UPM | Docente distinguido com prémio Fernão Mendes Pinto

Manuel Duarte Pires, docente da Universidade Politécnica de Macau (UPM), acaba de ganhar o prémio Fernão Mendes Pinto, relativo ao ano de 2023, pela publicação do trabalho “Português no ensino superior da China: os estudantes chineses de mobilidade de crédito em Portugal e o ensino para a interação cultural”, tema central do doutoramento que o docente concluiu em 2022 na Universidade de Lisboa, na área do Português como Língua Estrangeira.

Segundo um comunicado da UPM, este trabalho de Manuel Duarte Pires “contribui para aumentar a compreensão da comunidade internacional sobre o ensino bilingue de chinês e português, bem como para fornecer um importante suporte de investigação científica, promovendo o intercâmbio linguístico e cultural entre as duas comunidades”.

O prémio foi entregue no 33.º Encontro Anual da Associação de Universidades de Língua Portuguesa (AULP), que decorreu na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil.

Criado pela AULP) e pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Prémio Fernão Mendes Pinto é atribuído anualmente pela AULP, com o objectivo de reconhecer artigos académicos que contribuam para a promoção do intercâmbio cultural entre as comunidades lusófonas.

Também de acordo com a mesma nota, a UPM, através do trabalho desenvolvido na Faculdade de Línguas e Tradução, afirma o empenhamento “na promoção do intercâmbio cultural entre as línguas chinesa e portuguesa, tendo formado, com sucesso, um grande número de quadros profissionais na área de línguas e tradução”.

“A UPM continuará a seguir a sua filosofia de ensino de excelência, promovendo a estratégia de formação de talentos, alargando a visão internacional dos docentes e alunos, e exportando quadros bilingues com competitividade internacional”, é ainda referido.

5 Jul 2024

IC | Primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças arrancou ontem

Estão aí os primeiros espectáculos relativos à primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau. A iniciativa organizada pelo Instituto Cultural traz, até domingo, a peça de teatro infantil “A Lua numa Caçarola”, da companhia La Petita Malumaluga, de Espanha. Segue-se, na próxima semana, a peça “Laika”, da companhia espanhola Teatro Xirriquiteula

 

Já começou a primeira edição de um festival recheado de eventos destinados a crianças, mas também aos graúdos que as acompanham. O Festival Internacional de Artes para Crianças teve ontem a sua primeira exibição, que se apresenta até domingo. Trata-se da peça de teatro infantil “A Lua numa Caçarola” da companhia espanhola La Petita Malumaluga. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), entidade promotora do evento, trata-se de um espectáculo que combina “música, dança, teatro e efeitos especiais”, sendo indicado para crianças a partir de um ano de idade. Assim, estas poderão “explorar os recantos mais emocionantes da lua através de uma abordagem interactiva”.

Existem vários horários disponíveis para assistir a este espectáculo, que se apresenta no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). Com cerca de 40 minutos de duração, o espectáculo tem “a felicidade como ingrediente principal para a autodescoberta”, convidando as famílias a sentarem-se em palco com os mais pequenos. Depois, usa-se uma “poção mágica para ‘borrifar’ meninos e meninas nas suas novas abordagens ao teatro infantil”.

Esta companhia é considerada uma das pioneiras nas artes performativas para os mais pequenos, tendo “espalhado a sua visão artística e imaginação pelo mundo fora, actuando em alguns dos maiores festivais e salas de teatro”. A companhia espanhola já fez um espectáculo intitulado “Beatles para Bebés”, que passou por Macau. Mas desta vez, é altura dos mais pequenos se deslumbrarem “com os segredos de uma bonita e misteriosa lua”.

Laika em Moscovo

Na próxima semana, nomeadamente nos dias 13 e 14 de Julho, é apresentada a peça “Laika”, também de uma companhia espanhola, o Teatro Xirriquiteula.

“Recorrendo a várias formas de expressão artística, como teatro de sombras, fantoches e montagem cinematográfica, o espectáculo levará o público através do túnel do tempo até à década de 1950 para uma experiência histórica animada, adequando-se a qualquer pessoa a partir dos quatro anos de idade”, descreve o IC.

A história de “Laika” passa-se em Moscovo, Rússia, em 1957. “Laika” é uma “cachorrinha vadia, inteligente e gentil” que “após completar o treino num programa espacial, recebe um bilhete para ir ao espaço”. A sua missão é “explorar e desvendar os mistérios das estrelas cintilantes que adornam o céu nocturno”, sendo que, “ao embarcar nesta viagem interestelar, Laika marcará o seu nome na história como o primeiro ser vivo a aventurar-se no grande desconhecido cósmico”.

Esta é a primeira iniciativa do género, em formato de festival, apenas dedicado aos mais pequenos. Com duração até Agosto, inclui, além dos espectáculos, um festival de cinema, que decorre na Cinemateca Paixão, bem como workshops que convidam toda a família a participar. Para o IC, trata-se de “um programa de actividades emocionantes”.

O IC quer também estimular o interesse dos mais novos pela leitura, com foco nos livros artísticos, pelo que a Livraria para Crianças, num formato “pop-up”, ou seja, temporário, estará aberta todos os fins-de-semana durante este mês no DOT ART, no primeiro andar do Centro Cultural de Macau. Incorporando elementos de um parque de diversões, a livraria incluirá mais de 200 géneros de livros ilustrados, para jovens leitores, com imagens, cartilhas e outros produtos culturais e criativos de mais de dez países e regiões. Haverá também dispositivos para fotografias e uma área de leitura para pais e filhos, onde pequenos e graúdos poderão desfrutar juntos da leitura.

Estão programados 20 workshops, num total de 60 sessões, “proporcionando às crianças e aos seus pais a oportunidade de participarem em diversas actividades, incluindo música, teatro, pintura e dança”. Um deles é o “Alma Musical”, exclusivo para adolescentes e destinado a promover o prazer da música através de expressões como a representação, canto e dança. Haverá ainda o workshop “Dança Conexão Corpo-Mente”, destinado aos mais idosos, que, assim, são convidados “a mover o seu corpo e a revelar o seu charme”. Para estas actividades é necessário fazer inscrição na plataforma “Conta Única de Macau”.

5 Jul 2024

Turismo | Mais de 200 participantes em conferência

Termina hoje a conferência anual da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (APTA), que decorre no Centro Internacional de Convenções da Galaxy, e que teve início na quarta-feira.

O evento, co-organizado pela Universidade de Turismo de Macau, conta com mais de 200 participantes, incluindo académicos, líderes da indústria, decisores políticos e profissionais do sector provenientes de toda a região da Ásia-Pacífico. Esta é a segunda vez que Macau acolhe um encontro da APTA, tendo a primeira edição sido organizada em 2010, pelo anterior Instituto de Formação Turística.

Segundo um comunicado da organização, a conferência APTA 2024 debate “questões críticas que o sector enfrenta”, relacionadas com “a gestão de destinos, o marketing turístico, o comportamento do consumidor, a gestão cultural e do património, a gestão do alojamento e a educação em turismo e hotelaria”.

Não são esquecidas temáticas como o “impacto da transformação digital e do empoderamento feminino”, mostrando, assim, “o cenário em evolução da indústria e a necessidade de soluções inovadoras para manter a competitividade num mercado global”.

A realização da APTA no território visa ainda “impulsionar a economia local através do aumento do consumo associado ao turismo”, além de reforçar “a reputação de Macau como um destino preferencial para eventos MICE”.

5 Jul 2024

IPIM | Jackson Chang condenado a mais três anos de prisão

O antigo presidente do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau, Jackson Chang, foi condenado, em Segunda Instância, a uma pena de prisão efectiva de oito anos, apesar de ter sido absolvido de três crimes de abuso de poder. Na Primeira Instância, a condenação, em 2022, foi de cinco anos

 

Jackson Chang, também conhecido por Cheong Chou Weng, antigo presidente do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), viu a pena de prisão aumentar com a avaliação do seu recurso por parte do Tribunal de Segunda Instância (TSI).

Segundo o acórdão ontem divulgado, o arguido passa a ser condenado a uma pena de prisão efectiva de oito anos, por cúmulo jurídico, mais três anos em relação à condenação decretada no segundo julgamento do Tribunal Judicial de Base (TJB), em Maio de 2022.

Nessa altura, o antigo dirigente foi também condenado por três crimes de abuso de poder, em autoria material e forma consumada, sendo agora absolvido pelo TSI desses crimes. Porém, o recurso foi negado no que diz respeito aos crimes de corrupção passiva e prática de branqueamento de capitais.

O TSI decidiu, assim, condenar o antigo presidente do IPIM pelos quatro crimes de corrupção passiva para acto ilícito, aplicando-lhe uma pena de três anos e três meses de prisão por cada crime. Jackson Chang foi ainda condenado por três crimes de branqueamento de capitais, dois deles em co-autoria e de forma consumada, a dois anos de prisão por cada crime. Além disso, o arguido foi também “condenado pela prática de três crimes de inexactidão dos elementos, na pena de sete meses de prisão cada”.

Recorde-se que, no julgamento repetido no TJB, em Maio de 2022, Jackson Chang tinha sido condenado a um crime de corrupção passiva, três crimes de branqueamento de capitais e ainda três crimes de abuso de poder.

Empresário condenado

O TSI rejeitou ainda o recurso apresentado pelo arguido Ng Kuok Sao, condenando-o a 24 anos de prisão efectiva pela prática de quatro crimes de corrupção activa, três crimes de branqueamento de capitais, um crime de associação criminosa e de 23 crimes de falsificação de documento. Desta forma, aumenta a pena aplicada em um ano de prisão face ao segundo julgamento no TJB.

Recorde-se que ficou provado que Ng Kuok Sao, empresário, criou uma associação criminosa juntamente com a mulher, Wu Shu Hua, para vender autorizações de fixação de residência em Macau. Os crimes de que é acusado o antigo presidente do IPIM também estão relacionados com a atribuição de Bilhetes de Identidade de Residente de forma ilícita. Também o Ministério Público recorreu da segunda decisão do TJB, juntamente com os arguidos Ng Kuok Sao e Jackson Chang.

5 Jul 2024

UM | Recebido acervo de antigo dirigente chinês

O acervo de Kang Jimin, que liderou a representação chinesa no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês na preparação para a transição de Macau, foi doado à Universidade de Macau pela viúva do diplomata. Atas de reuniões e notas ilustram o processo que iria culminar na implementação da RAEM

 

A Universidade de Macau (UM) recebeu o acervo do diplomata Kang Jimin, antigo líder da parte chinesa no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês, que preparou a transição de administração da região em 1999.

A UM declarou que realizou uma cerimónia em que recebeu o acervo, doado por Han Jianli, viúva de Kang Jimin (1930-2018), de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira. O acervo está dividido em 31 categorias, que incluem atas de reuniões e notas escritas por Kang Jimin, que “têm grande importância para a investigação académica sobre o regresso de Macau e a elaboração da Lei Básica”, disse a UM.

Durante a cerimónia, o presidente da Fundação Macau, Wu Zhiliang, elogiou o trabalho de Kang Jimin na liderança da parte chinesa no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês, entre 1988 e 1993. “Com a sua rica experiência diplomática, ele deu o seu melhor para ultrapassar dificuldades e resolver problemas, estabelecendo uma boa base para uma transição de Macau e a criação da Região Administrativa Especial”, disse Wu.

Han Jianli afirmou que era a vontade do marido que este acervo fosse entregue a uma instituição educacional ou cultural do território para servir como “uma referência importante para a investigação sobre o desenvolvimento social e cultural de Macau”.

O Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês foi criado no âmbito da Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre a Questão de Macau de 1987, que abriu caminho à transição da administração do território. O grupo chegou a acordos que garantiram, entre outros, o estatuto do português como língua oficial de Macau, a proibição da pena de morte e a participação da região na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Antes de liderar o grupo, Kang Jimin foi vice-director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Espólio precioso

No início deste mês, a UM anunciou a aquisição de uma reedição de 1491 dos Elementos de Euclides, matemático da Grécia antiga considerado o pai da geometria. Na altura a universidade sublinhou que apenas 84 bibliotecas no mundo possuem esta edição de 1491, sendo a única existente na China.

Em 2022, a UM tinha adquirido um raro manuscrito português com o relatório oficial da embaixada, liderada por Alexandre Metello, enviada pelo rei D. João V à China em 1725, a única embaixada europeia recebida pelo imperador chinês Yongzheng.

5 Jul 2024

CTM | Obras na via pública danificam ligações de internet

A Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) emitiu ontem um alerta sobre os estragos causados às instalações subterrâneas de telecomunicações devido à realização de obras nas vias públicas. Mais concretamente, o comunicado destaca os casos recentes, ocorridos entre o mês passado e ontem, em que cabos de fibra subterrâneos foram danificados devido a trabalhos de construção de estradas junto à Ponte 6B e Ponte 5B, no Porto Interior, na Rua das Lorchas e Rua do Comandante João Belo.

A CTM diz ter enviado equipas técnicas aos locais assim que os incidentes foram reportados para proceder a trabalhos de reparação para que as ligações de internet voltassem à normalidade. A concessionária defende também que os empreiteiros devem “supervisionar as operações e reforçar a formação para evitar causar danos às instalações do serviço de utilidade pública, acabando por afectar a vida quotidiana dos residentes”.

É também pedida a intervenção do Governo, para que exija “aos empreiteiros que supervisionem os trabalhos de construção com orientações cuidadosas e minuciosas para garantir a integridade das instalações de serviços públicos, com o objectivo de proteger os interesses do público em geral”.

5 Jul 2024

Armazéns | Associação entrega carta por falta de espaços

A Associação dos Barraqueiros de Macau, através do seu presidente, Chio Tak Sio, entregou ontem uma carta na sede do Governo a pedir mais espaços para o armazenamento de equipamentos de construção, nomeadamente as estruturas de bambu utilizadas nas obras.

Segundo a TDM Rádio Macau, Chio Tak Sio adiantou que o sector pede a renovação da concessão por arrendamento de um terreno para este fim. Contudo, a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana informou a associação de que não lhe será renovada a concessão do terreno que usavam desde 2014.

Os membros da associação têm agora 60 dias para desocupar o terreno, sem direito a indemnização. Desta forma, foi pedido que as autoridades encontrem alternativas para a sua situação. A zona E2 dos Novos Aterros Urbanos está situado na zona sul da península de Macau entre a Torre de Macau e a ponte Governador Nobre de Carvalho. Esta quarta-feira, as autoridades levaram a cabo acções de despejo em vários terrenos ilegalmente ocupados até à data.

5 Jul 2024

Obras ilegais | Quase 130 demolições na primeira metade de 2024

Durante os primeiros seis meses deste ano foram registados 127 casos de demolição voluntária de obras ilegais, “número que tem vindo a aumentar”, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU).

No mesmo comunicado, as autoridades dão o exemplo mais recente de obras ilegais no terraço de um edifício na Rua de Marques de Oliveira, na Freguesia de Santo António, onde encontraram uma construção ilegal renovada na sequência de uma queixa.

A construção era composta “por coberturas metálicas, vedações e portões e também estava em curso a renovação de uma outra construção ilegal composta por um suporte metálico e uma cobertura.

A DSSCU emitiu uma ordem de embarga à obra e exigiu aos infractores que demolissem, por sua iniciativa, a construção, repondo as partes comuns do edifício ao seu estado original. Como a ordem da DSSCU não foi acatada, as autoridades procederam à sua demolição.

5 Jul 2024

Malásia | Campanha “Sentir Macau” arranca hoje

Arranca hoje mais uma campanha promocional do turismo local, nomeadamente na Malásia, que terá a duração de quatro dias. Ontem, decorreu um seminário promocional e bolsa de contactos sobre os mais recentes produtos no âmbito do conceito “Turismo + Convenções e Exposições”, num hotel em Kuala Lumpur. Participaram membros do Governo, representantes das seis operadoras de jogo e de operadores turísticos da Malásia, num total de mais de 110 participantes.

No seu discurso, Cheng Wai Tong, subdirector da Direcção dos Serviços de Turismo, referiu que, de acordo com dados provisórios, no primeiro semestre deste ano, Macau recebeu 85.140 visitantes da Malásia, um aumento de quase duas vezes em relação ao mesmo período de 2023. Actualmente, a Malásia ocupa o quarto lugar no ranking dos mercados de visitantes internacionais e o sétimo lugar entre os dez maiores mercados de visitantes de Macau.

Segundo os dados recentemente divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, nos primeiros cinco meses deste ano, 928 mil visitantes chegaram a Macau em excursões, um aumento de 2,3 vezes em relação ao período homólogo do ano passado, sendo que 88 mil eram visitantes internacionais, representando um aumento de 14 vezes.

5 Jul 2024

Hengqin | Novo Bairro com 200 casas para talentos chineses

A Macau Renovação Urbana vai arrendar 200 fracções no Novo Bairro de Macau a quadros qualificados chineses. A empresa de capitais públicos da RAEM está a negociar com a Universidade de Macau, a Escola de Hengqin Anexa à Escola Hou Kong e o posto médico que serve o bloco habitacional. Uma das intenções dos arrendamentos é aumentar a ocupação dos prédios

 

A Macau Renovação Urbana anunciou ontem que reservou 200 apartamentos nos blocos 17 e 18 do lado sudoeste do Novo Bairro de Macau para arrendar a quadros qualificados do Interior da China, sem limitações às províncias de origem. Para já, a empresa de capitais públicos da RAEM está a negociar com a Universidade de Macau, a direcção da Escola de Hengqin Anexa à Escola Hou Kong e o Posto Médico do Novo Bairro de Macau a possibilidade de hospedar, através de contratos de arrendamento, profissionais das instituições.

Num comunicado publicado no WeChat da Macau Renovação Urbana, a empresa refere que a iniciativa de arrendar apartamentos a quadros qualificados se inscreve na filosofia da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, procurando fixar na Ilha da Montanha talentos que ajudem ao desenvolvimento da zona. A medida tem também como objectivos “aumentar a ocupação e popularidade do Novo Bairro de Macau, melhorar as oportunidades de negócio dos espaços comerciais da zona e criar uma atmosfera de conveniência e qualidade de vida para quem trabalha, estuda e mora em Hengqin”.

O Novo Bairro de Macau é composto por 27 torres residenciais, com aproximadamente 4.000 fracções habitacionais.

A busca

No comunicado emitido ontem, a empresa sublinha que o Novo Bairro de Macau é um projecto integrado, uma experiência nova e transversal em termos de sectores e regiões que pretende convergir o modo de vida de Macau com a integração na Grande Baía.

Recorde-se que na semana passada foi noticiado que a Universidade de Macau estaria a sugerir a alunos de pós-graduações que considerassem usar fracções no Novo Bairro de Macau para residências de estudantes. Segundo a notícia da Macau News Agency, que consultou um email enviado pela universidade aos estudantes, a medida teria como objectivo “elevar a taxa baixa taxa de ocupação do projecto, que tem registado vendas fracas”.

Em Maio, a Macau Renovação Urbana também flexibilizou os critérios para compra de fracções permitindo a compra a proprietários a partir dos 18 anos.

A medida, que entrou em vigor em meados de Maio, foi implementada para “responder às mudanças no ambiente económico trazidas pelas novas políticas relativas ao mercado imobiliário de Macau e Hong Kong”, “após terem sido ouvidas opiniões de todos os sectores”.

5 Jul 2024

Delinquência juvenil | Ho Ion Sang quer reforço de educação cívica

A subida da criminalidade protagonizada por jovens, revelada no último relatório do gabinete do secretário para a Segurança, deve ser combatida através do reforço dos conteúdos curriculares ao nível da educação cívica e comportamental. Esta é uma das ideias principais da interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang, divulgada ontem, que apela ao Governo para se debruçar sobre a promoção de boas condutas dos mais novos.

O deputado dos Moradores perguntou também se o Governo tem planos para actualizar os materiais escolares para introduzir conteúdos sobre políticas nacionais como o projecto da Grande Baía, a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, a zona de cooperação aprofundada e a grande modernização chinesa. Na óptica do deputado, a actualização é necessária para permitir que os alunos conheçam profundamente o país e assumam a responsabilidade histórica conferida pela entrada numa nova era.

Ho Ion Sang sugeriu ainda que o sistema de ensino deve reflectir o que se passa na vida quotidiana, nomeadamente com os docentes e alunos a analisarem em conjunto a actualidade e os acontecimentos que marcam a sociedade, para que os mais jovens cresçam com valores correctos.

5 Jul 2024

Comissão Eleitoral | Renovação no elenco que vai eleger o Chefe do Executivo

A Comissão Eleitoral que irá eleger o próximo Chefe do Executivo será marcada por muitas saídas e entradas, com uma renovação que irá dar lugar aos mais novos.

Segundo a TDM – Rádio Macau, muitas personalidades da comunidade chinesa e portuguesa com mais de 75 anos serão substituídos por membros mais novos. Entre os membros do colégio eleitoral que devem sair contam-se pessoas como Jorge Neto Valente, Anabela Ritchie, Jorge Fão, Edith Silva, João Baptista Leão, José Manuel dos Santos, Mónica Cordeiro, Maria do Carmo Madeira de Carvalho e Fátima Santos Ferreira.

Entre a comunidade chinesa, vão ficar de fora pessoas como Ma Iao Hang, Lau Cheok Va, Kwan Tsui Hang, Leong Heng Teng, Alexandre Ma e David Chow, entre outros.

A TDM – Rádio Macau indica que entre os novos membros da Comissão Eleitoral devem estar personalidade como André Ritchie, José Rodrigues Chan, Manuel Pires, Jorge Manuel Neto Valente e Duarte do Rosário.

Entre os membros do colégio eleitoral que transitam do passado destaque para António José de Freitas, Leonel Alves, António Dias Azedo, Carlos Marreiros, Miguel Senna Fernandes, Carlos Rodrigues e Casimiro Pinto.

5 Jul 2024

Nacionalismo | Professores proibidos de prejudicar a imagem do país

O Governo lançou orientações para as escolas de conduta do pessoal docente que proíbe que sejam transmitidos aos alunos conteúdos que possam denegrir a imagem da República Popular da China. No ano lectivo que se avizinha, serão distribuídos materiais didácticos sobre segurança nacional num esforço para reformar o patriotismo na educação

 

O reforço do nacionalismo e da educação patriótica é a grande aposta para o sector da educação em Macau. No final de uma reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central com representantes da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), o porta-voz e coordenador do conselho revelou as determinações do Governo.

Um dos destaques para o próximo ano lectivo, segundo o conselheiro Ao Ieong Kuong Kao, tem a ver com as orientações dadas pela DSEDJ às escolas de Macau, que foram alteradas para incutir mais rigor ao nível da conduta e personalidade dos professores. Segundo as directrizes da DSEDJ, os docentes estão proibidos de transmitirem aos alunos conteúdos ou comentários que prejudiquem a imagem do país e da RAEM.

De um modo geral, os representantes da DSEDJ indicaram na reunião de quarta-feira aos conselheiros que as medidas lançadas pela RAEM já estavam em sintonia com a Lei da Educação Patriótica da República Popular da China, que entrou em vigor no início deste ano. Porém, mais nunca é demais. Como tal, o Governo irá lançar mais medidas no sentido de reforçar o ensino patriótico.

Segundo Ao Ieong Kuong Kao, que é também vice-presidente da Aliança do Povo, ligado à comunidade de Fujian, no ano lectivo que se avizinha será incluído nas exigências das competências académicas básicas o domínio de temas como segurança nacional, conhecimentos constitucionais e sobre as grandes conquistas tecnológicas nacionais. As exigências das competências básicas são os conhecimentos essenciais que os alunos têm de dominar no final de cada nível de ensino.

Segundo o jornal Cidadão, o Governo ainda não fixou a carga horária que será dedicada a estes assuntos.

A nação e o saber

O conselheiro ligado à comunidade de Fujian indicou ainda que a DESDJ vai distribuir pelas escolas da região materiais didácticos suplementares sobre segurança nacional para os ensinos primários e secundários. Outra aposta a reforçar passa pela continuidade da participação de alunos de Macau em campos de actividades de educação para a segurança nacional no Interior da China, onde os estudantes recebem treino militar, incluindo o manuseio de armas.

O conselheiro citou ainda dados da DSEDJ que indicam que entre 2022 e 2023, cerca de 1300 docentes foram formados na área do patriotismo.

Em relação ao ensino superior, a DSEDJ sublinhou que continua a incentivar os estudantes de Macau a continuarem os estudos em universidades chinesas e que este ano cerca de 40 por cento dos alunos escolheram o Interior como o destino de ingresso no ensino superior.

Além disso, foi ainda estabelecido que sempre que uma universidade ou instituição de ensino superior de Macau lançar uma nova licenciatura, conteúdos patrióticos são obrigatórios nas disciplinas de educação geral.

5 Jul 2024

Cazaquistão | Presidente Xi e Putin voltam a reunir-se

O fórum da Organização de Cooperação de Xangai, a decorrer esta semana em Astana, volta a juntar os dois presidentes. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, de visita à Ásia Central, também marcará presença na reunião

 

Os Presidentes da China e da Rússia vão reunir-se na quinta-feira, pela segunda vez em poucos meses, no Cazaquistão, à margem de uma cimeira sobre segurança criada para contrariar as alianças ocidentais.

Os dois líderes participam esta semana no fórum de líderes dos países-membros da Organização de Cooperação de Xangai, na capital do Cazaquistão, Astana. Xi Jinping e Vladimir Putin reuniram-se pela última vez em Maio, quando o líder do Kremlin visitou Pequim para sublinhar a estreita parceria, que se opõe à ordem democrática liderada pelos Estados Unidos e procura promover um mundo “multipolar”.

“Os nossos líderes reunir-se-ão durante uma cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, em Astana, em Julho”, disse o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, em Maio, numa reunião com o homólogo chinês, Wang Yi.

Wang disse então a Lavrov que China e Rússia devem reforçar o apoio mútuo e aumentar os esforços conjuntos para garantir a estabilidade na região que partilham. “As duas partes devem preparar-se para um compromisso bilateral ao longo do ano, continuar a aumentar o apoio mútuo, estabilizar os fundamentos da cooperação e manter a segurança e a estabilidade na vizinhança comum sino-russa”, afirmou Wang, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

A Organização de Cooperação de Xangai foi criada em 2001 pela China e pela Rússia para debater as questões de segurança na Ásia Central e em toda a região. Os outros países-membros são Irão, Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguizistão, Tajiquistão e Uzbequistão. Os Estados observadores e parceiros de diálogo incluem a Turquia, a Arábia Saudita e o Egipto.

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, estará também presente porque o país está prestes a tornar-se membro. Também estará presente o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, que se encontra em visita à Ásia Central.

Laços de ferro

Putin quer mostrar que a Rússia não está isolada por causa das sanções ocidentais decorrentes da invasão da Ucrânia em 2022. O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra Putin por crimes de guerra, acusando-o de responsabilidade pessoal pelo rapto de crianças da Ucrânia. O Cazaquistão não faz parte do Estatuto de Roma, pelo que não é obrigado a proceder à detenção.

Para Putin, a reunião tem a ver com “prestígio e com a óptica simbólica de que não está sozinho”, disse Alexander Gabuev, director do Centro Carnegie Rússia-Eurásia. A reunião é mais uma oportunidade para Putin e Xi demonstrarem os fortes laços pessoais da “parceria estratégica”, numa altura em que ambos enfrentam tensões crescentes com o Ocidente. Os dois líderes já se encontraram mais de 40 vezes.

A China é o principal aliado diplomático da Rússia e um dos principais mercados para o petróleo e gás russos. Moscovo depende de Pequim como principal fonte de importações de alta tecnologia para manter a máquina militar em funcionamento.

A Organização de Cooperação de Xangai ajuda a China a projectar influência, especialmente na Ásia Central e no Sul Global. Na semana passada, Xi apelou para a criação de “pontes de comunicação” entre os países e pretende continuar a promover a China como uma alternativa aos EUA e aliados.

A luta contra o terrorismo é uma das principais prioridades da organização. Este ano, a Rússia sofreu dois ataques terroristas, com mais de 145 pessoas mortas por homens armados numa sala de concertos em Moscovo, em Março, e pelo menos 21 pessoas mortas em ataques contra a polícia e casas de culto no Daguestão, em Junho.

4 Jul 2024

ONU adopta resolução de Pequim para promover acesso igual à IA

A Assembleia-Geral das Nações Unidas adoptou uma resolução patrocinada pela China, com o apoio dos Estados Unidos, que insta as nações desenvolvidas a garantirem que os países em desenvolvimento tenham oportunidades iguais de beneficiar da inteligência artificial.

A resolução, aprovada na segunda-feira, segue-se à adopção, a 21 de Março, da primeira resolução da ONU sobre inteligência artificial (IA), liderada pelos Estados Unidos e co-patrocinada por 123 países, incluindo a China.

A resolução deu apoio global ao esforço internacional para garantir que a IA é “segura, protegida e fiável” e que todas as nações podem tirar partido dela.

A adopção das duas resoluções não vinculativas mostra que os Estados Unidos e a China, rivais em muitas áreas, estão determinados a ser os principais intervenientes na definição do futuro desta nova e poderosa tecnologia – e têm vindo a cooperar nos primeiros passos internacionais importantes.

A adopção de ambas as resoluções por consenso pela Assembleia-Geral de 193 membros demonstra um apoio global generalizado à sua liderança nesta matéria.

Fu Cong, embaixador da China na ONU, disse aos jornalistas na segunda-feira que as duas resoluções são complementares, com a medida dos EUA a ser “mais geral” e a que acaba de ser adoptada a centrar-se na “criação de capacidades”.

O diplomata afirmou que a resolução chinesa, com mais de 140 patrocinadores, tinha “grande e longo alcance” e salientou: “Estamos muito gratos pelo papel positivo que os EUA desempenharam em todo esse processo”.

Nate Evans, porta-voz da missão norte-americana nas Nações Unidas, disse ontem que a resolução patrocinada pela China “foi negociada para promover a visão e a abordagem que os EUA estabeleceram em Março”.

“Trabalhamos diligentemente e de boa-fé com países em desenvolvimento e desenvolvidos para fortalecer o texto, garantindo que ele reafirme uma IA segura, protegida e confiável que respeite os direitos humanos, se comprometa com a inclusão digital e promova o desenvolvimento sustentável”, disse Evans.

Fu disse que a tecnologia de IA está a avançar muito rapidamente e que a questão tem sido discutida a níveis muito elevados, incluindo pelos líderes dos EUA e da China.

“Estamos ansiosos por intensificar a nossa cooperação com os Estados Unidos e com todos os países do mundo nesta questão, que (…) terá implicações de grande alcance em todas as dimensões”, afirmou.

O embaixador chinês, no entanto, criticou fortemente a regra proposta pelo Departamento do Tesouro dos EUA, anunciada a 21 de Junho, que restringiria e monitorizaria os investimentos dos EUA na China em inteligência artificial, chips de computador e computação quântica. “Opomo-nos firmemente a estas sanções”, afirmou Fu, apelando a Washington para que levante estas restrições.

Poder e responsabilidade

As resoluções dos EUA e da China centram-se nas aplicações civis da IA, mas o embaixador chinês disse aos jornalistas que a dimensão militar também é muito importante.

“Acreditamos que é necessário que a comunidade internacional tome medidas para reduzir os perigos e os riscos colocados pelo desenvolvimento da IA”, afirmou. A China está a participar activamente nas negociações em Genebra sobre o controlo de armas autónomas letais, referiu Fu, acrescentando que alguns países admitem propor uma resolução na Assembleia-Geral da ONU ainda este ano sobre a dimensão militar da IA.
“E estamos em amplo apoio a essa iniciativa”, assegurou.

As resoluções dos EUA e da China alertaram para os perigos da IA, ao mesmo tempo que apontaram os seus potenciais benefícios na promoção do desenvolvimento económico e na vida das pessoas.

4 Jul 2024

O uso ilimitado da força (II)

“Proportionality is a core legal principle that exists at all levels of international and domestic law. It provides that the legality of an action is determined by the respect of the balance between the objective and the means and methods used as well as the consequences of the action”.
Jeroen Van Den Boogaard
Proportionality in International Humanitarian Law: Refocusing the Balance in Practice

 

(Continuação da semana passada)

A luta pela África foi paralela à corrida ao Oeste americano e à sua unificação efectiva em 1865, depois à penetração japonesa no Sudeste Asiático, enquanto russos, britânicos, americanos e europeus se banqueteavam com os despojos da China. O período de trinta anos das duas guerras mundiais (1914-1945) retirou o Japão, a Alemanha e a Itália das fileiras das potências, completou a transferência da liderança de Londres para Washington e sancionou o fim da ordem eurocêntrica. Seguiu-se a Guerra Fria, quando os europeus vencidos, vencedores ou algures no meio (França), sob pressão americana, desmantelaram relutantemente as suas colónias para se concentrarem em conter a União Soviética e a doença comunista.

Regressa-se a uma ordem mundial, assente no Muro de Berlim (1945-1991). Mantendo-nos na lógica da bipartição simplificadora, observamos, nos quase dois séculos que separam o Congresso de Viena do suicídio da URSS, uma torção em ângulo recto do eixo estratégico mundial, da oposição Norte-Sul para Leste-Oeste. Seguiu-se a década unipolar (1991-2001), depois um período de vinte anos de ajustamento, chamado pós-Guerra Fria porque era impossível determinar o seu carácter.

A invasão da Ucrânia, ou o ataque deliberadamente provocatório da Rússia à América, seguido dos conflitos no Médio Oriente ao longo da linha de falha levantina que liga o Ocidente e o Sul Global/Maioria Mundial, cruza as duas direcções, que actuam a 360 graus, fora de qualquer paradigma e sem uma hegemonia reconhecida.

O giro unipolar é uma roda sem pivô e sem ranhura. Nunca estivemos tão longe da ordem mundial. A macro-falha a muito longo prazo continua a ser o Norte contra o Sul. É o nosso futuro próximo porque já é um passado distante. Se virmos bem, tal também era verdade no sistema soviético-americano. Organizado por potências do Norte que não podiam combater directamente, descarregavam a sua rivalidade na “Terra do Caos”. O Leste e Oeste são as duas faces do Norte divididas entre dois universalismos, mas unidas pelo pacto não escrito que permitia a cada uma delas gerir o seu império europeu, permanecendo o Sul contestável ou negligenciado.

A Guerra Fria foi a paz do Norte. Desfrutada por nós, europeus ocidentais, sofrida pelo Leste e despejada em grande parte do hemisfério sul. Hoje, os Estados Unidos, a China e a Rússia confrontam-se com todas as armas à sua disposição: militares, económicas, jurídicas, mediáticas e culturais. O único limite, por enquanto, é o confronto directo. Mas a guerra mundial, por acidente ou loucura, é uma perspectiva lógica.

Todos nós somos potenciais membros do clube da Caoslândia. Ninguém está a salvo. Outra paz, uma nova guerra fria, não está no horizonte. Os blocos já não existem, as alianças também não. Dissecados em alinhamentos provisórios, revogáveis conforme o momento e o caso. Os técnicos discutem a guerra mundial abaixo do limiar.

Jogos de palavras para encontrar sentido onde não há nenhum. Conflito de tudo numa escala planetária que ninguém quer. Mas toda a gente pensa que tem de se equipar para enfrentar a indefinível luta em curso. Só não sabem como, dada a imprevisibilidade das ameaças. O maior perigo é a excitação com que os protagonistas jogam a carta da propaganda, o outro nome da desinformação. Ao ponto de, consciente ou inconscientemente, acabarem por acreditar nela. Nenhuma trégua, nenhuma negociação real é possível senão a partir do princípio da realidade. Um exercício para o qual os poderes adultos foram outrora treinados.

Hoje, estão intoxicados pela nuvem de propaganda, que se mistura para formar um “cumulonimbus” difuso no espaço-tempo mediático. Antecipação de uma tempestade que já passou. Acontece quando se rejeita a realidade e se inventa uma realidade reconfortante. Sem nos apercebermos de que nos deixamos levar pela corrente. É aqui que reside o calcanhar de Aquiles da América. Na Grande Guerra, a sua narrativa está fora do tempo, fora do tom.

Deprimente ao grau académico-elitista, marcada pela neurose dos seus próprios cânones pretendidos universalmente, pela “reductio ad Hitlerum”, todos os líderes inimigos são Hitler, logo ninguém o é, com reabilitação póstuma do Führer até ao paradigma de Tucídides, um clássico mais citado do que lido de onde os augustos estrategas pretendem extrair a cifra secreta das guerras destinais, sem fim nem propósito. Não nos atrevemos a imaginar o que será desta anti-história para idiotas, quando a campanha contra os estudos clássicos que grassa nas universidades tiver dado frutos definitivos. Desde que se trate de comunicação de guerra, tudo bem. Mas o que está aqui em causa é o soft power, a mais eficaz das armas. Aquele que faz com que os outros, incluindo os inimigos, nos considerem dignos de imitação.

O poder que magnetizou povos de todas as latitudes durante as altas décadas da pós-II Guerra Mundial perdeu força. Caiu numa imitação pouco convicta de si próprio. Hollywood não se adapta ao clima pós-Hollywood. O vector imaginativo do sonho americano não funciona em casa e muito menos fora dela. A pedagogia cinematográfica e musical dos anos de 1950, uma década mágica na memória histórica das estrelas e riscas, é material de cineclube.

Os seus substitutos actuais são, na melhor das hipóteses, diversões. Todos os países que se prezam produzem as suas próprias séries de televisão, zonas de conforto feitas à medida e agregadores sociais. Espalham o sentimento de pertença necessário em qualquer competição, desde os Jogos Olímpicos à guerra. A cultura de massas, tornada imediata e difundida pela Net, ajuda a criar esferas de influência no mundo pós-americano em gestação. Na frente narrativa, a América já perdeu. E muitos satélites europeus, nem sequer estão a competir. Desintegração progressiva do demos pela proliferação de avatares egocêntricos. Nada mau, para quem gostaria de lutar pela democracia.

4 Jul 2024

元稹Yuan Zhen – Poeta e cavalheiro

Editado por Miguel Lenoir

Yuan Zhen (779-831) foi um poeta e académico chinês, e funcionário do governo durante a dinastia Tang. É conhecido pelas suas obras literárias, nomeadamente nos domínios da poesia e da prosa. Como poeta, político e académico de renome, desempenhou um papel crucial na formação da paisagem literária do seu tempo. As obras de Yuan Zhen são altamente consideradas pela sua profundidade emocional, beleza lírica e significado cultural, reflectindo as realidades sociais e políticas da época. A sua poesia continua a ser estudada e admirada pela sua influência duradoura na tradição literária chinesa.

A poesia de Yuan Zhen caracteriza-se pela sua riqueza emocional e beleza lírica, reflectindo os tempos turbulentos da dinastia Tang. Os seus versos exploram frequentemente temas como o amor, a amizade, a perda e a transitoriedade da vida, captando a essência da experiência humana com eloquência e profundidade.

Através da sua observação atenta do mundo que o rodeava, Yuan Zhen criou poemas que não só deliciavam os sentidos, como também ofereciam reflexões pungentes sobre verdades universais.

Para além da poesia, as contribuições de Yuan Zhen para a literatura chinesa estenderam-se ao domínio da prosa, onde os seus escritos revelaram uma notável mistura de inteligência e criatividade. As suas obras foram célebres pela sua clareza de expressão, imagens vívidas e narração com nuances, revelando um profundo conhecimento da natureza humana e da sociedade.

Para além dos seus esforços literários, Yuan Zhen foi também académico e político, defendendo reformas sociais e valores morais na sua capacidade oficial. O seu empenho na integridade, justiça e compaixão granjeou-lhe respeito e admiração entre os seus contemporâneos, solidificando ainda mais o seu legado como uma figura venerada da história chinesa.

De um modo geral, a poesia e os escritos de Yuan Zhen continuam a encantar os leitores com a sua beleza intemporal e profunda percepção. Através da sua arte e intelecto, garantiu um lugar duradouro no panteão dos gigantes da literatura chinesa, inspirando gerações de poetas e académicos.

Há várias traduções para inglês dos poemas de Yuan Zhen disponíveis em diversas colecções de poesia chinesa. Alguns tradutores que traduziram a obra de Yuan Zhen incluem Stephen Owen, Witter Bynner e Arthur Waley. Poderá encontrar os seus poemas em antologias de poesia da Dinastia Tang ou em colecções especificamente dedicadas à sua obra. As fontes online e as bibliotecas também podem ter traduções em inglês dos seus poemas para explorar e apreciar. Em português encontrámos unicamente o que transcrevemos, mais abaixo, neste texto.

Como poeta, Yuan Zhen foi influente na formação do estilo literário do seu tempo e na inspiração de futuras gerações de poetas. O seu trabalho reflectiu o espírito da Dinastia Tang, conhecida como a idade de ouro da poesia chinesa, e foi considerado um dos “Oito Imortais da Taça de Vinho”, um grupo de poetas de renome que eram celebrados pelo seu talento e criatividade.

A sua relação com a poetisa Xue Tao foi imortalizada em vários poemas, histórias e obras literárias. Eis alguns exemplos: A “História de Xue Tao”: Esta é uma lenda popular chinesa que conta a história da vida de Xue Tao e a sua relação com Yuan Zhen. Destaca a sua ligação emocional, os desafios que enfrentaram e o impacto duradouro do seu amor na cultura chinesa.

Tanto Yuan Zhen como Xue Tao são referidos em várias obras literárias chinesas, incluindo romances, peças de teatro e ensaios. A sua história é frequentemente utilizada como símbolo do amor, da paixão e das complexidades das relações humanas. Ao longo do tempo, a história de Yuan Zhen e Xue Tao tornou-se parte do folclore e da mitologia chineses, com adaptações e recontagens que enfatizam diferentes aspectos da sua relação.

Estes exemplos mostram a influência duradoura e o significado de Yuan Zhen e Xue Tao na literatura e cultura chinesas, tornando-os símbolos duradouros do amor e da expressão artística.

Poemas de Yuan Zhen

Palácio temporário➀

Desolado palácio dos imperadores,
Florescem, no silêncio, vermelhas flores.
Aias de cabelos brancos sentadas no lazer,
Falando do Tang Xuanzong➁ e do seu viver.

Nota:
➀Refere a residência provisória de um soberano em viagem. Aqui refere-se ao Palácio de Lian Chang, um dos palácios temporários mais grande da dinastia Tang, agora situado no atual condado de Yiyang, província de Henan.
➁Imperador da dinastia Tang (712-756), nasceu em Luoyang (685-762).

Amanhece a Primavera

Aos primeiros alvores do amanhecer,
oiço um trovão, respiro o perfume das flores.
Uma criança puxa a corda, faz soar um sino.
No templo, há vinte anos, de madrugada, meu amor.

tradução António Graça de Abreu

Prosa

A História de Yingying ou Yingying zhuan (莺莺传), composta pelo ilustre poeta Yuan Zhen (779-831) teve enorme impacto literário. Aqui o “extraordinário” não reside no sobrenatural, mas na feminilidade da heroína que afasta com altivez o namorado para se juntar a ele, um pouco mais tarde, por uma noite e só reaparece passados dez dias, comovida pelo longo poema que o seu amante decidiu dedicar-lhe. Desde então, ela regressa todas as noites para tornar a partir antes da alvorada, respondendo invariavelmente às suas perguntas com “Não consigo que seja de outra maneira.” Quando o amante lhe anuncia a sua partida iminente para a capital, ela não levanta nenhuma objecção. Repetidos insucessos nos exames fazem prolongar a separação e suscitam cartas de amor acaloradas que o herói se orgulha de compartilhar com as pessoas da sua intimidade. Porém, assustado por uma tal paixão, ele renuncia a revê-la e a desposá-la, justificando assim a sua atitude:

“Entre os amigos de Zhang (张) que estavam ao corrente [dos factos] não houve nenhum que deixasse de o encorajar e que não se espantasse com a sua estranha conduta, mas a decisão de Zhang estava tomada. Como o nosso relacionamento era particularmente amigável, acabei por lhe conseguir arrancar estas palavras: “Regra geral, as criaturas excepcionais que devem o seu destino ao céu trazem infelicidade aos outros e, eventualmente, a eles próprias. Se ela tivesse encontrado alguém mais nobre e rico, teria aproveitado os seus encantos para se tornar favorita imperial e, chovesse ou fizesse bom tempo, transformar-se-ia num monstro inimaginável […] Sendo dotado de uma virtude fraca demais para triunfar sobre os seus males, considero que é mais razoável conter a minha paixão.”

Um ano depois Yingying desposou um outro e Zhang casou-se longe dali. Porém, procurou voltar a vê-la, mas ela recusou recebê-lo, fazendo-lhe chegar secretamente este poema:

Por ter perdido o brilho da minha beleza,
ao ter emagrecido imensamente,
mil remorsos deixam-me prostrada
impedindo-me sair da cama.
Sinto vergonha de ficar deitada,
de modo algum por causa do outro.
Mas sobretudo diante de ti
por ter definhado tanto por tua causa.

Tradução de Raúl Pissarra

A dor da separação

Depois de ver o vasto mar,
nenhum veio d’água pode se comparar
Dispersas, perto do topo do Monte Wu,
não há iguais nuvens
Muitas vezes passei pelas flores
e não lhes poupei um olhar
Pois metade do meu destino está no cultivo
e, a outra metade, em você.

Tradução de um blogger anónimo brasileiro

4 Jul 2024

Os populismos e a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável

Com a transição do milénio XX para o XXI, as Nações Unidas estabeleceram um conjunto de objetivos para a redução da pobreza e das taxas de mortalidade infantil, combate a epidemias, promovendo para esse efeito uma aliança à escala global para o desenvolvimento sustentável. Estes objetivos, designados por Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), constavam na Declaração do Milénio, assinada em 2000 por 189 países, tinham 2015 como limite para serem cumpridos.

Entretanto, perante a taxa de realização relativamente baixa dos ODM, começou-se a delinear, em 2012, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com base na qual se pretendia avançar na concretização de um mundo mais sustentável e próspero.

A Agenda 2030 engloba 17 objetivos, designados por Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS (“Sustainable Development Goals” – SDG), para a concretização dos quais foram estabelecidas 169 metas.
Todos os 193 Estados-Membros das Nações Unidas adotaram formalmente a Agenda 2030 em 2015, passando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Os ODS são baseados no progresso previamente alcançado pela concretização parcial da Declaração do Milénio, tendo em vista o desenvolvimento sustentável à escala global, abrangendo aspetos sociais, económicos e ambientais.

São as seguintes as ODS:
1. Erradicação da pobreza;
2. Fome zero e agricultura sustentável;
3. Saúde e bem-estar;
4. Educação de qualidade;
5. Igualdade de género;
6. Água potável e saneamento;
7. Energia limpa e acessível;
8. Trabalho decente e crescimento económico;
9. Indústria, inovação e infraestrutura;
10. Redução das desigualdades;
11. Cidades e comunidades sustentáveis;
12. Consumo e produção responsáveis;
13. Ação contra a alteração global do clima;
14. Vida na água;
15. Vida terrestre;
16. Paz, justiça e instituições eficazes;
17. Parcerias e meios de Implementação.

Analisando o conteúdo dos ODS, é fácil constatar que há, e continuará a haver, grande resistência na sua implementação por parte de forças políticas, algumas já instaladas no poder ou em vias de o conseguirem. O avanço da extrema-direita à escala global representa uma ameaça à sua concretização, na medida em que a proteção do ambiente, o combate à perda de biodiversidade e as alterações climáticas não são assuntos que preocupem proficientemente essas forças, as quais estão mais preocupadas com êxitos económicos a curto prazo do que com a sustentabilidade do planeta a médio e longo prazo.

Com o avanço da extrema-direita na Europa e a possibilidade da eleição de Trump nos Estados Unidos da América, as perspetivas de progresso na implementação dos ODS nos próximos anos não são muito animadoras, principalmente no que se refere ao ODS nº 13 (Ação contra a alteração global do clima).

Apesar de todos os Estados-Membros das Nações Unidas se terem comprometido com os 17 ODS, alguns deles têm atuado frontalmente contra a sua implementação. Veja-se, por exemplo, no que se refere ao ODS nº 16, que engloba os conceitos de “paz” e “justiça”, o comportamento da Coreia do Norte. Este país tem atuado como um Estado-pária, visto que tem desrespeitado compromissos internacionais de maneira sistemática, nomeadamente no que se refere às resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Também a Federação Russa, com a invasão da Ucrânia e a cooperação com a Coreia do Norte, contrariando as sanções estabelecidas pelas Nações Unidas, tem agido de maneira a contrariar o ODS 16. No que se refere aos EUA, o apoio quase incondicional ao governo israelita de extrema-direita, contraria frontalmente o estabelecido na Agenda 2030 relativamente à manutenção da paz, fornecendo armamento com que Israel tem bombardeado a Faixa de Gaza, cometendo crimes que se aproximam do conceito de genocídio.

Note-se que tanto os EUA como a Federação Russa são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o que lhes deveria conferir maior responsabilidade no que se refere à manutenção da paz. Relativamente a organizações como o Hamas (que significa em árabe Movimento de Resistência Islâmica) e o Hezbollah (Partido de Alá), ambos grupos radicais islamistas, respetivamente sunita e xiita, não é de estranhar o não comprometimento com os ODS, uma vez que não se trata de organizações oficialmente reconhecidas pelas Nações Unidas, e cuja atuação é altamente criticável, pois operam utilizando frequentemente o seu próprio povo como escudo.

Além do ODS 16, alguns dos outros objetivos estão longe de serem acarinhados por forças populistas, que têm vindo a ter cada vez mais vitórias eleitorais em democracias liberais, exercendo, em alguns Estados, lugares cimeiros.

É o que acontece na Argentina, onde o Presidente Javier Milei professa ideias que contrariam alguns dos ODS, como o número 13 (Ação contra a alteração global do clima) e, por arrastamento, os ODS 14 e 15 (respetivamente “Vida na água” e “Vida terrestre”), na medida em que a não tomada de medidas para o combate às alterações climáticas implicará graves consequências nos ecossistemas marítimos e terrestres.

Milei, que se autointitula anarcocapitalista, expressa frequentemente opiniões contrárias ao cientificamente comprovado relativamente às alterações climáticas, que classifica como sendo “mais uma das mentiras do socialismo”. Em outras democracias europeias têm ocorrido avanços de forças políticas retrógradas, sendo os lugares cimeiros em alguns desses Estados ocupados por presidentes ou primeiros-ministros de extrema-direita e, consequentemente, pouco solidários com os ODS. A este respeito, a primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, não é tão assertiva como Milei, visto que não nega essas alterações, mas é muito cautelosa no que se refere à necessidade da sua mitigação.

Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, tem posições análogas às do presidente argentino, acusando a União Europeia de ter planos para combater as alterações climáticas que designa como um «devaneio utópico» que só serve para aumentar os preços da energia. São também preocupantes os avanços de forças populistas na Alemanha, Espanha, Finlândia, França, Portugal e Sérvia, onde têm alcançado êxitos eleitorais assinaláveis. No que se refere à França, o “Rassemblement National”, partido liderado por Marine Le Pen, preconiza o abandono do Pacto Ecológico Europeu. Nos EUA, a possível reeleição de Trump poderá significar um provável novo abandono do Acordo de Paris. Enfim, os êxitos recentes dos movimentos de extrema-direita não são animadores quanto à aplicação das medidas preconizadas pelas instituições e programas que zelam pela sustentabilidade do nosso planeta, nomeadamente a Organização Meteorológica Mundial, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente e o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas.

Entretanto, estamos a meio caminho do prazo para o cumprimento da Agenda 2030, e o relatório sobre o progresso das ODS (“The Sustainable Development Goals Report”), publicado em 2023 pela ONU, não é otimista.

Segundo este relatório, mais de metade do mundo está a ficar para trás no que se refere à implementação da Agenda 2030; o progresso em mais de 50% das metas dos ODS é fraco e insuficiente; em cerca de 30% das metas houve estagnação ou mesmo inversão, nomeadamente no que se refere a metas-chave em matéria de pobreza, fome e clima. No prefácio deste relatório constata-se que «A menos que atuemos agora, a Agenda 2030 poderá tornar-se um epitáfio para um mundo que poderia ter sido ».

*Meteorologista

4 Jul 2024

TUI mantém condenações no caso Suncity

O Tribunal de Última Instância (TUI) decidiu manter todas as penas aplicadas aos arguidos do caso Suncity, antiga empresa de promotores de jogo liderada por Alvin Chau.

Segundo o acórdão ontem divulgado, foram negados os recursos apresentados por Alvin Chau, Si Tou Chi Hou, Cheung Yat Ping Ellute, Ali Celestino, Cheong Chi Kin, Chau Chun Hee, Lou Seak Fong, Wong Pak Ling Philip e Leong Su Weng relativamente às penas decididas pelos juízes da Segunda Instância.

Desta forma, Alvin Chau terá mesmo de cumprir a pena de 18 anos de prisão, seguindo-se a pena de dez anos de prisão para Si Tou Chi Hou, outros dez anos para Cheung Yat Ping Ellute, 12 anos e seis meses de prisão para Ali Celestino, Cheong Chi Kin, Chau Chun Hee e Philip Wong Pak Ling, enquanto Leong Su Weng terá mesmo de cumprir a pena de nove anos de prisão. O arguido Lou Seak Fong terá ainda de cumprir a pena de 12 anos e três meses de prisão a que foi condenado.

Compensação de quase 25 milhões

Destaque também para o facto de o TUI ter revogado a decisão do TSI no que diz respeito ao valor compensatório a pagar à RAEM por parte de todos os arguidos. Assim, deverá ser pago o montante de 24.865 mil milhões de dólares de Hong Kong pelos “produtos ilícitos obtidos através da exploração ilícita de jogo”.

Foi ainda revogada a decisão do TSI “na parte em que condenou os arguidos no pagamento solidário à RAEM das vantagens obtidas através das actividades de branqueamento de capitais”.

Mantêm-se ainda as restantes decisões do TSI, nomeadamente a que obriga Alvin Chau a prestar uma caução económica mínima de 6,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, bem como o arresto de contas bancárias e bens imóveis que o arguido possui juntamente com a empresa “Sawalana Limited” em Londres.

4 Jul 2024

Ka-Hó | Galeria H2H apresenta exposição “Blooming in Glass”

“Blooming in Glass – Exposição em Vidro Tiffany” é a nova mostra patente na galeria “Hold On To Hope”, na vila de Ka-Hó, Coloane, da autoria das artistas ToChoi e Pui Lam Choi. A inauguração acontece este domingo a partir das 16h, estando a exposição patente até ao dia 28 de Julho.

Segundo um comunicado, “esta exposição utilizará vidro Tiffany [colorido] como meio criativo, integrando elementos naturais no material de vidro, fazendo com que o espectador se sinta num reino natural onírico. Voando levemente entre as flores de vidro que desabrocham, é apresentado à sua frente com a tecnologia de vidro exclusiva da Tiffany, conferindo-lhe uma dinâmica e graça realistas”.

A organização da mostra destaca ainda as particularidades do vidro Tiffany como material artístico, proporcionando “efeitos visuais sonhadores e encantadores”.

Desta forma, nesta exposição é utilizado “habilmente este material criativo rico em espiritualidade para dar uma nova vida a elementos naturais como borboletas, flores ou folhas”, entre outros elementos da natureza.

Apresentam-se verdadeiras “obras de arte em vidro que não só reflectem a profunda compreensão das artistas sobre a natureza, como apresentam também a essência da arte decorativa do final do século XIX, combinando arte e praticidade”. As peças expostas são, assim, “deslumbrantes”, segundo a organização.

A galeria “Hold On To Hope” é um espaço gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau. Com esta mostra, pretende-se “exibir de forma abrangente o valor artístico e as características estéticas do vidro Tiffany, permitindo ao público experimentar pessoalmente esta icónica forma de arte decorativa”. Assim sendo, “Blooming in glass – Tiffany Glass Art Exhibition” convida o público “a viajar por esta festa artística única, a apreciar os infinitos milagres da natureza e a sentir o ritmo da vida”.

4 Jul 2024

FRC | Associação de Música Soul actua este sábado

O músico macaense Giulio Acconci junta-se ao próximo concerto que decorre este sábado na Fundação Rui Cunha protagonizado pela Associação de Música Soul de Macau. “Ocean Walker”, o nome do evento, é “inédito”, pois recria o conceito de “pequeno concerto de bolso”, nascido nos EUA

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta este sábado, entre as 17h30 e as 19h, duas sessões do musical em mini-concerto intitulado “Ocean Walker”, um projecto do coro local da Associação de Música Soul de Macau, formado por profissionais e amadores, sob a orientação do compositor e pianista Addison Wong, a quem se junta o músico e artista Giulio Acconci como convidado especial.

Segundo um comunicado, o evento é inédito na galeria da FRC, sendo recriado um pequeno concerto de bolso ao estilo dos Tiny Desk Concerts da NPR Music, uma ideia com grande sucesso nos EUA e a nível internacional via Youtube.

Este coro de música soul, com o nome “Ocean Walker”, vai realizar dois mini-concertos idênticos, cada um de 40 minutos, interpretando vários clássicos de musicais da Broadway.

Antes de cada música haverá uma breve conversa introdutória, onde será apresentado o resumo do musical de origem, a letra destacada e o papel dos personagens que intervêm na respectiva cena. Isso permitirá um maior envolvimento e participação do público. Trata-se de uma produção de teatro musical de pequena escala, incluindo canto a solo e em grupo, coreografia e performance, com direito a coreógrafo, professor de canto e director musical, tudo num espaço limitado de palco.

Raízes musicais

O coro “Ocean Walker” foi fundado em 2021 e tem actualmente 15 cantores residentes, com idades compreendidas entre o período da adolescência e os trinta anos. É conhecido pelas suas performances fortes e enérgicas em palco, com o som coral enraizado na cultura soul e R&B (Rhythm & Blues).

Addison Wong nasceu em Macau e foi para os Estados Unidos estudar música quando tinha 16 anos. Formou-se com um mestrado em Composição Musical, pela Universidade de Oregon, e foi mais tarde nomeado director musical da Bushnell University, onde continuou a reger a sua banda de jazz, coral e orquestra, bem como a leccionar cursos de teoria e composição musical.

De regresso ao território, tem desenvolvido inúmeros projectos pessoais e colectivos nas áreas musicais em que se move, tendo participado já diversas vezes nos concertos “Saturday Night Jazz” da FRC.

4 Jul 2024

Exportações lusófonas para a China com novo recorde até Maio

As exportações dos países de língua portuguesa para a China registaram o melhor arranque de ano de sempre, ao atingir 58,4 mil milhões de dólares nos primeiros cinco meses de 2024.

Este é o valor mais elevado para o período entre Janeiro e Maio desde que o Fórum de Macau começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013.

As exportações aumentaram 11,2 por cento em termos anuais sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas cresceram 12,8 por cento, para 48,8 mil milhões de dólares, um novo máximo para os primeiros cinco meses do ano. As vendas de mercadorias de Angola para a China aumentaram 4,7 por cento para 7,16 mil milhões de dólares, enquanto as exportações de Portugal subiram 10,7 por cento para 1,24 mil milhões de dólares.

Os dados, divulgados na terça-feira, mostram que a maioria dos países de língua portuguesa exportou mais para a China, incluindo Moçambique, cujas vendas subiram 19,6 por cento, para 641,6 milhões de dólares.

Também Cabo Verde (+21,1 por cento) e Guiné-Bissau (+1173,3 por cento) viram as exportações para a China aumentar nos primeiros cinco meses de 2024, embora nenhum dos dois países tenha vendido mais de seis mil dólares em mercadorias.

Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram 6,9 por cento, para 517,3 milhões de dólares, enquanto as vendas de Timor-Leste (menos 37,2 por cento) e de São Tomé e Príncipe (menos 89 por cento) caíram em comparação com o período entre janeiro e maio de 2023.

O lugar do Brasil

Na direcção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 34 mil milhões de dólares da China, um aumento anual de 16,1 por cento e um novo recorde para os primeiros cinco meses do ano.

O Brasil foi o maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, com importações a atingirem 28,5 mil milhões de dólares, seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 2,55 mil milhões de dólares.

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 92,4 mil milhões de dólares entre Janeiro e Maio, mais 12,9 por cento do que em igual período de 2023 e um novo máximo para os primeiros cinco meses do ano.

A China registou um défice comercial de 24,3 mil milhões de dólares com o bloco lusófono no período entre Janeiro e Maio deste ano.

4 Jul 2024

Vila da Taipa | Novos investimentos em turismo e lazer até 2025

A Sniper Capital, empresa de investimentos imobiliários, anunciou ontem a aposta em seis novos projectos ligados às áreas da restauração, lazer e turismo no coração da vila da Taipa, que deverão estar concluídos até 2025. Trata-se de mais 50 mil pés quadrados de área comercial com “amplos terraços ao ar livre”, onde o retalho também tem lugar

 

A histórica vila da Taipa vai receber, até 2025, seis novos empreendimentos ligados às áreas da restauração, retalho e lazer, com um total de 50 mil pés quadrados. Os projectos devem-se ao investimento da empresa de investimentos imobiliários Sniper Capital, que anunciou ontem esta aposta onde se promete revitalizar alguns espaços desta zona antiga e um dos pontos centrais para quem visita o território.

Segundo um comunicado ontem divulgado, “os novos empreendimentos apresentam amplos terraços ao ar livre” e espaços “concebidos tanto para operações de restauração e bebidas como de retalho”, sendo inspirados “na rica história mercantil da vila da Taipa”.

Um dos projectos consiste num edifício espelhado de cinco andares, localizado numa pequena rua da vila, que irá disponibilizar lojas e restaurantes, com 30 mil pés quadrados de dimensão. Seguem-se mais cinco projectos em outras zonas da vila da Taipa com um total de 20 mil pés quadrados.

Design e história

Apesar de assumirem a inspiração na história de uma zona tão visitada em Macau, a Sniper Capital explica que estes novos empreendimentos terão “um design mais contemporâneo, proporcionando áreas comerciais luminosas e espaçosas, bem como terraços abertos e arejados que visam atrair marcas e estabelecimentos que procuram espaços operacionais atraentes e flexíveis”.

Esta não é a primeira vez que a Sniper Capital investe na vila da Taipa, tendo-o feito já em parceria com a Taipa Village Destination. Pamela Chan, directora-geral desta entidade, destacou, citada pela mesma nota, que “os últimos empreendimentos representam um investimento substancial no futuro da Vila da Taipa”.

A responsável não esqueceu a proximidade ao Cotai. “As nossas propriedades foram cuidadosamente seleccionadas para satisfazer os visitantes que afluem à vila da Taipa. Com o espaço adicional que os nossos projectos estão a trazer para a área, combinado com o aumento de visitantes mais jovens a este bairro vibrante, a vila da Taipa está preparada para uma década emocionante, à medida que continua a evoluir como um dos principais destinos de Macau.”

4 Jul 2024

Animais | Lançada campanha de incentivo à adopção e vacinação

No próximo dia 20 de Julho, junto ao Jardim da Cidade das Flores da Taipa, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) irá organizar uma “aula preparatória de adopção de animais de estimação”. No local serão também montadas tendas de jogos e organizadas “actividades de pintura à mão e exposições”. Além disso, o organismo liderado por José Tavares apresentará como chamariz o sorteio de 40 cupões de supermercado no valor de 200 patacas.

Na ocasião, serão prestados “serviços de consulta de adopção e de vacinação anti-rábica. Os donos podem levar os seus cães ao local da actividade, para proceder à vacinação anti-rábica, mediante marcação prévia através do “Sistema de Marcação Prévia via Internet” do IAM”.

O organismo liderado por José Tavares indica também que os “cães e gatos destinados para adopção nos Canis Municipais são, na sua maioria, rafeiros chineses (Tong dog) e gatos domésticos de pêlo curto, de raça mestiça e que, devido à diversidade de genes, possuem uma constituição física mais robusta e adaptam-se mais facilmente às características do clima local, sendo adequados para adopção como animais de companhia”.

Os interessados em adoptar são bem-vindos a participar nas duas palestras de partilha de experiências sobre adopção de cães e gatos, que terão lugar no dia 27 de Julho no Canil Municipal de Macau, na Avenida do Almirante Lacerda, em Macau, das 10h às 11h15 e das 11h45 às 13h horas, respectivamente.

4 Jul 2024