tecnologia de biogás, duvidando que a ideia tenha sido apresentada “apenas porque o novo director lidera os trabalhos”. Ho Wai Tim disse considerar a mudança “demasiado flexível”, defendendo que a energia a biogás irá trazer maus cheiros e afectar a população.
Chang Kam Pui, director da Associação de Protecção Ambiental e Gestão de Macau, explicou que cada país tem diferentes modelos tecnológicos para produzir energia a biogás, pedindo ao Governo para analisar a tecnologia mais adequada para o território.
O responsável considera que a disponibilidade de um terreno de 20 mil metros quadrados vai depender do planeamento dos novos aterros. Contudo, Chang Kam Pui não está optimista quanto a esta questão, já que a falta de areias tem levado a atrasos na zona A.

Raymond Tam despreocupado com aumento de resíduos

Na mesma entrevista ao jornal All About Macau, o director da DSPA disse que não se preocupa com o problema da saturação na Central de Incineração de Resíduos Sólidos, considerando que o volume de resíduos poderá diminuir pelo facto da economia estar numa fase de abrandamento. A DSPA está, contudo, a estudar o aumento da capacidade da central, para que o volume máximo de tratamento chegue às duas mil toneladas.

10 Mai 2016

A partir de hoje telemóveis são proibidos nas salas VIP

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]utilização de telemóveis nas salas de grandes apostadores dos casinos de Macau passa a ser proibida a partir de hoje, para evitar a possibilidade de apostas por via telefónica, que dificultam a identificação da origem do dinheiro.
“Para evitar desentendimentos desnecessários e exterminar actos irregulares, o Governo decidiu, a partir da próxima segunda-feira, proibir a utilização de telemóveis nas mesas do jogo”, disse o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, citado num comunicado oficial.
Esta medida visa “evitar que alguém aproveite a facilidade de utilização de telemóveis nas mesas de jogo para apostas via telefónica, particularmente quando nestas apostas são difíceis de comprovar a identidade do apostador real e a fonte de capital”.
O Governo sublinha que “é por isso que, na maior parte das cidades desenvolvidas, é proibido a aposta via telefónica”, como aliás também acontece no território. As apostas via telefone são proibidas em Macau, mas o Governo local “tem facilitado” a utilização de telemóveis nas mesas de jogo aos clientes das salas VIP dos casinos, “através do regime de inscrição e respectivas instruções”. Em 2014, depois da imprensa local e internacional mencionar apostas por telefone, o Governo desmentiu a sua existência nos casinos.
Agora, contudo, diz que a permissão do uso de telemóveis “leva à dúvida de apostas via telefónica”, pelo que o Governo optou agora pela proibição dos telemóveis nas mesas dos grandes apostadores. Segundo o mesmo comunicado, Lionel Leong “garantiu que o Governo está determinado em racionalizar o funcionamento e ordem dos casinos”.

Legalizem por favor

Billy Song, director da Associação de Jogo responsável de Macau, disse discordar da medida. Ao canal chinês da Rádio Macau, Billy Song explicou que as apostas via telefone são legais em casinos de outras regiões, defendendo que a proibição vai diminuir o negócio das salas VIP e levar clientes a apostar noutros países.
O deputado José Pereira Coutinho disse ao jornal online On.CC que as apostas por telefone não são regulamentadas pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), alertando para os “riscos” no sector VIP. Coutinho diz que este é um “remédio” aplicado depois do fecho sucessivo de salas VIP e do abrandamento do sector.
Um estudo da City University of Hong Kong, divulgado em Março, conclui que as salas VIP “continuam a ser, até hoje, dominadas por tríades”, que abandonaram os métodos violentos e funcionam com uma estratégia empresarial. O mesmo estudo referia que as novas restrições impostas pela China, no âmbito do combate à corrupção, “criaram um mercado para as apostas por baixo da mesa”.
Um alto funcionário da polícia explicou aos autores do estudo que alguns apostadores que não querem expor a sua identidade “jogam à distância através de telefones”. “É ilegal mas ninguém o tenta regular”, disse o entrevistado.

9 Mai 2016

Governo quer proibir todos os empregados de entrar em casinos

[dropcap style=’circle’]K[/dropcap]u Lap Man, assessor da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), afirmou que o organismo vai rever a Lei de Condicionamento de Entrada, Trabalho e Jogo nos Casinos, por forma a proibir os trabalhadores de todos os casinos de jogarem. Actualmente apenas é proibido ao funcionário jogar nos casinos da operadora para a qual trabalha.
Segundo a imprensa chinesa, a notícia foi avançada no âmbito de um seminário realizado no Instituto Politécnico de Macau (IPM), que teve como tema a alteração aos regimes jurídicos do Jogo. Para além de proibir o acesso dos funcionários às mesas de todos os casinos, a DICJ vai ainda rever o regime geral da actividade publicitária, por forma a alterar as multas aplicadas a anúncios de jogo ilegal e outras medidas provisórias.
Dívidas em conflito
No mesmo seminário foi ainda discutida a impossibilidade de se recuperar dívidas de Jogo pelo facto de, no interior da China, o sistema não admitir a legalidade do jogo, ainda que tal seja aceite não só em Macau como em Hong Kong e Taiwan.
Wang Changbin, professor do Centro Pedagógico e Científico na Área do Jogo do IPM, apontou que a China continental admite a legalidade da indústria de Jogo de Macau mas não as dívidas, existindo um conflito entre as leis de Macau e do interior da China.
Jiang Lan, secretária-geral do Centro Internacional de Arbitragem de Nanshua, da China, revelou que para facilitar a execução de dívidas de Jogo no interior da China, estas transformaram-se em activos ou transferência de capital, por forma a contornar a lei vigente. Jiang Lan sugeriu que o Centro Internacional de Arbitragem pode ajudar a resolver os casos em parceria com Macau, admitindo a possibilidade das dívidas de Jogo contraídas em Macau serem aceites na China.
Charlie Choi, tido como fundador do site Wonderful World, que divulgou documentos de identificação de devedores, e actualmente presidente da Associação de Informações dos Jogos de Macau apontou que muitos promotores de Jogo não conseguiram recuperar os empréstimos e mudaram os seus negócios para o estrangeiro, o que trouxe um choque ao sector de Macau. Charlie Choi acredita que deve ser elaborada uma lei que proteja os direitos de promotores de Jogo, sugerindo a criminalização de situações de empréstimos excessivos.

9 Mai 2016

Mais de 60% das mães sofrem “grande pressão”

Um inquérito realizado pela União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM, ou Kaifong) revela que mais de 60% das mães sofrem uma “grande pressão”, sendo que 30% das entrevistadas revela que sente pressão por questões familiares, incertezas quanto à possibilidade de promoção no trabalho ou a inflação. Metade das mães entrevistadas revelou sentir pressão com a aprendizagem e a disciplina dos filhos.
Segundo o Jornal do Cidadão, o inquérito mostra que mais de metade das mães “usa formas inapropriadas para combater” o problema, sendo que 40% admitiu reagir com raiva e angústia. A maioria das mães disse que já ficou em casa ou comeu em excesso como reacção à pressão que sente no dia-a-dia.
Os Kaifong entrevistaram 900 mães com idades compreendidas entre os 25 e os 44 anos, sendo que a maioria trabalha na área do Jogo e do turismo. Tse Mei Leng, chefe da Comissão de Assuntos de Mulheres dos Kaifong, apelou à sociedade e às famílias para dar atenção à pressão sentida pelas mães, esperando que haja mais comunicação no seio da família. Tse Mei Leng pediu horários de trabalho mais flexíveis para que seja permitido a estas mulheres que cuidem dos filhos e dos idosos em casa.

9 Mai 2016

Transmac | Falta de infra-estruturas “incapacitou” compra de autocarros amigos do ambiente

A promessa que Macau vai ter autocarros amigos do ambiente continua a arrastar-se. O Governo continua a deixar as empresas comprar autocarros poluentes, ainda que “menos, por respeitarem as normas europeias”. Do lado da empresa, evoca-se a falta de infra-estruturas para a sua utilização

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Transmac comprou 25 novos autocarros para circulação em Macau, mas nenhum deles é amigo do ambiente. Apesar de ter sido uma promessa do Governo a implementação gradual de autocarros movidos a gás ou eléctricos, a empresa justifica que a falta de infra-estruturas não ajuda.
“É necessário haver instalações complementares para avançar e agora não há fornecimento de gás natural nem estações de carregamento”, começou por explicar ao HM Kwan Wing Kai, vice-director da empresa. “Não podemos [implementar] a curto-prazo, porque há limitações.”
O vice-director diz que, no que toca a autocarros eléctricos, está neste momento “à procura de fornecedores apropriados porque usar autocarros eléctricos não é fácil e é preciso ver que fornecedores têm [autocarros mais sofisticados]”. “Outro problema é que devia haver equipamentos de carregamento.”
Ho Wai Tim, presidente da Associação de Ecologia de Macau, diz que as oficinas de cada uma das companhias “têm todas as condições” para carregar os autocarros, algo que já acontece em Zhuhai.

Exigente mas nem tanto
A notícia da compra dos autocarros foi avançada pela imprensa local há dois dias, sendo que a operadora gastou 30 milhões de patacas na compra dos veículos. As notícias dão conta que os autocarros são “uma melhoria dos serviços”, como frisou numa apresentação aos média Alfred Liu Hei Wan, até porque “têm uma porta USB para carregar os telemóveis e computadores”.
O facto de serem mais modernos entusiasma, mas a verdade é que os transportes continuam a ser poluentes, ainda que respeitem o padrão Euro IV, como fez questão de garantir a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). transmac_transmac
“Temos [incentivado] continuamente as empresas a elevar a qualidade dos serviços, ao nível de conforto e segurança dos autocarros. A partir de 1 de Setembro de 2013, os veículos novos, para lhes ser atribuída a matrícula, devem preencher os requisitos de normas de emissão de gases de escape Euro IV. Os 25 autocarros novos adquiridos pela Transmac preenchem os requisitos e foram atribuídos documentos comprovativos de testes sobre a emissão [desses] gases”, diz o organismo, quando questionado sobre a razão porque não obriga as empresas a comprar autocarros mais limpos.

Macau podi
O Governo traçou nas suas políticas a necessidade de promover em Macau o uso de carros eléctricos. Mas o Executivo também disse que iria dar o exemplo, obrigando, para isso, as operadoras a comprar estes veículos. Algo que se faz em cidades na China continental, sendo que em Shenzhen já se considera que exista “a maior frota de autocarros eléctricos do mundo”, como dão conta notícias diversas, que acrescentam que no continente todos os autocarros serão eléctricos até 2020.
Kwan Wing Kai admite que, até ao momento, não encontrou fornecedores adequados para estes autocarros, de forma a garantir “a qualidade” dos veículos. Para Ho Wai Tim a responsabilidade é do Governo.
“Se o Governo definir uma regra em que cada operadora tenha de ter autocarros amigos de ambiente, as empresas têm de cumprir. Pelo menos 20% dos autocarros devem ser ‘verdes’, em cada mil, 200 devem ser eléctricos”, frisa ao HM.
Ho Wai Tim considera que o Governo deve ser mais activo em controlar os requisitos nos contratos com as empresas, exigindo uma percentagem de utilização desses autocarros. Essa já foi uma garantia dada pelo Governo, que além da promessa de “dar primazia aos transportes públicos”, assegurou também “a introdução de autocarros eléctricos”. Tanto, que na MIECF de 2012 estes eram já uma das maiores atracções pela “consciência dos expositores sobre a intenção do Governo”.
Ho Wai Tim explicou ainda que os autocarros mais ecológicos são os eléctricos, mas para assegurar a taxa de utilização do gás natural, uma das políticas do Executivo é manter um certo número de autocarros movidos a este combustível. Algo com que o responsável não concorda.
“Mesmo que seja gás natural, tem emissão de gás, só que é menos do que combustíveis. O Governo deve promover com força o uso de autocarros amigos de ambiente.”
Os novos autocarros da Transmac vão começar a rodar no final desta semana na carreira MT4, alguns “em breve” e são os “primeiros da Ásia a ter carregador USB”.

6 Mai 2016

Amy Sio: “Se o pulmão da cidade for destruído, Macau não será sítio para viver”

Engenheira do Ambiente, Amy Sio acredita que a DSPA ignora a existência destes profissionais, referindo que “quando o líder não tem conceitos, os subordinados não sabem fazer políticas”. A fundadora do grupo online “Our Land, Our Plan” diz que Coloane tem de ser preservado, para que Macau não fique poluída como Pequim, mas também diz que a intenção é promover o desenvolvimento sustentável

Porquê a criação do grupo “Our Land, Our Plan”?
Em Agosto do ano passado, depois da terceira ronda de consulta pública sobre os novos aterros, pensámos sobre quais seriam as conclusões. Eu e vários amigos pensamos que poderíamos fazer mais, recolhendo as opiniões dos jovens e entregando uma carta ao Governo. Também queríamos que mais residentes pudessem dar as suas opiniões e fizemos uma recolha online. Percebemos que, em geral, a população não soube que foi feita uma consulta pública, nem percebeu a importância dos novos aterros. Sentimos que não foi uma boa consulta pública.

Portanto a criação do grupo não visava apenas a preservação de Coloane.
Não, o nosso objectivo é em relação a terrenos e ao planeamento urbano. Na realidade muitos terrenos em Macau têm sido utilizados sem qualquer tipo de planeamento. Pode-se construir hoje e destruir amanhã. Por exemplo, as obras do metro ligeiro ou do Terminal Marítimo do Pac On são coisas inconcebíveis. Pensamos em como podemos tornar a cidade melhor, para que não se desenvolva sem ordem. Avançamos com o grupo porque queremos levar os residentes a compreender melhor o que está a acontecer.

Como foi decidida a composição do grupo?
São membros de diferentes áreas. Temos médicos, enfermeiros, psicólogos, designers. Estudei Engenharia Ambiental mas trabalho na área das convenções e exposições e também com indústrias criativas. O background não é muito profissional mas é abrangente.

O “Our Land, Our Plan” fez a sua primeira manifestação no último 1 de Maio. Conseguiu ver pessoas diferentes no protesto, ainda que o número de participantes tenha diminuído?
Sim, notei que havia pessoas diferentes. Muitos amigos meus também participaram pela primeira vez e muitos deles são funcionários públicos e profissionais que até então não davam muita atenção aos assuntos sociais, mas participaram de forma activa. Esperamos que mais jovens possam apresentar as suas opiniões junto do Governo. Espero que a sociedade mude e que se possa apoiar mais as pessoas a falarem a verdade e a dizerem o que pensam. Compreendo que isso não é fácil, mas acredito que vai haver cada vez mais residentes a avançar neste sentido.

FLORA_4_SOFIAMOTAMas actualmente há poucos participantes nas consultas públicas.
É verdade, mas o problema é que o Governo não se importa, ou não responde às perguntas. Já passei por essa experiência e é irritante. Consegui sentir que o Governo faz consultas públicas para nada.

Acredita que é difícil promover a protecção ambiental em Macau?

Não é difícil. Já fomos mais de dez vezes para a rua recolher assinaturas para a petição que pede a protecção de Coloane e descobri que muitos dos residentes desconhecem o que se passa. Em cem pessoas talvez três saibam. Mas quando falamos com eles, compreenderam o problema. Quero esclarecer aqui que o “Our Land, Our Plan” não é um grupo de preservação ambiental, queremos sim promover o desenvolvimento sustentável.

Como assim?
Enquanto engenheira do ambiente sei que temos a parte da preservação e a parte do desenvolvimento sustentável. Pequim é o melhor exemplo: há dez anos não era assim e actualmente é uma cidade que não serve para viver, já que as pessoas têm de comprar oxigénio para respirar. E isso porque não foi desenvolvida de forma sustentável. Temos um conceito simples: podemos lidar com um problema de poluição com dez dólares americanos, mas se ele não for resolvido já e se se mantiver até um certo nível, nem com cem dólares americanos resolvemos 10% desse problema. A Engenharia Ambiental serve para poupar dinheiro, mas muitos não entendem isso e pensam que estamos a impedir o desenvolvimento de um lugar. Se Pequim tivesse um plano a capital do país podia ser muito diferente. É verdade que o meio ambiente pode ser recuperado, mas quando se ultrapassa um certo nível, já não é possível, mesmo que se gaste muito dinheiro.

Portanto para termos um desenvolvimento sustentável há que proteger Coloane.

Estamos muito preocupados com Coloane porque não está em causa apenas a preservação das árvores mas toda a linha básica de Macau. Se não preservarmos o único recurso verde que temos prevejo que Macau possa ser a próxima Pequim e isso não está muito longe de acontecer. Daqui a dez anos poderemos já estar arrependidos, já nesta geração. Se o pulmão da cidade for destruído, Macau não será um sítio para viver e aí irei emigrar, isso é certo.

O “Our Land, Our Plan” visitou a zona do Alto de Coloane (onde vai ser construído um edifício de cem metros)? É uma zona que pode ser desenvolvida?
Fizemos a visita. Olhando para todo o território, do que é que Macau precisa? É óbvio que não temos falta de habitações de luxo, porque a taxa de desocupação de casas é elevada. Coloane é o único espaço que pode servir para construir verdadeiramente o Centro Mundial de Turismo e Lazer, tudo depende dos actuais recursos que existam para se fazer um plano de desenvolvimento sustentável e dou como exemplo a construção de um mangal. Desenvolver não é destruir e as áreas do lazer e do turismo são o que os turistas e os residentes procuram. Porquê fazer a coisa contrária e destruir o único espaço de lazer? Estou mesmo preocupada.

Estão em causa interesses entre o Governo e o empresário? Pergunto isso tendo em conta a decisão do Governo e da construtora de não publicarem o relatório de impacto ambiental, aprovado pelos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA).
É preciso pensar, em primeiro lugar, se é adequado ou necessário desenvolver. Obviamente que não é apropriado nem necessário desenvolver a montanha. Portanto, um relatório de impacto ambiental só deveria ser feito caso houvesse uma necessidade absoluta de desenvolvimento, para responder a um grande interesse público. Mas este projecto não deveria ter sido aprovado logo à partida. Preocupamo-nos com este relatório porque a população deve ter conhecimento disso e não vejo qualquer problema na sua publicação. Mas com a actual situação, podemos imaginar os problemas…

Governo gasta dinheiro de forma errada com a DSPA”

Macau possui muitos engenheiros do ambiente? Conseguem trabalhar nesta área?
A Engenharia Ambiental visa sobretudo resolver problemas com os resíduos e com a poluição. Penso que todos os anos há cinco novos licenciados. Temos profissionais mas são ignorados, incluindo o Governo, que gasta dinheiro de forma errada com a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). Muitos profissionais não conseguem desenvolver as suas capacidades e ajudar à criação de um planeamento para Macau, apenas podem concluir um trabalho a seguir ao outro.

A DSPA não tem feito um bom trabalho por falta de recursos humanos, políticas ou porque existe um problema na Administração?
Todos os titulares de cargos no Governo, para além dos que trabalham para a DSPA, deviam estudar novamente. Como não têm conceitos quando fazem políticas só podem ir curando onde há dor, mas deixam tudo piorar até que um dia aparece um cancro. Falando da DSPA, há uma falta de uma série de indicadores científicos para que possamos ter um desenvolvimento sustentável e uma capacidade de recuperação do meio ambiente, para que o ambiente e os seres humanos sobrevivam ao mesmo tempo. Temos um bom Produto Interno Bruto (PIB) e ainda temos condições de utilização dos espaços verdes.

FLORA_6_SOFIAMOTA Raymond Tam foi nomeado director da DSPA sem ter experiência nesta área. Temos um problema de termos um líder que não compreende e os subordinados que não sabem como fazer?
É exactamente isso. A DSPA considera-se um organismo de consulta mas não considera que tem responsabilidades, nem sabe qual é a sua missão. É normal que os residentes não compreendam isso, mas é inaceitável se o Governo não sabe fazer.Imagino que o presidente da China, Xi Jinping, esteja arrependido com os resultados em Pequim. Se ele tivesse outra oportunidade acredito que não tinha optado por aquele caminho, porque houve demasiada destruição. Espero que não fiquemos arrependidos daqui a dez anos.

Qual a posição do “Our Land, Our Plan” em relação ao Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM?
O documento tem escrito o que se devia fazer e que ainda não foi feito. Esperamos que o Executivo tenha um conceito de desenvolvimento sustentável. Lamento isso, bem como o facto do plano não ter notas positivas.

Quais os planos que o grupo tem para o futuro?

Vamos esperar para ver como é que o Governo vai lidar com o projecto do Alto de Coloane e esperamos fazer um “referendo civil” com outros grupos e uma manifestação. Ainda não temos uma data definida para fazer isso porque queremos pesquisar um pouco mais.

6 Mai 2016

EPM | Subempreiteiro diz que Governo é culpado da falta de pagamento

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]o Choi, subempreiteiro ligado à construção do novo Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), acusa a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) de ser a culpada pelo atraso nos pagamentos que não foram feitos pela empresa concessionária, exigindo por isso 60 milhões de patacas de indemnização. Ho Choi, que é director da Sociedade de Construção Welbond, referiu que os erros no projecto levaram a um aumento dos preços dos materiais em 30%.
Ho Choi manifestou-se esta terça-feira junto às instalações da DSSOPT, mas ontem fez um novo protesto em frente à Assembleia Legislativa (AL) pedindo apoio aos deputados para reaver o dinheiro. Ao HM, Ho Choi referiu que não tem grandes problemas com a empresa concessionária, mas suspeita que a entidade responsável pela concepção e consultadoria transferiu as suas responsabilidades para os construtores e deu vários exemplos de alterações feitas e de despesas que acabaram por ser assumidas pela empresa concessionária.
Quando a primeira fase da nova prisão ficou pronta, a empresa de Ho Choi pediu uma inspecção à DSSOPT, mas Ho Choi explicou que o organismo apontou a existência de vários defeitos e que podia corrigi-los todos de uma só vez. Ho Choi critica a DSSOPT por adiar a aprovação da obra e por ter atrasado os pagamentos à empresa concessionária.
Ao jornal Ou Mun, a DSSOPT garantiu que a primeira fase da prisão custou 130 milhões de patacas, tendo feito o pagamento ao concessionário conforme a situação da conclusão da obra, tendo já sido pagos 128 milhões. A DSSOPT confirmou que vai pedir ao concessionário para entregar todos os documentos com as contas para que seja pago o restante montante.
Ho Choi explicou que o pagamento dos dois milhões de patacas tem vindo a ser adiado há dois anos. As contas foram aprovadas pela DSSOPT em 2014, mas, há um mês, o organismo voltou com a palavra atrás e disse que as contas precisavam ser calculadas novamente.
Segundo as informações da DSSOPT, a empresa responsável do design da obra é G.L. Project Design & Consultant, a qual não quis comentar o caso com o HM.

6 Mai 2016

Terminal marítimo do Pac On poderá ser inaugurado em 2017

Depois de anos de acrescentos e alterações, o terminal marítimo do Pac On poderá entrar em funcionamento no início do próximo ano. A garantia foi dada pelo Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]in Chi Ieong, subcoordenador do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas, garantiu, após uma reunião do organismo realizada na terça-feira passada, que o Terminal Marítimo do Pac On deverá entrar em funcionamento no início do próximo ano. Segundo o jornal Ou Mun, a reunião serviu para a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), a Direcção dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT) e o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) explicarem o planeamento do projecto.
Sin Chi Ieong referiu que os membros do Conselho lembraram o Governo que o projecto se encontra em construção há quase dez anos, esperando que os departamentos públicos mantenham o funcionamento correcto do terminal e melhorem o serviço de transportes públicos nas imediações. Alguns dos membros terão defendido que o terminal do Pac On pode ajudar à diminuição do número de turistas que diariamente passam no terminal do Porto Exterior e nas Portas do Cerco.
O projecto do novo terminal foi confirmado em 2009. Inicialmente seria apenas um terminal de apoio ao que já existe na península, mas depois ficou decidido que passaria a ser o empreendimento principal. A sua conclusão estava apontada para 2013, mas desde então que tem sido alvo de vários atrasos e adiantamentos. Conforme informações da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, o projecto tem despesas totais de cerca de 3,8 mil milhões de patacas.
O Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) garantiu recentemente que as novas instalações deverão ser entregues aos departamentos do Governo “de forma faseada” no primeiro semestre deste ano. Isto porque “o Novo Terminal Marítimo da Taipa tem uma dimensão considerável e envolve vários serviços utentes”, confirmou o GDI ao Jornal Tribuna de Macau.
Ao HM, a DSAMA tinha referido que, depois de receber a obra das mãos do GDI, a DSAMA vai precisar de “seis meses para ser feita a coordenação com os departamentos governamentais, operadores de ferry e outras entidades relacionadas no processo de preparação para a operação” do terminal.

5 Mai 2016

Recusada entrada a residente de HK por “pôr a RAEM em risco”

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais um visitante viu-lhe ser recusada a entrada em Macau, por “poder pôr em risco a RAEM”. O caso aconteceu no Dia do Trabalhador, feriado, e o residente de Hong Kong acredita que a razão para a recusa se deve ao facto de pertencer a uma associação activista na região vizinha.
Lau Hoi Lung publicou na terça-feira na sua página do Facebook uma notificação de recusa de entrada em Macau, explicando o que aconteceu. O dia 1 de Maio é sempre considerado uma data sensível, reconhece Lau, que apanhou barco de Hong Kong para Macau e chegou ao Terminal Marítimo do Porto Exterior, tendo sido parado quando estava a passar o serviço automático da fronteira. No e-channel, um agente dos Serviços de Alfândega levou-o para um quarto querendo “saber o que vinha Lau fazer a Macau”.
O residente explicou que planeava fazer parte de um ensaio do espectáculo de casamento de um amigo no território. Mas o homem esperou duas horas no terminal e a Polícia de Segurança Pública (PSP) decidiu entregar-lhe uma notificação de recusa de entrada, por “existirem fortes referências em como pretendia entrar na RAEM para a prática de actos que, pela sua natureza, podiam pôr em risco a segurança ou ordem públicas da RAEM”. A autoridade exigiu-lhe que regressasse de volta a Hong Kong “imediatamente”.
Lau Hoi Lung declarou na sua página do Facebook que é membro do grupo Land Justice League e do Liber Research Community da região vizinha e acredita que a recusa de entrada tem a ver com o seu papel nestas associações, onde faz estudos e textos para movimentos sociais em Hong Kong. hk_facebook
“Parece-me que o âmbito da lista negra [de recusa de entrada] é abrangente. Só descobri depois que uma das manifestações do Primeiro de Maio foi contra a hegemonia do sector imobiliário e a justiça sobre os terrenos. E digo que apoio totalmente e penso que qualquer cidade deve lutar por isso”.
O residente de Hong Kong conseguiu entrar em Macau no dia seguinte, pelo Terminal Marítimo da Taipa, pelo mesmo serviço automático.
A história tem vindo a repetir-se: em feriados ou dias mais sensíveis, deputados, jornalistas e activistas de Hong Kong são constantemente proibidos de entrar no território, ainda que muitas vezes se prove que venham a Macau com outros propósitos. Recentemente, uma dançarina de Taiwan teve de voltar para a Formosa, porque tinha na parte detrás do seu passaporte um autocolante onde estava escrito “Taiwan is my country”. A mulher perdeu o trabalho que tinha no território, mesmo depois de assegurar que poderia arrancar o autocolante.
A PSP já defendeu ao HM que a decisão da recusa de entrada de qualquer pessoa acontece segundo as leis e processos em vigor. Apesar de Wong Sio Chak, Secretário para a Segurança, já ter assegurado que Macau “não tem uma lista negra”, as autoridades falam nesse documento.

5 Mai 2016

IACM poderá voltar a cobrar rendas a bancas dos mercados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) afirmou que está a rever as posturas municipais e que pode voltar a exigir o pagamento de rendas às bancas nos mercados municipais. O objectivo é aumentar a concorrência e incluir um concurso público para a adjudicação destes espaços.
Ung Sai Hong, membro do Conselho de Administração do IACM, relembrou ontem no programa “Fórum Macau”, do canal chinês da Rádio, que desde 2005 que as bancas dos mercados de Macau estão isentas de pagar rendas, uma forma que o Governo arranjou para ajudar o sector. Com a mudança na estrutura sócio-económica, contudo, o responsável admitiu a necessidade de fazer uma revisão a este regime. O IACM vai, então, considerar voltar a pedir o pagamento de rendas a estas bancas, bem como usar o modelo de concurso público para que sejam atribuídas, deixando de lado o actual regime de sorteio.
No programa, um ouvinte apontou ontem a existência de muitas bancas que não funcionam há um longo período de tempo nos mercados, simplesmente porque, como não precisam de pagar renda, os proprietários não aparecem. O ouvinte, residente de Macau, criticou a falta de fiscalização pelo organismo.
Ao mesmo canal, o director da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau, O Cheng Wong, disse concordar com a ideia do concurso público para as bancas dos mercados, no entanto, diz que o novo modelo só deveria funcionar nas bancas que forem agora adjudicadas mantendo-se a forma actual de funcionamento das bancas antigas.
O Cheng Wong alertou ainda para o facto de, se os vendilhões precisarem de começar a pagar renda, os custos vão ser adicionados aos produtos vendidos aos consumidores.
O IACM diz que nada está ainda definido e que vai auscultar opiniões da sociedade e fazer estudos para que as posturas municipais sejam alteradas de forma “apropriada”.

5 Mai 2016

TNR queixam-se de falta de pagamentos na obra do Windsor Arch

[dropcap style=’circle’]V[/dropcap]inte trabalhadores não-residentes (TNR) queixaram-se ontem à Direcção dos Serviços dos Assuntos Laborais (DSAL) de terem salários cortados e em atraso, sendo que ao todo haverá mais de 40 trabalhadores envolvidos. Metade dos pintores, que trabalhavam nas obras do Windsor Arch na Taipa, acabou por não querer fazer queixa porque viu o seu blue card cancelado.
A notícia é avançada pelo Jornal Ou Mun, que diz que os vinte empregados responsáveis por pintar parte da obra do edifício na Estrada Governador Albano de Oliveira denunciaram o caso à DSAL na última terça-feira, em conjunto com responsáveis da Associação Geral dos Operários de Construção Civil (AGOCC) e da Federação da Associações dos Operários de Macau (FAOM).
Hong Hin Man, responsável da AGOCC, indicou que, além dos salários em atraso, os direitos dos trabalhadores não foram respeitados – “foram explorados e os seus contratos de trabalho revelaram que, apesar da promessa ter sido de 15 mil patacas por mês, recebem 230 yuan por dia”, diz Hong Hin Man.
Os trabalhadores já terão reunido com o empregador duas vezes para discutir como resolver o problema, mas os blue cards dos trabalhadores foram cancelados “repentinamente”. Os vinte trabalhadores que fizeram queixa à DSAL pediram um visa temporário só para poderem apresentar a reclamação.
O responsável da AGOCC diz que cada pintor terá mais de nove mil patacas em atraso desde Janeiro até Abril, que deveriam ter sido transferidos para as contas bancárias dos funcionários.
William Kwan, responsável pela obra do Windsor Arch, referiu ao HM desconhecer o caso, admitindo apenas que já pediu aos empreiteiros para resolver o caso e que o trabalho vai continuar. Mais ainda, Kwan diz que “parte destes conflitos foram resolvidos na manhã de ontem (terça-feira)”.
O responsável da obra, que pertence à Empresa de Desenvolvimento Predial Vitória, da qual é administrador ao lado de Jorge Neto Valente, indica que o problema se deve a subempreiteiros contratados no interior da China.
O caso já levou a FAOM a alertar o Governo novamente: se vai rever a Lei da Contratação de TNR, então deverá ter em atenção estes casos, que se têm repetido sucessivamente. Ainda esta semana, trabalhadores das obras da primeira fase do Estabelecimento Prisional de Macau se queixaram do mesmo.

5 Mai 2016

Homem tenta suicídio mais de 12 horas

Um homem tentou ontem cometer suicídio na zona de Toi San, mas a tentativa durou mais de 12 horas. Desde as 8h30 que o não residente se mantinha de pé, do lado de fora de uma varanda no Edifício Dª. Julieta Nobre de Carvalho e ainda lá estava até ao fecho desta edição, por volta das 21h00. O homem terá perdido dinheiro no jogo, como confirmou a Polícia Judiciária (PJ) ao HM. O Corpo dos Bombeiros (CB) recebeu uma denúncia às 8h00 e quando chegaram estenderam um colchão de ar na estrada. O homem sempre se mostrou agitado e os negociadores da PJ passaram o dia a tentar convencê-lo a não saltar, mas sem sucesso. O CB disse que os trabalhos foram dificultados quando, ao mudarem de equipamento, o homem reagiu de forma agitada. A Avenida de Artur Tamagnini Barbosa foi bloqueada e houve engarrafamento na zona durante horas seguidas, o que motivou muitas críticas de residentes nas redes sociais.

5 Mai 2016

TNR | Ho Ion Sang questiona-se sobre alojamento providenciado por operadoras

A promessa já tinha sido feita nas LAG do ano passado e agora Ho Ion Sang volta à carga: quando vão ser implementadas as medidas para a atribuição de alojamento a TNR pelas empresas que os empregam?

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ho Ion Sang quer saber se já há medidas concretas para obrigar as operadoras de Jogo e as grandes empresas a assumir a responsabilidade de fornecerem alojamento aos seus trabalhadores não-residentes (TNR). Ho diz ser urgente que o Governo avalie o número de procura de habitação por residentes de Macau e as tipologias das casas, devido à escassez destas.
Numa interpelação escrita, o deputado relembra que o número da população em Macau aumentou em 184 mil pessoas nos últimos dez anos – até o 4º trimestre de 2015 as estimativas da população eram de 646 mil pessoas – mas foram concluídas apenas 26 mil fracções habitacionais de 2004 ao ano passado. A nova população é nove vezes mais alta do que a oferta de habitação, algo que o deputado considera ser um problema.
Ho Ion Sang, que representa a União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong), preocupa-se também com o aumento do número dos TNR e a consequente necessidade de alojamento. Segundo as projecções da população de 2011 a 2036, neste ano existirão em Macau 759 mil pessoas, incluindo 83.200 TNR a viver no território. Conforme o Enquadramento da Política Demográfica da RAEM, até final de 2014, 60% dos TNR estava a viver no território e, por isso, Ho Ion Sang prevê que a pressão da oferta de fracções habitacionais vai ainda agravar-se.
Sendo um dos pontos principais das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o ano passado, Ho Ion Sang recordou que o Chefe do Executivo prometeu também estudar formas de impulsionar as operadoras de Jogo e as grandes empresas a assumir a responsabilidade de arranjo de alojamento dos seus TNR. O deputado quer saber quais são as medidas concretas para avançar com esta ideia e se a assunção desta responsabilidade será uma condição na apreciação e renovação das vagas de TNR.
“Análises incertas sobre a necessidade de habitação dificulta previsões para um mercado estável e não melhora as políticas imobiliárias. O Governo vai fazer um estudo completo e estimativas sobre a necessidade da habitação dos residentes e os tipos de oferta, como base para elaborar políticas?”, questionou.
O HM tentou saber quais as empresas que já oferecem alojamento aos TNR, mas até ao fecho da edição não conseguiu obter resposta.

4 Mai 2016