1ª Feira de comércio em Díli atrai investimentos de Macau e China

Díli, capital de Timor-Leste, prepara-se para receber a primeira edição da Feira Internacional de Comércio de Díli, que contará com 19 empresários de Macau. A informação consta numa nota divulgada pelo Fórum Macau, assinada por António Ramos da Silva, delegado do país junto do secretariado permanente do Fórum Macau.

O evento, que acontece entre os dias 28 de Agosto e 1 de Setembro, é o primeiro desta natureza a decorrer no país e “pretende atrair mais investidores da Grande Baía (Guangdong-Hong Kong- Macau) e empresários de todos os sectores, desde comércio, prestação de serviços, instituições financeiras e banca”. Macau participa com uma delegação de 19 empresários, organizada pelo Instituto de Promoção do Investimento e Comércio (IPIM), enquanto a China envia uma delegação de 14 empresários de diversas regiões, organizada pela Associação da Indústria Aroma Natural China Macau.

Café e companhia

Segundo a mesma nota, “durante o evento as empresas de Macau e Guangdong vão assinar protocolos de cooperação e contratos de compra e venda com empresas de Timor-Leste” em áreas como a produção de café e mariscos ou a construção civil, entre outras. Um dos exemplos destacados é o contrato entre a Macau Coffee, Companhia Limitada e a Timor Global, empresa distribuidora de café em Timor-Leste, que terá o valor global de 808,800.00 dólares americanos.

Já a empresa Água Nova de Timor (Macau) vai assinar um acordo com o Ministério da Educação de Timor-Leste “para instalação de máquinas de água potável nas escolas públicas” do país, lê-se ainda. Outro destaque é o acordo assinado neste evento entre o grupo de construção civil TOP Builder, Macau e o Huafa Group, de Zhuhai, “para participar no desenvolvimento das infraestruturas em Timor-Leste”.

António Ramos da Silva destaca também que da zona da Grande Baía são esperados investimentos em Timor-Leste, nomeadamente o investimento do Caizi Group em parceria com Leong Iu Kau, do grupo Zhuhai Deguang Electronic Products Factory Co,Ltd. A mesma nota dá conta que em Janeiro deste ano o Caizi Group “assinou um pré-acordo de investimento com o delegado de Timor-Leste [do Fórum Macau] num montante total de investimento de cerca de mil milhões de dólares americanos, e que se divide em várias fases”. Pretende construir “resorts integrados, fábricas de manufacturas para a construção civil e outras indústrias”, é referido.

15 Ago 2025

MNE da China em Macau critica relatório de Direitos Humanos dos EUA

O Gabinete do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China em Macau emitiu ontem uma nota onde deixa duras críticas ao Relatório dos Direitos Humanos dos EUA relativo a 2024, e que foi lançado esta terça-feira.

“Opomo-nos firmemente à interferência dos EUA nos assuntos de Macau”, começa por dizer a nota, que refere ainda que as autoridades norte-americanas “ignoram factos, criam problemas onde não existem e atacam o panorama dos direitos humanos em Macau, interferindo nos assuntos de Macau e nos assuntos internos da China”, pelo que expressam uma “forte insatisfação e uma resoluta oposição” ao conteúdo do referido relatório.

O relatório em questão deixa vários alertas sobre o que considera ser uma redução da liberdade de imprensa e de expressão no território. “Não houve alterações significativas na situação dos direitos humanos em Macau durante o ano. As questões de direitos humanos mais significativas dizem respeito a relatos credíveis de restrições sérias à liberdade de expressão e de informação, incluindo censura”, pode ler-se. São citadas críticas públicas feitos pela Associação de Jornalistas de Macau e o episódio ocorrido em Junho do ano passado, quando o ex-deputado Au Kam San deixou de escrever opinião para um jornal local ao fim de 35 anos de actividade como cronista.

Um bom princípio

Na nota emitida pelo MNE chinês, defende-se que Macau tem constituído um bom exemplo da aplicação do princípio de “um país, dois sistemas”, o qual “alcançou conquistas reconhecidas” tendo sido “melhorado o sistema democrático”, enquanto que “o desenvolvimento económico [do território] deu um salto histórico”.

Desta forma, Pequim considera que, nestes 25 anos em que vigora este princípio na RAEM, “a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, bem como os direitos laborais, foram totalmente protegidos por lei, sendo a sociedade harmoniosa e estável”.

O mesmo comunicado do MNE defende a importância da Lei de Segurança Nacional de Macau, que deverá proporcionar, na sua visão, “garantias mais sólidas para a implementação bem-sucedida” do referido princípio, garantindo ainda “a prosperidade e estabilidade de Macau a longo prazo”.

Pequim volta assim, a pedir aos EUA que “respeite factos objectivos e que pare imediatamente de caluniar e difamar a situação dos direitos humanos em Macau”.

14 Ago 2025

Fotografia | Exposição sobre Soong Ching-ling para ver em Hong Kong

O Hong Kong Fringe Club acolhe este mês uma exposição de fotografia dedicada a Soong Ching-ling, a mulher que foi vice-presidente da República Popular da China e casada com Sun Yat-sen, o grande revolucionário republicano. “China is Unconquerable — A Photography Exhibition: Soong Ching Ling in the Chinese People’s War of Resistance Against Japanese Aggression and the World Anti-Fascist War” é o nome da mostra

 

No ano em que passam 80 anos sobre a vitória da China sobre a invasão japonesa em contexto da II Guerra Mundial, o Hong Kong Fringe Club apresenta uma exposição de fotografia que conta parte dessa história na figura de Soong Chi-ling. A mostra chama-se “China is Unconquerable — A Photography Exhibition: Soong Ching-ling in the Chinese People’s War of Resistance Against Japanese Aggression and the World Anti-Fascist War” e está patente numa das galerias do Fringe Club entre os dias 21 e 24 de Agosto.

Soong Chi-ling foi uma das três irmãs Soong, um núcleo familiar bastante importante no início do século XX na China pelo poder financeiro da família e pelas ligações aos nacionalistas. Soong Chi-ling foi casada com Sun Yat-sen, considerado o pai da China moderna e um dos grandes participantes e estrategas da revolução republicana de 1911, mas anos mais tarde aderiu ao comunismo, tornando-se vice-presidente da República Popular da China.

A ideia desta exposição é, como o nome indica, lembrar os 80 anos da vitória dos chineses sobre os japoneses no contexto da II Guerra Mundial, uma ocupação que gerou uma enorme vaga de refugiados oriundos do sul da China com destino a Macau e Hong Kong. A Guerra Sino-Japonesa, que decorreu entre os anos de 1937 e 1945, ficou também conhecida como a “Guerra da Resistência Contra a Agressão Japonesa”.

“Esta exposição vai reproduzir vividamente as grandes contribuições de Soong Ching-ling durante a Guerra da Resistência Chinesa Contra a Agressão Japonesa através de detalhadas imagens e materiais”, lê-se na descrição da exposição nas redes sociais.

Do contra

A vida das irmãs Soong esteve tão interligada aos movimentos políticos e sociais que marcaram a China dos primórdios do século XX que deu mesmo origem a um livro. Jung Chang escreveu “As Irmãs Soong: a Mais Velha, a Mais Nova e a Vermelha – As três mulheres que marcaram a China do século XX”, obra editada em Portugal, e que conta precisamente o percurso diferenciador feito por Soong Ching-ling, que casou ainda jovem, com apenas 26 anos, com Sun Yat-sen, sendo a sua segunda esposa. Dele ficou viúva, ganhando dessa forma um estatuto próprio na China republicana e mesmo depois na China comunista, já depois de 1949.

Soong Ching-ling nasceu em Xangai em 1893, e faleceu em Pequim em 1981, tendo estudado nos EUA como todas as irmãs. Numa primeira fase, apoiou o partido Kuomitang, mas depois voltou-se para o comunismo, tendo vivido durante dois anos na então União Soviética. Jung Chang descreve-a na obra biográfica como sendo a “irmã vermelha”, por ser a única que seguiu este caminho político.

No contexto da defesa do território chinês contra a invasão e ocupação japonesas, Soong Ching-ling organizou a Liga de Defesa Chinesa, onde realizou trabalho social e de apoio médico aos mais necessitados, sobretudo nas zonas do país controladas pelo Partido Comunista Chinês. No livro de Jung Chang descreve-se como a adesão de Soong Ching-ling ao comunismo a afastou da família, que se manteve sempre ligada aos ideais nacionalistas, até porque a irmã, Soong Mei-ling, estava casada com Chiang Kai-shek, líder do Kuomitang.

14 Ago 2025

Trânsito | Associação alerta para pouca consciência cívica

Lai Vai Kok, presidente da Associação de Instrutores de Condução de Automóveis de Macau defendeu ontem, no programa matinal de rádio Fórum Macau, que é necessário aumentar o civismo dos condutores para que haja, no território, maior segurança na estrada. Só no ano passado, os acidentes de viação aumentaram 10 por cento

 

Um recente acidente de viação que vitimou fatalmente vários jovens, incluindo Leon Ng Lai Teng, extremo direito da selecção de futebol de Macau, com apenas 20 anos, levou ontem ao debate sobre segurança rodoviária no programa matinal Fórum Macau, no canal chinês da Rádio Macau.

Nesta conversa, o presidente da Associação de Instrutores de Condução de Automóveis de Macau, Lai Vai Kok, diz que é necessário aumentar a consciência cívica dos condutores em prol de uma forma de conduzir mais segura e de acordo com o cumprimento da lei. E deu exemplos.

“Muitos condutores não circulam na faixa da esquerda, usando tanto as faixas da esquerda como da direita. Mas, de facto, a faixa da direita deve ser usada para a ultrapassagem de veículos. Os condutores precisam também de manter uma velocidade estável e alguma distância segura em relação ao veículo da frente, para que os veículos não estejam demasiado perto uns dos outros”, disse.

Lai Vai Kok adiantou que os exames de condução em Macau são feitos de forma rigorosa, defendendo o aumento das multas para que haja uma condução mais prudente. Quanto às melhorias que o Governo pode implementar, Lai Vai Kok apontou que muitos dos condutores com carta de condução recente aguardam aulas adicionais para poderem ter outras experiências além das aulas.

“Procuramos que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) possa implementar um curso com um nível mais avançado, para que os alunos possam aprender a conduzir noutro tipo de situações rodoviárias. Há muitos alunos com esta necessidade”, defendeu.

Pedidos mais testes

No debate da rádio, participou também Ku Heng Cheong, vice-presidente da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau. Este disse concordar com a forma actual de fazer exames de condução, que considera terem critérios rigorosos, mas espera que a DSAT possa realizar uma maior diversidade de testes.

“O actual exame de condução não consegue simular uma situação real. Em algumas regiões há cursos que incluem conhecimentos sobre a manutenção do veículo ou uma condução mais defensiva, e em Macau esses conteúdos não estão incluídos no actual exame. Os alunos, quando começam a conduzir, precisam de ter este tipo de conhecimentos”, concluiu.

Tendo em conta as muitas disputas que existem entre condutores, nas estradas, Ku Heng Cheong considera que Macau tem um panorama rodoviário complexo, com a realização de muitas obras viárias e a retirada de vários lugares de estacionamento. Todos estes factores agravam as disputas entre condutores, disse.

O dirigente associativo sugeriu que o Governo disponibilize mais meios de denúncia a serem utilizados por condutores que testemunhem ou vivenciem estes episódios, a fim de haver uma resolução posterior e para se evitar confrontos físicos ou verbais nos locais.

Condução | Pedidas medidas para condutores sem prática

O deputado Leong Sun Iok defende que os condutores que têm carta de condução, mas que não têm experiência, devem poder frequentar aulas práticas, acompanhadas por instrutores, que lhe confiram experiência de estrada, circulando pela cidade.

Numa interpelação escrita, divulgada ontem, o deputado da bancada parlamentar dos Operários considera que Macau deveria seguir os exemplos de Hong Kong e Taiwan e alargar o âmbito das aulas práticas de condução às estradas, em vez de ficarem apenas nos percursos onde são feitos os exames, que são cortados ao trânsito.

Leong Sun Iok citou o sector de escolas de condução que se queixa dos limites de circulação dos seus veículos e sugeriu que seja concedido o acesso a ruas menos movimentadas e que sejam promovidos conteúdos sobre condução defensiva para reduzir os acidentes nas estradas de Macau.

14 Ago 2025

Esplanadas | Pedido regresso da atribuição de licenças

O Governo reuniu ontem com dirigentes da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau a fim de discutir o regresso da atribuição de licenças para esplanadas e a flexibilização do processo. IAM demonstrou abertura para voltar ao processo

 

Chan Chak Mo, deputado e presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau reuniu ontem com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) onde foi debatida a necessidade de atribuir mais licenças de esplanadas para captar turistas para zonas menos frequentadas.

Segundo notícia do canal chinês da Rádio Macau, o responsável disse esperar que sejam novamente emitidas licenças e que o processo de aprovação seja mais célere, além de que deve haver uma melhoria nas normas e directrizes para pedir a licença em questão.

Chan Chak Mo acredita que, dessa forma, Macau pode atrair mais turistas e revitalizar a confiança no turismo comunitário, ou seja, em bairros fora dos habituais percursos turísticos. O deputado citou os dados fornecidos pelo IAM na reunião, de que existem 20 estabelecimentos com licença para ter esplanadas ao ar livre em todo o território. Porém, devido a vários factores, disse, desde 2009 que o IAM não atribui novas licenças.

Chan Chak Mo adiantou que o sector da restauração e bares tem vindo, há vários anos, a pedir que o processo de concessão de licenças regresse, tendo ficado satisfeito com a postura demonstrada pelo IAM de voltar a emitir licenças.

O também legislador afirmou que, com mais licenças, haverá mais desenvolvimento dos sectores do turismo e da restauração para dinamizar algumas zonas da Taipa e Cotai com esplanadas.

ZAPE na mira

A zona do ZAPE (Zona de Aterros do Porto Exterior) é um dos bairros comunitários que está na mira das autoridades por causa do fecho dos casinos-satélite e necessidade de dinamização da economia local. Com ou sem esplanadas, o que é certo é que o Governo diz ter planos para revitalizar esta zona, conforme disse numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Ngan Iek Hang.

“A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico promove a organização de actividades económicas comunitárias com características próprias por parte das associações, unindo os grandes eventos e diversos concertos de grande dimensão realizados em Macau, pretendendo atrair residentes e turistas para a zona ZAPE, por forma a fomentar o ciclo de consumo na zona e melhorar o ambiente de negócios.”

Além da aposta em planos de fomento ao consumo juntamente com “plataformas de venda de bilhetes de renome do Interior da China”, para que haja “benefícios de consumo aos turistas que comprem bilhetes para concertos a realizar em Macau”, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) tem outras ideias.

“A DST está a planear uma colaboração com as principais plataformas de viagens online do Interior da China e do estrangeiro para disponibilizar ofertas de reservas com desconto para hotéis e produtos turísticos destinados à zona do ZAPE”, lê-se na resposta do Governo.

14 Ago 2025

Hengqin | Aberto concurso para remodelação da Praça Dezhi

A ideia é criar uma nova cidade ligada à universidade, ao invés do antigo plano de construção da réplica de uma cidade alemã. Está aberto o concurso público para a remodelação da Praça Dezhi, em Hengqin, com apartamentos junto ao Novo Bairro de Macau e ao campus da Universidade de Macau

 

Está aberto um concurso público para a remodelação da Praça Dezhi, na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, no espaço que já foi pensado para albergar a réplica de uma cidade tipicamente alemã.

Agora, o que se pretende é que a Praça Dezhi se torne numa futura cidade universitária, com apartamentos e demais serviços, por estar tão próxima do Novo Bairro de Macau em Hengqin e também do campus da Universidade de Macau nesta região vizinha.

O concurso, aberto até ao dia 29 deste mês, envolve a transformação de um espaço com 13 edifícios, numa área total de 49 mil metros quadrados, sendo que a área destinada a construção é de 65 mil metros quadrados. Na nova Praça Dezhi, espera-se prédios elevados para actividades estudantis, escritórios, apartamentos, um hotel e ainda dez edifícios destinados a actividades auxiliares de ensino.

O jornal Ou Mun descreve alguns detalhes do projecto, podendo ler-se que a localização específica de Hengqin “traz uma importância estratégica a esta obra, o que significa que a cooperação entre Macau e Hengqin entrou já numa nova etapa, a fim de se apoiar Macau numa melhor integração no desenvolvimento nacional” do país.

Resposta à escassez

Ainda nos detalhes do projecto citados pelo Ou Mun, descreve-se que a renovação da Praça Dezhi pretende também dar resposta à escassez de espaço na RAEM.

“A escassez de terrenos em Macau limita, a longo prazo, a expansão das instituições do ensino superior e a sua actualização académica. A conclusão deste campus transitório não só satisfaz as necessidades do ensino superior e de investigação de Macau durante um certo período, como também incentiva uma integração mais profunda de áreas vantajosas para as universidades, como a medicina tradicional chinesa e o campo da microelectrónica.”

Desta forma, acrescenta-se, “em conjugação com as indústrias de Hengqin, através do modelo ‘Campus + Parque Indústrial’ contribui-se para que Macau forme novas forças de produção e alcance um desenvolvimento [económico] diversificado”, é citado.

A Praça Dezhi foi pensada, antes da pandemia, para ser a “German City Hengqin”, a réplica de uma típica cidade alemã com 150 mil metros quadrados onde as culturas alemã e chinesa iriam convergir. Segundo um artigo do jornal South China Morning Post de 2020, o projecto pretendia atrair investimentos da zona da Grande Baía, contando com 229 milhões de dólares americanos de investimento da TFG International, empresa listada na bolsa de valores de Hong Kong. Seria ainda construído um centro internacional de convenções e exposições, bem como hotéis e escritórios.

A venda dos imóveis arrancou em 2019, mas ficou estagnada devido aos anos da pandemia. Além disso, houve diversas disputas e muitos proprietários não conseguiram receber as casas onde tinham investido o dinheiro.

No anúncio do novo projecto, lê-se que a obra para a Praça Dezhi continua a manter “as características arquitectónicas europeias”, destacando-se as futuras características da cidade universitária nos espaços interiores e exteriores, pensados para zonas de lazer e espectáculos.

13 Ago 2025

Administração | Ella Lei pede mais funcionários públicos

A fasquia máxima dos funcionários públicos está nos 35 mil, mas a deputada Ella Lei quer ir além disso. Em declarações ao Jornal do Cidadão, a deputada ligada aos Operários diz ser necessário dar resposta ao desenvolvimento social com mais recursos humanos

 

Ella Lei, deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), defende que são necessários mais funcionários públicos a fim de dar resposta aos novos desenvolvimentos da sociedade. Em declarações ao Jornal do Cidadão, a deputada destaca que uma digitalização dos serviços não resolve todos os problemas no atendimento à população, sendo necessário, na sua opinião, mais recursos humanos.

A deputada recordou que o número máximo de funcionários públicos definido pelo Executivo, em 2020, era de 35 mil pessoas, e mantém-se nessa fasquia. Entretanto, Ho Iat Seng deixou de ser Chefe do Executivo, cargo agora ocupado por Sam Ho Fai, e Ella Lei diz que há áreas da Administração pública que carecem de mais quadros.

Falou, por exemplo, de serviços relacionados com o bem-estar da população, sobretudo na área da saúde, onde existe, segundo a deputada, uma grande procura. Ella Lei afirmou também que há falta de quadros para se avançar com projectos de prevenção nesta área.

A responsável considera que as instituições médicas públicas são essenciais para a prestação de cuidados de saúde, mesmo que haja cooperação com as instituições privadas. Assim, a deputada ligada aos Operários apontou que é necessário o Governo analisar se existe pessoal suficiente nesta área, caso contrário verifica-se grande pressão no trabalho.

Dar vazão às fronteiras

Ella Lei destacou também o caso das Forças de Segurança, defendendo que deve ser feita uma análise global ao número de agentes, tendo em conta o crescimento do número de postos fronteiriços e a recuperação dos visitantes face aos anos de pandemia, que já está novamente em mais de 30 milhões de pessoas por ano.

A legisladora argumentou que devem ser analisados se os agentes policiais, bombeiros e agentes de alfandegas são suficientes para responder à deslocação de residentes. Para Ella Lei, a falta de recursos humanos na área de segurança pode afectar a qualidade dos serviços e o próprio descanso dos trabalhadores.

A deputada destacou melhorias, no Governo de Sam Hou Fai, em termos de comunicação entre departamentos públicos, mas diz que ainda há situações que carecem de melhoria.

Um dos exemplos apontados ao jornal, é o da atribuição de licenças para a criação de negócios, sobretudo no sector da restauração, onde ainda reina a burocracia, afirmou. É algo a que o sector empresarial dá muita atenção por ser um assunto que obriga a resposta de vários serviços públicos, sendo necessário, para Ella Lei, rever toda a estrutura dos departamentos envolvidos a fim de dar mais conveniência à população. A deputada pede que haja um melhor mecanismo de coordenação para aumentar a eficácia do trabalho de atribuição de licenças.

11 Ago 2025

Gastronomia | Governo promove zona do ZAPE com atracção turística

Decorre esta semana a iniciativa turística e gastronómica “ZAPE com Sabores”, entre as zonas pedonais da Rua de Cantão e Rua de Xangai. Do dia 15 ao dia 24 deste mês será possível participar numa feira que conta com a participação de comerciantes locais e que traz atracções musicais e de entretenimento

 

A zona do ZAPE [Zona de Aterros do Porto Exterior] tem estado na ordem do dia com pedidos de requalificação urbanística e de turismo, tendo em conta o encerramento de alguns casinos-satélite no local. Nesse contexto, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em parceria com a Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau (AGCUM), decidiu juntar esforços e realizar uma feira com gastronomia misturada com entretenimento.

“ZAPE com Sabores” é o nome do evento que decorre entre os dias 15 e 24 deste mês, tendo lugar nas zonas pedonais da Rua de Cantão e da Rua de Xangai. Segundo uma nota da DST, a feira “contará com a participação de comerciantes e grupos de espectáculos locais, combinando gastronomia diversificada e elementos culturais e criativos”. A ideia é que, apresentando um projecto desta natureza no ZAPE, se possa “mostrar o encanto comunitário de Macau”.

Desta forma, pretende-se fomentar o turismo nesta zona, com os petiscos a serem servidos entre as 15h30 e as 22h sob o tema “Sabores da Comida de Rua no Food Truck”. Combinam-se “costumes do Sudeste Asiático e a diversidade gastronómica de Macau”, contando-se com seis rulotes de comida e temática e mais de 30 bancas.

Música para todos

Nesta feira do ZAPE irá servir-se, além de comida, jogos e entretenimento para todos os gostos, já que “artistas e associações locais irão apresentar danças e canções em palco, proporcionando-se aos visitantes experiências diversificadas”, dentro das ideias de turismo associado à gastronomia e, por sua vez, ao consumo.

Haverá uma centena de lugares para refeições e “uma zona com várias instalações para o público tirar fotografias”.

Há ainda incentivos ao consumo, pois “durante o período da feira, caso o público queira comprar qualquer produto no local, por cada 100 patacas em compras terá uma oportunidade de entrar num jogo de garra para apanhar brinquedos”, sendo que “quanto mais alto for o valor de consumo, maior o número de ofertas”. Há ainda promoções online integradas na programação de “ZAPE com Sabores”.

As entidades organizadoras deste evento dizem ter consultado as associações de comerciantes da zona “para explicar o conteúdo desta actividade e recolher opiniões”, a fim de garantir a realização do evento sem sobressaltos ou grande impacto em termos de barulho e gestão urbana.

11 Ago 2025

Habitação | Nova quebra do preço das casas

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que os preços da habitação continuam a cair. A queda foi de 3,1 por cento face ao primeiro trimestre, destacando-se uma maior queda nas habitações já construídas

 

As casas estão mais baratas, após a segunda queda de preços este ano. Os dados mais recentes são divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), que fala de uma quebra de 3,1 por cento do Índice de Preços da Habitação (IPH), situado nos 196,1 pontos, em relação aos meses de Janeiro e Março de 2025.

Por sua vez, a queda foi maior nas habitações já construídas, com o IPH a situar-se nos 213,4 pontos, menos 3,7 por cento no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses deste ano. Já o IPH das habitações em construção, foi de 214,9 pontos, mais 2,7 por cento, o que mostra que neste segmento as casas encareceram.

A DSEC avança ainda que entre Abril e Junho o IPH baixou 2,3 por cento face aos meses de Março a Maio, com uma maior quebra nas casas da ilha da Taipa, de 2,4 por cento. Por sua vez, a quebra do IPH entre Abril e Junho na ilha de Coloane foi de 2 por cento face ao trimestre anterior.

Se olharmos para as diferenças em termos anuais, verificamos que a quebra do IPH é ainda maior, uma vez que entre os meses de Abril e Junho deste ano o IPH baixou 10,4 por cento em relação ao período homólogo do ano passado. “Destaca-se que o índice de preços de habitações da Península de Macau e o índice da Taipa e Coloane diminuíram 10,1 por cento e 11,6 por cento, respectivamente”, aponta a DSEC, também nos mesmos meses e em comparação com igual período do ano passado.

Sempre a descer

Os dados estatísticos da DSEC mostram que o IPH das casas construídas baixou globalmente 2,2 por cento, sendo que a maior quebra diz respeito às casas com 11 a 20 anos de construção, registando-se, também no segundo trimestre do ano, uma quebra de 3,3 por cento face ao primeiro trimestre. Segue-se uma quebra de 2,2 por cento nas casas com cinco ou com mais de 20 anos.

Em termos de área útil das fracções autónomas, o IPH de casas do escalão inferior a 50 metros quadrados de área útil baixou 3,6 por cento. Por sua vez, o índice do escalão igual ou superior a 100 metros quadrados desceu 2,1 por cento, também entre os dois primeiros trimestres do ano.

A DSEC apresenta ainda dados dos preços por altura de edifícios, com o IPH dos prédios com sete ou menos pisos a baixar 2,9 por cento. Já em edifícios de altura superior, a quebra foi de 2,1 por cento.

Além dos preços das casas estarem mais baixos, também o número de transacções apresenta uma tendência de descida. Segundo dados divulgados pela DSEC no último mês, as transacções de imóveis para habitação registaram uma quebra anual de quase 50 por cento. Em Junho deste ano houve 219 negócios de compra e venda de habitação, o que representa uma redução de 47 por cento.

11 Ago 2025

Hong Kong | STAYC e Xdinary Heroes em destaque este mês no Asia World Expo

Primeiro são a “girls band” pop STAYC a actuar já este sábado, seguindo-se, num registo musical diferente, a banda de rock Xdinary Heroes. A música sul-coreana está em destaque na agenda cultural de Hong Kong este mês, com a Asia World Expo a acolher os concertos das digressões dos dois grupos musicais

 

Para quem gosta de música pop cantada no feminino, ou de sons a roçar o rock, o Asia World Expo, em Hong Kong, proporciona ao público e amantes da música duas opções, e ambas vindas da Coreia do Sul. Este sábado, dia 9, é a vez da girls band STAYC actuar, a partir das 18h, com bilhetes que custam entre 899 e 1,899 dólares de Hong Kong.

As STAYC são formadas por seis raparigas, de nome Sumin, Sieun, ISA, Seeun, Yoon, J, que se estrearam no mundo dos palcos em Novembro de 2020 com a música “SO BAD”, retirada do álbum “Star To A Young Culture”.

As ideias por detrás da criação do grupo prendem-se com conceitos próximos da cultura adolescente, a fim de criar uma onda de confiança e novas sonoridades, criando-se uma nova forma de fazer música dentro do género K-Pop, “com o visual marcante e os tons únicos de todas os seis”, lê-se no website da High Up Entertainment, responsável pela carreira do grupo.

Este ano as STAYC lançaram um álbum com apenas três singles, “BEBE”, “DIAMOND” e “PIPE DOWN”, revelando uma “identidade musical mais madura” e “a nova direcção que as STAYC querem alcançar”, com apelos a sentimentos como a sensualidade, sofisticação e auto-estima, lê-se no mesmo website.

No que diz respeito a “BEBE”, a música é descrita como sendo “mais do que uma canção”, em que a letra “expressa o desejo de libertação de uma imagem esperada por outros e para que se possa revelar a verdadeira identidade”. Trata-se de uma música que “não se refere a alguém em particular, mas representa as noções pré-concebidas que o público tem tido sobre as STAYC”.

“Ao quebrar estes estereótipos, o grupo revela a sua marca e o lado sensual como nunca fez antes”, seguindo-se o single “DIAMOND”, uma música que “brilha intensamente como um diamante, mostrando uma mentalidade sofisticada e forte”.

Já a terceira faixa do álbum, “PIPE DOWN”, aborda a ideia de auto-estima, “silenciando uma contraparte mais barulhenta, como se existisse um botão para desligar, completando a transformação total das STAYC”.

Lugar ao Rock

Dentro de um género musical completamente diferente apresenta-se o grupo Xdinary Heroes, com a digressão “Beautiful Mind World Tour” a 24 de Agosto. O espectáculo começa às 18h e os bilhetes têm um custo que varia entre os 699 e os 1,699 dólares de Hong Kong.

No dia 7 de Julho deste ano foi a vez do grupo ligado ao rock lançar um novo single, “FiRE (My Sweet Misery)”, depois da música “Beautiful Minds”, lançada em Março deste ano.

Segundo o website da banda, cujas músicas são editadas com a chancela da JYP Entertainment, todos os membros do grupo participaram na composição do mais recente single, “FiRE (My Sweet Misery)”, que é uma “canção com duas facetas emocionais”. Juntamente com “Beautiful Mind” a banda “descobriu a forma mais bonita de encarar a vida e o mundo”.

“FiRE (My Sweet Misery)” é descrita como sendo “uma música que explode com uma energia enlouquecida, combinando um som metal intenso com sintetizadores”. Além disso, “os vocais que alternam entre sussurros e gritos e os instrumentos musicais criam uma sinergia rock poderosa que ultrapassa os limites”, descreve-se ainda no website da banda.

8 Ago 2025

USJ | Investigadores descobrem nova espécie de bactéria em Portugal

Uma equipa de investigadores de universidade locais identificou uma nova espécie de bactéria nas salinas de Rio Maior, em Portugal. O tipo de organismo descoberto, que vive em ambientes extremos, alarga os limites do conhecimento biológico e pode ter implicações em áreas como biomedicina, farmácia ou mesmo exploração espacial

 

Há novidades no campo da microbiologia graças à mais recente descoberta de uma equipa de investigadores ligados à Universidade de São José (USJ), liderada por André Antunes, director interino do Instituto das Ciências e Ambiente da mesma instituição de ensino.

Trata-se da descoberta de uma nova espécie de bactérias a partir de 12 amostras recolhidas nas salinas de Rio Maior, em Portugal, que levou ao estabelecimento da nova espécie “Fodinibius alkaliphilus”. Foi também reclassificada a espécie de bactérias anteriormente conhecida como “Alifodinibius salipaludis” para “Fodinibius salipaludis”.

As conclusões surgem divulgadas no artigo “Fodinibius alkaliphilus sp. nov., a moderately halophilic and alkaliphilic bacterium isolated from an inland saltern in central Portugal and reclassification of Aliifodinibius salipaludis as Fodinibius salipaludis sp. nov.”, publicado no International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. A revista científica é uma publicação “de referência para novos dados macrobianos”, sendo a publicação oficial do Comité Internacional de Sistemática de Procariotos e da Divisão de Bacteriologia e Microbiologia Aplicada da União Internacional de Sociedades Microbiológicas, descreve uma nota da USJ.

Além de André Antunes, a equipa de autores inclui investigadores da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, coordenado por Marta Filipa Simões; investigadores da Universidade do Minho e Universidade de Sevilha.

Segundo a mesma nota da USJ, “a nova espécie [de bactérias] cresce melhor em salinidades cerca de quatro vezes superiores às da água do mar e também prefere condições alcalinas, combinando a capacidade de crescer em diferentes condições ambientais extremas”.

A importância deste tipo de estudos, incluindo as análises a “ambientes tão extremos”, verifica-se em “futuras aplicações numa ampla gama de campos, incluindo biomédico e farmacêutico, mas também se estende à descoberta de novos materiais úteis e ao fornecimento de informações úteis para esforços futuros na exploração espacial”.

A mesma equipa de investigadores não está parada, pois “outras amostras desses locais estão actualmente a ser investigadas e novas publicações descrevendo outras novas espécies são esperadas nos próximos meses”.

“Esta publicação destaca os pontos fortes de Macau na articulação com parceiros de países de língua portuguesa e espanhola, bem como a sua crescente importância nos campos da biodiversidade e da biotecnologia”, é ainda descrito.

O poder das salinas

Os investigadores explicam que “a espécie Aliifodinibius salipaludis foi descrita, mas o seu nome ainda não foi validamente publicado”. No trabalho de campo a equipa isolou estas espécies a partir de “ambientes hipersalinos, incluindo salinas, minas de sal e solos salinos”.

Antes de se proceder ao trabalho de campo propriamente dito, a equipa realizou “uma investigação à diversidade microbial dos ambientes hipersalinos no centro de Portugal”, tendo-se procedido à recolha de amostras na zona de Rio Maior em Julho de 2019. Foram isolados 12 géneros de bactérias a partir das Salinas de Rio Maior.

Localizadas na zona centro de Portugal, nestas salinas existe a “salmoura, que é cerca de sete vezes mais salgada do que a água do mar”, sendo “bombeada de um poço e gerada pelo cruzamento de um curso de água subterrâneo local com um extenso depósito de sal-gema”.

O artigo dá ainda um contexto histórico desta localização. “Embora tenham sido referidas pela primeira vez em documentos do século XII, acredita-se que estes locais estejam ligados à extração de sal desde os tempos pré-históricos. Oferecem um cenário único, pois são as únicas salinas interiores existentes em Portugal e as únicas em pleno funcionamento em toda a Europa.”

Assim, o estudo em causa “fez parte de uma campanha de bioprospecção centrada neste local”, resultando “no isolamento de uma estirpe bacteriana (N2T) e na descoberta de uma nova espécie putativa dentro do género Fodinibius”.

Neste trabalho é determinada “a posição taxonómica deste novo isolado com base nas propriedades fenotípicas, quimiotaxonómicas e moleculares”, é descrito.

Importância para a ciência

Ao HM, André Antunes explicou que esta descoberta é, em primeiro lugar, interessante para a comunidade científica, por trazer “uma informação adicional” e constituir uma descoberta “sobre a biodiversidade que existe no nosso planeta, mais concretamente a nível macrobiano”.

“Até ao momento, fomos capazes [comunidade científica geral] de estudar menos de 1 por cento de todas as espécies de micróbios que existem no planeta. Em mais de 99 por cento não fazemos ideia do que são, o que fazem e quais as suas capacidades, ou que impacto têm no ambiente e nas nossas vidas”, explicou.

O investigador adiantou ainda que “os micróbios que vêm de ambientes extremos, e sobretudo de ambientes com muito sal, que é o caso desta espécie que descobrimos agora, são muito interessantes para uma grande gama de aplicações de biotecnologia”.

“Podemos incluir coisas como a área médica, biomedicina, a produção de novos compostos farmacêuticos ou a produção de novos biomateriais, como bioplásticos”, referiu André Antunes. O académico fala até de aplicações em áreas “mais exóticas, que começam agora a ter um bocadinho mais de visibilidade, como a potencial aplicação na construção civil, na produção de cimentos mais sustentáveis ou estruturas de betão que tenham a capacidade de autorreparação”.

Esta descoberta tem também algum impacto “para a exploração espacial, mais especificamente para conseguirmos compreender melhor quais são os limites da vida e onde procurar vida fora do nosso planeta”. Incluem-se também “implicações bastante importantes para as missões que estão a explorar Marte, nomeadamente quanto ao tipo de ambientes onde poderá ser viável encontrar sinais de vida passada ou presente ou noutras partes do sistema solar”.

Um trabalho que continua

A investigação não fica pelas Salinas de Rio Maior, tendo a equipa liderada por André Antunes feito, no ano passado, uma expedição à Antártida. “Há amostras da Antártida que estamos actualmente a estudar e temos amostras retiradas do fundo do Mar Vermelho, onde a concentração de sal também é bastante elevada.” Continua, portanto, a saga da descoberta de novas bactérias e de potenciais reclassificações naquelas que já existem.

André Antunes diz que a descoberta de uma nova espécie de micróbios “é bastante importante para a ciência, não só para a perspectiva da ciência a nível básico, mas porque podemos ter uma melhor perspectiva da diversidade que temos no planeta”.

“Ao estudarmos ambientes extremos conseguimos ter informação adicional sobre quais são os limites da vida e como a vida se adapta a condições extremas.” Assim, André Antunes defende o investimento na ciência para que haja depois “uma componente prática associada, pelo que nem sempre é fácil convencer as entidades financiadoras”, quanto a este ponto.

O investigador destaca também que o artigo e a investigação enquadra-se “muito bem nas prioridades de Macau e da própria USJ, no que diz respeito ao foco na área do ambiente, biodiversidade e biotecnologia, ancorado em ligação à Lusofonia”.

8 Ago 2025

Cinemateca | Ciclo Fantástico para ver nas próximas semanas

A Cinemateca Paixão apresenta este mês um novo ciclo de cinema, intitulado “Devaneios & Labirintos – Festival de Cinema Fantástico”. De entre os títulos seleccionados, destaque para “Dangerous Animals” e o assustador “Massacre no Texas”, sem esquecer o toque musical trazido com o documentário sobre os Blur

 

O cinema tem o dom de nos revelar outras formas de vida e histórias, mas quando essas histórias têm uma pitada de horror ou de fantástico, a atracção pelo filme que se vai ver pode diferenciar-se, para melhor ou pior. Para quem adora filmes de terror ou com histórias do género fantástico, este é um bom mês para ir à Cinemateca Paixão, que apresenta o ciclo “Devaneios & Labirintos – Festival do Cinema Fantástico”. Um total de 17 películas integra este cartaz, que se prolonga até Setembro.

E um dos destaques vai para “Dangerous Animals”, exibido a 16 de Agosto e depois no dia 6 de Setembro.

Eis uma história que remete para o azar de Zephyr, uma surfista astuta e de espírito livre, que é raptada por um assassino em série obcecado por tubarões e mantida prisioneira no seu barco.

A mulher terá de encontrar uma forma de escapar antes que este assassino a dê de comer aos tubarões que nadam por baixo do sítio onde Zephyr se encontra. Só Moses percebe que ela desapareceu, sendo uma pessoa por quem tem um interesse amoroso.

Destaque ainda para a exibição da cópia restaurada de “Massacre no Texas”, filme de 1974 que celebrou 50 anos de existência no ano passado, e que ainda se mantém actual e com uma onda de fãs.

Realizado por Tobe Hooper, “Massacre no Texas” continua a ser uma referência para o subgénero de filmes de terror, intitulado “Slasher”. Foi filmado num curto espaço de tempo, com um orçamento limitado e actores completamente desconhecidos do grande público.

“Não há nenhum canto do mundo onde se possa ir e dizer o título “Texas Chainsaw Massacre” e ninguém saber do que é que está a falar, quer tenha visto o filme ou não”, disse à France-Presse (AFP) Chase Andersen, da Exurbia Films, que detém os direitos da saga.

A história centra-se num grupo despreocupado de jovens que se depara com uma casa isolada ocupada por um lunático mascarado que começa a cortá-los com coisas afiadas, Leatherface. Na Cinemateca Paixão o filme será exibido no sábado, 30 de Agosto.

Rostos da felicidade

“A Different Man” [Um Homem Diferente] não é apenas sobre um homem que tem uma estranha doença que lhe deforma o rosto, fazendo dele um monstro em forma de gente. É também uma história sobre o sentido e concepção de felicidade, e de como esta depende da vida e escolhas de cada um.

O protagonista, Oswald, é interpretado por Adam Pearson, um actor que sempre lutou contra a neurofibromatose que lhe alterou as formas do rosto. Oswald tinha tudo para ser um homem infeliz e tímido, escondendo-se da humanidade, mas acontece o oposto: consegue ser popular e uma pessoa perfeitamente integrada na sociedade. O mesmo não acontece com um actor com quem se cruza. “A Different Man” será exibido nos dias 19 e 29 de Agosto.

No dia 16 de Agosto, será exibido “O Sonho de Alexandria” [The Fall], que remete para a Los Angeles de 1920, quando em Hollywood domina ainda o cinema mudo. Nesses tempos aparece uma menina imigrante internada num hospital após uma queda, e que faz amizade com um homem acamado, paralisado também devido a um acidente durante uma filmagem. Ele encanta-a com uma história fantástica que a transporta para além da monotonia do hospital, rumo a paisagens exóticas da própria imaginação. Esta versão exibida neste festival é também uma versão restaurada em 4K com cenas adicionais face à versão de 2006, tendo sido filmado em 24 países.

A história dos Blur

“Blur: To The End” [Blur: Até ao Fim] é um documentário de 2024 marcado para exibição nos dias 17 de Agosto e 7 de Setembro, e onde se conta a história da amizade e companheirismo dos membros dos Blur, banda britânica de britpop e rock alternativo formada no final dos anos 80, e que marcou toda uma geração na década de 90.

Este documentário foi filmado em 2023, quando a banda se reuniu para gravar novas canções e para se preparar para os primeiros espectáculos no Estádio de Wembley, em Londres, e que tiveram lotação esgotada. O filme conta com interpretações dos temas mais icónicos e acarinhados pelos fãs, incluindo também imagens da banda em estúdio e na estrada.

Num registo bem diferente apresenta-se “A Rapariga com a Agulha”, exibido nos dias 22 de Agosto e 7 de Setembro, em que se conta a história de Karoline, uma operária fabril que luta para sobreviver na cidade de Copenhaga, nos anos a seguir à I Guerra Mundial. Quando se vê desempregada, abandonada e grávida, cruza-se com Dagmar, uma mulher carismática que gere uma agência de adopção clandestina, ajudando mães a encontrar lares de acolhimento para os filhos indesejados. Sem alternativa, Karoline aceita o papel de ama de leite. Entre as duas mulheres nasce uma forte ligação, mas o mundo de Karoline desmorona-se ao descobrir a chocante verdade por detrás do seu trabalho, descreve a sinopse do filme.

7 Ago 2025

Febre de chikungunya | Fase crítica de prevenção e controlo

Com um total de oito casos registados em Macau, dois deles locais, os Serviços de Saúde destacam que o território está na fase crítica de prevenção e controlo da febre de chikungunya. O assunto foi ontem abordado no programa matinal Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau

 

Numa doença propagada por mosquitos, a prevenção é tudo. E Macau está, neste momento, na fase inicial e crítica de prevenção e controlo da febre de chikungunya, disse ontem a chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde (SS), Chan Choi Wan. As declarações foram proferidas no programa matinal do canal chinês da Rádio Macau, o Fórum Macau.

A responsável disse esperar que a população possa aplicar as medidas de limpeza de zonas de água estagnada, a fim de evitar a propagação dos mosquitos que podem causar esta doença. Estas zonas podem ser poças de água estagnada ou espaços em casa com água, tendo sido recomendado o uso de roupas compridas, para evitar picadas de mosquito, ou mesmo o uso de redes mosquiteiras.

“A febre de chikungunya e a febre da dengue são transmitidas através das picadas de mosquitos da espécie Ades, não sendo doenças transmitidas entre os seres humanos. São doenças transmissíveis, mas controláveis e cuja prevenção é possível”, apontou no programa radiofónico.

No entanto, Chan Choi Wan apontou que, apesar de não haver transmissão comunitária, o risco de transmissão em Macau mantém-se alto devido à importação de casos.

Questionada sobre os critérios científicos para o estabelecimento de zonas de eliminação de mosquitos, Chan Choi Wan disse que após a análise epidemiológica de cada caso de infecção é efectuada a eliminação dos mosquitos na zona de risco. Calcula-se ainda um raio circular tendo em conta a distância aproximada do voo dos mosquitos.

A chefe substituta da Divisão de Higiene Ambiental do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), Pang Sao Hun, recordou que desde Julho, foram realizadas mais acções de eliminação de mosquitos.

“Em relação à higiene de lugares privados ou terrenos desocupados, se se verificar tratar de uma situação urgente ou com risco para a saúde pública, e caso não consigamos contactar os proprietários, o IAM procura coordenar-se para a remoção dos espaços de água estagnada e o lixo, a fim de evitar a propagação de mosquitos e reduzir, assim, o risco de transmissão de doenças”, disse.

Sintomas leves

Macau tem actualmente oito casos de febre de chikungunya, dos quais seis são importados e dois locais. O médico de Saúde Pública do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Ieong Chon Kit, revelou que os dois doentes relativos aos casos locais ainda estão a ser tratados no hospital apresentando sintomas leves.

Esta terça-feira, a Administração para a Regulação do Mercado de Zhuhai publicou um aviso sobre o controlo da febre de chikungunya em farmácias, referindo que as farmácias precisam registar os dados dos utentes que compram medicamentos analgésicos ou que mostrem ter sintomas desta febre, ou ainda se foram picados por mosquitos. As autoridades pediram ainda às farmácias para divulgarem informações sobre as medidas de prevenção e controlo destes dois tipos de febre.

6 Ago 2025

Hong Kong | Relatório económico destaca “recorde histórico” de startups

“As startups de Hong Kong estão em ascensão”. É desta forma que o Executivo da região vizinha descreve o ambiente de negócios na região, onde foram criadas em 2024 cerca de 4.700 startups, mais 10 por cento face a 2023. No “Report of Hong Kong’s Business Environment 2025” lê-se que o território está longe de perder competitividade económica

 

O Governo de Hong Kong divulgou no passado dia 30 de Julho o mais recente relatório sobre o panorama económico da região vizinha. E um dos destaques é dado ao cenário de crescimento do empreendedorismo.

No “Report of Hong Kong’s Business Environment 2025” [Relatório do Ambiente de Negócios de Hong Kong 2025] destaca-se que “as startups em Hong Kong estão em ascensão”, tendo em conta que, no ano passado existiam “cerca de 4.700 startups na cidade, um recorde histórico e um aumento de 10 por cento em relação ao ano anterior”.

O documento explica que “mais de um quarto dessas startups tem fundadores de fora de Hong Kong”, tratando-se de empresas que operam num “amplo espectro de sectores, incluindo ‘fintech’ [alta tecnologia], comércio electrónico e informação, informática e tecnologia”, tendo contratado mais de 17 mil pessoas. Esse número de recursos humanos representa também um aumento de sete por cento em relação a 2023. “Tudo isso é prova do forte apelo de Hong Kong para empreendedores de startups”, destacam as autoridades.

Mas não são só as startups que registam crescimento, com o relatório a apontar que o actual Governo, liderado pelo Chefe do Executivo John Lee, “alcançou resultados notáveis na atracção de empresas, investimentos e talentos”.

“Por exemplo, em 2024, o número de empresas em Hong Kong com sedes fora do território aumentou significativamente em cerca de 10 por cento, atingindo quase 10.000”. O “Gabinete para a Atracção de Empresas Estratégicas, criado há mais de dois anos, atraiu 84 empresas estratégicas para estabelecer ou expandir os seus negócios em Hong Kong, incluindo empresas com capitalização de mercado ou avaliação superior a 10 mil milhões de dólares americanos, envolvendo tecnologia de ponta”, é acrescentado.

O relatório destaca também que entre Janeiro de 2023 e o primeiro semestre deste ano, a Invest Hong Kong, ligada ao Departamento do Investimento Directo Estrangeiro do Governo da RAEHK, “ajudou mais de 1300 empresas estrangeiras e do continente a estabelecer ou expandir os seus negócios em Hong Kong, trazendo investimentos de mais de 160 mil milhões de dólares”.

Ainda no que diz respeito à Invest Hong Kong, a entidade ajudou “539 empresas do continente ou estrangeiras a estabelecer ou expandir os seus negócios em Hong Kong, o que representa um crescimento anual de mais de 40 por cento”.

No final de Junho deste ano, Hong Kong tinha registadas 1,5 milhões de empresas locais, enquanto o número total de empresas não registadas em Hong Kong atingiu 15 509. “Ambos os números representam recordes históricos”, lê-se, sendo que para o Governo do território vizinho os dados “demonstram a grande confiança que as empresas do continente e do exterior têm no futuro de Hong Kong”.

Tendo em conta que Hong Kong também possui um programa de captação de talentos, o “Hong Kong Talent Engage”, lê-se no relatório que até Junho deste ano “foram recebidas cerca de 500.000 candidaturas ao abrigo de vários programas de admissão de talentos, das quais cerca de 330.000 foram aprovadas”. Destes números, chegaram efectivamente a Hong Kong para trabalhar 220.000 quadros qualificados.

Bom cenário bolsista

Citado numa nota de imprensa oficial, um porta-voz do Governo declarou que “num ambiente externo complexo e volátil, Hong Kong está a passar por uma fase de actualização e transformação económica, mas há mais oportunidades do que desafios”.

Tendo em conta que o território sempre se posicionou como um forte mercado financeiro a nível mundial, esse cenário parece ter registado uma recuperação nos últimos anos.

“Este ano o desempenho do mercado financeiro de Hong Kong tem vindo a melhorar de forma constante. O Índice Hang Seng registou um aumento de 18 por cento no ano passado e um aumento de mais de 25 por cento neste ano até agora. O volume médio diário de negócios no mercado de acções, no primeiro semestre do ano, foi de cerca de 240 mil milhões de dólares, com um aumento de cerca de 120 por cento.”

As autoridades destacam a manutenção da competitividade económica do território, apontando que “ao longo dos anos Hong Kong tem sido constantemente classificada como líder global em liberdade económica e competitividade”.

Atenção à guerra comercial

Em jeito de conclusão, o Governo da RAEHK esclarece que o território parece manter a estabilidade económica em tempos de conflitos comerciais constantes, com Donald Trump a ameaçar e a concretizar a imposição de tarifas a uma série de países.

“Por mais volátil e turbulento que o mundo possa ser, continuamos firmemente comprometidos com o sistema comercial multilateral baseado em regras, tendo a OMC [Organização Mundial do Comércio] como núcleo, ao mesmo tempo em que participamos activamente e apoiamos a cooperação económica regional.”

São referidas as “inúmeras vantagens de Hong Kong”, com o seu “ambiente empresarial altamente internacionalizado, um sistema financeiro flexível e sólido, um regime fiscal simples e seguro com taxas de imposto baixas e um sistema jurídico robusto e independente”.

Porém, no documento é também salientado que a “guerra tarifária provocou uma realocação global de capital”, sendo que Hong Kong quer apostar na atracção de “empresas e capital estrangeiros” para a região.

O relatório dá também conta de que “as organizações internacionais e as câmaras de comércio estrangeiras em Hong Kong estão confiantes nas perspectivas futuras” do território, e que para as autoridades “não há motivo para preocupação com alguns sentimentos excessivamente pessimistas”.

“Na verdade, o Governo da RAEHK está a criar um novo impulso e a expandir a capacidade para sustentar o crescimento económico de Hong Kong, aumentando assim a sua competitividade geral e alcançando um desenvolvimento de alta qualidade”, é ainda acrescentado.

O porta-voz do Executivo estabeleceu ainda um paralelismo entre a boa situação económica e a estabilidade política. “Nos últimos anos, a implementação da Lei de Segurança Nacional restaurou um ambiente social estável em Hong Kong. Isso não só protegeu os direitos e liberdades do público em geral, mas também tornou Hong Kong um porto seguro para atrair capital e investimento internacional”, concluiu. O relatório foi apresentado pelo Secretário para as Finanças de Hong Kong, Paul Chan.

6 Ago 2025

IAM | Gatos capturados devido a queixas da Universidade de Macau

A recolha de gatos dos terrenos da Universidade de Macau resultou de “queixas da universidade sobre a grande quantidade de gatos no seu campus”, revelou ao HM o Instituto para os Assuntos Municipais. O organismo público afasta, para já, o cenário de abate dos animais, temido pelos estudantes

 

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) esclarece que a recolha de 15 gatos entre os dias 22 e 25 de Julho do campus da Universidade de Macau (UM) surgiu em resposta a queixas da própria instituição do ensino superior relativamente aos problemas de higiene no campus gerados pela presença dos animais.

“O IAM tem recebido constantemente queixas da UM sobre a grande quantidade de gatos no seu campus e os resíduos alimentares que não são removidos atempadamente e que afectam a higiene ambiental”, foi referido na resposta enviada ao HM.

A recolha dos gatos do campus da UM levou a uma onda de indignação dos estudantes, que dizem temer o abate dos animais após o período de reclamação e adopção. O IAM afasta, para já, esse cenário.

“Relativamente aos gatos capturados, se não forem reclamados pelo dono após o prazo de reclamação, o IAM irá implementar a política de ‘Captura, Esterilização e Adopção aberta’ (TNA), priorizando encontrar adoptantes adequados para os gatos. É de salientar que o IAM não estabelece um prazo para a retenção dos animais adoptados.”

Na mesma resposta é referido que durante o período de espera por famílias de acolhimento, o IAM “irá continuar a prestar atendimento clínico e cuidados diários aos animais, nunca existindo a situação de abate dos mesmos devido ao termo do prazo de retenção”.

Neste sentido, é explicado que os veterinários do IAM “estão a realizar uma série de cuidados médicos que incluem a examinação corporal, administração de vacinas e colocação de microchips”. Além disso, “os gatos só podem estar disponíveis para adopção depois de serem esterilizados”, adiantou o IAM.

“Falta de sensibilidade”

Os alertas para a adopção destes animais prosseguem nas redes sociais, sendo que, numa nota enviada ao HM e assinada por “um membro do grupo UMers – Membros da Comunidade da UM”, é questionada a “situação preocupante” que ocorreu no período de férias de Verão e, portanto, de ausência de grande parte dos estudantes.

“Estes gatos, considerados parte integrante da comunidade universitária, sobreviveram a tufão de sinal 10, mas infelizmente não conseguiram escapar a estas operações de captura efectuadas pelo IAM nos últimos dias. Para muitos estudantes e professores, estes gatos eram como ‘veteranos’ do campus, acompanhando-os durante momentos significativos da vida académica e proporcionando conforto e alegria no ambiente universitário.”

A nota explica que os membros do “UMers” não podem adoptar os gatos “devido a várias circunstâncias”, como alergias na família, posse de outros animais ou “restrições adicionais” para os estudantes do Interior da China.

Os alertas nas redes sociais visam “sensibilizar o público para esta situação e incentivar pessoas com condições adequadas a adoptarem estes gatos no canil municipal de Macau.

Na plataforma Red Note existe mesmo o grupo “UM catstories”, onde se partilham as histórias dos gatos capturados pelo IAM, sendo que só uma publicação gerou 460 gostos e 160 comentários. Foi também criado um grupo no Facebook, o “Macao Cats II”, existindo ainda publicações no Threads, já com um total de 500 gostos e 500 partilhas, incluindo as dez mil visualizações.

Um dos perfis das “UM catstories” diz respeito a um “pequeno gato tigrado”, descrito como “um ficheiro ‘sem nome’, acabado de criar no computador: ainda em branco, explorando o mundo aos poucos e tentando digitar fragmentos soltos para escrever” a sua própria história.

“Encolhido a um canto, observo as pessoas que passam, avaliando quem poderá tornar-se uma personagem importante do meu enredo. Até agora, poucas pessoas foram escritas na minha história, e também deixei poucas marcas na vida de alguém. Antes de sair do campus talvez este meu ficheiro ‘sem nome’ tenha apenas 5KB, registando algumas tímidas explorações e um suave desejo por calor humano”, lê-se no apelo feito à adopção.

O HM questionou a UM sobre este assunto, tendo em conta que os animais vinham sendo acarinhados pelos estudantes, mas até ao fecho da edição não recebeu uma resposta. Os membros do “UMers” também questionam como pode a UM, “uma instituição que procura a excelência académica e melhores classificações nos rankings mundiais, demonstrar tal falta de sensibilidade, permitindo a captura destes animais sem qualquer solução alternativa”.

Associação abortada

Na mesma nota é referido que os estudantes ponderaram criar uma associação para “organizar a esterilização dos gatos do campus, mas a universidade não aprovou a criação de tal associação estudantil”.

Os membros do “UMers” realçam o “contraste com universidades de renome no Interior da China, como a Universidade de Pequim, onde existe uma associação estudantil dedicada ao cuidado de gatos do campus universitário, e na Universidade de Zhejiang, onde o actual reitor da UM, Song Yonghua, trabalhou anteriormente, que estabeleceu uma associação para proteger animais de campus universitário desde 2005”.

Relativamente às acções de recolha e tratamento dos animais, o IAM diz que “as políticas TNA correspondem aos princípios orientadores da Organização Mundial de Sanidade Animal (WOAH), que contribuem para reduzir a possibilidade de animais vadios serem expostos a doenças e enfrentarem factores ambientais desfavoráveis”.

Tais políticas também contribuem para a redução do número de animais “e a sua reprodução excessiva a longo prazo”. É também referido que “as políticas TNA ainda levam em conta o estado de sobrevivência e bem-estar dos animais, com o intuito de arranjar famílias adequadas adoptantes para os animais com condições, dedicando-se a ajudá-los a obter cuidados apropriados permanentes e estáveis”.

O IAM diz ainda ter optimizado “constantemente os canis municipais”, sendo que, nos últimos anos, “foram aperfeiçoadas as instalações e equipamentos complementares”. Além disso, existe também cooperação “com associações de protecção de animais”, realizando-se projectos conjuntos nas escolas e bairros comunitários em prol da adopção e do cuidado animal.

Dados oficiais disponíveis no website do IAM indicam que no primeiro trimestre deste ano foram capturados 264 animais sem microchip, número que aumentou para 280 no segundo trimestre. Os números são semelhantes aos primeiros dois trimestres de 2024: no primeiro foram apanhados 266 animais sem microchip, seguindo-se 327 animais no segundo trimestre. No terceiro e quarto trimestres do ano passado foram apanhados 258 e 203 animais, respectivamente.

Relativamente às acções de esterilização, no primeiro trimestre deste ano foram feitas 289, seguindo-se 211 acções deste género no segundo trimestre. No primeiro trimestre deste ano foram reclamados, ou adoptados, 102 gatos e 29 cães, sendo que, no trimestre seguinte, foram reclamados ou adoptados 93 gatos e 49 cães.

Quanto ao número de animais abatidos, só no primeiro trimestre deste ano foram mortos 32 gatos e 69 cães. Se nos gatos esse número reduziu no segundo trimestre, para 11, o mesmo não aconteceu com os cães: foram abatidos 101.

5 Ago 2025

Fringe | Evento dedicado ao “Passeio Urbano” regressa em Setembro

“Passeio Urbano” é a temática central da próxima edição do Festival Fringe, a 23.ª, que chega ao território entre os dias 5 e 28 de Setembro. O público poderá desfrutar de um total de 18 espectáculos e 13 actividades, dentro e fora de portas, e com a habitual onda de energia e criatividade a que o Fringe já habituou Macau

 

O Instituto Cultural (IC) anunciou, na sexta-feira, a programação da 23.ª edição do Festival Fringe, agendado para os dias 5 a 28 de Setembro e com o tema “Passeio Urbano”. No total, serão realizadas no território, em diversos locais, 18 espectáculos e 13 actividades, prometendo-se “palcos cheios de criatividade”, em que “a arte se espalha conforme os percursos de cada um”, lê-se no comunicado de imprensa do IC.

Um dos destaques é a secção “Crème de la Fringe”, onde se integram dois eventos: “TOMATO – Mostra de Teatro Digital Interactivo”, apresentado entre os dias 10 e 21 de Setembro; e “Palhaços para o Festival ‘Complicité'”.

Quanto ao “TOMATO”, trata-se de um evento com curadoria de Erik Kuong que apresenta quatro programas distintos: “O Monstro – Um Teatro de Aventura Imersiva e Pessoal”; “Diários à Deriva – Teatro de Passeio Urbano”; “Velado Brilho: Exposição de Instalação de Micro-sensações Urbanas” e “Livro de Aventuras – Uma Janela Oculta em Macau – Versão com Acompanhamento Musical”.

O objectivo é que, através de uma aplicação de telemóvel, a plataforma “Chito”, o público possa acompanhar as histórias por detrás destes programas, que se passam em zonas antigas de Macau como é o caso das freguesias de Santo António, da Sé ou de São Lourenço. Trata-se de uma iniciativa “onde os mundos digital e físico convergem”, destaca o curador, e que permite “ao público seguir a história e explorar recantos ocultos da cidade através de uma aplicação”, tratando-se de uma “experiência teatral pioneira que conecta comunidades através da narração de histórias digitais”.

Depois, dentro do “Crème de la Fringe” apresenta-se ainda o “Palhaços para o Festival ‘Complicité'”, que tem curadoria de Chan Lai Nei e inclui três eventos: “Kung Food: A Arte Marcial Vegetariana”, “O Menu de Hoje” e ainda “Tu ou Eu?”, todos eles realizados na Feira do Carmo e com participação gratuita.

Com criação da companhia Canu Theatre, esta série do Fringe traz “grupos artísticos da Europa e Ásia”, apresentando-se “três espectáculos culturalmente diversos e interactivos e duas actividades de extensão”, com a promessa de uma “conspiração de alegria” e uma “hilaridade acidental que desencadeia uma reacção em cadeia de gargalhadas”.

Chan Lai Nei diz que a sua visão sobre o mundo dos palhaços “mudou completamente” depois de um período de estudos em França. Assim, o “Palhaços para o Festival ‘Complicité’ quer oferecer uma experiência teatral inesperada, com momentos que ressoam no seu coração”, lê-se na sinopse do espectáculo.

Comédias e outras histórias

Além do “Crème de la Fringe” existem ainda outras iniciativas, nomeadamente a actuação do grupo japonês Co.SCOoPP que apresenta o espectáculo “Para Sobreviver nas Cidades!”, uma “comédia repleta de emoções que combina elementos de acrobacia aérea, interacção e malabarismo”.

Destaque ainda para programas como o “Convés Oscilante”, apresentado por Ao Ieong Pui San e Zhang Hui, onde se “ajusta a realidade aumentada ao mundo real, permitindo aos participantes experimentar o Porto Interior [de outra forma], onde memórias se fundem com visões oníricas”.

Suzuki Cheng apresenta “Obrigado por Estar Aqui”, abordando o tema da maternidade num “diálogo temporal e espacial através de um teatro imersivo”. Já o Estúdio de Arte PO apresenta “Máquina Sem Sonhos, Classe Inútil”, onde “os participantes se tornam juízes e experimentam vários tipos de máquinas de auto-atendimento no centro comercial”.

A companhia Own Theatre traz ao Fringe “Wendy e o País das Maravilhas”, para contar uma história “de busca pela inocência infantil” onde se integram “acrobacias corporais, andas e dança aérea”. De frisar também a inclusão do espectáculo “Congregação”, que nasce de uma colaboração entre o artista sonoro britânico Ray Lee e a “Tempest Projects”. Trata-se de “uma experiência dinâmica que combina ambiente, música e tecnologia”, onde, com a “emissão de sons, a esfera suspensa guia os participantes por caminhos e vielas que podem ser familiares ou uma descoberta”.

Ligação à história

O IC destaca que esta edição do Fringe tem a preocupação de levar o festival a zonas mais antigas, como o bairro da Ilha Verde ou os estaleiros de Lai Chi Vun, em Coloane, só para citar alguns exemplos. O que se pretende fazer é a mistura da “arte cenográfica com o charme histórico”, onde muitos grupos locais participam.

É o caso da Associação de Arte Teatral Dirks, que apresenta “Orquídeas à Velha Casa”, contando a história do “tráfico de leitões” com recurso à música.

Temos depois o espectáculo a solo de Chan Si Kei, “Uma Reunião na Solidão”, que tem por pano de fundo um antigo salão de chá, onde o artista “tece considerações sobre vinhetas evocativas dos jantares familiares”.

A Casa de Portugal em Macau também se integra no cartaz do Fringe com o espectáculo “Jazzés & The Blackbird”, onde “três músicos cantam os clássicos do jazz, num palco improvisado na varanda da sede da Casa de Portugal, ornado por uma instalação artística de aves gigantes da autoria de Elisa Vilaça”.

Se já há cartaz, ainda não há bilhetes disponíveis. A venda de ingressos para o Fringe começa no dia 10 de Agosto, próximo domingo.

4 Ago 2025

CCCM | Fusão com Fundação para a Ciência e Tecnologia cria nova agência

A funcionar desde 1999, o Centro Científico e Cultural de Macau vai-se fundir com a Fundação para a Ciência e Tecnologia e a Agência Nacional de Inovação, criando uma nova instituição. Desconhecem-se as consequências práticas para o CCCM que visa promover estudos sobre Macau, China e Ásia em Portugal. A presidente do centro diz ser cedo para fazer comentários

 

Não se sabe se irá manter o nome, o número de bolsas para estudos sobre a China, Macau e Ásia, ou se sofre mudanças nos quadros de pessoal, mas o que é certo é que o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) vai-se fundir com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a Agência Nacional de Inovação. Destas três entidades irá nascer a nova Agência para a Investigação e Inovação.

O processo está ligado à vontade de reformar o Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia por parte do Governo português liderado por Luís Montenegro, tendo as alterações sido anunciadas na quinta-feira.

Porém, não há ainda grandes informações sobre as consequências desta fusão para o CCCM. Ao HM, Carmen Amado Mendes, a sua presidente, optou por remeter para mais tarde esclarecimentos sobre o futuro funcionamento do centro, considerando ser “prematuro” dar respostas sobre algo “que não está ainda definido”.

Na quinta-feira coube ao ministro Fernando Alexandre anunciar a reforma do Ministério da Educação, Ciência e Inovação com a extinção de várias entidades, incluindo a FCT que vem sendo a principal financiadora de doutoramentos e demais projectos de investigação em Portugal.

A reforma do ministério foi aprovada pelo Conselho de Ministros e, em conferência de imprensa no final da reunião, Fernando Alexandre justificou a reestruturação descrevendo o seu ministério como uma “estrutura anacrónica”, com organizações fragmentadas, sistemas de informação desintegrados e uma governação desarticulada.

Com 18 entidades e 27 dirigentes superiores entre os serviços do sistema educativo não superior e do ensino superior, ciência e inovação, o Ministério passará a contar com apenas sete entidades e 27 dirigentes superiores, com a integração das entidades extintas em novas entidades.

A propósito da extinção da FCT, o ministro assegurou que o financiamento da ciência será preservado, com financiamento a quatro anos que garanta estabilidade, previsibilidade e “a proteção do financiamento da investigação mais básica fundamental”.

“Quando começámos a pensar esta reforma, fizemo-lo com uma visão: garantir a igualdade de oportunidades no acesso a uma educação de qualidade”, justificou Fernando Alexandre, sublinhando também o reforço do sistema educativo.

Marcelo pode vetar

A extinção da FCT tem gerado algumas reacções menos boas em Portugal por se temer uma redução do investimento em ciência e investigação. Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República portuguesa, disse ter ficado com “a sensação” de que a fundação era substituída “por uma agência na qual se integrava, e que tinha outras funções além das da FCT.”

Marcelo reconheceu que a fundação era uma “estrutura já muito antiga” e que “tinha muitos aspectos que mereciam ser repensados”, mas afirmou: “Só vendo aquilo que a nova agência vai fazer é que posso responder se esta extinção é uma boa ou má ideia.”

Quanto à eventual ‘luz verde’ vinda de Belém, Marcelo disse que se achar que esta extinção é “boa”, promulga o diploma “sem angústia.” “Se tiver dúvidas sobre um ponto que seja desse diploma que seja muito importante peço ao Governo para repensar. Já aconteceu. Posso não vetar logo. Se o Governo insistir, posso chegar a vetar, se for até ao fim do meu mandato”, admitiu também.

Uma história da transição

O CCCM nasceu em 1995 durante a administração de Vasco Rocha Vieira, último governador português de Macau, pretendendo ser “um local de excelência para a divulgação de Macau, da sua história, da sua cultura e da sua economia”, lê-se nas memórias de Rocha Vieira, “A todos os portos a que cheguei”.

Esta entidade, a funcionar na zona de Alcântara, em Lisboa, foi inaugurada em Novembro de 1999 pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, e teve como primeira presidente Alexandra Costa Gomes.

No website do CCCM lê-se que a instituição é dotada de autonomia administrativa e património próprio, sendo um instituto público integrado na administração indirecta do Estado e sob tutela do Ministério da Educação, Ciência e Inovação.

Na cartilha de objectivos, lê-se que o CCCM “tem por missão produzir, promover e divulgar conhecimento sobre Macau enquanto plataforma entre Portugal e a República Popular da China, assim como entre a Europa e a Ásia”, apresentando-se ainda como “um espaço dedicado ao estudo e ensino da língua, cultura e história chinesas”. O Centro tem vindo também a firmar-se como “um centro de investigação científica e de formação contínua e avançada sobre as relações entre Portugal e a China, assim como entre a Europa e a Ásia”.

Depois da longa presidência de Luís Filipe Barreto, académico da Universidade de Lisboa, o CCCM passou a ser presidido, a partir de Fevereiro de 2020, por Carmen Amado Mendes. A dirigente viu recentemente a sua comissão de serviço ser renovada até 2030.

Poucos meses depois de ter tomado posse como presidente, Carmen Amado Mendes apresentou, a 18 de Setembro de 2020, o novo “Plano de desenvolvimento Estratégico do Centro Científico e Cultural de Macau 2020- 2030”.

Desde então, o CCCM tem atribuído dezenas de bolsas de doutoramento para os estudos de Macau, China e Ásia, além de realizar todos os anos as “Conferências da Primavera”, que reúnem apresentações académicas em torno das mesmas temáticas. Destaque ainda para o facto de o CCCM ter aberto, em Dezembro do ano passado, a “Galeria dos Governadores”, com 41 quadros dos antigos governadores portugueses de Macau. Foi também inaugurado um novo edifício que alberga o arquivo e biblioteca.

O referido plano traça objectivos até 2030, pretendendo-se “o reforço da cooperação científica e cultural no domínio do entendimento do passado, presente e futuras tendências das relações entre a Europa e a Ásia”.

No que diz respeito aos arquivos, pretende-se a “modernização e dinamização dentro de uma rede de centros de documentação e arquivo de referência internacional em temas Euro-Asiáticos, com ênfase nos vários arquivos existentes em Lisboa, mas também em Portugal e na Europa”.

Tendo em conta que o CCCM alberga, nas suas instalações, o Museu de Macau, a direcção aponta para a “inserção e valorização na rede de museus a nível de Lisboa e nacional”.

A ideia central do plano era desenvolver, até 2030, “as instalações do CCCM como um pólo de dinamização das relações científicas, culturais e económicas entre Portugal e a China, incluindo a instalação de entidades como a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, da Associação de Jovens Empresários Portugal-China, e da Agência ERASMUS+, para além de núcleos de investigação em estudos Euro-Asiáticos”. Resta saber se, com a fusão, todas estas iniciativas irão continuar o seu rumo inicial.

4 Ago 2025

Música | Grupos corais de Macau participam no “Lisbon Music Festival”

O coro “Dolce Voce” está em Portugal para participar no “Lisbon Music Festival – Lisbon International Youth Music Festival”, protagonizando quatro concertos num evento dedicado ao canto coral e à música clássica. Destaque ainda para a participação de outro grupo de Macau do Colégio do Sagrado Coração de Jesus

 

O grupo de canto coral de Macau “Dolce Voce Choir” encontra-se em Portugal para a realização de uma série de espectáculos integrados no cartaz do “Lisbon Music Festival – Lisbon International Youth Music Festival”.

Amanhã, as vozes e a música do grupo vão fazer-se ouvir junto às Ruínas do Carmo, no Museu Arqueológico do Carmo, bem no centro de Lisboa, a partir das 21h30, repetindo-se a actuação no dia 6 de Agosto, no Mosteiro da Batalha. No dia seguinte, quinta-feira, o grupo desloca-se a Peniche, actuando na Igreja de São Pedro, seguindo-se um último concerto no dia 9 de Agosto na Sé Catedral do Porto.

Segundo uma nota do grupo, a digressão está em consonância com a classificação de Macau como “Cidade da Cultura da Ásia Oriental”, pretendendo o coro, com estes concertos, “mostrar ao público internacional o encanto único da cultura macaense através da arte coral”. Apresenta-se, nestas actuações, “um repertório diversificado que reflecte a riqueza cultural de Macau”, onde se incluem ” mais de 20 obras ‘a capela’ de estilos variados, com programas diferentes em cada concerto”.

Esperam-se actuações que “incluem música sacra, canções folclóricas, temas populares, excertos musicais, obras modernas chinesas, canções tradicionais macaenses em patuá e arranjos corais de fados portugueses, entre outros”, com interpretações em cerca de dez idiomas.

Assim, “o coro não só demonstra a diversidade cultural de Macau e o talento dos seus membros, como também promove o intercâmbio cultural entre a China e Portugal”, é referido.

Rumo à internacionalização

O coro “Dolce Voce” diz estar comprometido em “elevar o perfil cultural e artístico de Macau no palco internacional”, sendo “o primeiro grupo coral de Macau a actuar na prestigiada Sala Dourada de Viena (Musikverein)”, além de ter sido o primeiro grupo local a fazer uma digressão pelas salas de espectáculos do Reino Unido.

“Agora, com esta nova digressão em Portugal, o coro reafirma o seu papel activo no enriquecimento da cena artística macaense, contribuindo para o desenvolvimento da indústria cultural e criativa da cidade”, é ainda referido na mesma nota.

Destaque ainda para o facto de o cartaz do “Lisbon Music Festival – Lisbon International Youth Music Festival” incluir no rol de convidados o coro do Sacred Heart Canossian College [Colégio do Sagrado Coração de Jesus], que actua no Palácio da Ajuda, em Lisboa, no dia 8 de Agosto, e no dia 10 de Agosto na Basílica do Rosário de Fátima, ao lado da Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima. No cartaz deste festival está também incluído um grupo coral de Taiwan, o Taipei Philarmonic Youth Ensemble, que actua no dia 8 de Agosto no Convento de Cristo, em Tomar, e também junto às Ruínas do Carmo, em Lisboa, no dia 9.

1 Ago 2025

Ex-gestora condenada a três meses de prisão no processo Don Donki

O Tribunal de Kowloon City, em Hong Kong, condenou Pian Pang Ka-shin, ex-gestora de marketing da K&C Creation Limited (KCL), a três meses de prisão efectiva por ter recebido subornos no valor de 230 mil dólares de Hong Kong para garantir que duas empresas conseguiam contratos de renovação de lojas de produtos japonesas.

Uma das lojas, a “Tokyo Lifestyle”, fica em Kowloon, enquanto que o supermercado da cadeia Dondoki Japan, o “Don Don Doki”, está localizado em Macau, no bairro do Fai Chi Kei. Estes contratos valeriam cerca de 25 milhões de dólares de Hong Kong, sendo que as empresas envolvidas são a RNK Design and Engineering Company Limited (RNK) e a Flaming Engineering Company Limited (FEL).

Segundo uma nota do ICAC – Comissariado contra a Corrupção de Hong Kong, divulgada na quarta-feira, Pian Pang Ka-shin, com 41 anos, foi condenada a apenas três meses por ter confessado ter recebido subornos.

“Ao proferir a sentença, o magistrado Philip Chan Chee-fai observou que o tribunal partiu de uma pena de seis meses de prisão, reduzindo-a para três meses, tendo em conta a confissão de culpa da arguida, o seu historial e o reembolso do montante dos subornos envolvidos no presente processo ao seu antigo empregador [KCL]”, pode ler-se.

A KCL prestava, à data do sucedido, consultoria na área do design para a renovação das lojas, tendo os dois contratos em questão sido assinados em 2019. Nesta fase, cabia à condenada a “coordenação das empresas contratadas e organização dos concursos”, sendo que também passava por ela a apresentação de orçamentos e propostas.

Segundo o ICAC, “Pang admitiu que, entre Junho de 2019 e Janeiro de 2022, aceitou subornos de mais de 230 mil dólares de dois representantes das duas empresas empreiteiras das obras, nomeadamente a RNK e a FEL”.

Bons conselhos

Pian Pang Ka-shin “foi incumbida pela KCL para dar apoio à Donki na organização do concurso”, tendo sido apresentadas cinco propostas alvo de selecção por parte da Donki.

A cadeia japonesa de supermercados escolheu a FEL, pagando-lhe mais de 23,4 milhões de dólares. Neste contexto, a condenada admitiu “ter aconselhado o representante da FEL” sobre os procedimentos a ter na entrevista do concurso.

A KCL recebeu dois orçamentos para renovar a loja “Tokyo Lifestyle”, em Hong Kong, tendo feito a adjudicação desse projecto à RNK, com base na recomendação de Pian Pang Ka-shin. Depois de concluído o projecto, a RNK recebeu da KCL 1,7 milhões de dólares relativa à taxa de projecto.

Neste processo há ainda três co-arguidos que se declararam inocentes na acusação de conspiração e que só serão alvo de um exame prévio, antes do julgamento, a 27 de Novembro. São eles Li Po-wah, director e accionista da RNK, Pang Wai-yin, antigo supervisor das instalações da RNK, e Yung Chor-chi, operador da FEL.

1 Ago 2025

UM | Estudantes temem abate de gatos recolhidos pelo IAM

O Instituto para os Assuntos Municipais recolheu na semana passada 15 gatos que estavam no campus da Universidade de Macau e que eram alimentados por estudantes e funcionários da instituição. Os animais estarão disponíveis para adopção depois de um período de reclamação, mas os alunos temem o pior

 

São muitos os gatos que deambulam pelas instalações da Universidade de Macau (UM), sendo alimentados e acarinhados por alunos e funcionários que ali vivem e trabalham. Porém, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) recolheu, na semana passada, entre os dias 22 e 25 de Julho, 15 destes animais, que vão ficar disponíveis para adopção na página do IAM depois de um período de reclamação, que dura cerca de sete dias úteis, durante o qual as imagens dos animais constam no website do IAM. Só depois se dará início ao processo de adopção caso não tenham sido reclamados antes, e se estiverem em boas condições de saúde.

Alguns estudantes lançaram, nos últimos dias, apelos nas redes sociais para a reclamação e posterior adopção dos bichos, temendo o seu abate terminado o período de reclamação e adopção. O período de reclamação começou ontem e termina na próxima terça-feira, 5 de Agosto.

Numa mensagem divulgada pelos estudantes, a que o HM teve acesso, lê-se que os gatos “são bastante amados pelos estudantes”, e que estão agora marcados para adopção. “Se não forem reclamados estarão disponíveis para adopção pública. O seu destino não é claro. Houve uma tentativa de formar, por parte de um grupo de estudantes, um grupo oficial para os proteger, mas enfrentaram uma série de entraves burocráticos”, contou.

Na mesma mensagem destaca-se que a captura dos gatos nasce de uma “cooperação entre a UM e o IAM”, sendo que os estudantes estão a tentar “aumentar a consciência do público sobre este assunto”. “Esperamos ter a possibilidade de mudar o destino destes animais, uma vez que os animais vadios são, muitas vezes, classificados como ‘animais selvagens’, levando-os à eutanásia cometida por humanos”, descreveu ainda.

Sem forma de escapar

Outros alertas têm sido dados em redes sociais como o “Threads” e a plataforma “Xiaohongshu”. A publicação no “Threads” descreve o momento de captura dos gatos por parte do IAM, durante o período de férias de Verão dos alunos. “Estes gatos sobreviveram ao tufão com sinal 10, mas não conseguiram escapar a esta operação repentina. Acredito que estes gatos acompanharam muitos alunos no seu tempo de estudo no campus de forma calorosa e feliz.”

Na mesma publicação lança-se o alerta pelo estado dos animais à guarda do IAM. “O segundo gato (na fotografia) estava na universidade há muitos anos e tem ferimentos mais graves do que aqueles que tinha quando andava à luta com outros gatos. Não sei o que aconteceu durante o processo de captura, mas o IAM actualizou, entretanto, a publicação, colocando uma fotografia sem sangue”, descreve-se no “Threads”.

O HM perguntou ao IAM porque os gatos foram capturados, se vão haver mais acções de captura e como tem sido a comunicação com os estudantes, mas até ao fecho desta edição não foi recebida resposta.

1 Ago 2025

Museu de Macau | Exposição assinala centenário da morte Sun Yat-sen

O Museu de Macau acolhe, a partir de 8 de Agosto, uma exposição sobre a passagem pelo sul da China, incluindo Macau e Hong Kong, de Sun Yat-sen, médico, revolucionário e um dos protagonistas da revolução republicana chinesa de 1911. A mostra intitula-se “Da Cura de Doentes à Salvação de uma Nação – Dr. Sun Yat-sen em Guangdong, Hong Kong e Macau”

 

A RAEM acolhe uma exposição que conta a história de vida de Sun Yat-sen, mais revolucionário de corpo inteiro do que médico, que passou por Guangdong, Macau e Hong Kong e que foi um dos principais responsáveis pela revolução republicana de 1911 que levou à queda do regime imperial. Sun Yat-sen acabou mesmo por ficar conhecido como “O Pai da China”, no sentido de ter contribuído para a construção de uma nova nação.

Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), a mostra “Da Cura de Doentes à Salvação de uma Nação – Dr. Sun Yat-sen em Guangdong, Hong Kong e Macau” será inaugurada no dia 8 de Agosto no Museu de Macau e visa comemorar o centenário da morte de Sun Yat-sen. Trata-se de uma iniciativa organizada conjuntamente pelo IC, pelo Departamento de Serviços Culturais e de Lazer do Governo de Hong Kong e pelo Departamento de Cultura, Rádio, Televisão e Turismo de Zhongshan, sem esquecer o Museu Dr. Sun Yat-sen, em Hong Kong, que recebeu a mostra em Junho.

A exposição, que pode ser visitada até 12 de Outubro, presta “uma profunda homenagem às contribuições duradouras do Dr. Sun Yat-sen para a revitalização da nação e a felicidade do povo”, descreve o IC, tratando-se de uma exposição itinerante que nasce “de um projecto de cooperação entre as entidades culturais de Guangdong, Hong Kong e Macau”.

A mostra inclui uma centena de peças ou colecções de imagens históricas, documentos e “valiosas relíquias históricas” da passagem de Sun Yat-sen por Guangdong, Macau e Hong Kong.

A história por fases

Todo o espaço expositivo está dividido em quatro partes, intituladas “O berço do pensamento sobre a salvação da nação”, “O berço da revolução”, “As regiões natais da família”, “Memoriais para o grande espírito”. Em todos estes espaços o público pode “recordar o percurso e a carreira revolucionária do dr. Sun em Guangdong, Hong Kong e Macau”, aponta o IC, apresentando-se ainda “as profundas ligações do dr. Sun com Guangdong, Hong Kong e Macau, expressando-se o profundo respeito destas três regiões” por este revolucionário.

Além da exposição, será projectado um filme relacionado com a personalidade política, sendo também lançada uma exposição online, com recurso à realidade virtual, após a inauguração, a fim de facilitar a visualização dos conteúdos por parte do público.

Segundo informações disponibilizadas pela biblioteca digital da Fundação Jorge Álvares, Sun Yat-sen nasceu no seio de uma família modesta natural da vila de Cuiheng, província de Guangdong.

Já o pai de Sun tinha estado em Macau a trabalhar como sapateiro, tendo voltado depois para a China onde formou família. Sun Yat-sen nasceu a 11 de Novembro de 1866 e partiu para Honolulu, no Hawai, com 13 anos de idade, ao encontro do irmão mais velho.

Estudou Medicina em Honolulu e Hong Kong. Foi nesse período que despertou a sua veia revolucionária. Partiu para Macau aquando da conclusão da licenciatura, em 1892, tendo exercido medicina ocidental no hospital Kiang Wu e, posteriormente, numa clínica fundada por si na Rua das Estalagens.

“Em 1894, já profundamente envolvido na política, fundou a Sociedade para a Regeneração da China que tinha como objectivo derrubar o regime imperial e instalar um governo democrático. No ano seguinte, chegou mesmo a participar numa tentativa de golpe de estado em Guangzhou, mas o golpe falhou, e viu-se obrigado a fugir, exilando-se no Japão. Durante os anos de exílio, viajou bastante pelos Estados Unidos, Canadá e Europa”, lê-se na biblioteca digital.

Ainda no Japão fundou a Sociedade da Aliança Unida que veio dar origem ao partido Kuomitang. Apesar do seu papel ideológico na luta revolucionária, Sun Yat-sen encontrava-se no estrangeiro quando o sistema imperial caiu na China, a 10 de Outubro de 1911, tendo sido por um curto período presidente da nova República da China.

31 Jul 2025

Japão | Alerta de tsunami não impacta residentes de Macau

Ontem foi emitido um alerta de tsunami no Japão, devido ao terramoto na península russa de Kamchatka. Um representante de agências de viagens afirmou que 10 excursionistas de Macau estavam em Hokkaido, onde algumas zonas tiveram aviso de evacuação. Os residentes estão em segurança e não houve pedidos de ajuda

 

A ocorrência de um terramoto ontem na zona de Kamchatka, na Rússia, provocou uma onda de alertas de tsunami e medidas de evacuação em várias regiões junto ao Oceano Pacífico, sendo que o Japão não é excepção.

Segundo informações disponibilizadas por Paul Wong, presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, dez residentes de Macau que estão a fazer uma excursão na região japonesa de Hokkaido encontram-se em segurança. Nas declarações proferidas ao canal chinês da Rádio Macau, Paul Wong acrescentou que este grupo de dez pessoas deverá regressar a Macau em breve.

Além disso, o responsável confirmou que as agências de viagens do território têm feito contactos no sentido de perceber quantos residentes de Macau estão a viajar no Japão a título individual, sendo que nenhum deles fez pedidos de ajuda ou de apoio. Paul Wong disse ainda que em Agosto haverá dezenas de excursionistas de Macau em Hokkaido e que, para já, não houve cancelamentos das viagens.

Cerca de dois milhões de pessoas no Japão receberam ontem ordens para abandonar as suas casas ou zonas costeiras devido ao risco de tsunami. O terramoto, ocorrido na península russa de Kamchatka, teve magnitude de 8,8, sendo que em Hokkaido, a maior ilha do arquipélago japonês e a mais próxima de Kamchatka, as autoridades locais emitiram ordem de retirada de nível máximo (5 em 5) para 10.463 cidadãos da cidade costeira de Urakawa.

Além disso, mais de 1,9 milhões de pessoas em 21 prefeituras ao longo da costa do Pacífico do Japão receberam avisos de retirada de nível 4, que apelam para a “retirada de zonas perigosas” – tais como as que se encontram perto do mar e da foz dos rios – “o mais rapidamente possível antes que a situação se agrave”.

SMG emitiram ordem

Entretanto, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos emitiram ontem uma nota a dizer que Macau não irá sofrer impactos com a ocorrência deste terramoto. Apenas foi feita uma previsão de que “uma pequena onda de tsunami” poderia atingir a costa de Macau entre as 18h e 19h, “podendo causar uma flutuação do nível da água igual ou inferior a 0,1 metros”, sem “risco significativo” para o território.

As ordens de evacuação das autoridades japonesas baseiam-se nos avisos emitidos pela Agência Meteorológica do Japão (JMA), que estão em vigor desde o início da manhã de ontem para praticamente toda a costa do Pacífico do arquipélago, e que estimam a ocorrência de tsunamis de até três metros de altura.

Até à tarde de ontem (hora de Macau) tinham sido registados tsunamis de até 1,3 metros de altura na localidade de Kuji, na prefeitura de Iwate, e de 80 centímetros na península de Nemuro, em Hokkaido, ambos no norte do país. Foi igualmente observado um tsunami de 30 centímetros no porto de Yokohama, a sul de Tóquio.

31 Jul 2025

Art Macao | Projecto dos artistas The Haas Brothers para ver no COD

Está aí mais uma exposição integrada no cartaz da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”. Desta vez o público terá a oportunidade de ver o projecto “The Haas Brothers: Clair de Lune”, patente no City of Dreams

 

Depois da apresentação no The A4 Art Museum, em Chengdu, no ano passado, eis que “Clair de Lune”, obra dos artistas The Haas Brothers chega a Macau, integrada no cartaz da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, na secção de exposições especiais.

Estando disponível para visitas no City of Dreams (COD), no Cotai, até ao dia 12 de Setembro, “Clair de Lune” apresenta uma série de peças e instalações dos dois irmãos nascidos em Austin, Texas, numa “viagem onde a memória e a emoção convergem num imersivo mundo de arte”, descreve o COD numa nota.

Em “Clair de Lune”, a luz transforma-se numa “metáfora, construindo uma narrativa emocionalmente rica que é acompanhada por uma personagem antropomórfica”, tratando-se de uma aposta do COD na “exploração da arte e compromisso para com a cultura multidisciplinar”.

Ainda segundo a mesma nota, esta exposição “reflecte a filosofia criativa consistente dos artistas”, que procuram “quebrar barreiras entre disciplinas, activar os sentidos e evocar uma ressonância emocional”, sendo que o nome da mostra remete para a composição do francês Claude Debussy, “Clair de Lune”.

Os The Haas Brothers também foram buscar inspiração às memórias de infância das chamadas “Moon Towers” [Torres de Lua], estruturas utilizadas para iluminar Austin à noite. Para os dois irmãos, estas torres “tornaram-se um último símbolo das suas memórias de infância, ultrapassando a linha entre a verdadeira lua e a lua artificial”.

Aqui, a lua torna-se numa metáfora “para a migração emocional, em que o fluxo de luz representa os dois caminhos de uma jornada entre ‘o chegar e o partir'”. Convida-se, assim, o público a desfrutar e interpretar à sua maneira estes jogos de luzes e sombras, construindo-se uma jornada de “percepção, reflexão e exploração emocional”.

Seis peças com significado

“Clair de Lune”, no COD, inclui seis instalações que “constroem um mundo poético e imaginativo” em conexão com a lua, apresentando-se cinco esculturas com lâmpadas inspiradas nas “Moon Towers”, com nomes como “A Street Light Named Desire”, “Let There be Street Light”, “A Light in the Streets and Freak in the Sheets”, “Lamp of Approval” e “Light to Remain Silent”.

Os trabalhos, com “títulos evocativos e formas expressivas”, constituem “um reflexo de temas como o desejo, o reconhecimento ou o silêncio”. A sexta peça apresentada, “Reach-able Moment” apresenta uma personagem semelhante a um macaco que “simboliza a busca, não apenas por amor, paciência e devoção, mas também por um significado mais profundo”, tal como uma “reflexão pacífica e filosófica do sentido da existência”.

Os The Haas Brothers são Simon e Nikolai Haas, vivendo actualmente em Los Angeles. Nos últimos anos “desenvolveram uma linguagem artística multidisciplinar e distinta, trabalhando com moda, cinema, música e design criativo”. A sua prática artística “continua a expandir as possibilidades da expressão artística ao desafiar ambientes convencionais”, apresentando “uma abordagem antropomórfica” na “experimentação de formas e materiais”. Nesse processo, ambos “questionam e respondem às funções sociais da arte e contextos da cultura onde estas habitam”.

Mais concretamente sobre “Clair de Lune” e o poder da luz da lua, os dois artistas referiram, citados pela mesma nota, que se trata de algo “fugaz, mas poderoso”, que “muda tudo aquilo em que toca, que transforma o comum em algo fantástico”. “Essa transformação é aquilo que somos depois. Se conseguirmos levar o observador a um mundo tranquilo, humorístico e de reflexão, então fizemos o nosso trabalho como artistas”, referiram.

30 Jul 2025

Creative Macau | Património da UNESCO em destaque em nova mostra

A nova exposição na Creative Macau revela uma perspectiva fresca sobre o património histórico de Macau e da China classificado pela UNESCO. Justin Ung pegou em sítios como o Templo Tin Hau, na Taipa, ou o Templo do Céu, em Pequim, e criou ilustrações que ensinam a história dos locais

 

“Walking Colors: Architectural Hue Archives” é o nome da nova exposição patente na Creative Macau e que fica disponível para visita do público, de forma gratuita, a partir do próximo dia 6 de Agosto. A mostra reúne trabalhos de ilustração de Justin Ung que foi buscar inspiração aos sítios de índole religiosa classificados e protegidos pela UNESCO, seja em conexão com o catolicismo ou com budismo, em Macau, na China, mas não só.

Desta forma, apostando numa perspectiva artística própria, com o uso abundante da cor, apresentam-se ilustrações de lugares como o Templo do Céu, em Pequim, o Templo Tin Hau, na Taipa, ou ainda a Sagrada Família, em Barcelona.

Segundo uma nota da Creative Macau, apresenta-se a cor como sendo “uma das linguagens mais directas da arquitectura e o código de memória mais vívido de uma cidade”. Desta forma, o nome “Walking Colors” dado a esta mostra [Cores Ambulantes] promove isso mesmo: um percurso próprio por estes lugares especiais cheios de história, incluindo um passeio pelos “corredores arquitectónicos de Macau e das cidades classificadas como Património Mundial da UNESCO”.

Assim, o público pode ver “os votos solenes do Templo do Céu, com um azul celeste esmaltado em Pequim” bem como “os sussurros românticos dos azulejos portugueses em tons pastel de Macau”. Há, depois, no caso da catedral da Sagrada Família, “o abraço acolhedor dos seus tons terrosos”, bem como, de regresso a Macau, “a vibração pulsante das luzes néon dos casinos, em que cada tonalidade conta a história de encontros culturais”.

Releituras várias

Em “Walking Colors: Architectural Hue Archives” é proposta “uma jornada visual pela arquitectura” e uma “decodificação cromática das culturas”, em que se pode seguir “os passos da cor” e fazer uma releitura “das histórias arquitectónicas do nosso património mundial”.

No caso de Macau, o seu centro histórico passou a ser classificado pela UNESCO em 2005. Desde então que locais como as Ruínas de São Paulo, o Largo do Senado e zonas adjacentes são alvo de protecção e preservação próprias tendo em conta a classificação pelo organismo internacional.

Também em 2005 foi classificado o Templo Expiatório da Sagrada Família, integrada num conjunto de obras do arquitecto espanhol António Gaudi, que viveu entre os anos de 1852 e 1926.

No ano seguinte seria classificado o Templo do Céu na capital chinesa, que está integrado num conjunto de templos taoístas e considerado o maior do país. O Templo do Céu foi construído em 1420, tendo sido usado pelas dinastias Ming e Qing para pedir às divindades boas colheitas e agradecer por todos os ganhos e frutos obtidos.

Relativamente ao protagonista desta mostra na Creative, Justin Ung, que tem como pseudónimo “Meow the Sardines”, conta no currículo com um mestrado em História e Estudos do Património. Actualmente é autor de ilustrações para diversas publicações, nomeadamente a revista “Fantasia”, tendo ilustrado vários livros infantis. A exposição fica patente na Creative Macau até ao dia 23 de Agosto.

29 Jul 2025