Emprego | Poder do Povo exige protecção das vagas para residentes

HM
Numa altura em que a taxa de desemprego está em 4,8 por cento, a associação Poder do Povo entregou ontem na sede do Governo uma carta a exigir a garantia do emprego para locais. A entidade deseja que a segunda ronda de apoios económicos, de 10 mil milhões de patacas, chegue a todos os residentes

 

A associação Poder do Povo entregou ontem uma carta na sede do Governo, dirigida a Ho Iat Seng e exigir que o Executivo garanta a protecção dos empregos para locais. A missiva pede atenção especial ao desemprego dos residentes, segmento demográfico que deve ser prioritário nas políticas laborais.

Lam Weng Ioi, secretário-geral da associação Poder do Povo, disse que a situação do desemprego dos residentes está cada vez pior. Nesta fase, a taxa de desemprego é de 4,8 por cento e a taxa de subemprego atingiu 4,1 por cento. Para criar mais vagas de emprego, o responsável defende que sejam lançados mais concursos para obras, sendo essencial a definição de critérios para garantir que, em cada projecto, haja uma proporção mais equilibrada entre residentes e trabalhadores não-residentes (TNR).

A Poder do Povo exige que todos os residentes sejam incluídos na segunda ronda de apoios económicos, no valor de dez mil milhões de patacas, uma vez que a medida não beneficia todos os locais. Desta forma, os residentes que ficam de fora deveriam receber mais um cheque pecuniário, apontou.

A associação vincou que também está atenta à inflação, exigindo que as autoridades supervisionem o aumento dos preços, sobretudo dos combustíveis, uma vez que representam o maior aumento no Índice de Preços do Consumidor.

Um caso exemplar

Wong, residente e desempregado do sector da construção civil, foi um dos que acompanhou a Poder do Povo na entrega da carta a Ho Iat Seng, acusando as autoridades de substituírem residentes por TNR. “A 15 de Março não renovaram os contratos de centenas de residentes, eu incluindo. Mas a obra ainda não estava terminada. Porque é que só deixam os TNR trabalhar em vez dos locais?”, questionou.

O residente queixa-se também de tratamento injusto por parte dos empregadores. “Os TNR podem fazer horas extraordinárias e trabalhar aos domingos. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais encobre os sub-contratados”, acusa. No caso da construção civil, a maior parte dos trabalhadores subcontratados vêm do Interior da China porque as empresas responsáveis pelos projectos são desta zona do país, optando por não recrutar em Macau, alertou Wong.

O residente acusa ainda a DSAL de não fazer bem o acompanhamento da situação de quem está no desemprego. “A DSAL apresentou-me uma vaga de trabalho para um estaleiro de obras, mas depois de ter passado a fase de entrevistas, a empresa não me contratou. Quando perguntei as razões, disseram-me que já tinham sido contratadas pessoas suficientes.”

Wong queixa-se ainda de estar a passar por uma situação financeira difícil e um período complicado a nível psicológico. “Como estou desempregado há algum tempo, a minha família causa-me muito stress. A minha mulher queixa-se de mim todos os dias. Eu também queria ter um emprego, mas não consigo”, indicou. O residente declarou ainda que tem aproveitado este tempo para realizar diversas acções de formação, a fim de ter uma melhor preparação na hora de procurar emprego.

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