Mar do Sul | China e Filipinas concordam em reduzir tensões

China e Filipinas concordaram em trabalhar para reduzir as tensões no Mar do Sul da China, que suscitaram preocupações sobre a possibilidade de um conflito armado na região.

O ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse ontem que os dois lados concordaram em continuar a melhorar a comunicação e usar negociações amigáveis para gerir as suas diferenças no mar, “especialmente para gerir bem a situação no recife Ren’Ai”, o local de múltiplos confrontos entre os navios dos dois países asiáticos nos últimos meses.

China e Filipinas disseram que concordaram em limitar as tensões numa reunião em Xangai, a oitava de uma série de encontros que começou em 2017. “Os dois lados tiveram discussões francas e produtivas para diminuir a tensão no Mar do Sul da China e ambos concordaram em lidar calmamente com incidentes através da diplomacia”, disse o Departamento dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, em comunicado.

19 Jan 2024

Irlanda quer “relação forte e construtiva” com China

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, afirmou ontem, na recepção ao seu homologo chinês, Li Qiang, que a Irlanda deseja uma “relação forte e construtiva” com a China, apesar de falta de unanimidade em algumas questões.

Após o encontro bilateral, Varadkar indicou a vontade de uma relação bilateral “baseada na confiança e no respeito” e que foram levantadas preocupações com direitos humanos, enquanto Li notou o “enorme potencial” de cooperação entre as partes. “Queremos ter uma relação muito forte e construtiva com a China (…) baseada na confiança e no respeito”, assim como respeitando valores e o sistema multilateral, afirmou Varadkar, notando que não se chegará a acordo “acerca de tudo”.

“Mas espero que falemos sempre com honestidade e respeito uns com os outros, e com franqueza, como fizemos hoje (ontem)”, acrescentou o chefe de Governo da Irlanda, que também referiu o papel global “indispensável” da China na resposta a desafios, que se estendem a alterações climáticas e a questões de segurança, incluindo os conflitos na Ucrânia, no Médio Oriente e em Myanmar.

Leo Varadkar referiu ainda que as autoridades irlandesas manifestaram preocupações com direitos humanos relativamente a Xinjiang, Tibete, Hong Kong, Macau e com o julgamento de Jimmy Lai, magnata de media de Hong Kong. O europeu afirmou que o seu homólogo estava satisfeito em discutir este tema, acrescentando “ser justo dizer” que do outro lado possa haver “uma visão muito diferente dos factos” e o contestar sobre o que é noticiado.

Indicando que o comércio entre a Irlanda e a China triplicou nos últimos cinco anos e o claro desejo de ambos manterem o investimento, Varadkar informou que a China concordou em abrir imediatamente o seu mercado à carne irlandesa. As exportações foram suspensas em Novembro, depois de as autoridades veterinárias irlandesas terem descoberto um caso de encefalopatia espongiforme bovina atípica (doença das vacas loucas).

Primeiros passos

Esta é a primeira visita de um alto líder chinês à Irlanda desde a do anterior primeiro-ministro chinês Li Keqiang, em 2015. Li chegou ao país do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, onde apresentou a China como uma oportunidade de investimento, apesar da desaceleração da sua economia.

A Irlanda foi o terceiro país europeu visitado por Li desde que foi nomeado como principal responsável económico da China em Março passado. O Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros enquadrou as deslocações à Suíça e à Irlanda como o “início” de “intercâmbios de alto nível entre a China e a Europa em 2024”.

19 Jan 2024

BYD | Investimento de 13 mil ME em veículos inteligentes

A maior fabricante de veículos eléctricos do mundo, a BYD, vai investir o equivalente a cerca de 13 mil milhões de euros no desenvolvimento de carros inteligentes, informou o portal de notícias de negócios Yicai.

A notícia foi revelada esta semana pelo fundador e CEO do fabricante chinês de automóveis, Wang Chuanfu, que não referiu um prazo ou outros detalhes sobre o investimento, mas disse que, depois da electrificação, os sistemas inteligentes vão ser o próximo campo de batalha para a indústria.

Entre os 90.000 funcionários da empresa, cerca de 4.000 estão dedicados à condução inteligente, dos quais três quartos são programadores e os restantes são engenheiros de equipamento e algoritmos.

Durante um evento corporativo na terça-feira, Wang apresentou o sistema de condução inteligente da BYD, o Xuanji, que integra tecnologias relacionadas com a inteligência artificial, redes de quinta geração (5G) ou funções de painel de instrumentos inteligentes, permitindo que o veículo perceba mudanças no ambiente interior e exterior e faça ajustes em tempo real para melhorar a segurança e o conforto.

Uma das razões pelas quais as marcas chinesas estão a ganhar tracção no mercado dos eléctricos é devido ao foco em sistemas inteligentes e painéis digitais, prestando atenção a recursos como controlos de voz, reconhecimento facial, estacionamento automático e compatibilidade com telemóveis.

“A BYD, conhecida pelas suas baterias de alta qualidade, está a tentar recuperar o atraso [neste domínio] em relação a rivais nacionais como a Nio e a Xpeng. Por isso, está a investir fortemente em [sistemas] inteligentes para manter o ritmo de crescimento das vendas”, afirmou Cao Hua, parceiro da Unity Asset Management, citado pelo South China Morning Post, um jornal de Hong Kong.

No início deste mês foi anunciado que a BYD ultrapassou a Tesla como o maior vendedor mundial de carros eléctricos no quarto trimestre de 2023.

19 Jan 2024

Brasília | Ministros da China e do Brasil reúnem-se

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, estão reunidos desde ontem, em Brasília, para tratar da agenda bilateral e questões de governança global. Durante a visita serão tratados temas bilaterais, multilaterais e regionais, além da presidência brasileira do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo.

A reunião entre o ministro chinês e o brasileiro também trata de temas ligados à reforma da governança global e a cooperação bilateral em comércio, investimentos e ciência, tecnologia e inovação.

Segundo o jornal China Daily, “espera-se que a visita dê continuidade ao impulso positivo do desenvolvimento da parceria estratégica abrangente China-Brasil que foi efectivamente consolidada pela visita de estado do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, à China em Abril do ano passado.”

O Governo brasileiro também destacou, no comunicado, que 2024 marca o 50.º aniversário da fundação das relações diplomáticas entre os dois países.

“Os últimos 50 anos não só viram a China e o Brasil tornarem-se os maiores países em desenvolvimento nos hemisférios Oriental e Ocidental, respectivamente, mas também os testemunharam tornarem-se actores importantes na cena mundial”, avaliou o jornal chinês sobre o mesmo tema.

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. No ano passado, as transações com a China foram responsáveis por cerca de 52 por cento do excedente comercial total brasileiro. O Brasil e a China estabeleceram uma Parceria Estratégica em 1993, elevada a Parceria Estratégica Global em 2012.

19 Jan 2024

Pequim quer aplicar “medidas enérgicas” em disputas comerciais com o Ocidente

O ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, afirmou ontem que a China vai tomar “medidas resolutas para proteger firmemente os seus interesses” face a “sanções e retaliações despropositadas”, após meses de crescentes tensões comerciais com outras potências.

Em entrevista ao Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, Wang afirmou que a China vai “alargar o seu leque de contramedidas” e “tomar medidas legais, tais como interpor acções junto da Organização Mundial do Comércio” para “proteger os seus direitos e interesses legítimos”.

O ministro explicou ainda que Pequim vai “fazer bom uso” da Lista de Entidades Não Confiáveis, que entrou em vigor na China em 2022 e sanciona determinadas instituições.

“A China vai impulsionar o comércio de qualidade e quantidade em cinco áreas, incluindo o comércio de bens, o comércio de serviços, o comércio digital, a cooperação internacional e a segurança comercial, como parte do seu objectivo de se tornar uma potência comercial global”, disse Wang.

No entanto, o responsável também reconheceu os “desafios e riscos” que o comércio chinês enfrenta num contexto de “turbulência e transformação global”, com “factores económicos e não económicos interligados” e um “número de eventos imprevisíveis que podem aumentar”.

Entre os desafios, mencionou a “fraqueza da economia global”, o “aumento do proteccionismo e do unilateralismo”, a “concorrência para atrair investimentos”, os “conflitos geopolíticos que afetam as cadeias de abastecimento globais” e as “alterações climáticas e catástrofes naturais”.

Para enfrentar estes desafios, o ministro disse que a pasta que dirige vai aproveitar as plataformas existentes, como os mecanismos de comunicação e diálogo com os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão, para “reduzir as diferenças e alargar as áreas de cooperação”.

Mundos divergentes

Nos últimos anos, as disputas comerciais entre a China e os países ocidentais têm-se agravado. O departamento de Comércio dos Estados Unidos incluiu várias empresas chinesas na sua lista negra de exportações, acusando-as de fornecerem apoio técnico à invasão russa da Ucrânia, e a Casa Branca proibiu as empresas de capital de risco norte-americanas de investirem em três sectores-chave da economia chinesa: semicondutores, computação quântica e inteligência artificial.

Em retaliação, Pequim anunciou recentemente restrições à exportação de gálio e germânio – metais fundamentais para o fabrico de semicondutores e dos quais a China é o maior produtor – ou de grafite, argumentando em ambos os casos que estava a tomar estas decisões por razões de “segurança nacional”.

O Fundo Monetário Internacional alertou no ano passado para os danos causados à economia global pelas restrições ao comércio e ao investimento entre os EUA e a China.

19 Jan 2024

Espaço | China envia microrganismo para estudar possibilidade de vida em Marte

O programa espacial chinês deu ontem mais um passo significativo com o envio de um microrganismo terrestre para o espaço com o objectivo de explorar a possível existência de vida noutros planetas

 

A China enviou ontem para o espaço um microrganismo terrestre primitivo para estudar a sua capacidade de sobrevivência em condições semelhantes às de Marte e ajudar a resolver o mistério da possível existência de vida extraterrestre.

O microrganismo, que pertence ao grupo das arqueobactérias e se encontra em ambientes pobres em oxigénio, como os fundos marinhos, os arrozais e os estômagos dos ruminantes, foi transportado nas últimas horas pela nave de carga Tianzhou-7 para a estação espacial chinesa, onde vai ser submetido a uma experiência que o exporá a radiações cósmicas, microgravidade e temperaturas extremas.

O professor Liu Zhu, do Departamento de Ciências do Sistema Terrestre da Universidade de Tsinghua, explicou que a experiência tem como objectivo testar se este microrganismo, uma das formas de vida mais antigas da Terra e grande produtor de metano na atmosfera, pode viver num ambiente semelhante ao de Marte, noticiou ontem a televisão estatal CCTV.

De acordo com o especialista, esta experiência pode fornecer uma nova perspectiva para explorar a possível existência de vida noutros planetas, especialmente em Marte, onde a sonda norte-americana Curiosity detectou várias vezes sinais de metano de origem desconhecida.

Os cientistas especularam que este metano poderia ser o resultado do metabolismo de algum tipo de organismo extraterrestre, e que a arqueobactéria produtora de metano poderia ser uma das potenciais formas de vida em Marte ou na lua Titã de Saturno.

No entanto, as técnicas actuais não permitem a detecção de sinais de vida extraterrestre em Marte ou noutros planetas, devido ao seu elevado custo e baixa precisão. Liu propôs uma experiência de verificação inversa, ou seja, enviar o microrganismo para o espaço e testar se consegue adaptar-se e produzir metano.

“Se conseguir sobreviver e crescer num tal ambiente, então poderá provar que a vida primitiva na Terra pode existir e prosperar num ambiente extraterrestre. Isto também nos daria uma grande pista de que o metano encontrado em Marte poderia ter uma origem biológica e que essa vida poderia ser homóloga à vida na Terra”, disse.

Última sobrevivente

A estação espacial de Tiangong, que vai funcionar durante cerca de dez anos, tornar-se-á provavelmente a única estação espacial do mundo a partir de 2024, se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, for retirada, como previsto, este ano.

A China investiu fortemente no seu programa espacial e alcançou êxitos como a aterragem da sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua – a primeira vez que tal foi conseguido – e a colocação de uma sonda em Marte, tornando-se o terceiro país a fazê-lo, depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética.

19 Jan 2024

Revista de Cultura | Henrique de Senna Fernandes em destaque

A mais recente edição da Revista de Cultura, uma publicação académica editada pelo Instituto Cultural (IC), dedica-se à obra e vida do escritor macaense Henrique de Senna Fernandes, tendo em conta que no ano passado se celebrou o centenário do nascimento do escritor, falecido em 2010. Segundo um comunicado do IC, o número 73 da revista fala daquele que é considerado um dos maiores escritores macaenses, autor de romances e contos, nomeadamente “Amor e Dedinhos de Pé” e “A Trança Feiticeira”. Estas obras foram adaptadas para cinema nos anos 90 pelos realizadores Luís Filipe Rocha e Cai Yuan Yuan, respectivamente.

No entanto, Henrique de Senna Fernandes foi também docente e advogado, tendo deixado a sua marca pessoal na comunidade macaense. Este número da Revista de Cultura contou com a colaboração do filho do escritor, o advogado Miguel de Senna Fernandes, sendo uma publicação que “contribui para a preservação deste importante legado literário que reflecte, genuinamente, a história de Macau”.

A publicação conta com a participação de vários autores que escreveram 11 artigos dedicados ao escritor macaense, traçando-se “um percurso pelo género literário, produção estética, perspectiva sociológica, a representação feminina na sua literatura e pela adaptação cinematográfica da obra deste famoso escritor de Macau”.

19 Jan 2024

CCCM | Macau antigo patente em exposição virtual

“Macau: Diferentes olhares em tempos diferentes. Fotografias de Raquel Soeiro de Brito e da colecção do Centro Científico e Cultural de Macau” é a mostra online patente nesta entidade sediada em Lisboa. Trata-se de uma exposição virtual com imagens de Macau dos anos 60 organizada em parceria com a Universidade de Lisboa

Consegue imaginar a Macau do período da Administração portuguesa, mas na década de 60, quando não havia qualquer ponte entre a península de Macau e as ilhas e as travessias eram feitas de barco? Esse exercício de memória visual é o mote para a mais recente exposição virtual disponível no website do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM).

“Macau: Diferentes olhares em tempos diferentes. Fotografias de Raquel Soeiro de Brito e da colecção do Centro Científico e Cultural de Macau” é o nome da mostra que pode ser visitada a partir de qualquer lugar e à distância de um clique, sendo organizada em parceria com o Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.

A ideia é destacar as imagens captadas pela geógrafa portuguesa Raquel Soeiro de Brito no início dos anos 60 juntamente com outras fotografias feitas por outros profissionais entre os anos de 1980 e 1990.

A exposição divide-se nas categorias “Vistas”, “Ruas e Gente”, “As Hortas” e a “Vida Marítima”, convidando quem a vê a conhecer melhor uma Macau que hoje em dia apenas vive no imaginário de alguns.

Em “Ruas e Gente”, por exemplo, percepciona-se “a vida urbana de Macau” centrada no “Bairro do Bazar” e prolonga-se até às zonas do Porto Interior e Rua do Almirante Sérgio. Comercializava-se artigos de pesca e outros artigos marítimos tendo em conta a proximidade do Delta do Rio das Pérolas, e na área ainda viviam pessoas nos barcos.

Logo ali, bem perto, permanecia a avenida Almeida Ribeiro, o coração da península, a borbulhar de comércio. Segundo a descrição da exposição, a geógrafa portuguesa registou, em 1961, “as últimas imagens do antigo aldeamento chinês de Mong-Há, espaço agrícola recém-sacrificado pela abertura de novas avenidas”.

Os restantes profissionais que trouxeram imagens para esta exposição são Álvaro Tavares, Eduardo Tomé, Cheong Io Tong e o jornalista Rogério Beltrão Coelho, mostrando uma Macau mais contemporânea, mas talvez já distante da actualidade.

Mostram-se, ainda assim, novas roupas e modos de vida mais urbanos que substituem “as cabais e os grandes chapéus de palha”, mantendo-se “muita da ambiência de rua dada pelo comércio tradicional chinês, seja nas lojas, seja nas inúmeras vendas ambulantes”.

Vida a Oriente

Raquel Soeiro de Brito, actualmente com quase 100 anos de idade, é uma reputada geógrafa portuguesa da chamada “Escola de Geografia de Lisboa”, tendo realizado a sua primeira viagem a Macau em 1961 na qualidade de investigadora do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa.

A mostra virtual patente no CCCM constrói-se a partir de uma selecção de 90 imagens retiradas de um conjunto de 300 fotografias e dispositivos dessa viagem realizada nos anos 60.

Macau tinha, à data, pouco mais de 150 mil habitantes, cuja economia já era marcada pelo jogo, mas onde havia bastante actividade marítima, muitas hortas e habitações ilegais graças à vinda de muitos refugiados do continente. A descrição da exposição aponta para o facto de “o olhar fotográfico da geógrafa” sobre “a duradoura imutabilidade do mundo tradicional chinês”.

Existem ainda outras 66 fotografias que fazem parte do acervo do CCCM, já dos anos 80 e 90, destacando-se “o enquadramento da cidade, o pormenor das ruas e das gentes, os espaços rurais periféricos e, por último, as áreas portuárias e a pesca”.

Outra exposição virtual que pode ser vista no website do CCCM é da autoria de Jorge Veiga Alves, fotógrafo amador que viveu e trabalhou no território na década de 80. “À Procura de Macau – I, II e III” é a selecção de imagens também de uma Macau de outrora, feitas pelo próprio Jorge Veiga Alves.

19 Jan 2024

DST | Esperada entrada de 33 milhões de turistas

Até ao final do ano, o território deverá receber cerca de 33 milhões de turistas, de acordo com as previsões da Direcção dos Serviços de Turismo. A estimativa foi apresentada ontem por Maria Helena de Senna Fernandes, directora dos serviços, à margem da conferência de imprensa para apresentar a parada de celebração do Ano Novo Lunar, de acordo com o jornal Ou Mun.

Segundo a responsável, no ano passado o número foi de 28 milhões de turistas, o que representa uma recuperação para 72 por cento face a 2019, o último ano antes da pandemia. Porém, como nos primeiros dias do ano corrente a média diária de turistas tem rondado os 80 mil visitantes, e ficado acima de 100 mil visitantes diários ao fim-de-semana, a responsável acredita que se pode chegar à fasquia dos 33 milhões de turistas.

Com a recuperação do mercado do turismo em curso, Maria Helena de Senna Fernandes reconhece que é necessária uma nova abordagem, com o objectivo de atrair um turismo com maior qualidade, que passa pela vontade de atrair mais turistas internacionais. Neste sentido, o Governo vai financiar parte dos bilhetes dos turistas, ao pagar às companhias aéreas.

Além disso, até Junho, a DST vai organizar eventos para promover o território junto de países do sudeste asiático, como na Tailândia ou Malásia. Ao mesmo tempo, vai haver uma maior aposta da promoção em Hong Kong, cidade através do qual chegam vários visitantes internacionais a Macau. Finalmente, na segunda metade do ano a aposta para a promoção voltar a ser o Interior.

19 Jan 2024

Ano Novo Lunar | Marcha da Madragoa vai participar na parada

A parada de Ano Novo Lunar vai realizar-se pela primeira vez desde 2020 com o orçamento a crescer mais de 30 por cento, para assinalar o 25.º aniversário da transferência de soberania

 

A Marcha da Madragoa vai participar na parada do Ano Novo Lunar em Macau, em 12 e 17 de Fevereiro, que terá grupos estrangeiros pela primeira vez desde 2019, anunciaram ontem as autoridades.

A directora dos Serviços de Turismo (DST) da cidade, Maria Helena de Senna Fernandes, afirmou que a participação do grupo português foi sugerida pela organização das Marchas Populares de Lisboa. “Há muitos anos tivemos uma cooperação com as Marchas de Lisboa”, disse a responsável, em conferência de imprensa, lembrando que a parada do Ano Novo Lunar de Macau contou com grupos da capital portuguesa em 2014, 2015 e 2020.

A directora da DST, que integrou uma delegação do território que visitou Portugal em Abril do ano passado, afirmou que a ligação com as Marchas de Lisboa foi reatada durante uma campanha turística realizada na capital portuguesa. “Mais de 60 membros” da Marcha da Madragoa vão viajar para actuar em Macau, sublinhou Senna Fernandes, que expressou “grande satisfação” com o regresso de grupos portugueses.

A parada, no terceiro dia do Ano Novo do Dragão, vai incluir a actuação de 30 grupos convidados, entre formações locais, da vizinha Hong Kong, Interior e de países como Alemanha, Indonésia, Coreia do Sul e França. O grupo Marcha da Madragoa ficou em sétimo lugar e conquistou o prémio de Melhor Figurino na 89.ª edição das Marchas Populares de Lisboa.

14 carros alegóricos

Além da Marcha da Madragoa, a parada vai incluir 15 carros alegóricos e espectáculos de grupos locais de matriz lusófona, como a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’ e pela Casa de Portugal em Macau. Os espectáculos vão decorrer num palco na praça do Lago Vai San e a parada vai terminar na Doca dos Pescadores. No início, e ao longo do percurso, haverá bancadas com lugar para mais de 2.500 espectadores.

A parada conta com um orçamento de pelo menos 37 milhões de patacas, disse a directora da DST, ou mais 30,7 por cento do que na última edição, a de 2020, antes do início da pandemia da covid-19. Senna Fernandes sublinhou que, além da chegada do Ano Novo do Dragão, a parada vai assinalar o arranque das celebrações dos 25 anos da transferência da administração de Macau, de Portugal para a China, a 20 de Dezembro de 1999.

A dirigente disse ainda à imprensa local que a DST vai participar na Bolsa de Turismo de Lisboa, entre 28 de Fevereiro e 3 de Março, numa tentativa de atrair mais visitantes internacionais. Senna Fernandes afirmou estar a trabalhar para lançar, em conjunto com companhias aéreas e agências de viagens, uma campanha que vai subsidiar pacotes para turistas estrangeiros que incluem bilhetes de avião, alojamento hoteleiro e bilhetes para espectáculos.

19 Jan 2024

Tabaco | Mais de três mil infracções em 2023

O Gabinete para a Prevenção e o Controlo do Tabagismo e do Alcoolismo dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) detectou, no ano passado, um total de 3.147 infracções à lei do tabaco, tendo sido realizadas 285.339 inspecções a estabelecimentos, o que perfaz uma média de 781 inspecções por dia.

Das infracções, 3.101 casos dizem respeito a pessoas que estavam a fumar em locais proibidos, enquanto 18 casos referem-se à venda de produtos de tabaco em que os requisitos de rotulagem não estavam em conformidade. Já 24 casos, têm que ver com o transporte de cigarros electrónicos nas entradas e saídas de Macau.

Os restaurantes lideram os espaços com mais infracções, 558 casos, ou seja, 17,7 por cento, seguindo-se o Aeroporto Internacional de Macau com 322 casos, representando 10,2 por cento. Por sua vez, os casinos surgem em terceiro lugar com 261 casos, 8,3 por cento. No ano passado tanto os SSM como a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos realizaram 540 inspecções aos casinos.

No que diz respeito ao consumo de álcool, foram detectados dois casos de violação da lei entre 5 de Novembro e 31 de Dezembro. Foram ainda dadas 1.156 indicações ou advertências em prol da melhoria do cumprimento da lei a 760 estabelecimentos.

19 Jan 2024

Pandemia | Desempenho dos alunos caiu com aulas online

A suspensão das aulas presenciais foi a solução possível, mas o impacto foi sentido ao nível da qualidade da aprendizagem. A conclusão faz parte de um estudo publicado sobre o ensino em Macau durante a pandemia da covid-19 e a política de zero casos

Após o fim das aulas online e o regresso às aulas presenciais durante a pandemia da covid-19, os professores verificaram uma quebra “significativa” no desempenho dos alunos. Esta é uma das conclusões do estudo “experiências práticas de professores em Hong Kong e Macau durante a covid-19, publicado na revista científica Journal of Communication and Education”, que tem como um dos autores Victor Choi Wan Chong, da Universidade Politécnica de Macau.

Durante a pandemia, a partir do Janeiro de 2020, as aulas presenciais foram interrompidas durante meses, altura em que se realizaram aulas online, tendo depois, quase no final do ano lectivo 2019/2020, recomeçado com medidas obrigatórias como a utilização permanente de máscara e indicações para se evitarem contactos próximos.

No entanto, mesmo com aulas online, os professores em Macau sentiram uma diminuição significativa do desempenho dos alunos. “Desde o início da pandemia, em 2020, os professores que voltaram a trabalhar com os estudantes disseram que valências deles tinham piorado”, é relatado por uma professora de Macau entrevistada para o trabalho, cuja identidade não é revelada. “A pandemia teve um impacto negativo nos estudantes, porque eles tiveram menos tempo para absorver os conteúdos ensinados online. Além disso, quando as aulas presenciais foram retomadas, os conteúdos ensinados online não voltaram a ser ensinados. Por isso, ou os conteúdos foram aprendidos online ou ficaram por aprender. E este impacto foi mais significativo no ensino secundário do que no privado”, foi acrescentado.

Outro docente, igualmente de Macau, indica também que devido à suspensão das aulas muitos alunos “não conseguiram aprender conceitos fundamentais”, o que fez com que “a compressão das aulas se tornasse mais difícil”.

O custo das máscaras

Outro dos desafios indicados pelos professores, foi a exigência de utilização de máscara nas salas de aulas. Em causa, esteve dificuldada de comunicação entre professores e alunos por não ser possível ter acesso às expressões faciais, movimentos da boca ou ouvir claramente algumas das palavras proferidas pelos intervenientes.

“Afectou o ensino do chinês porque por vezes precisamos de mostrar como se pronunciam certas palavras, ou mostrar como devem ler certas palavras e nisso teve impacto. A utilização de máscaras também prejudicou a entoação e o som fica sempre um bocado estranho”, apontou um professor.

Uma outra docente admitiu também ser muito mais difícil memorizar os rostos dos alunos, devido à visibilidade reduzida. “Todos os alunos tinham de utilizar máscara, por isso era difícil para mim reconhecê-los. Só consegui identificar alguns mais activos”, reconheceu.

19 Jan 2024

Zonas marítimas | Consulta pública destaca segurança nacional

Até ao dia 16 de Fevereiro, será possível opinar sobre a forma como serão geridas as zonas costeiras de Macau. Uma coisa é certa: no documento de consulta disponibilizado pelo Governo relativo à definição do “Zoneamento Marítimo Funcional”, o “Plano das Áreas Marítimas” e a “Lei de Uso das Áreas Marítimas” coloca-se a segurança nacional como questão primordial para a definição de políticas.

Quanto ao futuro “Plano das Áreas Marítimas”, o Executivo propõe que este deve “salvaguardar a segurança da defesa nacional e garantir o uso do mar para fins militares e de segurança interna”. Já o “Zoneamento Marítimo Funcional”, traçado até 2040, deve “aderir ao conceito geral de segurança nacional”, dando-se “prioridade às necessidades do uso das áreas marítimas no âmbito da defesa nacional e militar”.

Deve-se, sobretudo, “promover uma conjuntura global de cooperação de benefícios mútuos entre Guangdong e Macau, dando prioridade à salvaguarda dos interesses nacionais, tendo também em consideração os interesses de todas as partes envolvidas, promover a estabilidade socioeconómica e união entre Guangdong e Macau”.

Ecologia importa

O plano prevê a distinção de zonas consoante funções económicas, turísticas, sociais e de construção, mas importa destacar a vontade das autoridades em preservar o meio marítimo junto à ilha de Coloane, pois a parte sul surge classificada como zona especial protegida, enquanto para a zona costeira junto ao Cotai, e perto do campus da Universidade de Macau em Hengqin, é proposta a classificação de zona natural protegida.

Pretende-se, assim, assegurar “a protecção de seres marinhos raros e ameaçados e seus habitats, bem como paisagens naturais marítimas, ecossistemas e sítios históricos de grande valor científico, cultural, paisagístico e ecológico”.

Quanto às zonas naturais protegidas, deve-se “limitar rigorosamente os usos que afectem e interfiram nos objectos da conservação, como por exemplo mangais e colhereiros-de-cara-preta”, bem como “autorizar a execução adequada de obras que tenham como fins a conservação e restauro dos ecossistemas típicos, como por exemplo mangais e zonas húmidas costeiras”.

Nestas zonas não são ainda permitidos projectos que “poluam o ambiente ou danifiquem a paisagem”, sendo também proibido o lançamento de “efluentes ou outras fontes poluidoras” nas águas, sendo que “as águas residuais, industriais ou domésticas só podem ser lançadas depois de atingir um critério definido”, entre outros critérios.

19 Jan 2024

Zonas marítimas | Criticada baixa percentagem de áreas ecológicas

A associação Macau Green Student Union, liderada pelo ambientalista Joe Chan, afirma que a percentagem territorial destinada às zonas ecológicas protegidas na proposta do Governo para a gestão das zonas marítimas do território é baixa. Joe Chan defende ainda a criação de ostras e questiona a ilha destinada a resíduos a sul de Coloane

 

O documento sobre a gestão das áreas marítimas de Macau, em consulta pública até ao dia 16 de Fevereiro, prevê a definição de duas zonas ecológicas protegidas, nomeadamente a sul de Coloane e na zona costeira perto do Cotai e do campus da Universidade de Macau em Hengqin.

Contudo, ouvido pelo jornal Ou Mun, Joe Chan, presidente da associação Macau Green Student Union, entende que a percentagem de terrenos com preservação ambiental e de espécies é mínima, abaixo dos dez por cento e das tendências mundiais.

O responsável entende que as zonas ecológicas protegidas representam cerca de três por cento dos 85 quilómetros quadrados de zona marítima cedidos a Macau por Pequim, sendo uma área de pequenas dimensões. Para Joe Chan, apenas se pode garantir que esta zona não será poluída, não sendo garantida a melhoria do sistema ecológico marítimo em prol da recuperação de espécies que venham a desaparecer gradualmente.

Joe Chan criticou também o facto de as propostas do Governo não incluírem medidas concretas para a protecção dos golfinhos brancos chineses, fazendo pouca menção ao intercâmbio com a província de Guangdong relativamente à protecção destas espécies.

Sim à aquacultura

O representante da Macau Green Student Union considera ainda que o Governo deveria promover a criação de ostras em frente à praia de Hac-Sá, apesar das autoridades admitirem que a qualidade da água em Macau não é adequada para o desenvolvimento da aquacultura.

Contudo, Joe Chan acredita existirem condições para desenvolver a produção interna argumentando que a má qualidade da água advém da poluição, e a criação de ostras poderia promover a sua purificação. Joe Chan pensa ainda que se podem usar estas zonas ecológicas para produzir bentos, comunidade de organismos vivos que vivem em ambientes aquáticos.

Na visão do ambientalista, Macau fica numa zona com a junção de água doce e salgada, sendo que, no passado, era um território conhecido pela produção de ostras. Além de ajudar a purificar as águas do delta do rio das pérolas, Joe Chan crê que a criação de ostras em Coloane pode ainda servir como experiência pedagógica com crianças, para que estas conheçam mais sobre a vida marítima e a história deste tipo de cultura em Macau.

Contra a ilha

A proposta do Governo para a gestão das áreas marítimas de Macau prevê ainda a construção de uma ilha artificial a sul de Coloane, perto da praia de Hac-Sá, para depósito de resíduos. Joe Chan pensa que o ideal era evitar, a todo o custo, poluir as águas com este projecto, uma vez que a ilha vai travar o curso natural da corrente da água do rio, levando a uma degradação da sua qualidade.

O ambientalista diz entender que o Governo quis ir buscar o exemplo de Singapura, uma vez que a cidade Estado apostou na construção de ilhas artificiais para gerir os resíduos, mas o Joe Chan destaca que a região não tinha mais alternativas em termos de espaço.

O responsável recorda que há cerca de dez anos as autoridades já admitiam o esgotamento da capacidade de gestão de resíduos, mas nunca foram aplicadas medidas. “Caso esta ilha atinja o limite máximo da capacidade de resíduos, vai o Governo continuar a depositar lixo? A ilha não recebeu ainda aprovação da parte do Governo central, nem há dados científicos que sustentem o projecto. Será que os grupos ambientais apoiam esta proposta?”, questionou.

19 Jan 2024

Hengqin | Ho Iat Seng recomenda estudo das opiniões das autoridades centrais

O Chefe do Executivo espera que o Conselho para o Desenvolvimento Económico contribua para a promoção da economia, através do estudo das opiniões emitidas pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e pelo Ministério do Comércio para reduzir as restrições de acesso à Zona de Cooperação Aprofundada. A recomendação de Ho Iat Seng para os vogais foi deixada ontem, no primeiro encontro do ano da comissão.

Segundo o Chefe do Executivo, as opiniões das autoridades centrais “contemplam uma série de políticas abertas e inovadoras assentes no desenvolvimento integrado entre Macau e Hengqin” e são encaradas como “particularmente importantes para a promoção do desenvolvimento da diversificação” da economia da RAEM.

Ho explicou também aos membros do conselho que as opiniões permitiram definir os “limiares de acesso a indústrias e actividades económicas, em termos de requisitos de acesso ao mercado” à Ilha da Montanha, mas também a nível das “sinergias industriais” e de “integração da vida das pessoas”.

No mesmo encontro, Ho pretende que “todos os sectores sociais” “estudem seriamente e compreendam” as opiniões, porque estas “estão relacionadas com o desenvolvimento a longo prazo de Macau em vários domínios”.

Por outro lado, o líder da RAEM também garantiu que “está a tomar a iniciativa de esclarecer as políticas e de realizar debates específicos” para vários sectores e recolher opiniões e sugestões de várias indústrias, para aproveitar “esta nova e importante oportunidade de desenvolvimento”.

19 Jan 2024

Macau Pass | AMCM alerta para eventuais burlas

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) emitiu ontem um alerta para o público tendo em conta o aviso da Macau Pass SA sobre pedidos de falsas informações que estão a ser feitos em nome da empresa. A ideia é que os residentes não transmitam dados a burlões que se fazem passar por funcionários de bancos para “evitar situações de burla e prejuízos inesperados”, aponta a nota da AMCM.

“A AMCM alerta o público para as situações em que se verifique o pedido de fornecimento de informações pessoais, informações ou palavras-passe de cartões e contas bancárias através de links suspeitos de pertencerem a falsas instituições financeiras”, lê-se ainda no mesmo comunicado, apelando-se ao contacto imediato com as autoridades policiais. No comunicado da Macau Pass, emitido esta quarta-feira, refere-se que estão a ser enviados emails com links de phishing em nome da empresa, ou com falsos números da plataforma MPay, a pedir o envio de informações pessoais e financeiras.

O falso número de MPay envia uma mensagem com um falso link remetendo para uma alegada expiração dos pontos de bónus do cartão da Macau Pass. Ocorrem ainda casos de contactos a potenciais vítimas através de uma falsa conta de Facebook da Macau Pass.

19 Jan 2024

Jockey Club | CCAC descarta dar informações sobre inquérito

Com a resposta do organismo liderado por Chan Tsz King foi recomendada a consulta de dois artigos da Lei de Imprensa e da Lei Orgânica do CCAC, em que é indicado que o acesso à informação é limitado nos casos de segredo de justiça

 

O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) afirma não poder prestar qualquer informação sobre a instauração de um processo ao prolongamento da concessão para a exploração de corridas de cavalos, assinado entre o Governo da RAEM e a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau em 2018.

Após ter sido anunciado, na segunda-feira, que o contrato entre a RAEM e a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau vai ser rescindido de forma amigável, ontem, o HM entrou em contacto com o CCAC, para perceber se a prorrogação de 2018 a estava a ser investigada, assim como a mais recente rescisão amigável.

Na resposta, o CCAC apontou não poder fornecer informações sobre as perguntas: “Em relação ao pedido de informações […], nada podemos fornecer”, respondeu o organismo liderado actualmente por Chan Tsz King.

A resposta não confirma, nem desmente, a instauração de uma investigação, mas na correspondência o CCAC recomendou a consulta do número 2 do artigo 5.º da Lei de Imprensa. Segundo este artigo, o direito da informação de “acesso às fontes de informação cede” quando há “processos em segredo de justiça”, “factos e documentos considerados pelas entidades competentes segredos de Estado”, “factos e documentos que sejam secretos por imposição legal” e “factos e documentos que digam respeito à reserva da intimidade da vida privada e familiar”.

Além do artigo da Lei de Imprensa, o CCAC recomendou igualmente a consulta do número 5 do artigo 6.º da Lei Orgânica do Comissariado contra a Corrupção da Região Administrativa Especial de Macau. Segundo este número, às “investigações e inquéritos da responsabilidade do Comissariado contra a Corrupção é aplicável o regime do segredo de justiça instituído na lei penal e processual penal”.

Renovação polémica

Em 2018, a renovação do contrato de concessão de exploração com a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau por 24 anos e seis meses gerou polémica, devido às perdas crónicas e a um atraso no pagamento de impostos, que chegou a atingir 150 milhões de patacas.

Apesar do problema ter sido reconhecido pelo então secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, o Governo de Chui Sai On considerou oportuna a prorrogação do vínculo, obtendo em retorno a promessa de um investimento para aquela zona de 1,25 mil milhões de patacas.

Na segunda-feira, na conferência de imprensa sobre a rescisão do contrato de concessão, André Cheong, actual secretário para a Administração e Justiça, afirmou não ter conhecimento sobre a existência de procedimentos criminais relacionados com o Jockey Club. Antes de Dezembro de 2019, Cheong desempenhava as funções de coordenador do CCAC.

19 Jan 2024

Corredor que liga ponte às Portas do Entendimento apresentado ontem

Foi ontem anunciado pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) que o Corredor Verde da Margem Sul, que liga a ponte Governador Nobre de Carvalho e o monumento das Portas do Entendimento, junto ao lago Sai Van, vai começar a ser construído no final deste ano, devendo estar concluído em dois anos.

A ideia é, segundo um comunicado do IAM, corresponder “às exigências da sociedade sobre o aproveitamento adequado do espaço costeiro”, sendo que este novo corredor verde terá 60 mil metros quadrados e “três eixos principais”, com “diversões para pais e filhos, lazer e recreio, interacção com a água e [aproveitamento da] paisagem aquática”.

O projecto divide-se em zonas funcionais interligadas com uma zona pedonal à beira-rio, sem barreiras arquitectónicas, e ainda uma ciclovia. O passeio tem uma largura mínima de cinco metros e a ciclovia 1300 metros de comprimento, quatro metros de largura por uma faixa e, no total, uma volta de cerca de 2600 metros de comprimento.

O IAM promete ainda construir “um espaço de diversão infantil”, com equipamentos urbanos e de diversão como escorregas, zonas de escalada e ainda passagens superiores, incluindo ainda pistas de bicicletas para toda a família, “com condições para proporcionar percursos mais longos, com um comprimento total de 250 metros”.

No local, serão ainda edificadas uma zona de campo livre, outra para a prática de ginástica, uma pista de skate polivalente e uma praça multifuncional. A praça multifuncional, situada junto à entrada principal do corredor, terá também um palco para a realização de espectáculos à beira-rio e diversos corredores paisagísticos.

Pretende-se que nesta praça se possam realizar eventos como o Festival de Gastronomia, podendo o espaço ficar definido como “zona de queima de panchões em determinados dias do Ano Novo Lunar”. Será também construído um campo de futsal, de basquetebol e de treino, com zonas de manutenção física e de convívio para idosos, entre outras.

Observar a água

O projecto apresentado ontem pelo IAM inclui a edificação de diferentes espaços de observação de água, incluindo a praça central e o miradouro, ficando a plataforma superior ligada à ponte para bicicletas, enquanto o piso inferior irá destinar-se a espaços multifuncionais ou comerciais.

O corredor terá, assim, um espaço de restauração e um miradouro, sendo ainda criadas zonas de pesca “em locais apropriados ao longo da costa”, a fim de garantir uma maior interacção com a zona costeira. Serão também instalados espaços para refeições leves, com quiosques e máquinas automáticas de venda, mesas e cadeiras para refeições ao ar livre e sanitários públicos.

O IAM pretende construir também uma via provisória no lado norte da zona de lazer, com entrada e saída pela Rua da Torre de Macau, passando depois para as entradas e saídas principais e secundárias da zona de lazer. Ao mesmo tempo, serão disponibilizados cerca de 80 lugares de estacionamento nas bermas das vias públicas, lugares adequados de estacionamento para motociclos e uma zona de tomada e largada de passageiros para autocarros.

18 Jan 2024

Onde o legado de Gao Yaojie não chegou

Em 2013 dei aulas numa universidade privada na China. Os alunos esforçavam-se para serem rebeldes. Queriam dar a entender que sabiam do mundo, que já tinham tido experiências. Fumavam nos intervalos ainda que não fosse permitido. Falavam sobre sexo e amor. Um aluno, sem medos, dizia-me que gostava de homens. Senti que ele quis chocar, com a sua frontalidade, mas a descrição chinesa não era a minha norma. A mim nada me chocava particularmente. Fui a quinta professora naquele ano lectivo, aguentei-me um semestre inteiro. A turma era muito desinteressada naquilo que se devia trabalhar, e, para quem ensina, a sensação era de exaustão constante.

As aulas eram de conversação em inglês, por isso tentei falar sobre esses temas que eles tanto queriam falar. Tentei puxá-los com migalhas para o que estava a acontecer naquela sala de aula. Se eles queriam falar sobre sexo, então falámos sobre saúde sexual também. Pensei que se no ocidente a educação sexual tem falta de educação para o prazer, imaginei que a educação sexual na China estivesse, simplesmente, em falta. Quando mencionei o VIH, deparei-me com total desinteresse e desinformação. Diziam que sabiam o que era, que era um problema das crianças nas zonas rurais. E eu, fiquei estupefacta. Talvez a única vez que me chocaram. Primeiro, porque não sabia do flagelo da SIDA nas zonas rurais, especialmente em Henan. Segundo, porque assisti a uma estratégia retórica que justificava o distanciamento. Ao reduzir o vírus da SIDA a uma população que lhes era distante, conseguiam distanciar-se o suficiente do problema para julgá-lo fora do seu alcance. Foi aí que lhes perguntei: quais são as formas de transmissão do vírus da SIDA? Ninguém soube responder.

Quando a 10 de Dezembro de 2023 morreu Gao Yaojie, lembrei-me deste episódio. O legado de Gao Yaojie é imenso, e diria, até, maravilhoso. A sua resiliência é quase heróica. Desde a resistir à opressão da revolução cultural, que a impediu de exercer ginecologia durante 7 anos, altura em que a obrigaram a limpar casas de banho no Hospital, até à tentativa de suicídio, falhada, que a orientou para a total devoção aos outros com menos recursos e possibilidades. Ela tentou denunciar uma crise que em muito poderia ter sido prevenida. Cerca de um milhão de pessoas contraiu o vírus da SIDA na província de Henan, nas zonas rurais, por má prática e gestão na recolha de sangue. Uma crise de saúde pública e social alastrou-se a partir dos meados dos anos 90. Crianças órfãs com o vírus foram deixadas ao abandono, o estigma obrigando-as ao distanciamento. Gao Yaojie ter-se-á revoltado. Era ignorada, mas resistia. Não deixava de fazer o seu trabalho ao tentar aliviar o sofrimento a que assistia. Inclusive, comprava do seu próprio bolso medicação que aliviasse os sintomas destas pessoas. Também imprimia panfletos informativos sobre o vírus e sobre a sua transmissão.

Nas grandes cidades o vírus da SIDA era um pouco mais conhecido. A sua transmissão sexual provavelmente mais claramente discutida, principalmente no âmbito do comércio do sexo. Nas zonas rurais a morte parecia ter-se alastrado sem ninguém perceber bem porquê. Até que foi Gao Yaojie, já reformada, que desvendou o mistério, e muito tentou responsabilizar os culpados, ainda que implicasse um escândalo governamental. Em vez de abafar tudo o que estava a acontecer, quis prevenir mais contágio. Tentou informar que para além do risco de doar sangue nestas unidades móveis sem cuidados de higiene alguns, que as relações sexuais, bem como a transferência de fluidos no parto e na amamentação também ajudavam na propagação do vírus. Morreu exilada, mas reconhecida por muitos na China, e fora dela.

Talvez o seu legado não tenha chegado tão longe quanto gostássemos. A prova é esta história, anedótica, dos miúdos rebeldes que sabiam muito sobre sexo, mas não tanto sobre os seus riscos. Apesar do vírus já não ser a sentença de morte que foi no passado, o risco de contágio ainda existe. Recomenda-se que pessoas com uma actividade sexual activa tomem as devidas precauções e que se testem com alguma regularidade para o vírus da SIDA e outras infeções sexualmente transmissíveis: o legado de Gao Yaojie que ainda importa manter vivo.

18 Jan 2024

Automobilismo | Rui Valente já delineou a temporada 2024

Se há um piloto de Macau que começa cedo a preparar a sua temporada desportiva, esse piloto é Rui Valente. O veterano piloto português teve uma participação no 70.º Grande Prémio de Macau quase para esquecer, mas isso não o desmotivou, bem pelo contrário

 

Rui Valente está decidido a regressar em força em 2024, colocando a fasquia alta: “Gostaria de vencer, tanto o campeonato, como no Grande Prémio de Macau”, explicou ao HM. E o plano para lá chegar já está delineado: “vou continuar a correr no Subaru e fazer algumas provas no Mini, aquelas de uma hora do GIC (Circuito Internacional de Guangdong), para manter a forma. Lá para Fevereiro começamos a rodar outra vez”.

Depois de ter dado boas indicações nas corridas de qualificação, em Zhaoqing, a estreia de Rui Valente no Circuito da Guia com o novo Subaru BRZ não foi brilhante. O piloto do território já não conduzia um carro com tracção à frente desde o BMW M3 em 1995, mas partia para as corridas do Desafio do 70.º Grande Prémio de Macau altamente motivado e a acreditar que um lugar no pódio era plausível. Contudo, nem tudo correu de acordo com as expectativas iniciais, e depois de ter corrido atrás do prejuízo nos treinos, um toque na corrida, na travagem para a Curva Lisboa, ditou o fim das possibilidades de obter um bom resultado.

“Tínhamos as afinações totalmente erradas para Macau, que fomos alterando ao longo do fim de semana para melhorar, depois de uma qualificação desastrosa. Infelizmente, um toque de um adversário estragou a possibilidade de conseguir um bom resultado na corrida”, recorda o piloto inscrito pela Premium Racing Team, que é uma uma presença habitual nas corridas do Grande Prémio desde 1988, ano em que se estreou na prova com um pódio, na então Corrida de Iniciados.

À espera do calendário

A Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) ainda não publicou o calendário de provas para a temporada de 2024, mas os concorrentes esperam que este seja preenchido por duas ou três provas. Para além do GIC, em Zhaoqing, em cima da mesa está novamente a possibilidade dos Toyota GR86 e Subaru BRZ rumarem até à Província de Hunan, para uma prova no Circuito Internacional de Zhuzhou.

A incerteza do calendário não preocupa Rui Valente, que reconhece que não sabe se o calendário “vai ser igual ou se irão alterar alguma coisa, mas suponho que iremos saber brevemente. Diz-se que teremos duas provas em Maio e depois em Julho. Eu pessoalmente já renovei a minha licença desportiva para 2024.”

Menos vagas para o GP

O programa da 71ª edição do Grande Prémio de Macau ainda não foi apresentado, mas uma coisa é certa, haverá menos vagas para os pilotos das corridas locais, muito devido ao facto do evento regressar ao formato de um fim de semana só este ano. Em 2023, os pilotos da competição bi-marca local puderam correr no Circuito da Guia na Corrida Macau Roadsport Challenge, no primeiro fim de semana, e no Desafio do 70.º Grande Prémio de Macau, no segundo fim de semana. Este ano, é previsível que só se realize uma corrida com os apurados das provas a realizar antes do Grande Prémio, o que aumentará a importância e a dificuldade destas corridas para os pilotos locais. O maior cartaz desportivo de caracter anual da RAEM está agendado para os dias 14, 15, 16 e 17 de Novembro.

18 Jan 2024

Seul | Líder da oposição volta ao trabalho 15 dias após ser esfaqueado

O líder da oposição sul-coreana, Lee Jae-myung, regressou ontem ao trabalho, 15 dias após ter sido esfaqueado no pescoço e ter feito uma cirurgia para reconstruir a veia jugular, informou a agência de notícias Yonhap. “Penso que o que vivi é trivial em comparação com a dor que as pessoas em todo o mundo sentem devido a dificuldades reais”, disse Lee, em declarações divulgadas pela agência sul-coreana, pouco antes de entrar na Assembleia Nacional (parlamento) do país.

Lee, de 60 anos, líder do Partido Democrático, de orientação liberal, deixou um agradecimento à polícia, aos trabalhadores de emergência e ao pessoal médico que intervieram quando foi atacado a 02 de Janeiro. “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para cumprir as responsabilidades que me foram atribuídas. Consegui regressar ao trabalho graças a todas as pessoas que me ajudaram. Muito obrigado”, acrescentou.

No dia do ataque, um homem de 67 anos, de apelido Kim, feriu Lee durante um evento em Busan, cidade a 350 quilómetros a sudeste de Seul, atingindo-o com uma faca no lado esquerdo do pescoço. Lee foi inicialmente atendido de urgência em Busan e posteriormente transportado de helicóptero para Seul, onde foi submetido a uma cirurgia para reconstruir a veia jugular.

Kim, que possui uma empresa imobiliária em Asan, a 80 quilómetros a sul de Seul, foi detido no local e admitiu à polícia ter atacado o político com intenção de matar. A polícia disse que o homem afirmou estar ressentido com a classe política sul-coreana.

18 Jan 2024

Mar Vermelho | Transportadoras japonesas evitam rota

Três das principais transportadoras marítimas do Japão confirmaram ontem à agência de notícias AFP que suspenderam o trânsito de todas as suas cargas através do Mar Vermelho, devido ao forte aumento das tensões nesta região.

A Nippon Yusen tomou esta decisão para “garantir a segurança das tripulações”, explicou à AFP um porta-voz do grupo. As companhias marítimas Mitsui OSK Lines e Kawasaki Kisen também confirmaram a decisão de evitar completamente a área.

Desde Novembro passado, os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão e que controlam grande parte do Iémen, aumentaram os ataques no Mar Vermelho contra navios que suspeitam estarem ligados a Israel. Os Huthis afirmam que estão a atacar em solidariedade aos palestinianos, que estão a sofrer com a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza desde 07 de Outubro.

As tensões no Mar Vermelho, uma estreita passagem marítima pela qual passa cerca de 12 por cento do comércio mundial, aumentaram ainda mais desde o final da semana passada com os ataques do Reino Unido e dos Estados Unidos contra os Huthis no Iémen, que responderam rapidamente às acções dos dois países ocidentais.

No último incidente, um navio grego com bandeira maltesa que transportava cereais foi atingido na terça-feira por um míssil lançado pelos Huthi na costa do Iémen, sem causar feridos, segundo uma fonte do Ministério da Marinha da Grécia.

18 Jan 2024

População chinesa diminui pelo segundo ano consecutivo

Com o número de nascimentos a diminuir, e a subida da taxa de mortalidade, após o fim da pandemia de covid-19, a população chinesa entra pelo segundo ano consecutivo numa rota descendente

 

A população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas em 2023, a segunda queda anual consecutiva, face à descida dos nascimentos e aumento das mortes, após o fim da estratégia ‘zero casos’ de covid-19, foi ontem anunciado. O número marca, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatística (GNE), o segundo ano consecutivo de contracção, depois de a população ter caído 850.000 em 2022, quando se deu o primeiro declínio desde 1961.

A China terminou 2023 com 1.409,67 milhões de habitantes, contra 1.411,75 milhões no final do ano anterior. A diminuição de 2,08 milhões de pessoas representa uma queda homóloga de 0,14 por cento e confirma a tendência demográfica negativa que começou em 2022 e para a qual as autoridades chinesas têm vindo a alertar há anos.

O país asiático registou 9,02 milhões de nascimentos no ano passado, em contraste com os 9,5 milhões registados em 2022 e apesar dos esforços das autoridades nacionais e locais para aumentar a taxa de natalidade.

Especialistas chineses previram em Novembro passado que o número de nascimentos na China continuaria a diminuir em 2023 pelo sétimo ano consecutivo, devido a uma queda no número de casamentos nos últimos anos e a um atraso na idade de casamento entre os jovens chineses.

Segundo dados oficiais, o número de homens ultrapassou o de mulheres, com um rácio de 104,49 homens por cada 100 mulheres: o número de homens situou-se em 720,3 milhões, enquanto o número de mulheres foi de 689,4 milhões. Os dados reflectem também um aumento do número de mortes, que passou de 10,41 milhões para 11,1 milhões.

Esforços em vão

Desde que abandonou a política do filho único, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso.

O maior custo de vida com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos. Durante o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, o partido no poder sublinhou que o país precisa de um sistema que “aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da educação dos filhos”.

Lin Caiyi, vice-presidente do Instituto de Investigação do Fórum de Economistas da China, alertou para o facto de uma população cada vez menor significar uma força de trabalho cada vez menor, o que “trará inevitavelmente um crescimento económico mais lento”.

O especialista, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, disse que a pressão sobre as despesas da segurança social “aumenta de ano para ano à medida que a população envelhece”.

Peng Xizhe, professor do Centro de Estudos sobre População e Política de Desenvolvimento da Universidade de Fudan, previu que a população da China “vai continuar a diminuir” nos próximos anos. Estima-se que, em 2035, haverá 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos na China, o que representa mais de 30 por cento da população chinesa. Segundo projecções da ONU, a Índia ultrapassou a China no ano passado como o país mais populoso do mundo.

18 Jan 2024

China | Economia acelera e cresce 5,2 por cento em 2023

A economia chinesa acelerou no trimestre Outubro-Dezembro e fixou a taxa anual de crescimento em 5,2 por cento, correspondendo ao objectivo estabelecido pelo Governo chinês, segundo dados oficiais ontem divulgados. A aceleração reflecte também o efeito base de comparação face à paralisia da actividade económica no ano anterior, suscitada pela política de ‘zero casos’ de covid-19.

O PIB da China cresceu 3 por cento em 2022, uma das taxas mais baixas dos últimos 40 anos. No quarto trimestre do ano passado, a economia chinesa também cresceu 5,2 por cento, em comparação com o período homólogo. Numa base trimestral, a economia cresceu 1 por cento no quarto trimestre, abrandando em relação à expansão de 1,3 por cento registada entre Julho e Setembro.

Os funcionários do Gabinete Nacional de Estatística da China afirmaram que as medidas, incluindo “o reforço da regulação macroeconómica e os esforços redobrados para expandir a procura interna, optimizar a estrutura, aumentar a confiança e prevenir e neutralizar os riscos”, ajudaram a melhorar a dinâmica da recuperação, da oferta e da procura.

A produção industrial, que mede a actividade nos sectores indústria transformadora, minas e serviços públicos, aumentou 4,6 por cento, em 2023, em comparação com o ano anterior, enquanto as vendas a retalho de bens de consumo cresceram 7,2 por cento.

O investimento em activos fixos – despesas com equipamento industrial, construção e outros projectos de infra-estruturas para impulsionar o crescimento – subiu 3 por cento, em termos anuais, em 2023.

No entanto, os indicadores apontam para uma recuperação desigual na China. Os dados comerciais de Dezembro, divulgados no início deste mês, revelaram um ligeiro crescimento das exportações pelo segundo mês consecutivo, bem como um ligeiro aumento das importações. No entanto, os preços ao consumidor caíram pelo terceiro mês consecutivo, sinalizando a persistência de pressões deflacionistas.

Sem problemas

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, afirmou no Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça), na terça-feira, que a China alcançou o seu objectivo económico sem recorrer a “estímulos maciços”. Li Qiang afirmou que o país tem “fundamentos bons e sólidos no seu desenvolvimento a longo prazo” e que, apesar de alguns contratempos, a tendência positiva da economia mantém-se.

O abrandamento reflecte também os esforços de Pequim para desalavancar a economia, visando reduzir riscos financeiros e construir um modelo assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos.

18 Jan 2024