China / ÁsiaTaiwan | Embaixador chinês diz à Austrália para ter cautela Hoje Macau - 11 Ago 2022 DR As tensões entre a Austrália e a China voltam a aumentar. Desta vez, em torno da questão de Taiwan O embaixador chinês na Austrália avisou ontem que Camberra deve gerir “com cautela” a questão de Taiwan, defendendo que a recente mudança de governo na Austrália é uma oportunidade para redefinir o complexo relacionamento com a China. Xiao Qian disse estar surpreendido por a Austrália ter assinado uma declaração com os Estados Unidos e o Japão a condenar o disparo de mísseis da China, que atravessaram Taiwan e caíram em águas japonesas, em resposta à visita da Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taipé, na semana passada. “Esperamos que o lado australiano possa abordar as relações China – Austrália com uma atitude séria, que respeite o princípio ‘Uma só China’ e que lide com a questão de Taiwan com cautela”, disse Xiao, citado pela imprensa australiana. Xiao não disse quando é que os exercícios militares ao redor de Taiwan vão terminar, apontando que um anúncio será feito no “momento apropriado”. Para o que der e vier A China quer a reunificação pacífica com Taiwan, que Pequim considera uma província sua, mas Xiao não descartou o uso da força. “Nunca podemos descartar a opção de usar outros meios. Quando for necessário e se obrigados, estaremos prontos para usar todos os meios necessários”, frisou. Questionado sobre o significado de todos os meios necessários, Xiao disse aos jornalistas para usarem a imaginação. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse esta semana que a Austrália “criticou voluntariamente as medidas legítimas, justificadas e legais da China para salvaguardar a sua soberania e integridade territorial”. Wang pediu à Austrália que “pare de interferir nos assuntos internos da China”. “Nos últimos anos, as relações China – Austrália atravessaram sérias dificuldades, por razões motivadas pelo lado australiano”, disse Wang. Xiao defendeu as barreiras e apontou para os danos económicos que a Austrália causou à gigante chinesa de telecomunicações Huawei, proibindo-a de implantar a rede 5G no país, por motivos de segurança. O primeiro-ministro interino Richard Marles, que está a preencher o cargo enquanto Albanese está de férias esta semana, não se intimidou com a reacção chinesa hostil às críticas da Austrália aos exercícios militares em torno de Taiwan. “A China vai dizer o que disser. Nós tomamos a nossa posição. Vamos lidar com o mundo com respeito, profissionalismo, sobriedade, com fé na diplomacia”, disse Marles. “E vamos continuar a fazer isso. Embora o governo tenha mudado, o nosso interesse nacional não mudou”, acrescentou.