Hoje Macau Manchete SociedadeUM | 2024 pode marcar regresso da economia a níveis pré-pandemia Previsões feitas pelo Centro de Estudos e pelo Departamento de Economia da Universidade de Macau indicam que no próximo ano pode acontecer o que há muito se espera na economia local: a recuperação a níveis de 2019. Prevê-se, assim, um crescimento económico entre 8,3 e 21 por cento A Universidade de Macau (UM) estima que a economia do território poderá crescer até 21 por cento em 2024, permitindo que o produto interno bruto (PIB) recupere até níveis atingidos antes da pandemia, anunciou ontem a instituição. Num comunicado, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da UM disse prever que “o crescimento económico de Macau em 2024 será entre 8,3 e 21 por cento”, dependendo do número de visitantes vindos da China continental. Os turistas chineses “continuam a ser o principal factor a afectar o desenvolvimento da economia” do território, até porque “a recuperação nas chegadas de visitantes de outras regiões tem sido mais lenta”, referiram os economistas. Num cenário mais optimista traçado pelos académicos, a região deverá receber no próximo ano um número de turistas próximo dos 39,6 milhões registado em 2019, o que permitiria ao PIB atingir 96,1 por cento do nível registado nesse mesmo ano. No entanto, a UM avisa que “Macau enfrentará incertezas quanto ao desenvolvimento económico do interior da China em 2024”. “A contracção do mercado imobiliário, bem como a dívida pública local e empresarial, irão afectar os rendimentos dos residentes, levando a uma diminuição do seu interesse e poder de compra em viajar” para o território, referiu o comunicado. Diferentes cenários O investimento em imobiliário na China continental caiu 9,4 por cento nos primeiros 11 meses do ano, revelou a 15 de Dezembro o Gabinete Nacional de Estatística chinês, devido a uma crise que deixou casas inacabadas e levou à queda dos preços por metro quadrado. No segundo cenário, o mais cauteloso, Macau irá ter um aumento de 5 por cento no número de visitantes em comparação com 2023 – o que corresponderia a 29,4 milhões, segundo previsões do Governo –, com a economia a recuperar até 85,9 por cento do registado em 2019. Com o turismo em retoma, a UM previu que as exportações de serviços, o motor da economia da cidade graças ao sector dos casinos, deverão crescer entre 10,3 e 26,7 por cento, ajudando a taxa de desemprego a cair dos actuais 2,4 por cento para entre 2,1 e 1,9 por cento. Por outro lado, os economistas acreditam que as receitas do Governo de Macau deverão fixar-se entre 95,3 mil milhões e 109,6 mil milhões de patacas. No orçamento para 2024, o Executivo prevê um aumento de 1,8 por cento nas receitas, para 107,1 mil milhões de patacas, sobretudo graças ao imposto sobre o jogo, que deverá atingir 75,6 mil milhões de patacas. Entre Janeiro e Novembro, as receitas do jogo em Macau mais que quadruplicaram em comparação com igual período de 2022, atingindo 164,5 mil milhões de patacas. A indústria do jogo, o motor da economia da cidade, representava, em 2019, 51 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] de Macau e, apesar da crise durante a pandemia, dá actualmente trabalho a cerca de 71 mil pessoas, ou seja, 19,2 por cento da população empregada.
Hoje Macau Manchete SociedadeFinanças | Fim de pagamentos por multibanco A partir de Janeiro, os cidadãos deixam de poder pagar os impostos através da rede de máquinas multibanco. A decisão da Direcção de Serviços de Finanças (DSF), que passa por levar os cidadãos a instalarem nos seus telemóveis a aplicação Conta Única, foi revelada ontem. “A Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) tem promovido, de forma activa, o governo electrónico e, para uma distribuição eficaz dos recursos administrativos, após a revisão e integração das diversas formas de pagamento de impostos, será cessado, a partir do dia 1 de Janeiro de 2024, o serviço de pagamento de impostos através das máquinas ATM da rede JETCO”, foi anunciado. Apesar de falar de uma “distribuição eficaz dos recursos administrativos”, o comunicado não revela como é que a distribuição é mais eficaz, nem se a medida vai permitir poupar recursos financeiros da RAEM. “Com a crescente generalização da aplicação de telemóvel, actualmente, os contribuintes podem proceder ao pagamento de impostos online, na comodidade de sua casa, através da aplicação móvel Macau Tax ou Conta Única de Macau e, sem limite de tempo, sendo a experiência dos utilizadores cada vez mais completa, como por exemplo, a obtenção imediata de informações fiscais, recibos, etc.”, foi acrescentado. Caso não queiram instalar as aplicações do governo para pagar os impostos, a alternativa passa agora a limitar-se às deslocações aos bancos, ou através do sistema ebanking, das mesmas instituições.
Hoje Macau SociedadeJovens | Poucas oportunidades em projectos comunitários do Governo Mais de um terço dos jovens considera que há falta de oportunidades para participar nos projectos comerciais comunitários apoiados pelo Governo. A conclusão faz parte de um inquérito realizado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau junto de “jovens” com idades entre os 18 e 44 anos, cujos resultados vão ser apresentados na sexta-feira. Segundo o comunicado, em que são adiantados alguns números preliminares, o inquérito sobre a economia comunitária revela que entre os 769 inquiridos, 278 responderam que as oportunidades não são suficientes para que todos tenham a possibilidade de participar em projectos comerciais comunitários apoiados pelo Governo. Ao mesmo, também quase quatro em cada dez pessoas (37,8 por cento) mostrou-se pouco disponível para consumir nos bairros comunitários. Os outros 62,2 por cento indicavam ter disponibilidade para consumir perto do sítio onde vivem. Os motivos que levam os jovens a pretenderem consumir nos bairros onde vivem prendem-se essencialmente com a “conveniência”, “os preços” e ainda a vontade de “apoiarem o comércio local”. Ainda de acordo com a Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, menos de metade dos inquiridos considera que nos últimos cinco anos os bairros comunitários ficaram economicamente “mais vibrantes”.
Hoje Macau Manchete SociedadeNatal | Recebidos mais de 679,5 mil turistas Só no sábado, a cidade acolheu 133.603 visitantes, embora a média diária entre 20 de Dezembro e terça-feira, dia 26, tenha sido de 97 mil turistas. As Portas do Cerco foram o principal ponto de entrada Macau recebeu quase 679.600 turistas na época de Natal, entre o aniversário do estabelecimento da RAEM, a 20 de Dezembro, e terça-feira, dez vezes mais do que em igual período de 2022. Os dados oficiais foram divulgados ontem, e a comparação é feita com um período em que ainda vigorava as restrições de circulação e era exigida quarentena a quem vinha de fora. De acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP), a cidade acolheu perto de 93 mil visitantes na terça-feira, elevando o número total para 679.584 no espaço de sete dias. Um valor mais de dez vezes maior do que o registado no Natal de 2022 (65.138), altura em que tanto Macau como o Interior – o principal mercado de origem dos turistas que visitam a cidade – ainda impunham restrições às viagens devido à pandemia da covid-19. O pico foi sentido no sábado, dia em que Macau acolheu 133.603 visitantes, tendo a cidade registado uma média diária de cerca de 97 mil turistas neste período. Durante a chamada Semana Dourada do Dia da China, 01 de Outubro, um dos picos turísticos do país, a cidade recebeu em média 116.546 turistas por dia. Isto apesar de nem o solstício de Inverno (22 de Dezembro) nem o dia de Natal serem feriados no Interior. Só na vizinha região de Hong Kong, a segunda principal fonte dos visitantes de Macau, é que 25 e 26 de Dezembro são feriados. Correrias nas portas Os dados divulgados pela PSP não indicaram a origem dos turistas, mas referiram que quase dois terços entraram ou pelas Portas do Cerco (33,2 por cento), a principal fronteira com o Interior, ou pela Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (29,8 por cento). Aliás, a ponte de 55,5 quilómetros, inaugurada em Outubro de 2018, registou na segunda-feira a passagem de mais de 16 mil veículos no terminal de Zhuhai, um novo recorde máximo, de acordo com o portal de notícias estatal China Media Group. Entre Janeiro e Novembro deste ano chegaram a Macau 25,3 milhões de visitantes, quase cinco vezes mais do que em igual período do ano passado, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada. O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, disse a 10 de Dezembro esperar que Macau termine o ano com 28 milhões de turistas, um valor que seria cinco vezes maior do que 2022 e cerca de 71 por cento do registado em 2019 (39,6 milhões), antes do início da pandemia. Ocupação de 90,8% Dados da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) revelam que entre os dias 23 e 26 de Dezembro, ou seja, no período de férias de Natal, registou-se uma taxa de ocupação hoteleira na ordem dos 90,8 por cento, um aumento de 2,7 por cento face à média de ocupação registada em Novembro, na ordem dos 88,1 por cento. De frisar que estes são dados preliminares. Enquanto isso, Macau recebeu nestes dias cerca de 114 mil pessoas por dia, mais de 456 mil visitantes, o que representa um aumento de 1,3 por cento face ao período homólogo de 2019. Segundo a DST, “os resultados mostram que o número de visitantes durante os feriados ultrapassou o período pré-pandémico, assinalando uma retoma do turismo satisfatória”, continuando-se “a registar uma tendência de crescimento contínuo”. Tendo em conta a chegada do Ano Novo e do Ano Novo Chinês, no início do próximo ano, a DST promete continuar a “cooperar com outros serviços públicos, operadores turísticos, empresas e associações para melhorar os produtos turísticos e elevar a qualidade dos serviços prestados”. Promete-se ainda fomentar o conceito de “Turismo +” em parceria com outros sectores económicos, a fim de “promover a diversificação, inovação e desenvolvimento sustentável da indústria turística de Macau”.
Hoje Macau PolíticaCTM e Mtel | Licenças renovadas até Setembro de 2024 As licenças da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e Companhia de Telecomunicações de MTEL foram renovadas até Setembro do próximo ano, de acordo com um despacho do Chefe do Executivo. O documento foi publicado ontem no Boletim Oficial. As actuais licenças terminam no final deste ano. O facto de a renovação se prolongar apenas até Setembro, ao invés de cobrir todo o ano, poderá indicar que até essa altura deverá ser apresentada e aprovada a nova lei das telecomunicações. Este é um diploma que tem sido sucessivamente adiado pelo Governo de Ho Iat Seng. As promessas sobre a revisão da lei das telecomunicações são antigas, já em 2021 o Governo prometia até ao final do ano avançar com uma proposta. No entanto, apesar de meses de discussões internas, o assunto nunca chegou ao hemiciclo, o que fez com que as concessões para a rede fixa de telecomunicações fossem renovadas, até ao final do corrente ano. Agora, a menos a quatro dias do final do ano, o cenário repete-se. A inacção do Governo para o sector das telecomunicações tem merecido críticas por parte dos deputados, e em Novembro deste ano, o deputado Si Ka Lon acusou o Executivo de estar “perdido”, também pela falta de informação sobre o assunto. “De acordo com os relatos que recebemos da indústria das telecomunicações, as respostas do Governo fazem com que seja impossível para a população e para o sector saber como estão a progredir os trabalhos [de elaboração da proposta de lei]”, indicou o deputado em Setembro.
Hoje Macau PolíticaFunção pública | Lei Chan U pede incentivos para chefias O deputado Lei Chan U interpelou o Governo sobre a necessidade de elaborar um mecanismo de incentivos e tolerâncias a falhas para o pessoal de direcção e chefia na Função Pública. Na interpelação escrita, o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) pediu uma alteração, a partir do próximo ano, do Regime Jurídico da Função Pública quanto à responsabilização dos dirigentes na Administração. Lei Chan U defende uma maior estabilidade destes mecanismos para que o pessoal da direcção e chefia da Função Pública possa ter uma maior consciência sobre servir a sociedade, bem como um maior sentido de responsabilidade. O deputado considera importante ter um sistema de incentivos e tolerância em relação às falhas cometidas no exercício de funções dos que são chefes de departamento, com critérios e princípios bem definidos, para que estes “não se preocupem” em falhar. O deputado lembrou ainda que, actualmente, os dirigentes não têm direito a compensações remuneratórias em comparação com os técnicos superiores caso tenham de cumprir horas extraordinárias. Desta forma, Lei Chan U interpela o Governo a melhorar o regime remuneratório, a fim de fomentar a iniciativa no local de trabalho por parte do pessoal de direcção e chefia.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCreches | IAS recebeu queixas sobre ferimentos em crianças O IAS relatou ontem ter recebido 26 queixas durante o ano relativas a creches. Algumas delas, diziam respeito a ferimentos em crianças. Deputada pede sistema de licenciamento de cuidadores Ao longo deste ano o Instituto de Acção Social (IAS) recebeu 26 queixas relativas a creches, que estiveram principalmente relacionadas com lesões em crianças. A revelação foi feita por Lao Kit Im, chefe da Divisão de Serviços para Crianças e Jovens do IAS, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau. Neste capítulo, o ano ficou marcado pela morte de uma bebé de quatro meses, que frequentava a creche de Fong Chong da Taipa. Como consequência, o espaço foi encerrado. No entanto, Lao Kit Im revelou que houve mais queixas e algumas delas relacionadas com ferimentos em crianças, provocados durante o tempo que passavam nesses espaços. Face a este número, a responsável garantiu que todas as queixas foram investigadas e que os pais foram informados sobre a forma como as suas queixas estavam a ser tratadas, assim como das conclusões. Também presente no programa Fórum Macau, a deputada Wong Kit Cheng defendeu um reforço da formação das cuidadoras das crianças, e sugeriu que o Governo adopte um sistema de licenciamento para esta profissão. Actualmente, quem tiver cumprido o sexto ano do ensino básico pode desempenhar as funções de cuidador de crianças. Segundo os dados do IAS, é recomendado a existência de pelo menos um cuidador por cada turma nas creches, ao qual se junta um assistente de educador de infância. Sem planos Por sua vez, Lao Kit Im respondeu que apesar do IAS estar sempre disponível para ouvir as opiniões da sociedade, não há planos para introduzir o sistema de acreditação para as cuidadoras de crianças. Apesar da nega, Wong Kit Cheng considerou que a introdução do sistema de licenças pode vir a ser uma realidade, porque actualmente as pessoas que desempenham estas tarefas são cada vez mais qualificadas. “[A licença para os cuidadores] é uma tendência, como mostram os cuidadores mais recentes das creches locais, que têm habilitações académicas cada vez mais elevadas, em comparação com o passado. Temos a esperança que as suas competências profissionais possam ser cada vez melhores”, afirmou a deputada. “Devemos incentivar os responsáveis das creches a criar um sistema de avaliação para que os cuidadores tenham motivos para continuarem a apostar na sua formação,” completou. A deputada, que faz parte da Associação das Mulheres, mencionou também que, nos últimos anos, o IAS tem realizado formações para cuidadores em conjunto com as associações locais. “Acho impressionante que no passado os cuidadores apenas tivessem como habilitações académicas o ensino primário”, reconheceu. “Como agora as habilitações dos cuidadores são mais elevadas e há mais formações, as competências profissionais são melhores e os pais têm mais confiança nas creches”, acrescentou. Por outro lado, Wong Kit Cheng considerou que os subsídios atribuídos pelo Governo às creches podem ser aumentados, para melhorar as instalações existentes e haver uma maior retenção dos trabalhadores.
Hoje Macau PolíticaIH | Procura por habitação económica abaixo da oferta Desde 27 de Setembro até ontem, o Instituto de Habitação recebeu 4.022 candidaturas para a compra de habitação económica, no âmbito do concurso que foi prolongado recentemente até 26 de Abril. A informação oficial consta do portal do IH. O concurso para a venda de habitações económicas que vão ser construídas na Zona A dos Novos Aterros prevê a venda de até 5.415 apartamentos. Com as candidaturas a serem inferior a esse número, verifica-se que a procura é inferior à oferta. Entre as candidaturas, 2.984 tinham entregue todos os documentos. Ao mesmo tempo, existem 1.038 candidatos que ainda precisam de complementar as candidaturas, para que sejam aceites no concurso. Ao nível dos candidatos, a maior parte vivia sozinha, uma vez que se registaram 1.592 candidaturas de agregados compostos por uma única pessoa. O número de candidaturas de agregados com dois elementos foi de 771. As candidaturas de agregados com três pessoas foram 503, no caso dos agregados com quatro pessoas registaram-se 266 candidaturas. Finalmente, contabilizaram-se ainda 44 candidaturas de agregados com cinco elementos, e oito de agregados com seis elementos. Em relação aos candidatos por agregado com mais de uma pessoa, 1.309 têm idades entre 23 e 44 anos, enquanto oito têm entre 18 e 22 anos. Contam-se ainda 437 candidatos com idades entre 45 e 64 anos e 28 com mais de 65 anos. No que diz respeito às candidaturas individuais, 1.309 têm entre 23 e 44 anos, 78 entre 45 e 64 anos e 5 com mais de 65 anos.
Hoje Macau PolíticaObras públicas | Au Kam San critica abusos com adjudicações directas O ex-deputado Au Kam San criticou o abuso por parte do Governo do recurso à adjudicação directa para a realização das obras públicas. As críticas foram feitas através das redes sociais pelo antigo deputado que considerou também que a revisão legislativa de 2021 veio contribuir para reduzir ainda mais os concursos públicos. “Mesmo que haja milhares e milhares de críticas à forma como a adjudicação directa é utilizada, o Governo mantém a utilização e não volta atrás”, lamentou o ex-deputado. Au Kam San recordou que em 2021 o Decreto-Lei n.º 122/84/M, que legisla a contratação pública, foi alterado com a justificação de que era necessário agilizar o funcionamento da Administração Pública. Como consequência, o custo das obras que podem ser atribuídas sem concurso público subiu de 2,5 milhões de patacas para 15 milhões de patacas. Au lamentou que o Governo não tenha aproveitado a oportunidade para eliminar algumas lacunas da lei, que permitem que uma obra com um valor superior a 15 milhões de patacas possa ser adjudicada directamente a uma empresa. Para tal, basta que os trabalhos sejam divididos em fases diferentes, todas com um valor inferior aos 15 milhões. “Ao contrário do que nos dizem os governantes, antes da alteração ao Decreto-Lei este tipo de lacunas estava identificado e fez inclusive parte de relatórios do Comissariado contra a Corrupção e do Comissariado da Auditoria”, defendeu Au. “Quando se limitaram simplesmente a aumentar o valor das obras que podem ser atribuídas sem concurso público, mostraram que não quiseram resolver os problemas. Muito pelo contrário, com um montante maior o espaço para haver situações dúbias é maior, mesmo que os procedimentos sejam mais convenientes [para a Administração]”, considerou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHabitação Económica | Singulares sem hipótese de comprar T2 Apesar da nova realidade económica, o Governo não planeia alterar os escalões de rendimentos que permite o acesso ao concurso de compra de habitação económica O Governo recusa a possibilidade de permitir que os residentes singulares possam adquirir habitações económicas com dois quartos. A posição foi tomada por Kuoc Vai Han, presidente substituta do Instituto de Habitação (IH), na resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok. Nas perguntas enviadas ao Executivo, o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) mostrava-se preocupado com o que considera a falta de habitação em Macau, e principalmente com a decisão do governo de “suspender” a construção de habitação intermédia, também conhecida como sanduíche, na Avenida Wai Long. Face às limitações no mercado de habitação, Leong Sun Iok pretendia saber se o Executivo estava disponível para flexibilizar os critérios, e permitir que os agregados familiares com uma única pessoa pudessem adquirir apartamentos com dois quartos. A resposta foi negativa: “A Lei da Habitação Económica vigente já define que a dimensão do agregado familiar corresponde à tipologia de habitação que pode ser escolhida, reflectindo, principalmente, a justiça e a razoabilidade na utilização dos recursos públicos, pelo que, neste momento, não está a ser ponderada a sua alteração”, foi respondido pela presidente. Actualmente, a lei apenas permite aos residentes singulares comprarem habitações económicas do estilo T1. Quando um agregado é constituído por duas ou mais pessoas, pode comprar habitações T1 ou T2. Se o agregado familiar tiver três ou mais membros pode comprar apartamentos com um quarto, dois quartos ou três quartos. Limites sem mudanças Por outro lado, o Governo recusa também avançar com uma revisão dos limites monetários de candidatura à compra de habitação económica. Leong Sun Iok perguntou na interpelação escrita se havia planos para reduzir o actual limite mínimo do rendimento mensal que permite aos residentes candidatarem-se à compra de uma habitação económica. Na origem deste pedido, estava o desejo de tornar menor o fosso entre aqueles que podem arrendar habitações sociais e os que podem comprar habitação económica, assim como uma maior atenção para a situação económica pós-pandemia. Contudo, Kuoc Vai Han respondeu negativamente: “Na fixação do limite mínimo de rendimento para a habitação económica, foi tido como referência o limite máximo de rendimento para a habitação social, com o objectivo de alcançar uma articulação contínua entre a habitação social e a habitação económica, pelo que não existe qualquer consideração sobre o seu ajustamento”, foi justificado.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePassageiros vindos de Moçambique detidos em Hong Kong com 33,5 quilos de droga A polícia de Hong Kong anunciou no sábado à noite ter detido dois passageiros que voaram de Moçambique para a região chinesa com 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 1,9 milhões de euros. Num comunicado, a Alfândega de Hong Kong revelou que detectou na sexta-feira um homem de 29 anos e uma mulher de 27 anos que chegaram ao aeroporto do território vindo de Moçambique através de Doha, no Qatar. Os agentes encontraram, no interior das malas de porão dos dois viajantes, 10 pinturas a óleo e 54 peças de artesanato, usadas para esconder um total de 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 16,5 milhões de dólares de Hong Kong. Os dois passageiros foram detidos e a polícia sublinhou que a investigação está ainda a decorrer. As autoridades sublinharam que, “após a retoma das viagens e trocas normais com o interior [da China] e outras partes do mundo, o número de visitantes em Hong Kong tem aumentado constantemente”. Desde Dezembro de 2022 que a metrópole abandonou a política chinesa de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas. A Alfândega de Hong Kong prometeu “continuar a aplicar uma abordagem de avaliação de risco e concentrar-se na seleção de passageiros de regiões de alto risco”. Mão pesada O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até 5 milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua. Em Agosto, a polícia da cidade chinesa deteve um passageiro vindo do Brasil com 700 gramas de cocaína, no valor de quase cem mil euros, no interior do corpo. Em Junho, a polícia de Hong Kong deteve uma passageira que voou do Brasil para a cidade com quase um quilo de cocaína, no valor de 124 mil euros, escondida dentro de latas de perfumes. Em Maio, a polícia do território deteve, em dois dias consecutivos, três passageiros que voaram do Brasil para a região com um total de 1,6 quilos de cocaína, no valor de 1,3 milhões de dólares de Hong Kong, no interior do corpo. Em Setembro de 2022, a polícia anunciou a apreensão de 16,5 quilos de cocaína, com um valor de mercado de 14 milhões de dólares de Hong Kong, no interior de contentores, vindos do Brasil, com fibras de algodão.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | China continua a desenvolver esforços pela paz A China continuará a trabalhar com todas as partes para melhorar a coordenação e galvanizar mais acções responsáveis e significativas no Conselho de Segurança da ONU para uma cessação rápida das hostilidades em Gaza, a implementação da solução de dois Estados e a paz e estabilidade no Médio Oriente, disse segunda-feira Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Mao prestou as declarações ao comentar a Resolução 2720, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU com 13 votos a favor e duas abstenções na sexta-feira passada, pedindo uma acção urgente para expandir a assistência humanitária a Gaza e criar as condições para uma cessação sustentável das hostilidades, indicou o Diário do Povo. Mao disse que a China votou a favor da Resolução 2720, que é a segunda resolução adoptada pelo Conselho de Segurança desde o início do actual conflito em Gaza. A responsável também acrescentou que a resolução não atende às expectativas internacionais e tem certas lacunas que precisam ser preenchidas. Mao disse que, como o actual conflito palestino-israelita matou e feriu dezenas de milhares de civis e a situação humanitária em Gaza continua a deteriorar-se, a China pediu que a resolução seja implementada de forma eficaz, que a assistência humanitária seja ampliada e que um mecanismo de monitoramento seja estabelecido o mais rápido possível. Realizar um cessar-fogo continua a ser a prioridade absoluta e pré-requisito para todo o resto, disse Mao.
Hoje Macau China / ÁsiaGansu | Sismo provocou perdas económicas de 67,7 milhões de euros O terramoto que atingiu a China na segunda-feira passada, matando pelo menos 148 pessoas, causou perdas estimadas em quase 68 milhões de euros nos setores da agricultura e pescas, informou domingo a imprensa estatal. A província de Gansu, no noroeste da China, realizou avaliações preliminares que mostraram que as indústrias agrícolas e pesqueiras locais perderam 532 milhões de yuans, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV. As autoridades estavam a ponderar a melhor forma de utilizar o fundo de ajuda, criado pelo Governo Central chinês na terça-feira, para que o sector agrícola retomasse a produção o mais rapidamente possível. O Governo chinês e o ministério da Gestão de Emergências alocaram 200 milhões de yuan para os esforços de socorro e recuperação. O sismo de magnitude 6,2 atingiu uma região montanhosa, um minuto antes da meia-noite local de segunda-feira na fronteira entre as províncias de Gansu e Qinghai e a cerca de 1.300 quilómetros a sudoeste de Pequim, a capital chinesa. A CCTV informou que 117 pessoas morreram em Gansu e 31 outras morreram na vizinha Qinghai, enquanto três pessoas continuam desaparecidas. Cerca de mil pessoas ficaram feridas e mais de 14 mil casas foram destruídas. Durante uma visita no sábado a várias aldeias de Gansu e a um condado de Qinghai, o primeiro-ministro chinês Li Qiang instou as autoridades a melhorarem as condições de vida dos sobreviventes através de todos os métodos disponíveis. De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, Li disse também que a principal prioridade dos esforços de socorro era garantir que as pessoas se mantivessem quentes e seguras no Inverno. Foram realizados funerais para os mortos, alguns seguindo as tradições muçulmanas de grande parte da população da área afectada.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | China sanciona empresa dos EUA por ingerência Pequim rejeita “a falsa narrativa” sobre Xinjiang “inventada e difundida” por Washington e vai aplicar sanções contra a empresa de informações e dados norte-americana Kharon A China vai impor sanções contra uma empresa norte-americana e dois indivíduos por interferirem nos assuntos internos e “espalharem falsidades” sobre os direitos humanos em Xinjiang (noroeste), anunciou ontem o Governo chinês. Os alvos são a empresa de informações e dados norte-americana Kharon, o respectivo director de investigação, Edmund Xu, e a antiga investigadora do Centro de Estudos de Defesa Nacional dos Estados Unidos Nicole Morgret. A China proibirá a entrada no país de Xu e Morgret e congelará os bens móveis e imóveis da empresa e de ambos na China, segundo a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning. Nos últimos anos, a Kharon produziu relatórios que alegam a existência de trabalho forçado nalgumas indústrias da região noroeste da China, estrategicamente importante, rica em recursos energéticos e onde vivem os uigures e outras etnias muçulmanas. Washington anunciou este mês a inclusão de três empresas chinesas na lista de entidades sancionadas pela Lei de Prevenção do Trabalho Forçado dos Uigures, que já afectou 30 empresas desde que o Presidente Joe Biden a promulgou em 2021. A lei proíbe a importação para os Estados Unidos de bens produzidos em Xinjiang ou por entidades sancionadas, a menos que agências como os serviços aduaneiros certifiquem que não foram produzidos com trabalho forçado. Matéria sensível Numa conferência de imprensa, Mao Ning acusou Washington de “inventar e difundir uma falsa narrativa sobre Xinjiang”, segundo a agência espanhola EFE. Mao disse que Washington usa “o pretexto de alegados problemas de direitos humanos em Xinjiang para impor sanções ilegais contra empresas e funcionários chineses”, numa violação do direito internacional. Acusou a Kharon de recolher há muito tempo “informações sensíveis sobre Xinjiang” e de fornecer provas para “sanções ilegais” dos Estados Unidos. Acrescentou que Pequim já apresentou uma queixa formal contra os Estados Unidos e insistiu que Washington deve “deixar de caluniar e difamar a China”. Xinjiang produz cerca de um quinto do algodão mundial e é também rica em petróleo e gás natural, segundo a televisão britânica BBC.
Paulo Maia e Carmo Via do MeioZheng Min e as Recordações Das Montanhas Amarelas Zhuangzi, o clássico do século IV a. C. que escreveu sobre a «vadiagem feliz», afirmou que «O homem perfeito usa a sua mente como um espelho – sem procurar nada, não acolhendo nada, respondendo sem guardar. Assim consegue triunfar sobre as coisas sem se magoar». Essa vocação de «vaguear onde não há caminho», muitas vezes deslocando-se sobre as águas dos rios, nunca guardando nada senão memórias, foi sentida como um guia por homens de letras e pintores. Certas paisagens, como o cenário invulgar das Montanhas Amarelas (Huangshan), como que convidavam os passeantes para nelas inscreverem novos caminhos. Uma «escola de pintura» foi designada com o seu nome e dela participaram grandes mestres como Hongren ou Shitao. E os que eram originários da província de Anhui, onde se situam essas montanhas, como o pintor e poeta Mei Qing (1623-1697), deixaram desse convívio com a natureza testemunhos de uma viva impressão. Como no decurso de um passeio com familiares e amigos numa embarcação descendo um rio: «A chuva clareando, dir-se-ia um céu de Outono, Vamos descendo o rio Qing, navegando neste navio pintado, A cidade obscurecida e o campo vasto, As montanhas verdejantes tocam as ondas, Sons de flauta entristecem os poetas; Nos aposentos monásticos velhos monges meditam tranquilamente. Não há isco para o dragão que se não vê, Apenas a serena piscina de água.» O poema acompanha o rolo vertical Navegando no sopé da montanha Xiang (tinta sobre papel, 134,6 x 59,1 cm, no Metmuseum) onde outros amigos também escreveram poemas como um seu jovem discípulo Shi Runzhang que assinalou, não apenas o dia exacto em que decorreu o passeio – 21 de Maio de 1673, como lembrou o poeta Li Bai que por lá passou compondo poemas e como esse era também o lugar onde o imortal magistrado Dou Ziming pescou um dragão branco. Essas impressões em grupo de nada valiam se não fossem partilhadas. Zheng Min (1633-depois de 1683), pintor e poeta que terá participado nessa jornada e era de Shexian, igualmente em Anhui, terá sido o destinatário do rolo, mas também ele faria pinturas e poemas recordando as famosas montanhas para partilhar, lembrando caminhos solitários na memória. No álbum de nove páginas com pinturas e caligrafias Oito vistas das Montanhas Amarelas (tinta sobre papel, 24,1 x 14 cm, no Metmuseum) ele refez alguns dos lugares mais célebres das montanhas como o Cume de loto, a Ponte dos imortais ou o Pinheiro dragão enrolado, contrastando-os com poemas. O que o motivou foi um pedido do seu jovem amigo Chuzhen. Para isso recordou duas jornadas que fez por lá em 1670 e 1673, a última há já sete anos. E acrescenta que, se «no futuro, depois de todos os seus filhos se casarem», ele alguma vez lá for, «espero que leve este álbum com ele para comparar com os lugares reais. Serei então o seu guia.»
Hoje Macau EventosEspectáculos de vídeo-mapping para ver até Fevereiro Até ao dia 25 de Fevereiro, decorrem vários espectáculos de luzes e vídeo-mapping por toda a cidade no âmbito da iniciativa “Iluminar Macau 2023”, promovida pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST). O calendário de eventos começou no passado dia 2 e decorre em 34 locais de sete zonas do território, sendo que o público terá acesso a 36 instalações luminosas e 20 dispositivos interactivos. Relativamente aos espectáculos de vídeo-mapping, a DST decidiu convidar não apenas equipas de Macau, mas também de duas cidades que pertencem à Rede de Cidades Criativas da UNESCO da área de Design, Wuhan, na China, e Seul, capital da Coreia do Sul. No Centro de Ciência de Macau será exibido o espectáculo de vídeo-mapping “Unlock the Magic: Journey into Wonderland”, da autoria da equipa sul coreana. Através de imagens de jogos e da imaginação de contos de fadas, a exibição divide-se em quatro partes, nomeadamente “Invitation”, “Adventure”, “Crisis” e “Celebration”. A ideia é que o Centro de Ciência se transforme “num local onde o mundo dos sonhos e o mundo real se encontram”. Obras a concurso No caso da participação de Wuhan, foi realizado um concurso público por parte da DST em parceria com o Departamento Municipal de Desenvolvimento Urbano-Rural de Wuhan para escolher os melhores espectáculos de vídeo-mapping, tendo sido seleccionados os três melhores a serem exibidos no Largo dos Bombeiros da Taipa. “Enjoy Magic” é o nome de um dos espectáculos que será exibido ainda este mês. Divide-se em três partes, “Colorful World”, “Fantasy Seasons” e “Joyous Celebrations”, revelando “a magia de uma cidade de entretenimento com a dinâmica da cor, da luz, da estrutura e dos símbolos”. Por sua vez, em Janeiro, também de Wuhan, será apresentado “Season Diffusion”, que se divide em duas partes, nomeadamente “Twenty-Four Solar Terms” e “Celebrating the Spring Festival”. Nesta exibição, recorre-se à tecnologia AIGC para produzir imagens, música e efeitos sonoros, “criando-se um processo inovador de produção de vídeo mapping”. Em Fevereiro, será apresentado o espectáculo “A Dose of Lighting Dopamine”, com uma interpretação da palavra “dopamina” que irá exibir “os encantos de Wuhan, Macau e Portugal”. Coloane não fica de fora do mapa deste evento, com a Igreja de São Francisco Xavier a acolher duas obras seleccionadas através de um concurso público. A obra vencedora, “A Beacon of Light in Macao’s Winter Night” será exibida entre este mês e Janeiro, “transportando o público numa viagem mágica de deslumbramento dos sentidos pela beleza de Macau”. O trabalho classificado em segundo lugar, “Dazzling Winterland”, será apresentado ao público entre Janeiro e Fevereiro, trazendo “belas construções de gelo no Inverno que criam um parque de diversões deslumbrante e alegre, radiante de luz e amor”. Todas as instalações do “Iluminar Macau 2023” podem ser vistas entre as 19h00 e as 22h00 durante o período do evento. Cada espectáculo de vídeo-mapping tem uma duração de cerca de oito minutos, sendo a última sessão exibida às 21h30.
Hoje Macau EventosVenezuela | Shee Va em encontro de escritores que homenageia Eugénio de Andrade Shee Va, médico gastrenterologista e autor de diversos livros sobre a cultura chinesa, é um dos nomes que integram o painel do IV Encontro Virtual de Escritores Lusófonos, que arrancou ontem e se prolonga até sábado, na Venezuela. Poeta português Eugénio de Andrade será homenageado no evento O IV Encontro Virtual de Escritores Lusófonos, iniciativa que homenageia o poeta português contemporâneo Eugénio de Andrade e reúne cinco autores de Itália, Portugal, Macau, Moçambique e Brasil, decorre na Venezuela até ao próximo sábado, 30 de Dezembro. O Encontro está “integrado nas comemorações do centenário do nascimento de Eugénio de Andrade e reúne escritores de diferentes nacionalidades, que escrevem sobre realidades e temas diversos, todos utilizando o português como língua comum”, explica a organização num comunicado divulgado em Caracas. No documento, o embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lado, sublinha que “o homenageado é considerado o mais universal dos poetas portugueses contemporâneos”. “A realização deste ciclo de encontros evidencia a Venezuela enquanto país de acolhimento de uma grande comunidade de língua portuguesa. “O ensino do português está em contínua, rápida e significativa expansão. Cada vez mais escolas ensinam português. Em apenas um ano lectivo, passamos de perto de 7,5 mil alunos para cerca de 11 mil”, explica. Por outro lado, Rainer Sousa, Coordenador do Ensino de Português em Caracas, sublinha que os Encontros são “uma iniciativa que nasceu na Venezuela, durante a pandemia da covid-19, que vão continuar nos próximos anos, mantendo a aspiração de se vir presencial com a participação de académicos, e com o objectivo de promover o diálogo e a interacção entre estudantes e escritores, estimulando assim o hábito pela leitura em Língua portuguesa”. Segundo a organização, o Encontro é inaugurado pelo professor italiano Federico Bertolazzi, professor de literatura portuguesa na Universidade de Roma “Tor Vergata” e especialista na obra de Eugénio de Andrade, que traduziu e organizou várias edições italianos desde o português. O médico e escritor Shee Va é o nome que representa Macau, território que lhe deu “oportunidade de escrever”. Trata-se de um escritor que, segundo a organização, aposta na difusão da “cultura chinesa nas comunidades de língua portuguesa”. Autor de diversas obras que retratam o mundo chinês, destacam-se os romances “Boi Cabeça, Cavalo Cara”, “Uma Ponte para a China”, e “Espíritos”. Outros nomes No Encontro participará também a escritora portuguesa Ana Cristina Silva, premiada autora de 15 romances e professora do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, em Lisboa, que em 2017 ganhou o Prémio Fernando Namora pelo romance “A Noite Não é Eterna” (2016) e que recebeu o Prémio Literário Urbano Tavares Rodrigues pelo romance “O Rei do Monte Brasil”. Publicou também os romances “Salvação” (2018), “As longas noites de Caxias” (2019) e, em 2022, “À procura da manhã Clara”. Foi ainda convidado o escritor e professor universitário moçambicano Dany Wambire que publicou inúmeras antologias no Brasil e em Portugal e “o seu livro ‘A fecunda fertilidade e outros contos’ recebeu menção honrosa no Prémio Internacional José Luís Peixoto (2013). O documento explica que “o encontro terminará com a intervenção do escritor brasileiro Luíz Eduardo de Carvalho, homem de teatro, professor, jornalista e gestor cultural” que “com uma dezena de títulos publicados e mais de 70 prémios, participou em dezenas de antologias, feiras e bienais literárias”. “É autor de “Relatos de Sampa” (2014), “O Teatro delirante”, “Sessenta e Seis Elos”, “Xadrez”, “Quadrilha” (2020) e “Crônicas do ofício” (2022)”, afirma. O encontro conta com o apoio da Embaixada de Portugal em Caracas, do Instituto Camões, da Coordenação para o Ensino do Português na Venezuela, do Festival Literário, Internacional de Poços de Caldas (Flipoços), do Correio da Venezuela e dos Centros de Língua Portuguesa de Maracay y de Caracas.
Hoje Macau SociedadeInflação | Taxa fixa-se em 1,16% em Novembro A taxa de inflação em Macau fixou-se em 1,16 por cento em Novembro, contra 0,76 por cento no mesmo mês de 2022, de acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). “O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela ascensão dos preços das refeições adquiridas fora de casa, do vestuário e do gás de petróleo liquefeito, assim como pelo aumento das propinas escolares”, indicou a DSEC, em comunicado. No entanto, continuou o organismo, a queda dos preços da carne de porco e dos bilhetes de avião, bem como a diminuição das rendas de casa e dos salários dos empregados domésticos compensaram parte do crescimento do índice de preços. As autoridades indicaram também que o custo do vestuário e calçado, da educação e dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas subiram 5,03 por cento, 5,02 por cento e 2,61 por cento, respectivamente, em termos anuais. Já os índices de preços das secções dos transportes, dos equipamentos e serviços domésticos, assim como da habitação e combustíveis diminuíram 3,26 por cento, 0,75 por cento e 0,50 por cento, respectivamente. Em Novembro, o índice de preços no consumidor subiu 0,03 por cento face ao mês de Outubro, quando a taxa de inflação foi de 1,10 por cento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEdifício do Lago | Azulejos voltam a soltar-se e a cair O diferendo entre os moradores e o empreiteiro do projecto de habitação económica mantém-se com a proposta para substituir os azulejos por mosaicos e tinta a ser recusada Os azulejos instalados no Edifício do Lago, um dos projectos locais de habitação económica, voltaram a soltar-se e a cair. Este tem sido um problema crónico de uma construção marcada por vários defeitos. A queda aconteceu no dia 24 de Dezembro de manhã, em alguns andares do bloco 2 do Edifício do Lago. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, vários moradores deixaram a esperança de que seja possível um acordo entre o empreiteiro e os condóminos, para avançar com um plano de recuperação das partes danificadas. “Quando cheguei à porta da minha casa, todos os azulejos do corredor do espaço comum estavam no chão, partidos, e só vi o reboco na parede. Desejo que o empreiteiro possa recuperar o espaço, de acordo com a aparência do prédio na altura em que começamos a ocupar as casas”, afirmou um morador de apelido Ng. O residente recordou ainda que no final do ano passado, face à queda crónica dos azulejos, que o empreiteiro propôs uma alternativa: a substituição dos azulejos por mosaicos e por uma parte da parede simplesmente pintada com tinta. Porém, o condomínio recusa este plano, por considerar que o espaço ficaria com uma qualidade menor do que a inicial. Por seu turno, outra moradora, de apelido Wong, também pretende ver a situação resolvida e sublinhou que este tipo de ocorrências coloca em risco a saúde de todos, principalmente dos idosos e das crianças. “A queda de azulejos aconteceu à meia noite no meu bloco. É um acontecimento perigoso, principalmente se houver crianças ou idosos a passarem pelos corredores quando acontecem as quedas de azulejos”, indicou Wong. Segundo as informações da Direcção dos Serviços de Obras Públicas, entre Dezembro do ano passado e Março, as administrações de todos os seis blocos do Edifício do Lago recusaram as propostas de reparação dos azulejos apresentadas pelo empreiteiro. Deputados reagem Por sua vez, os deputados Leong Hong Sai e Ron Lam reagiram ao incidente, ao defender que deve ser o Governo a assumir um papel mais activo na negociação entre os proprietários do Edifício do Lago e empreiteiro. Ron Lam criticou o Executivo porque apesar de um relatório do Comissariado contra a Corrupção sobre o prédio ter indicado ser necessário uma “colaboração activa” do Governo, na prática, o resultado é muito diferente. Lam indicou que o Governo tem tido uma postura passiva, sem apontar grandes soluções para o problema dos moradores. O legislador indicou também que no caso das negociações recusadas, o Governo fez uma única proposta para instalação de novos mosaicos, que cobririam uma altura de 1,5 metros das paredes com azulejos, e que aos proprietários só era dada a opção de escolher a cor e o padrão de mosaicos. Já Leong Hong Sai, considerou que a queda de azulejos se deveu à mudança da temperatura nos últimos dias. O também engenheiro apontou que se os moradores querem manter a instalação de azulejos, o tamanho de azulejos pode ser reduzido e o desenho para a distância de lacuna entre azulejos deve ser melhorado.
Hoje Macau SociedadeMedalhas | Felizbina Carmelita Gomes fala de reconhecimento de missão “emotiva” O reconhecimento de uma missão “bastante emotiva”. Foi desta forma que Felizbina Carmelita Gomes, actual directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, reagiu à divulgação de que vai receber em Janeiro a Medalha de Mérito Educativo. Em declarações à agência Lusa, a macaense destacou “estar muito grata e satisfeita” com a medalha, e agradeceu à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses. “Agradeço imenso aos serviços de educação e à APIM pelo reconhecimento do meu trabalho”, afirmou Felizbina Carmelita Gomes. A antiga directora da Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, com “uma carreira com 39 anos de tempo de serviço na área da educação”, referiu ainda que o percurso profissional “junto das crianças e funcionários da educação” tem sido “uma missão bastante emotiva”. Natural de Macau, Felizbina Carmelita Gomes estudou no Liceu de Macau, tendo concluído o ensino superior em Ciências da Educação pela Universidade de Macau. Em Portugal, realizou várias formações complementares na área educativa na Universidade de Lisboa, disse à Lusa. Em comunicado, o Governo destacou, entre outros trabalhos da educadora, a “pro-actividade no desenvolvimento dos currículos e do ensino da língua portuguesa nas escolas oficiais” do território bem como a promoção de um “ambiente favorável para a aprendizagem da cultura portuguesa nas escolas”.
Hoje Macau SociedadeHabitação económica | Prazo de candidaturas estendido O prazo de apresentação das candidaturas de habitação económica, que devia ter chegado ao fim hoje, foi prolongado por mais três meses, até 27 de Março do próximo ano. A informação foi divulgada pelo Instituto de Habitação (IH), em comunicado. Também o prazo para a entrega dos documentos em falta, foi estendido até 26 de Abril de 2024. Dar mais tempo aos residentes “para ponderarem a apresentação das candidaturas à habitação económica” foi a justificação apresentada para a prorrogação do prazo. As habitações económicas disponíveis para a aquisição no concurso serão construídas nos 5 lotes da Zona A dos Novos Aterros: os lotes B5, B7, B8, B11 e B12, num total de 5.415 fracções. Entre estas fracções, 1.657 são da tipologia T1, 3.216 de tipologia T2 e 542 da tipologia T3. As candidaturas podem ser apresentadas presencialmente ou por meios electrónicos, sendo apenas necessário apresentar o boletim de candidatura, acompanhado dos documentos de identificação e dos documentos comprovativos do rendimento mensal do candidato e dos elementos do agregado familiar.
Hoje Macau Manchete SociedadeHovione | Distinção reflecte “história longa e bem-sucedida” Com 180 trabalhadores, a empresa portuguesa é a maior unidade farmacêutica de Macau. Para o director-geral, Eddy Leong a distinção é igualmente um sinal de confiança para o futuro A Hovione considera que a atribuição de uma medalha de Mérito Industrial e Comercial pelo Governo é “uma grande honra” e reflecte a “longa e bem-sucedida” história da farmacêutica no território. Foi desta forma que a empresa reagiu à atribuição anunciada a 19 de Dezembro pelo Executivo. “É para nós uma grande honra ter recebido esta medalha de mérito”, começou por reagir o director-geral da empresa em Macau, Eddy Leong, em declarações à Lusa, expressando “gratidão ao Governo” e a “todos os sectores da sociedade pelo reconhecimento dos quase 40 anos de trabalho” local. “Na Hovione, gostamos de dizer que estamos ‘nisto para a vida’ e sinto que este prémio reflecte não só a nossa longa e bem-sucedida história em Macau, mas também aponta para o nosso futuro de sucesso aqui”, acrescentou, numa resposta por email. A medalha, continuou o director-geral, reflecte, além disso, o compromisso da empresa portuguesa em trabalhar com as “organizações parceiras para criar oportunidades de carreira gratificantes nas ciências da vida”. Na apresentação dos medalhados deste ano, o executivo de Ho Iat Seng sublinhou em comunicado a “equipa forte” da Hovione dedicada “à investigação e à qualidade” e que “tem obtido diversos êxitos”. “A empresa tem-se empenhado em melhorar e desenvolver de forma constante e estrategicamente a operação com segurança, trazendo para o mercado mundial medicamentos não patenteados e produtos sintéticos personalizados, seguros, eficazes, especializados e de qualidade elevada, o que lhe granjeou o reconhecimento mundial”, afirma-se na nota de apresentação. Papel na Montanha Por outro lado, o Governo referiu que a expansão do negócio da Hovione “no mercado asiático está já a aproveitar as oportunidades proporcionadas pelo desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”, contribuindo para o desenvolvimento da indústria de ‘big health’ de Macau e, consequentemente, para o desenvolvimento da diversificação económica local. A Hovione começou a operar em Macau em 1986 e em 1987 foi pela primeira vez inspeccionada e certificada pela FDA [Food and Drug Administration – agência federal americana de saúde nos medicamentos e comida]. A empresa “produz activos farmacêuticos não patenteados, distribuídos no mercado global”. Tem 180 funcionários e segundo a própria empresa “é a maior unidade farmacêutica de Macau”. Além disso, “presta aconselhamento ao Departamento Económico sobre o desenvolvimento da indústria farmacêutica” no território.
Hoje Macau PolíticaTerrenos | Concessão custa 893,7 milhões de patacas O terreno situado na ilha da Taipa, na Rua de Chaves, Rua de San Tau e Rua de Kwai Lam, designado por lote BT9a vai ser concessionado por arrendamento a troco de 893,7 milhões de patacas. Foi este o montante apresentado pela concessionária Companhia de Gold-Rising Propriedade Desenvolvimento, durante o concurso público de atribuição da concessão. A concessionária nasceu da “aliança” entre as empresas Top Builders Group e Iok Seng Investimento Limitada e vai ter de pagar os 893,7 milhões de patacas “de uma vez só”, de acordo com o contrato de concessão que foi publicado no Boletim Oficial. Durante o período de construção, a concessionária vai ter de pagar 51,6 mil patacas por ano, como renda pela concessão. Quando o aproveitamento estiver terminado, a renda passa a ser paga em função da área bruta de construção, ao preço de 8 patacas por metro quadrado, para a área de habitação e estacionamento, e de 16 patacas por metro quadrado, para toda a área com outras finalidades. O prazo de construção é de cinco anos, de acordo com o contrato, e até a construção estar concluída, qualquer transmissão de mais de 50 por cento propriedade da empresa que detém a concessão só pode ser feita com autorização do Governo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHengqin | Autoridades esperam atrair 120 mil residentes de Macau Dentro de pouco mais de 10 anos, cerca de 20 por cento da população local deve mudar-se para Hengqin, de acordo com os planos do Governo Central para Macau. Além disso, 80 mil residentes vão ter de encontrar trabalho no outro lado da fronteira Até 2035, cerca de 120 mil residentes de Macau têm de estar a viver na Zona de Cooperação Aprofundada na Ilha da Montanha. Segundo a Macau News Agency, a meta faz parte do Plano Geral do Desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, apresentado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, o principal órgão de planeamento económico do país, na semana passada. O “Plano Hengqin” apresentado pelas autoridades centrais, visa que a zona com 106 quilómetros quadrados seja um motor de crescimento do “corredor” de ciência e inovação tecnológica Guangzhou-Zhuhai-Macau, e que ao mesmo tempo contribua para “promover a diversificação adequada” da economia do território. Além do objectivo de realojar 120 mil residentes de Macau na Ilha da Montanha, o plano passa também por levar cerca de 80 mil residentes a trabalharem no outro lado da fronteira. No final de 2022, segundo os dados mais recentes, a população local era de 570,7 mil pessoas, o que significa que o plano implica a deslocação para a Ilha da Montanha de cerca um quinto da população local, ou seja 21 por cento. A primeira meta está definida na celebração do 25.º aniversário da RAEM, em Dezembro do próximo ano, é esperado que nessa altura haja 5 mil residentes locais a trabalhar na Ilha da Montanha e que 20 mil fixem residência fora da RAEM, no outro lado da fronteira. Ho agradece Após o plano ter sido divulgado, o Governo da RAEM emitiu um comunicado onde se pode ler que Ho Iat Seng vê o plano como o “apoio” e o “carinho” do Governo Central pela RAEM. O comunicado sublinha também que a medida vai integrar ainda mais Macau no Interior: “A construção da Zona de Cooperação Aprofundada é uma importante estratégia do Governo Central para apoiar a diversificação adequada e o desenvolvimento sustentável da economia de Macau […] e um caminho indispensável para a integração de Macau no desenvolvimento nacional”, foi visado. A mensagem aponta ainda que a maior integração e aproximação vai enriquecer a prática de ‘um país, dois sistemas’, embora não apresente como. O Governo de Ho Iat Seng considerou também que o plano vai melhorar a vida da população: “O Plano Hengqin apresenta uma série de medidas de incentivo e de apoio em prol da coordenação entre Macau e Hengqin e de uma maior facilidade para Macau, as quais irão impulsionar a articulação de regras e mecanismos entre as duas zonas, o avanço da diversificação industrial local e a melhoria da qualidade de vida dos residentes”, foi vincado.