Yang Chen, professor da UM candidato a reitor da Universidade de Coimbra: “Seria interessante ser o primeiro estrangeiro”

Yang Chen, de 61 anos, professor de Matemática na Universidade de Macau desde 2012 decidiu tentar a sorte e candidatar-se a reitor da Universidade de Coimbra, que nunca visitou. Com um programa centrado no financiamento e na captação de estudantes chineses, ficou “agradavelmente surpreendido” por ser admitido à corrida, ao lado de quatro adversários

[dropcap]P[/dropcap]or que razão decidiu candidatar-se ao cargo de reitor da Universidade de Coimbra?
Toda a minha vida estive preocupado com a vida académica. Depois, dado que o meu contrato [na Universidade de Macau] termina em Agosto de 2020, pensei que seria boa ideia mudar e fazer algo diferente, como trabalho administrativo, e dedicar-me um pouco menos à investigação. Foi a primeira vez que apresentei uma candidatura à liderança de uma universidade.

Qual a sua relação com Portugal e com a Universidade de Coimbra?
Não tenho, de facto, grande ligação a Coimbra. Fui a Portugal quando era mais novo, quando ainda estava no Reino Unido [a ensinar], mas tenho colaborado com uma portuguesa [Maria das Neves Rebocho], de outra universidade.

Mas nunca visitou a Universidade de Coimbra?
Não. Nunca estive na Universidade de Coimbra. Estive apenas na universidade onde essa minha amiga trabalha [Universidade da Beira Interior], mas sei que tem uma grande história, que é uma universidade muito antiga e bastante reputada.

Não teve curiosidade em lá ir pelo menos antes de se candidatar?
Não.

FOTO: Sofia Margarida Mota

Como reagiu quando soube que tinha sido admitido como candidato, a par com mais quatro aspirantes ao cargo, incluindo outro estrangeiro? Estava à espera?
Fiquei agradavelmente surpreendido por ter sido seleccionado, até porque pensei simplesmente que a universidade poderia ter já alguém em mente ou algo do género.

Uma vez admitido à eleição, que tem lugar a 11 de Fevereiro, está confiante na possibilidade de ser escolhido para o cargo?
Sim, sinto-me confiante, porque penso que reúno as condições, mas se não for escolhido está tudo bem na mesma. Dado que não falo português esse será um factor que provavelmente não joga a meu favor e posso até não chegar à fase da audição pública dos candidatos [marcada para o próximo dia 4 de Fevereiro]. Ainda não sei. Neste momento, estou a aguardar pela resposta a um e-mail que enviei à pessoa responsável pelo recrutamento, alertando para o facto de não falar português. Não há problema se entenderem que não é possível fazer a apresentação em inglês e que, portanto, não é adequado ir.

Como olha para o perfil dos restantes quatro candidatos?
Não sei bem quem são. Sei apenas que há outra estrangeira, uma brasileira da área da Física, que acredito ser muito forte, que há candidatos de Humanidades e que pertencem à Universidade de Coimbra. Não vi bem o perfil, mas tenho a certeza de que são inteligentes e bons no que fazem. Penso que vai depender do tipo de pessoa que estão à procura ou da área.

Que mais-valia acredita poder oferecer se assumir a reitoria da Universidade de Coimbra?
O que eu gostaria de fazer era expandir a população universitária, em particular, de fora da União Europeia, porque eles pagam propinas mais elevadas. Todas as universidades precisam de dinheiro. Também penso que poder-se-ia apostar mais na investigação científica de qualidade.

O financiamento é, aliás, uma das prioridades do programa de acção que submeteu, em que promete um “fluxo mais estável” de recursos, nomeadamente proveniente de estudantes da China…
Sim, porque tenho muitos contactos com a comunidade de matemáticos na China e devo ser capaz de abordá-los com vista a captar mais estudantes. Penso que pode ter algum impacto. O meu ponto é que a universidade precisa de estudantes, especialmente, de qualidade. De outro modo, para que serve?

Que estratégia tem em mente para o fazer? Seriam estudantes mais focados na sua área em particular?
Não. Os chineses têm revelado muito interesse em áreas como a administração e negócios, por exemplo. Como líder de uma universidade, não poderia apenas olhar para a minha área, mas para todas as que a universidade oferece, tentando impulsionar as mais fortes e melhorar as mais fracas. Há muitos chineses que querem ir estudar para fora e se forem para Portugal tanto melhor.

No programa de acção relativiza o impacto do abrandamento económico da China na ambição das famílias chinesas de porem os filhos a estudar no exterior. Não antecipa mesmo qualquer efeito?
Não. Os pais poupam a vida toda para que os filhos possam ir para universidade, procuram bolsas para o estrangeiro. Os números, de qualquer modo, são muito grandes… Em paralelo, penso que a actual conjuntura, da guerra comercial [entre a China e os Estados Unidos] vai beneficiar os países europeus. Os estudantes chineses normalmente procuram os Estados Unidos para prosseguir os estudos e, agora, será mais difícil. O mesmo deve acontecer no caso do Reino Unido devido à saída da União Europeia.

Está ciente de que caso seja eleito tornar-se-á no primeiro estrangeiro a assumir a liderança da Universidade de Coimbra?
Sim, seria interessante ser o primeiro estrangeiro. Seria fora do comum, atendendo sobretudo a que é uma universidade muito antiga.


Quem é Yang Chen?

Natural de Singapura, de origem chinesa, Yang Chen, de 61 anos, é licenciado em Física pela Universidade Nacional de Singapura, obteve o grau de mestrado no Instituto de Tecnologia do Illinois e doutoramento na Universidade de Massachusetts, na mesma área, ambos nos Estados Unidos. Durante 20 anos foi professor no Imperial College, em Londres, até entrar para Universidade de Macau, onde lecciona Matemática desde Agosto de 2012.


Novo reitor da UC eleito a 11 de Fevereiro

As eleições para reitor da Universidade de Coimbra para o mandato 2019-2023 vão decorrer numa reunião plenária do Conselho Geral, a 11 de Fevereiro. Antes, no dia 4, tem lugar uma audição pública dos candidatos e uma segunda sessão, apenas para membros do Conselho Geral, marcada para o dia seguinte. O Conselho Geral da Universidade de Coimbra é constituído por 18 representantes dos professores e investigadores, cinco estudantes, dois trabalhadores não docentes e não investigadores e dez elementos externos à instituição.

Existem cinco interessados em suceder a João Gabriel Silva, que cumpre, este ano, o seu segundo mandato à frente da Universidade de Coimbra, entre os quais dois estrangeiros (o singapuriano Yang Chen e a brasileira Duília Fernandes de Mello). O actual vice-reitor Amílcar Falcão, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, o docente e investigador na área da inteligência artificial Ernesto Costa e o director da Faculdade de Letras, José Pedro Paiva, completam a lista de candidatos aceites. Durante o processo houve cinco candidaturas excluídas “por não-cumprimento dos requisitos formais estipulados”.

Desde a entrada em vigor do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), no final de 2007, que a eleição do reitor é feita pelo Conselho Geral e que são aceites candidaturas externas à Universidade de Coimbra. Na primeira eleição, após a entrada em vigor das novas regras, em 2011, surgiram duas candidaturas internacionais, das quais uma foi aceite (o polaco Krzysztof Sliwa).

16 Jan 2019

Fábrica de panchões | Governo realizou acção de despejo no terreno

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de trabalho interdepartamental do Governo realizou ontem uma acção de despejo no terreno localizado na Taipa onde funcionou a Fábrica de Panchões Iec Long e cuja concessão foi anulada em 2017.

De acordo com um comunicado ontem emitido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, a acção foi feita porque o antigo concessionário não procedeu à desocupação voluntária do terreno. Além disso, “o pedido [para a desocupação] foi rejeitado”. Em meados de 2017 a DSSOPT notificou os ocupantes através da publicação de edital, tendo exigido a desocupação. Nesse mesmo ano, o Tribunal de Segunda Instância rejeitou o pedido de suspensão da execução do acto que tinha sido apresentado pelo concessionário.

O terreno foi concessionado a uma empresa de Sio Tak Hong, conhecido empresário de Macau e que é membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. A concessão passou a ser polémica quando o Comissariado contra a Corrupção considerou ilegal uma acção de permuta de terrenos entre Sio Tak Hong e o Executivo.

15 Jan 2019

Chui Sai On garante manutenção da liberdade de imprensa em almoço com os media

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, participou hoje almoço com representantes dos órgãos de comunicação social de língua portuguesa e inglesa, tendo garantido que o Governo respeita direitos como o da liberdade de expressão e de imprensa.

“O Governo da RAEM respeita a liberdade de expressão dos residentes de Macau, respeita a liberdade de imprensa e de publicação e ouve as opiniões e as sugestões dos órgãos de comunicação social.”

Além disso, o governante, que este ano termina o seu último mandato como Chefe do Executivo, afirmou que a actual Administração “continuará, como sempre o fez, a apoiar o sector no desenvolvimento da sua actividade”. Tudo para que “os profissionais do sector possam, num bom ambiente social, desempenhar cabalmente as funções de canal de comunicação entre o Governo e a população e proporcionar serviços informativos mais diversificados ao público, com o fim de juntos contribuirmos para o desenvolvimento da RAEM”.

Chui Sai On deixou também claro que os media portugueses e ingleses desempenham um importante papel no contexto multicultural que existe no território.

“Ao longo da história moderna da China, Macau permaneceu como um centro de intercâmbio cultural sino-ocidental, dando origem a esta sociedade multicultural com as características únicas que hoje conhecemos. Os órgãos de comunicação social de línguas portuguesa e inglesa integram esta multiculturalidade enquanto agentes de promoção do intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente.”

Preparar as eleições

No seu discurso, Chui Sai On fez também referência ao facto de 2019 ser um ano de eleições para o mais alto cargo político da RAEM. “Neste novo ano haverá mudança do Governo. Devemos empenhar todos os nossos esforços para executar da melhor forma todos estes trabalhos”, assegurou.

Em jeito de balanço, o Chefe do Executivo garantiu que sempre cumpriu não apenas a Constituição chinesa como a Lei Básica de Macau. “O Governo deu prosseguimento à implementação dos princípios ‘Um País, Dois Sistemas’ e desenvolveu as suas acções no estreito cumprimento da Constituição e da Lei Básica.”

Na visão de Chui Sai On, a actual Administração “aperfeiçoou a governação e fomentou a economia, concretizando o objectivo de melhorar o bem-estar da população”.

Sobre 2018, o governante considerou que “a conjuntura sócio-económica manteve uma boa situação de estabilidade”, uma vez que a sociedade “permaneceu estável em todos os aspectos, as finanças públicas mantiveram-se sólidas, a economia continuou a crescer, a taxa de desemprego manteve-se num nível baixo e as condições de vida e o bem-estar da população registaram melhorias”.

Para os próximos meses, o governante promete “elevar continuamente a capacidade e o nível de governação em prol dos interesses da sociedade”.

15 Jan 2019

China condena “comentários irresponsáveis” após julgar canadiano à pena de morte

[dropcap]A[/dropcap] China pediu hoje ao Canadá que pare com “comentários irresponsáveis”, após o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, ter classificado de “arbitrária” a condenação à pena de morte de um canadiano, por tráfico de droga, no país asiático.

A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, descreveu como um “erro” as declarações de Trudeau, que acusou ainda Pequim de usar o seu sistema judicial para pressionar o Canadá, no âmbito da detenção de Meng Wanzhou, directora financeira do grupo chinês das telecomunicações Huawei. Hua apelou a Otava que respeite a legislação da China.

Um tribunal da província de Liaoning, nordeste da China, condenou à pena de morte o canadiano Robert Lloyd Schellenberg, por tráfico de droga, depois de, no final do mês passado, ter ordenado a repetição do seu julgamento. Schellenberg foi detido há mais de quatro anos e inicialmente condenado a 15 anos de prisão, em 2016, pelo Tribunal Popular de Dalian.

No entanto, um mês após a detenção no Canadá de Meng Wanzhou, o Tribunal Popular Superior da província de Liaoning considerou a pena “incorrecta” e ordenou a repetição do julgamento. O mesmo tribunal agendou o julgamento para segunda-feira, com apenas quatro dias de aviso prévio, e, num único dia ditou a pena de morte.

O tribunal revelou durante o julgamento que Schellenberg tentou transportar 222 quilos de metanfetaminas de Dalian para a Austrália. “É extremamente preocupante para nós, enquanto governo, como deveria ser para todos os nossos amigos e aliados, que a China tenha optado por começar a aplicar arbitrariamente a pena de morte”, afirmou Trudeau.

O Canadá passou, entretanto, a avisar os seus cidadãos em visita à China para que tenham um “alto grau” de cautela devido ao “risco de aplicação arbitrária das leis locais”.

15 Jan 2019

MGM | Anunciado bónus para funcionários sem funções de gestão

[dropcap]A[/dropcap] operadora de jogo MGM anunciou ontem que vai pagar um bónus aos trabalhadores que não desempenham funções de gestão, e que será equivalente a um mês de salário.

De acordo com um comunicado ontem divulgado, o bónus será pago em duas fases, no final deste mês e em meados de Fevereiro. Grant Bowie, CEO da MGM China, disse que o pagamento do bónus representa “uma apreciação e reconhecimento por parte da nossa equipa pelo seu trabalho árduo e reconhecimento, algo que nos fortalece diariamente enquanto organização”.

“Este é o ano em que a MGM vai ter coragem para que haja uma mudança e inovação na construção das nossas relações com os trabalhadores, clientes e comunidade”, rematou.

15 Jan 2019

Brexit: Acordo sujeito a “voto significativo” hoje dos deputados britânicos

[dropcap]O[/dropcap] parlamento britânico realiza hoje o chamado “voto significativo” ao acordo proposto pelo governo conservador da primeira-ministra, Theresa May, para a saída da União Europeia (UE) dentro de 73 dias, a 29 de Março.

Os deputados vão começar perto das 12h00 horas [hora local] o quinto e último dia de debate sobre o acordo para o ‘Brexit’, que começou na passada quarta-feira, e que vai encerrar pelas 19h00 horas com uma declaração da chefe do governo.

Depois desta intervenção, os parlamentares vão votar primeiro as alterações ao documento apresentadas pelos diferentes deputados e grupos políticos e só depois vão deliberar sobre o texto negociado com Bruxelas.

A hora da votação do acordo dependerá do número de emendas aceites pelo presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, que até segunda-feira tinha recebido pelo menos 12, podendo cada uma demorar cerca de 30 minutos a discutir e votar.

Na semana passada, Bercow causou controvérsia ao aceitar uma alteração a uma moção do governo que força à apresentação de um plano B no espaço de três sessões parlamentares.

Para passar, o acordo precisa teoricamente de 320 votos a favor para contrariar mais de 300 votos esperados dos partidos da oposição, em particular do Partido Trabalhista, dos Liberais Democratas e do Partido Nacionalista Escocês.

Porém, dezenas dos 317 deputados do partido Conservador e os 10 deputados do Partido Democrata Unionista ameaçaram reprovar o documento, muitos dos quais dispostos a aceitar uma saída sem acordo e desordenada.

Uma aprovação desencadearia a ratificação pelo Parlamento Europeu e a introdução no parlamento britânico da legislação para a respectiva implementação do acordo, que oferece uma saída ordenada da UE e um período de transição até ao final de 2020, durante o qual serão negociadas as futuras relações entre as duas partes.

Mas se, como é esperado, o documento for rejeitado, Theresa May tem de voltar ao Parlamento no máximo até segunda-feira 21 de Janeiro indicando os próximos passos a dar, sendo possível que a primeira-ministra responda ao resultado antes, seja ainda hoje à noite ou na quarta-feira.

Entre as diversas opções motivo de especulação estão um regresso de May a Bruxelas para pedir mais concessões de forma a propor de novo o acordo aos deputados e a realização de uma série de votos para testar qual a solução mais consensual.

Embora a saída sem acordo seja a opção por defeito, por a data estar escrita na lei, nos últimos dias a imprensa britânica deu conta da possibilidade de a data do ‘Brexit ser suprimida ou adiada ou de um grupo de parlamentares transversal aos diferentes partidos tentar ganhar o controlo do processo para determinar o seu curso.

15 Jan 2019

Dois séculos de arte russa em exposição no Museu de Arte de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM) vai acolher, a partir de sexta-feira, uma exposição de arte russa dedicada aos “principais estilos e tendências artísticas” da Rússia nos últimos dois séculos, anunciou o Instituto Cultural (IC).

Cerca de 70 esculturas e pinturas a óleo compõe a mostra, “a primeira grande exposição de belas artes russas”, indicou o instituto em comunicado.

“Através das diferentes obras, a exposição apresenta os principais estilos e tendências artísticas da Rússia desde finais do século XVIII até meados do século XX”, e reflecte “os hábitos de vida e características do povo russo nos últimos 200 anos”.

Todas as obras integram o acervo da Galeria Tretyakov, em Moscovo, que organiza a exposição a par do Museu de Arte de Macau (MAM), do IC.

Entre os vários artistas representados, o IC destaca nomeadamente os pintores realistas do grupo “Os Itinerantes”, do século XIX. A exposição vai estar patente no MAM até 22 de Abril.

15 Jan 2019

Canadá pede “muita precaução” aos canadianos que viajam para a China

[dropcap]O[/dropcap] Governo canadiano pediu na segunda-feira “muita precaução” aos cidadãos que viajam para a China, perante o “risco de aplicação arbitrária da lei”, depois de um canadiano ter sido condenado à morte naquele país.

No mesmo dia em que a justiça chinesa anunciou ter condenado à pena capital um homem canadiano, pelo crime de tráfico de droga, Otava reviu a classificação de risco em viajar para o gigante asiático, elevando para o segundo nível, numa escala de quatro. Os cidadãos canadianos devem ter “alto nível de precaução na China, devido ao risco de aplicação arbitrária das leis locais”, lê-se no ‘site’ oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano.

A advertência de Otava surge após a China ter decidido aplicar a pena de morte a um cidadão canadiano, julgado e condenado naquele país por tráfico de droga, uma decisão descrita pelo primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau como “arbitrária e muito preocupante”.

“É extremamente preocupante para nós, como Governo, como deveria ser para todos os nossos amigos e aliados internacionais, que a China tenha escolhido começar a aplicar arbitrariamente a pena de morte”, disse Trudeau.

Inicialmente, Robert Lloyd Schellenberg, de 36 anos, foi condenado a uma pena de prisão de 15 anos, mas, no seguimento de um recurso, a justiça chinesa considerou que a sentença era muito branda.

A imprensa chinesa divulgou o caso de Robert Lloyd Schellenberg em Dezembro passado, depois do Canadá ter detido, no início desse mesmo mês, a directora financeira e filha do fundador da empresa chinesa de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos.

Meng Wanzhou seria posteriormente libertada, sob fiança, por um tribunal canadiano. Desde o início de Dezembro, as autoridades chinesas detiveram pelo menos outros 13 cidadãos canadianos, numa aparente manobra de retaliação pela detenção da “número dois” da Huawei.

15 Jan 2019

Pelo menos um morto em ataque com faca no sudeste da China

[dropcap]U[/dropcap]m ataque com faca a um grupo de pedestres, em Fuzhou, no sudeste da China, fez pelo menos um morto e dezanove feridos, informou hoje a televisão estatal chinesa CGTN. O ataque ocorreu às 21h30 de segunda-feira na capital da província de Fujian. O suspeito, um homem de 48 anos, está em fuga, após se ter atirado a um rio, na sequência do ataque.

Um dos feridos está em estado grave e os restantes estão a receber tratamento médico e encontram-se fora de perigo. As primeiras investigações indicam que o suspeito discutiu com a ex-mulher antes de perpetuar o ataque, indicou a CGTN.

Estes incidentes na China são normalmente protagonizados por pessoas com problemas psicológicos ou ressentimentos com a sociedade.

Na semana passada, vinte crianças ficaram feridas num ataque perpetrado por um homem numa escola primária em Pequim.

Em Abril passado, um homem armado com uma faca matou sete estudantes e feriu 19, quando os jovens regressavam a casa, no norte do país.

A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que os ataques são geralmente feitos com facas, explosivos de fabrico artesanal ou por atropelamento.

15 Jan 2019

Tribunal chinês condena canadiano à morte num caso de contrabando de drogas

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal chinês anunciou ontem que condenou à morte um homem de nacionalidade canadiana num caso de contrabando de drogas. O tribunal de Dalian, na província de Liaoning, no nordeste do país, identificou o condenado como Robert Lloyd Schellenberg.

Robert Lloyd Schellenberg foi preso em 2014 e inicialmente condenado a 15 anos de prisão em 2016, sob a acusação de envolvimento no contrabando de drogas. No mês passado, um tribunal de apelação concordou com os procuradores que alegaram que a sentença havia sido muito branda.

Esta sentença foi anunciada depois de a China ter detido vários cidadãos canadianos em Dezembro, em aparente retaliação à prisão de uma executiva chinesa da área de tecnologia no Canadá.

O Canadá deteve Meng Wanzhou, directora-financeira da gigante de telecomunicações chinesa Huawei, a 1 de Dezembro, a pedido dos Estados Unidos, aumentando as tensões entre os canadianos e a China.

As autoridades dos EUA pediram ao Canadá que detivesse a executiva chinesa por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis. Meng Wanzhou foi, entretanto, libertada sob fiança por um tribunal canadiano.

As autoridades chinesas detiveram 13 cidadãos do Canadá desde o início de Dezembro. Três casos de canadianos presos na China foram, entretanto, tornados públicos: Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário com ligações à Coreia do Norte, ambos acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”, e Sarah McIver, professora que, entretanto, foi libertada e regressou ao Canadá.

Kovrig e Spavor continuam presos e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, já apelaram à China para os libertar.

Canadá “extremamente preocupado”

O primeiro-ministro do Canadá afirmou estar “extremamente preocupado” perante o facto de a China ter decidido aplicar “de forma arbitrária” a pena de morte a um cidadão canadiano, julgado e condenado naquele país por tráfico de droga.

“É extremamente preocupante para nós, como governo, como deveria ser para todos os nossos amigos e aliados internacionais, que a China tenha escolhido começar a aplicar arbitrariamente a pena de morte, como neste caso que envolve um canadiano”, disse Justin Trudeau.

“Continuaremos a estar presentes para defender os interesses de todos os canadianos (…) sujeitos à pena de morte”, indicou Trudeau, reforçando que “todos os países no mundo” deviam estar igualmente preocupados com a conduta de Pequim, cujo sistema judiciário opta por agir de forma arbitrária e sem respeitar práticas de longa data relacionadas com a imunidade diplomática.

Citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), um antigo embaixador do Canadá na China, Guy Saint-Jacques, admitiu a possibilidade de as autoridades chinesas terem interrogado o antigo diplomata Michael Kovrig sobre o período em que este viveu no território chinês, o que representaria uma violação da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.

O antigo embaixador frisou a existência da imunidade diplomática residual, que significa que um país não tem permissão para questionar alguém sobre o trabalho que desenvolveu enquanto diplomata.

Estes casos suscitaram uma crise diplomática entre Pequim e Otava. A declaração proferida hoje por Trudeau está a ser considerada como a crítica mais forte de Otava às autoridades chinesas desde o início desta crise, segundo as agências internacionais.

15 Jan 2019

Elevados níveis de poluição do ar fazem soar alarmes na Ásia

[dropcap]O[/dropcap]s elevados níveis de poluição atmosférica estão a aumentar o alarme na Ásia, levando Banguecoque a distribuir máscaras e preparar chuvas artificiais para limpar o ar poluído e Seul a reduzir a circulação automóvel e a produção industrial.

“Admito que estas são soluções temporárias, mas temos de fazer isto. Outras medidas de longo prazo também serão implementadas”, referiu ontem o general da polícia de Banguecoque, Aswin Kwanmuang, numa reunião do exército, polícia do departamento de controlo da poluição.

Uma nuvem de ‘smog’, uma combinação de poeira de construção, poluição automóvel e outros poluentes, permanece nos últimos dias sobre Banguecoque devido aos padrões climáticos predominantes, levando a qualidade do ar a níveis prejudiciais.

O departamento tailandês de controlo da poluição indicou que estão a ser distribuídas cerca de 10.000 máscaras, pulverizadas águas para ajudar a assentar poeira e ainda um reforço do controlo de quando os camiões podem usar as ruas da cidade.

Cerca de metade dos elevados níveis de PM 2,5, partículas minúsculas que podem obstruir os pulmões, foi devido às emissões de gasóleo, explicou aquele departamento.

O departamento de produção real de chuva e aviação agrícola afirmou estar a preparar dois aviões para criar chuvas artificiais entre terça e sexta-feira, se as condições forem adequadas.

O problema da poluição do ar na Tailândia tende a aumentar e a diminuir em parte dependendo da época do ano.

Pralong Dumrongthai, chefe do departamento tailandês de controlo da poluição, disse que as soluções de longo prazo incluiriam a mudança para o uso de veículos eléctricos e gasolina de melhor qualidade, acrescentando que os padrões climáticos indicam que Banguecoque pode permanecer com má qualidade do ar até três meses.

Mais do mesmo

Também em Seul, capital da Coreia do Sul, registou-se um nível recorde de poluição atmosférica, após o índice PM 2.5 atingir 188 microgramas por metro cúbico, segundo dados recolhidos por estações de medição na capital sul-coreana.

Este volume é o mais alto registado na cidade desde que as medições começaram em 2015, excedendo o recorde anterior (99 microgramas registados em 25 de março do ano passado) e mais do que sete vezes o nível de 25 microgramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a agência de notícias Yonhap, a poluição forçou o governo metropolitano a activar o protocolo por níveis prejudiciais, o que obrigou metade dos carros registados em Seul a não circularem, enquanto o Ministério do Meio Ambiente instruiu as fábricas termoeléctricas localizadas perto de Seul a reduzir sua produção para 80%.

O governo indiano anunciou no domingo um programa de cinco anos para reduzir a poluição do ar em até 30% em relação aos níveis de 2017 nas 102 cidades mais afectadas do país.

Os principais objectivos incluem a redução da queima de resíduos de campo, lenha e carvão, a limpeza da energia térmica e emissões de automóveis e a produção de tijolos, altamente poluente, e controlo da poeira da construção.

15 Jan 2019

Brinquedos perigosos

[dropcap]N[/dropcap]o passado dia 8, durante cerca de hora e meia, o tráfego aéreo foi suspenso em Heathrow, por ter sido avistado um drone a voar nas proximidades do Aeroporto. O porta-voz local declarou que tinha havido um esforço conjunto com a polícia de forma a impedir qualquer tipo de ameaça à segurança operacional do aeroporto. Por esse motivo, os voos foram todos cancelados enquanto decorriam as investigações. O Aerpporto de Heathrow é o aeroporto mais movimentado de toda a Europa, com mais de 210.000 passageiros em trânsito diariamente.

Pouco tempo depois, no dia 19, o incidente repetiu-se no Aeroporto de Geely, obrigando ao encerramento das pistas durante três dias consecutivos. A paralização do aeroporto afectou 140.000 passageiros. As autoridades não conseguiram identificar a pessoa responsável pela operação dos drones, e ninguém assumiu a responsabilidade dos incidentes.

O porta-voz do Aeroporto de Geely declarou ao Times que foram gastas milhões de libras em equipamentos anti-UAVcontra drones, à escala militar, mas não revelou mais detalhes.

A polícia que se encontrava no Aeroporto de Heathrow declarou que os seus elementos estavam equipados com um sistema transmissor em rede, portátil e desenhado especificamente para lidar com situações relacionadas com drones. Este sistema em rede permite capturar os drones que se encontram a voar nas imediações. O sistema defensivo contra a intrusão de drones está montado noutros aeroportos britânicos. Designado por SkyWall 100 defense system, funciona através de um transmissor que se coloca ao ombro que permite paralizar o drone, lançando de seguida um dispositivo munido de uma rede, que o captura. Depois de apanhado na rede, o drone é trazido para baixo com a ajuda de um pequeno pára-quedas, que se abre para amenizar o impacto com o solo.

Os episódios relacionados com drones parecem nunca mais ter fim. A 27 de Outubro, num sábado, celebrava-se a 10ª edição da “Hong Kong Wine and Food Tour”, animada por uma exibição de drones. Mal o espectáculo começou, tinham decorrido apenas 30 segundos, foi suspenso. A assistência estranhou o ocorrido. O sistema informático detectou uma “anomalia” na exibição dos drones. O fornecedor declarou que o sinal apresentava fortes perturbações. Os drones estavam “desobedientes”. Receberam imediatamente ordem de regresso à base.

Nos Estados Unidos, em Agosto, na cidade de Maryland, três homens usaram um drone para tentar introduzir produtos ilegais na prisão de Cresaptown.

Em Julho, também nos EUA, um drone foi usado para transportar droga para dentro dos muros da Mansfield Correctional Institution (uma prisão no Ohio). O pacote foi largado dentro do estabelecimento correccional. No entanto, não foi apanhado pelo destinatário, mas sim por outro recluso. O episódio deu origem a um motim. No final, 200 prisioneiros foram revistados, descobrindo-se que alguns estavam na posse de drogas.

Todas estas histórias demonstram que, se não houver um controlo eficaz dos drones, poderemos enfrentar situações bastante complicadas. O Governo da RAE de Macau emitiu, em Setembro de 2016, a ordem administrativa No. 62/2016, uma emenda ao Regulamento de Navegação Aérea para regular a circulação de drones. É uma norma bastante restritiva ao tráfego de drones, o que é positivo.

No entanto, os drones continuam a voar por cima das nossas cabeças. Para garantir a segurança de todos seria melhor criar ainda maiores restrições. A saber:

O sistema de registo devia ser obrigatório. Qualquer pessoa que compre, venda, dirija, ou seja proprietária de drones, devia estar registada no sistema informático central. Sempre que haja qualquer problema, será fácil descobrir a sua origem.

O operador de drones deve também possuir uma licença. Para tal, será necessário ser submetido a formação e a um exame. Disso pode depender a segurança do público.

O controlo remoto de aparelhos voadores pode sempre ser potencialmente perigoso. Os seguros são uma das melhores ferramentas para cobrir eventuais danos de terceiros. Por isso os utilizadores de drones deviam ser obrigados a ter os aparelhos segurados.

Os eventos que impliquem grande concentração de pessoas, como competições e espectáculos aéreos, deverão ser regulados pela legislação. Em locais onde se junte muita gente deve ser proibida a utilização de drones.

 

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado do Instituto Politécnco de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

15 Jan 2019

Ímpar

«Numero deus impare gaudet»

 

[dropcap]F[/dropcap]rase romana que diz que os deuses amam os números ímpares, crendo então na forte probabilidade do Ano inaugural vir a ser amado por eles e talvez por todos nós. Nós, que gostamos de coisas e pessoas ímpares, pois sem dúvida que essa particularidade nos encanta e perturba muito mais que ser par, mesmo que de paridades se viva e de tráfico comercial, também, dado que: “ao par é sempre mais barato”.

Mas o que é certo é que não há nada que resulte bem sem essa imponderabilidade dos ímpares, mesmo nas nossas comuns associações que não raro esbarram para sociedades aos pares, a par, e que param. O movimento. Esbarra com toda a orientação que inove a vida de modo a saber e poder ser vivida, impõe-nos funções que pouco se contornam, daí, o par explodir, ser de natureza destrutiva e de iguais desfechos.

O Ano abre então neste nosso calendário, fechando a década, com o luminoso dezanove, mas, como penúltimo, ímpar, único, como súmula do ciclo quase findo, nestes períodos contemplamos a veracidade desta matéria mesmo que uma década após tendemos a esquecer. «Yung e o Tarô uma viagem arquetípica» um plano de estudo que foi feito para alcançar o conhecimento dos arcanos menores do Tarot de Marselha, composto por vinte e duas cartas, falará da jornada do herói até ao número dezanove que é o que nos interessa agora analisar, o Sol! Remetendo-nos de início para os Contos da Inocência de Blake há uma luz que nos apazigua e convida ao retorno a uma zona pouco experienciada na esfera de evolução em que nos encontramos.

A noção apolínea do Ano agora em curso é um convite a todo esse diálogo de elementos não só apaziguadores como inversores a toda a ofensa severa face à natureza das coisas. Se todas as espécies de neuroses são as sombras agarrando-nos para sobreviverem a estranhas dimensões através dos nossos frágeis seres, este ano, talvez seja bom pensar nalguma providencial queda das suas influências, dado que o Sol atingindo o zénite as fulmina. Saídos das eras das molduras- de molduras penais, das molduras sociais, das molduras de ser, das molduras dos grupos, fomos saindo devagar das agrestes derivas de um processo duro e insano, e o nosso ser mais íntimo deixou de olhar de olhos abertos o grande espectro da intensa luz, feridos nos grandes cativeiros que a vida ganhara brilhos tremendos.

Pode ser de ora avante um convite ou apenas uma simples nota que convém registar, que o paradigma humano, esse, se transformou, e anos bons aconteceram, “annus horribilis” pares, ímpares, primos, mas poucos nos dão de facto a alegria de um número assim, e se falarmos de uma convenção, então poder-se-ia afirmar também que tudo o é, com a grave incerteza de não se saber se algumas nos repõem a alegria, só quando as convenções se ajustam ao hábito a natureza das coisas pode ser modificada. Solar, leva-nos para casa na ideia de habitat amplo e requintado- viver num solar- ao mesmo tempo existe neste nomear a ideia de jardim, e o jardim faz parte da estrutura simbólica do significado do arcano que nos despe dos restos mortais dos andrajos costumeiros e nos coloca livres e nus num espaço deleitoso.

Entrar num mundo cercado pode significar aqui, segurança, vimos como o desventrar dos espaços ameaçaram os nossos equilíbrios e nos fizeram sentir invadidos, como a transfusão de muitos corpos habitando os mesmos lugares transformou o chão em palcos de guerra, recolher ao instante feliz não será por isso um mal, nem ousar retirar dele todos os que o profanam na sua primeira dimensão psíquica de paraíso. De qualquer das formas há que a ele regressar. Há prerrogativas que se firmam como segredos, silenciosamente. Após toda a névoa de uma mente que não fixou um saber libertador entraremos na experiência directa com a recuperação de uma energia renovável, cuja vontade é olhar, ficar, e viver toda a alegria das coisas ao redor. Hoje mesmo havia a tal neblina fria que nos inunda de um mistério antigo, coisas de quando ainda gravitávamos na escuridão …nós, a quem nascem guelras nos momentos em que precisamos de processar a água atmosférica e que fomos criando lianas nos fundos da alma…!

Atravessemos o tempo com algumas reformas e mudanças na jornada do caminhante que somos, deixemos o dia lavado, as coisas ditas, as formas ser, e quando tudo for restaurado nos subtis equilíbrios, esperemos o Sol . Ele vai levar-nos para Casa. Fala o número, Jung, e este instante da Criança Eterna.

15 Jan 2019

Hong Kong | Prova de automobilismo em risco

[dropcap]D[/dropcap]urante anos foi o sonho de muitos em Hong Kong, mas quatro anos depois, está a um passo do colapso. No próximo mês de Março e pela terceira vez, a ex-colónia inglesa organiza a sua prova de automobilismo, o “Hong Kong E-Prix”, um evento apenas para carros eléctricos e pontuável para o Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E. Contudo, o contrato existente entre a Formula E Holdings e as entidades da RAE vizinha ainda não foi renovado e a continuidade do evento está em causa

A renovação do contrato está dependente dos resultados das negociações em curso e uma decisão final está pendente da viabilidade económica do evento em torno do circuito citadino gizado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes. Fonte conhecedora das negociações em curso disse ao HM que “provavelmente haverá uma decisão no próximo mês, mas tudo depende das alternativas que serão apresentadas para travar os prejuízos”, sendo que uma das possibilidades “será encontrar um forte patrocinador para equilibrar as contas”.

A competição de carros eléctricos sob a égide da Federação Internacional do Automóvel (FIA) tem um novo promotor para as provas chinesas e este poderá ter uma última palavra. Em declarações ao portal e-racing365, Alejandro Agag, fundador e director executivo do campeonato, afirmou que “o nosso promotor local na China, que é a Enova e que é propiedade da Yungfeng Capital, decide onde as corridas têm lugar dentro de certos parâmetros na China. Nós vamos ter esta época uma corrida em Sanya e estamos a pensar noutra corrida no Interior da China.”

O empresário espanhol que edificou o campeonato e um dia pensou em organizar uma corrida de Fórmula E em Macau referiu também que os parceiros chineses têm interesse em manter a prova no actual traçado de 1.86 quilómetros, que tem o local de partida na Lung Wo Road, em Admiralty. “Eles [Enova] gostam de Hong Kong e nós também gostamos de Hong Kong, mas é muito caro estar lá. Portanto, há outras opções. Mas também há hipóteses de ficar em Hong Kong,” acrescentou Agag, que admitiu que “estamos no meio de negociações, portanto é difícil saber.”

Com um orçamento aproximado superior a 150 milhões de Hong Kong dólares, o evento organizado pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) teve no seu primeiro ano um prejuízo de 50 milhões de dólares de Hong Kong. As duas primeiras edições foram realizadas no mês de Outubro, mas a proximidade com o Grande Prémio de Macau, que se realiza anualmente em Novembro, e alterações no calendário da competição onde corre o jovem luso António Félix da Costa passaram a prova da temporada 2018/2019 para o mês de Março.

Problema de espaço

Não menos problemática é a falta de espaço para aumentar o perímetro do circuito numa área já por si congestionada de edifícios e numa altura em que o campeonato requer uma extensão maior para os seus circuitos, com a chegada de mais construtores automóveis e equipas.

Lawrence Yu Kam-kei, o presidente da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), disse na passada semana ao South China Morning Post que “precisamos de estender o circuito para 2.2 quilómetros na próxima temporada, quando mais duas equipas vão participar no E-Prix. O circuito existente ficará demasiado cheio se aumentar o número de equipas.”

O responsável da HKAA disse também que se vai sentar com o Governo local para procurar alternativas, pois a Estação de Hong Kong ocupa a parte oriental do traçado e não pode ser encerrada durante os dois dias do evento devido às ligações com o aeroporto. Uma solução poderá passar por prolongar o circuito até Wan Chai, pois a primeira parte, na Lung Wo Road, não pode seguir pela parte do túnel, tendo anteriormente a FIA recusado um traçado proposto nessa zona devido às altas velocidades que os carros poderiam atingir. A colocação de chicanes, para abrandar os carros, é uma solução a apresentar à FIA.

Menos bilhetes

Depois de uma primeira edição aquém das expectativas, a segunda edição da prova teve uma receita maior, com oitenta e sete por cento dos lugares disponíveis a serem ocupados. Porém, o número de bilhetes disponíveis para edição deste ano do “Hong Kong E-Prix” será reduzido em cinquenta por cento. Na pretérita edição, realizada em 2017, seis mil bilhetes foram colocados à venda, mas este ano o circuito vai perder a bancada da Lung Wo Road, que dará lugar à area de paddock do troféu monomarca Jaguar I-PACE eTROPHY que será a única prova de suporte da Fórmula E em Hong Kong.

Apesar deste corte substancial na bilheteira, os organizadores do evento esperam compensar, enchendo todas as outras bancadas e aumentando as actividades paralelas, convidando o público a comprar ingressos na E-Village e na nova zona de entretenimento ‘Formula E World’, que irá servir de expositor da história das corridas do campeonato, do desenvolvimento da tecnologia e que passará uma mensagem de sustentabilidade.

15 Jan 2019

China | Homem julgado por poligamia após manter casamentos com três mulheres vizinhas

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal no leste da China julgou ontem por poligamia um agente imobiliário que se casou com três mulheres, em três anos, e conseguiu que morassem a menos de um quilómetro umas das outras.

O homem, de 36 anos e natural da província de Henan, centro do país, vivia na cidade de Kunshan, em Jiangsu, e duas das três mulheres foram anteriormente suas clientes.

Identificado pelo tribunal como Zhang, o homem casou com a primeira mulher em Kunshan, em 2015. O segundo casamento foi na sua cidade natal, em Henan, e o terceiro na cidade natal da mulher, na província de Anhui.

O crime não foi imediatamente descoberto porque as autoridades dos Assuntos Civis destas províncias não partilham do mesmo banco de dados, segundo a imprensa de Jiangsu.

Zhang ganhava o equivalente a vários milhares de euros por mês e sustentava todas as suas três “famílias”, segundo relatos da imprensa.

Ele arranjou forma de as três esposas viverem num raio de cerca de um quilómetro e conseguia passar tempo com as três, enquanto fingia viajar em trabalho.

Durante três anos, Zhang conseguiu segurar os três relacionamentos, uma situação que o deixou “cansado”, admitiu em tribunal.

“Eu gostava dele porque ele era um homem de palavra: cuidava bem do seu negócio e era muito carinhoso e cuidava de mim onde quer que eu fosse”, afirmou a sua segunda esposa, identificada pelo tribunal como Chen.

A terceira esposa disse que o homem lhe ligava e enviava mensagens frequentemente.

Princípio do fim

Mas o esquema de Zhang começou a desmoronar-se em março de 2017, quando a sua segunda esposa encontrou mensagens íntimas entre ele e outra mulher.

Quando ele lhe disse que ia viajar em negócios, ela seguiu-o até um complexo residencial vizinho e apanhou-o com a primeira esposa.

Numa outra ocasião, Chen notou que Zhang estava constantemente a rejeitar uma chamada. Ela memorizou o número e entrou mais tarde em contacto, descobrindo que o destinatário era a terceira mulher, grávida de um filho de Zhang.

A primeira esposa divorciou-se de Zhang. As outras duas denunciaram-no à polícia, em Março do ano passado.

Em Novembro, Zhang foi acusado de poligamia, uma ofensa criminal na China punível com até dois anos de prisão.

Zhang alegou em tribunal não saber que manter vários casamentos constituía crime.
“Vou viver com quem me perdoar e me receber depois de cumprir a minha pena”, disse.

15 Jan 2019

Culinária | Tertuliano de Senna Fernandes premiado

[dropcap]T[/dropcap]ertuliano de Senna Fernandes foi distinguido como embaixador de gastronomia no sul da China, segundo um comunicado enviado ontem à comunicação social. A distinção é o resultado do concurso “King of Gastronomy in South of China” organizado pela Estação de televisão de Zhujiang e pelo Comité de Cantão.

Foi há 14 anos que o ‘Chef’ Tertuliano de Senna Fernandes começou a fazer formações na área da gastronomia na República Popular da China, tendo trabalhado no continente e, posteriormente, em Macau.

“A sua notoriedade levou a que começasse a ser convidado a participar em vários eventos tornando-se cada vez mais conhecido no meio, com a particularidade de ser o único macaense de ascendência portuguesa”, aponta um comunicado. Tertuliano de Senna Fernandes é Presidente da Associação de Gastronomia Internacional de Macau, instituição que se encontra na rede das Cidades Criativas da Ásia.

15 Jan 2019

António Conceição Júnior fala de “Episódios da Vida Cultural de Macau no Século XX” na FRC

[dropcap]A[/dropcap] rubrica “Serões com História” promovida pela Fundação Rui Cunha vai abrir o ano de 2019 com “Episódios da Vida Cultural de Macau do Século XX”, uma palestra a cargo de António Conceição Júnior. A iniciativa tem lugar no próximo dia 21, pelas 18h30 e vai trazer à Praia Grande uma viagem pelas “escolhas pessoais” do orador acerca da temática.

Ao HM, Conceição Júnior admite que “nunca ninguém conhece toda a vida cultural de uma cidade, sobretudo num lugar no mínimo bi-cultural” e Macau não será excepção visto que apresenta “momentos e períodos mais ricos e outros de maior pobreza da vida intelectual”.

Por outro lado, “os períodos têm uma tendência para a alternância, sempre ligados à história do território”, acrescentou o orador. A título de exemplo, Conceição Júnior refere períodos históricos que marcaram a cultura de outros locais. “Os impulsos sociais e económicos são determinantes. A China dos Tang ou o Renascimento são exemplos de picos na história da China e da Itália”, disse.

Questionado sobre a evolução dos episódios culturais no território, Conceição Júnior ressalva que “as perspectivas dependem muitas vezes de onde se está, se numa ‘trincheira’ ou em campo aberto”, tendo em conta a sua vasta experiência profissional na área. Recorde-se que o orador foi director do Fórum de Macau, Chefe dos Serviços Recreativos e Culturais e Consultor Cultural do Leal Senado.

Plano real

Para Conceição Júnior, a cultura deve não deve ser encarada como “transcendência, como alguns imaginam, mas antes um conjunto de actos de maturidade decorrente da bagagem cultural de cada um”. O facto de ser um produto concreto também não a remete para a formalidade e muito menos para “a prática burocrática”.

“Há um grande equívoco quando se pensa que a oficialização da cultura é que é. Não é verdade”, até porque “nenhum autor, intelectual ou artista de qualidade pode ser ‘atropelado’ pelo que é oficial. A cultura não é oficial, está longe de ser propriedade de alguém ou de algo. A cultura não é um despacho, nem um exercício burocrático, e muito menos a burocracia pode ser uma canga”, remata.

15 Jan 2019

Associação promove concurso para eleger novos pontos panorâmicos de Macau

A Associação de Intercâmbio de Cultura Chinesa vai assinalar o 20º aniversário da RAEM com a criação de oito pontos panorâmicos que sejam exemplo do desenvolvimento. Para o efeito, a entidade lança um concurso para escolher uma de vinte sugestões

 

[dropcap]N[/dropcap]o ano em que se comemoram os 20 anos de transferência de administração da RAEM, a Associação de intercâmbio de Cultura Chinesa vai promover um concurso para reconhecer mais oito pontos panorâmicos no território. O objectivo é definir os oito locais que mais reflictam a evolução de Macau ao longo destas duas décadas.

A organização começou a trabalhar no projecto em Agosto do ano passado e foram ontem divulgados os 20 locais que vão a concurso. Os eleitos são a Fortaleza do Monte, o Jardim de Camões, a Colina da Pena, os Lagos Nam Van e Sai Van e a Torre de Macau, a praça Flor de Lótus, a Praça de Santo Agostinho, a igreja de São Lázaro, a Rua da Felicidade, a Casa do Mandarim, O Centro de Ciência de Macau, a Praça das Portas do Cerco, a Praça do Senado, a Travessa da Paixão, o Centro Ecuménico Kun Iam, a Rua do Cunha, a Cotai Strip, a vila de Coloane, a Rocha do Dragão a Universidade de Macau e a mais Ponte HKZM.

“Os oito locais vencedores vão ainda protagonizar a marca local enquanto destino turístico e servir de inspiração para produtos a ser criados pelas indústrias criativas”, refere a associação na apresentação do evento.

Participantes premiados

As votações decorrem a partir do próximo dia 15, vão até ao dia 28 de Fevereiro e são abertas a residentes e a não residentes, maiores de 12 anos. Os menores de idade têm que apresentar autorização dos encarregados de educação. Os participantes habilitam-se ainda, com o seu voto a participar em dois sorteios onde podem vir a ser premiados.

A celebração da transferência de administração já é um hábito da Associação de intercâmbio de Cultura Chinesa. A primeira iniciativa teve lugar no 10º aniversário da RAEM com o lançamento do concurso “Canção de Macau”. Já no 15º aniversário a mesma entidade lançou um livro de fotografia do território sob o olhar de profissionais de Taiwan.

Fundada em 2005, a Associação de Intercâmbio de Cultura Chinesa tem desenvolvido o seu trabalho tendo em conta a posição de Macau enquanto plataforma de comunicação entre a China e o mundo. Neste sentido, é seu objectivo “unir a comunidade chinesa que se encontra espalhada por todo o mundo e promover o entendimento mútuo em campos como a arte, cultura, sociologia ou tecnologia”.

15 Jan 2019

Apoio Social | 900 idosos aguardam por vaga em lares

[dropcap]A[/dropcap]proximadamente 900 idosos aguardam actualmente por uma vaga num lar subsidiado pelo Governo. Segundo dados facultados pelo Instituto de Acção Social (IAS) ao HM, o tempo de espera ronda um ano e meio.

A lista de espera deve, no entanto, continuar a engrossar em linha com o crescente envelhecimento populacional, na medida em que, à luz de projecções oficiais, a população idosa deve ascender a 16,3 por cento até 2025, tornando Macau numa sociedade envelhecida. Actualmente, um em cada dez habitantes têm idade igual ou superior a 65 anos.

Para aliviar a pressão, o IAS recorda que dá a possibilidade aos idosos que integram a lista de espera de utilizarem os serviços de cuidados diurnos e domiciliários ou de ingressarem temporariamente em lares não subsidiados “de acordo com as suas necessidades concretas”. Macau dispõe actualmente de 21 lares para idosos, que oferecem um total de 2.300 vagas, dos quais 11 são subsidiados (1.800 vagas).
Este ano vai ser aberto mais um lar subsidiado pelo Governo, que irá disponibilizar 140 vagas.

15 Jan 2019

Património | IC reporta à polícia violação a embargo de obras no Templo de Kun Iam Tong

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) informou ontem a polícia sobre a violação à ordem de embargo às obras levadas a cabo recentemente pelo Templo de Kun Iam Tong. Em comunicado, o IC indica que, após as obras ilegais, o organismo emitiu uma ordem de embargo, a qual o responsável do templo prometeu respeitar rigorosamente, num encontro mantido na quarta-feira.

No entanto, após uma inspecção ao local no fim-de-semana, o IC descobriu que as obras continuavam em curso, causando danos no edifício patrimonial. Uma violação que, sublinha, constitui ilícito criminal, pelo que o IC reportou ontem os factos às autoridades.

Na mesma nota, o IC reitera que irá acompanhar estritamente o assunto e tomar diligências para efectivar as responsabilidades legais do templo na sequência da violação à ordem de embargo.

15 Jan 2019

Galaxy | “Amizade” com Lui Chi Woo usada para burlas em Hong Kong

Um “empresário” de Hong Kong terá prometido um contrato de limpeza a uma das burladas, que seria obtido devido à relação de amizade com o fundador do grupo Galaxy

 

[dropcap]O[/dropcap] nome do fundador da concessionária Galaxy, Lui Chi Woo, foi utilizado em fraudes na região vizinha. A informação foi relatada, ontem, pelo diário Apple Daily que referiu que um homem de 28 anos, chamado Patrick Lo, afirmava ser amigo próximo do empresário da Galaxy, de forma a tentar convencer as vítimas.

Segundo o caso relatado ontem, o homem abordou uma mulher, identificada como Carol, nome falso por questões de anonimato, e sugeriu-lhe um investimento de 2 milhões de dólares de Hong Kong, numa empresa de limpeza de hotéis. Patrick Lo prometeu à vítima que a sua amizade com Lui Chi Woo lhe poderia garantir contratos de fornecimento de serviços de limpeza em alguns hotéis, com os lucros da empresa a serem divididos pelos dois.

Perante esta proposta, a mulher acabou mesmo por transferir o montante para a conta pessoal do indivíduo. Só que o contrato de prestação de serviços, que alegadamente seria arranjado devido à amizade entre o homem e Lui Chi Woo, acabou por nunca chegar.

Mas este não foi o único “negócio” em que o indivíduo burlou a vítima. Foi na sequência de outro investimento, em stands de comida, que Carol percebeu que estava a ser enganada.

Os dois conheceram-se no ano passado, por acaso, num parque público de Hong Kong. Nessa altura, após uma conversa de circunstância, Patrick Lo apresentou-se como especialista da restauração e falou do seu alegado passado na indústria.

Após a troca de alguns contactos e visitas sobre perspectivas de negócios, em Fevereiro, Patrick Lo fez a seguinte proposta à vítima: a mulher investia cerca de 100 mil dólares de Hong Kong, num stand do Festival de Comida de Hong Kong, e os lucros eram a dividir pelos dois. Segundo Lo, o retorno estava garantido, mas se Carol quisesse investir mais dinheiro, era possível aumentar a qualidade da comida, disponibilizando produtos de luxo como vieiras, entre outros, e gerar lucros ainda maiores. Assim, a mulher aceitou aumentar o investimento para 210 mil dólares.

Comida barata

Porém, no primeiro dia do evento, Carol reparou que a qualidade da comida não era a prometida. Em vez de comida de luxo, e numa altura em que também já tinha começado o investimento para a empresa de limpeza, Patrick Lo apenas disponibilizou comida barata de Taiwan.

A partir desse momento, os contactos entre Carol e o parceiro começaram a ser impossíveis, com Patrick a rejeitar qualquer chamada telefónica e ainda a bloquear a vítima nas redes sociais. Sem alternativa, Carol apresentou mesmo queixa junto das autoridades e percebeu que tinha sido burlada em ambos os negócios.
Ao Apple Daily, o Grupo K. Wah, conglomerado a que pertence a concessionária Galaxy, negou a existência de qualquer ligação entre o empresário Lui Chi Woo e o burlão. A empresa prometeu ainda tomar uma acção legal caso se prove que as acções de Patrick Lo resultaram em danos na reputação e financeiros para a K. Wah.

Além da história relatada, o Apple Daily conta que houve pelo menos outros 13 casos semelhantes, que envolverão um montante superior a 10 milhões de dólares de Hong Kong.

15 Jan 2019

Limitar entrada de turistas afecta imagem internacional de Macau, diz Helena de Senna Fernandes

Directora dos Serviços de Turismo diz que eventual taxa de entrada ou saída do território vai ser estudada, mas realça que a medida não tem sido utilizada nas diferentes regiões como forma de controlar o número de turistas

 

[dropcap]A[/dropcap] directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, diz que a limitação do número de visitantes é uma possibilidade, mas avisa que a medida vai afectar a imagem internacional de Macau. Além disso, para a responsável pela DST, existe ainda o desafio de definir os critérios de entrada e a forma como as decisões são comunicadas às pessoas.

“A limitação do número de turistas é uma possibilidade. Mas se olharmos para a aplicação deste tipo de medidas, como é que estabelecemos quem é que pode entrar em Macau? Qual vai ser o critério? E como dizemos às pessoas que umas podem entrar e outras não?”, questionou Senna Fernandes, à margem do lançamento do evento demonstração culinária de Cidades Criativas da UNESCO, que decorre este fim-de-semana, no espaço Anim’Arte Nam Van.

“A entrada livre de pessoas é uma forma de medir a abertura da cidade. A adopção de uma medida deste género [limitações na entrada] pode ter um outro tipo de influência sobre a imagem de Macau. É um tipo de medida que tem de ser estudado com muito cuidado”, avisou.

Em relação a uma eventual taxa de entrada ou saída do território para os turistas que não fiquem durante uma noite em Macau, como tinha sido sugerido pela deputada Agnes Lam, Maria de Helena de Senna Fernandes mostrou-se reticente. “Estamos atentos a esta situação. Também o Japão optou por aplicar uma taxa de saída para visitantes e mesmo para a própria população […] Mas os nossos estudos mostram que este tipo de taxas, neste momento, não são para evitar a entrada de pessoas na cidade. São mais para possibilitar da recolha de dinheiro para um melhor desenvolvimento das cidade, nas infra-estruturas”, justificou.

A directora da DSAT vincou igualmente que eventuais taxas só serão aplicadas depois de se estudar muito bem os exemplos onde medidas semelhantes foram aplicadas.

Maior capacidade

Em relação ao número de turistas que entraram em Macau em 2018, o número vai ultrapassar os 35 milhões, porém vai ficar abaixo dos 36 milhões de visitantes. “Não chegou aos 36 milhões, mas o número final ultrapassou o anterior recorde [32,6 milhões] e as nossas expectativas. No ano passado fazíamos uma previsão de aumento entre três e cinco por cento, mas até ao fim do ano passado, salvo erro, foi um aumento de nove por cento”, revelou.

Este aumento foi motivado pela nova ponte, mas existem dúvidas sobre se o efeito vai durar, após passar o factor novidade. “Sobretudo em Novembro e Dezembro houve aumentos de mais de 10 por cento por causa do efeito da nova ponte. Temos de ver até quando o efeito vai continuar. Ainda estamos numa fase de novidade”, clarificou Maria Helena de Senna Fernandes.

Sobre a introdução de plataformas como a Grab ou o regresso da Uber a Macau, a directora da DST sublinhou ainda que qualquer alternativa às estruturas actuais tem de cumprir com a lei.

 

Queixas sobre Hotel 13

Neste momento, o Hotel 13 está aberto, mas apenas para convidados. O facto de ainda não ter havido uma abertura para o público gerou queixas em Macau. A situação foi explicada por Maria Helena de Senna Fernandes. “Neste momento só fizeram a abertura informal, ou seja é só para convidados. Mas eles têm licença para operar, desde o ano passado, e estão a funcionar legalmente”, começou por dizer. “Também recebemos algumas queixas sobre este tipo de funcionamento”, admitiu. Em relação à data oficial de abertura, a responsável da DST explicou que vai ter uma reunião “brevemente” com o hotel e que espera que a data de abertura seja revelada.

 

Cecília Tse a melhorar

Desde 14 de Junho do ano passado que a vice-director da DST, Cecília Tse Heng Sai, está de licença sem vencimento devido a doença. O prazo aprovado prolonga-se até 13 de Junho do próximo ano. Ontem, Maria Helena de Senna Fernandes abordou a situação: “Não me cabe dizer qual é a situação [de Cecília Tse]. Mas tenho-me cruzado com ela e está muito melhor. Não sei se está recuperada, mas vejo que a condição é muito boa”, disse Maria Helena de Senna Fernandes. Sobre um eventual regresso antes do tempo, a responsável da DST deixou o ónus da decisão para a colega: “O fim da licença sem vencimento depende dela”, frisou.

15 Jan 2019

José Pereira Coutinho quer mais controlo de qualidade alimentar

[dropcap]J[/dropcap]osé Pereira Coutinho quer saber que medidas o Governo vai tomar para garantir o controlo de qualidade dos alimentos vendidos em Macau. Este é o objectivo de uma interpelação escrita em que o deputado questiona o Executivo sobre as “medidas que vão ser implementadas pelas entidades responsáveis para que haja informação mais detalhada dos produtos alimentares destinado aos consumidores no domínio da qualidade e aptidão para serem consumidos, rotulagem quanto à produção, ingredientes adicionados, corantes, elevando-se os actuais parâmetros de segurança alimentar”.

A par desta matéria, Pereira Coutinho pretende obter mais informações sobre operações de fiscalização. De acordo com o deputado, “desde 2014 que o Conselho de Consumidores tem estado a reforçar a cooperação em matéria de formação e troca de informações com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica de Portugal (ASAE) com o objectivo de proteger os direitos e a segurança dos consumidores”.

No entanto, para o deputado “a rotulagem dos géneros alimentícios é pouco apertada e não permite rastrear a origem dos produtos nomeadamente saber quem foi o produtor, qual o lote, quando e onde foi produzido e em que condições foram armazenadas até venda ao consumidor. Ou seja, saber todos os passos percorridos desde a produção até ao consumidor”.

15 Jan 2019

Deputada Wong Kit Cheng pede combate aos delitos ligados ao jogo

[dropcap]W[/dropcap]ong Kit Cheng quer mais medidas de combate aos crimes ligados ao jogo, de acordo com uma interpelação escrita assinada pela deputada. Para Wong, o crescente número de delitos associados aos casinos preocupa a sociedade, como tal são necessárias mais medidas.

A também presidente da Associação da Construção Conjunta de Um Bom Lar avança com sugestões, entre elas o aumento da comunicação entre associações e assembleias de gestão de condomínio, assim como o policiamento comunitário.

Por outro lado, “como vários dos crimes ocorridos são transfronteiriços e muitos criminosos são do exterior, as autoridades devem impedir estas pessoas de entrar no território para resolver o problema a partir da fonte”. Para este efeito, a deputada sugere que o Executivo reforce a cooperação com as autoridades do Interior da China e de Hong Kong, bem como com os serviços de migração.

Wong Kit Cheng adiantou ainda que além dos crimes ligados ao jogo, a população está preocupada com a prostituição que causa “incómodos graves aos moradores nos bairros antigos”, pelo que espera que o Governo retome acções de fiscalização para prevenir o aumento desta actividade. Nesta matéria, a deputada sugere mesmo que se proceda a revisão legislativa de modo a permitir que a prostituição seja devidamente definida e que lhe sejam aplicadas sanções.

15 Jan 2019