Mulheres | Pedido reforço de penalizações sobre maus tratos

Depois da denúncia de um caso em que um jovem de 30 anos é suspeito de bater nos gatos da namorada, eis que a Associação Geral das Mulheres vem defender o reforço das penalizações contra aqueles que praticam crueldade contra animais, ao abrigo da lei da protecção dos animais

 

A Associação Geral das Mulheres emitiu ontem um comunicado onde defende o reforço das penalizações contra quem comete actos de crueldade ou maus tratos contra animais, tendo em conta a legislação em vigor. Esta posição surge depois de ter sido noticiado o caso de um homem de 30 anos que entrou em casa da namorada sem avisar e bateu em dois gatos com o cabo de uma vassoura e um leque, por os animais estarem no seu espaço.

Quando a mulher se apercebeu do sucedido, graças às gravações das câmaras de videovigilância, pediu conselhos on-line de como deveria agir. O caso deu entrada na polícia e o suspeito foi detido.

Assim, a associação entende que o Governo deve rever e melhorar o conteúdo da lei da protecção dos animais, sobretudo no que diz respeito às penalizações a aplicar a agressões. No mesmo comunicado, a vogal da direcção da associação, Choi Pou Man, condenou o acto abusivo do homem, tendo elogiado o comportamento da namorada, que pediu ajuda e não encobriu o comportamento do homem.

A vogal citou a lei de protecção dos animais, que refere que “quem, com a intenção de infligir dor e sofrimento a animal, o tratar por meios cruéis ou violentos ou por meio de tortura, que resultem em mutilações graves, perda de órgãos importantes ou morte, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com multa até 120 dias”.

Para Choi Pou Man, esta lei “entrou em vigor há nove anos e o Governo tem ajudado a elevar a consciência social em relação à protecção animal através de acções de promoção e divulgação, e o abandono de animais diminuiu de forma significativa”. Porém, destacou, “ainda é frequente a ocorrência de maus tratos a animais, o que demonstra que as acções de divulgação, a forma de actuação e o pendor dissuasor e punitivo desta lei ainda precisam de ser reforçados”.

Sinal de civilização

No mesmo comunicado, é referido que a protecção dos direitos dos animais é um dos indicadores de civilização social, tendo Choi Pou Man sugerido uma melhor cooperação por parte das autoridades competentes, associações e demais grupos comunitários na defesa e protecção dos animais.

A responsável, que também é candidata a um lugar de deputada na Assembleia Legislativa (AL), entende que deveria haver um mecanismo de investigação e de denúncia mais eficiente para garantir que os casos de maus tratos a animais são tratados no tempo certo e de forma justa.

No que diz respeito a acções de sensibilização, Chan Pou Man defende mais iniciativas educacionais, actividades comunitárias e também mais mensagens nos meios de comunicação social, a fim de aumentar a consciência social em prol da importância dos cuidados a animais.

26 Ago 2025

Plástico | Proibida importação de novos produtos

Cotonetes de plástico, varas para balões e bastões insufláveis. Todos estes produtos de plástico deixam de poder ser importados a partir do dia 1 de Janeiro do próximo ano. Trata-se de uma intenção governativa que já tinha sido anunciada no passado mês de Junho

 

A partir do dia 1 de Janeiro de 2026, vai ser proibido importar para Macau cotonetes de plástico, à excepção das zaragatoas usadas para testes de despistagem da covid-19, varas para balões de plástico descartáveis ou bastões insufláveis de plástico descartáveis. Esta medida foi ontem anunciada em despacho assinado pelo Chefe do Executivo e publicado em Boletim Oficial e está relacionada com a lei do comércio externo.

A medida de proibir mais três produtos de plástico junta-se a outras proibições anteriores e já tinha sido prometida pelo director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), Ip Kuong Lam, em Junho. Num evento público, o responsável declarou que todos os anos são importados para Macau 2,4 milhões de pacotes de cotonetes com haste de plástico, 100 mil varetas de plástico para balões e 500 mil bastões insufláveis, segundo noticiou o Canal Macau da TDM.

A DSPA tem promovido gradualmente a redução do uso do plástico e, sobretudo, a importação de produtos com este material. Desde o ano passado que não é possível importar para a RAEM pratos e copos descartáveis de plástico, tendo o Executivo dito nessa altura que essa proibição foi feita tendo em conta “uma análise extensiva à situação real em Macau” e de ter sido estudada a “situação das regiões” mais próximas.

Nessa altura, foi também proibida a importação de “bandejas descartáveis de esferovite para produtos alimentares”, além de que desde 2022 é proibida a importação de palhinhas descartáveis de plástico não-biodegradável e de misturadores de plástico, ou seja, os “pauzinhos” utilizado para mexer as bebidas.

Menos importações

O combate ao plástico não é, portanto, de agora e tem sido, aliás, alvo de diversas campanhas da sociedade civil e de associações em prol da sua redução. Em 2019, o Governo iniciou a política de cobrança de uma pataca por cada saco de plástico usado. Dados oficiais, divulgados em Setembro de 2023 por Ip Kuong Lam, referem que as proibições decretadas em 2022 e 2023 resultaram na redução anual do uso de 23 milhões de recipientes e embalagens de esferovite, redução de 40 milhões de talheres de plástico e menos 300 mil copos de plástico.

Em declarações ao HM, em Setembro de 2023, o académico David Gonçalves, biólogo e director do Instituto de Ciências e Ambiente da Universidade de São José (USJ), afirmou que a proibição de importação de produtos de plástico constituía “um bom primeiro passo, alinhado com medidas que têm vindo a ser tomadas um pouco por todo o mundo”.

David Gonçalves deixou, porém, o alerta sobre a necessidade de novas e mais soluções para se reduzir o plástico no território. “Este é um problema sério que precisa de uma abordagem a vários níveis. Creio que a solução terá de ser sempre multivariada, incluindo uma aposta na redução do consumo de plástico, uma economia circular, a substituição por alternativas ambientalmente mais adequadas, nomeadamente bioplásticos, a melhoria do sistema de reciclagem e o tratamento dos resíduos finais”, declarou.

26 Ago 2025

Fai Chi Kei | Nova passagem pedonal inaugurada amanhã

Será inaugurada amanhã, a partir das 10h, a nova travessia pedonal junto à Avenida Marginal do Patane, nas imediações da Doca do Lam Mau e bairro do Fai Chi Kei. Segundo uma nota da Direcção dos Serviços de Obras Públicas e da Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego, trata-se de uma obra que terminou mais cedo. “Para a primeira fase da obra referente à travessia pedonal da Avenida Marginal do Patane, e que teve início em Junho do ano passado, foi realizada a recepção provisória em meados de Agosto, verificando-se que, em comparação com a data de conclusão prevista no contrato, a obra foi concluída com a antecipação de cerca de um mês”.

Após a entrada em funcionamento desta passagem superior para peões, serão eliminadas as passadeiras existentes junto aos edifícios Trust Leisure Garden, Van Sion Son Chun e Edifício Industrial da Ásia, sendo instaladas vedações “para reforçar a circulação dos peões em separado dos veículos”. O Governo refere também que esta passagem para peões está equipa com elevadores, pretendendo-se que “a travessia pedonal da Doca de Lam Mau se transforme num sistema pedonal contínuo”.

Na mesma nota, as duas direcções de serviços explicam que “está a ser acelerada a obra de construção de um conjunto de passagem superior para peões situado entre a Rua Norte do Patane e a Rua do Comandante João Belo”, sendo que “a obra de fundações, por estacas, dos acessos da passagem superior para peões, terá início em Setembro e a sua conclusão está prevista para o segundo semestre de 2026”.

Além disso, foi “alargado o passeio do lado da porta de entrada da Escola de Santa Madalena”, tendo sido criada “uma zona provisória de carga e descarga de passageiros e de mercadorias no troço da Rua do Comandante João Belo, junto ao Edifício Wang Hoi”.

25 Ago 2025

LAG 2026 | CCPPC pede mais hotéis económicos

Na quinta-feira, Sam Hou Fai reuniu com representantes de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) e Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) a propósito da elaboração das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano.

Destaca-se, da parte dos representantes da CCPPC, a sugestão de que o Governo “deveria promover a construção de mais hotéis de baixo custo para dinamizar o consumo de visitantes e a economia dos bairros”, destaca-se numa nota do gabinete do Chefe do Executivo.

Ficou registado também o pedido para o “aumento da taxa de utilização do Posto Fronteiriço de Hengqin” e medidas de “aperfeiçoamento do sistema financeiro, o reforço da captação de negócios e investimentos e o emprego dos jovens”, sem esquecer “a política de trabalhadores não residentes”.

Sam Hou Fai salientou a realização da feira “ZAPE com Sabores” como exemplo de dinamização da economia comunitária e promete “avançar com reformas inovadoras” na área económica e de cooperação.

Por sua vez, os representantes de Macau à APN defenderam “a criação de uma equipa de especialistas (Think Tank), com o intuito de facultar fundamentos científicos e fortes na tomada de decisões políticas”, tendo sido discutido também “o desenvolvimento da economia dos bairros” e a “organização de mais actividades que beneficiem o consumo”. Nesta parte, Sam Hou Fai destacou que o regresso dos “pedidos de licenças de esplanadas tem obtido efeitos positivos”.

25 Ago 2025

LAG 2026 | Mobilidade na função pública e economia na agenda

Já começou a habitual ronda de recolha de opiniões de dirigentes associativos para as Linhas de Acção Governativa para 2026. Na sexta-feira, a reunião do Chefe do Executivo aconteceu com seis associações ligadas à Função Pública, tendo-se discutido a melhoria da mobilidade de trabalhadores e medidas de fomento económico

 

Sam Hou Fai, Chefe do Executivo, já está a recolher opiniões junto de associações a fim de elaborar o programa do Governo para o próximo ano, mais conhecido como Linhas de Acção Governativa (LAG). Na sexta-feira, a reunião deu-se com seis associações representativas dos funcionários públicos, onde se inclui a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

Segundo uma nota oficial do gabinete do Chefe do Executivo, “alguns representantes sugeriram melhorar o mecanismo de mobilidade interna”, bem como “aumentar a relevância entre a formação e as funções dos funcionários públicos de forma a apoiar a modernização do sistema e capacidade de governação de Macau”.

Foram ainda feitos pedidos de formulação de políticas que garantam a “protecção dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores da função pública, o aperfeiçoamento contínuo da formação para o pessoal da Administração Pública, a optimização do regime de subsídios e o aumento da eficácia do trabalho inter-departamental”, entre outros pontos.

Sam Hou Fai prometeu a “optimização da gestão do pessoal e do regime de carreiras”, criando, desta forma, um “regime de acesso interno”, a promoção da “mobilidade horizontal e a criação de planos de formação direccionados” na Função Pública. De destacar que alguns dirigentes entregaram uma carta a Sam Hou Fai com pedidos concretos para a área da Administração Pública.

PME e emprego na mira

Também na sexta-feira, o dirigente máximo da RAEM reuniu, na sede do Governo, com representantes dos sectores industrial, comercial e financeiro a propósito da elaboração das LAG para 2026. Ao todo, estiveram 16 associações representadas na reunião, tendo defendido políticas como a “aceleração da renovação urbana, o desenvolvimento da economia de turismo marítimo” ou ainda os incentivos à “transformação e actualização do sector das convenções e exposições”.

Pediu-se também a “optimização do ambiente de negócios das Pequenas e Médias Empresas (PME)”, bem como “a salvaguarda do emprego da população local” ou a necessidade de “introdução de quadros qualificados de alta qualidade no sector financeiro”.

Neste encontro, apresentaram-se sugestões para a área do turismo, no sentido de “aumentar a competitividade integral de Macau como uma cidade internacional de turismo”. Tal pode passar pelo “desenvolvimento da indústria de concertos”, sem esquecer “o apoio à propriedade intelectual cultural e criativa local e aperfeiçoamento das medidas da rede de transportes públicos, atraindo o fluxo de turistas para o desenvolvimento da economia dos bairros”.

Sam Hou Fai, por sua vez, admitiu a existência de um “complexo e mutável ambiente interno e externo”, tendo defendido que as empresas devem “inovar e fortalecer-se, injectando-se novas dinâmicas no desenvolvimento geral dos sectores”.

Ficou a promessa de ajustamento “do desenvolvimento do sector de convenções e exposições”, e a adopção de “várias medidas para aumentar o fluxo de pessoas nos bairros e orientar o mercado na sua transformação para novos modelos de consumo”, apoiando, desta forma, as PME locais.

25 Ago 2025

Fogo de artifício | Nova edição do festival regressa já em Setembro

Foi ontem anunciado o programa de um dos mais icónicos eventos turísticos do território. O 33.º Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau regressa à RAEM entre os dias 6 de Setembro e 6 de Outubro e não falta uma equipa portuguesa no grupo das dez que vêm mostrar o lado mais bonito do fogo de artifício. Há ainda espaço para arraial e locais destacados para a fotografia

 

Macau está a chegar aquela altura do ano em que os céus se enchem de cor e luz graças ao Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau (CIFAM), cuja 33.ª edição acontece entre os dias 6 de Setembro e 6 de Outubro, foi ontem anunciado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Segundo uma nota de imprensa, são dez as equipas participantes, onde se inclui uma equipa portuguesa (ver caixa), estando confirmadas empresas de pirotecnia da Austrália, África do Sul, Coreia do Sul, Áustria, Filipinas, Japão, China, Reino Unido e Brasil. Estas irão apresentar um espectáculo com a duração de 18 minutos.

Pretende-se, com este evento, mostrar o território como um local que reúne “turismo e eventos”, sendo que as empresas participantes “têm vasta experiência em concursos e exibições”, explicou Helena de Senna Fernandes, directora da DST.

Destaque para o facto de uma das sessões acontecer a 1 de Outubro, quando se celebra o aniversário da implantação da República Popular da China, e no Festival do Bolo Lunar, “enriquecendo-se o ambiente festivo das festividades”.

As sessões de fogo de artifício realizam-se nos dias 6, 13 e 20 de Setembro, nos dias 1 e 6 de Outubro, pelas 21h e 21h40, respectivamente, na zona ribeirinha em frente à Torre de Macau.

Estreias e arraiais

Do grupo das dez empresas, verifica-se a estreia do Brasil e de outros grupos da Coreia do Sul, Japão, Portugal e Reino Unido. “As outras cinco empresas de fogo-de-artifício já participaram em Macau anteriormente”, adianta a DST.

A DST seleccionou locais específicos onde os visitantes podem tirar fotografias, nomeadamente a Avenida Dr. Sun Yat-Sen do Centro Ecuménico Kun Iam até à Zona de Lazer Marginal da Estátua de Kun Iam, no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental, Macau), no Anim’Arte Nam Van, no caminho marginal do Lago (ao lado do Hotel YOHO Ilha de Tesouro Resorts Mundial), e na Avenida do Oceano, na Taipa.

Haverá transmissões em tempo real das sessões de fogo de artifício no canal chinês da Rádio Macau às 21h e 21h40 de cada noite, enquanto os canais de televisão TDM Ou Mun e TDM Entretenimento também irão transmitir as exibições em directo.

Destaque ainda para a organização, em parceria com a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, de um arraial no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, intitulado “Arraial do Fogo-de-Artifício”. Este evento começa às 17h30 e termina às 22h30. A acompanhar os novos tempos, a DST organiza também, pela primeira vez, o “Concurso de Arte Generativa com Inteligência Artificial (IA)”, em que os participantes podem recorrer à IA para retratar a beleza do fogo de artifício. Os três concursos são realizados pela Associação Fotográfica de Macau, Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau e Associação das Companhias e Serviços de Publicidade de Macau. Para a DST, o CIFAM, que se realiza desde 1989, já se tornou “um evento de marca de Macau”.

Barbeita representa Portugal

A Pirotecnia de Barbeita, com sede em Monção, representa este ano Portugal no Concurso Internacional de Fogo-de-artifício de Macau (CIFAM), que recebe pela primeira vez um participante brasileiro, foi ontem anunciado.

De Florianópolis, em Santa Catarina, a Vision Show marca a estreia do Brasil no evento, ainda de acordo com o comunicado da DST. A 33.ª edição conta com um orçamento de 18,06 milhões de patacas, valor que representa uma queda de cerca de 1,1 por cento por cento face ao ano passado, disse à Lusa a Direção dos Serviços de Turismo. As seis operadoras de jogo em Macau, parceiras principais do concurso, entraram com 18 milhões de patacas, sendo que o Governo contribuiu com 60 mil patacas, disse a mesma fonte à Lusa.

21 Ago 2025

Cooperação | Lisboa acolhe evento com 22 empresas chinesas

O Centro de Congressos de Lisboa será palco de um evento de promoção e cooperação económica entre a China e Portugal promovido pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM). O evento, intitulado “Sessão de Promoção de Cooperação Económica e Comercial Macau-Portugal” traz 22 empresas chinesas a Portugal. Mas Espanha está também na agenda

 

Portugal recebe já a 19 de Setembro um evento que visa aumentar a cooperação económica entre a China e a Península Ibérica. Isto porque o Centro de Congressos de Lisboa acolhe a “Sessão de Promoção de Cooperação Económica e Comercial Macau-Portugal”, evento integrado na “Missão Empresarial a Portugal e Espanha para Intercâmbio de Negócios”. Com organização do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM), conta com 22 empresas chinesas representadas nesta viagem, numa lista que ainda não está finalizada.

O evento do dia 19 de Setembro visa “apresentar o ambiente de negócios de Macau e vantagens da plataforma de serviços” para a cooperação comercial entre a China e países de língua portuguesa, bem como a apresentação “das vantagens da Zona de Cooperação Aprofundada” em Hengqin. Haverá também uma apresentação sobre “o ambiente de investimento e negócios de Portugal”, segundo o convite a que o HM teve acesso.

Por detrás da organização do evento em Lisboa, estão entidades que habitualmente fazem contactos comerciais com a China, como a Câmara de Comércio Luso-Chinesa, a Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa em Portugal, a Associação de Empresas Chinesas em Portugal, e ainda a Câmara de Comércio Portugal-China Pequenas e Médias Empresas (CCPC-PME).

Da “Big Health” à tecnologia

Algumas das empresas chinesas que integram esta comitiva operam na área da “Big Health” ou alta tecnologia, como é o caso da Zonson Smart Auto Corporation e a Guangzhou Baiyun Electric Equipment Co. Ltd, que se tem posicionado “como um dos fabricantes com a cadeia produtiva mais completa do sector na China”, tendo-se tornado, nos últimos anos, “um fornecedor importante de equipamentos e sistemas de controlo para projectos nacionais em redes eléctricas, transportes ferroviários, energias renováveis e grandes utilizadores finais”, é destacado no convite.

Já o Jointown Pharmaceutical Group, outra das empresas participantes, é apresentado como “um fornecedor de serviços integrados” na área da indústria farmacêutica, sendo considerado “pioneiro no sector da transformação e moderação do negócio da distribuição farmacêutica de um modelo tradicional para um modelo digital”.

Da cidade de Shenzhen desloca-se a Lisboa a MXW Device, e não faltará ainda a presença da empresa Guangzhou Metro Group Co. Ltd, que está ligada a diversos projectos de linhas ferroviárias e esteve envolvida, através de um contrato de gestão e consultoria técnica, ao Metro Ligeiro de Macau.

Segundo a mesma informação, “o grupo opera actualmente uma rede de transporte ferroviário com cerca de 1.238 quilómetros”, incluindo 705,1 quilómetros de rede de metro local, em Guangzhou, e 338,3 quilómetros de caminhos-de-ferro interurbanos. Em termos de projectos internacionais, destaca-se a Linha Laranja de Lahore no Paquistão e a Linha 6 do Metro de Changsha.

As empresas portuguesas participantes, onde se contam 15 associadas da Associação dos Amigos da Nova Rota da Seda, podem agendar reuniões para possíveis acordos ou parcerias de negócios.

21 Ago 2025

Fado | Grupo de Medicina do Porto faz périplo pelo Oriente

O Grupo de Fados de Medicina do Porto, criado por alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1992, vai dar um espectáculo em Macau, na Fundação Rui Cunha, na próxima segunda-feira, 25. Porém, o chamado “Fado de Coimbra” e outras canções vão fazer-se ouvir a Oriente, nomeadamente em Hong Kong e Banguecoque

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) recebe, na próxima segunda-feira, o espectáculo do Grupo de Fados de Medicina do Porto a partir das 20h, naquele que promete ser uma noite cheia de sonoridades bem portuguesas, onde o chamado “Fado de Coimbra” e a guitarra portuguesa estarão em destaque.

Porém, o espectáculo que o grupo irá protagonizar em Macau será apenas um de três na Ásia. Isto porque os estudantes de Medicina levam as guitarras e os trajes negros para Hong Kong e Banguecoque, sem esquecer também uma passagem por Helsínquia. O primeiro destes concertos aconteceu dia 18, terminando este périplo musical no dia 29 deste mês.

Segundo a página do grupo na rede social Facebook, esta série de espectáculos será “uma ponte entre continentes, entre culturas e memórias”, tendo o grupo “um enorme entusiasmo” por poder tocar em lugares tão distantes e distintos da cidade do Porto, onde estudam.

“Com o Espírito Académico a ressoar em cada canção tocada, atravessaremos continentes a fim de partilhar o Fado-Canção Coimbrã com as Comunidades Portuguesas que nos vão acolher e que, mesmo a milhares de quilómetros de distância, continuam a comungar connosco do gosto pela Cultura e Tradição do seu país”, lê-se na mesma publicação.

O grupo promete fazer-se guiar “pelo desejo de levar um pouco de casa a quem está longe e de aproveitar tudo o que estas paragens têm para nos oferecer”. Todos os concertos prometem ser “uma aventura, onde as histórias prometem ficar gravadas na memória”.

Canções entre estudos

O Grupo de Fados de Medicina do Porto foi criado em 1992 por estudantes desse curso da Universidade do Porto, tendo a formação mantido o chamado espírito académico e espalhado este tipo de música em vários locais.

A ideia original por detrás da formação do grupo foi “enriquecer a experiência académica e perpetuar essa tradição através da performance da mais bonita música portuguesa, o Fado Académico”.

Ao formar este grupo de fados, marcado por “melodias cantadas e acordes tocados”, acabaram por se reunir “os valores da vida académica”, bem como “celebrar não apenas o Fado de Coimbra e a música portuguesa em geral, mas também o espírito que une todos aqueles que encontram nela uma expressão da sua identidade”.

Num país onde os estudantes universitários habitualmente andam com um traje negro e formam grupos musicais em contexto académico, em cidades como Coimbra, Lisboa, Porto ou Braga, o Grupo de Fados de Medicina do Porto é hoje “um dos grupos de Fados com a mais longa história na Academia do Porto”.

“Ao longo dos anos e através das gerações, o grupo tem orgulhosamente mantido vivo o legado da Canção de Estudante, expresso pela sua participação em Serenatas Monumentais, Noites de Fado, Galas de Aniversário e muitos outros eventos que reflectem a nossa paixão e dedicação à arte musical. Para além disso, temos visitado comunidades portuguesas no estrangeiro, com o objetivo de interagir em momentos de partilha mútua”, é referido numa nota oficial sobre a digressão do grupo, que já passou por locais como os EUA, a Suíça, Luxemburgo, Alemanha ou França, entre outros destinos.

20 Ago 2025

Inundações | Pedida maior supervisão de redes de drenagem

O deputado Nick Lei interpelou o Governo sobre a necessidade de fiscalizar melhor as canalizações e sistemas de drenagem subterrâneos tendo em conta as inundações que ocorreram nos últimos dias em algumas zonas baixas do território. Nick Lei afirma também que devem ser criadas directrizes laborais por causa das chuvas

 

As chuvas intensas registadas em Macau na última semana, aquando da passagem da tempestade “Podul”, causaram muitas inundações nas zonas baixas do território, revelando novamente o problema dos sistemas de drenagem. Para o deputado Nick Lei, cabe ao Governo aumentar a fiscalização das canalizações subterrâneas e demais infra-estruturas de drenagem por constituírem “pontos negros” causadores de inundações.

O deputado ligado à comunidade de Fujian recordou as inundações registadas em várias zonas baixas, como no Caminho das Hortas, Avenida Wai Long, zona de Chun Su Mei, Rua da Ponte Negra na Taipa, Rotunda da Seac Pai Van e a vila de Coloane.

“O problema das inundações nas zonas antigas da Taipa sempre incomodou os residentes e ainda não foi resolvido. As inundações provocadas pelas chuvas intensas mostram que há falhas nas medidas de drenagem e que as mesmas devem ser resolvidas de forma urgente e com respostas”, defendeu numa interpelação escrita entregue ao Governo.

Por esta razão, Nick Lei quer saber quais as medidas de que o Governo dispõe para lidar com esta questão, numa altura em que a Estação Elevatória de Águas Pluviais na Taipa ainda está a ser alvo de planeamento. “Será que o Governo pode analisar e melhorar o sistema de drenagem e canalizações subterrâneas, incluindo nas zonas antigas da Taipa, para que se possa melhorar a capacidade de resposta do sistema?”, questionou.

O deputado lembrou as informações fornecidas pelas autoridades quanto à falta de instalações de drenagem em algumas zonas, o que constituiu a causa principal para as inundações, bem como o excesso de água acumulada em terrenos vazios ou estaleiros de obras, o que fez com que muita dessa água das chuvas tenha ido parar às estradas. Daí o deputado pedir uma inspecção geral ao sistema de drenagem em terrenos não desenvolvidos e dos estaleiros de obras de construção.

Chuvas e queixas

Nick Lei referiu ainda na sua interpelação que recebeu queixas de residentes sobre o facto de terem recebido avisos quanto a eventuais cortes salariais ou mesmo nas férias anuais caso não chegassem a horas ao emprego, ou não conseguissem deslocar-se para o trabalho, nos dias de chuva intensa.

Para o deputado, tal deve-se ao facto de a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais ainda não ter elaborado as instruções sobre o horário de trabalho em dias ou períodos de chuvas intensas. A actual lei laboral prevê ausências de trabalho por justa causa, ou atrasos pontuais, em situações em que haja dificuldades dos trabalhadores ou em que haja suspensão de transportes públicos durante os fenómenos meteorológicos severos, mas Nick Lei argumenta que falta incluir o caso específico das chuvas.

“Será que o Governo pode ter como base a prática das regiões vizinhas e estudar a possibilidade de criar instruções de trabalho para a época das chuvas intensas?”, inquiriu.

20 Ago 2025

Salários | Macau ocupa 33.ª posição no ranking mundial

Com uma média salarial mensal de 17,873 patacas (mais de dois mil dólares americanos), Macau ocupa a 33.ª posição na lista dos salários mais elevados do mundo, composta por 197 países e regiões. Segundo o ranking da revista CEOWORLD, trata-se de uma subida de dois lugares

 

Dados mais recentes divulgados pela revista CEOWORLD, e relativos aos países e regiões com salários mais elevados, mostram que Macau subiu duas posições nos ordenados mais bem pagos, passando do 35.º lugar, em 2024, para o 33.º lugar este ano, com uma média salarial mensal de 17,873 patacas, o equivalente a 2,221 dólares americanos.

Os dados, que também são citados pelo portal Macao News, revelam que os habitantes de Macau ganham, porém, menos do que os de Hong Kong, que este ano aparece na 22.ª posição deste mesmo ranking, com um ordenado médio mensal de 3,177 dólares americanos. Mais abaixo,está a China, na 60.ª posição, e com um salário médio mensal de 1,229 dólares americanos. Por sua vez, a região de Taiwan situa-se na 41.ª posição, com um salário médio de 1,870 dólares americanos por mês.

No ranking intitulado “Países com os maiores e menores salários médios em 2025”, foram comparados os salários médios brutos mensais obtidos após o pagamento de impostos, destacando-se a Suíça com um ordenado de 8,218 dólares americanos. Segue-se o Luxemburgo, com 6,740 dólares americanos, os EUA, com 6,562 dólares, Islândia com 6,548. Da Ásia, surge Singapura em décimo lugar, com um ordenado médio mensal de 4,457 dólares americanos.

Quem te avisa

A análise da CEOWORLD dá conta de que, nesta contagem, sobressai o facto de “os empregos mais bem pagos se encontrarem nos sectores das finanças, seguros, electricidade, minérios, tecnologias da informação, retalho e educação”, sendo que áreas como “serviços administrativos, hotelaria e construção civil estão entre os sectores com piores remunerações”.

Os analistas chamam ainda a atenção para o factor inflação, já que “nos últimos anos muitas nações enfrentaram taxas de inflação elevadas que podem afectar significativamente o poder de compra”. Trata-se de uma inflação nascida “em grande parte da pandemia” e que trouxe “perturbações nas cadeias de abastecimento”.

A CEOWORLD destaca ainda os “riscos geopolíticos”, nomeadamente “o conflito Rússia-Ucrânia, as tarifas de Trump, a competição estratégica EUA-China, as tensões contínuas no Médio Oriente, os desafios geopolíticos entre Índia e China e a desaceleração económica da China”, que contribuem para “agravar estas questões, exacerbando crises energéticas e causando atrasos no fornecimento”. Não é esquecido o conflito na Faixa de Gaza, “que pode agravar ainda mais a situação”.

Espera-se ainda, nos próximos meses, “uma fase económica difícil, com várias previsões a indicar uma possível recessão”.

Citados aqui os melhores salários, importa destacar os países e regiões onde se ganha menos: a Palestina, região ainda não reconhecida como Estado, e que está no centro do conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas, está no fim da lista. Ali, ganha-se 104 dólares, em média, por mês.

20 Ago 2025

Cinema | Filme de Tracy Choi seleccionado para Festival de Busan

Tracy Choi, aclamada realizadora local desde a sua estreia com “Sisterhood”, conseguiu agora, pela primeira vez, colocar um filme seu num festival de cinema asiático de maior dimensão, nomeadamente na secção de competição “Vision Section” do Festival Internacional de Cinema de Busan. “Girlfriends”, um regresso ao elenco de “Sisterhood”, foi o filme escolhido

 

A carreira da realizadora local Tracy Choi soma e segue. Desta vez, acaba de ser anunciado que o seu mais recente filme, “Girlfriends”, foi pela primeira vez seleccionado para a prestigiada competição “Vision Section” na 30.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Busan, na Coreia do Sul, que decorre em Setembro. Além da selecção para competição, a exibição do filme em Busan constitui a sua estreia mundial, sendo que “Girlfriends” estreia em Macau, Hong Kong e Taiwan apenas no próximo ano.

“Girlfriends” é uma co-produção entre estas três regiões e retrata “a jornada de uma mulher desde a adolescência até à fase adulta através de três histórias de amor que se entrelaçam”, contando com actrizes como Jennifer Yu, Fish Liew, Natalie Hsu, Eliz Lau, Han Ning e Elizabeth Tang, todas elas nomeadas e premiadas pela indústria do cinema.

Citada por um comunicado oficial, Tracy Choi mostrou-se honrada pelo facto de o seu trabalho ter sido escolhido para integrar esta competição. “Girlfriends é um filme repleto de amor, e tanto o elenco como a equipa técnica dedicaram-se com total sinceridade a este projecto. Esperamos que esta história sobre três mulheres urbanas chegue a públicos de diferentes culturas”, disse.

Já Jennifer Yu disse estar muito contente por ter voltado a trabalhar com Fish Liew e com Tracy Choi oito anos depois. A actriz afirmou que a escolha de “Girlfriends” para o Festival de Cinema de Busan é “profundamente significativa”.

“Esta colaboração permite-nos transmitir mensagens importantes através do cinema, e esperamos que o público se conecte com o nosso trabalho”, revelou. Por sua vez, Fish Liew disse que este filme “representa mais do que um simples reencontro da equipa de ‘Sisterhood’, sendo um testemunho da nossa evolução como artistas”.

“O filme reflecte três etapas transformadoras da vida, e cada mulher envolvida, tanto em frente como atrás das câmaras, trouxe a sua própria jornada pessoal para este projecto”, destacou.

Nomes do cartaz

Segundo informação oficial do Festival de Cinema de Busan, Tracy Choi é descrita como sendo uma realizadora “activa tanto no documentário como no cinema narrativo”, estreando-se ao lado de nomes como Natalia Uvarova, nova realizadora oriunda do Cazaquistão que estreia “Malika”, e Tribeny Rai, vencedora do “NFDC Film Bazaar Work-In-Progress Lab”, que apresenta o filme “Shape of Momo”.

“Girlfriends” vai ser exibido ainda ao lado de “If On a Winter’s Night”, de Sanju Surendran, “aclamado [realizador] entre o documentário e a ficção”, e ainda Takashi Koyama, que deixou as produções mais comerciais para “depositar todo o seu espírito” num segundo projecto pessoal, intitulado “ALL GREENS”.

“Girlfriends” foi financiado na quarta edição do Programa de Apoio à Produção de Longas-Metragens coordenado pelo Instituto Cultural, tendo sido seleccionado para outros programas de financiamento de cinema asiáticos, como o “Taipei Golden Horse Film Project Promotion”, em 2023, e o “Hong Kong-Asia Film Financing Forum WIP Program”, no ano passado.

O Festival Internacional de Cinema de Busan foi criado em 1996 e desde então que se tem firmado como um dos mais importantes a nível mundial. No que diz respeito à secção “Vision Section” pretende reconhecer obras originais, constituindo uma “plataforma vital para o cinema independente coreano”. O evento decorre entre os dias 17 e 26 de Setembro.

20 Ago 2025

Cuidadores | Governo já investiu mais de 18 milhões de patacas

Em cinco anos de funcionamento do plano de subsídios a cuidadores foram atribuídas mais de 18 milhões de patacas a 310 cuidadores com idosos ou pessoas acamadas e doentes a cargo de forma permanente. Hon Wai, presidente do Instituto de Acção Social, destaca que as famílias podem ainda beneficiar de outros apoios

 

O que era provisório tornou-se definitivo, e em cinco anos foram atribuídas 18 milhões e 400 mil patacas a 310 cuidadores de idosos ou pessoas dependentes por doença ou incapacidade. São estes os dados relativos ao plano de subsídio para cuidadores, que desde Dezembro de 2023 é uma medida de apoio permanente e que começou, em Dezembro de 2020, por ser um “Projecto Piloto do Subsídio para Cuidadores”.

Os dados são do Instituto de Acção Social (IAS) e foram fornecidos pelo seu presidente, Hon Wai, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei.

Na mesma resposta, descreve-se que de entre os 310 beneficiários incluem-se “quatro tipos de pessoas que necessitam de cuidados continuados e intensivos de terceiros, prestados no domicílio, para o auto-cuidado e a vida quotidiana, especialmente aquelas que não recebem cuidados continuados em lares”.

Falamos de “acamados permanentes que estejam incapacitados de realizar acções como sentar ou levantar sem auxílio, pessoas com deficiência intelectual, pessoas com autismo ou com deficiência motora, com grau grave ou profundo, e incluindo aquelas que não têm grau [de gravidade] atribuído”.

Trata-se de um apoio dado a famílias mais vulneráveis, sendo que Hon Wai destacou que este é apenas um subsídio dos muitos atribuídos pelo Executivo. “O referido subsídio é apenas um de entre os vários subsídios em numerário que o Governo da RAEM atribui às famílias de cuidadores”, sendo que “as famílias elegíveis podem, ao mesmo tempo, beneficiar do subsídio para idosos, da pensão para idosos, do subsídio de invalidez, da pensão de invalidez e do programa de comparticipação nos cuidados de saúde, entre outras políticas”.

Políticas em estudo

Na sua interpelação, a deputada Ella Lei, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), questionou o Executivo sobre o planeamento das medidas de apoio à terceira idade ou na área da reabilitação. Hon Wai assegurou que os planos estão a ser elaborados.

“Neste momento, o Governo da RAEM está a planear os planos decenais relativos à próxima fase de acção para os serviços de apoio a idosos e de reabilitação”, pelo que será discutida e analisada “a optimização e o reforço dos diversos serviços de apoio aos cuidadores”.

O IAS diz ainda querer “promover a entreajuda na comunidade através da educação comunitária, assim como conjugar os esforços dos residentes, das instituições particulares e dos serviços públicos, no intuito de construir, em conjunto, uma sociedade amiga dos cuidadores e prestar apoio às famílias de cuidadores”.

20 Ago 2025

CCCM apresenta novos cursos em Setembro

Apesar da anunciada fusão do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) com a Fundação para a Ciência e Tecnologia e a Agência Nacional de Inovação, a agenda de cursos e actividades prossegue nesta entidade ligada a Macau.

Prova disso, é a realização, a partir de Setembro, de cursos de patuá, tradução criativa e de língua chinesa, cujas inscrições já estão abertas.

No caso do curso “Iniciação à Língua Patuá” esta será a terceira edição, realizando-se entre 15 de Setembro e 27 de Novembro. As 22 sessões serão ministradas por duas figuras que mais têm lutado pela preservação e manutenção deste crioulo macaense, nomeadamente Joaquim Ng Pereira e Raúl Leal Gaião. O primeiro é macaense, licenciado em Ciências da Comunicação e Cultura e mestre em Programação e Gestão Cultural, enquanto o segundo é investigador na área da linguística, sendo autor do Dicionário de Crioulo de Macau – Escrita de Adé em Patuá, publicado em 2019.

Segundo a descrição do curso, o patuá é “um crioulo macaense cuja matriz oral provém fundamentalmente do português”, mantendo “influências africanas, malaias e chinesas”. Assim, “pretende-se que o curso seja um conjunto de aulas vivas e que estimule pontes entre o Oriente e o Ocidente”.

Segue-se, a partir do dia 23 de Setembro, o curso de música “Cítara Chinesa (Gujin), com um programa constituído por oito sessões “onde serão estudadas a cultura inerente ao Gujin, a sua apreciação e prática do instrumento, desde as origens ao desenvolvimento, incluindo timbres, pautas e exercícios musicais”. Pretende ainda abordar-se “o contributo desta arte para a saúde e equilíbrio físico e mental, que os letrados souberam manter desde os tempos antigos, criando uma cultural oriental que chegou aos nossos dias”. A formação estará a cargo de Du Wanzhen, professora aposentada de chinês e estudiosa do Gujin, e ainda Ana Cristina Alves, responsável pelo sector educativo e de tradução no CCCM.

Contar de outra forma

A terceira oferta lectiva que começa em Setembro no CCCM é o curso de Tradução Criativa, ministrado por Ana Cristina Alves e António Graça de Abreu, tradutor de poesia chinesa já com várias obras editadas. O curso livre, que decorre entre 17 de Setembro e 5 de Novembro, visa “ensinar a traduzir do chinês para o português, e de português para chinês, com base em materiais literários e filosóficos já traduzidos ou a traduzir durante as várias sessões”.

Desta forma, os alunos “irão traduzir a analisar poemas e pequenos contos, como as colectâneas poéticas de António Graça de Abreu e textos clássicos de grandes sinólogos como Matteo Ricci”, que viveu entre os anos de 1552 e 1610.

19 Ago 2025

Concerto | Setembro traz Dear Jane a Macau

“Dearest Dear Jane Live 2025” é o nome do espectáculo da banda de Hong Kong que sobe ao palco do Galaxy Arena a 13 de Setembro. Eis a oportunidade para ouvir a batida rock de uma das bandas mais conhecidas do território vizinho, e que marca o 20.º aniversário do grupo na estrada

 

Há 20 anos que os Dear Jane espalham o rock de Hong Kong para o mundo. Chegou a vez de Macau sentir o resultado de anos de palcos e música. Isto porque 13 de Setembro é a data apontada para o concerto “Dearest Dear Jane Live 2025”, que decorre na Galaxy Arena, tratando-se de um espectáculo com o tema “Dearest”, como prova “das profundas conexões entre a banda e os fãs ao longo de duas décadas desde a estreia do grupo”.

A banda, composta por Tim, vocalista, Howie, guitarrista, Jackal, baixista e Nice, baterista, promete trazer a Macau todos os clássicos do grupo, nomeadamente “Never Be Alone”, “You&Me” e “Days Gone By”. Promete-se, por isso, “uma noite cheia de nostalgia e energia”.

A banda nasceu em 2003, sendo que Adam Diaz e Howie Yung já tinham pertencido antes a um outro projecto musical, chamado “Fuse”. Primeiro assinaram com a editora discográfica See Music Ltd, mas em 2011 conseguiram um contrato com a prestigiada Warner Music. O primeiro álbum foi lançado em 2006, intitulando-se “100”.

“Limerence” é o mais recente álbum dos Dear Jane, lançado em plena pandemia, 2020. Composto por faixas como “Last Record Store”, “Galactic Repairman”, “Can’t Keep Going On” ou ainda “Masked Love”, constitui mais uma prova da energia da banda ao fim de tantos anos de espectáculos e num panorama cada vez mais dominado pelo cantopop.

Vida longa

A permanência dos Dear Jane na cena musical de Hong Kong durante tantos anos motivou uma entrevista ao baixista Jackal Ng em 2022, que ao jornal South China Morning Post (SCMP) explicou alguns segredos para o sucesso e a continuidade do grupo.

“Depois de 20 anos juntos continuo a desfrutar do facto de me sentar com os meus colegas de banda, interagir com eles e podermos criar algo juntos. Tens de fazer música e tomar decisões com base naquilo que te faz feliz, e há que ser honesto como grupo”, disse.

A verdade é que desde que lançaram o primeiro disco, em 2006, que a banda se tem mantido no activo, e com sucesso. Outros trabalhos discográficos intitulam-se “XOXO”, lançado em 2009, “GAMMA”, de 2011, “Yellow Fever”, lançado em 2012, e depois uma edição especial “Dear Jane Special Edition” em 2014. Foram ainda lançados “Unavoidable”, em 2013 e, três anos depois, “101”.

Na mesma entrevista ao SCMP, Jackal Ng falou também na união que caracteriza o grupo desde o início. “E se apenas duas pessoas quiserem ser famosas? Será que todos querem o mesmo tipo de ganhos da música? Este é o tipo de coisas que tem de se saber desde o início. Temos sido abençoados pelo facto de estarmos alinhados naquilo que queremos fazer e isso salvou-nos de uma série de sofrimentos.”

Jackal Ng assumiu-se mesmo como o elemento agregador dos Dear Jane. “Toda a banda necessita de alguém que faça as coisas mais pequenas. Desde o primeiro dia que todos desempenharam o seu papel e isso não mudou. Eu sou um faz-tudo, e além de compor, sou aquele que executa os detalhes e as tarefas”, assumiu.

Esperemos para ver esta união e lição de longevidade musical em Setembro, no palco local da Galaxy Arena. Os bilhetes têm estado à venda nos últimos meses e custam entre 588 e 1288 dólares de Hong Kong.

19 Ago 2025

Imobiliário | Mais transacções no segundo trimestre

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que no primeiro trimestre deste ano foram transaccionadas 801 fracções autónomas destinadas a habitação, um aumento de mais 47 casas face ao trimestre anterior, por um valor total de 3,69 mil milhões de patacas, um aumento ligeiro de 0,2 por cento.

Deste grupo de vendas, 756 dizem respeito a fracções autónomas habitacionais de edifícios construídos, o que constitui um aumento trimestral de 17,4 por cento. Também neste segmento, o valor das transacções, de 3,48 mil milhões de patacas, aumentou 8,8 por cento entre o primeiro e segundo trimestre.

Mas se houve mais transacções de casas por um preço mais elevado, a verdade é que o preço médio por metro quadrado de área útil das fracções destinadas a habitação registou, entre o primeiro e segundo trimestre, uma quebra de 4,2 por cento. A DSEC revela que a maior quebra foi nas casas da Taipa, com o preço médio por metro quadrado a ser de 73.477 patacas, menos 6,5 por cento.

Por sua vez, em Coloane o preço médio subiu 9,5 por cento, para 83.741 patacas no segundo trimestre. O preço médio das fracções autónomas habitacionais de edifícios construídos situou-se em 68.093 patacas, menos 3,8 por cento em termos trimestrais.

19 Ago 2025

DSAT | Novas licenças colmatam saída de táxis azuis

Uma centena de licenças de táxis azuis expiram já no final do mês de Setembro, mas a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego acredita que as 500 novas licenças atribuídas em 2024 vão conseguir preencher esta lacuna. Isto numa altura em que não faltam vozes a afirmar que continua a ser bastante difícil apanhar um táxi em Macau

 

A Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) acredita que as 500 novas licenças de táxi que foram atribuídas no ano passado serão suficientes para colmatar a lacuna que o sector vai sofrer já no próximo mês. Segundo a TDM Rádio Macau, vão expirar, a 30 de Setembro, uma centena de licenças relativas aos chamados táxis azuis.

A DSAT diz que há 1.763 táxis a funcionar no território, mas persistem as vozes a referir que continua a faltar oferta deste tipo de transporte tendo em conta o aumento do número de turistas. Entretanto, o Governo encomendou um estudo a uma instituição académica a fim de analisar quantos táxis são necessários para o território.

Lam Chi Chiu, vice-presidente do Conselho Consultivo do Trânsito, apontou que se registou uma recuperação do número de visitantes e que os residentes se queixam frequentemente de que continua a ser difícil apanhar táxi nas horas de ponta. Para o responsável, a saída das ruas de 100 táxis azuis vai piorar ainda mais a situação.

Desta forma, o conselheiro sugere que o Governo avance com medidas concretas antes de avançar para a publicação do estudo, tal como a colocação de táxis em diferentes zonas, conforme a procura, ou ainda melhorar o processo de marcação de táxis através do sistema de terminal inteligente que existe dentro das viaturas.

Recuperação imediata

Já o presidente da Associação Geral de Condutores de Táxi de Macau, Tony Kuok, diz que é necessário cobrir de forma imediata esta lacuna de 100 táxis azuis, mas lembrou que o Governo só abre concursos para táxis de cor preta.

Tony Kuok considera que o Governo deve encontrar soluções para a saída das 100 licenças de táxis azuis, referindo que, com base nas experiências do passado, o tempo para novos táxis entrarem em funcionamento entre o concurso público para atribuir licenças e a operacionalidade demora, pelo menos, meio ano. Por isso, o dirigente associativo entende que o Executivo deve ponderar agora a melhor forma de resolver esta questão.

19 Ago 2025

Crime | Mata irmão e atira-se do prédio onde vivia

Um homem de 60 anos matou ontem o próprio irmão e atirou-se do prédio onde vivia. Segundo o jornal Ou Mun, o caso ocorreu no bairro do Fai Chi Kei, mais concretamente na Rua do Comandante João Belo, tendo a Polícia Judiciária (PJ) descrito que o crime terá ocorrido por disputas de dinheiro entre ambos que já duravam há vários anos.

A PJ avançou os detalhes do caso em conferência de imprensa, tendo explicado que tudo terá começado por volta do meio dia. O homem que se atirou do prédio e presumível autor do crime chegou ao prédio onde vivia acompanhado pelo filho, mas trancou este do lado de fora. Só depois é que o filho conseguiu ver, através da fresta da porta, um homem caído no chão da sala com sangue, tendo então chamado as autoridades. Quando os bombeiros e polícia chegaram ao local, o homem atirou-se da varanda do apartamento.

Segundo uma investigação preliminar por parte das autoridades, o irmão assassinado já estaria morto na sala há mais de 48 horas, tendo sido encontrada uma barra de metal usada para desentupir canos com manchas de sangue, pelo que se pensa que esta foi a arma do crime. Relativamente à potencial causa para o homicídio, a disputa entre ambos por questões de dinheiro, ainda não foram avançados mais detalhes.

19 Ago 2025

Guangdong | Pedidos mais detalhes sobre circulação além Hengqin

A deputada Wong Kit Cheng questiona as autoridades sobre o andamento do processo que irá permitir que carros de matrícula única de Macau em Hengqin possam circular em toda a província de Guangdong. Além disso, a responsável sugere que se realize uma única inspecção de viaturas por ano reconhecida por Macau e Guangdong

 

Wong Kit Cheng, deputada, pretende saber mais detalhes sobre o processo de permissão de circulação de viaturas de matrícula única de Macau em Hengqin em toda a província de Guangdong, algo que as autoridades garantiram que podia ser uma realidade no final deste ano. Porém, nada ainda foi anunciado de concreto.

Num comunicado enviado às redacções, a responsável entende que deve ser acelerado o processo burocrático a fim de permitir que mais carros possam circular em toda a província.

Wong Kit Cheng salientou que as autoridades de Macau e Guangdong têm avançado com a medida de forma ordenada, revendo o formato de gestão dos veículos com matrícula única. Além disso, tem sido promovida a criação de um sistema de informação de passagem fronteiriça da segunda linha, procurando que a política possa ser implementada este ano.

Por essa razão, a deputada, que é vice-presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau, sugere que o Governo anuncie mais detalhes destas políticas junto do público e com alguma antecedência, nomeadamente os processos de apreciação e aprovação dos condutores qualificados para conduzir neste sistema e informações relativas à passagem transfronteiriça de segunda linha. Tudo para que os condutores de Macau possam preparar a sua candidatura de forma atempada e para trazer uma maior conveniência à integração de Macau com Hengqin.

Melhores inspecções

Tendo em conta o aumento contínuo, nos últimos anos, do número de veículos transfronteiriços, Wong Kit Cheng diz que seria importante simplificar o processo de inspecção de viaturas entre Macau e o Interior da China, pois os condutores têm de se submeter a inspecções de ambos os lados da fronteira. Desta forma, defendeu a responsável, tal representa mais despesas para os condutores e perda de tempo, pois os critérios de inspecção são diferentes. Assim, a deputada sugere que se estude a possibilidade de se realizar uma única inspecção anual reconhecida por Macau e Guangdong.

Na mesma nota, a deputada também pede melhores instalações fronteiriças para uma melhor integração da RAEM em Hengqin. Wong Kit Cheng cita dados do posto fronteiriço de Hengqin onde se indica que de Janeiro ao dia 25 de Junho deste ano mais de um milhão de veículos com matrícula única de Macau usaram este posto, um aumento anual de 26 por cento.

Além disso, segundo a deputada, as autoridades de Hengqin estimam que o número possa atingir, pela primeira vez, os dois milhões já este ano. São também citadas queixas de condutores que usam com frequência o posto fronteiriço de Macau-Hengqin quanto aos engarrafamentos em hora de ponta.

Por esta razão, a deputada quer que o Governo continue a avaliar a capacidade de acolhimento de viaturas do posto, sugerindo a colocação de mais agentes de segurança, mais faixas de circulação para carros e uma melhor coordenação do fluxo de trânsito.

19 Ago 2025

IAM | Licenças para esplanadas estão de regresso

O Instituto para os Assuntos Municipais aceita, desde sexta-feira e a título experimental, novos pedidos de licença para esplanadas. Porém, estas só podem funcionar no período diurno, devendo encerrar às 21h e podendo abrir às 9h do dia seguinte. Responsáveis do sector da restauração aplaudem a medida

 

Depois de uma reunião com a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) decidiu mesmo voltar a emitir licenças para esplanadas, um processo que estava suspenso desde 2009.

O pedido de licenças, a título experimental, pode ser feito desde a última sexta-feira, 15. Porém, há muitas regras a cumprir por parte destes estabelecimentos de restauração ou bares, a começar pelo facto de as esplanadas não poderem funcionar durante a noite. Inclui-se “a proibição do funcionamento das esplanadas entre as 21h e as 9h do dia seguinte”, tendo em conta “a situação das esplanadas do Anim’Arte Nam Van ou Pátio do Comandante Mata e Oliveira”.

Além disso, não podem ser colocados “altifalantes ou outros equipamentos semelhantes que emitam som na área das esplanadas”, tendo em conta a lei de prevenção e controlo do ruído ambiental, descreve o IAM numa nota.

Cabe aos donos dos estabelecimentos “manter a limpeza e higiene da esplanada e do espaço circundante, limpando periodicamente a respectiva área durante o período de funcionamento e arranjando imediatamente o local após a utilização diária”. Devem ser removidas “manchas do chão e retirar imediatamente todos os objectos do local após o encerramento diário” das esplanadas. Há, inclusivamente, regras para o tamanho das mesas e cadeiras a colocar na rua, tendo um custo de 1.200 patacas por cada metro quadrado de espaço que ocupem.

Sector dá os parabéns

Há 16 anos que o IAM não atribuía novas licenças de esplanadas, e agora pretende voltar a fazê-lo “no intuito de optimizar o ambiente de negócios das pequenas e médias empresas de Macau” e depois de “auscultar as opiniões do sector”. Porém, para avançar nesta decisão, foram tidos em conta “diversos factores como o equilíbrio entre o ambiente comunitário e vida da população”.

Tendo em conta que este é um período experimental de emissão de licenças, o IAM promete “monitorizar constantemente a eficácia, criando condições favoráveis para revitalizar a economia comunitária”.

Entretanto, os deputados Ngan Iek Hang, Cheung Kin Chung, e alguns conselheiros mostraram-se a favor desta medida, dizendo que a criação de mais esplanadas pode enriquecer as características do turismo de Macau.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Cheung Kin Chung elogiou que a medida não só enriquece a indústria do turismo cultural de Macau, mas também incentiva a revitalização económica dos bairros comunitários, constituindo-se mais um apoio e motivo de esperança para o sector do turismo.

Já Ngan Iek Hang disse que devem ser feitas orientações mais claras, devendo haver uma comunicação mais estreita com o sector. O deputado, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau, alertou ainda que deve ser reforçado o mecanismo de supervisão, a fim de garantir que não há a violação das novas regras das esplanadas, no tocante ao barulho e limpeza dos espaços.

Por seu turno, o membro do Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais, Lei Chong In, elogiou que o formato de esplanada é muito popular no interior da China e países estrangeiros, sendo não apenas espaços de restauração, mas também de turismo cultural.

17 Ago 2025

AMCM | Registado novo crescimento de pagamentos móveis

Dados oficiais da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) descrevem a continuidade do crescimento de pagamentos feitos através de diversas plataformas móveis locais no segundo trimestre deste ano.

O aumento foi de 8,4 por cento face ao trimestre anterior, tendo sido registadas 98 milhões de transacções com o montante de 8,1 mil milhões de patacas. O aumento do montante foi de 2,3 por cento face ao primeiro trimestre do ano. Em média, cada pessoa pagou quase 83 patacas por cada transacção.

Relativamente aos cartões de crédito, até final de Junho o montante atribuído pelos bancos a este tipo de produto foi de 50,3 mil milhões de patacas, mais 0,5 por cento face ao trimestre anterior. O saldo das dívidas foi, no segundo trimestre, de 2,8 mil milhões de patacas, sendo que o saldo de dívidas com prazos estendidos pelos bancos foi de 741,1 milhões, correspondente a 26,9 por cento.

Além disso, o rácio de débito não pago, medido com base no rácio de valores em mora por mais de três meses contra o saldo das dívidas, cifrou-se em 2,8 por cento, ou seja, diminuiu 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

17 Ago 2025

Jornalismo | Ron Lam deixa de escrever opinião para o Son Pou

O deputado Ron Lam decidiu deixar de escrever opinião para o jornal Son Pou, algo que fazia desde 2017. Esta decisão surge depois de ter anunciado o fim do podcast da Associação Sinergia de Macau, a que pertence, e foi tema da última crónica publicada na edição do semanário Son Pou da última semana.

Ron Lam disse que está numa fase em que necessita mudar de carreira, sendo, por isso, “hora de acabar com esta coluna”. O deputado também explicou que a coluna de opinião funcionava como uma espécie de registo do seu trabalho político, em que analisava diversas políticas e medidas do Executivo segundo a sua perspectiva.

O responsável adiantou que, nos últimos tempos, os artigos de opinião deixaram de estar em voga, sendo substituídos pela proliferação de vídeos de curta duração nas redes sociais, enfraquecimento dos media mais tradicionais ou a explosão da informação. Porém, Ron Lam sempre quis documentar a história e contexto para algumas políticas do Governo, além de explicar vantagens e desvantagens, para que o público interessado pudesse conhecer os aspectos gerais de alguns assuntos mais específicos.

17 Ago 2025

Albergue SCM | Obras de Susana Gaudêncio e Carla Castiajo em exposição

“Aqueles Que Nos Querem Falar” é o nome da nova mostra do Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) protagonizada pela artista portuguesa Susana Gaudêncio, que se junta a Carla Castiajo. Ambas apresentam uma mostra com diversas expressões artísticas, que vão do vídeo à instalação, para nos mostrar mensagens e perspectivas de pensamento em silêncio

 

E se falássemos sem, de facto, falar? E se recorrêssemos a outros modos de comunicar onde não se usa a palavra ou o gesto, mas sim a ferramenta, a estrutura, para transmitir diversos pensamentos e ideias? Esta pode ser a ideia por detrás da exposição “Aqueles Que Nos Querem Falar”, da autoria das artistas Susana Gaudêncio e Carla Castiajo, e que se apresenta na próxima semana, dia 20, no Albergue SCM – Santa Casa da Misericórdia. A inauguração decorre a partir das 18h30, sendo que a exposição fica patente até ao dia 30 de Setembro na Galeria A2 do Albergue.

A curadoria está a cargo de Mafalda Santos e aqui se verifica o trabalho destas duas artistas que recorrem “ao vídeo, animação, escultura e instalação como meios de expressão, continuando uma narrativa onde a linguagem se cala, permitindo que o cintilar das imagens, o peso das pedras e a textura do cabelo se tornem novas letras”, refere o comunicado do Albergue SCM sobre a nova mostra.

Nestas criações, transmitem-se, assim, “pensamentos e perspectivas no silêncio, interpretando-se camadas e ressonâncias do ‘não verbal'”, acrescenta-se. Mafalda Santos descreve, no texto de curadoria que acompanha a exposição, que se trata aqui de uma junção de trabalhos artísticos “em que o gesto e a matéria se entrelaçam para invocar forças invisíveis, discursos não-ditos e dispositivos de sedução e resistência”.

Diversas práticas

Para Mafalda Santos, “as práticas de Susana Gaudêncio e Carla Castiajo desenvolvem-se a partir de investigações artísticas que cruzam pensamento crítico, gesto simbólico e experimentação material”, sendo que Susana Gaudêncio, que também é docente de arte na Universidade do Minho, “explora o legado histórico de conceitos como utopia, heterotopia e cidade, activando imagens e narrativas com forte carga política e poética”.

Por sua vez, Carla Castiajo “foca-se na potência simbólica dos materiais — em especial o cabelo humano — para construir objectos que evocam o corpo, a memória e o desejo, num território entre o ritual e o íntimo”. Esta artista opta por “partir do corpo para criar objectos de forte carga sensorial e simbólica”, nomeadamente cabelo humano, que é usado como “matéria, veículo de identidade, desejo e tabu”, construindo, dessa forma, “peças que oscilam entre a joalharia expandida e a escultura”. São uma espécie de “objectos íntimos e inquietantes, dotados de uma presença ambígua, que nos podem remeter para os objectos rituais africanos, fetiches, utilizados para propósitos como protecção, cura, adivinhação e comunicação com o mundo espiritual”.

Uma das peças presentes nesta mostra do Albergue SCM intitula-se “Abracadabra”, onde Susana Gaudêncio “explora a tensão entre a expressão política e a sua dimensão encenada, revelando o potencial encantatório da linguagem e da imagem como instrumentos de persuasão”.

Esta é uma peça que varia entre a escultura e a vídeo-animação, evocando-se “o gesto como inscrição e inscrição como encantamento”, com “discursos políticos são apropriados, redesenhados e devolvidos ao espectador como imagens que oscilam entre o real e o ritual”.

Há depois a instalação “Duelo-Dilema”, que é composta por 65 esculturas em gesso, com ligação “às letras do poema mágico ‘Abracadabra'”, onde se reencena “a escrita como acto performativo, uma coreografia de formas que evocam símbolos arcaicos, seres orgânicos e signos perdidos”.

Para Mafalda Santos, o conjunto das obras das duas artistas “propõem formas de escuta e manifestação, um espaço de comunicação sensível, lugar de fronteira entre o visível e o oculto, entre o gesto e a presença, entre a evocação a e interpelação”.

Susana Gaudêncio licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, sendo também mestre em Belas Artes pelo Hunter College – City University of New York. É ainda doutorada em Belas Artes, ramo multimédia e audiovisuais, tendo como áreas de interesse, para criar, as “máquinas de imaginar” ou os conceitos de utopia, heterotopia e distopia.

Carla Castiajo tem também formação académica na área das artes, tendo feito o doutoramento em 2016 na Estonian Academy of Arts, onde desenvolveu um projecto artístico e de investigação intitulado “Purity or Promiscuity? Exploring Hair as Raw Material in Jewellery and Art”, onde explora, precisamente, a possibilidade de o cabelo humano ser usado como material artístico e a sua interconexão com as áreas da arte e da joalharia. Carla Castiajo estudou ainda na Suécia e licenciou-se em Arte e Design na Escola Superior de Arte e Design de Matosinhos, Portugal.

15 Ago 2025

SS | Mais de 120 mil inspecções a álcool e tabaco em seis meses

Os inspectores dos Serviços de Saúde (SS) realizaram, em seis meses, ou seja, entre Janeiro e Junho deste ano, um total de 123.085 inspecções a estabelecimentos nocturnos a fim de verificar o cumprimento da lei nos consumos de álcool e tabaco. Os dados estatísticos ontem divulgados mostram que foram detectados 2.748 casos infractores.

No combate ao tabaco foram detectados 2.529 situações de fumo ilegal, 127 casos de transporte de cigarros electrónicos entre fronteiras, bem como 81 casos suspeitos de violação do Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo.

No que concerne ao tipo de estabelecimento com maior número de casos de pessoas a fumar em locais proibidos, os casinos foram os que registaram, no total, 480 casos, representando uma fatia de 19 por cento, seguindo-se os estabelecimentos de restauração, 368 casos, 14,6 por cento dos casos. Os casos ocorridos em jardins ou zonas de lazer surgem em terceiro lugar, com 229 casos ocorridos, 9,1 por cento.

A Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos, em colaboração com os SS, realizaram 429 inspecções em casinos, tendo detectado 480 casos de pessoas a fumar em locais proibidos. Quanto ao controlo do consumo de bebidas alcoólicas, entre Janeiro e Junho de 2025, registaram-se 11 casos suspeitos de violação do Regime de Prevenção e Controlo do Consumo de Bebidas Alcoólicas por Menores, sendo que três desses casos envolveram a venda ou a disponibilização de bebidas alcoólicas a menores.

15 Ago 2025

Ron Lam | Último episódio do podcast destacou falta de respostas do Governo

O último episódio do podcast realizado pela Associação Sinergia de Macau, dirigida pelo ainda deputado Ron Lam, foi gravado esta quarta-feira à noite e destacou a ausência de respostas do Executivo para com a população. O projecto, que durou oito anos, chegou ao fim, com Ron Lam a admitir cansaço

 

Há oito anos que a Associação Sinergia de Macau, cujo vice-presidente é o deputado Ron Lam, divulgava ideias políticas através de um podcast semanal. Porém, isso acabou, tendo sido gravado esta quarta-feira o último episódio.

Uma das ideias deixadas por Ron Lam foi, precisamente, a ausência de respostas do Governo para com a população, temendo-se que se continuem a ignorar as vozes da sociedade.

O responsável frisou que a Sinergia de Macau fez várias propostas ao longo dos anos para diversos problemas do território, mas que o Governo nunca aceitou ou ouviu essas ideias. “Fizemos todos os esforços para apresentar sugestões concretas e algumas são esperadas pela população. Porque é que os jovens estão confusos em relação ao futuro? Porque é que as percepções da sociedade estão em baixa? Estes assuntos têm de ser enfrentados pelo Governo, para que os possa resolver”, disse Ron Lam.

Um dos casos descritos no último episódio do podcast diz respeito ao urbanismo, nomeadamente o projecto do viaduto entre Zona A e Zona B dos Novos Aterros Urbanos. “Em meados do ano passado começámos a falar sobre isso, a colocar questões sobre o viaduto, mas o Governo sempre disse que o viaduto não ia ser como um edifício. Depois, o projecto acabou por ser suspenso por exigência da UNESCO”, acrescentou.

Sem regresso

Johnson Ian, ex-jornalista e presidente da associação, recordou que, olhando em perspectiva, muitos dos problemas apontados em oito anos de podcast não foram resolvidos. “Os temas foram sempre discutidos, nomeadamente as questões da habitação. O segundo tema mais discutido foi o metro ligeiro. Há oito anos discutimos, e agora continuamos a fazê-lo”, frisou.

Os intervenientes disseram que o podcast surgiu como uma forma de explicar as políticas do Governo e demais notícias de forma detalhada aos ouvintes, além de ter sido uma ferramenta para preparar as eleições à Assembleia Legislativa (AL) de 2017.

No último episódio Ron Lam foi ainda questionado por um ouvinte sobre um possível regresso à política através da Federação das Associações dos Operários de Macau, a que pertenceu antes de criar a Associação Sinergia de Macau, para recuperar a qualificação como candidato. Mas este afastou essa possibilidade.

“Não vou pensar numa candidatura à AL nos próximos tempos. Para mim, o papel do deputado é uma ferramenta em prol da mudança, e quando esta ferramenta não pode ser usada, deixa de ser um objectivo.”

Ron Lam disse ainda que estabeleceu para si o limite máximo de três legislaturas no trabalho como deputado, recordando que está na política desde 2010. Agora parece ser altura de deixar o palco. “Estou cansado e preciso do tempo para respirar,” revelou.

15 Ago 2025