Hoje Macau China / ÁsiaTurquia | Erdogan quer integrar Organização de Cooperação de Xangai O Presidente turco, o islamista Recep Tayyip Erdogan, declarou na sexta-feira que o seu país deveria ser membro da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), da qual fazem parte a Rússia, a Índia e a China, e que se concentra em questões de segurança. “Estamos a dizer que nos acolham na Organização, não como interlocutores, mas sim como membro, como os demais” integrantes do grupo, disse Erdogan aos jornalistas que o acompanharam no voo de retorno ao seu país no final da cimeira da OCS, que se realizou no Cazaquistão. “Devemos fortalecer ainda mais as nossas relações com a Rússia e a China no âmbito da Organização de Cooperação de Xangai”, disse o chefe de Estado turco. Erdogan disse que a maioria dos membros da organização são Estados de herança e cultura turca e que a entrada da Turquia fortaleceria esse carácter. A oposição social-democrata da Turquia criticou Erdogan por promover o contacto com a OCS e com os Estados emergentes do grupo BRICS, e não com os países do Ocidente e da União Europeia. O Irão e a Bielorrússia, ambos com o estatuto de observadores, deverão juntar-se, em breve, à OCS, que congrega oito Estados membros – a Rússia, a China, a Índia, o Paquistão, o Cazaquistão, o Quirguistão, o Tajiquistão e o Uzbequistão. A organização conta com mais quatro países observadores – Afeganistão, Bielorrússia, Irão e Mongólia – e seis outros parceiros – Arménia, Azerbaijão, Camboja, Nepal, Sri Lanka e Turquia. A Organização de Cooperação de Xangai, criada em 2001, tem concentrado os debates sobretudo nas questões de segurança regional, combate ao terrorismo, ao separatismo étnico e ao extremismo religioso.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão | China e Índia felicitam novo Presidente O Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, felicitaram Masoud Pezeshkian pela sua vitória nas eleições presidenciais do Irão, mostrando abertura para trabalhar em conjunto com o novo governante. Xi Jinping enviou no sábado uma mensagem de felicitações a Masoud Pezeshkian, na qual assegurou que a coordenação entre Beijing e Teerão nos assuntos internacionais “contribui positivamente para a estabilidade regional e global”. Xi afirmou que, numa “situação internacional complexa”, a China e o Irão “sempre se apoiaram mutuamente, trabalharam em conjunto e consolidaram continuamente a confiança estratégica mútua”, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, citada pela Efe. O líder chinês afirmou que atribui “grande importância” aos laços com o Irão e disse estar “disposto a trabalhar com o novo Presidente para conduzir a parceria estratégica abrangente entre a China e o Irão numa direcção mais profunda”. “A China e o Irão têm promovido consistentemente o intercâmbio e a cooperação em vários domínios e mantido uma boa comunicação e coordenação nos assuntos regionais e internacionais, o que não só beneficia o povo chinês e iraniano, mas também contribui positivamente para a promoção da paz e da estabilidade na região e no mundo”, afirmou. Também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, felicitou Massoud Pezeshkian pela sua vitória na segunda volta das eleições presidenciais no Irão. “Estou ansioso por trabalhar em estreita colaboração consigo para reforçar as nossas relações bilaterais calorosas e de longa data em benefício dos nossos povos e da região”, escreveu Modi na rede social X, citado pela AFP. Teerão e Nova Deli mantêm uma relação estreita, tendo a República Islâmica sido, durante muitos anos, o principal fornecedor de petróleo ao gigante asiático.
Hoje Macau China / ÁsiaShandong | Tornado faz pelo menos cinco mortos e 83 feridos Um tornado atingiu a província de Shandong, no leste da China, na tarde de sexta-feira, provocando pelo menos cinco mortos e 83 feridos, segundo o Gabinete de Gestão de Emergências da cidade de Heze. O fenómeno meteorológico, classificado como um forte evento de convecção, causou danos significativos em infra-estruturas e na agricultura da região, avançou aquela agência, citada no sábado pelo jornal local The Paper. Uma avaliação preliminar indica que um total de 2.820 habitações ficaram danificadas e cerca de 40 quilómetros de terrenos agrícolas foram afectados. Além disso, foram reportados danos em 48 linhas de fornecimento de electricidade, o que provocou cortes de energia. Em 2023, um fenómeno semelhante causou pelo menos 10 mortos na província oriental vizinha de Jiangsu. O Ministério da Gestão de Emergências da China referiu esta semana que o país enfrenta um risco acrescido de catástrofes naturais no mês de Julho e uma “situação grave e complexa” à medida que se aproxima o período das cheias. Nos últimos Verões, os desastres meteorológicos causaram estragos no gigante asiático: os meses de Verão de 2023 foram marcados por inundações em Pequim, que fizeram mais de 30 mortos, enquanto em 2022 várias ondas de calor extremo e secas atingiram o centro e o leste da China. Em Julho de 2021, chuvas de uma intensidade inédita em décadas fizeram quase 400 mortos na província de Henan, no centro do país, o que o Governo chinês atribuiu à “falta de preparação e de perceção dos riscos” por parte das autoridades locais.
Hoje Macau China / ÁsiaTurismo | Número de visitantes mais do que duplicou após adopção de isenção de vistos A queda dos vistos para entrar no país fez disparar a entrada de visitantes internacionais. Os números, no entanto, ainda não atingiram os valores do período pré-covid O número de estrangeiros que entraram na China mais do que duplicou nos primeiros seis meses do ano, para 14,64 milhões, depois de Pequim ter adoptado uma política de isenção de vistos para turistas oriundos de vários países. No total, 14,64 milhões de estrangeiros visitaram o país no primeiro semestre do ano, um aumento de 152,7 por cento, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Administração Nacional de Imigração divulgados na passada sexta-feira. O número de entradas sem visto ultrapassou os 8,5 milhões, representando 58 por cento das viagens de entrada e um aumento de 190 por cento em relação ao ano anterior, segundo a mesma fonte. Mas o número de visitantes estrangeiros ainda está aquém dos níveis pré-Covid, quando 15,53 milhões de viajantes estrangeiros visitaram o país no primeiro semestre de 2019. Com o país a enfrentar uma queda no turismo interno em resultado da economia em desaceleração, a China tem vindo a aumentar gradualmente o número de países cujos cidadãos podem entrar em território chinês sem visto até 15 dias para negócios, turismo e visitas familiares. As novas regras de isenção de vistos abrangem mais de uma dúzia de países da Europa, bem como a Austrália e Nova Zelândia. Outros 23 países beneficiam de isenções mútuas de visto, incluindo a Tailândia, que foi acrescentada à lista este ano. Os cidadãos de Singapura e da Malásia podem visitar o país por um período máximo de 30 dias de cada vez. Portugal não é abrangido por aquela medida, algo que permanece uma incógnita para a diplomacia portuguesa. O embaixador português em Pequim, Paulo Nascimento, disse à agência Lusa “não entender” o critério. O país também alargou a sua política de trânsito sem vistos a 54 países em Novembro último. Os cidadãos destes países podem permanecer até 144 horas em Pequim, Xangai e 20 outras cidades se tiverem um bilhete válido para outro país. Portugal é abrangido por esta política. Existem outras excepções para os passageiros de navios de cruzeiro que façam escala. Entrada facilitada A Administração Nacional de Imigração afirmou ter processado um total de 287 milhões de viagens de entrada e de saída nos primeiros seis meses de 2024, o que representa um aumento de 70,9 por cento em relação ao ano anterior. Entre estas, 137 milhões de viagens foram efectuadas por residentes do continente, 121 milhões por residentes de Hong Kong, Macau e Taiwan e 29,2 milhões por estrangeiros. Foram também introduzidas várias medidas para facilitar as viagens dos visitantes internacionais. Estas medidas incluem a flexibilização das restrições que permitem aos visitantes utilizar as carteiras digitais do Alipay e Wechat com contas ou cartões bancários estrangeiros – um grande problema no passado, porque a maioria dos estabelecimentos comerciais não aceita dinheiro ou os principais cartões internacionais, como o Visa ou o Mastercard.
Paulo Maia e Carmo Via do MeioYu Sheng e os Compêndios de Pássaros e Animais Ferdinand Verbiest (Nan Huairen, 1623-88) o missionário jesuíta flamengo que mostrou ao imperador Kangxi (r. 1661-1722) o vasto alcance da ciência desenvolvida no Ocidente, tem os nomes de duas das suas obras traduzidas como atestado de autoridade num dos extraordinários compêndios em que a arte e o conhecimento científico, unidos, fizeram a justa fama do admirável reino do imperador Qianlong (r.1735-96). Esse ambicioso albúm descritivo, escrito em duas línguas com caracteres manchus e sinográficos e meticulosamente ilustrado é também ele, não só testemunho do modo como o labor de pintores Europeus na corte imperial alterou certas percepções da representação dos volumes, como do sempre afirmado respeito pelos antigos, e até do sentimento de deferência e estima (xiao), traduzido habitualmente como «piedade filial» sentido por Qianlong em relação ao seu avô. No minucioso Niaopu, «Compêndio das aves» (tinta e cor sobre seda, 41,2 x 43,9 cm, nos Museus do Palácio de Pequim e Taipé) de 1751, onde se encontram aves reais e mitológicas, nativas e estrangeiras e que é entendido como um tributo ao imperador em reconhecimento do poder do seu reino de múltiplos mundos, as obras de Verbiest asseguram a origem do perú como ave originária do México, conhecimento adquirido pelas navegações europeias. Logo no início é afirmado que esta se trata de uma cópia de um original pintado por Jiang Tingxi (1669-1732) com poemas de Wang Tubing cerca de 1721 no tempo do imperador Kangxi e que nele se encontram os «trezentos e sessenta animais de penas» identificados no Liji, o Livro dos Ritos atribuído a Confúcio, e de que o fenghuang é «entre todos, o líder». Que é o primeiro pássaro representado, seguindo uma longa tradição, nomeado já na dinastia Shang (1600-1946 a. C.) e aqui pintado com o mesmo cuidado que os outros, que denotam uma atenta observação das aves na natureza, por dois pintores da corte, um dos quais se distinguiria no género huaniaohua, a «pintura de pássaros e flores» que inclui também a figuração de peixes ou insectos. Yu Sheng (também escrito Yu Xing, 1692-depois de 1767) fez o álbum das aves com Zhang Weibang (c.1725-c.1775) com quem continuou a inquirição taxonómica através de um Compêndio de animais, Shou pu (tinta e cor sobre seda, 40,1 x 42,5 cm, no Museu do Palácio em Pequim). Nele, a mesma atenção aos detalhes das figuras e dos textos escritos em duas línguas por oito altos funcionários, baseados em descrições em primeira mão de quem os observou, muitos deles emissários enviados pela corte ou por autoridades locais. Para além destes ambiciosos projectos,Yu Sheng dedicou uma particular atenção às flores, silenciosas manifestações de contínua renovação cujo perfume é capaz de evocar outros tempos, outros lugares, despertando nostálgicos sentimentos até dos confins do Império.
Hoje Macau SociedadeExportações | Volume de encomendas preocupa empresas O insuficiente volume de encomendas foi o principal problema das empresas exportadoras de Macau, durante o primeiro trimestre deste ano, de acordo com os resultados apurados pelo “inquérito de conjuntura ao sector industrial exportador”. O inquérito foi publicado na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT). Entre as empresas inquiridas, 59,2 por cento identificaram como principal desafio o facto de não terem um volume de encomendas suficiente para os próximos meses de actividade. Dado que os inquiridos podem escolher mais do que uma opção sobre o principal problema, 49,2 por cento referiram os preços mais competitivos no estrageiro e 41,5 por cento mencionaram os preços cada vez mais elevados das matérias-primas. Em relação às perspectivas de negócio, no primeiro trimestre a maiorias das empresas esperava que o volume de negócios se mantivesse estável, face aos níveis anteriores. Foi essa a resposta de 43,1 por cento dos empresários questionados. Ao mesmo tempo, 36,4 por cento dos inquiridos mostrava-se optimista face a um aumento do volume de negócios e 20,5 por cento tinham uma perspectiva negativa. Ainda de acordo com inquérito elaborado pelo Governo, o mercado de exportador que teve melhor desempenho foi a União Europeia, o único em que se registou um crescimento acima de 1 por cento. No pólo oposto, os mercados de “outros países americanos”, dos quais se excluem os Estados Unidos, apresentou uma redução das encomendas de 21,1 por cento.
Hoje Macau Manchete SociedadeTroca de dinheiro | Desmantelados bancos clandestinos ligados a Macau De acordo com a informação das autoridades do Interior, os três bancos desmantelados tiveram lucros anuais de cerca de 1,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, não só com trocas de dinheiro, mas também devido a empréstimos com juros “muito elevados” O Ministério da Segurança Pública chinês anunciou na sexta-feira ter desmantelado três bancos clandestinos ligados a câmbio ilegal de dinheiro em Macau e congelados fundos no valor de 3,9 milhões de yuan. Numa conferência de imprensa em Pequim, o director adjunto do Gabinete de Segurança Pública de Zhuhai disse que a polícia da cidade vizinha lançou uma operação que culminou com a detenção de 13 suspeitos. Niu Yanjun sublinhou que entre os detidos estão Chen Mouxia e Li Mouwei, considerados os cabecilhas de dois grupos que se dedicavam à troca ilegal de dinheiro junto às Portas do Cerco. Niu acrescentou que na operação foram apreendidos 100 mil dólares de Hong Kong, telemóveis, máquinas de pagamento electrónico e cartões bancários, além de terem sido congelados fundos em contas bancárias. Na mesma conferência, o director adjunto do Gabinete de Investigação Criminal do ministério disse que a escala deste tipo de grupos criminais “cresceu rapidamente” nos últimos anos. Cheng Shiqu explicou que os grupos têm conseguido lucros anuais de cerca de 1,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, vindos não apenas da troca de dinheiro, mas também da usura, o empréstimo de dinheiro a juros muito elevados. Males maiores Os juros elevados terão encorajado a prática de outras actividades ilegais, incluindo “crimes violentos, fraude, roubo e contrabando, afectando de forma grave a segurança e a estabilidade social” em Macau, lamentou Chen. O dirigente disse que o Ministério da Segurança Pública pediu às forças de segurança de Macau e do Interior que reforçassem a cooperação para “combater de forma severa” o câmbio ilegal de dinheiro na região. Em 3 de Junho, a agência de notícias oficial chinesa Xinhua avançou que o ministério organizou “uma reunião especial de trabalho a nível nacional” dedicada ao câmbio ilegal em Macau. O ministério indicou na altura que o câmbio ilegal está ligado ao branqueamento de capitais e a bancos clandestinos que têm servido para transferir dinheiro entre diferentes jurisdições, nomeadamente entre Macau e o Interior da China. O Governo de Macau anunciou no final de Maio que a criminalidade relacionada com o sector do jogo em casino mais que duplicou no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, de 158 para 351 casos. As forças de segurança admitiram um aumento do câmbio ilegal de dinheiro e falaram de uma tendência de “agrupamento e profissionalização”. Entre Janeiro e Março, foram identificadas 1.292 pessoas ligadas a esta actividade, sendo que 1.227 foram expulsas do território.
Hoje Macau SociedadeCurso de Verão de português da UM arranca com 350 alunos O 38.º Curso de Verão de Língua Portuguesa da Universidade de Macau (UM) vai contar com cerca de 350 alunos, mais 70 do que na edição de 2023, anunciou na sexta-feira a instituição. A UM referiu que o curso vai arrancar na segunda-feira e decorrer até 26 de Julho com estudantes de Macau, Hong Kong, Interior da China, Coreia do Sul e Vietname. A edição de 2023, a primeira a decorrer de forma presencial, depois de três anos de versões ‘online’, atraiu 280 alunos, de Macau, Interior da China e Coreia do Sul, um número aquém dos cursos realizados antes da pandemia da covid-19, de acordo com um comunicado. As três anteriores edições do curso de Verão, organizado pelo departamento de Português da UM, decorreram à distância, devido às restrições à entrada em Macau durante a pandemia, e contaram com uma média de 300 participantes. A última edição em formato presencial tinha sido em 2019, quando vieram à região chinesa cerca de 500 alunos. Abordagem plural Em Maio, a UM revelou que o programa inclui, durante as manhãs, cursos de língua portuguesa e cursos temáticos, que totalizam 15 horas, em áreas como literatura, história, relações internacionais e tradução. Os alunos podem participar ainda em “clubes nocturnos” dedicados a expressões artísticas associadas aos países e territórios lusófonos, como dança, música, poesia, linguagem corporal, gastronomia, enologia e cultura macaense. Os cursos de língua, com duração entre 45 e 60 horas, estão organizados em quatro níveis: iniciação, básico, intermédio e avançado, complementados com sessões de estudo autónomo orientado pelos professores. Além de ajudar a desenvolver as competências linguística e sociolinguística dos alunos, a UM sublinhou que o curso de Verão quer ainda reforçar a “consciência intercultural” dos participantes. Este curso integra ainda os programas de formação de “talentos bilingues” da instituição. O Governo de Macau tem defendido publicamente a formação de quadros com conhecimento de chinês e de português como uma prioridade.
Hoje Macau Manchete SociedadeIlha do Pico | Último bispo português de Macau homenageado Arquimínio da Costa é recordado na terra de origem como “um homem humilde, simples e altruísta”. Vai ser homenageado no dia em que se assinalam os 100 anos do seu nascimento O último bispo português de Macau, Arquimínio Rodrigues da Costa, é homenageado, hoje, na sua terra natal, na ilha do Pico, nos Açores, onde é recordado como um homem humilde, simples e altruísta. “Um homem extraordinário, de uma santidade profunda, era uma figura que se dava aos outros, um altruísta puro, que, mesmo bispo, ajudava os sacerdotes das freguesias, substituía-os com imenso gosto. E às vezes ficava até aborrecido quando não o convidavam”, recordou, em declarações à Lusa, Manuel Goulart Serpa, que conheceu bem o antigo bispo de Macau. Esta segunda-feira, dia em que se assinalam os 100 anos do seu nascimento, Arquimínio Rodrigues da Costa será homenageado na freguesia onde nasceu, São Mateus, no concelho da Madalena, para onde regressou quando deixou de ser bispo em Macau e onde morreu aos 92 anos. Segundo uma nota divulgada pelo sítio Igreja Açores, será descerrada uma placa evocativa na casa onde nasceu Arquimínio Rodrigues da Costa, seguindo-se uma missa, presidida pelo bispo de Angra, Armando Esteves Domingues, no Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso. Haverá ainda uma sessão solene, com uma conferência de Manuel Goulart Serpa sobre a vida e obra do homenageado. Manuel Goulart Serpa, que foi padre, professor e deputado, conheceu Arquimínio Rodrigues da Costa, quando ele ainda passava férias no Pico e tinha como passatempo preferido a pesca. Mudança precoce O antigo bispo tinha apenas 14 anos quando se mudou para Macau, onde completou os estudos eclesiásticos em teologia e foi ordenado sacerdote, mas “nunca perdeu a ligação ao Pico”. Para Manuel Goulart Serpa, a homenagem que agora é prestada é “muito merecida” e demonstra a “gratidão de todo o povo do Pico” por “uma das grandes figuras” da ilha. “É uma figura que se deu aos outros, de uma humildade extraordinária e de uma simplicidade que chocava até”, frisou. “Ele visitava os enfermos, quando alguém falecia, ia ao terço a casa das pessoas nessa semana. Ele vivia para os outros”, acrescentou. É também assim que o recorda o reitor do Santuário do Bom Jesus Milagroso, Marco Martinho. “Era um homem muito simples e que estava ao dispor desta igreja e deste povo no que era necessário”, contou. Apesar de ter sido bispo em Macau, estava “sempre disponível para colaborar com os párocos” do Pico e para passar os seus conhecimentos às gerações seguintes. “Tinha habilidade para a música. Era um exímio tocador de órgão e tocava órgão quando não havia organistas na celebração da eucaristia. E quantos jovens ensinou a tocar órgão na sua própria casa, gratuitamente”, lembrou Marco Martinho. Homem do seminário Na casa de família, que recuperou quando regressou ao Pico, em 1989, dedicava à agricultura numa pequena quinta. “Gostava muito do seu passeio diário pelas estradas de São Mateus, conversando com as pessoas, com o seu típico chapéu de palha. Era um homem do povo e toda a gente tinha um grande carinho por dom Arquimínio”, salientou o pároco. Quando, em 1976, o Papa Paulo VI o nomeou bispo de Macau, Arquimínio Rodrigues da Costa era professor no seminário e por lá continuou. “Ele vivia no seminário, como professor, e quis continuar a residir no seminário e não ir para o paço episcopal. Continuava com o seu quarto e a atender todos aqueles que lhe batiam à porta. Era um homem extraordinário na sua simplicidade”, disse Marco Martinho. O pároco do Pico destacou ainda a “visão estratégica” de Arquimínio Rodrigues da Costa para a Diocese de Macau. “Ele contava-nos que ao ver que Portugal iria entregar Macau à administração chinesa, chegava à altura, antes de isso acontecer, de Macau já ter um bispo macaense. E foi isso que ele pediu à Santa Sé e resignou antes da idade canónica, explicando essa sua intenção”, partilhou. O último bispo português de Macau morreu em 2016, com 92 anos, na ilha do Pico. Em 1988 tinha sido condecorado pelo então Presidente da República, Mário Soares, com o grau da Grã-Cruz da Ordem de Mérito.
Hoje Macau PolíticaUNESCO | DST participa em conferência em Portugal A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) participou na XVI Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas da UNESCO, que decorreu em Braga entre os dias 1 e 5 de Julho onde se reuniram representantes de cerca de 250 cidades. Segundo um comunicado divulgado ontem pela DST, o evento foi uma “oportunidade para reforçar o intercâmbio e envolvimento na rede, ajudando a elevar o perfil de Macau internacionalmente”. A conferência juntou representantes de mais de 80 países “de todo mundo das sete áreas criativas abrangidas pela rede: artesanato e artes populares, design, cinema, gastronomia, literatura, artes multimédia, e música”. Helena de Senna Fernandes realçou a “experiência frutuosa da organização da primeira edição da Festa Internacional das Cidades de Gastronomia, Macau”, que em Junho reuniu representantes e chefs de 29 Cidades Criativas de seis continentes”. A directora da DST “estendeu o convite às cidades para participarem no evento novamente no próximo ano”. Criada em 2004, a rede integra actualmente um total de 350 cidades de mais de 100 países nas sete áreas criativas. Na área de gastronomia, a rede conta 56 cidades em todo mundo, sendo a China o país com mais Cidades Criativas de Gastronomia, num total de seis: Chengdu, Shunde, Macau, Yangzhou, Huai’an e Chaozhou.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Mais de um milhão de estrangeiros em seis meses Nos primeiros seis meses deste ano, Macau recebeu 1,1 milhões de visitantes internacionais, segundo dados provisórios avançados ontem pelo subdirector dos Serviços de Turismo (DST) ao canal chinês da Rádio Macau. Face aos números do primeiro semestre, Ricky Hoi demonstrou optimismo em relação à superação da meta de dois milhões de turistas estrangeiros este ano. Recorde-se que em 2023, Macau recebeu mais de 1,4 milhão de turistas internacionais, fasquia que continua distante dos mais de três milhões de visitantes estrangeiros registados em 2019. Ricky Hoi adiantou que uma das estratégias da DST para alargar o leque de turistas estrangeiros passa pelas parcerias estabelecidas com Hong Kong, por exemplo ao nível da captação de turistas que chegam à região vizinha em rotas de cruzeiros. O responsável adiantou que actualmente seis cruzeiros que param em Hong Kong organizam visitas de um dia a Macau, trazendo para o território visitantes da Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Seguindo o objectivo de alargar a visibilidade de Macau em mais mercados internacionais, a DST está a preparar uma campanha de promoção turística de larga escala para a segunda metade de 2024.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSaúde Mental | Número de consultas subiu 29,8% em 2023 Apesar de no ano passado ter sido batido o recorde de suicídios, com 88 ocorrências, Alvis Lo garante que houve mais pessoas a serem atendidas em consultas externas e que o número de meios médicos também aumentou O número de consultas externas para cuidados de saúde mental registou um aumento de 29,8 por cento, num total de 6.436 atendimentos durante o ano passado. Os números foram revelados por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), na resposta a uma interpelação escrita do deputado Si Ka Lon. Em comparação com o ano de 2022, houve um aumento de quase 30 por cento, dado que nesse período foram atendidos, no âmbito das consultas externas disponibilizadas por oito centros de saúde, 4.961 utentes. A resposta de Alvis Lo revela ainda que houve um total de 3.406 serviços de aconselhamento psicológico em 2023, no âmbito de duas instituições subsidiadas que disponibilizam este serviço. Neste capítulo, o director dos SSM não apresentou a comparação com o ano anterior, mas indica que as vagas são “suficientes para satisfazer as necessidades dos serviços relevantes”. Em 2023, o território registou um novo recorde do número de casos de suicídio, com 88 ocorrências. Contudo, Alvis Lo argumenta que a equipa médica de resposta nunca esteve tão completa, fazendo a comparação com 2019, o último ano antes da pandemia. O número de profissionais da equipa de serviços psiquiátricos dos anos entre 2019 e 2023 não é mencionado. “Actualmente, a equipa de serviços psiquiátricos dos Serviços de Saúde conta com um total de 97 profissionais de saúde, nomeadamente, médicos especialistas, enfermeiros e psicoterapeutas, o que representou um aumento de 11,4 por cento, em comparação com os 87 profissionais de saúde supracitados em 2019”, foi referido. “A equipa dos serviços psiquiátricos dos Serviços de Saúde, em conjugação com três psiquiatras e 55 psicoterapeutas que exercem actividades em entidades não públicas, podem prestar, em conjunto, os serviços psiquiátricos necessários aos residentes”, foi acrescentado. Novo projecto Na resposta, é ainda revelado que o Governo prepara a apresentação de um projecto denominado “Macau Saudável”, que terá como objectivo “elevar o nível de saúde mental da população”, embora não sejam apresentados os detalhes. “O Projecto ‘Macau Saudável’, que será divulgado em breve, também define o objectivo relevante no âmbito da saúde mental, com vista a elevar o nível de saúde mental da população”, foi indicado. No âmbito das políticas adoptadas, o director dos SSM vincou que foi criada a “Comissão de Saúde Mental” para prestar “aconselhamento profissional para a política de saúde mental” e promover “o aperfeiçoamento e o desenvolvimento dos serviços de saúde mental”. Esta comissão envolve “vários departamentos públicos e uma equipa multidisciplinar”.
Hoje Macau PolíticaTNR | Defendido maior controlo de número de trabalhadores O ex-deputado Ng Kuok Cheong defende que o Governo deve controlar a proporção de trabalhadores não residentes (TNR) nas empresas do jogo, para que a percentagem volte ao nível de 20 por cento do total de trabalhadores destas empresas. Num artigo publicado no jornal All About Macau, Ng Kuok Cheong criticou a política em vigor. O ex-deputado indicou que desde 2013 a proporção de TNR em cada concessionária do jogo ultrapassou os 20 por cento, apesar da situação da economia se ter agravado. O ex-legislador recordou também a resposta a uma interpelação escrita sobre a revisão de proporção de TNR nas empresas do jogo, no tempo em que ainda fazia parte do hemiciclo, quando o Governo admitiu que a percentagem era superior a 20 por cento. Nesse documento, o Executivo prometeu ir impor mecanismos de controlo, para que o número voltasse para um nível inferior a 20 por cento. Porém, actualmente, Ng Kuok Cheong indica que o número continua acima dos 20 por cento. Com base nos dados compilados do site da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que admite serem insuficientes para conhecer verdadeiramente a percentagem, Ng aponta que quatro das concessionárias têm um nível de 28 por cento de TNR na força total de trabalhadores. Se o limite de 20 por cento fosse respeitado, Ng indica que haveria cerca de 6.959 vagas de trabalho para residentes, o que permitiria aliviar o problema do desemprego.
João Luz Manchete PolíticaEspectáculos | Propostas para zona ao ar livre entre 84,8 e 113 milhões O Governo convidou seis empresas para apresentarem propostas de construção da denominada “zona de espectáculos ao ar livre de Macau”, a área no Cotai reservada para eventos com capacidade para acolher 50 mil espectadores. As propostas têm preços entre 84,8 e 113 milhões de patacas A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) convidou seis empresas a apresentarem propostas para a construção da “zona de espectáculos ao ar livre de Macau”, a área no Cotai ao lado do Grand Lisboa Palace destinada a espectáculos para cerca de 50 mil espectadores. No sábado, a DSOP publicou um quadro com as propostas de preço e prazo para a construção. O preço mais elevado foi apresentado pela Companhia de Construção Cheong Kong, 113,4 milhões de patacas, enquanto a proposta da Companhia de Construção & Engenharia Shing Lung apresentou o preço de 84,8 milhões de patacas, o mais reduzido das seis propostas. No pódio das propostas mais elevadas, o preço da Companhia de Construção e Engenharia Kin Pang foi o segundo mais alto (107,3 milhões de patacas), seguido da Empresa de Construção e Obras de Engenharia Tak Fat Kin Ip (105,7 milhões de patacas). A proposta da Top Builders International foi de 96,7 milhões de patacas, enquanto a Companhia de Decoração San Kei Ip apresentou um preço de 93,8 milhões de patacas. Todas as propostas têm como prazo execução 107 dias. A obra consiste na construção de pavimento em betão armado, de sistemas electromecânicos complementares e instalações de drenagem de água e serão instaladas salas funcionais móveis dentro da zona de espectáculos, tais como casas de banho, gabinetes para a equipa de actividade e salas de descanso. Desenho da área Na configuração do arranjo dos espaços, a zona central será destinada aos espectadores, enquanto o palco e uma área de apoio logístico ficará na zona norte. No lado oeste será instalada a área para a inspecção de segurança e entrada no recinto, ficando o lado sul reservado para evacuação. A zona de espectáculos ficará situada num terreno do Estado, com uma área de 94 mil metros quadrados, localizada “na intersecção entre a Avenida do Aeroporto e Rua de Ténis, virada a norte para a Rua de Ténis e a nordeste para a Avenida do Aeroporto”. Quando à elaboração do projecto a DSOP adjudicou os trabalhos à Sociedade de Consultadoria em Engenharia Civil por 2,3 milhões de patacas, com um prazo de execução de 45 dias. Em relação às obras de nivelamento, a DSOP dividiu o trabalho em duas fases, para as quais foram convidadas quatro empresas, também convidadas para a empreitada de construção da zona de espectáculos ao ar livre. A primeira foi adjudicada à Companhia de Decoração San Kei Ip, que apresentou o preço mais barato (menos de metade do segundo valor mais baixo), com 1,96 milhões de patacas, com um prazo de execução de 50 dias. A segunda fase foi adjudicada à Empresa de Construção e Obras de Engenharia Tak Fat Kin Ip por 875 mil patacas, mais uma vez o preço mais baixo, com prazo de execução de 20 dias.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteDaniel Cheng, autor de “How I built an Integrated Resort”: A ausência de um “plano abrangente” para a diversificação O analista de jogo e antigo executivo do sector dos casinos Daniel Cheng lançou, em Maio, o livro “How I Built an Integrated Resort” [Como Construí um Resort Integrado], um manual de boas práticas para operadores, investidores e académicos. O autor lamenta que o ónus da diversificação económica de Macau esteja nas concessionárias e aponta a falta um “plano abrangente” do Governo para atingir esse objectivo Porque decidiu lançar um livro sobre este tema? Um resort integrado é a resposta para o desenvolvimento futuro na área do turismo e lazer para muitas regiões? O conceito de resorts integrados ajudou a tornar o jogo em algo mais aceitável em muitas jurisdições, particularmente na Ásia. Especialmente em países e regiões que anteriormente evitavam a legalização dos casinos devido a preocupações sociais e de segurança, e que ultrapassavam os potenciais benefícios económicos. No entanto, muitos dos novos resorts funcionam apenas no nome, não cumprindo os verdadeiros princípios do conceito. Qual é, então, o resort integrado ideal em termos de confiança dos consumidores e de segmento de mercado? Há muitos preceitos fundamentais, mas o mais importante é uma visão partilhada que alinhe os objectivos macro do Governo e os objectivos comerciais dos operadores. Como encara actualmente o mercado de resorts integrados em Macau após as novas licenças de jogo? Quais são as hipóteses de expansão e modernização em relação ao que já existia? O novo regime de jogo de Macau procura realinhar o desfasamento entre a indústria e a visão do Governo, segundo a qual a “Macau 1.0” era meramente uma legitimação da antiga estrutura de jogo existente antes da liberalização do sector. Embora o valor económico do mercado sofra um golpe, principalmente devido à erradicação do sector dos jogos de fortuna e azar e de todos os seus elementos mais obscuros, o novo regime proporcionará uma estabilidade de longo prazo, mesmo que o sector volte a atingir os níveis de glória que rondavam os 50 mil milhões de dólares no passado. Acredita na diversificação do segmento não-jogo em Macau? Acredito, se for orientada pelo mercado. Actualmente, as seis concessionárias estão a investir em activos não relacionados com o jogo de acordo com as directivas da nova lei e não necessariamente com o objectivo principal de gerar receitas não relacionadas com o jogo. Esta situação poderá conduzir a atracções que não correspondem à procura do mercado, levando a que haja um exagero em torno da ideia de Macau ser um grande destino para o segmento não relacionado com o jogo [nas áreas do lazer e entretenimento]. Que diferenças pode apontar entre o modelo de resort integrado de Singapura, como o Marina Bay Sands, e as restantes jurisdições de jogo, tanto na Ásia como nos Estados Unidos? Se colocarmos Singapura e Macau lado a lado, e aplicarmos a lente de um consumidor, a distinção é clara, na medida em que as duas jurisdições possuem sistemas de “hardware” [infra-estruturas e empreendimentos] e “software” [modelos de negócio, sistemas] muito diferentes. No caso de Singapura, trata-se de um importante centro financeiro internacional e uma porta de entrada com uma população muito maior, e altamente qualificada. Enquanto a economia de Macau continua a depender quase exclusivamente dos casinos, Singapura tem uma economia que assenta numa vasta gama de sectores de actividade. O modelo de resort integrado não existe de forma isolada, mas insere-se neste tecido económico e social mais vasto. Assim, se fosse possível reproduzir o modelo do Marina Bay Sands para o Cotai, este não conseguiria atrair tantos visitantes devido às características subjacentes diferentes, além de que iria continuar a servir principalmente os visitantes do Interior da China. O modelo de resort integrado é uma variante do modelo existente em Las Vegas, onde há uma integração do entretenimento nas instalações do casino a fim de atrair segmentos mais vastos de clientes. O que o Governo de Singapura fez foi elevar o segmento não relacionado com o jogo ao mesmo nível do casino, introduzindo salvaguardas sociais. Embora os operadores de Macau e das Filipinas tenham posteriormente adoptado a designação de “resort integrado”, a verdade é que, nestes casos, são empreendimentos categoricamente diferentes, uma vez que são semelhantes aos resorts existentes em Las Vegas, onde o casino tem maior visibilidade e é o centro das atenções. Como vê a evolução do comportamento de consumo dos turistas chineses nos próximos anos, à medida que os mercados de jogo asiáticos se desenvolvem? Dada a enorme dimensão da China, é provável que o seu desenvolvimento económico continue a crescer a partir das áreas metropolitanas durante as próximas décadas. Este crescimento continuará a alimentar a economia de Macau num futuro previsível, dada a sua proximidade com a China, mesmo que a “Macau 2.0” não atinja a visão do Governo de transformar o território num centro mundial de turismo. À medida que os consumidores chineses se vão tornando mais sofisticados, os clientes dos segmentos “premium” e mais experientes passarão a deslocar-se a resorts integrados mais ao estilo de Singapura. Porém, o mercado [de jogo] irá continuar a ser suficientemente grande para sustentar resorts centrados em casinos, como é o caso das Filipinas. Acredita na diversificação económica de Macau como um todo, com a redução do peso do jogo? Concordo com a visão, mas tenho uma dupla posição em relação ao seu sucesso. Porquê? Há um claro desejo de Pequim manifestado na nova lei e licenças de jogo atribuídas. No entanto, o Governo de Macau não pegou nessa visão e não a articulou num plano abrangente, transferindo para as concessionárias o ónus de apresentação de ideias para atracções não relacionadas com o jogo. Este facto sugere que a missão de criar a “Macau 2.0” não é da responsabilidade de uma única entidade. Para agravar esta falta de responsabilidade exclusiva de uma só entidade, o sistema de “harware” turístico do pequeno enclave é limitado, além de que não há muito que se possa fazer em termos do desenvolvimento de novas atracções turísticas para aumentar o seu lado atractivo. Qual é o mercado de jogo asiático mais prometedor actualmente, além de Macau? Quer esteja em desenvolvimento, como a Tailândia, quer já esteja a funcionar em pleno. O Japão e a Tailândia têm ambos um potencial fantástico. No entanto, o seu sucesso depende, em grande medida, do quadro regulamentar e da execução. Já assistimos a alguns erros do Japão e espero que as autoridades tailandesas tenham observado atentamente o desenvolvimento da região nos últimos 20 anos. Se adoptarem as melhores práticas e evitarem os erros do passado, poderão maximizar o seu potencial.
Hoje Macau China / ÁsiaPaulo Rangel quer que Europa faça “renascer o Atlântico” O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou ontem que entre os desafios das novas instituições da União Europeia está a paz e o alargamento, defendendo ainda a necessidade de “fazer renascer o Atlântico”. Depois de uma intervenção na conferência Ágora Jacques Delors sobre União Europeia dirigida a jovens de várias nacionalidades, o governante detalhou que entre os “desafios enormes” dos 27 está “garantir a paz na Europa”, através da manutenção do “apoio decisivo” à Ucrânia e do “modernizar toda a indústria de defesa europeia”. Entre os desafios está também a “preparação do alargamento a leste, que obviamente também está dependente de se encontrar uma solução de paz na questão da Ucrânia”. “Aí temos também os Balcãs que já não estão afectados por essa questão da guerra. Portanto, também temos que ter em consideração isso”, declarou aos jornalistas. Para Rangel “perante o aparecimento, o reforço e a centralidade que tem hoje o Indo-Pacífico, é preciso fazer renascer o Atlântico”, pelo que a Europa deve fazer uma parceria “substantiva, substancial, com a África e com a América do Sul”. “E com a América do Norte, melhores ou piores relações, elas são sempre muito boas, nós é que sentimos todas as oscilações, podemos fazer muito mais, mas aí já há uma grande coesão”, declarou. Outros centros O chefe da diplomacia portuguesa explicou que uma nova centralidade do Atlântico não tem que ser “a principal”. “Queremos é que não haja um mundo unipolar, que está apenas centrado no Indo-Pacífico”, explicou o governante, que, notando estar a falar em abstrato sobre as eleições presidenciais norte-americanas de Novembro, considerou “não ser catastrofista” uma eventual mudança de ciclo. “O que acontece ciclicamente é haver administrações, presidentes mais isolacionistas, que obviamente para nós é menos bom”, o que traduz fases em que cooperação transatlântica “está a um nível inferior”, mas o que não significa deixarem de estar num “nível alto, comparando com aquilo que são as relações a nível de globo entre diferentes blocos”. “Quando elas são mais abertas ao exterior evidentemente que isso dá uma força enorme à parceria transatlântica”, defendeu. Assim, “eu não sou, digamos, catastrofista, mas obviamente para nós não é indiferente que os Estados Unidos da América estejam mais abertos à cooperação global ou estejam mais centrados nas suas dinâmicas internas. Isso não é indiferente”, afirmou o ministro, recusando uma “visão catastrofista” porque as relações têm-se sempre mantido num “nível muito, muito satisfatório”. Às perguntas colocadas pelos jovens sobre relações com a China, Paulo Rangel afirmou as “muito boas relações” entre Portugal e o país asiático, sobre o qual deve haver, num “panorama global”, “de-risking” (redução de riscos), mas não “decoupling” (dissociação), recordando como a pandemia COVID-19 demonstrou os riscos das rupturas de cadeias de valor e da dependência de países. “A China está em todo o lado e a Europa está em todo o lado? É algo em que temos de pensar”, desafiou o governante, aproveitando para defender o reforço das relações entre os países do Atlântico.
Paul Chan Wai Chi Um Grito no Deserto VozesO que deve mover Macau? Hong Kong celebrou o 27.º aniversário do Regresso à Soberania Chinesa a 1 de Julho, enquanto o Index Hang Seng continua a situar-se entre os 17.000 e os 18.000 pontos. Em resposta às perguntas dos jornalistas, o Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, declarou claramente que não vai proceder, durante o resto do seu mandato, à consulta constitucional em relação ao duplo sufrágio universal (para a eleição do Chefe do Executivo e para a eleição do Conselho Legislativo) tal como especificado na Lei Básica de Hong Kong, e que apenas se vai focar na revitalização da economia da cidade. A economia de Hong Kong tem de recuperar e evitar tornar-se na “ruína financeira da Ásia”’. E quanto a Macau, como está a sua situação financeira? Depois do Regresso de Macau à Soberania Chinesa, o Canídromo Yat Yuen encerrou e o Jockey Club passou à História. O desenvolvimento da diversificação adequada das indústrias “1+4” ainda não entrou em vigor e, por todo o lado, as lojas da cidade estão constantemente a ser vendidas ou alugadas. Mesmo que os casinos não ofereçam lanches, isso não vai aliviar as dificuldades sentidas pelas micro, pequenas e médias empresas ao terem de lidar com o impacto da “Circulação de Veículos de Macau na Província de Guangdong” e com a comercialização de produtos baratos na área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. A receita bruta do jogo de Macau apurada em Junho foi de 17,7 mil milhões de patacas, o valor mais baixo do corrente ano. Com a inauguração da ponte Shenzhen-Zhongshan, o projecto para a circulação no espaço de uma hora na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau foi basicamente cumprido. No quadro do desenvolvimento integrado a nível nacional, terá Macau vantagens próprias que possam atrair o investimento e trazerem novas oportunidades de crescimento? Depois do “Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau” ter sido rebaptizado com um nome chinês, que planos e estratégias tem em mente o Governo da RAEM para atrair o investimento? A apresentação da candidatura às eleições dos membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), encerrou no passado dia 2, assinalando oficialmente a contagem decrescente para as eleições ao sexto mandato do Chefe do Executivo. Já que as eleições deste ano para os membros da CECE foram adiadas dois meses, a Eleição do Chefe do Executivo está agendada para o próximo mês de Outubro. Ou seja, depois de estar em vigor o sexto mandato do Chefe do Executivo, sobrarão apenas dois meses para a nova equipa governativa se preparar devidamente para as tarefas futuras. Se o actual Chefe do Executivo Ho Iat Seng for reeleito, não se adivinham grandes problemas em Macau. Com base na experiência, a menos que surjam alterações inesperadas, a prática de reeleger o Chefe do Executivo em funções permanece inalterada. Quando Ho Iat Seng tomou posse do cargo de Chefe do Executivo de Macau, teve de lidar com três anos de pandemia. A sua estratégia para fazer face a esta situação esteve alinhada com o Governo Central e os seus bons resultados foram reconhecidos. Mas como foi assinalado quando Ho Iat Seng foi eleito Chefe do Executivo de Macau, a capacidade da sua equipa administrativa era o mais preocupante. O Gabinete Geral do Comité Central do Partido Comunista da China publicou recentemente o “Esboço do Plano de Construção de Lideranças Partidárias e Governamentais em todo o País (2024-2028)”, onde se pode ler, “Para construir uma equipa de liderança sólida, foquemo-nos na escolha das pessoas certas, optimizemos a estrutura etária da equipa, aperfeiçoemos a composição profissional dos seus membros e tenhamos em conta as suas experiências e currículos.” Estes pontos chave devem também servir de referência para o sexto mandato do Chefe do Executivo Nos últimos anos, tornou-se hábito criar narrativas favoráveis a Macau. Vários convidados populares do programa Phone-in da rádio TDM, com pontos de vista únicos desapareceram sem deixar rasto, ao mesmo tempo que alguns semanários deixaram de ser publicados e certos colunistas deixaram de escrever. À primeira vista, a sociedade de Macau é próspera, mas na realidade tem muitos problemas. Por isso, aquilo porque Macau deve lutar é, certamente, por encontrar líderes que possam conduzir os cidadãos no caminho certo.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia disposta a ponderar propostas de parceiros asiáticos O Presidente russo, Vladimir Putin, manifestou-se ontem disponível para ter em conta as propostas dos países membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) para resolver o conflito na Ucrânia. “Agradecemos aos membros da SCO pela proposta de resolução deste conflito. A Rússia está certamente pronta a ter em conta as vossas ideias e iniciativas”, disse Putin durante a cimeira da organização, a decorrer na capital do Cazaquistão, Astana. Putin afirmou que “nas condições actuais, quando o mundo está a sofrer mudanças rápidas e irreversíveis, é necessária a posição activa e a iniciativa das organizações da sociedade civil no espaço internacional”. Fundada em 2001, a Organização de Cooperação de Xangai é uma aliança política, económica e se segurança que integra China, Cazaquistão, Índia, Irão, Paquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. A Bielorrússia, aliada da Rússia na guerra contra a Ucrânia, foi admitida ontem como membro de pleno direito da SCO. O grupo de Xangai afirma representar 40 por cento da população mundial e cerca de 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Dedos apontados A guerra em curso na Ucrânia foi desencadeada pela invasão russa do país vizinho em Fevereiro de 2022. Putin reafirmou na cimeira de Astana que a guerra é o “resultado da política absolutamente grosseira dos Estados Unidos e dos seus satélites”. Referiu também que a Rússia “sempre defendeu e defende uma solução político-diplomática para a situação na Ucrânia” e que apresentou “repetidamente propostas concretas” sobre a questão. “Recordo que, em meados de Junho, foi apresentada uma outra variante de solução que, se fosse aprovada pela parte ucraniana e, sobretudo, pelos seus apoiantes ocidentais, teria permitido cessar imediatamente a ação militar, salvar vidas e iniciar negociações”, acrescentou. O plano a que aludiu Putin foi divulgado a propósito da Cimeira de Paz para a Ucrânia, realizada sem a participação da Rússia em meados de Junho, na Suíça. Moscovo exigiu a retirada das tropas ucranianas das regiões anexadas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, a renúncia de Kiev à adesão à NATO e o fim das sanções ocidentais. Em troca, Putin prometeu ordenar um cessar-fogo imediato e o início de conversações de paz. Estas condições foram rejeitadas não só por Kiev, mas também pelo Ocidente, que reiterou o apoio à Ucrânia. Kiev exige a retirada das tropas russas das quatro regiões anexadas desde Fevereiro de 2022, bem como a Crimeia, que a Rússia ocupa desde 2014, como pré-condição para eventuais negociações de paz.
Hoje Macau China / ÁsiaConselho Europeu | Xi Jinping felicita António Costa O Presidente da China enviou ontem uma mensagem de felicitações ao ex-primeiro-ministro português António Costa pela eleição como Presidente do Conselho Europeu. Xi Jinping salientou que a China sempre considerou a Europa como um “polo fundamental” na estrutura multipolar e que “atribui grande importância ao papel vital da União Europeia (UE) nos assuntos mundiais”, avançou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Pequim está “empenhada em desenvolver a parceria estratégica global China–UE”, afirmou o líder chinês. Xi Jinping disse ainda “valorizar muito” o desenvolvimento das relações China-UE e estar pronto para trabalhar com António Costa para garantir que os dois lados “permaneçam firmes como parceiros.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Xi apela à unidade contra “interferência externa” O apelo de Xi Jinping surgiu durante a cimeira da 24.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, que junta na capital do Cazaquistão líderes de países como a China, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão, e ainda a Bielorrússia que se juntou ontem ao grupo O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem à unidade contra a “interferência externa” num discurso na 24.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), na capital do Cazaquistão, Astana. Xi Jinping sublinhou a necessidade de “reforçar a unidade” entre os membros da SCO para “resistir à interferência externa, apoiarem-se mutuamente e resolverem as preocupações uns dos outros”, de acordo com a televisão estatal CCTV. Sublinhou a importância de “resolver pacificamente as diferenças internas e de trabalhar em conjunto para ultrapassar os desafios da cooperação”, apelando ao mesmo tempo a que se “mantenha firmemente o destino e o desenvolvimento pacífico da região” nas “próprias mãos”. Apelou também a uma “acção conjunta para proteger os interesses comuns” e a “uma abordagem de resolução de problemas baseada na convergência e na superação das diferenças”. O líder chinês considerou que a organização “está firmemente do lado certo da História e defende a equidade e a justiça”, o que é “crucial para o cenário internacional como um todo” numa altura em que o mundo se encontra numa “encruzilhada histórica”. Xi Jinping apelou à resolução dos “complexos desafios em matéria de segurança através do diálogo e da parceria” e à “resposta aos profundos ajustamentos na ordem internacional com uma mentalidade cooperativa”. Laços cultivados A SCO, um organismo criado para colaborar na segurança regional ou na luta contra o terrorismo, o separatismo étnico e o extremismo religioso, é composta pela China, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão, a que se juntou ontem a Bielorrússia. Após a cimeira, a China assumirá a presidência da SCO até 2025 com o objectivo de “contribuir para a paz duradoura e a prosperidade comum no mundo” e “beneficiar a região”, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. No âmbito deste evento, Xi teve uma reunião na passada quarta-feira com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na qual apelou a “continuar a cultivar o valor único” dos laços entre Moscovo e Pequim “face à constante mudança da situação internacional e do ambiente externo”. Putin sublinhou que “as relações entre Rússia e China, de ampla parceria e interacção estratégica, estão a atravessar o melhor período da sua história”.
Hoje Macau China / ÁsiaMeteorologia | Vaga de calor deve continuar este Verão A vaga de calor deve prolongar-se na China este Verão, disseram ontem os serviços meteorológicos do país, apontando como causa o aquecimento global. O país asiático é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, o que os cientistas acreditam serem a causa do aquecimento global, tornando os fenómenos climáticos extremos mais frequentes e mais intensos. Este Verão, regiões inteiras do norte da China já foram atingidas por vagas de calor, enquanto chuvas fortes fora de época provocaram inundações mortais e aluimentos de terras no sul do país. O Centro do Clima da Administração Meteorológica da China prevê que “as temperaturas do ar na maior parte do país vão ser ligeiramente mais elevadas (…) em meados do Verão”, noticiou a televisão estatal CCTV. “No contexto do aquecimento global, as temperaturas médias vão aumentar e as temperaturas elevadas serão mais frequentes”, afirmou o centro meteorológico, disse. Os termómetros subiram entre 1ºC a 2ºC em relação ao normal nas províncias de Zhejiang, Jiangxi, Hunan, Fujian, Guangdong e Gansu, bem como nas regiões de Guangxi e Ningxia, de acordo com o relatório. No entanto, as províncias do nordeste e a região norte da Mongólia Interior vão registar temperaturas próximas do normal para a época. A China comprometeu-se a estabilizar ou reduzir as emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e a atingir a neutralidade carbónica até 2060. O país registou uma média de 2,6 dias quentes, ou seja temperaturas superiores a 35°C, em Junho, o quarto valor mais elevado desde que se iniciaram os registos em 1961, indicou a CCTV, citando o Centro do Clima chinês. Como resultado, 20 estações meteorológicas bateram recordes de calor, de acordo com o relatório. “À medida que o aquecimento global se intensifica, nos últimos anos, os dias quentes no nosso país começaram mais cedo, ocorreram com mais frequência, acumularam-se durante períodos mais longos, tiveram um impacto mais alargado e foram, em geral, mais fortes”, referiu.
Hoje Macau China / ÁsiaIlhas Diaoyu | Pequim diz ter afastado navios japoneses A guarda costeira da China disse ontem ter afastado vários navios japoneses na proximidade das ilhas Diaoyu, conhecidas como Senkaku no Japão e reivindicadas pelos dois países. Os incidentes entre a guarda costeira chinesa e os navios japoneses ocorreram entre terça-feira e ontem, indicou a guarda costeira chinesa, em comunicado. O porta-voz da guarda costeira, Liu Dejun, instou o Japão a “parar imediatamente todas as actividades ilegais nas águas” e disse que as ilhas Diaoyu e as circundantes “são território inalienável da China”. “As forças marítimas chinesas vão continuar a realizar actividades de defesa dos direitos marítimos e de aplicação da lei nas águas sob a sua jurisdição, protegendo a soberania, a segurança e os direitos e interesses marítimos”, advertiu o porta-voz, na nota oficial. Localizadas no mar do Leste da China, a cerca de 150 quilómetros a nordeste de Taiwan, as ilhas desabitadas têm uma área de cerca de sete quilómetros quadrados e acredita-se que possam existir depósitos significativos de petróleo ou gás nas águas adjacentes.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim confirma a morte de chineses em ataque rebelde no nordeste do país A China confirmou, ontem, a morte e o desaparecimento de vários dos seus cidadãos no ataque de milicianos a uma mina em Ituri, província rica em ouro no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), que ocorreu na quarta-feira. “Uma empresa privada de capital chinês na República Democrática do Congo foi atacada pelas forças armadas, deixando vários cidadãos chineses mortos ou desaparecidos”, confirmou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, sem especificar o número. Mao Ning declarou, ainda, em conferência de imprensa, que “a China condena veementemente este ataque e mantém-se em estreito contacto com a RDCongo para fazer tudo o que for possível para encontrar os cidadãos chineses desaparecidos”. “Exortamos a RDCongo, o mais rapidamente possível, a localizar e a punir severamente os assassinos e a tomar medidas concretas e eficazes para reforçar a protecção dos cidadãos e das empresas chinesas na região”, acrescentou. Na quarta-feira, a agência de notícias AFP noticiou que pelo menos quatro cidadãos chineses teriam sido mortos, no ataque em Ituri, segundo fontes congolesas locais. Vários cidadãos da RDCongo foram também mortos ou feridos no ataque, que algumas das fontes atribuíram ao grupo armado Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco), uma milícia que afirma defender os interesses da tribo Lendu contra a tribo rival Hema. Luta pelo ouro Os ataques a locais de extracção de ouro e a colunas de mineiros são frequentes em Ituri e, mais a sul, na outra província rica em reservas de ouro, Kivu do Sul, onde há muitos mineiros chineses. Os conflitos em torno do ouro são também recorrentes entre as populações locais e os mineiros chineses. O deputado provincial Jean-Pierre Bikilisende disse à agência de notícias francesa AFP que “houve uma incursão de efectivos da Codeco no local de extracção chinês”, não muito longe da cidade de Abombi, no território Djugu, em Ituri. “Temos um balanço provisório inicial de quatro chineses mortos e dois elementos das FARDC (exército da RDCongo) feridos”, acrescentou. Outras fontes locais estimam em seis o número de chineses mortos. Uma das províncias mais conturbadas do leste da RDCongo, que faz fronteira com Angola, Ituri é palco de um conflito entre milícias comunitárias, incluindo a Codeco, que já provocou a morte de milhares de civis e a deslocações em massa da população. A parte sul da região é também alvo de ataques contra civis por parte das Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês) organização ligada ao movimento fundamentalista Estado Islâmico, que também está ativo no norte da província vizinha de Kivu do Norte.
Hoje Macau EventosFinanças | Salário anual na China limitado para executivos do sector O objectivo da medida ontem anunciada pela imprensa chinesa passa pela redução das desigualdades salariais no sector financeiro, um dos mais propensos a casos de corrupção A China planeia limitar os salários anuais dos trabalhadores do sector financeiro ao equivalente a 382.000 euros, informou ontem a imprensa local, numa altura em que Pequim intensifica a campanha para erradicar a extravagância e reduzir desigualdades. O limite vai ser aplicado a todas as correctoras, sociedades de fundos de investimento e bancos apoiados pelo Estado, com excepção das instituições financeiras apoiadas por investidores privados, disse o jornal de Hong Kong South China Morning Post, sem identificar as fontes. Ao ser aplicada retroactivamente, esta medida pode significar que quem ganhou acima do valor limite nos últimos anos vai provavelmente ter de devolver o dinheiro em excesso às empresas, acrescentou o jornal. É a mais recente medida alinhada com a iniciativa de prosperidade comum do Presidente chinês, Xi Jinping, que sublinha a distribuição equitativa da riqueza numa altura em que o país enfrenta um abrandamento económico. O sector financeiro, considerado de elite na China, tem estado na mira dos decisores políticos desde que, em 2022, um jovem corrector da China International Capital Corp ostentou o salário nas redes sociais, suscitando a ira do público. A isto seguiu-se uma série de investigações sobre casos de corrupção envolvendo reguladores e executivos de topo. O limite salarial também pode ter a ver com a tensão fiscal que o governo enfrenta, à medida que tenta diversificar as fontes de receita num contexto de declínio da cobrança de impostos e da venda de terrenos, de acordo com observadores citados pelo SCMP. Pestana aberta No mês passado, um grupo de empresas chinesas cotadas na bolsa afirmou que poderá ter de pagar impostos que remontam a três décadas, tendo a administração fiscal do Estado negado posteriormente que estivesse a tomar medidas retroactivas. Uma fonte citada pelo SCMP referiu que algumas grandes empresas financeiras, incluindo as principais sociedades de fundos de investimento, intensificaram o controlo dos reembolsos de despesas, uma vez que estes são utilizados como uma forma dissimulada de pagamento de salários para contornar a supervisão regulamentar. Algumas grandes correctoras já elaboraram medidas para aplicar o limite salarial, enquanto as restantes ainda não planearam nada, disse outra fonte. Embora Xi tenha sublinhado a importância da indústria financeira, que pretende transformar numa potência mundial, o sector tem sido objecto de maior vigilância regulamentar nos últimos anos, no âmbito da campanha anticorrupção lançada pelo secretário-geral do Partido Comunista Chinês. Mais de 30 funcionários do sector foram colocados sob investigação este ano, sendo o chefe da filial da província de Jiangsu da entidade reguladora do mercado de acções o mais recente. Em 2023, foram investigados pelo menos 101 funcionários, incluindo Liu Liange, antigo presidente do Banco da China, e Li Xiaopeng, antigo presidente do Grupo China Everbright.